Hoje Macau Manchete SociedadeCovid-19 | Taxa de vacinação subiu para um terço da população A taxa de vacinação subiu de 10 por cento da população para um terço durante dois meses. A 5 e Maio menos de 72 mil pessoas estavam vacinadas, mas dados oficiais indicam que agora ascendem a 230 mil A taxa de vacinação contra a covid-19 em Macau cresceu de 10 por cento para a cobertura de um terço da população em dois meses, indicam dados oficiais, citados pela agência Lusa. A 5 de Maio, as autoridades de saúde lamentavam a baixa taxa de vacinação, quando, pouco menos, 72 mil pessoas tinham recebido uma dose das duas vacinas disponíveis no território, Sinopharm e BioNtech, apesar “de se ter investido muito trabalho de publicidade e promoção” junto dos quase 700 mil residentes. Os últimos dados apontam agora para 230 mil pessoas vacinadas desde o início da campanha, em 9 de Fevereiro, um aumento para o qual contribuiu o receio da população face a um surto na vizinha província chinesa de Guangdong, mas também uma campanha ‘milionária’ de incentivos, sem precedentes, promovida pelas grandes empresas do território, a maioria ligadas à indústria do jogo, que prometeram dinheiro, dias de férias extra e sorteios para quem se vacinar. Receios da vacinação Uma sondagem recente da Universidade de Macau mostrou que 37,7 por cento dos inquiridos estão hesitantes ou negativos em relação à vacina contra a covid-19 no território. No inquérito de investigadores do Instituto de Ciências Médicas Chinesas, divulgado em 21 de Maio, concluiu-se que, entre aqueles que não têm planos de sair de Macau, 49,5 por cento estão hesitantes ou negativos quanto à vacina e “cerca de 35 por cento dos inquiridos estão preocupados com a possibilidade de ocorrerem reações adversas graves após a vacinação”. Macau continua a registar, ainda assim, uma oferta muito maior do que a procura, sendo que dois terços dos profissionais de saúde tinham sido vacinados até final de Maio, com as autoridades a disponibilizarem um programa de marcação ‘online’ prático com vários horários à disposição, com capacidade para administrar cerca de oito mil doses diárias. Macau identificou até agora 54 casos de covid-19, mas não registou qualquer morte desde o início da pandemia. Nenhum profissional de saúde foi infetado e não foi detetado qualquer surto comunitário.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Bebé de 7 meses morre infectado com SARS-CoV-2 em Timor-Leste Um bebé de sete meses tornou-se a 22.ª pessoa a morrer infectada com a covid-19 em Timor-Leste desde o início da pandemia, depois de não ter conseguido recuperar de uma broncopneumonia, anunciaram as autoridades. A criança, natural de Bahamori, na zona de Venilale em Baucau, segundo cidade timorense, tinha sido testada no âmbito de um rastreio de contactos em 21 de junho, com um resultado positivo de infeção SARS-CoV-2, mas sem registar sintomas. Segundo informou hoje o Centro Integrado de Gestão de Crise (CIGC), o bebé desenvolveu febre e tosse e em 23 de junho foi sujeito a um novo teste, que teve resultado negativo. Ainda assim o bebé voltou a ser testado dois dias depois confirmando-se a presença da infeção, tendo sido examinado no Hospital de Baucau, onde lhe foi diagnosticada uma broncopneumonia “A sua condição deteriorou-se em 26 de junho e em 28 de junho, já em Vera Cruz, em Díli, faleceu com síndrome de insuficiência respiratória aguda”, explica o CIGC, em comunicado. No resumo diário da situação epidemiológica, o CIGC regista nas últimas 24 horas um total de 42 novos casos em Díli, 12 em Baucau, quatro em Covalima e cinco noutros municípios do país. Foram ainda dadas como recuperadas 73 pessoas, com o total de casos activos a baixar para 790 e o total acumulado a subir para 9118. Nas últimas 24 horas realizaram-se em Timor-Leste um total de 1.248 testes. Díli continua a registar o maior número de casos ativos (449), seguindo-se Baucau (131) e Covalima (71), sendo que apenas o município de Lautem, na ponta leste do país, não tem atualmente qualquer caso ativo. A taxa de incidência é agora de 3,7 por 100 mil habitantes, a nível nacional e de 8,9 por 100 mil habitantes em Díli. No centro de isolamento de Vera Cruz, em Díli, estão atualmente 13 pessoas, das quais três em estado grave/crítico. Já no que se refere à vacinação, até às 10:00 de hoje já tinham recebido a primeira dose em Timor-Leste um total de 200.382 pessoas (26,5% da população com mais de 18 anos) com 25.646 pessoas já com as duas doses (3,40%). Em Díli, receberam a primeira dose 110.442 pessoas (51,7% da população com mais de 18 anos) e 13.996 pessoas já têm as duas doses (6,55%).
João Santos Filipe Grande Plano MancheteCovid-19 | Portugal não reconhece vacinas da Sinopharm À semelhança da maior parte dos países da União Europeia, Portugal não reconhece a vacina da Sinopharm. Os vacinados com o produto mais popular em Macau têm de apresentar teste de ácido nucleico com validade de 72 horas para poder entrar em território europeu Os portugueses que foram inoculados com a vacina da Sinopharm e queiram entrar em Portugal apresentando apenas prova de vacinação estão impedidos de entrar. Segundo a Direcção Geral da Saúde (DGS), num esclarecimento à Agência Lusa, apenas são reconhecidas para efeitos de entrada as vacinas aprovadas pela Comissão Europeia, por sugestão da Agência Europeia de Medicamentos (EMA), ou seja, a BioNTech-Pfizer, que está disponível em Macau, a Moderna, AstraZeneca e Janssen. Segundo a explicação, quem foi vacinado com a BioNTech não encontra problemas à entrada. Contudo, se a inoculação foi através do outro fármaco disponível em Macau, a Sinopharm, ficam impedidas de entrar através do comprovativo de vacinação. Apesar desta nuance, os portugueses não ficam impedidos automaticamente de viajar para Portugal, ou outro país da União Europeia. Para garantir a entrada, existem duas alternativas. A primeira é apresentar um teste de ácido nucleico com resultado negativo. A colheita tem de ser feita nas 72 horas anteriores à entrada em Portugal. Será necessário igualmente fazer um teste rápido de antigénio (TRAg), de uso profissional, cuja amostra tenha sido colhida nas 48 horas antes da entrada em Portugal. A outra alternativa é dirigida a quem já foi infectado e recuperou da infecção de covid-19. Nestes casos, avança a Lusa, os portugueses devem entrar mediante a apresentação de um certificado de recuperação, no caso de já ter contraído a infecção. Segundo a DGS, as pessoas recuperadas da covid-19, titulares de certificado válido, emitido entre os 11º e o 180º dia, após a realização de teste laboratorial (positivo), que confirmou o diagnóstico de infecção por SARS-CoV-2, poderão entrar em Portugal. Pouco a pouco Segundo Tai Wa Hou, coordenador do plano de vacinação contra a covid-19, o reconhecimento da Sinopharm deverá ser uma questão de tempo, depois da Organização Mundial de Saúde ter aprovado a vacina. “A OMS já reconhece a vacina da Sinopharm, por isso acredito que aos poucos os restantes países também vão reconhecê-la”, disse Tai. “Os dados da Sinopharm estão publicados nos boletins internacionais. Há países do mundo inteiro a usarem as vacinas da Sinopharm”, vincou. Por sua vez, o Conselheiro das Comunidades Portuguesas, Gilberto Camacho, considera que o não reconhecimento não deverá ter grande impacto nas restrições do regresso ao país. A posição é justificada não só com o facto de haver alternativas que garantem a entrada, mas também pela preferência pela vacina BioNTech entre a comunidade portuguesa. “O que tenho visto é que em Macau os portugueses preferem de longe a BioNTech. Obviamente que há casos de pessoas que tomaram a Sinopharm, mas, acho que os portugueses escolheram na sua grande maioria a BioNTech”, justificou. Por outro lado, Camacho recusa ver motivos políticos na decisão, por enquanto, e acredita que o reconhecimento é uma questão de tempo. “A União Europeia sabe que a Organização Mundial de Saúde já autorizou a utilização da Sinopharm para a uso de emergência, só que ainda não seguiu o mesmo caminho. Eu acredito que a decisão está dependente dos testes autónomos à vacina”, afirmou. “Acredito que no espaço de um ou dois meses esse reconhecimento seja feito. Ainda há pouco tempo autorizaram as entradas e o levantamento de algumas restrições, por isso acredito que uma leitura política de decisão só pode ser feita daqui a uns meses”, acrescentou. A crença no reconhecimento por parte do conselheiro tem ainda por base as relações entre as partes envolvidas. “Acredito que vai ser reconhecida, até porque países como a Hungria, que faz parte da União Europeia, já utilizou a vacina chinesa e com bons resultados. A Europa também tem boas relações com a China. É uma questão de tempo”, sublinhou. Preocupação na altura de viajar Português a residir em Macau, José Esteves é médico e foi inoculado com a vacinação da Sinopharm. No entanto, diz não estar muito preocupado pela vacina ainda não ser reconhecida, até porque só tem planos para viajar em Dezembro. “A minha esperança é que quando tiver necessidade de viajar que a questão esteja resolvida. Por isso, o problema para mim tem a ver com o grau de imunidade que vou ter, quando em Dezembro for visitar a família, uma vez que me vacinei logo no princípio”, admitiu. “A necessidade de reforço é uma questão que já se discute para as outras vacinas. Começa a haver muita discussão sobre a necessidade de reforço das vacinas”, acrescentou. José Manuel Esteves recordou igualmente que o pedido de reconhecimento da vacina entrou na Agência Europeia de Medicamentos (EMA na sigla em inglês), que já conta com a aprovação para utilização de emergência pela OMS e que é utilizada em países da Europa. “Há países europeus que já utilizam a vacina, por isso espero que a EMA, se não tiver em conta apenas questões políticas, que acabe também por aprovar estas vacinas”, vincou. “A OMS já aprovou a Sinopharm e a Sinovac e as duas estão a ser comercializadas pela China. Por isso, tenho a esperança que a EMA também venha aprovar”, concluiu. Outras vacinas A Sinopharm não é a única vacina chinesa a não ser reconhecida, o mesmo acontece com a Sinovac, que apesar de não ser administrada em Macau, tem sido utilizada em Hong Kong. A lista de vacinas não reconhecidas inclui ainda a Sputnik (russa), Covaxin (indiana), Epivaccorona (russa) ou a Soberana (cubana), entre outras. Segundo os dados dos Serviços de Saúde (SSM), até ontem domingo havia 98.665 pessoas inoculadas com as duas doses da vacina e 129.455 que já tinham sido vacinadas com a primeira dose. No total foram administradas 325.418 vacinas. Segundo a informação de Abril, quando havia 69.149 pessoas vacinas, a Sinopharm era a mais popular e representava 85,2 por cento das inoculações, o que representava 58.931. A BioNTech tinha sido utilizada em 14,8 por cento das ocasiões, ou seja, em 10.218 inoculações.
