António Cabrita Diários de Próspero h | Artes, Letras e IdeiasCampeonato Mundial 25/06/2018 [dropcap style≠’circle’]W[/dropcap]illiam Carvalho, intuo, passou a infância numa garagem que antes fora um galinheiro, daí que exiba no campo a velocidade da ervilha que mede pelo canto do olho o nervoso esporão do galo capão. Diz o treinador que ele “andou perdido”. Em que labirintos não disse. Em que casa de passe? Em que casa de penhores, para onde um tio alcoólico lhe terá desviado o primeiro esférico de couro, oferta de natal? Em que crânio alheio? Eu há cinquenta anos que não conseguia ver num campo de futebol alguém disposto a demonstrar que o futebol se joga a passo, e para trás e para o lado e para trás, e que nada o distingue de um jogo de xadrez disputado por um caracol e uma couve galega. Nesta equipa que trabalha em slow motion, William Carvalho satisfaz todas as quimeras. Eu é que “fico perdido” como espectador: os meus olhos correm para a frente no campo, à espera da bola, quando esta afinal revisitou a linha traseira e nela se demora em passes laterais. Não estranharia que levassem cartas para o campo e se entregassem igualmente os jogadores ao crapô ou à lerpa, o ritmo do jogo da equipa de Portugal autentifica que se podem fazer duas coisas ao mesmo tempo, vamos supor: jogar futebol e fingir que se joga futebol. Ou “andar perdido” e estar em campo. O craque nesta inércia é o antigo médio sportinguista, talvez seguido pelo João Mário que sendo igualmente do género forreta faz muitas economias de energia. Não sei de que escola de futebol terá saído este William – palpita-me que duma escola de maquinistas. Em apresentando-se em miúdo ao chefe da estação, disse-lhe este, Rapaz, se queres ser maquinista vem amanhã às oito com uma bicicleta. E ele não faltou. Ao que lhe sugeriu o chefe: Equilibra-te na bicicleta sobre o carril e pedala sem nunca perderes a lâmina do carril de vista. E lá foi, hora e meia até à terra mais próxima, para lá sobre o carril direito, de regresso sobre o esquerdo, a 2 km hora. Agora, perdidas as veleidades de guiar um TGV, reduziu a velocidade de ponta para 1 km hora e neste gotejamento faz as transições no campo, pastando, mesmo que às tantas lhe ofusque ainda a luz do sol no carril –nestas alturas fica “perdido”. Se eu soubesse que era isto tinha-me candidato à selecção. Andaria por ali com menos sono e como não sei o hino sempre mo ensinavam. Bom, a avaliar pelo Dinamarca-França que decorre enquanto escrevo esta crónica o drama de William Carvalho é ter-se enganado na equipa, devia jogar na França, composta por onze velhinhas entorpecidas que fazem tricot. 26/06/2018 Das coisas mais difíceis de encontrar é o brilho do crânio. Não para Sebastião Barbosa, um professor de Português e História expulso do ensino oficial, e que empreende uma viagem a Moçambique depois de um divórcio conflituoso. Em terras africanas muda de nome e já com novo patronímico mergulha nas noites loucas de Maputo, enquanto tenta adquirir a cabeça do presidente Samora para ampliar a sua coleção de crânios. Farto de Clotilde Maria Barbosa da Encarnação Monteiro Pignatelli Andersen dos Santos Aragão e Mascarenhas, que lhe engomava o pénis ao domingo, Barbosa ruma a Maputo, entronizando-se numa atmosfera de uma sensualidade sempre em delta que lhe renova o ânimo e lhe permite descobrir a grande generosidade do seu carácter: é um homem tão solidário que não se importa de ser enganado. É o que o leva a adquirir uma dúzia de crânios, alavancando a economia do país – dos partidos políticos até às mais irrenunciáveis personalidades, toda a gente lhe impinge o “verdadeiro crânio” do fundador –, sendo coberto dessa “aura renovada” que voltará a Lisboa com Graça, a vendedora de caju com quem teve uma epifania. Desta epifania nasceu Afonso Henriques, o pequeno mancebo que será baptizado em Guimarães e com o qual se iniciará um novo ciclo de uma simbologia restauradora, quiçá, o Quinto Império. Com brilho e muito humor cumpre Manuel da Silva Ramos este seu novo romance, Moçalambique (Parsifal, 2018). É evidentemente uma farsa política divertidíssima, em que a trama – e em Silva Ramos são sempre originais e extravagantes – é penetrada por um inesquecível gozo com a linguagem, uma das suas marcas de autor. Não se pense, contudo, que o clima do livro descambe em facilidades e num erotismo vulgar, sobre tudo releva a engenharia literária. É da forma mais elegante que o romance nos faz conhecer através de elipses as desenfreadas aventuras sexuais de Sebastião: «Estava a pensar no seu pai sempre escondidinho, discreto, hipócrita e, por fim, louco, quando ouvir bater à porta do quarto. Foi abrir. Era uma belíssima jovem de 18 anos. – Sou a Célia, a prima do Iniciazinho. – Entra, vamos ver o que se pode arranjar!» Sebastião não é gabarolas ou se identifica com os conquistadores: é quase relutante que se entrega ao sexo. E o esquema repete-se, em série, mas inventivo, muitas vezes com epítetos em latim atribuíveis às donzelas: «Vamos ver o que se pode arranjar, minha themeda trianda!» Triste foi saber que este autor de 23 livros, e alguns excepcionais – lembro Os três Seios de Novélia, Os Lusíadas, Beijinhos e As Noites Brancas do Papa Negro (esta trilogia sobre os emigrantes em França, em co-autoria com Alface), Jesus, the Last Adventura de Franz Kafka, Café Montalto, Ambulância, Pai, levanta-te, vem fazer-me um fato de canela!, -, este autor inventivo que doseia sempre experimentalismo e uma inimitável capacidade de comunicação, tem um público reduzido contra tantos nabos que vendem como bananas. O que me leva a concluir que só por abstracto acaso ultrapassaremos os oitavos de final no campeonato do mundo: os nossos melhores são invariavelmente trocados por um William Carvalho de escassa utilidade, ou com extrema função como fogueiro – desatentos a que os tempos sejam outros.
Hoje Macau China / ÁsiaTailândia | Inundações dificultam buscas de equipa desaparecida em caverna A acção dos mergulhadores que estão a tentar encontrar a equipa de futebol juvenil desaparecida numa caverna na Tailândia desde sábado está a ser dificultada devido às inundações que tornam a água lamacenta, indicou o ministro do Interior [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]nupong Paojinda, o primeiro responsável tailandês a visitar o local onde desapareceram 12 rapazes e o seu treinador de futebol, disse aos jornalistas que está a ser bombeada água para que os mergulhadores da Marinha possam operar, mas os seus esforços estão a ser prejudicados pela água lamacenta que enchem algumas câmaras da enorme caverna até ao tecto. Os mergulhadores só poderão prosseguir quando for bombeada água suficiente para que haja espaço suficiente entre a água e o tecto que lhes permita respirarem. Os mergulhadores deverão começar também a usar tanques de oxigénio especiais para aumentar o tempo de mergulho, acrescentou o governante. Anupong afirmou que o objectivo é “chegar às crianças” e que as equipas de resgate vão trabalhar noite e dia. “As forças SEAL vão trabalhar sem interrupção porque aqui também já está escuro”, disse. “Ser noite ou dia não faz grande diferença, os turnos apenas têm de mudar”, explicou. Cerca de uma dúzia de mergulhadores da marinha e outros elementos de resgate reentraram na caverna esta manhã em busca dos jovens, com idades entre os 11 e os 16 anos que desapareceram quando o treinador os levou para o complexo de cavernas de Tham Luang Nang Non depois de um jogo de treino. As buscas tiveram de ser interrompidas, devido à altura da água, várias vezes. As autoridades têm procurado alternativas, incluindo o uso de helicópteros e buscas a pé para encontrar possíveis aberturas no tecto de outras partes da caverna. Os especialistas encontraram duas fissuras na montanha onde a caverna está localizada, mas rapidamente concluíram que nenhuma delas poderia ser usada como “chaminé” para aceder à caverna. A chuva que caiu durante a noite aumentou a dificuldade de explorar a caverna. No entanto, as câmaras iniciais perto da entrada da caverna estão secas o que permitiu estender cabos para o interior, a fim de fornecer iluminação e ventilação e ajudar os mergulhadores a comunicar com o exterior. Dor da família Os rapazes e o seu treinador de 25 anos entraram na caverna, situada na província de Chiang Rai, no final da tarde de sábado. Segundo o testemunho de uma mãe, o filho não regressou após o jogo de treino, desencadeando a busca. As famílias dos desaparecidos e outras pessoas realizaram esta manhã um ritual para chamar os desaparecidos. Tocaram tambores e gongos, enquanto dois familiares empunhavam redes de pesca para “pescar” os espíritos perdidos na caverna. O organizador, Jiratat Kodyee, disse que o ritual era uma forma tradicional de mostrar apoio às famílias dos jovens. O complexo de cavernas estende-se ao longo de quilómetros de câmaras amplas e passagens estreitas com afloramentos