Hoje Macau China / Ásia MancheteTrump considera “responsável” atitude de Xi Jinping face aos protestos de Hong Kong [dropcap]O[/dropcap] Presidente dos EUA, Donald Trump, sublinhou ontem que o seu homólogo da China, Xi Jinping, “actuou responsavelmente” nas grandes manifestações em Hong Kong contra uma proposta de lei de extradição que facilitaria o envio para Pequim de “fugitivos” refugiados. “Julgo que o Presidente Xi da China actuou responsavelmente, muito responsavelmente. Estão a protestar há muito tempo”, disse Trump em declarações aos jornalistas na Casa Branca ao receber o primeiro-ministro paquistanês, Imran Khan. “Sei que é uma situação muito importante para o Presidente Xi (…). Se quisesse, a China poderia parar os manifestantes”, acrescentou Trump, que adoptou um tom cauteloso face aos protestos nas ruas de Hong Kong. No domingo, dezenas de milhares de pessoas regressaram às ruas para exigir reformas. As manifestações, que se iniciaram há sete semanas, evoluíram da contestação à lei da extradição, que permitia o envio para a China de “fugitivos” ou suspeitos de crimes refugiados no território de Hong Kong, até reivindicações mais amplas sobre a melhoria dos mecanismos democráticos da cidade, cuja soberania foi recuperada pela China em 1997 com o compromisso de manter até 2047 as estruturas erguidas pela colonização britânica. Os críticos consideram que a lei intimidará e penalizará os críticos e dissidentes do regime chinês, enquanto os seus defensores asseguram que procura preencher um vazio legal, por não existirem fórmulas legais de extradição entre Taiwan, Hong Kong e a China continental. No entanto, vários analistas consideram que a China está a tentar acelerar o processo de assimilação da ex-colónia britânica, um processo que regista a firme oposição de parte da população de Hong Kong. Os EUA e a China estão envolvidos numa guerra comercial face às medidas proteccionistas impulsionadas por Trump desde a sua chegada ao poder. Em finais de Junho, Trump e Xi concordaram em estabelecer uma nova trégua na guerra comercial durante a reunião do G20 no Japão, com Washington a congelar a imposição de novas tarifas à China e a permitir que empresas norte-americanas vendam produtos da tecnologia Huawei. No entanto, os EUA vão manter as tarifas aplicadas a produtos chineses num valor de 250 mil milhões de dólares, enquanto a China continua a manter as suas taxas a diversas importações norte-americanas por um total de 110 mil milhões de dólares.
Hoje Macau China / ÁsiaDeclarações na China e EUA sugerem dificuldades em resolver guerra comercial [dropcap]O[/dropcap] ministro chinês do Comércio afirmou hoje que Pequim deve lutar pelos interesses nacionais, enquanto o Presidente norte-americano, Donald Trump, considerou que o homólogo chinês deixou de ser seu amigo, sinalizando dificuldade em resolver as disputas comerciais. Zhong Shan, que recentemente integrou a delegação da China nas negociações com os EUA, por um acordo comercial, acusou Washington de ser o único responsável pelas disputas que ameaçam a economia mundial. As observações, citadas pelo Diário do Povo, o jornal oficial do Partido Comunista Chinês, foram feitas quando funcionários dos dois países se preparam para novas conversações. No mesmo dia, Trump admitiu que o Presidente chinês, Xi Jinping, deixou de ser um “bom amigo”. “Provavelmente não somos agora tão próximos. Mas eu tenho que defender o nosso país. Ele é pela China e eu sou pelos EUA, e é assim que tem que ser”, afirmou. As declarações surgem numa altura em que o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, e o representante do Comércio norte-americano, Robert Lighthizer, reiniciam as negociações com a China, após a última ronda ter colapsado, em maio passado. “Esperamos ter outra conversa por telefone, esta semana, e à medida em que formos progredindo, acho que há boas chances de irmos” a Pequim, admitiu Mnuchin, em conferência de imprensa. Trump e Xi acordaram um segundo período de tréguas, após uma reunião à margem da cimeira do G20, no mês passado. O primeiro colapsou após Trump ter subido as taxas alfandegárias sobre o equivalente a 200 mil milhões de dólares de bens importados da China, acusando Pequim de recuar em compromissos feitos anteriormente. Os EUA esperam que a China anuncie compras significativas de produtos agrícolas norte-americanos, afirmou Larry Kudlow, conselheiro económico de Trump, na segunda-feira, sugerindo que aquela condição é necessária para o avanço das negociações. “Esperamos que a China anuncie em breve algumas compras em grande escala de bens e serviços agrícolas”, disse Kudlow. Em entrevista ao Diário do Povo, Zhong Shan considerou que “os EUA começaram a disputa económica e comercial com a China, violando os princípios da Organização Mundial do Comércio, num exemplo clássico de unilateralismo e proteccionismo”. “Devemos ter espírito de luta e defender com firmeza os interesses do nosso país e do povo, bem como o sistema comercial multilateral”, apontou. Citado pelo jornal South China Morning Post, o comentador chinês Zhang Lifan disse que os comentários do ministro do Comércio indicam que a China se está a preparar para uma guerra comercial prolongada com os EUA. “A observação é principalmente destinada ao público interno, mas mostra claramente que a China não tem pressa em chegar a um acordo e está pronta para negociações prolongadas”, disse. “Parece que Pequim está à espera para ver o que acontece depois das eleições [norte-americanas], em 2020”, disse. Os governos das duas maiores economias do mundo impuseram já taxas alfandegárias sobre centenas de milhares de milhões de dólares das exportações de cada um, numa guerra comercial que ameaça a economia mundial. Em causa está a política de Pequim para o sector tecnológico, que visa transformar as firmas estatais do país em importantes actores globais em sectores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros eléctricos. Os EUA consideraram que aquele plano, impulsionado pelo Estado chinês, viola os compromissos da China em abrir o seu mercado, nomeadamente ao forçar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia e ao atribuir subsídios às empresas domésticas, enquanto as protege da competição externa.
Hoje Macau China / ÁsiaTrump acusa China e Europa de manipulação de moeda [dropcap]O[/dropcap] Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou ontem a China e a Europa de jogarem “um grande jogo de manipulação da moeda” para competirem com o seu país, salientando que os norte-americanos devem igualar esse esforço. Numa mensagem na rede Twitter, Donald Tump frisa que os Estados Unidos devem agir. “A China e a Europa estão a fazer um grande jogo de manipulação de moeda e a injectar dinheiro nos seus sistemas para competirem com os Estados Unidos. Temos de igualar ou continuar a ser totós que se sentam e olham educadamente enquanto outros países continuam a jogar seus jogos, como fizeram durante tantos anos”, refere na mensagem. O Departamento do Tesouro norte-americano referiu, em Maio, que nenhum país corresponde aos critérios para ser rotulado como manipulador de moeda, embora o relatório tenha colocado a China e outros oito países numa lista de observação. Enquanto candidato nas eleições de 2016, Trump acusou repetidamente a China de manipular a sua moeda. No entanto, depois de assumir o cargo, o Departamento do Tesouro emitiu cinco relatórios sobre o assunto, exigidos por lei a cada seis meses. Em cada relatório é dito que nenhum país cumpriu os critérios para ser rotulado como manipulador de moeda.
Hoje Macau China / ÁsiaTrump confirma que já começaram negociações com Pequim [dropcap]O[/dropcap] Presidente norte-americano, Donald Trump, confirmou ontem que as negociações com a China, para o fim da guerra comercial entre os dois países, “já começaram”, dois dias após o encontro que manteve com o homólogo chinês, Xi Jinping. “Elas já começaram”, respondeu Trump aos jornalistas, quando questionado sobre as negociações com Pequim, depois de ter acordado com o Governo chinês uma nova trégua nas disputas comerciais, levando Washington a suspender a imposição de novas tarifas. O princípio de acordo alcançado por Trump e Xi durante a cimeira do G20 em Osaka (Japão) significou que os EUA concordaram em permitir que empresas norte-americanas vendam produtos da tecnológica chinesa Huawei. As medidas dos EUA contra a empresa chinesa foram destaque em parte das negociações em Osaka, após os Estados Unidos vetarem este ano a venda de componentes da Huawei e manter um pedido de extradição contra a sua directora financeira, Meng Wanzhou, detida no Canadá. Trump ameaçou, antes da reunião de Osaka, impor tarifas entre 10 e 25 por cento a 325 mil milhões de dólares em importações chinesas, o que alarmou os mercados internacionais e inúmeras empresas, que temiam aumentos de preços em alguns dos produtos. O acordo com Xi implica que essas cobranças estão fora da mesa por enquanto, mas os EUA mantém as suas tarifas sobre produtos chineses no valor de 250 mil milhões de dólares, e a China mantém as tarifas sobre as importações dos EUA em 110 mil milhões de dólares. Ou a auto-estrada O Tesouro dos EUA incluiu a Huawei numa lista negra em meados de Maio, o que impede que as empresas do país vendam componentes originais sem a aprovação do Governo, suspeitando que a empresa chinesa, líder no desenvolvimento da tecnologia 5G, poderia aproveitar esses sistemas para espionagem. Como resultado, empresas como o Google anunciaram que pararam de fornecer serviços de tecnologia para a empresa chinesa, uma situação que inquietou milhões de proprietários de telemóveis em todo o mundo, face à incerteza sobre as futuras actualizações do sistema operativo Android. A nova ronda de negociações já começou com telefonemas, ficando-se à espera pela decisão dos locais para os novos encontros entre altos cargos dos dois governos. Palavra de Li O primeiro-ministro chinês afirmou ontem que a China vai abrir ainda mais os sectores financeiro e de manufactura avançada ao investimento estrangeiro. “A China vai promover, incansavelmente, a abertura em todas as frentes”, assegurou Li Keqiang, no discurso inaugural do Fórum Económico Mundial (WEF), conhecido como Davos de Verão, que decorre em Dalian, nordeste da China. O primeiro-ministro chinês afirmou que o país vai remover os limites da participação estrangeira em correctoras, comércio de futuros e seguradoras, em 2020, um ano antes do planeado, uma decisão que faz “parte dos esforços para abrir ainda mais a indústria financeira e outros serviços”. Li Keqiang prometeu ainda dar tratamento igual, ao dado às firmas domésticas, às empresas estrangeiras que operem na informação e classificação de crédito e pagamentos, e expandir a abertura em duas direcções do mercado de títulos da China. O responsável insistiu que o país vai tornar-se mais “aberto, transparente e previsível” para o investimento estrangeiro e que o ambiente de negócios melhorará.
Hoje Macau China / ÁsiaChina condena declarações de Trump sobre protestos em Hong Kong [dropcap]A[/dropcap] China condenou hoje a “interferência flagrante” do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após as suas declarações sobre os protestos em Hong Kong que prosseguiram na segunda-feira com uma invasão da Assembleia do território. O porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros Geng Shuang instou Washington a “falar e agir com cautela” e “parar de intervir nos assuntos internos de Hong Kong”. Trump disse na segunda-feira que as centenas de manifestantes que invadiram e vandalizaram a Assembleia, durante três horas, estavam na “busca pela democracia”. “Acho que a maioria das pessoas quer a democracia. Infelizmente, alguns governos não querem a democracia”, disse Trump aos repórteres da Casa Branca, depois de ter lamentado a situação “muito triste” em Hong Kong. Em conferência de imprensa, o porta-voz chinês reagiu: “Lamentamos e opomo-nos fortemente à flagrante interferência dos Estados Unidos nos assuntos internos da China”. Centenas de manifestantes partiram vidros e destruíram gradeamento para entrar no edifício. No hemiciclo da assembleia, onde os deputados se reúnem nas sessões plenárias, vandalizaram o escudo da região com ‘grafitis’ e penduraram uma bandeira colonial, referente ao período em que Hong Kong esteve sob soberania do Reino Unido. Os protestos violentos representam um desafio para o Presidente chinês, Xi Jinping, que até à data deixou a chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, lidar com a crise política sozinha. Na madrugada de segunda para terça-feira, a polícia conseguiu dispersar os manifestantes. Carrie Lam condenou na segunda-feira a invasão “extremamente violenta” e “chocante” da Assembleia e disse esperar que a ordem social seja restaurada o “mais rapidamente possível”. Hong Kong é desde há quase um mês palco de protestos, contra uma proposta de lei que permitiria extraditar criminosos para a China. Carrie Lam decidiu suspender as discussões sobre a proposta, mas recusou retirar definitivamente, prolongando as manifestações. A ocupação da assembleia ocorreu no 22º aniversário do retorno de Hong Kong à China.
