Hoje Macau China / ÁsiaPequim saúda encontro entre EUA e Coreia do Norte [dropcap style=’circle] O [/dropcap] governo da República Popular da China saudou na sexta-feira o anúncio da reunião entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, agendada para o mês de Maio. “Saudamos os sinais positivos dados pelos Estados Unidos e pela Coreia do Norte no sentido de um diálogo directo”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Geng Shuang, numa conferência de imprensa semanal, em Pequim. “O próximo passo é a manutenção deste momento positivo, alcançar sinergias para o trabalho conjunto no sentido de restaurar a paz e a estabilidade na península da Coreia”, acrescentou. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aceitou o convite do líder da Coreia do Norte para iniciar uma ronda de negociações sobre o programa nuclear norte-coreano. A reunião – ao mais alto nível – foi confirmada pelo conselheiro de Segurança da Coreia do Sul, Chung Eui-yong, durante uma visita à Casa Branca. O local do encontro ainda não foi decidido sendo que o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Pequim não se pronunciou sobre a possibilidade de a reunião se realizar em território da República Popular da China. “A China vai continuar a desempenhar um papel positivo”, na busca de uma solução negociada para a crise, disse Geng Shuang quando questionado sobre a localização da cimeira. O mesmo responsável disse ainda que as partes envolvidas devem mostrar “coragem política e poder de decisão, envolvendo-se em contactos bilaterais e multilaterais”. Antes do anúncio do encontro de Maio, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês defendeu o princípio da “dupla suspensão”: o fim das manobras militares dos Estados Unidos e da Coreia do Sul na península coreana e, ao mesmo tempo, a paragem dos testes com armamento nuclear por parte da Coreia do Norte. Sanções até desnuclearização Entretanto, apesar da melhoria nas relações, o Presidente dos Estados Unidos e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, comprometeram-se a manter a pressão e as sanções à Coreia do Norte, caso não sejam tomadas medidas para uma desnuclearização “completa, verificável e irreversível”. “Os dois líderes congratularam-se com a perspectiva de diálogo entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte e prometeram manter a pressão e as sanções até que sejam tomadas medidas tangíveis para uma desnuclearização completa, verificável e irreversível”, disse em comunicado, a Casa Branca, citada pela agência Efe. A conversa telefónica entre Donald Trump e Xi Jinping surge um dia após o Presidente dos Estados Unidos ter aceite o convite do líder norte-coreano, Kim Jong-un, para um encontro. De acordo com o documento, Trump expressou esperança de que Kim Jong-un escolha “um caminho mais brilhante” para o futuro da Coreia do Norte. Porém, a porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, já havia dito que, até se verificarem “acções concretas” de Pyongyang, o encontro entre os dois líderes não será agendado.
Hoje Macau China / ÁsiaComércio | Pequim promete “resposta adequada e necessária” a taxas dos EUA Pequim prometeu adoptar uma “resposta adequada e necessária”, caso os EUA subam os impostos sobre as importações de aço e alumínio, afirmou o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, apontando os perigos de uma guerra comercial [dropcap style≠’circle’]”N[/dropcap]um mundo globalizado, quem recorre a uma guerra comercial está a seguir a receita errada”, afirmou Wang Yi, em conferência de imprensa. “A História ensinou-nos que as guerras comerciais nunca são o caminho correcto para a resolução de problemas”, acrescentou. O presidente dos EUA, Donald Trump, suscitou o protesto de vários países, na semana passada, após anunciar a imposição de taxas aduaneiras de 25 por cento, para as importações de aço, e 10 por cento, para as de alumínio. Face às reacções do Canada, União Europeia e China, Trump ameaçou os parceiros comerciais com “impostos recíprocos”, e garantiu que as guerras comerciais são “boas e fáceis de ganhar”. A China é o maior produtor mundial de aço e alumínio, mas fornece menos de 2 por cento do aço importado pelos EUA, pelo que aquelas taxas teriam um impacto reduzido na indústria chinesa. No entanto, Washington tem lançado investigações ‘antidumping’ – preço de comercialização abaixo do custo de produção – sobre vários produtos da China, desde máquinas de lavar roupa a painéis solares e contraplacado. Em Agosto passado, o Governo de Trump lançou ainda uma investigação para averiguar se Pequim exige indevidamente que as empresas estrangeiras transfiram tecnologia, em troca de acesso ao mercado. As duas maiores economias do mundo “têm responsabilidades para com os seus povos, mas também para com o resto do planeta”, afirmou Wang Yi. O ministro chinês disse desejar que os dois países “se sentem à mesa de negociações para encontrar soluções mutuamente benéficas”. Em Janeiro, o superavit comercial da China com os Estados Unidos fixou-se em 22 mil milhões de dólares, mantendo-se praticamente inalterado face ao mesmo mês do ano anterior.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim não “cruza os braços” perante ameaças comerciais dos EUA [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] China “não ficará de braços cruzados” perante as ameaças dos Estados Unidos em matéria comercial, advertiu um alto responsável chinês, após declarações cada vez mais insistentes do Presidente norte-americano, Donald Trump “A China não quer uma guerra comercial com os Estados Unidos, mas se os Estados Unidos adoptarem medidas que prejudiquem os interesses chineses, a China não ficará de braços cruzados e tomará as medidas que se impõem”, declarou à imprensa o porta-voz da Assembleia Nacional Popular (ANP), Zhang Yesui, na véspera da abertura da sessão plenária anual do parlamento chinês. Trump fez subir ainda mais o tom das suas afirmações sobre uma guerra comercial na Sexta-feira, ao ameaçar os parceiros comerciais dos Estados Unidos de “taxas recíprocas” sobre as suas importações, depois de ter visado no dia anterior as do alumínio e do aço. O inquilino da Casa Branca já tinha escrito na rede social Twitter que as guerras comerciais eram “boas e fáceis de ganhar”. Inquirido sobre essas ameaças, o porta-voz chinês, ele mesmo antigo embaixador nos Estados Unidos, defendeu uma maior abertura dos mercados dos dois países. No Sábado, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, considerou “sem fundamento” as sanções norte-americanas contra as exportações de aço de outros países adoptadas em nome da segurança nacional. “Não é só a China que pensa que isto não é razoável. Muitos países europeus e o Canadá disseram todos que não podiam aceitá-lo”, disse Wang, citado pela imprensa chinesa. Investimento estrangeiro Pequim vai elaborar uma nova lei para “promover e proteger o investimento estrangeiro no país”, com o objectivo de fomentar a abertura da sua economia, anunciou o porta-voz da Assembleia Nacional Popular. Zhang Yesui, porta-voz do órgão legislativo máximo do país, que inicia hoje o seu plenário anual, explicou que se reunificarão as três leis que actualmente existem para regular o investimento estrangeiro na China e será criada uma nova lei para alcançar quatro objectivos. O primeiro objectivo será o “desenvolvimento, benefício mútuo, estratégia e comércio de alta qualidade, bem como a liberalização e a facilitação do investimento”, indicou o responsável. Será prestada a mesma atenção ao investimento da China no exterior que ao estrangeiro no país e será facilitado o acesso ao mercado, precisou Zhang. “Criar um ambiente transparente, estável e previsível para o investimento estrangeiro e proteger os seus direitos e interesses legítimos” é o terceiro objectivo mencionado pelo porta-voz, numa conferência de imprensa no Grande Palácio do Povo, em Pequim. Por último, a China oferecerá um “tratamento justo” às empresas internacionais, com igualdade de condições em relação às companhias domésticas. Destaque: No Sábado, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, considerou “sem fundamento” as sanções norte-americanas contra as exportações de aço de outros países adoptadas em nome da segurança nacional.