João Santos Filipe Manchete PolíticaCovid-19 | Macau em negociações com Cantão para agilizar circulação As autoridades de Macau estão a negociar com a Província de Cantão a possibilidade de facilitar a circulação através da validade dos testes de ácido nucleico. A revelação foi feita ontem por Tai Wa Hou, coordenador do plano de vacinação contra a Covid-19. “A situação em Guangzhou está cada vez mais controlada e estamos em negociações com as autoridades competentes. Estamos a discutir a possibilidade de prolongar a validade dos resultados dos testes para quem tiver uma dose da vacina”, afirmou Tai. “Só que ainda não sabemos quando a medida pode ser implementada e em que moldes vai ser implementada… Falta uma análise técnica”, acrescentou. Tai disse também que a primeira dose da vacina em conjugação com o teste de ácido nucleico é suficiente para garantir “um certo nível de segurança”, que permite reestabelecer a circulação com menos restrições. Todavia, neste momento, ainda não há moldes para essa circulação. O responsável foi igualmente questionado sobre a diferença de restrições entre Hong Kong e Cantão. Segundo, Tai Wa Hou a comunicação com o Interior é chave para haver um tratamento melhor. “Com Hong Kong vamos começar as negociações quando houver 28 dias sem casos locais. Só nessa situação é que podemos começar a negociar com Hong Kong”, afirmou Tai. Contudo, o responsável indicou também que as autoridades vão estar “atentas à situação real” e aos desenvolvimentos da RAEHK. Em comparação, o coordenador do programa de vacinação explicou que “há uma comunicação madura” com as autoridades do Interior, que permite tipo diferente de circulação com menos restrições. Restrições diferentes Tai Wa Hou apontou igualmente que há restrições diferenciadas porque as condições nas regiões de Hong Kong e do Interior são diferentes. Ao mesmo tempo foi afastada qualquer tipo de outra negociação, além das existentes com o Interior. “Só estamos a negociar com o Governo Central porque queremos ver primeiro a circulação com o Interior”, reconheceu Tai acrescentando que este movimento será mais fácil com o continente do que Hong Kong. Quanto aos estudantes no exterior que querem regressar a Macau para passar as férias de Verão, os SSM estão a coordenar-se para levarem as pessoas que chegam para o Terminal de Pac On, onde vão ser testados antes de serem levados para os hotéis de quarentena. Os Serviço de Turismo avançaram também que a coordenação está a ser feita para trazer um grupo de 16 residentes retidos na Tailândia. Durante o dia de ontem, o deputado José Pereira Coutinho também chamou à atenção para o assunto.
Paul Chan Wai Chi Um Grito no Deserto VozesEleição no condicional Tendo em conta que a pandemia de COVID-19 ainda não está controlada, penso que ninguém pode garantir que a 32ª edição dos Jogos Olímpicos da era moderna, com abertura agendada para 23 de Julho, em Tóquio, se possa vir a realizar. Pelo mesmo motivo, as eleições para o Conselho Legislativo de Hong Kong, inicialmente marcadas para 2020, foram adiadas para 19 de Dezembero de 2021. Quanto à realização das eleições para a 7.ª Assembleia Legislativa, marcadas para 12 de Setembro de 2021, acredito que tudo irá depender da vontade de Deus e dos esforços concertados dos residentes e das equipas de saúde no combate à pandemia. A realização das eleições para a 7.ª Assembleia Legislativa vai depender da evolução da situação pandémica. Mas os 12 candidatos que concorrem para ocupar o lugar dos 12 deputados eleitos por sufrágio indirecto, serão inevitavelmente eleitos. Não haverá factores externos que afectem esta eleição porque existe apenas uma comissão de candidatura para cada um dos cinco sectores que têm capacidade para propôr candidatos. Por outras palavras, na ausência de competição, a menos que a Península de Macau seja tragada pelas águas, mesmo que surja uma variante de COVID-19 mais letal, os 12 candidatos serão definitivamente eleitos. Por outo lado, os 7 deputados que serão nomeados por despacho do Chefe do Executivo, vêm evidenciar a eficácia da estrutura política com predominância do poder Executivo, se comparada com o novo sistema eleitoral de Hong Kong. Neste contexto, “Macau governado por patriotas” será o resultado inevitável das eleições para a 7.ª Assembleia Legislativa de Macau. É expectável que o progresso democrático em Macau seja feito gradualmente, no entanto temo que esse progresso dificilmente se venha a manifestar com eleições por sufrágio indirecto e nomeações efectuadas pelo Chefe do Executivo. Posto isto, as eleições por sufrágio directo são a única possibilidade de determinar o resultado final das eleições para a 7.ª Assembleia Legislativa. No entanto, não é tarefa fácil eleger candidatos que verdadeiramente representem e sirvam o povo. Macau é conhecida como “uma sociedade assente em associações”, e algumas figuras políticas que as representam podem frequentemente usar vários meios, facultados por essas associações, para, em período eleitoral, aliciarem a população com descontos em refeições, em viagens, presentes, vouchers, etc, e darem uma imagem favorável da sua agremiação. Desde que não haja um apelo explícito ao voto num candidato, ou oposição explícita no voto em qualquer outro, este tipo de presentes são aceites no contexto da campanha eleitoral para a 7.ª Assembleia Legislativa. Recentemente, um grupo entregou uma carta à Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa solicitando que se abrisse um inquérito para apurar se estas ofertas feitas pelas Associações constituem uma violação à Lei Eleitoral para a Assembleia Legislativa da RAEM. Contudo, desde que a associação em causa cumpra os requisitos do Comissariado contra a Corrupção, no que respeita a transparência eleitoral e actue dentro dos limites da lei, penso que será muito improvável vir a ser condenada. Muitos acontecimentos são determinados pelo povo, mas este resultado eleitoral possivelmente não será um deles. A Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa, recebeu 27 pedidos de reconhecimento de constituição de comissão de candidatura, dos quais 22 para o sufrágio directo, até à data limite (15 de Junho) para a apresentação do pedido de reconhecimento de constituição de comissão de candidatura aos sufrágios directo e indirecto das eleições. Ninguém pode prever os resultados eleitorais, e mesmo que tenha havido menos pedidos de reconhecimento de constituição de comissão de candidatura ao sufrágio directo este ano, não quer dizer que o antagonismo seja menos intenso. Durante uma eleição, independentemente dos meios que são utilizados, o resultado será negativo se a equidade, a justiça e a integridade tiverem sido violadas. Para ficarmos a saber qual é a vontade de Deus, basta ouvirmos a voz do povo.
Andreia Sofia Silva SociedadeMP | Oito acusações por infracção de medidas sanitárias O Ministério Público (MP) deduziu, desde Janeiro, oito acusações pela prática do crime de infracção de medida sanitária preventiva, no âmbito da Lei de prevenção, controlo e tratamento de doenças transmissíveis, com cinco inquéritos ainda pendentes. Quatro arguidos são residentes de Macau e os restantes são turistas vindos do Interior da China, Taiwan e dos Estados Unidos da América. Aponta o MP que “das acusações deduzidas, cinco enquadraram-se na violação de regras de observação médica, nomeadamente o incumprimento da orientação para sujeitar-se à observação médica em locais designados, ou o abandono do local de observação designado sem a autorização durante o período de observação médica”. Além disso, três casos são sobre entrada em casinos sem o certificado válido de resultado negativo do teste de ácido nucleico.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCovid-19 | Confirmado caso positivo em Hong Kong, mas negociações continuam As autoridades de Macau continuam a negociar com Hong Kong a abertura de uma bolha de viagem sem quarentena, mantendo a regra de 28 dias consecutivos sem casos locais. Ontem foi confirmado o caso positivo preliminar de covid-19 na zona de Tai Po na região vizinha O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus garantiu ontem que continuam as negociações com as autoridades de Hong Kong sobre a possibilidade de abertura das fronteiras, embora se mantenha a regra dos 28 dias consecutivos sem novos casos locais de covid-19 na região vizinha. O caso preliminar de covid-19 na zona de Tai Po, registado na quarta-feira, foi confirmado ontem depois da conferência de imprensa do Centro. “Temos um pressuposto, que é durante 28 dias não haver casos em Hong Kong. Neste momento, Hong Kong e Macau ainda estão a discutir os pormenores acerca da possibilidade de abrir a fronteira. Quando Hong Kong reunir esta condição então poderemos pôr em prática, mas agora não temos nenhuma informação para avançar porque ainda não reúne os requisitos”, adiantou Leong Iek Hou, coordenadora do centro. A responsável adiantou que as autoridades de ambas as regiões vão continuar a ter reuniões técnicas. Segundo a estação RTHK, o caso local de covid-19 diz respeito a um homem de 27 anos, trabalhador no aeroporto. Foram testadas mais de 2000 pessoas que vivem na mesma zona residencial, e enviadas para quarentena mais de 180 pessoas de contacto próximo. Ontem foram também detectados na região vizinha seis casos de covid-19 importados, relativos a quatro estudantes oriundos do Reino Unido e duas mulheres que viajaram da Indonésia. É cedo para abrir Prudência continua a ser a palavra de ordem para as autoridades de Macau, que garantem ser cedo para estabelecer uma data para a abertura do território ao mundo. “Sabemos que em todo o mundo a situação continua a piorar, mesmo em Hong Kong ou Guangzhou continuam a aparecer novos casos. Hong Kong parece estar a voltar à normalidade, atingiu 14 dias sem novos casos. Pensamos na possibilidade de abrir a fronteira, mas imagine-se que surgem novos casos. É muito difícil, neste momento, fazer uma previsão ou deixar pessoas de fora entrar em Macau.” Leong Iek Hou frisou que “ainda não reunimos condições ou requisitos para falar” sobre a abertura de fronteiras. “Uma das medidas prioritárias é continuar a ser rigoroso quanto à abertura das fronteiras e evitar casos importados”, adiantou. Entretanto, foi ontem divulgado um caso de um residente vindo de Zhuhai que não declarou informações “de forma fiel”, estando neste momento a cumprir quarentena. “Este residente esteve em Zhuhai e voltou a Macau para tratar de assuntos pessoais. Teve de ser colocado em quarentena porque esteve em zonas de alto risco. Achamos que não é necessário publicar o seu percurso em Macau”, disse Leong Iek Hou. Há também um caso de um trabalhador não residente (TNR) que usou o código de saúde de outra pessoa e que foi constituído arguido. Segundo uma nota de imprensa, foi feita “de imediato a denúncia junto do Ministério Público (MP)” e deduzida a acusação. “O inquérito será oportunamente remetido ao Tribunal Judicial de Base para marcação de julgamento nos termos da lei processual”, lê-se ainda. A mesma nota dá conta de que “o arguido, cujo resultado do teste de ácido nucleico já tinha expirado no dia de entrada em Macau, não conseguiu mostrar o comprovativo efectivo do teste de ácido nucleico, pelo que não pôde entrar em Macau”. “Posteriormente, o arguido pediu a outrem que lhe enviasse imagem capturada de um código de saúde alheio, com o qual tentou entrar novamente em Macau, mas acabou por ser descoberto pelo pessoal de inspecção da autoridade sanitária no posto de entrada”, lê-se ainda. O crime de infracção de medida sanitária preventiva é punível com pena de prisão até 6 meses ou com pena de multa até 60 dias. Além disso, foi anunciada ontem uma nova ronda de máscaras que começa oficialmente amanhã e dura até 23 de Julho. Cada lote de 30 máscaras está disponível por 24 patacas. SJM | Vacinados 3.600 colaboradores e familiares Entre segunda e quinta-feira, foram inoculados mais de 3.600 colaboradores da SJM Resorts, incluindo familiares, graças ao programa de encorajamento ao plano de vacinação promovido pela concessionária. “É encorajador ver que o nosso programa de vacinação e sensibilização promovido em conjunto com os Serviços de Saúde colheu uma resposta esmagadora dos nossos colaboradores. A vacinação é a prioridade máxima na luta contra a pandemia”, afirmou a Presidente do Conselho de Administração da SJM, Daisy Ho, segundo uma nota oficial divulgada ontem.