Hoje Macau China / ÁsiaTrump é o primeiro Presidente americano a entrar na Coreia do Norte Donald Trump tornou-se ontem no primeiro Presidente dos Estados Unidos a entrar em solo da Coreia do Norte, depois de cumprimentar o líder norte-coreano, Kim Jong-un [dropcap]E[/dropcap]ste foi o terceiro encontro entre os presidentes dos dois países, depois da cimeira histórica de Singapura em Junho de 2018 e o encontro de Hanói em Fevereiro passado. “É um grande dia para o mundo”, disse Donald Trump depois de ter cumprimentado Kim Jong-un, cerca das 15:50 locais (14:50 em Macau). O Presidente norte-coreano afirmou que espera “ultrapassar as barreiras” graças às ligações com Donald Trump. O encontro não será suficiente para solucionar o delicado ‘dossier’ nuclear norte-coreano, mas é simbólico para os dois países, que antes se ameaçavam de aniquilação mutuamente. Este encontro, que ocorreu na vila de Panmunjon, onde foi assinado o armistício (entre as duas coreias) de 1953, “significa que queremos pôr termo a um passado infeliz e tentar criar um novo futuro”, afirmou ainda o Presidente norte-americano antes de uma reunião privada com o homólogo norte-coreano. Donald Trump disse ainda que vai convidar o líder norte-coreano, Kim Jong-un, a visitar Washington “no momento certo”. “Vou convidá-lo agora mesmo à Casa Branca”, afirmou Trump, depois de se encontrar com Kim na fronteira entre as coreias e momentos antes de ambos iniciarem uma reunião privada junto da linha divisória e da zona desmilitarizada (DMZ). O Presidente dos Estados Unidos afirmou também que os dois países vão iniciar reuniões de trabalho “nas próximas três semanas” sobre o processo de desnuclearização. “O que vai acontecer é que nas próximas duas ou três semanas as equipas vão começar a trabalhar”, disse Trump, depois de concluir o encontro à porta fechada com Kim Jong-un, na fronteira entre as Coreias e que durou cerca de 50 minutos. Apesar deste passo, o Presidente norte-americano disse que as actuais sanções à Coreia do Norte vão continuar em vigor. Comitiva familiar Antes de deixar solo sul-coreano, Donald Trump disparou as habituais críticas à Administração Obama e contra os meios de comunicação social, enquanto o Presidente Moon Jae-in se manteve em silêncio. O Presidente norte-americano agradeceu a Kim Jong-un a gentileza de o ter salvo das críticas dos jornalistas presentes e categorizou as relações com Pyongyang com a Administração Obama como “desastrosas”. Porém, o alvo preferencial de Trump antes de entrar na zona desmilitarizada foram os jornalistas. “Se ele decidisse não aparecer, vocês iriam atacar-me fortemente. Quero agradecer-lhe [a Kim Jong-un] por ter sido tão rápido em proporcionar este encontro. Movemos montanhas”, disse Trump, antes de entrar na zona desmilitarizada. Entre a comitiva norte-americana estiveram Ivanka Trump e o seu marido Jared Kushner. Assim que o casal saiu de uma das casas que estão ao longo da linha de demarcação, uma jornalista da Bloomberg perguntou à filha do Presidente norte-americano como tinha sido entrar na Coreia do Norte. “Surreal” foi a resposta de Ivanka Trump.
João Romão VozesMuros e estradas [dropcap]F[/dropcap]oi dos compromissos maiores estabelecidos com o seu eleitorado, o de construir um muro magnífico e inultrapassável que separasse definitivamente os fantásticos Estados Unidos do pobre México. Que os mexicanos pagariam por essa gigantesca e formidável obra da engenharia moderna foi outro compromisso assumido pelo que viria a ser eleito Presidente dos EUA, determinando em devolver ao país uma suposta grandiosidade perdida, devidamente protegido de nefastas influências estrangeiras, na economia ou na demografia. Um pouco por todo o mundo se ergueram vozes indignadas e não poucas vezes se referiram dois aspectos particularmente reveladores de hipocrisias várias nesta discussão: são mais de 60 milhões as pessoas indocumentadas a viver actualmente nos Estados Unidos, fornecendo uma mão-de-obra barata e de escassos direitos que alimenta grande parte da economia nacional; e, na realidade, o muro não é invenção nova – já lá estava, em grande parte da fronteira, e também durante a presidência de Obama aumentou a sua extensão. Não tendo afinal o dito muro crescido drasticamente durante o actual mandato presidencial, cresceram as acusações de violações de direitos humanos de migrantes, bárbaros actos de separação de famílias e isolamento de crianças ou até criação sistemática de campos de concentração – tem sido mesmo este o termo usado para definir centros de detenção de migrantes, em discussões nas mais altas instituições do estado – onde se acumulam milhares de pessoas que procuram na parte mais rica da América o sonho de liberdade e a ambição de riqueza que foram alimentando. Apesar de mais discreta, não é muito diferente a situação na Europa: também chegam do sul milhares de pessoas, a fugir da guerra e da pobreza e à procura de sonhos e ambições. Têm muros ocasionais e redes de arame farpado, é verdade, mas há um todo um mar que estabelece mais subtil fronteira onde em tempos houve espaço para cruzamento e contato de antigas civilizações – de fenícios, gregos, egípcios, romanos ou árabes. Hoje há desemprego, escassa confiança na economia e alta desconfiança nos seres humanos, a alimentar ódios e xenofobias. Não basta nestes dias tenebrosos ter o Mediterrâneo como vala comum de migrantes em fuga desesperada: chegam notícias de diligentes autoridades a perseguir quem ajuda quem se afoga nas outrora plácidas águas que separam o Sul da Europa do Norte de África: chamam-lhe “auxílio à imigração ilegal” e querem bani-los das águas mediterrânicas. Não são só os governantes neo-fascistas que se instalaram em Itália: são em geral as políticas de imigração da União Europeia, que fazem do Mediterrâneo o mesmo muro que se quer reforçar na América. Num e noutro lado do Atlântico alimenta-se a divisão entre os pobres e os ricos do Sul e do Norte, supostamente à procura de uma grandiosidade perdida na história. Não chegará por essa via, certamente. Há caminhos na história das civilizações que reabrem na contemporaneidade, no entanto. É o caso da chamada Rota da Seda, recuperada pelo governo chinês para promover um massivo programa de investimentos em infraestruturas e empresas da Ásia, África e Europa. Em tempos de competição e desconfiança generalizadas, os poderes europeus e americanos denunciam a ameaça da expansão chinesa e os perigos decorrentes do aumento da sua influência económica, cultural e política no resto do mundo. Sendo previsível essa consequência, está longe de constituir originalidade histórica. Foi semelhante a expansão da influência dos Estados Unidos sobre a Europa e o Japão com o plano Marshall, que financiou massivamente a reconstrução económica e demográfica que se seguiu à II Guerra Mundial. Com mútuo benefício, diga-se em abono da verdade: os EUA assumiram-se como a grande potência mundial, enquanto a generalidade dos países europeus (e também o Japão) beneficiaram de um longo período de crescimento económico, que duraria até quase ao final do século XX – e que também se traduz numa evidente hegemonia política e militar. Também vem desse período do pós-Guerra o acesso cada vez mais global a formas de expressão cultural com origem nos EUA e hoje altamente massificadas, como os blues, o jazz, o rock ou o cinema de Hollywood. Nem Europa nem Estados Unidos têm hoje qualquer iniciativa semelhante a um plano massivo de investimentos no apoio ao desenvolvimento: são mais os gastos em financiamento de organizações para-militares e bombardeamentos regulares em larga escala (sobretudo – mas não só – no Médio Oriente) do que os investimentos na riqueza e no desenvolvimento dos países de África ou do sul da América. Quem tem essa iniciativa é a China, que não gasta em guerras a riqueza que vem acumulando. Não é impossível, apesar de todos os maus exemplos, reabrir velhos caminhos da paz e da cooperação económica – mesmo que, já se sabe, os benefícios sejam desiguais e quem promove o investimento acabe por vir a reforçar a sua posição hegemónica, como demonstram os exemplos históricos.
Hoje Macau China / ÁsiaG20 | Xi Jinping vai exigir “respeito mútuo” nas negociações com Trump Em vésperas do encontro de Xi Jinping com Donald Trump, durante a cimeira do G20, em Osaka, as autoridades chinesas vão lançando algumas farpas ao Presidente norte-americano exigindo compromissos dos dois lados para acabar com o conflito comercial [dropcap]O[/dropcap] Presidente chinês, Xi Jinping, vai exigir respeito mútuo e pelas regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) ao homólogo norte-americano, Donald Trump, quando debaterem a guerra comercial durante a cimeira do G20, disse ontem fonte governamental. O vice-ministro chinês do Comércio, Wang Shouwen, confirmou, em conferência de imprensa, que as delegações de Pequim e Washington estão em contacto, visando preparar o encontro entre os dois líderes. “Os princípios da China são o respeito mútuo, tratar-se uns aos outros como iguais e respeitar as regras da OMC”, afirmou. “O compromisso deve ser dos dois lados”, defendeu ao falar sobre o encontro, que se realizará entre os dias 28 e 29 de Junho, em Osaka, no Japão. Wang lembrou que o “unilateralismo” e o “proteccionismo” abrandaram o crescimento económico global e criaram “incertezas”. O vice-ministro citou dados da OMC que diz provarem que o comércio internacional está ao nível mais baixo, desde Março de 2010, e que o investimento estrangeiro global caiu para níveis equivalentes ao início da crise financeira internacional. Wang assegurou que a China apoia o “consenso” para reformar a OMC e considerou que o G20 “deveria apoiar o livre comércio, não discriminatório e transparente”, bem como promover “a profunda integração entre comércio e economia digital”. Um acordo que ponha fim às disputas comerciais com os Estados Unidos “tem que ser benéfico para ambas as partes, ambos têm que se comprometer e fazer concessões, não apenas um dos lados”, sublinhou. O ministro assistente dos Negócios Estrangeiros chinês, Zhang Jun, apontou que o G-20 ocorre numa altura em que a economia enfrenta “mais riscos e incertezas” e afirmou que a China assumirá um “papel construtivo” na reunião. Zhang anunciou que Xi vai manter vários encontros bilaterais em Osaka e participar numa reunião com os presidentes dos países do bloco dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), cuja próxima cimeira se realiza no Brasil, em Novembro. “A China vai levar uma mensagem forte na defesa do multilateralismo contra o unilateralismo”, disse Zhang. Guerra aberta Em Maio passado, as disputas comerciais entre Pequim e Washington agravaram-se quando, após 11 rondas de diálogo, as negociações foram subitamente interrompidas. Washington acusou então Pequim de retroceder em compromissos anteriormente alcançados, enquanto a China acusou a delegação norte-americana de não respeitar a soberania e a dignidade do país e de fazer exigência inaceitáveis. Os Governos das duas maiores economias do mundo impuseram já taxas alfandegárias sobre centenas de milhares de milhões de dólares de bens importados, numa guerra comercial que espoletou no Verão passado. Washington impôs já taxas alfandegárias de 25 por cento sobre 250 mil milhões de dólares de bens importados da China e ameaça taxar mais 300 mil milhões. O Presidente norte-americano, Donald Trump, colocou a gigante chinesa das telecomunicações Huawei numa “lista negra”, que restringe as empresas dos EUA de fornecer ‘chips’, semicondutores, ‘software’ e outros componentes, sem a aprovação do Governo. Pequim ameaçou suspender a exportação para os EUA de terras raras, os minerais essenciais para o fabrico de produtos electrónicos. Criado em 1999, o G20 integra os ministros das Finanças e governadores dos bancos centrais das 19 maiores economias do mundo e da União Europeia. Os Presidentes da China e dos Estados Unidos, Xi Jinping e Donald Trump, respectivamente, falaram na semana passado por telefone, visando retomar as negociações.
Hoje Macau China / ÁsiaTrump garante que não quer guerra com Irão e está disponível para contactos [dropcap]O[/dropcap] Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, garantiu ontem, em entrevista, que não procura uma guerra com o Irão e está disponível para contactos, condições prévias. Em entrevista difundida este domingo pela NBC News, Donald Trump reconheceu que, “se houvesse [uma guerra], causaria uma destruição nunca vista”. Trump disse estar convencido de que as autoridades iranianas “querem negociar e chegar a um acordo” com Washington. “[Os iranianos) querem falar? Muito bem. Se não, preparem-se para ter uma má economia nos próximos três anos”, avisou, referindo-se ao efeito das sanções económicas dos Estados Unidos contra o Irão. O clima de tensão entre o Irão e os Estados Unidos dura há bastante tempo, mas a crispação tem aumentado desde que Donald Trump retirou os Estados Unidos, há um ano, do acordo nuclear internacional assinado, em 2015, entre os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança – Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China (mais a Alemanha) – e o Irão, restaurando sanções devastadoras para a economia iraniana. Questionado sobre as condições para um contacto diplomático entre os dois pises, clarificou: “No que me diz respeito, não há condições prévias.” Mas acrescentou que Teerão tem de esquecer as armas nucleares. Também em entrevista emitida hoje pela CNN, o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, sublinhou que a mensagem da Administração Trump “é muito clara”: não permitir que o Irão obtenha armas nucleares. Pence adiantou que Trump vai anunciar “sanções adicionais contra o Irão” na segunda-feira. Na entrevista à NBC News, Trump confirmou que vai “aumentar as sanções”, sem mais detalhes. Os Estados Unidos exortaram ontem “todos os países a convencerem o Irão a aliviar a tensão” no Golfo Pérsico. Na sexta-feira, os Estados Unidos pediram a realização de uma reunião à porta fechada do Conselho de Segurança das Nações Unidas, para falar sobre os últimos desenvolvimentos relacionados com o Irão, o que deverá acontecer na segunda-feira. A tensão entre Estados Unidos e Irão está a escalar, com registo de vários incidentes aéreos e marítimos nos últimos tempos. Em finais de Maio, a Administração do Presidente Donald Trump anunciou o destacamento de 1.500 soldados para o Golfo Pérsico, depois de enviar um navio de guerra e uma bateria de mísseis Patriot. Ontem, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Muhammad Javad Zarif, fez referência a outro drone “espião” americano, abatido em finais de maio, portanto antes do incidente de quinta-feira, quando Teerão derrubou um aparelho não tripulado que alegadamente violou o espaço aéreo nacional. Washington contraria esta indicação, garantindo que o drone estava em espaço aéreo internacional. Posteriormente, em resposta, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump anunciou um ataque contra três locais no Irão, que abortou, à última hora, alegando querer evitar um elevado número de mortos. “Não quero matar 150 iranianos. Não quero matar 150 pessoas de sítio nenhum, a não ser que seja absolutamente necessário”, disse aos jornalistas. Porém, Trump clarificou que ainda pondera uma acção militar contra o Irão. “[O uso da força] está sempre em cima da mesa, até resolvermos isto”, avisou, citado pela agência americana AP. Ontem, o Presidente iraniano, Hassan Rouhani, acusou os Estados Unidos de estarem a alimentar as tensões na região, através de uma “jogada invasora”.