João Santos Filipe Manchete SociedadeAssistente de Ng Lap Seng condenado a sete meses de prisão por evasão fiscal Acordo com a justiça norte-americana permitiu a Jeff Yin, ex-assistente de Ng Lap Seng, evitar ser condenado por corrupção de altos dirigentes da Organização das Nações Unidas. O empresário de Macau vai conhecer a pena a 23 de Março [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] assistente de Ng Lap Seng, Jeff Yin, foi condenado com uma pena de sete meses de prisão pela prática de um crime de evasão fiscal. O julgamento teve lugar na madrugada de ontem, em Nova Iorque. De acordo com a Reuters, na altura de explicar as razões para os actos praticados, o norte-americano, de 32 anos e de etnia chinesa, justificou em parte o crime pelo facto de ter crescido com uma educação tradicional chinesa. “Não paguei os meus impostos e honestamente quero pedir desculpa”, afirmou Yin, momentos antes de ver lida a sentença. Em tribunal, Jeff Yin admitiu que os salários que recebeu da organização ligada a Ng Lap Seng, empresário de Macau, eram pagos em cheque e transformados em numerário. O objectivo, clarificou, passava por evitar o pagamento de impostos. Contudo, recusou ter estado envolvido em qualquer esquema de corrupção. Após ter sido conhecida a sentença, a advogada de defesa, Sabrina Shroff, disse que pretendia que o seu cliente cumprisse a pena numa instituição de reabilitação social. O juiz admitir considerar o pedido feito pela Defesa. Como parte do acordo feito com a justiça norte-americana pela cooperação na investigação, Yin assumiu o compromisso de não recorrer da pena de prisão, se esta fosse inferior a dois anos e meio. Em relação ao facto de nunca ter questionado o seu patrão sobre a forma como recebia o salário, Yin defendeu-se dizendo que foi “em parte”, porque nasceu “numa família sino-americana muito tradicional”. Menos dois anos A pena fica aquém do pretendido pelo Ministério Público norte-americano, que queria que Yin fosse condenado a dois anos de prisão. Durante o julgamento, o procurador público, Daniel Richenthak, fez questão de sublinhar que Yin fez parte do esquema que permitiu a Ng corromper John Ashe e outros altos funcionários das Nações Unidas. No entanto, Yin conseguiu evitar ser condenado pela prática de corrupção, apesar do MP norte-americano considerar que Yin, em conjunto com Ng Lap Seng, foram responsáveis pela corrupção de responsáveis das Nações Unidas. O objectivo passava por conseguir os apoios políticos para a construção de um centro de conferências da ONU, em Macau. Segundo a investigação, os principais corrompidos foram Francis Lorenzo, representante da República Dominicana na ONU, e John Ashe, presidente da Assembleia Geral do organismo. Ng pretendia “ganhar mais fama e aumentar a sua fortuna”, ao transformar Macau na Genebra da Ásia. Lorenzo chegou a um acordo com a justiça americana para testemunhar contra Ng Lap Seng e admitiu a prática dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. O outro alegado corrompido, Ashe, morreu acidentalmente em casa, segundo os relatórios oficiais, quando deixou uma barra de pesos cair em cima do pescoço. Ng Lap Seng foi considerado culpado por ter pago subornos que ultrapassaram os 1,7 milhões de dólares. O residente de Macau, que está em prisão domiciliária, vai conhecer a sentença no próximo dia 23 de Março.
Andreia Sofia Silva China / ÁsiaAprovado acordo que facilita viagens entre Taiwan e Estados Unidos O Senado norte-americano aprovou ontem, por unanimidade, o Taiwan Travel Act, que só terá figura de lei quando Donald Trump a aprovar. O acto representa não só a oficialização de viagens entre Estados Unidos e a Ilha Formosa, mas encoraja o estabelecimento de negócios em solo americano. Como seria de esperar, a acção não agradou à China [dropcap style≠‘circle’]É[/dropcap] certo que os Estados Unidos nunca disseram, preto no branco, estarem contra a noção de “uma só China”. É também certo que o país não tem relações diplomáticas com Taiwan desde 1979, mas sempre houve uma aproximação entre os dois territórios, que ganhou relevo desde a eleição de Donald Trump. Primeiro foi o telefonema entre o presidente norte-americano, com Tsai ing-wen, presidente da Ilha Formosa, em Dezembro, que não agradou à República Popular da China. Agora, chegou outro sinal que pode cair mal junto do Governo de Xi Jinping. Esta Quarta-feira, o Senado norte-americano aprovou, por unanimidade, o Taiwan Travel Act. De acordo com a agência Reuters, trata-se da oficialização de um acordo que vai permitir uma maior facilidade nas viagens entre os dois países, sobretudo as que forem realizadas por altos dirigentes com os seus homónimos. O Taiwan Travel Act encoraja também a que figuras dos meios cultural e económico de Taiwan possam estabelecer-se com uma maior facilidade nos Estados Unidos. Esta proposta de lei terá agora de ser aprovada pelo presidente Donald Trump, sendo que, de acordo com a Reuters, é pouco provável que o diploma seja chumbado, pois não é comum à presidência norte-americana chumbar algo que foi aprovado por unanimidade. Além disso, essa unanimidade já tinha sido verificada numa primeira aprovação câmara baixa do Congresso norte-americano. De acordo com a edição online do Taipei Times, jornal da capital de Taiwan, Ed Royce, presidente do House Foreign Affairs Committee, disse que “os Estados Unidos e Taiwan partilham o compromisso para com a democracia, o Estado de Direito e os direitos humanos”. “Deveríamos apoiar os países que buscam a democracia e que servem de inspiração para estes valores em toda a região da Ásia-Pacífico”, disse Ed Royce durante o acto de votação da proposta de lei. O diploma aponta ainda para o facto das relações entre os dois territórios terem sofrido com a falta de contactos de alto nível desde 1979, devido às restrições impostas pelos Estados Unidos nas visitas oficiais realizadas a Taiwan, escreve o Taipei Times. A China não gostou e já reagiu. A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, revelou que a RPC ficou “fortemente insatisfeita” com esta aprovação, uma vez que “viola seriamente” o princípio de Uma Só China, ou seja, a ideia de que a RPC e Taiwan (República da China) são um só país. A China apresentou mesmo um protesto diplomático relativamente a este acto. Um mau lobby Todd Lyle Sandel, docente especialista em estudos de Taiwan da Universidade de Macau (UM), classifica a aprovação por parte do Senado norte-americano como um sinal de que algo vai muito mal no Governo liderado por Donald Trump. “Isso demonstra a fraqueza dos Estados Unidos, porque se o país tivesse um presidente normal, como Obama ou Bush, haveria um maior retrocesso [quanto à aprovação]. Isso pode potencialmente ferir as relações com a China, o que num contexto global é muito pior do que ter relações com Taiwan.” Numa altura em que os olhos do mundo estão postos na China, que sustenta a sua posição no quadro diplomático através do estabelecimento de fortes relações bilaterais com muitos países, o académico acredita que o Taiwan Travel Act pode trazer problemas na relação com os Estados Unidos. Porém, o académico considera que Xi Jinping tem capacidade para ir além disso. “Donald Trump tem uma série de problemas. A minha opinião pessoal é que Pequim tem muito mais influência nas suas relações diplomáticas do que os Estados Unidos, além disso, a economia chinesa tem vindo a crescer. A China tem, neste momento, um estatuto mais internacional.” Para o académico, estamos também perante um acto de lobbying por parte do Governo da Ilha Formosa. “É lobby do Governo taiwanês para aumentar a sua influência, tendo em conta as ligações com o partido Republicano nos Estados Unidos. Isto é apenas parte do caos desta Administração Trump. Presidentes como Obama ou Clinton estariam mais conscientes [das consequências desta aprovação]. É um pequeno passo que pode trazer mais problemas do que coisas boas. É algo que fica mal à Administração Trump”, defendeu ao HM. Apesar do Taiwan Travel Act encorajar o estabelecimento de novas empresas taiwanesas nos Estados Unidos, a verdade é que pouco ou nada vai mudar em termos económicos, defende o professor da UM, uma vez que Taiwan e os norte-americanos sempre tiveram laços firmados. “Não sei muito sobre o lado económico que esta aprovação pode ter, penso que nunca houve grandes problemas do ponto de vista dos negócios, uma vez que a economia de Taiwan sempre esteve muito ligada aos Estados Unidos. Pelo que li, este acordo está relacionado com a permissão de entrada nos Estados Unidos de altos oficiais taiwaneses. Os Estados Unidos sempre realizaram visitas não oficiais. Penso que não terá grande impacto em termos de criação de novos negócios.” Uma ajudinha na OMS Os altos dirigentes de Taiwan têm vindo a ser barrados por Washington nas suas tentativas de estabelecerem ligações diplomáticas, sendo que os governantes norte-americanos não visitam Taiwan desde 1979. O presidente do US-Taiwan Business Council, Rupert Hammond-Chambers, disse que esta entidade apoia a proposta de lei. “Acreditamos que vai melhorar as comunicações entre Taiwan e os Estados Unidos, especificamente ao nível da compreensão da situação de Taiwan junto dos decisores de Washington”, lê-se no Taipei Times. Mais do que facilitar contactos oficiais, este diploma poderá fazer com que Taiwan tenha o estatuto de território observador junto da Organização Mundial de Saúde (OMS). O escritório económico e cultural de Taiwan em Washington já expressou o “agradecimento” em relação ao Congresso norte-americano pelo elevado apoio que mostrou em relação à Ilha Formosa durante este processo legislativo, aponta o Taipei Times. Apesar do significado diplomático que a aprovação do Taiwan Travel Act contém, Todd Lyle Sandel afirma que os taiwaneses estão bem mais preocupados com os baixos salários e as fracas oportunidades de emprego. “Estive em Taiwan recentemente e penso que a maioria das pessoas não se preocupa com isso. A maior questão são as grandes diferenças salariais, há muita insatisfação quanto a isso. Isso está mais ligado à estrutura económica e à ligação de Taiwan com a China, e há muita gente a mudar-se para a China para terem mais oportunidades de trabalho. A maioria dos taiwaneses não se preocupa com este tipo de acordos e políticas”, rematou. Antes do telefonema feito à actual presidente Tsai ing-wen (que é a favor da independência do território), os Estados Unidos aprovaram a venda de armas a Taiwan no valor de 1,4 mil milhões de dólares. Nauert disse que a aprovação da venda não viola a lei que define os contactos dos Estados Unidos com a ilha. “Acreditamos que mostra o nosso apoio à habilidade de Taiwan de manter uma política de autodefesa capaz”, acrescentou. O Ministério da Defesa de Taiwan agradeceu aos Estados Unidos: “A venda de armas vai ajudar a reforçar a nossa capacidade de autodefesa e a manter a paz no Estreito de Taiwan”. A China opõe-se firmemente à venda de armamento a Taiwan. Em Março de 2017, e na sequência de informações de que Washington preparava um negócio com a Ilha Formosa, Pequim veio contestar publicamente, renovando os apelos para que Washington respeite o princípio “uma só China”. No óptica de Pequim, esta é uma questão fundamental para preservar as relações bilaterais com os Estados Unidos e manter a estabilidade no Estreito de Taiwan.
