Andreia Sofia Silva SociedadeVacinação é essencial para aumentar confiança dos visitantes, defendem académicos Depois de se ter transformado num verdadeiro caso de sucesso na luta contra a covid-19, Macau tem agora de lidar com o desafio de vacinar a população, o que traria maior confiança a quem pretenda visitar o território. A ideia é defendida pelos académicos Glenn Mccartney e José Pinto, da Universidade de Macau (UM), num comentário publicado na revista científica Lancet, intitulado “Respostas de Macau à covid-19: Do sucesso da eliminação do vírus aos desafios da implementação da vacinação” [Macao’s COVID-19 responses: From virus elimination success to vaccination rollout challenges]. “Uma população vacinada, sobretudo os trabalhadores da linha da frente, iria reforçar a confiança dos visitantes e os seus sentimentos de segurança. Macau constitui um estudo notável tendo em conta as lições aprendidas, a vacinação que decorre em toda a Ásia e a reabertura de fronteiras.” Além disso, os autores consideram que o território “é agora desafiado a, rapidamente, garantir a imunidade de grupo devido à existência de múltiplas variáveis na Ásia”. “Macau está economicamente dependente do turismo, e com isto, a contínua abertura de fronteiras, com a criação de bolhas de viagem, garantiu alguns visitantes. É, ainda assim, limitador e é necessário mais para devolver os lucros à indústria”, apontam. Prognósticos difíceis Contactado pelo HM, Glenn Mccartney explicou que estão em causa factores que podem mudar muito rapidamente consoante a evolução do próprio vírus. “Não ficaria surpreendido por ver mais pessoas a serem vacinadas com base na percepção do risco do vírus. Mas precisamos de mais investigação, sobre as razões pelas quais as pessoas querem vacinar-se, a mensagem que o Governo está a passar para o público e qual a sua influência.” O artigo aponta também para a necessidade de maior análise a esta nova fase do surto, incluindo “uma investigação às taxas de vacinação dos não residentes, os motivos e as percepções de risco”. Os mais recentes casos de covid-19 na província de Guangdong têm feito soar os alarmes e as autoridades locais têm vindo a reagir com novas medidas, mas o académico, especialista nas áreas do turismo e gestão hoteleira, defende que estamos perante um panorama que pode mudar diariamente. “Guangdong constitui uma fonte chave de visitantes para o mercado de Macau, então naturalmente terá impacto [o aumento de casos]. Há também os visitantes de outras zonas da China que viajam para Macau através de Guangdong, e que passam pela ponte ou por Zhuhai. É muito difícil estimar o impacto, é de facto uma análise feita diariamente.” As medidas de contenção são, segundo o autor do comentário, “cruciais para que haja caminho a uma rápida recuperação” do sector do turismo e jogo, concluiu. Em relação à vacinação, os autores do estudo lembram as mensagens que o Executivo teve de transmitir junto da população para disseminar falsos rumores. A continuação dos apoios financeiros “incitou a confiança junto da comunidade”, defendem.
Andreia Sofia Silva Grande Plano MancheteCovid-19 | Macau quer menos restrições na fronteira com HK para quem está vacinado As autoridades de Macau pretendem negociar com Hong Kong o levantamento de restrições de viagem para pessoas que já estejam vacinadas ou que apresentem um teste de ácido nucleico à covid-19 negativo com validade de 48 horas. A vacina da mRNA/BioNTech começa hoje a ser administrada a adolescentes entre os 12 e os 15 anos Reduzir o período de quarentena ou levantar algumas restrições na emigração. São estas as possibilidades levantadas pelas autoridades de Macau, que revelaram ontem estar disponíveis para negociar com Hong Kong o levantamento de medidas de prevenção à covid-19 para pessoas que já estejam vacinadas ou que apresentem um teste de ácido nucleico negativo à covid-19 com um prazo de 48 horas. No entanto, Leong Iek Hou, coordenadora do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, não especificou se será possível aos residentes de Macau deslocarem-se a Hong Kong para viajarem para outros países. “Não afastamos a possibilidade de alterar as medidas para as pessoas vacinadas ou as que apresentem um teste de ácido nucleico válido por 48 horas. Hong Kong está há 10 dias consecutivos sem novos casos, e se atingir os 14 dias, estão preenchidos os requisitos para negociarmos novas medidas. Iremos pensar [em novas regras] para as pessoas vacinadas das duas regiões, ou encurtar o prazo de quarentena, mas depende da negociação entre os dois