SAFP | Pereira Coutinho fala de medidas discricionárias nos serviços públicos

O deputado José Pereira Coutinho acusa os Serviços de Administração e Função Pública de imporem medidas discricionárias no regresso ao trabalho dos funcionários públicos, deixando cada serviço escolher o seu modo de funcionamento. A ATFPM, à qual preside, tem recebido “muitas queixas” sobre “desigualdades e injustiças”

 

[dropcap]O[/dropcap] descontentamento reina junto de muitos serviços públicos no regresso ao trabalho, depois do interregno causado pelo Covid-19. De acordo com o deputado José Pereira Coutinho, que também preside à Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), o facto de os Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) não terem criado regras de funcionamento iguais para todos os serviços está a causar problemas de ordem prática.

Pereira Coutinho confessou ao HM que a ATFPM tem recebido “muitas queixas” nos últimos dias.
“É esta discricionariedade que torna as instruções injustas, pois uns funcionários vão trabalhar todos os dias, outros só trabalham meio dia e outros nenhum dia, apenas porque alguns serviços são considerados ‘essenciais ao público’ e outros não”, apontou.

Os SAFP emitiram instruções para o funcionamento dos serviços públicos até sexta-feira, onde se lê que “os serviços públicos devem manter a prestação de serviços essenciais ao público e garantir o seu próprio funcionamento”. Além disso, é referido que “os dirigentes dos serviços públicos podem, atendendo à conveniência do serviço, ao ambiente do local de trabalho e ao estado de saúde física dos trabalhadores, organizar o horário de serviço ou determinar que os trabalhadores com condições exerçam funções em casa”.

Para Pereira Coutinho, os SAFP deveriam ter implementado regras iguais para todos os serviços.
“Os SAFP podiam muito bem elencar quais os serviços públicos que devem providenciar serviços mínimos e quais os que estão dispensados. Ao esquivarem-se das suas responsabilidades, os SAFP estão a fazer com que os serviços decidam de forma arbitrária, causando desigualdades e injustiças.”

Pouca harmonia

A falta de harmonização das regras do funcionamento dos serviços faz com que a distribuição do trabalho seja feita de forma desigual. “Sei de muitos funcionários públicos que vão trabalhar e não têm nada para fazer, enquanto outros colegas estão em casa. Outras queixas prendem-se com o facto de os trabalhadores não serem compensados pelos dias em que têm de prestar serviços mínimos.”

O deputado descreve também uma situação que observou no edifício dos SAFP, em que notários e funcionários do conservatório estavam a distribuir senhas para as pessoas serem atendidas.

“São eles que fazem estas tarefas? Será uma exigência dos SAFP? Tendo em conta o apelo do Governo para evitar contactos pessoais, e manterem-se apenas serviços básicos, será correcto enviar altos funcionários para a primeira linha? Não deveriam estar a assumir tarefas jurídicas? Incompreensível”, frisou.

Na reunião da comissão de acompanhamento para os assuntos de administração pública desta segunda-feira, o deputado Si Ka Lon fez o ponto da situação nesta matéria. “Há entidades em que 80 por cento dos trabalhadores foram destacados para o local de serviço e 20 por cento ficaram em casa. Ou seja, a situação varia, há alguns serviços públicos que não abriram as portas. Isto quer dizer que os funcionários ficaram em casa a trabalhar.”

26 Fev 2020

SAFP | Pereira Coutinho fala de medidas discricionárias nos serviços públicos

O deputado José Pereira Coutinho acusa os Serviços de Administração e Função Pública de imporem medidas discricionárias no regresso ao trabalho dos funcionários públicos, deixando cada serviço escolher o seu modo de funcionamento. A ATFPM, à qual preside, tem recebido “muitas queixas” sobre “desigualdades e injustiças”

 
[dropcap]O[/dropcap] descontentamento reina junto de muitos serviços públicos no regresso ao trabalho, depois do interregno causado pelo Covid-19. De acordo com o deputado José Pereira Coutinho, que também preside à Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), o facto de os Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) não terem criado regras de funcionamento iguais para todos os serviços está a causar problemas de ordem prática.
Pereira Coutinho confessou ao HM que a ATFPM tem recebido “muitas queixas” nos últimos dias.
“É esta discricionariedade que torna as instruções injustas, pois uns funcionários vão trabalhar todos os dias, outros só trabalham meio dia e outros nenhum dia, apenas porque alguns serviços são considerados ‘essenciais ao público’ e outros não”, apontou.
Os SAFP emitiram instruções para o funcionamento dos serviços públicos até sexta-feira, onde se lê que “os serviços públicos devem manter a prestação de serviços essenciais ao público e garantir o seu próprio funcionamento”. Além disso, é referido que “os dirigentes dos serviços públicos podem, atendendo à conveniência do serviço, ao ambiente do local de trabalho e ao estado de saúde física dos trabalhadores, organizar o horário de serviço ou determinar que os trabalhadores com condições exerçam funções em casa”.
Para Pereira Coutinho, os SAFP deveriam ter implementado regras iguais para todos os serviços.
“Os SAFP podiam muito bem elencar quais os serviços públicos que devem providenciar serviços mínimos e quais os que estão dispensados. Ao esquivarem-se das suas responsabilidades, os SAFP estão a fazer com que os serviços decidam de forma arbitrária, causando desigualdades e injustiças.”

Pouca harmonia

A falta de harmonização das regras do funcionamento dos serviços faz com que a distribuição do trabalho seja feita de forma desigual. “Sei de muitos funcionários públicos que vão trabalhar e não têm nada para fazer, enquanto outros colegas estão em casa. Outras queixas prendem-se com o facto de os trabalhadores não serem compensados pelos dias em que têm de prestar serviços mínimos.”
O deputado descreve também uma situação que observou no edifício dos SAFP, em que notários e funcionários do conservatório estavam a distribuir senhas para as pessoas serem atendidas.
“São eles que fazem estas tarefas? Será uma exigência dos SAFP? Tendo em conta o apelo do Governo para evitar contactos pessoais, e manterem-se apenas serviços básicos, será correcto enviar altos funcionários para a primeira linha? Não deveriam estar a assumir tarefas jurídicas? Incompreensível”, frisou.
Na reunião da comissão de acompanhamento para os assuntos de administração pública desta segunda-feira, o deputado Si Ka Lon fez o ponto da situação nesta matéria. “Há entidades em que 80 por cento dos trabalhadores foram destacados para o local de serviço e 20 por cento ficaram em casa. Ou seja, a situação varia, há alguns serviços públicos que não abriram as portas. Isto quer dizer que os funcionários ficaram em casa a trabalhar.”

26 Fev 2020

Cartas de condução | Acordo unilateral sobre reconhecimento mútuo fora de questão

[dropcap]N[/dropcap]egociar sim. Mas só bilateralmente. Em resposta a uma interpelação escrita do deputado Sulu Sou, o Governo esclareceu que o acordo com o Interior da China de reconhecimento mútuo de títulos de condução “ainda se encontra em fase de negociação” e não considerou viável uma decisão unilateral sobre o tema.

Em causa, na interpelação escrita enviada pelo deputado no dia 30 de Setembro de 2019, estão as preocupações com questões de segurança e a diminuta capacidade de espaço da RAEM para receber veículos de fora, que o reconhecimento mútuo de cartas de condução, tendo por base um modelo de equivalência, entre Macau e o Interior da China, poderia trazer.

Assim, perante a sugestão de levar para a mesa das negociações com a China, a hipótese de estabelecer um acordo unilateral para que apenas as cartas de condução de Macau fossem reconhecidas no Interior, o Governo afastou esse cenário.

“À luz do ‘Acordo-Quadro de Cooperação Guangdong-Macau’, sob o consenso entre o Governo da RAEM e as autoridades do Interior da China, os trabalhos de reconhecimento de títulos de condução são realizados, de forma programada, tendo por base interesses mútuos e o princípio de reciprocidade, pelo que não convém solicitar apenas que o Interior da China reconheça unilateralmente os títulos de condução de Macau”, pode ler-se na resposta que o Governo divulgou ontem.

Consulta afastada

O Governo afastou também a possibilidade de vir a realizar uma consulta pública sobre o tema, alegando que “tem vindo a auscultar as opiniões dos diversos sectores da sociedade” e “discutido o assunto nas interpelações orais com os deputados à Assembleia Legislativa”. “Para já, a realização de consulta pública não está em consideração”, afirmou o Governo

Já acerca do andamento dos trabalhos, o Executivo afirmou, em resposta à interpelação escrita de Sulu Sou, não haver “novas informações a divulgar”, uma vez que as negociações sobre o reconhecimento mútuo de títulos de condução com os serviços competentes do Interior da China ainda se encontram em fase de negociações.

