Jornalista filipino assassinado, o terceiro este ano

O jornalista filipino Percy Lapid, crítico da classe política e conhecido por expor a corrupção nas instituições filipinas, foi morto a tiro em Manila, disseram terça-feira fontes policiais. Percibal Mabada, mais conhecido como Percy Lapid, de 67 anos, foi morto a tiro na segunda-feira à noite por dois homens numa mota que o atacaram à entrada de um bairro residencial na parte norte da capital filipina.

O jornalista criticou o governo do actual Presidente, Ferdinand Marcos Jr., bem como o antecessor, Rodrigo Duterte. “Há uma investigação aberta para determinar os motivos deste caso. A Polícia Nacional Filipina está empenhada em fazer cumprir a justiça”, disse a força policial nacional em comunicado.

Lapid denunciou o nepotismo e a corrupção nas instituições, e foi particularmente crítico em relação à violenta “guerra às drogas” de Duterte (que governou entre 2016 e 2022), que causou milhares de mortes, e da tentativa de reescrever o período da lei marcial sob o regime Ferdinand Marcos Sr. (1972-1981).

Recentemente, focou a sua atenção na política filipina Lorraine Badoy, acusada de ameaçar um juiz por este ter decidido a favor dos insurgentes comunistas do Novo Exército Popular, determinando que não se tratava de uma organização terrorista, tal solicitado pela acusação.

Triste marca

Lapid é o terceiro jornalista a ser morto nas Filipinas este ano, de acordo com a UNESCO. A organização Repórteres sem Fronteiras classificou as Filipinas em 147.º lugar entre 181 países no relatório de 2022 sobre liberdade de imprensa, caindo seis lugares no ‘ranking’ desde que Duterte chegou ao poder em 2016.

As Filipinas estão entre os países mais perigosos do mundo para a prática do jornalismo. Desde o regresso da democracia em 1986, foram mortos 191 jornalistas, 21 dos quais durante o mandato de Duterte, de acordo com a Comissão de Proteção dos Jornalistas.

Tal contrastou com a liberdade de imprensa tradicional das Filipinas em comparação com outros países asiáticos. Ainda hoje, apesar da violência, o ecossistema dos meios de comunicação social é mais diversificado do que nas nações vizinhas.

6 Out 2022

Casinos virtuais | Filipinas deportam 40.000 cidadãos chineses

As Filipinas confirmaram ontem que vão banir a maioria dos casinos virtuais operados por chineses no país e deportar 40.000 cidadãos chineses que trabalham no sector, após uma recente vaga de sequestros e crimes ligados aos jogos de azar.

O Departamento de Justiça das Filipinas (DoJ) anunciou que vai encerrar as operações de até 175 operadores de jogos de azar virtuais, designados como POGOs (Philippine Offshore Gaming Operators), que estão ainda a operar no país apesar das respetivas licenças já terem expirado.

Estes operadores também são acusados de incumprimento fiscal e o DoJ apontou ainda para ligações a redes chinesas de crime organizado. “A campanha foi desencadeada por relatos de assassinatos, sequestros e outros crimes cometidos por cidadãos chineses contra cidadãos chineses”, disse o porta-voz do Departamento de Justiça das Filipinas, José Dominic Clavano, citado pela imprensa local.

A decisão das autoridades filipinas foi elogiada pela Embaixada da China em Manila, que reiterou que Pequim “opõe-se firmemente e toma medidas duras para combater o jogo”.

Cerca de 30 POGOs vão continuar a operar no país do Sudeste Asiático, de acordo com a imprensa local. No auge da indústria, no entanto, estes casinos virtuais empregavam até 210.000 cidadãos chineses.

A indústria prosperou sob o mandato do anterior Presidente filipino, Rodrigo Duterte, que favoreceu uma aproximação à China, em detrimento das relações com os aliados tradicionais. Apesar da oposição declarada de Duterte quando assumiu o poder em relação a este sector, os POGOs registaram um crescimento muito significativo durante o seu mandato presidencial.

As receitas do sector mais do que quadruplicaram para 4,1 mil milhões de dólares durante os primeiros três anos do seu mandato, convertendo as Filipinas numa das capitais mundiais do jogo, juntamente com as vizinhas Singapura e Macau.

Em 2020, o Governo filipino arrecadou 7,2 mil milhões de pesos (cerca de 123 milhões de euros) em receitas fiscais. Em 2021, as taxas de licenciamento totalizaram 3,9 mil milhões de pesos (cerca de 81 milhões de euros).
Mas o crescimento da indústria fez soar o alarme entre as autoridades filipinas. Deputados filipinos alertaram para a potencial presença de milhares de oficiais dos serviços de informações chineses sob a cobertura dos POGOs e lamentaram a ocorrência de diversas actividades ilícitas, incluindo evasão fiscal, prostituição, tráfico de pessoas, lavagem de dinheiro e, em alguns casos, assassinatos, tortura e sequestros.

Entre Janeiro e Setembro de 2022, 15 em 27 casos de sequestro nas Filipinas estiveram relacionados com a actividade dos POGOs, de acordo com dados divulgados pela polícia filipina.

Nova ordem

A eleição de Ferdinand Marcos Júnior para o cargo de Presidente das Filipinas, em maio passado, implicou mudanças nas relações entre Pequim e Manila. O novo Presidente filipino está a pressionar para que exista um relacionamento mutuamente benéfico com Pequim, baseado em projectos concretos e investimentos de alta qualidade.

No início do seu mandato, Ferdinand Marcos Júnior, filho do antigo ditador com o mesmo nome, suspendeu uma série de grandes projectos de infraestruturas apoiados pela China, apontando preocupações com as condições de financiamento e altas taxas de juros.

30 Set 2022

Filipinas consideram banir casinos virtuais chineses face a “custo social”

As autoridades filipinas anunciaram hoje que estão a considerar banir casinos virtuais, focados no mercado chinês, após uma recente onda de sequestros e crimes ligados às suas atividades.

O ministro das Finanças do país, Benjamin Diokno, apontou que os custos sociais superam as receitas tributárias geradas por aquelas empresas. O presidente do Senado, Juan Miguel Zubiri, indicou que o órgão legislativo do país está a estudar o assunto.

“Estamos à espera de um relatório (…) antes de tomar a decisão final”, disse Zubiri, em conferência de imprensa, referindo-se a um projeto de lei apresentado na segunda-feira, com o objetivo de banir ou penalizar o jogo ‘online’.

O senador disse concordar com o ministro sobre o “custo social” derivado das empresas, que incluem atividades criminosas como a lavagem de dinheiro, extorsão e até assassinatos.

