Hoje Macau PolíticaProtecção Civil | Revisão da lei é “passo em frente” para associação de jornalistas [dropcap]A[/dropcap] Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau (AIPIM) classificou como “positiva” a revisão da proposta de lei de bases de protecção civil, mas mantém reservas e não descarta a necessidade de mais alterações. “Consideramos que as alterações anunciadas são positivas e um passo em frente, indo ao encontro de algumas preocupações que levantámos”, disse à Lusa o presidente da AIPIM, José Carlos Matias. A proposta inicial, que previa criminalizar a difusão de “notícias falsas, infundadas e tendenciosas” mereceu desde logo críticas da AIPIM – a que se juntaram associações de advogados e pró-democracia do território -, que consideraram os conceitos vagos e subjectivos. Na nova versão entregue sexta-feira à Assembleia Legislativa, o Governo deixou cair estes termos, propondo a criminalização da disseminação de “informações falsas relacionadas com conteúdo ou situações de incidentes súbitos de natureza pública”. Apesar de se mostrar satisfeito com as emendas, o dirigente da AIPIM mantém reservas face à “necessidade de criação deste tipo legal de crime” e defende ser necessário “fazer uma análise detalhada e perceber que outras alterações serão necessárias para melhor salvaguardar a liberdade de expressão e de imprensa”. Num comunicado divulgado esta segunda-feira, o Governo frisou o “tempo estritamente limitado” durante o qual vigora a aplicação do artigo 25.º, a “intenção criminosa” necessária para que este seja aplicado, e prometeu ainda a “protecção máxima da liberdade de expressão”.
Hoje Macau China / ÁsiaDuterte assina lei contra assédio sexual que proíbe piadas sexistas e piropos [dropcap]O[/dropcap] Presidente filipino, Rodrigo Duterte, conhecido pelos seus comentários sexistas e até piadas sobre violações, assinou uma lei contra o assédio sexual que sanciona esse tipo de declarações, assim como piropos ou assobios a uma mulher na rua. O gabinete presidencial divulgou na noite de segunda-feira uma cópia da nova lei, denominada “Lei dos Espaços Seguros”, que Duterte assinou em Abril, sem explicar o motivo do atraso na sua publicação. A impulsionadora do projecto de lei, a senadora da oposição Risa Hontiveros, considerou a lei “uma vitória massiva” contra a “cultura crescente de acções sexistas grosseiras” nas ruas e comunidades filipinas. “Com esta lei, vamos recuperar as nossas ruas de perseguidores sexuais e intolerantes de género e vamos tornar os espaços públicos seguros para todos”, assinalou Risa Hontiveros referindo-se à lei que foi aprovada pelas duas Câmaras do Congresso, em Fevereiro. A nova norma define um vasto conjunto de actos ofensivos contra as mulheres como gritos, piropos, assobios, olhares intrusivos, actos misóginos, insultos machistas, comentários sexistas, piadas sexuais ou qualquer acto que implique “invadir ou ameaçar o espaço pessoal ou a segurança física”. A lei, que também será aplicada no mundo ‘online’, obriga bares, restaurantes, cinemas e outros locais de lazer a instalar sinais de aviso, claramente visíveis, para informar os possíveis infractores, incluindo um número de linha directa para a notificação rápida de crimes. As punições incluem multas e prisão, dependendo da gravidade da ofensa, que no caso de infractores estrangeiros implicará a deportação, depois de cumprir uma pena de prisão ou pagar a multa correspondente. Beijo forçado O Presidente das Filipinas tem estado no centro da polémica em várias ocasiões pelos seus comentários misóginos, sexistas e pejorativos para com as mulheres. O caso mais falado, ocorreu em Junho do ano passado, quando Rodrigo Duterte forçou um beijo nos lábios de uma mulher num acto público com a comunidade filipina em Seul, capital sul-coreana, provocando inúmeras críticas e até manifestações de mulheres nas ruas. Poucas semanas depois, Duterte confessou que preferia ter homens para cargos importantes do seu Governo porque, na sua opinião, “podem receber uma abundância de ordens sem reclamar”, enquanto que as mulheres só são indicadas para alguns cargos, como as pastas do Turismo ou da Educação. No ano passado, Rodrigo Duterte instou os militares do exército filipino a disparar na vagina das guerrilheiras comunistas para que não pudessem procriar, ofereceu “42 virgens” a cada turista que visitasse as Filipinas e ainda brincou com o caso de uma freira australiana que foi violada e assassinada em 1989.
Tânia dos Santos Sexanálise VozesCaçando Unicórnios [dropcap]O[/dropcap]s unicórnios são seres míticos (raros), que agora vêm a sua correspondência no mundo do sexo. Os casais que andam à procura de um unicórnio estão à procura ‘da’ mulher que se possa juntar à sua actividade sexual e fazer parte no tão desejado ménage à trois. Esta procura por unicórnios – que parece ocupar as plataformas na procura de parceiros sexuais/amorosos – é problemática de várias formas. Até começam a existir grupos no facebook para aquelas (unicórnias) que já sofreram com esta caça. E o que é, exatamente, um unicórnio? O unicórnio é uma mulher que gosta de homens e de mulheres. Um pré-requisito fundamental para que o ménage a trois corra na perfeição: alguém que goste de interagir com vulvas e pénis. Nestas plataformas românticas, têm se visto formas muito sofisticadas de atrair estes unicórnios para o leito heterossexual – o que só demonstra a falta de ética que este processo de procura do unicórnio anda a sofrer. Os ditos unicórnios andam a ser atraídos por conversas que se julgavam íntimas e próximas, normalmente com uma mulher – normalmente a julgar que o jogo é a dois – que depois descambam para uma tentativa de empurrá-la não só para a cama, mas para a cama com um namorado que está pronto para apreciar o amor lésbico. Bem sabemos que a pornografia veio normalizar esta forma de amor homossexual – e que o mantém dentro dos limites da suposta normalidade sexual pornográfica. Estes caçadores de unicórnios põem em evidência valores muito instrumentalistas do sexo. Como se as pessoas – os ditos unicórnios – estivessem ao dispor desta sexualidade que serve para acalmar os apetites dos casais que assim o querem. Também põem em evidência valores particularmente masculinos – ao enfatizar esta constelação de um homem com duas mulheres para a melhor orgia possível. Claro que a política do pénis único nestas formas de sexualidade costumam ser a regra e raramente a excepção. O que até parecia uma abertura progressiva à sexualidade – em casal heterossexual inovar a sua sexualidade ao incluir um terceiro elemento, é um mobilizar dos valores já vigentes de papéis de género e dar-lhe uma nova e confusa roupagem que afinal… vem redefinir pouco estes valores mais tradicionais. Há unicórnios que se referem a esta prática de caça ao unicórnio como uma forma de bifobia, por não se compreender de facto o que é a bissexualidade. Assume-se que esta vontade por vulvas e pénis é plural. Quando se pensa na bissexualidade dá-se como garantida a disponibilidade por participar nestas formas de sexo colectivas quando pode nem ser o caso. Mas por outro lado, há unicórnios que fazem uso desta identidade com orgulho. Transformam em verbo o acto de se unicornizar – e disponibilizam-se para serem os unicórnios que os casais heterossexuais andam à procura. Nenhuma ideia de unicórnio ou caça ao unicórnio é problemática em si. Só que temos assistido a representações de bissexualidade que são problemáticas, pontos de partida conceptuais que exaltam o sexo como produto (quase comercializável) em vez de um processo de partilha constante. Pelo que tenho visto – e com razão – se é para tratar os unicórnios como objectos de prazer unilaterais, na sua procura e na sua interação, mais vale pagarem a prostitutas para fazerem ‘uso’ de unicórnios. Porque muitas vezes não se assume que os unicórnios se envolvam sem retribuição (que pode ser emocional, relacional e sexual) na dinâmica das relações. Para quem já anda nestas andanças à bastante tempo, e quem oferece aconselhamento a quem anda à procura de um terceiro elemento para satisfazer as suas fantasias, parece claro que os casais estão pouco preparados para perceber os seus limites de prazer e são invulgarmente protectivos em relação ao que eles querem (em vários domínios) e não consideram o unicórnio como um ser com vontade própria. Como qualquer encontro sexual: esta procura e ‘caça’ ao unicórnio abertura à comunicação e à discussão/negociação dos limites do que é o respeito e o prazer nestas formas (ainda assim populares no imaginário) do sexo.
Sofia Margarida Mota VozesO plástico de cada dia [dropcap]D[/dropcap]e manhã na pastelaria, enquanto aguardo pelo café, vejo duas crianças a comprar pão. Compram cinco pães. Cada carcaça é colocada num saco pequeno, e depois os cinco sacos vão para um maior. Há também uma senhora que compra dois bolos do mesmo género, uma sandes e uma pequena baguete. O procedimento é idêntico ao anterior. Mas aqui, os sacos pequenos repartem-se e cada grupo de alimentos já nos seus saquinhos é distribuidor por dois sacos maiores. A senhora lembrou-se de levar um café, mas pelos vistos as mão não chegavam para o transporte. Mais um saco pequeno para levar o copo. Até agora, num intervalo de tempo de menos de dois minutos: 13 sacos de plástico. O ritmo não melhora. Meia hora depois, num supermercado perto da redacção, o senhor à minha frente na fila para pagar compra dois maços de cigarros, uma cuvete de melancia e uma garrafa de água. Dois sacos de plástico. Segui eu com o tradicional um maço de cigarros, uma garrafa de água e um bule de vidro. O rapaz da caixa, que já vinha de saco em punho recuou quando me viu. Pôs de lado. A mim seguia-se uma fila de clientes, e umas centenas de sacos para gastar. É assim o consumo de plástico que o Governo finge querer combater. É este Executivo que não vai penalizar os estabelecimentos que não cumpram a lei que está em análise. É esta a educação que se está a dar às crianças que continuam sem fazer ideia de que têm um papel nesta luta por um bocadinho menos de poluição. É esta a sensibilização aos adultos que na prática não querem mesmo saber.
