Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Pequim anuncia “medidas disciplinares” contra taiwaneses por “espalharem boatos” O Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado (Executivo) da China anunciou ontem que vai tomar “medidas disciplinares” contra cinco pessoas na ilha por “divulgarem informações falsas” sobre Pequim. O porta-voz do Gabinete, Chen Binhua, disse em conferência de imprensa que “certos indivíduos em Taiwan ignoraram as realizações e os progressos da China continental”, o que, segundo ele, “induziu em erro alguns cidadãos da ilha, fomentando a hostilidade e prejudicando as relações entre os dois lados do estreito”. O porta-voz respondia a uma pergunta que se referia a declarações de algumas pessoas influentes na ilha que afirmaram que os assentos dos comboios de alta velocidade na China não têm encostos ou que os cidadãos chineses são tão pobres que não se podem dar ao luxo de comprar ovos cozidos mergulhados em chá. Chen recordou que “qualquer acto de fabricação ou difusão de rumores que perturbe a ordem social e prejudique a honra e os interesses do país enfrentará consequências legais”. O porta-voz afirmou que as autoridades chinesas vão adoptar “medidas disciplinares” contra Huang Shicong, Li Zhenghao, Wang Yi-chuan, Yu Beichen e Liu Baojie, bem como contra os seus familiares.
Hoje Macau China / ÁsiaPutin pede política externa sino-russa para alcançar “ordem mundial justa” O Presidente russo, Vladimir Putin, destacou ontem a necessidade de coordenação entre Moscovo e Pequim para estabelecer uma “ordem mundial multipolar justa”, na véspera de uma visita de Estado de dois dias à China. Putin sublinhou, em entrevista à agência noticiosa oficial chinesa Xinhua, que a “relação estratégica e amigável” entre os dois países se mantém “independentemente da situação política”, num contexto de aumento das sanções contra Moscovo por causa da guerra na Ucrânia e de apelos para que Pequim não apoie a Rússia. Sobre as relações económicas, o líder russo referiu o grande potencial dos laços financeiros entre Rússia e China, sublinhando o crescimento do comércio bilateral e a “forte imunidade aos desafios e crises externas”. A importância da “cooperação económica e cultural entre as duas nações” e a promoção da “prosperidade e igualdade nos domínios económico e cultural” são outros aspectos destacados pelo Presidente russo. A China é o maior parceiro comercial da Rússia há 13 anos consecutivos, enquanto a Rússia foi classificada como o quarto maior parceiro comercial da China em 2023. Mais de 90 por cento das transacções entre os dois países são realizadas nas respectivas moedas nacionais, sublinhou o líder russo. No contexto do BRICS, o bloco de economias emergentes fundado pelos dois países, para além do Brasil, da Índia e da África do Sul, Putin valorizou a cooperação entre a Rússia e a China e manifestou o seu empenho em integrar novos membros durante a sua presidência do grupo em 2024, para alargar a representatividade da plataforma. Putin sublinhou igualmente o papel do bloco, juntamente com a Organização de Cooperação de Xangai (OCX), nas questões internacionais. Criada em 2001, a SCO, que reúne mais de metade da população mundial, centra-se na segurança regional, na luta contra o terrorismo regional, o separatismo étnico e o extremismo religioso. Putin sublinhou a promoção da igualdade, da transparência e das reformas no sistema de governação mundial e rejeitou “as tentativas ocidentais de impor uma ordem baseada na mentira e na hipocrisia”. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, lembrou na segunda-feira que este ano se assinala o 75.º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países e que Pequim valoriza “muito a orientação estratégica da diplomacia dos dois chefes de Estado” nas suas relações bilaterais.
Amélia Vieira VozesCernuda Um andaluz será para o mundo o grande civilizado, não o entendamos como a uma gratificação da espécie, mas apenas enquanto sentimento meridional que tudo reverte em luz, fruto de umas poderosas entranhas onde até a lua toma contornos de vasto clarão. Esta energia nunca deixará de jorrar nos nossos sonhos pelo muito que a Terra nos deu, fecundou, e fez conciliar em terreno andaluz, seu jardim das Hespérides. Falar dos seus naturais também nos dá prazer, que neles perpassa um denominador comum difícil de ser ocultado pela graça de suas naturezas de um sul enfeitiçante. Luís Cernuda nascido em Sevilha é um dos muitos ilustres filhos da terra que nos deu a alma inteira na sua excepcional poesia. Cernuda é um imenso poeta que nos enche de reverência e encanto. Nasceu logo no início do século vinte e foi na universidade de Sevilha que teve um professor, de seu nome Pedro Salinas, que o viria a inspirar, e definitivamente conduzi-lo a ser esse grande poeta em que se tornaria, indo então para Madrid onde nasceria o embrião da “Geração de 27” que integrou, e onde publicaria a sua primeira obra “Perfil Del Aire”. Um grupo que marcaria um movimento moderno, revolucionário, que durante a Guerra Civil de Espanha foi a maior oposição ao fascismo, vanguarda de que nunca deixara de participar activamente nas trincheiras com a sua voz, intervenções e congressos. Cernuda era no entanto apaixonado pelos românticos, e deles certamente recebeu influências, sendo que, e ainda, vamos encontrar essa marca em sua poesia que transporta sempre o cunho dessa aura e o eleva, e como dizer – um utópico no meio da realidade do século vinte- mas os poetas são os poetas, e sem a marca de água das suas simpatias nenhum século tem nada para lhes oferecer. Depois, parte para Toulouse, sul de França como leitor de espanhol na universidade desta cidade, mas ficaria aí por pouco tempo, fora proclamada a República, e tinha de estar presente no seu país para ajudar com seu tributo à causa que desejava livre, menos bravia e culturalmente mais humana. Não duraria muito a sua jornada em terras nacionais, a guerra instalara-se, e segue para Inglaterra inaugurando o seu exílio, e foi nele que aparecem “As Nuvens” no ano de 1940. Estas Nuvens têm contacto com este nosso nevoeiro, as nossas, envolvem-nos de forma mais impenetrável, estão rentes ao chão e levam à cegueira o branco enquanto guia, as de Cernuda, porém, eram altas- alto- cúmulos- e falam-nos daquele que não regressa mais ao seu país e o vê por entre os céus desses flocos altos onde já não lhe é permitido tocar. Ninguém pode explicar melhor a dor que um livro de poemas assim “ya la distancia entre los dos abierta/ se lleva el sufrimento, como nube” E agora errante, o nosso poeta parte para os Estados Unidos da América onde irá lecionar, mudando-se pouco depois para o México onde outras obras de relevo apareceriam ” Desolación de la quimera” uma continuação de “Nuvens” e todo um trabalho ensaístico em jornais e revistas mexicanas. Dos seus amigos da “Geração de 27” só Alberti chegaria a velho, muito velho, e creio que ainda manteriam contacto, aliás, ambos nasceram no mesmo ano Ano de 1902. Afinal foi em Sevilha que o movimento começara, celebrando o mais alto instante da participação cívica nacional pela iniciativa de grandes poetas, nessa Andaluzia onde a justiça se impõe, a beleza se faz lei, e todas as formas de arte acontecem, e foi a partir de Gôngora que esta saga intrépida se juntara, também ele um andaluz, na conquista de um marco radicalmente novo e civilizacional. A sua proximidade ao surrealismo fê-lo um artesão continuado de certa intimidade, mas longe ainda do seu amigo Garcia Lorca que se fez matar em jovem idade e onde as abordagens às suas homossexualidades nem sequer coincidiram. Enquanto amante do romantismo escreve “Pensamento poético na lírica inglesa” talvez em honra de Keats, poucos anos antes de morrer em 1963. É um poeta que a Ibéria deve tentar refletir na sua assombrosa diáspora onde nos foi dando razões sempre para partir. Mas não voltar a essa Andaluzia natal, tê-lo-á interpretado como sendo expulso do paraíso, que ela viu nascer em seu ventre os seres mais impressionantes desta nossa Península. aos vossos escritores de hoje não os leio já. daí o paradoxo: sem terra e sem povo, sou um escritor muito estranho; sujeito fico ainda mais que outros ao vento do esquecimento que mata quando sopra. In «Aos seus compatriota», tradução e selecção de José Bento
Hoje Macau EventosFotografia | Roberto Badaraco protagoniza exposição sobre natureza de Macau O fotógrafo macaense Roberto Badaraco é o autor da próxima exposição de fotografia patente no Auditório do Carmo, junto às Casas Museu da Taipa, com organização do Instituto Internacional de Macau (IIM). Trata-se da mostra “Natureza de Macau: Aves e Flores”, que será inaugurada no dia 5 de Junho a partir das 18h30. Conhecido por “Bobby”, Roberto Badaraco é, desde a infância, um entusiasta da fotografia. Depois de se reformar da Polícia Judiciária, após uma carreira de mais de 30 anos, o macaense passou a dedicar-se quase inteiramente às imagens, nomeadamente fotografias sobre a natureza. Segundo o IIM, “as flores e os pequenos insectos constituem o seu especial interesse”, sendo que “de há uma década para cá as aves têm também atraído a sua atenção”. Roberto Badaraco tem partilhado muito do seu trabalho nas redes sociais, destacando que prefere fazer fotografia para os mais próximos. O seu trabalho já foi exposto em diversos locais, nomeadamente durante o Encontro dos Macaenses em 2016, também numa iniciativa do IIM. Esta nova exposição “pretende não só promover esta arte, na pessoa e na obra de um natural da terra, como também divulgar a rica variedade de aves que existe em Macau, de um conjunto de mais de 400 espécies, bem como as suas características distintas da natureza”. A Fundação Macau apoia financeiramente esta iniciativa, sendo que o trabalho de identificação das espécies de aves presentes nas fotografias expostas teve o apoio do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM). A exposição estará patente até ao dia 14 de Junho deste ano.
