Hoje Macau EventosFestival Internacional de Música | Ópera “L’Elisir d’Amore” inicia programa [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] 32ª edição do Festival Internacional de Música de Macau (FIMM) acontece em Setembro e Outubro com o tema “Viver – O Momento na música”, mas já é conhecido o espectáculo que fará a abertura o programa. Trata-se da ópera em dois actos “L’Elisir d’Amore”, que marcará a celebração dos 170 anos da morte do compositor Gaetano Donizetti. De acordo com um comunicado do Instituto Cultural (IC), o espectáculo irá mostrar ao público “o poder mágico do amor através da sua música magnífica”. O cartaz deste ano conta ainda com o Quarteto Hagen, “que traz virtuosismo em perfeita harmonia”, enquanto que o pianista jamaicano Monty Alexander “mostra o seu talento” no espectáculo “Uma Vida no Jazz”. Além disso, a Orquestra de Macau junta-se à Orquestra Filarmónica de Xangai e apresenta a versão original (1887) esquecida durante muito tempo da Sinfonia nº. 8 em Dó Menor de Bruckner, que toca de forma profunda os sentimentos e inspirações da humanidade. O IC revela ainda que o programa desta edição do FIMM visa também “apresentar os clássicos da Alemanha e Áustria: a Camerata Salzburg, proveniente da cidade natal de Mozart, junta-se ao famoso violinista francês Renaud Capuçon e traz a mais pura interpretação da música clássica da escola vienense, demonstrando um fantástico diálogo entre o solista e a orquestra”. “Com uma história mais de 400 anos, a Staatskapelle Dresden apresenta a mais autêntica música alemã, sob a batuta do maestro Christian Thielemann, ao interpretar as sinfonias do compositor romântico Schumann”, aponta ainda o mesmo comunicado. Os bilhetes para a 32ª edição do FIMM começam a ser vendidos em Agosto. Mais detalhes do programa serão divulgados nas próximas semanas.
Andreia Sofia Silva EventosTeatro | Espectáculo infantil “O Caminho para Casa” regressa ao CCM Inspirado no livro do ilustrador Oliver Jeffers, “O Caminho para Casa” regressa ao Centro Cultural de Macau depois do sucesso dos primeiros espectáculos em 2014. Os artistas falam de uma peça de marionetas em que se celebra o poder da amizade entre um menino e um pequeno marciano [dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]ensado para crianças com mais de quatro anos, “O Caminho para Casa” regressa ao auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) para mais espectáculos, que decorrem entre hoje e domingo. A peça de marionetas conta a história de um rapaz que um dia descobre um avião a hélice no seu armário e decide voar até ao espaço. Quando o motor começa a falhar e perde o combustível, o jovem conhece um pequeno marciano que também ficou sem meio de transporte. Esta é a história por detrás do espectáculo que mostra aos mais pequenos o poder da amizade, através de dois personagens que se ajudam mutuamente no regresso ao planeta Terra. Como não há diálogos, a história é contada por via de sons e gestos que revelam a história dos dois amigos. A produção resulta do trabalho conjunto do teatro Refleksion, da Dinamarca, e do Branar Teatar, da Irlanda. Ontem, os artistas Aapo Juhana Repo e Neasa Padhraicin Ni Chuanaigh, contaram mais detalhes deste espectáculo que pretende dar maior destaque às marionetas, pelo que se pode esperar um jogo de contrastes entre a luz e a escuridão. “Vai existir pouca visibilidade para que as marionetas tenham uma maior atenção por parte do público, para que seja também mais mágico. Fizemos umas pequenas adaptações, mas se lerem o livro de Oliver Jeffers não ficarão desapontados com o nosso espectáculo”, explicou o artista Aapo Repo. Oliver Jeffers já viu o espectáculo duas vezes e sempre gostou do que viu, ainda que tenha imposto uma única condição para a adaptação subir ao palco. “Esteticamente tinha de ser semelhante ao livro”, explicou a outra artista que faz parceria com Aapo Repo, Neasa Ni Chuanaigh. Reacções iguais Os directores das duas companhias teatrais conheceram-se em 2009, mas levou algum tempo até que “O Caminho para Casa” subisse ao palco. “Quando se conheceram achavam que Oliver Jeffers era um grande ilustrador. Sempre falaram em fazer uma co-produção em parceria, e em 2012 ou 2013 acharam que era a altura certa”, apontou Neasa Ni Chuanaigh. Com digressões feitas ao longo da Europa, América e Ásia, os artistas confessam que a reacção das crianças acaba por ser muito semelhante. “Tem sido muito bom ver as crianças de todo o mundo a rir nas mesmas partes do espectáculo e gostar. É diferente do que interpretar perante um público adulto, e penso que podem ser mais pacientes do que as crianças. Precisamos de ter mais cuidado com os movimentos, mas as crianças estão atentas ao espectáculo, no geral”, adiantou Aapo Repo. O teatro Refleksion sempre se dedicou à produção de teatro de animação e de marionetas, não apenas para crianças como para adultos, sendo um trabalho que desenvolve há 25 anos. Um comunicado do CCM refere que as produções desta companhia dinamarquesa “são simples em termos de expressão mas com um grande sentido de pormenor, tanto no que respeita às marionetas como no que respeita ao design dos cenários”. Além disso, a companhia “busca uma universalidade em cada tema, uma vez que os espectáculos abordam com frequência questões da condição humana, focando-se na importância da amizade e na necessidade de enfrentarmos os nossos temores”. Hoje “O Caminho para Casa” faz-se às 19h30, com repetição amanhã nesse horário e também às 17h. Na sexta-feira o espectáculo sobe ao palco às 15h, 17h e 19h30. Aos sábados e domingos decorre às 11h, 15h e 17h. Cada espectáculo tem a duração de 50 minutos.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeAssédio sexual | Finalistas do colégio do perpétuo socorro Chan Sui Ki exigem investigação interna Um grupo de finalistas do colégio do perpétuo socorro Chan Sui Ki criou uma petição online a pedir uma investigação interna sobre alegados casos de assédio sexual que têm vindo a acontecer na escola. A acção conta com o apoio da Associação Novo Macau [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s media chineses noticiaram a ocorrência de um alegado caso de assédio sexual que terá sido cometido por um professor do colégio do perpétuo socorro Chan Sui Ki, uma escola de matriz católica. Após a divulgação das informações, um grupo de alunos finalistas da escola decidiu criar uma petição e inquérito online a pedir uma investigação interna a este e mais casos que terão ocorrido, fazendo uma relação ao movimento #metoo. A petição foi divulgada pelo deputado Sulu Sou nas redes sociais. Este garantiu ao HM que o apoio que está a ser dado a esta iniciativa é apenas informal, no sentido de “apoiar [os autores] para impulsionar o Governo e a escola a investigar o caso de forma clara”. O HM chegou à fala com um dos porta-vozes do grupo, que não quis ser identificado, apesar da petição, apenas em língua chinesa, conter os emails de alguns dos autores da iniciativa. “Quero deixar claro que nunca quisemos que este caso viesse parar à imprensa”, começou por afirmar o peticionário. “Ainda não entregámos a petição, mas temos visto, com base nas notícias, que a escola continua a não dar uma resposta formal. O que sabemos é que a escola admitiu que terão ocorrido estes incidentes e disse que a rapariga em causa tem vindo a ser protegida e a receber aconselhamento. Não estamos satisfeitos com os resultados, mas estamos contentes com o facto da escola ter feito alguma coisa sobre isto. Acreditamos, contudo, que o tipo de aconselhamento com base em rezas não é suficiente. Têm sido publicados nas redes sociais textos que denunciam alegados casos de assédio sexual nos últimos anos. Queremos clarificar o facto de nunca ter existindo uma resposta formal por parte da escola.” Aluna recebe apoio Este porta-voz garantiu que a escola já terá dado apoio à aluna, mas o grupo de finalistas considera que não é suficiente. O aluno finalista quis ainda deixar claro que o objectivo desta petição não é fazer acusações de forma infundada. “Muitas pessoas acusam-nos de incriminar determinados professores com base em alegações e publicações no Facebook, mas não estamos a fazer isso. Só queremos que a escola inicie uma investigação formal e nos dê uma resposta concreta. Esse é o grande objectivo da petição.” Isto porque o grupo acredita que “esta não foi a primeira vez que estas coisas aconteceram e a escola ainda não avançou com os procedimentos a adoptar”. “Queremos garantir que estes casos não voltam a acontecer”, concluiu. De acordo com o jornal Macau Post Daily, foi criado um grupo no Facebook intitulado “New CSKPHC Secrets Page” onde estes alegados casos estão a ser divulgados. Ontem a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) referiu estar a acompanhar o caso, também de acordo com o mesmo jornal. “Em relação ao caso de alegado assédio sexual praticado por um docente sobre alunas, tal como divulgado através da internet, a DSEJ prestou grande atenção e contactou, de imediato, a respectiva escola para se inteirar da situação. Até ao momento, um encarregado de educação contactou a DSEJ, mas a situação que descreveu era diferente do conteúdo veiculado através da internet. A DSEJ mantém, de forma contínua, um contacto estreito com a escola para conhecer todos os aspectos da situação e se verificar que o caso é verdadeiro, irá tratá-lo de acordo com a lei, não tolerando, em absoluto a situação”, pode ler-se no comunicado hoje divulgado em língua portuguesa. A DSEJ defende ainda que as pessoas que sejam “sujeitas a situações de assédio sexual na internet devem recorrer, o mais rápido possível, ao apoio da polícia”. O HM tentou chegar à fala com a direcção do colégio do perpétuo socorro Chan Sui Ki, mas até ao fecho desta edição não foi possível estabelecer contacto. * Notícia actualizada face à edição impressa, com a inclusão das informações do comunicado da DSEJ
