Hoje Macau China / ÁsiaLivro | Poluição na Índia mata mais do que o terrorismo [dropcap]O[/dropcap]especialista em políticas climáticas Siddharth Singh, que acaba de publicar o livro “The Great Smog of Índia”, adverte que a poluição do ar é um “assassino silencioso” que mata mais pessoas do que o terrorismo no seu país. “Mais pessoas morrem da poluição do ar do que do terrorismo ou de todas as guerras entre a Índia e o Paquistão juntas”, explicou o escritor em entrevista à agência espanhola Efe em Nova Deli, cuja camada de poluição no ar que ali se regista é confundida com um denso nevoeiro. Singh culpa o desdém com que a questão é encarada pelas autoridades, já que não são confrontadas com mortes “espetaculares”, agravando principalmente doenças preexistentes ou provocando outras mais tarde. Além disso, os ‘media’, os centros de pesquisa e os políticos colocam o foco da poluição na capital, mas a verdade é que “a qualidade do ar nas aldeias do norte da Índia é similar ou às vezes muito pior do que a das cidades”, defendeu. “Embora as emissões industriais ‘per capita’ sejam muito baixas em comparação com a Europa e a base industrial da Índia também seja baixa em comparação com muitos países, a crise da poluição do ar na Índia é pior”, afirmou Singh, atribuindo esse resultado ao uso de tecnologias ineficientes.
Hoje Macau Manchete SociedadeIndianos querem mais casinos e fazer de Goa “Macau da Índia” [dropcap]O[/dropcap] analista de jogo Grant Govertsen disse que o Governo indiano quer mais casinos em Goa e já pediu aos operadores para começarem a construir ‘resorts integrados’ em Macau, para a tornar no “próximo Macau”. Num evento promovido pela Associação Comercial Britânica em Macau (BBAM, na sigla inglesa), o director Executivo da Union Gaming afirmou que o Governo indiano “pediu aos casinos para começarem a construir ‘resorts integrados’ em Goa” para fazer de Goa “Macau da Índia”. Grant Govertsen apontou para o grande potencial de jogo da Índia e que está subvalorizado: “Os jogos de casinos ainda estão embrionários [na Índia], representam apenas 200 milhões de dólares, apesar de terem uma população de 1,3 mil milhões de pessoas”. Os casinos em Goa estão geralmente localizados em barcos fluviais e os que estão em terra não são para já apelativos para os milionários indianos, sublinhou o analista. “O Governo não quer mais barcos fluviais e quer que os casinos se desloquem para terra”, afirmou o director executivo da Union Gaming. Na opinião do analista, os operadores de jogo que não entraram em Macau, quando o jogo foi liberalizado no início do milénio, “não querem perder o barco” de Goa e querem apostar naquele que poderá ser o “próximo Macau”. “O desenvolvimento do jogo na Ásia esmaga o resto do mundo”, apontou o analista. Riscos asiáticos O Japão, Coreia, Vietname, Tailândia, Camboja, Laos, Myanmar e Filipinas, são na opinião de Grant Govertsen as principais ameaças ao monopólio do jogo em Macau. “O Japão representa a maior oportunidade para qualquer operador de jogo”, apontou Govertsen. “Vai haver um risco real para Macau”, mas só depois 2025, a data prevista para o arranque dos casinos no Japão. O parlamento nipónico aprovou em Julho uma lei que permite a abertura de três casinos e várias operadores de Macau já demonstraram interesse garantir uma licença no Japão. “O relacionamento especial entre o Japão e os EUA pode ajudar os operadores norte-americanos”, como a MGM Resorts. Das seis operadoras em Macau, a Las Vegas Sands, a Wynn e MGM têm a maioria de capital norte-americano. “Acreditamos que a Las Vegas Sands, MGM (…) e a Melco Resorts estão entre os operadores de casinos com maior probabilidade de obter uma licença no Japão”, disse à Lusa, em julho, a analista da Bloomberg, especialista no jogo na Ásia, Margaret Huang. Nesse mesmo mês em resposta a agência Lusa, a operadora de jogo em Macau Galaxy Entertainment Group demonstrou todo o interesse em conseguir uma das três vagas existentes. A aposta no Japão acontece no momento em que as licenças de jogo em Macau terminam entre 2020 e 2022. Até à data não é conhecido um calendário para a revisão das licenças, nem é claro se será mantido o modelo de concessões e sub concessões. “Tenho dificuldade em acreditar que vá haver alguma mudança [nas concessões] com o actual Governo”, afirmou Govertsen. “Os investidores estão muito focados nas concessões e claro que estão a pensar que a guerra comercial entre os EUA e a China pode não ser bom para os operadores norte-americanos” e por essa razão, o analista da Union Gaming acredita que receios as autoridades de Macau só vão tomar uma decisão em relação às concessões “daqui a sete ou mais anos”.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia | Pelo menos 60 mortos em atropelamento ferroviário [dropcap]P[/dropcap]elo menos 60 pessoas morreram e cerca de 50 ficaram feridas ao serem atropeladas por um comboio, na sexta-feira, no norte da Índia, quando estavam a assistir a um festival religioso, anunciaram as autoridades. As vítimas estavam a ver o fogo de artifício durante um festival religioso, tendo-se amontoado em cima da linha de caminho de ferro nos arredores de Amritsar, quando foram colhidas pelo comboio em grande velocidade. As pessoas não se aperceberam da chegada do comboio e foram atropeladas, não tendo a composição parado após o acidente. “Estou extremamente triste com o acidente de comboio em Amritsar. A tragédia é devastadora. As minhas profundas condolências às famílias daqueles que perderam seus entes queridos”, disse o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, na rede social Twitter. Já o líder da região de Punjab, Amarinder Singh, também recorreu às redes sociais para anunciar uma compensação de 500.000 rupias (cerca de 6.000 euros) para as famílias dos mortos e que os cuidados médicos dos feridos vão ser gratuitos. Em Novembro de 2016, num dos piores acidentes da última década, 146 pessoas morreram quando um comboio descarrilou no norte da Índia e, em 2010, outras 145 morreram num acidente semelhante no leste do país. A rede ferroviária indiana, com 65 mil quilómetros de rota, é a quarta mais longa do mundo, atrás dos Estados Unidos, Rússia e China, e tem 1,3 milhões de funcionários e 12.500 comboios, que transportam diariamente cerca de 23 milhões de passageiros.
Hoje Macau China / ÁsiaSentença histórica | Supremo Tribunal descriminaliza o adultério na Índia [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Supremo Tribunal indiano despenalizou ontem o adultério na Índia, ao declarar inconstitucional uma lei do Código Penal com quase 160 anos que permitia ao marido decidir se as relações sexuais da mulher com outro homem eram crime. Um colectivo de cinco juízes, liderado pelo presidente do Supremo, Dipak Misra, declarou inconstitucional o artigo 497 do Código Penal, que previa penas de até cinco anos de prisão por adultério não consentido pelo marido. “Qualquer disposição que trate a mulher em desigualdade não é constitucional”, disse o juiz Misra, que redigiu o seu veredicto em colaboração com outro dos juízes do colectivo, enquanto os outros três magistrados pronunciaram sentenças individuais em que concordaram com a inconstitucionalidade do artigo. “Chegou o momento de dizer que o marido não é dono da sua esposa. A soberania legal de um sexo sobre o outro sexo está errada”, afirmou o presidente do Supremo, que insistiu na arbitrariedade do artigo. Misra acrescentou ainda, contrariando aqueles que defendiam esta lei como protectora da indissolubilidade do matrimónio, que “o adultério poderá não ser a causa de um casamento infeliz, mas sim o resultado”. Últimos actos A decisão do Supremo Tribunal surge depois de, numa outra sentença histórica, o mesmo órgão judicial ter declarado este mês inconstitucional outro artigo da época vitoriana em que se puniam as relações homossexuais. Segundo a Associated Press, as recentes decisões de Misra, num país profundamente conservador, foram tomadas numa altura em que o juiz se prepara para se retirar do cargo no próximo mês. A lei contra o adultério enquadrava-se numa sociedade indiana que continua predominantemente patriarcal, em que existe uma clara preferência pelos filhos varões, que perpetuam a linhagem, cuidam dos pais na velhice e lhes asseguram rendimentos. A isso somam-se os dispendiosos – e ilegais – dotes que as mulheres devem pagar no casamento.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia | Supremo Tribunal descriminaliza homossexualidade [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Supremo Tribunal da União Indiana aboliu ontem a lei contra a homossexualidade, punida com dez anos de prisão tal como determinava a legislação da época colonial britânica. A decisão do tribunal foi consequência de uma petição subscrita por cinco pessoas que declararam viver em sobressalto pelo medo de serem presas e perseguidas pela polícia. Já em 2009 o Tribunal de Nova Deli se tinha pronunciado sobre a inconstitucionalidade da secção 337 da lei, que indicava que as relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo iam contra a “ordem natural”. Na altura, a decisão final foi adiada depois de o Supremo Tribunal ter considerado que as emendas à lei deviam ser discutidas no Parlamento. O Governo acabou por determinar que a decisão final sobre a extinção da lei era da competência do Supremo Tribunal que acabou agora por abolir a legislação que datava da época colonial britânica.
