Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | UE inclinada a pedir testes a viajantes procedentes da China A maioria dos Estados-membros da União Europeia é favorável a que sejam pedidos testes de covid-19 a todos os viajantes procedentes da China, mesmo antes de saírem do país, como resposta ao pico de infeções que se tem registado. Os países do bloco comunitário inclinam-se também para recomendar aos viajantes medidas de higiene pessoal, incluindo o uso de máscara nos voos com partida da China, o controlo de águas residuais dos aviões para monitorizar o eventual surgimento de novas variantes à chegada aos seus aeroportos e melhorar a sequenciação do coronavírus SARS-CoV-2, que originou a pandemia de covid-19, entre outras medidas. Estas são as ideias com que “concordaram” os especialistas dos Estados-membros na sua reunião de ontem, como resumiu na rede social Twitter a comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides, após o encontro. Suécia prepara medidas de restrição Entretanto, o Governo da Suécia anunciou ontem que está a preparar medidas de restrição para entrada de viajantes provenientes da China, que deverão ser definidas num curto prazo. “O Governo instruiu a Agência de Saúde Pública da Suécia a analisar a situação na China e as consequências para a Suécia e propor medidas, incluindo possíveis restrições de entrada. Estamos preparados para diferentes cenários”, disse o ministro da Saúde Pública e Assuntos Sociais sueco, Jakob Forssmed, citado num comunicado conjunto dos Ministérios da Saúde e da Justiça suecos. A Suécia, adianta a nota, admite “introduzir certas restrições que exigem um teste negativo de covid-19″ e os viajantes da China “precisam de estar preparados para decisões tomadas a curto prazo” pelas autoridades suecas. “Estamos em diálogo com nossos colegas europeus para garantir que as regras sejam o mais uniformes possível em toda a União Europeia (UE)”, afirmou o ministro da Justiça sueco, Gunnar Strömmer, citado na nota. De acordo com o comunicado, o levantamento das restrições de saída da China, combinado com o aumento e disseminação generalizada da covid-19 no país, levantou a questão da introdução de restrições de entrada, inclusive na Europa. O documento sublinhou ainda que, na qualidade de Presidente do Conselho da União Europeia, a Suécia também convocou uma reunião do Mecanismo de Resposta Política a Situações de Crise (IPCR) do Conselho, na quarta-feira, para discutir a questão das restrições de entrada tendo em vista um acordo comum entre os países do bloco europeu.
Sérgio Fonseca DesportoGP Macau | Vencedor não sabe o que vai fazer a seguir Andy Chang Wing Chung tornou-se o terceiro piloto de Macau, depois de André Couto e Charles Leong Hon Chio, a vencer a corrida principal do Grande Prémio de Macau. Apesar do êxito na prova que se realizou pelo terceiro ano consecutivo com monolugares de Fórmula 4, o piloto de 26 anos não sabe o que vai fazer a seguir na sua carreira desportiva A vitória na prova rainha do Grande Prémio foi durante décadas um trampolim para uma carreira internacional de sucesso, mas as últimas três edições, realizadas sob as condicionantes da pandemia, não tiveram o mesmo impacto, e dificilmente terão os mesmos reflexos nas carreiras dos intervenientes como as anteriores. Se Charles Leong conseguiu “dar o salto” para as corridas de GT após o seu segundo triunfo no Circuito da Guia, Andy Chang ainda não sabe o que irá fazer a seguir. “Ainda não tenho qualquer plano”, revelou Andy Chang ao HM, pois neste momento “estou concentrado nas minhas actividades profissionais”, acrescentou o piloto que antes do fim de semana da sua vitória reconhecia que “é bastante difícil entrar na categoria GT porque o orçamento é muito superior ao dos carros F4. Contudo, ainda estou a tentar encontrar uma oportunidade de experimentar um carro de GT”. O piloto do território que deu os primeiros passos no automobilismo com apenas cinco anos, não esconde que gostaria ficar ligado ao desporto no dia em que poise definitivamente o capacete, e já começou a preparar terreno. “Planeio treinar alguns jovens pilotos no karting”, revelou o ex-piloto da equipa oficial TonyKart, “mas também espero treinar pilotos nos fórmulas”. Chaves da vitória Depois de ter conquistado o Campeonato da China de Fórmula 4 em 2021, Andy Chang não teve oportunidade de realizar qualquer corrida em 2022, o que não o impediu de triunfar no Grande Prémio de Macau de Fórmula 4. O piloto do território bateu os compatriotas Charles Leong Hon Chio de Macau e Gerrard Xie de Hong Kong, numa animada corrida que encerrou a 69.ª edição do maior evento desportivo de carácter anual da RAEM Uma combinação de factores foram a chave do sucesso numa prova que podia ter acabado muito mal, quando na Corrida 1, no sábado, o piloto que fez a “pole-position” nas duas sessões de qualificação teve um mau arranque e saiu em frente na escapatória da travagem para a Curva Lisboa. Felizmente, este episódio não teve consequências de maior e uma recuperação notável levou-o ao terceiro lugar. No domingo, Chang impôs-se aos seus adversários com uma corrida isenta de erros. “Embora tenha sido a minha primeira corrida do ano, estava familiarizado com o carro e tinha muita quilometragem na pista. Esta era a minha vantagem. Também fiz alguns treinos em Zhuhai. O carro era excelente e competitivo e a equipa trabalhou arduamente nele”, concluiu Andy Chang, que espera que esta não tenha sido a sua última corrida.
André Namora Ai Portugal VozesAno novo, vida nova: falso Ano novo, vida nova é absolutamente falso nos dias em que vivemos em Portugal. Antes de mais quero desejar aos meus leitores de Macau um ano de 2023 muito melhor e sem os problemas caóticos que têm vivido há mais de dois anos em função das decisões governamentais recentes sobre as restrições da Covid. O sofrimento da sociedade macaense está a piorar quando se esperava que melhorasse em função dos sacrifícios que tem feito. Chegou a Portugal a notícia que Macau vive dias de grande dificuldade com o número de infectados a aumentar assustadoramente e com os hospitais sobrelotados. E por que razão afirmo que em Portugal tudo está na mesma ou pior? Também os casos de Covid têm aumentado e o número de mortes até parece ser escondido porque não temos números concretos e sabemos que morrem pessoas todos os dias. Contudo, o novo ano não vai trazer vida nova porque os casos de escândalos no seio da administração têm-se sucedido em catadupa. Esta semana, ainda os portugueses estão revoltados com o último caso que tem dado a maior discussão e interrogação. Uma senhora administradora da TAP, Alexandra Reis, deixou a TAP, por incompatibilidade gestora com a presidente da empresa pública ou porque decidiu aceitar um outro convite. Uma passagem profissional quase absurda, porque passou da TAP para outra empresa pública do mesmo ramo, a NAV. Ao deixar a TAP recebeu 500 mil euros. Mas como é isto possível, se os portugueses introduziram 3,2 mil milhões de euros na reestruturação da TAP? Então, o ministro da tutela da TAP, Pedro Nuno dos Santos, não tinha de assinar a autorização de uma indemnização de meio milhão de euros a uma funcionária que deixa a TAP? E como é que o mesmo ministro, bem como o seu colega das Finanças vieram pedir satisfações à TAP sobre o sucedido? Pior ainda é que passados uns meses, a mesma senhora foi nomeada pelo Presidente da República, por proposta do Governo, para secretária de Estado do Tesouro, cuja tutela é precisamente o ministro das Finanças, Fernando Medina. Ninguém consegue compreender um imbróglio desta natureza e naturalmente que revolta qualquer português, especialmente os dois milhões de cidadão que vivem abaixo da pobreza. Uma pobreza tão extrema que o primeiro-ministro, António Costa, decidiu na semana passada “oferecer” 240 euros a cada um que estivesse no âmbito das maiores dificuldades vivenciais. Obviamente, que sempre é o mexilhão que se trama, e para salvaguardar os ministros, a engenheira Alexandra Reis viu-se obrigada a pedir a demissão do Governo, tal como seria natural o ministro Pedro Nuno Santos e o seu secretário de Estado, Hugo Mendes também se demitiram para vergonha do primeiro-ministro que não convence ninguém que igualmente não sabia de nada. Um imbróglio enorme que já levou políticos a pedir ao Presidente da República que dissolva o Parlamento. Portugal vive momentos de tristeza, passou um Natal sem sorrir, com as pessoas a chorar sentadas nas estações ferroviárias sem comboios para poderem reunir-se com os familiares para a tradicional consoada. Uma vergonha sensibilizante aquilo que foi decidido pelos trabalhadores da CP, realizarem uma greve no Natal deixando os seus conterrâneos sem poderem abraçar quem há muito não viam e que é natural acontecer na época festiva natalícia. Portugal não está a ser bem administrado de forma a proporcionar alegrias ao seu povo. Os banqueiros e ex-ministros corruptos continuam em liberdade e sem se sentarem nos bancos dos réus. Os pedófilos e os agressores que matam as suas mulheres ficam a rir-se numa qualquer prisão preventiva a aguardar que um julgamento lhes dê uma sentença quase irrisória. As promessas de um novo aeroporto para Lisboa aguardam que uma comissão termine um relatório que indique “apenas” onde deverá ser o lugar destinado ao novo aeroporto, quando existe no território um aeroporto em Beja que se fosse alvo de poucos melhoramentos serviria perfeitamente Lisboa. Basta lembrarmo-nos que em Londres levamos mais de uma hora entre o aeroporto e o centro da capital inglesa. E o de Banguecoque está a quanto tempo da cidade em autocarro de luxo? Afinal, o que pensa o povo? Que simplesmente somos governados por indivíduos que só pensam nos negócios que podem obter com a construção de raiz de um aeroporto, de uma nova via ferroviária ou de mais uma ponte sobre o rio Tejo entre Lisboa e a margem sul. Todo este problema vai levar anos a resolver e a termos um novo aeroporto que sirva Lisboa. O meu vizinho disse-me no Natal passado quando me veio dar as boas festas, que neste desiderato, Portugal tem é a sorte de ter a Senhora de Fátima com os seus milagres constantes em não deixar cair um avião em plena capital lisboeta matando centenas de pessoas. Só para termos um exemplo, já ninguém fala no tal fulano que foi presidente da Câmara de Caminha e que gastou mais de 300 mil euros para uma obra que nunca se realizou e que foi parar a braço-direito do primeiro-ministro. Logicamente que se demitiu, mas onde está a sentença de um prevaricador desta natureza e que ainda foi premiado com um cargo de secretário de Estado-adjunto do chefe do Executivo. Tudo isto, é Ano Novo e vida velha. Tudo isto é triste, como canta o nosso fado.
