Serviços de aconselhamento académico I

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] Departamento do Consumidor de Hong Kong emitiu um relatório no dia 27 do mês passado, intitulado “Estarão os estudantes protegidos? Tratava-se de uma análise sobre os serviços de aconselhamento à formação académica no estrangeiro. O relatório afirma que muitos destes servidores, também designados por Agentes Educacionais, “que se anunciam como “consultores”, actuam na realidade como agentes de instituições académicas no estrangeiro e são, sobretudo, remunerados pelo recrutamento de estudantes para esssas instituições. Como tal, o aconselhamento aos estudantes pode ser motivado por interesses comerciais. Não serão as necessidades dos estudantes a sua prioridade e levantam sérias dúvidas sobre a sua imparcialidade e independência. O relatório também salienta que os procedimentos carecem de transparência e de confidencialidade.

Os agentes não possuem suficiente formação profissional e os serviços pecam por falta de qualidade. Além disso, como estes serviços são supostamente “gratuitos”, não existem obrigações contratuais e, caso haja um conflito devido à inadequação dos serviços, os consumidores não têm forma de reclamar.”
Como em Macau, a situação em relação a este tipo de serviços é semelhante à de Hong Kong, vale a pena analisar um pouco melhor este assunto.

O excerto que atrás transcrevemos assinala que: “como estes serviços são supostamente “gratuitos”, não existem obrigações contratuais e, caso haja um conflito devido à inadequação dos serviços, os consumidores não têm forma de reclamar .”

Porque é que em Hong Kong os serviços gratuitos não estão sujeitos a obrigações contratuais? A lei da contratação difere de Hong Kong para Macau. Em Hong Kong ainda está implementada a Lei Comum, ao abrigo da Lei Básica de Hong Kong, pelo que os contratos incluem o conceito de “retribuição”. “Retribuição” é um termo jurídico, que prevê que as partes contratuais devem sempre, à luz do contrato, qualquer coisa uma à outra.

Por exemplo, quando vamos a um loja comprar uma bebida, a retribuição que damos ao lojista é o dinheiro, e a que ele nos dá é a bebida. Ao abrigo da Lei Comum, a retribuição pode ser qualquer coisa, desde que as partes contratuais estejam de acordo. Desta forma, se não forem definidas as retribuições, não se pode celebrar um contrato porque não se estabeleceram as bases de troca, implicitas num contrato. Mesmo que o documento esteja assinado, sem este requisito, não passa de uma “promessa” e não tem efeito legal.

Assim, podemos compreender que estes contratos assinados pelos estudantes, e pelos pais, com os Agentes Educacionais não têm qualquer efeito legal, na medida em que o Agente não pede qualquer “retribuição”. Se estes contratos não têm validade legal, quem se sente lesado não pode fazer nada. Se, contrariamente, o Agente Educacional cobrasse pelos seus serviços, o cliente estaria protegido. Nesse caso o Agente teria obrigação de respeitar os termos do contrato.

As principais questões assinaladas no Relatório foram as seguintes:

1. Muitos Agentes Educacionais fazem-se passar por “consultores”, mas segundo o estudo feito pelo Departamento do Consumidor de Hong Kong, 86% (25 dos 29 que responderam) confessam ser de facto “agentes” que representam instituições académicas estrangeiras, actuando para recrutar estudantes. Nenhum deste Agentes tomou a iniciativa de revelar os pormenores da sua relação comercial com as referidas instituições, apesar de alguns admitirem o papel de “agentes”.

2. Falta de confidencialidade e de transparência dos procedimentos destes Agentes, foram duas das questões levantadas. Estes factores podem colocar os estudantes em desvantagem já que as informações que lhes são prestadas sobre as instituições académicas no estrangeiro carecem de imparcialidade.

3. Informação pouco adequada e fidedigna é outro dos problemas detectado na actuação destes Agentes. Por exemplo, não conseguem facultar informação sobre as classificações das instituições, sistema de transportes, instalações, acomodações, etc; o cliente é deixado por sua conta para encontrar as respostas.

4. Finalmente, como não existe um mecanismo de reclamação, o contrato entre os estudantes/pais e os Agentes não inclui uma cláusula de “retribuição”, é difícil para os consumidores levantar um processo por quebra de contrato. Existem outras possibilidades para um processo cível, por exemplo, aquelas que se encontram ao abrigo da Ordenança das Prescrições Comerciais, mas são muito morosas e os custos são imprevisiveis. Desta forma, o consumidor fica sem opções.

E porque é que é são tão problemáticos os serviços dos Agentes Educacionais? Em primeiro lugar, os requisitos para o exercício desta actividade deixam muito a desejar. Basta ter uma empresa e abrir um escritório para entrar no negócio. Melhor ainda, como as rendas são muito caras, basta operar a partir de um site. Desta forma o escritório deixa de ser um problema. Esta situação gera uma falta de homogeneidade da actividade e provoca uma série de questões regulamentares.

3 Jul 2018

AL | Sulu Sou de fora da sessão plenária de ontem

O presidente da Assembleia Legislativa, Ho Iat Seng, não recebeu a notificação do Tribunal de Segunda Instância a provar que a sentença aplicada a Sulu Sou transitou em julgado. Como a AL não recebeu o comprovativo do pagamento da multa a que havia sido condenado, o deputado ficou de fora da sessão plenária de ontem

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Tribunal de Segunda Instância comunicou oficialmente, através da sua página de internet, que a sentença aplicada a Sulu Sou tinha transitado em julgado. O deputado pagou a multa a que foi condenado na sexta-feira e esperava ontem regressar às suas funções na Assembleia Legislativa (AL). Mas, a notificação judicial não chegou à AL a tempo e o pró-democrata teve de ficar na bancada destinada ao público. De acordo com Ho Iat Seng, trata-se apenas de um procedimento obrigatório que garante a veracidade do fim do processo que determinou a suspensão do mandato de Sulu Sou.

Apesar da informação oficial dos órgãos judiciais de Macau, o presidente da AL revelou que este tipo de publicação online não chega. Ho Iat Seng chegou mesmo a argumentar que o que é publicado nos sites do Governo podem não ser fidedignas. “Ainda não temos uma lei da cibersegurança e mesmo que seja uma página oficial, pode ter sido atacada por hackers. Vemos que há instituições bancárias que também têm sido vítimas de pirataria informática” disse aos jornalistas à margem da reunião plenária de ontem.

Mais vale prevenir

Neste caso, a prevenção falou mais alto. “Temos que usar da prudência quando fazemos algum procedimento e não podemos actuar de forma leviana nem podemos basear-nos em informações de uma página electrónica”, referiu o presidente da AL. Para Ho Iat Seng, “se a notificação do tribunal chegar, Sulu Sou pode de imediato retomar as suas funções”.

Além da informação online, Sulu Sou apresentou na manhã de ontem na AL as guias de pagamento da multa a que foi condenado, no valor de mais de 40 mil patacas. Nenhuma destas informações foi suficiente para que Ho Iat Seng permitisse a presença de Sou na AL enquanto deputado.

Entretanto, o pró-democrata afirmou estar cansado de esperar pelo regresso. “Houve um abuso de poder para efeitos políticos e eu não tenho podido fazer aquilo a que me propus e para que fui eleito”, disse. Agora, resta esperar que a notificação chegue ao seu destino para que Sou regresse às suas funções.

3 Jul 2018

Virar gente, Vidas Secas de Nelson Pereira dos Santos

[dropcap style≠‘circle’]Q[/dropcap]uatro anos antes de filme de Glauber Rocha, Terra em Transe, acerca do qual se escreveu aqui na semana passada, Nelson Pereira dos Santos adaptava para cinema, o romance de Graciliano Ramos, Vidas Secas, em 1963. Esta obra de Graciliano, escrita um ano antes da de John Steinbeck, Vinhas da Ira (1939), com a qual divide o ponto de vista realista, vai muito para alem da questão social e política, se bem que este seja o centro gravítico da obra. Se Glauber filmou uma fábula que mostra como funciona a monstruosa máquina da política sul-americana, Nelson Pereira dos Santos filma as consequências do funcionamento dessa máquina, nas franjas mais desprotegidas da sociedade, os mais pobres, os que não têm nada. E há quem não tenha nada. Há quem aspire a ser gente. O filme tem uma frase que bem podia servir de leitmotiv, que gira em nosso cérebro como uma broca: “Um dia temos de virar gente.” Frase que Sinhá Vitória repete três vezes ao longo do filme, mostrando claramente o quanto sente que a sua vida não faz parte da vida humana.

Pessoas que vivem como bichos, sem nada, fugindo continuamente de nenhum lado para lado nenhum, porque em nenhum lado há abrigo. Em nenhum lado encontram repouso, segurança, um momento de paz. Em Vidas Secas, viver é literalmente estar em guerra com a natureza e com os outros. E, aqui, nestes outros, nunca há uma mão amiga. Há, no mínimo, uma mão que te explora e nessa exploração te resgata do inferno de viver a céu aberto, sem telha, sem fogo, sem farinha. Ser explorado é melhor que nada, porque a exploração traz um tecto e um prato de comida. Mas em Vidas Secas não há amigos. O humano aparece neste filme num esplendor facínora. Aquela família – Fabiano, Vitória e seus dois filhos, crianças – não estão sozinhos. Estão muito pior do que isso, estão no mundo com os outros. A vida, nesta guerra contra a natureza e contra os outros, surge-nos como sendo contra si mesma. Vive-se contra a vida. O preço de estar vivo é matar. Matar animais para comer, matar outros para continuar – embora isto não se veja literalmente no filme, apenas subentendido –, matar sonhos para calcar bem a realidade. Como diz Fabiano à mulher: “É, seu Tomás sabia muito, mas quando botou o pé no mundo se acabou no caminho.” O mundo é duro demais para as palavras. De que vale aprender as letras, aprender a ler nos livros, se não se sabe enfrentar a dureza e a crueldade do mundo? Se não se sabe resistir. Há ainda na mulher, Vitória, uma vontade de ir mais além. Uma vontade de ser gente. Vitória não quer muito, quer apenas pôr os filhos a estudar, ter um canto, não precisar de se preocupar todos os dias se tem comida para dar aos filhos, ir para numa cidade grande e ter muita coisa nova para ver, contrariamente aos seus olhos de agora, que só viram miséria.