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeApoio a trabalhadores migrantes em carência deixa Caritas em défice A Caritas continua a receber uma média de 500 pessoas cada vez que entrega bens de consumo a trabalhadores migrantes em carência económica devido à covid-19, acções que deixam sempre a associação em défice financeiro. Paul Pun, secretário-geral, assume: “não queremos dizer que a situação está a piorar, mas na realidade está a tornar-se difícil” De cada vez que distribui alimentos por trabalhadores migrantes, a Caritas fica em situação de défice. Sem apoios financeiros do Governo para este tipo de ajuda, a associação gasta sempre mais do que os donativos que recebe para este fim. Ao HM, o secretário-geral da Caritas de Macau, Paul Pun, referiu que são atendidas, em média, 500 pessoas de cada vez que há uma acção de entrega de alimentos e outros bens, o que mostra que a crise sentida por parte dos trabalhadores não residentes (TNR) causada pelo desemprego e impossibilidade de sair de Macau, continua a deixar marcas. “Segundo dados do mês passado, de cada vez que damos apoio, chegam 500, em média, sobretudo desempregados. Os trabalhadores migrantes estão a sofrer muitos constrangimentos e necessitam de apoio”, referiu. De momento, a Caritas procura atenuar as dificuldades de desempregados, mães e trabalhadores em licenças sem vencimento. “Cerca de 2200 trabalhadores migrantes têm procurado a ajuda do nosso serviço de migrantes. Deste grupo, 120 são mães. Parte destas pessoas regressaram aos seus países de origem ou contactaram as autoridades dos seus países, talvez cerca de metade”, disse. A Caritas continua a necessitar de donativos para manter as campanhas de solidariedade social. “Tudo o que recebemos resulta em défice. Se a pandemia chegar ao fim em breve e abrirmos as fronteiras, a nossa situação financeira poderá melhorar. Mas, uma vez que vivemos tempos de incerteza, a única coisa que precisamos é de ir buscar fundos adicionais para manter estas iniciativas”, disse Paul Pun. O responsável adiantou, como exemplo, um donativo de quatro mil patacas e vouchers de alimentos que recebeu de padarias e outros espaços comerciais. “Presas em Macau” Em termos gerais, a situação dos TNR está longe de estar resolvida. “Não queremos dizer que a situação está a piorar, mas na realidade está a tornar-se difícil. Há mais desempregados agora. Em Abril o Governo fez menção às duas mil pessoas a quem foi cortado o blue card, mas os voos de repatriamento chegaram a menos de 500 pessoas. Então há uma grande diferença, há mais pessoas a ficar presas em Macau. Temos de continuar com estas acções de caridade.” Paul Pun explicou que o Governo acaba por dar apoio “de forma indirecta”, nomeadamente com a doação das taxas pagas pelos sacos de plástico nos supermercados, cujo dinheiro serve para ajudar mães em situação de carência. “Tenho gasto muito do meu tempo a cuidar deste grupo de pessoas para que vejam que a sociedade de Macau também se preocupa com elas”, referiu. Outra das entidades que também disponibiliza apoio aos trabalhadores migrantes é o Centro Pastoral para a Acção Social da Comissão de Migrantes Filipinos [Pastoral Care for Filipino Migrants Commission on Social Action], que no passado dia 19 entregou 298 cabazes de bens alimentares doados por escolas, pessoas e outras entidades. As acções de entrega acontecem todos os sábados. Zasmin Lansang, secretária do centro, confirmou ao HM que “o número [de pessoas que necessitam de ajuda] está a aumentar”. “Há mais desempregados e empregadores que não renovam os contratos ou empresas que optam pela licença sem vencimento”, rematou.
Jorge Rodrigues Simão Perspectivas VozesA oportunidade na crise “The Chinese use two brush strokes to write the word ‘crisis.’ One brush stroke stands for danger; the other for opportunity. In a crisis, be aware of the danger-but recognize the opportunity.” John F. Kennedy Os negócios não funcionam no vácuo, por isso a sua história está ligada à nossa história social mais ampla. A pandemia revelou e acelerou tendências mais amplas na cultura e política, porque é de acreditar que uma geração de mudanças empreendidas em nome do capitalismo minou o seu sistema, e o que podemos fazer a esse respeito. Esta tem sido uma crise mundial com duas teses. Primeiro, o impacto mais duradouro da pandemia será como um acelerador. Apesar de iniciar algumas mudanças e alterar a direcção de algumas tendências, o principal efeito da pandemia tem sido o de acelerar a dinâmica presente na sociedade. Em segundo lugar, em qualquer crise há oportunidades; quanto maior e mais perturbadora for a crise, maiores serão as oportunidades. Contudo, o optimismo em relação à segunda tese é temperado pela primeira pois muitas das tendências que a pandemia acelera são negativas e enfraquecem a nossa capacidade de recuperar e prosperar num mundo pós-COVID-19. Há um ditado atribuído a Lenine de que “Nada pode acontecer durante décadas, e depois décadas podem acontecer em semanas”. Não foi Lenine, mas sim o deputado escocês George Galloway que o parafraseou, com a típica brevidade escocesa, algo muito mais redondo e obtuso o que Lenine disse em 1918, após as mudanças radicais operadas pela sua revolução. Este tema, décadas em semanas, está a ser abordado na maioria dos sectores e facetas da vida. O comércio electrónico começou a criar raízes em 2000. Desde então, a quota do comércio electrónico no comércio a retalho tem crescido aproximadamente 1 por cento todos os anos. No início de 2020, aproximadamente 16 por cento do comércio a retalho era transaccionado através de canais digitais. Oito semanas após a pandemia ter atingido os Estados Unidos a 12 de Março de 2019, esse número saltou para 27 por cento e não vai voltar atrás. Registamos uma década de crescimento do comércio electrónico em oito semanas. O período para o social, empresarial, ou pessoal é de dez anos e considera-se rápido. Mesmo que a sua empresa ainda não esteja presente, o comportamento do consumidor e do mercado assenta agora no ponto 2030 que é a linha de tendência positiva ou negativa. Se a sua empresa tinha um balanço fraco, é agora insustentável. Se está no retalho essencial, os seus bens são mais essenciais do que nunca. Se está na venda a retalho discricionária, está mais arbitrária do que nunca. Na sua vida pessoal, se estava a brigar com o seu parceiro, as suas discussões são piores. As boas relações têm agora mais dez anos de história e boa vontade. Durante décadas, as empresas investiram milhões de dólares em equipamento para reuniões virtuais, na esperança de diminuir as distâncias. As universidades adoptaram a contragosto ferramentas tecnológicas, incluindo o “Blackboard” no início dos anos de 1990 para acompanhar o ritmo do mundo exterior. As empresas de comunicação publicaram numerosos anúncios com jantares familiares virtuais, médicos a ver pacientes, e estudantes a aprender com os grandes professores do mundo sem saírem da sua cidade natal. E durante décadas, não aconteceu grande coisa. Os sistemas de videoconferência multimilionários não funcionaram, e os professores resistiram a qualquer tecnologia mais complexa do que o “Dry Erase” ou o “PowerPoint”. O “FaceTime” e o “Skype” fizeram incursões nas nossas comunicações pessoais, mas não atingiram a massa crítica. Depois, em semanas, as nossas vidas mudaram “online” e os negócios passaram ser feitos à distância. Cada reunião de negócios tornou-se virtual, cada professor tornou-se um educador “online”, e as reuniões sociais passaram para um ecrã. Nos mercados, os investidores calibraram o valor das empresas problemáticas, com base não nas semanas ou anos seguintes, mas em pressupostos da posição da empresa em 2030. A Apple levou quarenta e dois anos para atingir o valor de um trilião de dólares, e vinte semanas para acelerar de um trilião para dois triliões de dólares (Março a Agosto de 2020). Nessas mesmas semanas, a Tesla tornou-se não só a empresa automóvel mais valiosa do mundo, mas mais importante do que a Toyota, Volkswagen, Daimler, e Honda combinadas. Durante décadas, os presidentes de câmara das grandes cidades e os responsáveis pelo planeamento têm apelado a mais pistas para bicicletas, acesso pedonal, e menos carros. E durante décadas, o tráfego, a poluição atmosférica e os acidentes congestionaram as nossas ruas e os nossos céus. Depois, em semanas, os ciclistas tomaram conta da estrada, as mesas de jantar ao ar livre brotaram, e os céus desobstruíram. As tendências negativas podem ter acelerado a um ritmo maior. Durante décadas, os economistas têm vindo a advertir que a desigualdade económica se estava a aprofundar, enquanto a mobilidade económica estava a diminuir. Uma economia com tendências subjacentes incómodas transformou-se numa distopia. Quarenta por cento dos americanos, teriam dificuldade em cobrir uma despesa de emergência de quatrocentos dólares. Mas uma expansão económica de onze anos sem precedentes significou que a maré nunca se esgotou. Depois, nos primeiros três meses da recessão Covid-19 os Estados Unidos perderam mais emprego (13 por cento) do que perderam nos dois anos da Grande Recessão (5 por cento). Metade das famílias americanas tiveram pelo menos uma pessoa a perder um emprego ou a sofrer um corte salarial devido à pandemia. As famílias com rendimentos inferiores a quarenta mil dólares foram as mais atingidas e cerca de 40 por cento foram despedidas ou dispensadas no início de Abril de 2020, em comparação com apenas 13 por cento das famílias com rendimentos superiores a cem mil dólares. O mundo girou mais depressa, para melhor ou pior. As crises trazem oportunidades. É um cliché que tem uma razão e o presidente John F. Kennedy fez dele um dos seus principais discursos da sua campanha. O ex-vice-presidente dos Estados Unidos e Prémio Nobel da Paz, Al Gore, utilizou-o no seu discurso de aceitação do Prémio Nobel. A palavra chinesa para crise consiste em dois símbolos, um que significa perigo, o outro, significa oportunidade. Que oportunidades nos esperam no post-COVID-19? A pandemia tem um lado bom que pode rivalizar com o tamanho da “nuvem”. A América tem uma maior taxa de poupança e menos emissões e três das maiores, e mais importantes categorias de consumidores (saúde, educação, e mercearia) estão num estado de ruptura sem precedentes e, possivelmente, de progresso. Embora a esmagadora maioria dos hospitais devido à COVID-19 