João Paulo Cotrim h | Artes, Letras e IdeiasGeometria descrita Monumental, Lisboa, 6 Julho [dropcap]É[/dropcap]ramos poucos a celebrar o Levi [Condinho] no lançamento alfacinha do seu, por interpostos Miguel Martins e António Cabrita, «Pequeno Roteiro Cego». Ainda assim, chegámos para reconhecer as figurações fulgurantes do seu espírito. Torna-se fácil, ao falar dos seus versos, resvalar para a personalidade, tal o carisma. Sem evitar cair na saborosa armadilha, esqueci detalhe que se me fez caro, a presença nos poemas de um deus doméstico, mas indomesticável, parceiro de conversas, objecto de desafio, afinal, suprema melodia identitária. De assinalar, a celebração da amizade do Miguel com o autor, as interpretações do [José] Anjos e os Favola da Medusa a repercutir improvisos. Seguiu-se jantar na Coutada, recheado como poucos a recordações. Há momentos – ou serão lugares? – que se fundem em antenas. Mártires da Pátria, Lisboa, 6 Julho Não vem cantada, a notícia. Morreu João Gilberto quando o oiço no peito, na cabeça, nas mãos? Ai, esta maneira de estender os versos que nem roupa lavada, cheirosa. Ai, a dança das linhas nos dedos, que vi de perto, em tolo êxtase – por onde andam essas fotos? Ai, a simplicidade em crescendo até ao nó do que nos explica, a dor cantada e o riso acanhado, o amanhecer e a carne, a boémia e a fé, a alegria palpável por entre lágrimas, o sussurro e a inflexão, o desdobramento que nem linha de comboio, a doba da lã, a dobra do linho, a roupagem perfumada e dobrada nas gavetas do fundo de nós. Este sussurro fez-se chão, é céu, é rumo, «é madeira de vento, tombo da ribanceira/ é o mistério profundo, o queira ou não queira/ é o vento ventando, é o fim da ladeira/ é a viga, é o vão, festa da cumeeira// é a chuva chovendo, é conversa ribeira/ Das águas de março, é o fim da canseira». «Águas de Março», que melhor rol da vida inteira? «É o fundo do poço, é o fim do caminho/ no rosto o desgosto, é um pouco sozinho». O Verão finou-se, sobro cada vez mais sozinho. Santa Bárbara, Lisboa, 7 Julho Ignoro a agenda sufocante, nem preciso do pessoano conselho. Dormito e acedo à tentação da lingerie contada por voz anónima nas «Confissões de Um Travesti» (ed. Orfeu Negro), e ilustradas pelo João [Maio Pinto] (exemplo algures na página). Pode uma cabeça perdida encontrar-se pela palavra? Quem escreva para pensar não pode ignorar a potência do texto erótico, que parte do estímulo mais livre em busca do pensamento, revelando que as formas não se soltam das ideias. Ou vice-versa. Este texto voa baixinho e a maior parte das transparências são apenas isso, descrição do que perpassa. Duvido que o autor fosse, de facto, travesti. Quando muito, voyeur, provavelmente apenas curioso em modo de exercício divertido. Salvam-se as luxuriantes ilustrações do João. Possuem momentos explícitos, suscitados pelo texto, mas são apenas mais uma peça de um lego governado pelo olhar. O corpo desfaz-se em elementos, que se juntam a outros naturais, pau, pedra, planta, espinhos, mecânicos, bomba de bicicleta, urdiduras, textos, farrapos, «dis-formas», cores, mesclados em composição surreal e orgânica, vitrais de improvável catedral. Na celebração fulminante do desejo, somos partes, momentos, gestos. Um olho pode ser lábio. E vice-versa. Horta Seca, Lisboa, 11 Julho Devia tê-lo feito. Os anos-anões que me sobram permitiriam esse quebrar as regras, mais ainda as íntimas, que as outras lá foram sendo desobedecidas, com muito respeitinho. Não consegui rasgar a página e pô-la em altar defronte. Para que os olhos, e o corpo por inteiro na sequência, ali encontrassem, refrigério. «Luz teimosa», eis o título deste fascinante desenho-de-luz de Fernando Lemos, incluído na colecção Ph. (ed. Imprensa Nacional), em quarto volume que se afirma definitivamente no papel de extraordinário serviço público, que disso falamos quando se acendem memórias. Em canto de corredor, estas linhas de luz parecem conversar, as portas abrindo para segredo, bocas do mistério permitindo o contacto fulcral de subtis fonteiras, alicerces de um real por acontecer, ou então cenário do sucedido. O artista revela de que falamos quando falamos de surrealismo: dá-se aqui o reverso. Casa que seja nossa, íntima de sangue e sopro, deve ser erguida sobre alicerces de luz. Os cruzamentos espectrais de cintilações conspiram para erguer habitação. As portas sussurram entre si, talvez incomodadas pelo olhar da fotografia, afinal sinónimo de fotógrafo. Não arranquei a foto, não fui capaz. Encontro nestas notáveis fotografias, que fazem dos rostos enormes palcos do humano, as sonoridades marítimas de João Gilberto. E o seu gesto de quase nada, uma nota apenas que muda. «Quanta gente existe por aí/ Que fala fala e não diz nada,/ Ou quase nada./ Já me utilizei de toda escala/ E no final não sobrou nada,/ Não deu em nada.// E voltei pra minha nota/ Como eu volto pra você.» Você, o outro que vejo, digo, desejo. O suculento texto de enquadramento de Filomena Serra assinala o peso da cumplicidade e da amizade nestes retratos, na simplicidade afinal desconcertante da pose, digo, atitude, digo, nudez. Eles são, não estão. Ele Agostinho da Silva, Alexandre O’Neill, Hilda Hist, Jorge de Sena, Sophia, o «irmão» José-Augusto França e por aí adiante. Transfiguram-se em paisagem, desdobram-se, entregam-se. O corpo todo no rosto. A realidade toda na criação. A invenção do desejo. Diz o artista, a modos que «quanto mais desejo/ mais invento o que vejo// quanto mais vejo/ mais invento o que desejo// quanto mais invento/ mais desejo o que vejo». Adega da Bairrada, Lisboa, 12 Julho Andava o gordo a arrastar-se procurando sua sazão, tentando escapar aos assomos de verão sinistro, que se desdobram, acima de tudo, nas fragâncias de quando um quarto do ano era liberdade primitiva, cheia de outros medos, de quartos partilhadas, às vezes, mas distintos sempre, com aberturas acima e abaixo, baralhando os quadrantes do mistério, daqueles universos longínquos, de encontro bruto com a natureza completa, da aranha à vaca, do milho à uva, do leite coalhado ao mosto, do pão acabado de fazer ao peixe frito ao pequeno-almoço, da gadanha ao rádio das noites com noticiário e naperon incluído, natureza que incluía o estiramento da família também, primas e primos e mais primos e mais primas, sem contar com tios e tias, o conjunto regado a implicações e beijos, piores estes que aquelas. O gordo tenta e o passado manda. Vai de almoçar com velhos colegas apenas para confirmar que o passado custa a acontecer para quem tenha a memória desfocada. Temos ainda algures alguma coisa dos vetustos índios do forte Afonso Domingues em ruínas? RTP1, Barcelona, 14 Julho Tive um stick de hóquei. Não me lembro de ter tido patins. Joguei apenas nos corredores pequenos e estreitos da Rua Castelo. Parti jarras e admoestações, «a gente faz o que o coração dita». Devo ter visto mais touradas ao vivo que jogos de hóqueis em patins. Só me acode o Livramento. Nostalgia deve ser esta vibração com modalidade na qual a televisão não substituiu a rádio: quem vislumbra o golo? Celebro, por tido isso, a vitória de um guarda-redes, o mais improvável dos heróis na época dos esteróides. Como encher um alvo e impedir os disparos fulminantes? Perguntem ao Ângelo Girão, campeão do mundo.