Hoje Macau China / ÁsiaChina pede punição para americano que partiu soldado de terracota Pequim exige punição severa para norte-americano que, alegadamente, terá partido e roubado um dedo de um soldado de terracota exposto em Filadélfia. O jovem foi libertado após pagar fiança e não pode deixar o país antes do julgamento [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap]s autoridades chinesas exigiram “punições severas” ao americano Michael Rohana, de 24 anos, acusado de remover e roubar um dedo de um soldado de terracota, que estava emprestado ao Instituto Franklin, na Filadélfia. O jovem do estado de Delaware foi preso e libertado após pagar fiança de 15 mil dólares, sob condição de entregar o passaporte, passar por testes de drogas e não deixar o país antes do julgamento. Em 260 exposições realizadas no exterior, este é o primeiro incidente do tipo. De acordo com os investigadores, Rohana participou numa festa no Instituto Franklin no dia 21 de dezembro e visitou a galeria da exposição “Soldados de Terracota do Primeiro Imperador”, que estava fechada ao público. O jovem usou a lanterna do telemóvel para apreciar as dez estátuas emprestadas pelo Centro de Promoção do Patrimônio Cultural de Shaanxi e chegou mesmo a subir a uma plataforma para tirar uma selfie. Segundo o FBI no mandado de prisão, Rohana apoiou-se na mão esquerda de uma das estátuas de um cavaleiro, e aparentemente quebra um pedaço. Em vez de alertar os funcionários do instituto, terá metido o pedaço quebrado no bolso antes de sair do edifício. O polegar perdido só foi notado no dia 8 de Janeiro, e agentes do FBI conseguiram encontrar Rohana dias depois, em casa. Na presença do pai, o jovem confessou ter escondido o polegar roubado numa gaveta de seu guarda-roupa. A promotoria decidiu acusar Rohana pelo roubo de peça de arte de um museu, ocultação de obra de arte roubada e transporte de propriedade roubada entre estados. O julgamento ainda não tem data para acontecer. Reacção chinesa Nesta segunda-feira, o director do Centro de Promoção do Património Cultural de Shaanxi, Wu Haiyun, criticou o Instituto Franklin pela “falta de cuidado” com as estátuas. Nos últimos 40 anos, o centro organizou mais de 260 exposições no exterior e nunca passou por situação semelhante. “Nós pedimos que os EUA punam severamente o acusado” — disse Haiyun, em entrevista à emissora estatal chinesa CCTV. Em comunicado enviado ao Instituto Franklin, o Centro de Promoção do Património Cultural de Shaanxi informou que enviará dois especialistas chineses para recuperar a estátua danificada. A exposição será mantida como o planejado, até o próximo dia 4. As dez estátuas da exibição fazem parte do Exército de Terracota, com mais de 8 mil soldados e outras peças militares, enterrados com Qin Shi Huang, o primeiro imperador da China, em 210 a.C. Descoberto na década de 1970, o exército é reconhecido como uma das maiores descobertas arqueológicas do século passado. A estátua danificada é avaliada em US$ 4,5 milhões.
Hoje Macau China / ÁsiaChina alerta EUA sobre restrições comerciais [dropcap style≠’circle’]”A[/dropcap] China está preocupada com a grave tendência de proteccionismo dos EUA no sector de produtos siderúrgicos”, disse o Ministério do Comércio da China em um comunicado. O comunicado foi divulgado depois do Departamento de Comércio dos EUA ter anunciado na segunda-feira que iniciará investigações de defesa comercial sobre os tubos soldados de grande diâmetro importados da República da Coreia, Turquia, Grécia, Índia, Canadá e China. Embora os membros da Organização Mundial do Comércio tenham o direito de lançar essas investigações, “a protecção frequente e excessiva da indústria doméstica não serve os propósitos originais das medidas de defesa comercial, e muitas vezes, cria um círculo vicioso”, disse Wang Hejun, chefe do departamento de defesa comercial e investigação da pasta, no comunicado. Até Janeiro, mais da metade das medidas efectivas de defesa comercial tomadas pelos EUA tinham como objectivo os produtos siderúrgicos, cobrindo quase todos esses produtos importados pelo país. Wang disse que a base da recuperação económica global permanece frágil, e que todos os países devem trabalhar juntos para isso. “A China espera que os EUA observem as regras comerciais multilaterais e desempenhem um papel positivo em promover o desenvolvimento económico mundial”, disse Wang.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA | Pequim contra Lei de Viagens de Taiwan [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China apresentou “protestos solenes” ao governo dos Estados Unidos em relação a um projecto de lei relacionado com Taiwan, informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros. O Comité das Relações Exteriores do Senado dos EUA aprovou na quarta-feira a Lei de Viagens de Taiwan, em que procura incentivar o intercâmbio de visitas de alto nível entre os EUA e a ilha. O projecto foi aprovado em Janeiro pela Câmara dos Representantes. “A China está extremamente insatisfeita e apresentou protestos solenes à parte americana”, disse Geng Shuang, porta-voz da Chancelaria, numa conferência de imprensa. “Algumas das cláusulas da lei, embora não sejam legalmente vinculativas, violam seriamente o princípio ‘Uma Só China’ e os três comunicados conjuntos entre a China e os EUA”, manifestou o porta-voz, acrescentando que a aprovação e a implementação da lei prejudicará severamente as relações China-EUA, bem como a situação através do estreito de Taiwan. “O princípio ‘Uma Só China’ é a base política dos laços sino-americanos”, indicou o funcionário. “Pedimos aos EUA que adiram ao seu compromisso sobre a questão de Taiwan, suspendam a deliberação da lei, dirijam de forma adequada os assuntos relacionados com Taiwan e mantenham a estabilidade nas relações China-EUA”, declarou Geng.