Covid-19 | Investigadora diz que isolamento pode originar conflitos familiares 

Loretta Lou, antropóloga, defende que a sociedade de Macau está mais unida no combate ao novo surto do coronavírus do que a de Hong Kong. O cumprimento das ordens para a população ficar em casa está a afectar mais as mulheres, podendo levar a conflitos familiares, alerta

 
[dropcap]A[/dropcap] antropóloga Loretta Lou defendeu à agência Lusa que a ‘clausura’ vivida em Macau por causo do surto do coronavírus Covid-19 parece estar a afectar mais as mulheres e pode provocar conflitos familiares.
“O que sabemos agora é que as mulheres parecem ser mais afectadas pela permanência do que os homens, pois são as únicas responsáveis pela culinária e pelo ensino em casa”, sublinhou a investigadora da Universidade de Macau (UM), especializada em meio ambiente, bem-estar, movimentos sociais, moralidade e ética.
Quanto a possíveis conflitos familiares, Lou sublinhou que “embora a permanência em casa possa significar mais tempo feliz e de qualidade para algumas famílias, os casais que lutam no seu relacionamento conjugal terão dificuldade em ficar num pequeno apartamento 24 horas por dia, sete dias por semana”.
A docente, doutorada em Oxford e que tem o foco de trabalho na China, incluindo Hong Kong, Macau e Taiwan, lembrou que neste cenário os conflitos não se resumem a marido e mulher, “mas também entre filhos e pais, com os sogros, etc”.
Algo que tem muito interesse em acompanhar quando a epidemia estiver sob controlo, de forma a poder responder, por exemplo, à questão se a permanência prolongada das famílias em casa precipitou o fenómeno de violência doméstica, apesar de não terem sido relatados casos nos ‘media’ e de, “em Macau, como em outros lugares, a violência doméstica ser considerada ‘vergonha doméstica’ que não deve ser divulgada”, frisou.

A “obediência” de Macau

Na mesma entrevista, Loretta Lou defendeu que “a atitude obediente” da população de Macau ficou expressa quando acatou o apelo para ficar em casa para combater o surto, o que contrasta com “a rebelião” de Hong Kong.
“Sendo elogiada como a ‘boa criança’ das duas regiões administrativas especiais, a atitude obediente dos cidadãos de Macau contrasta fortemente com a rebelião de Hong Kong”, concluiu a investigadora da UM.
Afinal, “quando o novo Chefe do Executivo de Macau, Ho Iat Seng, instou a população de Macau a ficar em casa para ajudar a conter o vírus, a maioria das pessoas seguiu o conselho”.
A docente sublinhou que “naturalmente, isso também é possível pelo facto de a maioria das pessoas em Macau trabalhar na indústria de jogos”.
“Enquanto muitas pessoas em Hong Kong evitaram sair, outros que não podiam trabalhar tiveram de continuar a assegurar os negócios como sempre”, enquanto em Macau “quando os casinos estão fechados e muitas pessoas não têm motivos para deixar as suas casas”, frisou.
Em termos globais, analisou Loretta Lou, “a sociedade de Macau está unida na luta contra o Covid-19”. E o facto de “as pessoas estarem satisfeitas em geral com as respostas e medidas do Governo reforça o seu sentido de comunidade”, sustentou.
A antropóloga encontrou pelo menos uma excepção: “quando a primeira paciente que recebeu alta – uma chinesa do continente – deixou Macau sem pagar sua taxa de tratamento, a divisão entre residentes de Macau e os ‘free-riders’ do continente emergiu rapidamente”, numa alusão àqueles que beneficiam de recursos, bens ou serviços, sem pagar o custo do benefício.
A discussão pública e nas redes sociais surgiu quando a primeira paciente recebeu alta e saiu do território sem pagar o respectivo tratamento, um custo exigido a outros pacientes que, entretanto, tiveram alta.
Esta “é uma questão que o Governo de Macau precisa tratar delicadamente, trabalhando para encontrar um equilíbrio entre o sentido humanitário, a justiça e diplomacia”, defendeu.

18 Fev 2020

Covid-19 | Investigadora diz que isolamento pode originar conflitos familiares 

Loretta Lou, antropóloga, defende que a sociedade de Macau está mais unida no combate ao novo surto do coronavírus do que a de Hong Kong. O cumprimento das ordens para a população ficar em casa está a afectar mais as mulheres, podendo levar a conflitos familiares, alerta

 

[dropcap]A[/dropcap] antropóloga Loretta Lou defendeu à agência Lusa que a ‘clausura’ vivida em Macau por causo do surto do coronavírus Covid-19 parece estar a afectar mais as mulheres e pode provocar conflitos familiares.

“O que sabemos agora é que as mulheres parecem ser mais afectadas pela permanência do que os homens, pois são as únicas responsáveis pela culinária e pelo ensino em casa”, sublinhou a investigadora da Universidade de Macau (UM), especializada em meio ambiente, bem-estar, movimentos sociais, moralidade e ética.

Quanto a possíveis conflitos familiares, Lou sublinhou que “embora a permanência em casa possa significar mais tempo feliz e de qualidade para algumas famílias, os casais que lutam no seu relacionamento conjugal terão dificuldade em ficar num pequeno apartamento 24 horas por dia, sete dias por semana”.

A docente, doutorada em Oxford e que tem o foco de trabalho na China, incluindo Hong Kong, Macau e Taiwan, lembrou que neste cenário os conflitos não se resumem a marido e mulher, “mas também entre filhos e pais, com os sogros, etc”.

Algo que tem muito interesse em acompanhar quando a epidemia estiver sob controlo, de forma a poder responder, por exemplo, à questão se a permanência prolongada das famílias em casa precipitou o fenómeno de violência doméstica, apesar de não terem sido relatados casos nos ‘media’ e de, “em Macau, como em outros lugares, a violência doméstica ser considerada ‘vergonha doméstica’ que não deve ser divulgada”, frisou.

A “obediência” de Macau

Na mesma entrevista, Loretta Lou defendeu que “a atitude obediente” da população de Macau ficou expressa quando acatou o apelo para ficar em casa para combater o surto, o que contrasta com “a rebelião” de Hong Kong.

“Sendo elogiada como a ‘boa criança’ das duas regiões administrativas especiais, a atitude obediente dos cidadãos de Macau contrasta fortemente com a rebelião de Hong Kong”, concluiu a investigadora da UM.

Afinal, “quando o novo Chefe do Executivo de Macau, Ho Iat Seng, instou a população de Macau a ficar em casa para ajudar a conter o vírus, a maioria das pessoas seguiu o conselho”.

A docente sublinhou que “naturalmente, isso também é possível pelo facto de a maioria das pessoas em Macau trabalhar na indústria de jogos”.

“Enquanto muitas pessoas em Hong Kong evitaram sair, outros que não podiam trabalhar tiveram de continuar a assegurar os negócios como sempre”, enquanto em Macau “quando os casinos estão fechados e muitas pessoas não têm motivos para deixar as suas casas”, frisou.

Em termos globais, analisou Loretta Lou, “a sociedade de Macau está unida na luta contra o Covid-19”. E o facto de “as pessoas estarem satisfeitas em geral com as respostas e medidas do Governo reforça o seu sentido de comunidade”, sustentou.

A antropóloga encontrou pelo menos uma excepção: “quando a primeira paciente que recebeu alta – uma chinesa do continente – deixou Macau sem pagar sua taxa de tratamento, a divisão entre residentes de Macau e os ‘free-riders’ do continente emergiu rapidamente”, numa alusão àqueles que beneficiam de recursos, bens ou serviços, sem pagar o custo do benefício.

A discussão pública e nas redes sociais surgiu quando a primeira paciente recebeu alta e saiu do território sem pagar o respectivo tratamento, um custo exigido a outros pacientes que, entretanto, tiveram alta.

Esta “é uma questão que o Governo de Macau precisa tratar delicadamente, trabalhando para encontrar um equilíbrio entre o sentido humanitário, a justiça e diplomacia”, defendeu.

18 Fev 2020

Covid-19 | Sessão plenária da Assembleia Nacional Popular pode vir a ser adiada

[dropcap]O[/dropcap] órgão máximo legislativo da China poderá adiar a sua sessão plenária, o mais importante evento anual da agenda política chinesa, revelou hoje a imprensa estatal, numa altura em que o país enfrenta o surto do novo coronavírus.
Segundo a agência noticiosa oficial Xinhua, o Comité Permanente da 13.ª Assembleia Nacional Popular (ANP) vai deliberar uma proposta de adiamento da sua sessão plenária, cujo inicio estava previsto para 5 de Março.
Durante a sessão anual, que dura 10 dias, os quase 3.000 deputados, eleitos por cinco anos, a partir das assembleias das diferentes províncias, regiões autónomas, municípios, regiões administrativas especiais e das forças armadas do país, estão encarregues de aprovar projetos de lei, o relatório do Governo ou o orçamento de Estado.
Constitucionalmente, a ANP é o “supremo órgão do poder de Estado na China”, mas cerca de 70% dos deputados são membros do Partido Comunista Chinês (PCC).
O Comité Permanente da ANP, presidido por Li Zhanshu, vai avançar com aquela proposta durante a sua sessão bimensal, que se realiza em Pequim, na próxima semana.
A mesma sessão vai rever um projeto de lei que visa proibir o comércio ilegal de animais selvagens e eliminação dos “maus hábitos” de consumo de animais selvagens “para garantir a vida, saúde e segurança das populações”.