Hoje Macau China / ÁsiaMonções | Mais de 1.200 mortos no subcontinente indiano [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]monção custou a vida a mais de 1.200 pessoas este ano no subcontinente indiano, que regista uma época de chuvas de Junho a Setembro, segundo os dados oficiais recolhidos pela AFP. A Índia e os seus 1,25 mil milhões de habitantes são os mais atingidos, com mais de 1.000 mortes registadas em cinco estados. As inundações afectaram especialmente Kerala, na ponta sudeste do país e provocaram o desalojamento de centenas de milhar de pessoas. No ano passado, a monção matou 667 pessoas na Índia. O Nepal contabilizou 87 mortes no seu território, segundo os números do Governo, entre os quais uma mulher e oito crianças atingidas por um deslizamento de terras numa aldeia isolada. No oceano Índico, as chuvas torrenciais mataram 24 pessoas e fizeram 175.000 sem-abrigo no Sri Lanka. Este balanço está em clara baixa face aos 224 mortos registados nas inundações do ano anterior na ilha. Para evitar um novo balaço igualmente trágico, as autoridades organizaram desta vez a evacuação preventiva de 750.000 pessoas residentes em zonas de risco. No Bangladesh, pelo menos 29 pessoas encontraram a morte em inundações e derrocadas de terra.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia | Incêndio em prédio provoca quatro mortos e 22 feridos [dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m incêndio deflagrou ontem no 12.º andar de um prédio residencial em Bombaim, capital financeira e de entretenimento da Índia, matando quatro pessoas e ferindo outras 22, incluindo dois bombeiros, segundo as autoridades locais. Dezenas de pessoas foram resgatadas do prédio de 17 andares Crystal Tower, segundo um oficial do corpo de bombeiros. A causa do incêndio nesta área comercial de Parel, em Bombaim, em está sob investigação. As chamas e o fumo espalharam-se rapidamente, deixando presos alguns moradores numa escadaria, disse aos jornalistas o chefe dos serviços de bombeiros, P.S. Rahangdale. Rahangdale disse que pediu à polícia que o prédio fosse encerrado e o seu dono detido, porque os equipamentos de combate a incêndios, incluindo aspersores e acoplamentos de mangueiras, funcionavam com problemas. Avinash Supe, responsável pelo Hospital KME, disse que 24 pessoas foram levadas para o hospital, quatro das quais já sem vida. Outras 20 pessoas estavam a ser tratadas por inalação de fumo e queimaduras, mas em condição estável, disse Avinash Supe. Dois bombeiros também ficaram feridos enquanto combatiam o incêndio, disse um oficial da corporação. Os incêndios são comuns na Índia, onde leis de construção e segurança são muitas vezes desrespeitadas por construtores e moradores. Em Dezembro, um incêndio de madrugada num restaurante em Bombaim matou 15 pessoas.
Hoje Macau China / ÁsiaMais de um milhão de deslocados devido a inundações no sul da Índia [dropcap style=’circle’]M[/dropcap]ais de um milhão de pessoas foram colocadas em campos de deslocados em Kerala na sequência da violenta monção que já causou mais de 400 mortos, anunciaram ontem as autoridades do sul da Índia. “O número de pessoas nos campos humanitários agora é de 1.028.000”, distribuídos por mais de 3.000 centros, disse à Agência France Presse Subhash T.V., porta-voz do governo local. Na segunda-feira, foram descobertos seis corpos, elevando o número de mortos para 410 desde o início da monção, uma das mais graves em 100 anos naquele estado do sul da Índia. Em Chengannur, uma das cidades mais afectadas, a água ainda está com 60 centímetros de altura, continuando a bloquear muitas estradas. A chuva continua a cair na região, mas em menor quantidade. Segundo o exército indiano no terreno, vários milhares de pessoas ainda estão em casas inundadas na cidade. De acordo com um oficial que não quis ser identificado, a maioria dessas pessoas não deseja ser resgatada, mas apenas receber comida e beber água. De acordo com Shashi Tharoor, deputado parlamentar de Kerala e ex-funcionário da ONU, as chuvas causaram a destruição de 50 mil casas. Milhares de soldados do Exército, da Marinha e da Força Aérea foram mobilizados para resgatar aqueles que estão isolados pelas águas. A contaminação de fontes de água potável e as más condições de higiene fazem as autoridades temerem o surgimento de doenças e já há equipas de saúde no terreno a monitorizar a situação, esclareceram as autoridades. Os danos causados pelas inundações estão estimados, até ao momento, em cerca de 2,6 mil milhões de euros. O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, já prometeu que vão ser disponibilizados cerca de 61 milhões de euros para ajudar a colmatar as consequências das cheias. O estado de Kerala, procurado pelos turistas devido às praias rodeadas de palmeiras e às plantações de chá, é afectado anualmente por fortes chuvas na época das monções.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia | Pelo menos 357 mortos após inundações em Kerala [dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m novo balanço das autoridades indianas aponta para pelo menos 357 mortos na sequência das inundações que atingiram Kerala, na Índia, as mais graves em 100 anos naquele estado do sul do país. As chuvas torrenciais têm-se abatido desde o final de Maio em Kerala, provocando deslizamentos de terra e inundações repentinas. “Desde 29 de Maio, dia em que as chuvas de monção começaram em Kerala, (…) um total de 357 pessoas perderam as suas vidas”, incluindo 33 nas últimas 24 horas, informou em comunicado o serviço de informações daquele estado. O balanço anterior apontava para 324 vítimas mortais. Cerca de 350 mil pessoas tiveram que se refugiar em três mil centros de apoio. Milhares de soldados do Exército, da Marinha e da Força Aérea foram mobilizados para resgatar aqueles que estão isolados pelas águas. O estado de Kerala, procurado pelos turistas devido às praias rodeadas de palmeiras e às plantações de chá, é afectado anualmente por fortes chuvas na época das monções.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia | Monções causam 37 mortos e 37 mil desalojados [dropcap style=’circle’]P[/dropcap]elo menos 37 pessoas morreram e 37 mil ficaram desalojadas no estado indiano de Kerala (sudoeste da Índia) devido a inundações repentinas e deslizamentos de terras causados pelas monções que atingem a região desde quarta-feira. O estado, apreciado pelos turistas pelas suas praias com palmeiras e plantações de chá, recebe fortes chuvadas todos os anos durante a estação das monções, mas a precipitação tem sido particularmente forte este ano. Os residentes deslocados “foram levados para 350 centros de acolhimento em todo o estado”, indicou um coordenador regional citado pela agência France-Presse (AFP). O exército foi requisitado para missões de resgate depois de dois dias de chuvas fortes terem forçado as autoridades a abrir as comportas de 27 reservatórios para escoar o excesso de água. Num dos casos, a represa não era aberta há 26 anos. “O nosso estado enfrenta uma devastação sem precedentes”, escreveu, no Twitter, o responsável do Executivo de Kerala, Pinarayi Vijayan. “Perderam-se várias vidas. Centenas de casas foram totalmente destruídas”, lamentou, ao mesmo tempo que saudou o trabalho das equipas de socorro, que vieram de todo o país. Mais de um milhão de turistas visitaram Kerala no ano passado, segundo estatísticas oficiais. Os desastres meteorológicos são comuns no sul da Ásia na época mais intensa das monções, em Julho e Agosto, quando muitas vezes deixam centenas de mortos e milhões afectados na região. Em Agosto de 2017, cerca de 700 pessoas morreram no norte da Índia devido a incidentes relacionados com as fortes chuvas, sendo mais afectados os estados de Bihar e Uttar Pradesh.