Andreia Sofia Silva Eventos MancheteMúsica | Carlos Piteira e Jaime Mota reavivam “A Outra Banda” Co-fundador e membro de “A Outra Banda”, projecto musical que existiu em Macau entre 1990 e 1998, o antropólogo Carlos Piteira resolveu recriar a banda em Portugal, dando novas roupagens às músicas e letras. Cantar Macau, bem como os seus poetas e escritores, é o principal lema de uma iniciativa que tem marcado presença em alguns eventos em Portugal ligados a Macau e à lusofonia Entre 1990 e 1998, quando Macau se preparava para dizer adeus à Administração portuguesa, existiu no território um projecto musical único dedicado a cantar a sua cultura e literatura. “A Outra Banda”, co-fundada pelo antropólogo e investigador Carlos Piteira, foi um projecto musical composto por cinco músicos que terminou após a edição do primeiro um álbum. Anos depois, e já em Portugal, Carlos Piteira decidiu “renascer das cinzas” este projecto, desta vez apenas com o músico Jaime Mota. “A Outra Banda” tem marcado presença em eventos ligados a Macau e à lusofonia, a convite de entidades como a Casa de Macau em Lisboa ou a UCCLA – União das Cidades Capitais da Língua Portuguesa, entre outras. “Temos estado a navegar e prontos a dar voz se nos chamarem”, conta, entre risos, Carlos Piteira ao HM. “Queremos falar Macau na voz dos poetas e dar vida ou voz à poesia ou música que mantém viva a chama de Macau e dos macaenses. Trabalhamos temas do quotidiano de Macau e as festividades, como é o caso do Festival dos Barcos Dragão. Tentamos dar sempre algum enquadramento aos temas. Também retratamos algumas situações ligadas à história de Macau, como é o caso das casas de ópio”, adiantou. Essencialmente, “A Outra Banda” trabalha os concertos e os temas em torno de quatro abordagens, sendo que o patuá, através da poesia de Adé dos Santos Ferreira, não é esquecido. Cantam também as palavras de Camilo Pessanha ou, de forma mais contemporânea, Jorge Arrimar, poeta e ex-residente de Macau. “A Outra Banda” dá voz , no total, a dez poetas de Macau. “Este é um projecto pessoal que não conseguiria fazer sozinho”, disse Carlos Piteira, que descreve uma conjugação de gostos e interesses por Macau na ligação a Jaime Mota. “Conheci o Jaime ao longo dos tempos, das bandas dos anos 60 e 70. Ele tocava teclas e fazia algumas orquestrações. Tocámos juntos algumas vezes e penso que ele também se identificou muito com Macau, local com o qual criou uma ligação afectiva.” Novo figurino O projecto nascido há 30 anos tem hoje o mesmo nome, mas há diferenças na musicalidade e na apresentação dos temas. “Tentámos recuperar as melodias que já estavam construídas e esquecidas, que faziam parte da minha memória e da memória dos que estiveram em Macau nesse período, e reproduzi-las num contexto de divulgação dos poetas e do que foi um percurso feito em Macau”, adiantou Carlos Piteira. “Decidi manter o nome do grupo porque é uma forma de tributo ao que fizemos em Macau naquela década, mas com uma roupagem diferente, não tão elaborada. Lá tínhamos outras condições, mais músicos, e a possibilidade de tocar com a orquestra chinesa. Aqui estamos reduzidos a um papel mais singular”, frisou Piteira. Em Macau, nos anos 90, “A Outra Banda” chegou a integrar o cartaz do Festival Internacional das Artes de Macau, bem como a tocar com a orquestra chinesa. Anos depois, Carlos Piteira e Jaime Mota decidiram “recuperar os arranjos, as sonoridades que passaram pelo grupo e as vocalizações”. “O projecto nasce por prazer lúdico que temos em fazer música e também pela necessidade de marcar a presença de Macau pela via da literatura e musicalidade. Sendo macaense e observador das questões de Macau achei que seria importante esta divulgação, ainda que de forma amadora. Não temos nenhuma pretensão de profissionalismo. Queremos conjugar a componente dos afectos.”
João Luz Manchete SociedadeCovid-19 | Testes exigidos para entrar na Coreia do Sul, Austrália, França e Canadá A lista de países que exigem resultado negativo no teste de ácido nucleico à entrada de quem vem de Macau continua a aumentar. Coreia do Sul, França, Austrália, Canadá, Israel, Espanha passam a exigir testes, enquanto Marrocos baniu mesmo a entrada a quem vem do Interior da China, Hong Kong e Macau Depois de três anos de severas restrições de entrada, fronteiras fechadas à maior parte do mundo ou entrada permitia apenas a residentes, Macau está agora do outro lado da equação preventiva de controlo da pandemia. A lista de países que passaram a exigir a apresentação de teste de ácido nucleico a quem chega de Macau foi alargada. Depois de Estados Unidos, Japão e Itália, um grupo alargado de países passou a exigir resultado negativo à entrada. Ontem, as autoridades de saúde da Coreia do Sul alargaram a exigência de testes antes da partida e à chegada para viajantes de Macau e Hong Kong. A medida foi justificada com a tentativa de prevenir que a elevada taxa de infecções nas regiões administrativas especiais, assim como no Interior da China, provoque novos surtos ou traga novas variantes da covid-19. “A decisão foi tomada tendo em consideração a situação recente de infecções em Hong Kong e o elevado número de visitantes oriundos da região, assim como as restrições impostas por países como os Estados Unidos, Canadá e outras nações”, anunciou a Agência de Prevenção e Controlo de Doenças coreana. A medida entra em vigor no próximo sábado. A Austrália foi outro país que começou a exigir testes a quem chega de Macau. A partir de amanhã, os viajantes que cheguem à Austrália oriundos de Macau e Hong Kong devem apresentar resultado negativo de teste de ácido nucleico realizado, pelo menos, 48 horas antes da partida, ou um teste rápido supervisionado por um médico. A medida aplica-se também a cidadãos australianos, indicou na segunda-feira o Governo de Camberra. Cuidados globais Também a partir de amanhã, passageiros oriundos de Macau estão obrigados a apresentar resultado negativo num teste à covid-19 à chegada ao Canadá. A informação divulgada pela Agência de Saúde Pública do Governo liderado por Justin Trudeau especifica que a medida será aplicada durante um período inicial de 30 dias. O teste deve ser feito até dois dias antes da partida. “O teste pode ser de ácido nucleico ou um teste rápido antigénio acompanhado de documentação que demonstre que foi realizado sob monotorização de um profissional médico ou por um laboratório certificado”, especifica a agência canadiana. O Consulado-Geral da França em Hong Kong e Macau emitiu ontem uma nota a dar conta de que todos os passageiros, maiores de seis anos, oriundos da China e das regiões administrativas especiais têm de usar máscara em voos que tenham a França como destino. Além disso, “a partir de amanhã e até 31 de Janeiro, todos os passageiros têm de apresentar no embarque resultado negativo num teste antigénio ou de ácido nucleico realizado pelo menos 48 horas antes do embarque”. O consulado acrescenta que a medida é aplicada a voos que partem hoje e que os resultados dos testes precisam ser certificados, em francês ou inglês, em papel ou em formato digital. Além disso, os passageiros têm de apresentar à companhia aérea uma declaração sob compromisso de honra a garantir que não apresentam sintomas de infecção de covid-19, que não têm conhecimento de terem contacto ninguém infectado durante 14 dias antes da partida, reconhecendo que pode ser exigido a passageiros com idade superior a 11 anos a realização de um teste quando aterrarem em território francês. Se à chegada a pessoa testada acusar positivo fica obrigada a realizar sete dias de isolamento e, findo esse período, a submeter-se a novo teste. Outro nível Com a exigência de realização de testes a ser alargada a países como Espanha, Índia, Tailândia e Reino Unido, um país foi mais longe nas restrições, proibindo a entrada a pessoas oriundas da China: Marrocos. A restrição, alargada a pessoas vindas de Macau e Hong Kong, é a primeira a ser implementada por um país africano e vigora desde ontem. “À luz da evolução da situação de saúde relacionada com a covid-19 na China, e para prevenir uma nova onda de infecções em Marrocos e as suas consequências, será proibido o acesso ao território do Reino de Marrocos a quem vem da República Popular da China, independentemente da nacionalidade”, indicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros. O Governo marroquino acrescenta que a medida “não afecta de forma alguma a forte amizade entre os dois povos e a parceria estratégica entre os dois países”.