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeTribunal rejeita recurso sobre anulação da concessão de terreno na Praia Grande [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Sociedade de Investimento Imobiliário Fong Keng Van viu o Tribunal de Segunda Instância (TSI) rejeitar-lhe um recurso apresentado no âmbito da anulação da concessão decretada pelo Governo, relativa a um terreno localizado na zona A do “Fecho da Baía da Praia Grande”. O recurso foi apresentado em Maio deste ano depois da publicação do despacho assinado pelo Chefe do Executivo, no âmbito da Lei de Terras. A empresa alegou que a anulação da concessão do terreno “resultaria numa série de prejuízos de difícil reparação”, tal como a “perda do grande valor de dinheiro para custear as despesas já realizadas para a execução das obras com vista à viabilização do empreendimento ‘Fecho da Baia da Praia Grande’”, além da “perda sem qualquer compensação, após a reversão do terreno a favor do Estado, das benfeitorias já realizadas no terreno”. Além disso, a Fong Keng Van argumentou também poder vir a ser alvo de “perda de credibilidade e fidelidade perante os empreiteiros que realizaram contratos”, sem esquecer a “impossibilidade da participação da requerente no empreendimento de modo a prejudicar a sua grande vontade de contribuir para o desenvolvimento económico de Macau”. Contudo, os juízes do TSI alegaram que a empresa não vai, afinal, sofrer grandes danos com a decisão do Governo. Isto porque “não existe ainda um projecto concreto de reaproveitamento do terreno a ser implementado imediatamente”, pelo que a não execução imediata da retirada do terreno, “apenas num curto período, não causará uma lesão grave do interesse público”. O tribunal entende que, apesar de não existir um projecto concreto para este terreno, nem da parte da concessionária nem da parte do Executivo, este “não desaparece do mundo físico nem será imediatamente aproveitado para outros fins”. Como tal, se “o recurso vier a triunfar no sentido de não ficar caducada a concessão do terreno” cabe ao Governo “reconstruir o status quo”. Este é outro argumento utilizado pelo tribunal para provar que a empresa não vai ter grandes prejuízos. Isto porque, caso a concessão se mantenha, “basta fazer reinvestir [a empresa] na titularidade da concessão”. Para os juízes tal “é possível e não difícil, desde que o terreno permaneça existente, não concedido a outrem ou ainda não aproveitado para outros fins”.
João Santos Filipe Manchete SociedadeObras | Novo túnel pedonal da Pérola Oriental já mete água O túnel em questão faz parte das obras da ponte que liga Macau à Zona A e, segundo o portal do Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas, foi responsabilidade da empresa estatal chinesa Companhia de Engenharia Porto da China. A obra teve um custo de 305 milhões de patacas e sofreu um atraso de dois meses [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]berto à circulação há cerca de dois meses, o túnel pedonal da nova ponte que liga a Pérola Oriental aos Aterros da Zona A, e que teve um custo de 305 milhões de patacas, começou a meter água no domingo. A situação foi partilhada ontem nas redes sociais pela associação Sinergia de Macau, liderada pelo ex-candidato a deputado Ron Lam. Num vídeo publicado no Facebook da associação é possível ver a água a entrar junto de uma das portas na parede da infra-estrutura. “Mais um episódio de construção de baixa qualidade de Macau, neste caso com um túnel pedestre. O túnel pedestre da Pérola Oriental começou a meter água pouco tempo depois de ter aberto”, escreve a associação na publicação em que partilhou o vídeo. “Na manhã de 15 de Julho houve residentes que passaram no túnel e repararam que junto da porta número um da estrutura havia água a inundar o túnel. Apesar de haver uma corrente a prender a porta, continuava a haver muita água a entrar no túnel”, é acrescentado. A inundação terá acontecido quando se registou uma subida do nível da água. “Os residentes contaram-nos que por volta do meio-dia o nível da água começou a subir e que as inundações se deram quando a água subiu acima do nível do túnel”, escreve a associação. Trabalhos de melhoria Após ter sido divulgada a informação, o Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas (GDI) emitiu um comunicado a fazer um ponto de situação sobre as inundações. “As infiltrações detectadas na passagem inferior tiveram origem num ponto do compartimento de visita de cablagem. Já foi solicitada à equipa construtora avaliação da situação junto do local e retirar o excesso de água do respectivo compartimento”, foi explicado. “De seguida será dado início a trabalhos de melhoria, incluindo aperfeiçoamento do sistema de drenagem, aumento de bombas de água, etc”, foi acrescentado. Contudo, e apesar de ter sido questionado pelo HM, o GDI não quis confirmar qual a empresa responsável pela obra. A informação foi obtida no portal online do próprio GDI. O túnel pedonal faz parte da empreitada de Construção da Ponte de Ligação entre a Zona A dos Novos Aterros e a Rotunda da Pérola Oriental, também conhecida como Rotunda da Amizade. A obra foi adjudicada no Verão de 2016 à empresa Companhia de Engenharia Porto da China, que é controlada pelo Estado chinês através do grupo China Communications Construction. Na altura da adjudicação o preço foi de 305 milhões de patacas e as obras tinham como prazo de conclusão Novembro de 2017. Contudo, os trabalhos apenas foram finalizados em Janeiro. Segunda a informação do GDI, os atrasos ficaram a dever-se a “condições climatéricas adversas”. Já a fiscalização da obra foi adjudicada à Pengest Internacional por um valor de 9,75 milhões de patacas, que teve um prazo de 450 dias para prestar o serviço.
Sofia Margarida Mota PolíticaFunção Pública | Governo pondera rever regime de recrutamento centralizado Depois de ter entrado em vigor em Julho de 2016, o regime de recrutamento centralizado dos trabalhadores da Administração Pública pode vir a ser revisto. Apesar de estar em vigor há apenas dois anos, o ímpeto reformista do Executivo terá como objectivo limitar o número de entrevistas de modo a que os processos sejam mais rápidos [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Executivo está a ponderar rever o regime de recrutamento centralizado dos trabalhadores da Administração Pública. A ideia foi deixada ontem pelo presidente da Comissão de Acompanhamento para os Assuntos da Administração Pública depois da reunião com membros do Executivo. “O Governo está a pensar rever a lei”, disse Si Ka Lon. Em causa está a redução do tempo dos processos de recrutamento para a função pública, nesse sentido a possível revisão terá como alvo apenas os processos de entrevista. “Depois de prestarem provas de avaliação de competências profissionais, os candidatos são todos sujeitos a entrevista e por vezes gasta-se muito tempo neste processo”, revelou o deputado. A ideia é limitar as entrevistas estipulando uma proporção relativamente ao número de vagas. “Por exemplo se for necessária uma pessoa, podem-se fazer entrevistas a um quíntuplo do número de vagas, pelo que serão seleccionadas para entrevista os cinco candidatos com melhor classificação nas provas”, apontou. A proporção mínima estará na multiplicação por três, referiu tendo em conta as sugestões da secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan. De acordo com Si Ka Lon, actualmente um processo de recrutamento pode demorar, no mínimo, nove meses até ao final das provas de avaliação de competências profissionais, às quais se segue a entrevista. O objectivo dos deputados da comissão é reduzir este período de tempo. Ficar a meio caminho Outra das preocupações do Governo tem que ver com o facto de muitos dos candidatos que ingressam nos concursos públicos acabarem por desistir e não comparecer nas provas de avaliação. “Há concursos em que a continuidade se fica pelos 30 ou 40 por cento”, disse Si Ka Lon. As razões para tal fenómeno são diversas, “por exemplo, se as provas forem na Universidade de Macau, as pessoas podem pensar que é longe e não ir”. Tanto deputados como Governo querem que a continuidade seja assegurada por mais candidatos, havendo mesmo membros da comissão que sugeriram a criação de uma taxa a ser paga no momento de candidatura e que seria devolvida se o candidato não desistir do processo. O Executivo não concordou com a sugestão, até porque iria acarretar mais burocracias, revelou o presidente de comissão. Em Julho de 2016, entrou em vigor o novo sistema de recrutamento, selecção e formação para acesso à Função Pública. O sistema inclui regulamentação para a avaliação de competências integradas nos concursos de gestão uniformizada em que a selecção dos trabalhadores dos serviços públicos é efectuada sob orientação da Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP). O concurso de gestão uniformizada está dividido em duas fases. A etapa de avaliação de competências integradas, assegurada pelos SAFP e a etapa de avaliação de competências profissionais ou funcionais que fica a cargo dos serviços interessados no recrutamento dos trabalhadores, depois da qual são realizadas as entrevistas de selecção.
