Flora Fong SociedadeSin Fong | Empresa garante “tranquilidade” em dia de medalha de mérito [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Companhia de Construção e Investimento Ho Chun Kei, responsável pela construção do edifício Sin Fong Garden, defende que em momento algum tomou uma decisão que prejudicasse os proprietários das fracções do prédio. Prova disso, argumentou, é a inexistência de acusações, por parte dos proprietários, à empresa em causa. Em perigo de ruína desde 2012, depois de um relatório da Direcção dos Serviços para Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) mostrar que a resistência de algumas das colunas estruturais não atinge o critério exigido, o caso levantou a suspeita de negligência na construção. Questionado sobre o assunto, Ho Weng Cheong, um dos responsáveis da empresa de construção, galardoado, na segunda-feira por Mérito Industrial e Comercial, afirmou que até ao momento não recebeu qualquer queixa ou acusação por parte dos proprietários relativamente à construção do Sin Fong. “Posso dizer que estou de consciência tranquila. Nenhum proprietário acusou a empresa, só me pediram ajuda e eu mostrei sempre a minha preocupação e ajuda aos proprietários”, rematou.
Flora Fong Manchete SociedadePearl Horizon | Governo ajuda proprietários, mas retira terreno [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Governo oficializou a retirada da concessão do terreno do Pearl Horizon à Polytec, sendo que há mesmo a hipótese de ser aberto um concurso público para nova concessão do lote. O Executivo considera que o proprietário não consegue cumprir o prazo para construir o edifício. Na segunda-feira, numa conferência de imprensa, foi oficialmente anunciada a declaração de caducidade do lote onde estaria a ser construído o Pearl Horizon, a 25 de Dezembro, tal como o HM tinha avançado. Depois de ter criado um “grupo específico formado pelas Secretarias para a Administração e Justiça, para a Economia e Finanças e para os Transportes e Obras Públicas”, o Governo tinha garantido que iria fazer tudo de acordo com a lei. “Com base nas disposições da actual Lei de Terras e nos factos jurídicos do caso concreto, considerando os apelos dos interesses envolvidos na concessão do terreno, (…) a decisão é tomada de acordo com o procedimento legal”, começa por dizer o Executivo, que acrescenta que “foram ponderados os diversos factores, incluindo o interesse público, os interesses do concessionário e a defesa dos compradores dos edifícios em construção”. Num longo comunicado enviado após a conferência é explicado que o lote que seria dedicado ao Pearl Horizon foi concessionado com natureza provisória e que, “de acordo com o actual andamento da obra, o concessionário já não tem a possibilidade de concluir o aproveitamento do terreno no prazo estabelecido pela lei”. A culpa não é nossa No momento em que decorria a conferência, cerca de meia centena de proprietários de fracções do Pearl Horizon manifestavam-se em frente à Sede do Governo, depois de terem estado no Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM. Sob gritos de “o Governo é frio”, alguns deles disseram mesmo que se iam suicidar no local. A manifestação tomou proporções violentas, com os protestantes a tentar atacar os polícias, que criaram um cordão humano para evitar que estes se aproximassem da Sede. Wong, um dos compradores de pré-venda, assegurou ter gasto todo o dinheiro que tinha em poupança na compra de uma casa no Pearl Horizon. O homem considera que o Grupo Polytec tinha a responsabilidade de cumprir a promessa de concluir o projecto em 2018, promessa que foi, aliás, adiada por duas vezes. A polícia foi obrigada a alertar os manifestantes que poderiam ser incriminados pelo crime de desobediência qualificada caso não deixassem o local, já que a manifestação não foi autorizada, mas estes só saíram de frente da Sede do Governo – onde se reuniam Sónia Chan, Secretária para a Administração e Justiça, e outros responsáveis do Governo – depois das 19h00. Para a Polytec, a culpa da falta de aproveitamento do terreno é do Governo, com a empresa a falar de atrasos na emissão das aprovações e licenças necessárias. O Governo nega que seja assim. “A integridade e a qualidade dos projectos e da documentação entregues pelo requerente afecta directamente o tempo de apreciação. O projecto entregue deve observar a legislação em vigor e as respectivas exigências técnicas a fim de fornecer condições para a sua aprovação”, pode ler-se no comunicado. Compreensões sem soluções Sobre a informação de que os proprietários pretendem avançar para tribunal, o Governo diz que vai esperar pela decisão e, no caso de o concessionário perder o processo, retoma o terreno e “abre de novo um concurso nos termos da lei”, onde serão tidos em conta, garante Sónia Chan, os interesses dos compradores das fracções. Dentro da lei, diz, sem avançar pormenores. O Governo assegura “compreender o sentimento dos compradores dos edifícios em construção” mas, além de apelar a que expressem as suas opiniões “de forma racional”, diz apenas que estes “podem defender os seus interesses com base nas cláusulas do seu contrato-promessa de compra e venda, utilizando diversas formas, incluído o eventual recurso ao tribunal”. Na conferência de imprensa, Sónia Chan deu ainda conselhos aos compradores, como “o pedido reembolso, em dobro, do sinal pago à construtora” ou de uma indemnização. A Secretária realçou também que o Governo “vai ser solidário” e anunciou que o escritório de Gabriel Tong se ofereceu para disponibilizar consultas jurídicas gratuitas aos pequenos proprietários. O deputado, nomeado, já tomou algumas posições públicas sobre o assunto, mas Sónia Chan rejeita a existência de conflitos de interesse e garante que Gabriel Tong tratará de tudo “com profissionalismo”, relembra a Rádio Macau.
Flora Fong SociedadeSalário mínimo | Comissões de condomínios criticam aumento de despesas [dropcap style=’circle’]D[/dropcap]e acordo com o Jornal Ou Mun, 19 comissões de condomínios de edifícios habitacionais – incluindo o Edifício Hoi Keng e o Jardim do Mar do Sul – convocaram uma conferência juntamente com o Centro de Recursos de Gestão Predial da União Geral das Associações dos Moradores de Macau (Kaifong) no sábado passado, apontando que a implementação do salário mínimo para os trabalhadores de segurança na área de administração de propriedades não resolve as questões da qualidade das empresas de gestão. O representante de uma das comissões, de apelido Wong, explicou que algumas empresas de gestão duplicaram e triplicaram mesmo as despesas depois da aprovação do salário mínimo, que será implementado para o ano, mas não publicaram as contas depois das alterações, fazendo com que o aumento não traga consenso entre moradores e empresas. Além disso, defende ainda que algumas empresas declararam estar no direito de cancelar a gestão até ali feita caso os proprietários não concordem com os aumentos. Tal, argumentou, coloca os habitantes entre a espada e a parede: ou pagam ou a gestão dos prédios é suspensa. “Inaceitável” é a palavra que outros representantes usam para caracterizar os aumentos. É que a subvenção de rendimento já não abrange os trabalhadores de limpeza e de segurança – 4400 patacas mensais – depois do salário mínimo entrar em vigor. Assim, esperam que o Governo continue a atribuir a subvenção num regime temporário durante pelo menos um ano.