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadePandemia | Kiang Wu sem camas para doentes covid As centenas de doentes covid-19 registados em Macau diariamente faz com que o hospital Kiang Wu já não tenha camas disponíveis. Por sua vez, o Centro Hospitalar Conde de São Januário está a receber cerca de 200 ambulâncias por dia no serviço de urgência, mais do dobro face ao número registado no ano passado Os serviços médicos em Macau, tanto públicos como privados, começam a ter cada vez mais dificuldade em dar resposta ao crescente número de casos covid-19. Segundo a TDM, o hospital Kiang Wu já não tem camas para este tipo de doentes, tendo Li Peng Bin, médico e gestor do hospital privado, explicado que houve uma redução do número de doentes no serviço de urgência, mas há mais casos com sintomas graves, sobretudo junto dos mais idosos, que necessitam de internamento. “O serviço de urgência no hospital está a tratar cerca de 600 pacientes por dia, o que é duas vezes mais face ao número de casos que tínhamos há umas semanas. No entanto, o serviço da linha de atendimento [para doentes covid-19] aliviou a pressão registada pelo pessoal médico do hospital e reduziu o número de pacientes nas urgências”, adiantou Ieng Kam Tou, também ouvido pela TDM, em declarações reproduzidas pelo portal Macau News. Ao problema da falta de camas acresce-se o facto de muitos profissionais de saúde do Kiang Wu não terem ainda recuperado da doença, mas serem obrigados a prestar apoio no serviço, conforme explicou o médico Lei Man Chon. “Muitos estiveram doentes durante dois ou três dias, mas foram chamados ao serviço quando a febre baixou e quando começaram a sentir-se melhor.” Relativamente à marcação de cirurgias, o serviço não tem sido afectado, adiantou o cirurgião Kam Kun Chong, uma vez que médicos, enfermeiros e auxiliares tomaram precauções em relação à covid-19, tomando medicamentos. Tendo em conta que os idosos são, nesta fase, o maior grupo de risco, os dirigentes do hospital Kiang Wu prometem adoptar medidas especiais para travar o crescente número de casos e aliviar a pressão no serviço de urgência. Uma das medidas passa por recomendar que os doentes tomem os medicamentos fornecidos pelo Governo antes de se dirigirem de imediato às urgências. São Januário lotado A situação não é melhor no Centro Hospitalar Conde de São Januário. À imprensa chinesa, Chang Tam Fei, director substituto do serviço de urgência do hospital público, disse que houve um aumento, em termos anuais, de 200 a 300 doentes, pois cerca de 800 a 1000 doentes registaram-se nas urgências durante este surto. As urgências do São Januário recebem, em média, 200 ambulâncias por dia com doentes covid, enquanto no mesmo período de 2021 o hospital recebia entre 70 a 80 ambulâncias diariamente, o que representa um crescimento de mais de 100 por cento. “Os pacientes vão ao médico assim que se sentem doentes, e neste momento os doentes com sintomas ligeiros são imensos. Assim sendo, decidimos criar um posto de testes de ácido nucleico perto do serviço de urgência para podermos acolher estes doentes com sintomas leves. Desta forma podemos desviá-los do serviço de urgência, evitando a acumulação de pessoas”, adiantou Chang Tam Fei.
João Luz SociedadeJogo | Sector de massas pode levar receitas acima de 30% dos tempos pré-covid Os analistas da JP Morgan Securities estima que durante os feriados do Ano Novo Chinês, as receitas brutas apuradas pelos casinos de Macau com o segmento de massas possam atingir entre 30 a 40 por cento dos níveis pré-pandémicos. O resultado que se espera nos cofres das operadoras de jogo será influenciado positivamente pela recuperação dos turistas chineses, um mês depois do levantamento das restrições impostas pela política de zero-covid. Assim sendo, apesar de todas as seis concessionárias deverem ainda registar resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações [EBITDA] negativos no último trimestre de 2022, o futuro pode trazer já uma mudança de paradigma. “Estamos a prever um 2023 melhor, depois de mais um ano para esquecer. Continuam a estimar que as receitas brutas do segmento recuperem para 30 a 40 por cento dos níveis pré-pandémicos durante o período do Ano Novo Chinês e no primeiro trimestre de 2023, o que já deverá ser suficiente para que a indústria apresente EBITDA positivos”, indicam os analistas, citados pelo portal GGR Asia. Importa recordar que o Conselho de Estado chinês decretou feriados entre 21 e 27 de Janeiro, em jeito de celebração do Ano Novo Chinês, e que esta época costuma ser tradicionalmente um período de grandes ganhos para a indústria do jogo de Macau. Muito importante Apesar de muitos analistas não arriscarem uma previsão positiva para o mercado VIP, que continua envolto em muita incerteza depois da interrupção dos negócios durante um ano e da campanha movida pelas autoridades do Interior ao sector, os analistas da JP Morgan não deixam de prever um futuro risonho para a indústria do jogo. Mesmo sem aquele que foi o mais importante sector de mercado, os analistas afirmam-se “bastante confortáveis” com a recuperação as receitas brutas e EBITDA do segmento de massas para níveis pré-pandémicos já no futuro próximo. O ano de 2024 é assim apontado como o da normalização do sector do jogo. Este ano, a JP Morgan prevê que os casinos de Macau atinjam receitas brutas superiores a 100 mil milhões de patacas, ou seja, cerca de 35 por cento do registo de 2019. Em 2024, os analistas estimam que o volume de receitas brutas cresça para 186,2 mil milhões de patacas, perto de dois terços dos valores registados em 2019.
João Luz Manchete SociedadeHotelaria | Prevista ocupação entre 80 e 90% no Ano Novo Chinês Depois dos bons sinais dados no último dia de 2022, representantes do sector do turismo encaram com optimismo o Ano Novo Chinês. Apesar dos surtos em Macau e no Interior da China, Andy Wu espera que na altura dos feriados os picos de infecção sejam coisa do passado Depois de três anos de crise sem precedentes, a abertura de Macau parece, finalmente, trazer algum optimismo palpável ao sector do turismo. Em declarações ao HM, o presidente da Associação de Indústria Turística de Macau, Andy Wu, mostrou-se confiante de que durante os feriados do Ano Novo Chinês a taxa de ocupação dos hotéis de Macau possa chegar a níveis entre 80 e 90 por cento, com o número diário de visitantes a atingir uma média a rondar os 40 mil. Apesar de os surtos de covid-19 serem uma realidade generalizada no Interior da China, Andy Wu não considera que Macau seja afectado ao nível do turismo. “Para já, as principais fontes de turistas que vão chegar a Macau são Hong Kong e Interior da China. Tendo em conta que tanto no Interior como em Macau os picos de infecção se terem dado antes do Natal, a covid-19 não será um problema para a indústria”, afirmou ao HM. O representante do sector estima que na altura do Ano Novo Chinês, as taxas de infecção local e nacional se fixem entre 70 e 80 por cento. Em relação aos mercados exteriores, Andy Wu não tem para já uma perspectiva tão optimista, porque a frequência de voos do estrangeiro não permite a retoma deste segmento. Em uníssono As previsões de Andy Wu acompanham as proferidas pelo deputado e presidente da Associação das Agências de Turismo de Macau, Cheung Kin Chung, que também havia estimado taxas de ocupação hoteleira entre 80 e 90 por cento durante a próxima época de feriados. Em declarações ao HM, Andy Wu fez eco das declarações do Chefe do Executivo, reforçando a ideia partilhada por vários sectores sociais de que a pior fase da pandemia foi ultrapassada. “Acho que sim, o pior período já passou, e coincidiu com o Natal, quando muitos negócios ficaram paralisados devido à elevada taxa de infecção entre os funcionários. Logo de seguida, no Ano Novo, já se sentiu alguma recuperação. À medida que mais pessoas são infectadas e recuperam, o impacto nos negócios será cada vez menor”, afirmou o responsável. Em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, o deputado Cheung Kin Chung referiu que durante o Ano Novo a taxa de ocupação dos hotéis ficou entre 60 e 80 por cento, com a média dos preços dos quartos a rondar 50 a 60 por cento das tarifas verificadas antes da pandemia.