governos.”, disse. Leong Iek Hou referiu que tem existido uma “comunicação estreita” entre as autoridades das duas regiões, mas que as negociações não terão ainda começado. “Assim que Hong Kong conseguir estar 14 dias sem casos locais poderemos negociar se há possibilidade de ajustar as medidas de emigração. Este é o pressuposto para arrancar com os trabalhos.” “Para já não existe ainda um plano concreto, e estamos cientes de que existem alguns casos em Macau. Só estamos há 10 dias consecutivos sem novos casos. Mesmo que da parte de Hong Kong surjam medidas não é possível alterar as medidas todas de uma só vez”, adiantou a coordenadora do Centro. Para maiores de 12 Na conferência de imprensa de ontem, foram também avançados novos dados sobre a administração da vacina da mRNA/BioNTech a jovens com mais de 12 anos, depois da publicação do despacho em Boletim Oficial pelo Chefe do Executivo, Ho Iat Seng. “Vamos estender a vacina às pessoas com idade igual ou superior a 12 anos. As pessoas entre os 12 e os 15 anos podem fazer a marcação através do nosso sistema. Os locais de vacinação serão o Centro Hospitalar Conde de São Januário, na sala de colheita de sangue, e dois centros de saúde na Ilha Verde e Ocean Garden. A quota diária será para 800 pessoas”, adiantou Tai Wa Hou, coordenador do plano de vacinação. Os jovens podem fazer-se acompanhar pelos pais e terão sempre de apresentar um comprovativo de consentimento. Está a ser pensado ainda um plano de proximidade junto das escolas, para dar mais informações sobre a vacina e criar uma sensibilização em prol da vacinação junto da comunidade escolar. “Estamos a planear enviar pessoal para realizar palestras e queremos começar pelas escolas secundárias para aumentar o nível de sensibilização de pais e professores, considerando que os destinatários são menores e é necessário um consentimento dos tutores e dos pais.” O plano de proximidade, a existir, deverá arrancar só em Setembro. “Há escolas mais pequenas que podem ser juntas a outras para podermos fazer os nossos trabalhos”, disse ainda Tai Wa Hou. O responsável frisou que existe “um número suficiente de doses mRNA para jovens”, tendo em conta que este fim-de-semana Macau recebe mais 10 mil doses de vacinas deste laboratório. Sem restrições Os responsáveis do Centro de Coordenação foram questionados sobre casos de residentes que pretendem voar para Macau através de Singapura e que estão a ser informados, nos locais de partida, de restrições à chegada ao território. Lau Fong Chi, representante da Direcção dos Serviços de Turismo, assegurou que “o melhor será entrar em contacto com as companhias aéreas”. “Sabemos que os residentes podem fazer escala por Singapura. Tudo depende do local de partida e quais são as restrições e exigências aí. As pessoas podem ter como referência a situação anterior, em que se fazia escala em Taiwan e a única restrição era a realização de uma escala de oito horas, pelo menos, ou a obrigatoriedade de voar na mesma companhia aérea.” Lau Fong Chi adiantou também que, quando se realizam escalas, “há restrições diferentes e pode haver diferentes considerações tendo em conta as realidades locais”. “Não há uma restrição quanto ao local de partida”, frisou. Relativamente aos estudantes do ensino superior que pretendem voltar ao território, 400 dos 803 previstos já regressaram. É melhor esperar Tai Wa Hou, coordenador do plano de vacinação contra a covid-19, voltou ontem a ser questionado sobre um caso de um doente com cancro do pulmão que não entrou para a lista de casos adversos à vacina. O responsável afastou a ligação deste problema de saúde com a vacina, mas disse que não é recomendável a vacinação contra a covid-19 a doentes que estejam na fase de tratamentos de quimioterapia. “Se o paciente com cancro estiver na fase de quimioterapia ou tiver realizado a operação, aconselhamos a que não receba a vacina de imediato. Em Macau, neste momento, o risco de transmissão [da covid-19] não é alto, mas como estas pessoas não estão numa boa situação em termos de imunidade, a reacção à vacina não será tão boa como uma pessoa que não está doente. Após a quimioterapia os pacientes podem esperar pela sua recuperação e será melhor serem vacinados depois.” Tai Wa Hou alegou o sigilo médico em relação à situação clínica do doente em causa para não adiantar mais informações, mas garantiu que este “não está na situação que referimos”.