Hoje Macau China / ÁsiaKim Jong-un diz ter recebido carta de Trump com um “conteúdo excelente” [dropcap]O[/dropcap] líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, recebeu uma carta “pessoal” do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com um “conteúdo excelente”, informou hoje a agência de notícias oficial norte-coreana, KCNA. A informação não detalha a data em que a carta foi recebida, nem escrita, mas sustenta que, depois de ler, Kim disse ter mostrado a sua “satisfação”. De acordo com a KCNA, Trump mostrou uma “coragem extraordinária”. Kim aprecia o “julgamento político” da carta e acrescentou que “analisará” seriamente o “conteúdo excelente” da mensagem. Esta carta parece ser uma resposta a uma outra mensagem que Kim recentemente enviou a Trump para comemorar o primeiro aniversário da histórica cimeira entre os dois líderes realizada em Singapura em 12 de Junho de 2018. No final de Fevereiro houve uma segunda cimeira, em Hanói, concluída sem qualquer acordo e sem uma declaração comum, devido à impossibilidade de um entendimento em relação ao desmantelamento do programa nuclear de Pyongyang em troca de um levantamento das sanções económicas impostas ao país asiático. A data e o local de uma possível terceira cimeira entre os dois ainda não foram definidos.
Hoje Macau China / ÁsiaTrump quer discutir manifestações de Hong Kong com homólogo chinês durante G20 [dropcap]O[/dropcap] Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pretende abordar a questão das manifestações em Hong Kong com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, no âmbito da cimeira do G20, assegurou hoje o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo. “O Presidente sempre foi um defensor ferrenho dos direitos humanos”, afirmou Mike Pompeo à Fox News. Questionado sobre as manifestações em Hong Kong contra as alterações à lei da extradição, o secretário de Estado norte-americano notou que será um dos tópicos a serem debatido entre os dois Presidentes, no âmbito da cimeira do G20, que vai decorrer no final deste mês, no Japão. “Estou certo de que será um dos pontos que vão ser abordados”, vincou. Cerca de dois milhões de pessoas estiveram hoje reunidas no centro de Hong Kong para o terceiro protesto numa semana, quatro dias depois de confrontos entre manifestantes e a polícia, que usou gás pimenta e lacrimogéneo e balas de borracha. A esmagadora maioria são jovens, vestidos de preto, envergando o símbolo da paz preso às ‘t-shirts’ e empunhando flores em memória de um manifestante que morreu este fim de semana, constatou a Lusa no local. Numa conferência de imprensa, os líderes do protesto sublinharam hoje que a população de Hong Kong não quer viver sob o medo de que seja semeado o terror com detenções. Questionados pelos jornalistas, sustentaram que a suspensão do debate sobre a lei da extradição é apenas uma táctica política motivada pela pressão pública e voltaram a exigir o abandono da lei, um pedido de desculpas da chefe do Governo, Carrie Lam – que já foi feito -, bem como a sua demissão. No sábado, o Governo de Hong Kong anunciou que vai suspender o debate sobre a polémica proposta de lei da extradição. Carrie Lam disse então, em conferência de imprensa, que a decisão de suspender temporariamente o debate foi tomada em resposta à crise que desencadeou, acrescentando que o objectivo seria “impedir que Hong Kong se torne um paraíso para criminosos”, segundo as agências internacionais de notícias. A polémica proposta de lei, que permitiria que a chefe do executivo e os tribunais de Hong Kong processassem pedidos de extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental, levou centenas de milhares de pessoas à rua na última semana. No mesmo dia, organizações cívicas de Hong Kong afirmaram que vão continuar com os protestos até que a chefe do executivo retire definitivamente a sua proposta de lei de extradição. Hoje Macau InternacionalTrump anuncia saída de Sarah Sanders, porta-voz da Casa Branca [dropcap]O[/dropcap] Presidente norte-americano Donald Trump anunciou ontem a saída em finais de Junho de Sarah Sanders, a porta-voz da Casa Branca. “A nossa maravilhosa Sarah Sanders vai deixar a Casa Branca e regressar a sua casa no Arkansas no final do mês”, referiu Trump, numa mensagem na rede social Twitter. O milionário norte-americano acrescentou esperar que venha a ser candidata à função de governadora daquele estado, um posto que já foi ocupado por seu pai, Mike Huckabee.“Ela seria fantástica”, assinalou. Trump não forneceu qualquer indicação sobre o nome do sucessor de Sarah Sanders como porta-voz da Casa Branca, um cargo estratégico e muito exposto. Os norte-americanos ficaram a conhecer Sarah Sanders, que nasceu na pequena cidade de Hope, no início da administração de Donald Trump e na qualidade de adjunta do porta-voz Sean Spicer, que substituiu em Julho de 2017. Desde jovem que Sarah Sanders se envolveu na política por influência do seu pai, de quem foi directora de campanha nas primárias norte-americanas de 2016, antes de se juntar à equipa de Donald Trump. Hoje Macau China / ÁsiaPresidente dos EUA inicia sábado visita ao Japão com Coreia do Norte na agenda [dropcap]O[/dropcap] Presidente norte-americano, Donald Trump, inicia sábado uma visita ao Japão, com uma agenda focada no reforço das relações bilaterais e no impasse das negociações com a Coreia do Norte. Trump será o primeiro governante estrangeiro a ser recebido pelo novo imperador do Japão, Naruhito, que subiu ao trono no dia 1 de Maio na sequência da abdicação do seu pai, o agora imperador emérito Akihito. A visita do chefe de Estado norte-americano prolonga-se até 28 de Maio e inclui reuniões oficiais e momentos de lazer com o primeiro-ministro nipónico, Shinzo Abe, que esteve em Washington em Abril. Na segunda-feira, os dois líderes irão debater os desafios colocados pela Coreia do Norte à comunidade internacional, num momento em que as negociações com os Estados Unidos se encontram estagnadas, indicaram fontes do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão. De acordo com as mesmas fontes, Trump e Abe “irão coordenar estreitamente as suas políticas” sobre esta questão, sensível após o fracasso da última cimeira entre o Presidente dos Estados Unidos e o líder norte-coreano, Kim Jung-un, no final de Fevereiro em Hanói. Trump chega ao Japão quando Tóquio e Washington discutem um novo acordo comercial, embora não se espere grande progresso nesse sentido, segundo fontes norte-americanas. O Presidente dos EUA, que volta ao Japão no final de junho para participar na cimeira do G20, chega no sábado à tarde, mas não estão previstos contactos oficiais com Abe antes de domingo. Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul | Seul ainda sem agenda para a visita de Donald Trump Donald Trump e Moon Jae-in vão encontrar-se em Junho, em Seul, para abordar a desnuclearização da península coreana. Este será o segundo encontro dos dois líderes depois do fracasso das negociações entre os EUA e a Coreia do Norte em Fevereiro passado [dropcap]O[/dropcap] Governo sul-coreano disse ontem que ainda não há formato ou agenda para a recém-anunciada visita do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à Coreia do Sul no final de Junho para discutir a questão nuclear norte-coreana. Donald Trump vai reunir-se com o homólogo sul coreano Moon Jae-in durante a visita, que ainda não tem data, mas ocorrerá antes ou depois da viagem do Presidente dos Estados Unidos (EUA) a Osaka (Japão), onde se realiza em 28 e 29 de Junho a cimeira dos líderes do G20. “Não temos nenhuma informação a fornecer sobre questões como o formato e agenda da visita”, disse o porta-voz presidencial sul-coreano Ko Min-jung em conferência de imprensa. “Os dois líderes planeiam falar sobre as formas de estabelecer um regime permanente de paz através da desnuclearização da península e do fortalecimento da aliança entre a República da Coreia (nome oficial da Coreia do Sul) e os EUA”, afirmou. A Casa Branca confirmou na quarta-feira, que os Presidentes dos EUA e da Coreia do Sul vão reunir-se em Junho, em Seul, para discutir a questão nuclear norte-coreana, actualmente num impasse. Elo de ligação Este será o segundo encontro entre os dois chefes de Estado desde o fracasso da segunda cimeira entre o Presidente norte-americano, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, em Fevereiro, em Hanói, no Vietname. Os dois líderes “vão prosseguir a coordenação estreita dos esforços para alcançar a completa e totalmente verificável desnuclearização da República Popular Democrática da Coreia”, informou a Casa Branca, sem especificar uma data. Além da Coreia do Norte, Trump e Moon “ vão discutir formas de fortalecer a aliança EUA-Coreia do Sul e a amizade entre os dois povos”, acrescentou a Casa Branca na mesma nota. Eleito há dois anos, Moon, que sempre defendeu o diálogo com a Coreia do Norte, foi um dos grandes responsáveis pela aproximação entre as Coreias desde o ano passado e por um clima de desanuviamento das tensões internacionais em relação ao regime norte-coreano, que possibilitou mesmo duas cimeiras históricas entre Trump e Kim. Hoje Macau China / ÁsiaONU | China pede que se reconsiderem sanções à Coreia do Norte Após o fracasso da cimeira entre Donald Trump e Kim Jong-Un, Pequim entra em cena e pressiona o Conselho de Segurança das Nações Unidas a repensar as sanções impostas a Pyongyang [dropcap]A[/dropcap] China pediu sexta-feira ao Conselho de Segurança da ONU que reconsidere as sanções impostas a Pyongyang para que avancem as negociações de desnuclearização da Coreia do Norte, após o falhanço da cimeira entre norte-coreanos e Estados Unidos. “A China acredita que, de acordo com as resoluções pertinentes e os progressos realizados na península, especialmente as medidas oferecidas pela Coreia do Norte para a desnuclearização, o Conselho de Segurança deve considerar e discutir a disposição do Conselho para modificar as sanções”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Lu Kang. O Presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-Un, participaram numa reunião realizada entre quarta e quinta-feira em Hanói, no Vietname, sobre a desnuclearização da península coreana e outros temas. De acordo com as explicações dadas por Trump e pelo seu secretário de Estado, Mike Pompeo, o fracasso da cimeira aconteceu porque o líder norte-coreano ofereceu desmantelar o centro de investigação nuclear em Yongbyon, que produz o combustível para bombas atómicas, em troca de um levantamento total das sanções. De acordo com a agência de notícias sul-corena Yonhap, por seu lado, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte, Ri Yong-ho, contradisse esta versão norte-americana durante uma conferência de imprensa, ao garantir que Kim só pediu que Washington levantasse “parte das sanções” que afectam a sua economia, em troca de desmantelar Yongbyon. “Após a cimeira, vimos que ambas as partes fizeram declarações sobre o levantamento das sanções. Estas são diferentes entre si, mas os dois lados acreditam que o levantamento das sanções é uma parte importante da desnuclearização e deve ser considerado”, disse o porta-voz da diplomacia chinesa numa conferência de imprensa. A esse respeito, o porta-voz chinês pediu às partes envolvidas que abordem essa questão “de maneira responsável” e façam esforços conjuntos para chegar a um acordo. Ponto de situação A China, maior parceiro comercial da Coreia do Norte e tradicionalmente o seu principal apoio político, adoptou nos últimos meses as duras sanções contra Pyongyang aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU para pressionar o regime norte-coreano a travar os seus programas de desenvolvimento de armas nuclear e mísseis. Sobre as informações que apontam para uma possível visita de Kim à China – durante sua viagem de volta do Vietname para a Coreia do Norte no seu comboio blindado -, para se reunir com o Presidente chinês, Xi Jinping, e informá-lo sobre os resultados da sua reunião com Trump, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês rejeitou sexta-feira novamente falar sobre o assunto. Hoje Macau China / ÁsiaTrump nega que esteja disposto a ceder perante Pyongyang O Presidente norte-americano promete ajudar Kim Jong-um a transformar a Coreia do Norte numa potência económica mundial e desmente ter feito cedências a Pyongyang antes de se dar início ao processo de desnuclearização [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou ontem serem “falsas” as informações de que estaria disposto a fazer cedências ao líder norte-coreano, Kim Jong-un, antes de este adoptar medidas concretas para a desnuclearização. “São tudo informações falsas sobre as minhas intenções em relação à Coreia do Norte. Kim Jong-un e eu vamos esforçar-nos para definir algo sobre a desnuclearização e, em seguida, transformar a Coreia do Norte numa potência económica”, disse. Trump tem seduzido o regime norte-coreano com boas perspectivas económicas caso aceite a desnuclearização e se insira na comunidade internacional. A organização da cimeira no Vietname, outrora devastado por bombas norte-americanas, mas que é agora um importante parceiro económico e aliado de Defesa dos EUA, visa precisamente encorajar Kim a replicar aquele processo. “Vamos ver o que acontece, mas ele quer fazer algo grandioso”, disse ontem o Presidente norte-americano ao primeiro-ministro do Vietname. “Olhando para o que vocês fizeram, em tão pouco tempo, ele poderá fazê-lo muito rapidamente – transformar a Coreia do Norte numa grande potência económica”, disse. No centro de imprensa em Hanói, o vice-ministro vietnamita dos Negócios Estrangeiros Le Hoai Trung disse aos jornalistas que Hanói “está disposto a trocar experiências com qualquer país que queira fazê-lo”. “O Vietname fez reformas profundas nos últimos trinta anos visando converter-se num Estado moderno”, lembrou. “Cada país tem as suas próprias circunstâncias e as decisões cabem aos seus líderes, mas o processo de integração na comunidade internacional é um processo de benefícios mútuos”, notou. Kim Jong-un permaneceu no hotel enquanto outros quadros de Pyongyang visitaram a pitoresca baía de Halong e uma zona industrial próxima. Uma televisão sul-coreana difundiu imagens de funcionários sul-coreanos, incluindo de Ri Su Yong, o vice-presidente do comité central do Partido dos Trabalhadores, num cruzeiro na baía e em visitas a fábricas, na cidade portuária de Hai Phong. O grupo incluiu O Su Yong, director dos Assuntos Económicos do Partido dos Trabalhadores. Especialistas consideram que a inclusão de O Su Yong na delegação indica que Kim espera voltar para casa com um alívio parcial das sanções, impostas pelo Conselho de Segurança da ONU, devido ao programa nuclear do país. Troca de interesses A cimeira arrancou ontem com um encontro privado entre Trump e Kim e um jantar entre as duas delegações. O líder norte-americano é acompanhado pelo secretário de Estado, Mike Pompeo, e pelo chefe de gabinete da Casa Branca, Mick Mulvaney. Kim estará com Kim Yong Chol, negociador-chave nas negociações com os EUA, e Ri Yong Ho, ministro dos Negócios Estrangeiros. Estarão ainda presentes intérpretes de ambas as delegações. Mas entre os especialistas há a crescente preocupação de que Trump faça cedências a Kim em troco de pouco. Uma declaração de paz na Guerra da Coreia (1950-1953), que terminou com um armistício, poderia implicar