Hoje Macau China / ÁsiaPopulação da Índia irá ultrapassar a da China em 2022, diz Banco Mundial [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] população da Índia deverá ultrapassar a da China, actualmente o país mais populoso do mundo, no ano de 2022, de acordo com novos dados divulgados pelo Banco Mundial. “A China, com 1,4 mil milhões de habitantes é o país mais populoso do mundo em 2017. No entanto, a Índia, segundo país mais populoso, com 1,3 mil milhões de pessoas, deverá superar a população da China até 2022”, revela dados do Banco Mundial, disponíveis no portal da instituição sobre saúde, nutrição e população mundial, através de gráficos e tabelas que apresentam previsões até 2050. Em 2022, as previsões indicam que a população da Índia será de 1.411.415.000 enquanto a China terá 1.404.652.000 habitantes. Segundo os dados, a taxa de fertilidade da China diminuiu drasticamente desde a década de 1970. Os dados também indicam que, embora o México e o Japão tenham população semelhante (129 milhões e 127 milhões, respetivamente) em 2017, as estruturas etárias desses países parecem muito diferentes. As pirâmides populacionais dos dois países mostram que a população do México é muito mais jovem do que a do Japão. O México tem mais jovens e o Japão tem mais idosos. A população com mais de 65 anos aumentou rapidamente desde os anos 90 no Japão. No entanto, a população com mais de 65 anos no México deverá exceder 10 milhões em 2020 e aumentar de forma constante. Estima-se que as diferenças na população com idades entre 65 anos ou mais entre o Japão e o México diminuam até 2050. No que toca à saúde, o estudo refere, por exemplo, que as mulheres são mais vulneráveis ao VIH do que os homens, especialmente na África Subsaariana. Em 20 países da África Subsaariana, mais de 60% da população afetada pelo VIH são mulheres. Em outras regiões, menos da metade da população afetada pelo HIV são mulheres (sul da Ásia: 33%, América Latina e Médio Oriente: 38%). Segundo o Programa das Nações Unidas para o Combate ao VIH/Sida (UNAIDS), fatores estruturais, comportamentais e biológicos estão a aumentar o risco de infeção pelo VIH entre as mulheres. Os dados indicam que há mudanças na causa da morte em países de baixo rendimento nos últimos 16 anos. Em países de alto rendimento, a maioria das mortes é causada por doenças não transmissíveis, como doenças cardíacas e AVC, enquanto a maioria das mortes em países de baixo rendimento é causada por doenças transmissíveis. Na Zâmbia, Quénia, Malauí, Níger e Botsuana, com a maior proporção de causas de morte por doenças transmissíveis, mais de 78% das mortes foram causadas por doenças transmissíveis em 2000. No entanto, a proporção de causas de morte por doenças não transmissíveis aumentou nestes países em 2016. No Botswana, por exemplo, a percentagem de mortes causadas por doenças transmissíveis tem vindo a diminuir rapidamente, enquanto a proporção de mortes por doenças não transmissíveis aumentou entre 2000 e 2016.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia | Centenas exigem pena de morte para alegados violadores de menina [dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]entenas de pessoas saíram à rua no sábado, em várias localidades no centro da Índia, para exigir a pena de morte para dois suspeitos da violação de uma menina de 7 anos, foi ontem noticiado. A polícia deteve os dois suspeitos de violação da menina, que tentaram matar, na terça-feira em Mandsaur, uma cidade do estado de Madhya Pradesh. A cidade fica a 685 quilómetros a sudoeste de Nova Deli. A menina foi hospitalizada e o seu estado é estável, disse um responsável da polícia local Manoj Kumar Singh. A vítima esperava os pais à saída da escola, quando foi alegadamente raptada pelos dois suspeitos, indicou. Na Índia, os crimes contra as mulheres têm registado um aumento, apesar de leis mais severas. O país foi abalado por uma série de crimes sexuais desde 2012, quando uma estudante foi violada e assassinada por vários homens num autocarro em Nova Deli. O Governo aprovou legislação que agrava a pena pelo crime de violação de um adulto para 20 anos de prisão, e recentemente decidiu impor a pena de morte aos condenados por violação de crianças com menos de 12 anos.
Hoje Macau China / ÁsiaXi Jinping saúda alargamento de fórum regional à Índia e Paquistão [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente chinês, Xi Jinping, saudou a entrada da Índia e do Paquistão na Organização de Cooperação de Xangai, cuja reunião decorreu em contraste com a cimeira do G7. Xi deu as boas-vindas ao primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e ao Presidente do Paquistão, Mamnoon Hussain, afirmando que a presença destes é de “um grande significado histórico”. O líder chinês falava durante a abertura da cimeira da OCX, na cidade portuária de Qingdao, norte da China. Os dois países aderiram àquele bloco como membros permanentes no ano passado. “Mais estados-membros significa mais força para a organização, assim como mais atenção e expectativas dos povos dos países da região e da comunidade internacional”, disse Xi, acrescentando que o país partilha, “também, grandes responsabilidades na manutenção da segurança e estabilidade regionais e na promoção do desenvolvimento e prosperidade”. O bloco liderado por Pequim é visto como uma tentativa de desafiar a ordem global assegurada pelo ocidente. O grupo é dominado pela China e Rússia e inclui ainda o Cazaquistão, Uzbequistão, Quirguistão e Tajiquistão. Fundado em 2001, foi inicialmente concebido como um mecanismo de resolução de disputas fronteiriças, de luta antiterrorismo e, de forma mais implícita, para contrariar a influência norte-americana na Ásia Central, após a invasão do Afeganistão. Nos últimos anos, o fórum ganhou uma componente mais económica, impulsionado pela iniciativa chinesa “Nova Rota da Seda”, um gigante projeto de infraestruturas que visa reativar as antigas vias comerciais entre a China e a Europa através da Ásia Central. O projecto não é bem recebido por todos os membros do bloco, particularmente a Índia, que recusou apoiá-lo. Também a Rússia está cautelosa face à crescente influência da China, pelo que, apesar de ter apoiado a iniciativa, está também a tentar expandir a sua preponderância política e económica na região, através de uma união aduaneira designada União Económica da Eurásia. A China desvalorizou preocupações de que a organização visa projectar a influência de Pequim no exterior. O Global Times, jornal oficial do Partido Comunista Chinês, afirmou em editorial que, ao contrário das organizações ocidentais como a NATO e o G7 (grupo dos sete países mais industrializados do mundo), que procuram “consolidar a ordem económica global favorável ao ocidente”, a Organização de Cooperação de Xangai é inclusiva. “Não se trata de um instrumento para jogos de geopolítica, de procura de hegemonia ou de engrenagem em confrontação internacional”, lê-se. Mas à medida que as disputas comerciais com Washington se agravam, Pequim têm-se aproximado mais de Moscovo e Nova Deli. Na sexta-feira, Xi ofereceu ao presidente russo, Vladimir Putin, a primeira Medalha de Amizade da China, numa cerimónia em Pequim. No sábado, Xi reuniu com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, pela segunda vez em dois meses, tendo assinado acordos comerciais e de partilha de informação sobre as águas do rio Brahmaputra, que corre entre os dois países. A aparição altamente coreografada de Xi Jinping na abertura do fórum, marcou um contraste claro com a cimeira do G7, que terminou no sábado no Canadá, tendo ficado marcada pelas crescentes fricções entre os Estados Unidos e os seus aliados em torno do comércio.