Hoje Macau EventosExposição em Lisboa mostra porcelanas criadas por Ai Weiwei A porcelana, “o mais antigo produto artificial” do homem e que ‘sobrevive’ ao plástico, é o material de quase todas as obras do artista chinês Ai Weiwei que compõem uma exposição em Lisboa, que abriu ontem. Intitulada “Paradigm”, a mostra vai poder ser visitada na Galeria São Roque, até 31 de Julho, e é constituída por 17 obras inspiradas na liberdade de expressão e criadas pelo artista e activista chinês, residente no concelho alentejano de Montemor-o-Novo (Évora), nos últimos anos. Trata-se sobretudo de trabalhos em porcelana, mas a exposição integra também uma nova série de retratos com peças de LEGO, que o artista começou a usar em 2014, quando trabalhou com um material associado ao lúdico para produzir retratos de presos políticos. Em entrevista à agência Lusa, Mário Roque, proprietário da Galeria São Roque, explicou que Ai Weiwei “é um grande coleccionador de cerâmicas, já o seu pai era”, o poeta Ai Qing (1910-1996), possuindo peças desde “a dinastia Song”, que governou a China no período de 960 a 1279. O artista interessou-se mais por esta arte e tornou-se “um grande ceramista, domina perfeitamente a cerâmica”, frisou o mesmo responsável. “Neste momento, tem interpretações dessas porcelanas feitas agora, já com um carácter completamente diferente, porque há sempre uma irreverência [no seu trabalho], mas poderiam ser perfeitamente [peças] do século XVI ou XVII, mas feitas por ele”, realçou Mário Roque. Já Ai Weiwei, em declarações aos jornalistas esta semana, numa visita promovida à sua residência no Alentejo, disse interessar-se muito “pelo que aconteceu no passado” e destacou que “a porcelana é o mais antigo produto humano”. Trata-se de “um produto artificial que atingiu uma qualidade muito elevada desde tempos muito antigos, talvez desde o tempo das cavernas, e, até hoje, ainda usamos porcelana. É claro que muitas são substituídas por plástico, mas, ainda assim, a porcelana detém uma qualidade muito especial” e está presente em muitas casas, argumentou. Fusões e antiguidades Destacando que a porcelana chinesa sempre teve uma qualidade muito elevada, o artista corroborou que esta mostra em Lisboa, “uma das mais pequenas exposições de sempre”, partiu do seu “interesse antigo por antiguidades” e do “laço de confiança” que criou com Marco Roque, cuja galeria visitou. “É muito irónico fazermos uma exposição de porcelanas numa galeria de antiguidades”, considerou. Mário Roque confirmou à Lusa que a exposição “começou quase como uma brincadeira”, mas enquadra-se no foco da galeria, cujas iniciativas “têm sempre a ver com os Descobrimentos e a fusão entre os objectos de arte portugueses e desses países”. Os portugueses foram “os primeiros importadores” de porcelana oriunda da China e, graças a isso, provocaram “uma revolução nas cerâmicas europeias”, disse. Até então, estas eram “sempre policromadas”, mas “Portugal trouxe o branco e o azul da China”, levando a faiança portuguesa a ser “comprada e divulgada por toda a Europa e pelo mundo”. E o azul-cobalto até serviu para os azulejos portugueses, “um objecto icónico”, pelo que é clara a fusão de culturas, frisou Mário Roque. Nascido em Pequim, na China, em 1957, Ai Weiwei tem desenvolvido o seu trabalho em instalação escultórica, cinema, fotografia, cerâmica, pintura, escrita e já expôs em instituições e bienais em todo o mundo.
Hoje Macau EventosTim Ip convidado para dar palestra sobre estética em Macau Tim Ip, director de arte de teatro e cinema conhecido internacionalmente, é o nome convidado pelo Instituto Cultural (IC) para dar uma palestra sobre estética no próximo dia 20 de Maio a partir das 19h30 no pequeno auditório do Centro Cultural de Macau (CCM). O evento, intitulado “Palestra sobre Estética – Três Modelos de Futuro”, integra-se no leque de actividades do “Mês de Promoção Cultural”. Na sessão, Tim Ip, que é também designer de moda, irá partilhar “a estética oriental com o público”, descreve o IC, em comunicado. Tim Yip tem vindo a explorar e desconstruir o conceito estético do “Novo Orientalismo”, interpretando a cultura antiga como um meio de inspirar o futuro. Ao longo dos anos, tem organizado exposições individuais e palestras em diferentes regiões. As suas criações abrangem áreas tão diversificadas como o cinema, o teatro, a arte contemporânea e a literatura, tendo passado pela China, Áustria, França, Estados Unidos, Reino Unido, Espanha, Japão e Israel. Na palestra, o professor Yip irá apresentar, através dos “Três Modelos de Futuro”, obras artísticas suas de diferentes fases e multidimensões, bem como o contexto de desenvolvimento da criação artística e a extensão do seu pensamento. Prémios no cinema Tim Yip já foi bastante premiado pelo trabalho desenvolvido na área do cinema, tendo ganho um óscar para “Melhor Direcção de Arte” pelo filme “Crouching Tiger, Hidden Dragon”, tendo obtido também o prémio da Academia Britânica de Cinema e Televisão para Melhor Design de Guarda-roupa. Desta forma, tornou-se no primeiro artista chinês a obter estas distinções. O artista participou ainda em outras produções cinematográficas como artista de arte, coordenador do guarda-roupa ou director artístico, nomeadamente “A Better Tomorrow”, “Rouge”, “Red Cliff”, “The Banquet” e “FengShen Trilogy”, tendo conquistado vários prémios internacionais. As inscrições para a palestra arrancaram na terça-feira, podendo ser feitas através da plataforma da Conta Única. A língua utilizada na palestra será o cantonense, existindo tradução em simultâneo para português. As inscrições terminam amanhã.
Hoje Macau EventosFRC | Académico de HK apresenta estudos sobre os primeiros mapas chineses “Mapeando a China e Mapeando o Mundo” é o nome da palestra que acontece hoje na Fundação Rui Cunha, a partir das 19h, e que conta com a presença de Marco Caboara, professor de cartografia da Universidade de Ciências e Tecnologia de Hong Kong. O autor irá falar dos primeiros mapas ocidentais da China e dos estudos que tem desenvolvido nessa área Decorre hoje, na Fundação Rui Cunha (FRC), a partir das 19h, a palestra “Mapping China and Mapping the World”, com a presença do académico Marco Caboara, professor de História da Cartografia e da Ciência na Universidade de Ciências e Tecnologia de Hong Kong (HKUST). Esta conferência integra-se no “Ciclo de Palestras Públicas de História e Património”, que fazem parte da agenda habitual da FRC e que acontecem em parceria com o Departamento de História e Património da Universidade de São José. Marco Caboara, que até muito recentemente foi curador da colecção de mapas ocidentais antigos da China na biblioteca da HKUST, vai falar sobre a influência mútua dos mapas europeus e ocidentais na criação dos primeiros mapas europeus da China e dos primeiros mapas chineses do Mundo. O foco de a palestra será o mapa de Mateus Ricci de 1602, sendo que o autor irá também falar do seu mais recente livro, intitulado “Regnum Chinae: The Printed Western Maps of China to 1735” [Regnum Chinae: Os Mapas Ocidentais Impressos da China até 1735], uma edição da Brill. Além disso, a conferência irá ainda abordar os estudos mais recentes deste autor, incluídos na obra “Remapping the World from East Asia: Towards a Global History of the ‘Ricci Maps’”, publicado pela University of Hawaii Press em Fevereiro deste ano. Origens italianas Segundo um comunicado da FRC, Marco Caboara é natural de Génova, Itália, um lugar “onde a prisão que viu Marco Pólo escrever o seu ‘Il Milione’ fica a uma curta caminhada da casa de Cristóvão Colombo”. Trata-se, portanto, de origens ligadas a figuras pioneiras na descoberta do mundo e que contribuíram para o seu mapeamento, o que incentivou o académico a seguir essa área de estudos. Marco Caboara “cultivou desde cedo um interesse por viagens e, especialmente, pela relação entre a Europa e a China”, refere a sua biografia, tendo estudado História, Linguística e Chinês na Scuola Normale Superiore de Pisa, na Universidade de Pequim e na City University de Hong Kong. Além disso, fez o doutoramento na Universidade de Washington, Seattle, com um estudo sobre as características linguísticas dos manuscritos clássicos de bambu chineses. Recentemente, concluiu a cartobibliografia abrangente dos mapas ocidentais da China de 1580 a 1735, publicada pela Brill, e está agora a trabalhar com manuscritos chineses e mapas impressos produzidos durante o mesmo período.