26 Fev 2020

Cartas de condução | Acordo unilateral sobre reconhecimento mútuo fora de questão

[dropcap]N[/dropcap]egociar sim. Mas só bilateralmente. Em resposta a uma interpelação escrita do deputado Sulu Sou, o Governo esclareceu que o acordo com o Interior da China de reconhecimento mútuo de títulos de condução “ainda se encontra em fase de negociação” e não considerou viável uma decisão unilateral sobre o tema.
Em causa, na interpelação escrita enviada pelo deputado no dia 30 de Setembro de 2019, estão as preocupações com questões de segurança e a diminuta capacidade de espaço da RAEM para receber veículos de fora, que o reconhecimento mútuo de cartas de condução, tendo por base um modelo de equivalência, entre Macau e o Interior da China, poderia trazer.
Assim, perante a sugestão de levar para a mesa das negociações com a China, a hipótese de estabelecer um acordo unilateral para que apenas as cartas de condução de Macau fossem reconhecidas no Interior, o Governo afastou esse cenário.
“À luz do ‘Acordo-Quadro de Cooperação Guangdong-Macau’, sob o consenso entre o Governo da RAEM e as autoridades do Interior da China, os trabalhos de reconhecimento de títulos de condução são realizados, de forma programada, tendo por base interesses mútuos e o princípio de reciprocidade, pelo que não convém solicitar apenas que o Interior da China reconheça unilateralmente os títulos de condução de Macau”, pode ler-se na resposta que o Governo divulgou ontem.

Consulta afastada

O Governo afastou também a possibilidade de vir a realizar uma consulta pública sobre o tema, alegando que “tem vindo a auscultar as opiniões dos diversos sectores da sociedade” e “discutido o assunto nas interpelações orais com os deputados à Assembleia Legislativa”. “Para já, a realização de consulta pública não está em consideração”, afirmou o Governo
Já acerca do andamento dos trabalhos, o Executivo afirmou, em resposta à interpelação escrita de Sulu Sou, não haver “novas informações a divulgar”, uma vez que as negociações sobre o reconhecimento mútuo de títulos de condução com os serviços competentes do Interior da China ainda se encontram em fase de negociações.

26 Fev 2020

PJ | Contratação “secreta” gera dúvidas a deputados

A comissão da Assembleia Legislativa que se encontra a analisar as alterações à Lei da Polícia Judiciária está preocupada com a contratação secreta, por considerar que o texto legal é demasiado vago

 
[dropcap]O[/dropcap]s deputados estão preocupados com a proposta do Executivo que autoriza a contratação de pessoal de forma secreta pela Polícia Judiciária (PJ). Em causa está a formulação “muito vaga” do artigo de alteração à lei em vigor, que os membros da 1.ª Comissão Permanente consideram poder abrir diversas possibilidades.
O cenário foi traçado ontem pelo presidente da comissão, Ho Ion Sang. “Em casos excepcionais a publicação ‘de actos relativos aos trabalhadores da PJ’ pode ser dispensada da publicação no Boletim Oficial. No entanto, a redacção é muito vaga porque apenas refere ‘actos relativos aos trabalhadores da PJ’. Mas, quais são estes actos? Temos de perguntar ao Governo”, apontou o deputado.
Ainda em relação a este assunto, foi frisado que apesar de o artigo ser inspirado na lei do Comissariado Contra a Corrupção (CCAC), há diferenças em termos de clareza. “A redacção deste artigo teve em conta a lei para o CCAC. No entanto, o conteúdo na lei da PJ é muito vago”, indicou. “Estamos preocupados com esta questão […] No nosso ponto de vista, o Governo tem de esclarecer melhor este aspecto”, admitiu.
A dúvida vai ser enviada ao Governo, durante esta semana, para que o assunto possa ser debatido nos futuros encontros entre os representantes do órgão Executivo e Legislativo.

Por esclarecer

Outro assunto que gerou dúvidas nos deputados diz respeito aos crimes “relacionados com informática e cibersegurança” em que a PJ passa a ter competência exclusiva. A proposta não enumera os crimes em particular visados por este artigo, e os legisladores consideram que é necessário ser mais claro. O mesmo acontece nos crimes contra a Segurança de Estado, que a lei também não nomeia. “Vamos pedir ao Governo que nos esclareça algumas dúvidas, nomeadamente quais são os crimes que estão em causa porque esta lei não os especifica”, justificou Ho Ion Sang.
Em cima da mesa de discussão entre os deputados estiveram ainda a interconexão de dados e a posse de arma por parte de ex-agentes. Em relação ao primeiro ponto, os membros da comissão querem perceber como é que a PJ se vai ligar à base de dados da Administração Pública e outras entidades, numa alteração que lhe vai permitir aceder a dados pessoais sem autorização prévia do Gabinete de Protecção de Dados Pessoais. Já para que os ex-agentes possam ter acesso a armas de fogo, os deputados querem perceber se serão realizados testes psicológicos regularmente.

26 Fev 2020

PJ | Contratação “secreta” gera dúvidas a deputados

A comissão da Assembleia Legislativa que se encontra a analisar as alterações à Lei da Polícia Judiciária está preocupada com a contratação secreta, por considerar que o texto legal é demasiado vago

 

[dropcap]O[/dropcap]s deputados estão preocupados com a proposta do Executivo que autoriza a contratação de pessoal de forma secreta pela Polícia Judiciária (PJ). Em causa está a formulação “muito vaga” do artigo de alteração à lei em vigor, que os membros da 1.ª Comissão Permanente consideram poder abrir diversas possibilidades.

O cenário foi traçado ontem pelo presidente da comissão, Ho Ion Sang. “Em casos excepcionais a publicação ‘de actos relativos aos trabalhadores da PJ’ pode ser dispensada da publicação no Boletim Oficial. No entanto, a redacção é muito vaga porque apenas refere ‘actos relativos aos trabalhadores da PJ’. Mas, quais são estes actos? Temos de perguntar ao Governo”, apontou o deputado.

Ainda em relação a este assunto, foi frisado que apesar de o artigo ser inspirado na lei do Comissariado Contra a Corrupção (CCAC), há diferenças em termos de clareza. “A redacção deste artigo teve em conta a lei para o CCAC. No entanto, o conteúdo na lei da PJ é muito vago”, indicou. “Estamos preocupados com esta questão […] No nosso ponto de vista, o Governo tem de esclarecer melhor este aspecto”, admitiu.

A dúvida vai ser enviada ao Governo, durante esta semana, para que o assunto possa ser debatido nos futuros encontros entre os representantes do órgão Executivo e Legislativo.

Por esclarecer

Outro assunto que gerou dúvidas nos deputados diz respeito aos crimes “relacionados com informática e cibersegurança” em que a PJ passa a ter competência exclusiva. A proposta não enumera os crimes em particular visados por este artigo, e os legisladores consideram que é necessário ser mais claro. O mesmo acontece nos crimes contra a Segurança de Estado, que a lei também não nomeia. “Vamos pedir ao Governo que nos esclareça algumas dúvidas, nomeadamente quais são os crimes que estão em causa porque esta lei não os especifica”, justificou Ho Ion Sang.

Em cima da mesa de discussão entre os deputados estiveram ainda a interconexão de dados e a posse de arma por parte de ex-agentes. Em relação ao primeiro ponto, os membros da comissão querem perceber como é que a PJ se vai ligar à base de dados da Administração Pública e outras entidades, numa alteração que lhe vai permitir aceder a dados pessoais sem autorização prévia do Gabinete de Protecção de Dados Pessoais. Já para que os ex-agentes possam ter acesso a armas de fogo, os deputados querem perceber se serão realizados testes psicológicos regularmente.

26 Fev 2020

Hubei | Rejeitado, para já, voo fretado para residentes

[dropcap]O[/dropcap] Governo de Macau ainda não tomou uma decisão sobre a possibilidade de enviar um voo fretado para trazer de volta os 148 residentes que se encontram na província de Hubei. Destes, 14 são titulares de documentos de identificação do Interior da China, e há menos de dez crianças residentes de Macau acompanhadas por pessoas sem BIR. Para Helena de Senna Fernandes, trazer estas pessoas num voo fretado comporta riscos.
“Há muitas pessoas de Hong Kong na província de Hubei, por isso acredito que Hong Kong esteja numa situação difícil. Macau está a tentar encontrar outras medidas mais adequadas. Temos vários planos preparados, mas temos primeiro de avaliar os riscos e ver qual o melhor meio de transporte.”
“Já passaram dois meses e os 148 residentes que estão em Hubei ainda não foram infectados devido à segurança e condições de habitação no local. Consoante as suas necessidades estamos a considerar trazê-los de volta, mas primeiro temos de avaliar o risco”, frisou Lei Chin Ion, director dos Serviços de Saúde de Macau. Na conferência de imprensa foi referido que acompanhantes de residentes sem BIR só podem entrar em Macau com um certificado médico que comprove que não estão infectados. Está também a ser elaborado um plano de isolamento para o regresso destes residentes a Macau.

26 Fev 2020

Hubei | Rejeitado, para já, voo fretado para residentes

[dropcap]O[/dropcap] Governo de Macau ainda não tomou uma decisão sobre a possibilidade de enviar um voo fretado para trazer de volta os 148 residentes que se encontram na província de Hubei. Destes, 14 são titulares de documentos de identificação do Interior da China, e há menos de dez crianças residentes de Macau acompanhadas por pessoas sem BIR. Para Helena de Senna Fernandes, trazer estas pessoas num voo fretado comporta riscos.

“Há muitas pessoas de Hong Kong na província de Hubei, por isso acredito que Hong Kong esteja numa situação difícil. Macau está a tentar encontrar outras medidas mais adequadas. Temos vários planos preparados, mas temos primeiro de avaliar os riscos e ver qual o melhor meio de transporte.”