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCovid-19 | Mais um TNR em quarentena devido a contacto com pessoa infectada em Cantão Há mais um trabalhador não residente (TNR) em quarentena devido a um contacto próximo, pela via secundária, com um caso de infecção por covid-19 em Cantão. Segundo uma nota hoje divulgada pelo Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, o contacto terá acontecido a 4 de Junho na empresa de telecomunicações onde se encontrava a pessoa de contacto próximo. Segundo uma investigação dos Serviços de Saúde de Macau (SSM), o TNR tem 33 anos e tinha regressado a casa, localizada no distrito de Nansha, em Cantão. No dia 4 de Junho, o homem fez um percurso comum com a pessoa de contacto próximo na empresa de telecomunicações e regressou, no dia seguinte, a Macau através de Zhuhai. O TNR trabalha em Macau numa empresa de jardinagem, sendo um local de trabalho “maioritariamente ao ar livre ou na montanha”, sendo que, à excepção dos colegas de trabalho, não teve contacto com outras pessoas. Esta quarta-feira o TNR foi sujeito a testes de ácido nucleico e anticorpos séricos na Urgência Especial do Centro Hospitalar Conde de São Januário, com resultados negativos. Também os colegas de trabalho deste TNR foram submetidos a testes, todos eles com resultados também negativos. Segundo a nota do Centro, “o risco de infecção [do TNR] não é elevado, o que representa um baixo risco de transmissão do vírus em Macau”.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Província de Guangdong detecta quatro casos locais A província chinesa de Guangdong, que faz fronteira com Macau e Hong Kong, detectou quatro casos locais de covid-19, nas últimas 24 horas, anunciou hoje a Comissão de Saúde da China. O país asiático registou ainda 15 casos positivos, entre viajantes oriundos do exterior, nas cidades de Xangai (leste) e Pequim (norte) e nas províncias de Guangdong (sudeste), Fujian (sudeste), Yunnan (sudoeste), Jiangsu (leste), Hubei (centro) e Sichuan (centro). A Comissão de Saúde da China adiantou que o número total de casos activos é de 491, entre os quais 16 em estado grave. Desde o início da pandemia de covid-19, o país registou 91.511 casos da doença e 4.636 mortos. A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.824.885 mortos no mundo, resultantes de mais de 176,5 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | China soma 21 novos casos, todos oriundos do exterior A Comissão de Saúde da China anunciou hoje que foram diagnosticados 21 casos do novo coronavírus, nas últimas 24 horas, todos oriundos do exterior. As autoridades não relataram nenhum novo caso local na província de Guangdong, que registou um surto que resultou em mais de uma centena de infeções desde 21 de maio. Os 21 casos foram detetados em viajantes oriundos do exterior na cidade de Xangai (leste) e nas províncias de Sichuan (centro), Jiangsu (leste) e Guangdong (sudeste). As autoridades de saúde também informaram hoje sobre a deteção de 36 novas infeções assintomáticas, todas importadas, embora Pequim não as inclua como casos confirmados, a menos que manifestem sintomas. A Comissão Nacional de Saúde detalhou que, até à última meia-noite local, 17 pacientes tiveram alta, após superarem com sucesso a doença. O número total de infetados ativos na China continental fixou-se assim em 487, entre os quais 14 encontram-se em estado grave. Desde o início da pandemia, 91.492 pessoas ficaram infetadas na China, tendo morrido 4.636 doentes. A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.813.994 mortos no mundo, resultantes de mais de 176,1 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCovid-19 | 10 mil vacinas da BioNTech chegam no fim-de-semana O coordenador do plano de vacinação assegura que haverá vacinas suficientes para quem necessita tomar a segunda dose da mRNA/BioNTech, com a chegada da Alemanha de 10 milhares de vacinas. Quanto à testagem em massa, pode não abranger toda a população, mas apenas em zonas específicas onde se registem infecções Tai Wa Hou, coordenador do plano de vacinação contra a covid-19, garantiu ontem que o território recebe este fim-de-semana cerca de 10 mil vacinas da mRNA/BioNTech vindas da Alemanha. O mesmo responsável assegurou que haverá vacinas suficientes para quem ainda não levou a segunda dose. “Temos marcada uma quantidade suficiente para que todas as pessoas sejam vacinadas com a segunda dose”, frisou. “Da vacina mRNA estamos quase a terminar as doses, restam 15 mil e todos os dias usamos cerca de mil doses. O prazo de validade das vacinas é de seis meses e não vale a pena encomendar muitas vacinas de uma vez só”, apontou. Macau aguarda ainda a chegada de 200 mil doses da vacina Sinopharm. Relativamente ao