17 Fev 2020

Covid-19 | Sessão plenária da Assembleia Nacional Popular pode vir a ser adiada

[dropcap]O[/dropcap] órgão máximo legislativo da China poderá adiar a sua sessão plenária, o mais importante evento anual da agenda política chinesa, revelou hoje a imprensa estatal, numa altura em que o país enfrenta o surto do novo coronavírus.

Segundo a agência noticiosa oficial Xinhua, o Comité Permanente da 13.ª Assembleia Nacional Popular (ANP) vai deliberar uma proposta de adiamento da sua sessão plenária, cujo inicio estava previsto para 5 de Março.

Durante a sessão anual, que dura 10 dias, os quase 3.000 deputados, eleitos por cinco anos, a partir das assembleias das diferentes províncias, regiões autónomas, municípios, regiões administrativas especiais e das forças armadas do país, estão encarregues de aprovar projetos de lei, o relatório do Governo ou o orçamento de Estado.

Constitucionalmente, a ANP é o “supremo órgão do poder de Estado na China”, mas cerca de 70% dos deputados são membros do Partido Comunista Chinês (PCC).

O Comité Permanente da ANP, presidido por Li Zhanshu, vai avançar com aquela proposta durante a sua sessão bimensal, que se realiza em Pequim, na próxima semana.

A mesma sessão vai rever um projeto de lei que visa proibir o comércio ilegal de animais selvagens e eliminação dos “maus hábitos” de consumo de animais selvagens “para garantir a vida, saúde e segurança das populações”.

17 Fev 2020

MICE | Empresário diz que “situação é dramática” na área dos eventos 

[dropcap]M[/dropcap]al regressara de férias no início deste ano, Bruno Simões foi ‘atropelado’ pelas más notícias: as suas empresas de eventos de Macau estavam ‘infectadas’ pela paralisação da indústria turística e perdera todos os contratos até Abril.
Com o fecho dos casinos na capital mundial do jogo, com a paralisação da economia e com o mercado chinês turístico ‘contaminado’ pelo coronavírus Covid-19, “a situação é dramática”, desabafou. “Até no Vietname cancelaram coisas para Abril”, disse à agência Lusa.
À semelhança do Governo de Macau, que enviou alunos e funcionários públicos para casa, que trabalham à distância, Bruno Simões foi obrigado a tomar medidas excepcionais na DOC DMC e na SmallWORLD Experience.
“Teve de se mandar as pessoas já para casa até Abril e negociámos um mês de licença sem vencimento com os funcionários, com a esperança ainda de que a partir de Março as coisas animem”, explicou.
Com escritório também na vizinha cidade chinesa de Zhuhai, numa província que tem sido uma das mais afectadas pelo surto em número de infectados, o negócio vive muito das multinacionais que trabalham na Ásia. Por ano organizavam cerca de duas centenas de eventos. Agora, sem trabalhos, sem conferências, sem eventos e com encargos mensais fixos na ordem das 300 mil patacas, a esperança é que em Abril ou Maio “as empresas, que têm os seus calendários e têm de os executar” consigam devolver algum oxigénio à indústria.
Até lá, precisamente para acudir a pequenas e médias empresas como aquelas geridas pelo português, o Governo de Macau anunciou na quinta-feira benefícios fiscais e empréstimos bonificados, bem como apoios financeiros e sociais para a população no valor de 20 mil milhões de patacas.

Reacção imediata

“O sector dos eventos das empresas é muito rápido na reacção”, para o bem e para o mal, salientou Bruno Simões. “As empresas não enviam os seus empregados para os eventos e os convidados também não vêm”, sublinhou, para concluir: “O medo é o pior que há”.
A retoma “vai acontecer, mas a que ritmo é que não se sabe”, afirmou, mostrando-se apreensivo com algumas notícias mais recentes do sector.
Enquanto isso, e mesmo fora da Ásia, foi cancelado o Mobile World Congress (MWC), a maior feira de telecomunicações móveis, cujo início estava previsto para dia 24, em Barcelona, precisamente perante as sucessivas desistências dos participantes face ao receio associado ao coronavírus.
E em Macau, por exemplo, a realização do Global Gaming Expo Asia (G2E Asia), o maior evento de jogo do continente asiático, que junta operadores, jogadores e empresários ligados ao sector, previsto para Maio, está depende da evolução do surto.

17 Fev 2020

MICE | Empresário diz que “situação é dramática” na área dos eventos 

[dropcap]M[/dropcap]al regressara de férias no início deste ano, Bruno Simões foi ‘atropelado’ pelas más notícias: as suas empresas de eventos de Macau estavam ‘infectadas’ pela paralisação da indústria turística e perdera todos os contratos até Abril.

Com o fecho dos casinos na capital mundial do jogo, com a paralisação da economia e com o mercado chinês turístico ‘contaminado’ pelo coronavírus Covid-19, “a situação é dramática”, desabafou. “Até no Vietname cancelaram coisas para Abril”, disse à agência Lusa.

À semelhança do Governo de Macau, que enviou alunos e funcionários públicos para casa, que trabalham à distância, Bruno Simões foi obrigado a tomar medidas excepcionais na DOC DMC e na SmallWORLD Experience.

“Teve de se mandar as pessoas já para casa até Abril e negociámos um mês de licença sem vencimento com os funcionários, com a esperança ainda de que a partir de Março as coisas animem”, explicou.

Com escritório também na vizinha cidade chinesa de Zhuhai, numa província que tem sido uma das mais afectadas pelo surto em número de infectados, o negócio vive muito das multinacionais que trabalham na Ásia. Por ano organizavam cerca de duas centenas de eventos. Agora, sem trabalhos, sem conferências, sem eventos e com encargos mensais fixos na ordem das 300 mil patacas, a esperança é que em Abril ou Maio “as empresas, que têm os seus calendários e têm de os executar” consigam devolver algum oxigénio à indústria.

Até lá, precisamente para acudir a pequenas e médias empresas como aquelas geridas pelo português, o Governo de Macau anunciou na quinta-feira benefícios fiscais e empréstimos bonificados, bem como apoios financeiros e sociais para a população no valor de 20 mil milhões de patacas.

Reacção imediata

“O sector dos eventos das empresas é muito rápido na reacção”, para o bem e para o mal, salientou Bruno Simões. “As empresas não enviam os seus empregados para os eventos e os convidados também não vêm”, sublinhou, para concluir: “O medo é o pior que há”.

A retoma “vai acontecer, mas a que ritmo é que não se sabe”, afirmou, mostrando-se apreensivo com algumas notícias mais recentes do sector.

Enquanto isso, e mesmo fora da Ásia, foi cancelado o Mobile World Congress (MWC), a maior feira de telecomunicações móveis, cujo início estava previsto para dia 24, em Barcelona, precisamente perante as sucessivas desistências dos participantes face ao receio associado ao coronavírus.

E em Macau, por exemplo, a realização do Global Gaming Expo Asia (G2E Asia), o maior evento de jogo do continente asiático, que junta operadores, jogadores e empresários ligados ao sector, previsto para Maio, está depende da evolução do surto.

17 Fev 2020

Emprego | Operários defendem subsídios para formação

Ella Lei e Leong Sun Iok estiveram reunidos com representantes da Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais para discutir a criação de mais subsídios para a formação dos trabalhadores despedidos devido à epidemia do novo coronavírus

 
[dropcap]O[/dropcap]s deputados da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), Ella Lei e Leong Sun Iok, defenderam a criação de mais subsídios para a requalificação dos trabalhadores locais. Este foi um dos principais pontos discutidos numa reunião entre os representantes dos Operários e a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais.
Segundo o comunicado da FAOM, face ao novo coronavírus, baptizado Covid-19, muitos trabalhadores locais estão a ser afectados directamente devido ao encerramento temporário dos locais onde trabalham, que faz com que os seus rendimentos sejam penalizados, por terem de gozar licenças sem vencimento, ou mesmo por casos de despedimento. De acordo com os deputados, as indústrias mais afectadas até agora são a construção, o sector do turismo, centros e lojas de beleza, restauração, hotelaria e ainda os transportes.
Face à redução dos empregos, Leong Sun Ion e Ella Lei discutiram com a DSAL as dificuldades que muitos destes trabalhadores têm em trocar de emprego para áreas diferentes, devido a não possuírem as qualificações necessárias. Por isso, os legisladores estiveram a discutir a criação de mais subsídios para que as pessoas que se vejam desempregadas possam ser pagas para receberem formação numa área nova, com outra saída profissional.
Os deputados apelaram ao Governo que comece um estudo de viabilidade sobre a medida e que identifique as principais áreas que precisam de mão-de-obra, para que a requalificação seja feita a pensar nas principais carências do mercado de trabalho.