Nuno Miguel Guedes Divina Comédia h | Artes, Letras e IdeiasFintar a vida You’ve been cheating on, cheating on me I’ve been cheating on, cheating on you You’ve been cheating on me But I’ve been cheating through this life And all its suffering Vampire Weekend, This life [dropcap]A[/dropcap] inevitável menina Marina passou agora a acumular funções: para além de sábia do bairro é também a mais informada e contundente crítica destas crónicas. Leu-as todas, sem excepção; e assim, com a legitimidade do leitor fiel, afirmou de viva voz o que tinham em comum: «São todas tristes, senhor Nuno. Ou falam de mortos, ou está zangado, ou está sempre a dizer que vamos todos morrer». Argumento inatacável, este, porque é verdade. Ia responder quando ela pediu: «Escreva sobre coisas bonitas. É Verão, está quase a ir de férias… Deixe lá esse mau feitio». Achei intrigante que alguém que examina pormenorizadamente os tablóides em busca de sexo, sangue e corrupção (e que os encontra sempre) me peça para escrever sobre “coisas bonitas”. Mas prometi-lhe que iria fazer o meu melhor, mesmo sendo contra a minha natureza e, atrevo-me, à natureza humana. Mas depois aconteceu isto: durante o meu habitual percurso de metro sentou-se à minha frente uma mulher da minha idade. Distraído, nem sequer olhei para o seu rosto. Mas eis que ela me reconhece e repete o meu nome com alegria, perante a minha surpresa. Seguiu-se uma troca de perguntas e cortesias em que eu tentei disfarçar o melhor que podia um facto simples: não me lembrava da senhora em questão. Durante dez intermináveis minutos limitei-me a responder amenidades sobre o que fazia e a procurar nas suas respostas indícios da sua identidade. Em suma, estava a ser uma espécie de Poirot de mim mesmo: sabendo quem ela era, iria descobrir quem eu era quando a conheci. Quando com algum alívio cheguei ao meu destino não tinha decifrado o mistério. Ainda não o consegui. Este fenómeno acontece-me cada vez com mais frequência. Antes, na minha juventude, auto-proclamei-me nomenclator de um amigo que tinha exactamente o mesmo problema. O nomenclator, já que não perguntaram, era um escravo utilizado pelos patrícios do império romano e que tinha como função lembrar ao amo quem era fulano ou fulana e o que faziam. Isto era especialmente útil em funções políticas ou em situações sociais. Entrávamos num bar, chegava alguém que falava connosco e eu segredava-lhe: «É X e faz y. Bebemos copos com ele ontem.» Na altura ria muito deste meu amigo, que de resto não melhorou da sua condição. Mas agora quem gostaria de ter um nomenclator era eu. Na sua ausência perco-me em malabarismos verbais, falsas expressões de reconhecimento e sorrisos patéticos entremeados com afirmações vagas. Suponho que não seja um espectáculo bonito de se ver. Mas o que seria se dissesse sempre a verdade: «Desculpe, minha senhora, mas não estou a ver…» Imaginemos que quem nos saúda é um amigo com quem vivemos tempos preciosos ou com quem estivemos apenas há alguns dias? Não, aqui a convenção e a hipocrisia inofensiva são valores civilizacionais que é preciso manter. Trata-se no fundo de fintar a verdade, de fintar a vida. Sabemos como isto vai acabar, mas elaboramos dribles e reviengas várias porque tem de ser. Porque, no limite, isso é viver e deixar viver. Não sei se isto é uma coisa bonita, menina Marina, mas olhe: é mesmo o que há.
Raquel Moz Eventos4º Encontro de Mestres de Wushu entre 1 e 4 de Agosto O “Encontro de Mestres de Wushu 2019”, que tem vindo a crescer e a ganhar seguidores, arranca com novidades trazendo o kickboxing para o programa de actividades. A população pode ainda esperar desfiles e espectáculos de dança do Leão e do Dragão a decorrer ao ar livre pela cidade [dropcap]O[/dropcap] evento foi ontem à tarde apresentado à comunicação social, numa cerimónia no Centro de Convenções do Centro de Ciência de Macau, onde foram divulgadas as várias iniciativas enquadradas no cartaz de quatro dias, de 1 a 4 de Agosto, aberto e gratuito a toda a população e turistas, interessados em conhecer mais sobre as artes marciais chinesas. Segundo Pun Weng Kun, presidente do ID, “o Wushu é um desporto tradicional chinês, com uma longa história em Macau”. Estima-se que 10 mil pessoas o pratiquem actualmente no território, número avançado pelo responsável, que tem vindo a aumentar com a dinamização que o evento tem trazido à cidade, desde o seu início em 2016. “O Wushu é bastante acolhido pela população e, desde que temos vindo a promover este evento, tanto os residentes de Macau como os estrangeiros que aqui trabalham têm demonstrado interesse em praticar esta actividade desportiva. Acredito que este número vai continuar a aumentar”, comentou Pun Weng Kun à margem da cerimónia. As exibições apresentadas pelos mestres locais Lei Man Iam, treinador de Kung Fu e de Tai Chi de estilo Chen, e Leong Sio Nam, presidente da Associação de Qigong Tai Chi Chuan de Macau, a par dos alunos da Escola de Wushu Juvenil de Macau, deram uma ideia das diversas idades dos praticantes e das muitas correntes – físicas e mentais – que as artes marciais preconizam. As iniciativas incluem o “Suncity Grupo ICKF Campeonato Mundial de Combate – Macau”, o “Campeonato de Danças do Dragão e Leão de Uma Faixa, Uma Rota”, o “Campeonato dos Desafiadores de Sanda”, o novo “Campeonato de Kickboxing da Grande Baía”, o “Festival de Wushu de Verão”, a “Parada de Wushu e de Danças do Dragão e do Leão” e o “Espectáculo de Encerramento”. Campeonatos em cartaz O “Suncity Grupo ICKF Campeonato Mundial de Combate” vai ter lugar a 1 de Agosto no Pavilhão Polidesportivo Tap Seac, onde participam atletas de vários países e regiões – China, Brasil, EUA, Coreia, Filipinas, Argentina, Cazaquistão, Hong Kong e Macau – que vão disputar, em sete combates com diferentes categorias de peso, o Cinturão Mundial e Asiático da ICKF (International Chinese Kuoshu Federation). O “Campeonato de Kickboxing da Grande Baía” é a novidade deste ano e acontece no dia 2 de Agosto, na Praça do Tap Seac, com atletas de elite oriundos das cidades de Hong Kong, Shenzhen, Zhuhai, Cantão, Jiangmen e Macau. A participação local é composta por sete atletas e está previsto um Torneio de Exibição entre a atleta Tam Si Long (campeã do Asian Muay Thai Championship) de Macau, e a atleta Nantachat Wangpeng, ex-membro da Equipa da Tailândia. Para participar no “Campeonato de Danças do Dragão e Leão de Uma Faixa, Uma Rota”, a 3 de Agosto, foram convidadas equipas vindas do interior da China, Malásia, Singapura, Indonésia, Vietname, Tailândia, Myanmar, Hong Kong e Macau, distribuídas pelas competições de dança do Leão do Sul e do Dragão Luminoso, que vão decorrer ao início da tarde no Pavilhão. No mesmo sábado, mais tarde, é a vez do “Campeonato dos Desafiadores de Sanda” (combate semelhante ao boxe) demonstrar no Largo do Tap Seac a arte dos atletas de Macau, Anhui, Foshan e Coreia que vão disputar a modalidade. Paradas e Festivais As restantes actividades são mais de espectáculo e festa, com o “Festival Wushu de Verão” a abrir o programa dos quatro dias com sessões de palco, workshops, tendas de jogos e outras atracções, sempre na Praça do Tap Seac e no Jardim do Mercado do Iao Hon. No domingo, 4 de Agosto, último dia do encontro, haverá uma “Parada de Wushu e de Danças do Dragão e do Leão” que percorrerá às 17h o Largo do Senado, passando pelas Ruínas de São Paulo e pelo Albergue da Santa Casa da Misericórdia, antes de terminar na Praça do Tap Seac. Ao longo do trajecto, equipas locais e estrangeiras farão demonstrações de Wushu e das tradicionais Danças, interagindo com os cidadãos à sua passagem. O Espectáculo de Encerramento, às 19h de domingo no Pavilhão Polidesportivo Tap Seac, contará com a presença das diversas equipas e dos muitos mestres de artes marciais, locais e estrangeiros, especialistas nas modalidades tradicionais e convidados para integrar a cerimónia. Esta actividade é gratuita ao público, mas os interessados deverão levantar bilhetes, limitados a dois por pessoa, a partir do dia 21 de Julho naquele local. O mesmo acontece para os Campeonatos de Combate ICKF e de Kickboxing, que também se realizam no Pavilhão. O “Encontro de Mestres de Wushu 2019” é organizado em conjunto pelo Instituto do Desporto e pela associação Geral de Wushu de Macau, contando com o apoio e colaboração da Direcção dos Serviços de Turismo, do Instituto Cultural e do Fundo das Indústrias Culturais. O orçamento é de 18 milhões de patacas, a mesma verba dedicada ao evento em 2018.
Hoje Macau SociedadeRenovação urbana | Relatório da Deloitte pronto no final do ano [dropcap]P/dropcap]aul Tse, vogal do Conselho para a Renovação Urbana, disse que o estudo sobre renovação urbana, que está a ser elaborado pela consultora Deloitte, deverá estar pronto em Dezembro, ficando depois sujeito a consulta pública, de acordo com o Jornal do Cidadão. Além disso, o responsável, ligado ao sector da construção civil, adiantou que a Macau Renovação Urbana se tem deparado com muito trabalho, dificuldades e responsabilidade, enfrentando o problema da escassez de recursos humanos. O Conselho para a Renovação Urbana vai reunir no próximo dia 30 Julho, estando prevista a entrega de um relatório ao Chefe do Executivo pelas mãos do secretário para os Transportes e Obras Públicas. Este documento será também sujeito a consulta pública, explicou Paul Tse. Quanto ao problema da altura dos edifícios que serão construídos à entrada da Taipa, no mesmo local onde se situava o Hotel Palácio Imperial Beijing, Paul Tse referiu que os actuais regulamentos em vigor exigem regras de aprovação rigorosas. Os moradores da zona já se queixaram da elevada altura dos edifícios, uma vez que a planta de condições urbanísticas prevê uma altura máxima de 140 metros.