Sofia Margarida Mota PolíticaWong Kit Cheng quer lei do hino nacional pronta o quanto antes [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] lei do hino nacional tem que avançar o mais rapidamente possível. A exigência é feita em comunicado por Wong Kit Cheng. “A RAEM tem a responsabilidade constitucional de implementar a legislação local da Lei do Hino Nacional” lê-se no documento divulgado pela deputada. Para a deputada, o relevância deste regime vai além da responsabilidade constitucional que considera tão importante como as directrizes relativas à bandeira nacional, até porque é um meio importante para promover “uma educação patriótica no território”. Segundo Wong, a legislação referente ao hino não tem razões para ser demorada, até porque no seu entender éum processo muito simples. A deputada recorda as palavras da secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan que terá referido que “tem esperança que seja apresentada a proposta ainda nesta sessão legislativa”. Integração total Na óptica da deputada, está em causa a integração crescente do território nas políticas nacionais pelo que deve ser encorajada a coesão dos povos, um domínio no qual o hino representa um importante papel. “O hino nacional é uma oportunidade para fortalecer e divulgar a consciência nacional como um todo, especialmente no seio da geração mais jovem”, refere. Para já, e antes da aprovação legislativa, Wong Kit Cheng apela ao Governo para que inicie os processos de divulgação deste aditamento à Lei Básica de modo a que os jovens comecem a ser sensibilizados para “expressar o amor à pátria em diferentes ocasiões”. Em Dezembro do ano passado, Sónia Chan anunciou que a Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ) já tinha “uma versão preliminar” e que previa finalizar os trabalhos internos até Janeiro. A Lei do Hino Nacional Macau proíbe que este seja utilizado, “ainda que de forma dissimulada, em marcas ou publicidade comercial, ou em ocasiões inadequadas como cerimónias fúnebres privadas”, bem como “música de fundo em local público, entre outros”. A versão em vigor desde 1 de Outubro já contemplava sanções para o desrespeito ao hino chinês, que variavam entre detenção por um máximo de 15 dias até processos penais “mais severos”, não especificados. No entanto, também em 4 de Novembro, a APN aprovou alterações que se traduziram num endurecimento das penas, prevendo até três anos de prisão.
João Santos Filipe Manchete SociedadeBilhetes do metro ligeiro um pouco mais caros que as tarifas dos autocarros [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Executivo está a ponderar colocar os preços dos bilhetes do metro para a Linha da Taipa um pouco acima dos bilhetes de autocarro, que actualmente é de seis patacas. Apesar de não haver ainda uma decisão, o cenário foi avançado pelo director do Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes (GIT), Ho Cheong Kei. “Em relação aos bilhetes para a Linha da Taipa vamos ter em consideração os preços nos autocarros. Temos que ter em consideração o preço nos autocarros porque a linha da Taipa não é muito atractiva para os cidadãos e nós queremos levar mais cidadãos a utilizarem esta linha”, disse o director do GIT. O Governo ainda vai ter de tomar uma decisão sobre o montante atribuído para subsidiar os bilhetes de metro para que o preço final junto do consumidor possa competir com o oferecido pelas operadoras de autocarros. Anteriormente, Raimundo do Rosário, na Assembleia Legislativa, admitiu que as perdas anuais com a Linha da Taipa podem ser superiores a mil milhões de patacas. Este é o valor pago anualmente às companhias de autocarros para subsidiar o custo dos bilhetes. Diferendo sem impacto Em relação ao diferendo em tribunal entre o Governo e a empresa China Road and Bridge Corporation, Ho Cheong Kei afirmou que não teve qualquer impacto no andamento dos trabalhos. A empresa levou o Executivo para o Tribunal de Segunda Instância (TSI) por considerar que devia ter ficado em primeiro lugar no concurso público das obras do parque, em vez da Companhia de Engenharia e de Construção da China, que acabou por ficar com a obra. Na primeira decisão, o TSI deu razão à China Road and Bridge Corporation, mas Chui Sai On levou o caso para a Última Instância. “O problema sobre o contrato do Parque de Materiais e Oficina não afectou directamente o progresso e o orçamento do Metro Ligeiro. Não há uma relação directa. Todas as etapas estão a ocorrer dentro do previsto”, garantiu. Segundo o TSI, o Governo cometeu um erro quando fez os cálculos do concurso e deveria ter sido a China Road and Bridge Corporation a ficar em primeiro lugar. Por outro lado, o director do GIT voltou a reafirmar que o objectivo passa por colocar o metro a circular ainda ao longo deste ano: “A Linha da Taipa ainda tem como objectivo entrar em funcionamento durante 2019 e a nossa equipa está a envidar todos os esforços para concretizar este objectivo”, reiterou. Ho Cheong Kei referiu igualmente que o preço das obras só para a Linha da Taipa vão mesmo ficar pelo 11 mil milhões de patacas.
João Santos Filipe Manchete PolíticaMetro Ligeiro | Governo com orçamento de 16,4 mil milhões de patacas A entrada em vigor da lei do enquadramento orçamental levou o Governo a incluir nas contas do metro mais rúbricas além da Linha da Taipa. Por esse motivo, o orçamento subiu de 12,8 mil milhões para 16,4 mil milhões, mesmo sem a Linha de Macau [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] orçamento apresentado ontem pelo Governo aos deputados para o Metro Ligeiro chegou aos 16,4 mil milhões patacas, a informação foi revelada por Mak Soi Kun. Além da Linha da Taipa as contas incluem outras fases do projecto como o custo da Estação Intermodal da Barra, Linha de Seac Pai Van, trabalhos de consultadoria, supervisão, exploração geológica para a Linha do Leste, que faz a ligação entre a Taipa e a Zona A, e o custo do Parque de Materiais e Oficina. “O custo da Linha da Taipa foi de 11 mil milhões e estavam orçamentados em 12,8 mil milhões. Mas houve uma subida do orçamento para 16,4 mil milhões, com a inclusão da linha de Seac Pai Van, Estação da Barra, entre outros trabalhos”, explicou o deputado na sequência da reunião de ontem da Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Finanças Públicas. “O Governo explicou que com a entrada em vigor da lei do enquadramento orçamental houve certas rúbricas que não foram incluídas e que agora têm de ser. É por isso que há um aumento no orçamento, porque foram integradas rúbricas que antes não faziam parte”, esclareceu. Este não é o orçamento final do projecto e, de acordo com Mak Soi Kun, que preside à comissão, no montante de 16,4 mil milhões de patacas não estão incluídos os custos com a Linha de Macau, nem os materiais e equipamentos circulantes na Linha de Seac Pai Van. A eventual ligação à Ilha da Montanha não foi igualmente calculada. Também por este motivo, o orçamento final da obra não é conhecido, e Mak Soi Kun revelou esperar que o orçamento sofra mais alterações. 5 mil milhões para MTR Outro dos aspectos comentados foi a situação da empresa MTR, de Hong Kong, que vai ser a responsável pelos trabalhos de fiscalização do metro em Macau. A companhia está actualmente envolvida em várias polémicas devido a uma série de casos de negligência na construção das novas linhas de metro na região vizinha. “Estamos atentos à MTR em Hong Kong e sabemos que estão a ter problemas na região vizinha. As perguntas sobre o assunto foram colocadas ao Governo que explicou que há um sistema para avaliar o desempenho do metro que vai ser aplicado pela empresa. Pedimos também as informações sobre o contrato com a MTR para perceber se poderão ser aplicadas sanções à empresa em caso de incumprimento”, contou o presidente da Comissão. O Executivo comprometeu-se a responder por escrito, sendo que o contrato com a MTR tem a duração de cinco anos, com um pagamento anual a rondar os 900 milhões e com um valor final que ronda os cinco mil milhões.