Ofertas de emprego

No mesmo encontro, que apenas foi divulgado ontem, apesar de ter decorrido na semana passada, os representantes dos Operários terão ainda questionado o Executivo sobre o impacto do novo coronavírus para o sistema de oferta de empregos da DSAL.
Na resposta a esta questão, a comitiva liderada por Wong Chi Hong, director da DSAL, terá reconhecido que houve empresas que tiraram os anúncios, uma vez que as operações estão suspensas. No entanto, o sistema vai ser actualizado tão depressa quanto possível com o regresso ao funcionamento normal do Governo.
Por outro lado, Wong garantiu aos deputados partilhar das mesmas preocupações ao nível dos eventuais desempregados e afirmou que as áreas que vão merecer uma maior aposta para a formação são a construção, restauração e hotelaria.
Em relação às pessoas que procuram emprego, a DSAL explicou aos deputados que é possível fazer um registo online na página electrónica, que mostra igualmente as ofertas disponíveis.

17 Fev 2020

Emprego | Operários defendem subsídios para formação

Ella Lei e Leong Sun Iok estiveram reunidos com representantes da Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais para discutir a criação de mais subsídios para a formação dos trabalhadores despedidos devido à epidemia do novo coronavírus

 

[dropcap]O[/dropcap]s deputados da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), Ella Lei e Leong Sun Iok, defenderam a criação de mais subsídios para a requalificação dos trabalhadores locais. Este foi um dos principais pontos discutidos numa reunião entre os representantes dos Operários e a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais.

Segundo o comunicado da FAOM, face ao novo coronavírus, baptizado Covid-19, muitos trabalhadores locais estão a ser afectados directamente devido ao encerramento temporário dos locais onde trabalham, que faz com que os seus rendimentos sejam penalizados, por terem de gozar licenças sem vencimento, ou mesmo por casos de despedimento. De acordo com os deputados, as indústrias mais afectadas até agora são a construção, o sector do turismo, centros e lojas de beleza, restauração, hotelaria e ainda os transportes.

Face à redução dos empregos, Leong Sun Ion e Ella Lei discutiram com a DSAL as dificuldades que muitos destes trabalhadores têm em trocar de emprego para áreas diferentes, devido a não possuírem as qualificações necessárias. Por isso, os legisladores estiveram a discutir a criação de mais subsídios para que as pessoas que se vejam desempregadas possam ser pagas para receberem formação numa área nova, com outra saída profissional.

Os deputados apelaram ao Governo que comece um estudo de viabilidade sobre a medida e que identifique as principais áreas que precisam de mão-de-obra, para que a requalificação seja feita a pensar nas principais carências do mercado de trabalho.

Ofertas de emprego

No mesmo encontro, que apenas foi divulgado ontem, apesar de ter decorrido na semana passada, os representantes dos Operários terão ainda questionado o Executivo sobre o impacto do novo coronavírus para o sistema de oferta de empregos da DSAL.

Na resposta a esta questão, a comitiva liderada por Wong Chi Hong, director da DSAL, terá reconhecido que houve empresas que tiraram os anúncios, uma vez que as operações estão suspensas. No entanto, o sistema vai ser actualizado tão depressa quanto possível com o regresso ao funcionamento normal do Governo.

Por outro lado, Wong garantiu aos deputados partilhar das mesmas preocupações ao nível dos eventuais desempregados e afirmou que as áreas que vão merecer uma maior aposta para a formação são a construção, restauração e hotelaria.

Em relação às pessoas que procuram emprego, a DSAL explicou aos deputados que é possível fazer um registo online na página electrónica, que mostra igualmente as ofertas disponíveis.

17 Fev 2020

Covid-19 | Deputados consideram insuficientes medidas de apoio

José Pereira Coutinho, Agnes Lam e Sulu Sou defendem que as medidas de apoio anunciadas pelo Governo para fazer face à crise causada pelo novo coronavírus pecam por insuficientes, uma vez que não abrangem as rendas elevadas e não dão resposta a muitos dos problemas laborais ocorridos nos últimos tempos

 

[dropcap]O[/dropcap] pacote de medidas anunciado pelo Governo na última semana, e que vai custar aos cofres públicos cerca de 20 mil milhões de patacas, peca por não dar resposta a vários problemas sociais e económicos gerados pela crise do novo coronavírus. Para três deputados ouvidos pelo HM, faltam medidas que consigam resolver o crónico problema das rendas elevadas, da falta de diversificação económica e dos problemas laborais que atingiram muitos trabalhadores nos últimos tempos.

“Penso que estas medidas dão resposta às necessidades de muitas pessoas, mas ainda é preciso tempo para perceber a reacção da população. No entanto, estas medidas não incluem as rendas e os subsídios salariais”, frisou o deputado Sulu Sou.

“Macau tem bases económicas que suportam estas medidas, mas persistem alguns problemas como os elevados preços do imobiliário, a existência de uma única indústria, uma única fonte de turistas e as dificuldades de sobrevivência das Pequenas e Médias Empresas (PME), que não são resolvidas com dinheiro.

Estas medidas devem ser tidas em conta e melhoradas no futuro”, acrescentou o deputado do campo pró-democracia.

Sulu Sou recordou as sugestões para lidar com esta crise, que passam por aumentar o limite máximo do empréstimo sem juros concedido pelo Governo ou criar um fundo de 10 mil milhões de yuan para subsidiar de forma directa as rendas e salários ao encargo das PME.

Ficar de fora

As medidas anunciadas pelo secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, passam pela isenção do pagamento de água e de electricidade durante três meses, pela concessão de vales de consumo no valor de três mil patacas para residentes e ainda a criação de uma linha de empréstimos destinada às PME, sem esquecer medidas de apoio social para minimizar o impacto da crise junto dos mais desfavorecidos.

A deputada Agnes Lam lembra que estes apoios não chegam aos trabalhadores em regime freelance, além de que, para as PME, “o Governo deveria fazer algo mais”, uma vez que “os problemas das rendas e de liquidez deveriam ser tidos em conta”.

José Pereira Coutinho, por sua vez, destaca o facto de estas medidas “serem insuficientes para proteger muitos postos de trabalho”. “Esta crise pôs a nu as fragilidades dos contratos de trabalho assinados com base numa lei laboral que permite todo o tipo de abusos.”

Além disso, “estas medidas provisórias não têm um alcance abrangente da sociedade, porque existem muitas organizações locais que prestam serviços gratuitos ou voluntários que têm empregados que não estão contemplados neste pacote de medidas”, afirmou.

Valores irrisórios

Outra das medidas anunciadas pelo Governo na quinta-feira passa pelo aumento da devolução da colecta do imposto profissional para 70 por cento, até ao limite de 20 mil patacas, procedendo-se ainda a um aumento da dedução fixa ao rendimento colectável para os 30 por cento. O economista Albano Martins fez as contas e diz que são irrisórios os valores a receber por quem trabalha por conta de outrem, à excepção dos “indivíduos que ganham 75 mil patacas por ano”, pois, na maioria dos casos, o montante “é muito reduzido, sendo, salvo erro, de duas mil e tal patacas por ano”. “As medidas tomadas são sempre de apoiar, mas para quem trabalha por conta de outrem não são nada de especial. O Governo deveria acabar com todos os impostos [pagos por trabalhadores e empresas], porque, em 2018, representaram no total 14 mil milhões de patacas, menos do que os 20 mil milhões do que vão gastar agora”, frisou Albano Martins. O economista acrescentou também que “há um grande desequilíbrio nos impostos e os trabalhadores por conta de outrem são, neste momento, os menos beneficiados com o actual sistema de impostos directos”.

Finanças | Wong Kit Cheng elogia pacote de ajudas

A deputada Wong Kit Cheng elogiou as medidas financeiras de 20 mil milhões de patacas do Governo que têm como objectivo ajudar a população e as empresas do território. Segundo a legisladora da Associação Geral das Mulheres, as medidas abarcam todos os sectores da sociedade e permitem algum alívio nas despesas das famílias, numa fase em que todos atravessam dificuldades. A deputada elogiou ainda o Executivo por não ter tido medo de lançar medidas de segurança da população com um impacto muito negativo para a economia, mas ao mesmo tempo estar já a pensar no pós crise-epidémica e na necessidade de garantir a estabilidade do território. “Desta vez o Governo da RAEM está a julgar as situações nos tempos adequados e está a ser pró-activo nas respostas aos problemas”, sublinhou Wong, em comunicado.

17 Fev 2020

Covid-19 | Deputados consideram insuficientes medidas de apoio

José Pereira Coutinho, Agnes Lam e Sulu Sou defendem que as medidas de apoio anunciadas pelo Governo para fazer face à crise causada pelo novo coronavírus pecam por insuficientes, uma vez que não abrangem as rendas elevadas e não dão resposta a muitos dos problemas laborais ocorridos nos últimos tempos

 
[dropcap]O[/dropcap] pacote de medidas anunciado pelo Governo na última semana, e que vai custar aos cofres públicos cerca de 20 mil milhões de patacas, peca por não dar resposta a vários problemas sociais e económicos gerados pela crise do novo coronavírus. Para três deputados ouvidos pelo HM, faltam medidas que consigam resolver o crónico problema das rendas elevadas, da falta de diversificação económica e dos problemas laborais que atingiram muitos trabalhadores nos últimos tempos.
“Penso que estas medidas dão resposta às necessidades de muitas pessoas, mas ainda é preciso tempo para perceber a reacção da população. No entanto, estas medidas não incluem as rendas e os subsídios salariais”, frisou o deputado Sulu Sou.
“Macau tem bases económicas que suportam estas medidas, mas persistem alguns problemas como os elevados preços do imobiliário, a existência de uma única indústria, uma única fonte de turistas e as dificuldades de sobrevivência das Pequenas e Médias Empresas (PME), que não são resolvidas com dinheiro.
Estas medidas devem ser tidas em conta e melhoradas no futuro”, acrescentou o deputado do campo pró-democracia.
Sulu Sou recordou as sugestões para lidar com esta crise, que passam por aumentar o limite máximo do empréstimo sem juros concedido pelo Governo ou criar um fundo de 10 mil milhões de yuan para subsidiar de forma directa as rendas e salários ao encargo das PME.