Estas entidades, conhecidas como POGOs (Philippine Offshore Gaming Operators), são legais no arquipélago desde que o ex-presidente Rodrigo Duterte ascendeu ao poder, em 2016, e permitem que o público chinês jogue póquer ou roleta virtuais, que são atividades ilegais na China.

A polícia filipina resgatou, na semana passada, 43 cidadãos chineses na cidade de Angeles, no norte, que trabalhavam para um casino virtual. Entre janeiro e setembro de 2022, quinze dos 27 casos de sequestro nas Filipinas estiveram relacionados com a atividade dos POGOs, de acordo com dados divulgados pela polícia filipina.

As autoridades filipinas, que já abriram uma comissão do Senado em 2020 para investigar atividades ilícitas relacionadas a essas entidades, agora estão a avaliar se devem encerrar as empresas de forma permanentemente.

A senadora Imee Marcos, irmã do Presidente filipino, revelou no domingo que Ferdinand Marcos é, em princípio, “favorável” ao encerramento.

22 Set 2022

Covid-19 | Ponderada entrada de mais estrangeiros numa segunda fase

O Governo admite que, numa próxima fase, poderá ser permitida entrada, sem autorização prévia, de cidadãos de países africanos de língua portuguesa, Filipinas e Indonésia. A oferta de quartos de hotel para quarentena está a ser avaliada face ao possível aumento de visitantes

 

De um total de 41 passaportes estrangeiros com entrada permitida em Macau desde ontem, ficaram de fora os países de língua portuguesa, à excepção do Brasil e Portugal, bem como as Filipinas e Indonésia. As autoridades admitem que, numa segunda fase, poderão permitir a entrada desses estrangeiros sem necessidade de autorização prévia.

“Gradualmente, vamos abrir [as fronteiras] a titulares de outros passaportes. Filipinos e trabalhadores não-residentes de outras nacionalidades podem requerer a entrada em Macau. Vamos analisar a possibilidade de abrir ainda mais sem autorização prévia. Esta é uma primeira fase para as novas medidas”, adiantou Wong Weng Man, chefe substituta da Divisão de Promoção da Saúde, na conferência de imprensa semanal do Centro de coordenação e de contingência do novo tipo de coronavírus.

A mesma responsável frisou que a revogação da proibição de entrada de estrangeiros deveu-se ao facto de “a economia e o turismo terem sido gravemente afectados, [registando-se] uma elevada taxa de desemprego”, devido às restrições pandémicas. Os países em questão “têm uma situação económica em crescimento e podem ter maior facilidade em entrar via Hong Kong”, foi ainda dito.

As autoridades disseram ainda estar a analisar a oferta de quartos de hotel para quarentena perante o possível aumento de visitantes. “Faremos um novo arranjo para os hotéis de quarentena”, disse Wong Weng Man.

Na conferência foi ainda questionada a possibilidade de reduzir o tempo de quarentena, porém, foi sublinhada a necessidade de manter as regras actuais relativas aos valores de CT (cycle threshold), associados à carga viral.

“A maioria das pessoas precisa de um isolamento de dez dias [7+3] porque são necessários mais dias para verificar se é uma nova infecção ou uma recaída. Precisamos de ter um determinado valor de CT para garantir que não há transmissão do vírus, consoante as regras do Interior da China. O isolamento de sete dias é o padrão mínimo. Não pode ser diminuído, porque temos de esperar mais sete dias após o resultado negativo. Mesmo que a pessoa teste negativo, o valor de CT pode ser ainda muito elevado”, explicou Leong Iek Hou, médica e coordenadora do centro de coordenação.

Problemas na fronteira

Ontem, com o regresso às aulas em cerca de 60 por cento das escolas, mais de dois mil alunos transfronteiriços entraram em Macau. No entanto, alguns dos quatro mil estudantes e três mil acompanhantes registados tiveram problemas ao passar a fronteira devido a um erro no registo dos dados pessoais.

“Houve casos em que os estudantes não conseguiram vir às aulas, mas as escolas vão justificar essas faltas. Temos de acertar os dados pessoais com as escolas, estudantes e acompanhantes para a passagem na fronteira. Há um limite diário de passagens nas fronteiras e já comunicamos com as autoridades de Zhuhai para levantar as medidas em relação a essas pessoas, mas ainda precisamos comunicar mais”, disse o responsável pelo CPSP.

Na conferência de ontem foi ainda dito que o preço do teste de ácido nucleico custa agora 45 patacas após uma redução de cinco patacas, mas as autoridades prometem continuar a negociar com as cinco instituições privadas que fazem testes para que os preços possam reduzir ainda mais.

2 Set 2022

Filipinas | Escolas reabrem após mais de dois anos de encerramento

Milhões de crianças regressaram ontem à escola nas Filipinas, marcando para muitas o recomeço das aulas presenciais, interrompidas desde o início da pandemia da covid-19.

As Filipinas é um dos últimos países do mundo a reiniciar aulas presenciais a tempo inteiro, com o encerramento prolongado das salas de aula a levantar receios de um agravamento da situação educativa no país, que já se encontra em crise.

Depois do encerramento das escolas filipinas, o Governo criou um programa de “aprendizagem mista”, com a utilização de material impresso, bem como cursos difundidos através da televisão e das redes sociais. Antes da reabertura, as autoridades intensificaram a campanha de vacinação e anunciaram transportes públicos gratuito para todos os estudantes até ao final do ano civil.

No sábado, o Governo atribuiu dinheiro a estudantes e pais para ajudar nas despesas, o que levou a cenas de desordem no exterior dos centros de distribuição.

Com a reabertura das escolas, os problemas do período anterior à pandemia estão a reaparecer, como um elevado número de estudantes, métodos de ensino ultrapassados e falta de infra-estruturas essenciais.

Antes da pandemia, nove em cada dez crianças filipinas não eram capazes de “ler e compreender um texto simples”, depois dos 10 anos de idade, de acordo com um relatório recente do Banco Mundial e de outras agências. Apenas dez países estavam em pior situação, incluindo Afeganistão, Laos, Chade e Iémen.

22 Ago 2022

PR filipino encerra comissão anti-corrupção no seu primeiro decreto presidencial

O Presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., pôs fim à comissão presidencial anticorrupção, responsável por acompanhar e investigar possíveis crimes de corrupção no Governo, no seu primeiro decreto presidencial, segundo fontes oficiais.

No decreto publicado hoje, mas assinado em 30 de junho, a presidência filipina referiu que o encerramento da comissão presidencial anticorrupção (PACC) visa “atribuir corretamente os recursos públicos” e evitar “duplicação de organizações” no país.