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeEUA | Activista de Macau ainda luta pela residência no país Há um ano Justin Cheong, nascido em Macau e com passaporte português, saía do centro de detenções onde esteve preso em risco de ser deportado. Saiu mediante fiança e continua a aguardar pela última fase do processo em busca do green card, que só deverá acontecer em Abril do próximo ano [dropcap style≠’circle’]L[/dropcap]idera a BAMN, uma organização sem fins lucrativos que defende os direitos dos emigrantes sem cidadania nos Estados Unidos. Justin Cheong, nascido em Macau e detentor de passaporte português, há muito que trava uma batalha com o Governo norte-americano pela cidadania, uma vez que é casado com uma natural do país. Em Fevereiro do ano passado o HM conversou com Justin Cheong no dia em que este conseguiu sair do centro de detenção onde estava, e que acolhe imigrantes em risco de deportação. Saiu mediante o pagamento de uma fiança de 1500 dólares, mas o caso ainda não chegou ao fim. “A minha situação nos Estados Unidos teve novos avanços”, contou ao HM. “O próximo julgamento relativo ao meu caso acontece em Abril de 2019. Se ganhar, vou finalmente receber o meu green card [residência] e vão retirar-me a ordem de deportação. Mais importante do que isso é que vou ficar a salvo da deportação e junto da minha mulher e da minha família.” “A minha mulher e os meus amigos, e eu também, vamos continuar a lutar pela liberdade de ficar nos Estados Unidos devido à perseguição levada a cabo pelo Governo chinês que tem sido feita a artistas políticos e activistas”, acrescentou ainda. Há um ano, quando conversou com o HM, Justin Cheong dizia acreditar que a sua detenção não passava de um acto meramente político, que corria o risco de se agravar com a vitória de Donald Trump nas eleições. “Creio que não foi um processo legal, mas sim totalmente político. O juiz, desde o primeiro dia, sabia que eu era um activista político, que estava a desafiar as autoridades na luta pelos direitos dos imigrantes. Ele não concordava comigo e, há sete meses, decidiu não me atribuir uma fiança. Fiquei preso no centro de detenção, em risco de ser deportado. Mantivemos a luta e mantivemos contacto com a nossa coligação irmã, sediada no Reino Unido.” O activista lembrou o apoio que obteve fora das grades para que a sua liberdade fosse uma realidade. “Tivemos um grupo de imigrantes organizado dentro do centro de detenção e também um grupo de amigos cá fora a apoiar-nos. Tínhamos maiores possibilidades de sermos soltos e foi isso que aconteceu. Organizaram um grupo de apoiantes à minha volta e, graças a isso, o juiz e o próprio sistema legal sentiram que tinham de me deixar sair. Foi por ser quem sou, um activista político, que tive um mau momento. Tal também se deve à campanha de Donald Trump contra os emigrantes, que está a fazer com que cada vez mais emigrantes sejam deportados, sobretudo os chineses.” Um perigo a aumentar Um ano depois, Justin Cheong continua a ter o mesmo receio em relação às políticas anti-emigração do presidente Donald Trump. Nem a recente notícia de que o presidente norte-americano poderá rever o sistema de atribuição de green cards a chineses que tenham profissões qualificadas faz mudar a opinião do activista. “O perigo de deportação de cidadãos chineses continua a aumentar à medida que a tensão política cresce entre a China e os Estados Unidos. A situação piorou bastante desde que a Administração Trump tomou posse. As relações inflamadas com a Coreia do Norte faz franzir o sobrolho e aumentar as preocupações quanto uma potencial III Guerra Mundial. Simplesmente não é seguro para nenhum cidadão chinês ser deportado neste momento”, explicou Justin Cheong. Nos Estados Unidos não é fácil ter acesso a um green card pelo período de cinco anos, e que permite ao imigrante levar consigo alguns familiares. Um artigo do jornal South China Morning Post, de 1 de Fevereiro, fala de potenciais benefícios para estes imigrantes qualificados chineses, mas Justin Cheong não está optimista. “Esta ‘nova política de imigração’ não vai trazer benefícios aos trabalhadores chineses. É óbvio que uma pequena minoria destes trabalhadores qualificados podem ou não ter uma oportunidade de trabalho nos Estados Unidos, enquanto a maioria dos trabalhadores chineses, milhões, vão continuar a sofrer numa situação de miséria extrema”, concluiu.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim pede aos EUA para seguirem exemplo das Coreias [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, enalteceu ontem a aproximação entre as duas Coreias, por ocasião dos Jogos Olímpicos de Inverno de PyeongChang, e pediu aos Estados Unidos para seguirem o exemplo. “Enquanto as duas partes na península coreana estão a abrir a porta, não é correcto que outros a tentem fechar”, afirmou Wang, numa conferência de imprensa em Pequim. “Esperamos que o diálogo por ocasião dos Jogos Olímpicos de Inverno se transforme em conversações de rotina, e o que existe agora entre as duas Coreias se expanda a outras partes, sobretudo entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos”, acrescentou. Uma delegação da Coreia do Norte vai participar no evento desportivo que se realiza na cidade sul-coreana de PyeongChang. Kim Yo-jong, irmã do atual líder norte-coreano Kim Jong-un, vai assistir ao evento, enquanto os atletas dos dois países desfilarão lado a lado na cerimónia de abertura, na sexta-feira. “Os dois lados da península tiveram recentemente uma interacção positiva nos preparativos para os Jogos Olímpicos de Inverno, e como vizinhos queremos que isto acabe com a situação de ponto morto e alivie as tensões”, afirmou Wang Yi. A China, que é o principal aliado diplomático e maior parceiro comercial do regime norte-coreano, defende o regresso ao diálogo e propõe que Pyongyang suspenda o programa nuclear em troca do fim dos exercícios militares conjuntos entre Washington e Seul, que Pyongyang considera um treino para uma invasão.
Hoje Macau China / ÁsiaEmbaixador: “China permanece confiante e aberta apesar do fraco juízo de alguém nos EUA” [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] embaixador chinês nos Estados Unidos, Cui Tiankai, disse recentemente que apesar do fraco juízo de alguém nos Estados Unidos, a China permanecerá confiante no caminho do desenvolvimento e os que esperam pelo contrário devem enfrentar a realidade. “Recentemente, registaram-se alguns desenvolvimentos nas relações China-EUA que são matéria de preocupação, o que reflecte a deficiência de alguém dos Estados Unidos no seu entendimento da China, e também o seu fraco juízo de estratégias adoptadas pela China. Por exemplo, alguém se sente deprimido por causa de adesão da China ao seu próprio caminho de desenvolvimento,” disse Cui numa reunião realizada na embaixada chinesa para celebrar o Ano-Novo chinês. O caminho do desenvolvimento escolhido pela China está baseado nas realidades nacionais do país, guiado pelas suas próprias teorias, garantido por seu próprio sistema e estabelecido em sua própria cultura, disse Cui. “Então, nosso caminho do desenvolvimento não pode e não deve mudar.” “A escolha chinesa do caminho do desenvolvimento não mudará devido ao pensamento de outras pessoas. Espero que aqueles O embaixador disse que a China permanece confiante, mas também permanecerá aberta a novas ideias e está disposta a aprender com outras culturas.
