Guia | Lam Lon Wai critica saídas insuficientes de novo túnel

O deputado Lam Lon Wai considera que o novo túnel que permite atravessar a Colina da Guia devia ter mais saídas na Avenida do Doutor Rodrigo Rodrigues. Numa opinião partilhada ontem, em nome da Associação Choi In Tong Sam, o legislador destacou que o projecto vai ser muito útil, e que foi construído em tempo relativamente útil, sem derrapagens orçamentais.

No entanto, levanta dúvidas quanto às saídas na Avenida do Doutor Rodrigo Rodrigues e na Rua de Malaca, que considera serem insuficientes para satisfazer as necessidades da população. Mesmo assim, o deputado não deixa de elogiar o projecto e o facto de o Governo estar cada vez mais focado na melhoria das vias pedonais da cidade.

21 Set 2022

A maioria das estruturas externas construídas em edifícios e habitações são ilegais, mas não há prazo que obrigue a demolir

Por Mário Duarte Duque, arquitecto

 

Foram estas as declarações do chefe do Departamento de Urbanização da DSSCU à TDM-Rádio Macau no passado dia 7, à margem do programa Fórum da Ou Mun Tin Toi. É essa a mesma unidade orgânica herdada da extinta DSSOPT, que integra a Divisão de Fiscalização e a quem compete o tratamento das ilegalidades perpetradas na edificações particulares.

Para a consideração destes termos importam vários elementos de interpretação que explicam o curso do que chegou a este estado de coisas, assim como as implicações e contribuições que tiveram para o ambiente da RAEM. Ambiente que tanto é físico como é social, tanto é natural como é construído, e que até é assistido por normas jurídicas para salvaguarda do que se considera ser essencial.

Importa ainda ter presente que uma estrutura ilegal no exterior de um edifício, realizada depois de o edifício construído, pressupõe que não foi requerida autorização administrativa, muito menos obtida a sua aprovação.

Para obtenção dessa aprovação importa que a mesma reúna o acordo de pelo menos de 2/3 de representação de um edifício constituído em propriedade horizontal, esteja tecnicamente suportada por quem está habilitado a conceber estruturas urbanas, cumpra normas de interesse público em vigor, obtenha uma aprovação administrativa e, nesse seguimento, a obra seja executada por quem está habilitado a construir, sob direcção técnica igualmente acreditada.

Importa também ter presente que antes de existirem ordenamentos urbanísticos houve tradições construtivas consubstanciadas, que passaram a ter letra em ordenamentos urbanísticos, nomeadamente quando passou a ser importante salvaguardar o que caracterizou as realidades urbanas onde se fixou valor cultural.

Exactamente a respeito de grades nas janelas, que na RAEM é o elemento recorrente da discussão a respeito de estruturas ilegais, essas até poderiam ser elementos característicos, como acontece em muitas cidades mediterrânicas, e que Sevilha é possivelmente o exemplo mais conhecido, sem que isso obscurecesse a arquitectura dos edifícios, atentasse contra o estado da sua conservação, ofendesse uma expectativa, ou significasse falta de brio de quem habita nesses edifícios.

Efectivamente, estruturas ilegais, tal como as conhecemos na RAEM não produzem evidência de terem resultado de uma vontade legítima, carecem da confiança de que foram concebidas e construídas por quem está habilitado para o fazer, não foram escrutinadas à luz de normas de interesse público, carecem de garantias de segurança, não resultam de conhecimento desenvolvido ou de uma tradição construtiva consubstanciada, não contribuem para uma paisagem urbana qualificada, ou seja:

Não podem ter lugar num ordenamento urbanístico.
Não são expressão de uma cultura urbanística qualificada.
Apenas são expressão de desencontro entre o ordenamento urbanístico e as aspirações de quem habita.

A persistência dessas estruturas empata a reabilitação de uma cidade, que no caso da RAEM até é mais próspera que muitas outras, que não se devia interessar apenas pelo arranjo e higiene das zonas classificadas de interesse cultural ou turístico.

Protela o ordenamento físico, assim como a possibilidade de esse ordenamento poder ir ai encontro das aspirações de novas gerações.

Efectivamente está em causa um fenómeno de geração.

A geração anterior foi predominantemente imigrante, aproveitou edificações que não compreendeu o seu ordenamento, e logo as desfigurou em sentido de retirar delas mais e outras contrapartidas. Naturalmente com estruturas que não incorporaram vetustez às edificações, muito pelo contrário, pois logo e precocemente retiraram a vetustez que é inerente a uma construção nova.

Presentemente são estruturas cujo investimento está mais que amortizado, outro valor não têm que o residual, reservam contrapartidas que sequer são lícitas, e é a isso que a DSSCU não tem prazo para dar fim.
Por outras palavras, se essas estruturas fossem veículos, não passavam na inspecção, encontravam-se fora de circulação, se não estivessem já abatidas.

A geração que sucedeu e que habitou os mesmos edifícios não teve a oportunidade de crescer em edificações que não tivessem grades apodrecidas nas janelas, terraços a que pudessem aceder, escadas comuns que não estivessem degradadas e pejadas de cabos, tubos e ocupações informais.

Sequer teve oportunidade de observar ou compreender as fachadas dos edifício onde habitam, no modo como foram efectivamente desenhados e construídos.

Ou seja, a aprendizagem urbana dessa geração resultou de uma configuração deturpada do ordenamento urbano em vigor.

Foi essa a realidade incutida na formação da cultura urbana dessa geração, e que sequer era devida ou suposta. Foi somente consequência da negligência da função fiscalizadora da actividade administrativa e é hoje incapacidade de lidar com essa realidade, mesmo depois de repudiada.

Se essa geração que sucedeu reage hoje a este estado de coisas é porque passou a viajar e apreciar os sítios onde o mesmo não acontece, ou simplesmente é oriunda desses sítios, e muitos ficam já aqui ao lado.

Em verdade, sobre o muito do que aconteceu, e como aconteceu, é ainda possível obter relatos que remontam aos anos 80.

A partir dessa década os edifícios novos em Macau foram muitos e passaram a ser revestidos por mosaico.
Até essa ocasião, as rotinas de fiscalização para a manutenção obrigatória dos edifícios cada 5 anos centravam-se principalmente nos trabalhos de pintura de paredes exteriores, para os quais sequer era necessário escrutinar os estado das edificações. Bastava que a última licença para execução de trabalhos de pintura tivesse sido emitida há mais de 5 anos.

Seria apenas necessário inspeccionar o local se a licença administrativa para esses trabalhos não fosse requerida, ou se o proprietário achasse que as mesmas ainda estavam em estado aceitável, e pedisse a inspecção da DSSOPT para que esta lhe concedesse a prorrogação dessa obrigação.