Criada em 2017 pelo ex-Presidente Rodrigo Duterte (2016-2022), a comissão tinha como objetivo coibir casos de corrupção em instituições, organizações e por funcionários públicos em altos cargos do Governo filipino e, somente entre 2019 e 2020, o órgão investigou centenas de casos e concluiu mais de 70 destes.

Marcos Jr., filho do ex-ditador Ferdinand Marcos, chegou à presidência filipina em maio, após eleições polarizadas, e a sua vitória levantou dúvidas entre especialistas sobre a continuidade da política anticorrupção realizada pelo seu antecessor, já que a família Marcos enfrenta mais de 40 ações cíveis.

O atual Presidente também acumula uma série de condenações por crimes fiscais e por corrupção.

Neste contexto, vozes críticas ao Governo têm manifestado preocupação com o futuro da comissão presidencial de boa governação (PCGG), criada em 1986 após a queda do regime de Ferdinand Marcos, para recuperar a suposta fortuna ilícita acumulada pela família durante o seu governo (1965-1986).

Até agora, a PCGG conseguiu recuperar cerca de 3,6 mil milhões de dólares ao longo dos seus 36 anos de existência, embora durante a gestão de Duterte, aliado de Marcos Jr., tenha definhado em termos de orçamento e apoio presidencial.

Durante a campanha eleitoral, Marcos Jr. assegurou que não eliminaria o PCGG, mas pretendia que esta passasse a investigar não apenas os casos de corrupção na família Marcos, mas também entre “todos” os envolvidos em subornos, peculatos e outros escândalos.

Ferdinand Marcos Jr. foi empossado em 30 de junho como Presidente das Filipinas para um mandato único de seis anos, depois das presidenciais de maio, sucedendo ao controverso Rodrigo Duterte como chefe de Estado.

Marcos Jr. completa o regresso ao poder da famosa dinastia, 36 anos depois de uma revolução popular ter acabado com o regime do pai e forçado a família a fugir do país de helicóptero.

A cerimónia contou com a presença, entre outros, da mulher do atual Presidente e quatro filhos de Imelda Marcos, a matriarca do clã que governou o arquipélago sob a sombra de Marcos (pai) entre 1965 e 1986, incluindo a década de violenta lei marcial declarada pelo então líder, que morreu no exílio em 1989.

7 Jul 2022

Interacção entre política e economia

Ferdinand Romualdez Marcos Jr. obteve uma vitória esmagadora nas eleições presidenciais realizadas no passado dia 9 nas Filipinas, assinalando o regresso da família Marcos ao poder. O resultado de Ferdinand Romualdez não foi afectado pelo notório historial do seu pai, Ferdinand Marcos, deposto da presidência em 1986, na sequência da Revolução do Poder Popular e posteriormente exilado com a família no Havai. Terão os filipinos memória curta? Ou será que as dinastias políticas se tornaram uma tradição neste país? A meu ver, a política é determinada pela economia.

É inegável que quando Ferdinand Marcos estava no poder na década de 70, as Filipinas tinham uma economia robusta. Mas, quando o líder político Benigno Aquino Jr. regressou de um exílio de três anos nos Estados Unidos, em1983, foi morto a tiro no aeroporto de Manila. Este assassinato político provocou instabilidade e a partir daí a economia do país começou a decair. Mais tarde, a mulher de Aquino e o filho, Aquino III, sucederam-se na presidência.

A situação política permaneceu instável e a economia foi piorando cada vez mais. Durante a campanha eleitoral, Ferdinand Romualdez Marcos Jr. colocou a recuperação da economia em primeiro lugar e usou como bandeira as conquistas económicas alcançadas pelo seu pai no passado, para sensibilizar o eleitorado. O resultado foi uma vitória retumbante e um apoio incondicional da população. Agora, o grande desafio de Marcos Jr. será a recuperação económica num futuro próximo, depois do severo golpe que sofreu com a pandemia de COVID-19. As pessoas podem esquecer o ódio e as dores do passado, mas não podem celebrar a paz de estômago vazio.

Na realidade, existiu um cenário semelhante depois da II Guerra Mundial. Na Europa, Winston Churchill conduziu os britânicos à vitória sobre a Alemanha Nazi. Mas o Partido Conservador perdeu as eleições em 1945, por isso Churchill passou de Primeiro-Ministro a líder da oposição. Na Ásia, Chiang Kai-shek, Presidente da Comissão dos Assuntos Militares do Governo Nacionalista, que era também Comandante Supremo do Exército Revolucionário Nacional, alcançou um prestígio sem precedentes depois de derrotar os japoneses. Mas ninguém iria imaginar que quando Chiang Kai-shek estava no auge do seu poder, cometeria erros políticos que causariam uma derrapagem económica, da qual resultou uma escalada inflacionária responsável pelo fim do Governo Nacionalista na China. Num curto espaço de tempo, o povo vira as costas ao herói que tinha aclamado.

政治權力可以無限擴大和集中,但人民的生活幸福才是決定政治穩定的主因。 O poder político pode ser aumentado e centralizado indefinidamente, mas a satisfação do povo é o factor central que determina a estabilidade política. Em termos metafóricos, podemos dizer que a economia e o povo são a água, o Governo é o navio e o líder é o timoneiro.

A água pode manter o barco a flutuar, mas também o pode fazer afundar se tiver problemas estruturais. Se o timoneiro não conseguir controlar o barco, pode virar ou ficar encalhado. A única forma de garantir a segurança do navio é fazer com que todos colaborem entre si.

Recentemente, com a novidade do “aperfeiçoamento do sistema eleitoral” de Hong Kong, foi eleito um novo Chefe do Executivo com um número de votos avassalador e com um “índex de segurança política” a atingir os 99 por cento. Mas uma eleição fácil não significa que a futura governação de Hong Kong venha a ser igualmente fácil. Poderá a economia de Hong Kong melhorar? Os que emigraram ou foram expatriados regressarão à cidade? Poderá o Governo reparar as clivagens sociais e unificar os hongkongers? Tudo isto será o indicador que determinará o sucesso ou o fracasso dos titulares de cargos políticos no futuro.

Em Macau, após a total implementação do princípio “Macau governado por patriotas”, deixaram de se ouvir vozes contraditórias. Assim sendo, a pesada responsabilidade e o fardo de recuperar a economia e a boa governação irão recair apenas sobre os ombros de quem governa Macau.