Sofia Margarida Mota Entrevista ManchetePaul Chan Wai Chi explica saída da Associação Novo Macau: “Em 2017 já pensava sair” Depois de meio século dedicados à Associação Novo Macau, chegou a altura de Paul Chan Wai Chi abraçar outros desafios. Para já, o ex-deputado vai dar primazia à fé que professa, o catolicismo. Em entrevista de balanço de actividade política, Paul Chan Wai Chi analisa a história do movimento pró-democrata em Macau, recorda os momentos mais complicados e analisa o significado da eleição de Sulu Sou [dropcap]D[/dropcap]eixa a Novo Macau depois de 25 anos ligado à associação. Que balanço faz? Entrei na Novo Macau na altura em que Ng Kuok Cheong se candidatava às eleições (legislativas) e eu auxiliava a sua candidatura. Depois de Ng Kuok Choeng ser eleito, a Novo Macau empenhou-se em apoiar os seus trabalhos. Com o desenvolvimento social, a Novo Macau tornou-se progressivamente numa associação. Na altura em que me tornei presidente, a natureza política foi intensificada na sequência da necessidade social e do desenvolvimento da associação. Em 2009, ano em que fui eleito como deputado, salientei a importância de conseguir captar jovens para a Novo Macau para suceder nos trabalhos e desenvolver a associação. Por isso, em 2013 avançámos com uma lista (às eleições legislativas) constituída pelos membros jovens, mas falhou, o que foi lamentável. Depois das eleições houve mudanças nos corpos dirigentes da associação. Foi um período difícil. Até ao ano das eleições de 2017, que era decisivo para a Novo Macau, já pensava em sair da associação para fazer outro trabalho, tendo em conta que sou católico e que deveria ter feito melhor alguns serviços para a igreja. Entretanto, como Ng Kuok Cheong decidiu constituir uma outra lista independente da Novo Macau, senti a necessidade de avançar e acabei por ser o segundo candidato da lista (da Novo Macau) para apoiar Sulu Sulu e a Novo Macau para poder desenvolver-se. Nos passados 25 anos, consegui ajudar associação no seu crescimento e desenvolvimento. A minha missão está completa e agora é oportuno iniciar o meu trabalho na outra área. Como já acabaram as eleições, agora é a altura para me dedicar totalmente a Deus, por isso, decidi investir mais tempo na igreja. Vai ter saudades da Novo Macau? Quais são as memórias mais fortes vai ter da associação? Considero que nós, enquanto pessoas que tentam impulsionar o avanço social, andamos todos no mesmo caminho. Mas há pessoas que andam a um ritmo diferente das outras. No entanto, basta termos o mesmo objectivo, somos iguais, mantemos comunicação e ajudamos os outros. Quanto à memória mais forte, tinha no passado um ideal que não chegou a ser realizado. Era transformar a Associação Novo Macau num grupo político. Em Macau não há partido político. Mas defendo que a política em Macau deve avançar, passo a passo, nessa direcção e não deve ser baseada na cultura das associações. Quando era presidente (da Novo Macau) e deputado na AL queria atingir esse objectivo. Mas, se calhar por causa do ritmo do desenvolvimento de Macau, não aconteceu o que esperava. Em Hong Kong há, por exemplo, o partido cívico e o partido democrático. Em Macau não há. Isso é uma questão de tempo. Acredito que com o desenvolvimento de Macau e a consciência da população a amadurecer progressivamente, vai haver cada vez mais pessoas atentas à política e com vontade de participar nas actividades políticas. Esse são os elementos para surgir uma associação com natureza política. Pode-nos contar um bocadinho da história do movimento pro-democrata em Macau? Com base no meu conhecimento, o início está ligado à Associação de Amizade liderada por Alexandre Ho. Depois da revolução dos cravos em 1974 em Portugal, Macau passou a ter eleições nas assembleias, sendo assim os chineses, especialmente os que não estavam nas associações, tinham mais canais para participar na política. Alexandre Ho foi pioneiro na promoção da participação popular na política e fez a milagre de conseguir eleger três pessoas na AL. Em seguida, na sequência da mudança do sistema político de Portugal, a AL desenvolveu-se no sentido democrático e foi aumentado o número de deputados directos. Em 1991 ou em 1992, não tenho a certeza, houve eleições suplementares para dois lugares de deputados directos. Primeiro foi Alexandre Ho que agregou alguns candidatos. Os jovens antes de 4 de Junho de 1989 começaram a tomar atenção ao futuro da China e às mudanças em Macau. Na altura, os jovens realizavam actividades alusivas ao 4 de Maio para discutir os assuntos. Até 4 de Junho, houve algumas mudanças no panorama político, e os mais jovens eram da opinião de que se precisava de continuar a valorizar o desenvolvimento da democracia. A participação na política era o meio, por excelência, para actuar na sociedade. Por isso, Ng Kuok Cheong decidiu candidatar-se às eleições suplementares mas não teve sucesso. Até às eleições legislativas em 1992, Ng Kuok Cheong criou a Novo Macau com outras pessoas e conseguiu um lugar na AL. Depois, Au Kam San entrou na Câmara Municipal do Leal Senado. Com o esforço e dedicação dos mais novos a Novo Macau cresceu. FOTO: Sofia Mota A associação cresce como um esforço colectivo… Posso dizer que com várias pessoas a participar houve mudança saudável na sociedade. Au Kam San entrou na AL em 2001. Nesta altura, a Novo Macau tornou-se uma das associações fomentadores da democracia, enquanto que no panorama associativo também houve reajustamentos ao progresso social. As outras associações também se transformaram, algumas passaram a ter mais membros jovens e fizeram muitos trabalhos para as classes sociais mais carecidas. O desenvolvimento da democracia em Macau para mim está a ser cada mais florescente. As eleições legislativas são eventos políticos que produzem vários novos talentos. Tenho uma posição optimista em relação ao futuro da democracia. No entanto, com a mudança social, tanto as oportunidades como os desafios são igualmente enormes para as pessoas, sobretudo se conseguirem enfrentar a onda e atingir o topo da onda. Isso é um grande desafio. No passado tivemos três deputados da Novo Macau na AL, um resultado brilhante. No entanto, tínhamos de avançar e arranjar alguém para suceder nos trabalhos, por isso fomentei a realização de actividades para formar talentos nos assuntos políticos e sociais. Sulu Sou disse que conheceu a Novo Macau através dessas actividades. Acho que esse tipo de acções podem atrair os jovens, dando-lhes oportunidades. Se se acreditar nos jovens e no sistema da associação, vai ser produzido um efeito de desenvolvimento mútuo. Isso é um desafio que as associações vão enfrentar no que diz respeito ao seu crescimento. Entre os anos 2013 e 2017, a Novo Macau enfrentava estes desafios mas sinto que agora já ultrapassámos essas dificuldades. Quanto ao futuro desenvolvimento da democracia em Macau, tendo em conta que não há eleições para os membros aos órgãos municipais, espero que o Governo tome uma atitude aberta para que os conselhos consultivos e os órgãos municipais tenham alto grau de representatividade. Tal é relevante para o desenvolvimento de Macau. Se as associações conseguem insistir no seu lema e os políticos tiverem como orientação máxima as suas intenções iniciais, o futuro será optimista. Quando saíram da associação históricos como Au Kam San e Ng Kuok Cheong, você ficou. Como foi este momento de ruptura para a associação? Au Kam San saiu primeiro da Novo Macau. Nas eleições legislativas em 2017, Ng Kuok Cheong ainda era membro da associação. Apesar de lhe perguntar se ia ficar e empenhar-se com os mais jovens da associação, acabou por se candidatar na outra lista. Isso é lamentável e de certeza que teve um impacto na Novo Macau. Quer seja no caso da saída de Au Kam San ou no caso da decisão de Ng Kuok Cheong de não se candidatar com a Novo Macau, tivemos de fazer o nosso melhor para evitar uma influência negativa. As pessoas têm os seus objectivos. O que podemos fazer é respeitar as suas decisões. O período mais difícil da associação já passou. A eleição de Sulu Sou como deputado em 2017 é a prova de que a cooperação entre os membros da Novo Macau vai conseguir obter apoios dos cidadãos. Apesar de Sulu Sou ficar com função de deputado suspensa por estar envolvido em outro caso, acredito que Macau é uma sociedade regulamentada por leis. Finalmente, o caso está resolvido, Sulu Sou regressou à AL, marcando tal o início de uma nova fase. Apesar da saída de Au Kam San e da decisão de Ng Kuok Cheong, continuou a ficar na Novo Macau. Porquê? Desde que saí da AL em 2013, continuei na Novo Macau. Por um lado, precisava de reflectir sobre o sucesso e as falhas nas eleições, por outro lado, precisava de fazer os trabalhos da nova direcção. Desde a saída de Au Kam San até às eleições em 2017, nunca pensei em sair da Novo Macau. Na altura, a associação necessitava de uma pessoa com experiência para enfrentar as questões com que se deparava. Em 2017 decidi ficar para ultrapassar o último desafio, que é conseguir um lugar na AL em prol do desenvolvimento da Novo Macau. Isso também é importante para a sociedade de Macau, porque acredito que o território precisa de associações diferentes como a nossa. Mas isso depende da decisão dos cidadãos e dos eleitores. Os factos apontam para a evidência de que os cidadãos e os eleitores apoiam as ideias da Novo Macau. Estou satisfeito com isso. Fiquei para