tenha sido a história principal, a narrativa mais duradoura pode ser como os outros 99 por cento das pessoas que tiveram acesso aos cuidados de saúde durante a pandemia sem pôr os pés num consultório médico, muito menos num hospital. A adesão forçada à telemedicina promete uma explosão de inovação e abre uma nova frente na guerra contra os custos e os encargos do fracturado sistema de saúde americano. Da mesma forma, o abraço forçado da aprendizagem à distância, por mais desajeitado e problemático que tenha sido, poderia catalisar a evolução do ensino superior, produzindo custos mais baixos e taxas de admissão mais elevadas, e devolvendo à aptidão o seu papel de lubrificante para a mobilidade ascendente dos americanos. Ainda mais fundamental do que a educação, a nutrição está no precipício da revolução, se a dispersão da mercearia através da entrega criar oportunidades para uma distribuição mais eficiente, maior alcance para alimentos frescos, e adopção de bens locais. Por baixo destas mudanças, a chegada à idade adulta numa crise mundial tem o potencial de amadurecer uma geração com um renovado apreço pela comunidade, cooperação e sacrifício; uma geração que acredita que a empatia não é fraqueza, e que a riqueza não é virtude. As oportunidades não são garantias. De facto, a história popular sobre a palavra chinesa para crise não é muito correcta. O primeiro caracter significa perigo, mas o segundo caracter é melhor traduzido como uma conjuntura crítica. Uma encruzilhada. Para os compatriotas de Lenine, as transformações radicais de 1917 também apresentavam oportunidades. O seu fracasso em aproveitá-las levou a um imenso sofrimento. É fácil acreditar que isso não nos vai acontecer, que “não pode acontecer agora”. Mas consideremos que não há muito tempo (meados do século XX), foram postos setenta e cinco mil cidadãos americanos atrás do arame farpado porque tinham ascendência japonesa. Considerando que nenhum de nós, no início da pandemia, pensou que os Estados Unidos poderiam perder mais vidas por dia para um vírus que outros países (menos desenvolvidos) travaram no seu caminho. A resposta americana a esta crise não inspirou confiança. Apesar de terem mais tempo para se prepararem, gastando mais nos cuidados de saúde do que qualquer outro país, e acreditando que eram a sociedade mais inovadora da história, com 5 por cento da população mundial, os Estados Unidos suportaram 25 por cento das infecções e mortes. Foram necessários os últimos dez anos para criar vinte milhões de empregos e dez semanas para destruir quarenta milhões. As viagens estão em baixa, os restaurantes estão na obscuridade, a bebida e as vendas de armas de fogo estão em alta. Mais de dois milhões de “Gen Zers” voltaram a viver com os seus pais, e setenta e cinco milhões de jovens vão à escola no meio da incerteza, conflito e perigo Os historiadores podem dissecar os passos errados que os trouxeram até aqui. A causa mais profunda do seu fracasso é clara. O envolvimento da América na II Guerra Mundial durou três anos e oito meses, e quatrocentos e sete mil americanos pereceram. Apesar do “stress financeiro” do tempo de guerra, foi pedido aos agregados familiares que esvaziassem os seus bolsos e comprassem títulos de guerra. Os fabricantes remodelaram as suas fábricas para construir bombardeiros e tanques, e foi imposto um limite de velocidade “Vitória” a quarenta quilómetros por hora a nível nacional para poupar combustível e borracha para o esforço de guerra. Preparam estudantes e professores do ensino secundário que deram as suas vidas pela liberdade. Após a guerra, investiram nos seus inimigos e produziram mais riqueza e prosperidade do que qualquer sociedade até à data. Durante algum tempo, distribuíram de forma mais justa do que nunca. Mudaram o local onde viviam (subúrbios) e como viviam (o carro e a televisão), e começaram a contar com as suas mais profundas desigualdades de raça e género. As forças americanas lutam no Afeganistão há dezanove anos, e perderam dois mil e trezentos e doze efectivos. O conflito transformou-se em violência que se estende por metade do globo, com mortes de centenas de milhares de civis. Durante esse tempo, eram vistos “slogans” nos veículos utilitários desportivos com autocolantes “apoiem as nossas tropas”, mas não existia dificuldade em encontrar chocolate, ou qualquer outra coisa que se pudesse desejar, na loja ou no telefone. Quanto mais dinheiro ganham, mais baixa é a taxa de imposto, e ninguém pede para comprar um título de guerra. Em vez disso, subcontrataram a guerra a um exército voluntário de jovens da classe trabalhadora, financiado pelas gerações futuras através de um aumento do défice de quase sete triliões de dólares. O patriotismo costumava ser um sacrifício, agora é um estímulo. Na pandemia, a América e os seus líderes falaram com as suas acções; milhões de mortes americanas seriam más, mas um declínio no NASDAQ seria trágico. O resultado tem sido um sofrimento desproporcionado. Os americanos com rendimentos mais baixos e as pessoas de cor têm mais probabilidade de serem infectados e enfrentam o dobro do risco de doenças graves do que as pessoas de famílias com rendimentos mais elevados. Para os ricos, o tempo com a família, a Netflix, as poupanças, e o valor da carteira de acções aumentaram à medida que as deslocações e os custos diminuíram. Se os Estados Unidos estão a dirigir-se para um futuro de “jogos da fome” ou para algo mais brilhante depende do caminho que escolherem depois da COVID-19. Um dos aspectos mais surpreendentes da crise da COVID-19 tem sido a resiliência dos mercados de capitais. Após uma breve queda quando o surto se transformou numa pandemia, os principais índices de mercado rugiram de volta. No Verão de 2020, tinham recuperado a maior parte do terreno perdido, apesar de quase duas centenas de milhares de mortes nos Estados Unidos, do desemprego recorde, e de nenhum sinal de que o vírus tivesse recuado. A Bloomberg Businessweek chamou-lhe “The Great Disconnect” numa reportagem de capa de Junho de 2020 e mesmo os profissionais de Wall Street”, declaram que ficaram “atónitos”. Dois meses mais tarde, na altura em que o artigo foi escrito, o vírus estava a matar mais de mil americanos por dia, e os índices de mercado continuavam a subir. Os índices de mercado podem, no entanto, ser enganadores. A “recuperação” tem sido o produto de ganhos de dimensão exagerada de algumas empresas, nomeadamente as grandes empresas de tecnologia e outros actores importantes. Não se reflecte nos mercados públicos mais vastos. De 1 de Janeiro a 31 de Julho de 2020, o S&P 500, que acompanha as quinhentas maiores empresas públicas, foi apenas positivo no ano. Mas as empresas do meio, de média capitalização, caíram 10 por cento. E as seiscentas empresas de pequena dimensão que foram seguidas no S&P 600 tiveram uma redução de 15 por cento. Enquanto os meios de comunicação social foram distraídos por objectos brilhantes como grandes índices tecnológicos, um incansável abate do rebanho está bem encaminhado. Os fracos não estão apenas a ficar para trás, estão a ser abatidos. A lista de falências é longa e chocante. As acções “BEACH” (reservas, entretenimento, companhias aéreas, cruzeiros e casinos, hotéis e resorts) desceram em média 50 a 70 por cento. Isto ajuda a explicar o forte desempenho dos líderes de mercado. A avaliação de uma empresa é uma função dos seus números e narrativa. Neste momento, a dimensão pode alimentar uma narrativa não só sobre como uma empresa irá sobreviver à crise, mas também sobre como irá prosperar no mundo pós-COVID-19. Após a crise, quando as chuvas regressam, há mais folhagem para menos elefantes. Empresas com dinheiro, com garantias de dívida, com acções altamente valorizadas, serão posicionadas para adquirir os activos de concorrentes em dificuldades e consolidar o mercado. A pandemia está também a impulsionar uma narrativa de “inovação”. As empresas consideradas inovadoras estão a receber uma avaliação que reflecte estimativas de fluxos de caixa daqui a dez anos, e com desconto de volta a uma taxa incrivelmente baixa. Os investidores parecem estar concentrados na visão de uma empresa, na sua narrativa sobre onde poderá estar dentro de uma década. É assim que o valor de Tesla excede agora o da Toyota, Volkswagen, Daimler, e Honda combinados. Isto apesar do facto de em 2020 a Tesla ir produzir aproximadamente quatrocentos mil veículos, enquanto as outras quatro empresas vão construir um total de vinte e seis milhões. O mercado está a fazer apostas ousadas sobre o ambiente pós-COVID-19, e estamos a assistir tanto a grandes ganhos como a declínios abruptos. No final de Julho de 2020, a Tesla subiu 242 por cento em relação a 2019, enquanto a GM desceu 31 por cento. A Amazon subiu 67 por cento, e a JCPenney faliu. Esta “desconexão” entre o grande e o pequeno, o inovador e o antiquado é tão importante como o fosso mais falado entre o mercado e a economia em geral. Os vencedores de hoje são julgados como os maiores vencedores de amanhã, e os perdedores de hoje parecem condenados. O que se passa com as previsões do mercado de capitais é que elas se autorrealizam, em certa medida. Ao decidir que a Amazon, Tesla, e outras empresas promissoras são vencedoras, os mercados reduzem o custo de capital dessas empresas, aumentam o valor da sua compensação (através de opções de compra de acções), e aumentam a sua capacidade de adquirir o que não podem construir por si próprios. E há uma quantidade incrível de capital à procura de um lar neste momento. O governo americano injectou 2,2 triliões de dólares na economia, e devido a algumas decisões políticas terríveis uma enorme quantidade desse montante vai directamente para os mercados de capitais. Assim, as empresas que se estavam a sair bem antes da pandemia beneficiaram notavelmente desta crise mundial. Encontraram fundos disponíveis para absorver as perdas de receitas, enfrentar a concorrência e expandirem-se para as novas oportunidades que a pandemia está a abrir. Entretanto, os seus concorrentes mais fracos foram excluídos dos mercados de capitais e verão as suas notações de dívida serem reduzidas, os detentores das suas contas a telefonarem, e os clientes a ficarem nervosos com os negócios a longo prazo. Há um árbitro não económico para quem perece, sobrevive, ou prospera que é o apoio do governo. As companhias aéreas, por exemplo, não estão em condições de sobreviver a esta pandemia na sua forma actual. É difícil imaginar um produto mais propício à propagação de um vírus do que um avião. A pandemia acelera o trabalho remoto e evita as viagens de negócios, a vaca a dinheiro da indústria. Além disso, as companhias aéreas têm enormes despesas gerais e dificuldade em reduzir os custos quando as receitas diminuem. Várias pequenas companhias aéreas nacionais, não vistas como campeãs nacionais, e uma série de transportadoras estrangeiras, incluindo a Virgin Atlantic, declararam falência. Mas suspeito de que não veremos uma única grande transportadora dos Estados Unidos a afundar-se, porque as companhias aéreas têm um controlo mortal sobre o Congresso. Em Abril de 2020, o governo deu-lhes vinte e cinco mil milhões de dólares, e é provável que recebam mais. Uma combinação de bons lobistas e pessoas de relações públicas, alta consciência dos consumidores, e uma profunda ligação ao orgulho nacional podem salvar uma indústria, dando-lhe uma linha de vida com capital.