uma redução das tropas norte-americanas na Coreia do Sul, enquanto o alívio das sanções poderia permitir a Pyongyang reiniciar os lucrativos projetos económicos com a Coreia do Sul. Cépticos quanto às promessas do regime norte-coreano insistem que Trump deve primeiro obter progressos reais na questão da desnuclearização antes de fazer cedências. Os líderes reuniram-se pela primeira vez em Junho passado, em Singapura. A histórica cimeira terminou, no entanto, sem nenhum compromisso da Coreia do Norte no sentido de abandonar o seu arsenal nuclear. A Coreia do Norte sofreu já décadas de isolamento e pobreza extrema, incluindo períodos de fome que causaram milhões de mortos, mas não abdicou de desenvolver um programa nuclear como garantia de sobrevivência do regime. Um tratado de paz que pusesse fim à Guerra da Coreia permitiria a Trump fazer História e encaixaria na sua oposição a “guerras eternas” dispendiosas para os EUA. Mas isso poderá implicar a retirada dos 28.500 soldados norte-americanos estacionados na Coreia do Sul, antes de Pyongyang se comprometer com medidas concretas para a desnuclearização. Hoje Macau China / ÁsiaComércio |Trump confirma cimeira com Xi Jinping para assinar acordo A guerra comercial entre as duas maiores economias mundiais pode estar perto do fim, após os avanços nas negociações do fim-de-semana e o anúncio do Presidente norte-americano de que o próximo encontro com Xi Jinping será para assinar um acordo comercial [dropcap]O[/dropcap] Presidente norte-americano, Donald Trump, disse ontem que o próximo encontro com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, sobre a actual guerra comercial entre Washington e Pequim será uma cimeira “para assinar” um acordo. “Vamos ter uma cimeira para assinar (…). Esperamos que aconteça. Estamos muito, muito próximos de um acordo”, declarou o chefe de Estado norte-americano, citado pelas agências internacionais. No domingo, após seis dias de negociações entre representantes das duas principais potências económicas mundiais, Trump indicou que tinham sido alcançados “progressos significativos” durante as conversações. Na mesma ocasião, o Presidente norte-americano anunciou o adiamento ‘sine die’ da data limite para o aumento das taxas sobre as importações chinesas. Washington e Pequim aumentaram já as taxas alfandegárias sobre centenas de milhões de dólares de produtos de cada um e, caso não houvesse um acordo até ao fim do período de trégua negociado entre os dois países (de 90 dias), que terminava a 1 de Março, Trump tinha ameaçado aumentar ainda mais as taxas sobre importações oriundas da China. Ainda no domingo, Trump mencionou a hipótese de encontrar-se com Xi Jinping na sua casa na Florida para finalizar um acordo. Trump exige que a China ponha fim a subsídios estatais para certas indústrias estratégicas, à medida que a liderança chinesa tenta transformar as firmas do país em importantes actores em actividades de alto valor agregado, como inteligência artificial ou robótica, ameaçando o domínio norte-americano naquelas áreas. Washington quer também mais acesso ao mercado, melhor proteção da propriedade intelectual e o fim da ciberespionagem sobre segredos comerciais de empresas norte-americanas. China vai comprar mais 10 milhões de toneladas de soja aos EUA O secretário de agricultura dos Estados Unidos, Sonny Perdue, disse, no fim-de-semana que a China se comprometeu a comprar dez milhões de toneladas adicionais de soja dos Estados Unidos. Sonny Perdue divulgou a informação através da sua conta no Twitter, acrescentando que o compromisso foi assumido numa reunião realizada na Casa Branca. “A estratégia está a funcionar. Demonstração de boa fé dos chineses e indicações de que mais boas notícias estão para vir”, disse o chefe do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O comércio agrícola é parte de uma ampla negociação que envolve questões como a propriedade intelectual e a tecnologia de ponta João Luz China / Ásia MancheteDiplomacia | Kim Jong Un a caminho de Hanói 55 anos depois da última visita oficial norte-coreana Cerca de 55 anos depois, um líder norte-coreano volta a visitar o Vietname. Esta semana, Kim Jong Un senta-se à mesa de negociações com Donald Trump para discutir o desarmamento nuclear de Pyongyang e o levantamento de sanções económicas impostas ao regime. Desde que ascendeu ao poder, Kim tornou-se no líder norte-coreano mais viajado e com maior contacto internacional, apesar de continuar com violentas purgas políticas e a retórica belicista [dropcap]K[/dropcap]im Jong Un está, desde a madrugada de ontem, a caminho de Hanói para participar na segunda cimeira com Donald Trump. A agência noticiosa de Pyongyang deu nota da partida do líder, que embarcou num velho comboio com destino à capital vietnamita, sem mencionar o encontro com o presidente norte-americano. “Os altos responsáveis do partido, do Governo e das forças armadas apresentam os seus votos sinceros de sucesso a Kim Jong Un, e desejam uma boa viagem”, indicou a KCNA sobre a partida do líder. A viagem é um marco histórico, não só por dar seguimento às negociações com o arqui-rival do regime mais isolado do mundo, mas também por ser a primeira vez que um líder norte-coreano visita o Vietname, depois Kim Il-sung, fundador da Coreia do Norte e avô de Kim Jong Un, ter visitado o país do sudeste asiático em 1964. Neste capítulo, importa recordar que Pyongyang prestou um substancial apoio ao país asiático na guerra contra os Estados Unidos. Volvidos 55 anos da visita do avô de Kim Jong Un, a Coreia do Norte volta à mesa das negociações para discutir o desarmamento nuclear e as sanções económicas que têm debilitado o país ao ponto de o terem tornado num dos mais pobres do mundo. A viagem de Kim reveste-se de outros contornos e marca uma clivagem na política externa do mais isolado regime no panorama global. Desde o início das conversações no ano passado, o líder norte-coreano passou de pária internacional para um dos mais apetecíveis convidados da Ásia. Com o vislumbre da abertura da economia norte-coreana, Kim Jong Un tem passeado por tapetes vermelhos e eventos de gala, acompanhado por oficiais sedentos por firmar ligações com o dirigente máximo de um mercado emergente. Esta evolução não pode deixar de ser considerada como um sucesso governativo, depois da violenta purga que levou a cabo, desde que ascendeu ao poder, eliminando sem piedade possíveis inimigos políticos e altas patentes militares. O progresso do respeito internacional conseguido por Kim Jong Un, também conquistado às custas de Donald Trump, ilustra o desejo de reabilitar a frágil, ou inexistente, economia norte-coreana em detrimento da obsessão militarista. Em declarações à agência Bloomberg, Kim Young-hui, desertor e economista no exílio, explica que para entender o Kim Jong Un dos dias de hoje é necessário recuar até à sua infância. Segundo a economista do Korea Development Bank, o actual líder norte-coreano questionava-se porque o seu pai não viajava. Citando a biografia de um chef japonês que trabalhou para Kim Jong-il, a economista recorda que Kim Jong Un não tinha pudor em afirmar que, assim que ascendesse ao poder, governaria muito melhor o país do que o seu pai. Outros aspectos a ter em conta são os factos de Kim Jong Un ter estudado na Europa, ser o primeiro líder nascido depois da fundação da Coreia do Norte e de apenas no ano passado, ter feito mais viagens, cinco no total, do que qualquer um dos seus antecessores em mais de duas décadas. Outro das perplexidades com que Kim Jong Un cresceu foi a extrema pobreza que o seu país tem atravessado. Neste sentido, as autoridades da Coreia do Norte pediram no final da semana passada ajuda às Nações Unidas e a outras organizações humanitárias, “devido à falta de alimentos no país”, anunciou a ONU. “O Governo norte-coreano solicitou assistência das organizações humanitárias internacionais presentes no país para responder ao impacto da situação de segurança alimentar”, disse Stéphane Dujarric, porta-voz da ONU. O porta-voz explicou ainda que, de acordo com dados fornecidos por Pyongyang “é esperado que em 2019 o país tenha uma escassez de cerca de 1,4 milhões de toneladas de alimentos básicos, como trigo, arroz, batata ou soja”. Nova face Depois de meia dúzia de anos no poder, Kim Jong Un iniciou conversações com os Estados Unidos e anunciou uma nova estratégia para alavancar a economia norte-coreana, mas primeiro testou, com sucesso, um míssil balístico intercontinental que colocou a comunidade internacional em estado de alerta. A abertura do regime tem sido recebida com grande interesse por parte de investidores de Seul, Singapura e da China. Mas para que algo se concretize é necessário aliviar as sanções económicas ao programa de armamento de Pyongyang. As sanções, contra as quais Kim tem protestado, vão desde a proibição de viagem a oficiais norte-coreanos até à importação de energia. Com a possibilidade de alívio das sanções em cima da mesa, em troca de passos determinantes em direcção à desnuclearização, a abertura económica avista-se como uma situação que agrada a todos. Uma das possibilidades que pode passar a ser viável é a construção de uma linha ferroviária que liga as duas Coreias. Aliás, o Presidente sul-coreano afirmou que Seul está a postos para não só avançar com a ferrovia, como ponderar alguns projectos económicos. Exemplo disso é a hipótese de reabrir o complexo industrial inter-coreano Gaeseong, encerrado desde 2016, onde se concentravam mais de uma centena de empresas norte-coreanas. Em declarações à Bloomberg, o presidente de uma associação de empresas sul-coreanas que operavam na Gaeseong, Shin Han-yong, referiu estar pronto para retomar as operações no complexo industrial, mas que é “difícil ser demasiado optimista” quanto a um entendimento face ao verificado no passado. Este complexo, situado na zona desmilitarizada, tem sido um ponto de convergência entre os países, além do fim da linha ferroviária que ligava as duas Coreias. Abrir a torneira Restaurar as ligações ferroviárias da Coreia do Norte é uma medida que em muito ultrapassa o simbolismo para os dois lados da zona desmilitarizada. A abertura da linha permite a Seul a passagem ferroviária para a China, Rússia e Europa, reduzindo os custos de transporte na economia sul-coreana fortemente apoiada nas exportações. A modernização e operacionalidade da infra-estrutura também permitiria a Pyongyang retirar mais proveitos da exportação de recursos minerais, estimados por Seul em seis biliões de dólares. Além disso, a Coreia do Norte guarda no subsolo um dos maiores depósitos mundiais de minerais indispensáveis à produção de produtos de alta tecnologia, factor mais que aliciante para a indústria sul-coreana. Apesar da opacidade dificultar imenso uma avaliação à economia de Pyongyang, o banco central sul-coreano estimou em 2017 que PIB do país vizinho se situava nos 32.3 mil milhões de dólares, cerca de dois por cento do PIB da Coreia do Sul. Porém, no sentido inverso da grande margem de crescimento está um historial de quebras de compromissos comerciais. Exemplo disso, foi a forma como as autoridades norte-coreanas se apoderaram do parque industrial de Gaeseong, assim como do resort construído no Monte Geumgang, ambos investimentos do grupo Hyundai. Outra dívida, que já é lendária e que nunca foi paga, corresponde aos 1000 Volvos nunca pagos à construtora automóvel sueca. O grupo chinês Xiyang Group assinou, em 2007, um contrato para processar 500 mil toneladas por ano de ferro norte-coreano. Um negócio que foi por água abaixo depois de Pyongyang ter decidido abruptamente cortar água, electricidade e comunicações da fábrica. Mais uma vez, a empresa não foi compensada pelas perdas resultantes das represálias norte-coreanas. A visita A chegada de Kim ao Vietname está prevista entre a noite de hoje e a manhã de terça-feira. Depois da viagem de comboio até à fronteira vietnamita com a China, em Dong Dang, o líder norte-coreano segue viagem de automóvel, num percurso de cerca de 170 quilómetros. Por motivos de segurança, as autoridades de Hanói montaram um aparato sem precedentes, anunciando o bloqueio da estrada, por onde vai passar a comitiva norte-coreana, entre as 6h e as 14h do dia 26. A indicação aponta para que Kim Jong Un seja conduzido por uma das mais usadas autoestradas do país. De acordo com a agência France-Presse, a segurança na estação de Dong Dang e ao longo da estrada foi reforçada com guardas armados desde sábado. De acordo com a página de Facebook do ministério dos negócios estrangeiros vietnamita, Kim visita o país a convite de Nguyen Phu Trong, presidente e secretário-geral do Partido Comunista, sem referir a cimeira com Donald Trump. Ainda de acordo com informação veiculada pela France-Presse, é expectável que o líder norte-coreano visite alguns complexos industriais nas províncias de Quang Ninh e Bac Ninh, onde se situa uma fábrica da gigante sul-coreana Samsung. Hoje Macau China / ÁsiaNova ronda de negociações EUA/China arranca esta semana em Washington [dropcap]O[/dropcap]vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, vai estar em Washington entre quinta e sexta-feira para uma nova ronda de negociações comerciais, anunciou hoje o Ministério do Comércio chinês. O responsável vai reunir-se, mais uma vez, com o representante do Comércio norte-americano, Robert Lighthizer, e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, de acordo com uma breve nota publicada no ‘site’ oficial do Ministério. Liu He já liderou a delegação chinesa que viajou para Washington no final de Janeiro, altura em que se reuniu com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Esta será a quarta ronda de negociações de alto nível entre as duas partes, que vai terminar a apenas uma semana do prazo acordado para a assinatura de um pacto final, em 1 de Março. Embora os meios de comunicação oficiais chineses tenham abordado “avanços importantes” durante a última ronda de negociações, que terminou na passada sexta-feira, em Pequim, nenhum resultado concreto foi alcançado até ao momento. Trump e o Presidente chinês, Xi Jinping, concordaram uma trégua de 90 dias em 1 de Dezembro de 2018, o que significou a suspensão temporária do aumento de 10% a 25% nas tarifas norte-americanas sobre produtos chineses no valor de 200 mil milhões de dólares. Hoje Macau China / ÁsiaShinzo Abe elogia “bravura” de Trump mas não confirma indicação ao Nobel da Paz [dropcap]O[/dropcap[ primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, elogiou hoje a “bravura” do Presidente norte-americano, Donald Trump, no diálogo com a Coreia do Norte, mas escusou-se a confirmar se o havia indicado ao Prémio Nobel da Paz. “O Comité Nobel não revela quem foi recomendado ou quem fez as recomendações”, disse o mandatário nipónico, quando questionado sobre o assunto numa sessão parlamentar. Abe reagia às declarações de Donald Trump, que garantiu à imprensa, na sexta-feira, que Shinzo Abe o havia nomeado para aquele prémio devido aos esforços para resolver a crise na Península coreana. “Com base nessa regra, evito comentar”, acrescentou o líder japonês, ressaltando que Trump “tem trabalhado corajosamente para resolver o problema nuclear e de mísseis da Coreia do Norte”. Na mesma ocasião, Shinzo Abe referiu que o Presidente norte-americano está “a colaborar activamente” para resolver a questão dos sequestros de cidadãos japoneses