“Já passaram dois meses e os 148 residentes que estão em Hubei ainda não foram infectados devido à segurança e condições de habitação no local. Consoante as suas necessidades estamos a considerar trazê-los de volta, mas primeiro temos de avaliar o risco”, frisou Lei Chin Ion, director dos Serviços de Saúde de Macau. Na conferência de imprensa foi referido que acompanhantes de residentes sem BIR só podem entrar em Macau com um certificado médico que comprove que não estão infectados. Está também a ser elaborado um plano de isolamento para o regresso destes residentes a Macau.

26 Fev 2020

Covid-19 | OMS apela a resposta global, enquanto em Itália o surto alastra

O repentino pico de mortes causadas pela infecção do Covid-19 em Itália acordou o resto do mundo para o perigo que representa o coronavírus. A Organização Mundial de Saúde apela a uma acção concertada para prevenir uma situação de pandemia. O número de mortos em Itália subiu para sete, o que levou ao encerramento de 11 municípios no norte do país. A Coreia do Sul é outro foco de incidência do coronavírus, com 10 vítimas mortais

 

[dropcap]O[/dropcap] director-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou o aviso para que o mundo se prepare para uma “eventual pandemia” do novo coronavírus, considerando “muito preocupante” o “aumento repentino” de casos em Itália e na Coreia do Sul. “Devemos concentrar-nos na contenção [da epidemia], enquanto fazemos todo o possível para nos prepararmos para uma possível pandemia”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, numa conferência de imprensa em Genebra.

No entanto, a epidemia recuou na China, onde o novo coronavírus surgiu no final de Dezembro e onde mais de 77.500 pessoas foram infectadas desde então, refere a OMS.

Especialistas da missão conjunta da OMS em várias províncias chinesas, incluindo na cidade Wuhan, o epicentro da epidemia, descobriram que a epidemia de Covid-19 atingiu na China “um pico seguido de 23 de Janeiro a 2 de Fevereiro passado, e está em declínio desde então “, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus.

“Isso deve dar aos países esperanças de que esse vírus possa ser contido”, afirmou, mais uma vez saudando as medidas drásticas tomadas pela China, onde dezenas de milhões de pessoas vivem confinadas há semanas.

Noutras partes do mundo, a epidemia de pneumonia viral acelerou no início da semana, com relatos de subidas acentuadas na Coreia do Sul, Itália e Irão, que agora registam o maior número de casos de contaminação e mortes fora da China.

A Itália, que passou de seis para 229 casos em cinco dias, é o país mais afectado na Europa e o terceiro no mundo, depois da Coreia do Sul e da China.

A OMS decidiu enviar missões científicas para a Itália com a intenção de ajudar as autoridades a implementar medidas de contenção, disse o director de emergências de saúde da OMS, Michael Ryan, na conferência de imprensa diária para relatar a evolução do surto epidémico.

Tenros Adhanom Ghebreyesus acrescentou que, do ponto de vista científico, a missão conjunta na China também ajudou a demonstrar “que não houve mudança significativa no ADN do coronavírus”.

Quanto à taxa de mortalidade na China, é actualmente de 0,7 por cento e entre 2,0 por cento e 4,0 por cento em Wuhan, detalhou.

Os especialistas também descobriram que as pessoas que foram infectadas, mas não sofrem de sintomas graves, têm um tempo de recuperação de cerca de duas semanas, enquanto aquelas que são severamente afectadas levam entre três a seis semanas, explicou.

Palavra de Guterres

O secretário-geral das Nações Unidas (ONU) apelou à comunidade internacional para “fazer tudo o que estiver ao seu alcance” para impedir a propagação do Covid-19, epidemia que poderá ter “consequências sérias” para a saúde e economia globais.

“Os países devem fazer tudo o que estiver ao seu alcance para responderem à nova estirpe do coronavírus, o Covid-19”, afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres, durante uma visita à sede da OMS, em Genebra, na Suíça. Guterres salientou que o novo coronavírus “pode ser contido e vencido”, mas, se não houver esforços da comunidade internacional no sentido de conter a epidemia, “a situação poderá ter consequências sérias e afectar a saúde e a economia” mundiais.

O líder da ONU acrescentou que desinvestir na OMS “não é uma questão inteligente”, uma vez que esta organização “quer justamente ajudar a evitar” que este surto se transforme num “pesadelo global”. Por isso, António Guterres apelou para que os países “façam tudo para financiar” a Organização Mundial de Saúde.

O secretário-geral das Nações Unidas ressalvou também a “importância da não discriminação, do respeito pelos direitos humanos e da não estigmatização” devido à epidemia.

Para lá da Lombardia

As autoridades italianas anunciaram ontem o registo do primeiro caso de coronavírus Covid-19 no sul do país, concretamente de uma mulher nascida em Bérgamo, a nordeste de Milão, que estava de férias em Palermo, Sicília.

O presidente da região da Sicília, Nello Musumeci, confirmou numa nota que a mulher chegou a Palermo “antes de começar a emergência (do coronavírus) na Lombardia”. Segundo a mesma nota, a mulher encontrava-se na Sicília com um grupo de amigas e demonstrava ter sintomas similares aos do coronavírus.

Actualmente, está internada em observação na unidade de doenças infecciosas do hospital Cervello de Palermo, “plenamente consciente e não apresenta condições particulares de mal-estar”.

As equipas médicas estão a fazer exames ao marido e a todas as pessoas com quem esteve em contacto nos últimos dias. As amostras examinadas pelo hospital de Palermo serão enviadas “de forma imediata” ao hospital Spallanzani de Roma, onde serão feitas mais análises.

Entretanto, o primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte apontou a gestão “não completamente apropriada” de “um hospital” para explicar a rápida disseminação do vírus no norte da Itália.

“Está claro que existe um foco e é aí que o vírus se espalha”, disse Conte num programa de televisão da emissora pública Rai Uno, acrescentando: “agora sabe-se que houve uma gestão ao nível de uma estrutura hospitalar que não é completamente apropriada segundo os protocolos de prudência recomendados nestes casos e que, certamente, contribuíram para a difusão”.

O foco principal da epidemia foi identificado em Codogno, perto de Lodi, 60 km ao sul de Milão.
Mattia, um executivo de 38 anos, foi hospitalizado nesta localidade de 15 mil habitantes, sendo considerado o “paciente 1”. Deste paciente surgem um grande número de casos identificados na Lombardia (noroeste), a região mais afectada pelo vírus, com 172 casos detectados em um total de 229 em Itália, incluindo sete mortes.

Segundo relatos da imprensa, além da esposa, grávida de oito meses, e outros parentes, vários dos médicos que o examinaram ficaram infectados, assim como enfermeiras, cuidadores e, depois, pacientes e os seus visitantes.

O número de casos de contaminação com o novo coronavírus permaneceu estável na segunda-feira em Itália, país que tenta conter o contágio graças a um cordão sanitário estabelecido em onze municípios do Norte, considerado o centro da epidemia.

O Covid-19 já causou pelo menos 231 infectados em Itália, entre os quais se registaram sete mortos, todos eles de idade avançada e/ou com outras patologias, tendo a polícia administrado postos de controlo numa dúzia de cidades do norte e que se encontram sob quarentena.

De Milão a Seul

Entretanto, a União Europeia anunciou que vai contribuir com 230 milhões de euros para conter a propagação do Codvid- 19, com o foco das preocupações em Itália, mas, para já, não foram impostas restrições à circulação de pessoas e bens.

Já os italianos que viajam para o estrangeiro, estão a sofrer os efeitos preventivos. Por exemplo, um autocarro oriundo de Milão foi cercado pela polícia quando circulava em Lyon, na França.

A acompanhar o surto de Covid-19 em Itália surgiu uma onda racista com chineses como alvo, denunciada por várias associações de direitos humanos, com denúncias de casos de violência, assédio e discriminação.

“O que estás a fazer em Itália? Trazes doenças!”, foram as palavras dirigidas a um jovem chinês de 15 anos antes de ser esmurrado e pontapeado na cara em Bolonha, de acordo com a Euronews.

Outro dos focos de atenção da OMS é a Coreia do Sul, onde o número de infectados chegou ontem quase a mil, com 144 novos casos, tendo sido já registados 10 mortos pela doença, numa altura em que Seul planeia impor medidas de quarentena. Entre os 144 novos casos, 127 surgiram na cidade de Daegu e na província vizinha de Gyeongsang, no norte do país. Trata-se da área mais afectada na Coreia do Sul, somando 851 casos, num total de 977 a nível nacional, segundo o Centro de Controlo e Prevenção de doenças contagiosas da Coreia do Sul.

Seis novos casos foram registados em Seul, sete na província vizinha de Gyeonggi e oito em Busan, a segunda cidade mais populosa do país.

Duas mortes ocorreram nas últimas 24 horas: uma mulher de 68 anos que foi hospitalizada em Chilgok, no norte, e um homem de 58 anos que estava no hospital Daenam, em Cheongdo, um condado adjacente a Daegu. Este último hospital concentra sete dos dez mortos e está a tratar 113 infectados, a maioria parte da igreja cristã Shincheonji, que soma 501 seguidores entre os infectados a nível nacional. Shincheonji prometeu dar ao Governo uma lista com todos os seus seguidores na Coreia do Sul, calculados em cerca de 200 mil em todo o país. O Executivo disse que planeia submeter todos os fiéis a exames físicos.