Flora Fong BrevesVistos individuais para turistas em iates no fim do ano A directora dos Serviços para os Assuntos Marítimos e da Água (DSAMA), Susana Wong, prevê que os vistos individuais para quem vem de iate a Macau de Zhongshan podem vir a ser implementados no final do ano. Segundo o Jornal Ou Mun, Susana Wong referiu que a empresa de gestão responsável pelo porto onde os iates atracam em Coloane já entregou o documento da sugestão de cobrança de despesas ao organismo e a directora já apreciou o conteúdo geral da proposta, pelo que acredita que vai publicar os detalhes em breve. Da parte do interior da China, Susana Wong referiu que o edifício do posto fronteiriço em Zhongshan já está preparado para os vistos individuais, faltando apenas a inspecção das instalações.
Flora Fong SociedadeEducação sexual | Associação pede reforma de ensino e especialistas [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Associação Promotora de Saúde de Macau espera que o Governo crie um regime de credenciação de professores especializados em Educação Sexual, de forma a que haja um novo modelo de aprendizagem desta disciplina nas escolas. A ideia, diz, é que haja uma melhoria na forma de ensino desta matéria que, está, do ponto de vista da Associação, atrasado. Segundo o Jornal do Cidadão, o presidente da Associação, Long Fong Kuan, afirmou, admitiu durante um seminário sobre sexo e saúde juvenil no sábado passado, que o Governo e as associações valorizam muito os conhecimentos de jovens sobre a actividade sexual. No entanto, o responsável diz que tem sido dado mais ênfase ao desenvolvimento fisiológico do corpo humano e à prevenção de doenças, deixando outros assuntos de fora. Isto, explica, “limita o entendimento” sobre o sexo. “É muito fácil fazer com que a população fique com uma impressão negativa sobre o sexo entre os jovens, ignorando elementos como a saúde sexual e o desenvolvimento desta prática”, frisou. Perspectivas Long Fong Kuan explicou que é preciso pensar pelo ângulo de promoção da saúde, ajudando os adolescentes a ultrapassarem as mudanças mentais e físicas próprias do crescimento. Assim, o presidente sugere a criação de um regime de credenciação de professores especializados em Educação Sexual. Consolidar o papel dos pais como educadores de sexo é outro ponto considerado importante pela Associação Promotora de Saúde de Macau. O presidente diz que os progenitores devem responder de forma activa e positiva às perguntas levantadas pelos seus filhos sobre sexo, promovendo a comunicação na família. Além disso, defende ainda a reforma no sistema de ensino de Educação Sexual, advogando um sistema com um conteúdo mais diversificado que frise a importância do sexo para a saúde. No mesmo seminário, o investigador do Centro de Estudos do Sexo da Faculdade de Medicina da Universidade de Pequim, Meng XianWu, defendeu que a aprendizagem de conhecimentos sobre esta matéria e sobre as mudanças no crescimento pode ajudar a evitar crimes sexuais e comportamentos negativos associados a esta prática. DSEJ promove educação sexual com associações A Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) vai organizar até Fevereiro do próximo ano a 6ª edição da “Actividade Promotora da Educação Sexual na Comunidade”, em conjunto com dez associações. Segundo um comunicado da DSEJ, o tema desta edição será “conhecer as armadilhas na rede” e visa fazer com que “crianças e jovens tomem consciência da segurança que devem ter ao utilizar a internet, evitando cair nas armadilhas da rede, reforçando o sentido de auto-protecção. A actividade ajudará também os pais/encarregados de educação a melhorar a Educação Sexual dos seus educandos”, pode ler-se.
Flora Fong Manchete SociedadePearl Horizon | Rejeitada prorrogação de concessão de terreno à Polytec. Proprietários vão a tribunal [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Grupo Polytec assegura que o seu pedido de prorrogação da concessão do terreno onde está a ser construído o Pearl Horizon foi rejeitado. O Governo disse que iria dar informações sobre o caso apenas no dia 10, mas a empresa responsável pela construção do edifício fez um aviso público onde assegura já saber do resultado. Na mesma nota, o colectivo assegura estar preparado para avançar com o processo para tribunal, alegando que a culpa reside no atraso da obra. O Grupo Polytec adiantou-se ao Executivo, publicando a notificação em Hong Kong, onde refere que já havia recebido a resposta por parte do Governo no final do mês passado, conforme notícia do jornal All About Macau. O grupo emitiu também uma declaração no Jornal Ou Mun, onde afirma que após consultar opiniões da sua equipa de assessores jurídicos, vai argumentar que a falta de um período de transição na nova Lei de Terras e a ausência de uma medida de recuperação de tempo prorrogação em tribunal, algo que levou a “problemas administrativos e de apreciação por parte do Governo”. Confiança na barra Assim, o grupo diz ter todos os argumentos para vencer na barra dos tribunais. O intuito, adiantam, é que lhes seja atribuído mais tempo para desenvolver o lote. A via jurídica é, dizem, “mais viável e rápida”, sem esquecer que é a melhor forma de proteger os interesses de proprietários do Pearl Horizon. O Grupo Polytec acrescentou que , caso os tribunais administrativos decidirem que os atrasos no desenvolvimento da obra foram causados pela lentidão das acções do Executivo, a ideia é “recuperar um volume de tempo razoável” para finalizar o projecto. “A empresa declara seriamente que vai fazer os possíveis para dar início à proposta para apresentar no tribunal em breve, investindo todos os recursos necessários para assegurar que o Pearl Horizon fique concluído em 2018”, escreve o grupo. O All About Macau avançou ainda que após publicação da notícia, a cotação das acções do grupo caiu 6,5% no mercado de acções na cidade vizinha.