Essa rotina de pinturas deixou de ser necessária quando os edifícios passaram a ser revestidos a mosaico e, a reboque disso, extinguiram-se as rotinas de manutenção e de inspecção dos edifícios depois de construídos.

Foi assim que as construções ilegais passaram a ter terreno fértil.
(continua amanhã)

21 Set 2022

Pessoas com mais de 60 anos representarão 30% da população chinesa em 2035

A sociedade chinesa entrou num acelerado processo de envelhecimento, alertaram ontem as autoridades de saúde do país asiático, prevendo que, em 2035, cerca de 30 por cento da população da China terá mais de 60 anos. A sociedade chinesa está num estágio de “envelhecimento severo”, afirmou Wang Haidong, director do Departamento de Envelhecimento da Comissão Nacional de Saúde, em conferência de imprensa.

Wang estimou que, até ao final de 2025, cerca de 300 milhões de chineses, ou 20 por cento da população do país, tenham mais de 60 anos. A proporção deve aumentar para 30 por cento, ou 400 milhões de pessoas, até 2035. O funcionário apontou ainda para as disparidades geográficas da população envelhecida, que é “mais numerosa nas áreas urbanas”, mas “representa uma proporção maior” nas áreas rurais.

Em 2021, já existiam 10 jurisdições a nível provincial onde a população com mais de 60 anos representava pelo menos 20 por cento dos residentes. Essas áreas estão localizadas principalmente no nordeste e centro do país.

O envelhecimento da população da China apresenta vários “desafios para a prestação de serviços públicos e para a sustentabilidade da seguridade social”, alertou Wang. O especialista previu que o “grau de dependência dos idosos atingirá o seu nível máximo por volta do ano de 2050”.

Medidas insuficientes

As autoridades declararam, em Julho passado, que o número de habitantes da China, o país mais populoso do mundo, entrará em “crescimento negativo” antes de 2025. Durante mais de 30 anos, a China aplicou rígidos controlos de natalidade, ao abrigo da política “um casal, um filho”. Apesar de as autoridades terem abolido a política de filho único, em 2016, permitindo até três crianças por casal, os nascimentos continuaram a diminuir nos últimos cinco anos.

A taxa de natalidade da China caiu, no ano passado, para 7,52 nascimentos por 1.000 pessoas, a menor desde que os registos começaram em 1949, segundo o Gabinete Nacional de Estatísticas chinês. O maior custo de vida e propensão para famílias menores estão entre os motivos citados para o declínio no número de nascimentos.

De acordo com o último censo nacional, realizado a cada dez anos e apresentado em Maio de 2021, a China tem cerca de 1.412 milhões de habitantes, embora o envelhecimento e as baixas taxas de natalidade preocupem as autoridades.

20 Set 2022

Tribunal | Alvin Chau diz que apostas ilícitas são recorrentes em Macau

Alvin Chau, ex-CEO do grupo Suncity que está a ser julgado por suspeita da prática dos crimes de burla e branqueamento de capitais, disse ontem em tribunal que as apostas ilícitas acontecem com frequência em Macau, na forma de “apostas paralelas” ou “multiplicadas”, em que uma aposta dita formal, ou registada, representa apenas uma parte do real montante gasto em apostas privadas nas salas VIP. A ideia, com esta prática, é evitar o pagamento de taxas sobre essa receita, adiantou.

Segundo o portal Macau News Agency (MNA), Alvin Chau garantiu aos juízes que esta prática “acontece em quase todos os casinos em Macau, incluindo nas salas VIP operadas pelos junkets e aquelas que são directamente geridas pelos operadores de jogo”.

“Tal começou a acontecer mesmo antes da criação do grupo Suncity. Provavelmente antes da transição. É um lugar-comum. Acontece todos os dias”, frisou o primeiro arguido do processo. Esta prática, referiu ainda, acontece quando nas salas VIP se juntam grupos com mais de dez pessoas, compostos por jogadores e diferentes representantes de promotoras de jogo. “Muitas vezes os funcionários [nos casinos] podem dispersar os grupos se houver muita gente nas pequenas suites, e podem perguntar aos jogadores o que estão a fazer, e eles vão dizer apenas que são amigos”, salientou Alvin Chau.

O arguido foi questionado sobre uma possível intervenção de agências neste processo, mas Chau disse apenas “que é difícil” que isso aconteça, uma vez que apenas está em causa “um entendimento verbal entre jogadores e representantes dos junkets”.

Sem aviso

Nas declarações prestadas no segundo dia de julgamento, Alvin Chau apontou ainda o dedo ao regulador, a Direcção da Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), ao referir que a entidade nunca disponibilizou materiais promocionais que informem os jogadores de que as apostas paralelas não são legais em Macau.

A acusação do Ministério Público fala de empresas ligadas à Suncity que geriam estas apostas, tendo sido revelado em tribunal um documento com regras a cumprir pelos funcionários sobre este tipo de apostas. O documento, segundo a MNA, tinha o logotipo da Suncity.

Alvin Chau, que desde o primeiro dia de julgamento nega todas as acusações que lhe são imputadas, voltou a recusar também o envolvimento da empresa que liderou. “As apostas debaixo da mesa não faziam parte do negócio da Suncity, e ninguém da nossa empresa tinha direito a autorizar este tipo de apostas”.

Acusado de operar apostas online e via telefone [em que uma pessoa funciona como intermediário na aposta], Alvin Chau disse que o grupo Suncity deixou de operar apostas via telefone em 2016, após esta acção ter sido banida em Macau, tendo continuado este tipo de operação nas Filipinas. “A Suncity apenas esteve envolvida no negócio das apostas telefónicas, mas não nas apostas online”, frisou.

20 Set 2022

BPC | País mantém taxa de juros de referência em 3,65 por cento

O Banco Popular da China (banco central) anunciou ontem que irá manter a taxa de juros de referência em 3,65 por cento, após ter realizado um corte de cinco pontos base há um mês. Na actualização mensal, a instituição indicou que a taxa de referência para empréstimos (LPR, na sigla em inglês) se vai manter no nível actual até pelo menos daqui a um mês.

Este indicador, estabelecido como referência para as taxas de juros em 2019, é usado para definir o preço de novos empréstimos – geralmente para empresas – e empréstimos com juros variáveis que estão pendentes de reembolso.

O cálculo é realizado com base nas contribuições para os preços de uma série de bancos – incluindo pequenos credores que tendem a ter custos de financiamento mais altos e maior exposição a crédito malparado -, e visa reduzir os custos de empréstimos e apoiar a “economia real”. A LPR a cinco anos ou mais – referência para o crédito à habitação – também não se alterou, mantendo-se em 4,3 por cento, depois de ter sofrido também um corte no mês passado, neste caso de 15 pontos base.