pelo regime de Pyongyang, cujo esclarecimento é uma das principais prioridades do Governo de Abe. Na mesma linha, o porta-voz do Executivo, Yoshihide Suga, afirmou em conferência de imprensa que o Japão “valoriza muito a liderança de Trump”, escusando-se igualmente a pronunciar sobre a alegada proposta ao Comité Nobel. Segundo o diário japonês Asahi, o apoio do Governo de Abe à candidatura de Trump foi “informalmente” solicitado por Washington no outono passado, meses após a cimeira que Trump realizou em Singapura, em 12 de Junho, com o líder norte-coreano, Kim Jong-un. Para além do alegado apoio de Abe, o mesmo jornal acrescentou que Trump terá tido o apoio do Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, que no ano passado se referiu publicamente à possibilidade de recompensar o Presidente norte-americano com o Prémio Nobel da Paz pelos seus esforços a favor da paz na Península coreana. Da mesma forma, os ‘media’ nipónicos informaram hoje que Tóquio e Washington estão a preparar uma nova visita de Trump à capital japonesa, entre 26 e 28 de Maio, para realizar uma reunião com Abe e reunir-se com Naruhito, que se tornará imperador no início deste mês. Hoje Macau China / Ásia MancheteDonald Trump disse estar optimista sobre fim da guerra comercial com a China [dropcap]O[/dropcap]Presidente dos EUA, Donald Trump, mostrou-se optimista sobre o fim da guerra comercial com a China e levantou a possibilidade de estender o período de tréguas antes de impor novas sanções. Donald Trump disse na sexta-feira que as negociações com a China estão a correr “muito bem”, dizendo-se optimista sobre o fim da guerra comercial que opõe as duas maiores potências económicas mundiais. O Presidente disse que está disponível para prolongar o período de tréguas, marcado para durar até dia 1 de Março, para permitir um melhor entendimento entre as partes. “Mas Deus sabe o que isso significa”, acrescentou Donald Trump, arrefecendo o entusiasmo sobre o resultado da terceira ronda de negociações entre a China e os EUA, que terminou na sexta-feira em Pequim. “Estamos mais próximos do que nunca para conseguir um acordo real”, afirmou Donald Trump, em declarações aos jornalistas, nos jardins da Casa Branca, confirmando que ainda falta um compromisso final, que termine a guerra comercial. Se um entendimento não for conseguido, os EUA ameaçam passar de 10% para 25% as tarifas em produtos chineses que valem cerca de 150 mil milhões de euros em importações. Na ronda de negociações que terminou na sexta-feira em Pequim, as duas delegações procuraram dirimir diferenças em questões estruturais desta guerra comercial, nomeadamente sobre matérias de transferência de tecnologia, direitos de propriedade intelectual, ‘hacking’, barreiras não-tarifárias. Outro tema central foi o da possibilidade de aumento do volume de compra de bens e serviços norte-americanos por parte da China, para reduzir o que Donald Trump já apelidou de “um enorme e insustentável défice comercial” com Pequim. Uma nova ronda de negociações está marcada para a próxima semana, em Washington, e Donald Trump anunciou que no final dessa etapa, se encontrará com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, para “enfrentar directamente os problemas que ficarem por resolver”. Hoje Macau InternacionalReunião anual de Davos sem estrelas políticas olha para Bolsonaro [dropcap]A ausência de estadistas como Donald Trump, Emmanuel Macron ou Theresa May faz com que a estreia em Davos do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, seja um dos pontos de interesse político no Fórum Económico Mundial 2019, que começa hoje. O Presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que não estará presente na reunião anual do Fórum Económico Mundial, que decorre em Davos, Suíça, entre hoje e sexta-feira, alegando os afazeres à volta da paralisação parcial do governo norte-americano, que entra na quinta semana. Também a primeira-ministra britânica, Theresa May, cancelou a viagem a Davos, no meio das negociações para um acordo do ‘Brexit’, e o Presidente francês, Emmanuel Macron, invocou uma agenda sobrecarregada, incluindo as manifestações do movimento “coletes amarelos”, para anular a sua presença. Em termos políticos, a atenção em Davos vira-se este ano para a estreia do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que prometeu levar ao Fórum a agenda das reformas económicas que pretende realizar, durante o mandato que agora iniciou. Os assessores de Bolsonaro já disseram que o Presidente irá a Davos anunciar que pretende “um Brasil diferente, livre de qualquer amarra ideológica e da corrupção generalizada”. O Presidente brasileiro, crítico da globalização e céptico relativamente às alterações climáticas pode ser um interveniente incómodo, na reunião de Davos. Em 2018, o então Presidente do Brasil, Michel Temer , teve ao seu lado o homólogo angolano, João Lourenço, mas este ano não está programada a ida do Presidente de Angola. A lista de deserções aumentou com o anúncio, sexta-feira, de que também a primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg, estará ausente de Davos, a braços com uma reorganização do seu executivo governamental. Ainda assim, os organizadores do Fórum Económico Mundial dizem que terão no seu seio 25% do Produto Interno Bruto mundial, com vários líderes políticos e muitos dos mais abastados empresários globais. Dos Estados Unidos, deslocam-se mais de 800 participantes, mas a China não fica muito atrás, na lista de presenças e também como tema de discussão, na altura em que o Presidente Xi Jinping anda a fazer uma apresentação do seu programa da “nova rota da seda”. A guerra comercial entre os EUA e a China será certamente um dos tópicos de discussão nos palcos e nos corredores, debaixo da atenção de muitos políticos e empresários. E a lista de famosos é longa, contando com a habitual presença de Bill Gates, o bilionário filantropo fundador da Microsoft, Christine Lagarde, directora do Fundo Monetário Internacional, David Attenborough, naturalista e documentarista britânico, Will.I.Am, músico de hip hop, ou o Príncipe William, herdeiro da coroa britânica. Hoje Macau VozesA falsa trégua EUA-China Barry Eichengreen [dropcap]A[/dropcap] 1 de Dezembro, em Buenos Aires, o Presidente dos EUA, Donald Trump, e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, acordaram uma moratória de 90 dias sobre os aumentos das tarifas aduaneiras para estabelecerem uma janela para negociações. Infelizmente, esta abordagem à mediação não é sempre bem-sucedida, e os investidores não ficaram impressionados – como ficou evidente com a queda de 800 pontos do índice Dow Jones Industrial, a 4 de Dezembro. E se os mercados estavam cépticos na altura, estarão ainda mais cépticos agora, com a detenção da directora financeira da Huawei, Meng Wanzhou, por violação das sanções impostas pelos EUA ao Irão. A abordagem dos dois Presidentes ao alívio das tensões comerciais tem um vasto precedente, mas estes episódios dão poucos motivos para esperança. Em Fevereiro de 1930, a Liga das Nações organizou uma conferência internacional em Genebra para enfrentar o problema do proteccionismo crescente, que “obstruía o desenvolvimento da produção em grande escala e impedia a recuperação europeia” e era geralmente implementado como “arma de guerra económica”. Trinta países enviaram delegações. Os Estados Unidos, embora não sendo membros da Liga, enviaram Edward C. Wilson, o primeiro-secretário da embaixada dos EUA em Paris. Previamente às negociações, o Comité Económico da Liga redigiu uma convenção para uma trégua aduaneira de dois anos. Mas os delegados não aceitaram este projecto de convenção, nem uma versão revista em baixa posteriormente apresentada pelos franceses. Os novos estados com planos ambiciosos de industrialização não estavam preparados para abandoná-los (algo similar ao “Made in China 2025”). Os países com défices crónicos estavam reticentes em celebrar um acordo que não incluísse o compromisso de outros países receberem mais exportações suas (uma objecção que encontrará eco em Trump). Nada de substancial foi acordado. Quando os EUA, em resposta a pressões políticas internas, adoptaram a Lei Smoot-Hawley quatro meses mais tarde, os indignados governos europeus responderam à altura. O resto, como se diz, pertence à história. O planeamento da Smoot-Hawley iniciara-se bastante antes da Grande Depressão. Mas o início da Grande Depressão aumentou a pressão para fazer alguma coisa – qualquer coisa – que pudesse aliviar o colapso do consumo interno. Dadas as discussões anteriores, a solução mais plausível seria o aumento das tarifas. Hoje, com o arrefecimento do mercado imobiliário e a contracção das condições financeiras nos EUA, não está posta de parte uma recessão nos EUA. Juntamente com um decréscimo no mercado bolsista, uma tal recessão aumentaria a pressão sobre Trump para parecer que faz alguma coisa – qualquer coisa – para estimular a economia. Muito provavelmente, essa solução seria à custa da China. Parte do problema em 1930 foi que os países participantes na conferência de Genebra tinham perspectivas muito diferentes sobre o que estavam a acordar, o que parece ser o que também acontece hoje. Enquanto a administração Trump espera uma evolução rápida na redução do défice comercial bilateral, a imprensa estatal chinesa refere-se à conveniência de uma redução “gradual”. Enquanto o comunicado de imprensa da Casa Branca especifica um prazo de 90 dias para negociações, a China não menciona qualquer prazo específico. Do mesmo modo, enquanto a declaração oficial da Casa Branca afirma que a China adquirirá exportações agrícolas, industriais e de energia “muito substanciais” aos EUA, a declaração da China diz apenas que importará mais mercadorias dos EUA. Mas claro que isso acabará sempre por acontecer, sem qualquer acção política, assumindo que a economia chinesa continua a crescer, o que é praticamente certo, dado o recente estímulo fiscal e monetário. Mais perturbadoras são as diferenças relativas à propriedade intelectual. Segundo a declaração dos EUA, a China negociará imediatamente a transferência forçada de tecnologia e a protecção da PI. Pelo contrário, a declaração chinesa apenas diz que os dois países trabalharão conjuntamente para alcançar um consenso em questões comerciais. A reforma do regime da PI (Propriedade Intelectual) é uma preocupação válida dos EUA. Na verdade, é a questão mais importante. Mas o fortalecimento das protecções da PI obrigará a uma mudança fundamental do modelo económico da China. As hipóteses de isso acontecer em 90 dias são nulas. Então, que rumo poderão tomar as negociações? Um dos cenários é que os chineses comprem mais alguma soja americana. Trump caracteriza isso como uma grande vitória. Assim que o Presidente dos EUA mostre a bandeira branca, a guerra comercial termina. Nada de importante terá mudado, mas pelo menos os ataques diplomáticos e comerciais e a incerteza disruptiva terão terminado. Mais uma vez, esta situação tem vários precedentes, já que a renegociação do Acordo de Comércio Livre Norte-Americano foi concluída deste modo. Em alternativa, poderíamos imaginar um resultado parecido ao da reunião de Trump com o líder norte-coreano, Kim Jong-un: a China anuncia, ou pelo menos a administração Trump imagina que a China anuncia uma transformação profunda da sua economia. Mas esta crença numa reviravolta é ilusória. Com efeito, nada de substancial se alterou. Quando Trump e os seus conselheiros despertarem para esse facto, as tensões voltarão a crescer, e a guerra comercial recomeçará. Qual dos cenários será mais provável? Tal como em 1930, a resposta depende de como se desenvolver a situação económica dos EUA. Se a expansão tardia continuar, como aconteceu durante a renegociação do NAFTA, Trump poderá estar inclinado a aceitar concessões cosméticas, que possa caracterizar como o “maior, mais significativo, moderno e equilibrado acordo comercial da história”. Mas se a economia dos EUA apresentar sinais de estar em recessão, Trump precisará de culpar alguém. E, neste caso, podemos estar relativamente certos sobre quem recairão as culpas. © Project Syndicate Barry Eichengreen é Professor de Economia na University of California, Berkeley. O seu último livro é The Populist Temptation: Economic Grievance and Political Reaction in the Modern Era. Hoje Macau China / ÁsiaPyongyang pede assinatura de tratado de paz antes de segunda cimeira com Trump [dropcap]A[/dropcap] imprensa norte-coreana pediu ontem a assinatura do tratado de paz inter-coreano, numa altura em que é esperado nos Estados Unidos um alto dirigente norte-coreano, no âmbito da preparação de uma segunda cimeira bilateral. “Transformar a península coreana numa zona de paz consistente é o caminho básico para iniciar uma era dourada de paz, prosperidade e reunificação”, afirmou, no editorial, o jornal oficial norte-coreano Rodong Sinmun, de acordo com a agência noticiosa espanhola EFE. A Guerra da Coreia (1950-53), que teve como pano de fundo a disputa geopolítica entre os Estados Unidos e a antiga União Soviética, terminou com a assinatura de um armistício e não de um tratado de paz, pelo que os dois países continuam tecnicamente em guerra. “Só quando transformarmos a península numa zona de paz duradoura e consistente é que o nosso povo poderá desfrutar de uma vida pacífica e estável”, referiu. O artigo é publicado pouco antes da chegada à Washington de Kim Yong-chol, que já se devia ter reunido com o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, em Novembro, em Nova Iorque. Desde a primeira cimeira entre o Presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, em Singapura, em Junho de 2018, na qual os líderes concordaram em trabalhar para a “desnuclearização completa da península coreana”, poucos progressos têm sido feitos. O tratado de paz, exigido pelo líder norte-coreano para dar início à desnuclearização, continua a depender do ‘sinal verde’ dos Estados Unidos, país do qual Pyongyang espera também “medidas proporcionais” para avançar com o processo. Sobre a Coreia do Norte continua a pesar um forte regime de sanções económicas, aprovado pelo Conselho de Segurança da ONU, que tem estrangulado a economia do regime. «1234567...12»
Hoje Macau InternacionalTrump anuncia saída de Sarah Sanders, porta-voz da Casa Branca [dropcap]O[/dropcap] Presidente norte-americano Donald Trump anunciou ontem a saída em finais de Junho de Sarah Sanders, a porta-voz da Casa Branca. “A nossa maravilhosa Sarah Sanders vai deixar a Casa Branca e regressar a sua casa no Arkansas no final do mês”, referiu Trump, numa mensagem na rede social Twitter. O milionário norte-americano acrescentou esperar que venha a ser candidata à função de governadora daquele estado, um posto que já foi ocupado por seu pai, Mike Huckabee.“Ela seria fantástica”, assinalou. Trump não forneceu qualquer indicação sobre o nome do sucessor de Sarah Sanders como porta-voz da Casa Branca, um cargo estratégico e muito exposto. Os norte-americanos ficaram a conhecer Sarah Sanders, que nasceu na pequena cidade de Hope, no início da administração de Donald Trump e na qualidade de adjunta do porta-voz Sean Spicer, que substituiu em Julho de 2017. Desde jovem que Sarah Sanders se envolveu na política por influência do seu pai, de quem foi directora de campanha nas primárias norte-americanas de 2016, antes de se juntar à equipa de Donald Trump.