rochosos e vários desníveis. Ainda assim, as autoridades manifestaram-se esperançadas de que os rapazes tenham encontrado um espaço seguro que os mantenha longe das inundações. A subida das águas na noite de segunda-feira frustrou os esforços de entrar mais fundo na caverna e obrigou a interromper as buscas. Durante a noite, equipes de resgate e electricistas estenderam uma linha eléctrica com um quilómetro e linhas de comunicação na caverna. Durante a noite, os pais permaneceram em tendas fora da caverna enquanto a chuva caía. Os médicos esperaram numa tenda próxima. Junto da entrada da caverna encontram-se bicicletas, mochilas e chuteiras de futebol que os rapazes deixaram para trás na entrada. Durante uma oração, segunda-feira à noite, alguns dos pais entraram na caverna, onde os seus gritos ecoaram. “Meu filho, sai! Estou à tua espera!”, chorou uma mulher. Outra ajoelhou-se junto das bicicletas e rezou, perguntando “Onde estás meu filho?” As autoridades disseram que foram encontradas pegadas e impressões no interior do complexo e que alguns turistas que já ficaram presos na caverna anteriormente foram resgatados depois de as águas recuarem Ir mais fundo na caverna exige muito oxigénio e mergulhadores altamente especializados, o que complica também as operações de salvamento quando os rapazes forem encontrados. A caverna, aberta na encosta de uma montanha perto da fronteira com Mianmar, pode inundar fortemente durante a estação das chuvas, que vai de Junho a Outubro, e há avisos dissuadindo a exploração.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Apreendidos 100 quilos de cocaína em operação conjunta A polícia chinesa trabalhou com as autoridades de Hong Kong, Peru e Austrália no desmantelamento de uma rede de tráfico de droga, em Novembro passado, anunciou ontem o responsável pela agência chinesa de combate às drogas [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] operação, realizada em Novembro passado, resultou na apreensão de 117 quilos de cocaína e na detenção de seis suspeitos, incluindo dois russos, um indiano, um espanhol e um cidadão de Hong Kong, revelou Liang Yun. Liang saudou a crescente cooperação internacional da China no combate ao tráfico de droga. Pequim tem rigorosas leis antidroga e lançou uma dura campanha contra a produção doméstica. O tráfico de droga é punido com pena de morte na China. No entanto, o crescente poder de compra dos chineses tornou o país um mercado apetecível para narcóticos importados, incluindo a cocaína. O caso de Novembro passado revela um problema “cada vez mais sério” de tráfico de droga na região e globalmente, disse Liang aos jornalistas. No entanto, a operação ilustra “a elevada competência da agência antidrogas da China no combate aos crimes de tráfico marítimo de droga”. A cocaína foi transportada a bordo do cargueiro South Wisdom, proveniente da América do Sul, e desembarcou na cidade chinesa de Tangshan, nordeste do país, em Julho passado, revelou Liang. Membros da rede de tráfico não conseguiram inicialmente descarregar a droga, depois de uma busca ter encontrado 22,3 quilos de cocaína. Uma segunda rusga resultou na apreensão de 94,6 quilos, escondidos por de trás de um painel na cabine do navio. Os seis suspeitos foram detidos quando realizavam uma segunda tentativa para recuperar a droga. Liang referiu ainda três outras apreensões de droga no espaço marítimo, incluindo em Janeiro passado, quando os membros da tripulação pegaram fogo ao seu barco, numa alegada tentativa de destruir as provas. A polícia acabou por embarcar no barco em chamas, deter a tripulação e apreender quase uma tonelada de metanfetaminas, detalhou Liang. Posição estratégica País mais populoso do mundo, com cerca de 1.400 milhões de habitantes, a China faz fronteira com o “triângulo dourado” (Laos-Birmânia-Tailândia), onde se estima que exista uma área total de cultivo de papoila de 46.700 hectares. A China tem também fronteira com a Ásia Central, fonte crescente das drogas aprendidas no país, a par da América do Sul. Pelas contas do Governo chinês, o país tinha 2,5 milhões de toxicodependentes, em 2017, entre os quais 60 por cento consumiam drogas sintéticas e 38 por cento opiáceos. Considerada um “demónio social”, ao nível da prostituição, a droga está associada ao chamado de “século de humilhação nacional”, iniciado com a derrota da China na “Guerra do Ópio” (1839-42).
Hoje Macau China / ÁsiaTransportes | Apenas um em dois mil consegue comprar carro em Pequim [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] probabilidade de obter licença para comprar um novo automóvel, em Pequim, caiu para uma em mais de dois mil, no último sorteio realizado na cidade, que limitou a emissão de matriculas este ano a 40.000. Devido à poluição e ao congestionamento do trânsito, Pequim impõe desde 2011 um drástico condicionamento na emissão de novas matrículas, que é feita através de sorteio. A compra de automóvel apenas é permitida depois de obtida uma matrícula. Citadas pela agência noticiosa oficial Xinhua, as autoridades locais anunciaram que mais três milhões de pessoas candidataram-se para a última ronda do sorteio, que se realizou esta semana e distribuiu 6.333 novas matrículas, reduzindo a probabilidade para uma em 2.031. Sede de um município com uma área equivalente a metade da Bélgica, Pequim tem cerca de 22 milhões de habitantes e mais de seis milhões de carros. O município emitiu este ano, no entanto, mais 60.000 matrículas à parte para veículos eléctricos, não poluentes. A circulação de automóveis dentro de Pequim com matrículas de outras cidades está também limitada. Os condutores precisam de autorização, que vigora por uma semana, e pode ser emitida 12 vezes por ano. As autoridades proíbem ainda, uma vez por semana, a circulação de automóveis nas estradas da cidade, com base nos números das matrículas. No início da década de 1990, a bicicleta era o único meio de transporte privado a que a esmagadora maioria das famílias chinesas podia aspirar. Só em Pequim havia cerca de oito milhões. País mais populoso do mundo, com cerca de 1.400 milhões de habitantes, a China é hoje também o maior mercado automóvel, com 24,72 milhões de unidades vendidas, só em 2018.
Hoje Macau EventosFestividades junto ao Templo de Na Tcha acontecem este fim-de-semana [dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]uma altura em que aproxima a data de celebração do aniversário de Na Tcha, Deus da Terra, os representantes da associação que gere o templo reuniu com o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, no sentido de discutir acções de promoção das actividades do templo localizado ao lado das Ruínas de São Paulo, construído em 1901 e muito visitado por turistas. A festa de Na Tcha decorre este fim-de-semana, mas os gestores do templo aproveitaram o encontro com o secretário para apresentar o “plano de desenvolvimento deste evento para o futuro”. Serão organizadas “actividades religiosas, desfiles da festividade, ópera religiosa, jantar de Poon Choi (comida servida em bacias), assim como o Fórum ‘Crença de Na Tcha e a cultura da sociedade’”. Este fórum é uma novidade este ano, contando com a presença de “académicos e representantes do sector cultural”. Quanto ao plano a desenvolver no futuro, os responsáveis da associação pretendem promover a “cultura ‘Yut Lou’ [deus do amor na cultura taoista] na Travessa da Paixão, perto das Ruínas de São Paulo. Desta forma podem ser explorados “novos recursos turísticos. Está também a ser pensada a criação de “uma associação que se dedica exclusivamente aos estudos e investigação, com vista a promover o intercâmbio e estudo académico”. No encontro com Alexis Tam, foi também referida a intenção de “desenvolver as indústrias culturais e criativas associadas à religião, criando produtos que congregam elementos culturais e religiosos, por forma a suceder e divulgar as ‘Crenças e Costumes de Na Tcha’ próprias de Macau”. Mais turismo religioso Ku, um dos dirigentes da associação, defendeu uma maior promoção do turismo religioso no território, uma vez que Macau “é um local onde existe harmonia entre as crenças religiosas do oriente e ocidente”. A ideia seria “ampliar os tipos de turistas, aumentando o tempo de permanência dos visitantes em Macau”. Alexis Tam garantiu que a “cultura religiosa é um dos mais importantes recursos da sociedade e que as ‘Crenças e Costumes de Na Tcha’ é uma das mais representativas festividades populares”. Além disso, o secretário frisou que as tradições de Na Tcha “são classificadas como património cultural intangível a nível nacional e revestem-se de importantes valores culturais e características locais”. Para o secretário, a associação deve dedicar-se “à preservação e transmissão das referidas crenças e costumes, tendo assegurado a colaboração da parte do Governo nas acções promocionais para que a população e os turistas possam sentir o ambiente da festividade”.