Flora Fong Entrevista MancheteAndy Chan: “É preciso dar atenção aos problemas emocionais dos funcionários públicos” Psicólogo e investigador, Andy Chan defende que há necessidade de melhorar a prevenção das doenças mentais em Macau, sobretudo a depressão, principal origem dos suicídios registados. Andy Chan deseja lançar um programa de apoio aos funcionários públicos e diz que os profissionais estão “limitados” pela ausência de um regime de credenciação Quais são os trabalhos principais desenvolvidos pela Sociedade de Pesquisa de Psicologia de Macau? Queremos aumentar os conhecimentos de psicologia dos trabalhadores de várias áreas, bem como proporcionar terapia para pais e filhos. Realizamos estudos e fóruns para aumentar a qualidade dos profissionais. Só não oferecemos aconselhamento psicológico porque temos de aguardar pelo Regime de Credenciação dos Profissionais de Saúde. Dados dos Serviços de Saúde (SS) mostram que, nos primeiros nove meses do ano, o número de consultas de saúde mental no São Januário e centros de saúde aumentaram 3,2% e 26,6% face a 2014. Quais as razões para estes números? Olho para esses número com dois pontos de vista. Primeiro, o aumento de consultas só prova que mais pessoas procuram este serviço. Mas será que isso mostra que o número de doentes mentais aumentou? É preciso outros estudos para analisar isso. Olhando pelo lado económico, não se exclui a possibilidade da queda das receitas do Jogo afectar a saúde mental dos cidadãos. Para além dos dados dos SS, de facto o número de consultas aumentou recentemente, não só sobre saúde mental mas também sobre questões como autismo, depressão ou temas ligados às crianças. Os profissionais da área são suficientes? Existem poucas pessoas que têm licenças profissionais para exercerem a profissão de terapeutas e psicólogos, por isso o número não é suficiente para os serviços em Macau. A maioria dos nossos membros não tem trabalho na área de Psicologia a tempo inteiro, apesar de serem diplomados. Em Macau poucas pessoas formadas em Psicologia trabalham na área por causa da questão da credenciação e muitas são excluídas pelas suas qualificações, pelo que não podem apresentar o diploma. Excepto os que trabalham no Governo ou nas instituições de serviços sociais. Os serviços comunitários conseguem integrar de forma adequada os serviços de saúde mental? Penso que sim, mas podem não ser suficientes para satisfazer as necessidades. As instituições comunitárias oferecem aconselhamento psicológico mas há muitos pedidos de consultas e, quando se atinge o limite, não aceitam mais pedidos. Assim como é que as pessoas podem pedir ajuda? Disse ao jornal Ou Mun que é necessário dar mais atenção aos problemas emocionais que podem dar origem ao suicídio, no âmbito da morte de Lai Man Wa (ex-directora dos Serviços de Alfândega). É preciso dar mais atenção aos problemas emocionais dos funcionários públicos? Sim. Estamos a pensar cooperar com a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) para apresentar o “Programa de Assistência aos Funcionários”. Esse projecto já existe em Taiwan desde a década de 80 e o Governo promove-o activamente junto de todos os funcionários públicos. O programa visa conhecer os problemas mentais do trabalhador e as suas relações pessoais e familiares e ver o que pode afectar o seu trabalho. A DSAL disse que apoiava o programa, mas apenas nos pediu para disponibilizarmos uns cursos e que os serviços de terapia só poderiam ser criados de forma gradual, devido à diferença de culturas entre Macau e Taiwan e os recursos existentes. Se este programa for para a frente, acredito que irá disponibilizar mais meios para que os funcionários públicos possam resolver os seus problemas. O programa poderia, de facto, prevenir o suicídio ou os problemas mentais dos funcionários públicos? Para além do programa, acho que é necessário consolidar a promoção. Actualmente apenas as grandes associações fazem a promoção da prevenção do suicídio, como a Cáritas de Macau, a Associação Geral das Mulheres ou os SS. Mas os efeitos dessa promoção não se fazem sentir e penso que as formas de promover a questão devem ser alteradas. Segundo as estatísticas da Organização Mundial de Saúde (OMS), a maioria dos casos de suicídio tem origem na depressão e podemos começar aí a promoção. Também acho viável a realização de testes de depressão online para que os cidadãos reconheçam a sua importância e possam ir a consultas quando suspeitam que sofrem desta doença. Mas não existem muitos serviços em Macau. Há motivação dos cidadãos para procurarem esse tipo de serviços? Tem sido maior nos últimos anos, porque foram realizadas mais actividades. Antes a promoção da saúde mental era pouca. Mas agora vejo que umas operadoras de Jogo estrangeiras dão mais atenção a esta questão e recrutam terapeutas para dar tratamento aos seus funcionários. Outras empresas poderiam aprender com isso. Para além da realização de seminários, seria bom lançar revistas mensais sobre o tema e promover a comunicação entre colegas e famílias. A OMS prevê que até 2020 a depressão poderá tornar-se a segunda maior doença do mundo, depois das doenças cardíacas. Macau está a fazer trabalhos suficientes para prevenir este problema? Os recursos são suficientes? Acredito que há margem de melhoria, há muitos trabalhos de prevenção que poderiam ser feitos. Não só os pacientes podem descobrir melhor que sofrem de depressão, como, através da educação, as pessoas à sua volta podem detectar os sintomas mais cedo. Existem poucos casos de depressão em que são os pacientes que pedem ajuda directamente, sobretudo os casos mais graves. Mas a família, amigos ou colegas podem ajudar a descobrir os sintomas. Em relação às instalações, acredito que os SS vão contratar mais mão-de-obra e apostar nas instituições dos serviços sociais. Acredito que a implementação do Regime de Credenciação pode fazer com que mais pessoas trabalhem na área da Psicologia. Os licenciados actuais acabam por enveredar por outras áreas. É verdade que é difícil encontrar um trabalho depois da licenciatura em Psicologia. Muitos podem optar por um trabalho na área comercial ou de publicidade, bem como na área dos recursos humanos, onde podem aplicar um pouco do que aprenderam em Psicologia. Posso dar o exemplo de um membro da nossa Sociedade, que fez um mestrado em Psicologia e tirou a licenciatura numa outra área e que já não conseguiu candidatar-se à Função Pública, nem ter a qualificação de terapeuta reconhecida pelo Governo. Isso faz com que não consiga encontrar trabalho. Na psicologia é mais importante ter experiência, não bastam as teorias, mesmo que se aprendam muitas. Como agora não existe desenvolvimento na área, menos estudantes optam por estudar Psicologia. Em relação ao Regime de Qualificação, ainda não há uma proposta final. Tem algumas opiniões sobre o conteúdo? Há mais de um ano que essa proposta não é discutida e já sofreu várias alterações. Parece-me um bom progresso o facto do regime permitir aos estudantes que fazem o curso fora de Macau e que querem a credenciação realizar o estágio não apenas no hospital público. Isso faz com que sejam formados mais profissionais. O Secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, admitiu no debate das Linhas de Acção Governativa que o Governo publicou demasiados pormenores sobre casos de assédio sexual. Concorda com isso? Isso poderá ter afectado as vítimas? Concordo. É preciso proteger melhor as vítimas, porque quando voltarem a ler notícias, podem sofrer de stress pós-traumático. Mas prefiro dar mais atenção aos criminosos que poderão voltar a cometer o mesmo crime. O que é que a sociedade pode fazer mais para promover a saúde mental? Nas escolas primárias e secundárias podem ser disponibilizados maiores conhecimentos sobre a saúde mental e as relações familiares, e também ao nível da educação sexual. Tudo para que os alunos possam saber pedir ajuda e prevenir problemas, e também pode ajudar a que os estudantes fiquem mais interessados por psicologia. Podem também promover-se mais seminários para que os pais transmitam mais conhecimentos de psicologia aos seus filhos. Acredito que uma boa comunicação entre familiares é fundamental para o bom crescimento das crianças.