Hoje Macau SociedadeEnsino superior | Pang Chuan quer que Macau seja cidade universitária [dropcap]P[/dropcap]ang Chuan, deputado nomeado à Assembleia Legislativa e vice-reitor da Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau defendeu, ao Jornal do Cidadão, que o território poderá transformar-se numa cidade universitária no futuro. No contexto da implementação do projecto da Grande Baía, a aposta no ensino superior pode melhorar a imagem de Macau que vá além da cidade do jogo, defendeu. O deputado disse que, nos últimos tempos, o ensino superior tem-se desenvolvido bastante, tendo em conta o aumento do número de laboratórios de nível nacional criados nas universidades. Para o responsável, Macau poderá atrair mais alunos vindos do estrangeiro, o que pode obrigar a um novo cálculo das propinas tendo em conta os padrões internacionais. Nesse sentido, a alteração poderá trazer benefícios económicos a Macau e diversificar a economia. Pang Chuan espera ainda que, nos próximos anos, haja uma maior aposta nas áreas da ciência e tecnologia, uma vez que, actualmente, a maior parte dos cursos universitários focam-se nas áreas de gestão e humanidades.
João Santos Filipe SociedadeIAM | Cidadãos perturbam trabalhadores que apanham cães vadios O Presidente de Associação de Macau para a Melhoria Social e da Subsistência alerta que os cães vadios podem atacar pessoas. Do outro lado, a associação de protecção dos animais MASDAW defende que os cães devem ser esterilizados em vez de abatidos [dropcap]H[/dropcap]á cidadãos que estão a impedir que os trabalhadores do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) capturem cães vadios, acção motivada pelo facto de os animais serem abatidos caso não sejam reclamados pelos donos. A informação foi divulgada ontem pelo jornal Exmoo, que ouviu Chan Pou Sam, presidente da Associação de Macau para a Melhoria Social e da Subsistência (Macao Association of Social and Livelihood Enhancement, em inglês). De acordo com Chan, entre os perigos está o facto de os animais serem selvagens, o que pode fazer com que facilmente ataquem as pessoas que se aproximem ou transeuntes. É por este motivo que o responsável defende o trabalho realizado pelos funcionários do IAM. À mesma publicação, o presidente da associação revelou que houve casos em que os funcionários do IAM tiverem de pedir auxílio à polícia para procederem à captura dos animais vadios e que as pessoas que impedem as acções de captura podem ter de assumir responsabilidades resultantes deste tipo de condutas. Chan Pou Sam, próximo do deputado Mak Soi Kun, apontou também que existem duas formas pelas quais os cães surgem nas ruas. Por um lado, explicou, muitos destes animais são utilizados para “proteger” estaleiros e sucatas, o que faz que se aventurem nas ruas e que procriem com outros cães selvagens. Segundo Chan, este tipo de “fonte” do problema é cada vez menos frequente. Por outro lado, o problema é igualmente impulsionado pelas famílias que abandonam animais na rua. O presidente da Associação de Macau para a Melhoria Social e da Subsistência refere que há cada vez mais animais abandonados por residentes, situação agravada pelo facto de haver frequentemente quem os acabe por alimentar. Ao mesmo tempo, como os animais são alimentados e tratados, acabam por se reproduzir o que aumenta a dimensão do problema. MASDAW contra Em resposta a estas declarações, a Associação para os Cães de Rua e o Bem-Estar Animal Em Macau (MASDAW) emitiu um comunicado, através das redes sociais, em que defende que o dinheiro da população não deve ser utilizado para “assassinar” animais. Segundo as MADSAW, as pessoas que tratam dos cães e gatos selvagens estão a contribuir para uma “sociedade melhor” e os animais são vítimas de “políticas desadequadas”. A associação defende assim que em vez de se abaterem os animais capturados se deve implementar uma política de esterilização e libertação de novo nas ruas. A MASDAW considera ainda que a importação de animais deve ser ilegalizada e que as lojas de animais devem passar a disponibilizá-los para adopção, em vez de vendê-los. Segundo dados fornecidos pelo IAM ao deputado José Pereira Coutinho, em resposta a uma interpelação escrita, em Maio foram abatidos 23 gatos e 17 cães.
Hoje Macau PolíticaSAFP | Prometidas melhorias nas aplicações para funcionários públicos [dropcap]K[/dropcap]ou Peng Kuan, director dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP), reuniu com os funcionários públicos mais jovens para recolher opiniões relativamente a algumas plataformas digitais do Governo. Kou Peng Kuan disse que “valoriza o Governo Inteligente da RAEM, promovendo o alargamento do âmbito de cobertura da ‘conta única de acesso comum’, seleccionando os serviços públicos que estão relacionados com o nascimento, inscrição escolar, emprego, casamento, segurança social, assistência social e aposentação”. A ideia é que esses serviços sejam disponibilizados num só balcão, para “facilitar ainda mais a vida da população”. No que diz respeito à Plataforma de Gestão e Serviços para Funcionários e Agentes Públicos, será lançada uma aplicação para telemóvel que permitirá aos trabalhadores dos serviços públicos aceder rapidamente a serviços como pedido de férias, inscrição em cursos de formação, entre outros. Tudo para que se melhore “a eficácia da administração interna do Governo e aperfeiçoar a gestão dos trabalhadores dos serviços públicos”.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaPereira Coutinho diz que Raimundo do Rosário fica no novo Governo Ho Iat Seng, candidato a Chefe do Executivo, visita na próxima semana a sede da Associação dos Trabalhadores da Função Pública, onde será confrontado com problemas do funcionalismo público e capacidade governativa. Quanto ao elenco do novo Executivo, José Pereira Coutinho, dirigente da associação, acredita que o secretário para os Transportes e Obras Públicas se mantém no cargo [dropcap]O[/dropcap] deputado José Pereira Coutinho acredita que o actual secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, deverá continuar no cargo e transitar paro novo Executivo, que toma posse a 20 de Dezembro deste ano. “Teremos de esperar para ver se ele (Ho Iat Seng) mantém alguns dos secretários que trabalham actualmente com o Chefe do Executivo. O secretário das Obras Públicas vai ficar, não tenho dúvidas nenhumas. Quanto aos restantes remeto-me para um futuro próximo para poder divulgar os nomes”, disse Coutinho ao HM. O deputado falou ao HM no âmbito da visita que Ho Iat Seng irá fazer à sede da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) na próxima semana. “É a primeira vez em 20 anos que um candidato, e possível futuro Chefe do Executivo, se disponibiliza por iniciativa própria a visitar a sede da ATFPM. É motivo de alegria e de esperança de que este seja o início de uma mudança, que esperamos seja radical, no âmbito do relacionamento entre a ATFPM e o Chefe do Executivo”, acrescentou. Ho Iat Seng deverá ser confrontado com os temas que Coutinho tem colocado na sua agenda de deputado. “A expectativa dos corpos gerentes da ATFPM é grande. Vai acontecer uma surpresa na sua visita, mas não posso divulgar agora, mas será muito interessante (risos). (Ho Iat Seng) Não vai fugir às questões básicas que dizem respeito à responsabilidade dos titulares dos principais cargos, elevação da capacidade governativa, capacidade de resolução de problemas e necessidade de maior atenção aos funcionários públicos, que estão muito desmoralizados.” Uma boa assessoria Ho Iat Seng tem feito uma espécie de pré-campanha na qualidade de candidato a Chefe do Executivo e, na visão de José Pereira Coutinho, está acompanhado pelas pessoas certas. “De alguma forma ele está a ser melhor assessorado no âmbito da governação política e executiva.” Neste sentido, José Pereira Coutinho adianta que a equipa terá mais um elemento “que não está visível e que o tem orientado na comunicação e na estratégia de ouvir sectores extremamente importantes, sobretudo na Assembleia Legislativa”. “Esse quinto elemento vai continuar muito activo porque é dos assessores mais credenciados ao nível da língua chinesa para a redacção do programa eleitoral, e tem passaporte português”, disse Coutinho, frisando que “há dois assessores da comunidade portuguesa que o estão a ajudar”. O deputado destaca o facto de Ho Iat Seng, ainda na qualidade de presidente do hemiciclo, ter apoiado a mudança do artigo 25 na lei da protecção civil, ainda que Pereira Coutinho defenda a sua total eliminação da proposta de lei. “Demonstrou sensibilidade para o artigo 25 e uma maior abertura. Isso é positivo, mas não chega.” No que diz respeito à contratação de mais assessores jurídicos portugueses para a AL, não é mais do que um sinal de comportamento de Ho Iat Seng. “Entendo que a contratação de mais quatro novos juristas pela AL é uma decisão correcta, positiva, mas que, contudo, demonstra que está disposto a dar a mão à palmatória nas situações em que possa ter errado, embora não o admita publicamente”, rematou Pereira Coutinho.
Hoje Macau PolíticaVideovigilância | Reconhecimento facial testado em casinos [dropcap]A[/dropcap] tecnologia de videovigilância com reconhecimento facial está a ser testada em “dois ou três” casinos do território. A informação foi divulgada ontem de manhã por Paulo Martins Chan, director da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), de acordo com o jornal Exmoo. Segundo o responsável, para se iniciarem estes testes foi necessária autorização do Governo e o cumprimento integral das indicações do Gabinete de Protecção de Dados Pessoais. Chan afirmou também que caso os resultados dos testes sejam positivos, as áreas em que o sistema vai ser aplicado vão ser muito limitadas. Em relação ao número de portais online a oferecer jogo, Paulo Martins Chan disse que entre 2016 e 2018 foram detectados mais de 500 páginas que disponibilizaram apostas. Entre estes, o acesso a 300 portais foi bloqueado com a ajuda das operadoras de telecomunicação. Outro dos assuntos focados pelo director da DICJ foi a lei dos promotores de jogo, mais conhecidos como junkets. De acordo com as explicações avançadas, o Governo prossegue com o processo legislativo e serão aplicados critérios rigorosos no que diz respeito a margens de lucro e à origem do capital. Paulo Martins Chan não avançou com uma data para a entrada do diploma na Assembleia Legislativa.