20 Mai 2022

Ferdinand ‘Bongbong’ Marcos declara-se “presidente eleito” das Filipinas

Ferdinand ‘Bongbong’ Marcos, filho do ex-ditador Ferdinand Marcos declarou-se hoje vencedor das eleições presidenciais que se realizaram na passada segunda-feira nas Filipinas, apesar de ainda não serem conhecidos os resultados oficiais.

Numa conferência de imprensa hoje em Manila, Vic Rodríguez, o porta-voz de ‘Bongbong’ Marcos, disse que o candidato se declara “presidente eleito” e que Sara Duterte-Carpio, filha do anterior chefe de Estado Rodrigo Duterte, vai ser vice-presidente das Filipinas.

De acordo com os resultados provisórios, Marcos obteve 31 milhões de votos (mais de 56%), o dobro da adversária Leni Robredo, enquanto Duterte-Carpio alcançou os 31 milhões de votos.

A contagem dos votos é um processo lento nas Filipinas sendo que o resultado oficial só deve ser conhecido nas próximas semanas.

“Os filipinos falaram de forma decisiva: Ferdinand ‘Bongbong’ Marcos Júnior vai ser o 16.º presidente das Filipinas. Com números históricos, as pessoas usaram o voto para unir a nação. Esta é uma vitória para todos os filipinos e para a democracia”, indicou Rodríguez.

[Marcos] compromete-se a ser o presidente de todos os filipinas e a procurar consensos nas [atuais] divisões políticas e a trabalhar em conjunto para unir a nação”, disse o porta-voz.

“‘Bongbong’ tem interesse em trabalhar em todo o país, com parceiros e organizações internacionais para enfrentar os problemas críticos que a nação enfrenta e quer começar com soluções”, sublinhou Rodríguez.

Um dos primeiros atos públicos de Marcos após as eleições foi a visita ao túmulo do pai, sepultado no Cemitério dos Heróis de Manila, onde depositou flores.

As imagens da visita ao cemitério estão a ser divulgadas hoje através da conta oficial de ‘Bongbong’ Marcos na rede social Twitter.

A visita ocorre um dia depois de Marcos ter afirmado que vai trabalhar para todos os filipinos pedindo para que não sejam julgados os atos do passado.

“Não me julguem pelos meus antepassados mas sim pelas minhas ações”, disse Marcos através do porta-voz, Vic Rodríguez, num comunicado lido na noite de terça-feira.

O regime do pai, antigo ditador das Filipinas, provocou a morte de três mil pessoas em execuções extrajudicialmente e mandou torturar mais de 35 mil cidadãos.

Durante a ditadura (1965-1986), Ferdinand Marcos desfalcou o Estado em mais de 10 mil milhões de dólares.

Recentemente uma campanha de desinformação e propaganda que se prolongou durante os últimos anos tentou branquear o regime autoritário do ditador Ferdinand Marcos (1917-1989).

11 Mai 2022

Ferdinand Marcos Jr. com vitória esmagadora nas Filipinas, após 97% dos votos contados

Ferdinand Marcos Júnior, filho do antigo ditador com o mesmo nome, terá alcançado uma vitória esmagadora nas eleições presidenciais de segunda-feira nas Filipinas, segundo os resultados não oficiais divulgados esta terça-feira, já com 97% dos votos apurados.

“Bongbong” Marcos, como é conhecido, de 64 anos, teve mais 30,8 milhões de votos segundo os resultados não oficiais, citados pela agência Associated Press (AP).

O oponente mais próximo, a vice-presidente Leni Robredo, defensora dos direitos humanos, teve 14,7 milhões de votos, enquanto o pugilista Manny Pacquiao, deverá ser o terceiro mais votado, com 3,5 milhões.

Sara Duterte, filha mais velha do chefe de Estado cessante, tem também uma grande vantagem para a eleição para a vice-presidência, um escrutínio diferente e ao qual se apresentaram nove candidatos.

Nesta eleição de uma volta, um candidato só precisa de obter mais votos do que os seus rivais para vencer.

A confirmar-se a vitória, Marcos Jr., 64 anos, substituirá o controverso Rodrigo Duterte como Presidente das Filipinas por um único mandato de seis anos.

O pai do candidato, Ferdinand Marcos, foi deposto em 1986, após uma revolução popular pacífica que pôs fim a um regime corrupto e despótico de 21 anos. O antigo Presidente das Filipinas morreu em 1989, no Havai.

Com uma população de mais de 111 milhões de pessoas, maioritariamente católicas, a antiga colónia espanhola das Filipinas é um arquipélago do Sudeste Asiático com mais de 7.000 ilhas e ilhéus.

A aliança dos descendentes de líderes autoritários está a aumentar as preocupações dos ativistas dos direitos humanos.

Dezenas de manifestantes anti-Marcos reuniram-se na Comissão de Eleições, culpando o organismo pela avaria das máquinas de contagem de votos e outros problemas que impediram as pessoas de votar. As autoridades eleitorais asseguraram que o impacto das máquinas com defeito foi mínimo.

“Uma possível vitória com base em uma campanha construída em mentiras descaradas, distorções históricas e enganos em massa equivale a ludibriar seu caminho para a vitória”, realçou a organização Campanha Contra o Retorno de Marcos e a Lei Marcial.

A Amnistia Internacional manifestou profunda preocupação com a postura de Marcos Jr. e Sara Duterte em evitarem discussões sobre violações de direitos humanos, passadas e presentes, nas Filipinas. Já a Human Rights Watch pediu a Marcos Jr., caso assuma o cargo, para melhorar a situação dos direitos humanos nas Filipinas.

11 Mai 2022

Pelo menos 24 mortos em inundações e deslizamentos de terras nas Filipinas

Pelo menos 24 pessoas morreram em inundações e deslizamentos de terras no centro e sul das Filipinas, na sequências de fortes chuvas causadas por uma tempestade tropical, indicaram ontem as autoridades.

Mais de 13.000 pessoas fugiram para abrigos de emergência quando a tempestade inundou casas e campos e cortou estradas e linhas elétricas, referiu a Agência Nacional de Catástrofes.

A província central de Leyte foi a mais duramente atingida, com deslizamentos de terras que mataram 21 pessoas em quatro aldeias, disse à agência France-Presse (AFP) Rhyse Austero, responsável pela gestão de catástrofes naturais na cidade de Baybay.

Fotografias publicadas na rede social Facebook e autenticadas pela (AFP) mostram várias casas na aldeia de Bunga, uma das mais atingidas na província de Leyte, cobertas com lama até aos telhados.

Outras três pessoas morreram em Mindanao, a principal ilha do sul do país, anunciou anteriormente a Agência Nacional de Catástrofes.