O banco central chinês atende, assim, às previsões dos analistas, que antecipavam que não haveria alterações nas principais taxas de juros da China após os cortes anunciados em Agosto.

20 Set 2022

Biotecnologia | Empresa chinesa clona espécime de lobo ártico

Uma empresa chinesa de biotecnologia clonou com sucesso um espécime de lobo ártico, um animal classificado pela União Internacional para a Conservação da Natureza como espécie ameaçada, informou ontem a imprensa local.

A clonagem, resultado de dois anos de pesquisa, foi anunciada pela empresa Sinogene Biotechnology, cem dias após o animal ter nascido. O lobo, chamado “Maya”, está bem de saúde, num laboratório da empresa, na província de Jiangsu, no leste do país, de acordo com os responsáveis pelo projeto, citados pela imprensa chinesa.

A célula doadora foi obtida a partir de uma amostra de pele de uma loba do ártico de origem canadiana. O óvulo veio de uma cadela, cuja raça não foi especificada, e a gestação foi desenvolvida por outra cadela, de raça Beagle, explicou o vice-diretor da Sinogene, Zhao Jianping.

Os cientistas implantaram um total de 85 embriões no útero de sete cadelas Beagle, disse Zhao, acrescentando que a escolha de um cão para gestar o clone se deve às semelhanças genéticas entre as duas espécies.

Segundo o director da empresa, Mi Jidong, este é o primeiro caso no mundo de clonagem de um lobo ártico.
“Maya” vai ser, mais tarde, transferida para Harbon Polarland, um parque temático na província de Heilongjiang (nordeste).

A Sinogene também anunciou que está a planear um acordo com o Parque de Vida Selvagem de Pequim, para continuar a pesquisar a aplicação de tecnologia de clonagem na criação e conservação de animais selvagens sob ameaça de extinção.

20 Set 2022

Diplomacia | Rússia coloca aproximação à China como prioridade

No rescaldo da cimeira que juntou Putin e Xi em Samarcanda, o Kremlin apela ao reforço da cooperação entre os dois países

 

Um alto funcionário de segurança russo disse ontem, durante uma visita à China, que o Kremlin colocou com um dos seus principais objectivos políticos fortalecer as relações com Pequim. Nikolai Patrushev, secretário do Conselho de Segurança Nacional, descreveu o “fortalecimento da parceria abrangente e da cooperação estratégica com Pequim como uma prioridade incondicional da política externa da Rússia”.

Patrushev – que é uma das figuras mais próximas do Presidente russo, Vladimir Putin – falava durante uma reunião com Guo Shengkun, um alto funcionário do Partido Comunista da China, a quem transmitiu a mensagem de que os dois países “devem mostrar uma prontidão ainda maior para o apoio mútuo e o desenvolvimento da cooperação, nas actuais circunstâncias”.

Num comunicado, o gabinete de Patrushev disse que China e Rússia concordaram em “expandir as trocas de informações sobre o combate ao extremismo e tentativas estrangeiras de minar a ordem constitucional”.

As autoridades chinesas e russas também sublinharam também a necessidade de expandir a cooperação em segurança cibernética, bem como de fortalecer os contactos entre as suas agências de luta contra o terrorismo.

Preocupações chinesas

A reunião de ontem aconteceu uma semana depois de Putin ter conversado presencialmente com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, no Uzbequistão, na primeira cimeira entre os dois países desde que o líder russo decidiu invadir a Ucrânia.

Uma declaração do Governo chinês emitida após a cimeira não mencionou especificamente a Ucrânia, mas clarificava que Xi prometeu “forte apoio” aos “interesses centrais” da Rússia.

Nos últimos meses, a China e a Índia aumentaram as importações de petróleo e gás russos, ajudando Moscovo a compensar as sanções ocidentais.

Durante a cimeira com Xi, na quinta-feira passada, Putin elogiou o Presidente chinês por manter uma abordagem “equilibrada” sobre a invasão da Ucrânia e disse estar disponível para discutir as “preocupações” de Pequim sobre este conflito.

20 Set 2022

Cartões de crédito | Mensagens de amigos levam a burlas

Pelo menos duas pessoas foram apanhadas num esquema onde o chamariz era um sorteio numa plataforma de compras online, publicitado por mensagens de contas em redes sociais de amigos. De acordo com informação veiculada pela Polícia Judiciária, a estratégia tinha como objectivo reconhecer dados pessoais.

Para se habilitarem a receber o prémio inexistente, foram solicitadas às vítimas informações sobre cartões de crédito e códigos de verificação. Depois de a vítima ter verificado que o seu cartão de crédito fora usado várias vezes, ligou ao amigo com quem pensava estar a falar e apercebeu-se que teria caído numa burla.

Segundo o canal chinês da Rádio Macau, as autoridades policiais tomaram conhecimento de outras pessoas cujos perfis em redes sociais foram pirateados e de contactos semelhantes a pedir dados bancários. Até ao momento, não foram feitas detenções, mas as autoridades continuam a investigar os casos.

20 Set 2022

Covid-19 | Validade de testes para sair de Macau passa para 7 dias

As autoridades de saúde anunciaram ontem que a validade do teste de ácido nucleico para sair de Macau para o estrangeiro passou de 48 horas para sete dias. A medida aplica-se aos voos para Singapura e Taiwan

 

Macau alargou à meia-noite de ontem, de 48 horas para sete dias a validade do teste negativo da covid-19 exigido a quem apanha um voo na RAEM. O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus dos Serviços de Saúde (SSM) anunciaram ontem a medida, que também se aplica aos voos para Singapura e Taiwan.

Ao contrário de Taiwan, que ainda impõe a todas as pessoas que chegam à ilha uma quarentena de três dias num hotel designado para o efeito, Singapura permite a entrada de visitantes sem quaisquer restrições.

O comunicado do centro refere ainda que deixa de ser necessário qualquer teste para quem viaja para a região vizinha de Hong Kong, através da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. Hong Kong não impõe quarentena a quem chega a Macau, porém, quem entrar na RAEHK, através dos programas “Come2hk Scheme” ou “Return2hk Scheme”, terá de apresentar agora o certificado de teste de ácido nucleico com resultado negativo, no prazo de 72 horas após a data da amostragem, exigido pelas autoridades de Hong Kong.

Voos interiores

No que toca aos voos para a China continental, o território irá também exigir um teste negativo realizado no máximo sete dias antes da partida. No entanto, o comunicado sublinha que algumas regiões da China têm requerimentos mais apertados, que podem ir até à exigência de um teste realizado 24 horas antes da partida.

Macau segue a política de zero casos, apostando na testagem massiva da população e em confinamentos para evitar a propagação dos casos de covid-19. Ao contrário do que acontece para quem entra pela fronteira com a China continental, quem chega do estrangeiro ou de Hong Kong continua a ser obrigado a cumprir uma quarentena de sete dias num hotel, seguido de três dias de “autovigilância médica” que pode ser feita em casa.