Andreia Sofia Silva Grande Plano MancheteCovid-19 | Analistas dizem que política de “zero casos” pode definhar economia local A possibilidade de abrir novamente a bolha de viagem entre as RAEs ao fim de 28 dias sem casos locais de covid-19 em Hong Kong pode ser essencial para a recuperação de Macau. Analistas ouvidos pelo HM entendem que a política de “zero casos” do Governo de Macau é “exagerada” e pode levar a uma situação económica muito difícil. Porém, antes de existir, a bolha rebentou com a notícia de um possível surto de covid-19 em Hong Kong A espera das autoridades de Macau pela inexistência de casos locais de covid-19 na vizinha Hong Kong para abrir as fronteiras pode levar a economia da RAEM a definhar cada vez mais. É esta a ideia deixada por vários analistas contactados pelo HM quando questionados sobre os efeitos da possível bolha de viagem com Hong Kong, caso se atinjam 28 dias sem novos casos locais de infecção. Porém, ontem foi noticiado nos media da região vizinha um possível surto no bairro de Tai Po, depois da detecção de uma elevada carga viral nos esgotos da zona. As autoridades da RAEHK procederam à testagem em massa de habitantes de 30 prédios. Segundo a RTHK, foram testadas 2100 pessoas, não tendo sido detectados casos positivos de covid-19 até ao momento. Além desta situação, o South China Morning Post, noticiou que as autoridades de saúde de Hong Kong estão ainda a investigar um caso de teste positivo à covid-19 de um residente na zona de Tai Po e que trabalha no Aeroporto Internacional de Hong Kong. As autoridades da região vizinha confirmaram também dois casos importados, um deles da Indonésia. Pedro Cortes, advogado e especialista na área do jogo, acredita que “a política de “casos zero” terá consequências gravosas para a economia, mais cedo ou mais tarde”. “Não se morre da doença, mas morre-se da cura. Vemos em algumas zonas de Macau as lojas fechadas e há muita gente no desemprego. Percebo esta política, mas tem de haver alguma flexibilidade, caso contrário vamos demorar muito tempo até recuperar para a situação que tínhamos antes da pandemia”, referiu. Ideia semelhante é defendida pelo economista Albano Martins, que considera que o Governo tem exagerado em muitas das medidas tomadas. “Há um grande exagero e não pode funcionar o “ou tudo ou nada”. Temos países em que o Governo não tem mão em nada, como os EUA na primeira fase com Trump. Macau conseguiu controlar a pandemia, mas está a exagerar. O poder está a cair na mão do pessoal da saúde, que são funcionários, mas que não sabem muito bem o que é a economia do território. É preciso jogar um pouco com maior flexibilidade, porque caso contrário não se morre da doença, mas da cura.” Glenn Mccartney, docente e investigador da Universidade de Macau (UM), especialista na área do turismo, diz que tudo depende de que lado se está. “Tudo depende se somos accionistas, casinos, o Governo ou investidores. Isto é uma pandemia e é muito difícil adivinhar o seu percurso. Podemos ter excesso de zelo, mas em alguns casos isso pode ser bom, tudo depende de que lado se está. Penso que, de momento, a precaução pode ser um factor positivo, estamos a seguir em frente, a ter algumas receitas. Claro que os investidores querem mais receitas e lucros, mas as consequências de fazer tudo muito depressa é a ocorrência de casos comunitários.” Também Óscar Madureira, advogado e especialista em jogo, defende que está na altura de as autoridades locais flexibilizarem mais as medidas. “Macau continua com alguma abertura em relação à China que apresenta números bem diferentes de Hong Kong. Não abre para Hong Kong de uma forma quase incompreensível.” O causídico refere que “a situação de Macau é complicada”, uma vez que as operadoras de jogo “estão há bastante tempo sem conseguir operar em termos normais”. “Houve um sopro de positividade durante a Semana Dourada, em Maio, mas, neste momento, parece-me que o facto de Macau continuar isolado é mau para o território”, adiantou. Tubo de escape Olhando para os dados dos visitantes que entraram em Macau em 2019, no período pré-pandemia, os visitantes de Hong Kong representavam cerca de 20 por cento. Para Pedro Cortes, a reabertura de uma bolha de viagem com o território vizinho “seria muito bom para a indústria do jogo e local, como os restaurantes e o pequeno retalho que vivem muito dos visitantes de Hong Kong”. Além disso, a abertura, a acontecer, pode funcionar como uma alternativa face às consequências negativas resultantes do aumento de casos de covid-19 em Guangdong. “Compensaria de certeza absoluta o que foram as últimas semanas de entradas da China. Seria uma pequena lufada de ar fresco na indústria do jogo, mesmo com todas estas reservas. Sei por alguns clientes nossos que o fecho das fronteiras tem sido bastante prejudicial”, defendeu Pedro Cortes. Albano Martins recorda que “Hong Kong é um mercado apetecível para o jogo de Macau”, mais antes de 1999 do que depois, quando o mercado chinês passou a dominar o sector. “Toda e qualquer abertura é boa para o crescimento do PIB [Produto Interno Bruto]”, frisou o economista, que aponta o dedo às autoridades pela forma como estão a gerir a questão da renovação das concessões de jogo. “O problema é a opacidade do Governo. Não se sabe muito bem se o Governo está a tentar manter o mercado do jogo ou se simplesmente está com a ideia, legítima, mas que na prática não é viável a curto prazo, nem nos próximos 20 anos, de diversificar, mas pela aniquilação do jogo. Acredito que o jogo vai continuar, as operadoras estão muito preocupadas porque não há luz verde nenhuma sobre como vão ser os processos de concessão e têm um investimento colossal.” Glenn Mccartney lembrou que as família são, um segmento importante para os casinos, sobretudo na área do entretenimento e lazer. “Temos de pensar que as crianças não poderão vir porque não estão vacinadas. Temos de pensar neste cenário de visitantes sem famílias, e haverá certamente uma aproximação passo a passo a Hong Kong [ao mercado]. Não vejo que esta bolha de viagem tenha um impacto imediato no sector do jogo, porque continuam as restrições.” Cautela é palavra de ordem no discurso do académico da UM. “Estas duas semanas [de análise] poderão ser estendidas. Com base naquilo que sabemos sobre o vírus, o Governo de Macau será ainda mais cauteloso. Há mais variantes do vírus e isso gera preocupações acrescidas.” Abrir as fronteiras com Hong Kong e manter o corredor com a província de Guangdong “pode levar a uma recuperação lenta” da economia local, defendeu. Prémios pelas vacinas No meio de toda esta equação, está um factor que pode resolver parte dos problemas: a vacina contra a covid-19. As autoridades de Macau frisaram que só poderão viajar para Hong Kong, com isenção da quarentena, quem tiver as duas doses da vacina. Pedro Cortes vai mais longe e pede que sejam criados benefícios para quem está vacinado, que poderiam passar, por exemplo, pela redução dos dias de quarentena. Se em Macau tem sido difícil conquistar a população para as vacinas, a situação não é melhor em Hong Kong, onde uma pequena percentagem da população está vacinada. Óscar Madureira acredita que é necessária uma maior intervenção do Governo. “Neste momento, era importante que a população de Macau se vacinasse. O Governo deveria ter uma palavra de maior pedagogia, sei que algumas operadoras já o fizeram e com bons resultados. Mas a percentagem da população vacinada não atingiu ainda números satisfatórios e isso prejudica a população de Macau. Se as fronteiras abrirem e houver contaminação será mais grave, e com a vacinação o Governo pode estar mais confiante.” Os últimos dados divulgados pelo Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus mostram que em Macau apenas cerca de 91 mil pessoas tomar as duas doses da vacina. Wynn optimista para o Verão A vice-presidente da Wynn Macau, Linda Chen, revelou que a estabilização da situação da pandemia nas regiões de Guangdong e Hong Kong ] e razão para estar optimista em relação ao número de visitantes esperados no próximo mês. À margem da apresentação da 9ª edição da exposição internacional da indústria do turismo de Macau, Linda Chen considerou que, pelo facto de estarem programadas várias actividades turísticas, culturais e desportivas para Julho, faz com que exista a expectativa de que a média diária de visitantes possa ultrapassar os 40 mil, à imagem do que aconteceu na semana dourada do 1º de Maio. Sobre o plano de expansão do Wynn Palace, a vice-presidente afirmou esperar que as novas instalações “correspondam ao desenvolvimento de Macau no futuro”.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | China soma 24 novos casos, todos oriundos do exterior A China detectou 24 casos de covid-19 nas últimas 24 horas, todos oriundos do estrangeiro, anunciaram hoje as autoridades de saúde do país. Os casos foram diagnosticados em viajantes provenientes do estrangeiro na cidade de Xangai (leste) e nas províncias de Sichuan (centro), Guangdong (sudeste), Jiangsu (leste) e Fujian (leste). A Comissão de Saúde da China adiantou que o número total de casos activos é de 514, incluindo 16 em estado grave. Desde o início da pandemia da covid-19, o país registou 91.653 casos da doença e 4.636 mortos. A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.875.359 mortos no mundo, resultantes de mais de 178,6 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Hoje Macau China / ÁsiaSurto de covid-19 em porto de Guangdong complica transporte marítimo mundial Um surto de covid-19 num dos mais movimentados portos da China causou congestionamento de navios de carga e incertezas na logística, nas vésperas de época alta para o transporte marítimo, relatou ontem a imprensa local. O porto de Yantian – o maior do mundo entre os que possuem um único terminal de contentores – fica em Guangdong. É através de Yantian que passa um terço do comércio internacional de Guangdong e um quarto das exportações chinesas para os Estados Unidos. Os surtos do novo coronavírus em Guangdong – causados, sobretudo, pela variante Delta -, nas últimas semanas, colocaram pressão adicional em outros portos chineses, como Nansha, Shekou ou Hong Kong. De acordo com a consultora chinesa Oneshipping, que fornece informações sobre o sector de logística, mais de 300 viagens foram canceladas ou desviadas para outras rotas e portos. Desvio para Nansha Na segunda-feira, o porto garantiu que retomou 70 por cento da sua capacidade total e que espera voltar à normalidade no final deste mês, antes da época alta para o transporte marítimo, concentrada anualmente nos meses de Agosto e Setembro, quando as empresas nos EUA e Europa se reabastecem para o Natal. O referido porto de Nansha, localizado na cidade de Cantão – a capital da província -, acrescentou 38 navios à sua frota para “garantir o fluxo desimpedido do comércio internacional”, o que conduziu a congestionamentos nas estradas que conduzem às instalações. A isto soma-se aos problemas logísticos decorrentes do congestionamento do cargueiro Ever Given, no Canal de Suez, que causou já dificuldades em escoar contentores nos portos chineses. A Maersk, uma das principais empresas de frete marítimo do mundo, expressou esperança de que os engarrafamentos no porto de Yantian, “um dos centros mais importantes do mundo”, sejam resolvidos “nas próximas semanas”.