As autoridades de saúde sul-coreanas mantêm sob observação 13.880 pessoas em todo o país.
O Partido Democrata (PD), partido no poder, disse estar a planear restringir a movimentação de pessoas nas regiões mais afectadas, mas excluiu um bloqueio total, como o que foi feito em Wuhan.
O Governo proibiu ainda jornalistas que visitaram Daegu de entrar na Casa Azul, a residência presidencial em Seul.

Em comunicado, o Executivo pediu ainda aos moradores de Daegu e a todos os que visitaram a cidade recentemente para que evitem “actividades fora de casa por pelo menos duas semanas”.

Vários eventos importantes foram já adiados no país, como o campeonato mundial de ténis de mesa, originalmente marcado para entre 22 e 29 de Março, em Busan, e que vai agora realizar-se entre os dias 21 e 28 de Junho.

26 Fev 2020

Covid-19 | OMS apela a resposta global, enquanto em Itália o surto alastra

O repentino pico de mortes causadas pela infecção do Covid-19 em Itália acordou o resto do mundo para o perigo que representa o coronavírus. A Organização Mundial de Saúde apela a uma acção concertada para prevenir uma situação de pandemia. O número de mortos em Itália subiu para sete, o que levou ao encerramento de 11 municípios no norte do país. A Coreia do Sul é outro foco de incidência do coronavírus, com 10 vítimas mortais

 
[dropcap]O[/dropcap] director-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou o aviso para que o mundo se prepare para uma “eventual pandemia” do novo coronavírus, considerando “muito preocupante” o “aumento repentino” de casos em Itália e na Coreia do Sul. “Devemos concentrar-nos na contenção [da epidemia], enquanto fazemos todo o possível para nos prepararmos para uma possível pandemia”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, numa conferência de imprensa em Genebra.
No entanto, a epidemia recuou na China, onde o novo coronavírus surgiu no final de Dezembro e onde mais de 77.500 pessoas foram infectadas desde então, refere a OMS.
Especialistas da missão conjunta da OMS em várias províncias chinesas, incluindo na cidade Wuhan, o epicentro da epidemia, descobriram que a epidemia de Covid-19 atingiu na China “um pico seguido de 23 de Janeiro a 2 de Fevereiro passado, e está em declínio desde então “, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus.
“Isso deve dar aos países esperanças de que esse vírus possa ser contido”, afirmou, mais uma vez saudando as medidas drásticas tomadas pela China, onde dezenas de milhões de pessoas vivem confinadas há semanas.
Noutras partes do mundo, a epidemia de pneumonia viral acelerou no início da semana, com relatos de subidas acentuadas na Coreia do Sul, Itália e Irão, que agora registam o maior número de casos de contaminação e mortes fora da China.
A Itália, que passou de seis para 229 casos em cinco dias, é o país mais afectado na Europa e o terceiro no mundo, depois da Coreia do Sul e da China.
A OMS decidiu enviar missões científicas para a Itália com a intenção de ajudar as autoridades a implementar medidas de contenção, disse o director de emergências de saúde da OMS, Michael Ryan, na conferência de imprensa diária para relatar a evolução do surto epidémico.
Tenros Adhanom Ghebreyesus acrescentou que, do ponto de vista científico, a missão conjunta na China também ajudou a demonstrar “que não houve mudança significativa no ADN do coronavírus”.
Quanto à taxa de mortalidade na China, é actualmente de 0,7 por cento e entre 2,0 por cento e 4,0 por cento em Wuhan, detalhou.
Os especialistas também descobriram que as pessoas que foram infectadas, mas não sofrem de sintomas graves, têm um tempo de recuperação de cerca de duas semanas, enquanto aquelas que são severamente afectadas levam entre três a seis semanas, explicou.

Palavra de Guterres

O secretário-geral das Nações Unidas (ONU) apelou à comunidade internacional para “fazer tudo o que estiver ao seu alcance” para impedir a propagação do Covid-19, epidemia que poderá ter “consequências sérias” para a saúde e economia globais.
“Os países devem fazer tudo o que estiver ao seu alcance para responderem à nova estirpe do coronavírus, o Covid-19”, afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres, durante uma visita à sede da OMS, em Genebra, na Suíça. Guterres salientou que o novo coronavírus “pode ser contido e vencido”, mas, se não houver esforços da comunidade internacional no sentido de conter a epidemia, “a situação poderá ter consequências sérias e afectar a saúde e a economia” mundiais.
O líder da ONU acrescentou que desinvestir na OMS “não é uma questão inteligente”, uma vez que esta organização “quer justamente ajudar a evitar” que este surto se transforme num “pesadelo global”. Por isso, António Guterres apelou para que os países “façam tudo para financiar” a Organização Mundial de Saúde.
O secretário-geral das Nações Unidas ressalvou também a “importância da não discriminação, do respeito pelos direitos humanos e da não estigmatização” devido à epidemia.

Para lá da Lombardia

As autoridades italianas anunciaram ontem o registo do primeiro caso de coronavírus Covid-19 no sul do país, concretamente de uma mulher nascida em Bérgamo, a nordeste de Milão, que estava de férias em Palermo, Sicília.
O presidente da região da Sicília, Nello Musumeci, confirmou numa nota que a mulher chegou a Palermo “antes de começar a emergência (do coronavírus) na Lombardia”. Segundo a mesma nota, a mulher encontrava-se na Sicília com um grupo de amigas e demonstrava ter sintomas similares aos do coronavírus.
Actualmente, está internada em observação na unidade de doenças infecciosas do hospital Cervello de Palermo, “plenamente consciente e não apresenta condições particulares de mal-estar”.
As equipas médicas estão a fazer exames ao marido e a todas as pessoas com quem esteve em contacto nos últimos dias. As amostras examinadas pelo hospital de Palermo serão enviadas “de forma imediata” ao hospital Spallanzani de Roma, onde serão feitas mais análises.
Entretanto, o primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte apontou a gestão “não completamente apropriada” de “um hospital” para explicar a rápida disseminação do vírus no norte da Itália.
“Está claro que existe um foco e é aí que o vírus se espalha”, disse Conte num programa de televisão da emissora pública Rai Uno, acrescentando: “agora sabe-se que houve uma gestão ao nível de uma estrutura hospitalar que não é completamente apropriada segundo os protocolos de prudência recomendados nestes casos e que, certamente, contribuíram para a difusão”.
O foco principal da epidemia foi identificado em Codogno, perto de Lodi, 60 km ao sul de Milão.
Mattia, um executivo de 38 anos, foi hospitalizado nesta localidade de 15 mil habitantes, sendo considerado o “paciente 1”. Deste paciente surgem um grande número de casos identificados na Lombardia (noroeste), a região mais afectada pelo vírus, com 172 casos detectados em um total de 229 em Itália, incluindo sete mortes.
Segundo relatos da imprensa, além da esposa, grávida de oito meses, e outros parentes, vários dos médicos que o examinaram ficaram infectados, assim como enfermeiras, cuidadores e, depois, pacientes e os seus visitantes.
O número de casos de contaminação com o novo coronavírus permaneceu estável na segunda-feira em Itália, país que tenta conter o contágio graças a um cordão sanitário estabelecido em onze municípios do Norte, considerado o centro da epidemia.
O Covid-19 já causou pelo menos 231 infectados em Itália, entre os quais se registaram sete mortos, todos eles de idade avançada e/ou com outras patologias, tendo a polícia administrado postos de controlo numa dúzia de cidades do norte e que se encontram sob quarentena.

De Milão a Seul

Entretanto, a União Europeia anunciou que vai contribuir com 230 milhões de euros para conter a propagação do Codvid- 19, com o foco das preocupações em Itália, mas, para já, não foram impostas restrições à circulação de pessoas e bens.
Já os italianos que viajam para o estrangeiro, estão a sofrer os efeitos preventivos. Por exemplo, um autocarro oriundo de Milão foi cercado pela polícia quando circulava em Lyon, na França.
A acompanhar o surto de Covid-19 em Itália surgiu uma onda racista com chineses como alvo, denunciada por várias associações de direitos humanos, com denúncias de casos de violência, assédio e discriminação.
“O que estás a fazer em Itália? Trazes doenças!”, foram as palavras dirigidas a um jovem chinês de 15 anos antes de ser esmurrado e pontapeado na cara em Bolonha, de acordo com a Euronews.
Outro dos focos de atenção da OMS é a Coreia do Sul, onde o número de infectados chegou ontem quase a mil, com 144 novos casos, tendo sido já registados 10 mortos pela doença, numa altura em que Seul planeia impor medidas de quarentena. Entre os 144 novos casos, 127 surgiram na cidade de Daegu e na província vizinha de Gyeongsang, no norte do país. Trata-se da área mais afectada na Coreia do Sul, somando 851 casos, num total de 977 a nível nacional, segundo o Centro de Controlo e Prevenção de doenças contagiosas da Coreia do Sul.
Seis novos casos foram registados em Seul, sete na província vizinha de Gyeonggi e oito em Busan, a segunda cidade mais populosa do país.
Duas mortes ocorreram nas últimas 24 horas: uma mulher de 68 anos que foi hospitalizada em Chilgok, no norte, e um homem de 58 anos que estava no hospital Daenam, em Cheongdo, um condado adjacente a Daegu. Este último hospital concentra sete dos dez mortos e está a tratar 113 infectados, a maioria parte da igreja cristã Shincheonji, que soma 501 seguidores entre os infectados a nível nacional. Shincheonji prometeu dar ao Governo uma lista com todos os seus seguidores na Coreia do Sul, calculados em cerca de 200 mil em todo o país. O Executivo disse que planeia submeter todos os fiéis a exames físicos.
As autoridades de saúde sul-coreanas mantêm sob observação 13.880 pessoas em todo o país.
O Partido Democrata (PD), partido no poder, disse estar a planear restringir a movimentação de pessoas nas regiões mais afectadas, mas excluiu um bloqueio total, como o que foi feito em Wuhan.
O Governo proibiu ainda jornalistas que visitaram Daegu de entrar na Casa Azul, a residência presidencial em Seul.
Em comunicado, o Executivo pediu ainda aos moradores de Daegu e a todos os que visitaram a cidade recentemente para que evitem “actividades fora de casa por pelo menos duas semanas”.
Vários eventos importantes foram já adiados no país, como o campeonato mundial de ténis de mesa, originalmente marcado para entre 22 e 29 de Março, em Busan, e que vai agora realizar-se entre os dias 21 e 28 de Junho.