Hoje Macau China / ÁsiaVistos | Anunciada isenção para quem chegar ao país em navios de cruzeiro A China anunciou ontem que vai isentar de visto grupos turísticos que cheguem ao país em navios de cruzeiro, reflectindo os esforços de Pequim para aumentar o número de visitantes estrangeiros. A medida, que entrou ontem em vigor, aplica-se a portos de cruzeiros de 13 cidades chinesas, incluindo Xangai, Tianjin, Cantão, Shenzhen, Xiamen, Qingdao ou Sanya. De acordo com a Administração Nacional de Imigração da China, os membros destes grupos turísticos devem entrar na China em conjunto e todo o grupo deve também seguir para o porto seguinte a bordo do mesmo navio de cruzeiro. Os turistas vão ser autorizados a permanecer na China por um período não superior a 15 dias. Esta é mais uma das medidas para apoiar o turismo estrangeiro que a China tem vindo a lançar nos últimos meses. O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês anunciou, este mês, que o país asiático vai prolongar a isenção de visto para os cidadãos de França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Espanha, Malásia, Suíça, Irlanda, Hungria, Áustria, Bélgica e Luxemburgo até Dezembro de 2025. Em Novembro passado, a China anunciou que os cidadãos de França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Espanha e Malásia beneficiariam de uma isenção unilateral de vistos até Dezembro de 2024, uma lista à qual as autoridades foram acrescentando gradualmente mais países. Especialistas defendem que a morosidade dos procedimentos de pedido de visto e o preço dos bilhetes de avião são as principais razões pelas quais o turismo estrangeiro ainda não atingiu os níveis anteriores à pandemia da covid-19, durante a qual a China impôs um encerramento quase total das fronteiras.
Hoje Macau China / ÁsiaEspionagem | Académico radicado no Japão condenado a seis anos de prisão O académico chinês Yuan Keqin, ex-professor na Universidade de Educação de Hokkaido, no Japão, foi condenado a seis anos de prisão na China por acusações de espionagem, informou ontem a imprensa japonesa. Yuan, que ensinou política do Leste Asiático durante 25 anos, foi detido durante uma estadia temporária no seu país natal, para assistir ao funeral da mãe, e mais tarde acusado de estar envolvido em espionagem ao serviço da agência de inteligência do Japão, de acordo com Pequim. Fontes próximas do académico disseram à televisão estatal japonesa NHK que Yuan foi condenado em Janeiro por um tribunal da cidade de Changchun, na província de Jilin, no centro da China, mas os pormenores do veredicto não foram divulgados. O académico tenciona recorrer da sentença, segundo as mesmas fontes. Questionado em conferência de imprensa sobre a situação de Yuan, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, disse: “Podem consultar as autoridades competentes para obter informações específicas. O que vos posso dizer é que a China é um país que respeita o Estado de direito e trata os casos relevantes em conformidade com a lei”. Colegas, familiares e amigos de Yuan, que têm vindo a expor o caso e a acompanhar as notícias relacionadas, que partilham através de um portal criado para apelar à sua libertação imediata, afirmam que o académico está inocente.
Hoje Macau China / ÁsiaReunião entre Pequim e EUA sobre riscos da IA foi “profunda e construtiva” A reunião entre os Estados Unidos e a China em Genebra, Suíça, para partilharem as respectivas abordagens nacionais no desenvolvimento de Inteligência Artificial (IA), foi “profunda, profissional e construtiva”, descreveu ontem a parte chinesa. A reunião foi copresidida pelo director do Departamento para a América do Norte e Oceânia do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Yang Tao, e pelo enviado especial adjunto para as Tecnologias Críticas e Emergentes do Departamento de Estado dos EUA, Seth Center. Sublinhando que a IA é a tecnologia emergente que “atrai actualmente mais atenção”, a delegação chinesa indicou que Pequim quer que esta se “centre nas pessoas” e “seja benéfica, segura e justa”, de acordo com o comunicado divulgado pela diplomacia chinesa. A China “apoia o reforço da governação global da IA”, defende “o papel das Nações Unidas como o principal canal” e está disposta a “reforçar a comunicação e a coordenação com a comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos, para formar um quadro de governação global” para esta tecnologia, lê-se na mesma nota. Os funcionários chineses também declararam a “posição firme contra restrições e pressões dos Estados Unidos no domínio da IA”, embora “ambas as partes reconheçam as oportunidades e os riscos associados ao desenvolvimento” desta nova tecnologia. Batalha artificial Washington impôs, no ano passado, controlos de exportação para a China de ‘chips’ semicondutores avançados e do equipamento necessário para os fabricar. Os semicondutores são essenciais para a produção de sistemas de Inteligência Artificial, mas têm também utilização militar, incluindo no desenvolvimento de mísseis hipersónicos. O encontro em Genebra foi a primeira reunião do Diálogo Intergovernamental China – EUA sobre Inteligência Artificial. As negociações, que os líderes norte-americano e chinês, Joe Biden e Xi Jinping, respectivamente, concordaram em lançar durante um encontro em São Francisco, em 2023, visam abrir o diálogo bilateral entre as duas maiores economias do mundo – e cada vez mais, rivais geopolíticos – sobre uma tecnologia em rápida evolução que já está a ter consequências para o comércio, estilos de vida, cultura, política, segurança ou defesa nacional. A China defendeu anteriormente que o futuro da Inteligência Artificial deve ser “decidido por todos os países” e que as suas regras não devem ser “ditadas pelos países desenvolvidos”. Pequim também sublinhou o “respeito pela soberania e não interferência nos assuntos dos outros países” e a “garantia de que a Inteligência Artificial permanece sob controlo humano”.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Putin apoia plano chinês para resolução da guerra Putin chega hoje à China para uma visita de dois dias. A guerra na Ucrânia deverá ser uma questão central no encontro entre o Presidente russo e Xi Jinping que regressou recentemente à China depois de um périplo euroopeu que incluiu visitas a França, Sérvia e Hungria O Presidente russo, Vladimir Putin, apoiou ontem a proposta de resolução da guerra na Ucrânia apresentada pela China, país onde inicia hoje uma visita oficial de dois dias. Em entrevista à agência noticiosa oficial chinesa Xinhua, Putin expressou uma opinião favorável à posição de Pequim sobre uma solução política para o conflito. O líder russo apreciou o facto de a China compreender “as raízes e o impacto geopolítico” da guerra, referindo-se a um documento publicado em Fevereiro de 2023 que delineia a posição de Pequim sobre a “Resolução Política da Crise Ucraniana”, como o conflito é designado no país. Este documento, que inclui uma proposta de 12 pontos, reflecte o “desejo sincero da China de estabilizar a situação” e sugere uma abordagem que evita a “mentalidade da Guerra Fria”, segundo Putin. O líder russo sublinhou os “quatro princípios para a resolução pacífica” da guerra promovidos há um mês pelo seu homólogo chinês, Xi Jinping, que “se enquadram perfeitamente” na proposta chinesa e garantem “uma segurança indivisível e o respeito pelo direito internacional e pela Carta das Nações Unidas”. Putin sublinhou que o seu país “não se recusou a negociar” para resolver o conflito que dura há mais de dois anos. “Estamos abertos ao diálogo sobre a Ucrânia, mas essas negociações devem ter em conta os interesses de todos os países envolvidos no conflito, incluindo o nosso”, afirmou. A visita de Putin à China, que começa hoje e se prolonga até amanhã, segue-se a uma recente viagem de Xi à Europa, no meio de pressões do Ocidente para que o líder chinês use a sua influência junto do homólogo russo para pôr fim à ofensiva na Ucrânia. A digressão de Xi, que não visitava a Europa há cinco anos, incluiu paragens em França, Sérvia e Hungria. Triângulo de forças Pequim, que aprofundou os seus laços com Moscovo desde o início do conflito, apelou à realização de uma conferência internacional “reconhecida tanto pela Rússia como pela Ucrânia” para retomar o diálogo. O primeiro ponto do plano chinês destacou a importância de “respeitar a soberania de todos os países”, numa referência à Ucrânia. “O Direito internacional, universalmente reconhecido, incluindo os propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas, deve ser rigorosamente observado”, lê-se na proposta. “A soberania, independência e integridade territorial de todos os países devem ser efectivamente preservadas”, apontou. O Governo chinês apelou ainda ao fim da “mentalidade da Guerra Fria” – um termo frequentemente usado por Pequim para criticar a política externa dos Estados Unidos. “A segurança de uma região não deve ser alcançada através do fortalecimento ou expansão de blocos militares”, afirma-se no documento, numa crítica implícita ao alargamento da NATO. “Os legítimos interesses e preocupações de segurança de todos os países devem ser levados a sério e tratados adequadamente”. A visita de Putin surge também depois de, no final de Abril, o Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, ter apelado a Pequim para que “não ajude a Rússia” e não forneça ao país vizinho componentes que possam ser utilizados na sua guerra contra a Ucrânia. Pequim negou ter vendido armas à Rússia e afirma ter uma relação comercial “normal” com Moscovo. No entanto, as autoridades norte-americanas alertaram nas últimas semanas que as empresas chinesas estão a ajudar a indústria de armamento da Rússia, vendendo equipamento que pode ser utilizado para produzir mísseis balísticos.