Flora Fong PolíticaAssociação apresenta ao Governo proposta de conselho de gestão distrital [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Associação de Iniciativa de Desenvolvimento Comunitário de Macau sugeriu a criação de um conselho distrital de gestão que seja responsável pela escolha de deputados que representem cada distrito. “Um conselho distrital pode resolver e acompanhar os problemas da vida da população, enquanto a AL se concentra em elaborar leis e supervisionar a elaboração e execução de estratégias do Governo, bem como o orçamento de finanças públicas”, começaram por explicar. Este órgão deverá funcionar de forma complementar à Assembleia Legislativa (AL). Conforme notícia do Jornal Ou Mun, os membros da associação, incluindo os dois deputados pró-democratas Au Kam San e Ng Kuok Cheong, juntamente com Ieong Man Teng e Lei Man Chao, avisaram que vão apresentar a sugestão ao Chefe do Executivo. Os membros sugerem dividir Macau em cinco distritos, de acordo com a proporção populacional, que deverá por sua vez determinar o número de deputados do conselho de gestão distrital. Propõem ainda que este colectivo seja composto por 30 membros, divididos pelos distritos central, sul, noroeste, nordeste e das ilhas. A Associação espera que este conselho posse realizar reuniões plenárias de forma periódica, tendo em conta a participação de representantes do Governo para discutir planos de trabalho. “Acreditamos que pode aumentar a participação política de cidadãos, faz com que a governação aproxima mais a vida da população”, indicaram.
Flora Fong BrevesSJM | Incêndio “não afecta” conclusão do Lisboa Palace [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] presidente do Conselho de Administração da Sociedade de Jogos de Macau (SJM), Ambrose So, assegura que o incêndio que teve lugar no Lisboa Palace, na semana passada, não afecta a data de conclusão do projecto. Foi no dia 28 de Novembro que vários materiais de madeira começaram a arder no lote de construção daquele empreendimento, de onde mais de dez trabalhadores foram retirados sem ferimentos graves. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, Ambrose So explicou que a PJ ainda está a investigar a causa do incêndio. No entanto, acrescentou que o incidente não vai afectar a data de inauguração do novo complexo da SJM. A data de conclusão mantém-se assim para o quarto trimestre de 2017. O responsável considera que, como as data de abertura do novo resort e da ponte entre Hong Kong, Zhuhai e Macau são próximas, o empreendimento Lisboa Palace vai ter impactos positivos para a SJM a longo prazo. Questionado sobre a queda das receitas do Jogo, Ambrose So prevê ser “difícil voltar aos valores de antes”, mas acredita num aumento e estabilidade das receitas em Dezembro. Mas espera que o Governo tome mais medidas para estimar o volume de turistas em Macau, equilibrando a capacidade de recepção e distribuição por locais de visita.
Flora Fong SociedadeDireito | Susana Chou quer Macau com quadro jurídico próprio [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] ex-presidente da Assembleia Legislativa (AL), Susana Chou, criticou o actual sistema legislativo de Macau, apelidando-o de inteligível e mal traduzido. Assim, sugere que seja criado um quadro jurídico próprio e uma revisão da tradução das leis antigas de Português para Chinês. Susana Chou e Peter Lam, presidente e vice-presidente da Associação de Caridade Tong Chai, realizaram ontem uma conferência para apresentar o resultado dos trabalhos da Associação nos últimos seis anos. Ambos explicaram que no plano de talentos bilíngues de Chinês e Português, na área de Direito, participaram 52 estudantes, enquanto 11 já concluíram a formação. Susana Chou prevê que o número de formados possa chegar aos cem dentro de cinco anos. A ex-presidente da AL discursou sobre a falta de um sistema jurídico em Macau, sublinhando o problema das traduções. “Existem muitos erros na tradução de leis. Antes de 1992, o Chinês não tinha posição legal em Macau, mas depois disso, o problema passou a ser a falta de talentos bilíngues”, disse. Susana Chou avançou que a Lei Básica regulamenta que o regime jurídico original não pode mudar, mas considera que, depois da transferência de soberania, o desenvolvimento económico e político é diferente do de Portugal, pelo que o facto da base jurídica ainda estar de acordo com as leis antigas “de outro país”, incluindo os seus cinco maiores Códigos, não é positivo. “Formar talentos bilingues em Direito é muito importante, sofri muito durante dez anos em funções quando era presidente da AL, porque nunca ninguém entendia verdadeiramente as leis de Macau”, lamentou. “Macau não elaborou as leis de acordo com a situação real de economia ou da sociedade”, indicou.
Flora Fong BrevesDrones | Proposta de regulamentação até Janeiro [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] director da Autoridade de Aviação Civil de Macau (AACM), Chan Weng Hong, assegura que quer apresentar a proposta da regulamentação relativa ao uso de drones em Janeiro do próximo ano. Esta legislação deverá ajudar a regulamentar as filmagens aéreas na região. Segundo o Jornal do Cidadão, Chan Weng Hong afirmou que cada vez mais pessoas usam os mecanismos aéreos não pilotados e o Governo já recolheu todas as opiniões dos serviços respectivos sobre a regulamentação de drones no final do mês passado. Estas estão agora a ser organizadas. “A AACM e o Secretário para a Segurança já se reuniram várias vezes, pelos que as autoridades vão efectuar este regulamentação rigorosa acerca do uso de drones, que espero ser apresentada no próximo mês”, afirmou. O passado mês de Abril marcou o incidente de um drone cujo dono perdeu o controlo, acabando por destruir o vidro de um carro e provocado um incêndio. O deputado Mak Soi Kun também criticou, numa interpelação escrita, que o Regulamento de Navegação Aérea de Macau não consegue regulamentar os drones com poder de distância de menos de sete quilómetros, pedindo assim uma lei ou regulamento que melhor supervisione este tipo de aparelhos.
Flora Fong PolíticaInspecção de Jogos | Melco e MGM esperam supervisão mais forte [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s responsáveis pelas operadoras Melco Crown e MGM estão à espera de mais supervisão no que ao Jogo diz respeito agora que Paulo Chan está ao leme da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ). Uma das esperanças de Lawrence Ho e Grant Bowie é que o novo director reveja “totalmente” os regulamentos e leis do Jogo e ainda que colabore mais com as operadoras. Ao Jornal Ou Mun, o director-executivo da Melco Crown Entertainment, Lawrence Ho, disse esperar que Paulo Chan continue a desenvolver o mercado do Jogo de forma saudável, mas também que reforce a supervisão das salas VIP. Questionado sobre o que espera sobre a revisão a médio-prazo das licenças de Jogo, Ho diz que o mais importante é a justiça. “O Governo pode dar notas às seis operadoras de Jogo de acordo com o investimento feito no sectores extra-jogo. É como se fosse uma escola: há alunos bons e maus e acho que a Melco Crown é uma boa aluna”, atira, considerando que o Governo consegue perceber bem, se analisar, o resultado dos esforços das operadoras. Já Grant Bowie, director-executivo da MGM, disse que um dos objectivos com o novo director da DICJ é manter uma cooperação próxima de forma a que as políticas entrem também em acordo com a operação das empresas. “A comunicação entre as concessionárias de Jogo e a DICJ é importante, porque só através dessa cooperação Macau pode tornar-se uma cidade competitiva”, indicou ao mesmo jornal. “O sector do Jogo entrou num período de ajustamento e a sociedade acha que a queda em cadeia das receitas dos promotores de Jogo é o grande problema do sector. Apesar da questão dos empréstimos das salas VIP não ser tratada por operadoras de Jogo, é preciso consolidar a supervisão e o modelo de gestão destes”, concluiu Bowie.