Hoje Macau SociedadeSaúde | Governo planeia serviços sociais em Hengqin [dropcap]O[/dropcap] Governo está a planear o estabelecimento de serviços sociais diurnos na Ilha de Hengqin como forma de apoiar famílias e idosos, num projecto pensado com as autoridades de Zhuhai. A garantia foi dada por Lei Chin Ion, director dos Serviços de Saúde de Macau (SSM), em resposta a uma interpelação escrita do deputado Leong Sun Iok. O projecto contempla também serviços para residentes de Macau que vivam em Hengqin, bem como nas áreas envolventes. Na mesma resposta, o Instituto de Acção Social referiu que a criação de equipamentos sociais em Hengqin é uma medida inovadora, ainda que as instalações tenham de respeitar os regulamentos de Macau e de Zhuhai. Nesse sentido, as autoridades vão realizar várias consultas e negociar com o Governo de Zhuhai para promover os referidos projectos. Ainda ao nível dos apoios a idosos, o Fundo de Segurança Social esclareceu o deputado que o actual sistema de segurança social de dois níveis, composto pelo regime da segurança social e pelo regime de previdência central não obrigatório, vai ajudar os residentes de Macau que optem por viver na China. Mesmo que os aposentados residam na China há muito tempo, tal não afecta o seu direito de receberem as suas pensões do Governo de Macau, explicou o FSS.
Sofia Margarida Mota PolíticaEleições Indirectas | Tong Hio Fong diz que orçamento está conforme a lei O orçamento de 3,5 milhões de patacas para cada lista candidata às eleições indirectas no sector industrial, comercial e financeiro é um valor que está dentro da lei. A informação foi dada ontem por Tong Hio Fong, presidente da Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa, entidade que vai regular o processo de substituição de Ho Iat Seng no hemiciclo [dropcap]O[/dropcap] orçamento de cerca de 3,5 milhões de patacas para cada candidatura na eleição por via indirecta do deputado do sector industrial, comercial e financeiro que vai substituir Ho Iat Seng na Assembleia Legislativa (AL) não é excessivo e corresponde aos valores praticados neste tipo de processos, defendeu ontem o presidente da Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL), Tong Hio Fong, à margem da cerimónia de tomada de posse no Palácio do Governo. “Este valor é determinado conforme a lei, é um limite de despesas tendo em conta o que foi gasto nos últimos 10 anos e as nossas experiências em eleições anteriores”, disse o responsável. “Normalmente no sufrágio indirecto nunca ultrapassa este valor e, portanto, foi determinado de acordo com a lei”, reiterou. Quanto ao montante que o Governo vai gastar no processo de sufrágio indirecto, ainda não há números e só depois das reuniões que começam hoje é que os dados serão apurados, adiantou Tong Hio Fong. Trabalho menor Já o facto de alguns dos membros que compõe a comissão fazerem também parte da entidade que acompanha o processo de eleição do Chefe do Executivo, o presidente da CAEAL avança que, apesar se tratar de um trabalho acumulado, não será excessivamente complicado. “Os trabalhos não serão tão pesados como antigamente”, disse referindo-se às eleições legislativas de 2017. O responsável esclareceu ainda que tal como há dois anos, o número máximo de votantes [por associação] será de 22 pessoas”, ou seja, se forem elegíveis para votação neste sector “1000 associações poderão votar 22 000 pessoas”, disse. No entanto, mais detalhes serão fornecidos hoje após a reunião que a comissão tem agendada para dar início aos trabalhos. Recorde-se que a eleição do deputado que vai substituir Ho Iat Seng no hemiciclo, após a sua renúncia ao cargo para avançar na corrida para Chefe Executivo, tem lugar a 24 de Novembro. Na passada segunda-feira, o juiz Tong Hio Fong voltou a ser nomeado para a presidir à CAEAL, ocupando a mesma posição aquando das eleições para a AL. Certezas para a presidência “Kou Ho In vai suceder a Ho Iat Seng na presidência da Assembleia Legislativa (AL)”. Quem o diz é o deputado José Pereira Coutinho em declarações ao HM acerca da eleição que se realiza hoje no hemiciclo. Além de ser o deputado mais antigo da AL, em funções desde 1991, Kou Hoi In é também delegado de Macau à Assembleia Popular Nacional e presidente da Associação Comercial de Macau.
Hoje Macau InternacionalONU | Fome continua a crescer e afectou mais de 821 milhões em 2018 As desigualdades económicas e dificuldades no acesso a comida e vacinas continuam a preocupar. A prova está no mais recente relatório assinado por várias agências das Nações Unidas que revela que a fome atingiu o ano passado cerca de 821 milhões de pessoas em todo o mundo. Só na Ásia, 12 por cento da população é afectada por esta realidade [dropcap]A[/dropcap] fome no mundo está a crescer há três anos consecutivos, afectando 821,6 milhões de pessoas em 2018, contra as 811 milhões registadas no ano anterior, segundo um relatório assinado por várias agências da ONU divulgado esta segunda-feira. Em termos mais precisos, uma em cada nove pessoas no mundo não tinha o suficiente para comer em 2018, segundo os dados do relatório anual “O estado da segurança alimentar e nutrição no mundo”, documento assinado, entre outras agências, pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Após várias décadas de queda, o flagelo da fome começou novamente a ganhar dimensão a partir de 2015, referiram as agências signatárias do relatório, apontando que a desnutrição continua a persistir em vários continentes: Ásia (513,9 milhões de pessoas, mais de 12 por cento da população afectada), África (256,1 milhões de pessoas, cerca de 20 por cento da população) e América Latina e Caraíbas (42,5 milhões de pessoas, menos de sete por cento da população afectada). O relatório, co-assinado também pelo Programa Alimentar Mundial (PAM) e pelo Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (IFAD), estimou ainda que, durante 2018, mais de dois mil milhões de pessoas em todo o mundo, das quais oito por cento vivem na América do Norte e na Europa, não tiveram acesso regular a alimentos suficientes, seguros e nutritivos, ou seja, viveram numa situação de insegurança alimentar moderada ou grave. Acabar com fome é “desafio” A perspectiva de ter um mundo sem pessoas desnutridas até 2030, um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável inscritos na Agenda 2030 da ONU, apresenta-se como “um enorme desafio”, apontou o relatório. “Para preservar a segurança alimentar e nutricional, é essencial aplicar políticas económicas e sociais que consigam compensar a todo o custo os efeitos de ciclos económicos adversos, evitando a redução de serviços essenciais como os cuidados de saúde e a educação”, frisou o documento. Apelando a uma “transformação estrutural” que seja verdadeiramente inclusiva ao nível dos mais pobres, as agências da ONU defendem que todas as preocupações relacionadas com a segurança alimentar e a nutrição sejam integradas “nos esforços para a redução da pobreza” no mundo, ao lado de outros assuntos igualmente prioritários como a desigualdade de género ou a exclusão de grupos sociais. O documento também apontou que os progressos para reduzir para metade o número de crianças com atrasos no crescimento, outras das metas da Agenda 2030, têm sido insuficientes. Actualmente, a nível mundial, cerca de 149 milhões de crianças com menos de cinco anos têm um crescimento deficitário. E um em cada sete bebés no mundo, cerca de 20,5 milhões, nasceu, em 2018, com baixo peso. Mais obesidade Paradoxalmente, o relatório observou que o excesso de peso e a obesidade também continuam a aumentar em todas as regiões do mundo, especialmente entre os menores em idade escolar e nos adultos. No ano passado, cerca de 338 milhões de crianças e adolescentes em idade escolar apresentavam sinais de excesso de peso e um em cada oito adultos no mundo (672 milhões de pessoas) eram obesos. Vacinas continuam a faltar a 20 milhões de crianças Vinte milhões de crianças em todo o mundo não foram vacinadas em 2018 contra doenças como sarampo, difteria e tétano, segundo a UNICEF, que alerta para a “perigosa estagnação” das taxas de vacinação por causa dos conflitos e da desigualdade. Em comunicado, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), citando dados também da Organização Mundial de Saúde (OMS), diz que globalmente a cobertura de vacinação com três doses de difteria, tétano e tosse convulsa e uma dose de vacina contra o sarampo estagnou por volta dos 86 por cento. Apesar de reconhecer que se trata de uma taxa de cobertura elevada, a UNICEF sublinha que “não é suficiente”, apontando para a necessidade de uma cobertura de 95 por cento em todo o mundo para proteger contra surtos de doenças evitáveis por vacinação. “As vacinas são uma das nossas ferramentas mais importantes para prevenir surtos e manter o mundo seguro”, alertou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, citado no comunicado. O responsável sublinha que muitas crianças ainda não são vacinadas e recorda que, “muitas vezes, são os que estão em maior risco – os mais pobres, os mais marginalizados, os afectados por conflitos ou forçados a sair das suas casas – quem perde persistentemente”. A maioria das crianças não vacinadas vive nos países mais pobres e “está desproporcionalmente em estados problemáticos ou afectados por conflitos”, afirma a UNICEF, lembrando que quase metade está em apenas 16 países: Afeganistão, República Centro-Africana, Chade, República Democrática do Congo, Etiópia, Haiti, Iraque, Mali, Níger, Nigéria, Paquistão, Somália, Sudão do Sul, Sudão, Síria e Iémen. “Se estas crianças ficarem doentes, correm o risco de sofrer as consequências mais graves para a saúde e têm menor probabilidade de aceder a tratamentos e cuidados de saúde que salvam vidas”, frisa a organização. A UNICEF diz ainda que os surtos de sarampo “revelam lacunas na cobertura, inúmeras vezes ao longo de muitos anos” e que as grandes disparidades no acesso a vacinas “abrangem países de todos os níveis de rendimento”. “Tal resultou em surtos devastadores de sarampo em muitas partes do mundo – incluindo em países que têm elevadas taxas de vacinação em geral”, lembra. Surto de Sarampo Em 2018, quase 350.000 casos de sarampo foram registados em todo o mundo, mais do dobro do que em 2017. “O sarampo é um indicador, em tempo real, de onde temos mais trabalho a fazer para combater doenças evitáveis”, alertou Henrietta Fore, directora executiva da UNICEF. “Como o sarampo é muito contagioso, os surtos apontam para comunidades que não estão vacinadas devido a acesso, custos ou, em alguns locais, complacência”, acrescenta. A Ucrânia lidera uma lista diversificada de países com a maior taxa de incidência de sarampo em 2018. Embora o país já tenha vacinado mais de 90 por cento dos seus bebés, a cobertura foi baixa durante vários anos, deixando um grande número de crianças mais velhas e adultos em risco. Vários outros países com alta incidência e cobertura têm grupos significativos de pessoas que não foram vacinados contra o sarampo no passado, recorda a UNICEF, sublinhando que estes dados mostram “como a baixa cobertura ao longo do tempo ou comunidades distintas de pessoas não vacinadas podem desencadear surtos mortais”. Os primeiros dados sobre HPV A organização chama ainda a atenção para a disponibilização, pela primeira vez, de dados de cobertura de vacinação contra o Vírus do Papiloma Humano (HPV), que protege as meninas contra o cancro do colo do útero na idade adulta. Desde de 2018, 90 países – onde vive uma em cada três meninas em todo o mundo – introduziram a vacina contra o HPV nos seus programas nacionais. Deste grupo, apenas 13 são países de baixos rendimentos. “Isto significa que os que correm maior risco de sofrer os impactos devastadores do cancro do colo do útero são os que têm menor probabilidade de ter acesso à vacina”, indica o comunicado.