plano de proximidade de vacinação, dos seis casinos participantes, quatro já concluíram o programa, estando seis mil pessoas vacinadas. Ontem arrancou o plano de vacinação em parceria com a operadora Wynn, que termina amanhã, iniciando-se depois o plano com a STDM, concluído em quatro dias. “Quando acabarmos este plano, cerca de dez mil pessoas estarão vacinadas. Não temos estatísticas da taxa de inoculação dos trabalhadores dos casinos porque muitos já estiveram nas instituições de saúde para a inoculação, e não temos um número exacto”, explicou Tai Wa Hou. Testagem sim, mas não em massa As autoridades de saúde anunciaram ontem que foram testadas 400 pessoas que estiveram num restaurante onde trabalha um não residente identificado como contacto próximo, pela via secundária, de um caso de covid-19 em Cantão. “Cerca de 400 pessoas marcaram o teste de ácido nucleico, que será gratuito e feito hoje e amanhã. Serão necessárias seis a oito horas para ter o resultado”, que será reflectido no códido de saúde das pessoas testadas, adiantou Leong Iek Hou, coordenadora do centro de contingência. Sobre a possibilidade de a população ser testada em massa, a responsável frisou que não é certo que os testes cheguem a todos. “Esta testagem pode não ser para toda a população, depende se sabemos o percurso das pessoas. Podemos fazer a testagem só em determinado local. Neste momento, é difícil responder como e quando vamos fazer, depende da situação das regiões vizinhas. Temos de fazer uma avaliação global para ver se há ou não alto risco de transmissão em Macau.” Para já, estão a ser avaliados os locais ideais para realizar os testes em massa. Leong Iek Hou adiantou ainda que foram enviadas mensagens a mais de 2800 pessoas que estiveram nas zonas de Foshan e Cantão nos dias 10 e 11 deste mês para fazerem testes de despistagem à covid-19. “Uma grande parte destas pessoas já concluíram os testes, mas ainda faltam 1400, por isso alterámos os códigos de saúde destas pessoas para vermelho. Há ainda 700 pessoas com este código, sendo que a maior parte não está em Macau. Vamos depois encaminhar a lista destas pessoas para o CPSP, para verificar onde estão”, concluiu.
Hoje Macau SociedadeCovid-19 | Residente vindo de Hong Kong com “resultado positivo fraco” Um residente que regressou a Macau este domingo testou positivo à covid-19, mas foi um resultado “positivo fraco”. Segundo uma nota divulgada hoje pelo Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, será necessária a realização de mais testes “para determinar se o caso pertence a uma recaída ou reinfecção”. Neste momento o caso não está ainda classificado como importado. O homem, de 18 anos, foi diagnosticado em Dezembro do ano passado com covid-19 em Hong Kong. Este manifestou “sintomas como febre e tosse”, tendo sido submetido a isolamento no centro de convenções e exposições Asia World-Expo, em Hong Kong. Segundo a mesma nota, “o doente afirmou que não foi vacinado contra a covid-19”. No domingo, o teste deu negativo, tendo o homem apanhado um táxi desde a sua residência, em Hong Kong, até ao posto fronteiriço da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, em Hong Kong, tendo apanhado o autocarro das 18h para o efeito. Quando entrou em Macau, o residente foi sujeito ao período de quarentena na Pousada Marina Infante, tendo sido depois encaminhado para o Centro Clínico da Saúde Pública de Coloane “para uma observação mais aprofundada”. Nesta fase o homem não apresenta sintomas.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaCovid-19 | Nova app regista percurso de residentes O Executivo está a preparar uma aplicação de telemóvel que regista o histórico das deslocações dos residentes no território, mas assegura que os serviços públicos não terão acesso aos dados recolhidos. As autoridades ainda não decidiram se a instalação da app será obrigatória O Centro de Coordenação de Contingência do novo tipo de coronavírus está a trabalhar na criação de uma aplicação de telemóvel que irá registar o paradeiro de residentes para controlar um possível surto de covid-19. “O Governo está a desenvolver uma aplicação de telemóvel para registar os percursos dos residentes. [Estes] devem ter o conhecimento de que neste momento o surto em Macau pode acontecer”, disse Tai Wa Hou, responsável do centro. “Quando as pessoas forem a um local podem fazer o scan de um código para registar este percurso e será registado só no telemóvel da pessoa. Estes dados não serão partilhados com outros serviços públicos, como os Serviços de Saúde. Quando os residentes gerarem um