Hoje Macau China / ÁsiaXi Jinping apela à cooperação com a Índia O Presidente chinês, Xi Jinping, apelou à cooperação intensa com a Índia durante uma cimeira informal na sexta-feira com o primeiro-ministro indiano Narendra Modi, numa altura em que ressurgem tensões fronteiriças e rivalidades no domínio da influência local [dropcap style≠‘circle’]X[/dropcap]i cumprimentou Modi no museu da cidade de Wuhan, no início de dois dias de encontros entre os líderes das duas nações mais populosas do mundo. “Concretizar uma grande cooperação entre os nossos dois grandes países pode gerar influência mundial”, afirmou Xi, segundo a emissora estatal CCTV. Xi disse esperar que a reunião “introduza um novo capítulo nas relações China-Índia”. Após a conversa, os dois líderes jantaram à beira do lago num dos ‘resorts’ preferidos do ex-líder chinês Mao Zedong, que estabeleceu fortes laços com a Índia independente antes de as relações se deteriorassem devido a disputas territoriais. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Índia, Raveesh Kumar, descreveu na rede social Twitter que os dois líderes “iriam rever a evolução das relações bilaterais numa perspectiva estratégica e de longo prazo”. As relações China-Índia datam de séculos, mas nas últimas décadas foram ensombradas pela corrida à liderança na Ásia. Os países travaram uma guerra fronteiriça em 1962 e, no ano passado, envolveram-se num impasse de 10 semanas no Estado vizinho do Butão. Nova Deli ficou também alarmada com as iniciativas chinesas de construir laços estratégicos e económicos com países do Oceano Índico, incluindo o Sri Lanka, as Maldivas e o rival de longa data da Índia, o Paquistão. A China, por sua vez, ressente-se do facto de a Índia acolher o líder espiritual tibetano exilado, o Dalai Lama, bem como o seu controlo de um território que Pequim diz pertencer-lhe. Disputas territoriais A China reivindica cerca de 90.000 quilómetros quadrados de território no nordeste da Índia, enquanto a Índia diz que a China ocupa 38.000 quilómetros quadrados e terras no planalto de Aksai Chin, no oeste dos Himalaias. As autoridades de ambos os países reuniram-se pelo menos 20 vezes para discutir as respectivas reivindicações fronteiriças, sem avanços significativos. Após um impasse de anos, a Índia concordou, no ano passado, retirar as tropas do disputado planalto de Doklam (Himalaias) onde as tropas chinesas haviam começado a construir uma estrada. A China reclama esta região estrategicamente importante, mas a Índia diz que pertence ao seu aliado Butão. Apesar dessas diferenças, Modi espera que a China possa ajudar a impulsionar o crescimento económico indiano antes das eleições nacionais de 2019. No entanto, seu governo tem-se mostrado relutante no apoio à iniciativa chinesa “Uma Faixa, Uma Rota” com a qual Pequim quer ligar a sua economia às da Ásia, Médio Oriente, África e Europa, através de empréstimos e avultados investimentos. Tendo em conta as actuais relações, a cimeira de Wuhan está a ser encarada como uma tentativa consciente de conduzir os laços numa nova direcção, disse Wang Lian, professor da Escola de Relações Internacionais da Universidade de Pequim. Independentemente do resultado da visita actual, Modi parece ter a intenção de construir um forte relacionamento pessoal com Xi, que será o líder da China nos próximos anos. Modi viajará novamente até à China em Junho para uma cimeira da Organização de Cooperação de Xangai, com oito membros, dominada por Pequim e Moscovo Juntamente com a China, a Rússia e a Índia, esse grupo inclui os Estados da Ásia Central do Cazaquistão, do Quirguistão, do Tadjiquistão, do Uzbequistão e do Paquistão.
Hoje Macau China / ÁsiaPresidentes da China e Índia reúnem-se no fim-de-semana [dropcap style=’circle’] A [/dropcap] cooperação e a gestão adequada das diferenças vão estar em foco na reunião informal, na sexta-feira e no sábado, entre o Presidente chinês e o primeiro-ministro indiano, foi ontem anunciado. A reunião entre Xi Jinping e Narendra Modi vai ser uma “oportunidade para aumentar a confiança mútua, aprofundar a cooperação pragmática, gerir adequadamente as diferenças, alcançar o desenvolvimento comum e contribuir para a promoção da paz e do desenvolvimento global e regional”, afirmou o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, no final de um encontro, no domingo, com o homólogo indiano, Sushma Sawraji. “As relações entre a China e a Índia mantiveram um desenvolvimento positivo”, indicou Wang no final da reunião, de acordo com agência noticiosa oficial chinesa Xinhua. Swaraji declarou que o encontro “reflecte o forte desejo de ambos os lados de fortalecer a comunicação estratégica” e insistiu que a Índia quer que a amizade entre Xi Jinping e Narendra Modi, que estiveram reunidos em Setembro passado, seja fortalecida e a cooperação entre os dois países atinja um novo máximo. De acordo com observadores, os dois líderes vão, no encontro que se vai realizar na capital da província central chinesa de Hubei, discutir pontos de vista sobre a situação internacional e regional e poderão ainda abordar a questão das disputas territoriais na fronteira, entre outros assuntos. Em Junho do passado, soldados dos dois países estiveram frente a frente numa zona disputada entre a China e o Butão, Doklam, ou Donglang (em chinês). A zona é reclamada pelo reino do Butão, um aliado de Nova Deli, mas Pequim diz pertencer à China, com base num tratado de 1890, assinado com o Reino Unido. Butão e China participaram em várias rondas de diálogo, mas nunca resolveram a disputa. China e Índia, ambas potências nucleares, partilham uma fronteira com 3.500 quilómetros de extensão, a maioria contestada. Diferendos territoriais levaram a um conflito, em 1962, que causou milhares de mortos.