enfrentar os desafios da Novo Macau juntamente com os outros membros. Agora que foram ultrapassados chegou a altura de me empenhar nos meus próprios assuntos, nomeadamente, o religioso, sem causar influência à associação. Qual é o papel de Sulu Sou? Considera que representa a salvação da Novo Macau? É injusto, quer para Sulu Sou, quer para a Novo Macau, dizer que ele representa a salvação da associação. Nós, enquanto candidatos da lista Associação do Novo Progresso de Macau, assinámos um documento de compromisso com as ideias da Novo Macau e que vamos aceitar a fiscalização da associação. Qualquer indivíduo que aceite os requisitos pode ser candidato. Ao longo dos anos os trabalhos da Novo Macau não foram feitos só por duas ou três pessoas, mas sim por um grupo maior. Se Sulu Sou não entrasse na Novo Macau, ou se não se candidatasse pela lista da Novo Macau, seria eleito? Isso é incerto. Mas a Novo Macau, como uma associação experiente na participação em eleições durante vários anos, tem capacidade para conseguir um lugar merecido na AL. Poderia ser Sulu Sou, Paul Chan Wai Chi ou Scott Chiang. Qualquer pessoa tem a possibilidade de ser eleito como primeiro candidato na lista. Relativamente à disputa por lugares cimeiros na ordem dos candidatos da lista, a ideia era responsabilizar os jovens. Em Hong Kong já se tem feito isso há anos. Algumas associações em Macau tiveram uma atitude semelhante. Por exemplo, a União Geral das Associações dos Moradores de Macau e a Federação das Associações dos Operários de Macau. As associações e os deputados estão naturalmente ligados. Não é adequado dizer que alguém salva outrem. As associações e os deputados progridem e declinam em conjunto. Fala de Xi Jinping no artigo escreveu para o HM e refere que a China precisa de se renovar. Como é que o país o pode fazer? Em primeiro lugar, o presidente Xi Jinping avançou com a ideia do sonho de rejuvenescimento do povo chinês. É de esperar que a China daqui a alguns anos consiga ser uma sociedade moderadamente próspera. Para mim, este sonho não só influencia profundamente o país, mas também pode produzir efeitos positivos no mundo inteiro. “A renovação e a abertura não podem voltar para atrás”, isso foi dito por Deng Xiaoping. Como é que se garante que se avança pelo caminho certo? Sobre esta questão acho que cada cidadão chinês pode contribuir com o seu esforço, devendo ter o mesmo sonho, que pertence à China e ao mundo. Assim poderemos participar em paz na comunidade internacional, minimizando os conflitos. No entanto, na sua prática, é óbvio que se vão enfrentar riscos e desafios. Por isso, acho necessário que sejam feitos esforços em conjunto para atingir o objectivo. Acredito que quando seguimos por um bom caminho, no final vamos chegar ao destino. Mas para isso temos de envidar esforços e não podemos esperar pela vinda de felicidade. Quais são os maiores desafios de Xi Jinping? Existem dificuldades em cada fase. A renovação e a abertura da China trouxeram prosperidade económica, assim como alguns problemas. Como é que se unem as ideias e se juntam as forças para ultrapassar as dificuldades, isso é importante. A China tem agora melhor capacidade de gestão do país, apesar de estar a enfrentar problemas quer seja no plano exterior quer seja no plano interno. A China deve melhorar no âmbito político, social e económico. Seguindo a esta directriz, neste sentido as dificuldades vão ser resolvidas. Se se empenhar pelo interesse próprio, vai no final sofrer da consequência. Acha que as limitações à liberdade que se registam no continente estão cada vez mais presentes em Macau? Lembro-me que CY Leung, quando era membro do Conselho Consultivo da Lei Básica de Hong Kong, disse em Macau que “o futuro é brilhante, o caminho é com curvas”. Isso foi bem dito. No caminho do progresso é óbvio que se vão encontrar obstáculos. Às vezes podem mesmo acontecer recuos. O mais importante é insistir e saber seguir o caminho certo. Em Macau muitas pessoas dizem que as leis estão desactualizadas e depois, na revisão das leis, (o Governo) quer reforçar-se na monitorização e melhorar a segurança na cidade devido ao número elevado de turistas. Para isso, foram instaladas câmaras de videovigilância nas ruas. É verdade que precisamos de legislação para que a sociedade seja regulamentada. Mas isso não quer dizer que seja adequado elaborar uma quantidade excessiva de leis. Nos últimos vinte anos desde 1999 quais são os aspectos que se pode melhorar quanto ao desenvolvimento do sistema político para que no próximo mandato o Governo se possa operar mudança. Mas qual é o momento oportuno, acho que em primeiro lugar a sociedade deve ter conhecimento e fomentá-lo em conjunto. Uma posição construtiva é melhor do que só criticar os outros. Os chineses valorizam o paz. Macau tem uma característica em termos da fusão de culturas. Nós tratamos bem desta questão. Além disso, com o avanço da Grande Baía, precisamos de ideias inovadoras. Não se deve passar sempre a responsabilidade ao Governo. Não pergunte o que o país pode fazer por si, mas pergunte a si próprio o que fez pelo país. Acha que o movimento independentista de Hong Kong influenciou as medidas que o Governo está a implementar em Macau? A ideia da independência de Hong Kong está relacionada com o sentimento de pertença dos jovens. Quer seja em Macau ou em Hong Kong, não há nenhuma condição para a independência. Por isso, a independência de Hong Kong não é uma situação realista. Mas por que razão é que o tema foi tão falado. Isso tem a ver com vários factores. Em prol de Macau, ou de Hong Kong precisamos de fazer o melhor para eliminar estes factores. Na altura da transferência de soberania estava preocupado com a forma como se podiam manter as características de Macau sob o sistema de “Um País, Dois Sistemas”. Para Hong Kong, é igual. Caso consiga manter as características, os residentes em Macau não precisam de se preocupar com as situações que ocorreram em Hong Kong. O Estado deu, de facto, liberdade à gestão (da região). Mas é lamentável que o assunto sobre as eleições universais não tenha sido bem tratado entre Hong Kong e a China. Tal circunstância causou conflitos na sociedade. Para mim, deve-se pensar em como obter equilíbrio na relação entre grupos diferentes de residentes.
Hoje Macau China / Ásia MancheteFilipinas elevam alerta de inundações por causa de tempestade tropical [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] tempestade tropical Son-Tinh intensificou-se hoje depois de passar pela ilha de Luzon, no norte das Filipinas, onde as autoridades elevaram o alerta de inundações por causa das novas chuvas das monções. O tufão vai passar por Macau, prevendo-se o levantamento do sinal 3 até às 19h00 de hoje. A Agência Meteorológica das Filipinas (PAGASA) declarou o alerta laranja nas províncias de Metro Manila, Bulacan, Bataan e Batangas, onde as águas subiram. Em Manila, as áreas mais baixas sofreram inundações durante a manhã, causando engarrafamentos de trânsito. Por isso, o governo filipino decretou a suspensão das aulas em todas as escolas públicas nas áreas de alerta de laranja, bem como o trabalho nos escritórios do governo. O nível da água no rio Marikina atingiu 15,8 metros acima do nível do mar. Se atingir os 17 metros, as autoridades vão retirar as pessoas que moram juntam ao rio. As inundações e as chuvas fortes também causaram atrasos e cancelamentos nos comboios e nos voos domésticos. Além disso, as províncias de Rizal, Cavite, Pampanga e Zambales – também localizadas na ilha de Luzón – estão sob alerta amarelo, onde choveu muito e há risco de inundações. As monções também afetam as ilhas de Mindoro, Palawan e as Visayas ocidentais, na região central do arquipélago.
Hoje Macau DesportoCristiano Ronaldo diz que foi “uma decisão fácil” escolher Juventus [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] futebolista português Cristiano Ronaldo disse que a opção pela Juventus “foi uma decisão fácil”, tendo em conta a dimensão do clube campeão italiano, pelo qual assinou por quatro anos, após nove épocas no Real Madrid. “Como disse muitas vezes, é uma das melhores equipas do mundo. Sempre disse quer era um clube no qual gostaria de jogar. Foi uma decisão fácil, pela dimensão do clube, e foi um passo importante na minha carreira. É o melhor clube italiano, habitado a ganhar, com um grande treinador, grandes jogadores e um grande presidente”, afirmou o avançado português, na apresentação como jogador da ‘Juve’. O capitão da seleção portuguesa, de 33 anos, disse que não estava triste por deixar ao Real Madrid e sublinhou que não vai para Turim para terminar a carreira: “Há jogadores que vão para a China ou para o Qatar, para terminar carreira. Eu não, venho quase rejuvenescer, para um clube grande”, disse Cristiano Ronaldo, manifestando-se “agradecido à Juventus pela oportunidade de continuar a carreira”. “Foi uma história brilhante no Real Madrid, que me ajudou muito. Agradeço aos adeptos, que me ajudaram a ser o que sou hoje, mas esta é uma etapa nova. Estou muito feliz, é como se estivesse a começar de novo”, sublinhou Ronaldo, pelo qual a ‘vecchia signora’ pagou 100 milhões de euros ao clube espanhol. Sobre os objetivos da Juventus, o goleador luso disse que “a Liga dos Campeões não é uma obsessão, é uma prioridade”, e espera ajudar a equipa de Turim a lutar por todos os troféus nas competições em que estiver envolvida.