código de saúde, o sistema vai fazer uma comparação com percursos de casos confirmados ou de contacto próximo” e lança um alerta, adiantou o mesmo responsável. Ainda não é certo se a instalação desta aplicação será ou não obrigatória, mas o Governo assegura que “não há violação de privacidade” e que será mantido “um contacto frequente com o Gabinete de Protecção de Dados Pessoais”. Caso em Cantão é exemplo Ontem de manhã um trabalhador não residente (TNR) foi considerado um caso de contacto próximo por via secundária depois de ter estado na mesma carruagem de um comboio onde viajava um contacto próximo de alguém com covid-19. O caso aconteceu no passado dia 4 de Junho, em Cantão. O TNR será colocado em quarentena, enquanto que o restaurante onde trabalha, o Kirin Palace Cantonese Cuisine, na avenida Almirante Lacerda, fica temporariamente encerrado. O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus declarou que o restaurante costuma ter “grande afluência de clientes, que não podem usar as máscaras durante a tomada de refeições”. Além disso, os colegas de casa e de trabalho do TNR em quarentena precisam de realizar testes de ácido nucleico e cumprir um período de auto-gestão de saúde. Amanhã e quinta-feira serão realizados nos testes, e caso o resultado seja negativo os códigos de saúde destas pessoas passam de amarelo a verde. Todos os clientes que estiveram no restaurante entre os dias 12 e 13 de Junho devem realizar testes de ácido nucleico amanhã e depois de amanhã. “Decorridos 10 dias até à presente data, o teste de ácido nucleico [do TNR] foi negativo no dia 10 de Junho, e, no domingo, os testes de ácido nucleico para a covid-19 e de anticorpos séricos apresentaram resultados negativos, o que demonstra que o risco de infecção e de transmissão é baixo”, concluiu o Centro em nota de imprensa. Para Leong Iek Hou, coordenadora do Centro, este é um exemplo que ilustra a importância da app. “O caso mostra a importância de registar o percurso através do código de saúde. Felizmente, desta vez, apenas foi preciso acompanhar as pessoas que estiveram no restaurante nesses dois dias. O risco de transmissão e infecção é relativamente baixo”, apontou. Ontem foi ainda anunciado a criação de mais um local para fazer testes de ácido nucleico no posto fronteiriço da Ilha de Hengqin, que começa a operar amanhã. Os testes custam 70 patacas e podem ser feitos entre as 14h e 21h, com 500 vagas diárias.
Hoje Macau China / ÁsiaChina regista mais 23 casos de covid-19, quatro de contágio local em Guangdong A China registou 23 infectados com o novo coronavírus nas últimas 24 horas, quatro deles de contágio local na província de Guangdong, anunciaram hoje as autoridades. Guangdong detetou mais de 100 infeções locais desde 21 de Maio passado, situação que levou as autoridades locais a isolar bairros inteiros e restringir a circulação de pessoas para fora da província. A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.797.342 mortos no mundo, resultantes de mais de 175,5 milhões de casos de infecção, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCovid-19 | Caso de contacto próximo obriga a fecho temporário de restaurante Um trabalhador não residente (TNR), considerado caso de contacto próximo de um infectado de covid-19, terá de cumprir o período obrigatório de quarentena, além de que o restaurante onde trabalha, Kirin Palace Cantonese Cuisine, fica “temporariamente encerrado, podendo apenas ser reaberto após a limpeza e desinfecção completas”. Numa nota de imprensa, o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus declarou que este é um restaurante “com uma grande afluência de clientes, que não podem usar as máscaras durante a tomada de refeições”. Além disso, os colegas de casa e de trabalho do TNR em quarentena precisam de realizar testes de ácido nucleico e cumprir um período de auto-gestão de saúde. Esta quarta e quinta-feira serão realizados nos testes, e caso o resultado seja negativo os códigos de saúde destas pessoas passam de amarelo a verde. Todos os clientes que estiveram no restaurante entre os dias 12 e 13 de Junho devem realizar testes de ácido nucleico esta quarta e quinta-feira. Este TNR foi classificado esta manhã como um caso de contacto próximo de covid-19 registado em Cantão, na qualidade de pessoa de contacto próximo por via secundária. Foi no passado dia 4 que o TNR partilhou a mesma carruagem de comboio com a pessoa infectada com covid-19 em Cantão. “Decorridos 10 dias até à presente data, o teste de ácido nucleico foi negativo no dia 10 de Junho, e, no domingo, os testes de ácido nucleico para a covid-19 e de anticorpos séricos apresentaram resultados negativos, o que demonstra que o risco de infecção e de transmissão é baixo”, conclui a mesma nota de imprensa.