José Simões Morais h | Artes, Letras e IdeiasUma Comissão para o IV Centenário [dropcap style=’circle’] O [/dropcap] s festejos para comemorar os quatrocentos anos da partida de Vasco da Gama de Lisboa para a Índia, ocorrida a 7 de Julho de 1497, passavam agora a ser para celebrar a sua chegada à costa indiana a 20 de Maio de 1498. Para o relato das reuniões, onde por proposta do Governador Eduardo Galhardo são constituídas, primeiro uma comissão e na seguinte, as subcomissões para preparar as comemorações desse IV Centenário, socorremo-nos dos jornais, Echo Macaense, cuja primeira reunião aparece descrita a 23 de Janeiro de 1898 e no dia seguinte n’ O Independente (jornal fundado em 1867 e que já ia na quinta série, pois fora por quatro vezes interrompido e o seu director José da Silva com inúmeros processos em tribunal). A convite do Sr. conselheiro Galhardo reuniram-se a 18 de Janeiro de 1898 no Palácio do Governo pelas duas horas da tarde os principais funcionários e cidadãos portugueses desta colónia e da comunidade chinesa, acima de cinquenta cavalheiros. Instalou-se a sessão na sala de dossel sob a presidência do Governador Galhardo, tomando assento na mesa de presidência, ficando à sua direita o Sr. juiz Ovídio d’ Alpoim e à esquerda o Sr. secretário-geral Bandeira de Lima. Expôs o presidente a finalidade da reunião e fez referência a duas circulares que o governo provincial recebeu da comissão executiva central de Lisboa para as comemorações desse IV Centenário do Descobrimento do Caminho Marítimo para a Índia. Propunha-se ali resolver a nomeação de uma comissão promotora de festejos para as celebrações em Macau. Pediu a palavra o Sr. comendador Basto, Presidente do Leal Senado e em conciso discurso patenteou a prontidão em que estava o município para coadjuvar a S. Exa. o Sr. Governador na realização dos festejos que se pretendiam fazer para comemorar um facto histórico que tanto lustre deu a Portugal. Disse também achar conveniente que nesta festa se prestasse uma justa homenagem ao grande poeta Camões, cantor da viagem de Vasco da Gama e que a memória desta festa fosse consagrada por algum monumento duradouro. O Sr. Dr. Lourenço Marques logo deu exemplos de algumas obras e uma delas poderia ser feita, como, a continuação da Estrada da Praia Grande até à Barra, um passeio no planalto da Flora, um chafariz. Comissão executiva Em seguida o Sr. Bandeira de Lima propôs que o Sr. Governador formulasse a lista dos membros da comissão executiva e a apresentasse à assembleia geral para ser aprovada por aclamação; e assim se fez. Ficou esta comissão executiva formada pelos seguintes cavalheiros: seria Presidente o Sr. Governador Eduardo Augusto Rodrigues Galhardo e vogais: Dr. Ovídio d’ Alpoim, juiz de direito; cónego Francisco Pedro Gonçalves, Governador do Bispado; Mário Pires Monteiro Bandeira de Lima, Secretário-geral; António Joaquim Basto, Presidente do Leal Senado; deão Manuel J. de Conceição Borges, Presidente do Cabido; conselheiro Arthur Tamagnini Barbosa, inspector da Fazenda; Dr. José Gomes da Silva, chefe do Serviço de Saúde; Tenente-coronel de engenharia Augusto d’ Abreu Nunes, Director das Obras Públicas; João Albino Ribeiro Cabral, professor e reitor do Liceu Nacional; Leôncio Alfredo Ferreira, procurador administrativo dos negócios sínicos; Câncio Jorge, administrador do concelho; Eduardo Marques, chefe da Repartição do Expediente Sínico; Dr. A. de Mello Alvellos [ou será Dr. Francisco de Melo Lemos e Alvellos], delegado do procurador da coroa; Capitão-tenente António Talone da Costa e Silva, Capitão do porto; Tenente-coronel Porphyrio Zeferino de Souza; João de Souza Canavarro, administrador do Concelho da Taipa; Pedro Nolasco da Silva, Dr. Lourenço Pereira Marques, Lu cau e Ho Lin-vong. Em seguida, “o governador convidou os membros da comissão para se reunirem no dia seguinte a fim de tratar do programa dos festejos; e no entretanto apresentou à consideração da assembleia duas ideias acerca das quais queria ouvir a opinião dos cavalheiros aí reunidos, antes de propô-las à comissão executiva. Disse ser <de justiça pagar uma dívida de gratidão ao benemérito Governador João Ferreira do Amaral, a cuja energia se deve a verdadeira autonomia de Macau, por isso propunha que entre os Festejos se incluísse a cerimónia de lançar a pedra fundamental para um monumento dedicado à sua memória e associá-lo ao nome do valente Vicente Nicolau de Mesquita, visto que aquele valente oficial salvou a cidade de uma invasão de chineses que poderia ter destruído a obra do dito governador, por isso lembrava que o mesmo monumento fosse também dedicado à memória do Mesquita>. A outra proposta era, como propusera o Presidente do Leal Senado, que <tendo sido Luís de Camões, o cantor das façanhas de Vasco da Gama, era de justiça que também nesta comemoração se prestasse homenagem ao grande poeta que imortalizou nos seus versos esta memorável viagem>, mais, <havendo em Macau a célebre gruta onde diz a tradição que o grande vate compôs parte dos seus poemas>. Aplaudida a dupla proposta, ficou resolvido tratar-se do programa no dia seguinte”, do Echo Macaense. A reunião do dia seguinte “A comissão, que se reuniu no dia 19, nomeou uma subcomissão de sete membros a fim de redigir o programa dos festejos e propor a forma de obter os meios necessários para a sua realização”, segundo O Independente e o Echo Macaense especifica, “Soubemos que foram nomeados para este fim os srs. António Joaquim Basto, Abreu Nunes, Tamagnini Barbosa, cónego Conceição Borges, Pedro Nolasco da Silva, António Talone da Costa e Silva e Lu cao”. E voltando ao jornal O Independente, “Esta subcomissão já assentou nos festejos a propor e na forma de se obterem os meios para se levarem a efeito, devendo em breves dias apresentar o seu relatório”. É ele apresentado e aprovado no dia 1 [para O Independente dia 2] de Fevereiro, no Palácio do Governo, aquando da reunião da comissão executiva dos festejos do centenário, onde também foram nomeadas subcomissões. Tal refere o Echo Macaense de 6 de Fevereiro de 1898, que ainda adita estar “a fábrica de cimento da Ilha Verde iluminada à luz eléctrica, podendo-se ver de Macau quatro focos bem luzentes todas as noites”. O programa geral formulado pela comissão executiva local, na sua sessão de 2 de Fevereiro, só vem publicado n’ O Independente de 20 de Fevereiro. Assenta os dias em que se realizarão os festejos: 17, 18, 19 e 20 de Maio de 1898 e o programa de cada um desses dias, assim como refere a criação de uma pública biblioteca denominada Vasco da Gama, nome que se quer dar à avenida feita no espaço arborizado entre a Calçada do Gaio e o Monumento da Vitória. Sobre os monumentos, pretende-se colocar uma coroa de bronze no busto de Camões e erguer, em memória de Ferreira do Amaral e Mesquita, um obelisco, que será colocado sobranceiro ao passeio da Bela Vista e para custeá-lo promover-se-á uma subscrição em Macau e entre os portugueses estabelecidos em Hong Kong e nos portos da China, Japão e Indochina”.
Julie Oyang h | Artes, Letras e IdeiasVirtudes femininas [dropcap style≠‘circle’]”O[/dropcap] melhor dote é a virgindade de uma mulher.” “A mulher que sofre violência doméstica deve aprender a aceitar o marido. Este género de mulheres não se enfurece com facilidade.” “É importante que uma mulher procure um marido dentro da mesma classe social. Desta forma garante que dará à luz uma criança de linhagem nobre.” Estes gravíssimos disparates Confucianos são ensinados na China dos nossos dias e, dificilmente se imaginará o povo a agradecer ao actual Presidente chinês, pela patifaria de ter ressuscitado a grande tradição chinesa. No entanto, o meu tópico de hoje não é a China, mas sim o documentário da BBC A filha da Índia. Fala-nos sobre uma violação que teve lugar em 2012, num autocarro para Nova Deli, capital da Índia. A 16 de Dezembro de 2012, uma estudante de medicina chamada Jyoti Singh, com 23 anos de idade, decidiu ir ao cinema ver A Vida de Pi com um amigo. Às 20.30, apanhou o autocarro para regressar a casa. Realizado por Leslee Udwin, este documentário, forte, corajoso e de cortar o coração, segue passo a passo, ao longo dos seus 63 minutos, o que se vai passando naquele autocarro em movimento, enquanto Jyoti é brutalmente violada por cinco homens e um adolescente de 17 anos e, de seguida, esventrada e atirada à rua. Mas, mais do que a violação, o que verdadeiramente me impressionou foram as entrevistas: Ficam aqui algumas frases memoráveis: “Uma rapariga decente não deve andar na rua às 9h da noite. A rapariga é mais responsável pela violação do que o rapaz.” Isto, segundo um dos violadores. “Uma rapariga é como um diamante precioso. Se pusermos o diamante no meio da rua, não podemos culpar quem o leva.” “Esclarece-nos” o advogado de defesa. “Uma rapariga não deve sair de casa à noite com o namorado. Não estamos a falar de violação, estamos a falar dos direitos do homem (de violá-la).” Declara um dos violadores. “Ela devia ter ficado calada e deixado que a violássemos.” “Eu tinha-a regado com gasolina e pegado fogo”, diz outro advogado de defesa que conhece as leis indianas. A Filha da Índia provoca desgosto e revolta, mas também pena pela ignorância. O documentário mostra como nos 30 dias que se seguiram, por toda a Índia, homens e mulheres se manifestaram na rua exigindo que a constituição indiana reconhecesse a igualdade dos sexos, o que nunca viria a acontecer. Estes acontecimentos marcaram aquilo a que o procurador geral, Gopal Subramaniam, chama no filme “uma expressão momentânea de esperança social”. Na Índia, uma mulher é violada a cada 20 minutos. No entanto, a maior parte destes casos não é denunciada. A exibição do documentário está actualmente proibida na Índia, por ser considerada nociva para a imagem do país.