Ficar de fora

As medidas anunciadas pelo secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, passam pela isenção do pagamento de água e de electricidade durante três meses, pela concessão de vales de consumo no valor de três mil patacas para residentes e ainda a criação de uma linha de empréstimos destinada às PME, sem esquecer medidas de apoio social para minimizar o impacto da crise junto dos mais desfavorecidos.
A deputada Agnes Lam lembra que estes apoios não chegam aos trabalhadores em regime freelance, além de que, para as PME, “o Governo deveria fazer algo mais”, uma vez que “os problemas das rendas e de liquidez deveriam ser tidos em conta”.
José Pereira Coutinho, por sua vez, destaca o facto de estas medidas “serem insuficientes para proteger muitos postos de trabalho”. “Esta crise pôs a nu as fragilidades dos contratos de trabalho assinados com base numa lei laboral que permite todo o tipo de abusos.”
Além disso, “estas medidas provisórias não têm um alcance abrangente da sociedade, porque existem muitas organizações locais que prestam serviços gratuitos ou voluntários que têm empregados que não estão contemplados neste pacote de medidas”, afirmou.

Valores irrisórios

Outra das medidas anunciadas pelo Governo na quinta-feira passa pelo aumento da devolução da colecta do imposto profissional para 70 por cento, até ao limite de 20 mil patacas, procedendo-se ainda a um aumento da dedução fixa ao rendimento colectável para os 30 por cento. O economista Albano Martins fez as contas e diz que são irrisórios os valores a receber por quem trabalha por conta de outrem, à excepção dos “indivíduos que ganham 75 mil patacas por ano”, pois, na maioria dos casos, o montante “é muito reduzido, sendo, salvo erro, de duas mil e tal patacas por ano”. “As medidas tomadas são sempre de apoiar, mas para quem trabalha por conta de outrem não são nada de especial. O Governo deveria acabar com todos os impostos [pagos por trabalhadores e empresas], porque, em 2018, representaram no total 14 mil milhões de patacas, menos do que os 20 mil milhões do que vão gastar agora”, frisou Albano Martins. O economista acrescentou também que “há um grande desequilíbrio nos impostos e os trabalhadores por conta de outrem são, neste momento, os menos beneficiados com o actual sistema de impostos directos”.

Finanças | Wong Kit Cheng elogia pacote de ajudas

A deputada Wong Kit Cheng elogiou as medidas financeiras de 20 mil milhões de patacas do Governo que têm como objectivo ajudar a população e as empresas do território. Segundo a legisladora da Associação Geral das Mulheres, as medidas abarcam todos os sectores da sociedade e permitem algum alívio nas despesas das famílias, numa fase em que todos atravessam dificuldades. A deputada elogiou ainda o Executivo por não ter tido medo de lançar medidas de segurança da população com um impacto muito negativo para a economia, mas ao mesmo tempo estar já a pensar no pós crise-epidémica e na necessidade de garantir a estabilidade do território. “Desta vez o Governo da RAEM está a julgar as situações nos tempos adequados e está a ser pró-activo nas respostas aos problemas”, sublinhou Wong, em comunicado.

17 Fev 2020

Covid-19 | Voluntários correm a salvar animais domésticos ao abandono em Wuhan

[dropcap]D[/dropcap]u Fan passa os dias a vaguear por ruas desertas e a arrombar portas em Wuhan, numa corrida contra o tempo para resgatar milhares de animais de estimação, vítimas colaterais da epidemia que paralisou a cidade.

“É óbvio que temos receio, mas cabe-nos assumir esta responsabilidade”, explica à agência Lusa o diretor da organização não-governamental Wuhan Small Animal Protection Association (Associação de Proteção dos Animais Domésticos de Wuhan).

“Para salvar as vidas dos animais estamos dispostos a assumir o risco”, acrescenta Du, numa entrevista por telefone, a partir de Wuhan.

Composta por 28 voluntários, a equipa liderada por Du corre contra o tempo, de bairro em bairro, numa megacidade com mais de onze milhões de habitantes, sem recurso a automóveis ou transportes públicos.

“Todos os dias saímos de casa às 8:30 da manhã e regressamos ao início da noite”, revela. “Continuaremos a fazê-lo, até que a cidade retorne ao normal”.

Até à data, a Associação já conseguiu resgatar mais de 600 cães e 30 gatos, que são mantidos numa moradia alugada nos subúrbios da cidade, ao cuidado de seis pessoas.

A cidade foi colocada sob quarentena em 22 de janeiro, visando travar a propagação de um novo coronavírus, designado Covid-19, que fez já mais de 1.500 mortos e mais de 60.000 infectados no país asiático.

A interdição de entradas e saídas impediu o regresso de milhões de residentes que se encontravam a viajar. Noutros casos, famílias inteiras foram hospitalizadas devido à infeção. Há também quem tenha abandonado os animais por temer que sejam portadores do vírus.

No total, a Associação recebeu mais de 2.000 pedidos de resgate, sobretudo de donos que estavam fora quando Wuhan foi bloqueada, e receiam agora que os seus animais de estimação não tenham comida e água.

Antes de invadir uma casa, os voluntários pedem ao respetivo proprietário que envie um vídeo a segurar o bilhete de identidade e a dar permissão. A seguir, são recebidos por animais esfomeados.

Num vídeo partilhado por Du nas redes sociais, uma gata estava a parir quando ele chegou. Duas das crias morreram. “Face a este desastre, ajudar os animais é também uma obrigação dos seres humanos”, diz.

O mercado de animais de estimação registou um ‘boom’, nos últimos anos, na China, tendo excedido, em 2019, os 200.000 milhões de yuan, segundo estimativas do sector citadas pela imprensa estatal.

A mesma fonte apurou que há mais de 100 milhões de cães e gatos a serem criados em todo o país.

Apesar de a Organização Mundial da Saúde ter descartado que cães e gatos possam ser intermediários no contágio do vírus, o temor levou ao abandono de animais domésticos por todo o país.

Em várias cidades no norte da China donos foram proibidos de passear animais em público. Na cidade de Wuxi, província de Jiangsu, costa leste do país, uma equipa local do Comité de Prevenção da Epidemia enterrou um gato vivo, depois de o dono ter sido diagnosticado com o vírus, segundo a imprensa chinesa.

Mas há quem considere a companhia de animais de estimação imprescindível numa altura em que milhões de pessoas em todo o país permanecem há semanas em casa, com entradas e saídas dos bairros controladas e, em alguns sítios, limitadas a uma em cada dois dias.

“Estou há três semanas sozinha em casa”, conta Alice Xia, chinesa residente em Pequim, “sem a companhia da minha gata já teria enlouquecido”.

16 Fev 2020

Covid-19 | Voluntários correm a salvar animais domésticos ao abandono em Wuhan

[dropcap]D[/dropcap]u Fan passa os dias a vaguear por ruas desertas e a arrombar portas em Wuhan, numa corrida contra o tempo para resgatar milhares de animais de estimação, vítimas colaterais da epidemia que paralisou a cidade.
“É óbvio que temos receio, mas cabe-nos assumir esta responsabilidade”, explica à agência Lusa o diretor da organização não-governamental Wuhan Small Animal Protection Association (Associação de Proteção dos Animais Domésticos de Wuhan).
“Para salvar as vidas dos animais estamos dispostos a assumir o risco”, acrescenta Du, numa entrevista por telefone, a partir de Wuhan.
Composta por 28 voluntários, a equipa liderada por Du corre contra o tempo, de bairro em bairro, numa megacidade com mais de onze milhões de habitantes, sem recurso a automóveis ou transportes públicos.
“Todos os dias saímos de casa às 8:30 da manhã e regressamos ao início da noite”, revela. “Continuaremos a fazê-lo, até que a cidade retorne ao normal”.
Até à data, a Associação já conseguiu resgatar mais de 600 cães e 30 gatos, que são mantidos numa moradia alugada nos subúrbios da cidade, ao cuidado de seis pessoas.
A cidade foi colocada sob quarentena em 22 de janeiro, visando travar a propagação de um novo coronavírus, designado Covid-19, que fez já mais de 1.500 mortos e mais de 60.000 infectados no país asiático.
A interdição de entradas e saídas impediu o regresso de milhões de residentes que se encontravam a viajar. Noutros casos, famílias inteiras foram hospitalizadas devido à infeção. Há também quem tenha abandonado os animais por temer que sejam portadores do vírus.
No total, a Associação recebeu mais de 2.000 pedidos de resgate, sobretudo de donos que estavam fora quando Wuhan foi bloqueada, e receiam agora que os seus animais de estimação não tenham comida e água.
Antes de invadir uma casa, os voluntários pedem ao respetivo proprietário que envie um vídeo a segurar o bilhete de identidade e a dar permissão. A seguir, são recebidos por animais esfomeados.
Num vídeo partilhado por Du nas redes sociais, uma gata estava a parir quando ele chegou. Duas das crias morreram. “Face a este desastre, ajudar os animais é também uma obrigação dos seres humanos”, diz.
O mercado de animais de estimação registou um ‘boom’, nos últimos anos, na China, tendo excedido, em 2019, os 200.000 milhões de yuan, segundo estimativas do sector citadas pela imprensa estatal.
A mesma fonte apurou que há mais de 100 milhões de cães e gatos a serem criados em todo o país.
Apesar de a Organização Mundial da Saúde ter descartado que cães e gatos possam ser intermediários no contágio do vírus, o temor levou ao abandono de animais domésticos por todo o país.
Em várias cidades no norte da China donos foram proibidos de passear animais em público. Na cidade de Wuxi, província de Jiangsu, costa leste do país, uma equipa local do Comité de Prevenção da Epidemia enterrou um gato vivo, depois de o dono ter sido diagnosticado com o vírus, segundo a imprensa chinesa.
Mas há quem considere a companhia de animais de estimação imprescindível numa altura em que milhões de pessoas em todo o país permanecem há semanas em casa, com entradas e saídas dos bairros controladas e, em alguns sítios, limitadas a uma em cada dois dias.
“Estou há três semanas sozinha em casa”, conta Alice Xia, chinesa residente em Pequim, “sem a companhia da minha gata já teria enlouquecido”.