Andreia Sofia Silva Sociedade52.º caso importado não levou vacina contra a covid-19 Um residente que chegou a Macau vindo de Taiwan no dia 30 de Maio, foi diagnosticado com covid-19 na quarta-feira, tendo sido classificado como o 52.º caso confirmado no território (caso importado). Segundo uma nota do divulgada pelo Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, o paciente tem 21 anos e é estudante da Chinese Culture University (Taiwan), tendo declarado “nunca ter sido confirmado com a Covid-19 nem ter sido vacinado contra a Covid-19”. De acordo com a mesma nota, após ter testado negativo contra a covid-19 no dia 28 de Maio, o paciente apanhou, juntamente com um amigo, o voo JX205 da Star Airlines com destino a Macau no dia 30 de Maio, tendo ocupado o assento 16H. Após chegar a Macau, o paciente foi submetido a quarentena no Hotel China Coroa D’ouro e o resultado da primeira amostra de teste de zaragatoa nasofaríngea revelou ser negativo. Contudo, testado novamente na quarta-feira, o resultado do teste de ácido nucleico acusou positivo, confirmando-se a pneumonia causada pelo novo tipo de coronavírus. De seguida, o paciente foi encaminhado para o Centro Hospitalar Conde de São Januário, não apresentando sintomas de febre, tosse ou dificuldades respiratórias e com um estado clínico considerado “normal”. Na conferência de imprensa de ontem do Centro de Coordenação e Contingência do novo tipo de coronavirus, foi dito que os restantes passageiros do voo não correm riscos. “O primeiro teste deste residente deu negativo. Na altura não houve risco de infecção, daí que a pessoa de contacto próximo [amigo do residente] teve um risco baixo. Ontem [o 52.º caso] fez novo teste que deu positivo, na viagem entre Taiwan e Macau estava no período de incubação e não havia risco de infecção. Daí que as pessoas que vieram no mesmo voo não são consideradas de contacto próximo e não estão sujeitas a qualquer medida [de isolamento]”, explicou Leong Iek Hou. Os responsáveis assumiram “ter dúvidas” sobre os dados de saúde fornecidos pelo residente infectado. “Consultámos os dados da declaração de saúde que dizia que não tinha tido febre nem um historial de contacto. No momento em que [o residente] subiu para o avião é que este soube que um colega do mesmo dormitório era um caso confirmado de covid-19. Não podemos confirmar qual o momento em que este teve conhecimento do caso”, acrescentou.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCovid-19 | Preços dos testes baixam para 80 patacas em dois postos A partir de hoje passa a ser mais barato realizar um teste de ácido nucleico nos postos do Pac On e do Fórum Macau, com as autoridades a ponderarem um diálogo com outras entidades privadas para a redução dos preços. Para quem chega de Taiwan, o período de quarentena passa a ser de 21 dias, com mais sete de auto-gestão O Centro de Coordenação de Contingência do novo tipo de coronavírus anunciou que, a partir de hoje, passa a ser mais barato realizar testes de ácido nucleico de despistagem da covid-19 nos postos do Pac On e Fórum Macau. O custo passa agora a ser de 80 patacas, existindo a possibilidade de dialogar com entidades privadas para reduzir os preços dos testes. “Estes dois postos funcionam em colaboração com os Serviços de Saúde de Macau (SSM), pelo que há uma ligação estreita com eles. Como as outras entidades são particulares e não existe essa ligação, ainda estamos a tentar dialogar com elas para ver se é possível haver uma diminuição das tarifas”, disse Leong Iek Hou, coordenadora do Centro. Outra medida anunciada ontem em conferência de imprensa, passa pelo aumento do período de quarentena para quem viaja de Taiwan para Macau. Quem tenha estado na Ilha Formosa nos últimos 21 dias tem agora de realizar a quarentena de 21 dias e fazer uma auto-gestão de saúde durante sete dias, que resulta num total de 28 dias de isolamento. Leong Iek Hou adiantou novos detalhes sobre as medidas para evitar que o sistema de emissão de códigos de saúde volte a falhar. “Quando for emitido o código de saúde tem de se escolher se foi emitido em Macau ou no exterior. Se for usado em Macau este código não será transferido para o interior da China e assim diminui-se o risco de avaria. Prevemos que este novo sistema seja actualizado dentro de dois dias.” Sim à BioNtech/Pfizer Outra informação avançada ontem, prende-se com a confirmação