26 Fev 2020

Multas obrigam residentes a sair de casa

Os dados do Corpo de Polícia de Segurança Pública mostram que durante as últimas semanas houve mais gente multada por estacionamento ilegal em locais com parquímetros do que nas vias públicas

 

[dropcap]A[/dropcap]pesar do Governo apelar às pessoas que fiquem em casa, para evitar o contágio do coronavírus Covid-19, o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) voltou às ruas e está a multar os veículos estacionados em zonas de parquímetros, para além do tempo pago. Esta situação resultou em várias multas durante o fim-de-semana, como aconteceu na Areia Preta.

O cenário foi relatado, ao HM, por Pedro Lobo, que habita na Areia Preta, e se mostra preocupado com a ambiguidade das políticas do Executivo. Isto porque, por um lado, é pedido aos cidadãos que fiquem em casa, mas, por outro, obriga-se a que saiam para colocarem moedas nos parquímetros onde têm as viaturas estacionadas.

“O Governo apela-nos a que fiquemos em casa. Por isso, qual não foi o meu espanto quando, no sábado de manhã, quando começaram a aparecer multas atrás de multas na zona da Areia Preta, onde vivo”, relatou. “Estava em casa e fui avisado por mensagem que o carro tinha sido autuado, numa postura da PSP que contrasta com o comportamento das semanas anteriores”, sublinhou.

De acordo com o mesmo relato, nas últimas semanas, as autoridades tinham sido permissivas com o estacionamento na Areia Preta, até em locais de paragem para carga e descarga de mercadorias. No entanto, tudo mudou subitamente no sábado: “À hora do jantar, eram pelo menos 15 ou 20 os carros que tinham sido multados. Aliás, a essa hora na Rua Central da Areia Preta todos os carros que passaram o tempo de estacionamento foram multados”, contou.

O cenário voltou a repetir-se no domingo. “O Governo tem muito mérito porque conseguiu manter as pessoas em casa, evitando que saíssem ou só saindo por coisas essenciais ou urgentes. Mas agora temos a PSP a multar a torto e a direito. É um contra-senso que não dá para entender”, desabafou.

Pedro Lobo mostrou-se ainda preocupado com o movimento de pessoas que terão de sair de casa para fazer o pagamento dos parquímetros. “Assim, de duas em duas horas, todos os residentes com carros nesta zona têm de ir à rua. Se imaginarmos o número de pessoas que vive nestes prédios residenciais, como no La Baie du Noble, Villa de Mer, Residência ou La Cité, vemos que não é pequeno”, apontou.

 

Menos coimas

Segundo os dados fornecidos pelo CPSP, entre 22 de Janeiro e 15 de Fevereiro, altura em que o Governo começou a pedir às pessoas para ficarem em casa, devido ao surto do coronavírus, houve uma redução de 62 por cento nas multas por estacionamento ilegal, face ao mesmo período do ano passado.

Em 2019, de 22 de Janeiro a 15 de Fevereiro, houve um total de 44.198 autuações por estacionamento indevido, o que representa uma quebra de 62,4 por cento face ao presente ano em que o número de multas por estacionamento ilegal se cifrou em 16.607.

As multas nos parquímetros tiveram a redução mais pequena, uma vez que em 2019 tinham sido 14.646 e caíram para 8.545, ou sejam uma redução de 41,7 por cento. Já as multas por estacionamento nas vias sofreram uma redução de 72,7 por cento, de 29.552 autuações para 8.062.

Os dados revelam que na altura em que se apelou às pessoas para ficarem em casa, houve mais gente multada por estacionar nos parquímetros do que nas vias públicas.

25 Fev 2020

Residentes entraram em Macau após terem estado em Wuhan

Autoridades recusam, para já, hipótese de trazer residentes que estão na província de Hubei, uma vez que consideram que não estão garantidas as medidas de segurança para as equipas de salvamento

 

[dropcap]Q[/dropcap]uatro residentes que estiveram na província de Hubei conseguiram entrar em Macau, no domingo, e foram atendidos no Hospital Conde São Januário. A informação sobre o estado destes residentes foi divulgada ontem, na conferência de imprensa do Governo sobre a epidemia.

Os resultados dos exames foram negativos, o que permitiu que os residentes regressassem a Zhuhai, onde habitam. “Estes quatro residentes têm Bilhete de Identidade de Residente (BIR) e, em Janeiro, deslocaram-se a Hubei, na altura do Ano Novo Chinês, para visitarem a família”, explicou Leong Iek Hou, coordenador do Núcleo de Prevenção de Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença. “Eles entraram pelos seus próprios meios em Macau, através da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, onde declararam ter estado em Hubei”, acrescentou.

A declaração de saúde fez com que os quatro residentes fossem levados para o hospital, de ambulância, onde fizeram os testes, que registaram resultados negativos.

Assim, os quatro locais regressaram a Zhuhai, onde vivem, e também onde já tinham estado a cumprir um período de quarentena, desde o início de Fevereiro.

 

Para ficar

Quem vai continuar na província de Hubei são os 145 residentes. Ontem, as autoridades chinesas anunciaram que os não-residentes poderiam sair desta província. Mas a informação acabou por ser contrariada pouco tempo depois, devido a um recuo das autoridades justificado com “questões burocráticas”.

Face a este cenário, o Governo de Macau considera que não estão reunidas as condições de segurança para trazer estes residentes de volta à RAEM: “Percebemos como essas pessoas se sentem e que querem voltar a Macau. Mas, temos de fazer uma avaliação geral e calcular o risco que podem constituir para a RAEM”, começou por explicar Leong Iek Hou. “Os residentes estão em sítios muito dispersos e remotos, por isso temos de ponderar bem se temos condições para fazer um plano para o seu regresso. É preciso ponderar muito bem. Só quando houver condições de segurança é que o Governo vai iniciar esses trabalhos”, vincou a responsável.

Apesar de no passado, outras jurisdições terem fretado aviões para o regresso dos cidadãos, esta hipótese parece afastada no que diz respeito aos residentes de Macau: “Mesmo que seja fretado um avião, ainda estamos num ambiente confinado, por isso a segurança das equipas de salvamento pode ser colocada em causa”, apontou.

O discurso apresentado ontem contrasta com as declarações de domingo, quando foi sustentado que a falta de meios impedia que as pessoas de Macau em Hubei fossem trazidas para a RAEM.

 

Japão e Itália de fora

No domingo, a Coreia do Sul foi classificada como “zona de alta incidência epidémica”, o que faz com que todos as pessoas vindas dessa região tenham de ficar sujeitas a um rastreio.

Ontem, entraram igualmente em Macau 11 turistas da Coreia, sendo que, entre estes, oito cumpriram a inspecção mdica exigida a quiem vem de a inspecçm ao Interior, de onde vinha.,prir exames mto, a grande maioria dos turistas coreanos recusédica exigida. No entanto, a grande maioria dos turistas coreanos, ou seja 42, recusou-se a entrar assim que soube que tinha de cumprir exames médicos com a duração de oito horas e voltou para o Interior.

Também todos os voos entre a RAEM e a Coreia do Sul, e vice-versa que estavam agendados para ontem foram cancelados.

Finalmente, apesar de terem sido anunciados novos casos no Japão e em Itália, estas zonas ainda não vão ser classificadas como de “alta incidência epidémica”, segundo a informação da representação da Direcção dos Serviços de Turismo (DST), Inês Chan. “Não há alterações à classificação das zonas neste momento, mas apelamos aos residentes que evitem deslocações a zonas onde saibam que há casos”, apelou.

 

25 Fev 2020

Covid-19 | Português infectado e retido em navio no Japão foi visto por um médico

[dropcap]O[/dropcap] português que está infectado com o novo coronavírus, retido no navio Diamond Princess, no Japão, foi visto hoje pelo médico do barco que o medicou para a febre, disse à Lusa a sua mulher Emmanuelle Maranhão.