Hoje Macau China / ÁsiaIrão vai continuar a reduzir compromissos sobre programa nuclear, diz Ali Khamenei [dropcap]O[/dropcap] Irão vai “obviamente continuar” a reduzir os compromissos que adoptou no acordo internacional sobre o seu programa nuclear de 2015, avisou hoje o líder supremo iraniano, ayatollah Ali Khamenei. “Nós ainda só começámos a reduzir os compromissos e o processo vai obviamente continuar”, afirmou o guia supremo do Irão num discurso emitido pela televisão estatal iraniana. Ali Khamenei, o mais alto dignitário religioso do Islão xiita, acusou ainda os europeus de não terem respeitado o acordo do nuclear concluído há quatro anos entre Teerão e o chamado grupo dos Seis (Estados Unidos, China, Rússia, França, Reino Unido e Alemanha). O acordo de 2015, concluído após vários anos de esforços diplomáticos, prevê uma limitação do programa nuclear iraniano em troca do levantamento das sanções internacionais contra o país. No entanto, em maio de 2018, os Estados Unidos decidiram retirar-se unilateralmente do acordo e restabeleceram sanções punitivas contra o Irão, impedindo a recuperação económica pretendida por Teerão. Um ano depois, em Maio deste ano, e após ter aguardado sem sucesso que as outras partes do acordo ajudassem o país a contornar as novas sanções norte-americanas, o Irão anunciou que ia alterar progressivamente alguns dos compromissos assumidos. No início de Julho, Teerão anunciou o aumento do limite imposto às suas reservas de urânio enriquecido para 4,5%, e que ultrapassa o máximo autorizado pelo acordo (3,67%). Entretanto, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão sugeriu hoje, pela primeira vez, que o programa de mísseis balísticos do país pode ser alvo de negociações com os Estados Unidos. A declaração constitui uma possível abertura a conversações com Washington, numa altura em que a tensão entre Teerão e Washington está muito alta. Mohammad Javad Zarif pediu que estas negociações fiquem dependentes de os Estados Unidos deixarem de vender armas à Arábia Saudita e aos Emirados Árabes Unidos, dois aliados importantes dos EUA no Golfo Pérsico. O programa de mísseis balísticos do país permanece sob o controlo da Guarda Revolucionária iraniana, que responde apenas ao líder supremo, o ayatollah Ali Khamenei. Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos Estados da União Europeia reuniram-se na segunda-feira, em Bruxelas, para discutir formas de manter o acordo do nuclear. O Irão apelou à adopção de medidas “práticas, eficazes e responsáveis” pelos europeus para preservar o acordo, insistindo na “reciprocidade dos direitos e dos deveres” entre as partes. Hoje, a China reagiu, considerando que a manutenção do acordo existente é a única forma de lidar com as preocupações sobre o programa nuclear do Irão. Considerando o acordo de 2015 “insubstituível”, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Geng Shuang, disse que “a implementação completa e efectiva do acordo é a única forma viável e eficaz de resolver a questão e aliviar as tensões”. A China responsabiliza os Estados Unidos pela actual tensão ao retirar-se unilateralmente do acordo e pediu à administração Trump que pare de exercer pressão sobre o Irão e crie condições para uma solução política e diplomática.
Hoje Macau Manchete SociedadeSMG | Esperados dois a três tufões severos no Mar do Sul da China Os SMG dizem que é preciso esperar entre dois e três meses para saber o número de tufões severos a afectar Macau, ou seja, no fim da época. O número de tempestades tropicais a passar a menos de 800 quilómetro de Macau deverá situar-se entre quatro e seis [dropcap]O[/dropcap] Governo espera que entre dois e três tufões severos entrem no Mar do Sul da China, mas prognósticos sobre a possibilidade de a região de Macau ser afectada directamente só o final do jogo. A previsão sobre o impacto foi dada ontem pelo subdirector substituto dos Serviços de Meteorologia e Geofísicos (SMG), Tang Iu Man, durante uma conferência de imprensa sobre os trabalhos feitos pelo Executivo para prevenir e responder às situações de tufão. “Quanto a tufões severos não descartamos a possibilidade de haver, mas depende das previsões daqui a dois ou três meses. Depende do clima do Oceano Pacífico. Neste momento, só posso dizer que há a possibilidade de haver dois ou três tufões severos a entrarem no Mar do Sul da China”, respondeu Tang, quando questionado sobre a possibilidade. “Se vão afectar directamente Macau, por enquanto, ainda é muito cedo para fazer previsões. Tudo depende do desenvolvimento daqui a dois a três meses e das condições atmosféricas”, acrescentou. Ainda de acordo com as previsões dos SMG, a região deverá ser afectada por quatro a seis tempestades tropicais: “Quanto aos tufões intensos ou super-tufões prevê-se que este ano vamos ter entre quatro e seis tempestades tropicais a entrar na zona inferior a 800 quilómetros”, previu Tang. Durante a mesma apresentação, o comandante-geral dos Serviços de Polícia Unitários (SPU), Ma Iao Kun, sublinhou a importância de aprovar a nova Lei de Bases de Protecção Civil, que está a ser discutida na Assembleia Legislativa. “Nos últimos dois tufões não tivemos uma lei suficiente para suportar as nossas actividades. A lei vigente já vigora há mais de 25 anos, por isso carece de ser alterada. Pretendemos que a lei entre rapidamente em vigor”, afirmou Ma Iao Kun. “Claro que algumas disposições ainda estão a ser discutidas e precisamos de um consenso na sociedade”, adicionou. Neste momento não há uma previsão sobre a votação final do diploma, mas há uma reunião agendada entre Governo e deputados no final do mês. Balanço e contas No que diz respeito ao balanço dos trabalhos feitos, os centros de abrigo de emergência passaram de 16 para 17, com uma capacidade total para acolher 24 mil pessoas. No evento foi ainda pedido a quem se desloque aos centros que traga bilhete de identidade ou passaporte, chaves de casa, telemóvel e medicamentos de toma regular. Quanto aos procedimentos de evacuação, estão identificadas 173 pessoas que precisam de evacuação sempre que há cheias, algumas delas que precisam de auxílio das autoridades. Por sua vez o Instituto para os Assuntos Municipais informou que foram podadas mais de 6 mil árvores, das quais 475 tiveram ramos completamente removidos, para evitar o perigo de queda. Segundo os mesmos procedimentos, os serviços criaram uma rede com 175 pontos de recolha de lixo provisório nas zonas baixas, para a situação de tufões. Para auxiliar nestes procedimentos, a Companhia de Sistema de Resíduos equipou-se com mais 5 camiões de lixo e 15 caixas de grande dimensão, além de vários caixotes de dimensão pequena. Por outro lado, foram recolhidos 17 reclamos ou luzes de decoração, por não cumprirem requisitos de segurança. Durante a ocasião, Ma Iao Kun aproveitou igualmente para promover uma aplicação móvel lançada pelo Executivo para as situações de tufão e catástrofes naturais, que permite receber informações mais actualizadas. A aplicação está disponível em português, chinês e inglês. Sinal mudado O sinal de chuva intensa, içado quando se registam 50 milímetros de chuva durante duas ou mais horas, deverá sofrer alterações. O subdirector substituto SMG, Tang Iu Man, defendeu a necessidade de um novo sinal com diferentes graus, consoante a intensidade da pluviosidade. “Um sinal com uma classificação única de chuva intensa não responde às nossas necessidades”, afirmou Tang. “Vamos introduzir uma reclassificação, mas sobre essa necessidade ainda vamos ouvir o público”, clarificou. Segundo Tang, não está afastada a hipótese de se voltar ao sistema antigo, com diferentes cores.