Hoje Macau DesportoFutebol | Índia pré-convoca onze sub-23 para encontro com Macau A partida assume um carácter decisivo tanto para Macau como para a Índia. Se a selecção do território não conseguir uma vitória, fica desde logo afastada da Taça Asiática [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] selecção da Índia convocou 11 jogadores sub-23, num total de 28 atletas, para a recepção a Macau, no próximo 11 de Outubro, em jogo a contar para o apuramento para a fase final da Taça Asiática. A lista provisória de convocados foi anunciada, na terça à noite, pelo inglês Stephen Constantine, que orienta a formação indiana. A partida assume um carácter decisivo tanto para Macau como para a Índia. Se a selecção do território não conseguir uma vitória, fica desde logo afastada da competição que se disputa em 2019. Por outro lado, a Índia está apenas a uma vitória de conseguir o apuramento. Os indianos ocupam o primeiro lugar do Grupo A, com nove pontos em três jogos. Nas últimas onze partidas a Índia ganhou sempre, o que fez com que o técnico deixasse um aviso aos jogadores durante a conferência de imprensa aos 28 pré-convocados. “Todos os jogos começam 0-0. Os resultados dos encontros anteriores já fazem parte da História e não vão ter qualquer influência quando for dado o apito iniciar para o jogo com Macau”, avisou o seleccionador Constantine, de 54 anos, de acordo com o portal indiano The Fan Garage. “Nesta altura estou ansioso para começar a trabalhar com os nosso rapazes. Precisamos de treinar arduamente para não colocarmos em risco as nossas hipóteses de garantirmos um bilhete para a Taça Asiática de 2019”, acrescentou. Chhetri chamado A selecção da Índia tem como principal figura o avançado Sunil Chhetri, que chegou a representar a formação B do Sporting Clube de Portugal. Nos três jogos de apuramento disputados até ao momento, o atleta de 33 anos apontou dois golos. Além do avançado foram pré-convocados quatro guarda-redes: Subrata Paul, Gurpreet Sandhu, Amrinder Singh, Vishal Kaith; os defesas: Pritam Kotal, Lalruatthara, Nishu Kumar, Sandesh Jhingan, Anas Edathodika, Salam Singh,Sarthak Golui, Jerry Lalrinzuala e Narayan Das. No meio-campo, Constantine conta com: Jackichand Singh, Udanta Singh, Nikhil Poojary, Eugeneson Lyngdoh, Rowllin Borges, Rafique, Anirudh Thapa, Germanpreet Singh e Halicharan Narzary. Balwant Singh, Allen Deory, Jeje Lalpekhlua, Hitesh Sharma e Vineeth fazem companhia a Chhetri no ataque. As equipas voltam a defrontar-se, após o jogo de 5 de Setembro, quando a Índia ganhou por 2-0, no Estádio de Macau, na Taipa. Contudo o resultado acabou por ser lisonjeiro para a formação da Flor de Lótus, visto que os indianos tiveram muitas mais oportunidades de golo. A partida de Setembro marcou igualmente a estreia de Chan Hiu Ming nos comandos da selecção de Macau. No entanto, uma derrota na partida acaba com as poucas esperanças que Macau tem de se qualificar para a competição nos Emirados Árabes Unidos.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim mantém tropas em território disputado com a Índia [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China disse ontem que as suas tropas continuam a patrulhar o planalto de Doklam, território disputado nos Himalaias, apesar de a Índia ter afirmado que acordou com Pequim a retirada dos soldados dos dois países. “A Índia retirou da delimitação todo o seu pessoal”, disse em conferência de imprensa a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hua Chunying. As tropas fronteiriças chinesas “continuam a patrulhar a área” e a China “continuará a exercer a sua soberania e a defender a sua integridade territorial”, acrescentou. A porta-voz não confirmou que tenha havido um acordo com Nova Deli, que prevê a retirada dos soldados dos dois países, como garantiu, em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros indiano. Do outro lado A nota do ministério indiano aponta que os dois lados mantiveram contactos sobre a situação em Doklam e conseguiram expressar as suas visões e transmitir as suas preocupações e interesses, tendo ambos iniciado o processo de retirada das tropas daquele território. Tropas indianas entraram no planalto depois de o Butão, aliado da Índia, ter reclamado que uma equipa do exército chinês estava a construir uma estrada dentro do seu território. Hua Chunying não teceu comentários sobre a construção dessa infraestrutura. O anúncio surge a uma semana de o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, viajar para a China, para participar na cimeira do BRICS, o grupo de economias emergentes, que inclui ainda África do Sul, Brasil e Rússia. Durantes os últimos meses, a Índia insistiu que o problema fosse resolvido através do diálogo, enquanto a China exigiu que a Índia retirasse as suas tropas de Doklam, como condição para o diálogo. Aquela área é conhecida na Índia como “corredor siliguri” (ou “pescoço da galinha”), um corredor estreito, que liga os estados do nordeste da Índia ao resto do país. Caso a China conseguisse bloquear aquele corredor, o nordeste da Índia passaria a estar isolado do resto do país. Já o Butão teme que a construção de uma estrada afecte as negociações sobre a sua fronteira. China e Índia, ambas potências nucleares, partilham uma fronteira com 3.500 quilómetros de extensão, a maioria contestada. Diferendos territoriais levaram a um conflito, em 1962, que causou milhares de mortos.
Hoje Macau China / ÁsiaSoldados chineses e indianos atiram pedras uns contra os outros [dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]oldados indianos e chineses atiraram pedras uns contra os outros na área da Caxemira controlada pela Índia, revelaram ontem funcionários indianos, numa altura de renovada tensão entre os dois países em torno de um território no sul do Tibete. Os soldados chineses atiraram pedras quando tentavam entrar na região de Ladakh, perto do lago Pangong, nos Himalaias, mas foram confrontados por soldados indianos, revelou um responsável da polícia indiana. A mesma fonte, citada pela agência Associated Press, diz que os soldados indianos retaliaram, mas nenhum dos dois lados recorreu a armas de fogo. Até ao momento, a China não comentou o incidente. Um funcionário dos serviços secretos indianos disse que os confrontos ocorreram depois de soldados indianos interceptarem uma patrulha chinesa que virou para território indiano, após se ter alegadamente perdido, devido ao mau tempo. Os soldados começaram a berrar uns com os outros e acabaram por atirar pedras. Elementos dos dois lados sofreram ferimentos ligeiros. Após trinta minutos de confrontos, os soldados recuaram, disse a mesma fonte, que falou sob condição de anonimato. Estrada da polémica O incidente ocorre numa altura em que os exércitos dos dois países se encontram frente a frente no planalto de Doklam (Donglang, em chinês), uma área também reclamada pelo Butão, que mantém com a Índia uma cooperação próxima a nível de segurança, e onde a China está a construir uma estrada. Nova Deli enviou tropas para o outro lado da fronteira depois de equipas de construção chinesas terem iniciado a expansão para sul da estrada de Yadong, no Tibete. Pequim exige que os soldados indianos se retirem unilateralmente, como condição para o diálogo, enquanto Nova Deli quer que ambos os lados se retirem. China e Índia, ambas potências nucleares, partilham uma fronteira com 3.500 quilómetros de extensão, a maioria contestada. Pequim é um importante aliado e fornecedor de armas do Paquistão, país rival da Índia. Em 1962, um conflito motivado por disputas fronteiriças causou milhares de mortos. Caxemira, nos Himalaias, é dividida entre a Índia, Paquistão e China.