David Chan Macau Visto de Hong Kong VozesCartão de consumo de Hong Kong O Governo de Hong Kong divulgou no passado dia 18 a forma de funcionamento do Programa de Cartões Electrónicos de Consumo de Hong Kong (ECVP/sigla em inglês). O valor por cartão monta a 5.000 HK dólares. Qualquer pessoa maior de 18 anos com residência em Hong Kong, anterior a 18 de Junho de 2021, os residentes permanentes e os recém chegados podem registar-se no website ou preencher um formulário em papel para se registarem no ECVP. Chen Maobo, Secretário das Finanças de Hong Kong, afirmou: “Espero que a emissão de cartões de consumo, carregados com 5.000 HK dólares, possa encorajar os residentes a usarem este meio de pagamento prático e flexível no comércio local, na restauração e nos serviços. Espero também que o consumo cresça e que a recuperação económica de Hong seja acelerada. O ECVP vai incentivar os pequenos e médios comerciantes a adoptarem o sistema de pagamento electrónico e abraçarem novas oportunidades de negócio.” Os residentes de Hong Kong podem optar pelo Alipay Hong Kong, pelo Octopus, o Tap & Go “Take and Stay Reward” e o WeChat Pay HK para receberem os cartões electrónicos, carregados com 5.000 HK dólares. Estes carregamentos serão efectuados em duas fases. Em todas as plataformas, excepto no Octopus, na primeira recebem 2.000 dólares e na segunda 3.000. As duas fases podem ser combinadas. No Octopus, existem três fases, duas com 2.000 dólares e uma com 1.000. As três fases podem ser combinadas. Os cartões podem ser usados em lojas físicas e em lojas online, em compras e serviços e também em transportes públicos. Não podem, no entanto, ser usados em pagamentos de impostos, de serviços públicos, doações, etc. Existem algumas diferenças do cartão de consumo electrónico de Macau que vale a pena salientar. Em primeiro lugar, quem usar o Octopus em Hong Kong recebe dinheiro em três fases. O Governo não impõe restrições à utilização do cartão nem data limite. Ou seja, o utilizador pode decidir como e quando usar o cartão. Se optar por não gastar os 1.000 dólares da última fase, pode cancelar o cartão e guardar esse montante. Esta possibilidade não existe no cartão de Macau. O objectivo do cartão de Macau é a promoção do consumo local. Por isso existe uma data limite para utilização do cartão. Se o valor não for usado dentro da data limite, o remanescente reverte para o Governo. Os residentes não podem levantar o valor que não gastaram nem revertê-lo para as suas poupanças. Em segundo lugar, em Hong Kong o Governo informa os cidadãos do saldo em cartão através de um SMS. Em Macau, para ter acesso a esta informação é necessário aceder a uma aplicação específica. Este método parece ser mais conveniente. Em terceiro lugar, a emissão do cartão de consumo com 5.000 HK dólares para revitalizar a economia assemelha-se aos primeiros cartões de Macau. Se o Governo de Hong Kong seguir o plano de Macau, os residentes depois de terem recebido estas injecções de dinheiro, poderão usar os subsídios em pleno. Esta estratégia irá revitalizar a economia de Hong Kong. Em quarto lugar, para beneficiar deste programa é necessário ser maior de 18 anos e ter residência em Hong Kong antes de 18 de Junho de 2021, ou seja, a data da implementação da medida. A intenção é garantir que o plano abrange apenas residentes da cidade. Há quem afirme que as pessoas deveriam dizer porque motivo não viviam em Hong Kong antes da implementação do plano. Esta abordagem só irá criar mais divisões e conflitos na cidade. Por último, embora os cartões electrónicos de Hong Kong sejam emitidos de forma faseada, podem ser combinados. A maior vantagem desta modalidade é permitir o pagamento de uma só vez de produtos de valor elevado. Esta possibilidade não existe em Macau onde o limite diário do cartão de consumo é de 400 patacas. Neste aspecto são completamente diferentes. O cartão de consumo de Hong Kong pretende revitalizar a economia da cidade. A intenção é boa, mas se houver muitas restrições e o montante disponível ficar pelos 5.000 dólares, resta ainda saber se os benefícios que trará à economia irão suplantar as críticas ao plano. Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau Professor Associado da Escola Superior de Ciências de Gestão/ Instituto Politécnico de Macau Blog:http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog Email: legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk
Hoje Macau China / ÁsiaPresidente das Filipinas ameaça prender quem recusar vacina contra a covid-19 O Presidente das Filipinas ameaçou prender quem se recusar a tomar a vacina contra a covid-19, numa altura em que o país combate o pior surto da doença desde o início da pandemia. “Se não se quiser vacinar, farei com que o prendam e depois injeto-lhe a vacina nas nádegas”, disse Rodrigo Duterte, conhecido pelas declarações polémicas e insultuosas, durante um discurso transmitido pela televisão, na segunda-feira. “Tu decides: toma a vacina ou ponho-te na prisão”, ameaçou o Presidente, de acordo com a agência de notícias EFE, que cita o portal Rappler. Embora nas Filipinas a vacinação seja voluntária, Duterte disse que vai procurar formas legais, no âmbito da lei de emergência, para forçar a população a inocular-se contra a doença. O aviso do Presidente, que insistiu que vai agir “dentro da legalidade”, surge numa altura em que a campanha de vacinação encontra resistência no arquipélago filipino, que acumulou 1,36 milhões de casos e 23.600 mortes desde o início da pandemia. Muitos filipinos estão relutantes em serem vacinados, após uma polémica em 2016 provocada por uma vacina contra o dengue, que mais tarde se descobriu aumentar o risco de sintomas graves em pacientes que não tinham tido a doença no passado. Até agora, o país, com quase 110 milhões de habitantes, só conseguiu vacinar 2,1 milhões de pessoas. O objetivo das autoridades é vacinar 70 milhões de pessoas antes do final do ano. No ano passado, o chefe de Estado filipino defendeu que as forças de segurança deviam abrir fogo contra quem criasse “desordem” em áreas sob confinamento, o que lhe valeu duras críticas de organizações de defesa dos direitos humanos. No mês passado, Duterte também deu ordens à polícia para deter pessoas a usar máscara de forma inadequada. Milhares de pessoas foram punidas por não cumprirem as regras decretadas para combater a covid-19, desde que as restrições foram reforçadas na capital e nas províncias vizinhas, no final de março, devido a um aumento nos casos do novo coronavírus SARS-CoV-2. O ministro da Justiça e o responsável pela polícia filipinos instaram os agentes policiais a impor multas ou serviços comunitários aos infratores, em alternativa à detenção, na sequência da morte de um homem que, por violar o recolher obrigatório, foi forçado a executar 100 flexões.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Província de Guangdong com dois casos locais A província de Guangdong registou dois casos locais de covid-19 nas últimas 24 horas, anunciou hoje a Comissão de Saúde da China. O país asiático diagnosticou ainda 23 casos positivos entre viajantes oriundos do exterior, na cidade de Xangai (leste) e nas províncias de Fujian (sudeste), Guangdong (sudeste), Sichuan (centro), Zhejiang (leste) e Mongólia Interior (norte). A Comissão de Saúde da China adiantou que o número total de casos activos é de 512, entre os quais 17 em estado grave. Desde o início da pandemia de covid-19, o país registou 91.629 casos da doença e 4.636 mortos. A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.868.393 mortos no mundo, resultantes de mais de 178,4 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCovid-19 | Bolha de viagem com Hong Kong após 28 dias sem casos Passados 14 dias sem casos locais de covid-19 em Hong Kong, as autoridades iniciaram negociações, mas querem esperar mais 14 dias até abrir uma bolha de viagem para vacinados, sem quarentena obrigatória. No entanto, serão exigidos testes de ácido nucleico nas partidas e chegadas Em Maio, o Chefe do Executivo foi peremptório: abrir uma bolha de viagem com Hong Kong só ao fim de 14 dias sem casos locais na região vizinha. Agora que foi atingida a meta, as autoridades decidiram esperar um pouco mais. Ontem o Governo de Macau começou a negociar com Hong Kong os moldes em que será feita a abertura de fronteiras, algo que só será realidade ao fim de 28 dias sem casos locais na região vizinha e apenas para quem tiver as duas doses da vacina contra a covid-19. Além disso, serão exigidos testes de ácido nucleico à entrada dos dois territórios. “Hoje [ontem], às 15h, a secretária Elsie Ao Ieong U [com a tutela dos Assuntos Sociais e Cultura] comunicou com as autoridades de Hong Kong. Sabemos que a situação em Macau e Hong Kong é mais estável e por isso será possível levantar a quarentena”, disse Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde (SSM). A medida “vai entrar em vigor quando Hong Kong não tiver novos casos durante 28 dias”. Só nessa altura “vamos disponibilizar quotas para a abertura da fronteira”. Alvis Lo adiantou que “os residentes de Macau e Hong Kong, antes da deslocação, têm de tomar as duas doses da vacina, e após a chegada a Macau é necessário fazer vários testes de ácido nucleico, sendo que a sua actividade será restringida antes da obtenção dos resultados”. Em caso de necessidade de deslocação entre as duas regiões por curto período de tempo, serão feitos menos testes. “Uma pessoa de Hong Kong que chega a Macau, e que vai ficar durante 14 dias, vai sujeitar-se a vários testes de ácido nucleico. Se ficar um ou dois dias não exigimos que faça tantos testes. Mas isso não impede que a pessoa tenha de fazer o teste antes de chegar a Macau”, explicou Alvis Lo. Mecanismo de suspensão O director dos SSM referiu que vão existir quotas para circulação de pessoas, sendo que a qualquer momento o mecanismo pode ser suspenso, caso surjam novos casos locais. “Quando houver novos casos em Hong Kong vamos suspender as medidas. Ainda estamos a falar e a debater a possibilidade de isenção de quarentena. Temos de reunir mais algumas vezes antes de chegar a um resultado definitivo.” Alvis Lo também não adiantou mais informações sobre casos específicos, nomeadamente sobre a circulação de crianças, uma vez que as reuniões ainda decorrem. “As medidas têm de assegurar a segurança da população. A pessoa tem de se vacinar, e depois de chegar a Macau ou a Hong Kong, tem de fazer mais um teste de ácido nucleico e não pode praticar algumas actividades.” Alvis Lo assegurou que faltam discutir muitos assuntos com Hong Kong nos próximos 14 dias, mas que a abertura da bolha de viagem vai também permitir deslocações até para o Aeroporto Internacional de Hong Kong. “Se conseguirmos abrir a fronteira com Hong Kong, quem está isento de quarentena pode também ir para o aeroporto, isso não tem a ver com o corredor [de viagem] entre Macau e Hong Kong. ” Está também a ser equacionada a divisão por zonas, que limitam a circulação na RAEHK de acordo com a maior ou menor incidência da pandemia. “Não excluímos a possibilidade de dividir [a cidade] por zonas. Neste momento, olhamos para toda a cidade de Hong Kong, mas é uma alternativa que podemos colocar com o Governo de Hong Kong”, frisou Alvis Lo. Mil vacinas por dia Durante a apresentação do novo posto de vacinação, Alvis Lo revelou que o espaço do Centro Desportivo de Mong-Há tem capacidade para vacinar 1.000 pessoas por dia e que é mais um passo para “melhorar a conveniência” do processo. “A vacinação começou a 9 de Fevereiro e, desde então, temos vindo a melhorar a conveniência. Em Macau já temos 18 postos de vacinação e 10 mil vagas no total. Este centro tem capacidade para vacinar 1.000 pessoas por dia”, apontou. O director dos SSM partilhou ainda que a percentagem de jovens com mais de 12 anos que estão inoculados é de 34 por cento, taxa que considerou ser “muito elevada”. Minutos depois da abertura do novo posto, que apenas disponibiliza a vacina da Sinopharm, algumas dezenas de pessoas compareceram para ser inoculadas. O subdirector do Hospital Kiang Wu, Cheung Chun Wing, informou que o novo posto possui 10 postos de vacinação e conta com a colaboração de 25 profissionais de saúde daquele hospital privado. Omissão não é crime Os responsáveis do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus garantiram que o homem que corresponde ao 53º caso de infecção por covid-19 não incorre em crime por ter ocultado que trabalhou na Índia antes de se deslocar para Macau. “Ele disse a verdade quanto à sua estadia nos últimos 28 dias. Mas quando fizemos mais perguntas sobre esses dias ele omitiu que tinha estado na Índia, pelo que não se aplica a lei. Só quando houver um problema na sociedade ou um impacto com danos graves é que haverá responsabilidade criminal”, disse Leong Iek Hou, coordenadora do Centro. Shenzhen e os testes Quem passou pelo Aeroporto Internacional de Shenzhen Bao’an entre 10 e 18 de Junho, deve sujeitar-se a cinco testes de ácido nucleico, ao longo de 14 dias e cumprir “autogestão de saúde rigorosa”. Segundo o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus inclui-se neste grupo, quem esteve em qualquer terminal, estação de autocarros e metro do aeroporto, sendo que o seu código de saúde passará a ser amarelo. A medida é atribuída à “existência de indícios da disseminação da variante Delta do vírus” no Aeroporto de Macau. Medicamentos suficientes O director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo Iek Lo garantiu ontem que o stock de medicamentos para fazer face à pandemia em Macau é suficiente e que actual foco é aumentar a taxa de vacinação. “Além do número de vacinas, o stock de medicamentos para fazer face à pandemia é suficiente. O que podemos fazer agora é apostar na vacinação, este é o trabalho principal e é uma tarefa cujo resultado depende dos esforços do público e do Governo”. Sobre o plano de testagem em massa Alvis Lo acrescentou que já estão disponíveis, caso haja um surto na comunidade, 42 postos que permitem analisar toda a população no espaço de quatro dias.