“A situação dele tinha piorado hoje com mais febre e dor. Na sequência do agravamento do estado de saúde foi visto pelo médico do navio que lhe deu Ben-uron para a febre”. Contudo, o médico não soube dizer quando vai ser possível transferi-lo para um hospital”, avançou.

De acordo com Emmanuelle Maranhão, Adriano foi medicado e continua na cabine, sem previsão de transferência para uma unidade hospitalar.

No domingo, as autoridades japonesas confirmaram que o português Adriano Maranhão, canalizador no navio Diamond Princess, atracado no porto de Yokohama, deu teste positivo ao coronavírus Covid-19, de acordo com fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Esta fonte disse que o ministério está a “insistir junto das autoridades locais para que se proceda à sua transferência para o hospital de referência”, no Japão.

Já em Portugal, deu negativo o resultado da análise ao cidadão português que está internado no Hospital de São João, no Porto, por suspeitas de infeção por novo Coronavírus (COVID-19), segundo uma nota da Direcção-Geral da Saúde (DGS).

Este é o 13.º caso suspeito de infecção com Covid-19 detetado em Portugal. Todos os 12 casos anteriores foram negativos.

24 Fev 2020

Covid-19 | Português infectado e retido em navio no Japão foi visto por um médico

[dropcap]O[/dropcap] português que está infectado com o novo coronavírus, retido no navio Diamond Princess, no Japão, foi visto hoje pelo médico do barco que o medicou para a febre, disse à Lusa a sua mulher Emmanuelle Maranhão.
“A situação dele tinha piorado hoje com mais febre e dor. Na sequência do agravamento do estado de saúde foi visto pelo médico do navio que lhe deu Ben-uron para a febre”. Contudo, o médico não soube dizer quando vai ser possível transferi-lo para um hospital”, avançou.
De acordo com Emmanuelle Maranhão, Adriano foi medicado e continua na cabine, sem previsão de transferência para uma unidade hospitalar.
No domingo, as autoridades japonesas confirmaram que o português Adriano Maranhão, canalizador no navio Diamond Princess, atracado no porto de Yokohama, deu teste positivo ao coronavírus Covid-19, de acordo com fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Esta fonte disse que o ministério está a “insistir junto das autoridades locais para que se proceda à sua transferência para o hospital de referência”, no Japão.
Já em Portugal, deu negativo o resultado da análise ao cidadão português que está internado no Hospital de São João, no Porto, por suspeitas de infeção por novo Coronavírus (COVID-19), segundo uma nota da Direcção-Geral da Saúde (DGS).
Este é o 13.º caso suspeito de infecção com Covid-19 detetado em Portugal. Todos os 12 casos anteriores foram negativos.

24 Fev 2020

Covid-19 | Número de mortos na China sobe para 2.592, maioria das províncias sem novos casos

[dropcap]O[/dropcap] número de mortos devido ao coronavírus Covid-19 subiu hoje para 2.592 na China continental e foram reportados 409 novos infectados, quase todos na província de Hubei, enquanto a maioria do país não contabilizou novos casos.

Segundo a atualização diária emitida pela Comissão Nacional de Saúde da China, 150 pessoas morreram até à meia-noite de hoje. Entre os novos casos, 398 foram reportados pela província de Hubei, onde várias cidades estão em quarentena desde 23 de janeiro, numa medida que afeta cerca de 60 milhões de pessoas.

O número de pacientes em todo o país fixou-se, no total, em 77.150. No entanto, apenas sete entre as 34 províncias e regiões autónomas da China continental reportaram novos casos diários.

A Comissão Nacional de Saúde indicou que, no total, a China soma 9.915 casos graves de infeção, enquanto 24.734 pessoas já estão curadas e receberam alta.

A mesma fonte acrescentou que, até ao momento, 635.531 pessoas foram colocadas sob observação, após terem tido contacto próximo com os infectados, entre os quais 97.481 ainda estão a ser acompanhados.

Além dos mortos na China continental, morreram oito pessoas no Irão, quatro no Japão, duas na região chinesa de Hong Kong, sete na Coreia do Sul, três em Itália, uma nas Filipinas, uma em França, uma nos Estados Unidos e outra em Taiwan.

24 Fev 2020

Covid-19 | Número de mortos na China sobe para 2.592, maioria das províncias sem novos casos

[dropcap]O[/dropcap] número de mortos devido ao coronavírus Covid-19 subiu hoje para 2.592 na China continental e foram reportados 409 novos infectados, quase todos na província de Hubei, enquanto a maioria do país não contabilizou novos casos.
Segundo a atualização diária emitida pela Comissão Nacional de Saúde da China, 150 pessoas morreram até à meia-noite de hoje. Entre os novos casos, 398 foram reportados pela província de Hubei, onde várias cidades estão em quarentena desde 23 de janeiro, numa medida que afeta cerca de 60 milhões de pessoas.
O número de pacientes em todo o país fixou-se, no total, em 77.150. No entanto, apenas sete entre as 34 províncias e regiões autónomas da China continental reportaram novos casos diários.
A Comissão Nacional de Saúde indicou que, no total, a China soma 9.915 casos graves de infeção, enquanto 24.734 pessoas já estão curadas e receberam alta.
A mesma fonte acrescentou que, até ao momento, 635.531 pessoas foram colocadas sob observação, após terem tido contacto próximo com os infectados, entre os quais 97.481 ainda estão a ser acompanhados.
Além dos mortos na China continental, morreram oito pessoas no Irão, quatro no Japão, duas na região chinesa de Hong Kong, sete na Coreia do Sul, três em Itália, uma nas Filipinas, uma em França, uma nos Estados Unidos e outra em Taiwan.

24 Fev 2020

Casa de Portugal | Surto do Covid-19 coloca actividades em causa

A cerca de dois meses da data que assinala a Revolução dos Cravos, a realização do tradicional evento da Casa de Portugal é uma incógnita. À agência Lusa, Amélia António colocou em cima da mesa a possibilidade de a celebração para este ano ser cancelada

 

[dropcap]A[/dropcap]s tradicionais celebrações do 25 de Abril da Casa de Portugal estão em causa, devido ao surto do coronavírus. A revelação foi feita por Amélia António, presidente da instituição, em declarações à Lusa.

No entanto, o jantar de comemoração da Revolução dos Cravos não é o único evento que poderá ser suspenso e o mesmo poderá acontecer com a abertura da nova sede, assim como a realização do Campo de Férias.

Com mais de um milhar de associados, a Casa de Portugal é incapaz neste momento de prever o reinício das aulas da Escola de Artes e Ofícios, adiou a transferência para a nova sede e está a avaliar o cancelamento de uma série de actividades que vai desde a realização de campos de férias, na Páscoa e no Verão, e de projectos ligados às celebrações do 25 de Abril, explicou Amélia António.

“São tudo incógnitas”, sublinhou a responsável, à frente da associação há cerca de 15 anos, que admitiu “um grande impacto” na Casa de Portugal devido às medidas de prevenção face ao risco de epidemia no território.

“Está tudo parado” em relação ao processo de mudança de sede, que estava programado. “Neste momento não conseguimos avaliar quando recomeçamos as aulas”, acrescentou.

Para as comemorações do 25 de Abril, existiam projectos, mas a associação está agora a ponderar “avançar ou não”.

Amélia António salientou “a actividade cultural muito activa e intensa [da associação], que tem de começar a funcionar o mais cedo possível”, de forma “a contribuir para a normalização da vida do território e para transmitir” aos portugueses “alguma tranquilidade e confiança”.

O pessoal foi enviado para casa, para se reduzir o risco de contágio, “mas a Casa de Portugal não forçou férias a ninguém”, frisou. “Ficam em casa nas mesmas condições [a receber os respectivos salários], como se estivéssemos abertos. Eu acho que é uma questão de imperativo moral, imperativo de solidariedade, não é quando aparece uma dificuldade que começamos todos a sacudir a água do capote”, argumentou.

Ensino preocupa

Já no que diz respeito à comunidade portuguesa, Amélia António apontou a preocupação com o encerramento das escolas, apesar de a medida ser apoiada.

“De uma maneira geral, acho que as pessoas têm estado extremamente calmas, preocupadas, atentas, mas sem entrar em grandes histerismos”, frisou Amélia António.

Contudo, ressalvou, uma das grandes preocupações dos pais resulta do encerramento does estabelecimentos escolares, “sobretudo por não se perceber qual vai ser a extensão da paragem e não se perceber ainda o problema dos exames”, tanto aqueles que dizem respeito à passagem de ano, como de acesso ao ensino superior. “Esses anos de exame são os mais problemáticos. Preocupam os pais”, completou.