José Simões Morais Via do MeioSun Zi e a Arte da Guerra Não se conhece a data de nascimento nem da morte de Sun Wu, cujo nome de cortesia por si dado era Changqing e ficou conhecido por Sun Zi (Mestre Sun), ou Sun Tzu em cantonense. Sun Wu (c.535-c.480 a.E.C./544-496 a.E.C.) nasceu durante o Período Primavera-Outono (770-476 a.E.C.) de uma família nobre em Le An (乐安) (hoje no concelho Huimin em Shandong) então no reino Qi. O pai Sun Ping (孙凭) era um oficial bem colocado na hierarquia Qi, que por discordâncias com os governantes locais se refugiou nas montanhas de Luofu, levando consigo o filho pequeno. Sun Wu vivendo num ambiente de eremita terá assimilado os conhecimentos e inteligência do progenitor, apreendendo com e na Natureza, e assim se formou como grande estratega militar. Escreveu a Arte da Guerra, (Bingfa, 兵法) um tratado militar, que hoje se apresenta com treze capítulos de táctica e estratégia, de filosofia e de governação, ainda actualmente estudado nas Academias Militares do mundo inteiro. Procurando a localização da montanha de Luofu (罗浮山) inicialmente aparece-nos na parte Sudoeste do reino Wu, o que faz sentido pois mais tarde Sun Wu foi general comandante desse reino e segundo fontes chinesas era a montanha Qionglong, próximo de Suzhou em Jiangsu. No entanto, na geografia da China a montanha Luofu encontra-se na prefeitura de Huizhou província de Guangdong e local sagrado para os daoístas onde na dinastia Jin do Leste (317-420) o alquimista Ge Hong trabalhou na procura de elixires e em 343, com 80 anos alcançou a imortalidade através da técnica do Shi Je, libertação do cadáver. PERÍODO PRIMAVERA-OUTONO O reino de Qi (1046-221 a.E.C.) fundado na província de Shandong no início da dinastia Zhou do Oeste (1046-771 a.E.C.) por volta de 1046 a.E.C. era um dos seus vassalos pois, quando Jiang Shang (Jiang Ziya ou Lu Shang), general da dinastia Shang, se exilou e passou para as hostes do reino Zhou, então governado por o Rei Wen, tornou-se professor deste e conselheiro do filho, o Rei Wu, servindo assim como Duque Zhou os primeiros três reis da dinastia Zhou. A Jiang Shang é atribuída a redacção de um livro de estratégia militar, o Liutao, As Seis Estratégias (六韬). Mais tarde com 88 anos criou o reino Qi oferecido ainda pelo Rei Wen e passou como primeiro governante a ser o Duque Tai de Qi. O reino Qi desde 859 a.E.C. tinha como capital Linzi (hoje Zibo) que se manteve até 221 a.E.C. quando o reino Qin o anexou. A casa dos Jiang (姜) manteve o poder do reino até à morte em 643 a.E.C. do duque Huan (685-643 a.E.C.) e após breves problemas de sucessão, as famílias Guo, Gao, Luan, Bao, Cui, Qing, Yan e Tian tomaram o comando do reino Qi. Historicamente pouco se sabe do final da vida de Sun Wu, mas quando faleceu o reino Qi era governado por Chujiu, duque Jing (547-490 a.E.C.). Em 489 a.E.C., um membro da família Tian matou o novo duque Qi, Tu, (Yan Ruzi) tal como ocorreu oito anos depois com o duque Jian dos Qi (484-481 a.E.C.). Em 386 a.E.C. a família Tian usando a intriga e a força bruta passou a dominar o reino Qi. Já o reino Chu, contra quem Sun Wu a comandar as tropas de Wu combateu, iniciara-se um pouco antes do reino Qi, sendo também proveniente da dissidência na dinastia Shang. Os Chu, pertencentes à tribo Jin, partiram para Oeste e aliaram-se aos do reino de Zhou, então a dar início às conquistas para criar uma nova dinastia e substituir a governante Shang. Sabendo da intenção dos Zhou em enviar tropas para ocupar o Sul do país, seguiram como parte do exército e quando o general dos Zhou foi ferido, foi ele tratado no acampamento dos Chu. Tal levou o Rei Wen do reino Zhou a oferecer a região de Hubei para território dos Chu ao seu professor Yu Xiong (鬻熊), que formou o reino Chu e ficou sendo o primeiro governante. Em 656 a.E.C., o duque Huan do reino Qi atacou os Chu, obrigando-o a pagar tributo à dinastia Zhou de Leste. Após a morte em 643 a.E.C. do duque Huan, a hegemonia passa para o reino Jin. Em 636 a.E.C. chegou ao poder do reino Jin o duque Wen e aliando-se ao duque Mu de Qin, assumiu uma posição de liderança, sendo reconhecido por o Rei Xiangwang (Ji Zheng, 651-619 a.E.C.) da dinastia Zhou de Leste, como o primeiro entre os senhores feudais. Em 632 a.E.C. o reino Chu sofreu a primeira grande derrota em Chengpu (hoje Linpu, em Shandong) contra os Jin, aliados com os Qi e Qin, travando a sua progressão para Norte a absorver os reinos mais pequenos. Esta foi a primeira grande batalha entre os reinos do vale do rio Amarelo e os do vale do rio Yangtzé, promovendo o duque Wen dos Jin em 631 a.E.C. um encontro entre os reinos onde se fez um pacto de aliança para apoio à família real Zhou. Ficava assim o poder do reino Chu restringido, mas não por muito tempo pois nos oitenta anos seguintes as batalhas entre os Jin e os Chu sucederam-se com vitórias e derrotas de ambas as partes. No ano de 597 a.E.C., em Bi (actual Zhengzhou), o exército dos Jin foi derrotado pelo de Chu e o duque Zhuang do Reino Chu tornou-se o Grande Senhor. Em 579 a.E.C. na China havia quatro poderosos reinos com grande poder, os Qin a Oeste, os Jin no centro, os Qi a Leste e os Chu a Sul. Entre os muitos pequenos reinos existentes na altura, oito, os Song, Lu, Zheng, Wei, Cao, Xu, Chen, e Cai, pagavam tributo aos reinos de Jin e de Chu, enquanto os outros dois reinos, os Qi e os Qin se aliaram. Em 546 a.E.C., numa conferência entre reinos conseguiu-se realizar um tratado de paz. O Reino Qi aliou-se com o reino Jin e os Qin com os Chu, o que pôs um fim temporário às guerras. Nessa época nascia Sun Wu (c.544-496 a.E.C.) ENSINAR AS MULHERES A SEREM SOLDADOS Sun Wu serviu como general o Rei Helü (515-496 a.E.C.), descrito nas “Memórias Históricas” (Shi Ji, 史记) de Sima Qian (司马迁) como apreciador de pessoas de talento e após ler a conselho de Wu Zixu os treze artigos sobre estratégia e tácticas militares do filósofo Sun Wu, pediu para este comparecer à sua presença. No Período Primavera-Outono (770-476 a.E.C.) o reino Wu era um pequeno reino em Jiangnan (Sul do rio Yangtzé) em torno de Wuxi, quando o Rei Helü fez a capital em Suzhou. Guerreando com os Chu, tornou-se forte e em 506 a.E.C., conseguiu vencer o poderoso reino Chu, conquistando-lhe a capital Yingdu. Para dar início à sua estratégia militar, o Rei Helü decidiu contractar os préstimos de Sun Wu como general comandante do exército Wu, mas antes resolveu pôr à prova e questionou-o se os seus métodos de treino eram bons também para as mulheres. Pedindo consentimento a Helü, Sun Wu reuniu 180 concubinas do rei com quem formou duas companhias, elegendo para chefiar cada uma, as preferidas deste. Tendo como uma das chaves do sucesso da estratégia a disciplina, Sun Wu primeiro perguntou se as recrutas sabiam qual era a mão direita e a esquerda e depois instruiu-as como cumprir as ordens ao som do tambor. Ensinou-lhes qual o movimento a fazer mediante os diferentes toques no tambor e deu ordem para começar. Mas ao som do tambor estas, em vez de seguirem a ordem, começam a rir. Então Sun Wu questionou-as se as tinha esclarecido bem e voltou a repetir pacientemente as correspondências de sons e os movimentos a fazer. De novo mandou tocar o tambor e de novo as mulheres, sem ligarem nada às ordens, voltaram a rir. Sereno, Sun Wu disse-lhes: “se na primeira vez a culpa foi minha, agora a responsabilidade é vossa, pois após repetir as instruções e dizerem terem entendido, voltaram a não obedecer”. Logo ali mandou decapitar as duas chefes de companhia. O rei aflito pediu-lhe para perdoar as suas favoritas, mas Sun Wu replicou ter sido por o rei nomeado como general das tropas, sendo por isso obrigado a exercer a sua autoridade e assim se fez. De seguida colocou as duas seguintes concubinas favoritas na chefia de cada uma das companhias e de novo a ordem foi dada. Desta vez, tomadas de pânico, as mulheres obedeceram na perfeição e então o estratega entregou o exército feminino ao rei dizendo-lhe estarem elas preparadas. O Rei Helü chocado e triste pela morte das favoritas, mandou embora Sun Wu, mas este replicou dizendo parecer ter o rei apenas admiração por