12 Abr 2022

Filipinas | Grupo Suncity “inadequado” para ter licença

O regulador da indústria do jogo das Filipinas, a Philippine Amusement and Gaming Corp (Pagcor), concluiu que o Suncity Group Manila Inc não é “adequado para ter licença e autorização que permita operar no negócio de junkets” no país.

A decisão foi anunciada na sequência de várias queixas contra a companhia, que pertenceu ao universo empresarial de Alvin Chau, por alegadamente não ter devolvido fundos depositados por jogadores. As queixas levaram à criação pelo regulador de uma comissão para averiguar a veracidade das reclamações em Agosto do ano passado, noticiou o portal GGR Asia.

O regulador filipino acrescenta que se a Suncity saldar as dívidas referentes aos depósitos em falta pode voltar a ser considerada apta a operar no país.

O presidente e fundador do Suncity Group, Alvin Chau, foi detido no dia 27 de Novembro, pela prática de associação criminosa, enquanto cabecilha, que implica uma pena mínima de 8 anos e máxima de 15 anos de prisão, que ainda pode ser agravada em um terço. Chau está também indicado por exploração ilícita de jogo, que implica uma pena máxima de três anos, sem agravantes, e branqueamento de capitais (pena máxima de três anos de prisão).

28 Mar 2022

Covid-19 | Filipinas reabrem as portas a turistas estrangeiros

As Filipinas levantaram hoje a proibição de entrada a turistas estrangeiros, imposta há quase dois anos, numa altura em que a mais recente vaga da covid-19, alimentada pela variante Ómicron, está a abrandar.

O país do Sudeste Asiático passa a permitir a entrada de visitantes com passaportes de 157 países com acordos de isenção de visto com as Filipinas, lista que inclui Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Portugal e São Tomé e Príncipe.

Os turistas terão de estar totalmente vacinados e apresentar à partida um teste negativo à covid-19.

As Filipinas revogaram também um sistema de classificação de risco que proibia a entrada de estrangeiros vindos dos países mais atingidos pela pandemia.

Termina ainda um período obrigatório de quarentena imposto a todos os passageiros vindos do estrangeiro, que abrangia os cidadãos filipinos.

“Começaremos o próximo capítulo a caminho da recuperação”, disse a secretária do Turismo das Filipinas, Berna Romulo-Puyat, acrescentando que a reabertura das fronteiras permitiria recuperar empregos e gerar receitas para as empresas e comunidades ligadas ao turismo.

As Filipinas impuseram um dos confinamentos mais longos do mundo e das mais rígidas restrições de quarentena, para conter uma pandemia que causou a pior recessão económica desde os anos de 1940 e levou desemprego e fome a atingir níveis recordes.

Mais de um milhão de filipinos perderam o emprego em negócios turísticos apenas no primeiro ano da pandemia, de acordo com estatísticas oficiais.

Destinos turísticos, incluindo praias populares e empreendimentos em ilhas tropicais, pareciam cidades-fantasma no auge do confinamento, com uma erupção vulcânica e a ação tufões a exacerbar as perdas.

A reabertura estava marcada para 01 de dezembro, mas foi adiada devido à variante Ómicron, considerada altamente contagiosa.

O mais recente surto atingiu o pico, com mais de 39 mil infeções em um dia, em meados de janeiro, mas desde então tem diminuído.

As autoridades de saúde anunciaram cerca de 3.600 novas infeções na quarta-feira, com 69 mortes e declararam “risco baixo a moderado” em todo o arquipélago, com a exceção de uma região do sul.

Mais de 60 milhões dos quase 110 milhões de filipinos foram totalmente vacinados contra o coronavírus e 8,2 milhões receberam já doses de reforço numa campanha afetada pela escassez de vacinas e por receios da população.

10 Fev 2022

Filipinas proíbem casamento infantil

O casamento infantil passou a ser proibido nas Filipinas ao abrigo de uma lei que entrou hoje em vigor, num país onde uma em cada seis raparigas se casa antes dos 18 anos de idade.

“O Estado (…) considera o casamento infantil como uma prática abusiva de menores porque rebaixa, degrada e desvaloriza o valor intrínseco e a dignidade da criança”, lê-se na lei, citada pela agência de notícias France-Presse (AFP).

A partir de agora, qualquer pessoa que se case ou coabite com uma pessoa com menos de 18 anos, ou organize ou celebre tais uniões, é passível de 12 anos de prisão.

Segundo o Governo filipino, a lei está em conformidade com as convenções internacionais sobre os direitos das mulheres e das crianças.

No entanto, algumas disposições da lei permanecerão suspensas durante um ano para as comunidades muçulmanas e indígenas, nas quais o noivado e o casamento infantil são relativamente comuns.

O período de transição destina-se a dar tempo ao Governo para convencer os praticantes a abandonarem a prática.

A organização Plan International, com sede no Reino Unido, que fez campanha a favor da lei nas Filipinas, disse recentemente que o país ocupa o 12.º lugar no número de casamentos infantis a nível global.

Segundo um relatório de 2021 do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), mais de 500 milhões de raparigas e mulheres casadas na altura tinham contraído matrimónio como crianças, com as taxas mais altas a serem observadas na África Subsariana e no sul da Ásia.

Dados recentes, indicam que o casamento infantil está em termos gerais em declínio em todo o mundo, segundo a AFP.

6 Jan 2022

Balanço da passagem do tufão Rai nas Filipinas aumenta para quase 400 mortos

As autoridades das Filipinas atualizaram hoje para 397 mortos e 83 desaparecidos o balanço de vítimas do tufão Rai, que atingiu o país asiático há 15 dias, deixando um rasto de destruição.

A entidade nacional que verifica os dados das diferentes agências de socorro no terreno disse que a tempestade provocou também 1.147 feridos e 561.500 desalojados, noticiou a agência espanhola EFE.

Mais de metade dos desalojados encontram-se num dos 1.200 centros de acolhimento criados pelas autoridades, onde se receia que a sobrelotação possa levar a grandes surtos de covid-19.

O balanço anterior, divulgado na segunda-feira, era de 388 mortos, 1.146 feridos e cerca de 542.000 desalojados.

Considerado um supertufão, o Rai atingiu nove ilhas das Filipinas no dia 16 de dezembro, com rajadas de vento que atingiram 240 quilómetros por hora, e afetou mais de 4,2 milhões de pessoas, de acordo com números oficiais.