No filme nunca há um beijo, uma carícia, uma palavra de amor trocada entre Fabiano e Vitória. Ali não há esse amor. O amor que há ali – e há e muito – é o amor que liga um humano a outro para atravessar o deserto, quer seja o sertão ou a existência. Porque o deserto do Sertão é aqui o deserto, ele mesmo, o deserto do Sertão, mas também uma metáfora da existência. Envolve estes personagens e envolve-nos a todos. Estamos todos náufragos no deserto. Quando Fabiano e Vitória, já no final do filme, a caminho de nada – mas com esperança de que haja alguma coisa – olham ao redor, não são só eles que vêem a paisagem árida quase infinita de nada do deserto do Sertão, somos também nós, os espectadores, que sentimos que apesar de privilegiados, infinitamente privilegiados se comparados com eles, também não vemos lugar seguro no horizonte. O amor, aqui, é um amparo, uma cumplicidade para atravessar a vida. É como se ambos dissessem “eu responsabilizo-me por estar sempre a teu lado e ajudar-te a atravessar o deserto.” E ajudam-se. Trabalham lado a lado, caminham lado a lado, suportam o peso lado a lado. Dois náufragos no deserto, que se amparam um ao outro, é este o amor que encontramos aqui.

É um filme acerca do qual não se escreve sem perturbação. Porque o filme é perturbação pura. E a perturbação começa logo no início com o barulho que se escuta durante os primeiros três minutos, o tempo do genérico. Um barulho profundamente irritante. E poucos minutos depois, Sinhá Vitória, numa pausa do caminho, logo no início, mata o papagaio que viajava com eles, para que tenham o que comer, e diz: “Também não servia para nada. Nem sabia falar.” Estava dado o mote. Muito se tem ligado este filme ao neo-realismo italiano, e não sou eu que o vou contrariar, mas há neste filme uma perturbação que dificilmente encontramos no neo-realismo destas nossas latitudes.

As últimas palavras do filme, que surgem escritas sobre a película, dizem-nos: “E o deserto continuava a mandar para a cidade homens fortes, brutos, como Fabiano, Sinhá Vitória e os dois meninos. GRACILIANO RAMOS” E continua a mandar. Continua a mandar.

3 Jul 2018

AL | Proposta da lei de bases da organização judiciária aprovada na generalidade

Foi com 26 votos a favor e uma abstenção que a lei de bases da organização judiciária foi aprovada na generalidade. Durante a reunião plenária, os deputados revelaram dúvidas quanto à exclusiva competência de juízes chineses para julgar casos relativos à segurança nacional

 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] alteração da lei de bases de organização judiciária foi ontem aprovada na generalidade na Assembleia Legislativa (AL). O diploma foi considerado pelos deputados como positivo mas levantou algumas questões apesar de ter passado com 26 votos a favor e a abstenção de José Pereira Coutinho.

O deputado pró-democrata Ng Kuok Cheong inaugurou a discussão da proposta de lei sobre a alteração à lei de bases da organização judiciária questionando a secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, sobre a limitação do julgamento de processsos de crimes tipificados pela lei relativa à defesa da segurança do Estado, a juízes de nomeação definitiva que sejam cidadãos chineses. O tribuno quis saber se a medida surge na sequência de alguma interferência. “Gostava de saber se esta alteração do diploma tem por trás alguma instrução desconhecida vinda do Governo Central”, questionou. Em caso negativo, o deputado perguntou aos membros do Executivo se perdeu a confiança nos juízes estrangeiros que julgam em Macau.

As dúvidas acerca desta matéria marcaram também a intervenção do deputado José Pereira Coutinho que pediu a Chan dados estatísticos que ponham em causa a credibilidade dos juízes no julgamento deste tipo de matérias.

Casos delicados

A secretária reiterou o que tem vindo a dizer dada a polémica que se tem gerado entre advogados e juristas do território. Para Sónia Chan, cabe ao Governo a responsabilidade de assegurar os interesses nacionais que justificam a alteração em causa. “Os casos relativos à defesa da segurança do Estado têm a ver com interesses nucleares e internos e para assegurar estes interesses o Governo tem esta responsabilidade”, apontou.

A governante esclareceu ainda a situação de Macau. “Nos outros países, em princípio, também são os próprios cidadãos a terem esta função, mas Macau ou Hong Kong são exemplos excepcionais devido a factores históricos. Como havia falta de juízes, e por razões de continuidade do sistema judiciário, consagrou-se na Lei Básica uma regra frouxa que permite a contratação de juízes estrangeiros”, completou.

Chan sublinhou ainda que não se trata de falta de confiança nos profissionais estrangeiros. “Já disse várias vezes que depositamos toda a nossa confiança nos juízes estrangeiros, mas devido a uma ponderação dos interesses de Estado e sendo casos bastante sensíveis esperamos que sejam julgados por juízes de nomeação definitiva que sejam cidadãos chineses”, reiterou.

A lei da identificação

A concordar manifestamente com a medida estiveram os deputados Ho Ion Sang e Chan Wa Keong. Ho Ion Sang referiu que “tendo em conta a política de um país, dois sistemas, quando há conflitos há que tomar o lado do país”.

Já Chan Wa Keong optou por dar um exemplo que considera justificativo da medida. “Se se tratar de um crime de traição à pátria, como é que um juiz que não seja chinês vai saber avaliar um crime destes visto não se tratar da sua pátria?”, questionou retoricamente.

O deputado ressalvou, no entanto, que não se trata de descriminação ou de colocar em causa o profissionalismo destes magistrados, mas tão somente que apenas um chinês pode ser sensível aos crimes relativos ao seu país.

Coitado do Chefe

Outra das alterações da proposta aprovada ontem na generalidade é relacionada com a possibilidade de recurso que é agora dada aos cargos do Governo à excepção do Chefe do Executivo.

“O Chefe do Executivo também é humano”, avançou Pereira Coutinho que considera injusto que a lei continue a não admitir a possibilidade de recurso a quem ocupe o cargo mais elevado na hierarquia política da RAEM. “Todos podem ser julgados pelo Tribunal de Segunda Instância (TSI) e todos podem recorrer para o Tribunal de Última Instância (TUI), porque é que o Chefe do Executivo não pode?”, perguntou.

Sónia Chan considera que o cargo máximo do Governo local tem responsabilidades acrescidas e que justificam a impossibilidade de recurso em caso de crime. “Já resolvemos este problema do recurso para cargos de responsabilidade, o que é um grande avanço, mas quanto ao estatuto e a importância do Chefe do Executivo, queremos manter o julgamento no TUI”, justificou a secretária.

 

Burocracia em directo

Na reunião plenária de ontem, o deputado Pereira Coutinho não deixou de apontar o caso do colega de bancada Sulu Sou para defender que a justiça tem de ser menos burocrática. “Temos o nosso deputado aqui na Assembleia Legislativa e devia estar aqui em baixo mas não está”, disse. Sulu Sou, que esteve com funções suspensas devido ao processo em que foi julgado por desobediência, voltou a ficar habilitado, legalmente, a exercer as funções para as quais foi eleito depois da sentença que o condenou por manifestação ilegal ter transitado em julgado, o que aconteceu na sexta-feira. No entanto, o tribunal não enviou a notificação com a informação à AL, facto que impediu ontem o deputado de regressar às suas funções. “Isto é um exemplo de um deputado que sofre a espera da burocracia, imagine o que sofre a população?”, rematou Coutinho, dirigindo-se à secretária para a Administração e Justiça. Sonia Chan.

3 Jul 2018

Um quinto dos jovens chineses é viciado em videojogos online

Cerca de 18 por cento dos jovens chineses dedicam-se a jogos online pelo menos quatro a cinco horas por dia, uma média que é considerada patológica. A conclusão é revelada por um estudo da Academia Chinesa de Ciências Sociais

 

[dropcap style≠‘circle’]D[/dropcap] e acordo com um artigo publicado no jornal China Youth Daily nesta segunda-feira, um estudo sobre o comportamento online dos jovens chineses mostrou que 41,3 por cento consideram que o tempo que gastam em jogos online não é saudável mas é algo que não conseguem controlar. “O vício na internet é relevante para as nossas vidas. Quase um em cada cinco jovens já foi ou é susceptível a se tornar viciado em videojogos”, disse Zhou Huazhen, investigadora da Academia Chinesa de Ciências Sociais (CASS, na sigla em inglês) e encarregada pela pesquisa. Zhou acredita que o estudo trouxe à tona resultados muito mais amplos e directos no estudo do vício na internet da China em comparação com casos individuais relatados pelos meios de comunicação social.

O estudo revela que cerca de 23,6 por cento dos jovens chineses jogam videojogos online pelo menos quatro dias por semana e 17,7 por cento o fazem todos os dias.

Outra das tendências demonstradas no estudo é que a percentagem dos estudantes que jogam online pelo menos quatro dias por semana cresce com a idade. 16,9 por cento para alunos do ensino básico, 21,3 por cento para estudantes da primeira fase do ensino secundário e 31,8 por cento para os da segunda.

 

Por sua conta

A facilidade de acesso a produtos digitais e a falta de supervisão dos pais são dois factores principais que impulsionam o aumento, de acordo com a investigadora que dirigiu o estudo. As crianças mais velhas precisam usar a internet com mais frequência do que as mais jovens, tanto para estudo como para a vida diária, bem como para satisfazer suas necessidades sociais, e os professores e os pais geralmente reduzem a supervisão do tempo que os filhos passam online à medida que as crianças crescem, acrescentou Zhou.

Zhang Shuhui, vice-presidente da CASS, fez uma pesquisa semelhante em 2010 na qual Zhou também colaborou, que mostrou que apenas 6,7 por cento dos alunos passavam mais de seis horas online de segunda a sexta-feira.