20 Set 2022

Testes | Song Pek Kei pede aumento da validade para sete dias

A deputada Song Pek Kei defende que a validade do teste de ácido nucleico para os turistas do Interior deve ser aumentada para sete dias, face aos actuais dois dias.

A posição foi tomada em declarações ao jornal Ou Mun, a pensar na Semana Dourada, feriados de celebração do Dia da Implementação da República Popular da China, e na promoção do turismo local. Segundo Song Pek Kei, nos últimos tempos têm sido tomadas mais medidas de levantamento de restrições, após o surto que começou a 18 Junho, e que faz sentido que se continue nesse caminho e se crie maior conveniência para os turistas do Interior.

20 Set 2022

FSS | Pedido de pensão para idosos disponível online

Os residentes habilitados a pedir pensão para idosos podem fazê-lo desde ontem através da aplicação para telemóvel “Conta Única de Macau”, informou o Fundo de Segurança Social (FSS). O sistema calcula “automaticamente o montante da pensão a receber pelo requerente, de acordo com as suas situações reais”.

O beneficiário “só precisa de fornecer os dados da conta bancária e fazer o reconhecimento facial para concluir o pedido”, operação que dispensa a deslocação ao posto de atendimento.

O FSS indica que os beneficiários “com idade igual ou superior a 65 anos, ou igual ou superior a 60 anos mas inferior a 65 anos, quer a inscrição no regime da segurança social feita antes 2011 (antigo regime) ou depois de 1 de Janeiro de 2011 (novo regime), desde que tenham efectuado, pelo menos, sessenta contribuições mensais e tenham residência habitual na RAEM há, pelo menos, sete anos, podem requer a pensão para idosos na aplicação para telemóvel ou na página electrónica Conta Única”.

20 Set 2022

Tsunami | Alerta levantado após forte sismo no leste de Taiwan

O alerta de tsunami para a costa sudeste de Taiwan, depois de ter sido registado um forte sismo, foi levantado.
O epicentro do sismo, que ocorreu pouco depois das 14:44 locais, estava localizado a cerca de 50 quilómetros a norte da cidade de Taitung, a uma profundidade de dez quilómetros, disse o Instituto de Estudos Geológicos dos Estados Unidos (USGC).

O gabinete de meteorologia de Taiwan disse que o sismo teve uma magnitude de 6,8 na escala de Ritcher. Já o USGC avançou que o sismo teve uma magnitude de 7,2, mas depois baixou este valor para 6,9.

A Agência Meteorológica Japonesa e o Centro de Alerta para Tsunamis do Pacífico emitiram um aviso de tsunami pouco depois do sismo e, algumas horas depois, emitiram uma declaração a dizer que já não havia risco de tsunami.

A Agência Nacional de Bombeiros de Taiwan disse que uma pessoa morreu após ter sido atingida por uma máquina que caiu numa fábrica de cimento, na cidade de Yuli, perto do epicentro.

Segundo o Ministério da Saúde, 79 pessoas procuraram tratamento médico ou foram enviadas para o hospital.
Na cidade de Yuli, um edifício com uma loja de conveniência no rés-do-chão desabou. Vídeos da Agência Central de Notícias de Taiwan mostram residentes em pânico a saírem apressados do edifício enquanto este desabava debaixo de uma espessa nuvem de poeira.

Segundo a administração dos caminhos-de-ferro de Taiwan (TRA), um comboio descarrilou na estação de Hualien, após a queda de um bloco de betão durante o sismo. Fotos publicadas pela agência Taiwanesa mostram seis vagões do comboio inclinados na estação. A TRA, que dizia que 20 passageiros estavam a bordo, não comunicou quaisquer feridos. O sismo também foi sentido na capital Taipé e na cidade de Kaohsiung, no sudoeste do país.

Nas redes sociais, os residentes colocaram vídeos de candeeiros do tecto e pinturas a balançar.
O sismo mais mortífero de sempre registado em Taiwan, com uma magnitude de 7,6, ocorreu em Setembro de 1999 e matou mais de 2.400 pessoas.

19 Set 2022

Varíola dos macacos | Epidemiologista aconselha a não tocar em estrangeiros

Um dos responsáveis máximos pelas medidas de prevenção epidémica da China aconselhou a que se evite tocar em estrangeiros como forma de prevenir infecções pela varíola dos macacos.

Numa mensagem difundida no domingo, no Weibo, o epidemiologista chefe do Centro Chinês de Controlo e Prevenção de Doenças, Wu Zunyou, deu cinco recomendações ao público, a primeira das quais: “Não tenham contacto pele a pele com estrangeiros”.

“É necessário e importante fortalecer a monitorização e a prevenção contra a varíola dos macacos”, apontou Wu.
O epidemiologista apontou que os rígidos controlos fronteiriços adoptados para prevenir surtos de covid-19 impediram também a propagação da varíola, até que um caso foi registado, na semana passada, no município de Chongqing, no sudoeste do país.

Tratava-se de um passageiro vindo do exterior, que estava a cumprir quarentena obrigatória, devido às medidas de prevenção contra a covid-19. As autoridades não confirmaram, no entanto, se se trata de um cidadão chinês ou estrangeiro.

A recomendação gerou controvérsia no Weibo. Alguns internautas consideraram o conselho de Wu como “razoável”. Outros expressaram alívio por não conhecerem muitos estrangeiros: “É bom abrir as portas do país, mas não podemos deixar entrar tudo”, escreveu um utilizador.

Outros criticaram a mensagem de Wu como sendo discriminatória, traçando paralelos com a xenofobia e violência que os asiáticos no exterior enfrentaram no início da pandemia da covid-19.

“É um pouco como quando a pandemia começou, quando algumas pessoas no exterior evitavam aproximar-se de chineses”, escreveu um internauta. “Não acredito que haja base científica para este tipo de aconselhamento. É muito amplo e exacerba o pânico entre o público”, observou.

Um especialista chinês em doenças infecciosas, citado pelo portal de notícias económicas Yicai, apontou ontem que “não é necessário rejeitar todos os estrangeiros ou imigrantes, já que a maioria das pessoas não é susceptível à varíola dos macacos”.

19 Set 2022

Taiwan | Pequim considera comentários de Biden “grave violação” de compromissos

As declarações de Joe Biden sobre uma possível ajuda a Taiwan no caso de intervenção chinesa vêm adensar ainda mais o clima de tensão entre a China e os Estados Unidos

 

A China considerou ontem os comentários do Presidente norte-americano, Joe Biden, que assegurou que os Estados Unidos defenderiam Taiwan no caso de uma intervenção chinesa, uma “grave violação” dos compromissos diplomáticos assumidos por Washington.