Hoje Macau China / ÁsiaPresidente dos EUA inicia sábado visita ao Japão com Coreia do Norte na agenda [dropcap]O[/dropcap] Presidente norte-americano, Donald Trump, inicia sábado uma visita ao Japão, com uma agenda focada no reforço das relações bilaterais e no impasse das negociações com a Coreia do Norte. Trump será o primeiro governante estrangeiro a ser recebido pelo novo imperador do Japão, Naruhito, que subiu ao trono no dia 1 de Maio na sequência da abdicação do seu pai, o agora imperador emérito Akihito. A visita do chefe de Estado norte-americano prolonga-se até 28 de Maio e inclui reuniões oficiais e momentos de lazer com o primeiro-ministro nipónico, Shinzo Abe, que esteve em Washington em Abril. Na segunda-feira, os dois líderes irão debater os desafios colocados pela Coreia do Norte à comunidade internacional, num momento em que as negociações com os Estados Unidos se encontram estagnadas, indicaram fontes do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão. De acordo com as mesmas fontes, Trump e Abe “irão coordenar estreitamente as suas políticas” sobre esta questão, sensível após o fracasso da última cimeira entre o Presidente dos Estados Unidos e o líder norte-coreano, Kim Jung-un, no final de Fevereiro em Hanói. Trump chega ao Japão quando Tóquio e Washington discutem um novo acordo comercial, embora não se espere grande progresso nesse sentido, segundo fontes norte-americanas. O Presidente dos EUA, que volta ao Japão no final de junho para participar na cimeira do G20, chega no sábado à tarde, mas não estão previstos contactos oficiais com Abe antes de domingo.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul | Seul ainda sem agenda para a visita de Donald Trump Donald Trump e Moon Jae-in vão encontrar-se em Junho, em Seul, para abordar a desnuclearização da península coreana. Este será o segundo encontro dos dois líderes depois do fracasso das negociações entre os EUA e a Coreia do Norte em Fevereiro passado [dropcap]O[/dropcap] Governo sul-coreano disse ontem que ainda não há formato ou agenda para a recém-anunciada visita do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à Coreia do Sul no final de Junho para discutir a questão nuclear norte-coreana. Donald Trump vai reunir-se com o homólogo sul coreano Moon Jae-in durante a visita, que ainda não tem data, mas ocorrerá antes ou depois da viagem do Presidente dos Estados Unidos (EUA) a Osaka (Japão), onde se realiza em 28 e 29 de Junho a cimeira dos líderes do G20. “Não temos nenhuma informação a fornecer sobre questões como o formato e agenda da visita”, disse o porta-voz presidencial sul-coreano Ko Min-jung em conferência de imprensa. “Os dois líderes planeiam falar sobre as formas de estabelecer um regime permanente de paz através da desnuclearização da península e do fortalecimento da aliança entre a República da Coreia (nome oficial da Coreia do Sul) e os EUA”, afirmou. A Casa Branca confirmou na quarta-feira, que os Presidentes dos EUA e da Coreia do Sul vão reunir-se em Junho, em Seul, para discutir a questão nuclear norte-coreana, actualmente num impasse. Elo de ligação Este será o segundo encontro entre os dois chefes de Estado desde o fracasso da segunda cimeira entre o Presidente norte-americano, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, em Fevereiro, em Hanói, no Vietname. Os dois líderes “vão prosseguir a coordenação estreita dos esforços para alcançar a completa e totalmente verificável desnuclearização da República Popular Democrática da Coreia”, informou a Casa Branca, sem especificar uma data. Além da Coreia do Norte, Trump e Moon “ vão discutir formas de fortalecer a aliança EUA-Coreia do Sul e a amizade entre os dois povos”, acrescentou a Casa Branca na mesma nota. Eleito há dois anos, Moon, que sempre defendeu o diálogo com a Coreia do Norte, foi um dos grandes responsáveis pela aproximação entre as Coreias desde o ano passado e por um clima de desanuviamento das tensões internacionais em relação ao regime norte-coreano, que possibilitou mesmo duas cimeiras históricas entre Trump e Kim.
Hoje Macau China / ÁsiaONU | China pede que se reconsiderem sanções à Coreia do Norte Após o fracasso da cimeira entre Donald Trump e Kim Jong-Un, Pequim entra em cena e pressiona o Conselho de Segurança das Nações Unidas a repensar as sanções impostas a Pyongyang [dropcap]A[/dropcap] China pediu sexta-feira ao Conselho de Segurança da ONU que reconsidere as sanções impostas a Pyongyang para que avancem as negociações de desnuclearização da Coreia do Norte, após o falhanço da cimeira entre norte-coreanos e Estados Unidos. “A China acredita que, de acordo com as resoluções pertinentes e os progressos realizados na península, especialmente as medidas oferecidas pela Coreia do Norte para a desnuclearização, o Conselho de Segurança deve considerar e discutir a disposição do Conselho para modificar as sanções”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Lu Kang. O Presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-Un, participaram numa reunião realizada entre quarta e quinta-feira em Hanói, no Vietname, sobre a desnuclearização da península coreana e outros temas. De acordo com as explicações dadas por Trump e pelo seu secretário de Estado, Mike Pompeo, o fracasso da cimeira aconteceu porque o líder norte-coreano ofereceu desmantelar o centro de investigação nuclear em Yongbyon, que produz o combustível para bombas atómicas, em troca de um levantamento total das sanções. De acordo com a agência de notícias sul-corena Yonhap, por seu lado, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte, Ri Yong-ho, contradisse esta versão norte-americana durante uma conferência de imprensa, ao garantir que Kim só pediu que Washington levantasse “parte das sanções” que afectam a sua economia, em troca de desmantelar Yongbyon. “Após a cimeira, vimos que ambas as partes fizeram declarações sobre o levantamento das sanções. Estas são diferentes entre si, mas os dois lados acreditam que o levantamento das sanções é uma parte importante da desnuclearização e deve ser considerado”, disse o porta-voz da diplomacia chinesa numa conferência de imprensa. A esse respeito, o porta-voz chinês pediu às partes envolvidas que abordem essa questão “de maneira responsável” e façam esforços conjuntos para chegar a um acordo. Ponto de situação A China, maior parceiro comercial da Coreia do Norte e tradicionalmente o seu principal apoio político, adoptou nos últimos meses as duras sanções contra Pyongyang aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU para pressionar o regime norte-coreano a travar os seus programas de desenvolvimento de armas nuclear e mísseis. Sobre as informações que apontam para uma possível visita de Kim à China – durante sua viagem de volta do Vietname para a Coreia do Norte no seu comboio blindado -, para se reunir com o Presidente chinês, Xi Jinping, e informá-lo sobre os resultados da sua reunião com Trump, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês rejeitou sexta-feira novamente falar sobre o assunto.
Hoje Macau China / ÁsiaTrump nega que esteja disposto a ceder perante Pyongyang O Presidente norte-americano promete ajudar Kim Jong-um a transformar a Coreia do Norte numa potência económica mundial e desmente ter feito cedências a Pyongyang antes de se dar início ao processo de desnuclearização [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou ontem serem “falsas” as informações de que estaria disposto a fazer cedências ao líder norte-coreano, Kim Jong-un, antes de este adoptar medidas concretas para a desnuclearização. “São tudo informações falsas sobre as minhas intenções em relação à Coreia do Norte. Kim Jong-un e eu vamos esforçar-nos para definir algo sobre a desnuclearização e, em seguida, transformar a Coreia do Norte numa potência económica”, disse. Trump tem seduzido o regime norte-coreano com boas perspectivas económicas caso aceite a desnuclearização e se insira na comunidade internacional. A organização da cimeira no Vietname, outrora devastado por bombas norte-americanas, mas que é agora um importante parceiro económico e aliado de Defesa dos EUA, visa precisamente encorajar Kim a replicar aquele processo. “Vamos ver o que acontece, mas ele quer fazer algo grandioso”, disse ontem o Presidente norte-americano ao primeiro-ministro do Vietname. “Olhando para o que vocês fizeram, em tão pouco tempo, ele poderá fazê-lo muito rapidamente – transformar a Coreia do Norte numa grande potência económica”, disse. No centro de imprensa em Hanói, o vice-ministro vietnamita dos Negócios Estrangeiros Le Hoai Trung disse aos jornalistas que Hanói “está disposto a trocar experiências com qualquer país que queira fazê-lo”. “O Vietname fez reformas profundas nos últimos trinta anos visando converter-se num Estado moderno”, lembrou. “Cada país tem as suas próprias circunstâncias e as decisões cabem aos seus líderes, mas o processo de integração na comunidade internacional é um processo de benefícios mútuos”, notou. Kim Jong-un permaneceu no hotel enquanto outros quadros de Pyongyang visitaram a pitoresca baía de Halong e uma zona industrial próxima. Uma televisão sul-coreana difundiu imagens de funcionários sul-coreanos, incluindo de Ri Su Yong, o vice-presidente do comité central do Partido dos Trabalhadores, num cruzeiro na baía e em visitas a fábricas, na cidade portuária de Hai Phong. O grupo incluiu O Su Yong, director dos Assuntos Económicos do Partido dos Trabalhadores. Especialistas consideram que a inclusão de O Su Yong na delegação indica que Kim espera voltar para casa com um alívio parcial das sanções, impostas pelo Conselho de Segurança da ONU, devido ao programa nuclear do país. Troca de interesses A cimeira arrancou ontem com um encontro privado entre Trump e Kim e um jantar entre as duas delegações. O líder norte-americano é acompanhado pelo secretário de Estado, Mike Pompeo, e pelo chefe de gabinete da Casa Branca, Mick Mulvaney. Kim estará com Kim Yong Chol, negociador-chave nas negociações com os EUA, e Ri Yong Ho, ministro dos Negócios Estrangeiros. Estarão ainda presentes intérpretes de ambas as delegações. Mas entre os especialistas há a crescente preocupação de que Trump faça cedências a Kim em troco de pouco. Uma declaração de paz na Guerra da Coreia (1950-1953), que terminou com um armistício, poderia implicar uma redução das tropas norte-americanas na Coreia do Sul, enquanto o alívio das sanções poderia permitir a Pyongyang reiniciar os lucrativos projetos económicos com a Coreia do Sul. Cépticos quanto às promessas do regime norte-coreano insistem que Trump deve primeiro obter progressos reais na questão da desnuclearização antes de fazer cedências. Os líderes reuniram-se pela primeira vez em Junho passado, em Singapura. A histórica cimeira terminou, no entanto, sem nenhum compromisso da Coreia do Norte no sentido de abandonar o seu arsenal nuclear. A Coreia do Norte sofreu já décadas de isolamento e pobreza extrema, incluindo períodos de fome que causaram milhões de mortos, mas não abdicou de desenvolver um programa nuclear como garantia de sobrevivência do regime. Um tratado de paz que pusesse fim à Guerra da Coreia permitiria a Trump fazer História e encaixaria na sua oposição a “guerras eternas” dispendiosas para os EUA. Mas isso poderá implicar a retirada dos 28.500 soldados norte-americanos estacionados na Coreia do Sul, antes de Pyongyang se comprometer com medidas concretas para a desnuclearização.