Hoje Macau PolíticaLei sindical | Lei Chan U lamenta ausência do direito à greve O deputado Lei Chan U lamenta que a nova proposta de lei sindical, que está prestes a dar entrada na Assembleia Legislativa (AL), não contemple o direito à greve. Segundo o jornal Ou Mun, Lei Chan U refere que as autoridades não devem fundamentar a ausência com o argumento de que a Lei Básica já garante uma série de direitos fundamentais aos residentes na área laboral. Lei Chan U afirma que “deve ser promulgada de forma activa a legislação necessária sobre o direito à negociação e acção colectivas”, pois “os conflitos podem ser efectivamente controlados” na sociedade. Isto porque as greves “são um meio usado pela negociação colectiva e são um resultado inevitável das contradições e conflitos de interesse na gestão laboral”, adiantou o deputado.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaÓbito | Morreu José Manuel Rodrigues, fundador da APIM e ex-deputado José Manuel Rodrigues faleceu esta segunda-feira aos 70 anos vítima de doença prolongada. Advogado, ex-deputado e presidente do conselho de administração da TDM, o membro da comunidade macaense é recordado essencialmente pelo seu papel na criação da Confraria da Gastronomia Macaense e do Conselho das Comunidades Macaenses Morreu esta segunda-feira, aos 70 anos de idade, José Manuel Rodrigues, que desempenhava o cargo de presidente do conselho de administração da TDM. No entanto, o advogado macaense foi activo em diversas áreas cívicas, destacando-se a posição de deputado nomeado à Assembleia Legislativa (AL) que deteve entre 1996 e 2005. Como dirigente associativo José Manuel Rodrigues destaca-se por ter ajudado a criar entidades muito importantes para a afirmação das comunidades portuguesa e macaense, nomeadamente a Fundação para a Escola Portuguesa de Macau (FEPM), a Confraria da Gastronomia Macaense e o Conselho das Comunidades Macaenses (CCM). Estas duas últimas nasceram quando Rodrigues presidiu à Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM), entre 1988 e 2016. José Manuel Rodrigues foi ainda membro da Associação Promotora da Lei Básica de Macau e membro do Conselho Consultivo da Lei Básica. O papel desempenhado na APIM é destacado por Miguel de Senna Fernandes, actual dirigente desta entidade. “Esse período da APIM foi bastante importante. Foram os primeiros anos da RAEM e nessa altura a APIM era a associação macaense que mais se destacava, tinha uma pujança diferente. Pela mão de José Manuel Rodrigues aconteceram coisas fundamentais para a comunidade macaense. Ele era um acérrimo defensor da nossa cultura e uma das grandes preocupações que tinha era reflectir sobre a posição em que a comunidade poderia estar na RAEM. É uma das coisas de que me recordo das conversas que tive com ele”, contou ao HM. Miguel de Senna Fernandes destaca ainda a sua qualidade como advogado e a proximidade ao poder. “Era alguém muito chegado aos dirigentes, como Edmund Ho e Chui Sai On. Isto era muito bom para a comunidade macaense. Ele esteve estes anos todos bastante enfermo, com problemas de saúde. Não deixa indiferente o desaparecimento desta figura pública, tão importante para a comunidade.” “Espírito de iniciativa” José Sales Marques, actual presidente do CCM, recorda “o espírito de iniciativa” de José Manuel Rodrigues e não esquece o seu trabalho em torno da Escola Portuguesa de Macau. ” Foi sempre um trabalho muito importante com um grande peso, sobretudo na fase de lançamento da fundação e da própria escola. Ele procurou sempre resolver diversas questões que, na altura, não eram nada fáceis. Era uma pessoa que se preocupava com as questões ligadas à comunidade”, afirmou Sales Marques. Na área da advocacia, José Manuel Rodrigues chegou a fazer parte dos órgãos sociais da Associação dos Advogados de Macau, tendo sido também consultor jurídico. Licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa, Rodrigues chegou também a ser juiz substituto do Tribunal de Instrução Criminal.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Autoridades de saúde da China pedem que zonas rurais se preparem nas vésperas de feriado As zonas rurais da China devem garantir o “abastecimento de medicamentos” nas vésperas do Ano Novo Lunar, quando se prevê um aumento de casos de covid-19, apontou hoje a Comissão Nacional de Saúde do país asiático. “Os abastecimentos devem sobretudo cobrir o período de elevado número de deslocações”, explicou o diretor do Departamento de Assuntos Médicos da Comissão Nacional de Saúde, Jiao Yahui, em entrevista à televisão estatal CCTV. O número de casos de covid-19 aumentou rapidamente na China, após o país abolir a política de ‘zero casos’. A vaga de casos no inverno deve ser exacerbada pelo feriado do Ano Novo Lunar, que se celebra na última semana de janeiro. A principal festa das famílias chinesas, equivalente ao natal nos países ocidentais, regista, tradicionalmente, a maior migração interna do planeta, com centenas de milhões de chineses a regressarem à terra natal. Jiao pediu que as áreas rurais se preparem para que “pessoas gravemente doentes possam ser pelo menos transferidas para um hospital municipal”. A onda de infeções pelo novo coronavírus já terá atingido o pico nas grandes cidades do país, incluindo em Pequim, Xangai, Cantão ou Chongqing, mas ainda não atingiu as áreas rurais, de acordo com um estudo recente liderado por especialistas do Centro de Saúde Pública de Xangai. O Conselho de Estado (Executivo) já pediu, em meados do mês passado, aos governos locais, que dêem prioridade aos serviços de saúde nas zonas rurais “para proteger a população”, apontando a “relativa escassez de recursos de saúde”. No início de dezembro, as autoridades chinesas puseram fim a quase três anos da política de ‘zero casos’ de covid-19, que incluía testes em massa, quarentena em instalações designadas para casos positivos e contactos diretos, a utilização de aplicações de rastreamento de contactos e o encerramento das fronteiras do país. O relaxamento das restrições antecedeu uma onda inédita de infeções na China, que provocou grande pressão hospitalar em diversas cidades. Algumas vozes no país criticaram a falta de preparação das autoridades, antes de porem fim à política ‘zero covid’, que causou escassez de medicamentos para febre e problemas de acesso a cuidados médicos. Jiao garantiu que a Comissão Nacional de Saúde “fez os preparativos” desde “o início de dezembro de 2022”, e que exigiu que os hospitais aumentassem as camas nos cuidados intensivos. A rápida disseminação do vírus no país lançou dúvidas sobre a fiabilidade dos números oficiais, que relataram apenas algumas mortes recentes pela doença, apesar de localidades e províncias estimarem que uma proporção significativa das suas populações foi infectada. A Organização Mundial de Saúde disse recentemente estar “muito preocupada” com a evolução da covid-19 na China e exigiu “mais informação”. Pequim respondeu que tem partilhado os seus dados “de forma aberta, atempada e transparente” desde o início da pandemia. A empresa britânica Airfinity, que analisa dados do setor da saúde, estimou que a China está atualmente a sofrer cerca de 9.000 mortes por dia causadas pelo novo coronavírus. A partir de 08 de janeiro, a covid-19 vai deixar de ser uma doença de categoria A na China, o nível de perigo máximo, para passar a ser uma doença de categoria B, que contempla menos controlo, marcando assim na prática o fim da política de ‘zero covid’, desmantelada pelas autoridades após a ocorrência de protestos em várias cidades do país.