16 Fev 2020

Fundação Católica diz que processo de escolha de novo reitor está em curso

[dropcap]A[/dropcap] Fundação Católica para o Ensino Superior Universitário, entidade que tutela a Universidade de São José (USJ), emitiu ontem um comunicado onde dá explicações adicionais sobre o processo de substituição do actual reitor, Peter Stilwell, sem, no entanto, referir o nome de Stephen Morgan, que foi avançado esta quarta-feira pela TDM Rádio Macau.

“No final deste ano lectivo o actual reitor, P. Peter Stilwell, termina o seu segundo mandato à frente da Universidade. Cabe à Fundação Católica escolher e nomear um sucessor, depois de consultados os membros do Conselho Superior da Universidade. A carta de consulta foi enviada aos seus destinatários dias antes do Novo Ano Lunar Chinês e não expirou o prazo de resposta”, lê-se.

A mesma nota diz ainda que “com os resultados da consulta em mão, a Fundação Católica irá deliberar sobre a nomeação de um novo Reitor. Nenhuma declaração adicional sobre este assunto será feita até à conclusão do processo”. Além disso, a Fundação acrescenta que “a universidade e a sua actual direcção contam com o total apoio da Diocese de Macau e da Fundação Católica no excelente trabalho que desenvolvem”.

À distância

É uma fase de mudança interna que obriga também à gestão de uma crise e, por isso, Peter Stilwell não quer falar, para já, do que correu bem e mal no trabalho que desenvolveu como reitor da Universidade de São José (USJ), lugar que ocupou em 2012. No entanto, o ainda reitor comenta a adaptação que a instituição de ensino teve de fazer no âmbito da crise gerada pelo surto do novo coronavírus. Tal levou à adopção do modelo de ensino à distância, com o balanço a ser, para já, positivo.

“Neste momento estou totalmente empenhado em conduzir a USJ através do enorme desafio que têm representado as medidas de prevenção contra a difusão do coronavírus”, começou por dizer.

“Estamos em estreita colaboração com o Governo, ao mesmo tempo que migramos quase toda a nossa actividade para reuniões e ensino à distância. A participação de todos, alunos, funcionários e docentes, tem sido espectacular. As nossas equipas de IT e de desenvolvimento informático têm sido incansáveis na formação intensiva de toda a comunidade académica. Muito me orgulho do espírito de equipa e de entusiasmo de todos na USJ”, acrescentou ao HM.

14 Fev 2020

EPM | Presidente em Portugal devido à data dos exames nacionais

Manuel Peres Machado está em Lisboa a discutir a possibilidade de adiar a data dos exames para os estudantes locais. Segundo o presidente da Escola Portuguesa de Macau, as autoridades portuguesas mostraram total abertura para encontrar uma solução que permita minimizar o impacto do coronavírus

 

[dropcap]O[/dropcap] presidente da Escola Portuguesa de Macau tem estado em Lisboa a reunir com o Governo português para discutir os moldes em que os alunos da instituição vão realizar os exames nacionais de admissão ao ensino superior. A direcção da escola está preocupada com o impacto na preparação dos alunos causado pelo encerramento forçado, devido à epidemia do coronavírus.

Na quarta-feira, Manuel Peres Machado esteve reunido com a Direcção-Geral de Educação e com a Direcção-Geral da Administração Escolar e em cima da mesa foi colocada a hipótese dos exames para os alunos de Macau serem realizados na segunda fase nacional, que para os locais contaria como primeira.

“Estivemos a discutir este período difícil que levou ao encerramento da escola e a manifestar a nossa preocupação sobre a interrupção das aulas, principalmente para os alunos que têm de fazer os exames nacionais”, contou Manuel Peres Machado, ao HM. “Estivemos a estudar a viabilidade de adiar a primeira fase dos exames para os alunos de Macau, mas essa possibilidade vai depender da data em que a escola voltar ao funcionamento normal”, acrescentou.

Hoje, o presidente da Escola Portuguesa de Macau vai ter uma nova reunião com o Ministério de Educação e não está afastada a hipótese de haver outros encontros na próxima semana. Da parte do Governo português diz ter encontrado toda a vontade de encontrar uma solução para este problema.

“Senti que há abertura total das autoridades de Portugal para encontrar uma solução e que há todo o apoio à escola. Agora, a solução encontrada vai depender de quando voltarmos à actividade normal”, afirmou.

Apoio dos pais

Ao HM, o presidente da Associação de Pais da Escola Portuguesa de Macau elogiou o facto de a direcção ter desenvolvimento esforços no sentido de falar com as autoridades portuguesas sobre os exames nacionais.

“Se é uma deslocação com a preocupação de falar com o Ministério de Educação e perceber se é possível ter um regime excepcional para os alunos que fazem o exame nacional, parece-me muito bem”, disse Filipe Regêncio Figueiredo.

Além do presidente da EPM, neste momento há igualmente quatro docentes fora da Macau “por motivos pessoais de força maior”, explicou Manuel Peres Machado. “São ausências que não têm nada ver com o coronavírus e que iriam acontecer mesmo que a escola não tivesse fechado” justificou o presidente da instituição. “Mas as ausências não estão a afectar o trabalho destes professores através da plataforma online. Não há qualquer prejuízo para os alunos”, completou.

O HM contactou a Direcção de Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) sobre o facto de professores poderem colocar os conteúdos das aulas online fora do território. Na resposta, a DSEJ sublinhou que as escola tem autonomia para decidir como gere os seus recursos administrativos e financeiros.

14 Fev 2020

EPM | Presidente em Portugal devido à data dos exames nacionais

Manuel Peres Machado está em Lisboa a discutir a possibilidade de adiar a data dos exames para os estudantes locais. Segundo o presidente da Escola Portuguesa de Macau, as autoridades portuguesas mostraram total abertura para encontrar uma solução que permita minimizar o impacto do coronavírus

 
[dropcap]O[/dropcap] presidente da Escola Portuguesa de Macau tem estado em Lisboa a reunir com o Governo português para discutir os moldes em que os alunos da instituição vão realizar os exames nacionais de admissão ao ensino superior. A direcção da escola está preocupada com o impacto na preparação dos alunos causado pelo encerramento forçado, devido à epidemia do coronavírus.
Na quarta-feira, Manuel Peres Machado esteve reunido com a Direcção-Geral de Educação e com a Direcção-Geral da Administração Escolar e em cima da mesa foi colocada a hipótese dos exames para os alunos de Macau serem realizados na segunda fase nacional, que para os locais contaria como primeira.
“Estivemos a discutir este período difícil que levou ao encerramento da escola e a manifestar a nossa preocupação sobre a interrupção das aulas, principalmente para os alunos que têm de fazer os exames nacionais”, contou Manuel Peres Machado, ao HM. “Estivemos a estudar a viabilidade de adiar a primeira fase dos exames para os alunos de Macau, mas essa possibilidade vai depender da data em que a escola voltar ao funcionamento normal”, acrescentou.
Hoje, o presidente da Escola Portuguesa de Macau vai ter uma nova reunião com o Ministério de Educação e não está afastada a hipótese de haver outros encontros na próxima semana. Da parte do Governo português diz ter encontrado toda a vontade de encontrar uma solução para este problema.
“Senti que há abertura total das autoridades de Portugal para encontrar uma solução e que há todo o apoio à escola. Agora, a solução encontrada vai depender de quando voltarmos à actividade normal”, afirmou.