Hoje Macau Manchete SociedadeSondagem | 37,7% da população hesitante ou negativa em relação à vacina contra a covid-19 Uma sondagem da Universidade de Macau revelou que 37,7% dos inquiridos estão hesitantes ou negativos em relação à vacina contra a covid-19 no território que tem uma taxa de vacinação reduzida apesar dos vários incentivos dados pelas autoridades. Segundo o inquérito realizado por investigadores do Instituto de Ciências Médicas Chinesas (ICMS), referente a Maio de 2021 e divulgado hoje, entre aqueles que não têm planos de sair de Macau, 49,5% estão hesitantes ou negativos quanto à vacina e “cerca de 35% dos inquiridos estão preocupados com a possibilidade de ocorrerem reacções adversas graves após a vacinação”. A conclusão dos investigadores, feita através de 552 questionários válidos, é de que as preocupações sobre reações adversas graves após a vacinação e o facto das pessoas confiarem em fontes de informação que estão na internet são os fatores negativos para a não vacinação. Por outro lado, “o aumento da conveniência da vacinação, a promoção da responsabilidade social e a existência de incentivos adequados são factores positivos que influenciam a intenção de receber a vacina”, lê-se no comunicado. Com estes resultados, os investigadores propõem quatro recomendações: “otimizar a conveniência da vacinação, aumentando a capacidade, acessibilidade, e mobilidade dos locais de vacinação (…) fomentar parcerias com organizações apropriadas para divulgar informação sobre vacinação ao público através da utilização de múltiplos canais (…) envolver profissionais de saúde para fornecer proactivamente informação científica sobre vacinação ao público para dissipar dúvidas e rumores (…) encorajar o público a identificar objectivamente o risco e os benefícios de ser vacinado, a fim de tomar medidas preventivas de forma atempada e assumir responsabilidade social”. O programa de vacinação começou em 9 de Fevereiro, é gratuito, os residentes podem escolher entre duas vacinas, não faltam doses disponíveis, contudo, os resultados têm sido muito pouco animadores e até o Governo já admitiu que Macau pode ficar numa “situação embaraçosa”. Com uma população composta por cerca de 700.000 pessoas, desde o início da campanha de vacinação foram vacinadas 291.995 pessoas, tendo 118.266 tomado a primeira dose e apenas 87.506 as duas, segundo os últimos dados oficiais. Macau tem capacidade para inocular mais de 8.000 pessoas diariamente. Desde o final de Maio, e para contrariar a inação dos residentes, os casinos de Macau prometeram dinheiro, dias de férias extra e sorteios para quem se vacinar. Uma das operadoras de jogo, a Melco, avançou mesmo com uma campanha ‘milionária para a qual destinou 16 milhões de patacas e que contempla a organização de seminários, pagar mil patacas a cada funcionário “plenamente vacinado” e promover ainda sorteios que podem valer seis prémios de um milhão de patacas. Estes incentivos coincidiram com o surgimento de casos na província vizinha chinesa de Guangdong, de onde provem a maioria de turistas para Macau e parte substancial da força de trabalho de Macau. Guangdong detetou dezenas de infeções locais desde 21 de maio, situação que levou as autoridades locais a impor, esta semana, restrições à circulação interna de pessoas, ao ditar que quem quiser sair da província deve fazer um teste à covid-19, e a isolar bairros inteiros. Macau identificou até agora 53 casos de covid-19, mas não registou qualquer morte desde o início da pandemia. Nenhum profissional de saúde foi infetado e não foi detetado qualquer surto comunitário.
Hoje Macau DesportoMédio brasileiro Paulinho deixa o Guangzhou FC por não poder entrar na China O futebolista brasileiro José Paulo Bezerra, conhecido como Paulinho, anunciou hoje a sua saída do clube chinês Guangzhou FC, face à impossibilidade de voltar à China, que encerrou as fronteiras, como medida de prevenção contra a covid-19. Na sua conta oficial no Instagram, o médio, que jogou também no Barcelona e Tottenham, afirmou que se trata de uma “despedida precoce”, mas que, “infelizmente, a pandemia alterou profundamente a dinâmica mundial”. “Devido à pandemia, eu e o clube pensamos ser melhor chegar a um acordo. Então, o meu ciclo como jogador do Guangzhou termina aqui”, explicou Paulinho, numa mensagem filmada. O futebolista relembrou a passagem pelo Guangzhou FC – anteriormente conhecido como Guangzhou Evergrande -, com o qual disputou 172 jogos, marcou 74 golos e conquistou oito títulos. A imprensa chinesa referiu a tristeza dos adeptos do clube, mas apontou que também é um “grande alívio financeiro” para o Guangzhou FC, após as últimas regras aprovadas pela Associação Chinesa de Futebol, que estipulam em 600 milhões de yuan o orçamento máximo do clube. Paulinho, de 33 anos, junta-se assim ao seu compatriota Talisca, que deixou o Guangzhou FC no mês passado e foi contratado pelo Saudi Al-Nassr. O jogador está por enquanto sem clube. Os primeiros casos do novo coronavírus foram detetados pela primeira vez na cidade de Wuhan, no centro da China, em dezembro passado, mas, com exceção de surtos esporádicos e localizados, a vida regressou ao normal no país asiático. Perante a propagação da doença por todo o mundo, a China praticamente fechou as fronteiras, em 26 de março de 2020, permitindo a entrada de estrangeiros no país só em casos considerados essenciais.
Hoje Macau China / ÁsiaRetomado voo entre Portugal e a China após duas semanas de suspensão A ligação aérea entre Portugal e a China foi retomada este fim de semana após ter estado suspensa por duas semanas, por terem sido detectados sete casos de covid-19, em Maio, num voo oriundo de Lisboa. Fonte da companhia aérea Beijing Capital Airlines confirmou à agência Lusa que o voo foi retomado, após ter cumprido o período de suspensão, imposto pela Administração de Aviação Civil da China. O voo entre Lisboa e a cidade de Xi’an, no centro da China, esteve suspenso entre 31 de Maio e 19 de Junho. A operação foi retomada com a frequência de um voo por semana, revelou a mesma fonte. O país asiático, onde a covid-19 surgiu em Dezembro de 2019, foi o primeiro a conter o surto, pelo que passou a temer uma ressurgência devido aos casos oriundos do exterior, sobretudo chineses que tentam regressar ao país. As autoridades chinesas reduziram as ligações aéreas com o exterior, no final de Março do ano passado, à medida que o novo coronavírus se alastrou pelo mundo. A Beijing Capital Airlines retomou, no final de Agosto passado, o voo entre Portugal e a China.
Hoje Macau Grande Plano MancheteCovid-19 | Europa sugeriu levantar restrições a Macau, mas RAEM mantém política O Conselho da União Europeia sugeriu o levantamento gradual de restrições a Macau no âmbito do controlo da propagação da pandemia, mas pediu reciprocidade. As autoridades locais não foram na “cantiga”, e reiteraram que continuam a considerar o espaço europeu como uma zona de alto risco. Relativamente ao 53.º caso confirmado de covid-19, as autoridades adiantaram que o paciente omitiu ter estado na Índia entre Fevereiro e Maio Ainda não é desta que as restrições fronteiriças entre Macau e a Europa vão ser aliviadas. Na passada sexta-feira, o Conselho da União Europeia (UE) acrescentou os Estados Unidos à lista de países e territórios cujos cidadãos podem fazer viagens não-essenciais para território comunitário e anunciou a possibilidade de levantar gradualmente as restrições a Macau, no âmbito das medidas anti-covid-19. Segundo um comunicado, o Conselho, ao abrigo da revisão periódica da lista de países e territórios cujos cidadãos têm luz verde para entrar na UE, foram acrescentados os Estados Unidos da América, a Macedónia do Norte, a Sérvia, a Albânia, o Líbano e Taiwan. Foi ainda decidido o levantamento gradual das restrições imposta às regiões administrativas especiais de Macau e Hong Kong, mantendo-se o princípio da proporcionalidade para a China, ou seja, só serão autorizadas viagens não essenciais da China para a UE quando Pequim permitir também viagens de lazer de cidadãos comunitários. O coordenador do plano de vacinação contra a covid-19 da RAEM, Tai Wa Hou, sublinhou que de acordo com “a política actual de entrada em Macau com excepção das regiões de baixo risco do Interior da China, todos os países, incluindo os da União Europeia, ainda são considerados como áreas de alto risco”. Ou seja, a entrada de estrangeiros em Macau continua a não ser permitida, “mantendo-se esta política inalterada”. Tai Wa Hou acrescentou que “presentemente, não há condições para negociar com outros países isenção parcial das medidas de restrições à entrada, após a vacinação, pelo que é aplicável a todos os estrangeiros as medidas e exigências de controlo sanitário para a entrada em Macau”. Trocado por miúdos, a obrigação de quarentena mantém-se. Vacinas contam A lista de países e territórios cujos cidadãos têm luz verde para entrar no espaço europeu já incluía Austrália, Israel, Japão, Nova Zelândia, Ruanda, Coreia do Sul, Tailândia e Singapura. Os residentes de Andorra, Mónaco, São Marino e Vaticano devem ser considerados como residentes da UE para efeitos da presente recomendação. Recorde-se que devido à pandemia da covid-19, a UE fechou as suas fronteiras externas em Março de 2020 a viagens não essenciais. Entretanto, foi elaborada uma lista restrita, revista a cada duas semanas e actualizada quando se justifica, dos países terceiros cujos residentes são autorizados a viajar para a UE, com base em critérios epidemiológicos, testes realizados, e agora tendo também em conta a campanha de vacinação. Em 20 de Maio, o Conselho adoptou uma recomendação de alteração para responder às campanhas de vacinação em curso, introduzindo certas derrogações para as pessoas vacinadas e flexibilizando os critérios de levantamento das restrições para os países terceiros. Ao mesmo tempo, as alterações têm em conta os possíveis riscos colocados pelas novas variantes, estabelecendo um mecanismo de travagem de emergência para reagir rapidamente ao aparecimento de uma mutação preocupante num país terceiro. Último caso O 53.