Hoje Macau EventosPintora Graça Morais vence Prémio Vasco Graça Moura O Prémio Vasco Graça Moura – Cidadania Cultural, no valor de 20.000 euros [cerca de 160 mil patacas], distingue este ano a pintora portuguesa Graça Morais, com mais de 50 anos de carreira, realçando “o seu percurso cultural, artístico e cívico”. “Desde a sua juventude a artista teve uma permanente participação ativa na defesa do humanismo, do respeito pela dignidade humana e dos direitos humanos. Uma ligação muito forte à terra e às tradições populares e uma permanente atenção à dureza da vida e à compaixão têm caracterizado uma assinalável coerência na sua obra”, afirma o júri, ao qual presidiu Guilherme d’Oliveira Martins, sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa. “Para Graça Morais a cidadania cultural constitui algo de natural e necessário. O seu talento artístico e a escolha dos temas para as suas obras, em estreita ligação íntima, têm sempre subjacente a atenção aos outros e o cuidado relativamente aos mais vulneráveis. A artista e a cidadã estão sempre presentes, o que constitui um singular exemplo no panorama artístico contemporâneo, merecedor de especial reconhecimento”, sublinhou o júri do prémio promovido pela Estoril Sol, em comunicado enviado à agência Lusa. Muitos prémios Este prémio junta-se a várias outras distinções que a artista plástica já recebeu, nomeadamente a Ordem do Infante D. Henrique, com o grau de Grande Oficial, atribuída em 1997, e a Medalha de Mérito Cultural, pelo seu contributo para as artes, atribuída em Março de 2019, pela então ministra da Cultura Graça Fonseca, e o mais recente prémio “Personalidade do Norte”, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, que lhe foi entregue no final de Novembro. Maria da Graça Pinto de Almeida Morais nasceu há 74 anos em Vieiro, aldeia no concelho transmontano de Vila Flor, Portugal. De 1957 a 1958 viveu em Moçambique, no vale do Limpopo, de onde regressou em 1959 para a sua aldeia natal. Foi em Moçambique que despertou o interesse pela pintura, aos nove anos, incentivada pela professora, depois de o pai lhe ter oferecido uma caixa de aguarelas, como conta a José Jorge Letria no livro “Graça Morais: A Grande Arte Tem a Dimensão do Mistério” (2018). De acordo com o seu relato, foi nesta altura que disse à mãe querer ser pintora, apesar dos receios da progenitora, convencida de que os artistas passavam fome. A mãe tinha outros projetos para si, como tornar-se professora primária, seguindo uma tradição familiar. O Prémio Vasco Graça Moura-Cidadania Cultura foi instituído pela empresa Estoril Sol, em homenagem à memória do escritor Vasco Graça Moura (1942-2014), nascido há exatamente 81 anos, no Porto, em 3 de Janeiro de 1942.
Hoje Macau China / ÁsiaPresidente das Filipinas parte para visita de Estado à China de três dias O Presidente filipino, Ferdinand Marcos Jr., partiu hoje para a China, onde vai realizar uma visita de Estado de três dias, estando previsto um encontro com o líder chinês, Xi Jinping, visando reforçar os laços bilaterais. “Com esta partida para Pequim, abro um novo capítulo na nossa cooperação abrangente e estratégica com a China”, disse Marcos Jr., num encontro com autoridades e diplomatas dos dois países numa base aérea de Manila que antecedeu a sua partida. “Aguardo ansiosamente a minha reunião com o Presidente Xi enquanto trabalhamos para mudar a trajetória das nossas relações para um nível mais alto que, com sorte, vai trazer várias perspectivas e oportunidades abundantes de paz e desenvolvimento para os povos dos nossos dois países”, acrescentou. Aludindo à disputa territorial que Pequim e Manila mantêm em torno da soberania do Mar do Sul da China, o líder filipino disse estar ansioso para discutir questões políticas e de segurança bilaterais e regionais. “As questões entre os nossos dois países são problemas que não pertencem a dois amigos como as Filipinas e a China”, acrescentou. “Procuraremos resolver essas questões para benefício mútuo dos nossos dois países”, frisou. A China considera praticamente todo o Mar do Sul da China como território seu e ignorou uma decisão de 2016 de um tribunal de Haia que invalidou as reivindicações de Pequim. O caso foi apresentado pelas Filipinas, que dizem que a China desde então transformou recifes disputados em ilhas artificiais com pistas para aviões e outras infraestruturas, de modo que agora se assemelham a bases militares avançadas. Mais recentemente, um comandante militar filipino relatou que a guarda costeira chinesa apreendeu à força destroços de foguetes chineses que o pessoal da marinha filipina havia recuperado no Mar do Sul da China, no mês passado. A China negou a apreensão forçada. Marcos disse que vai pedir mais esclarecimentos na sua visita a Pequim. Acompanhado por uma delegação de empresários, o líder filipino disse que procura cooperação em várias áreas, incluindo agricultura, energia, infraestrutura, comércio e investimentos e intercâmbio entre pessoas. Espera assinar mais de 10 acordos bilaterais importantes durante a visita. A China responde por 20% do comércio exterior das Filipinas e é também uma importante fonte de investimento estrangeiro direto no país do sudeste asiático.
Hoje Macau China / ÁsiaNovo MNE chinês quer melhorar relações com EUA O novo ministro dos Negócios Estrangeiros da China, até agora embaixador daquele país em Washington, Qin Gang, disse ao secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, que espera “promover uma melhoria das relações” entre os dois Estados, foi hoje divulgado. Numa conversa telefónica realizada no domingo, Qin Gang despediu-se de Blinken enquanto embaixador da China e relembrou os vários encontros que manteve com o chefe da diplomacia dos Estados Unidos da América (EUA) durante a sua estada em Washington, que descreveu como “sinceros, profundos e construtivos”, referiu o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês numa nota publicada no seu portal na Internet. Na mesma nota informativa, o novo ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) chinês expressou o desejo de “manter uma relação próxima” com Blinken no seu futuro cargo. Qin, de 56 anos, foi nomeado, no sábado passado, ministro dos Negócios Estrangeiros pelo Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional, órgão equivalente ao parlamento. Durante o 20.º Congresso do Partido Comunista da China (PCC, o órgão executivo da governação), realizado em outubro passado, Qin passou a fazer parte do Comité Central, o grupo de cerca de 200 membros (mais cerca de 170 suplentes) que lidera o partido. Qin assumiu o cargo de embaixador em Washington em 2021, num período em que as relações entre a China e os Estados Unidos se deterioravam depois de o então Presidente norte-americano Donald Trump ter iniciado, em 2018, uma guerra comercial com o país asiático, posteriormente alargada a áreas como a tecnologia e a diplomacia. O novo ministro, que vai substituir Wang Yi no cargo, foi, no passado, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros e chegou a distanciar-se da linha oficial de Pequim, quando, por exemplo, afastou receios de uma potencial guerra com Taiwan ou quando admitiu que o Governo chinês poderia ter feito mais para impedir que a Rússia invadisse a Ucrânia.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaAlexis Tam reforma-se e deixa delegação de Macau em Lisboa Alexis Tam, antigo secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, reformou-se e vai deixar o cargo de chefe da Delegação Económica e Comercial de Macau em Lisboa que exercia na actualidade. A notícia foi avançada pela TDM Canal Macau, que dá conta do fim de um período de 33 anos que Alexis Tam dedicou ao funcionalismo público. Para o seu lugar, vai agora Lúcia Abrantes dos Santos, que irá exercer o cargo em regime de substituição, uma vez que, desde Dezembro de 2019, desempenhava funções de adjunta de Alexis Tam. Recorde-se que a nomeação do antigo secretário para representante das delegações de Macau em Lisboa e Bruxelas aconteceu em Dezembro de 2019, por um período de um ano, tendo-se prolongado por mais dois anos devido à pandemia. A ida de Alexis Tam para a Europa coincidiu com a tomada de posse de Ho Iat Seng como Chefe do Executivo que, na altura, traçou algumas críticas ao despesismo registado na tutela dos Assuntos Sociais e Cultura. Ho Iat Seng disse que a tutela absorveu 35 por cento do orçamento anual do Executivo, “pelo menos 30 mil milhões de patacas”, além de ter sido uma área alvo de “várias queixas do público”. Para o Chefe do Executivo, tal constituía “um problema”. Silêncios e mudanças Durante estes anos, o mandato de Alexis Tam à frente da Delegação tem sido marcado por pontuais aparições públicas e poucas palavras em público. Destaque para o encerramento da livraria da Delegação de Macau em Lisboa, em 2021, devido ao fim da representação da Direcção dos Serviços de Turismo na capital portuguesa. Essa decisão fez com que o território tenha perdido a representação anual na Feira do Livro de Lisboa. Numa entrevista concedida ao Jornal Tribuna de Macau, Alexis Tam falou das dificuldades com que teve de lidar devido à pandemia e no apoio concedido aos estudantes da RAEM em Lisboa e residentes, uma das grandes funções da Delegação. “De certa forma, a Delegação funciona como uma embaixada em Portugal e por isso estou a exercer as funções de diplomata e participo em muitas acções de diplomacia”, explicou. Neste período, Alexis Tam foi ainda distinguido com o doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Lisboa, pelo seu envolvimento e empenho no desenvolvimento do ensino e da língua portuguesa em Macau, além de ter recebido, em Julho do ano passado, a Medalha Municipal de Mérito (grau ouro) da Câmara Municipal do Porto. Nascido em 1962 no Myanmar, Alexis Tam tem um doutoramento em Gestão de Empresas pela Universidade de Nankai e mestrado na mesma área na Universidade de Glasgow, no Reino Unido. Na Administração, e antes de ser secretário, Alexis Tam foi chefe de gabinete do Chefe do Executivo e porta-voz do Governo.