Hoje Macau DesportoEdição russa do Mundial de futebol fechou com 169 golos, a dois do recorde [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Mundial de futebol de 2018 terminou com 169 golos, o terceiro melhor registo de sempre em termos absolutos, apenas a dois do recorde da prova, partilhado pelas edições de 1998 e 2014. Após uma final com seis golos, o triunfo da França sobre a Croácia por 4-2, a edição russa fechou com a média de 2,64 golos por encontro, sendo que todas as 32 seleções presentes marcaram, pelo menos, dois golos. Os 169 tentos passam a ocupar a última posição do pódio, oito acima dos 161 da edição de 2002, realizada na Coreia do Sul e no Japão. Em termos de média, os 5,38 tentos por encontro de 1954 – com 140 golos em 26 jogos – continuam a liderar, sendo um registo aparentemente insuperável. Coletivamente, a Bélgica foi a seleção mais goleadora, ao concluir a prova com 16 golos, contra 14 das duas finalistas, a França e a Croácia. Individualmente, brilhou acima de todos Harry Kane, que marcou seis tentos, tornando-se o segundo inglês a coroar-se o ‘rei’ dos marcadores, 32 anos depois de Gary Lineker, no México, na edição de 1986. O ponta de lança do Tottenham marcou mais dois tentos do que um quinteto, formado pelo belga Romelu Lukaku, os franceses Antoine Griezmann e Kylian Mbappé, o português Cristiano Ronaldo e o russo Denis Cheryshev. Destaque ainda para os 22 penáltis concretizados, dos 29 assinalados, muitos com intervenção decisiva do VAR, e os 12 golos na própria baliza.
Hoje Macau China / ÁsiaAcções da Xiaomi recuam 1,9% devido a decisão das bolsas chinesas [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s acções da Xiaomi caíram ontem 1,9% para 21 dólares de Hong Kong, na bolsa de Hong Kong, após as praças financeiras de Xangai e Shenzhen terem anunciado que os investidores chineses não poderão comprar títulos da empresa. As ações do fabricante chinês de ‘smartphones’ chegaram a recuar 8%, após a abertura, depois de terem subido 11%, na passada sexta-feira. Durante a sessão acabaram por estabilizar e minimizar as perdas. A queda ocorreu depois de as principais bolsas da China anunciarem, no sábado, que investidores na parte continental não poderão utilizar a conexão à bolsa de Hong Kong para comprar títulos de empresas com direito a super voto. Esta decisão constitui um revés para a Xiaomi, que se estreou em bolsa há uma semana e queria beneficiar da ligação de Hong Kong às praças financeiras do continente. Xangai e Shenzhen justificaram a decisão com a pouca familiaridade dos investidores para com empresas com dois tipos de ações com direito de voto. A Xiaomi, que se estreou em bolsa na semana passada, foi a primeira empresa a ser cotada na bolsa de Hong Kong sob as novas normas, que permitem empresas com super voto. Os títulos do fabricante chinês tiveram uma estreia discreta, mas a notícia de que se seriam incluídos no índice de Hang Seng contribuiu para que subissem 26%, devido à expectativa de que haveria forte procura por parte dos investidores da China continental, através da “Stock Connect”, que liga as praças financeiras. A empresa, com sede em Pequim, é a quarta maior fabricante do mundo de ‘smartphones’ (telemóveis inteligentes) por quantidade de produção, segundo a unidade de pesquisa International Data Corp. A marca chinesa é já comercializada em Portugal em várias lojas e também em espaços de venda próprios.
Hoje Macau EventosMorreu o jornalista e escritor Altino do Tojal, autor de “Histórias de Macau” [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] escritor e jornalista Altino do Tojal morreu no domingo à noite, aos 78 anos, em Brunhais, Póvoa de Lanhoso, distrito de Braga, disse à Lusa fonte da família, acrescentando que as cerimónias fúnebres se realizam esta quarta-feira. De acordo com a mesma fonte, o velório do autor de “Os Putos” inicia-se na quarta-feira, às 11:00, e o funeral realiza-se no mesmo dia, às 15 horas, na Igreja de Sobradelo da Goma, Póvoa de Lanhoso. A fonte familiar indicou ainda que o corpo do escritor seguirá depois para o Porto, para ser cremado, “como era a sua vontade”. Altino do Tojal nasceu a 26 de julho de 1939, em Braga, onde viveu até aos 27 anos, segundo recordam vários amigos. Trabalhou em diversos jornais, nomeadamente no Jornal de Notícias, no lisboeta O Século, até ao seu encerramento, e depois no Comércio do Porto. Destacou-se na escrita de ficção e a sua obra “Os Putos” foi adaptada ao teatro, à televisão e à banda desenhada. A primeira versão deste livro surgiu ainda em 1964, com o título “Sardinhas e Lua”. Escreveu igualmente “O Oráculo de Jamais” (1979), “Os Novos Putos” (1982), “Orvalho do Oriente” (1981) e “Viagem a Ver o Que Dá” (1983) . Nos anos de 2005/2014, a Imprensa Nacional Casa da Moeda (INCM) retomou títulos do autor, como “Ruínas e Gente”, “Jogos de Luz e Outros Natais” e ainda antologias como “Noite de Consoada”, “Histórias de Macau” e “Os Putos – Contos Escolhidos”. Encetados na década de 1960, “Os Putos” constituiram um projeto que Altino do Tojal manteve em curso, durante anos, com histórias de crianças de rua, que o escritor Urbano Tavares Rodrigues definiu como “crianças sós, iludidas, deserdadas”, vítimas da “máquina trituradora dos adultos acomodados à brutalidade, à estupidez pomposa, à intriga reles, ao senhor rei hábito”. Numa introdução à edição mais recente da INCM, datada de 2014, Altino do Tojal escreveu: “Fez-me bem escrever este livro, conto a conto, durante meio século, porque dei por mim a sublimar dificuldades de sobrevivência e fastios existenciais que, de contrário, exigiriam um estoicismo superior àquilo de que sou capaz, para serem toleráveis”. “Embora desejando que ‘Os Putos’ fizessem doer a consciência tão cruelmente como os vivi, quis também que arrebatassem a imaginação tão magicamente como os sonhei. O facto de continuarem a ser lidos, tanto tempo decorrido, permite concluir que, da semente dos meu propósitos, germinou boa árvore.”
Hoje Macau Manchete SociedadeWan Kuok-koi consegue 750 milhões de dólares para a sua criptomoeda [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] antigo líder da tríade 14 kilates angariou, em menos de cinco minutos, 750 milhões de dólares para a sua nova criptomoeda (HB), noticiou o jornal South China Morning Post. De acordo com a edição de domingo do jornal de Hong Kong, o objectivo de Wan Kouk-koi, mais conhecido como “Dente Partido”, é lançar, com uma empresa de Pequim, torneios de xadrez e póquer na ilha de Hainão, no sul da China. O antigo líder da seita lançou uma oferta inicial de moeda num evento no Camboja, no qual estiveram presentes responsáveis governamentais e militares, empresários e celebridades da China continental e de Hong Kong, afirmou o jornal. No total, a empresa de Wan, World Hung Mun Investment, indicou ter vendido 450 milhões de ‘tokens’ da criptomoeda HB em três eventos no Camboja, Tailândia e nas Filipinas. O próximo e final evento vai acontecer na quarta-feira, na Malásia. A empresa de “Dente Partido” está a planear emitir mil milhões de ‘tokens’ na criptomoeda HB, sendo parte do montante para pagar os prémios dos torneios de xadrez e póquer. No início deste mês, a empresa Zhonggongxin Cosmos (Pequim) Internet Technology Limited, que organiza jogos de xadrez e póquer ‘online’, afirmou ter assinado um acordo com a companhia de investimento de Wan para uma parceira em torneios de xadrez e póquer em Hainão. Guo Jia, funcionário da Zhonggongxin, com autorização exclusiva do Governo chinês para organizar dois tipos de jogos de póquer, disse que o torneio de Outubro pode prolongar-se por todo o ano. Os prémios, no valor total de mais de 10 milhões de yuan, vão ser pagos pela World Hung Mun e outros parceiros. Em Fevereiro, a China anunciou que iria tentar travar o uso de criptomoedas como a Bitcoin, incluindo o encerramento de firmas que negoceiam em moedas virtuais e respectivas plataformas de intercâmbio. A agência chinesa detalha que o banco central chinês quer encerrar todas as plataformas que fazem transacções de moedas criptografadas.