as palavras da sua estratégia militar e não, de as passar à prática. Ouvindo-o, o rei confirmou a autoridade de Sun Wu como general do exército. E não se arrependeu, pois as grandes vitórias que Sun Wu deu ao estado Wu transformaram-no num dos estados fortes da região. História contada por Wei Tang na revista China em Construção de 1983. VITÓRIAS DE SUNZI O reino Wu, no terceiro ano do reinado de Helü em 512 a.E.C. com o general Sun Wu à frente de um exército de trinta mil soldados derrotou um exército de 200 mil homens, conquistando assim o poderoso reino Chu. Três anos depois, os Chu invadiram o reino Wu, situado a Leste, e o general Sun Wu, comandante do exército Wu, secundado por Wu Yuan, conseguiu uma retumbante vitória. No Inverno de 506 a.E.C., foi a vez do reino Wu invadir Chu e num ataque surpresa, trinta mil soldados Wu penetraram mil li (500 km) em território Chu, vencendo as cinco batalhas contra um exército de 200 mil homens, capturando a capital Yingdu (a Noroeste de Jiangling, Hubei) aos Chu. Mas o estratega Sun Wu, após as campanhas totalmente vitoriosas, sem aceitar os cargos e as ofertas do rei Helü, voltou apenas com algumas carroças de brocados que foi distribuindo ao longo do seu regresso para Luofu (罗浮). Um ano depois, o reino Chu reorganizou um novo exército e retomou o seu original território. Com a vitória contra os Chu na batalha de Boju (柏举之战), o reino Wu mantive em respeito os seus vizinhos do Norte, como os reinos Jin e Qi, contra quem o filho do rei Helü, Fuchai (496-473 a.E.C.) continuou a lutar. Em 484 a.E.C., no décimo segundo ano do reinado de Fuchai, os Wu derrotaram na batalha de Ailing os Qi e dois anos depois, numa reunião de reis de reinos, Fuchai tornou-se o governante com maior poder. No entanto, o vizinho reino Yue, aproveitando encontrar-se o reino Wu a lutar contra os Jin e Qi, invadiu-o em 473 a.E.C. e assim Fuchai perdeu a guerra, sendo exilado no monte Nanyang em Suzhou, onde se suicidou. Descendente de Sun Wu apareceu Sun Bin (c.382-316 a.E.C.) igualmente grande estratega, crendo-se durante algum tempo serem a mesma pessoa pois também escreveu uma Arte da Guerra, traduzido por Rui Cascais como As Leis da Guerra e editado por Livros do Meio em 2020.
Hoje Macau SociedadeJogo | Suspeitos de burla em prisão preventiva Os suspeitos detidos de um caso de burla com uso de fichas de jogo falsas vão aguardar julgamento em prisão preventiva, de acordo com uma nota de imprensa do Ministério Público (MP). Os homens detidos são todos naturais do Interior e o crime envolve pelo menos 1,8 milhões de dólares de Hong Kong. “Realizado o primeiro interrogatório judicial aos cinco arguidos, tendo em consideração o facto de os mesmos não serem residentes locais e a gravidade dos demais factos, o Juiz de Instrução Criminal, sob a promoção do Delegado do Procurador titular do respectivo inquérito, aplicou-lhes a medida de coacção de prisão preventiva, no sentido de se evitar a sua fuga de Macau, a continuação da prática de crime da mesma natureza e o perigo da perturbação da ordem pública”, foi revelado. De acordo com os indícios, os cinco arguidos, juntamente com outros indivíduos em fuga, usaram as fichas de jogo falsas para apostar num casino de Macau, obtendo desta forma 1,8 milhões de dólares de Hong Kong. Os cinco arguidos foram indiciados pela prática do crime de burla de valor consideravelmente elevado, podendo ser punidos com pena de prisão até 10 anos. “Actualmente, a economia de Macau está a desenvolver-se de forma gradual e estável, mas o caso de fichas de jogo falsas causou impactos bastante negativos na ordem pública e no desenvolvimento económico de Macau, perturbando severamente em particular o funcionamento legal e ordenado do sector de jogo”, foi igualmente considerado pelo Ministério Público. O MP apelou ainda aos turistas e residentes que denunciem qualquer suspeita de fraude que decorra nos casinos de Macau.
Hoje Macau SociedadeCasinos | Detido por enganar jogador que ganhou 235 mil renminbis Um homem que fazia troca ilegal de dinheiro foi preso no último domingo por burlar um jogador que tinha ganho de 235 mil renminbis num casino de Macau que queria transferir o dinheiro para a sua conta bancária na China e que acabou por nunca receber o dinheiro. Segundo o jornal Ou Mun, que cita informações da Polícia Judiciária (PJ), a vítima conheceu o suspeito de burla através de um chat de conversação, tendo o detido enviado uma imagem comprovativa da sua identidade. Na mesma conversa, o suspeito convenceu o homem a trocar consigo os 235 mil renminbis, os quais seriam depois enviados para a sua conta bancária. Porém, dias depois, a alegada vítima foi informada pelo seu banco de que o dinheiro foi congelado por se suspeitar estar ligado a um caso de burla telefónica. Aí o homem suspeitou que a transferência tinha sido feita com o objectivo de branqueamento de capitais. A PJ descobriu posteriormente que a fotografia enviada pelo suspeito havia sido editada, tendo descoberto no mesmo telemóvel outra fotografia falsa que serviria para comprovar a identidade junto de outras potenciais vítimas. O caso foi encaminhado para o Ministério Público para mais investigação, estando o detido suspeito da prática dos crimes de burla com valor consideravelmente elevado, branqueamento de capitais e falsificação informática.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCrime | Dívida provoca ataque à faca que fez três feridos Uma dívida de 8 mil patacas esteve na origem do ataque com faca que levou três pessoas ao hospital, entre as quais uma em estado grave. A polícia deteve dois suspeitos, mas um terceiro terá fugido para o Interior Uma discussão entre dois grupos de trabalhadores não-residentes terminou à facada, com três feridos, um dos quais em estado grave. Na origem da altercação, que teve lugar no Parque do Templo de Lin Fong, esteve uma dívida de 8 mil patacas. De acordo com a versão da Polícia Judiciária (PJ), os dois grupos encontraram-se no domingo, para discutir a dívida, que estava por saldar há algum tempo. Num dos grupos, encontrava-se o devedor e mais três amigos. Este grupo trouxe consigo pelo menos três facas, que manteve guardadas durante grande parte das “negociações” sobre a forma de pagar a dívida. Do outro lado, estava a pessoa que tinha emprestado o dinheiro e outros três amigos. Todos os envolvidos eram naturais do Vietname e tinha idades entre os 20 e 30 anos. “Por não terem chegado a um acordo durante as negociações, os elementos do grupo devedor tiraram as facas que traziam escondidas, e começaram a atacar o outro grupo”, foi afirmado por Leng Kam Lon, porta-voz da PJ, citado pelo Canal Macau. “Durante as facadas, o grupo do credor acabou por fugir do local”, foi acrescentado. O ataque causou ferimentos em todos os intervenientes e um dos homens teve mesmo de ser operado de urgência, devido à gravidade das lesões, com uma fractura craniana. “Um dos três feridos foi esfaqueado na cabeça e chegou a correr perigo de vida. Por isso, foi submetido a uma cirurgia de urgência”, informaram as autoridades. Agressor em fuga Terminados os ataques, os agressores colocaram-se em fuga, mas deixaram para trás as armas do crime. No local, a PJ encontrou igualmente guarda-chuvas cobertos de sangue. “Segundo a investigação efectuada no local, nas imediações do jardim foram encontradas três facas, que terão sido utilizadas durante o ataque. As armas têm 10 centímetros, 17,5 centímetros e 30 centímetros de comprimento”, disse Leng Kam Lon. “Além disso, descobrimos dois guarda-chuvas com manchas de sangue e vários locais com manchas de sangue. Os agentes recolheram estas e outras provas encontradas no local, que agora faz parte da investigação”, foi indicado. Dois dos suspeitos foram detidos, um na zona do ZAPE, e outro no centro da cidade. O terceiro atacante está em fuga, depois de ter atravessado a fronteira para o Interior pelas Portas do Cerco. Na conferência de imprensa de apresentação do caso, a PJ indicou haver indícios de que o ataque com as facas tinha sido premeditado, mas que os dois detidos tinham recusado cooperar com as investigações.