Flora Fong PolíticaRegulamento sobre abate de motas aguarda entrada na AL [dropcap style=’circle’]F[/dropcap]inalmente, a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) já concluiu a elaboração da proposta de revisão ao plano de subsídio para eliminar as motas mais poluentes, uma medida de combate à poluição há muito esperada. A proposta já está na lista de espera para apresentação na Assembleia Legislativa. A novidade foi dada numa resposta a uma interpelação da deputada Kwan Tsui Hang, que questionou o Governo sobre a calendarização do referido plano de subsídio. O abate deste veículos poluentes deveria ter sido implementado ainda este ano, mas o passo dos trabalhos revela o contrário. O director da DSPA, Vong Hoi Ieong, respondeu que, recentemente, através da recolha de opiniões e sugestões, os residentes concordam com o plano de apoio financeiro para eliminar os veículos altamente poluidores. No entanto, na parte de abate de veículos a diesel, o director defende que há uma série de aspectos e âmbitos complexos, incluindo o aumento do critério de emissão de veículos para o nível cinco do padrão europeu de emissões, antes da implementação do financiamento. Foi ainda considerada a necessidade da cedência de um grande terreno para colocar os veículos para abate. “Depois de avaliação e análise integradas, actualmente só existem condições qualificadas para subsidiar a eliminação de motociclos de combustão interna a dois tempos. A DSPA já concluiu a elaboração da proposta do regulamento em relação ao plano de subsídio e já pediu que o documento entre em processo legislativo”, revelou o director na resposta. Outra proposta do regulamento sobre o critério de emissão de veículos foi também concluída pela DSPA e pela Direcção dos Serviços para Assuntos de Tráfego (DSAT). Sobre esta, Vong Hoi Ieong revelou que está a analisar o resultado de um estudo requerido.
Flora Fong SociedadeColoane | Moradores rejeitam habitação pública nas colinas [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Associação Poder do Povo sugeriu que se construísse habitação pública nas colinas de Coloane, mas os moradores da vila de Hac Sá Chun e um membro do Conselho de Planeamento Urbanístico (CPU) rejeitaram esta ideia. Em vez de ali se edificar mais betão, pedem que primeiro se utilize os terrenos não aproveitados para equilibrar o desenvolvimento da cidade com a preservação da natureza. A ideia foi dada pela Associação Poder do Povo que entregou, no início de Novembro, uma carta ao Chefe do Executivo sugerindo desenvolver as colinas de Coloane para criar habitação pública. No programa “Macau Talk” do canal chinês da Rádio Macau, o membro do CPU Lam Iek Chit, o presidente da União Macau Green Student, Chan Chong Meng, e o presidente da Associação de Mútuo Auxílio dos Moradores de Hac Sa Chun discutiram esta ideia. Kam, um ouvinte que interveio no programa, considera que esta é a única opção de Macau. No entanto, o membro do CPU não considera necessário desenvolver a fundo as colinas de Coloane, justificando que ainda existem terrenos não utilizados em Seac Vai Pan. Além disso, disse, será criada mais habitação pública nos novos aterros e tal será suficiente para acomodar 120 mil pessoas, número que diz chegar para suprir a escassez nos próximos 20 anos¬. “Actualmente o plano director urbanístico ainda não começou e caso se desenvolvam novas zonas nas ilhas será uma coisa para durar mais de dez anos. Pelo ponto de vista da eficiência, desenvolver os terrenos desocupados é o mais óbvio”, indicou. Chan Chong Meng, presidente da União Macau Green Student, optou por apontar que a área verde per capita no território é de 13 a 15 metros quadrados, correspondendo apenas ao critério mínimo da Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de nove metros quadrados. No entanto, considera que para manter a qualidade de vida e de ar dos cidadãos de Macau, é preciso equilibrar o desenvolvimento da cidade e a preservação de espaços verdes. “Coloane tem uns bairros velhos que podem ser reordenados e revitalizados e é adequado que uma parte dos cidadãos viva lá”. Para Ng Kun Cheng, presidente da Associação de Mútuo Auxílio dos Moradores de Hac Sa Chun, faz sentido desenvolver factores turísticos em Coloane, mas o presidente rejeita a ideia de desenvolver construção naquela zona. Isto porque, disse, considera que se trata de uma medida irresponsável para com as próximas gerações.
Flora Fong SociedadePearl Horizon | Grupo Polytec critica protesto dos proprietários Os manifestantes entraram dentro do escritório da empresa, destruíram vasos de flores e ameaçaram ferir-se, atirando-se do terceiro andar. Para além disso, sujaram a piscina [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Grupo Polytec, construtor do edifício Pearl Horizon, criticou a “forma violenta” de manifestação dos proprietários de fracções no edifício. Depois de um protesto, no sábado passado, houve vários danos financeiros e muita desordem, diz ainda o grupo. Mais de uma centena de proprietários do Pearl Horizon organizaram uma manifestação junto aos escritórios do Grupo Polytec, convocando o presidente, Or Wai Sheum, para conversar com os manifestantes. A ideia era clara: os protestantes queriam que o presidente resolvesse a questão do fim da concessão do terreno, que acontece este mês. O Governo, recorde-se, tem direito a ficar novamente com os lotes, já que passou o prazo de aproveitamento da terra. Mas algumas pessoas compraram já apartamentos em regime de pré-venda. De acordo com o canal chinês da Rádio Macau, os manifestantes entraram dentro do escritório da empresa, destruindo vasos de flores e ameaçando ainda ferir-se, atirando-se do terceiro andar. Numa declaração publicada no Jornal do Cidadão, o Grupo Polytec reage aos acontecimentos e indica que esta manifestação não respeitou os direitos e deveres civis sendo um “desafio à lei”. O grupo considera que os protestos devem ser feitos de forma pacífica e racional, sem invadir propriedades privadas sem autorização e sem causar qualquer desordem ou incómodos a outros moradores. “Entre os manifestantes, existiam moradores do edifício Ville de Mer que abriram a porta da entrada para que os protestantes entrassem. O nosso grupo verificou que a água da piscina ficou suja por causa do protesto. Perdemos pelo menos 30 mil patacas”, pode ler-se no comunicado. O Grupo Polytec não exclui a possibilidade de avançar com uma acusação em tribunal, mas garante que irá tentar procurar uma resolução que também proteja os direitos dos próprios proprietários. “Acreditamos que existem meios suficientes para os compradores expressarem a sua opinião, não sendo a manifestação a única forma para o fazer. Nós devemos resolver o problema juntos, não ficar em posições opostas e causar este tipo de conflitos”, indica o grupo. O Governo já prometeu que irá publicar, no dia 10 deste mês, a decisão sobre o anúncio de caducidade da concessão de arrendamento do terreno, passados 25 anos. Segundo a Lei de Terras, o Governo deveria recuperar o terreno apesar de o projecto não estar concluído.