O tufão deixou um rasto de destruição e causou danos em habitações, infraestruturas e culturas agrícolas avaliados em 22 mil milhões de pesos filipinos. O Governo filipino declarou o estado de calamidade em seis regiões afetadas pelo tufão, conhecido como Odette no país.

O Rai foi o 15.º tufão a atingir as Filipinas este ano, e chegou num momento delicado devido a receios sobre a nova variante Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2, que provoca a covid-19.

Este tufão é particularmente tardio para a época, dado que a maioria das tempestades tropicais no Oceano Pacífico se formam entre julho e outubro.

Há já algum tempo que os cientistas alertam que os tufões se estão a tornar cada mais poderosos, à medida que aumenta o aquecimento global causado pelo homem.

As Filipinas são atingidas todos os anos por cerca de 20 tufões, que causam vítimas e danos em infraestruturas.

Em novembro de 2013, o supertufão Hayan, o mais devastador da história recente do país, causou mais de 7.300 mortos ou desaparecidos e deixou 200.000 famílias desalojadas nas ilhas de Samar e de Leyte.

As Filipinas são um dos países mais vulneráveis à crise climática devido a catástrofes naturais. O país situa-se no chamado “Anel de Fogo do Pacífico”, uma área onde se regista cerca de 90% da atividade sísmica e vulcânica do planeta.

28 Dez 2021

Tufão Rai | Novo balanço traça 388 mortos e 60 desaparecidos nas Filipinas

Pelo menos 388 pessoas morreram e 60 continuam desaparecidas nas Filipinas, na sequência da passagem do tufão Rai pelo arquipélago há 15 dias, de acordo com dados oficiais hoje atualizados.

O conselho de gestão e redução de risco de desastres filipino, que verifica e confirma dados de diferentes agências no terreno, indicou que 1.146 pessoas ficaram feridas e cerca de 542 mil deslocadas.

O Rai, que tocou terra no dia 16 com rajadas de vento até 240 quilómetros por hora, atravessou de leste a oeste cerca de nove ilhas no país e afetou mais de quatro de pessoas, de acordo com números oficiais.

O tufão deixou um rasto de destruição na passagem pelas Filipinas e causou danos em habitações, infraestruturas e culturas agrícolas avaliados em 20,54 mil milhões de pesos filipinos. O Governo filipino declarou o estado de calamidade em seis regiões afetadas pelo tufão.

O impacto do tufão, identificado como Odette no país e o 15.º a atingir as Filipinas este ano, chegou num momento delicado devido a receios sobre a nova variante ómicron do novo coronavírus.

Uma média de 20 tufões atinge as Filipinas todos os anos e o mais destrutivo foi o supertufão Haiyan, que em novembro de 2013 atingiu as ilhas Samar e Leyte, deixando sete mil mortos 200 mil famílias desalojadas.

27 Dez 2021

Tufão que atingiu as Filipinas causou pelo menos 146 mortos

O tufão mais forte que atingiu as Filipinas, este ano, causou pelo menos 146 mortos, e o governador de uma província insular especialmente atingida pelo Raí disse que o número de vítimas pode subir.

O governador Arthur Yap, da província de Bohol, no centro das Filipinas, disse que 72 pessoas morreram na sua circunscrição, 10 outras estavam desaparecidas e 13 feridas. Segundo afirmou o responsável, o número as mortes ainda pode aumentar consideravelmente, porque apenas 33 dos 48 prefeitos foram capazes de dar uma resposta, já que as comunicações estão interrompidas.

Em declarações colocadas na rede social Facebook, Yap ordenou que os prefeitos da sua província, de mais de 1,2 milhão de pessoas, evocassem os seus poderes de emergência para garantir porções de comida para um grande número de pessoas e água potável, que foram procurados com urgência em várias cidades duramente atingidas.

Depois de sobrevoar cidades devastadas pelo tufão, Yap disse que “está muito claro que os danos sofridos por Bohol são grandes e abrangentes”.

Yap disse que a inspeção inicial não cobriu quatro cidades onde o tufão atingiu as províncias das ilhas centrais na quinta e sexta-feira. O Governo disse que cerca de 780.000 pessoas foram afetadas, incluindo mais de 300.000 residentes que tiveram que evacuar as suas casas.

Pelo menos 64 outras mortes, devido ao tufão, foram relatadas pela agência de resposta a desastres, a polícia nacional e autoridades locais. A maioria foi atingida pela queda de árvores e paredes desabadas, afogou-se em enchentes ou foi soterrada por deslizamentos de terra.

As autoridades nas ilhas Dinagat, uma das províncias do sudeste primeiro atingidas pelo tufão, relataram separadamente 10 mortes apenas em algumas cidades, elevando o número total de mortes até agora para 146.

O Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, viajou para a região no sábado e prometeu 2 bilhões de pesos (40 milhões de dólares norte-americanos) em ajuda.

Na sua fase mais forte, o tufão teve ventos sustentados de 195 quilómetros por hora e rajadas de até 270 quilómetros por hora, tornando-se um dos mais poderosos dos últimos anos a atingir o arquipélago sujeito a desastres, que fica entre o Oceano Pacífico e o Mar da China Meridional.

As enchentes aumentaram rapidamente na cidade ribeirinha de Bohol, na ilha de Loboc, onde os residentes ficaram presos nos telhados e nas árvores, tendo sido resgatados pela guarda-costeira no dia seguinte. Nas ilhas Dinagat, um oficial disse que os telhados de quase todas as casas, incluindo abrigos de emergência, foram danificados ou totalmente destruídos.

Pelo menos 227 cidades ficaram sem eletricidade, que foi restaurada em apenas 21 áreas, disseram as autoridades, acrescentando que três aeroportos regionais foram danificados, dois dos quais permanecem fechados.

As mortes e os danos generalizados deixados pelo tufão antes do Natal naquela nação, maioritariamente católica, trouxeram de volta memórias da catástrofe infligida por outro tufão, o Haiyan, um dos mais poderosos já registados. Atingiu muitas das províncias centrais que foram afetadas na semana passada, vitimando mortalmente mais de 6.300 pessoas em novembro de 2013.

O Papa Francisco expressou a sua solidariedade com o povo das Filipinas, referindo-se ao tufão “que destruiu muitas casas”.

Cerca de 20 tempestades e tufões assolam as Filipinas todos os anos. O arquipélago também se encontra ao longo da região sismicamente ativa do “Anel de Fogo” do Pacífico, tornando-o um dos países mais suscetíveis a calamidades naturais.

20 Dez 2021

Filipinas | Pelo menos 75 mortos à passagem do tufão Rai

Pelo menos 75 pessoas morreram nas Filipinas devido à passagem do tufão Rai, o mais forte a atingir o país este ano, disseram hoje as autoridades.