Zhang disse que, mesmo com pequenas diferenças nos parâmetros entre as pesquisas, os resultados de ambas as investigações mostram um vício crescente na internet dos jovens chineses.

No início de 2018, o vício em videojogos foi reconhecido pela Organização Mundial da Saúde como uma desordem da saúde mental.

3 Jul 2018

China | Gang condenado por simular acidente laboral e pedir compensação

Um tribunal chinês condenou à prisão sete membros de um grupo criminoso por vários crimes, incluindo o homicídio de dois trabalhadores simulado como acidente de trabalho, visando extorquirem uma compensação monetária ao dono da empresa

 

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap]s crimes ocorreram em Abril passado, num local de construção na província de Fujian, sudeste da China, quando o encarregado de obra, Li Shi, mandou os trabalhadores abandonarem o local, para que os seus cúmplices executassem os homicídios, descreve o jornal oficial Global Times. No mesmo dia, um dos membros do grupo, Li Lei, trouxe dois novos trabalhadores e agrediu-os com uma barra de ferro. Os homens tiveram morte imediata.

Outros dois criminosos, Zhang Bin e Zhu Yang , fizeram-se então passar por familiares das vítimas e exigiram 1,6 milhão de yuan (206 mil euros) como compensação ao empregador. Os dois homens foram condenados a quatro anos de prisão por fraude. O Global Times não detalha as penas de prisão de Li Shi e Li Lei, mas o homicídio é punido na China com pena de morte.

 

Tendência homicida

Nos últimos anos, vários assassínios do género ocorreram no país asiático, sobretudo em minas, onde os donos tentam ocultar os acidentes, de forma a evitar investigações pelas autoridades de segurança.

Em Dezembro de 2015, quatro pessoas foram condenadas à pena capital após terem sido declaradas culpadas pela morte de vários mineiros e de extorquirem dinheiro aos empregadores, ao fazerem-se passar por familiares das vítimas.

Em 2016, um tribunal de Pequim condenou dois homens à morte pelo homicídio de um colega de trabalho, atirado do 13.º andar de um prédio em construção na capital chinesa, após ter sido agredido com um tubo de metal, num esquema semelhante.

O enredo do filme “Blind Shaft”, do realizador chinês Yang Li, que em 2003 ganhou o Urso de Prata no Festival de Cinema de Berlim, é inspirado nestes casos.

3 Jul 2018

CCAC | IPIM terá de apresentar relatório sobre novas medidas este mês

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, disse ontem, à margem de uma iniciativa na Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, que o Instituto de Promoção do Investimento e Comércio de Macau (IPIM) terá de apresentar um relatório intercalar ainda este mês em reacção às críticas apontadas pelo CCAC.

“Reconhecemos o trabalho do CCAC e concordamos com as recomendações. Em 2015 já tínhamos pedido ao IPIM para fazer uma apreciação e avaliação para se aperfeiçoar os procedimentos. Já tínhamos aumentado o valor de investimento inicial para 13 milhões, o que vai de encontro ao que o relatório refere”, disse aos jornalistas.

Apesar das falhas, o secretário garantiu que as políticas de captação de investimento são para continuar. “Não vamos parar. Em 2015 já tínhamos feito aperfeiçoamentos, e em 2016 e 2017 houve uma redução dos casos autorizados. Isto prova que há uma fiscalização, mas claro que há espaço para melhorar.”

“Precisamos de técnicos especialistas e sabemos qual a sua importância”, frisou Lionel Leong. “Não podemos ter medo e deixar de semear só porque temos medo dos pardais. Devemos melhorar, tendo em conta a Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau porque será necessário aumentar o quadro de talentos. A questão é como devemos atrair as pessoas certas para os lugares certos, isso é que é o mais importante”, rematou.

No seu relatório, o CCAC sugere algumas mudanças nos diplomas em vigor, bem como o reforço do papel de fiscalização do IPIM. Lionel Leong prometeu analisar, na sua tutela, como poderá ser feito esse trabalho legislativo. “Haverá partes nos regulamentos administrativos e leis que talvez precisem de uma revisão. O Governo está confiante na diversificação da economia e esses quadros são precisos para isso”, apontou.

Quanto às irregularidades registadas no passado, o secretário referiu que muitos casos já foram encaminhados para o Ministério Público para mais investigação. “Pode ter havido casos em que nos falhou alguma coisa ou não descobrimos. Temos de aperfeiçoar o regime. Do que sei, o próprio IPIM quer fazer o trabalho de revisão e reforçar a revisão dos pedidos. Também vão mobilizar o pessoal para o fazer. Espero que em finais de Julho possa ter o relatório porque eles estão muito firmes em melhorar essa parte.”

3 Jul 2018

Rui Valente está por agora fora do Grande Prémio de Macau

Foi um fim-de-semana de decisões aqui ao lado no Circuito Internacional de Zhuhai para os pilotos de carros de Turismo locais. O segundo “Festival de Corridas de Macau” do ano trouxe muita animação, alegrias, tristezas e decidiu os apurados para a Taça de Carros de Turismo de Macau da 65ª edição da Grande Prémio de Macau

 

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] competição organizada pela Associação Geral de Automóvel de Macau-China (AAMC) que este ano está novamente dividida em duas classes – “AAMC Challenge 1.6 Turbo” e “AAMC Challenge 1950cc ou Superior” (anteriormente designada como Roadsport Challenge) – teve novamente quatro corridas e, mais uma vez, quatro vencedores diferentes.

À imagem do primeiro confronto, os pilotos de Hong Kong foram mais fortes entre os carros de motor 1600cc Turbo, enquanto na colorida categoria para viaturas de cilindradas superiores a 1950cc foram os pilotos de Macau a tomarem conta dos acontecimentos.

 

Classe do Suncity

A classe “AAMC Challenge 1.6 Turbo” reuniu os mesmos vinte e sete participantes do primeiro evento e a primeira corrida, no sábado, foi totalmente dominada pelos muito bem preparados Peugeot RCZ da equipa Suncity Racing Team de Hong Kong. Andrew Lo estreou-se a vencer, tendo a companhia na cerimónia do pódio dos seus companheiros de equipa Alex Fung e Paul Poon que tinha arrancado da pole-position.

Ryan Wong (Chevrolet Cruze) foi o quarto classificado e melhor dos representantes de Macau, terminado à frente de Leong Chi Kin (MINI Cooper S).

Dentro do Top-10 terminou o melhor dos nomes portugueses, Célio Alves Dias (MINI Cooper S), no nono posto. No que respeita à armada de macaenses, Hélder Assunção foi 13º, Jerónimo Badaraco (Chevrolet Cruze) finalizou no lugar seguinte, ao passado que Eurico de Jesus foi 16º. Rui Valente complicou as contas da qualificação, ao ser apenas 20º classificado devido a problemas de travões que destruíram ao longo da corrida um pneu. Filipe Souza (Chevrolet Cruze) continuou a sua senda de infortúnios e nem sequer arrancou para a primeira corrida do fim-de-semana devido a problemas de motor.

No domingo, dia decisivo para muitos, a corrida foi disputada em piso molhado, mas gradualmente a secar. A Suncity Racing Team fez outra dobradinha, com Alex Fung a ver a bandeira de xadrez à frente de Paul Poon. Sem andamento para ombrear com os dois primeiros, Cheong Chi On (Peugeot RCZ) foi o melhor dos representantes do território, conquistando o último lugar de honra.

Destaque para a corrida inglória de Rui Valente. O piloto português, que teve um acidente no treino matinal e que por isso não participou na qualificação, arrancou de último. Apostando em pneus slicks e com o asfalto a secar, Valente foi galgando posições durante as 12 voltas, terminando num doloroso 9º lugar. Mais uma volta e Valente teria subido a oitavo e com isso conseguido o ambicionado apuramento para o Grande Prémio. Naquele que é o seu 30º ano no automobilismo, Valente terá agora que esperar que algum dos 18 pilotos que ficou à sua frente não se inscreva para a Taça de Carros de Turismo de Macau do mês de Novembro.

Badaraco, o vencedor desta categoria na “Taça CTM” na pretérita edição do Grande Prémio, deu um ar da sua graça, terminando no quarto posto. Assunção foi 14º e “Bebe” Eurico finalizou em 23º, enquanto Dias terminou classificou no 19º posto, mas já com duas voltas de atraso. Filipe Souza somou mais um abandono.

 

Para os de cá

Na mais numerosa categoria “AAMC Challenge 1950cc ou Superior”, onde cinquenta concorrentes lutaram por apenas dezoito vagas, assistiu-se dois triunfos de pilotos da RAEM, a exemplo do que tinha acontecido no primeiro fim-de-semana no mês de Maio.

Na tarde de sábado Leong Ian Veng (Mitsubishi Evo9) voltou a impor-se, com uma certa naturalidade, vencendo a corrida a seu bel-prazer, obtendo o seu segundo triunfo do ano. Stephen Lee (Mitsubishi Evo9) e o japonês Mitsuhiro Kinoshita (Nissan GTR-34) perfizeram o pódio.

No domingo foi a vez do veterano Wong Wan Long (Mitsubishi Evo10) levar a melhor, por um segundo e meio sobre Samson Fung (Audi TTRS) de Hong Kong e Delfim Mendonça Choi (Mitsubishi Evo9). O piloto macaense já tinha sido quarto classificado na primeira corrida e voltou ao pódio numa corrida em que terminou a escassos dois segundos e meio do vencedor.

Luciano Castilho Lameiras teve um fim-de-semana desapontante, tendo-se qualificado para a corrida de sábado, mas não cumprindo qualquer volta, ao passo que no domingo só realizou três voltas. Por seu lado, Jo Merszei optou por não alinhar na prova por não ter uma viatura competitiva à disposição, como tinha ficado evidente no primeiro evento.