João Santos Filipe DesportoBasquetebol | Nave Desportiva recebe torneio com equipas de ligas asiáticas A elite do basquetebol asiático está de regresso a Macau em dose dupla. Julho e Setembro são os meses escolhidos para a organização de dois torneios: o Summer Super 8 e o The Terrific 12, ambos reconhecidos pela Federação Internacional de Basquetebol (FIBA) [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Oriental de Macau foi o local escolhido para a pela empresa Asian League para organizar, entre 17 e 22 de Julho, uma nova competição de basquetebol, que tem a chancela da Federação Internacional de Basquetebol (FIBA). A lista com os nomes de sete dos oito participantes do torneio Summer Super 8 foi apresentada na terça-feira. A competição tem como objectivo “criar uma nova plataforma para desenvolver os talentos asiáticos e estabelecer um fórum regional para treinadores e jogadores”. Na lista divulgada constam duas equipas do Interior da China, nomeadamente os Guangzhou Long Lions e os Xinjiang Flying Tigers. Ambas as equipas alcançaram a fase dos play-offs na última edição da Liga Chinesa de Basquetebol. A equipa de Guangzhou acabou por ser eliminada na primeira ronda e a equipa de Xinjiang nos quartos-de-final. Também a Coreia do Sul vai estar representadas por duas formações. Os Seoul Samsung Thunders e os Incheon Elephants. Na temporada da liga coreana, apenas a equipa da Incheon conseguiu chegar aos play-offs, onde foram eliminados logo na primeira ronda. Já a formação da capital coreana conseguiu um inglório nono lugar, o primeiro que não garante acesso à fase final da competição. Já o Japão vai estar representado pelo Rizing Zephyr Fukuoka. Os nipónicos actuaram na temporada passada na B.League 2, segundo escalão do país, e foram campeões, o que lhes garantiu a promoção à divisão principal. Depois de uma época de sucesso vêm mostrar o seu basquetebol a Macau. Por sua vez, a equipa Formosa Dreamers vai representar Taiwan em Macau, apesar da formação actuar na Liga ASEAN de Basquetebol. Os Dreamers tiveram uma época de estreia de pesadelo no campeonato asiático e terminaram no último lugar, com apenas uma vitória em 20 encontros. Segundo as informações da empresa Asia League, o organizador do evento, serão duas as equipas das Filipinas que vão estar presentes em Macau. Mas até ao momento, só é conhecido o nome dos Blackwater Elite. Numa altura em que ainda decorre a liga filipina de basquetebol os Blackwater Elite contam apenas com uma vitória em nove encontros. Além dos jogos, o evento tem no cartaz fóruns para treinadores e para árbitros, que também têm a chancela da FIBA. Basquetebol em Setembro Além do Summer Super 8, entre 18 e 23 de Setembro vai haver outro torneio de basquetebol em Macau, com o nome The Terrific 12. Esta é a mesma competição de pré-época que já se realizou no ano passado no casino Studio City, na altura só com oito formações, e que foi conquistada pelos Chiba Jets, do Japão. Este ano as equipas convidadas, que ainda não são conhecidas, vão ser oriundas de China, Japão, Coreia do Sul, Filipinas e Taiwan. Recorde-se que a primeira edição deste evento ficou marcada por uma polémica com a FIBA, que ameaçou não reconhecer o torneio e impedir que as equipas convidadas participassem. Contudo, a competição que era para ter o nome de Liga Asiática viu a designação alterada para Os Super 8 e acabou por ser realizada. Este ano o torneio de pré-época vai ser acompanhado por um festival de música e um desafio All-Star para os jogadores da equipas da Ásia.
Diana do Mar Manchete SociedadeIndústrias culturais | IC lança concurso para arrendar uma das Casas-Museu da Taipa Uma das Casas-Museu da Taipa vai ser arrendada a particulares para ser destinada às indústrias culturais [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Instituto Cultural (IC) lançou ontem um concurso público para arrendar uma das Casas-Museu da Taipa. Segundo o anúncio, publicado ontem em Boletim Oficial, a moradia destinar-se-á ao comércio de produtos culturais e criativos originais, maioritariamente de Macau, e eventuais serviços relacionados com as mesmas indústrias. Em resposta ao HM, o IC afirmou não ter planos para colocar a arrendar as restantes quatro moradias nem para alterar a sua finalidade. A “Casa Criativa”, localizada no número 3 da Avenida da Praia, vai ser arrendada por um período de quatro anos, não estando fixada uma renda base. Segundo o caderno de encargos, o arrendatário vai beneficiar, com efeito, de três meses de isenção de pagamento como “compensação para efeitos de decoração” do espaço. Os candidatos têm de estar inscritos na Direcção dos Serviços de Finanças (DSF) e na Conservatória dos Registos Comercial e de Bens Móveis da RAEM, sendo que, no caso de sociedades comerciais, o capital social deve ser detido em mais de 50 por cento por residentes de Macau. O prazo de entrega de propostas termina a 13 de Agosto, estando a abertura pública marcada para dois dias depois. Já na próxima quarta-feira, dia 4, o IC organiza uma visita ao edifício. Até ao termo do prazo da entrega das propostas, os interessados em arrendar o espaço têm de prestar uma caução provisória de 20 mil patacas (mediante depósito em dinheiro ou garantia bancária) que será restituída caso não sejam admitidos a concurso. Critérios de avaliação Na avaliação das propostas serão observados seis critérios, com o plano de comercialização dos produtos a ocupar um peso de 25 por cento. Neste âmbito, vão ser ponderados factores como “o teor cultural e criativo dos produtos, diversidade e correspondência com a atmosfera das Casas da Taipa” ou “a contribuição para a promoção das marcas e dos produtos culturais e criativos da RAEM”. O plano do negócio, o projecto do planeamento do interior do espaço e a experiência valem 20 por cento cada, enquanto o valor proposto da renda representa 15 por cento. Segundo o caderno de encargos, a área total a arrendar é de 145 metros quadrados (somando rés-do-chão e primeiro andar), estando excluídos os alpendres, ficando o arrendatário obrigado a consultar previamente o IC caso os pretenda aproveitar para realizar actividades ou depositar materiais. Em paralelo, encontra-se “proibida a venda de alimentos cozinhados no local, bebidas alcoólicas, produtos de tabaco, medicamentos, incluindo de medicina tradicional chinesa”, bem como de produtos, cuja promoção seja proibida pela legislação vigente, como materiais relacionados com o jogo. Ao mesmo tempo, “os géneros de produtos culturais e criativos originais da RAEM à venda no local devem ocupar pelo menos 50 por cento do total, estando o arrendatário obrigado a apresentar a lista dos mesmos ao IC sempre que lho seja solicitado”. O espaço, que não pode sofrer obras ou benfeitorias, tem de entrar em funcionamento e abrir ao público “o mais tardar até ao primeiro dia do sexto mês de arrendamento”. Em paralelo, o arrendatário tem de apresentar uma série de relatórios ao IC, desde logo um semestralmente relativo às vendas mensais. O arrendatário é ainda obrigado a fazer um seguro contra o risco de incêndio e de responsabilidade civil, com uma cobertura não inferior a dois milhões de patacas. Tal destina-se a “cobrir quaisquer acidentes, perdas ou danos causados a terceiros, por falha ou mau funcionamento de equipamentos, execução imprópria dos serviços e demais danos ou prejuízos causados durante a vigência do contrato de arrendamento”. É ao arrendatário que cabe também assumir o pagamento de qualquer indemnização por prejuízos ou danos causados (a terceiros ou ao IC) “independentemente da causa”. No que toca às penalidades, o caderno de encargos dita que, no caso de não pagamento da renda nas datas e condições indicadas, o IC pode cobrar, além do valor que lhe é devido, “uma multa igual a 50 por cento do montante em dívida”. Se o arrendatário não cumprir integralmente os termos e condições estabelecidos no contrato, após ter sido advertido duas vezes, o IC pode aplicar uma multa de mil patacas por cada incumprimento, sendo que caso esteja em jogo a falta de correcções exigidas pelo IC a multa corresponde a 3.000 patacas. Rescisão contratual O contrato pode ser rescindido por mútuo acordo em qualquer momento. Contudo, o IC “reserva-se o direito de rescindir unilateralmente com fundamento no interesse público, caso em que o arrendatário terá direito a uma justa indemnização desde que apresente comprovativos dos investimentos realizados”. Caso seja o arrendatário a rescindir unilateralmente o contrato por sua iniciativa perderá o direito à caução definitiva (40 mil patacas) e terá que pagar ao IC uma indemnização no valor de duas rendas mensais. As Casas-Museu da Taipa são consideradas uma das relíquias patrimoniais e culturais das Ilhas. Construídas em 1921, serviram em tempos como residências de funcionários públicos de categorias superiores, nomeadamente às famílias macaenses. Em 1992, foram reconhecidas como um complexo edificado de valor arquitectónico e, anos depois, alvo de profundas obras de restauro devido ao seu valor arquitectónico. Após essa intervenção, os cinco edifícios classificados transformaram-se em espaços museológicos, abrindo ao público a 5 de Dezembro de 1999 como Casas-Museu da Taipa. Em 2016, o Governo avançou com um projecto de renovação, orçado em 6,4 milhões de patacas. Os cinco edifícios foram rebaptizados na mesma altura, passando a designar-se “Museu Vivo Macaense”, “Galeria de Exposições”, “Casa Criativa”, “Casa de Nostalgia” e “Casa de Recepções”.