Hoje Macau Macau Visto de Hong Kong VozesInformação para crédito Este vai ser o meu primeiro artigo publicado em 2023. Daqui, desejo a todos os meus leitores um Feliz Ano Novo, cheio de saúde. A semana passada, alguns órgãos de comunicação social assinalaram que a Caixa Económica Postal de Macau criou com sucesso uma “plataforma com informação para crédito” que começou a funcionar no passado mês de Novembro. A partir de 1 de Janeiro de 2023, as instituições de crédito podem obter informações pessoais e relatórios sobre quem solicita créditos, e sobre os seus fiadores, através desta plataforma. Isto significa que os dados pessoais de quem pede empréstimo e dos seus fiadores estão inseridos na plataforma e podem ser consultados pelas instituições de crédito. A Caixa Económica Postal explicitou que esta medida vai ajudar a promover o desenvolvimento do sector financeiro de Macau. A plataforma permite que as instituições de crédito compreendam melhor a situação financeira de quem pede empréstimos e dos fiadores ao partilharem as suas informações pessoais entre si. Assim sendo, a plataforma pode ajudar a melhorar a transparência do sector e aumentar a estabilidade do mercado financeiro, o que é bom para Macau. Depois de a plataforma receber os dados pessoais vindos da instituição de crédito, passa a fornecer o historial bancário do cliente que solicitou o crédito e do fiador que fica disponível para consulta. Este historial contém informações básicas, registos de reembolsos vencidos nos últimos dois anos, etc. De momento, as instituições de crédito têm de solicitar à plataforma “o relatório de crédito personalizado” para que possa ser efectivado o empréstimo, no entanto, esta informação só pode ser concedida com a autorização do cliente e do fiador. Por outras palavras, quem solicita o crédito não pode pedir esta informação directamente à plataforma.Esta plataforma, em termos operativos, tem alguns aspectos que merecem a nossa atenção. Após a sua criação, a situação financeira do cliente e do fiador fica mais transparente. Acredita-se que situações decorrentes de pedidos de crédito a múltiplas instituições para, por exemplo, aquisição de várias propriedades com fins especulativos, possam vir a ser mais controladas. Da mesma forma, também se pode controlar melhor quando um cliente pede vários cartões de crédito a diferentes instituições, para pagar um empréstimo contraindo outro. Em suma, a plataforma ajuda a conter o crédito excessivo e a situação financeira de todos melhorará. O relatório de crédito pessoal obtido através da plataforma é constituído pela informação financeira genérica do cliente e do fiador, referente aos últimos dois anos. Esta informação pode precisar de ser actualizada quando a pessoa pede um empréstimo. Portanto, o ideal é que, depois de receber o relatório personalizado, a instituição de crédito peça ao cliente e ao fiador informações mais detalhadas antes de aprovar o empréstimo. Esta abordagem vai facilitar a adesão de todas as partes. Actualmente, a plataforma não aceita pedidos de relatórios de crédito pessoais em nome individual. Por conseguinte, no caso de empréstimos interpessoais, a instituição de crédito só pode fazer juízos com base nas informações fornecidas pelo cliente. A plataforma fornece relatórios financeiros personalizados a instituições creditadas em Macau. Hoje em dia, os serviços financeiros online estão muito popularizados e existem muitas empresas de crédito registadas fora de Macau. Por exemplo, muitas destas empresas têm como clientes alvo as pessoas que não conseguem obter empréstimos junto de entidades bancárias. Porque concedem apenas pequenos empréstimos, o risco que correm é baixo. Se o cliente não pagar as prestações a tempo, o crédito é-lhe cortado. Portanto, este tipo de instituições não precisa de grande ajuda da plataforma. A criação da plataforma vai ajudar a estabilizar o mercado financeiro de Macau. O próximo passo é promover a interligação de dados da plataforma na Área da Grande Baía. Isto não só ajudará as instituições financeiras da Grande Baía a efectuarem negócios, como também facilitará os residentes de Hong Kong e Macau a comprarem imóveis na Área da Grande Baía. Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau Professor Associado da Escola Superior de Ciências de Gestão/ Instituto Politécnico de Macau Blog: http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog Email: legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk
Hoje Macau Eventos“Excursão Cultural Profunda” | Música e workshops aquecem Janeiro Com a chegada do Ano Novo Chinês, que este ano acontece entre os dias 21 e 27 de Janeiro, o Instituto Cultural promove uma série de espectáculos musicais e actividades até final do mês no espaço da Feira do Carmo e Casas Museu da Taipa O Instituto Cultural (IC) prepara-se para receber o Ano Novo Chinês com muita música e animação. O cartaz dos eventos, que se integra na iniciativa “Excursão Cultural Profunda” deverá acontecer ao longo do mês, sempre aos fins-de-semana, com espectáculos musicais e muitas actividades para miúdos e graúdos. O primeiro espectáculo, de música pop brasileira, acontece já no próximo sábado nas Casas Museu da Taipa, e integra-se na temática “música dos continentes americanos”. No sábado seguinte, dia 14, é a vez de o público desfrutar de um espectáculo de música rock americana, seguindo-se Bossa Nova, dia 21, e música latina no dia 28. Os concertos decorrem sempre entre as 16h e as 18h. Com estes concertos, o IC pretende “englobar diferentes géneros musicais únicos” permitindo “ao público sentir os ritmos extremamente dinâmicos das músicas oriundas dos continentes americanos”. Workshops e afins Se os sábados são feitos de música, os domingos são preenchidos com workshops e actividades alusivas ao Ano Novo Chinês, com o tema “Novo Ano, Nova Imagem”. A Feira do Carmo acolhe, no próximo domingo, o evento “Melodias mágicas abrem um novo capítulo”, enquanto no domingo seguinte, dia 15, decorre um workshop onde os participantes vão aprender a criar acessórios típicos do Ano Novo Chinês com plasticinas de diferentes cores, a fim de criar “acessórios únicos como celebração desta ocasião especial”. Para marcar presença nesta iniciativa, deve ser feita a inscrição entre os dias 4 e 11 na plataforma da Conta Única. Por sua vez, no dia 22, decorre a iniciativa “Monstros do Ano Novo Chinês animam a celebração” enquanto mais perto do final do mês, a 29, tem lugar a actividade “Receber a divindade de felicidade com música e alegria”. Com estes eventos dominicais, o IC pretende aliar “a cultura chinesa com a ocidental e o passado com o presente”. As apresentações escolhidas para o programa trazem “danças chinesas elegantes, teatros interactivos com tema de animais do Ano Novo Chinês e concertos de instrumentos chineses baseados na mesma festividade”. Haverá ainda a oferta de felicitações com dísticos sobre temas de destaque no ano novo lunar, escritos na hora por mestres de pintura e caligrafia chinesa, entre outras actividades de celebração, promovendo a fusão entre a tradição e a inovação e proporcionando um ambiente festivo carregado de animação e alegria. O IC descreve que esta iniciativa “tem sido muito bem recebida por residentes e turistas” desde o seu lançamento, em Novembro. A ideia é continuar a promover “uma série diversificada de experiências de cultura a nível comunitário e espectáculos com características únicas” num espaço único como é a antiga vila da Taipa.