Nos próximos dias a AAMC deverá anunciar o início do período de inscrições para o Grande Prémio, onde os 18 melhores classificados de cada categoria têm acesso imediato. Aqueles que não conseguiram o apuramento directo terão que esperar por alguma desistência para terem acesso à grande corrida do ano.

3 Jul 2018

CCAC | IPIM não verificou dados falsos e tempo de permanência das pessoas que pediram residência temporária

No processo de atribuição de residência temporária através da fixação de quadros qualificados, foram apresentados dados falsos, incluindo competências académicas. O CCAC descobriu que o IPIM não verificou, sequer, o tempo de permanência dos requerentes em Macau, que foi, em muitos casos, demasiado curto

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s pedidos de atribuição de residência temporária junto do Instituto de Promoção e Investimento do Comércio de Macau (IPIM) pela via dos quadros qualificados também têm registado uma série de irregularidades, de acordo com o relatório do CCAC. A saber, a apresentação de dados falsos, contratações que nunca existiram e não verificação do tempo que os requerentes permanecem, de facto, no território.

O relatório do Comissariado contra a Corrupção (CCAC) revela que existem “casos em que os requerentes não possuíam as devidas habilitações académicas, não possuíam a formação profissional adequada aos respectivos postos de trabalho”, existindo ainda situações em que “as profissões dos requerentes não eram da natureza de quadros dirigentes ou de técnicos profissionais”.

Neste sentido, houve um “certo número de pedidos que foram formulados pelos requerentes na qualidade de administradores, directores-gerais, directores financeiros, entre outros, de empresas de offshore constituídas em Macau”.

Para o CCAC, há dúvidas relativamente “às funções exercidas por alguns requerentes nas sociedades indicadas”, além de que existem “requerentes que não possuíam habilitações do ensino superior”.

Mais uma vez o IPIM não terá verificado as capacidades académicas dos requerentes. Por norma são pedidos documentos comprovativos, mas houve casos em que as pessoas que realizaram os pedidos se limitaram a “enumerar a sua experiência profissional obtida no passado, não tendo apresentado nenhum documento comprovativo”. Nestes casos, “o IPIM, na ausência de qualquer confirmação da situação, transcreveu directamente para a proposta o conteúdo da experiência profissional e antiguidade declarado pelo próprio requerente”.

Ausentes do território

Todos os portadores do Bilhete de Identidade de Residente (BIR) não permanente devem ficar em Macau por um período mínimo de seis meses. Contudo, dos 600 requerentes da residência temporária, um total de 100 pessoas, terão estado “ausentes de Macau por um longo período de tempo, ou permaneceram anualmente em Macau somente por um período de tempo extremamente curto”.

Além disso, registaram-se situações em que o trabalho desempenhado pelos requerentes “não corresponde ao dos seus postos de trabalho aprovados, e situações em que o trabalho desempenhado por alguns requerentes nada tem a ver com Macau, entre outras, o que deveria suscitar a atenção da entidade competente para aprovação dos pedidos em causa”.

O CCAC alerta para o facto da lei em vigor não regulamentar a duração da estadia para estes casos de pedidos de residência temporária, nem o IPIM define um período. Em alguns casos, “a ausência prolongada de Macau dos requerentes, após lhes ser atribuída a autorização de residência temporária, viola a intenção legislativa original relativamente à atracção de quadros dirigentes e técnicos especializados com o intuito da promoção do desenvolvimento económico e social de Macau”.

3 Jul 2018

Espectáculo de danças de Gansu e países de língua portuguesa esta sexta-feira

Esta sexta-feira decorre o “Serão de Espectáculos entre a China e os Países de Língua Portuguesa”, que reúne no Centro Cultural de Macau, pelas 20h, o Grupo de Artes Performativas de Gansu, da China, e mais oito grupos artísticos

 

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] plataforma cultural entre a China e os Países de Língua Portuguesa ganha uma nova expressão esta sexta-feira com o espectáculo “Serão de Espectáculos entre a China e os Países de Língua Portuguesa reúne em Macau o Grupo de Artes Performativas de Gansu e profissionais das artes performativas e grupos artísticos de oito Países de Língua Portuguesa. Trata-se de um evento organizado pelo Instituto Cultural (IC) e que se insere na primeira edição do “Encontro em Macau – Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa”.

Às 20h, no grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM), terá lugar o espectáculo que revela o trabalho do Centro de Pesquisa da Arte do Canto e Dança de Tianshui, da Província de Gansu, na China, que foi fundado em 1949 e que tem estado focado na pesquisa da cultura do canto, dança e música da província de Gansu.

De acordo com um comunicado do IC, “ao longo de quase 70 anos de existência o centro encenou uma série de óperas, peças teatrais e espectáculos de música e dança”, sendo que os seus espectáculos “receberam elogios de todas as esferas da sociedade dentro e fora da província”, além de que “as peças artísticas criadas pelo Centro são constituídas essencialmente por elementos da Cultura Fuxi da China antiga”.

Do lado dos países de língua portuguesa o público poderá assistir à presença do grupo de música tradicional angolana Nguami Makaa, que foi fundado em Abril de 2002 por um grupo de jovens liderados por Jorge Mulumba, que decidiu enveredar pelo mundo da música de raiz. O objectivo do grupo é resgatar os valores culturais e artísticos de Angola e têm o lema “Tocando os instrumentos tradicionais da Terra, dançamos os nossos ritmos”.

 

Do Brasil a Cabo Verde

“Raspa de Tacho” é o nome do grupo oriundo do Brasil que também actua neste espectáculo conjunto. Fundado em Setembro de 2001, tem como objectivo “levar este género musical brasileiro aos mais diferentes povos, culturas e gerações”.

Do repertório do grupo faz parte todo o universo do choro, nomeadamente o samba, a bossa nova, o baião, a marcha, a valsa, o frevo e também incursões pelo fado, jazz e pelos clássicos do género, além dos originais do grupo.

De Cabo Verde chega o grupo Tradison di Terra, criado no ano 2000, e que é considerado uma das referências do batuque tradicional da cidade da Praia e de Cabo Verde, tendo sido vencedor dos Cabo Verde Music Awards, na categoria de melhor batuque. O grupo é constituído na sua maioria por mulheres que utilizam o batuque tradicional como forma de preservar a cultura local, como factor de união da comunidade e no combate à pobreza que as rodeia.

O grupo Netos de Bandim, da Guiné-Bissau, foi criado no ano 2000 pela Associação dos Amigos da Criança da Guiné-Bissau. Tem como finalidade criar um ambiente de integração sócio-cultural para as crianças, jovens e mulheres do Bairro de Bandim que vivem no limiar de pobreza, oferecendo-lhes um espaço de convívio e partilha de boas práticas de cidadania através da música, do teatro e da dança tradicional. Com o passar dos anos o grupo cresceu e ganhou grande notoriedade na divulgação da música e da dança tradicional da Guiné-Bissau a nível nacional e internacional.

Outro dos países que também está representado neste evento é Moçambique, através do Grupo de Música e Dança Tradicional Hodi, integrado na Associação Cultural Hodi Maputo Afro Swing, uma agremiação de carácter cultural fundada em 2014.

A missão da Hodi é trabalhar na pesquisa, preservação e divulgação das danças tradicionais moçambicanas, dança contemporânea, música e instrumentos tradicionais, bem como as danças afro-americanas. O grupo toca instrumentos tipicamente tradicionais tais como a timbila, mbira, toges, likutes, nhatiti e outros. Hodi tornou-se uma das mais empenhadas companhias de dança em Moçambique que representam danças de todo o país.

 

Miranda do Douro em Macau

Portugal faz-se representar com o grupo Galandum Galundaina, ligado à música tradicional do norte do país, da zona de Miranda do Douro. Criado em 1996, esta formação tem como objectivo recolher, investigar e divulgar o património musical, as danças e a língua das terras de Miranda, o mirandês.

De São Tomé e Príncipe chega o cantor Felício Mendes. Apesar dos seus 69 anos, é ainda considerado um dos mais consagrados cantores de música tradicional de São Tomé e Príncipe. Ao longo da sua carreira musical, que teve inicio em 1970 quando integrou o conjunto militar “Os Quicos Verdes”, participou em espectáculos sem conta onde através da sua potente voz levou os ritmos tradicionais de São Tomé e Príncipe a muitos países africanos e europeus, entre eles Angola, Cuba, França, e Portugal, entre outros.

Por último, Timor-Leste apresenta-se em palco com o grupo Timor Furak, fundado por jovens artistas timorenses em 2006. O principal objectivo do grupo é promover a singularidade da cultura de Timor-Leste através da sua dança e música tradicional. Os bilhetes para este espectáculo já se encontram à venda e custam 50 patacas.

3 Jul 2018

CCAC | Empresas fictícias serviram para comprar casa, arrendar e obter BIR

O último relatório do Comissariado contra a Corrupção põe a nu irregularidades cometidas pelo Instituto de Promoção de Investimento e Comércio na avaliação dos pedidos de residência no território pela via do investimento. Há casos de pessoas que obtiveram BIR através da criação de empresas fictícias quando, no no fundo, apenas adquiriram imóveis para arrendar

 

[dropcap style≠’circle’]I[/dropcap]nvestimentos demasiado baixos, imóveis adquiridos para se fazerem passar por sedes de empresas, mas que, na verdade, só serviram para arrendar a particulares. Estes são alguns dos casos detectados no relatório do Comissariado contra a Corrupção (CCAC) ontem divulgado, e que aponta o dedo ao trabalho do Instituto de Promoção do Investimento e Comércio de Macau (IPIM) quanto aos pedidos de fixação de residência temporária de investidores, quadros dirigentes e técnicos especializados ou aquisição de imóveis. É de frisar que a obtenção de residência através da aquisição de imóveis está suspensa desde 2007.

O relatório dá conta da criação de empresas fictícias que, no fundo, nunca geraram receitas ou empregaram pessoas. Na verdade quem apresentou os pedidos junto do IPIM terá adquirido imóveis para arrendar a terceiros, tendo declarado a esta entidade que as fracções serviam como sede da empresa.