Diana do Mar Manchete SociedadeCavalos | Jockey Club com prejuízos de 110 milhões em 2017 [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Companhia de Corridas de Cavalos, que opera o Macau Jockey Club, registou prejuízos líquidos de 110 milhões de patacas. O valor não surge discriminado no balanço financeiro, publicado ontem em Boletim Oficial, mas pode ser calculado através da diferença entre os resultados transitados de 2016 (4,07 mil milhões) e de 2017 (4,18 mil milhões). Já o passivo da empresa, foi de 1,44 mil milhões. O valor das dívidas totais fica assim ligeiramente abaixo do montante do plano de investimento de 1,5 mil milhões de patacas que convenceu o Governo a prorrogar o contrato de exploração das corridas de cavalos por 24 anos e meio, ou seja, até 31 de Agosto de 2042. No breve relatório, que acompanha o balanço financeiro, a empresa indica que a estratégia futura “vai ser baseada no princípio ‘lazer, entretenimento e desporto”. “A empresa vai investir substancialmente em diversas áreas, tais como a melhoria da qualidade das suas instalações, a transmissão em directo dos leilões internacionais de cavalos e o aumento do número e a qualidade dos cavalos para as corridas”, diz a nota. A empresa, que tem Angela Leong como vice-presidente e administradora executiva, refere ainda que “as instalações reservadas aos membros vão ser alargadas, de forma a poder oferecer alguns serviços mais diversificados tanto para os membros como também para os turistas”.
Hoje Macau SociedadeObras | Almeida Ribeiro fechada ao trânsito até Agosto [dropcap style≠’circle’]T[/dropcap]endo em conta as obras de melhoria do sistema de drenagem e de repavimentação da avenida Almeida Ribeiro, a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) vai encerrar essa zona ao trânsito a partir de sábado e até 31 de Agosto. De acordo com um comunicado, neste período “manter-se-á o sentido de trânsito da Avenida da Praia Grande em direcção à Rua das Lorchas (o trânsito segue apenas pelo BNU em direcção à Ponte 16)”. Quanto à circulação dos autocarros, 15 carreiras vão ver o seu percurso alterado, sendo criadas as carreiras temporárias n.os 26AT e 88T.
Sofia Margarida Mota SociedadeCrematório | Manifestação realiza-se apesar da suspensão do projecto O projecto já foi suspenso mas a manifestação contra a construção do crematório no cemitério de Sa Kong, agendada para o próximo domingo, mantém-se. Para Pereira Coutinho trata-se de um alerta para que não se repitam os mesmo erros no futuro. O deputado considera que a ilha de Hengqin é um bom local para a infra-estrutura [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]pesar do Governo ter suspendido a construção do crematório no cemitério de Sa Kong, a manifestação agendada para o próximo domingo continua de pé. “Está já tudo preparado, foram efectuadas várias reuniões para acertar os pontos para que a manifestação decorra de forma pacífica e clara em termos dos seus objectivos”, começou por dizer José Pereira Coutinho ao HM. Para o deputado que está a organizar o protesto, esta é uma forma de chamar a atenção do Executivo para que se evitem repetir os mesmos erros. “Esta manifestação é um alerta para o futuro para que o Governo saiba ouvir as pessoas que de facto estão no terreno e que falam em nome próprio”, disse o deputado. O facto de os conselhos das ilhas terem tomado decisões sem consultar a população é uma atitude ilegítima. O deputado espera que a manifestação seja “um claro sinal de que a forma como o Governo chegou às suas conclusões não foi boa porque recorreu a pessoas que não têm nada a ver com o assunto e que estão fora dos locais onde vivem os implicados. Ou seja, onde supostamente iria ser construído o crematório”, sublinhou. Pereira Coutinho considera que é por isso que as pessoas “estão muito revoltadas com a comissão consultiva das ilhas que se pronunciou sem legitimidade e sem ter as opiniões dos moradores, concordando com a construção do projecto”. Cinzas no ar O deputado considera ainda importante ter em conta o desconforto que a população associa à proximidade deste tipo de estruturas. “As pessoas não querem que a construção seja feita naquela zona porque no passado chegavam ao centro da Taipa partículas pretas chegam vindas da chaminé de Coloane e entravam pelas casas das pessoas”, explicou. Para Pereira Coutinho a solução para a construção de um crematório passaria pela sua implementação na ilha de Hengqin, através do estabelecimento de um acordo idêntico ao realizado com a Universidade de Macau (UM). “Arrendam um espaço como fizeram com a UM e façam em Hengqin”, rematou.
Diana do Mar SociedadeCanídromo | Yat Yuen com prejuízos de 11 milhões de patacas em 2017 [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Companhia de Corridas de Galgos registou, em 2017, prejuízos líquidos de 10,9 milhões de patacas. O valor não surge discriminado no balanço financeiro da Yat Yuen, publicado ontem em Boletim Oficial, mas pode ser calculado através da diferença entre os resultados transitados de 2016 (535 milhões) e de 2017 (524 milhões). No relatório da administração, que acompanha o balanço financeiro, a Yat Yuen afirma que “contribuiu e obteve muito sucesso junto da sociedade de Macau em vários aspectos”, indicando que “vai continuar a servir a sociedade de Macau no futuro, promovendo a diversificação e o desenvolvimento da sociedade para que Macau se torne num ‘Centro Mundial de Turismo e Lazer’. A empresa, que integra o universo da Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM), que tem Angela Leong como administradora executiva, não diz, porém, como. Segundo a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), o estudo do plano de intervenção urbanística e aproveitamento do terreno, com uma área estimada em 17 mil metros quadrados, deve ser concluído em breve. O estudo foi adjudicado em Abril de 2017, à CAA, Planeamento e Engenharia, Consultores Limitada por 1,45 milhões de patacas. A proposta da empresa, que tem como administrador o deputado Chui Sai Peng, seleccionada após consulta a mais quatro firmas, tinha um prazo de execução de 203 dias, ou seja, de sensivelmente sete meses.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCanídromo | ANIMA entregou 650 pedidos de adopção de cães A ANIMA entregou ontem de manhã no Canídromo os pedidos de adopção dos 650 galgos à guarda da Yat Yuen. Albano Martins espera que sejam todos aceites [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Sociedade Protectora dos Animais de Macau – ANIMA entregou ontem de manhã, no Canídromo, pedidos de adopção para todos os galgos que se encontram no espaço. A entrega foi feita pelo presidente Albano Martins a três responsáveis da Companhia de Corridas de Galgos Yat Yuen e a expectativa da associação é ver todos os pedidos aceites. “Eles receberam as cópias, que já estão lá dentro [do Canídromo]. Agora é preciso saber o que vão fazer com os formulários, mas nós temos outras cópias dos documentos que foram entregues”, disse Albano Martins, minutos após a entrega. “A verdade é que não estava à espera que viessem cá fora e aceitassem os nossos processos. Alguma coisa está a mudar na cultura deles e estou feliz por isso”, acrescentou. Sobre o número de processos que espera ver aprovados para adopção por parte da ANIMA e dos seus parceiros, o activista não teve dúvidas: “Estamos à espera que aprovem todos os 650 pedidos de adopção”, atirou. “Não é fácil criar os mecanismos para a adopção dos animais devido ao procedimentos envolvidos e os tempos necessários para completar as adopções em outras regiões. O Canídromo não tem os contactos com associações que nós temos e podemos ajudá-los a arranjar adoptantes. Mas também precisamos de tempo”, clarificou o presidente da Associação. A ANIMA propõe que os animais continuem a ocupar o espaço durante mais um ano, tempo necessário para enviar os animais para fora de Macau. Reino Unido, França, Itália e Estados Unidos são vistos como os locais que maiores garantias oferecem para o bem-estar dos animais. Apelo à paz Por outro lado, Albano Martins expressou o desejo de ver o Canídromo cooperar no processo: “Espero que colaborem com a ANIMA. Nós não queremos entrar numa luta e eles não têm de perder a face só porque aceitam a nossa colaboração, até porque internacionalmente as pessoas vão aceitar a colaboração e esquecer o que aconteceu no passado”, apontou. O responsável abordou também a recusa