José Simões Morais Via do MeioNanjing e o estaleiro dos barcos do Tesouro Actual capital da província de Jiangsu, Nanjing de 1386 a 1421 foi capital da dinastia Ming e era a maior cidade comercial do Celeste Império, contando com uma população de 1 milhão de pessoas. De barco chegámos após navegar pelo Changjiang (Rio Longo, mais conhecido por Yangtzé) e trazíamos como objectivo visitar os lugares ligados a Zheng He e procurar os estaleiros onde foram construídos os juncos do Tesouro das expedições marítimas ao Oceano Índico ocorridas entre 1405 e 1433. Em meados dos anos 90 do século XX, percorrendo a pé a zona Noroeste de Nanjing, junto ao Changjiang, entrando numa área muito degradada de casas de tijolo em ruínas fomos encontrar um local onde num ramal de água uns quantos barcos ancorados serviam de casas de habitação. Hoje sabemos ali ter havido uma doca ligada aos estaleiros que produziram juncos para as viagens marítimas de Zheng He. Em fundo, olhando para nascente estava a ponte de Nanjing com 1,5 km de extensão sobre o Rio Yangtzé, construção em ferro do ano de 1968 com dois tabuleiros, o superior para carros e o de baixo para os comboios. O príncipe de Yan, Zhu Di escolheu Ma He em 1390 para trabalhar com ele e em 1402, quando ocupou o trono da dinastia Ming como Imperador Yongle (1402-24), trouxe-o para a capital, promovendo-o a chefe dos eunucos, entregando-lhe a gestão dos assuntos gerais do palácio imperial. Ma He (1371-1433) em Nanjing tinha a sua residência, local de trabalho e centro de logística para armazenar os utensílios destinados à armada na Rua Mafujie (Maliujia), espaço com 74 salas a ocupar 2,4 hectares, existente ainda no reinado do sétimo Imperador Qing Xianfeng (1851-1861). Ardeu durante a Revolta Taiping, quando em Março de 1853 o exército Taiping entrou em Nanjing e matando todos os manchus fez da cidade, com o nome de Tianjing, a capital do Grande Reino da Paz Celestial. Para comemorar o 580º Aniversário da primeira viagem marítima de Zheng He, o Governo Municipal de Nanjing em 1985 ordenou a construção do Parque Zheng He, ampliado vinte anos depois. Hoje, situado no distrito Qin Huai, na Rua Taiping nan encontra-se a Praça Zheng He onde está uma das estátuas do Admirável Almirante e por trás, o Jardim com o nome desse grande navegador. Como o geomante Yuan Gong muito tempo antes tinha prognosticado que aos quarenta anos Zhu Di subiria ao trono da China, agora como Imperador Yongle questionava o filho deste, o oficial civil Yuan Zhong Che se Ma He seria a pessoa indicada para levar avante a empresa de liderar uma expedição ao Mar do Oeste. Com resposta afirmativa, o Imperador em 1404 mudou o nome de Ma He para Zheng He e designou-o Almirante da Armada, então já em preparação. Estaleiros da dinastia Ming Muitos dos juncos para essa armada foram construídos no estaleiro situado a Noroeste de Nanjing, na zona de San Che He, compreendida entre as aldeias de Zhong Bao e Shang Bao, ao longo do Changjiang onde existiam sete longas docas secas (zuo tang) dispostas paralelamente na direcção Nordeste a fazerem um ângulo de 62°. Segundo alguns investigadores, nessa área estariam dois diferentes estaleiros de épocas distintas, o Longjiang feito no reinado do Imperador Hongwu e o do Tesouro construído no terceiro ano do reinado de Yongle, mas há quem contraponha ser de data anterior e 1405 corresponder apenas ao nome dado, baochuan chang. Ocupando uma área de mil mu (666.700 m²) no recinto do estaleiro viviam cerca de 20 mil pessoas e para nele entrar os empregados tinham de mostrar um dístico específico, bilhete de identidade onde constava o posto que ocupavam. Aí existiam os departamentos administrativos, locais para os trabalhadores, com centenas de casas para morarem, mercado e também armazéns. Laborava-se dia e noite e havia capacidade para construir simultaneamente mais de uma centena de barcos. Aqui o Imperador Yongle ordenou fazer ou reparar 2787 juncos. O livro da dinastia Ming, Longjiang Chuan Chang Zhi 《龙江船廠志》 refere a organização do trabalho nos estaleiros, onde entre as docas havia sete grandes locais para específicos trabalhos, como o de criar e escolher os modelos dos juncos, realizar os cálculos para as diferentes partes dos barcos, o ligado à metalurgia, fazerem-se cabos e cordas e as velas. No departamento dedicado às madeiras existiam várias secções: numa eram armazenadas, marcando-se as proveniências com algarismos a servir também para indicar a qual parte da embarcação eram destinadas. Existiam mais treze pequenos locais para outros propósitos. Tudo ficava registado e quando havia necessidade de se fazer alguma reparação era fácil localizar o material para substituir e a quem se deveria responsabilizar, tal como se prevenia comportamentos de corrupção. Usando o modelo do junco de Fujian, o Fuchuan, com o casco em V, realizando algumas transformações criou-se entre outros o barco do Tesouro, baochuan com mais de 120 metros de comprimento, 50 metros de largura e nove mastros, que deslocava 8 mil toneladas. A meio do estaleiro, entre a primeira e a quarta doca estava o templo a Tian Fei, chamado pelos locais Niang Niang Miao e quando um junco ficava pronto realizava-se uma cerimónia onde a deusa era convidada a percorrer o interior da embarcação, havendo nos barcos um local especial para o altar. Inundada a doca com a água do Rio Jia saia o junco a navegar para entrar no Yangtzé. Parque Baochuan Em 2014 voltámos a Nanjing à procura dos Estaleiros do Tesouro (Baochuan chang), situados fora da muralha da cidade e trazíamos agora a localização, pois os trabalhos arqueológicos iniciados em 2003 estavam já realizados em Setembro de 2004, tendo sido aberto no ano seguinte o Parque Baochuan como atracção turística e museu. Apenas uma doca dos estaleiros fora estudada pois o local das restantes seis tinha sido ocupado por edifícios de habitação devido à expansão da cidade. A doca número 6 tinha 421 metros de comprimento e 41 de largura, havendo nela 3,5 metros de altura de lodo de onde foram retirados 1500 artefactos, sobretudo madeiras, algumas pintadas, pregos e cerâmica. Muito se questionou sobre as dimensões dos barcos do Tesouro, que segundo o livro Ming Shi 《明史》《明史列传第一百九十二宦官二》 o baochuan contava com 44 zhang de comprimento e 18 de largura. Mas Ma Huan (马欢), que como tradutor viajou na armada de Zheng He, refere ter o maior baochuan 44,4 zhang e de largura 18 zhang, enquanto o de tamanho médio contava com 37 zhang de comprimento e 15 de largura. Se 1 zhang corresponde a 3,333 metros então esta doca não tinha largura suficiente para a construção do baochuan maior e daí as dúvidas de muitos investigadores do real tamanho do barco, algo inacreditável. Deste estaleiro saiu parte dos navios da armada e os baochuan feitos com madeiras preciosas, onde seguiria o Almirante Zheng He e transportava os exóticos produtos chineses para trocar por os de grande valor, como âmbar-cinzento, especiarias, pedras preciosas e outros tesouros, sendo daí o nome do maior junco da armada.
Hoje Macau SociedadeS. Januário | Primeiro bebé do ano nasceu às 02h59 O primeiro bebé do ano nasceu na madrugada de dia 1 de Janeiro, às 02h59, no Centro Hospitalar Conde de São Januário. O recém-nascido, um menino que nasceu com 3,1 quilos, é o primeiro filho da Sr.ª Yu, residente de Macau. O segundo bebé do ano é uma menina, que nasceu às 06h20 com 2,92 quilos de um parto por cesariana no Hospital Kiang Wu. De acordo com os dados disponíveis, nasceram em 2022 no Hospital São Januário 1.901 bebés, total que representou uma redução de 21 por cento em relação ao ano anterior. No Hospital Kiang Wu a diminuição de partos não foi tão acentuada, 7 por cento, com um total de nascimentos em 2022 a chegara aos 2.456. Em ambos os hospitais, nasceram mais meninos do que meninas.
João Luz Manchete SociedadeCovid-19 | Estudo aponta segundo pico para o Ano Novo Chinês Um estudo da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau prevê para o Ano Novo Chinês um segundo pico de infecções de covid-19. O relatório apresentado pela equipa de investigadores revelou que cerca de 70 por cento dos infectados tiveram sintomas de febre, tosse e dores de garganta Um estudo elaborado por uma equipa de académicos da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST na sigla em inglês) indica que Macau pode ser palco de um segundo pico de infecções de covid-19 durante os feriados do Ano Novo Chinês, que começa a 22 de Janeiro. O novo ponto alto de registo de casos positivos poderá ser influenciado pela entrada de um maior volume de turistas do Interior da China, assim como pelo alívio das restrições de viagens com Hong Kong. Como tal, os académicos aconselham o Governo a preparar o novo pico poupando recursos médicos para acudir aos casos mais severos. A investigação dos académicos da Faculdade de Engenharia e Tecnologia baseia-se num questionário aleatório a 2.553 pessoas, onde se indica que no dia 23 de Dezembro foi registado o maior número de casos positivos num dia, 256, que nessa altura correspondiam a cerca de 10 por cento de todas as infecções. Quanto aos efeitos, o estudo indica que o pico de infecções mais severas se regista uma semana depois do ponto alto de todas as infecções, mantendo-se estável durante duas a três semanas, provocando um grande desgaste no sistema de saúde. Em relação aos resultados de testes rápidos e de ácido nucleico, a equipa da MUST revela que mais de metade dos participantes no questionário tiveram resultados positivos entre 5 e 10 dias, enquanto 8 por cento tiveram resultados positivos entre 1 e 3 dias. Apenas 2 por cento dos inquiridos testaram positivo mais de 10 dias. A duração do resultado positivo foi maior em pessoas mais velhas. No que toca aos sintomas, mais de 70 por cento das pessoas registaram febre, dores de garganta e/ou tosse, enquanto 17 por cento perderam temporariamente o olfacto. Variantes do momento Antes do fim-de-ano, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, declarou que “o pico de infecções em Macau já passou, com o número de indivíduos infectados a diminuir, e as autoridades concentram os esforços, neste momento, nos recursos hospitalares para tratar os doentes graves”. Em relação ao estudo da MUST, e à previsão de um segundo pico no Ano Novo Chinês, a secretária garantiu que “as autoridades de saúde continuarão a acompanhar de perto e com atenção a evolução da situação epidemiológica da covid-19 no mundo, incluindo a mutação do vírus, a taxa de infecção, esperando que a população se prepare para possíveis picos periódicos da pandemia”. A secretária indicou que com base na análise de “diversas informações, incluindo o número de declarantes na plataforma de autoavaliação”, infectados atendidos nas clínicas comunitárias e chamadas para a linha de apoio, o “pico de infecções foi registado entre os dias 21 e 23 de Dezembro”. Depois destas datas, as autoridades verificaram uma tendência de descida de casos positivos. Elsie Ao Ieong U estimava no dia 30 de Dezembro que cerca de 50 por cento da população já teria sido infectada com covid-19. A governante referiu que a larga maioria das pessoas que declaram estar infectadas por iniciativa própria têm como objectivo requerer atestado médico para apresentar no trabalho e justificar faltas por doença. De acordo com os resultados de análise ao vírus, as variantes predominantes em Macau são a Ómicron BF.7 e BA.5, com esta última a apresentar uma proporção mais elevada.