Hoje Macau China / Ásia MancheteHimalaias | Pequim intensifica advertências à índia Pequim está a intensificar as advertências à Índia para que retire as tropas de uma zona disputada com o Butão, nos Himalaias, ao afirmar que a contenção da China tem limites. A realização de exercícios com fogo real surge também como uma forma de pressão. [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Índia disse que as suas tropas entraram no planalto de Doklam (ou Donglang, em chinês), em Junho passado, depois de o Butão, aliado de Nova Deli, ter reclamado que uma equipa do exército chinês estava a construir uma estrada dentro do seu território. Pequim afirmou que a disputa não tem a ver com a Índia e exigiu que as tropas indianas deixem a região unilateralmente, como precondição para o diálogo. A televisão estatal CCTV difundiu sexta-feira um vídeo que mostra uma unidade do exército chinês a conduzir exercícios com fogo real numa parte do Tibete não identificada. As imagens sugerem uma tentativa de aumentar a pressão sobre a Índia, na linha de comentários recentes das autoridades e imprensa de Pequim Esta semana, os Ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Defesa chinês e o jornal oficial do Partido Comunista Chinês já avisaram que a China não vai recuar. O porta-voz do Ministério da Defesa chinês Ren Guoqiang afirmou na quinta-feira que embora as tropas chinesas tenham demonstrado “extrema boa vontade” e “muita contenção… a contenção tem limites”. “Nenhum país deve subestimar a confiança das forças chinesas e a sua capacidade para salvaguardar a paz e a sua determinação e vontade em defender a soberania, segurança e interesses do desenvolvimento nacionais”, afirmou Ren, em comunicado. Apesar de China e Butão terem negociado, durante décadas, as fronteiras sem incidentes sérios, o pequeno reinado dos Himalaias pediu, desta vez, ajuda a Nova Deli, que enviou tropas através da fronteira, a partir do estado de Sikkim. O Butão teme que a construção de uma estrada afecte as negociações sobre a sua fronteira. Nova Deli afirmou que o envio de tropas visa mostrar às forças chinesas a necessidade de não se alterar o ‘status quo’ e que qualquer construção teria “sérias implicações para a segurança da Índia”. Triplas preocupações Na quinta-feira, a ministra dos Negócios Estrangeiros indiana, Sushma Swaraj, disse que a Índia está preocupada que as ações da China afectem a tripla fronteira entre o Butão, a China e Índia, assim como a fronteira entre a Índia e a China. A responsável garantiu que a Índia “vai continuar a empenhar-se junto com a China para resolver a disputa”. “A guerra não é solução para nada”, afirmou Swaraj. “Paciência, controlo nos comentários e diplomacia podem resolver os problemas”. Especialistas indianos apontaram que ao construir a estrada, a China poderá ganhar acesso a uma faixa estreita no território da Índia, conhecido como “corredor siliguri” (ou “pescoço da galinha”). Caso consiga bloquear esse corredor, o nordeste da Índia passa a estar isolado do resto do país. Na quarta-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês publicou um documento sobre “os factos” sobre as tropas indianas “invadirem” território chinês, apelando à Índia para que retire imediata e incondicionalmente. A mesma nota indicou que Pequim vai trabalhar com o Butão para resolver a questão fronteiriça. O documento afirmou que, no final de julho, mais de 40 soldados indianos continuavam na região, menos do que quando, em 16 de junho passado, mais de 270 tropas indianas armadas avançaram, com escavadoras, até 100 metros dentro da fronteira da China. Em editorial publicado a semana passada, o jornal oficial Diário do Povo acusou a imprensa e funcionários indianos de “inventarem todo o tipo de desculpas esfarrapadas” para a sua acção. China e Índia, ambas potências nucleares, partilham uma fronteira com 3.500 quilómetros de extensão, a maioria contestada. Diferendos territoriais levaram a um conflito, em 1962, que causou milhares de mortos. Justiça | Antigo chefe do PC Chinês condenado a prisão perpétua [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m tribunal chinês condenou sexta-feira a prisão perpétua um antigo chefe do Partido Comunista da China (PCC) numa província atingida por fraude eleitoral, por aceitar subornos no valor de 18,5 milhões de euros. Wang Min, antigo chefe do PCC na província de Liaoning, foi também condenado por corrupção e negligência no exercício de funções, além de suborno, noticiou o jornal oficial Diário do Povo. Wang foi acusado de aceitar dinheiro e bens num valor superior a 146 milhões de yuan e abuso de poder, enquanto exercia funções nas províncias de Jilin e Liaoning, entre 2004 e 2016, segundo a imprensa estatal. O antigo alto quadro comunista foi ainda considerado culpado de negligência, por responsabilidades numa “grave fraude eleitoral, incluindo compra de votos”. As alegações de fraude eleitoral levaram à destituição de muitos dos membros da assembleia de Liaoning, no ano passado. A assembleia supervisiona as decisões a nível provincial, apesar de decisões-chave serem tomadas pelo Governo central. Após ascender ao poder em 2013, o Presidente chinês, Xi Jinping, lançou a mais ampla campanha anticorrupção de que há memória na China. Só em 2016, foram abertos processos contra 48 funcionários com o estatuto de vice-ministro ou superior. Em Junho passado, o antigo responsável pelas estatísticas chinesas foi condenado a prisão perpétua, por aceitar subornos num valor superior a 22 milhões de dólares, ao longo de duas décadas.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim ameaça Índia caso não abandone área disputada [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Índia deve retirar as suas tropas do território chinês se não quiser uma guerra, declarou o director do centro de cooperação internacional de segurança do Ministério da Defesa chinês, Zhou Bo. Zhou Bo e o general do exército indiano, Ashok Mehta, participaram num debate no canal CGTN, dedicado à crescente tensão na zona de Doklam. Ao responder à afirmação de Ashok Mehta sobre Doklam ser uma área disputada, o seu oponente chinês disse que “o Butão participou em 24 rondas de negociações, mas nunca pôs em causa que este seja um território chinês”. A tensão entre a Índia e a China em torno de Doklam, uma área montanhosa na fronteira entre a Índia, a China e o Butão, permanece desde Junho. A China iniciou a construção de uma estrada na região, o que causou protestos da parte do Butão. Uns dias depois, as tropas da Índia — país que mantém laços de amizade com o Butão — atravessaram a fronteira e fizeram com que os soldados chineses deixassem o território. Mais tarde, a chancelaria da China afirmou que o território, onde estava a ser construída a estrada, está mais uma vez sob controlo dos militares chineses, reforçando que o pedido a Nova Deli para a retirada das suas tropas da área já foi feito várias vezes e visa acabar com a tensão. Ao discursar na cerimónia por ocasião do 90º aniversário do exército chinês, Xi Jinping declarou que Pequim é a favor da paz e do diálogo e não pretende tornar-se agressor, mas não permitirá que lhe tirem nem um pedaço do território. ASEAN quer negociar pacto de não-agressão rapidamente [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s principais diplomatas do Sudeste Asiático vão tentar negociar “o mais rápido possível” um pacto de não-agressão com a China para evitar confrontos no Mar do Sul da China, segundo a agência noticiosa norte-americana Associated Press. A AP indica ter visto ontem um projecto de comunicado da reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), referindo que os chefes da diplomacia vão pedir o início imediato de negociações sobre o designado Código de Conduta na zona em disputa, depois dos seus governos terem acordado as linhas gerais do mesmo com a China em Maio. As disputas no Mar do Sul da China, os testes de mísseis da Coreia do Norte e o aumento do radicalismo islâmico na região devem centralizar as discussões das reuniões dos ministros dos Negócios Estrangeiros da ASEAN e dos seus homólogos asiáticos e ocidentais que decorrem em Manila a partir de sábado. Robespierre Bolivar, porta-voz do Departamento de Negócios Estrangeiros das Filipinas, descreveu o progresso inicial após anos de esforço dos países do Sudeste Asiático para negociar um código de conduta com a China como “um passo muito importante”.