O governador da ilha turística de Bohol (centro), Arthur Yap, anunciou, na sua página da rede social Facebook, que 49 pessoas tinham morrido e dez estavam desaparecidas nesta província, o que eleva para 75 mortos o balanço provisório da catástrofe.

“As comunicações continuam cortadas. Apenas 21 de 48 municípios entraram em contacto connosco”, adiantou.

O tufão, com ventos sustentados de 195 quilómetros por hora (km/h), atravessou o centro e o sul das Filipinas, na quinta e na sexta-feira, obrigando cerca de 300 mil pessoas a fugir de casa.

Fotos aéreas divulgadas pelas forças armadas filipinas mostram que o rasto de destruição deixado pela tempestade tropical, que arrancou árvores, telhados e postos elétricos, antes de avançar no sábado para o mar do Sul da China, em direção ao Vietname.

Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) de Macau alertaram já que o Rai vai entrar “na zona de alerta de 800 quilómetros de Macau na segunda-feira”, prevendo que a tempestade enfraqueça gradualmente, apesar de ainda existirem “grandes incertezas quando à sua intensidade”.

O Rai ocorre particularmente tarde para a habitual época em que a maioria das tempestades tropicais se formam no oceano Pacífico, entre julho e outubro.

A comunidade científica tem vindo a alertar para a crescente intensidade destes fenómenos, relacionada com o aumento do aquecimento global causado pela ação humana.

As Filipinas, consideradas um dos países mais vulneráveis às alterações climáticas, são atingidas todos os anos por cerca de 20 tufões, que causam vítimas e danos. Em 2013, o supertufão Hayan causou mais de 7.300 mortos ou desaparecidos.

19 Dez 2021

Milhares de filipinos procuram refúgio com aproximação de tufão Rai

O tufão severo Rai, com ventos fortes e chuvas torrenciais, aproximava-se hoje do centro e sul das Filipinas, forçando dezenas de milhares de pessoas a fugir de casa, disseram as autoridades. Existe a possibilidade de este tufão também passar por Macau, mas o seu percurso e intensidade são ainda incertos, conforme avançaram, há dias, os Serviços Meteorológicos e Geofísicos numa nota à imprensa.

De acordo com a agência de meteorologia filipina, o Rai poderá registar ventos sustentados de 165 quilómetros por hora (km/h) e rajadas que atingir os 195 km/h quando tocar terra esta tarde na ilha turística de Siargao.

“Ventos destrutivos podem causar danos moderados a graves nas estruturas e na vegetação”, alertou a agência, destacando também a possibilidade de ocorrerem fortes inundações ao longo da linha costeira.

Mais de 45 mil pessoas deixaram as suas casas para procurar abrigo, incluindo muitos turistas que se encontram na região, conhecida pelas praias e locais de mergulho, de acordo com a Agência Nacional de Prevenção de Catástrofes das Filipinas.

O Rai formou-se já fora da habitual época, entre julho e outubro, para a maioria dos ciclones tropicais no oceano Pacífico.

Este tufão deverá atravessar as Filipinas de leste a oeste nos próximos dias, passando pelas ilhas de Mindanao e Palawan, antes de se deslocar sobre o mar do Sul da China em direção ao Vietname.

Considerado um dos países mais vulneráveis ao aquecimento global e alterações climáticas, as Filipinas são atingidas por cerca de 20 tufões por ano, sofrendo danos em casas, culturas e infra-estruturas em áreas já empobrecidas.

16 Dez 2021

Presidente das Filipinas retira candidatura às eleições para o Senado

O Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, retirou a candidatura às eleições para o Senado em 2022, anunciou esta terça-feira a comissão governamental de supervisão eleitoral em Manila.

“O Presidente retirou-se das eleições para o Senado”, disse James Jimenez, porta-voz da Comissão Eleitoral, através da rede social Twitter.

A candidatura ao Senado do Presidente cessante era encarada como uma manobra de Duterte para permanecer na política enquanto os processos da “guerra contra as drogas” são objeto de investigação internacional e de críticas das organizações de defesa dos direitos humanos.

A saída de Duterte da presidência não significa necessariamente que pretenda, aos 76 anos, afastar-se da política. Por outro lado, a filha, Sara Duterte-Carpio, pretende concorrer à vice-presidência do país, enquanto o filho, Sebastian, concorre à autarquia de Davao, reduto da família Duterte no sul das Filipinas.

15 Dez 2021

Jornalista filipino morto a tiro enquanto via televisão numa loja

Um jornalista filipino foi morto a tiro quando estava a ver televisão numa loja, em mais um ataque contra repórteres, num país considerado como um dos mais perigosos do mundo para jornalistas.

Jesus Malabanan, de 58 anos, correspondente do jornal Manila Standard, morreu enquanto era transportado para o hospital, depois de ter sido baleado na cabeça por um motociclista, na quarta-feira à noite, na cidade de Calbayog, na província de Samar, disseram hoje as autoridades, citadas pela Associated Press (AP). Os suspeitos fugiram, estando em curso uma investigação policial.

Dezenas de jornalistas foram mortos durante o Governo de Rodrigo Duterte e dos seus predecessores. Em novembro de 2009, membros de um poderoso clã político mataram a tiro 57 pessoas, incluindo 32 trabalhadores dos ‘media’, numa execução no sul da província de Maguindanao.

Em 2019, um tribunal das Filipinas condenou à pena máxima de 40 anos de prisão os mentores do massacre político no sul do país.

Após um julgamento de dez anos, Andal Ampatuan Junior, filho do governador da província de Maguindanao, e outros membros do seu clã familiar e político, foram condenados pelo homicídio das 57 pessoas, incluindo 32 jornalistas, durante a emboscada no sul do país.

A nível mundial, 24 repórteres foram mortos este ano no exercício da profissão, tendo mais 18 morrido em circunstâncias “demasiado opacas para determinar se eram visados”, de acordo com o relatório anual do Comité para a Proteção de Jornalistas (CPJ), divulgado hoje.

De acordo com o organismo, o total de jornalistas detidos no exercício da profissão atingiu este ano um novo recorde, com 293 jornalistas presos, com a China a registar o maior número (50) pelo terceiro ano consecutivo.

9 Dez 2021

Justiça filipina autoriza Maria Ressa a viajar para Oslo para receber o Prémio Nobel

O Tribunal de Recurso das Filipinas permitiu hoje à jornalista Maria Ressa viajar para a Noruega para a cerimónia de entrega do Prémio Nobel da Paz em Oslo, a 10 de Dezembro.