º caso confirmado de covid-19, que entrou em Macau na passada quinta-feira, terá omitido o facto de ter trabalhado na Índia entre Fevereiro e Maio deste ano. O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus afirmou ontem que, “inicialmente, o paciente admitiu que apenas tinha estado a trabalhar no Vietname entre Outubro de 2020 e Janeiro de 2021. Mas, depois de ter sido questionado, de forma repetida, acabou por afirmar que tinha trabalho na Índia entre Fevereiro e Maio de 2021”. Apesar de o teste realizado em Maio em Taiwan ter dado negativo, aquando da entrada em Macau, o paciente apresentava “sintomas respiratórios ligeiros, como corrimento nasal, entre outros”. As autoridades de saúde lamentaram o facto de o paciente não ter prestado informação verdadeira sobre o seu historial de viagens ao entrar em Macau e reiteraram as consequências legais de violar a lei de prevenção, controlo e tratamento de doenças transmissíveis. “As pessoas infectadas, suspeitas de terem contraído ou em risco de contraírem doença transmissível têm o dever de prestar as informações necessárias sobre o seu estado de saúde, os locais onde estiveram ou os contactos que mantiveram”, alertas as autoridades. Quem não cumprir a lei, “propagar doença contagiosa, e criar deste modo perigo para a vida ou perigo grave para a integridade física de outrem, é punido com pena de prisão de 1 a 8 anos.” O centro de coordenação afirmou mesmo que “o paciente não levou a sério a ameaça à segurança da saúde pública e à vida de terceiros”. Vacinas a caminho Na passada sexta-feira chegaram a Macau as previstas 10 mil doses de vacinas de mRNA da BioNTech e o coordenador do plano de vacinação anunciou que no outro lote chegará até ao fim do mês. No entanto, “a quantidade concreta e a data específica de entrega estão por acordar”, afirmou Tai Wa Hou. No cômputo geral, até às 16h de sexta-feira (os dados mais recentes até ao fecho da edição), havia sido administradas 279.931 vacinas a um total de 196.744 pessoas. Até à tarde de sexta-feira, apenas 84.461 pessoas completaram as duas doses, o que corresponde a uma taxa de vacinação de 12,37 por cento. Uma questão de residência O Certificado Digital da Covid-19 da União Europeia começa a poder ser usado a 1 de Julho. O objectivo é permitir a circulação de cidadãos do bloco comunitário sem restrições associadas à pandemia, se estiverem vacinados, nos Estados-Membros e alguns outros países, como a Suíça. Portugal definiu que a emissão do certificado pode ser solicitada por cidadãos nacionais e estrangeiros, mas precisam de ter residência em Portugal e ser titulares do número de utente do Serviço Nacional de Saúde. “Questão distinta será saber que decisão será tomada, em termos de mobilidade, sobre a utilização destes certificados por Portugal: quais as medidas que serão dispensadas em função dos certificados, que vacinas, que informação necessária, que prazos. Os trabalhos estão em curso, em linha com as recomendações da UE sobre circulação interna e para a UE. Teremos de aguardar por novos desenvolvimentos”, respondeu o Consulado Geral de Portugal em Macau e Hong Kong ao HM. Negado rumor O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus alerta que, ao contrário do que circulou nas redes sociais, não está em Macau uma pessoa infectada com covid-19 proveniente de Cantão. “Está a ser veiculada na rede social uma notícia que alude a informações de que um novo paciente diagnosticado com covid-19, proveniente da cidade de Cantão (Guangzhou), tinha entrado em Macau. Esta situação não corresponde à verdade”, pode ler-se na nota emitida na sexta-feira. O Centro explica ainda que existe um mecanismo de cooperação com Cantão e que, “caso ocorra alguma situação epidémica, as informações serão disponibilizadas de forma imediata”. É também feito um apelo para que não sejam divulgadas ou criadas informações falsas, “pois estas podem causar confusão e pânico no seio da sociedade”, além de serem actos que podem ser “alvo de responsabilização criminal”.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | China ultrapassa as 1.000 milhões de doses de vacina administradas O Ministério da Saúde da China garantiu este domingo ter ultrapassado a administração de 1.000 milhões de doses de vacina contra a covid-19, sem adiantar, contudo, qual o número de pessoas já vacinadas com as duas doses. O número de doses injectadas representa mais de um terço do total em todo o mundo, que ultrapassou na sexta-feira os 2.500 milhões de vacinações, segundo uma contagem feita pela agência noticiosa France-Presse (AFP), com base em fontes oficiais. Inicialmente, as autoridades sanitárias chinesas não se apressaram com a vacinação, já que o vírus foi virtualmente erradicado do país por mais de um ano, graças a quarentenas obrigatórias, exames massivos ou aplicativos de controle móvel de viagens. A falta de dados inicialmente disponíveis sobre vacinas chinesas e os escândalos anteriores de doses adulteradas na China também ajudaram a refrear a campanha de vacinação. No entanto, o Governo e as empresas adotaram uma abordagem mais pró-activa, pressionando fortemente os residentes e os funcionários para se vacinarem, enfatizando a solidariedade nacional e o seu dever como cidadãos. Às vezes, as autoridades também oferecem ‘vouchers’ para incentivar a vacinação. O surgimento nas últimas semanas de alguns casos locais na densamente povoada província de Guangdong também serviu como um lembrete diante do risco de uma retoma da epidemia. No total, já foram administradas 1.010 milhões de doses, segundo o Ministério da Saúde chinês, que reportou também hoje que foram detetados nas últimas 24 horas mais 23 novos casos de covid-19, todos importados, que foram imediatamente postos em quarentena, sem contacto com o resto da população. A China espera imunizar pelo menos 70% de sua população até o final do ano, ou cerca de um 1.000 milhões de pessoas. Quatro vacinas, todas chinesas, estão atualmente autorizadas: a do laboratório privado Sinovac, duas da gigante pública Sinopharm e uma da farmacêutica CanSino Biologics. A vacina da empresa alemã BioNTech também poderá receber “luz verde” nos próximos meses, principalmente graças a um acordo com um parceiro local. Nos últimos 13 meses, segundo os dados oficiais chineses, apenas foram contabilizadas duas mortes associadas à covid-19 na China Lojas, restaurantes e bares reabriram na primavera de 2020 e a opinião pública está geralmente muito satisfeita com a gestão da crise pelo governo. A mesma entidade adiantou que o número total atual de casos ativos é de 510, entre os quais 18 em estado grave. Desde o início da pandemia de covid-19, o país registou 91.587 casos da doença e 4.636 mortos.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Filipinas adquirem 40 milhões de vacinas da Pfizer O Governo das Filipinas assinou um acordo para adquirir 40 milhões de doses da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Pfizer e BioNTech, a sua maior compra de vacinas até domingo, informaram fontes oficiais. O responsável pela gestão das vacinas no país, Carlito Gálvez, assegurou em comunicado que as doses vão começar a chegar em agosto e explicou que a aquisição só foi possível graças à quebra na procura “por muitos países grandes e ricos”. “A maioria (desses países) já adquiriu vacinas mais do que suficientes para sua população e já vacinou muitos dos seus cidadãos. Isso permitiu que o fabricante se comprometesse connosco para a entrega”, acrescentou Gálvez. Com o acordo, as Filipinas garantem o fornecimento de 113 milhões de doses de vacinas, entre as quais 26 milhões da chinesa Sinovac, 20 milhões da americana Moderna, 17 milhões da anglo-sueca AstraZeneca e 10 milhões da russa Sputnik. As Filipinas esperam obter também 44 milhões de doses através do Covax, o mecanismo acionado pela Organização Mundial de Saúde para os países com menores recursos. As Filipinas iniciaram na semana passada um programa para vacinar 33 milhões de pessoas que trabalham foram de casa e continuam a vacinar trabalhadores de setores prioritários, como a saúde, e idosos, com o objetivo de alcançar a imunidade de grupo este ano. As Filipinas foram um dos países mais afetados pela pandemia no sudeste asiático, com mais de 1,3 milhões de casos confirmados e 23.621 mortes por covid-19 até agora. A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.853.859 mortos no mundo, resultantes de mais de 177,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Hoje Macau China / ÁsiaAeroporto em Shenzhen cancela voos após caso positivo de covid-19 O aeroporto de Shenzhen cancelou centenas de voos e aumentou, hoje, o controlo, depois de um funcionário de um restaurante ter testado positivo para a variante delta do coronavírus. Em comunicado publicado na conta oficial na rede social WeChat, o aeroporto informou que, para entrarem no espaço, as pessoas devem apresentar um teste negativo, realizado nas últimas 48 horas. De acordo com a informação, as restrições entraram em vigor às 13:00 e as passagens serão totalmente reembolsadas. Segundo as autoridades locais de saúde, o caso foi detectado na quinta-feira, numa pessoa de 21 anos, no âmbito da testagem de rotina a trabalhadores do aeroporto. De acordo com o ‘site’ VariFlight, foram cancelados quase 400 voos na sexta-feira, assim como dezenas de voos programados para hoje. Shenzhen acolhe grandes empresas asiáticas de tecnologia como a Huawei e a Tencent. A China registou 30 casos de covid-19 nas últimas 24 horas, seis deles por contágio local na província chinesa de Guangdong, que faz fronteira com Macau e Hong Kong, anunciou hoje a Comissão de Saúde da China. A mesma entidade adiantou que o número total de casos activos é de 503, entre os quais 21 em estado grave. Desde o início da pandemia de covid-19, o país registou 91.564 casos da doença e 4.636 mortos.
João Luz SociedadeDSEDJ | Actividades de férias na Grande Baía canceladas A situação epidémica na Grande Baía levou ao cancelamento de actividades de férias planeadas pelo Governo para os jovens de Macau. Entretanto, os Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude vão lançar este ano um plano para alargar o sentimento patriótico, com base na história de Macau “Mais e mais amor” podia ser um hino não oficial da segunda reunião deste ano do Conselho da Juventude. Após a reunião do órgão, Cheong Man Fai, da Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), revelou que será lançado ainda este ano o “plano educativo de extensão do sentimento patriótico”. O plano terá como ponto estratégico central a Base da Educação do Amor pela Pátria e por Macau, e pretende mostrar pontos geográficos de aprendizagem da história local e facultar recursos pedagógicos que dêem a conhecer, “de forma animada e viva”, a história e o desenvolvimento social da pátria e de Macau. “Em Macau há vários museus, como a Casa do Mandarim, Museu Memorial de Xian Xinghai, Museu de Macau, todos esses locais merecem ser visitados e permitem conhecer melhor a história de Macau”, afirmou Cheong Man Fai. A chefe do Departamento de Juventude indicou que estas visitas serão organizadas conjuntamente entre a DSEDJ, o IAM e o IC. A ideia é acompanhar o andamento do que é ensinado nas salas de aula. Por exemplo, quando a história sobre a Guerra do Ópio for leccionada, as escolas podem inscrever-se para este tipo de actividade e conhecer de perto episódios e locais que marcaram o período histórico focado curricularmente. Além das visitas guiadas, Cheong Man Fai, adiantou que na base da educação do amor serão realizados espectáculos de dança do dragão interactivos, dedicadas a alunos do ensino primário. Além de conteúdos que incidam mais sobre Macau, foram várias as vozes no Conselho da Juventude que sugeriram que a base da educação do amor se aperfeiçoasse através do recurso a novas tecnologias, como a realidade virtual, realidade aumentada e aumento dos conteúdos nas plataformas online. A aposta tecnológica não só iria colmatar os limites espaciais da base, como permitirá atrair mais visitantes, na óptica da DSEDJ, “não apenas estudantes, mas toda a sociedade de Macau”, afirmou Cheong Man Fai. Até Maio passado, a base foi visitada por alunos de 42 escolas secundárias e primárias e 3 universidades, num total de 5000 pessoas. Pausas curtas No final da reunião de ontem do Conselho da Juventude foi revelado a cancelamento de actividades de férias que estavam planeadas para a zona da Grande Baía, devido aos casos de covid-19 detectados na região. Segundo Choi Man Chi, da divisão de desenvolvimento geral de estudantes da DSEDJ, no final da inscrição para as actividades de férias as autoridades contaram mais de 32 mil inscrições, para um total de 38 mil vagas. A pandemia é o núcleo principal das férias, com as autoridades a fazerem os possíveis para evitar ajuntamentos, a proporcionar distância social e uso de máscaras. Quanto ao relatório da consulta pública sobre o Política da Juventude para os próximos 10 anos, foi revelado ontem que o documento será divulgado em breve. Sobre a polémica e possível retirada da expressão “pensamento crítico” do texto, Cheong Man Fai adiantou que as expressões “pensamento crítico” e “pensamento distintivo” se vão manter no documento, e que são essencialmente sinónimos. Importa recordar que “pensamento crítico” não é uma forma de demonstrar oposição, mas um conceito analítico de avaliação da validade de uma asserção ou teoria.