Hoje Macau SociedadeDSEDJ | Cerca de 3000 alunos aprendem português desde a infância A Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) afirma haver cerca de 3.000 alunos a aprenderem português desde a infância. A revelação foi feita por Choi Man Chi, chefe do Departamento do Ensino Não Superior da DSEDJ, no programa Fórum Macau do canal chinês da Rádio Macau. Segundo o organismo, o objectivo é reforçar a aposta no português, para que o ensino da língua esteja disponível em todas as escolas públicas. Choi recordou que no ano passado foi lançado o programa de iniciação de aprendizagem da língua portuguesa, com a duração de quatro anos, com vista a melhorar a capacidade de tradução dos estudantes. Sobre a tendência no ensino da língua, Choi Man Chi respondeu que o Governo procura ajustar-se às tendências, como aconteceu no passado, quando aumentou a oferta de quadros qualificados a nível da tradução e no direito, onde havia uma maior procura por bilingues. Por outro lado, confrontado com a possibilidade da Inteligência Artificial substituir os tradutores, Choi indicou que essa vai ser uma área de maior formação local, assim como a farmácia, economia, bioengenharia, ciência de dados, entre outras. Por seu turno, a presidente da Associação de Estudantes Luso-Macaense, Well Lai, defendeu que a inteligência artificial na tradução é uma ferramenta para os tradutores. Well apontou também que os documentos oficiais não podem depender totalmente da inteligência artificial.
Hoje Macau SociedadeUNESCO | “Festa Internacional das Cidades da Gastronomia” acontece em Macau Macau vai acolher, este ano, a primeira edição da Festa Internacional das Cidades de Gastronomia em conjugação com o 25.º aniversário de transferência da administração portuguesa de Macau para a China. O evento irá reunir “várias Cidades Criativas de Gastronomia de diferentes partes do mundo, mostrando a diversidade da cultura gastronómica mundial e os encantos do ‘turismo+gastronomia’ de Macau”, destaca a Direcção dos Serviços de Turismo (DST), em comunicado. A DST participou, no último fim-de-semana de 10 a 12 de Maio, na primeira conferência anual de Cidades Criativas da UNESCO em Gastronomia, que teve lugar em Phuket, na Tailândia, onde foram discutidos os mais recentes dossiers sobre o desenvolvimento das diversas gastronomias locais como património cultural. A actual Rede de Cidades Criativas da UNESCO inclui 56 localizações, abrangendo sete áreas criativas: artesanato e arte popular, artes multimédia, cinema, design, gastronomia, literatura e música. Das 56 cidades, seis são da China, nomeadamente Chengdu, Shunde, Macau, Yangzhou, Huai’an e Chaozhou, sendo actualmente o país com maior número de Cidades Criativas de Gastronomia.
João Luz Manchete SociedadeGalaxy | Subida de quase 50 por cento das receitas líquidas O grupo Galaxy Entertainment registou uma subida anual de 49,6 por cento de receitas líquidas no primeiro trimestre de 2024. Apesar da ligeira descida em termos trimestrais das receitas brutas do sector de massas, no segmento VIP as receitas brutas cresceram quase 43 por cento face ao último trimestre de 2023 O grupo Galaxy Entertainment voltou a apresentar bons resultados numa nota enviada na terça-feira à bolsa de valores de Hong Kong. As contas da concessionária de jogo indicam que nos primeiros três meses do ano os lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA, em inglês) chegaram quase a 2,84 mil milhões de dólares de Hong Kong (HKD), o que representa uma subida anual de 48,7 por cento e de 1 por cento face ao trimestre anterior. Em relação às receitas líquidas, a Galaxy apurou 10,55 mil milhões de HKD, montante que representa um crescimento de 49,6 por cento ao ano e 2,3 por cento face aos últimos três meses de 2023. Uma tendência demonstrada na nota enviada à bolsa foi a subida trimestral de quase 43 por cento das receitas brutas apuradas pelo segmento VIP, apesar de ainda estar longe dos registos antes da pandemia e do aperto regulatório ao sector dos junkets. “Ficámos particularmente encorajados com a performance do jogo durante a semana dourada de Maio, depois da reconfiguração do casino do Galaxy Macau”, indicou o CEO do grupo, Lui Chi Woo, citado pelo portal GGR Asia. Detalhes da operação Tendo em conta a contabilidade do grupo, no primeiro trimestre do ano as receitas brutas chegaram quase a 9,63 mil milhões de HKD, mais 58,7 por cento em relação ao mesmo período de 2023, e uma subida de 4,2 por cento face ao trimestre anterior. Ainda no capítulo das receitas brutas, a Galaxy Entertainment registou 7,73 mil milhões de HKD no segmento de jogo de massas, uma subida de 56,6 por cento face ao mesmo período de 2023, mas menos 1,3 por cento em relação aos últimos três meses do ano passado. Já nos jogos electrónicos, a concessionária apurou 600 milhões de HKD, mais 78 por cento em termos anuais e 18,1 por cento face ao trimestre anterior. Lui Chi Woo enquadrou que os resultados do grupo são particularmente importantes face “aos ajustes substanciais ao casino do Galaxy Macau” durante o período em análise. O CEO da Galaxy Entertainment aponta que, as remodelações, “a curto prazo, perturbaram as operações durante Janeiro e início de Fevereiro”, mas desde que as obras de renovação terminaram, a tempo do Ano Novo Lunar, “houve um aumento significativo do fluxo de jogadores no casino”. O líder do grupo sublinhou ainda que está em curso a implementação de mesas inteligentes nas zonas de jogo da Galaxy, e que os jogos de máquinas de slots estão a ser actualizados, assim como as operações no StarWorld, o primeiro hotel com casino do grupo no território.
Hoje Macau SociedadeHabitação | Rendas subiram 2,1% no primeiro trimestre No primeiro trimestre deste ano, a renda média por metro quadrado de fracções autónomas habitacionais de Macau foi de 133 patacas, valor que representa uma subida de 2,1 por cento em termos anuais. De entre as zonas com mais contratos de arrendamento declarados, a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) destacou o aumento das zonas da Rua da Barca, NAPE e aterros da Baía da Praia Grande e aterros da Areia Preta, onde as rendas subiram 6,1, 5,8 e 5,5 por cento, respectivamente face ao primeiro trimestre do ano passado. Por outro lado, a renda média em habitações na zona de Areia Preta e Iao Hon e na zona Barra e Manduco, diminuíram 2,5 e 1,5 por cento, respectivamente, face ao período homólogo. Em relação ao quarto trimestre do ano passado, a renda média por metro quadrado de fracções autónomas habitacionais de Macau subiu 0,7 por cento. A DSEC revelou que no segmento de arrendamento para propósitos comerciais, as rendes do primeiro trimestre do ano subiram 2,3 por cento face ao mesmo período de 2023. Analisando por zonas, as rendas médias da “Baixa de Macau” (700 Patacas), da “Horta e Costa e Ouvidor Arriaga” (514 Patacas) e dos “NAPE e Aterros da Baía da Praia Grande” (618 Patacas) aumentaram 12,6, 2,5 e 1,9 por cento, respectivamente, em relação ao mesmo trimestre do ano passado. Porém, a DSEC revela descidas anuais das rendas médias de lojas na zona da Barca (-2,9 por cento), Novos Aterros da Areia Preta (-2,8 por cento) e Areia Preta e Iao Hon (-1,4 por cento). Já as rendas médias por metro quadrado das fracções destinadas a escritórios fixou-se em 300 patacas, menos 2,5 por cento, em termos anuais, enquanto a renda média para fracções industriais subiu 1,2 por cento para 124 patacas por metro quadrado.