Hoje Macau InternacionalPequim, contra declarações dos EUA, sai em defesa da Venezuela [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] governo da China tomou posição na segunda-feira sobre as ameaças feitas pelos Estados Unidos à Venezuela, depois da viagem do secretário Rex Tillerson a vários países da América Latina. Tillerson chegou a defender um golpe militar na Venezuela e criticou a China, ao dizer que não há espaço para uma nova “potência imperial” na região. O secretário norte-americano pediu, inclusive, aos países do continente que intervenham no país vizinho, liderado por Nicolas Maduro. O Tesouro dos Estados Unidos acusou a China de ajudar o governo do presidente venezuelano com investimentos suspeitos envolvendo empréstimos em troca de petróleo. Num discurso proferido na sexta-feira,no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, o principal diplomata especialista em economia do Tesouro dos EUA, David Malpass, disse que o foco da China nas “commodities e em acordos financeiros vagos” prejudicaram, e não ajudaram, países da América Latina. O ataque ao papel chinês no apoio ao governo da Venezuela veio um dia depois de o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, ter aventado a hipótese de um golpe militar no país sul-americano rico em petróleo, antes de iniciar uma digressão de cinco dias pela América Latina. O porta-voz do MNE chinês Geng Shuang disse que a cooperação financeira bilateral com a Venezuela foi estabelecida com base em princípios comerciais benéficos para os dois países. “O que os Estados Unidos disseram é infundado e extremamente irresponsável”, afirmou Geng. A cooperação entre a China e a Venezuela auxiliou a construção de mais de 10 mil casas de baixo custo, a geração de electricidade e o gasto com electrodomésticos para três milhões de lares venezuelanos de baixo rendimento, acrescentou, segundo informa a Reuters. “A cooperação China-Venezuela incentivou favoravelmente o desenvolvimento socioeconómico da Venezuela e é aprovada e apoiada por todos os níveis da sociedade”, disse Geng. “Uma Venezuela estável atende aos interesses de todos os lados”. Ainda segundo a Reuters, recentemente, após a imposição de sanções individuais e económicas sobre Caracas pelos EUA, Maduro acusou Washington de tentar depô-lo para ter mais acesso à riqueza petrolífera do país-membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). EUA temem perder influência Washington advertiu vários países latino-americanos sobre os riscos da influência cada vez maior de Pequim na região e sobre os riscos de uma suposta dependência excessiva da segunda economia mundial, advertências vistas pela China como uma falta de respeito à política exterior dessas nações. Enquanto a administração Trump rompeu acordos e questiona alianças, o gigante asiático impulsionou os laços políticos, culturas e sociais, com destaque para a América Latina; as viagens constantes de Xi Jinping continuam a seguir a proposta de construir “uma comunidade global de futuro partilhado”. Na América Latina, a China, que há mais de dez anos é um importante parceiro comercial, aumenta agora sua influência política, cultural e social para ocupar o vazio criado pela ausente estratégia norte-americana. E, dessa maneira, a China acabou por se tornar uma ameaça aos interesses dos EUA na região, que por décadas esteve presente interferindo continuamente na soberania e nas decisões dos países latino-americanos. Tillerson, pouco antes de fazer uma viagem por países como o México, Argentina, Peru e Colômbia, afirmou que a região não precisa de “novas potências imperiais” e advertiu sobre a estratégia de se apoiar excessivamente na China, “que significa ganhos no curto prazo em troca de uma dependência no longo prazo”. O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês considerou que essa premissa é falsa e que o intercâmbio com a América Latina se baseia “em interesses comuns e necessidades mútuas”. Como a China defendeu até o momento, a sua aproximação com as outras nações acontece seguindo os princípios de “igualdade, reciprocidade, abertura e inclusão”. A China reforçou recentemente seus laços com a região durante o segundo fórum ministerial entre o gigante asiático e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), realizado há apenas duas semanas em Santiago, no Chile, como informa o El País. O bloco decidiu apoiar, numa declaração oficial, a iniciativa chinesa da nova Rota da Seda – o megaprojeto de interconexão mundial idealizado pelo presidente chinês, Xi Jinping, que colocou sobre a mesa bilhões de dólares para investi-los em obras de infra-estrutura que melhorem a conectividade. O objectivo, segundo o MNE chinês, Wang Yi, é que o país se transforme no “parceiro mais confiável” da região.
Hoje Macau China / ÁsiaChina acusa EUA de prática de dumping [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Ministério de Comércio da China informou neste domingo ter dado início a investigações para apurar uma suposta prática de dumping nas exportações de sorgo dos Estados Unidos. Informações preliminares apontam que grandes volumes do produto têm sido vendidos pelos EUA à China a preços baixos e com subsídios do governo dos EUA, prejudicando os produtores chineses. O ministério disse também que a produção chinesa de sorgo depende de um grande número de pequenos agricultores. Ao anunciar a acção, o governo chinês não mencionou a recente decisão da administração Trump de impor tarifas sobre as importações norte-americanas de painéis solares chineses. Autoridades da China disseram a representantes de empresas dos EUA que Pequim está a preparar medidas de retaliação caso as exportações chinesas sejam afectadas pela política defendida por Trump conhecida como “America First”. Os EUA estão envolvidos também em processos que podem impor à China penalidades relacionadas à propriedade intelectual e comércio de aço e alumínio. Produtos agrícolas dos EUA são um alvo provável na lista do governo chinês, já que Estados agrícolas norte-americanos são vistos como a base política do presidente Donald Trump. A China tem-se destacado como um grande mercado para o sorgo produzido nos EUA. Desde 2013, mais de 27 milhões de toneladas do produto foram vendidas para o país asiático, conforme dados da associação de produtores de sorgo dos EUA.
Hoje Macau China / ÁsiaEstado Unidos tentam vender armas a países vizinhos da China [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s Estados Unidos enviaram a sua diplomata responsável pela venda de armamento para promover armas norte-americanas na maior feira aeronáutica da Ásia, onde tem crescido a presença militar e influência política da China. Tina Kaidanow disse aos jornalistas que uma vasta delegação dos EUA está a fazer “tudo o que pode” para encorajar os governos do sudeste asiático a comprar armamento ao país, como caças F-35. Washington tem tentado atrair países como o Vietname, outrora um inimigo, com a venda de armamento, numa altura em que uma política externa mais assertiva da China, que reclama a quase totalidade do mar do Sul da China, tem suscitado protestos dos países vizinhos. Desde que o Presidente chinês, Xi Jinping, ascendeu ao poder, em 2012, Pequim construiu várias ilhas artificiais e ergueu instalações militares em recifes disputados pelo Vietname, Filipinas, Malásia, Brunei ou Taiwan. Kaidanow classificou a transferência de uma embarcação norte-americana de guarda costeira para o Vietname, no ano passado, de “incrivelmente positiva”. “Eles vão poder usar o nosso equipamento no domínio marítimo, para a sua segurança, é importante para eles”, disse Kaidanow, que na semana passada esteve em Hanói. A visita ocorreu poucos dias após o secretário de Defesa dos EUA, Jim Mattis, ter anunciado no Vietname planos para enviar um porta-aviões para o país, numa demonstração de “solidariedade”. Apesar da postura chinesa no Mar do Sul da China ter suscitado reclamações, Pequim tem também financiado e desenvolvido infra-estruturas na região, como forma de assegurar aliados, e vendido armas a Manila, em apoio à controversa campanha antidrogas do Presidente filipino, Rodrigo Duterte. Kaidanow disse ainda que reunirá com funcionários do Japão e outros países do sudeste asiático durante os próximos dias, argumentando que as nações da região devem comprar armamento norte-americano, “não só por questões de segurança, mas também para manter o equilíbrio na região”. A diplomata norte-americana acrescentou que os EUA vão manter as suas operações de liberdade de navegação nas águas do Mar do Sul da China reclamadas por Pequim. “Iremos absolutamente manter o ritmo”, disse. A China condena as operações de Washington na região como provocações “imprudentes”, que aumentam os riscos de confrontos militares entre os dois países.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim critica nova estratégia americana de armas nucleares [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] China criticou ontem a nova estratégia de armas nucleares dos Estados Unidos, aconselhando os americanos a perderem a “mentalidade da Guerra Fria” e a assumirem a “responsabilidade principal” no desarmamento nuclear. O Ministério da Defesa chinês afirmou que o documento sobre a nova política de armas nucleares, elaborado pelos serviços americanos da Defesa, Estado e Energia, “especula com o caminho do desenvolvimento” chinês e exagera a ameaça que representam as forças nucleares do país asiático. A nova estratégia de armas nucleares americana, anunciada esta semana pelo Pentágono, exige a introdução de dois novos tipos de armamento, acabando com os esforços da era de Barack Obama para reduzir o tamanho e o alcance do arsenal norte-americano. Durante a apresentação, o secretário de Defesa, Jim Mattis, afirmou que a capacidade dos arsenais nucleares russo e chinês “estão a melhorar”, ao contrário do que acontece com os Estados Unidos. A política da administração anterior dependia do que o então Presidente Barack Obama chamou de obrigação moral para que os Estados Unidos liderassem com o exemplo para livrar o mundo das armas nucleares. Mas oficiais da administração de Donald Trump e do Exército norte-americano argumentam que a abordagem de Obama se mostrou excessivamente idealista, particularmente quando a Rússia ressurgiu, com os Estados Unidos a não conseguirem persuadir os seus adversários nucleares a seguir o exemplo. “Esperemos que os Estados Unidos compreendam correctamente a intenção estratégica da China e que assumam uma visão justa sobre a defesa nacional e o desenvolvimento militar da China”, respondeu hoje o porta-voz da Defesa chinês, Ren Guoqiang, citado pela agência estatal Xinhua. O porta-voz chinês exortou ainda os americanos a perderem “mentalidade da Guerra Fria”. EUA desrespeitam América Latina Entretanto, a China acusou os Estados Unidos de desrespeitarem a América Latina depois do secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, ter alertado os países da região contra a dependência excessiva dos laços económicos com a China. Tillerson, num discurso antes de uma visita ao México, Argentina, Peru, Colômbia e Jamaica, disse que a China estava a ficar mais forte na América Latina, usando políticas económicas para atrair a região para sua órbita. Em comunicado divulgado no final da sexta-feira, respondendo a Tillerson, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China informou que a cooperação entre a China e a América Latina é baseada em interesses comuns e necessidades mútuas. “O que os Estados Unidos disseram é inteiramente contra a verdade e mostrou desrespeito ao vasto número de países latino-americanos”, afirmou o ministério. A cooperação entre a China e os países latino-americanos baseia-se na igualdade, reciprocidade, abertura e inclusão, acrescentou. “A China é um importante comprador internacional de commodities a granel da América Latina e importa cada vez mais produtos agrícolas e de alto valor agregado da região”, informou o ministério. O investimento e a cooperação financeira da China com os países latino-americanos estão em plena conformidade com as regras comerciais e as leis e regulamentos locais, acrescentou.