Hoje Macau SociedadeDSEC | Desemprego desce para 4,7 até Novembro Entre Setembro e Novembro de 2022, a taxa de desemprego atingiu 3,7 por cento e a taxa de desemprego dos residentes foi de 4,7 por cento, isto é, menos 0,2 e 0,3 pontos percentuais, respectivamente, face ao trimestre compreendido entre Agosto e Outubro do ano passado, segundos dados avançados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Também a taxa de subemprego caiu 2,2 pontos percentuais para 4,3 por cento no período em análise. O Governo justificou a tendência positiva com a “realização de várias actividades de grande envergadura em Novembro”, que impulsionaram “o acréscimo da necessidade de recursos humanos”. Entre Setembro e Novembro, a população activa de Macau totalizou 375.900 pessoas, o que representou uma taxa de actividade de 68,9 por cento. Ainda assim, a população empregada contou com menos 1.100 pessoas “face ao período precedente, devido principalmente ao número de trabalhadores não-residentes que viviam em Macau ter descido”. Nos sectores do jogo, transportes e armazenagem o número de trabalhadores decresceu, indicou a DSEC, com o comércio por grosso a contrariar essa tendência e a empregar mais pessoas. A população desempregada entre Setembro e Novembro era composta por 14.000 pessoas, menos 700, face ao período transacto. O número de desempregados à procura do primeiro emprego representou 11,4 por cento do total da população desempregada, menos 3 por cento face ao período precedente.
Hoje Macau SociedadeLusofonia | Exportações para Macau sobem 49% As exportações de mercadorias dos países lusófonos para Macau, nos primeiros onze meses do ano, subiram 49 por cento, em comparação com igual período de 2021, indicam dados oficiais. O valor exportado pelos países de língua portuguesa para a RAEM entre Janeiro e Novembro deste ano foi de 958 milhões de patacas, de acordo com um comunicado da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Já o montante importado de mercadorias de Macau pelo bloco lusófono desceu 74,2 por cento em termos anuais, no valor de dois milhões de patacas. A balança comercial de Novembro registou um défice de 11,57 mil milhões de patacas, referiu a DSEC. Entre Janeiro e Novembro deste ano, os valores da exportação atingiram 12,7 mil milhões de patacas, ou seja, mais 6,4 por cento do que no mesmo período do ano passado, e o valor da importação de mercadorias alcançou 127,9 mil milhões de patacas, numa queda de 8,1 em termos anuais. O défice da balança comercial nos onze primeiros meses de 2022 cifrou-se em 115,2 mil milhões de patacas, menos 12 mil milhões de patacas face ao período homólogo do ano transato, acrescentou a DSEC.
João Luz Manchete SociedadeJogo | Receitas dos casinos caíram mais de 50% em 2022 As receitas apuradas pelos casinos de Macau em 2022 caíram 51,4 por cento em relação ao ano anterior, para um total de 42,1 mil milhões de patacas, menos de um terço das previsões iniciais do Governo. Em Dezembro, a indústria do jogo teve receitas brutas inferiores a 3,5 mil milhões de patacas Como não poderia deixar de ser, 2022 termina sem deixar saudades, em especial para a indústria do jogo de Macau. Segundo a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) o ano fechou com receitas brutas acumuladas de 42,1 mil milhões de patacas, ou seja, menos 51,4 por cento em relação ao valor total de 2021 quando os casinos da região amealharam 86,8 mil milhões de patacas. O valor acumulado de 2022 é um dos mais baixos de sempre da indústria do jogo desde a liberalização do jogo. Percorrendo as compilações estatísticas da DICJ, é preciso recuar a 2003, quando apenas existiam em Macau 11 casinos, face a quase quatro dezenas na actualidade, para encontrar receitas brutas inferiores (30,3 mil milhões de patacas) às verificadas em 2022. Além disso, as receitas acumuladas em 2022 ficaram muito aquém das estimativas do Governo previstas no orçamento para o ano fiscal que terminou no fim-de-semana, mais precisamente menos de um terço face à previsão de 130 mil milhões de patacas em receitas. Em termos mensais, as receitas do jogo caíram 56,3 por cento em Dezembro, em relação ao mesmo mês de 2021, arrecadando 3,48 mil milhões de patacas contra 7,9 mil milhões de patacas, indicou a DICJ. Negócios infectados As concessionárias em Macau têm acumulado desde 2020 prejuízos sem precedentes e o Governo tem sido obrigado a recorrer à reserva extraordinária para responder à crise, até porque cerca de 80 por cento das receitas governamentais provêm dos impostos sobre o jogo. Recorde-se que as seis operadoras de jogo, MGM, Galaxy, Venetian, Melco, Wynn e SJM, renovaram, a 16 de Dezembro, o contrato de concessão para os próximos dez anos e que entraram em vigor no domingo. As autoridades exigiram no concurso público a aposta em elementos não-jogo e visitantes estrangeiros, na expectativa de diversificar a economia do território. “Neste concurso público, as seis empresas adjudicatárias comprometeram-se a fazer um investimento nos elementos não-jogo de mais de 100 mil milhões de patacas e quanto ao jogo de cerca de 10 mil milhões de patacas”, disse, em conferência de imprensa, o presidente da comissão do concurso público para a atribuição de concessões para a exploração de jogos de fortuna ou azar, André Cheong. “Depois de 20 anos de desenvolvimento, o jogo, tanto nas suas instalações básicas, como nos seus equipamentos, já tem uma certa dimensão, por isso o Governo não espera uma expansão ilimitada do jogo, tem de ser um desenvolvimento estável e, ao mesmo tempo, é preciso dar mais espaço de desenvolvimento dos elementos não jogo”, acrescentou. Além de representar cerca de 80 por cento das receitas do Governo e 55,5 por cento do produto interno bruto (PIB) de Macau, a indústria do jogo dá trabalho a mais de 80 mil pessoas, ou seja, a 17,23 por cento da população empregada. Com Lusa
Hoje Macau PolíticaConcluída análise da lei de protecção do segredo de Estado O Conselho Executivo concluiu a discussão da lei de protecção do segredo de Estado, que deverá assegurar a salvaguarda “adequada e rigorosa” das matérias secretas. Trata-se de um documento complementar à revisão da lei de defesa de segurança do Estado, aprovada na generalidade e por unanimidade, este mês, na Assembleia Legislativa (AL). O diploma, que segue agora para apreciação na AL, tem como objectivo “assegurar a protecção adequada e rigorosa do segredo de Estado”, referiu o porta-voz do Conselho Executivo, em conferência de imprensa. Considera-se segredo de Estado, adiantou André Cheong, “as matérias secretas relacionadas com a segurança e os interesses do Estado classificadas pelas entidades competentes do Estado, nos termos da sua lei nacional, ou pelo Chefe do Executivo, nos termos da proposta de lei, cujo conhecimento se limite a determinadas pessoas durante um determinado período de tempo”. Em análise em sede de comissão, a revisão da lei relativa à defesa da segurança do Estado prevê, entre muitas outras disposições, punir qualquer pessoa no estrangeiro que cometa crimes contra o território. “A lei vigente limita-se apenas a punir a prática de crimes tradicionais, como crimes contra a segurança territorial, política e militar”, explicou na altura da votação pela AL o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, referindo que é importante “proceder ao melhoramento e aperfeiçoamento” do regime de processo penal e das medidas preventivas. Revisões e mudanças Na nota justificativa da proposta de lei, o Governo apontou uma revisão do crime de secessão de Estado, que deverá passar a abranger a utilização de meios ilícitos não violentos. O crime de subversão contra o Governo Popular Central passa a ter uma maior abrangência e a ser definido como subversão contra o poder político do Estado. No que diz respeito à sedição, as autoridades propõem “que os actos que incitem à participação em motins com o propósito de pôr em perigo ou prejudicar os interesses do Estado relativos à segurança interna ou externa sejam incluídos no âmbito deste crime”. A nova lei prevê ainda punir “actos contra a segurança do Estado por organizações ou associações de fora da RAEM”. No final de Novembro, durante a apresentação das Linhas de Ação Governativa para a área da Segurança, Wong Sio Chak declarou que a segurança do Estado e o combate contra “forças hostis” e “indivíduos anti-China” são prioridades da tutela.