24 Fev 2020

Casa de Portugal | Surto do Covid-19 coloca actividades em causa

A cerca de dois meses da data que assinala a Revolução dos Cravos, a realização do tradicional evento da Casa de Portugal é uma incógnita. À agência Lusa, Amélia António colocou em cima da mesa a possibilidade de a celebração para este ano ser cancelada

 
[dropcap]A[/dropcap]s tradicionais celebrações do 25 de Abril da Casa de Portugal estão em causa, devido ao surto do coronavírus. A revelação foi feita por Amélia António, presidente da instituição, em declarações à Lusa.
No entanto, o jantar de comemoração da Revolução dos Cravos não é o único evento que poderá ser suspenso e o mesmo poderá acontecer com a abertura da nova sede, assim como a realização do Campo de Férias.
Com mais de um milhar de associados, a Casa de Portugal é incapaz neste momento de prever o reinício das aulas da Escola de Artes e Ofícios, adiou a transferência para a nova sede e está a avaliar o cancelamento de uma série de actividades que vai desde a realização de campos de férias, na Páscoa e no Verão, e de projectos ligados às celebrações do 25 de Abril, explicou Amélia António.
“São tudo incógnitas”, sublinhou a responsável, à frente da associação há cerca de 15 anos, que admitiu “um grande impacto” na Casa de Portugal devido às medidas de prevenção face ao risco de epidemia no território.
“Está tudo parado” em relação ao processo de mudança de sede, que estava programado. “Neste momento não conseguimos avaliar quando recomeçamos as aulas”, acrescentou.
Para as comemorações do 25 de Abril, existiam projectos, mas a associação está agora a ponderar “avançar ou não”.
Amélia António salientou “a actividade cultural muito activa e intensa [da associação], que tem de começar a funcionar o mais cedo possível”, de forma “a contribuir para a normalização da vida do território e para transmitir” aos portugueses “alguma tranquilidade e confiança”.
O pessoal foi enviado para casa, para se reduzir o risco de contágio, “mas a Casa de Portugal não forçou férias a ninguém”, frisou. “Ficam em casa nas mesmas condições [a receber os respectivos salários], como se estivéssemos abertos. Eu acho que é uma questão de imperativo moral, imperativo de solidariedade, não é quando aparece uma dificuldade que começamos todos a sacudir a água do capote”, argumentou.

Ensino preocupa

Já no que diz respeito à comunidade portuguesa, Amélia António apontou a preocupação com o encerramento das escolas, apesar de a medida ser apoiada.
“De uma maneira geral, acho que as pessoas têm estado extremamente calmas, preocupadas, atentas, mas sem entrar em grandes histerismos”, frisou Amélia António.
Contudo, ressalvou, uma das grandes preocupações dos pais resulta do encerramento does estabelecimentos escolares, “sobretudo por não se perceber qual vai ser a extensão da paragem e não se perceber ainda o problema dos exames”, tanto aqueles que dizem respeito à passagem de ano, como de acesso ao ensino superior. “Esses anos de exame são os mais problemáticos. Preocupam os pais”, completou.

24 Fev 2020

Covid-19 | Português do navio em quarentena no Japão infectado

[dropcap]U[/dropcap]m português que é tripulante do navio Princess Cruises, atracado no porto de Yokohama (Japão) na sequência de 700 pessoas infectadas com Covid-19, foi diagnosticado “positivo” com o novo coronavírus. A notícia foi avançada este sábado pela esposa do homem, natural da Nazaré e posteriormente confirmada à SIC pelo autarca local.

Contactada pela Lusa, a directora-geral de Saúde, Graça Freitas, afirma que ainda está à espera de confirmação oficial, mas admitiu que recebeu informação do Japão na sexta-feira à noite a informar que a tripulação do navio tinha começado a ser testada no dia 20. “Estamos à espera de informação. Como é de noite agora no Japão, calculo que amanhã tenhamos informação concreta sobre os resultados”, afirmou.

O português, Adriano Maranhão, é, segundo a sua mulher, canalizador do navio e só foi testado há quatro dias, tendo sido colocado numa cabine em isolamento. Este é o primeiro caso diagnosticado de um português com Covid-19.

Segundo adiantou no sábado a esposa de Adriano Maranhão, Emmanuelle, o português “foi examinado pela primeira vez há dois dias”, após “terem desembarcado os passageiros”.

“Neste momento, está numa cabine, fechado, desde há 7 ou 8 horas, ou mais, sem apoio, sem medicação, sem tratamento, sem nenhum tipo de procedimento nem encaminhamento e sem comer sequer”, lamentou, à altura, Emmanuelle Maranhão, referindo que tem tentado contactar com o Governo, a embaixada, a empresa do navio, mas sem obter mais informações.

O cruzeiro, ancorado no porto de Yokohama, a sul de Tóquio, é o maior foco de Covid-19 fora da China continental, tendo registado mais de 600 infectados entre os passageiros, dois dos quais morreram. Na quarta-feira, as autoridades japonesas deram início à operação de desembarque dos passageiros saudáveis, findo o período de quarentena do navio, iniciado em 3 de Fevereiro, operação que terminou na sexta-feira.

Emmanuelle Maranhão lamenta a falta de apoio ao marido, referindo que “ainda não obteve resposta nenhuma” e que Adriano continua no quarto sem que ninguém lhe dê mais informações. “Um cidadão português que está infectado, está em serviço, está a cumprir as suas funções e está dentro desta confusão tem de ter um apoio”, afirmou, sublinhando que Adriano Maranhão “é pai de três filhos pequenos”.

Governo acompanha situação

O Ministério dos Negócios Estrangeiros afirmou estar a acompanhar a situação, mas admitiu que não tem ainda informação das autoridades japonesas.

O ministério “está em contacto com as autoridades japonesas” através da embaixada em Tóquio, e está a acompanhar “a evolução dos resultados dos testes que vão sendo realizados”, avançou o gabinete do ministério em comunicado enviado à Lusa. “Não temos ainda informação da parte das autoridades japonesas de que haja algum caso confirmado de infecção com o coronavírus, entre os tripulantes portugueses do navio Diamond Princess”,

O ministério liderado por Augusto Santos Silva acrescentou ainda estar também a acompanhar “os tripulantes portugueses e respectivas famílias”.

De viva voz

Já ao fim da tarde de ontem, as autoridades japonesas confirmaram o caso do português infectado, relata a TSF, que falou com Adriano Maranhão.

“A embaixada já tem conhecimento do meu caso, já falou com as autoridades japonesas, já tem o comprovativo em como é positivo e a única coisa que me disseram foi que vão tentar tirar-me daqui para um hospital local o mais cedo possível”, explica à TSF.

O canalizador no Diamond Princess, ainda não sabe quando vai sair do navio e garante que não foi visto por nenhum médico nos últimos dias: “Não fui visto por ninguém. Telefonaram para a minha cabine a perguntar qual era o meu estado, se eu estava bem, se eu tinha medido a minha febre. Eu disse que sim, que não tinha febre nem sintomas. Não me disseram mais nada”, adiantou à estação de rádio portuguesa.

24 Fev 2020

Covid-19 | Português do navio em quarentena no Japão infectado

[dropcap]U[/dropcap]m português que é tripulante do navio Princess Cruises, atracado no porto de Yokohama (Japão) na sequência de 700 pessoas infectadas com Covid-19, foi diagnosticado “positivo” com o novo coronavírus. A notícia foi avançada este sábado pela esposa do homem, natural da Nazaré e posteriormente confirmada à SIC pelo autarca local.
Contactada pela Lusa, a directora-geral de Saúde, Graça Freitas, afirma que ainda está à espera de confirmação oficial, mas admitiu que recebeu informação do Japão na sexta-feira à noite a informar que a tripulação do navio tinha começado a ser testada no dia 20. “Estamos à espera de informação. Como é de noite agora no Japão, calculo que amanhã tenhamos informação concreta sobre os resultados”, afirmou.
O português, Adriano Maranhão, é, segundo a sua mulher, canalizador do navio e só foi testado há quatro dias, tendo sido colocado numa cabine em isolamento. Este é o primeiro caso diagnosticado de um português com Covid-19.
Segundo adiantou no sábado a esposa de Adriano Maranhão, Emmanuelle, o português “foi examinado pela primeira vez há dois dias”, após “terem desembarcado os passageiros”.
“Neste momento, está numa cabine, fechado, desde há 7 ou 8 horas, ou mais, sem apoio, sem medicação, sem tratamento, sem nenhum tipo de procedimento nem encaminhamento e sem comer sequer”, lamentou, à altura, Emmanuelle Maranhão, referindo que tem tentado contactar com o Governo, a embaixada, a empresa do navio, mas sem obter mais informações.
O cruzeiro, ancorado no porto de Yokohama, a sul de Tóquio, é o maior foco de Covid-19 fora da China continental, tendo registado mais de 600 infectados entre os passageiros, dois dos quais morreram. Na quarta-feira, as autoridades japonesas deram início à operação de desembarque dos passageiros saudáveis, findo o período de quarentena do navio, iniciado em 3 de Fevereiro, operação que terminou na sexta-feira.
Emmanuelle Maranhão lamenta a falta de apoio ao marido, referindo que “ainda não obteve resposta nenhuma” e que Adriano continua no quarto sem que ninguém lhe dê mais informações. “Um cidadão português que está infectado, está em serviço, está a cumprir as suas funções e está dentro desta confusão tem de ter um apoio”, afirmou, sublinhando que Adriano Maranhão “é pai de três filhos pequenos”.