Questionado pelo canal norte-americano CBS se “os EUA defenderiam Taiwan no caso de uma invasão chinesa”, Biden respondeu que “sim, se ocorrer um ataque sem precedentes”.

As observações de Joe Biden constituem uma “grave violação do importante compromisso assumido pelos Estados Unidos, de não apoiar a independência de Taiwan”, reagiu Mao Ning, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China.

“Isto envia um sinal errado [de apoio] às forças separatistas que fazem campanha pela independência de Taiwan”, acrescentou Mao, em conferência de imprensa.

Através de três comunicados conjuntos assinados em 1972, 1979 e 1982, os Estados Unidos comprometeram-se a reconhecer o governo de Pequim como o único representante legítimo da China.
Washington cortou os laços diplomáticos com Taipé em 1979.

Mau ambiente

As declarações de Biden surgem após uma significativa reaproximação entre os Estados Unidos e Taiwan, numa altura em que as relações entre Pequim e Washington atravessam o pior período em várias décadas.

Na quarta-feira passada, o Comité para as Relações Externas do Senado dos Estados Unidos aprovou o projecto de Lei Taiwan Policy Act, que prevê uma ampliação do apoio militar norte-americano a Taiwan em 6,5 mil milhões de dólares, ao longo dos próximos cinco anos.

Na mesma semana, a China condenou a venda de armamento a Taiwan, feita pelos EUA, no valor de 1,1 mil milhões de dólares, e prometeu “contramedidas” para “defender a sua soberania e interesses de segurança”. No início de Agosto, a visita a Taiwan da presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi também provocou a fúria de Pequim.

“Pedimos aos EUA que reconheçam plenamente a extrema importância e alta sensibilidade da questão de Taiwan (…) para que não prejudiquem ainda mais as relações China – EUA”, disse Mao Ning.

19 Set 2022

Caso Suncity | Alvin Chau nega todas as acusações de que é alvo

Arrancou ontem o julgamento do caso Suncity, tendo Alvin Chau, ex-CEO do grupo, negado todas as acusações de que é alvo por parte do Ministério Público. Chau disse em tribunal que o grupo lidava com centenas de milhares de clientes e que não tinha necessidade de recorrer a apostas ilícitas

 

Alvin Chau, antigo director-executivo do maior angariador de apostas VIP do mundo, o grupo Suncity, negou ontem todas as acusações no início do julgamento em Macau por associação criminosa e branqueamento de capitais. Na sessão, apenas estiveram presentes os sete arguidos que tinham ficado em prisão preventiva, com os restantes ausentes ou julgados à revelia.

Chau, de 48 anos, disse “nunca” ter participado no crime de exploração ilícita de jogo, nem através de apostas feitas por telefone nem através da Internet. O arguido disse mesmo ter “aconselhado” um conhecido a não se envolver nesse tipo de actividade.

Já o advogado de Chau, Kuong Kuok On, defendeu não ter existido o crime de exploração ilícita de jogo, uma vez que as apostas electrónicas ou por telefone eram legais nas Filipinas até 2019.

Embora o Ministério Público (MP) de Macau tivesse, aquando da detenção de Chau, em Novembro, dito que a investigação da Polícia Judiciária só detectou a existência de um grupo criminoso em 2019, a sessão de ontem revelou que as escutas ao empresário tinham começado já em 2014.

Segundo a TDM Rádio Macau, Alvin Chau acusou o quinto arguido do processo, Chong Chi Kin, de ser o possível responsável pelas apostas paralelas, uma vez que, já antes da pandemia, o grupo Suncity lidava com centenas de milhares de clientes, pelo que não tinha necessidade de recorrer a estas operações. Esta resposta foi dada ao representante da Wynn, assistente no processo.

Alvin Chau foi confrontado com diversas mensagens escritas e de voz que servem de eventual prova do seu envolvimento nestas actividades ilegais, mas o responsável disse não se recordar do conteúdo.

Na sessão de julgamento, foi ainda abordada a alegada existência de uma empresa na China que serviria para branquear capitais. A acusação do MP dá conta que esta empresa foi criada para referir projectos imobiliários como forma de cobrança de dívidas ou linhas de crédito para clientes. A TDM Rádio Macau noticiou que Alvin Chau admitiu em tribunal ter criado uma empresa na China, mas que esta prestava um “serviço legítimo na gestão de activos”. Alvin Chau volta hoje a ser ouvido em tribunal a partir das 14h45.

Perdas gigantescas

O MP acredita que o grupo criminoso, alegadamente liderado por Chau, levou a Administração a perder cerca de 8,26 mil milhões de dólares de Hong Kong em receitas fiscais desde 2013. No pico das operações, a Suncity tinha cerca de 4.800 funcionários, uma lista de 60 mil clientes, sobretudo na China continental, e recebia em média mais de 100 jogadores VIP por dia, revelou ontem Alvin Chau.

O TJB decidiu, na sexta-feira, separar todos os pedidos de indemnização civil feitos por quatro operadores de jogo, por prever que poderiam “procrastinar gravemente o processo” criminal. O julgamento de 35 associados de Alvin Chau em Wenzhou, na província de Zhejiang, no leste da China, terminou em 12 de Agosto, com todos os arguidos a declararem-se culpados, anunciou o MP da cidade chinesa, na rede social WeChat. A polícia de Wenzhou disse que Chau terá aliciado, no total, 80 mil apostadores do continente.

A detenção do empresário e a saída da Suncity do negócio das salas VIP atingiram de forma muito significativa a indústria do jogo de Macau. O número de licenças de promotores de jogo em Macau emitidas para este ano pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos caiu de 85 para 46.

19 Set 2022

Lusofonia | Fórum sobre infra-estruturas discute cooperação

Um fórum sobre investimento e construção de infra-estruturas, que decorre este mês em Macau, vai ter um evento paralelo dedicado à cooperação entre a China e os países de língua portuguesa.

O 13.º Fórum Internacional sobre o Investimento e Construção de Infra-estruturas (IIICF) vai decorrer em 28 e 29 de Setembro, disse no domingo o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM).

O IIICF terá dois fóruns principais e oito paralelos, incluindo um dedicado ao tema “Reforço da cooperação sino-lusófona nas infra-estruturas para promover a recuperação do sector das PME” (pequenas e médias empresas).

Este fórum irá reunir profissionais da China continental e Macau para “promover a inovação” e “explorar as oportunidades de construção de novas infra-estruturas verdes, inteligentes e integradas”, disse o IPIM, na mesma nota.

O IIICF vai contar com a presença de “mais de 1.300 elementos da elite política, empresarial e académica na área das infra-estruturas provenientes de todo o mundo”, incluindo vice-ministros chineses e representantes de empresas estatais e grandes empreiteiros chineses, garantiu o IPIM.