“O CCAC descobriu que alguns requerentes apresentaram um documento denominado ‘projecto de investimento’, conseguindo assim obter a autorização de residência temporária”, lê-se no relatório. Posteriormente, aquando da renovação dos pedidos, e “para conseguiram obter uma simulação da implementação efectiva do

projecto de investimento, os mesmos apresentaram certidões de registo predial relativas a imóveis adquiridos em nome dessas sociedades”.

Desta forma, os requerentes “aproveitavam-se da prática adoptada pelo IPIM no sentido de dar valor aos investimentos em imóveis na apreciação dos pedidos, conseguindo obter, de forma fraudulenta, a autorização de residência temporária através de projectos de investimento falsos”.

O CCAC dá o exemplo de uma pessoa que apresentou o seu pedido para a obtenção de residência temporária através de um “projecto de investimento relevante”, que visava a abertura de uma sociedade de construção civil com o montante de investimento na ordem das 2.842.290 de patacas. Neste caso, não só o requerente como os três membros do seu agregado familiar conseguiram obter o Bilhete de Identidade de Residente (BIR) de forma temporária.

Quando renovou essa documentação, “o referido indivíduo apresentou informações de registo predial relativas a duas fracções destinadas a escritórios adquiridas em nome da sociedade de construção, para servir de prova da implementação do projecto de investimento”.

Contudo, essas fracções foram arrendadas. “O CCAC descobriu que as fracções destinadas a escritórios foram, desde a sua aquisição, arrendadas a terceiros, não constituindo as mesmas o domicílio comercial da sociedade em causa, como foi declarado pelo requerente.”

No entanto, o IPIM autorizou os pedidos da renovação de residência temporária sem que, para o efeito, tivesse confirmado, mediante vistoria in loco, o facto de a referida sociedade de construção funcionar efectivamente nas duas fracções destinadas a escritórios acima mencionadas, ou sequer confirmado a autenticidade dos demais documentos relativos ao funcionamento da sociedade.

O relatório revela ainda outro exemplo, em que duas irmãs entregaram junto do IPIM dois projectos de investimento para a criação de uma sociedade de comércio de importação e exportação de produtos electrónicos, com montantes de quase três milhões de patacas. As duas irmãs e mais três pessoas do seu agregado familiar conseguiram obter o BIR mas, mais uma vez, as duas fracções adquiridas para escritório e armazém foram sempre arrendadas.

IPIM não visitou locais

Estas fraudes foram descobertas porque os fiscais do IPIM não têm poder legal para visitar, in loco, as moradas declaradas pelos requerentes da residência, de acordo com o relatório do CCAC. “O IPIM referiu que é apenas um serviço administrativo sem competências de fiscalização e aplicação da lei neste contexto, pelo que é difícil realizar verificações profundas relativamente aos pedidos.”

O relatório “apurou que o IPIM tem vindo a verificar a implementação ou não de projectos de investimento de requerentes através da consulta dos registos comerciais, contas de empresas e registos da contribuição para a segurança social dos requerentes, não enviando o seu pessoal para efectuar a verificação in loco dos locais de funcionamento declarados pelas empresas dos requerentes, nem possui um mecanismo de inspecção regular”.

Na opinião do CCAC, “parece estar aberta uma porta que facilita a obtenção, de forma fraudulenta, de autorizações de residência temporária através de

investimentos falsos ou até mesmo da criação de ‘empresas fictícias’.

Na visão do organismo liderado por André Cheong, o IPIM “tem responsabilidades na confirmação da veracidade dos documentos requeridos e na fiscalização da realização

dos projectos apresentados, uma vez que se tratam de elementos essenciais na apreciação dos pedidos, e são também obrigações que os serviços públicos têm de cumprir”.

Agências fizeram negócio

Entre 2008 e 2017 foram registadas 11 sociedades “cujas actividades de exploração incluíam ‘investimento e desenvolvimento imobiliário’ ou actividades afins”, escreve o CCAC. Apesar do Governo ter suspendido a medida de obtenção da residência pela via da aquisição de imóveis em 2007, a verdade é que em 2006 ainda houve 12 pedidos, sendo que o valor subiu para 35 no ano seguinte, “além do mais, registou-se uma tendência crescente nos anos seguintes”, aponta o relatório.

Foi também descoberto pelo CCAC que “existem mediadoras imobiliárias que estabeleceram uma relação entre a ‘imigração por investimentos relevantes’ e as actividades originadas da mesma, tornando isto num negócio. Primeiramente,

uma empresa era estabelecida e registada por um responsável da empresa mediadora e, posteriormente, as acções da mesma seriam alienadas a um requerente”.

Além disso, “seria dado também apoio ao requerente para que este pudesse pedir a autorização de ‘imigração por investimento’ junto do IPIM, tendo como fundamento aquelas acções”. “Simultaneamente, eram prestados serviços, tais como os referentes às declarações fiscais, ao recrutamento de trabalhadores, à compra, venda e arrendamento de prédios/fracções, disponibilizando-se assim um serviço do tipo ‘one-stop’”, conclui o relatório.

Após a suspensão da política do investimento através da aquisição de imóveis, em 2007, o CCAC detectou, com base em dados estatísticos do IPIM, um aumento dos pedidos de “imigração por investimentos relevantes”. Apesar de não conseguir detectar uma ligação entre estes dois factores, é referido que “não se pode excluir a possibilidade de haver quem não tenha na realidade qualquer intenção de investir em Macau e pretenda somente aproveitar a aquisição de um imóvel como se tratando de um ‘projecto de investimento relevante’, realizando um investimento falso para adquirir na realidade um imóvel, tendo como objectivo final a obtenção do direito de residência em Macau”.

 

CCAC | Empresas criadas com investimento inicial abaixo do valor mínimo

Além dos casos de empresas fictícias que foram criadas para a obtenção de residência e aquisição de casas, a investigação do CCAC revelou ainda que muitas apresentaram valores de investimento inicial abaixo do que a lei permite desde Novembro de 2015, ou seja, 13 milhões de patacas como valor mínimo de referência. Antes, esse valor cifrava-se nas 1,5 milhões de patacas.

“Há 28 casos de pedidos de residência temporária através da ‘imigração por investimentos relevantes’ que são inferiores a 1,5 milhões de patacas, representando 15,7 por cento do número total.”

A título de exemplo o relatório aponta uma empresa a operar na área de produção de espectáculos, cujo valor de investimento se cifrou nas 142.376 patacas. Houve ainda uma sociedade anónima de lavandaria cujo valor de investimento para a aquisição de participações foi de 379.686 patacas, entre outros casos semelhantes.

O CCAC conclui que “os valores de investimento declarados pelos requerentes são bastante inferiores quando comparados com o valor mínimo de referência de investimento de 1,5 milhões de patacas fixado nas instruções internas emitidas pelo IPIM, não sendo elevados os montantes dos investimentos realizados”.

Além disso, o CCAC alerta para o facto de terem sido aceites projectos ligados a áreas mais tradicionais e não a novos campos económicos. “Os investimentos em causa foram realizados em projectos tradicionais, nomeadamente os que envolvem a realização de espectáculos, a aquisição de bens, lavandarias, serviços de câmbio ou agências de viagens, não estando em causa os sectores das novas tecnologias ou das indústrias criativas e culturais que o Governo da RAEM está determinado a desenvolver.”

Na visão do CCAC, “entende-se que, antes de se ter elevado o montante mínimo de referência para investimento até aos 13 milhões de patacas, os montantes de investimentos nos projectos autorizados foram, de um modo geral, relativamente baixos, sendo que as áreas sobre as quais recaíam tais investimentos foram maioritariamente as indústrias tradicionais, tais como a restauração, o turismo, o comércio ou a construção”.

 

Investigação do CCAC começou em 2015

O CCAC iniciou esta investigação em Dezembro de 2015 depois de ter recebido uma série de denúncias e queixas ligadas à “imigração por investimentos relevantes” e a “imigração por fixação de residência dos técnicos especializados”. Nesse processo, “puseram-se em causa os critérios adoptados e a legalidade das decisões de alguns casos de pedidos de residência temporária”. “Foram reveladas situações ilegais de obtenção de residência temporária através de investimentos simulados, falsas contratações de pessoal, falsas habilitações académicas e falsas informações sobre o pagamento de contribuições para o Fundo de Segurança Social”, explica o relatório.

3 Jul 2018

Mais de 200 migrantes morreram junto à costa da Líbia este fim de semana

[dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]egundo a OIM, 204 migrantes perderam a vida entre sexta-feira e domingo e hoje um pequeno barco de borracha repleto de migrantes virou-se com cerca de 41 pessoas, que sobreviveram após serem resgatadas.

Na sexta-feira, três bebés estavam entre os 103 que morreram num naufrágio similar, a norte de Trípoli, “também causado por contrabandistas que levaram migrantes para o mar em embarcações completamente inseguras”, avança a organização.

Desde o início do ano até agora, a guarda costeira da Líbia levou cerca de 10 mil pessoas para terra que viajavam em pequenas embarcações.

“Há um aumento alarmante de mortes no mar ao largo da costa da Líbia”, disse o chefe da missão da OIM Líbia, Othman Belbeisi, acrescentando que “os contrabandistas estão a explorar o desespero dos migrantes para saírem antes que haja mais repressões na travessia do Mediterrâneo”.

“Os migrantes devolvidos pela guarda costeira não devem ser automaticamente transferidos para detenção e estamos profundamente preocupados que os centros de detenção voltem a estar superlotados e que as condições de vida se deteriorem com o recente afluxo de migrantes”, acrescentou Belbeisi.

Em 2017, mais de 171.635 migrantes chegaram à Europa através do Mediterrâneo e 3.116 morreram no mar, de acordo com dados da OIM.

2 Jul 2018

Mundial 2018 | Selecionador português e jogadores felizes com apoio em Lisboa, tristes pela eliminação

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] selecionador português de futebol mostrou-se este domingo feliz com a recepção que a equipa lusa teve no regresso a Lisboa, mas admitiu “tristeza” por não ter conseguido dar “mais uma alegria” aos portugueses, dada a eliminação do Mundial 2018.