Hoje Macau China / ÁsiaConselheiro indiano em Pequim para discutir problemas na fronteira A China não podia ser mais clara: a sua determinação em manter o território disputado é “inabalável” [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Conselheiro de Segurança Nacional indiano, Ajit Doval, esteve este fim de semana em Pequim, numa altura de renovada tensão entre a Índia e a China, em torno de uma área disputada nos Himalaias. Não houve declarações sobre o encontro entre Ajit Doval e o seu homólogo chinês, Yang Jiechi, mas os dois terão reunido, à margem de um fórum dedicado à segurança, do grupo de economias emergentes BRICS, que inclui ainda Brasil, Rússia e África do Sul. Tropas indianas estão desde Junho no planalto de Doklam (Donglang, em chinês), uma área também reclamada pelo Butão, que mantém com a Índia uma cooperação próxima a nível de segurança, e onde a China está a construir uma estrada. China e Índia, ambas potências nucleares, partilham uma fronteira com 3.500 quilómetros de extensão, a maioria contestada. Diferendos territoriais levaram a um conflito, em 1962, que causou milhares de mortos. Durante a reunião, Doval afirmou que a discussão sobre questões de segurança faz parte dos esforços para “ajudar a paz e estabilidade globais”. O grupo está sobretudo focado em questões económicas e comerciais e não tem um mecanismo formal para mediar disputas entre os seus membros, no âmbito da segurança. Palavras ditas A China exigiu a retirada de tropas indianas como condição para iniciar um diálogo, enquanto Nova Deli defende que ambos os lados se devem retirar. Ambos reclamam que contam com o apoio internacional na disputa. Esta semana, o ministro chinês da Defesa avisou a Índia para não subestimar a determinação da China em salvaguardar o que considera território seu. A determinação de Pequim em defender o seu território é “inabalável” e é “mais fácil fazer tremer uma montanha do que fazer tremer o Exército de Libertação Popular”, afirmou Wu, usando o nome oficial do exército chinês. “Aqui está um lembrete para a índia: não abusem da sorte e não se agarrem a fantasias”, afirmou. Na quinta-feira, o ministro indiano dos Negócios Estrangeiros, Gopal Baglay, recusou comentar os encontros de Doval em Pequim, mas disse que se deve lidar com o impasse pacificamente através do diálogo e “de forma a que não se torne numa disputa”. “Essa continua a ser a nossa posição e isso é exactamente o que dissemos no passado”, afirmou Baglay aos jornalistas. Irão | Enviado especial na posse de Rouhani [dropcap style≠’circle’]H[/dropcap]e Lifeng, enviado especial do presidente chinês Xi Jinping, participará da cerimónia de posse do presidente iraniano Hassan Rouhani em Teerão a 5 de agosto, anunciou na sexta-feira o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lu Kang. He, chefe da Comissão Nacional do Desenvolvimento e Reforma da China, participará na cerimónia a convite do governo iraniano, disse Lu, acrescentando que a China e o Irão gozam de uma relação amistosa e que em Janeiro de 2016, o presidente Xi fez uma visita de Estado àquele país, durante a qual as duas partes anunciaram que estabelecerão uma parceria estratégica integral. A China dá grande importância às relações com o Irão e trabalhará com o país para fortalecer a amizade e aprofundar a cooperação prática, disse o porta-voz. BRICS | Por um “ novo tipo de relação internacional” [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente chinês, Xi Jinping, disse que aumentar a cooperação do BRICS não só protege e expande os interesses dos países do bloco, mas também ajuda a explorar caminhos para construir um novo tipo de relações internacionais. Xi fez o comentário quando se reuniu com o secretário do Conselho de Segurança Nikolai Patrushev (Rússia), o ministro de Segurança do Estado David Mahlobo (África do Sul), o conselheiro de Segurança Nacional Ajit Doval (Índia), e o ministro de Segurança Institucional Sérgio Etchegoyen (Brasil), que estão em Pequim para participar na 7ª reunião dos altos representantes do BRICS sobre assuntos de segurança. Xi felicitou o sucesso da reunião de dois dias, dizendo que o evento fez importantes preparações para a cimeira do BRICS que será em Setembro na cidade de Xiamen, sudeste da China. Trabalho | Menor desemprego urbano dos últimos anos [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] taxa de desemprego registado nas cidades chinesas fixou-se em 3,95% no fim do segundo trimestre, o nível mais baixo nos últimos anos, segundo os dados oficiais. A China criou 7,35 milhões de empregos no primeiro semestre do ano, 180 mil a mais que no mesmo período do ano passado, anunciou nesta sexta-feira o Ministério dos Recursos Humanos e da Segurança Social. A taxa de desemprego registado é calculada com base no número das pessoas desempregadas que se registaram nas autoridades de recursos humanos ou instituições de serviço de emprego.
Hoje Macau China / ÁsiaAl-Qaeda anuncia criação de grupo na Caxemira indiana [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] grupo radical Al-Qaeda anunciou a criação de um novo grupo ‘jihadista’ na Caxemira indiana, utilizando a imagem de um jovem separatista cuja morte em 2016 motivou protestos nesta região disputada entre a Índia e o Paquistão. “Um novo movimento da ‘jihad’ foi fundado pelos camaradas do mártir Burhan Wani, sob a liderança do combatente Zakir Musa”, anunciou o gabinete de imprensa da Al-Qaeda para o subcontinente indiano, AQIS, num comunicado no seu canal na rede social Telegram. Wani, um conhecido comandante da formação separatista de Caxemira Hizbul Mujahidden, morreu há um ano numa operação de tropas indianas, o que desencadeou uma onda de protestos violentos, que se saldaram em mais de 100 mortos e milhares de feridos. “Após o martírio do heróico combatente Burhan Wani, a ‘jihad’ em Caxemira entrou numa etapa de despertar (…) para expulsar as agressões dos tiranos invasores indianos e, através da ‘jihad’, libertaremos a nossa pátria Caxemira”, explica o grupo terrorista, na nota. O novo grupo foi baptizado como Ansar Ghazwat-ul-hind e será liderado por Musa. Cenário de guerra Caxemira é cenário habitual de ataques de rebeldes contra as tropas indianas e, neste ano, cerca de cem insurgentes e 40 elementos das forças de segurança morreram em confrontos, operações e ações terroristas. A Índia acusa o Paquistão de apoiar terroristas que atacam em território indiano com o objetivo de impulsionar o movimento independentista em Caxemira. Situada aos pés dos Himalaias, Caxemira é a única região indiana com maioria muçulmana e o Paquistão reclama a sua soberania desde a divisão do subcontinente e independência do império britânico em 1947. As duas nações já se envolveram em várias guerras e conflitos menores no território, separado por uma fronteira provisória que divide Caxemira em dois e que é uma das zonas mais militarizadas do mundo.