do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) de analisar os pedidos que originalmente tinham sido entregues ao Governo. “Não estava à espera que o IACM recusasse as nossas cartas, porque eles foram sempre um parceiro intermediário. Considerámos que iam aceitar. Mas a recusa também pode ter acontecido porque sabiam que o Canídromo ia aceitar alguns dos nossos pedidos”, sustentou. Apesar da nega, Albano Martins mostrou confiar no IACM, que prometeu o auxílio técnico necessário na carta em que recusou os pedidos de adopção: “Não sei o que se entende pela ajuda técnica, mas acredito nele [José Tavares, presidente do IACM]”, apontou. Ao mesmo tempo, Albano Martins destacou que a ANIMA é neste momento a organização que está em melhor posição para resolver a situação dos galgos, mas que está aberta a cooperação de todas as outras associações. “Nós temos bons parceiros internacionais e isso faz a diferença entre a ANIMA e as outra associações”, justificou. A Companhia de Corridas de Galgos Yat Yuen tem até 21 de Julho para encerrar o Canídromo. A ANIMA defende que os animais devem permanecer durante mais um ano no espaço, para que possam ser adoptados. Família devolveu galgo Um dos galgos que foi adoptado na iniciativa levada a cabo pelo Canídromo no passado fim-de-semana já foi devolvido. A informação foi avançada pelo presidente da ANIMA. “Sabemos que foi devolvido um galgo ontem dos que tinham sido adoptados. A pessoa que adoptou o animal ficou muito preocupada porque o cão começou a estragar a mobília… É normal quando os animais são jovens. As pessoas precisam de se informar antes de adoptar”, disse Albano Martins. “Os nossos adoptantes são pessoas experientes. Temos pessoas que gostam de animais e que não adoptam para serem estrelas ou famosas e fazerem as fotos circular na imprensa e redes sociais”, frisou Hong Kong pondera facilitar importação de cães O Governo de Hong Kong iniciou conversações com a RAEM para estudar a viabilidade de adoptar medidas que facilitem a entrada de galgos vindos de Macau. A informação foi avançada pelo Departamento da Agricultura, Pescas e Conservação do Governo de Hong Kong, de acordo com o jornal Hong Kong Animal Post, após vários cidadãos terem demonstrado o desejo de adoptar galgos do Canídromo, que tem de encerrar até dia 21 de Julho. Segundo os moldes actuais, para levarem um animal de Macau para Hong Kong, é exigido às pessoas que solicitem uma licença especial, entreguem o boletim de vacinas dos animais e que respeitem o período de quarentena. As autoridades entendem que os procedimentos têm feito com que alguns residentes se sintam desencorajados do processo devido à longa espera. Também por esse motivo acreditam que houve vários pedidos de esclarecimentos, mas que devido à morosidade do processo, ainda ninguém avançou com um processo concreto do pedido de autorização para trazer galgos. Também de acordo com o portal HK01, Mark Mak, presidente da Non-Profit Making Veterinary Services Society, apontou que há cinco canis de Hong Kong que mostraram a vontade de acolher os galgos do Canídromo. Além disso, acha que o Governo de Macau deve estudar a hipótese de adiar a data de despejo da companhia uma vez que não existe urgência para demolir o Canídromo.
Leocardo VozesVingança [dropcap style≠’circle’]V[/dropcap]ingança, uma palavra forte. O próprio som da palavra dá a entender sangue, violência, tiros, cabeças cortadas, espadas atravessadas do abdómen às costas. Reparem na intensidade das palavras da família de “vingança”: vingativo, vingador, vingado. Convidam à poesia. É preciso não confundir a vingança com outras mariquices. Um tipo que dá um murro a outro que lhe bateu primeiro é uma simples retaliação. O indivíduo que atropela com o carro o filho mais novo do vizinho e lhe parte as pernas porque o outro lhe matou o gato é um ajuste de contas. O gajo que denuncia às autoridades a plantação de “cannabis” do vizinho porque este teima em receber visitas e ficar a ouvir Bob Marley toda a noite é um “queixinhas”. O fulano que fura os pneus do carro do colega depois deste ter contado ao chefe que andava a roubar lapiseiras do escritório é uma “vingançazinha”, nem chega a ser vingança, e dificilmente o castigo corresponde ao crime – não chega para se ficar vingado. Vingança que é vingança implica um longo período de angústia, de dor, de humilhação, seguido de outro não menos longo período de recuperação, planejamento e preparação ao nível do corpo e da mente. Quem planeia uma vingança nunca o faz para daqui a pouco, para amanhã ou dentro de semanas. É um processo que pode demorar meses, anos, toda a vida, e pode mesmo nunca chegar a ser realizado. É um peso que se carrega no peito, que nos assalta a cada minuto, a última coisa em que pensamos quando vamos dormir e a primeira quando acordamos. Dizer que se tem “sede de vingança” diz muito pouco sobre o que é realmente a vingança. Devia dizer-se “ter dores de dentes de vingança”. O cenário típico de vingança é aquele que apreendemos dos filmes de acção, Imaginemos o Mesquita, um cidadão médio a quem a vida corre bem, casado e com dois filhos lindos, uma menina adolescente e um rapaz de dez anos. Um belo dia estão em casa a viver as suas vidas de família como outra qualquer, e são assaltados por um gangue de seis ou sete indivíduos, que lhe violam a mulher e lhe cortam a garganta, rebentam os miolos ao miúdo e raptam a filha, vendendo-a posteriormente à escravatura sexual. Mesquita tenta resistir, mas entre um tiro numa perna, duas ou três facadas nas costelas e a mesa de vidro da sala despaçada na tola, é deixado à beira da morte. Quando chega a polícia, muito depois dos bandidos se terem posto em fuga, encontra-o num estado lastimável, com o rosto feito numa papa Nestum. Segue-se um longo período de recuperação para o Mesquita, com a imagem da violência a que foi sujeito gravado na retina. Já em plena forma, aprende uma arte marcial ou compra uma arma de grande calibre, e depois de saber para quem trabalham os assaltantes, e para quem trabalham estes, e finalmente para quem trabalham todos estes, chega ao topo da hierarquia, a um tal sr. X. Este sr. X é um respeitável elemento da sociedade, o mais generoso contribuente do último peditório para o combate à paralisia infantil, e principal patrocinador da reeleição do presidente da câmara. Apesar do seu aspecto diabólico e fortuna de origem duvidosa, normalmente obtida através do tráfico de droga ou de pessoas e complementado pela fuga ao fisco, é respeitado por todos os cidadãos da comunidade, e está acima de qualquer suspeita. Depois de limpar o sebo a 40 ou 50 capangas do sr. X com muito má pontaria e pouco jeito para a porrada, com o grau de dificuldade a aumentar à medida que vai chegando ao seu objectivo, Mesquita chega finalmente ao tão desejado face-a-face com a sua nemesis. Depois de um diálogo completamente desnecessário, onde cada um deles podia ter aproveitado o tempo para matar o outro, dá-se o confronto final, e depois de um combate equilibrado mas com uma inclinação para o vitória do sr. X, Mesquita parece derrotado. Quando o seu inimigo se prepara para desferir o golpe final, dá-se um volte-face, Mesquita reúne o que lhe resta das forças e derrota o sr. X, que tem uma morte horrível e poética, de preferência acrescentada de uma “punch-frase” a condizer. Já todos assistimos a filmes com um argumento mais ou menos semelhante a este, e até conseguimos imaginar Bruce Willis ou Mel Gibson no papel de Mesquita, e Kevin Spacey ou Gary Oldman no papel de sr. X. A TDM tem exibido nos últimos meses a novela portuguesa “Vingança” – o título diz tudo – e nela temos Diogo Morgado no papel de vingativo e Nicolau Breyner como o objecto da sua vingança. O personagem de Diogo Morgado viu o pai ser morto a mando do personagem de Breyner, e ele próprio foi traído pelo filho deste, que o deixou dado como morto, a apodrecer numa prisão marroquina. A vingança é um dos ingredientes mais amargos da composição do género humano, uma comichão que só se alivia quando a vingança é finalmente concretizada. Só há uma coisa que me deixa incrédulo quando assisto aos filmes ou outras obras de ficção que falam de uma vingança. Quando alguém como o dr. X, com esqueletos no armário, fica finalmente face-a-face com o seu vingador, neste caso o Mesquita, diz sempre: “Mesquita…finalmente…estava à tua espera”. Estava à espera? Não acredito. No mundo real, o sr. X ficaria borrado de medo, isso sim.