O IIICF será realizado “principalmente” de forma presencial e “complementado” por actividades ‘online’, sublinhou o instituto.

A 14 de Setembro, o embaixador chinês em Lisboa, Zhao Bentang, defendeu a existência de “grande potencial” para projectos bilaterais nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa e em Timor-Leste.

Durante a conferência “A Cooperação Empresarial Luso-Chinesa em Mercados Terceiros”, realizada em Portugal, o diplomata apontou como alvos as infra-estruturas, energia, finanças e seguradoras.

19 Set 2022

Vietname quer organizar missão empresarial a Timor-Leste no início de 2023

O ministro da Indústria e Comércio do Vietname, Nguyen Hong Diên, disse ter planos para organizar uma missão empresarial, no início de 2023, para procurar oportunidades de comércio e investimento em Timor-Leste.

O ministro falava durante um encontro com o seu homólogo timorense do Turismo, Comércio e Indústria, José Lucas da Silva, avançou na quinta-feira a agência noticiosa oficial vietnamita VNA.

Nguyen frisou que o Vietname está interessado em apoiar Timor-Leste no desenvolvimento de áreas onde o país tem “potencial” para se tornar um importante exportador

O ministro vietnamita deu como exemplo a prospeção e exploração de petróleo e gás natural, a exploração de minério e o processamento de recursos florestal e recursos marinhos.

Nguyen pediu ainda ao seu homólogo timorense a ratificação do acordo de comércio livre entre os dois países, assinado em 2013. Segundo a VNA, José Lucas da Silva disse que Timor-Leste espera mais presença e investimento de empresas vietnamitas nos setores dos transportes, importação e exportação e operação de portos.

O futuro desenvolvimento do projeto de processamento de gás natural do poço Greater Sunrise está há anos parado devido a um diferendo com a Austrália sobre a construção de um gasoduto em direção a Timor-Leste.

O Presidente da República timorense José Ramos-Horta já ameaçou que, se a Austrália se mantiver intransigente em defender um gasoduto em direção a Darwin (norte), o país poderá procurar outros parceiros, incluindo a vizinha Indonésia, a Coreia do Sul, Japão ou a China.

O encontro entre Nguyen Hong Diên e José Lucas da Silva decorreu à margem de uma cimeira dos ministros da Economia da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), em Siem Reap, no norte do Camboja.

A 07 de setembro, José Ramos-Horta disse esperar que a adesão de Timor-Leste à ASEAN, um processo que se arrasta desde 2012, fique concluída em 2023.

Também o primeiro-ministro do Camboja, Hun Sen, que preside atualmente à ASEAN, disse em 03 de agosto estar “otimista” que a adesão de Timor-Leste esteja concluída “o mais tardar no próximo ano”.

19 Set 2022

Tribunal separa pedidos de indemnização no processo penal da Suncity

O volume de trabalho, coincidência temporal com o mega-processo das Obras Públicas e atitudes dilatórias de alguns advogados levaram os magistrados que vão julgar o processo Suncity a pedir a separação dos pedidos de indemnização civil das acusações de cariz penal.

A notícia avançada ontem pela TDM – Rádio Macau tem como base a decisão do colectivo do 2.º Juízo Criminal do Tribunal Judicial de Base, que notificou as partes e Ministério Público na passada sexta-feira.

Na decisão judicial, os magistrados defendem que “para evitar que a parte civil deste processo procrastine a parte criminal (podemos prever que o pedido de indemnização civil vai procrastinar gravemente o processo)”, “depois de considerar as vantagens e desvantagens, o tribunal, separa todos os pedidos civis deste processo”.

O colectivo acrescentou às justificações o facto de ter “em mãos” outro mega-processo de julgamento dos ex-directores dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, Li Canfeng e Jaime Carion.

A decisão foi tomada “tendo em consideração que há 21 arguidos neste processo (Suncity), sete deles estão presos, há mais do que 100 testemunhas, 70 volumes de processo principal e quase 300 volumes de apenso, e o presente tribunal trata simultaneamente do processo do ex-director de DSSOPT, também com 21 arguidos neste processo, três deles estão presos e também tem mais do que 100 testemunhas, 120 volumes de processo principal e 500 volumes de apenso, o período de prisão preventiva dos dois processos é próximo.”

Outras partes

Recorde-se que além dos crimes imputados a Alvin Chau e companhia, o Governo e quatro operadas de jogo (Wynn, SJM, Venetian e MGM) pediram indemnizações, processo de natureza civil.

O despacho judicial assinado pela juíza Lou Ieng Ha acrescenta ainda que “de acordo com a evolução do presente processo, muitos advogados não manifestam uma atitude de cooperação suficiente, muito deles ainda requerem a prorrogação da audiência do presente caso (mesmo que saibamos que muitos arguidos estão presos), por isso, podemos prever que o tratamento dos dois casos urgentes pelo presente tribunal vai ser tardado”.

O tribunal justifica ainda que “como o horário da audiência do presente tribunal está apertado, e tendo em conta a corrente situação e a dificuldade do arranjo de audiência (o presente tribunal tem de tratar de dois casos enormes e que o período de prisão preventiva é próximo), não podemos prorrogar mais para condescender a parte do procedimento civil deste processo”.

19 Set 2022

Taiwan | Sismo derrubou prédio e “prendeu” 400 turistas em montanha

Um forte sismo abalou grande parte de Taiwan ontem, derrubando um prédio de três andares, prendendo, temporariamente, quatro pessoas no seu interior, e deixando cerca de 400 turistas numa encosta de uma montanha.

O sismo de 6,8 de magnitude na escala de Ritcher foi o maior entre dezenas que sacudiram a costa sudeste da ilha desde sábado à noite, quando um terremoto de 6,4 atingiu a mesma área. Não houve relatos imediatos de ferimentos graves.

A maior parte dos danos terá acontecido a norte do epicentro, que o Departamento Meteorológico Central de Taiwan disse estar na cidade de Chishang. Um prédio de três andares, que tinha uma loja de conveniência no piso térreo e residências nos superiores, desabou na cidade vizinha de Yuli, noticiou a Agência Central de Notícias da ilha.

O dono do edifício, de 70 anos e sua mulher, foram os primeiros de quatro pessoas presas a serem resgatadas dos escombros, e só depois uma mulher de 39 anos e a sua filha de 5 anos.

Mais de 7.000 residências ficaram sem energia em Yuli, e as canalizações de água também foram danificados.
Também em Yuli, um deslizamento de terra prendeu quase 400 turistas numa montanha famosa pelos lírios alaranjados que cobrem as suas encostas nesta época do ano, noticiou a Agência Central de Notícias.