“Sabemos o sentimento que o povo português nutre pela seleção nacional. Estamos muito tristes, porque, além da derrota, queríamos dar ao povo português mais uma alegria. Esta tristeza reinava ontem (sábado) no balneário, com eles (jogadores) a chorarem. Estávamos tristes por nós, mas muito pelo povo português”, afirmou Fernando Santos aos jornalistas, no aeroporto de Lisboa.

Cerca de três centenas de pessoas aguardaram pela chegada da seleção portuguesa ao aeroporto de Lisboa, um dia depois de esta ter sido eliminada pelo Uruguai (2-1), nos oitavos de final do Mundial2018, a decorrer na Rússia.

Apesar da eliminação da equipa das ‘quinas’, as pessoas que se deslocaram ao aeroporto dirigiram palavras de incentivo aos jogadores e, assim que as ‘barreiras’ de segurança foram ‘quebradas’, procuraram obter uma recordação dos campeões europeus em título.

“É uma emoção ter esta receção. As coisas não correram como queríamos, não pudemos dar ao nosso povo aquilo que eles mereciam e o que todos nós queríamos. É muito gratificante saber que o povo está connosco. Dá força para continuarmos”, disse José Fonte.

O central, de 34 anos, que foi um dos indiscutíveis de Fernando Santos nos quatro encontros na prova, lamentou a “oportunidade perdida” pela seleção nacional, antes de se mostrar disponível para continuar a “ajudar” Portugal: “Nunca direi que não à minha seleção, ao meu país, ao meu selecionador. Nunca. Se o treinador precisar de mim para vir limpar as botas, eu venho. Estou aqui para ajudar.”

Também Bruno Alves agradeceu o apoio que sempre foi dispensado à seleção nacional e assegurou que a seleção portuguesa vai continuar à procura de fazer melhor em futuras competições.

“Acreditámos sempre que poderíamos fazer melhor. Muito obrigado a todos pelo apoio. Desta vez, não tivemos sorte. Foi o melhor jogo que fizemos, mas não conseguimos vencer. Vamos tentar fazer melhor no futuro. Portugal tem qualidade e condições para fazer melhor”, vincou o central, de 36 anos.

Portugal foi afastado pelo Uruguai nos oitavos de final do campeonato do mundo, perdendo por 2-1 no sábado, em Sochi, na Rússia.

A seleção nacional foi para o intervalo a perder por 1-0, graças a um golo de Edinson Cavani, aos sete minutos, mas Pepe ainda igualou para a equipa das ‘quinas’, aos 55 minutos. Pouco depois, aos 62, Cavani ‘bisou’ na partida, com um golo que acabaria por dar o triunfo aos sul-americanos.

2 Jul 2018

Manifestantes contra crematório pedem que o Governo os ouça

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]ntre 1.000 e 480 pessoas participaram na manifestação contra o crematório, organizada pelos moradores das imediações do cemitério Sa Kong, na Taipa. O número mais elevado foi avançado pelos organizadores, enquanto a estimativa mais conservadora foi fornecida pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (PSP).

Apesar do Executivo ter recuado no projecto, os moradores da zona e outras pessoas que se juntaram à causa saíram à rua e pediram ao Executivo uma maior transparência nos processos de decisão deste tipo de obras e meios mais eficazes para ouvir a população.

Entre os cartazes, em chinês e inglês, podia mesmo ler-se frases como “Consultas Públicas falsas criam opiniões públicas falsas”, “Não troquem as nossas vidas por decisões de conveniência” ou “Diga não ao crematório”.

Apesar da manifestação ter sido promovida por dois moradores, os deputados José Pereira Coutinho e Sulu Sou estiveram sempre na linha da frente dos protestantes, mesmo na altura de entregar a carta com mais de 1.000 assinaturas ao Governo.

“Não há dúvidas que o facto de haver aqui tanta gente mostra que o Governo colocou o pé na argola. O Governo precisa de ter mais cuidado, ouvir as pessoas”, disse José Pereira Coutinho, deputado, ao HM.

“O IACM deve vir a público pedir desculpas. Eles têm como competência servir os cidadãos em matérias que elevem a qualidade da vida social. Não se têm portado bem e falharam nesta matéria”, frisou.

Coutinho crítica Conselhos Consultivos

Segundo José Pereira Coutinho, o Conselho Consultivo dos Serviços Comunitários das Ilhas tem falhado nas suas funções e aponta a consequência às nomeações do CE: “O Governo tem que reformular a composição dos conselhos consultivos. Não é através da nomeação e divisão de interesses que se consegue essa eficácia. Se formos ver a composição do Conselho Consultivo das Ilhas, é feita manifestamente por dois grandes grupos: a Associação dos Moradores e a associação do ex-deputado Chan Meng Kam [Aliança de Povo de Instituição de Macau]”, apontou.

Já Sulu Sou sublinhou ter participado na manifestação, como forma de ajudar as pessoas a exprimirem o seu descontentamento. A Associação Novo Macau, à qual o legislador pertence, foi uma das principais plataformas de protesto dos residentes da imediações do cemitério de Sa Kong.

“É importante ver tantos manifestantes aqui. As pessoas estão a mostrar que estão preocupadas com o ambiente, com as gerações futuras e com a situação desta nossa casa [Macau]”, afirmou Sulu Sou. “Como deputado é a minha obrigação estar com as pessoas e ajuda-las a exprimir as suas opiniões, de uma forma racional e pacífica”, acrescentou.

De acordo com a PSP foram mobilizados 100 agentes para a manifestação, sem contar os polícias à paisana, cujo número as autoridades não quiseram revelar. Apesar de um dos manifestantes ter saído do perímetro limitado, a polícia considerou que tudo decorreu dentro da normalidade.

2 Jul 2018

Táxis | PSP cria linha de recepção de queixas durante 24 horas

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Corpo de Polícia de Segurança Pública criou a linha aberta, (853) 2837 4214, para receber queixas relacionadas com as irregularidades cometidas por taxistas. De acordo com um comunicado, trata-se de um “sistema 24 horas em serviço ao público, para receber queixas de abusos e violações de táxis, bem como também assim apoiar a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego”.

“Qualquer passageiro que seja recusado o transporte pelo taxista, após de ter indicado o local de destino, ou caso o taxista abuse nas tarifas sem seguir o taxímetro, deve então ligar imediatamente para a linha quente acima mencionada, e pressionar no 1 para seleccionar ‘Pedido de Emergência’, é assim logo atendido por agente de polícia”, explica a PSP. De seguida, “o passageiro ofendido deve fornecer o máximo de informações sobre o incidente, tais como o número da licença (alvará) do taxista, o nome do taxista, o local do incidente e o seu número do contacto.

O Departamento de Trânsito providenciará de imediato agente policial ao local”. Se o passageiro for “alvo de ameaça, privado de liberdade ou [for vítima] de outras situações criminais, deve ligar para a linha de emergência 999 (ou 110 ou 112) para contactar com a polícia”. Se o incidente ocorrer fora do tempo, o número disponível é o 88666363 da DSAT, para que o passageiro deixe “dados e informações do incidente ocorrido para o prosseguimento e acções de por parte das autoridades”.

2 Jul 2018

Formiga

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]penas mais uma. Laboriosa, incansável, seguindo o meu carreiro, o desígnio que ultrapassa qualquer vestígio de individualidade. Não me atrevo a sair da linha por temer o destino fatídico de ser mais um cadáver sem nome. Baixo a cabeça e carrego o fardo que me justifica até ao formigueiro, todos os dias sempre com a terrível noção do quão dispensável sou neste oceano infinito de outras formigas como eu.

A minha natureza é fundada no meu carácter dispensável, na forma como serei inevitavelmente substituída. Sou apenas mais uma, em nada especial vistas as coisas pelo prisma do grande objectivo comum. Somos mais que as mães, tantas que taparíamos esta terra se estivéssemos todos num plano térreo. A abundância determina que tenhamos de viver empilhadas em andares, que tenhamos de ganhar solo ao mar e ao céu e extravasar até que tudo termine. Um destes dias vamos regressar à terra quando o espaço à superfície se esgotar.

Sou apenas mais uma. O que realmente importa é a contribuição para o edifício de todos nós. Apenas um ponto a serpentear as artérias da cidade, a queimar oxigénio para levar a nossa avante. Apenas mais uma, sem vestígio de um pensamento original, sem um laivo de emoção perante o grande esquema cósmico e a beleza poética e cruel desta coisa de nascer, existir e morrer. Viver com pensamentos só me traz problemas, como pedras no carreiro e a vontade imensa de mudar de rumo e fazer-me de peito aberto à contramão. Passar de ser só mais uma para ser a única, a forçar caminho contra a correnteza de conformidade. Sonho desobediente enquanto vergo a mola e sigo, cabisbaixa a minha ordem superiormente estabelecida.

Apenas mais uma, faço por não ser notada neste oceano infinito de formigas. Aliás, não me preciso esforçar, porque somos tantas que as minhas acções ficam diluídas num oceano de milhentas réplicas de mim própria. Posso fazer o que me apetecer nesse sentido, desde que permaneça no carreiro, posso canibalizar as minhas companheiras sem medo de repercussão.

Cada rainha tem dentro de si a chave para ser mãe de mais de 300 como eu em apenas uma semana na minha acepção de insecto. Somos as infinitas filhas de uma linha de produção biológica que jamais vai parar. Não sou, de todo, o resultado de um milagre da vida, aliás, a minha existência é uma certeza num mundo previsível.

Apenas mais uma a comer tudo o que apanha, a corroer a solidez do mundo, a criar comichão na coesão molecular de tudo e mais alguma coisa, a amargar açúcar, a seguir a correnteza de réplicas desprovidas de alma.