Hoje Macau SociedadeInundações | Governo anuncia reforço de medidas de prevenção e resposta [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Chefe do Executivo de Macau afirmou ontem que o Governo vai reforçar as medidas de prevenção e de resposta imediata às inundações, nomeadamente na eficácia dos alertas prévios e das mensagens emitidas em tempo real. Chui Sai On falava durante uma reunião interdepartamental, convocada na sequência das cheias ocorridas durante o fim-de-semana, que afectaram sobretudo a zona do Porto Interior, onde o nível de água subiu até aos 50 centímetros. Na opinião do governante, “as mensagens e a informação, emitidas em tempo real, podem ser transmitidas ao público por mais canais de comunicação e, em situações previstas de casos excecionais de maré cheia, deve-se aumentar os alertas de aviso”, segundo um comunicado do porta-voz do Governo. Chui Sai On garantiu, na mesma ocasião, que o Governo determinou já “uma série de medidas e projectos de obras para resolver o problema das cheias no Porto Interior, que vão desde a drenagem até à prevenção e protecção”. De acordo com o Chefe do Executivo, as autoridades estão a aproveitar as obras actualmente em curso, na Avenida Almeida Ribeiro, para efectuar, ao mesmo tempo, “obras de preparação para corresponder ao sistema contra inundações, no intuito de minimizar o impacto, no futuro, causado às vias principais do trânsito”. Apelou, por fim, aos serviços competentes “uma resposta mais eficaz sobre o impacto que a época das tempestades tropicais e do mau tempo trazem à cidade”.
Sérgio Fonseca DesportoFórmula 1 | FIA dá nega ao vencedor do GP Macau [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] vencedor do último Grande Prémio de Fórmula 3, Daniel Ticktum, viu a Federação Internacional do Automóvel (FIA) fechar-lhe as portas, por agora, à Fórmula 1. A Red Bull, que gere a carreira do inglês de 19 anos, está a estudar a possibilidade de substituir o piloto neo-zelandês Brendon Hartley na equipa Toro Rosso, devido aos parcos resultados que este tem obtido. O piloto que antes de vencer Macau tinha feito as manchetes por ser banido um ano das corridas, após ter colidido propositadamente num rival quando militava na Fórmula 4, estava designado para participar no primeiro treino-livre do Grande Prémio da Hungria de Fórmula 1, mas a FIA não aprovou. Isto, porque Ticknum não tem pontos suficientes para pedir a Super-Licença necessária para participar na disciplina rainha do automobilismo. Apesar do Grande Prémio de Macau ter uma importância reconhecida internacionalmente, não oferece qualquer pontos para a Super Licença aos vencedores. Estes pontos são atribuídos apenas aos primeiros três classificados de campeonatos designados. O Dr Helmut Marko, o influente director desportivo da Red Bull, espera que Ticknum possa participar no testes da Fórmula 1 no final do ano no Abu Dhabi, testes esses que decorrem no princípio da semana do Grande Prémio de Macau e que poderão condicionar o regresso de Ticknum ao Circuito da Guia no mês de Novembro.
Sérgio Fonseca DesportoGrande Prémio | Joker Lap do WTCR impossível no Circuito da Guia A organização da Taça do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCR) queria introduzir a Joker Lap na sua jornada dupla em Macau para apimentar o espectáculo, mas chegou à conclusão que tal ideia é impossível de aplicar no Circuito da Guia [dropcap style≠’circle’]I[/dropcap]mplantada o ano passado pela primeira vez no WTCC, no circuito citadino português de Vila Real, o conceito da Joker Lap passa por criar mais um factor de imprevisibilidade nos circuitos urbanos, onde as ultrapassagens são mais difíceis, usando para isso uma variante que os pilotos utilizam, à semelhança do que já acontece noutras disciplinas do automobilismo, como no Rallycross, adicionando um factor de incerteza à corrida e obrigando as equipas a assentar estratégias para que os pilotos percam o menos tempo possível com a manobra. Em Vila Real, até hoje o único circuito onde o conceito foi utilizado, os concorrentes são obrigados, uma vez por corrida, a contornar a Rotunda M. Coutinho pela faixa da esquerda, quando normalmente o fazer pela direita, perdendo com isso cerca de dois segundos, em comparação com uma volta normal. Volta impossível François Ribeiro, o Director do Eurosport Events, a empresa que tem os direitos do WTCR, diz que explorou a viabilidade de introduzir a Joker Lap em Macau, mas confessou que não encontrou um ponto adequado no Circuito da Guia para implementar uma via secundária onde os concorrentes teriam que cumprir a tarefa. “Eu estive a verificar com Macau, mas é simplesmente impossível”, disse Ribeiro à revista inglesa Autosport. “Não há fisicamente uma localização para fazer uma Joker Lap em Macau. Eu fiz uma volta ao circuito mais de dez vezes e não há mesmo um local.” Sem possibilidades de transpor este conceito unicamente experimentado em Portugal para Macau, Ribeiro tem esperanças que tal seja possível fazê-lo no circuito citadino chinês de Wuhan que este ano recebe uma jornada do WTCR, no mês de Setembro.
Paulo José Miranda h | Artes, Letras e Ideias“Quando uma mulher sobe as escadas” – para nada -, de Mikio Naruse [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] cinema japonês, que teve uma imensa influência em muito do cinema europeu, acabou por ficar reduzido a três nomes, fora do Japão, e mesmo assim restrito a cineastas: Kensi Mizogushi, Yasujiro Ozu e Akira Kurosawa (este claramente o mais conhecido e também o mais ocidental dos cineastas japoneses). Mas há um outro realizador de extrema importância no Japão, e contemporâneo destes: Mikio Naruse. E hoje vamos ver um dos seus filmes mais famosos, Quando Uma Mulher Sobe As Escadas, de 1960. Num dos números da revista Egoísta, dedicada à política, escrevi acerca da diferença de se ser mulher. O contexto era a Antiga Grécia e uma das tragédias de Eurípides, As Troianas. As mulheres troianas estão na condição de prisioneiras devido aos seus homens terem perdido a guerra, uma guerra que não aconteceu por decisão delas, mas de seus maridos. No filme de Naruse, Quando Uma Mulher Sobe As Escadas, 2500 anos depois de Eurípides, e numa terra e cultura bem distintas da da Grécia Antiga, encontramos uma situação que se pode considerar semelhante. As mulheres que aparecem naquele filme foram tolhidas pelo destino traçado pelos homens. Antes de mais – repetindo a guerra de Tróia – porque os homens decidiram fazer a guerra e foram derrotados, estamos na ressaca da Segunda Guerra Mundial. As oportunidades de trabalho são escassas e para as mulheres mais ainda, deixando-as numa situação próxima da das troianas da peça de Eurípides. Qualquer trabalho executado pelas mulheres era muito mal pago, muito abaixo do que se pagava aos homens. A protagonista do filme gere uma espécie de bar de alterne, em que as mulheres têm de beber e dar atenção aos homens, que aí vão gastar dinheiro. E as escadas que ela sobe para o bar são para ela como que subir ao calvário. Pois ela detesta aquilo que faz. Escuta-se no filme, em voz off, primeiro com ela a olhar para as escadas, antes de as subir: “Eu odiava subir aquelas escadas, mais do que qualquer coisa.” E depois escuta-se, enquanto as sobe: “Mas, uma vez lá em cima, encarava o que viesse.” Fá-lo por ter ficado viúva e não ter trabalho. Mas quando o filme começa, a angústia da protagonista, Keiko Yashiro, representada pela actriz Hideko Takamine, é o tempo a passar pelo corpo. Pois muito em breve os clientes vão deixar de se interessar por ela. Ela só tem o trabalho que tem, porque é bonita, porque tem utilidade para os homens, a de ser agradável ao olhar dos homens. Mas a beleza está a passar, e Keiko tem três alternativas no seu horizonte: casar com um dos clientes, abrir um bar ou tornar-se amante de vários clientes (que é a que mais lhe repugna). Há uma tensão existencial ao longo do filme, que é a que mais importa, sem dúvida, mas ela é condicionada pela situação em que o Japão se encontra, pelo que os homens decidiram fazer – a guerra – e como o país ficou depois disso. Por outro lado, fica a claro, literalmente preto no branco, que as mulheres estão às mãos dos homens. O destino delas depende dos caprichos deles. Decida o que decidir, e ainda que a decisão seja cumprida, Keiko Yashiro ficará sempre nas mãos dos homens. Para abrir um bar, precisa do dinheiro deles – que estão dispostos a ceder em troca dos serviços dela e não de outros serviços, como ela chegou a propor. Para casar, ainda que o conseguisse fazer, seria com alguém com quem não queria casar e ficava sujeita às vontades dele. Para se tornar amante dos clientes, é evidente que o seu destino passa literalmente pelos caprichos dos homens. Keiko Yashiro está a menos na vida. E está a menos na vida, porque nasceu mulher. Esta é a tese mais forte e radical do filme, que nos remete para a tragédia de Eurípides e nos faz pensar neste mundo. Quem precisa de dinheiro de outros nunca será livre, quer seja homem ou mulher. Mas à mulher foi sempre dada essa condição de precisar do dinheiro dos homens, de modo a mantê-las como troféus ou como utensílios. Entre uma e outra escolha, Keiko sente que sobe as escadas para nada. Sobe as escadas para deixar de ser. Para ser um brinquedo aos olhos dos outros.