de que os jovens em Macau, com idades compreendidas entre os 12 e os 15 anos, poderão ser vacinados com a BioNTech/Pfizer. “Reunimos para ver os dados das crianças e jovens entre os 12 e 15 anos. No Reino Unido as autoridades permitiram a vacinação deste grupo etário com esta vacina, e consideramos que é seguro. Estamos a favor de uma redução da idade para a toma desta vacina, porque temos dados suficientes para suportar essa ideia. Temos este plano e estamos ainda a analisar a sua viabilidade e operação. Esperamos o mais rápido possível conseguir iniciar a vacinação para este grupo etário”, disse um responsável do Centro. Relativamente às vacinas, as autoridades garantem que existem em número suficiente, uma vez que foram recebidas recentemente seis mil vacinas MRNA, restando ainda 20 mil doses disponíveis. Cerca de dez mil pessoas já levaram a primeira dose desta vacina, estando a ser negociado o fornecimento de mais vacinas deste laboratório. Há ainda doses suficientes da vacina Sinopharm, sendo que Macau deverá receber em breve mais 200 mil vacinas, que se juntam às 300 mil existentes. Um total de 70 mil pessoas receberam a primeira dose da Sinopharm.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Província de Guangdong detecta seis casos locais A província chinesa de Guangdong, que faz fronteira com Macau e Hong Kong, detectou seis casos locais de covid-19 nas últimas 24 horas, anunciou hoje a Comissão de Saúde da China. Guangdong detetou mais de cem infeções locais desde 21 de maio passado, situação que levou as autoridades locais a isolar bairros inteiros e restringir a circulação de pessoas para fora da província. A China registou ainda quinze casos positivos, entre viajantes oriundos do exterior, na cidade de Xangai (leste) e nas províncias de Guangdong (sudeste), Shaanxi (centro), Zhejiang (leste), Sichuan (centro) e Yunnan (sul). A Comissão de Saúde da China adiantou que o número total de casos ativos é de 416, entre os quais doze em estado grave. Desde o início da pandemia de covid-19, o país registou 91.337 casos da doença e 4.636 mortos.
Hoje Macau SociedadeEstudante regressado de Taiwan, sem vacina, registado como 52º caso de covid-19 Um estudante residente em Macau que não estava vacinado e que estuda em Taiwan foi infectado com o SARS-CoV-2, informaram as autoridades de saúde. “Um residente de Macau que se deslocou à região de Taiwan no dia 30 de Maio acusou, quarta-feira (9 de Junho), positivo no resultado do teste de ácido nucleico e foi classificado como o 52.º caso confirmado de covid-19 (caso importado)”, pode ler-se no comunicado divulgado na quarta-feira à noite. O estudante de 21 anos “declarou nunca ter (…) sido vacinado contra a covid-19”, salientaram as autoridades, que se têm desdobrado em apelos à população para se vacinar. A taxa de vacinação ronda actualmente os 20%, tendo sido administrada pelo menos uma dose da vacina a quase 150 mil pessoas. No mesmo dia que foi identificado o 52.º caso, Macau anunciou medidas preventivas devido ao surto de casos locais de covid-19 registados na vizinha província chinesa de Guangdong, exigindo agora a apresentação de um código de saúde ‘online’ na maioria de espaços públicos, incluindo transportes, que diferencia por cores (verde, amarelo e vermelho) o risco potencial de contágio. Guangdong, que registou mais de 100 casos locais desde 21 de Maio, é o ponto de origem responsável pelo maior impacto turístico e força de trabalho em Macau, sobretudo ao nível de passagens diárias pela fronteira. As autoridades de Saúde de Macau apertaram também os controlos fronteiriços, exigindo, por exemplo, quarentena de 14 dias a quem chegar de alguns distritos das cidades de Cantão e de Foshan. O registo de casos em Guangdong está a traduzir-se numa diminuição no número de visitantes na capital mundial do jogo, que mostrava sinais de recuperação, após um ano em que a ausência de turistas afectou fortemente a economia.