A decisão do tribunal permite a Ressa estar em Oslo durante cinco dias, de 08 a 13 de dezembro, informou o website Rappler, do qual ela é fundadora e diretora executiva.

Ressa foi reconhecida com o Prémio Nobel da Paz de 2021, juntamente com o repórter russo Dmitry Muratov, pelos seus esforços “para salvaguardar a liberdade de expressão” nos seus respetivos países.

A jornalista precisa da autorização dos tribunais para deixar o país, uma vez que está envolvida em vários processos judiciais nas Filipinas, na sequência das suas investigações sobre a guerra sangrenta contra a droga lançada em 2016 pelo Presidente filipino, Rodrigo Duterte.

O Procurador-Geral das Filipinas, José Calida, apresentou há uma semana um recurso ao Tribunal de Recurso para que a jornalista pedisse autorização para viajar a Oslo para receber o prémio negado com o fundamento de que se tratava de “viagem de risco”.

A ONU tinha instado o Governo filipino a autorizar Ressa a viajar para receber o Prémio Nobel da Paz.

A jornalista, que enfrenta seis casos criminais por alegada evasão fiscal e violação das leis de propriedade dos meios de comunicação social, foi condenada em junho de 2020 por ‘ciberdefamação’ por um tribunal filipino.

A jornalista enfrenta até seis anos de prisão por este caso, embora esteja atualmente sob recurso, uma pena que poderá ascender a várias décadas se for condenada pelas outras acusações financeiras.

Ressa tem sido sujeita a uma campanha de perseguição judicial desde que começou a investigar a guerra de Duterte contra a droga e por causa da sua luta contra a desinformação e notícias falsas.

3 Dez 2021

Covid-19 | Filipinas suspendem plano de reabertura das fronteiras

As Filipinas suspenderam os planos de reabertura das suas fronteiras a turistas totalmente vacinados, a fim de impedir a entrada no país da nova variante da covid-19. Ao mesmo tempo, está a ser lançada uma nova campanha de vacinação de três dias para acelerar as injeções de doses a pessoas com mais de 12 anos.

Manila anunciou na semana passada que tencionava reabrir a fronteira a nacionais de muitos países a partir de 01 de dezembro, numa tentativa de impulsionar uma economia gravemente atingida pela pandemia.

Mas a ‘Task Force’ Covid-19 do governo mudou a sua política durante o fim de semana, anunciando a suspensão dos voos de sete países europeus, para além da anterior proibição de chegadas de países africanos.

Até agora, as Filipinas não registaram quaisquer casos da variante Omicron, identificados pela primeira vez na África do Sul.

A decisão é um golpe para os operadores turísticos do país, devastado por uma queda no número de visitantes internacionais e restrições às viagens nacionais desde que as fronteiras foram fechadas em março de 2020.

O turismo é um setor importante da economia filipina, representando quase 13% do PIB em 2019, graças a oito milhões de visitantes, de acordo com estatísticas oficiais.

29 Nov 2021

Covid-19 | Filipinas quer dar alimentos grátis à população para vacinar 15 milhões em três dias

O Presidente das Filipinas quer vacinar 15 milhões de pessoas contra a covid-19 em três dias com a ajuda do exército e polícia, e sugeriu a distribuição de alimentos gratuitos aos vacinados para convencer a população.

Num discurso transmitido na terça-feira à noite do palácio presidencial de Malacañang em Manila, Rodrigo Duterte pediu às autoridades locais que utilizem “todos os recursos necessários, especialmente recursos humanos” para estes dias nacionais de vacinação entre 29 de novembro e 01 de dezembro.

“Autorizo todos os governadores e presidentes de câmara. Gastar o dinheiro. Um dia, pagarei”, disse o Presidente, que incluiu a distribuição de alimentos gratuitos entre as recomendações para persuadir os mais relutantes em se vacinarem .

Esta operação sem precedentes no país vai exigir a participação de 160.000 voluntários para multiplicar por sete a taxa habitual de vacinação, que mal chega a 700.000 doses por dia, e para levar as doses para áreas remotas do arquipélago.

Duterte também disse que aqueles que não querem ser vacinados não devem ter acesso a restaurantes e hotéis “porque são um perigo para a saúde pública”.

Com uma população de mais de 100 milhões, 33,5 milhões de filipinos receberam até agora as doses completa das vacinas, incluindo três milhões de crianças com idades compreendidas entre os 12 e os 17 anos.

Muitos filipinos estão relutantes em serem vacinados após a controvérsia de 2016 sobre uma vacina contra o dengue promovida pelo Governo, destinada a crianças, mas que mais tarde se descobriu aumentar o risco de sintomas graves em pacientes que não tinham tido a doença no passado.

Depois de manter um dos confinamentos mais longos e rigorosos do mundo em Manila, as autoridades aliviaram quase todas as restrições nos últimos meses, uma vez que o número de casos diminuiu.

As Filipinas são o segundo país mais afetado pelo novo coronavírus no Sudeste Asiático, depois da Indonésia, com 2,8 milhões de pessoas infetadas e 47.000 mortos.

25 Nov 2021

Ciclone “Kompasu” deixa nove mortos e 11 desaparecidos nas Filipinas

Pelo menos nove pessoas morreram e 11 foram dadas como desaparecidas nas Filipinas, após a passagem do ciclone tropical severo Kompasu, que provocou inundações e aluimentos de terra, anunciaram hoje as autoridades. As fortes chuvas provocadas pela tempestade tropical fustigaram a ilha mais populosa do arquipélago, Luzon.

Quatro pessoas morreram em aluimentos de terras na província montanhosa de Benguet e uma pessoa afogou-se na província costeira de Cagayan, disse a agência de gestão de catástrofes filipina. Sete pessoas foram dadas como desaparecidas na ilha de Luzon.

“Onze municípios foram inundados mas a situação acalmou esta manhã”, disse Rogelio Sending, responsável pelas comunicações para a província de Cagayan, à agência France-Presse (AFP).

As principais estradas e pontes ainda estão inundadas, acrescentou, embora as águas tenham começado a regredir.

A tempestade tropical provocou uma inundação repentina numa aldeia na província de Palawan, uma ilha no sudoeste do arquipélago, fazendo quatro mortos. Quatro pessoas estão desaparecidas nesta ilha.

Todos os anos, cerca de 20 tempestades atingem as Filipinas, um arquipélago composto por mais de 7.600 ilhas, devastando culturas e infra-estruturas, o que contribui para manter milhões de pessoas em situação de pobreza.

12 Out 2021