Andreia Sofia Silva China / ÁsiaA China acusa Donald Trump de ter “mentalidade da Guerra Fria” [dropcap]O[/dropcap]s governos de China e do Irão foram alvos do presidente americano, Donald Trump, no seu primeiro discurso sobre o Estado da União, no qual o chefe de Estado faz um balanço do ano no governo e indica prioridades legislativas ao Congresso. No entanto, os dois países responderam com críticas ao republicano. A China pediu aos Estados Unidos para abandonar sua “mentalidade de Guerra Fria”, depois de Trump classificar Pequim como um rival que ameaça os interesses americanos. “Esperamos que os Estados Unidos abandonem sua mentalidade de Guerra Fria, que é um conceito superado”, reagiu Hua Chunying, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. “A China espera trabalhar com os americanos a fim de reduzir diferenças de posição, com base no respeito mútuo, e concentrando-se na cooperação e na gestão das diferenças”, enfatizou numa conferência de imprensa. Já autoridades iranianas afirmaram que os comentários de Trump demonstram a “ignorância” do presidente americano. O republicano indicou que é “hora de mudança” no Irão, fazendo referência à onda de protestos no início deste ano. “Trump novamente confirma sua ignorância sobre o Irã e a região. Todos sabemos como ele se posiciona, e certamente não é do lado dos iranianos”, disse o ministro do Exterior, Javad Zarif, em mensagem no Twitter. “Os seus ‘virtuosos’ clientes ‘democraticamente eleitos’ na nossa região podem comemorar, mas não aqueles que estão na ponta que recebe tirania e armas, incluindo crianças iemenitas”, disse, numa referência à Arábia Saudita, rival regional do Irão, que desde 2015 intervém na guerra civil no Iémen.
Hoje Macau China / ÁsiaTecnologia 5G : Pequim responde a declarações americanas [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s EUA estão desagradados com a competência tecnológica das empresas chinesas e o proteccionismo parece ser o caminho escolhido para a defesa Pequim apelou, na segunda-feira, à comunidade internacional para melhorar o diálogo e a cooperação com base na confiança mútua, de modo a lidar conjuntamente com ameaças à segurança cibernética. A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying, solicitou a cooperação depois de declarações de um alto funcionário dos EUA, no domingo, sobre os planos do governo americano para criar uma rede sem fios 5G, visando combater uma alegada ameaça de espionagem da China aos telefonemas dos EUA. O funcionário, confirmando o essencial de um relatório do portal de notícias Axios.com, disse que a opção estava a ser debatida num nível inferior na administração, estando entre seis a oito meses de ser considerada pelo próprio presidente. O conceito de rede 5G tem como objectivo abordar o que as autoridades consideram uma ameaça da China à segurança cibernética e à segurança económica dos EUA. Este mês, a AT&T foi forçada a retirar um plano para oferecer aos seus clientes aparelhos construídos pela Huawei Technologies Co, da China, por causa da pressão sobre os reguladores federais por parte de alguns membros do Congresso. Em 2012, a Huawei e a ZTE Corp foram alvos de uma investigação dos EUA sobre se os seus equipamentos proporcionavam oportunidades para espionagem estrangeira. “A China mantém uma posição consistente sobre a questão e o governo proíbe e reprimirá qualquer forma de ataque cibernético”, reforçou Hua. “Acreditamos que a comunidade internacional deve, com base no respeito mútuo e na confiança, fortalecer o diálogo e a cooperação e dar as mãos para enfrentar a ameaça dos ataques cibernéticos, de modo a manter a paz e a estabilidade do ciberespaço”, disse. Wang Yiwei, professor de estudos internacionais na Universidade Renmin da China, disse que a acção dos EUA tem vários propósitos. Sob o pretexto da ameaça, os EUA estão a disseminar o proteccionismo, o que desagrada à China, disse Wang. “Os EUA atribuem demasiada importância ao mercado 5G, mas perderam o estatuto de monopólio na área. Por isso, o país está a tentar recuperar do atraso e permanecer vigilante contra a China”, concluiu.
Hoje Macau China / ÁsiaPela primeira vez, China ultrapassa EUA em produção científica [dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]ela primeira vez na história, a China ultrapassou os Estados Unidos num critério importante: o volume de artigos científicos totais publicados, uma estatística reveladora dos avanços rápidos que a nação asiática fez no cenário mundial nas últimas décadas. A descoberta veio do relatório bienal de “Indicadores de Ciência e Engenharia” (Science and Engineering Indicators), um relatório publicado pela Fundação Nacional de Ciência (NSF) dos Estados Unidos, que rastreia inúmeros marcadores de conquista científica em diversos países. O relatório concluiu que os Estados Unidos ainda são o líder mundial em ciência e tecnologia, excepto nessa categoria vital. “O relatório deste ano mostra uma tendência na qual os EUA ainda lideram em muitos critérios de C&T [ciência e tecnologia], mas a nossa liderança está a diminuir em certas áreas que são importantes para o nosso país”, disse a presidente do conselho da Fundação Nacional de Ciência americana, Maria Zuber. Volume e citação de artigos Em 2016, a China publicou mais de 426 mil estudos científicos indexados pela SciVerse Scopus, um banco de dados de artigos de revistas académicas, da Editora Elsevier. Tal representa cerca de 18,6% do total internacional. De forma inédita, os Estados Unidos ficaram em segundo lugar, alcançando 409 mil artigos publicados. Apesar disso, a produção dos Estados Unidos ainda ultrapassa a da China quando se trata de citações de artigos científicos, embora nenhuma das duas nações seja líder mundial nesse quesito. A Suécia e a Suíça produzem as publicações mais citadas, seguidas pelos Estados Unidos, a União Europeia e depois a China. Os líderes em C&T O relatório americano também mostra os pontos fortes de diferentes nações no campo científico. Por exemplo, investigadores dos Estados Unidos e da União Europeia produzem mais artigos (e patentes) sobre ciência biomédica, enquanto a China demonstra liderança na pesquisa de engenharia, bem como a Coreia do Sul. Quanta dinheiro existe à disposição da ciência? No critério financeiro, os Estados Unidos ainda demonstram uma liderança impressionante, gastando mais que todos os outros países em pesquisa e desenvolvimento (P&D): US$ 496 mil milhões, ou 26% do total global. Além disso, trazem o maior investimento, de quase US$ 70 mil milhões. Mas a China não está muito atrás, com suas despesas de P&D a crescer rapidamente, numa média de 18% ao ano desde 2000, enquanto a média de crescimento dos Estados Unidos tem sido de apenas 4%. Hoje, os chineses já gastam US$ 408 mil milhões (21% do total global) com a pesquisa, obtendo US$ 34 mil milhões em investimento em 2016. Esta é provavelmente a estatística mais impressionante do relatório. De acordo com o economista Robert J. Samuelson, os números chineses são de tirar o fôlego. “A China tornou-se – ou está à beira de se tornar – uma superpotência científica e técnica. Não devemos esperar nada menos”, argumentou. Atrás do prejuízo De maneira geral, o que os indicadores mostram é que os Estados Unidos estão a perder território científico rapidamente, especialmente para a China. “Os EUA continuam a ser o líder mundial em ciência e tecnologia, mas o mundo está a mudar. Não podemos dormir ao volante”, disse Zuber à Nature. Se o país for o reflexo da sua liderança, os Estados Unidos provavelmente continuarão estrada abaixo, uma vez que seu actual presidente, Donald Trump, não é um grande fã da ciência. O relatório está disponível para consulta, em inglês, no portal da Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos.