Hoje Macau SociedadeFinanças | Receitas públicas sobem 19,5 por cento até Maio [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Administração fechou os primeiros cinco meses do ano com receitas de 53.787 milhões de patacas, valor que traduz um aumento de 19,5 por cento em termos anuais homólogos, indicam dados provisórios disponíveis no portal da Direcção dos Serviços de Finanças (DSF). Os impostos directos sobre o jogo – 35 por cento sobre as receitas brutas dos casinos – foram de 44.707 milhões de patacas, reflectindo uma subida anual de 20,4 por cento e uma execução de 54,3 por cento relativamente ao orçamento autorizado para 2018. A importância do jogo encontra-se patente no peso que detém no orçamento: 83,1 por cento nas receitas totais, 83,7 por cento nas correntes e 96 por cento nas derivadas dos impostos directos. Já as despesas cifraram-se em 25.558 milhões de patacas até Maio, de acordo com os mesmos dados. Cumpridas em 26 por cento, aumentaram 21,8 por cento, comparativamente ao período homólogo do ano passado. Neste capítulo destacam-se os gastos ao abrigo do Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração (PIDDA) que alcançaram 6.678 milhões de patacas, valor que traduz um aumento de 245 por cento. A taxa de execução correspondeu, por seu turno, a 31,6 por cento. Entre receitas e despesas, a Administração acumulou nos primeiros cinco meses do ano um saldo positivo de 28.228 milhões de patacas, mais 17,5 por cento face a igual período de 2017. No entanto, a almofada financeira excede largamente o orçamentado para todo o ano (6,9 mil milhões de patacas), com a taxa de execução a corresponder a 407,7 por cento.
Hoje Macau SociedadeJustiça | Ex-director da Faculdade de Direito em prisão preventiva [dropcap style≠’circle’]J[/dropcap]ohn Mo, o ex-director da Faculdade de Direito da Universidade de Macau, está em prisão preventiva, de acordo com informação veiculada pela TDM – Rádio Macau. Ao que a Rádio conseguiu apurar, não estão em causa crimes de natureza económica. John Mo chegou a Macau em 2012 para dirigir a Faculdade de Direito. Foi uma nomeação polémica, contestada pela comunidade jurídica local por o académico não ter formação em direito de Macau. Mo deixou o cargo de director da faculdade em 2016, para passar a exercer funções como reitor da Escola de Pós-Graduação da UM. Johh Mo é ainda membro do Conselho de Governadores do Instituto Internacional para a Unificação do Direito Privado e vice-presidente da Associação de Direito Económico Internacional da China e da Associação do Direito Comercial Internacional da China.
Andreia Sofia Silva SociedadeIACM | Recuperação de zonas florestais junto aos trilhos termina em 2019 [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) vai levar a cabo um trabalho de reflorestação do território depois da destruição causada pela passagem de três tufões por Macau o ano passado, incluindo o Hato. Em conferência de imprensa foi ontem anunciado que os primeiros locais alvo de reflorestação serão as zonas localizadas a dez metros dos trilhos, em Coloane. Os trabalhos de recuperação do ecossistema florestal do território deverão começar no segundo semestre deste ano, sendo que a reflorestação das zonas verdes da península e das ilhas deverá demorar entre cinco a dez anos a estar concluída. O IACM realizou um estudo, em parceria com as autoridades congéneres de Guangdong, do qual saiu o projecto de plantar árvores e plantas que sejam mais resistentes às condições meteorológicas. “Queremos melhorar a área florestal e procuramos escolher plantas que em certas zonas vão dar flor. No total, será tratada uma área de 30 hectares e plantadas mais de 35 mil árvores. Queremos criar um efeito no meio ambiente, daí existir a necessidade de fazer uma combinação com essas espécies.” Para já, não existe nenhum orçamento definido para o plano do IACM, uma vez que os projectos de reflorestação ainda não começaram, foi ontem dito na conferência.
João Santos Filipe Manchete PolíticaSulu Sou aceita condenação para regressar rapidamente à Assembleia Legislativa [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] pró-democrata vai abdicar do direito de recurso em nome da representação dos eleitores e pede desculpa aos cidadãos desiludidos. A decisão foi tomada, após Sulu Sou ter tido conhecimento de que o Ministério Público (MP) não tinha recorrido da sentença de 120 dias de multa. “Ontem (no dia 26), ficámos a saber que não tinha havido recurso do Ministério Público. Apesar de termos apresentado recurso para a instância superior antes do fim do prazo, o recurso era meramente defensivo. O objectivo era prevenir que houvesse uma agravação da pena, que poderia resultar do recurso do MP”, afirmou Sulu Sou, através de comunicado da Associação Novo Macau. “Depois de ter discutido o assunto com os meu advogados, vou retirar o recurso, como planeado, e pagar a multa exigida pelo julgamento. É um esforço que faço para que a suspensão do mandato termine e possa desempenhar os meus deveres, exigindo maior justiça e defendendo o interesse público numa plataforma mais abrangente, tal como fui mandatado pelas pessoas de Macau”, acrescentou. Esta é uma decisão que o deputado definiu como “difícil”, dizendo que foi tomada depois de considerados os prós e contras. “Apresentar o recurso de uma condenação é um direito fundamental. Reconheço que a Justiça e a defesa do interesse público enquanto deputado são dois objectivos importantes. Mas neste caso, não posso conjugá-los”, sublinhou. “Apesar de retirar o recurso, insisto que sou inocente”, frisou. Sulu Sou pediu também desculpa às pessoas que consideram que mais importante do que o lugar na Assembleia, seria que o deputado provasse a sua inocência e protegesse os direitos de manifestação e reunião. Na mensagem em que anunciou o fim do processo, Sulu Sou agradeceu igualmente aos advogados Jorge Menezes e Pedro Leal, este último representante de Scott Chiang, pelo auxílio no processo. “Gostava de exprimir a minha sincera gratidão aos advogados Dr. Pedro Leal e Dr. Jorge Menezes, que mostraram uma grande coragem, profissionalismo e determinação nesta batalha legal”, notou o deputado ainda suspenso. Separação do processo Por sua vez, o activista Scott Chiang, condenado em co-autoria com Sulu Sou, vai prosseguir com o recurso, pedindo uma separação do processo. Em causa estão direitos fundamentais, como o direito à manifestação pacífica. “O primeiro arguido Scott Chiang, por outro lado, vai recorrer e pediu que o processo fosse separado, para que o seu recurso seguisse em frente. Estão em causa questões fundamentais como o direito à manifestação e reunião pública. Gostávamos que estes questões fossem clarificadas por um tribunal superior”, é ainda esclarecido. Sulu Sou vai agora aguardar que o TJB emita uma guia para ser feito o pagamento da multa. Após a apresentação à Assembleia Legislativa do comprovativo do pagamento, o deputado vê a suspensão chegar ao fim, de forma automática. Sulu Sou e Scott Chiang foram condenados a 29 de Maio com uma pena de multa de 120 dias pela prática, em co-autoria, de um crime de manifestação ilegal, correspondente a 40.800 patacas e 27.600 patacas, respectivamente. Em causa está o facto de se terem dirigido ao Palacete de Santa Sancha e atirado aviões de papel, durante uma manifestação contra o donativo de 100 milhões de renminbis da Fundação de Macau à Universidade de Jinan.
Hoje Macau PolíticaDiplomacia | Lionel Leong termina hoje visita a Portugal e Brasil [dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]hega hoje ao fim a visita oficial do Governo a Portugal e ao Brasil. De acordo com um comunicado oficial, o secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, esteve ontem reunido com o vice-governador do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles, tendo visitado a câmara municipal da cidade onde se inteirou do funcionamento do município governamental. O secretário “convidou o Governo do Rio de Janeiro a organizar serviços públicos e outros sectores para realizarem uma visita ou participarem nos três eventos mais importantes de exposições e convenções, incluindo, o Fórum Internacional sobre o Investimento e Construção de Infraestruturas, o Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental e a Feira Internacional de Macau”. Já o vice-governador do Rio de Janeiro adiantou que Macau e o Brasil “devem continuar a reforçar a cooperação em várias áreas, especialmente, na economia e comércio, no turismo, na cultura e na educação, acreditando no estreitamento das relações bilaterais e na obtenção de resultados mais concretos”.
João Santos Filipe SociedadeJustiça | Governo recupera em tribunal três terrenos [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Tribunal de Segunda Instância (TSI) deu ontem razão ao Chefe do Executivo em mais três casos de recuperação de terrenos por falta de aproveitamento. Uma das parcelas fica situada na Ilha de Coloane, junto à Povoação de Hác-Sá, e foi concedida em 1959, a um residente com o nome Alfredo Augusto Galdino Dias. Apesar do terreno não ter sido construído até 30 de Outubro de 1962 e do residente ter morrido, o que fez com que o terreno passasse para a posse da esposa, apenas a 8 de Novembro de 2016 o Chefe do Executivo ordenou a recuperação, que foi agora confirmada pelo TSI. No entanto, o concessionário poderá ainda recorrer para o Tribunal de Última Instância. Também no caso de um terreno designado lote O4B, que fica na zona dos aterros do Pac On, o tribunal considerou que a concessionária Polymar Internacional – Fibra Ópticas, Limitada não aproveitou a parcela de terra dentro do prazo da concessão de 25 anos, que tinha sido concedida a 3 de Agosto de 1994. Por essa razão, a 26 de Abril de 2016 Chui Sai On tinha assinado um despacho a reverter a concessão, que o TSI considerou ter sido legal. Finalmente, o último caso, diz respeito a um lote identificado como A na Baixa da Taipa, quarteirão 13, que tinha sido concessionado à empresa Fountain (Macau) Limitada-Bebidas, a 12 de Dezembro de 1988. Também neste caso, o aproveitamento não foi feito a tempo pelo que com o fim do prazo da concessão de 25 anos, a recuperação do terreno foi considerada legítima pelo TSI. Em todos os casos, os interessados podem ainda interpor um recurso para o TUI.