Apenas mais uma, mas ocultando no labor o libidinoso desejo ter asas e voar para fora do carreiro. Mudar de rumo, mudar de rumo acima do formigueiro e partir tendo o vento como guia, acima da barafunda comunicativa de feromonas e antenas. Ficar apenas uma, solitária, sem trilho para seguir, sem carga comunitária para transportar. Ser apenas uma e encontrar-me, não pactuar na perdição colectiva nunca mais, voar acima das artérias carregadas de formigas. Ser apenas uma e voar de acordo com o meu capricho, ter o mistério como destino até deixar de ser.

2 Jul 2018

Liga de Elite | Campeonato termina com vitória do Benfica diante do Sporting

A Liga de Elite terminou ontem à noite com um clássico que as águias ganharam por 2-0 frente aos leões. O Chao Pak Kei ganhou 5-1 frente ao Ka I e garantiu o 2.º lugar da Liga de Elite

 

[dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]oi com uma vitória do Benfica de Macau diante do Sporting de Macau, por 2-0, que a Liga de Elite terminou. O encontro foi disputado, ontem à noite, no Estádio de Macau e serviu apenas para cumprir calendário, isto porque momentos antes o Chao Pak Kei goleou o Ka I por 5-1 e colocou um fim à ténue esperança que os leões ainda tinham de chegar ao 2.º lugar da Liga de Elite.

As águias venceram, mas o jogo poderiam ter tido uma história diferente, porque os leões tiveram uma oportunidade de ouro, aos 36 minutos, para se adiantarem no marcador. Após uma excelente arrancada na direita do ataque, Prince sofreu um toque na área dos encarnados e o árbitro assinalou falta. Porém, o nigeriano permitiu que Batista defendesse e segurasse a igualdade. Com o resultado em 0-0, chegou o intervalo.

No segundo tempo, o Benfica mostrou a razão de ser campeão e controlou os acontecimentos. Aos 50 minutos, Tetteh rematou à entrada da área, e o guardião do Sporting defendeu à primeira, mas Nicholas Torrão foi o mais rápido a chegar ao ressalto e encostou para o 1-0.

Minutos depois, aos 69, um arrancada de Pang Chi Hang conduziu um contra-ataque pela esquerda do ataque encarnado e o lance acabou com um chapéu ao guardião adversário que colocou o resultado em 2-0.

Antes do fim do último jogo da Liga de Elite de 2018, o Benfica também teve um penálti a seu favor, mas Carlos Leonel falhou a baliza do Sporting.

C.P.K. foi segundo

Com o 2.º lugar matematicamente ainda em aberto, o C.P.K. confirmou o estatuto de favorito à posição e não facilitou diante do Ka I. A precisar de um empate, a equipa mostrou-se mais dominante, logo na primeira parte. Porém, só conseguiu marcar perto do intervalo. Aos 42 minutos a defesa do Ka I perdeu a bola para Diego Patriota que com um remate à entrada da área colocou o resultado em 1-0. O brasileiro contou ainda com a ajuda do guarda-redes, que ficou muito mal na fotografia.

Na segunda parte, foi o C.P.K. que voltou a entrar mais forte e Patriota, aos 67, entra na área, faz o que quer da defesa adversária e desvia para o 2-0. O jogo parecia estar resolvido, mas um remate de longe de William, no momento alto da noite, aos 72 minutos, colocou o marcador em 2-1.

Apesar de tudo parecer em aberto, o Chao Pak Kei respondeu prontamente e com golos de Souza (76), Bruno Nogueira (79) e Patriota (87), que fez hat-trick, estabeleceu o 5-1 final.

No pólo oposto da tabela classificativa, caso não haja desistências ou penalizações inesperadas, Lai Chi e Serviços de Alfândega caem para a 2.ª Divisão.

Por sua vez, e numa altura em que ainda falta uma jornada para o final da divisão secundaria, Tim Iec e Sub-23, equipa que pertence à Associação de Futebol de Macau, são as equipas que vão ser promovidas à Liga de Elite.

2 Jul 2018

Agora, o regresso

[dropcap style≠’circle’]L[/dropcap]embro-me de quando ganhámos o Euro. Vi o jogo com uns amigos nos kebabs do largo do Conde Barão. Os paquistaneses tinham instalado uma televisão na esplanada e asseguravam um fluxo ininterrupto de cerveja do balcão para as mesas.

Quando Fernando Santos fez entrar Éder, aqueles de entre nós que percebiam de bola um bocadinho mais de bola do que o adepto instantâneo que surge em todos os europeus e mundial jogaram as mãos à cabeça. O Éder? O Éder era aquele tipo alto e mal jeitoso que tinha uma relação mais complicada com o golo do que um neurótico com a mãe. O Éder estava lá porque tínhamos vergonha de apresentar uma convocatória desprovida de pontas-de-lança. Se calhar era um gajo que animava o balneário. Se calhar era o talismã ou a mascote. Mas não era certamente pelo talento para o jogo que tinha sido convocado.

Quando o Éder marcou, o mundo (pelo menos em Portugal) veio compreensivelmente abaixo. Era como se de repente todo o karma e todas as coisas maravilhosas passíveis de terem acontecido e de nos virem a acontecer tivessem confluído naquele ponto específico de espaço-tempo para nos redimirem de todas as vitórias morais, de todos os quase, da eterna maldição de sermos uma das melhores selecções do mundo sem baliza. Os deuses, por uma vez na vida, tinham engraçado connosco.

Celebrámos com abraços prováveis e improváveis. Lembro-me do empregado de mesa gritar “Portugal” como se tivesse sido possuído pelo espírito de um tenor num ataque de fúria doméstica. Quando soou o apito final, os donos dos kebabs deixaram de receber pela cerveja. Estiveram abertos até às seis da manhã a servir copos à pala. Afinal, não se é campeão europeu todos os dias e eles, portugueses por opção, festejaram como se tivessem no ADN um Afonso Henriques pronto a despertar.

Passados alguns dias, a euforia deu lugar a um contentamento envergonhado. Afinal, a presença na final tinha sido uma surpresa, tendo em conta o desempenho dos recém-empossados campeões europeus nas fases de grupo e nas eliminatórias. Ao contrário daquilo que estávamos habituados há uns dez anos, Portugal jogava mal e aborrecidamente e ganhava. Ou melhor, empatava no tempo regulamentar e decidia a coisa nos penalties ou através de um golo fortuito no tempo complementar. Era uma espécie de Itália sem a vocação ultradefensiva mas com muito mais sorte. No fundo, e não queríamos olhar a coisa por esse ângulo, mas havia uma parte de nós que sabia não que não merecíamos aquela vitória inusitada. Por outra parte, tínhamos o Ronaldo, e quem tem o Ronaldo arrisca-se a ganhar sem ter que justificar nada.

Este mundial, penoso de assistir, veio confirmar o que já sabíamos: a selecção dos anos noventa, a melhor do mundo sem balizas, já foi. Portugal é uma equipa regular, pragmática sem ser cínica, voluntariosa mas atabalhoada e solidária com a ideia de que Ronaldo tem a obrigação de resolver. É uma espécie de funcionário mais ou menos zeloso, mais ou menos competente, à espera da sorte de um deslize alheio para lhe calhar a promoção. Faz-me lembrar uma reportagem da saudosa liga dos últimos na qual um jogador de uma equipa da terceira divisão repetia, sem fim à vista, “somos todos humanos, onze contra onze, vamos danificar a camisola do clube”. Ao contrário desse jogador, já não temos a ideia de que vamos deixar tudo em campo no processo. Portugal já não é um país de românticos.

2 Jul 2018

Índia | Centenas exigem pena de morte para alegados violadores de menina

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]entenas de pessoas saíram à rua no sábado, em várias localidades no centro da Índia, para exigir a pena de morte para dois suspeitos da violação de uma menina de 7 anos, foi ontem noticiado.

A polícia deteve os dois suspeitos de violação da menina, que tentaram matar, na terça-feira em Mandsaur, uma cidade do estado de Madhya Pradesh. A cidade fica a 685 quilómetros a sudoeste de Nova Deli. A menina foi hospitalizada e o seu estado é estável, disse um responsável da polícia local Manoj Kumar Singh.

A vítima esperava os pais à saída da escola, quando foi alegadamente raptada pelos dois suspeitos, indicou. Na Índia, os crimes contra as mulheres têm registado um aumento, apesar de leis mais severas. O país foi abalado por uma série de crimes sexuais desde 2012, quando uma estudante foi violada e assassinada por vários homens num autocarro em Nova Deli.

O Governo aprovou legislação que agrava a pena pelo crime de violação de um adulto para 20 anos de prisão, e recentemente decidiu impor a pena de morte aos condenados por violação de crianças com menos de 12 anos.

2 Jul 2018

Diplomacia | Kim Jong-un reforça laços com Pequim em segunda visita à fronteira

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] líder norte-coreano sublinhou o reforço dos laços económicos com Pequim, ao realizar uma segunda visita em apenas dois dias à fronteira com a China, informou ontem a agência estatal norte-coreana KCNA.

Kim Jong-un visitou uma fábrica de cosméticos na cidade de Sinuiju, capital da província de Pyongan do Norte, situada na margem sul do rio Yalu, na fronteira entre os dois países. Sinuiju foi designada em 2002 zona económica especial por Kim Jong-il, pai do actual líder, para desenvolver projetos económicos conjuntos com Pequim.

A execução em 2013 do responsável norte-coreano Jang Song-thaek, figura próxima de Pequim, implicou o congelamento destes projetos de cooperação.

Kim fez a visita na companhia da mulher, Ri Sol-ju, e de Kim Song-nam, vice-director do departamento internacional do Partido dos Trabalhadores e considerado encarregado das relações com a China do partido único norte-coreano.

Depois do aumento da tensão, no ano passado, na sequência de vários testes de armas efectuados por Pyongyang, Pequim impôs as sanções económicas aprovadas pela ONU contra o regime norte-coreano.