Hoje Macau PolíticaCartas de condução | Deputados questionam dedução de pontos Os deputados da primeira comissão permanente da Assembleia Legislativa (AL) questionaram a implementação do sistema de dedução de pontos da carta de condução como sanção para quem viola as regras de trânsito. Segundo noticiou a TDM – Rádio Macau, os deputados criticam o facto de não existir um mecanismo de reposição de pontos perdidos além de entenderem que muitas infracções não são assim tão graves que justifiquem a perda de pontos na carta para os condutores. Estas ideias foram explicadas pela deputada Ella Lei, que preside à referida comissão permanente, que reuniu na terça-feira pela segunda vez para analisar na especialidade às alterações à lei do trânsito rodoviário. A proposta que está em cima da mesa, apresentada pelo Executivo, prevê que com a perda de seis pontos na carta o autor da infracção possa ficar sem conduzir durante três meses. A sanção aumenta para meio ano caso sejam perdidos 12 pontos. Os deputados consideram que os condutores devem ter o direito a repor até três pontos na carta de condução.
João Santos Filipe Manchete PolíticaComissão Eleitoral | Mantidos locais de voto para escolher membros As eleições para a escolha de 348 dos 400 membros da futura Comissão Eleitoral vão decorrer a 11 de Agosto no Pavilhão Polidesportivo da Universidade Politécnica de Macau, Fórum de Macau e Escola Luso-Chinesa Técnico-Profissional O Pavilhão Polidesportivo da Universidade Politécnica de Macau, o Fórum de Macau e a Escola Luso-Chinesa Técnico-Profissional são os locais escolhidos para a selecção dos membros da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo. Em relação a 2019, a Comissão de Assuntos Eleitorais do Chefe do Executivo (CAECE) optou por manter os mesmos locais. A decisão foi anunciada na terça-feira, pela presidente da CAECE, a juíza Song Man Lei, depois de realizada uma sessão de esclarecimento sobre a “Cronologia das Operações Eleitorais das Eleições dos Membros da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo”. De acordo com uma nota de imprensa, os três locais foram considerados “adequados” para voltar a receber as eleições dos membros da comissão eleitoral. Uma das principais considerações na escolha dos locais passou por avaliar o impacto no trânsito e a capacidade de estacionamento. A escolha de 348 dos 400 membros que integram a CAECE vai acontecer a 11 de Agosto, com as urnas a abrirem às 09h e a encerrar às 18h desse domingo. Segundo Song, a comissão considerou o período de votação “adequado” e “o tempo suficiente, podendo facilitar a deslocação das pessoas colectivas eleitoras dos diferentes sectores para votar”, foi referido. Também em relação a 2019, o horário para a votação, que apenas pode ser feita por alguns representantes das associações, não sofre alterações. Os 400 escolhidos As eleições de 11 de Agosto contribuem para que algumas associações locais escolham 348 representantes na comissão que selecciona o próximo Chefe do Executivo. O acto eleitoral para a comissão, como previsto na Lei Básica, é realizado de acordo com sectores e subsectores de diferentes áreas. No âmbito do primeiro sector, destinado às associações industriais, comerciais e financeiras, há 120 vagas disponíveis. No segundo sector, estão previstas 115 vagas, distribuídas pelas áreas da cultura (26 membros), educacional (29 membros), profissional (43), e desportivo (17). No terceiro sector, há 115 vagas, com 59 destinadas ao subsector do trabalho e 50 ao subsector dos serviços sociais. O terceiro sector ainda tem mais duas vagas para o subsector da religião, mas ao contrário de todos os outros lugares mencionados, não serão escolhidos a 11 de Agosto. Ao invés, são propostos pelas associações religiosas. No que diz respeito, às vagas para políticos, integradas no 4.º sector, estão reservadas 50 vagas. Estas não vão ser decididas no dia 11 de Agosto, dado que algumas já estão decididas, e outras dependem de outros procedimentos de selecção. As vagas em causa são 22 para representantes dos deputados à Assembleia Legislativa, 12 para os deputados de Macau à Assembleia Popular Nacional e 14 para representantes dos membros de Macau no Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês. Ainda neste sector, dois membros são escolhidos pelo órgão municipal.
Hoje Macau Manchete PolíticaConselho de Estado | Xia Baolong transmite carinho de Xi por Macau O director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado enalteceu o rumo da acção governativa da RAEM, elogiando o Executivo como pragmático e promissor. Além disso, Xia Baolong enalteceu o facto de Macau “ter sempre a defesa da segurança nacional como a sua maior prioridade”, reprimindo a interferência de forças externas O director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado, Xia Baolong, “reconheceu que a equipa do Governo da RAEM é pragmática e promissora, e concordou que o rumo da acção governativa do Governo da RAEM tem uma tendência de inovação activa, de revitalização da economia, e de empenho em melhorar o bem-estar da população”, indicou o Gabinete de Comunicação Social (GCS) na terça-feira à noite. Xia Baolong, que também dirige o Gabinete de Trabalho de Hong Kong e Macau do Comité Central do Partido Comunista da China, salientou que “Macau considera sempre a defesa da segurança nacional como a sua maior prioridade, acompanha a evolução do tempo para aperfeiçoar o respectivo regime jurídico e mecanismo de execução, persiste na prevenção e repressão da interferência de forças externas nos assuntos de Macau”. Na terça-feira, os líderes máximos do Executivo apresentaram o relatório dos trabalhos governativos. Ho Iat Seng indicou que “o director Xia Baolong transmitiu o carinho do Presidente Xi Jinping aos compatriotas da RAEM”, e que “o Governo Central tem dado apoio e atenção ao desenvolvimento de Macau e lançado atempada e eficazmente várias medidas favoráveis a Macau”. Neste aspecto, o Chefe do Executivo destacou a integração de mais de uma dezena de cidades chinesas na política de visto individual para visitar Macau e as medidas para facilitar a circulação de cidadãos e empresários. Volta a Macau Entre os vários pontos na agenda de visita de Xia Baolong ao território, destaque para o encontro com membros do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários da Zona Central e ao da Zona Norte, para se inteirar dos “assuntos cívicos e da vida da população daquelas zonas”, e ao Fórum Macau para visitar a Exposição sobre a Educação da Segurança Nacional”. O Governo indica que a passagem pela mostra permitiu ao director ficar a “conhecer o esforço e o contributo que a RAEM prestou à defesa da segurança nacional e sentir o amor pela pátria e por Macau da população local, que aumenta gradualmente”. A paragem seguinte foi à Associação Comercial de Macau, onde Xia Baolong garantiu que “o Presidente Xi Jinping dá elevada importância ao desenvolvimento de Macau, e está muito atento ao bem-estar dos compatriotas de Macau”. O director sublinhou a importância do princípio “Um País, Dois Sistemas”, que mantem inalterados o sistema de capitalismo e estilo de vida, beneficiando também do vasto mercado e as oportunidades de desenvolvimento do Interior da China. “Macau é a pérola na palma da mão da pátria. Se Macau pedir ajuda, a pátria responde sempre. A pátria é o forte apoio de Macau para sempre”, afirmou Xia Baolong. Num discurso fortemente carregado de significado nacionalista, o representante do Conselho de Estado enalteceu o desenvolvimento de Macau desde a fundação da RAEM e o destino partilhado com a China.