Flora Fong SociedadeSão Januário | Alargamento de horários é bom, “se não prejudicar trabalhadores” A medida de alargar os horários do hospital público, idealizada por Alexis Tam, agrada a alguns profissionais da área da Saúde. Mas o alerta é dado: é preciso garantir que os recursos humanos não serão sobrecarregados [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]ideia apresentada por Alexis Tam, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de “usar um hospital como dois”, ou seja, alargar os horários do Centro Hospitalar Conde de São Januário até que esteja concluída a construção do Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas, prevista para 2020, parece agradar aos profissionais da área. Em termos claros, a ideia é que os residentes possam ir a consultas de especialidade também à noite. “Tendo em conta que a ideia é oferecer aos utentes novos horários, permitindo que os mesmos não tenham que muitas vezes faltar ao trabalho, ou ter de ir a uma consulta de manhã, [concordo]. Assim, é melhor ter uma consulta às 19h00. Concordo, só podia concordar”, indicou Estela Loureiro, médica, actualmente do serviço privado. No entanto, este novo cenário idealizado pelo Secretário “não pode prejudicar os recursos humanos do próprio hospital”, apontou, frisando “que os profissionais não poderão trabalhar mais horas”. Um médico de Cirurgia, que preferiu manter o anonimato, indicou ao HM que “está é uma ideia muito vaga”. A concretizar poderá funcionar mas “é necessário apostar nos recursos humanos”. “Não sei quantos serão precisos. 200 [profissionais]? Talvez mais? E este pessoal precisará também de formação”, indicou ao HM, argumentando que também os profissionais que irão fazer parte dos quadros do novo hospital, quando construído, precisam “de formação” que só o actual hospital público poderá dar. “Não sei como será. Não sei”, apontou. Alexis Tam falava em adicionar mais dois mil profissionais de saúde ao hospital devido à nova ideia. A outra face Para Winnie Wai (nome fictício), enfermeira do hospital, a ideia de Alexis Tam não é viável, sendo até “completamente absurda”. “Em Macau existem 1800 enfermeiros. Conforme o critério internacional, cada mil residentes deve ter quatro enfermeiros, agora a população de Macau é de cerca de 600 mil, estão em falha mais de 700 enfermeiros, ou seja, não correspondemos ao critério”, defendeu. Actualmente, diz, o cenário é de um excesso de horas de trabalho constante. “Estamos muitos saturados”, apontou. “O limite de horas para ser excesso de trabalho é de 300 horas, no meu caso, ultrapasso quase sempre as 260 horas e agora o Governo ainda diz que podemos trabalhar além do limite para recuperar rendimentos”, argumentou. Mãos amigas Se não conseguir recrutar, o Governo vai aumentar a carga horária e a pressão dos enfermeiros e de todo o restante pessoal, sendo que, aponta a enfermeira, os trabalhos por turnos são sempre muito mais cansativos. “É verdade que o número de mão-de-obra está a aumentar, mas é preciso perceber que os novos profissionais não conseguem ajudar nos primeiro meses de trabalho, são precisos pelo menos três a seis meses de trabalho”, indicou. “Ninguém está preocupado com a saúde dos enfermeiros, também nós podemos ficar doentes e cansados. Percebo que o Governo queira ajudar os residentes, mas nós também somos residentes, também precisamos de boas condições”, rematou. Questionada sobre a conclusão do novo hospital, a enfermeira considera que será sempre necessária a aquisição de novos equipamentos e de aumentar as equipas de profissionais numa maior escala, visto que a actualmente a oferta não corresponde à procura.
Flora Fong Ócios & Negócios Pessoas“The Royal”, restaurante de take-away | Tong Wu, sócio Para quem trabalha a horas tardias ou tem apenas um ‘ratinho’ no estômago a altas horas da noite é possível, agora, encontrar refeições e sobremesas a preços razoáveis. É que os Nam San, na Taipa, contam com mais um restaurante “The Royal”, especializado precisamente nisso [dropcap style=’circle’]C[/dropcap]hama-se “The Royal” e é bem fácil de encontrar no meio dos Nam San, com as suas cores de madeira clara e um balcão com jovens sorridentes a atender. Este não é o primeiro restaurante “The Royal”, mas é o mais recente e tem um elemento especial: a falta de espaço para cadeiras e mesas faz com que os clientes tenham de saborear em casa as sobremesas e pratos principais. E começámos pelas sobremesas porque é, aparentemente, o que agrada aos clientes do espaço. São Parfaits, Waffles, Crepes, Pastéis Mil Folhas, Panna Cotta e gelados do que mais gostam os clientes deste restaurante. Apesar do novo espaço – que abriu há menos de um mês –, o “The Royal” é, na verdade, uma cadeia de restaurantes que não tem apenas negócios em Macau, mas também em Hong Kong e no interior da China. “O primeiro restaurante já foi criado em Hong Kong há vários anos, mas percebemos que o mercado de sobremesas já estava saturado, então o nosso director-geral tentou investigar em Macau e descobriu que aqui há mais espaço de desenvolvimento. O primeiro restaurante foi aberto, então, nos Três Candeeiros”, conta ao HM Tong Wu. Em dois anos, a empresa conseguiu abrir o segundo restaurante, no Fai Chi Kei, e os seguintes na Taipa e em Cantão. Agora, o “The Royal” chega aos edifícios Nam San, em frente ao Jockey Club, bem ao lado da torre 4. Uma localização que parece ir de encontro à ideia dos investidores, que é oferecer comida e sobremesas à noite e de madrugada, para quem trabalha até tarde ou para quem tiver aqueles ataques de gula depois do jantar. “Operamos consoante o estilo de vida dos cidadãos e oferecemos sobremesas especiais”, explicou Tong ao HM. “As sobremesas têm o tema de ‘fusão internacional’ e os ingredientes são provenientes do Japão e de Taiwan, via aérea”, explica o sócio, acrescentando que a qualidade é importante e, por isso, “os gelados do restaurante são da marca Movepick, da Suíça”. Tong Wu explicou que as bebidas como chás de ervas, batidos de leite e cafés são também muito procurados por clientes. Este restaurante na Taipa é apenas para “take away” e está aberto das 22h00 às 2h00 da manhã. Nesta ilha existem poucos restaurantes que se especializam em sobremesas, diz Tong, ao mesmo tempo que oferecem pratos rápidos, como massas e arroz, ao mesmo tempo. Surgiu, assim, a ideia de tentar expandir negócios na Taipa. Tong Wu explica que a decisão de criar um local onde as pessoas podem apenas ir levantar as refeições, sem terem hipótese de se sentar, tem a ver com o pedido de licença ao Governo, que é mais fácil para take aways do que para abrir um restaurante comum. Além dos quatro restaurantes, o “The Royal” tem uma fábrica de produção de ingredientes básicos na Avenida do Almirante Lacerda, de forma a conseguir diminuir o tempo de processamento das refeições feitas nos restaurantes, bem como para “manter a qualidade da comida”. O objectivo é conseguir servir o cliente rapidamente, a preços cómodos, que começam nas 24 patacas. A cozinha molecular é também um dos novos focos do “The Royal”. “A reacção dos clientes é melhor do que imaginávamos, mesmo que a loja se localize numa rua interior. Acho que é porque os tipos de sobremesas são diversos e muitas pessoas escolhem o nosso restaurante”. “The Royal” promove ainda um buffet de sobremesas às horas de lanche, jantar e ceia. Na loja dos Nam San, por exemplo, os clientes conseguem, nestas horas, comprar as sobremesas com 20% de desconto. Há ainda sobremesas de época, que não existem sempre. O modelo de negócio foi também pensado pelos donos do restaurante, já que este tem ainda uma agência para os ajudar a procurar parceiros para abrir mais lojas de “take away”. O futuro pode ser por aí, até porque Tong Wu explica que este modelo pode ajudar a diminuir despesas de operação e o tempo necessário para abrir um restaurante.