Hoje Macau China / ÁsiaChina quer “consultas amigáveis” para resolver diferendo com Malásia [dropcap]O[/dropcap] Governo chinês disse hoje desejar que a disputa entre as autoridades da Malásia e uma empresa estatal chinesa em torno da construção de gasodutos possa ser resolvida por meio de “consultas amigáveis”. Um porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros considerou que o projecto, que estava a ser desenvolvido por uma subsidiária da estatal China National Petroleum Corp., está “de acordo com o contrato”. O primeiro-ministro da Malásia, Mahathir Mohamad, disse na segunda-feira que o seu governo apreendeu mais de 243 milhões de dólares da conta bancária da China Petroleum Pipeline Bureau, porque os projectos, no valor total de 2,3 mil milhões de dólares, foram cancelados. Mohamad afirmou que a Malásia tem direito a confiscar o dinheiro, já que pagou 80% dos custos da obra, mas apenas 13% ficou concluído. O porta-voz da diplomacia chinesa Geng Shuang defendeu que os dois lados resolvam as disputas “adequadamente”, através de “consultas amigáveis”. Geng Shuang lembrou que os dois países desfrutam de uma “relação de cooperação amigável a longo prazo” e que Pequim está confiante em trabalhar com a Malásia para aprofundar os laços económicos e comerciais. Desde que assumiu o poder depois de uma histórica vitória eleitoral, no ano passado, o governo de Mahathir cancelou ou reviu projectos de infraestrutura em larga escala, após ter descoberto que a dívida nacional disparou, culpando a corrupção no governo do ex-primeiro-ministro Najib Razak. Mahathir suspendeu então a construção dos dois gasodutos, um na península da Malásia e outro na ilha de Bornéu, e também uma ligação ferroviária que ligaria a costa oeste da Malásia aos estados rurais orientais, tudo contratos assinados pelo governo anterior. Os três projectos inserem-se no gigantesco projecto de infraestruturas “Uma Faixa, Uma Rota”, lançado por Pequim. Em Abril, a Malásia aprovou o projecto ferroviário depois de o empreiteiro chinês cortar o custo de construção em um terço, para 10,7 mil milhões de dólares. Mahathir rejeitou as preocupações de que decisão da Malásia vá prejudicar os laços bilaterais. “Eles tiraram do Estado 80% dos custos do contrato, mas entregaram apenas 13% da obra, portanto, o governo está a reivindicar o dinheiro da parte que ficou por concluir”, disse Mahathir. “Não vejo porque os chineses estarão insatisfeitos com isso. Não estamos a recuperar dinheiro pelo trabalho que fizeram. Estamos a receber de volta o dinheiro pelo trabalho que não fizeram”, apontou. O Governo malaio disse que está a investigar se algum do dinheiro destinado a projectos apoiados pela China foi usado pelo governo de Najib para pagar as dívidas do fundo de investimento 1MDB. Um enorme escândalo financeiro no 1MDB levou à derrota da coligação de Najib, em maio de 2018. O antigo primeiro-ministro está a ser julgado por múltiplas acusações de corrupção ligadas àquele fundo.
Hoje Macau China / ÁsiaDeclarações na China e EUA sugerem dificuldades em resolver guerra comercial [dropcap]O[/dropcap] ministro chinês do Comércio afirmou hoje que Pequim deve lutar pelos interesses nacionais, enquanto o Presidente norte-americano, Donald Trump, considerou que o homólogo chinês deixou de ser seu amigo, sinalizando dificuldade em resolver as disputas comerciais. Zhong Shan, que recentemente integrou a delegação da China nas negociações com os EUA, por um acordo comercial, acusou Washington de ser o único responsável pelas disputas que ameaçam a economia mundial. As observações, citadas pelo Diário do Povo, o jornal oficial do Partido Comunista Chinês, foram feitas quando funcionários dos dois países se preparam para novas conversações. No mesmo dia, Trump admitiu que o Presidente chinês, Xi Jinping, deixou de ser um “bom amigo”. “Provavelmente não somos agora tão próximos. Mas eu tenho que defender o nosso país. Ele é pela China e eu sou pelos EUA, e é assim que tem que ser”, afirmou. As declarações surgem numa altura em que o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, e o representante do Comércio norte-americano, Robert Lighthizer, reiniciam as negociações com a China, após a última ronda ter colapsado, em maio passado. “Esperamos ter outra conversa por telefone, esta semana, e à medida em que formos progredindo, acho que há boas chances de irmos” a Pequim, admitiu Mnuchin, em conferência de imprensa. Trump e Xi acordaram um segundo período de tréguas, após uma reunião à margem da cimeira do G20, no mês passado. O primeiro colapsou após Trump ter subido as taxas alfandegárias sobre o equivalente a 200 mil milhões de dólares de bens importados da China, acusando Pequim de recuar em compromissos feitos anteriormente. Os EUA esperam que a China anuncie compras significativas de produtos agrícolas norte-americanos, afirmou Larry Kudlow, conselheiro económico de Trump, na segunda-feira, sugerindo que aquela condição é necessária para o avanço das negociações. “Esperamos que a China anuncie em breve algumas compras em grande escala de bens e serviços agrícolas”, disse Kudlow. Em entrevista ao Diário do Povo, Zhong Shan considerou que “os EUA começaram a disputa económica e comercial com a China, violando os princípios da Organização Mundial do Comércio, num exemplo clássico de unilateralismo e proteccionismo”. “Devemos ter espírito de luta e defender com firmeza os interesses do nosso país e do povo, bem como o sistema comercial multilateral”, apontou. Citado pelo jornal South China Morning Post, o comentador chinês Zhang Lifan disse que os comentários do ministro do Comércio indicam que a China se está a preparar para uma guerra comercial prolongada com os EUA. “A observação é principalmente destinada ao público interno, mas mostra claramente que a China não tem pressa em chegar a um acordo e está pronta para negociações prolongadas”, disse. “Parece que Pequim está à espera para ver o que acontece depois das eleições [norte-americanas], em 2020”, disse. Os governos das duas maiores economias do mundo impuseram já taxas alfandegárias sobre centenas de milhares de milhões de dólares das exportações de cada um, numa guerra comercial que ameaça a economia mundial. Em causa está a política de Pequim para o sector tecnológico, que visa transformar as firmas estatais do país em importantes actores globais em sectores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros eléctricos. Os EUA consideraram que aquele plano, impulsionado pelo Estado chinês, viola os compromissos da China em abrir o seu mercado, nomeadamente ao forçar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia e ao atribuir subsídios às empresas domésticas, enquanto as protege da competição externa.
Hoje Macau China / ÁsiaChina vai deixar de subsidiar empresas estatais insustentáveis [dropcap]O[/dropcap] Governo chinês vai deixar de subsidiar empresas estatais cujas operações são insustentáveis, visando aumentar a “eficiência” da economia chinesa, informou hoje a Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento da China, órgão máximo de planificação económica. O governo central e as administrações locais passam a estar proibidos de subsidiar ou oferecer empréstimos a empresas estatais que não sejam capazes de operar sem apoio financeiro, também conhecidas como “empresas zombies”. O objectivo é “realocar” recursos para sectores onde a economia mostra mais potencial de crescimento, encerrando companhias incapazes de se manterem solventes. Segundo a directriz da Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento, o governo “deve usar ferramentas de mercado na alocação de recursos, padronizar a concorrência, reduzir as distorções de mercado e promover o fluxo de recursos para entidades mais eficientes”. “Quanto às empresas estatais que já entraram em processo de falência, as partes envolvidas não devem impedir a sua saída” do mercado, lê-se no documento. O plano contempla ainda a criação de um mecanismo de alerta antecipado para essas organizações, bem como um canal legal que possa ser usado para a reestruturação ou falência de uma empresa. O plano já foi apoiado por 13 instituições do gigante asiático, entre as quais o Banco do Povo Chinês (banco central), o Supremo Tribunal, o Ministério das Finanças e a Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento. A medida foi anunciada um dia após se conhecerem os dados de crescimento económico no segundo trimestre do ano. A economia chinesa cresceu 6,2%, entre Abril e Junho, o ritmo mais lento das últimas três décadas, e 0,5 pontos percentuais a menos do que no mesmo período do ano passado.