Andreia Sofia Silva Grande Plano MancheteTDM | O “problema” inicial e o sucesso das emissões, 40 anos depois A TDM nasceu a 13 de Maio de 1984. A data, coincidente com a celebração das primeiras aparições de Fátima, foi escolhida pelo Governador Almeida e Costa. Os 40 anos da TDM foram celebrados na segunda-feira em Lisboa, com uma palestra onde participaram algumas personalidades políticas que recordaram como o projecto da TDM foi “um problema” que acabou por se revelar um sucesso Há 40 anos, o panorama audiovisual local levou uma reviravolta com o nascimento da Teledifusão de Macau (TDM), a estação pública de televisão e de rádio que levou profissionais da RTP para o território para criar conteúdos informativos e de entretenimento sobre Macau, como até então não se tinha visto. A data do nascimento da TDM, celebrada oficialmente na segunda-feira, dia 13 de Maio, foi escolhida pelo Governador Almeida e Costa que, em 1984, liderava a Administração portuguesa, e que coincidia com o dia da efeméride religiosa das primeiras aparições de Nossa Senhora de Fátima aos três pastorinhos. A ideia era fazer um canal bilingue que fosse o espelho de duas línguas e culturas. A transferência de administração portuguesa de Macau para a China estava a chegar e a criação do canal transformou-se num dossier diplomático complexo e parte integrante das negociações. A história da TDM foi recordada na segunda-feira em Lisboa no Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM) num evento que reuniu os profissionais da RTP que ajudaram a fazer o canal e a sua informação, mas também personalidades políticas portuguesas que testemunharam e participaram na criação da TDM. Todos destacaram as dificuldades de um projecto complexto que tinha tudo para nascer torto, mas que acabou por vingar. Disso deu conta Nicolau Santos, actual presidente do conselho de administração da RTP. “A TDM é um projecto notável que se afirmou em condições que não eram particularmente fáceis, com muitas pessoas que não falavam português. Esta é uma história de sucesso de que a RTP se orgulha particularmente. A TDM presta um serviço público moderno, eficaz e com forte impacto no território, sendo a defesa da língua portuguesa um dos objectivos estratégicos. Orgulhamo-nos muito do sucesso da TDM, que é a expressão do conhecimento e competências que a RTP possui na área do serviço público.” António Vitorino, figura do Partido Socialista (PS) e secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares do Governo português entre 1983 e 1985, com a tutela do audiovisual, foi mais claro quanto às dificuldades do nascimento da TDM. “A TDM era, na altura, um problema”, começou por dizer. “A TDM estava no coração de um dos temas mais delicados da Declaração Conjunta que era a questão dos direitos fundamentais como a liberdade de expressão e de imprensa, matéria a que a parte portuguesa era sensível. O mérito da intervenção sobre a TDM foi o meu colega de Governo, Carlos Monjardino, que persuadiu o Governador Pinto Machado a incluir a questão da TDM nas negociações sobre o contrato de jogo para garantir a sustentabilidade da televisão de Macau além da administração portuguesa do território”, recordou. Línguas de fora As primeiras emissões da TDM aconteciam apenas no horário das 18h às 23h e intercalavam entre chinês e português. Só mais tarde se criaram dois canais diferentes com conteúdos próprios, sendo que actualmente a TDM tem cinco canais, incluindo um com emissões em inglês. Desde cedo que a TDM se tornou numa questão diplomática, onde o bilinguismo era fundamental, destacou também António Vitorino. Não era apenas importante ter emissões locais em português, mas também em chinês. “O tema do bilinguismo era central nas negociações entre Portugal e a China. Este não era uma arma de arremesso, mas sim uma ferramenta forte utilizada pela parte chinesa para introduzir o chinês como língua corrente na Administração, que na sua maioria era composta por pessoas que tinham o português como língua de trabalho.” Além disso, recorda António Vitorino, Portugal “queria garantir que o português, que seria língua oficial [da RAEM], teria garantias de estabilidade”, sendo “imprescindível a garantia da manutenção de um canal bilingue” nas negociações para a Declaração Conjunta, assinada em Pequim em 1987. Segundo António Vitorino, a TDM com emissões bilingues constituía “um factor de confiança para a população de Macau e esse argumento foi muito bem aceite pela China”. “Um canal marcante” Maria de Belém Roseira, outra figura do PS, ex-candidata à presidência da República portuguesa e administradora da TDM entre 1986 e 1987, recorda que aceitou o cargo numa altura em que a empresa “atravessava problemas financeiros e de recursos humanos”. A responsável, que também classificou o nascimento da TDM como um “dossier complicado”, frisou que “nunca aceitaria ser presidente” e que veio para Macau para fazer os estatutos da empresa. “Quis vir-me embora, mas Pinto Machado achou que deveria continuar e fui ficando”. “Foi interessante perceber a importância estratégica da TDM e de como os chineses atribuíram à TDM uma atenção e sensibilidade que levaram a alguma alteração de comportamentos. Sentiu-se uma postura diferente até à assinatura da Declaração Conjunta e depois, porque as preocupações e princípios passaram a ser diferentes. A transição de Macau estava a prazo e era normal que os chineses tentassem ter uma presença mais marcante e de maior intervenção na gestão diária da empresa.” Maria de Belém falou ainda da polémica surgida em 1987 quando, já com Carlos Melancia como Governador, se tentou privatizar parcialmente a TDM com a entrada de um novo accionista, a Emáudio, ligada a Robert Maxwell. “Era apetecível do ponto de vista comercial um canal daquela natureza”, lembrou Maria de Belém. “Foi aí que surgiram as dificuldades com a Emáudio e Robert Maxwell e empresas que tiveram alguns problemas. Estavam a passar-se coisas que não me agradavam”, disse apenas, sem se prolongar em detalhes. Para a responsável, que também foi ministra da Saúde, a TDM “era realmente um canal muito marcante para a comunidade portuguesa que estava em Macau”, sendo que a língua tem hoje “um papel estratégico fundamental”. A prova de fogo Jorge Silva, um dos principais profissionais da TDM até hoje, recordou as primeiras emissões e os desafios em termos técnicos. “Na altura, a população de Macau via a TVB de Hong Kong e outros canais. A TDM foi uma pedrada no charco porque, pela primeira vez, Macau via-se a si própria, exibindo-se temas e reportagens sobre o território. O interesse da população no canal foi-se renovando e aumentando ao longo dos anos.” Assinada a Declaração Conjunta, começou-se a preparar a transição e a verdadeira prova de fogo da TDM em termos técnicos foi a transmissão em directo das cerimónias da transferência, a 20 de Dezembro de 1999. “A transferência de Hong Kong foi dois anos antes [1997] e aprendemos muito com essas transmissões. Eram muitos os convidados presentes, foram muitas horas no ar, cinco ou seis, e esse foi, talvez, o desafio mais marcante da TDM, tal como a chegada dos Governadores ao território. Tal implicava muitas horas de transmissão, desde o jetfoil até à chegada ao Palácio.” Se a TDM nasceu como projecto bilingue, será que se mantém na sua plenitude nos dias de hoje? Jorge Silva assegura que sim. “O espaço em língua portuguesa continua o mesmo. Com a separação dos canais continuamos a ter o mesmo espaço de emissão, formámos já jovens bilingues na redacção portuguesa, que dominam também o inglês e que são bastante úteis. A TDM está hoje muito virada para a troca de programas com o Interior da China e países de língua portuguesa.” O pivot de informação referiu também que “há o acordo entre a China e Portugal para a manutenção dos dois canais na TDM e seria bom que isso continuasse”. “Penso que a China vai honrar os seus compromissos como tem honrado. Os critérios editoriais são definidos pela própria empresa. Gostaria que esse espaço de liberdade e ideias continuasse na TDM e que Macau mantivesse essa autonomia e identidade própria, com ligação a Portugal, mas mantendo essa diferença no espaço e país em que estamos inseridos, que é a China”, concluiu. Carmen Amado Mendes, presidente do CCCM, destacou que “uma televisão de língua portuguesa em Macau tem, de facto, um papel essencial”. “Foi a televisão que foi dando a conhecer a realidade de Macau e todas as mudanças que foram ocorrendo ao longo de 40 anos. O crescimento da própria TDM é também inegável, tendo passado de um canal bilingue para ter cinco canais. Esperamos estar aqui daqui a 40 anos a falar sobre mais um aniversário e fazemos votos para que este crescimento se mantenha”, adiantou.
Hoje Macau Grande Plano MancheteEstudo conclui que nanoplásticos afectam células da pele de seres humanos e de peixes A exposição a nanoplásticos afecta as células da pele de seres humanos e de peixes, concluiu um estudo realizado por investigadores do Centro de Ciência do Mar (CCMAR) e da Universidade do Algarve (UAlg), hoje divulgado. Para chegar a esta conclusão, os investigadores “desenvolveram uma abordagem inovadora ‘in vitro’” para estudar os efeitos da absorção das minúsculas partículas de plástico nas principais células que compõem a derme, designadas por fibroblastos, explicou a academia em comunicado. O estudo, publicado na revista Science of the Total Environment, pretendeu compreender “como é que os nanoplásticos interagem com a pele”, um dos primeiros pontos de contacto com as partículas que estão em crescente presença no ambiente. De acordo com o investigador do CCMAR e da UAlg, Maoxiao Peng, citado na nota, “esta nova abordagem permite a utilização de linhas celulares da pele em ambiente laboratorial para recolher informação consistente e robusta sobre os efeitos dos nanoplásticos”. Esta utilização, refere o investigador, torna-a “mais ética e mais rápida porque evita a utilização de animais para o mesmo efeito”. A nova abordagem revelou que os nanoplásticos desencadeiam diferentes respostas fisiológicas nos vários tipos de células de fibroblastos, “acumulando-se de forma consistente em redor do núcleo e das membranas das células”. Segundo a investigadora Rute Félix, também citada na nota, foi constatado que os efeitos negativos nas células da pele variam conforme as características dos nanoplásticos, tais como o seu tamanho e a concentração. “Estes resultados sugerem que os nanoplásticos podem comprometer a saúde da pele”, alerta. Por seu turno, a investigadora Deborah Power realça que “este estudo abre caminho para uma melhor avaliação dos riscos e efeitos dos nanoplásticos a nível biológico e ecossistémico”. Face às conclusões do estudo, Deborah Power alerta para a “necessidade urgente” de se reduzir a presença de plásticos no ambiente, “dado o seu potencial para afetar a saúde humana e o biossistema em geral”. Os investigadores concluem que o estudo no contexto do Plastifish, um projecto com Macau e a China apoiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, representa “um importante avanço na compreensão dos impactos dos nanoplásticos na saúde da pele”.