Apoio dos pais

Ao HM, o presidente da Associação de Pais da Escola Portuguesa de Macau elogiou o facto de a direcção ter desenvolvimento esforços no sentido de falar com as autoridades portuguesas sobre os exames nacionais.
“Se é uma deslocação com a preocupação de falar com o Ministério de Educação e perceber se é possível ter um regime excepcional para os alunos que fazem o exame nacional, parece-me muito bem”, disse Filipe Regêncio Figueiredo.
Além do presidente da EPM, neste momento há igualmente quatro docentes fora da Macau “por motivos pessoais de força maior”, explicou Manuel Peres Machado. “São ausências que não têm nada ver com o coronavírus e que iriam acontecer mesmo que a escola não tivesse fechado” justificou o presidente da instituição. “Mas as ausências não estão a afectar o trabalho destes professores através da plataforma online. Não há qualquer prejuízo para os alunos”, completou.
O HM contactou a Direcção de Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) sobre o facto de professores poderem colocar os conteúdos das aulas online fora do território. Na resposta, a DSEJ sublinhou que as escola tem autonomia para decidir como gere os seus recursos administrativos e financeiros.

14 Fev 2020

Conselho de Estado | Substituído director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau 

Xia Baolong passa a ser o novo director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau, substituindo Zhang Xiaoming, depois de um intenso período de perturbação política na região vizinha. Para o analista político Larry So, Xia Baolong deve olhar mais para a recuperação económica, tendo em conta o impacto causado pelo surto do novo coronavírus, do que para questões políticas

 

[dropcap]A[/dropcap] China substituiu ontem o director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado, um dos mais altos quadros do país a ser afastado depois de meses de protestos pró-democracia em Hong Kong.

Zhang Xiaoming foi substituído por Xia Baolong, alto funcionário da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CPPCC), o principal órgão consultivo do Partido Comunista. Zhang foi despromovido para vice-director do Gabinete de Ligação, detalhou o Conselho de Estado.

De acordo com o canal televisivo RTHK de Hong Kong, Fu Ziying, director do Gabinete de Ligação do Governo Central em Macau, será vice-director do referido Gabinete do Conselho de Estado, tal como Luz Huining, seu congénere em Hong Kong.

A promoção de Xia Baolong acontece numa altura em que a China, tal como as regiões administrativas especiais, se deparam com uma crise económica causada pelo surto do novo coronavírus. Além disso, Hong Kong tem sido palco, desde Junho do ano passado, de protestos quase diários devido à proposta de lei da extradição, entretanto retirada do Conselho Legislativo.

Esses protestos têm sido marcados por cenas de vandalismo e confrontos com a polícia. Além da proposta de lei da extradição, os manifestantes apelam a uma maior democracia no território.

Esta é a segunda mudança que Pequim faz relativamente às regiões administrativas especiais no espaço de meses. Em Janeiro de 2019, o Governo Central substituiu o seu representante em Hong Kong. Luo Huining, vice-presidente do Comité para os Assuntos Financeiros e Económicos da Assembleia Nacional Popular, o órgão máximo legislativo da China, substituiu Wang Zhimin como director do Gabinete de Ligação do Governo Central em Hong Kong.

O Chefe do Executivo de Macau, Ho Iat Seng, felicitou Xia Baolong e sublinhou que “sob a liderança firme e forte do Governo Central”, o território vai “continuar a reforçar a comunicação com o Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado”.

O governante sublinhou que o antigo território administrado por Portugal vai continuar a estreitar “a cooperação e implementar de forma plena e correcta o princípio ‘Um país, dois sistemas’, bem como cumprir escrupulosamente a Constituição e a Lei Básica.”

Aposta na economia

Xia Baolong tem agora o difícil dever de lidar com duas situações complicadas, mas, para o analista Larry So, uma delas terá de ficar na gaveta, pelo menos para já.

“Quando Hong Kong recuperar desta crise causada pelo coronavírus, uma das coisas mais importantes será a recuperação da economia. Em Macau estamos numa situação semelhante. Mas em Hong Kong o mais importante neste momento é assegurar que todo o investimento estrangeiro permanece no território e que a confiança das pessoas seja recuperada”, adiantou ao HM.

Para já, o novo direcor do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau deve focar-se “mais nas questões económicas do que propriamente nos aspectos políticos”. “A China está a dar mais importância ao desenvolvimento económico do que a desenvolver uma espécie de linha ideológica em Hong Kong, uma vez que a crise do coronavírus trouxe distúrbios ao desenvolvimento económico do país”, frisou Larry So.

Mas isso não quer dizer que o Presidente chinês Xi Jinping esteja esquecido da proposta de lei de extradição e das medidas que tem na manga para lidar com a polémica, destaca o analista.

De acordo com o canal televisivo RTHK, de Hong Kong, Xia Baolong tem 68 anos, é vice-presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês e antigo secretário do Partido Comunista Chinês pela província de Zhejiang. Este começou a sua carreira política na cidade de Tianjian, na década de 70. Foi subindo na hierarquia do partido e assumiu funções de governador em Zhejiang em 2003. Tornou-se secretário do partido para a província em 2013. Nesse período, cerca de duas mil cruzes foram removidas de igrejas católicas em Zheijiang.

14 Fev 2020

Conselho de Estado | Substituído director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau 

Xia Baolong passa a ser o novo director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau, substituindo Zhang Xiaoming, depois de um intenso período de perturbação política na região vizinha. Para o analista político Larry So, Xia Baolong deve olhar mais para a recuperação económica, tendo em conta o impacto causado pelo surto do novo coronavírus, do que para questões políticas

 
[dropcap]A[/dropcap] China substituiu ontem o director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado, um dos mais altos quadros do país a ser afastado depois de meses de protestos pró-democracia em Hong Kong.
Zhang Xiaoming foi substituído por Xia Baolong, alto funcionário da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CPPCC), o principal órgão consultivo do Partido Comunista. Zhang foi despromovido para vice-director do Gabinete de Ligação, detalhou o Conselho de Estado.
De acordo com o canal televisivo RTHK de Hong Kong, Fu Ziying, director do Gabinete de Ligação do Governo Central em Macau, será vice-director do referido Gabinete do Conselho de Estado, tal como Luz Huining, seu congénere em Hong Kong.
A promoção de Xia Baolong acontece numa altura em que a China, tal como as regiões administrativas especiais, se deparam com uma crise económica causada pelo surto do novo coronavírus. Além disso, Hong Kong tem sido palco, desde Junho do ano passado, de protestos quase diários devido à proposta de lei da extradição, entretanto retirada do Conselho Legislativo.
Esses protestos têm sido marcados por cenas de vandalismo e confrontos com a polícia. Além da proposta de lei da extradição, os manifestantes apelam a uma maior democracia no território.
Esta é a segunda mudança que Pequim faz relativamente às regiões administrativas especiais no espaço de meses. Em Janeiro de 2019, o Governo Central substituiu o seu representante em Hong Kong. Luo Huining, vice-presidente do Comité para os Assuntos Financeiros e Económicos da Assembleia Nacional Popular, o órgão máximo legislativo da China, substituiu Wang Zhimin como director do Gabinete de Ligação do Governo Central em Hong Kong.
O Chefe do Executivo de Macau, Ho Iat Seng, felicitou Xia Baolong e sublinhou que “sob a liderança firme e forte do Governo Central”, o território vai “continuar a reforçar a comunicação com o Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado”.
O governante sublinhou que o antigo território administrado por Portugal vai continuar a estreitar “a cooperação e implementar de forma plena e correcta o princípio ‘Um país, dois sistemas’, bem como cumprir escrupulosamente a Constituição e a Lei Básica.”

Aposta na economia

Xia Baolong tem agora o difícil dever de lidar com duas situações complicadas, mas, para o analista Larry So, uma delas terá de ficar na gaveta, pelo menos para já.
“Quando Hong Kong recuperar desta crise causada pelo coronavírus, uma das coisas mais importantes será a recuperação da economia. Em Macau estamos numa situação semelhante. Mas em Hong Kong o mais importante neste momento é assegurar que todo o investimento estrangeiro permanece no território e que a confiança das pessoas seja recuperada”, adiantou ao HM.
Para já, o novo direcor do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau deve focar-se “mais nas questões económicas do que propriamente nos aspectos políticos”. “A China está a dar mais importância ao desenvolvimento económico do que a desenvolver uma espécie de linha ideológica em Hong Kong, uma vez que a crise do coronavírus trouxe distúrbios ao desenvolvimento económico do país”, frisou Larry So.
Mas isso não quer dizer que o Presidente chinês Xi Jinping esteja esquecido da proposta de lei de extradição e das medidas que tem na manga para lidar com a polémica, destaca o analista.
De acordo com o canal televisivo RTHK, de Hong Kong, Xia Baolong tem 68 anos, é vice-presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês e antigo secretário do Partido Comunista Chinês pela província de Zhejiang. Este começou a sua carreira política na cidade de Tianjian, na década de 70. Foi subindo na hierarquia do partido e assumiu funções de governador em Zhejiang em 2003. Tornou-se secretário do partido para a província em 2013. Nesse período, cerca de duas mil cruzes foram removidas de igrejas católicas em Zheijiang.

14 Fev 2020

Natural de Wuhan saiu do hospital e pagou 52 mil patacas a pronto

[dropcap]O[/dropcap]s Serviços de Saúde anunciaram ontem a alta de mais uma paciente que tinha sido identificada, anteriormente, como o terceiro caso de infecção em Macau. Trata-se de uma mulher com 57 anos, natural de Wuhan, que chegou à RAEM, a 23 de Janeiro, através do Terminal Marítimo.