Os destroços de um toldo caído numa plataforma na estação de Dongli, na cidade de Fuli, que fica entre Yuli e o epicentro em Chishang, atingiram um comboio que passava, descarrilando seis vagões, disse a Agência Central de Notícias, citando a administração ferroviária. O sismo foi sentido no extremo norte da ilha, na capital, Taipei. A Agência Meteorológica do Japão emitiu um alerta de tsunami para várias ilhas do sul do Japão.

19 Set 2022

Vice-presidente chinês no funeral de Isabel II

O governante chinês assistirá à cerimónia juntamente com mais de dois mil convidados vindos de todo o mundo

 

O vice-presidente chinês Wang Qishan participará no funeral da Rainha Isabel II, anunciou ontem o Ministério dos Negócios Estrangeiros, depois de ter sido negado o direito a uma delegação oficial chinesa de rezar em frente ao caixão da falecida soberana.

“A convite do governo britânico, o representante especial do Presidente Xi Jinping, vice-presidente Wang Qishan, comparecerá ao funeral da Rainha Isabel II, que será realizado em Londres amanhã (hoje), a 19 de Setembro”, disse Mao Ning, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, em comunicado à imprensa.

Cerca de 2.000 convidados, incluindo várias centenas de líderes mundiais, famílias monárquicas, mas também pessoas anónimas condecoradas pelos seus compromissos associativos, participarão na cerimónia.

A presença de Wang Qishan foi anunciada depois de a presidente da Câmara dos Comuns, Lindsay Hoyle, ter impedido uma delegação oficial enviada por Pequim de entrar no recinto do parlamento onde repousa o caixão da Rainha. O corpo de Isabel II encontra-se em câmara ardente em Westminster Hall, a parte mais antiga do parlamento britânico, desde quarta-feira.

Em conferência de imprensa em Londres na sexta-feira, Mao Ning disse que o Reino Unido “deve mostrar cortesia diplomática e uma recepção calorosa”.

Memórias de sempre

Isabel II morreu a 8 de Setembro aos 96 anos no Castelo de Balmoral, na Escócia, após mais de 70 anos no trono, o mais longo reinado da história do Reino Unido.

Um funeral de Estado com a presença de dezenas de chefes de Estado e de governo internacionais terá lugar hoje na Abadia de Westminster, em Londres.

A urna com o corpo da Rainha será finalmente depositada, durante um evento privado reservado à família, num jazigo no Castelo de Windsor onde se encontram os restos mortais dos pais e da irmã, e para onde será transferido o caixão do marido, príncipe Filipe, que morreu aos 99 anos em 2021.

19 Set 2022

“Balada da Praia dos Cães” de José Cardoso Pires traduzido e publicado na China

A obra “Balada da Praia dos Cães”, do escritor português José Cardoso Pires, foi traduzida para chinês e publicada na semana passada na China. O livro foi traduzido por Xu Yixing e Mai Ran, professoras de língua portuguesa na Universidade de Estudos Internacionais de Xangai (SISU, na sigla em inglês), disse o consulado-geral de Portugal em Xangai.

A obra foi publicada pela Editora de Educação de Línguas Estrangeiras de Xangai (SFLEP, na sigla em inglês), ligada à SISU.

A iniciativa contou com o apoio do Instituto Camões Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas portuguesa e da Embaixada de Portugal na China, referiu o consulado, numa publicação na rede social chinesa WeChat.

“Balada da Praia dos Cães” é a segunda obra da literatura portuguesa a ser publicada na série da SFLEP intitulada Uma Faixa, Uma Rota – o plano de infraestruturas internacional lançado por Pequim, em 2013, disse o consulado na quinta-feira. A primeira foi “Fanny Owen”, da escritora portuguesa Agustina Bessa-Luís.

Considerado um dos nomes maiores da literatura portuguesa do século XX, José Cardoso Pires publicou “Balada da Praia dos Cães” em 1982.

Nesse mesmo ano, a obra venceu a primeira edição do Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores (APE).

A trama é baseada em acontecimentos verídicos, ocorridos nos anos 60 e centra-se na resolução de um caso de homicídio de um militar revolucionário evadido da prisão militar do Forte de Elvas.

O livro foi adaptado ao cinema, com argumento de Pedro Bandeira Freire, num filme português realizado em 1987 por José Fonseca e Costa e com interpretação de Henrique Viana e Raul Solnado.

A SFLEP tem publicado traduções para chinês de várias obras da literatura portuguesa, incluindo os livros infantis “A Árvore” e “O Rapaz de Bronze”, de Sophia de Mello Breyner Andresen.

19 Set 2022

Isabel II | Residentes de Hong Kong fazem todos os dias fila durante horas para homenagear rainha

Centenas de residentes de Hong Kong fazem fila em frente ao Consulado Geral Britânico durante horas, todos os dias, para prestar homenagem à rainha Isabel II, deixando pilhas de flores e notas manuscritas.

Alguns habitantes de Hong Kong estão nostálgicos pelo que consideram ser uma “era dourada” passada sob o regime colonial britânico não inteiramente democrático, quando a cidade de cerca de sete milhões de pessoas ganhou o estatuto de centro turístico e financeiro mundial. A rainha é apelidada de “si tau por” em Hong Kong. No dialeto cantonês local traduz-se por “patroa”.

“Costumávamos chamar-lhe ‘si tau por’ quando estávamos sob o seu domínio. É simplesmente uma forma de mostrar respeito por ela. Havia um sentimento de bondade da parte dela, não é o tipo de chefe que está acima de si”, disse CK Li, uma residente que fez fila durante mais de duas horas para prestar a homenagem a Isabel II.

Outro residente, Eddie Wong, de 80 anos, disse que estava lá “por verdadeiros sentimentos” do seu coração.

“As pessoas em Hong Kong amam-na”, disse Wong. “Porque quando estávamos sob o seu domínio, desfrutávamos de democracia e liberdade e estávamos muito gratos. Quero despedir-me de ‘si tau por’, que está no céu”.

Ao recuperar a soberania do território a 01 de julho de 1997, a China prometeu deixar intactas as liberdades civis e instituições ao estilo ocidental de Hong Kong durante pelo menos 50 anos. Muitos criados no antigo território cresceram na esperança de liberdades ainda maiores.

Mas após meses de protestos antigovernamentais em 2019, Pequim impôs à cidade uma dura lei de segurança nacional, procurando acabar com a dissidência pública.

Jornais considerados demasiado críticos de Pequim foram forçados a fechar e dezenas de ativistas foram detidos. Os protestos em massa terminaram. Dezenas de milhares de residentes de Hong Kong escolheram emigrar para o Reino Unido e outros lugares, como Taiwan.

Até ao momento, as autoridades permitiram que continuassem as demonstrações ordenadas e sombrias de respeito.