Diana do Mar Manchete PolíticaGoverno | Mi Jian vai coordenar Gabinete de Estudo das Políticas a partir de amanhã Mi Jian vai ser o novo coordenador do ‘think tank’ do Governo, substituindo Lao Pun Lap que se vai aposentar [dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]ai um economista, entra um especialista em Direito. Mi Jian assume, a partir de amanhã, a função de coordenador do Gabinete de Estudo das Políticas do Governo, substituindo Lao Pun Lap, que vai aposentar-se por ter atingido o limite de idade legal para o exercício de cargo público. Mi Jian, que desempenha, desde 1 de Janeiro de 2011, a função de assessor principal do Gabinete de Estudo das Políticas do Governo, foi nomeado, em comissão de serviço, pelo período de um ano, indica um despacho do Chefe do Executivo, publicado ontem em Boletim Oficial. Desde a criação do gabinete preparatório do ‘think tank’ do Executivo, em Julho de 2010, até hoje, Mi Jian esteve “sempre directamente envolvido em investigações ou em trabalhos de coordenação de projectos”, indica um comunicado do Gabinete do Porta-voz do Governo, destacando a “rica experiência na área de políticas governativas e grande capacidade de liderança” do professor catedrático. Origem académica Segundo uma nota curricular, publicada em Boletim Oficial, Mi Jian doutorou-se em Direito na Alemanha, após um mestrado também em Direito e uma licenciatura em História, ambos concluídos na China. Membro da Comissão Coordenadora da Gestão e do Desenvolvimento das Áreas de Jurisdição Marítima desde 2017, Mi Jian desempenhou, entre outros, o cargo de director da Faculdade de Direito da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (2007-2010), tendo integrado ainda o Conselho Consultivo para a Reforma da Administração Pública (2008-2014). Já antes da transferência do exercício de soberania, foi especialista em Direito do Gabinete de Tradução Jurídica do Governo (1991-1995). Lao Pun Lap vai deixar o cargo de coordenador, mas permanecerá ligado ao ‘think tank’, dada a “larga experiência no campo da investigação” que detém, refere a mesma nota oficial, indicando que o economista vai ser nomeado assessor do Gabinete de Estudo das Políticas, “cabendo-lhe funções de natureza consultiva sobre as políticas governativas”.
Sofia Margarida Mota Manchete PolíticaTradução | Agnes Lam alerta para o problema da falta de profissionais A escassez de tradutores tem sido assinalada pelo Executivo, mas para Agnes Lam o problema do sector vai além dos 200 profissionais anunciados oficialmente. Com vários diplomas em elaboração de interesse para comunidades que não falam chinês, a deputada considera que Macau precisa não só de tradutores de português, mas de criar um mercado certificado e consistente na área da tradução [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] deputada Agnes Lam quer saber em que ponto está o plano de desenvolvimento de tradutores em Macau. A escassez de profissionais neste sector tem sido apontada quer por deputados quer pelo Executivo. Apesar dos discursos que referem a necessidade de formação de talentos bilingues, continuam a não existir profissionais suficientes para a procura. “O mercado da tradução em Macau é muito escasso”, aponta a deputada. “O Governo já fez referência que só no que respeita a tradutores de Chinês/Português, o território precisa de, pelo menos, 200 profissionais”, aponta em interpelação escrita. A situação é agravada, de acordo com a deputada, com as revisões legislativas em curso e que vão requerer um mercado competente de tradutores para que possam ser concretizadas. O revisão do regime sobre locação financeira, os diplomas referentes aos benefícios fiscais nesta domínio ou mesmo a lei da arbitragem são alguns dos diplomas elencados pela deputada e que a preocupam em termos de escassez de quadros qualificados em tradução. Acresce às exigências de produção legislativa a concretização de Macau como plataforma entre a China e os países de língua portuguesa que, sem tradutores, corre o risco de ser inviável, refere. “Tendo em conta o futuro desenvolvimento financeiro do território com a implementação da Lei da Arbitragem e a introdução de capital estrangeiro vão ser necessários intérpretes e tradutores para que as partes envolvidas possam comunicar”, avança. Agnes Lam receia que Macau não tenha capacidade de resposta às solicitações que exigem traduções para vários idiomas fora da função pública. Mercado menor Por outro lado, o reduzido mercado apresenta vários problemas, não só no que respeita à quantidade mas também à qualidade dos serviços. “Com a necessidade de traduções em inglês para o sector dos casinos, há funcionários a fazer estas traduções sem terem qualquer tipo de formação na área”, exemplifica a deputada. A produção de traduções, à excepção das fornecidas pelo Governo, são funções pagas com salários reduzidos o que não garante uma solidez no mercado. “A tradução profissional local ainda está confinada aos departamentos governamentais e no mercado privado ainda não é um sector maduro, o que pode causar incompatibilidades de recursos, visto que no mercado privado não é necessária certificação profissional. A situação não anuncia boas perspectivas para o futuro de Macau, afirma. A deputada sugere que o Executivo tome medidas e aponta caminhos. Em 2007, Taiwan estabeleceu um sistema de certificação de tradutores para que sejam admitidos pelas agências de tradução, explica. Agnes Lam pede ao Executivo que divulgue estatísticas referentes à necessidade de tradutores no território, não só no domínio do português mas também noutros idiomas. A deputada questiona ainda o Executivo sobre o que medidas vão ser tomadas a nível de ensino superior para colmatar estas lacunas. Tendo em conta a necessidade de garantir a qualidade dos serviços, a também académica, pede ao Governo que crie um sistema de certificação de tradutores e que refira se tem em perspectiva alguma política de apoio à criação de agências de tradução de modo a promover o desenvolvimento do mercado.
Sofia Margarida Mota PolíticaAL | Proposta sobre locação financeira só precisa de alguns esclarecimentos [dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]a análise na especialidade da proposta de lei do regime jurídico das sociedades de locação financeira resta esclarecer alguns pontos do articulado, sendo que os deputados concordam na generalidade com o diploma, revelou ontem o presidente da 2ª comissão permanente, Chan Chak Mo. Os deputados querem, no entanto, entender melhor as informações requeridas para o registo especial destas sociedades, que entendem não estar claro. “Há a definição de alguns elementos a serem fornecidos no momento de registo. No entanto, há uma alínea que refere que podem ser solicitados elementos adicionais e não sabemos quais são”, disse Chan Chak Mo que considera que o Governo deve definir estas premissas claramente. No articulado é referido que as sociedades de locação financeira devem ser constituídas por, pelo menos, um membro que viva no território. Esta exigência suscitou algumas dúvidas aos deputados que constituem a comissão permanente, que pretendem ter requisitos claros sobre o que se entende por “viver no território”. “Há um prazo? Tem de viver em Macau há seis meses, por exemplo?”, questiona o também deputado. Por último, a comissão quer que o Governo explique a razão para a proposta manter algumas regras previstas na lei actual e modificar outras. De acordo com Chan Chak Mo, a comissão poderá reunir com o Governo na próxima semana para que estes pontos sejam devidamente clarificados. Tudo mais simples A proposta de lei sobre o regime jurídico das sociedades de locação financeira foi aprovado na generalidade no início do mês e prevê que as futuras sociedades de locação financeira deixem de ser instituições de crédito e passem a ser instituições financeiras. Para o efeito, o Governo decidiu implementar uma série de medidas mais flexíveis, tal como a redução do capital social de 30 para 10 milhões de patacas ou a permissão para se constituírem como sociedades anónimas ou por quotas, ao invés da obrigatoriedade de serem apenas sociedades anónimas. Outras mudanças trazidas por esta proposta de lei prendem-se com a redução do número de membros do órgão de administração da sociedade, que com o novo diploma poderá ter apenas um membro. É também permitida a introdução do “conceito de filiais com o propósito de locação financeira”, cujo pedido pode ser feito por bancos ou outras sociedades de locação financeira autorizados a exercer actividade em Macau.