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Censura tenta controlar narrativa sobre guerra comercial [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] censura chinesa está a tentar controlar a narrativa sobre a guerra comercial com Washington, através de uma lista enviada à imprensa doméstica sobre o que pode ou não escrever, revelou um jornal de Hong Kong. O jornal South China Morning Post (SCMP), que cita quatro jornalistas chineses não identificados, diz que as autoridades pediram à imprensa que seja “extremamente cuidadosa” para não relacionar a guerra comercial com a queda nas praças financeiras chinesas, a desvalorização do yuan ou o abrandamento da economia, visando evitar o pânico. No espaço de um mês, a bolsa de Xangai caiu já mais de 9 por cento, enquanto o yuan, a moeda chinesa, tem desvalorizando continuamente, reflectindo o nervosismo dos investidores, face às disputas comerciais entre Pequim e Washington. “Quando reportamos uma queda na bolsa ou a desvalorização do yuan não podemos escrever ‘guerra comercial’ na manchete”, contou ao SCMP um dos jornalistas. Outro jornalista contou que “diferentes organizações terão margens distintas na cobertura”. A imprensa estatal com maior posicionamento político está autorizada a publicar notícias e editoriais sobre a guerra comercial, enquanto a imprensa local e portais electrónicos podem apenas republicar conteúdo dos órgãos oficiais, e sem dar muita relevância ao tema. É também proibido publicar uma tradução imediata de afirmações do Presidente norte-americano, Donald Trump, no Twitter, rede social que está bloqueada na China.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Norte | Amnistia para condenados por crimes contra o país [dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]yongyang anunciou ontem que vai amnistiar aqueles que foram “condenados por crimes contra o país e outras pessoas”, por ocasião da comemoração do 70.º aniversário da fundação daquele país asiático, que terá lugar em Setembro. A amnistia entrará em vigor a partir de 1 de Agosto, revelou o regime de Pyongyang através da agência estatal de notícias KCNA, garantindo que serão tomadas “medidas práticas para ajudar as pessoas libertadas a reintegrarem-se na vida normal de trabalho”. A Assembleia Popular Suprema (Parlamento) emitiu um decreto a 12 de Julho, informou a KCNA, sem dar mais detalhes sobre quantas pessoas estão envolvidas na amnistia. “Proteger a vida independente e criativa das massas populares e servir o povo com total disponibilidade para materializar plenamente a ideia de dar primazia às massas populares” é “a exigência essencial do sistema socialista coreano e o princípio invariável das actividades estatais”, citou a agência estatal. A Coreia do Norte vai comemorar a 9 de Setembro o aniversário da fundação do país, evento que nos últimos anos tem usado para recuperar seu arsenal nuclear e balístico e que é esperado com grande expectativa após a reaproximação do país à Coreia do Sul e a mudança diplomática na relação com os Estados Unidos.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Crescimento económico de 6,7 por cento no segundo trimestre A economia chinesa cresceu 6,7 por cento, no segundo trimestre de 2018, duas décimas acima da meta definida pelo Governo para este ano e uma décima menos do que no primeiro trimestre [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s previsões apontavam já para um ritmo de crescimento menor no segundo trimestre, depois de Pequim ter restringindo o crédito bancário, visando travar o aumento da dívida, e ainda antes do início das disputas comerciais com os Estados Unidos. A actividade económica deverá continuar a abrandar, à medida que a procura global pelas exportações chinesas recua e as restrições ao crédito atingem o sector da construção e o investimento, importantes motores de crescimento. Pequim reagiu anteriormente a reduções no ritmo de crescimento económico com um aumento do crédito para o sector estatal, mas o subida dos níveis de endividamento levou já as agências de ‘rating’ internacionais a reduzir a nota da dívida do Governo chinês. Os líderes chineses estão a preparar uma transição no modelo económico, com o objectivo de transformar o consumo interno no principal motor de crescimento, em detrimento das exportações e investimento. Em Junho, as vendas a retalho subiram 9 por cento, em termos homólogos, impulsionadas por um rápido aumento do consumo de produtos de alta qualidade, incluindo cosméticos e equipamento de vídeo. O investimento em activos fixos, como fábricas ou imobiliário, cresceu 6 por cento na primeira metade do ano, face ao mesmo período de 2017, mas com o ritmo dos últimos três meses ficaram 1,5 por cento abaixo da média do semestre. Guerra e tarifas As disputas comerciais com Washington ameaçam também atingir a economia chinesa. Este mês, o Presidente norte-americano, Donald Trump, impôs taxas alfandegárias de 25 por cento sobre 34 mil milhões de dólares (29 mil milhões de euros) de importações chinesas, contra o que considera serem “tácticas predatórias” por parte de Pequim, que visam o desenvolvimento do seu sector tecnológico. A China retaliou com o aumento dos impostos sobre o mesmo valor de importações oriundas dos EUA. Trump ameaçou impor mais taxas alfandegárias, de 10 por cento, sobre um total de 200 mil milhões de dólares de produtos chineses e, caso Pequim volte a retaliar e recuse aceder às exigências norte-americanas, subirá para 500 mil milhões, cerca da totalidade das importações norte-americanas oriundas do país asiático. Analistas preveem que aquelas medidas, case se concretizem, levariam a um abrandamento de mais de 0,3 por cento no ritmo de crescimento da economia chinesa.
Hoje Macau InternacionalCimeira: Putin nega ingerência russa nas eleições dos EUA apesar de querer vitória de Trump [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou ontem que queria que Donald Trump vencesse a eleição presidencial de 2016, mas rejeitou que tenha tomado alguma atitude durante a campanha eleitoral para que isso acontecesse. Putin referiu que pretendia a vitória de Donald Trump devido às suas políticas. Os dois chefes de Estado reuniram-se em Helsínquia, na primeira cimeira entre os dois, e passaram “muito tempo” a discutir as acusações de interferência eleitoral da Rússia nas eleições norte-americanas, disse na conferência de imprensa final o Presidente dos Estados Unidos. Donald Trump também reafirmou que não houve “conluio” entre a sua campanha e os russos. Também Vladimir Putin negou tudo, durante a conferência de imprensa conjunta dos dois líderes. “Fizemos uma campanha brilhante, por isso é que eu sou o Presidente. As sondagens são um desastre no nosso país, não existiu nenhum conluio”, afirmou Trump. O Presidente russo também negou aquilo a que chamou “a alegada ingerência da Rússia” nas eleições. Putin salientou que a alegada ingerência da Rússia nas eleições é “um disparate”, garantindo que a Rússia nunca interferiu e nunca vai interferir no processo eleitoral norte-americano. Na sexta-feira, o procurador-geral adjunto dos Estados Unidos, Rod Rosenstein, revelou a acusação a 12 oficiais de inteligência russa, por práticas de pirataria informática no ato que elegeu Donald Trump para a Presidência. De acordo com informação do procurador-geral adjunto, Rod Rosenstein, os russos foram indiciados de pirataria, numa investigação sobre a possível coordenação entre a campanha de Donald Trump e a Rússia. Os russos são acusados de invadir as redes de computadores do Comité Nacional Democrata, do Comité Democrata de Campanha do Congresso e da campanha presidencial de Hillary Clinton, libertando depois correios eletrónicos roubados na Internet nos meses que antecederam a eleição. Anteriormente, 20 pessoas e três empresas tinham já sido indiciadas na investigação à alegada ingerência russa nas últimas eleições, que o procurador especial Robert Mueller lidera. Isso inclui quatro ex-elementos da campanha de Trump e assessores da Casa Branca e 13 russos acusados de participar numa campanha de redes sociais, para influenciar a opinião pública norte-americana na eleição de 2016. O encontro entre os dois presidentes realizou-se no Palácio Presidencial em Helsínquia, no centro da capital finlandesa, que tem uma longa tradição no acolhimento de cimeiras Leste-Oeste. “Cimeira produtiva e útil” Ambos os presidentes consideraram ontem que a primeira cimeira entre os dois Estados foi produtiva e útil. “Acabo de concluir uma reunião com o Presidente Putin sobre uma série de questões críticas para os nossos dois países. Tivemos um diálogo directo, aberto e muito produtivo”, declarou Trump na conferência de imprensa conjunta no final da cimeira na capital da Finlândia. “As conversações decorreram num ambiente franco e de trabalho. Considero-as muito bem-sucedidas e muito úteis”, disse, por seu turno, Putin. O chefe de Estado russo considerou não existirem “razões objetivas” para as dificuldades nas relações russo-americanas, assinalando que a Guerra Fria terminou e que Rússia e Estados Unidos devem resolver os problemas em conjunto. O Presidente dos Estados Unidos pronunciou-se no mesmo sentido, defendendo que Washington e Moscovo devem encontrar formas para “cooperar em relação a interesses partilhados”. A propósito, Putin disse que Moscovo está pronto para prolongar a colaboração com Washington ao nível dos serviços de informações em relação ao terrorismo e às ameaças cibernéticas. “Os nossos serviços especiais trabalham com muito sucesso”, disse.