admin h | Artes, Letras e IdeiasIsto não está a correr nada bem [dropcap]N[/dropcap]ão vai acabar já, diz-se que ainda vai durar um par de décadas ou pouco mais. O sopro. Durante o intervalo, coisas estranhas acontecem. Algumas, rasto de ideias. Outras, erguem-se sem entendimento. Indiferente, o argumento diário continua a ser escrito. Quem segura a pena? Debruçado sobre a bancada, a separar palavras: bonitas para um lado, feias para o cesto da reciclagem, para que possam ter outra vida. O pensamento surge, murmura e apoquenta-se. Faltam ligaduras. Mas isso também se arranja no mercado dos domingos. O indispensável visco que liga a semente ao solo e forma um texto comprido. Com vírgulas extraviadas. Que atravessam ruas. Materializando, a coisa vai. É país, empresa, aplicação. Um bocado de lata? Não se pode dizer ao certo. Ouve-se falar. Vê-se. Para que a nação avance, o poder está caído para um dos lados. Seres ímpios e invisíveis. Maquinismos que contêm todo o conhecimento e riqueza. Não são homens em cima de guindastes, são aquilo a que chamam números, ou contas de somar. O valor está sempre a subir, como o brilho que ilumina a ignorância. A. B. C. É esta a sigla. Das cronografias. Só uma, para começar. Conceberam essa coisa a que não puseram nome, mas a que todos chamam de Centro. É uma experiência. Como o vulcão ou o colapso de uma mina. Aí, nesse lugar, espaço aborrecido e desmesurado, fica o âmago de tudo. Foi assim que escreveram no livro das cobranças. Teologia base: o âmago de tudo. Medula, talento, clave. Um parafuso no meio do solo. Pense-se num lugar, escolhido com o dedo na esfera a girar: aqui! E o imaculado cosmos nasce. O meio onde se dividem as frequências. É linguagem encriptada, não compreensível na totalidade. Deve deixar-se assim, com pontas soltas e nada em claro, como segurança para o imprevisível. Olhos menos bem-intencionados afloram tentações suicidas. Medo, muito medo. O meio. Na grafia chinesa é um pequenino rectângulo horizontal com um traço vertical que atravessa exactamente o ponto central, deixando uma mão cheia de pixéis de cada lado a cobrir o espaço vazio. Para esta determinada posição, no Centro, convergem milhões de seres vivos munidos de razão desviados dos seus caminhos através de cartografia digital, contradizendo as indicações boca-a-boca. Mapas da Google, da Apple, da Microsoft e outras versões open source, assim como as aplicações que os usam, ou os guias Michelin que se desdobram igualmente com as mãos, prestam indicações desacertadas. A todos eles, num raio de cem ou mais quilómetros, essa é outra incógnita, foi dito que era preciso passar por ali. Que passando por ali, pelo âmago de tudo, se encontrava o melhor itinerário. O mais rápido, o mais interessante para a vista. Ao chegarem, atraídos por um magnetismo raro, que lhes empurra as hormonas para fora da tampa, os condutores ou transeuntes desvairados, param. Fazem-no sem juízo aparente. Os carros avariam, a gasolina falta, não há como evitar a necessidade desmesurada de aliviar a bexiga, que emerge sem aviso. Por todas as razões a direcção é aquela. O trânsito é imenso, todas as estradas confluem para o mesmo ponto, exactamente onde está o parafuso, simbolicamente encriptado e colocado como a marca do caos, só para se ter a certeza de que existe. Um ponto no meio de lugar nenhum. Um campo vazio com milhares de toneladas de pavimento onde todos confluem. O primeiro viajante reza, os outros ressoam e transcrevem as coordenadas. Fazem contas à vida. Despedem-se das famílias. Perdendo a compreensão, não chegam a entranhar. Os que regressam, não voltam a ser iguais. O resultado não favorece ninguém. Alguns ainda gritam pela mãe. Engarrafamento milenar. Outro exemplo, um restaurante. Fica na Metrópole. Projecto pioneiro deixado nas mãos da robótica e da Inteligência Artificial. A polémica estalou quando foi anunciado que neste empreendimento, área com vários milhares de metros quadrados, não iria existir um único empregado. Espaço amplo, como se sugere. No meio – pequeno rectângulo com traço por cima –, fica a cozinha. Eixo autónomo que roda sobre si como os dias que passam, lá em cima, no fuso do guindaste. Lugar ermo, aparafusado, onde por meio de refrigeração severamente controlada se guardam os ingredientes possíveis para a elaboração de todas as gastronomias. Armários metálicos e gavetas desenhados na perfeição. Aqui, por uma equação liminar é possível preparar qualquer receita, ao gosto de cada cliente. O código está aberto. O pensamento surge, murmura e apoquenta-se. Faltam ligaduras. Mas isso também se arranja no mercado dos domingos. O indispensável visco que liga a semente ao solo e forma um texto comprido. Com vírgulas extraviadas. Que atravessam ruas. A preferência é executada através de uma aplicação móvel, que acompanha, examina e notifica, sem esquecer o instante mais residual, o batimento cardíaco de cada bálsamo, a desagregação visceral a determinado elemento, a mais oculta agitação do palato. Tudo é contabilizado. A escolha criteriosa do que se vai comer só é efectuada nas primeiras ocasiões, a partir daí a processo de cálculo que navega no dispositivo sugere e, por critério pleno, acerta. Acerta sempre. Conhece o mais íntimo desejo, aquele ainda não presente na consciência. Representações animadas com a volumetria ideal completam o processo. Imaginação lúdica. Um oceano cresce nas membranas gustativas. O cliente chega, pára à porta do restaurante e a viatura é prontamente recolhida no tapete rolante, para um lugar na rede de estacionamento horizontal e vertical. Lá dentro, já configurado pelo engenho que traz no bolso, encaminha-se para a sua mesa, seguindo indicações cintilantes no chão por entre o labirinto de mesas. A aterragem ocorre sem turbulência. Os passageiros batem palmas. A ergonomia do assento vai sendo melhorada a cada utilização, eliminando desconfortos e aperfeiçoando posturas. Todo o ambiente conferido ao lugar da refeição é recolhido do imaginário. Aromas, sensações, reminiscências oníricas. Traduzidos em calorias, proteínas e nutrientes. A aplicação é configurada de modo a repercutir o gosto do utilizador, não esquecendo desprazeres e alimentos passíveis de rejeição física. Mas até aqui, ao longo dos tempos, o mecanismo vai agregando novos elementos, necessários para a melhoria física e uma saúde melhor, combatendo maus hábitos e ânimos rasos. We are what we eat. As rotinas alimentares traçam o gosto e o desgosto. Uma câmara com reconhecimento facial cria padrões de satisfação e proporciona ajustes em tempo real. A miríade de opções é infinita. Na cozinha, um bailado de braços robóticos sincroniza-se entre si, recolhendo os alimentos frescos, cortados na altura, os refrigerados e os naturais. Corte e temperaturas ideais, fornos e dispositivos a vapor. O resultado é encaminhado para as mesas por uma tapeçaria rolante. Apurado a cada garfada, a escolha e o resultado são sempre perfeitos para o cliente, estabelecendo um padrão biográfico sem igual. As quantidades são ajustadas às necessidades e à purificação da alma. O restaurante também une e proporciona associações entre os utilizadores, juntando-os à mesma mesa. Para os mais ávidos ou solitários, uma companhia virtual que ouve e dialoga é a opção a tomar. De igual modo, o conhecimento flui, proporcionado tempo de qualidade. Nada é desperdiçado. O piscar de olhos. Eficiência energética, estrito controle de produtos e despesa nula com funcionários, minimizam os custos deste prazer gastronómico. No final, a conta é debitada na aplicação e o transporte está à porta. Na segunda oportunidade a primeira impressão é sempre revigorada. O carro não avaria, a gasolina não falta. O cliente volta para novo fluxo de indicações boca-a-boca. Haveria mais para dizer. Ainda não foste à Metrópole? Então estás à espera de quê?
Hoje Macau DesportoCiclismo | Francisco Campos da W-52-FC Porto em quinto na Volta ao Lago Qinghai [dropcap]O[/dropcap] português Francisco Campos, da W-52-FC Porto, foi ontem quinto classificado na segunda etapa da Volta ao Lago Qinghai em bicicleta, na China, na qual o colombiano Alfonso Rondán (Medellin) assumiu a liderança da geral. Os 119 quilómetros com início e fim em Xixing foram resolvidos ao ‘sprint’, ganho pelo australiano Brenton Jones (Delko Marseille Provence), que bateu o turco Onur Balkan e o italiano Nicolas Marini, todos com 2:42.46 horas. Roldán destronou o compatriota e companheiro de equipa Leandro Oyola, que está a um segundo, tal como o espanhol Óscar Sevilla e os também colombianos Christian Montoya, Robinson Chapalud e Walter Vargas, todos da Medellín, que venceu o contrarrelógio por equipas de domingo. Na classificação por equipas, a W-52-FC Porto manteve o 10.º lugar entre 22 formações, a 2.49 minutos da Medellín. A terceira de 13 etapas realiza-se hoje entre Duoba e Guide, na distância de 140 quilómetros.
Hoje Macau DesportoPaulo Gonçalves foi segundo na penúltima etapa do rali Rota da Seda [dropcap]O[/dropcap] motard português Paulo Gonçalves (Hero) terminou ontem na segunda posição a penúltima etapa do rali Rota da Seda, segunda prova pontuável para o Mundial de todo-o-terreno, entre Alashan e Jiayuguan, na China. O piloto de Esposende concluiu os 290 quilómetros cronometrados a apenas 43 segundos do norte-americano Andrew Short (Husqvarna), que foi o mais rápido do dia. “Gostei muito da etapa, com muita areia e dunas. Senti-me muito bem com a mota. Depois dos problemas mecânicos da sexta etapa, fiquei sem qualquer objectivo na classificação geral, mas queria fazer estes cerca de 1.000 quilómetros na China, pois íamos ter dois dias de deserto bastante intenso e interessante”, explicou o piloto português, em declarações à agência Lusa. Ainda assim, Paulo Gonçalves subiu três posição na geral, estando agora em 16.º, mas a 50:32.29 horas do líder, o britânico Sam Sunderland (KTM). Na terça-feira disputa-se a 10.ª e última etapa, que liga Jiayuguan a Dunhuang, na China, com um total de 556 quilómetros, 255 deles cronometrados.