Flora Fong SociedadeCerca de 30% dos estudantes ignoram classificação do Centro Histórico [dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m inquérito da Associação de Estudantes Chong Wa de Macau mostra que cerca de 30% de alunos de escolas secundárias não sabem que o Centro Histórico de Macau já faz parte da lista do património mundial classificado pela UNESCO. A Associação questionou cerca de 900 estudantes do 7º ao 12º de escolaridade, de um total de 15 escolas secundárias. O resultado revela que cerca de 30% dos inquiridos não compreendem que a zona do Centro Histórico deve obedecer a uma protecção especial, ainda que já tenham passado dez anos sob a sua classificação. O mesmo inquérito mostra que 40% dos estudantes afirma gostar dos monumentos, sendo que 70% diz achar viável aumentar o turismo através destes monumentos. Mais de metade dos entrevistados consideram que a salvaguarda do património deve ter em conta as tradições culturais, enquanto que 20% acredita que o património ajuda a fomentar o desenvolvimento económico. A Associação de Estudantes Chong Wa acha que a classificação feita pela UNESCO é um facto que não está directamente ligado com a vida da população, defendendo que é preciso maior divulgação na internet. Segundo o jornal Cheng Pou, a Associação considera ainda que é urgente resolver o “conflito” existente entre a protecção do património cultural e a necessidade de mais terrenos.
Flora Fong PolíticaLAG 2016 | Wong Sio Chak recebe nota média dos deputados [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s deputados mostraram-se ontem satisfeitos, no geral, com as respostas do Secretário para a Segurança durante o debate que sucedeu à apresentação das Linhas de Acção Governativa da sua tutela. Ho Ion Sang, que se questionou acerca da instalação de câmaras de videovigilância, foi um deles, dizendo estar contente com a resposta do Secretário. “Wong Sio Chak afirmou que as videovigilâncias vão abranger os pontos com mais incidência criminosa, bem como os sítios onde tem lugar imigração ilegal”, disse ao HM, ainda que acrescentado que, no entanto, há uma das respostas que não agradou muito: esta está relacionada com a cooperação de trabalhos interdepartamentais do Gabinete do Chefe do Executivo com os Secretários para a Administração e Justiça, para a Segurança e para Transportes e Obras Públicas no que toca à montagem das câmaras. “Na fase inicial, os trabalhos são da responsabilidade do Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas e os Serviços de Polícia Unitários participam. No entanto, não me parece que tenha sido essa a mensagem passada pelo Secretário”, argumentou. “Receio que se gaste demasiado dinheiro numa coisa que pode não resultar em nada”, lamenta. Quanto à questão de imigração ilegal após obtenção da jurisdição das águas, Ho Ion Sang considera a matéria desafiante, mas Wong Sio Chak defende a ideia de consolidar a execução das leis, bem como de rever os regulamentos respectivos para aumentar a multa, algo positivo para Ho Íon Sang. Voto de confiança Já o deputado Chan Meng Kam mostrou-se confiante no desempenho do Secretário, referindo que ele “assegurou” que vai rever as leis”. Além disso, afirma ainda que viu as suas questões esclarecidas, nomeadamente sobre o crime nas salas VIP. A propósito da fusão de departamentos do Gabinete de Coordenador de Segurança com as Forças de Segurança, disse-se satisfeito. É que, argumenta, “os trabalhos dos dois Departamentos de Gestão de Recursos da Direcção dos Serviços das Forças de Segurança e o Corpo de Polícia de Segurança Pública sobrepõem-se”. No que toca à criação de um centro de segurança da rede, o deputado Chan Meng Kam espera que Wong Sio Chak explique melhor a necessidade da criação de um regime jurídico. Para Chan Meng Kam, não faz sentido criar um núcleo sem primeiro desenvolver a legislação que o vai regulamentar. Já Au Kam San considera que o Secretário foi para o hemiciclo bem preparado, mas sem grandes novidades para dar. Em declarações ao HM, José Pereira Coutinho insistiu, mais uma vez, na necessidade do Regime de Previdência para funcionários públicos, desta vez frisando a necessidade das Forças de Segurança e Bombeiros estarem cobertos: “como é que um bombeiro vai subir a um edifício alto, correr perigo de vida para salvar outras pessoas, sem ter a certeza que a família está protegida?”, questionou-se ao HM.