“A mulher pagou a taxa de tratamento médico que foram 52 mil patacas. Entre os 10 casos confirmados registamos temos três curados, o que significa que ainda temos sete casos ligeiros”, afirmou ontem Lei Wai Seng, responsável pela urgência do Centro Hospitalar Conde São Januário. “A paciente teve alta por volta das 16h00 de hoje [ontem]”, complementou.

A mulher tinha chegado a Macau na manhã de 23 de Janeiro, uma hora antes de Wuhan ter sido “fechada” devido à transmissão do coronavírus. Assim que entrou na RAEM apanhou imediatamente um táxi para o Hospital Kiang Wu, por sentir “tonturas”. Devido aos sintomas apresentados e à sua origem foi depois levada para o CHCSJ.

Ontem, Lei Wai Seng recordou que o primeiro exame a esta mulher teve um resultado negativo. Porém, 48 horas depois, o resultado acabou mesmo por ser positivo. “A paciente recebeu um tratamento com a duração de 17 dias, sendo necessário utilizar esteróides e ainda recorrer à máquina de auxílio à respiração”, afirmou o médico sobre o tratamento. “A situação foi registada com melhorias e de acordo com o segundo Raio-X realizado não detectámos sintomas da doença nem indícios, pelo que foi decidido que podia ter alta”, foi acrescentado.

Após ser anunciada esta alta, o director do Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, admitiu que os resultados “estão a ser muito bons”, o que pode gerar desconfiança. Porém, recusou a ideia de haver informação escondida.

Três curas

Até ao momento todas as pessoas que tiveram alta são naturais de Wuhan. No entanto, a mulher que teve alta foi a única até ao momento que efectuou ao pagamento das despesas no Centro Hospitalar Conde São Januário.

Nos outros casos, uma empresária de 52 anos teve alta, mas terá recusado assinar um documento a reconhecer que ficava a dever 34 mil patacas ao hospital público. Esta foi a primeira alta e aconteceu no dia 6 de Fevereiro.

A situação causou polémica, uma vez que a mulher foi fotografada pelos Serviços de Saúde com uma mala com um valor superior a 20 mil patacas. A mulher fez um pedido para ficar isenta da conta hospitalar.

No segundo caso tratado, uma jovem de 21 anos teve alta na quarta-feira depois de 16 dias de tratamento, que corresponderam a uma factura de 25 mil patacas. A mulher pediu isenção, mas comprometeu-se a pagar no prazo de um mês, caso este seja recusado.

14 Fev 2020

Peter Stilwell deixa de estar à frente da Universidade de São José 

[dropcap]S[/dropcap]tephen Morgan, actual director da Faculdade de Estudos Religiosos da Universidade de São José (USJ) deverá ser o novo reitor da instituição de ensino superior privado de Macau, substituindo Peter Stilwell na função.

De acordo com a TDM Rádio Macau, Stephen Morgan é próximo do bispo de Macau, Stephen Lee, responsável pela vinda do académico para a USJ. Nascido no País de Gales, Stephen Morgan é doutorado pela Universidade de Oxford. Peter Stilwell confirmou a saída, mas a Diocese de Macau ainda não comentou o afastamento.

Os estatutos da USJ foram alterados em Abril de 2017, uma mudança que deu poderes ao bispo de Macau para nomear e demitir o reitor e o vice-reitor da universidade. Ainda de acordo com a TDM Rádio Macau, a Fundação Católica para o Ensino Superior Universitário, que detém a USJ, iria reunir este sábado, encontro que foi cancelado devido à crise do coronavírus. A substituição do ainda reitor Peter Stilwell seria um dos pontos da agenda.

Há muito que a saída de Peter Stilwell era uma possibilidade. Em 2015 chegou a ser falada a sua saída no ano seguinte, depois da inauguração do novo campus da USJ na Ilha Verde. Na altura, o próprio reitor falou da vontade de sair.

“Para o ano faço 70 anos. Chego à idade da jubilação. É uma idade simpática para me retirar e escrever memórias. Aquilo que não escondo é que, como estamos nesta fase de construção do campus, seria pouco simpático que eu, depois de ter andado a angariar fundos, desaparecesse antes da inauguração”, explicou.

Peter Stilwell chegou à USJ em 2012 para substituir Ruben Cabral no cargo. Este foi o grande responsável por uma reestruturação curricular e financeira da USJ.

13 Fev 2020

Vírus | Amélia António discorda do conselho do cônsul sobre viagens

Paulo Cunha Alves, cônsul-geral de Portugal em Macau, aconselhou os portugueses a residir em Macau a “visitar a família” no seu país, mas Amélia António, presidente da Casa de Portugal em Macau, discorda da sugestão. “É mais complicado as pessoas movimentarem-se e acho que se está a empolar um bocadinho a questão”, disse

 

[dropcap]A[/dropcap] crise gerada pelo novo surto do coronavírus está a levar muitos residentes portugueses a anteciparem as suas férias a Portugal. O próprio cônsul-geral de Portugal em Macau, Paulo Cunha Alves, sugeriu recentemente que as famílias aproveitassem este período para sair do território.

“Aqueles que presentemente não estão envolvidos numa actividade profissional contínua poderão ponderar deslocar-se até Portugal para rever família e amigos”, afirmou Paulo Cunha-Alves no passado dia 7. Além disso, o diplomata pediu ainda à comunidade portuguesa “que mantenha a calma e a serenidade e que procure seguir com clareza os conselhos e as orientações das autoridades locais, nomeadamente das autoridades de saúde, evitando assim os riscos de contágio”.

Contactada pelo HM, a presidente da Casa de Portugal em Macau (CPM), Amélia António, disse discordar deste conselho. “Não concordo, de facto, porque dito dessa forma parece um conselho geral e o conselho não pode ser generalizado, porque só as pessoas que estão nessas circunstâncias, sem vínculos ou contratos, é que podem sair.”

Apesar de a situação estar calma e de não terem existido pedidos de apoio por parte de membros da comunidade portuguesa, Amélia António acredita que é mais arriscado viajar do que ficar no território.

“Não me parece recomendável essa saída para Portugal. Há as questões ao nível dos transportes, de entradas e saídas de pessoas. Acho que está a empolar um bocadinho a questão. E não faz muito sentido [a saída] porque tudo depende da vida das pessoas, porque quem está em casa e é funcionário público, por exemplo, não sabe quando vai ser chamado ao serviço.”

Antecipar férias

A arquitecta Ingrid Beltrão Coelho é uma das residentes que decidiu deixar Macau de forma temporária por causa do coronavírus. “Vim de propósito. A minha filha está sem escola há um mês, trancada em casa e o meu trabalho deu-nos um dia de férias a quem tirasse quatro dias. Tirei três semanas para que pudéssemos estar longe de tudo. Para já, aguardo que tudo se resolva, depois estendo o período de férias ou regresso”, adiantou ao HM.

Ingrid tem trabalhado à distância. Mesmo sem sintomas, a arquitecta decidiu contactar, em Portugal, a linha de apoio Saúde 24 como forma de prevenção. “Antes do embarque verificaram a temperatura [dos passageiros] e eu verifiquei sempre a minha durante e após o voo. O único risco possível de contágio a que me expus foi no voo. Liguei para a Saúde 24 e foi-me dito para me deslocar a um hospital só em caso de sintomas”, disse.

Apesar de ter saído de propósito de Macau por causa do novo coronavírus, Ingrid Beltrão Coelho está confiante no fim da crise. “Há sempre algum receio do desconhecido. Viver o dia-a-dia em Macau neste momento era um pouco isso. Antes pensava-se que o contágio era menor, mas acredito que com o tempo tudo se vai resolver pois a China está a ser exemplar na sua acção para combater o vírus”, adiantou.

No caso de Hugo Cardoso, que tem uma empresa de produção de eventos, a ida para Portugal acabou por ser inevitável. “Como o meu trabalho é produção de eventos e conferências, locais de ajuntamento de pessoas, não tenho tido trabalho e tudo vai demorar a recuperar nos próximos tempos. Decidi antecipar as minhas férias. Já estava há duas semanas sempre fechado em casa, tomei os meus cuidados, não estive doente, segui todos os protocolos e vim.”

O produtor de eventos confessou que, no mesmo avião que o seu viajavam muitos portugueses a residir em Macau. “O avião vinha cheio de portugueses, muitas pessoas com crianças que decidiram vir passar uns tempinhos a Portugal. No avião vinham pelo menos umas três ou quatro famílias.”