Hoje Macau China / ÁsiaComércio |Trump confirma cimeira com Xi Jinping para assinar acordo A guerra comercial entre as duas maiores economias mundiais pode estar perto do fim, após os avanços nas negociações do fim-de-semana e o anúncio do Presidente norte-americano de que o próximo encontro com Xi Jinping será para assinar um acordo comercial [dropcap]O[/dropcap] Presidente norte-americano, Donald Trump, disse ontem que o próximo encontro com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, sobre a actual guerra comercial entre Washington e Pequim será uma cimeira “para assinar” um acordo. “Vamos ter uma cimeira para assinar (…). Esperamos que aconteça. Estamos muito, muito próximos de um acordo”, declarou o chefe de Estado norte-americano, citado pelas agências internacionais. No domingo, após seis dias de negociações entre representantes das duas principais potências económicas mundiais, Trump indicou que tinham sido alcançados “progressos significativos” durante as conversações. Na mesma ocasião, o Presidente norte-americano anunciou o adiamento ‘sine die’ da data limite para o aumento das taxas sobre as importações chinesas. Washington e Pequim aumentaram já as taxas alfandegárias sobre centenas de milhões de dólares de produtos de cada um e, caso não houvesse um acordo até ao fim do período de trégua negociado entre os dois países (de 90 dias), que terminava a 1 de Março, Trump tinha ameaçado aumentar ainda mais as taxas sobre importações oriundas da China. Ainda no domingo, Trump mencionou a hipótese de encontrar-se com Xi Jinping na sua casa na Florida para finalizar um acordo. Trump exige que a China ponha fim a subsídios estatais para certas indústrias estratégicas, à medida que a liderança chinesa tenta transformar as firmas do país em importantes actores em actividades de alto valor agregado, como inteligência artificial ou robótica, ameaçando o domínio norte-americano naquelas áreas. Washington quer também mais acesso ao mercado, melhor proteção da propriedade intelectual e o fim da ciberespionagem sobre segredos comerciais de empresas norte-americanas. China vai comprar mais 10 milhões de toneladas de soja aos EUA O secretário de agricultura dos Estados Unidos, Sonny Perdue, disse, no fim-de-semana que a China se comprometeu a comprar dez milhões de toneladas adicionais de soja dos Estados Unidos. Sonny Perdue divulgou a informação através da sua conta no Twitter, acrescentando que o compromisso foi assumido numa reunião realizada na Casa Branca. “A estratégia está a funcionar. Demonstração de boa fé dos chineses e indicações de que mais boas notícias estão para vir”, disse o chefe do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O comércio agrícola é parte de uma ampla negociação que envolve questões como a propriedade intelectual e a tecnologia de ponta
João Luz China / Ásia MancheteDiplomacia | Kim Jong Un a caminho de Hanói 55 anos depois da última visita oficial norte-coreana Cerca de 55 anos depois, um líder norte-coreano volta a visitar o Vietname. Esta semana, Kim Jong Un senta-se à mesa de negociações com Donald Trump para discutir o desarmamento nuclear de Pyongyang e o levantamento de sanções económicas impostas ao regime. Desde que ascendeu ao poder, Kim tornou-se no líder norte-coreano mais viajado e com maior contacto internacional, apesar de continuar com violentas purgas políticas e a retórica belicista [dropcap]K[/dropcap]im Jong Un está, desde a madrugada de ontem, a caminho de Hanói para participar na segunda cimeira com Donald Trump. A agência noticiosa de Pyongyang deu nota da partida do líder, que embarcou num velho comboio com destino à capital vietnamita, sem mencionar o encontro com o presidente norte-americano. “Os altos responsáveis do partido, do Governo e das forças armadas apresentam os seus votos sinceros de sucesso a Kim Jong Un, e desejam uma boa viagem”, indicou a KCNA sobre a partida do líder. A viagem é um marco histórico, não só por dar seguimento às negociações com o arqui-rival do regime mais isolado do mundo, mas também por ser a primeira vez que um líder norte-coreano visita o Vietname, depois Kim Il-sung, fundador da Coreia do Norte e avô de Kim Jong Un, ter visitado o país do sudeste asiático em 1964. Neste capítulo, importa recordar que Pyongyang prestou um substancial apoio ao país asiático na guerra contra os Estados Unidos. Volvidos 55 anos da visita do avô de Kim Jong Un, a Coreia do Norte volta à mesa das negociações para discutir o desarmamento nuclear e as sanções económicas que têm debilitado o país ao ponto de o terem tornado num dos mais pobres do mundo. A viagem de Kim reveste-se de outros contornos e marca uma clivagem na política externa do mais isolado regime no panorama global. Desde o início das conversações no ano passado, o líder norte-coreano passou de pária internacional para um dos mais apetecíveis convidados da Ásia. Com o vislumbre da abertura da economia norte-coreana, Kim Jong Un tem passeado por tapetes vermelhos e eventos de gala, acompanhado por oficiais sedentos por firmar ligações com o dirigente máximo de um mercado emergente. Esta evolução não pode deixar de ser considerada como um sucesso governativo, depois da violenta purga que levou a cabo, desde que ascendeu ao poder, eliminando sem piedade possíveis inimigos políticos e altas patentes militares. O progresso do respeito internacional conseguido por Kim Jong Un, também conquistado às custas de Donald Trump, ilustra o desejo de reabilitar a frágil, ou inexistente, economia norte-coreana em detrimento da obsessão militarista. Em declarações à agência Bloomberg, Kim Young-hui, desertor e economista no exílio, explica que para entender o Kim Jong Un dos dias de hoje é necessário recuar até à sua infância. Segundo a economista do Korea Development Bank, o actual líder norte-coreano questionava-se porque o seu pai não viajava. Citando a biografia de um chef japonês que trabalhou para Kim Jong-il, a economista recorda que Kim Jong Un não tinha pudor em afirmar que, assim que ascendesse ao poder, governaria muito melhor o país do que o seu pai. Outros aspectos a ter em conta são os factos de Kim Jong Un ter estudado na Europa, ser o primeiro líder nascido depois da fundação da Coreia do Norte e de apenas no ano passado, ter feito mais viagens, cinco no total, do que qualquer um dos seus antecessores em mais de duas décadas. Outro das perplexidades com que Kim Jong Un cresceu foi a extrema pobreza que o seu país tem atravessado. Neste sentido, as autoridades da Coreia do Norte pediram no final da semana passada ajuda às Nações Unidas e a outras organizações humanitárias, “devido à falta de alimentos no país”, anunciou a ONU. “O Governo norte-coreano solicitou assistência das organizações humanitárias internacionais presentes no país para responder ao impacto da situação de segurança alimentar”, disse Stéphane Dujarric, porta-voz da ONU. O porta-voz explicou ainda que, de acordo com dados fornecidos por Pyongyang “é esperado que em 2019 o país tenha uma escassez de cerca de 1,4 milhões de toneladas de alimentos básicos, como trigo, arroz, batata ou soja”. Nova face Depois de meia dúzia de anos no poder, Kim Jong Un iniciou conversações com os Estados Unidos e anunciou uma nova estratégia para alavancar a economia norte-coreana, mas primeiro testou, com sucesso, um míssil balístico intercontinental que colocou a comunidade internacional em estado de alerta. A abertura do regime tem sido recebida com grande interesse por parte de investidores de Seul, Singapura e da China. Mas para que algo se concretize é necessário aliviar as sanções económicas ao programa de armamento de Pyongyang. As sanções, contra as quais Kim tem protestado, vão desde a proibição de viagem a oficiais norte-coreanos até à importação de energia. Com a possibilidade de alívio das sanções em cima da mesa, em troca de passos determinantes em direcção à desnuclearização, a abertura económica avista-se como uma situação que agrada a todos. Uma das possibilidades que pode passar a ser viável é a construção de uma linha ferroviária que liga as duas Coreias. Aliás, o Presidente sul-coreano afirmou que Seul está a postos para não só avançar com a ferrovia, como ponderar alguns projectos económicos. Exemplo disso é a hipótese de reabrir o complexo industrial inter-coreano Gaeseong, encerrado desde 2016, onde se concentravam mais de uma centena de empresas norte-coreanas. Em declarações à Bloomberg, o presidente de uma associação de empresas sul-coreanas que operavam na Gaeseong, Shin Han-yong, referiu estar pronto para retomar as operações no complexo industrial, mas que é “difícil ser demasiado optimista” quanto a um entendimento face ao verificado no passado. Este complexo, situado na zona desmilitarizada, tem sido um ponto de convergência entre os países, além do fim da linha ferroviária que ligava as duas Coreias. Abrir a torneira Restaurar as ligações ferroviárias da Coreia do Norte é uma medida que em muito ultrapassa o simbolismo para os dois lados da zona desmilitarizada. A abertura da linha permite a Seul a passagem ferroviária para a China, Rússia e Europa, reduzindo os custos de transporte na economia sul-coreana fortemente apoiada nas exportações. A modernização e operacionalidade da infra-estrutura também permitiria a Pyongyang retirar mais proveitos da exportação de recursos minerais, estimados por Seul em seis biliões de dólares. Além disso, a Coreia do Norte guarda no subsolo um dos maiores depósitos mundiais de minerais indispensáveis à produção de produtos de alta tecnologia, factor mais que aliciante para a indústria sul-coreana. Apesar da opacidade dificultar imenso uma avaliação à economia de Pyongyang, o banco central sul-coreano estimou em 2017 que PIB do país vizinho se situava nos 32.3 mil milhões de dólares, cerca de dois por cento do PIB da Coreia do Sul. Porém, no sentido inverso da grande margem de crescimento está um historial de quebras de compromissos comerciais. Exemplo disso, foi a forma como as autoridades norte-coreanas se apoderaram do parque industrial de Gaeseong, assim como do resort construído no Monte Geumgang, ambos investimentos do grupo Hyundai. Outra dívida, que já é lendária e que nunca foi paga, corresponde aos 1000 Volvos nunca pagos à construtora automóvel sueca. O grupo chinês Xiyang Group assinou, em 2007, um contrato para processar 500 mil toneladas por ano de ferro norte-coreano. Um negócio que foi por água abaixo depois de Pyongyang ter decidido abruptamente cortar água, electricidade e comunicações da fábrica. Mais uma vez, a empresa não foi compensada pelas perdas resultantes das represálias norte-coreanas. A visita A chegada de Kim ao Vietname está prevista entre a noite de hoje e a manhã de terça-feira. Depois da viagem de comboio até à fronteira vietnamita com a China, em Dong Dang, o líder norte-coreano segue viagem de automóvel, num percurso de cerca de 170 quilómetros. Por motivos de segurança, as autoridades de Hanói montaram um aparato sem precedentes, anunciando o bloqueio da estrada, por onde vai passar a comitiva norte-coreana, entre as 6h e as 14h do dia 26. A indicação aponta para que Kim Jong Un seja conduzido por uma das mais usadas autoestradas do país. De acordo com a agência France-Presse, a segurança na estação de Dong Dang e ao longo da estrada foi reforçada com guardas armados desde sábado. De acordo com a página de Facebook do ministério dos negócios estrangeiros vietnamita, Kim visita o país a convite de Nguyen Phu Trong, presidente e secretário-geral do Partido Comunista, sem referir a cimeira com Donald Trump. Ainda de acordo com informação veiculada pela France-Presse, é expectável que o líder norte-coreano visite alguns complexos industriais nas províncias de Quang Ninh e Bac Ninh, onde se situa uma fábrica da gigante sul-coreana Samsung.
Hoje Macau China / ÁsiaNova ronda de negociações EUA/China arranca esta semana em Washington [dropcap]O[/dropcap]vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, vai estar em Washington entre quinta e sexta-feira para uma nova ronda de negociações comerciais, anunciou hoje o Ministério do Comércio chinês. O responsável vai reunir-se, mais uma vez, com o representante do Comércio norte-americano, Robert Lighthizer, e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, de acordo com uma breve nota publicada no ‘site’ oficial do Ministério. Liu He já liderou a delegação chinesa que viajou para Washington no final de Janeiro, altura em que se reuniu com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Esta será a quarta ronda de negociações de alto nível entre as duas partes, que vai terminar a apenas uma semana do prazo acordado para a assinatura de um pacto final, em 1 de Março. Embora os meios de comunicação oficiais chineses tenham abordado “avanços importantes” durante a última ronda de negociações, que terminou na passada sexta-feira, em Pequim, nenhum resultado concreto foi alcançado até ao momento. Trump e o Presidente chinês, Xi Jinping, concordaram uma trégua de 90 dias em 1 de Dezembro de 2018, o que significou a suspensão temporária do aumento de 10% a 25% nas tarifas norte-americanas sobre produtos chineses no valor de 200 mil milhões de dólares.