Flora Fong PolíticaFunção Pública | Associação desapontada com aumento salarial [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Origem Chinesa não está satisfeita com o nível de aumento salarial dos funcionários públicos. A inflação está alta, dizem, e os aumentos não lhes vão dar mais poder de compra. O Chefe do Executivo, Chui Sai On, anunciou na apresentação do Relatório das Linhas de Acção Governativa (LAG) de 2016 que vai aumentar o valor do índice salarial da Função Pública das 79 para as 81 patacas. O director Cheong Kuok In e o secretário-geral da Associação, Li Kong Weng, apontaram ao Jornal Ou Mun que o aumento não faz sentido, quando actualmente a inflação atinge os 4,93%. O aumento da remuneração da Função Pública, recorde-se, foi de apenas 2,25%. Os membros da Associação consideram que o Governo não está a considerar a “perda do poder de compra” devido à inflação. A Associação fala ainda em insatisfação face ao atraso da criação do mecanismo de mediação das queixas de funcionários públicos. Cheong Kuok In lamenta a ausência de detalhes e aponta mesmo que o recente suicídio de Lai Man Wa poderá estar relacionado com a ausência desse mecanismo. Apesar de considerar um factor positivo o aumento do subsídio de residência para os funcionários da Função Pública, os responsáveis da Associação dizem-se denegridos “por alguns deputados”. “Há sempre espaço de melhoria em todos os trabalhos, mas a nossa equipa contribui muito para a sociedade e isso deve ser apontado”, rematou.
Flora Fong BrevesPlaneamento de Nam Van espera pelos novos aterros [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Secretário para Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, afirmou que o uso dos quatro terrenos públicos das zonas C e D do Lago Nam Van só vai acontecer em consonância com o planeamento dos novos aterros. Quanto ao plano director urbanístico, referiu que é preciso acabar, em primeiro lugar, estratégias do desenvolvimento urbanístico até à segunda metade de 2016. Raimundo do Rosário foi questionado em relação à possibilidade de se construir um edifício destinado a todos os serviços públicos na zona dos quatro terrenos públicos das zonas C e D do Lago Nam Van. Também o Secretário para Economia e Finanças, Lionel Leong, se mostrou confiante nesta medida devido às rendas elevadas das fracções comerciais. De acordo com o Jornal do Cidadão, Raimundo respondeu, depois da reunião do Conselho de Planeamento Urbanístico (CPU), que até ao momento não existe qualquer planos para nenhuma das duas zonas, mas tal será feito em simultâneo com outras zonas. O relatório sobre as zonas dos novos aterros, cuja consulta pública findou em Agosto passado, deverá estar concluído em Fevereiro do próximo ano pelas mãos da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes. Além disso, no que toca ao plano director, Raimundo do Rosário prevê que no final do próximo ano ou início de 2017 esteja reunidas as condições para dar início a esta planificação. Um comunicado do Gabinete deste Secretário vem confirmado exactamente isso. “Antes de começar o plano director urbanístico, deve fazer primeiro o estudo sobre as ‘Estratégias do Desenvolvimento Urbanístico’”, refere o comunicado. “A sua conclusão está prevista para a segunda metade do próximo ano, para diminuir o tempo da elaboração do plano director”, lê-se.
Flora Fong BrevesEspecialista pede estratégias para guardar talentos [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] presidente da Rede de Convergência de Sabedoria de Macau, U Wai Ang, pede ao Governo que acelere a criação de mecanismos de reserva e atracção de talentos locais e estrangeiros para trabalhar no território. Num seminário subordinado ao “Profissão, Crescimento e Cooperação” realizado pela associação, U Wai Ang sublinhou que a formação de talentos é o “barco salva-vidas” do desenvolvimento sustentável, pelo que espera que o Executivo desenvolva esta matéria o mais rápido possível. Para isso, sugere que se combine o sector educativo com o industrial para a formação das gentes locais. U Wai Ang acredita que esta é a melhor forma de colmatar a escassez de profissionais em várias áreas. A criação dos regimes de credenciação de diferentes sectores é outra ideia de U Wai Ang para manter as pessoas no território, considerando que esta pode fazer com que as profissões se adaptem aos âmbitos regional e internacional, assegurando a promoção em trabalhos, os conhecimentos e habilidades. A especialista dá importância à promoção de estratégias de descoberta, formação e atracção de talentos.
Flora Fong BrevesElectricidade | Queixas de pouca produção [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Presidente da Comissão de Ligação da Companhia de Electricidade de Macau (CEM)-Clientes, Vong Kok Seng acusou o Governo de não ter consciência da falta de oferta de electricidade no território. Segundo o Jornal Ou Mun, a comissão visitou na semana passada uma subestação de electricidade na cidade japonesa de Osaka, onde o presidente considerou que vale a pena Macau aprender com o Japão. “Comparado com Macau, o mercado de electricidade depende principalmente da transmissão do interior da China e o localmente é muito passivo. Acompanhando o envelhecimento de geradores e a falta de oferta de gás natural, a capacidade de geração de electricidade não atinge 50% da necessidade total. Já será tarde para adquirir novos geradores quando surgirem problemas no sistema de transmissão da China continental”, apontou. Vong Kok Seng acha que o Executivo está a limitar demais os recursos, quando exige a manutenção do actual sistema do mercado de electricidade, impedindo a CEM de aumentar a sua capacidade de geradores. Além disso, prevê que a procura por energia eléctrica aumente largamente devido aos novos empreendimentos do Cotai e do novo Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas. Assim, espera que o Governo pense em novas políticas de aplicação eléctrica. O assessor da Comissão Executiva da CEM, Iun Iok Meng concorda com a necessidade do Governo ter uma maior consciência que permita o aumento do número de geradores para colmatar a procura deste tipo de recursos energético.
Flora Fong PolíticaCaso Dore | Lesados queixam-se de investigação em frente à Assembleia Legislativa [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s investidores na empresa de junkets Dore voltaram a manifestar-se pela perda do dinheiro “depositado” na sala VIP do Wynn, que sofreu um desfalque após o desvio de dinheiro alegadamente levado a cabo por uma funcionária da empresa. Os investidores consideram “injusto” que o Governo ainda não tenha resolvido a questão, mas que tenha já anunciado uma revisão à lei para impedir este tipo de investimento, que, recorde-se, é ilegal. “Procuramos justiça” era o slogan que se podia ler no cartaz colocado em frente à Assembleia Legislativa, com os investidores a reivindicarem a recuperação do dinheiro que, no total, poderá ascender aos 500 milhões de dólares de Hong Kong. O porta-voz queixou-se ao HM que a empresa assumiu que o dinheiro das vítimas era o que tinha sido desviado e descartou a responsabilidade para a trabalhadora que desviou o dinheiro, “fazendo de conta que nada aconteceu e continuando a operar a sala VIP”. Os manifestantes pediam ajuda ao Governo e ao Gabinete de Ligação do Governo Central, criticando ainda as investigações das autoridades. “Desde Setembro até agora, já passaram dois meses mas não há nenhuma resposta depois de nos termos queixado a vários serviços públicos. No âmbito da lei, o depósito de dinheiro não é legal, mas a situação já existe há mais de dez anos nas salas VIP de Macau, é um segredo público que o Governo não desconhece, porque é que não controlou isso antes e só agora quer a revisão da lei? É tarde demais, já aconteceu o caso. Como vamos resolver isso?”, questionou.