Andreia Sofia Silva China / Ásia MancheteDiplomacia | Anunciada visita de Xi Jinping este ano a Lisboa Xi Jinping deverá visitar Portugal pela primeira vez no final deste ano, anunciou ontem o presidente da República portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, durante a visita que realizou aos Estados Unidos. Nem de propósito, chineses e americanos atravessam uma guerra comercial que deverá levar a China a procurar mais apoio da União Europeia, afirmam analistas [dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]epois da escala que o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, fez nos Açores em 2016, a China prepara-se para fazer a sua primeira visita oficial a Portugal ao mais alto nível. A visita de Xi Jinping no final deste ano foi ontem anunciada por Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República portuguesa. Perante algumas centenas de emigrantes portugueses e luso-descendentes, no Centro Comunitário Português da Virgínia, Marcelo Rebelo de Sousa disse que iria encontrar-se com o presidente norte-americano Donald Trump [encontro que decorreu ontem] e que na semana passada fez “uma visita de cortesia” a Vladimir Putin, presidente da Rússia. Foi neste diálogo que Marcelo Rebelo de Sousa anunciou a visita do seu homólogo chinês. “Receberemos o Presidente de outro país também muito importante no final do ano, porque nós temos esta capacidade de diálogo e de entendimento”, acrescentou. O chefe de Estado adiantou depois à agência Lusa que se estava a referir ao Presidente da China, Xi Jinping. Em Novembro de 2017, numa intervenção na IV Gala Portugal-China, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa já tinha declarado que esperava receber em 2018 o Presidente chinês em visita de Estado a Portugal. “Terei grande satisfação em receber o senhor Presidente Xi Jinping em visita de Estado que, espero, possa concretizar-se em breve, talvez mesmo no próximo ano”, afirmou, na altura, acrescentando que a data estava a ser acertada “pelos canais diplomáticos usuais”. A confirmação da visita surge na semana em que Washington acusou a China e a União Europeia de infringirem as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), tendo criticado as tarifas impostas a produtos norte-americanos. Para Jianwei Wang, docente de ciência política da Universidade de Macau (UM) a visita de Xi Jinping a Portugal não é apenas importante devido às históricas relações bilaterais entre os dois países, mas tem também o objectivo de reforçar o acesso ao mercado da União Europeia (UE). “A China e os EUA têm estado numa guerra comercial, e isso faz com que a China se aproxime mais da UE. Penso que o país se vai tentar aproximar mais e esta visita a Portugal indica a importância que tem na diplomacia chinesa. Em termos das relações bilaterais, temos visto que têm sido bastante próximas em vários aspectos.” Para o professor universitário, “um dos pontos que estará na agenda será as relações económicas entre os dois países”. “Vai haver uma limitação em termos do investimento nos EUA da parte da China, e a China quer encontrar outro lugar para fazer os seus investimentos. Portugal será provavelmente o lugar ideal para uma mudança de direcção nesse sentido, e o país também tem estado muito aberto aos investimentos chineses, sobretudo ao nível do imobiliário”, referiu Jianwei Wang. Também Bill Chou, docente da Universidade Chinesa de Hong Kong e especialista em ciência política, fala da recente guerra comercial entre a China e os EUA como um ponto que pode influenciar as intenções de Xi Jinping para esta visita. “Tanto a China como a UE estão a enfrentar uma guerra comercial com os EUA, e a China pode esperar algum equilíbrio com os EUA ao trabalhar de perto com os líderes europeus. É difícil prever se Portugal consegue negociar com a China em nome da Europa, mas a China tem de construir as suas relações bilaterais com os líderes europeus antes de seguir em frente”, defendeu. Buscar apoios europeus Numa altura em que a China está a implementar a política “Uma Faixa, Uma Rota”, a visita do líder máximo chinês a Portugal serve também para procurar apoios neste sentido, aponta Bill Chou. “As notícias que chegam dos EUA não são favoráveis ao investimento externo chinês. O encontro com o presidente da República português pode ajudar o presidente Xi a promover mais a política ‘Uma Faixa, Uma Rota’ desse lado do Atlântico”, acrescentou. Além disso, “a China tem vindo a enfrentar oposições na aquisição de empresas de alta tecnologia norte-americanas sem consideração pela segurança nacional”. “Em resposta, a China tem de olhar para a Europa e avaliar se Angela Merkel [chanceler da Alemanha] vai ficar mais fraca em termos do seu papel de liderança na Europa, então terá de dialogar com os líderes europeus.” Jianwi Wang recorda que a China poderá também buscar apoios europeus para a questão de Taiwan, depois das declarações da presidente, Tsai Ing-wen, esta semana que pediu ao mundo para “conter” as ambições de Pequim. Além disso, “a China vai procurar apoios para as suas mais recentes políticas, como é o caso de ‘Uma Faixa, Uma Rota’ e também para assuntos políticos, como é o caso de Taiwan”. Neste ponto, “Macau desempenha um papel importante na ligação entre os dois países e espero que as relações entre a RAEM e Portugal também possam sair fortalecidas”, disse o docente da UM. Enorme défice comercial Mesmo com um novo capítulo nas históricas relações bilaterais, a visita do líder chinês deverá ajudar a resolver alguns problemas que persistem na ligação económica entre ambos. Arnaldo Gonçalves destaca o enorme défice comercial de Portugal em relação à China. “Neste momento, o nosso défice comercial é o dobro daquele que tínhamos com a China em 2013, e este é um motivo de preocupação. Penso que as autoridades portuguesas, nas conversas bilaterais que vão ter, devem chamar a atenção para a necessidade do reforço das exportações portuguesas para a China. Estas tiveram também uma queda brutal em 2016 só com 670 milhões de euros, e no último ano houve uma retomada para 843 milhões de euros.” Para o académico, este défice está relacionado com as “dificuldades de penetração dos produtos portugueses na China e com a ausência de empresas portuguesas no mercado chinês. Tem sido uma constante nas últimas décadas e tem-se reforçado à medida que o tempo passa.” Além disso, Arnaldo Gonçalves recorda que a China continua a ocupar lugares muito baixos no que à transparência comercial diz respeito. “A China está em 77º lugar no ranking da transparência do Banco Mundial, e é algo que está ligado à forma como são desenvolvidas as actividades comerciais. E no capítulo da facilidade de fazer negócios está em 78º lugar. Próximo de países africanos, de terceiro mundo.” “Existem uma série de obstáculos ao livre comércio na China que são incompatíveis com a manutenção e adesão da China à OMC. A ONU e a própria OMC têm estado desatentos, porque têm mecanismos para pressionar a China a adaptar o seu mercado às regras a que o país aderiu”, rematou o académico.
Hoje Macau DesportoMundial 2018: Cédric diz que agora só há “finais” e elogia Uruguai [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] futebolista internacional português Cédric Soares elogiou hoje a seleção do Uruguai, adversária nos oitavos de final do Mundial 2018, assumindo que o campeão da Europa agora só vai ter “finais” pela frente. “Sabemos que em 2018 não perderam nenhum jogo. Venceram os seis em que participaram e não sofreram nenhum golo, um dado interessante. Eles têm muitas qualidades que vamos analisar, mas eles também terão de o fazer connosco. Vamos encarar o desafio como uma final”, disse. No topo das dificuldades a apresentar pelo rival sul-americano, a dupla atacante composta por Luís Suárez, do FC Barcelona, e Edinson Cavani, do Paris Saint-Germain. “Sem dúvida que o Uruguai tem excelentes jogadores, foram duas vezes campeões do Mundo (1930 e 1950). Excelente equipa, porém, nós também temos as nossas armas. Vamos ter tempo para preparar esse encontro da melhor forma. Sem dúvida que temos as nossas qualidades e acreditamos muito nelas”, vincou. O lateral direito já foi companheiro de Martín Cáceres nos ingleses do Southampton, igualmente um lateral direito que conhece “bem”, classificando-o como um “jogador interessante”. O selecionador Fernando Santos revelou, antes do decisivo encontro com o Irão, que a fase de grupos era a mais complicada e que tudo seria diferente quando fosse a eliminar, acreditando que os seus pupilos se libertariam para melhores desempenhos. “Tem-se revelado de facto difícil para todas as seleções, um Mundial muito competitivo. Sem dúvida que é um objetivo nosso passar. Agora vamos preparar os oitavos. Um desafio também muito difícil, a partir de agora são finais. Vamos encará-los dessa maneira”, prometeu. O lateral direito desconsiderou as exibições menos conseguidas de Portugal, frisando que o mais importante é “ir vencendo os jogos”. ” Conseguimos o principal objetivo, passar. Acho que a equipa está de parabéns. Estivemos bem com o Irão. Controlámos a maior parte da partida. Agora é focar no próximo jogo, uma grande seleção. Contudo, somos campeões da Europa, já mostrámos várias vezes a nossa qualidade e vamos continuar a fazê-lo”, garantiu. Cédric desvalorizou o facto de os lusos terem encontrado rivais com porte atlético mais forte, sendo que o Uruguai se tem revelado especialista em marcar em lances de ‘laboratório’, de bola parada. “Vamos trabalhar da mesma forma. Todos os adversários com jogadores altos e outros mais baixos. No futebol é irrelevante. Temos é de atacar a bola, cada duelo”, concluiu. Portugal prepara o desafio de sábado com o Uruguai, às 21:00, 19:00 em Portugal, relativo aos oitavos de final do Mundial2018.