Hoje Macau China / ÁsiaShinzo Abe elogia “bravura” de Trump mas não confirma indicação ao Nobel da Paz [dropcap]O[/dropcap[ primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, elogiou hoje a “bravura” do Presidente norte-americano, Donald Trump, no diálogo com a Coreia do Norte, mas escusou-se a confirmar se o havia indicado ao Prémio Nobel da Paz. “O Comité Nobel não revela quem foi recomendado ou quem fez as recomendações”, disse o mandatário nipónico, quando questionado sobre o assunto numa sessão parlamentar. Abe reagia às declarações de Donald Trump, que garantiu à imprensa, na sexta-feira, que Shinzo Abe o havia nomeado para aquele prémio devido aos esforços para resolver a crise na Península coreana. “Com base nessa regra, evito comentar”, acrescentou o líder japonês, ressaltando que Trump “tem trabalhado corajosamente para resolver o problema nuclear e de mísseis da Coreia do Norte”. Na mesma ocasião, Shinzo Abe referiu que o Presidente norte-americano está “a colaborar activamente” para resolver a questão dos sequestros de cidadãos japoneses pelo regime de Pyongyang, cujo esclarecimento é uma das principais prioridades do Governo de Abe. Na mesma linha, o porta-voz do Executivo, Yoshihide Suga, afirmou em conferência de imprensa que o Japão “valoriza muito a liderança de Trump”, escusando-se igualmente a pronunciar sobre a alegada proposta ao Comité Nobel. Segundo o diário japonês Asahi, o apoio do Governo de Abe à candidatura de Trump foi “informalmente” solicitado por Washington no outono passado, meses após a cimeira que Trump realizou em Singapura, em 12 de Junho, com o líder norte-coreano, Kim Jong-un. Para além do alegado apoio de Abe, o mesmo jornal acrescentou que Trump terá tido o apoio do Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, que no ano passado se referiu publicamente à possibilidade de recompensar o Presidente norte-americano com o Prémio Nobel da Paz pelos seus esforços a favor da paz na Península coreana. Da mesma forma, os ‘media’ nipónicos informaram hoje que Tóquio e Washington estão a preparar uma nova visita de Trump à capital japonesa, entre 26 e 28 de Maio, para realizar uma reunião com Abe e reunir-se com Naruhito, que se tornará imperador no início deste mês.
Hoje Macau China / Ásia MancheteDonald Trump disse estar optimista sobre fim da guerra comercial com a China [dropcap]O[/dropcap]Presidente dos EUA, Donald Trump, mostrou-se optimista sobre o fim da guerra comercial com a China e levantou a possibilidade de estender o período de tréguas antes de impor novas sanções. Donald Trump disse na sexta-feira que as negociações com a China estão a correr “muito bem”, dizendo-se optimista sobre o fim da guerra comercial que opõe as duas maiores potências económicas mundiais. O Presidente disse que está disponível para prolongar o período de tréguas, marcado para durar até dia 1 de Março, para permitir um melhor entendimento entre as partes. “Mas Deus sabe o que isso significa”, acrescentou Donald Trump, arrefecendo o entusiasmo sobre o resultado da terceira ronda de negociações entre a China e os EUA, que terminou na sexta-feira em Pequim. “Estamos mais próximos do que nunca para conseguir um acordo real”, afirmou Donald Trump, em declarações aos jornalistas, nos jardins da Casa Branca, confirmando que ainda falta um compromisso final, que termine a guerra comercial. Se um entendimento não for conseguido, os EUA ameaçam passar de 10% para 25% as tarifas em produtos chineses que valem cerca de 150 mil milhões de euros em importações. Na ronda de negociações que terminou na sexta-feira em Pequim, as duas delegações procuraram dirimir diferenças em questões estruturais desta guerra comercial, nomeadamente sobre matérias de transferência de tecnologia, direitos de propriedade intelectual, ‘hacking’, barreiras não-tarifárias. Outro tema central foi o da possibilidade de aumento do volume de compra de bens e serviços norte-americanos por parte da China, para reduzir o que Donald Trump já apelidou de “um enorme e insustentável défice comercial” com Pequim. Uma nova ronda de negociações está marcada para a próxima semana, em Washington, e Donald Trump anunciou que no final dessa etapa, se encontrará com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, para “enfrentar directamente os problemas que ficarem por resolver”.
Hoje Macau InternacionalReunião anual de Davos sem estrelas políticas olha para Bolsonaro [dropcap]A ausência de estadistas como Donald Trump, Emmanuel Macron ou Theresa May faz com que a estreia em Davos do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, seja um dos pontos de interesse político no Fórum Económico Mundial 2019, que começa hoje. O Presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que não estará presente na reunião anual do Fórum Económico Mundial, que decorre em Davos, Suíça, entre hoje e sexta-feira, alegando os afazeres à volta da paralisação parcial do governo norte-americano, que entra na quinta semana. Também a primeira-ministra britânica, Theresa May, cancelou a viagem a Davos, no meio das negociações para um acordo do ‘Brexit’, e o Presidente francês, Emmanuel Macron, invocou uma agenda sobrecarregada, incluindo as manifestações do movimento “coletes amarelos”, para anular a sua presença. Em termos políticos, a atenção em Davos vira-se este ano para a estreia do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que prometeu levar ao Fórum a agenda das reformas económicas que pretende realizar, durante o mandato que agora iniciou. Os assessores de Bolsonaro já disseram que o Presidente irá a Davos anunciar que pretende “um Brasil diferente, livre de qualquer amarra ideológica e da corrupção generalizada”. O Presidente brasileiro, crítico da globalização e céptico relativamente às alterações climáticas pode ser um interveniente incómodo, na reunião de Davos. Em 2018, o então Presidente do Brasil, Michel Temer , teve ao seu lado o homólogo angolano, João Lourenço, mas este ano não está programada a ida do Presidente de Angola. A lista de deserções aumentou com o anúncio, sexta-feira, de que também a primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg, estará ausente de Davos, a braços com uma reorganização do seu executivo governamental. Ainda assim, os organizadores do Fórum Económico Mundial dizem que terão no seu seio 25% do Produto Interno Bruto mundial, com vários líderes políticos e muitos dos mais abastados empresários globais. Dos Estados Unidos, deslocam-se mais de 800 participantes, mas a China não fica muito atrás, na lista de presenças e também como tema de discussão, na altura em que o Presidente Xi Jinping anda a fazer uma apresentação do seu programa da “nova rota da seda”. A guerra comercial entre os EUA e a China será certamente um dos tópicos de discussão nos palcos e nos corredores, debaixo da atenção de muitos políticos e empresários. E a lista de famosos é longa, contando com a habitual presença de Bill Gates, o bilionário filantropo fundador da Microsoft, Christine Lagarde, directora do Fundo Monetário Internacional, David Attenborough, naturalista e documentarista britânico, Will.I.Am, músico de hip hop, ou o Príncipe William, herdeiro da coroa britânica.
Hoje Macau VozesA falsa trégua EUA-China Barry Eichengreen [dropcap]A[/dropcap] 1 de Dezembro, em Buenos Aires, o Presidente dos EUA, Donald Trump, e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, acordaram uma moratória de 90 dias sobre os aumentos das tarifas aduaneiras para estabelecerem uma janela para negociações. Infelizmente, esta abordagem à mediação não é sempre bem-sucedida, e os investidores não ficaram impressionados – como ficou evidente com a queda de 800 pontos do índice Dow Jones Industrial, a 4 de Dezembro. E se os mercados estavam cépticos na altura, estarão ainda mais cépticos agora, com a detenção da directora financeira da Huawei, Meng Wanzhou, por violação das sanções impostas pelos EUA ao Irão. A abordagem dos dois Presidentes ao alívio das tensões comerciais tem um vasto precedente, mas estes episódios dão poucos motivos para esperança. Em Fevereiro de 1930, a Liga das Nações organizou uma conferência internacional em Genebra para enfrentar o problema do proteccionismo crescente, que “obstruía o desenvolvimento da produção em grande escala e impedia a recuperação europeia” e era geralmente implementado como “arma de guerra económica”. Trinta países enviaram delegações. Os Estados Unidos, embora não sendo membros da Liga, enviaram Edward C. Wilson, o primeiro-secretário da embaixada dos EUA em Paris. Previamente às negociações, o Comité Económico da Liga redigiu uma convenção para uma trégua aduaneira de dois anos. Mas os delegados não aceitaram este projecto de convenção, nem uma versão revista em baixa posteriormente apresentada pelos franceses. Os novos estados com planos ambiciosos de industrialização não estavam preparados para abandoná-los (algo similar ao “Made in China 2025”). Os países com défices crónicos estavam reticentes em celebrar um acordo que não incluísse o compromisso de outros países receberem mais exportações suas (uma objecção que encontrará eco em Trump). Nada de substancial foi acordado. Quando os EUA, em resposta a pressões políticas internas, adoptaram a Lei Smoot-Hawley quatro meses mais tarde, os indignados governos europeus responderam à altura. O resto, como se diz, pertence à história. O planeamento da Smoot-Hawley iniciara-se bastante antes da Grande Depressão. Mas o início da Grande Depressão aumentou a pressão para fazer alguma coisa – qualquer coisa – que pudesse aliviar o colapso do consumo interno. Dadas as discussões anteriores, a solução mais plausível seria o aumento das tarifas. Hoje, com o arrefecimento do mercado imobiliário e a contracção das condições financeiras nos EUA, não está posta de parte uma recessão nos EUA. Juntamente com um decréscimo no mercado bolsista, uma tal recessão aumentaria a pressão sobre Trump para parecer que faz alguma coisa – qualquer coisa – para estimular a economia. Muito provavelmente, essa solução seria à custa da China. Parte do problema em 1930 foi que os países participantes na conferência de Genebra tinham perspectivas muito diferentes sobre o que estavam a acordar, o que parece ser o que também acontece hoje. Enquanto a administração Trump espera uma evolução rápida na redução do défice comercial bilateral, a imprensa estatal chinesa refere-se à conveniência de uma redução “gradual”. Enquanto o comunicado de imprensa da Casa Branca especifica um prazo de 90 dias para negociações, a China não menciona qualquer prazo específico. Do mesmo modo, enquanto a declaração oficial da Casa Branca afirma que a China adquirirá exportações agrícolas, industriais e de energia “muito substanciais” aos EUA, a declaração da China diz apenas que importará mais mercadorias dos EUA. Mas claro que isso acabará sempre por acontecer, sem qualquer acção política, assumindo que a economia chinesa continua a crescer, o que é praticamente certo, dado o recente estímulo fiscal e monetário. Mais perturbadoras são as diferenças relativas à propriedade intelectual. Segundo a declaração dos EUA, a China negociará imediatamente a transferência forçada de tecnologia e a protecção da PI. Pelo contrário, a declaração chinesa apenas diz que os dois países trabalharão conjuntamente para alcançar um consenso em questões comerciais. A reforma do regime da PI (Propriedade Intelectual) é uma preocupação válida dos EUA. Na verdade, é a questão mais importante. Mas o fortalecimento das protecções da PI obrigará a uma mudança fundamental do modelo económico da China. As hipóteses de isso acontecer em 90 dias são nulas. Então, que rumo poderão tomar as negociações? Um dos cenários é que os chineses comprem mais alguma soja americana. Trump caracteriza isso como uma grande vitória. Assim que o Presidente dos EUA mostre a bandeira branca, a guerra comercial termina. Nada de importante terá mudado, mas pelo menos os ataques diplomáticos e comerciais e a incerteza disruptiva terão terminado. Mais uma vez, esta situação tem vários precedentes, já que a renegociação do Acordo de Comércio Livre Norte-Americano foi concluída deste modo. Em alternativa, poderíamos imaginar um resultado parecido ao da reunião de Trump com o líder norte-coreano, Kim Jong-un: a China anuncia, ou pelo menos a administração Trump imagina que a China anuncia uma transformação profunda da sua economia. Mas esta crença numa reviravolta é ilusória. Com efeito, nada de substancial se alterou. Quando Trump e os seus conselheiros despertarem para esse facto, as tensões voltarão a crescer, e a guerra comercial recomeçará. Qual dos cenários será mais provável? Tal como em 1930, a resposta depende de como se desenvolver a situação económica dos EUA. Se a expansão tardia continuar, como aconteceu durante a renegociação do NAFTA, Trump poderá estar inclinado a aceitar concessões cosméticas, que possa caracterizar como o “maior, mais significativo, moderno e equilibrado acordo comercial da história”. Mas se a economia dos EUA apresentar sinais de estar em recessão, Trump precisará de culpar alguém. E, neste caso, podemos estar relativamente certos sobre quem recairão as culpas. © Project Syndicate Barry Eichengreen é Professor de Economia na University of California, Berkeley. O seu último livro é The Populist Temptation: Economic Grievance and Political Reaction in the Modern Era.
Hoje Macau China / ÁsiaPyongyang pede assinatura de tratado de paz antes de segunda cimeira com Trump [dropcap]A[/dropcap] imprensa norte-coreana pediu ontem a assinatura do tratado de paz inter-coreano, numa altura em que é esperado nos Estados Unidos um alto dirigente norte-coreano, no âmbito da preparação de uma segunda cimeira bilateral. “Transformar a península coreana numa zona de paz consistente é o caminho básico para iniciar uma era dourada de paz, prosperidade e reunificação”, afirmou, no editorial, o jornal oficial norte-coreano Rodong Sinmun, de acordo com a agência noticiosa espanhola EFE. A Guerra da Coreia (1950-53), que teve como pano de fundo a disputa geopolítica entre os Estados Unidos e a antiga União Soviética, terminou com a assinatura de um armistício e não de um tratado de paz, pelo que os dois países continuam tecnicamente em guerra. “Só quando transformarmos a península numa zona de paz duradoura e consistente é que o nosso povo poderá desfrutar de uma vida pacífica e estável”, referiu. O artigo é publicado pouco antes da chegada à Washington de Kim Yong-chol, que já se devia ter reunido com o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, em Novembro, em Nova Iorque. Desde a primeira cimeira entre o Presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, em Singapura, em Junho de 2018, na qual os líderes concordaram em trabalhar para a “desnuclearização completa da península coreana”, poucos progressos têm sido feitos. O tratado de paz, exigido pelo líder norte-coreano para dar início à desnuclearização, continua a depender do ‘sinal verde’ dos Estados Unidos, país do qual Pyongyang espera também “medidas proporcionais” para avançar com o processo. Sobre a Coreia do Norte continua a pesar um forte regime de sanções económicas, aprovado pelo Conselho de Segurança da ONU, que tem estrangulado a economia do regime.