Governo acompanha situação

O Ministério dos Negócios Estrangeiros afirmou estar a acompanhar a situação, mas admitiu que não tem ainda informação das autoridades japonesas.
O ministério “está em contacto com as autoridades japonesas” através da embaixada em Tóquio, e está a acompanhar “a evolução dos resultados dos testes que vão sendo realizados”, avançou o gabinete do ministério em comunicado enviado à Lusa. “Não temos ainda informação da parte das autoridades japonesas de que haja algum caso confirmado de infecção com o coronavírus, entre os tripulantes portugueses do navio Diamond Princess”,
O ministério liderado por Augusto Santos Silva acrescentou ainda estar também a acompanhar “os tripulantes portugueses e respectivas famílias”.

De viva voz

Já ao fim da tarde de ontem, as autoridades japonesas confirmaram o caso do português infectado, relata a TSF, que falou com Adriano Maranhão.
“A embaixada já tem conhecimento do meu caso, já falou com as autoridades japonesas, já tem o comprovativo em como é positivo e a única coisa que me disseram foi que vão tentar tirar-me daqui para um hospital local o mais cedo possível”, explica à TSF.
O canalizador no Diamond Princess, ainda não sabe quando vai sair do navio e garante que não foi visto por nenhum médico nos últimos dias: “Não fui visto por ninguém. Telefonaram para a minha cabine a perguntar qual era o meu estado, se eu estava bem, se eu tinha medido a minha febre. Eu disse que sim, que não tinha febre nem sintomas. Não me disseram mais nada”, adiantou à estação de rádio portuguesa.

24 Fev 2020

Covid-19 | Número de mortos sobe para 2.442 na China continental

[dropcap]O[/dropcap] número de mortos de coronavírus Covid-19 subiu hoje para 2.442 na China continental, com mais 97 vítimas mortais nas últimas 24 horas, anunciaram as autoridades. A Comissão de Saúde da China registou mais 648 novos casos de infeção para um total de 76.938.

Na província chinesa de Hubei, sobretudo na cidade de Wuhan, onde a epidemia surgiu em dezembro passado, foram registadas 96 novas mortes (menos dez do que no sábado) e mais 630 pessoas infectadas (264 mais) com o Covid-19.

Há um mês, as autoridades chinesas isolaram Wuhan e, em seguida várias cidades de Hubei, no centro do país, para tentar controlar a epidemia, medida que abrange cerca de 60 milhões de pessoas.

Mais de 80% dos casos confirmados na China continental encontram-se em Hubei, onde o número de mortos também é mais elevado do que no resto do país.

Além de 2.442 mortos na China continental, morreram seis pessoas no Irão, três no Japão, duas na região chinesa de Hong Kong, duas na Coreia do Sul, duas em Itália, uma nas Filipinas, uma em França e uma em Taiwan.

Em Portugal, já se registaram 12 casos suspeitos, mas nenhum se confirmou.

Segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), há mais de meia centena de casos confirmados na União Europeia e no Reino Unido.

23 Fev 2020

Covid-19 | Número de mortos sobe para 2.442 na China continental

[dropcap]O[/dropcap] número de mortos de coronavírus Covid-19 subiu hoje para 2.442 na China continental, com mais 97 vítimas mortais nas últimas 24 horas, anunciaram as autoridades. A Comissão de Saúde da China registou mais 648 novos casos de infeção para um total de 76.938.
Na província chinesa de Hubei, sobretudo na cidade de Wuhan, onde a epidemia surgiu em dezembro passado, foram registadas 96 novas mortes (menos dez do que no sábado) e mais 630 pessoas infectadas (264 mais) com o Covid-19.
Há um mês, as autoridades chinesas isolaram Wuhan e, em seguida várias cidades de Hubei, no centro do país, para tentar controlar a epidemia, medida que abrange cerca de 60 milhões de pessoas.
Mais de 80% dos casos confirmados na China continental encontram-se em Hubei, onde o número de mortos também é mais elevado do que no resto do país.
Além de 2.442 mortos na China continental, morreram seis pessoas no Irão, três no Japão, duas na região chinesa de Hong Kong, duas na Coreia do Sul, duas em Itália, uma nas Filipinas, uma em França e uma em Taiwan.
Em Portugal, já se registaram 12 casos suspeitos, mas nenhum se confirmou.
Segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), há mais de meia centena de casos confirmados na União Europeia e no Reino Unido.

23 Fev 2020

Julgamento do ex-presidente do IPIM agendado para 27 de Abril

[dropcap]J[/dropcap]ackson Chang, ex-presidente do Instituto de Promoção do Comércio do Investimento de Macau (IPIM), vai começar a responder a 27 de Abril pela prática de associação criminosa, corrupção, branqueamento de capitais e violação de segredo. A notícia foi avançada na manhã de ontem pela Rádio Macau, e remete para o alegado esquema de favorecimento na atribuição do estatuto de residente de Macau.

O início do julgamento acontece mais de meio ano depois de Jackson Chang ter sido colocado em prisão preventiva. Jackson Chang encontra-se em Coloane, na prisão, acompanhado por outros notáveis anteriormente condenados, como o antigo secretário para os Transportes e Obras Públicas Ao Man Long e o ex-procurador da RAEM, Ho Chio Meng.

No que diz respeito ao crime de associação criminosa, a moldura penal vai dos 3 aos 10 anos. Porém, se Jackson for considerado como o cabecilha, a moldura aumenta para de 5 a 12 anos. No caso de corrupção passiva para acto ilícito, a pena varia entre 1 e 8 anos. Contudo, se for considerado corrupção passiva para acto lícito, o máximo são dois anos de prisão. Em relação ao branqueamento de capitais, Jackson Chang arrisca uma pena que pode chegar até aos 12 anos. O crime de violação de segredo é o que tem penalização mais leve, com o máximo de um ano de prisão.

Tudo em família

Jackson Chang não é o único membro da família a ser acusado, o mesmo acontece com a filha e a mulher, num processo que envolve mais de 26 arguidos.

Quem também vai estar no banco dos réus é Glória Batalha Ung, antiga secretária-geral adjunta do Secretariado Permanente do Fórum Macau e vogal executiva do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento. Glória Batalha, que regressou ao IPIM depois da medida de coacção de suspensão ter sido levantada, vai responder pelos crimes de abuso de poder e violação de segredo.

O MP acusou ainda o antigo director adjunto do Gabinete Jurídico e de Fixação de Residência do IPIM, Miguel Ian Iat Chun, embora a acusação ainda não tenha sido revelada.

Os restantes acusados são empresários de diferentes ramos, assim como familiares e pessoas que terão beneficiado do alegado esquema de atribuição indevida de residência por investimento e a técnicos especializados.

21 Fev 2020

Petição | Motoristas querem extensão das licenças para colmatar falta de receitas 

O deputado José Pereira Coutinho entrega hoje uma petição na sede do Governo onde se exige medidas de apoio aos taxistas, que também sofrem os efeitos da crise gerada pelo novo coronavírus. O sector exige ajudas semelhantes às que são concedidas às PME e pedem a extensão do prazo de validade das licenças de concessão do serviço

[dropcap]O[/dropcap]s taxistas entregam hoje na sede do Governo uma petição dirigida ao Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, onde pedem apoios para lidar com a falta de receitas causada pelas medidas de quarentena de combate ao Covid-19. Em causa está o pedido de apoios financeiros e da extensão do prazo de validade das licenças concessionadas.

“Um dos pontos que pedem é a extensão do período de validade da licença. Pretendem que os prazos de validade possam ser estendidos e que não sejam cobradas taxas, que não seja contabilizado este prazo em que estão parados”, explicou ao HM o deputado José Pereira Coutinho.

Esta não é a primeira vez que o sector dos táxis clama por ajuda. No início do mês, um grupo de 12 associações locais relacionadas com os táxis juntou-se para pedir cinco medidas de urgência ao Executivo.

Entre o pedido, consta a distribuição de 10 mil patacas a cada taxista e empréstimos de 50 mil patacas sem juros para as empresas e ainda a distribuição de materiais de esterilização.

Contudo, a petição apoiada pelo deputado e presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) não fala de valores monetários.

“Na petição é referido que os taxistas entendem que este período de inactividade não gerou quaisquer receitas. A maioria dos táxis estão estacionados no parque público da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. À semelhança dos apoios que estão a ser dados às Pequenas e Médias Empresas, também querem que seja encontrada uma solução para a falta de receitas do sector dos táxis”, frisou Coutinho.

Infracções diminuíram

José Pereira Coutinho fala de cerca de 200 famílias afectadas por medidas como o encerramento dos casinos por um período de 15 dias ou a quarentena imposta a todos os que habitam o território, que levaram a que as ruas de Macau tenham ficado vazias.

“Eles querem que o Governo de Macau dê atenção às centenas de famílias que dependem dos salários e das receitas de exploração desta actividade”, disse o deputado, que reuniu esta terça-feira com representantes do sector na sede da ATFPM.

Questionado sobre se estas medidas de apoio se justificam tendo em conta o mau comportamento de muitos taxistas, o deputado à Assembleia Legislativa disse que, desde a entrada em vigor da nova lei dos táxis que o número de infracções tem vindo a diminuir.

“Acreditamos que a maioria dos taxistas são honestos. Dados oficiais mostram que o número de infractores diminuiu drasticamente. Acredita-se que neste momento a situação que existia no passado não tem ocorrido”, concluiu Pereira Coutinho.

21 Fev 2020