Desde o início do ano, Kim reuniu-se duas vezes com o chefe de Estado da Coreia do Sul, Moon Jae-in, e realizou uma cimeira histórica com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Nestes encontros, o líder norte-coreano assinou declarações nas quais se comprometeu a trabalhar para alcançar a “total desnuclearização” da península coreana.

Por outro lado, as duas Coreias normalizaram ontem a comunicação entre navios de guerra, no âmbito de acordos para facilitar a aproximação e a desnuclearização da península, anunciou o Ministério da Defesa sul-coreano.

2 Jul 2018

Economia | China reduz sectores fechados ao investimento estrangeiro

A China reduziu as barreiras ao investimento estrangeiro nos sectores de construção automóvel, seguros e outros, parte de um compromisso de maior abertura económica, face às crescentes disputas comerciais com Washington

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] documento emitido pela Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, o órgão máximo chinês de planificação económica, anuncia ainda a redução ou eliminação dos limites de propriedade estrangeira em empresas na área de construção aeronáutica e naval ou de redes eléctricas.

No total, Pequim reduz de 63 para 48 os sectores fechados ao investimento externo.

Bruxelas e Washington acusam a China de bloquear a aquisição de activos no país, enquanto as empresas chinesas, nomeadamente estatais, têm adquirido negócios além-fronteiras em diversos sectores.

O anúncio segue-se à ameaça feita pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor limites ao investimento chinês no país, mas que, entretanto, não cumpriu.

Muitas das alterações “foram abordadas antes pela liderança chinesa”, afirmou Jake Parker, vice-presidente do Conselho Empresarial EUA – China. “Mas continuam a representar, em teoria, uma abertura significativa, que temos vindo a pedir há muito tempo”, acrescentou, citado pela agência Associated Press.

Não houve alterações que abordem directamente as acusações de Washington de que Pequim pressiona empresas estrangeiras a transferirem tecnologia em troca de acesso ao mercado.

Sectores intocáveis

Trump ameaçou impor taxas alfandegárias de 25 por cento sobre um total de 450 mil milhões de dólares de exportações chinesas para o país. Pequim prometeu retaliar, suscitando receios de uma guerra comercial entre as duas maiores economias mundiais.

Pequim mantém fechado ao investimento externo os sectores editorial, serviços noticiosos ‘online’, cinema ou televisão e restrições na exploração de gás e petróleo e nas telecomunicações. O plano prevê um aumento gradual da participação estrangeira permitida, primeiro para 51 por cento e depois 100 por cento.

2 Jul 2018

Economia | Pequim pede a Seul que coopere na proteção do livre comércio

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, apelou no fim-de-semana aos empresários sul-coreanos que ajudem a “proteger o livre comércio”, num esforço para procurar aliados, face às crescentes disputas comerciais com os Estados Unidos.

Pequim está disposto a “abrir-se mais”, afirmou Li, num encontro em Zhongnanhai, a sede do poder chinês, onde vive a liderança do país. O grupo incluía o vice-presidente do grupo Samsung Electronics, Yoon Boo-keun, e o presidente do SK Group, um dos maiores conglomerados da Coreia do Sul.

“A China está disposta a trabalhar em conjunto com a Coreia do Sul para proteger o livre comércio, o multilateralismo, a paz global e a estabilidade globais”, afirmou Li Keqiang.

A Coreia do Sul é o último de vários países com que a China se tem tentado aliar, face à imposição de taxas alfandegárias pelo Presidente norte-americano sobre produtos importados da China, em retaliação contra a política de Pequim para o setor tecnológico.

Washington acusa Pequim de pressionar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia em troca de acesso ao mercado chinês.

As relações entre Seul e Pequim foram, no entanto, abaladas, após a Coreia do Sul ter instalado o sistema antimíssil norte-americano THAAD, no ano passado, que a China considera constituir uma ameaça ao seu território. Em retaliação, quase todos os supermercados da firma sul-coreana Lotte na China foram encerrados, por violar algum tipo de norma local, num boicote promovido por Pequim. Os terrenos para a instalação do THAAD foram trespassados ao Governo sul-coreano pela Lotte.

2 Jul 2018

Cinemateca Paixão | 3º Festival do Documentário começa este mês

“Imagina o Mundo” é o tema da terceira edição do Festival Internacional de Documentário de Macau, que começa no próximo dia 14 e termina a 4 de Agosto. O público poderá assistir a um total de 28 documentários, no evento que conta com a parceria com a associação local Comuna de Han-Ian. Hara Kazuo será o “realizador em foco” desta iniciativa

 

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]epois de apresentar uma série de filmes que mostram como a China e os Países de Língua Portuguesa podem andar de mãos dadas, a Cinemateca Paixão prepara-se para apresentar este mês uma programação dedicada ao género documentário.

Em parceria com a associação local Comuna de Han-Ian, o terceiro Festival Internacional de Documentário de Macau (FIDM) começa este mês, com o tema “Imagina o Mundo”. A ideia é que os 28 documentários europeus, americanos ou japoneses, entre outros, mostrem como “não nos sujeitaremos às dificuldades da realidade”, mas sim “deixar que a imaginação se torne numa nova visão do mundo, usando-a como um sólido bloco de construção da nossa cidade”, aponta um comunicado.

Hara Kazuo, realizador japonês independente, será o rosto principal deste evento, sendo considerado o mais importante documentarista asiático contemporâneo. Kazuo irá partilhar as suas experiências com o público, além de que os seus cinco documentários farão também parte do programa, com os nomes “Goodbye CP”, “Eros Extremamente Privado: Canção de Amor 1974”, “O Exército Nu do Imperador Continua a Marchar”, “Uma Vida Dedicada” e “O Desastre de Amianto de Sennan”.

Coreia a abrir

O filme de abertura será o “Dia da Libertação”, que é “uma obra sobre a famosa banda arte rock ex-jugoslava Laibach e a sua viagem a Pyongyang para tocar no concerto de celebração do Dia da Libertação da Coreia do Norte”.

O primeiro dia do festival vai também contar com dois convidados de Hong Kong, de nome Yuen Chi-Chung e Dennis Wong, que irão protagonizar um espectáculo musical e uma conversa sobre a banda Laibach. Este evento começa às 16h30, tendo entrada livre.

O festival conta ainda com outros filmes como “A Vida É Frutada”, “Os Van Goghs da China”, “Kedi”, “Morrer Amanhã”, “Comunhão”, “Light Up”, “Rostos Lugares” e “Ryuichi Sakamoto: CODA”.

“A Vida É Frutada” (realizado por Kenshi Fushihara), é sobre as vidas e filosofia do arquitecto japonês Shuichi Tsubata e sua esposa Hideko e a sua busca de harmonia entre a humanidade e a natureza.

“Os Van Goghs da China” (realizado pela parceria pai-filha de Yu Haibo e Yu Tianqi) retrata a vida de Zhao Xiaoyong, um camponês tornado pintor em Dafen, uma das “aldeias de pintura a óleo” de Shenzhen, que produziu réplicas de Van Gogh durante toda a vida e finalmente realiza o seu sonho de viajar até à Holanda para seguir as pisadas do mestre.

“Light Up” (realizado por Deniece Law, uma conhecida investigadora social de Hong Kong) regista quatro pessoas deficientes que perseguem os seus sonho através do teatro. O realizador encontrar-se-á com o público depois da sessão.

“Rostos Lugares” é um encantador e interessante documentário sobre Agnès Varda, a madrinha da Nova Vaga francesa, que se junta a JR, um artista contemporâneo, para viajar por aldeias francesas numa missão de ligar o público e a comunidade artística através da fotografia. O filme ganhou o Prémio Golden Eye (Melhor Documentário) no Festival de Cinema de Cannes 2017.

“Ryuichi Sakamoto: CODA” é o primeiro documentário sobre Ryuichi Sakamoto, o compositor premiado pela Academia e um dos mais importantes músicos japoneses.

Continuaremos também a contar com a “Secção Portuguesa” este ano e alargamos o horizonte para incluir mais filmes de países lusófonos, tais como o Brasil e Cabo Verde. Vamos olhar mais longe em busca da visão criativa do universo lusófono.

O “Realizador em Foco” HARA Kazuo dará uma master class, passando em revista mais de quatro décadas de prática documental. O próprio mestre explicará o seu método de “documentário de acção” e o seu entendimento da genealogia do “extremamente privado” no cinema documental asiático e mundial.

O festival encerra com um espectáculo musical da banda Cicada, de Taiwan, que vai tocar uma banda sonora ao vivo. De acordo com o mesmo comunicado, os Cicada são conhecidos por “dedicarem a sua música ao retrato da relação entre a humanidade e o ambiente. O concerto decorre dia 4 de Agosto no Teatro D. Pedro V.

Os bilhetes para este festival estão à venda na bilheteira da Cinemateca Paixão e também no website. Cada bilhete custa 60 patacas.

2 Jul 2018

Banco de Portugal | Macau considerada “relevante” para sistema bancário

[dropca style≠’circle’]O[/dropcap] Banco de Portugal (BdP) classificou na sexta-feira Angola, Moçambique e Macau como “relevantes” para o sistema bancário nacional, até ao segundo trimestre de 2019.

“Por deliberação do Conselho de Administração adoptada em 20 de Junho de 2018, o Banco de Portugal, no exercício das suas competências enquanto autoridade macro prudencial nacional, decidiu que a lista de países terceiros relevantes para o sistema bancário português, a vigorar até ao 2.º trimestre de 2019, inclui a República de Angola, a República de Moçambique e a Região Administrativa Especial de Macau da República Popular da China”, lê-se num comunicado publicado esta sexta-feira na página do supervisor financeiro.

De acordo com o Banco de Portugal, o “exercício de identificação dos países terceiros relevantes para o sistema bancário português pelo Banco de Portugal insere-se no cumprimento da recomendação […] relativa ao reconhecimento e fixação das percentagens da reserva contra cíclica de fundos próprios aplicáveis a posições em risco sobre países terceiros”. A decisão será revista, anualmente, pelo BdP e publicada na sua página na internet.

2 Jul 2018