“Imagino que algumas pessoas vão para lá não tanto por razões de nostalgia, mas como uma espécie de protesto, agora que a dissidência é suprimida”, disse John Burns, professor honorário de política e administração pública na Universidade de Hong Kong.

“Algumas pessoas, por exemplo, que concordam com o tipo de valores universais que o Reino Unido representa, e que foram incorporados na nossa Declaração de Direitos no final do colonialismo, podem participar nisto como forma de protesto”, disse Burns.

As emoções em Hong Kong estão em alta, disse Emily Lau, ex-presidente do Partido Democrático e ex-deputada, dada a situação política da cidade e de prevenção pandémica.

“Há quem seja genuinamente nostálgico e tenha sentimentos sentimentais pela Rainha, mas também há pessoas que têm queixas sobre a situação atual em Hong Kong”, disse.

“Não podemos excluir que alguns tenham aproveitado esta ocasião para expressar isso”, afirmou Lau.

Ao mesmo tempo, figuras públicas em Hong Kong estão a ser escrutinadas sobre a sua resposta à morte da rainha, e a atrair críticas se forem vistas como demasiado admiradoras do seu reinado ou do domínio britânico em geral.

Nas redes sociais chinesas choveram críticas ao veterano ator Law Kar-ying por este ter publicado uma fotografia no exterior do Consulado Britânico no Instagram com uma legenda que inclui a frase: “Hong Kong foi uma terra abençoada sob o seu reinado”.

Criticado duramente por atribuir a prosperidade de Hong Kong ao domínio britânico, Law apagou a publicação e divulgou um vídeo de desculpas na rede social Weibo. “Eu sou chinês e amarei para sempre a minha pátria”. Sinto muito”, escreveu.

Nem todos os habitantes de Hong Kong são sentimentais em relação ao domínio britânico. Alguns ressentem-se da decisão de Londres de não lhes conceder a cidadania britânica plena, aquando da entrega do território à China.

“Os britânicos retiraram os direitos aos nascidos em Hong Kong antes de 1997. Eles não protegeram esses direitos”, disse Leslie Chan, que adiantou não ter planos para mostrar o seu respeito à rainha.

“Quando o governo britânico discutiu com a China sobre o futuro de Hong Kong, os habitantes de Hong Kong foram afastados da discussão”, lamentou.

19 Set 2022

DSEC | Menos trabalhadores no comércio por grosso e a retalho

No fim do segundo trimestre deste ano, o número de trabalhadores na área do comércio por grosso e a retalho, teve uma quebra de 2,1 por cento para 61.924 trabalhadores, face ao trimestre homólogo de 2021. Os números foram revelados na sexta-feira, no âmbito dos resultados do inquérito às necessidades de mão-de-obra e às remunerações referentes ao segundo trimestre de 2022.

Apesar desta redução, a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) indica que houve um aumento de um por cento, no número de pessoas a trabalhar na área do comércio a retalho, ou seja, 39.765 profissionais.

Além da diminuição de trabalhadores face ao ano passado, também os salários baixaram.
Em Junho de 2022, a remuneração média, excluindo as participações nos lucros e os prémios, dos trabalhadores a tempo inteiro era de 13.990 patacas, no que representou uma redução de 3,5 por cento, em termos actuais.

A tendência da redução dos ordenados foi comum a outras áreas, o que a DSEC explicou com o surto de 18 de Junho. “Em termos gerais, a remuneração média dos trabalhadores a tempo completo em Junho de 2022 baixou, dado que a situação pandémica ocorrida em meados de Junho fez com que nalguns ramos um grande número de trabalhadores ficasse de licença sem vencimento”, pode ler-se no comunicado.

Na área dos seguranças, também houve uma queda face ao período homólogo para 13.098 trabalhadores, menos 1,4 por cento em termos anuais. Os salários caíram 1,1 por cento em termos anuais, para 12.750 patacas.

No polo oposto, nos transportes, armazenagem e comunicações houve um crescimento dos trabalhadores, para 13.914, ou seja, 1,2 por cento, com os salários a caírem 4 por cento para 20.200 patacas por mês.

19 Set 2022

APOMAC | Suplemento de pensão leva a acusações de “discriminação”

Jorge Fão considerou que a medida de entrega de um suplemento extra da pensão de reforma deveria abranger todos os reformados, mesmo aqueles fora de Portugal, e recordou que entre 2011 e 2016 os cortes atingiram todos

 

A Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC) defendeu o alargamento a todos os reformados do suplemento extra de meia pensão. A posição foi tomada depois de o Governo português ter anunciado o pagamento de um suplemento extra com a pensão, a ser entregue em Outubro, que deixa de fora os pensionistas que vivem fora de Portugal. Esta opção é vista como discriminatória.

“Isto é muito injusto para connosco. Até chega a ter alguma dose de discriminação”, afirmou Jorge Fão, presidente da Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC), à Lusa.

Jorge Fão lembrou que todos os pensionistas da Caixa Geral de Aposentações portuguesa, incluindo os que vivem no estrangeiro, sofreram cortes devido à Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES), imposta pelo Estado português entre 2011 e 2016.

“O Governo deve alargar [o suplemento extra] a todos os reformados em todas as latitudes, porque quando cortou também cortou a todos. Se cortou a todos, então também deve pagar a todos”, defendeu o dirigente.

A 5 de Setembro, o primeiro-ministro português António Costa, no âmbito do pacote de medidas lançadas para combater a inflação, anunciou que os reformados vão receber um suplemento extra equivalente a meio mês de pensão pago de uma só vez em Outubro, para mitigar o impacto do aumento do custo de vida no rendimento.

No entanto, a resolução aprovada em Conselho de Ministros deixa de fora pessoas com pensões acima de 12 Indexantes de Apoios Sociais, ou seja, acima de 5.260 euros brutos mensais, assim como aposentados que vivam fora de Portugal.

Outro lado da moeda

Jorge Fão admitiu que a inflação em Macau, 1,38 por cento em Julho, é bem menor do que a registada em Portugal, 8,9 por cento em Agosto, mas lembrou que os reformados que vivem no território têm sofrido com a desvalorização do euro face à moeda local, a pataca.

Segundo dados da Autoridade Monetária de Macau, o euro estava sexta-feira a negociar a 8,08 patacas, longe do valor de 10,03 patacas registado no início de 2018. “No mínimo perdemos 20 por cento devido à taxa cambial”, lamentou Jorge Fão.

O pedido foi feito em duas cartas enviadas a António Costa e ao presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, na terça-feira. Jorge Fão disse acreditar que vivam na região chinesa cerca de dois mil reformados da antiga administração portuguesa de Macau, sendo que “algumas centenas” são membros da APOMAC.

19 Set 2022