13 Fev 2020

Vírus | Amélia António discorda do conselho do cônsul sobre viagens

Paulo Cunha Alves, cônsul-geral de Portugal em Macau, aconselhou os portugueses a residir em Macau a “visitar a família” no seu país, mas Amélia António, presidente da Casa de Portugal em Macau, discorda da sugestão. “É mais complicado as pessoas movimentarem-se e acho que se está a empolar um bocadinho a questão”, disse

 
[dropcap]A[/dropcap] crise gerada pelo novo surto do coronavírus está a levar muitos residentes portugueses a anteciparem as suas férias a Portugal. O próprio cônsul-geral de Portugal em Macau, Paulo Cunha Alves, sugeriu recentemente que as famílias aproveitassem este período para sair do território.
“Aqueles que presentemente não estão envolvidos numa actividade profissional contínua poderão ponderar deslocar-se até Portugal para rever família e amigos”, afirmou Paulo Cunha-Alves no passado dia 7. Além disso, o diplomata pediu ainda à comunidade portuguesa “que mantenha a calma e a serenidade e que procure seguir com clareza os conselhos e as orientações das autoridades locais, nomeadamente das autoridades de saúde, evitando assim os riscos de contágio”.
Contactada pelo HM, a presidente da Casa de Portugal em Macau (CPM), Amélia António, disse discordar deste conselho. “Não concordo, de facto, porque dito dessa forma parece um conselho geral e o conselho não pode ser generalizado, porque só as pessoas que estão nessas circunstâncias, sem vínculos ou contratos, é que podem sair.”
Apesar de a situação estar calma e de não terem existido pedidos de apoio por parte de membros da comunidade portuguesa, Amélia António acredita que é mais arriscado viajar do que ficar no território.
“Não me parece recomendável essa saída para Portugal. Há as questões ao nível dos transportes, de entradas e saídas de pessoas. Acho que está a empolar um bocadinho a questão. E não faz muito sentido [a saída] porque tudo depende da vida das pessoas, porque quem está em casa e é funcionário público, por exemplo, não sabe quando vai ser chamado ao serviço.”

Antecipar férias

A arquitecta Ingrid Beltrão Coelho é uma das residentes que decidiu deixar Macau de forma temporária por causa do coronavírus. “Vim de propósito. A minha filha está sem escola há um mês, trancada em casa e o meu trabalho deu-nos um dia de férias a quem tirasse quatro dias. Tirei três semanas para que pudéssemos estar longe de tudo. Para já, aguardo que tudo se resolva, depois estendo o período de férias ou regresso”, adiantou ao HM.
Ingrid tem trabalhado à distância. Mesmo sem sintomas, a arquitecta decidiu contactar, em Portugal, a linha de apoio Saúde 24 como forma de prevenção. “Antes do embarque verificaram a temperatura [dos passageiros] e eu verifiquei sempre a minha durante e após o voo. O único risco possível de contágio a que me expus foi no voo. Liguei para a Saúde 24 e foi-me dito para me deslocar a um hospital só em caso de sintomas”, disse.
Apesar de ter saído de propósito de Macau por causa do novo coronavírus, Ingrid Beltrão Coelho está confiante no fim da crise. “Há sempre algum receio do desconhecido. Viver o dia-a-dia em Macau neste momento era um pouco isso. Antes pensava-se que o contágio era menor, mas acredito que com o tempo tudo se vai resolver pois a China está a ser exemplar na sua acção para combater o vírus”, adiantou.
No caso de Hugo Cardoso, que tem uma empresa de produção de eventos, a ida para Portugal acabou por ser inevitável. “Como o meu trabalho é produção de eventos e conferências, locais de ajuntamento de pessoas, não tenho tido trabalho e tudo vai demorar a recuperar nos próximos tempos. Decidi antecipar as minhas férias. Já estava há duas semanas sempre fechado em casa, tomei os meus cuidados, não estive doente, segui todos os protocolos e vim.”
O produtor de eventos confessou que, no mesmo avião que o seu viajavam muitos portugueses a residir em Macau. “O avião vinha cheio de portugueses, muitas pessoas com crianças que decidiram vir passar uns tempinhos a Portugal. No avião vinham pelo menos umas três ou quatro famílias.”

13 Fev 2020

Hackers | Paul Jackson diz que “ataque pode ser muito danoso para a segurança pessoal e pequenos negócios”

[dropcap]O[/dropcap] ataque em larga escala planeado para hoje em território chinês pelo grupo de piratas informáticos Anonymous e que visa atacar o sistema de vigilância por vídeo na internet (IP cam), pode ser “muito danoso para a segurança pessoal e pequenos negócios”, considera Paul Jackson, especialista em segurança informática da Kroll, empresa sediada em Hong Kong.

“O cenário em que imagens de vídeo privadas possam ser acedidas por alguém é alarmante para a maioria das pessoas. Todos devem estar cientes dos riscos e os conselhos fornecidos pela Polícia de Macau devem ser respeitados”, partilhou o especialista com o HM.

O alerta sobre a ameaça foi dado no passado domingo pela Polícia Judiciária (PJ) após divulgar um comunicado emitido pelo Information Technology Test Evaluation Center, organismo do interior da China, onde era anunciado que “um grupo de hackers internacional iria atacar o sistema de vigilância por vídeo na internet (IP cam) de regiões chinesas (incluindo a RAEM), no dia 13 de Fevereiro”. Mais tarde, de acordo com declarações prestadas ao jornal Ponto Final, o director do Centro de Coordenação de Informática e Telecomunicações da PJ, Chan Si Cheng, confirmou que o suposto ataque será levado a cabo pelo grupo de piratas informáticos Anonymous e a pretexto da independência do Tibete.

Sobre os perigos que um ataque desta natureza pode ter para a população Paul Jackson vincou que a maioria deles advém do facto de muitos destes sistemas estarem ligados a dispositivos com senhas de acesso com fraca segurança.

“O uso de sistemas de vigilância por vídeo, conectados à Internet é comum em ambientes domésticos, em transporte, pequenos escritórios e grandes empresas. Infelizmente, muitos desses dispositivos possuem (…) senhas padrão que os usuários nunca alteram, tornando-os vulneráveis ​​a invasores que podem assumir o controle desses dispositivos e invadir a privacidade dos proprietários”, explicou o especialista.

Blindar dispositivos

Contactada pelo HM, a PJ referiu já ter contactado as empresas de telecomunicações de Macau para fazer face ao ataque de larga escala agendado para hoje e partilhou alguns conselhos de segurança: evitar que dispositivos como webcams estejam desnecessariamente ligadas à internet, garantir uma password de acesso forte, instalar as últimas actualizações em todos os dispositivos para corrigir falhas de segurança e estar alerta em relação a acessos suspeitos.

13 Fev 2020

Hackers | Paul Jackson diz que “ataque pode ser muito danoso para a segurança pessoal e pequenos negócios”

[dropcap]O[/dropcap] ataque em larga escala planeado para hoje em território chinês pelo grupo de piratas informáticos Anonymous e que visa atacar o sistema de vigilância por vídeo na internet (IP cam), pode ser “muito danoso para a segurança pessoal e pequenos negócios”, considera Paul Jackson, especialista em segurança informática da Kroll, empresa sediada em Hong Kong.
“O cenário em que imagens de vídeo privadas possam ser acedidas por alguém é alarmante para a maioria das pessoas. Todos devem estar cientes dos riscos e os conselhos fornecidos pela Polícia de Macau devem ser respeitados”, partilhou o especialista com o HM.
O alerta sobre a ameaça foi dado no passado domingo pela Polícia Judiciária (PJ) após divulgar um comunicado emitido pelo Information Technology Test Evaluation Center, organismo do interior da China, onde era anunciado que “um grupo de hackers internacional iria atacar o sistema de vigilância por vídeo na internet (IP cam) de regiões chinesas (incluindo a RAEM), no dia 13 de Fevereiro”. Mais tarde, de acordo com declarações prestadas ao jornal Ponto Final, o director do Centro de Coordenação de Informática e Telecomunicações da PJ, Chan Si Cheng, confirmou que o suposto ataque será levado a cabo pelo grupo de piratas informáticos Anonymous e a pretexto da independência do Tibete.
Sobre os perigos que um ataque desta natureza pode ter para a população Paul Jackson vincou que a maioria deles advém do facto de muitos destes sistemas estarem ligados a dispositivos com senhas de acesso com fraca segurança.
“O uso de sistemas de vigilância por vídeo, conectados à Internet é comum em ambientes domésticos, em transporte, pequenos escritórios e grandes empresas. Infelizmente, muitos desses dispositivos possuem (…) senhas padrão que os usuários nunca alteram, tornando-os vulneráveis ​​a invasores que podem assumir o controle desses dispositivos e invadir a privacidade dos proprietários”, explicou o especialista.

Blindar dispositivos

Contactada pelo HM, a PJ referiu já ter contactado as empresas de telecomunicações de Macau para fazer face ao ataque de larga escala agendado para hoje e partilhou alguns conselhos de segurança: evitar que dispositivos como webcams estejam desnecessariamente ligadas à internet, garantir uma password de acesso forte, instalar as últimas actualizações em todos os dispositivos para corrigir falhas de segurança e estar alerta em relação a acessos suspeitos.

13 Fev 2020

Vírus | Número de mortos na China aumenta para 1.113

[dropcap]O[/dropcap] número de mortos na China continental devido ao novo coronavírus aumentou para 1.113, informou hoje a Comissão Nacional de Saúde chinesa. De acordo com as autoridades de saúde de Pequim o número total de mortos nas últimas 24 horas é de 97.

O número total de casos confirmados é de 44.653, dos quais 2.015 foram confirmados nas últimas 24 horas em território continental chinês. As autoridades chinesas acrescentaram ainda que 451.462 pacientes foram acompanhados por terem tido contacto próximo com os infectados, dos quais 185.037 ainda estão sob observação.

O balanço ultrapassa o da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, na sigla em inglês), que entre 2002 e 2003 causou a morte a 774 pessoas em todo o mundo, a maioria das quais na China, mas a taxa de mortalidade permanece inferior.

12 Fev 2020