Hoje Macau China / ÁsiaChina defende-se de críticas dos EUA sobre práticas comerciais [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] China defendeu ontem o seu papel no comércio internacional e acusou os EUA de serem conflituosos, após Washington ter afirmado que o apoio à inclusão de Pequim na Organização Mundial do Comércio (OMC) foi um erro. A China “cumpre de forma rigorosa com as regras da OMC” e “faz grandes contributos” para o sistema de comércio global, afirmou a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying. Hua disse ainda que a decisão da administração de Donald Trump de lançar uma investigação sobre as práticas comerciais da China, com base na lei dos EUA, e não através da OMC, “ameaça a estabilidade do sistema internacional”. “Nós somos defensores, construtores e contribuidores do sistema multilateral de comércio”, afirmou Hua. “E talvez tenham reparado que são as acções e mensagens unilaterais dos EUA que constituem um desafio sem precedentes para o sistema multilateral do comércio. Vários membros da OMC exprimiram preocupação sobre isso”, acrescentou. Bruxelas e Washington acusam frequentemente Pequim de dificultar o acesso aos sectores da banca, energia e outros, violando os compromissos de abertura do seu mercado, aquando da adesão à OMC, em 2001. Num relatório enviado ao Congresso, o Representante de Comércio dos EUA afirmou que Washington cometeu um erro quando apoiou a inclusão da China na OMC “em termos que provaram ser ineficazes para assegurar que a China adoptasse um regime comercial aberto e orientado pelo mercado”. O relatório evoca frustrações antigas dos EUA com as políticas comerciais da China, mas usa uma linguagem invulgarmente dura. A administração de Donald Trump lançou em Agosto passado uma investigação sobre alegadas violações por parte da China, nomeadamente ao nível da usurpação de patentes ou da transferência forçada de propriedade intelectual. Washington poderá adoptar medidas unilaterais, caso a investigação determine que Pequim violou normas comerciais. O ministério chinês do Comércio avisou já que Pequim irá “salvaguardar firmemente” os seus interesses.
Hoje Macau China / ÁsiaPreso ex-agente da CIA suspeito de espiar para Pequim As autoridades dos Estados Unidos detiveram um ex-agente da CIA residente em Hong Kong que teria revelado a identidade de informantes da Agência, supostamente à China, informaram a imprensa americana e o departamento de Justiça. O cidadão americano naturalizado Jerry Chun Shing Lee, também conhecido como Zhen Cheng Li, foi detido na segunda-feira, ao desembarcar no Aeroporto Internacional JFK de Nova Iorque. Segundo uma acção apresentada ao Tribunal Federal de Nova York, em 2012 agentes do FBI vasculharam a bagagem de Lee quando este viajava pelos Estados Unidos e encontraram em seu poder material secreto ao qual não poderia ter acesso. “Os agentes encontraram em pequenos livros anotações manuscritas com informação secreta, incluindo os nomes verdadeiros e números de telefone de informantes e agentes encobertos da CIA, notas de reuniões de agentes activos, locais de encontro e localização de instalações secretas”, assinalou o departamento de Justiça. O New York Times revelou que entre 2010 e o final de 2012 os chineses mataram “pelo menos uma dúzia de fontes” da CIA dentro da China e prenderam pelo menos outros seis informadores. A busca pela fonte das fugas de informação na Agência levou à identificação de uma pessoa que havia trabalhado para a CIA e morava na Ásia, assinalou o jornal, acrescentando que na ocasião não existiam evidências suficientes para se deter o suspeito. Mas outros na Agência atribuíram as fugas a um trabalho descuidado e não a um informador, ainda segundo o Times. Lee foi denunciado por retenção ilegal de informação de defesa, crime passível de uma pena até dez anos de prisão. Os funcionários do departamento de Justiça não esclareceram por que motivo esperaram mais de cinco anos para a apresentação da denúncia contra Lee, e se de facto as informações secretas caíram nas mãos de outros países. Lee, 53 anos, cresceu nos Estados Unidos e serviu no Exército antes de entrar para a Agência Central de Inteligência, em 1994, onde actuou em diversos países até abandonar a CIA, em 2007, para se instalar em Hong Kong. O caso ocorre em meio à crescente preocupação da comunidade de Inteligência dos Estados Unidos sobre a capacidade do governo chinês para bloquear as operações de espionagem no seu território.
Hoje Macau China / ÁsiaInformações da CIA evitaram atentado em S.Petersburgo [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] presidente russo Vladimir Putin agradeceu por telefone ao seu homólogo norte-americano, Donald Trump, as informações transmitidas pela CIA à Rússia que permitiram anular um atentado terrorista em S. Petersburgo, divulgou ontem o Kremlin. Vladimir Putin “agradeceu ao seu homólogo norte-americano as informações transmitidas pela CIA, que permitiram desmantelar um grupo terrorista que preparava atentados em São Petersburgo”, diz um comunicado do Kremlin, citado pelas agências russas de informação. “As informações fornecidas pela CIA foram suficientes para a detecção, busca e detenção dos criminosos”, revelou o Kremlin. O comunicado adianta que os terroristas planeavam colocar explosivos na Catedral de Nossa Senhora de Cazã e noutros locais muito frequentados da cidade. Os serviços de informações russos (FSB) anunciaram na quinta-feira o desmantelamento de uma célula do grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico (EI), que se preparava para cometer os atentados em 16 de Dezembro, em S. Petersburgo. No total, foram sete as pessoas detidas na quarta e na quinta-feira devido ao seu envolvimento no plano terrorista. Segundo a FSB, que avança ter apreendido “grande quantidade de explosivos, de armas automáticas e munições”, o grupo planeou concretizar um “atentado suicida”, causando massacres e explosões em locais muito frequentados. Ao telefone, Putin pediu a Trump que “transmitisse a sua gratidão ao director da CIA e ao pessoal operacional dos serviços norte-americanos de informações”. O presidente russo acrescentou que, se os serviços especiais russos obtiverem informações sobre o risco de actos terroristas nos Estados Unidos ou contra os seus cidadãos, as transmitirão de imediato aos seus colegas norte-americanos. A Rússia foi atingida este ano por vários atentados, um dos quais em Abril, no metro de S. Petersburgo, que causou 14 mortos. Os serviços de informações russos estão preocupados com o regresso de ‘jihadistas’ que combateram na Síria, onde o Estado Islâmico perdeu posições, com o apoio militar prestado pela Rússia ao regime de Damasco.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Norte: China e Rússia saúdam vontade dos EUA de seguir via diplomática [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China e a Rússia saudaram ontem a vontade expressa pelos Estados Unidos de resolver a crise com a Coreia do Norte através da via diplomática, após declarações do secretário de Estado norte-americano nesse sentido. “Esperamos que os Estados Unidos e a Coreia do Norte trabalhem na mesma direcção, tomando passos pensados para dialogarem e se porem em contacto”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lu Kang, numa conferência de imprensa em Pequim. O chefe da diplomacia norte-americana, Rex Tillerson, disse na terça-feira que os Estados Unidos “aumentarão a pressão até que a Coreia do Norte se comprometa de forma significativa” num diálogo sobre o seu programa nuclear e asseverou que uma acção militar “não é o caminho que se pretende tomar”. Tillerson considerou que a opção de acção militar, no caso de se esgotarem todas as soluções diplomáticas, seria uma “falha” pessoal. “Podemos ver que tais declarações construtivas são muito mais satisfatórias do que a retórica do confronto que ouvimos até agora”, declarou aos jornalistas o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov. A Rússia e a China têm defendido um diálogo com Pyongyang e chamado a atenção para o facto de serem contraprodutivas as ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de “destruir completamente” a Coreia do Norte em caso de ataque por parte do regime de Kim Jong-Un. Os vários disparos de mísseis pela Coreia do Norte e a reacção dos Estados Unidos têm aumentado a tensão na península coreana e na região para níveis inéditos desde o final da guerra da Coreia (1950-1953). Pyongyang também quer “evitar a guerra” O responsável pelos assuntos políticos da ONU, Jeffrey Feltman, disse que oficiais de Pyongyang lhe disseram durante uma visita ao país na semana passada que “era importante evitar a guerra” face ao avanço dos programas nuclear e de mísseis balísticos. O diplomata veterano norte-americano, que é subsecretário-geral da ONU para os assuntos políticos, disse aos jornalistas depois de informar em privado o Conselho de Segurança das Nações Unidas na terça-feira de que a forma “como fazemos isso” foi o tema de mais de 15 horas de discussão com o ministro dos Negócios Estrangeiros Ri Yong Ho e outros responsáveis. “Eles precisam de sinalizar o que estão dispostos a fazer agora… para começar algum tipo de compromisso”, disse. “Acho que deixámos a porta entreaberta, e espero fervorosamente que a porta para uma solução negociada seja agora mais aberta”. Após a visita, no final da semana passada, Jeffrey Feltman e as autoridades da Coreia do Norte emitiram um comunicado, no qual concordavam que a situação na península asiática é a questão “mais tensa e perigosa do mundo” em termos de paz e segurança. A posição coincidente entre a ONU e Pyongyang surgiu na sequência de uma “série de reuniões” que Feltman manteve com o ministro dos Negócios Estrangeiros norte-coreano, Ri Yong Ho, e com o vice-ministro, Pak Myong Guk, durante a visita que fez à Coreia do Norte entre terça e sexta-feira. A visita de Feltman aconteceu após mais um ensaio balístico da Coreia do Norte, com o míssil disparado a atingir maior altura do que em qualquer de outros testes anteriores. Segundo a ONU a visita foi uma resposta a um convite antigo para manter um “diálogo político” entre as autoridades de Pyongyang e as Nações Unidas. Trata-se da primeira viagem à Coreia do Norte que faz um responsável político das Nações Unidas em mais de sete anos. O último a visitar o país fora o antecessor de Feltman, Lynn Pascoe, em Fevereiro de 2010.
Hoje Macau China / ÁsiaChina acusa líder australiano de minar confiança mútua [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] China acusou o primeiro-ministro australiano, Malcolm Turnbull, de minar a confiança mútua entre os dois países, depois de este ter acusado potências estrangeiras de tentar influenciar o processo político do seu país. O primeiro-ministro australiano, Malcolm Turnbull, disse esta semana que o seu Governo vai actualizar as leis relativas à espionagem e traição e proibir donativos a organizações políticas australianas por estrangeiros, visando evitar interferências na política interna australiana. O anúncio surge numa altura em que os EUA estão a investigar a alegada interferência da Rússia nas suas eleições e de crescentes preocupações quanto ao dinheiro e influência chineses na política australiana. “As potências estrangeiras estão a exercer tentativas sem precedentes e cada vez mais sofisticadas de influência no processo político, aqui e no exterior”, disse Turnbull aos jornalistas. O porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros afirmou que os comentários de Turnbull “estão cheios de preconceito contra a China” e envenenaram as relações entre Pequim e Camberra. A China é o maior parceiro comercial da Austrália e a principal fonte de donativos estrangeiros para entidades políticas do país. A lei australiana não distingue doadores da Austrália ou de países estrangeiros. Na semana passada, o Governo de Camberra pediu o afastamento do senador da oposição australiana Sam Dastyari por este ter solicitado donativos a um empresário chinês, uma acção que passará a ser crime caso a proposta de Turnbull avance. Segundo a nova legislação, passa a ser considerado crime actuar em benefício de uma entidade estrangeira, de forma a influenciar um processo político ou governamental. Uma outra lei vai proibir donativos estrangeiros a entidades políticas australianas. Dastyari solicitou donativos ao empresário chinês Huang Xiangmo para cobrir despesas pessoais. Numa conferência de imprensa, organizada apenas para jornalistas chineses, o senador australiano deturpou a política australiana para as reclamações territoriais de Pequim no Mar do Sul da China. O Governo australiano defende ainda o afastamento de Dastyari, por ter dado a Huang conselhos contra-espionagem, quando no ano passado disse ao empresário que deixasse o telemóvel dentro da sua mansão em Sidney enquanto iam lá fora falar.
Hoje Macau China / ÁsiaBloqueio marítimo é “declaração de guerra” para Coreia do Norte [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] Coreia do Norte advertiu ontem que um bloqueio marítimo seria “uma declaração de guerra”, numa referência a uma das novas sanções que os Estados Unidos planeiam impor a Pyongyang após o recente lançamento de um míssil balístico. “As movimentações dos Estados Unidos para impor um bloqueio marítimo nunca podem ser toleradas, porque constituem uma clara violação da soberania e dignidade de um Estado independente”, diz um artigo de opinião publicado ontem no diário oficial Rodong Sinmun. Washington “tenta abertamente impor um bloqueio marítimo contra a RPDC [República Popular Democrática de Coreia, nome oficial do país] para estrangular a sua economia em tempos de paz”, algo que, realça o mesmo artigo, faz parte do plano que os Estados Unidos aplicam “há décadas” para “aumentar o isolamento” da Coreia do Norte. O artigo, também reproduzido pela agência de notícias estatal KCNA, assinala que os tratados internacionais estabelecem que o bloqueio económico de um país em tempos de paz configura “um acto ilegal” sendo, aliás, “considerado como invasão”. As novas sanções que Washington promove e as manobras aéreas levadas a cabo esta semana na península coreana – as maiores até à data – representam “abomináveis actos criminosos que visam empurrar a actual situação para uma fase de catastrófica e incontrolável de guerra”, sublinha Pyongyang. Neste sentido, o artigo adverte o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o “seu gangue”, de que “até o mais pequeno movimento para pôr em prática um bloqueio marítimo terá uma resposta imediata e implacável de autodefesa por parte da RPDC”. O pior é o outro menino Entretanto, o secretário-geral adjunto da ONU para os Assuntos Políticos terminou sábado a visita à Coreia do Norte, durante a qual ambas as partes acordaram “manter contactos de forma regular a vários níveis”, segundo os ‘media’ norte-coreanos. Pouco depois de o emissário da ONU ter deixado hoje Pyongyang, com destino a Pequim, os ‘media’ estatais norte-coreanos fizeram um balanço da visita de cinco dias, destacando o “profundo entendimento” entre as partes, insistindo que a actual crise na península coreana figura como consequência da “hostilidade” dos Estados Unidos. Durante os encontros, a RPDC “clarificou a sua posição relativamente à salvaguarda da paz na península coreana e sobre a legitimidade das Nações Unidas”, escreveu a agência de notícias KCNA. Para Pyongyang, “a tensa situação na península é da inteira responsabilidade da política hostil dos Estados Unidos e das suas ameaças nucleares contra a RPDC”. Washington “revelou o seu esquema para executar um ataque nuclear preventivo de surpresa contra a RPDC, através dos maiores exercícios aéreos realizados até à data, envolvendo todo o tipo de bombardeiros estratégicos”, enfatizou o regime liderado por Kim Jong-un durante as reuniões com o norte-americano Jeffrey Feltman, segundo os ‘media’ norte-coreanos. A delegação da ONU, por seu lado, manifestou a intenção de “ajudar a reduzir as tensões na península da Coreia à luz da Carta das Nações Unidas, que estabelece a missão de manter a paz e da segurança internacionais”, ainda de acordo com a KCNA. Feltman protagonizou a primeira visita de um responsável de Assuntos Políticos da ONU à Coreia do Norte desde o seu antecessor, o também norte-americano Lynn Pascoe, em Fevereiro de 2010.