Jorge Rodrigues Simão Perspectivas VozesEpidemia biológica e social “Great pandemics have resulted in significant death tolls and major social disruption. Other “virgin soil” epidemics have struck down large percentages of populations that had no previous contact with newly introduced microbes.” Jo N. Hays Epidemics And Pandemics: Their Impacts On Human History A história lembra-nos que as interligações entre o momento das epidemias biológica e social estão longe de ser óbvias. Em alguns casos, quando a própria epidemia é tão claramente marcada como anormal, como as características dramáticas da febre-amarela ou cólera nos séculos XVIII e XIX ou a apresentação clássica da gripe espanhola no início do século XX, o fim da epidemia pode parecer relativamente claro. Como um saco de pipocas a estalar no micro ondas, o ritmo dos eventos de casos visíveis começa lentamente, aumenta para um pico frenético, e depois recua, deixando uma frequência decrescente de novos casos que eventualmente são espaçados o suficiente para serem contidos e depois eliminados. Noutros casos, porém e aqui as epidemias de poliomielite do século XX são talvez um modelo mais útil do que a gripe ou a cólera em que o próprio processo da doença está escondido, ameaça voltar, e termina não num único dia, mas em escalas de tempo diferentes e de formas distintas para pessoas diversas. As campanhas contra as doenças infecciosas tendem a ser discutidas em termos militares e trabalham com o pressuposto de que tanto as epidemias como as guerras devem ter um desfecho singular. Existe um “pico” como se fosse uma batalha decisiva como Waterloo ou um acordo diplomático como o Armistício de Compiègne, em Novembro de 1918. No entanto, a cronologia de um final único e decisivo nem sempre é verdadeira, mesmo para a história militar. Mais de três meses separaram o termo da II Guerra Mundial na Europa, formalizada pelo “Dia V-E”, do final, tal como experimentado no teatro mais amplo do Pacífico como “Dia V-J”, quanto mais o final como vivido por Teruo Nakamura, o último soldado japonês a depor armas em 1974, após quase 30 anos escondido numa ilha remota nas Filipinas. Para países ocupados como o Japão, Alemanha e Áustria, o fim da guerra teve também uma temporalidade diferente. Quando a Áustria assinou um tratado de paz da II Guerra Mundial em 1955, as operações militares da Guerra da Coreia já tinham cessado após o armistício de 1953, mas ainda não existe um tratado de paz entre a Coreia do Norte e do Sul. Tal como o fim claro de uma guerra militar não se aproxima necessariamente da experiência da guerra na vida quotidiana, também a contenção de um agente biológico não desfaz imediatamente os impactos sociais de uma epidemia. No decurso da II Guerra Mundial, os historiadores calcularam que sessenta milhões de pessoas foram deslocadas só na Europa, entre elas sobreviventes do Holocausto, prisioneiros de guerra, refugiados e deportados. Dois anos mais tarde, havia ainda perto de um milhão de pessoas presas em campos de deslocados, o último dos quais fechou apenas em 1959. O regresso à vida “normal” para as pessoas nos seus países de origem também levou tempo e o racionamento de alimentos na Grã-Bretanha continuou até 1954. Assim também os efeitos sociais e económicos da pandemia de 1918-1919 se fizeram sentir muito depois do fim da terceira e putativa onda final do vírus, mesmo que relatos explícitos sobre a pandemia pareçam ter sido rapidamente “esquecidos “. Embora o efeito económico imediato em muitas empresas locais causado pelos encerramentos parecesse ter sido resolvido numa questão de meses, os efeitos da epidemia sobre as relações laborais e salariais ainda eram visíveis nos inquéritos económicos em 1920, novamente em 1921, e em várias áreas da economia até 1930. Alguns historiadores económicos argumentaram que havia um efeito ainda mais longo, detectável ao longo de gerações que era o impacto negativo da gripe espanhola na confiança social, que por sua vez influenciou o desenvolvimento económico a longo prazo. Tal como a I Guerra Mundial, com a qual a sua história estava tão intimamente ligada, a pandemia de gripe de 1918-1919 pareceu, no início, ter um final singular. Em cidades individuais, a epidemia produziu frequentemente picos dramáticos e cai em ritmo igualmente rápido. Em Filadélfia, como observa John Barry no seu livro “The Great Influenza: The Story of the Deadliest Pandemic in History”, após um aumento explosivo e mortal em Outubro de 1919, que atingiu uma taxa de mortalidade de quatro mil e quinhentas e noventa e sete pessoas por semana em meados do mês, os casos caíram subitamente de forma tão precipitada que no final do mês foi levantada a proibição de ajuntamento público, e duas semanas depois quase não houve novos casos. Como qualquer parte de um universo materialmente determinado, Barry descreve, “o vírus queimou através do combustível disponível, e depois desapareceu rapidamente”. E no entanto, como Barry nos lembra, os estudiosos aprenderam desde então a diferenciar pelo menos três sequências diferentes de epidemias dentro da pandemia mais vasta. A primeira vaga surgiu através de instalações militares na Primavera de 1918, a segunda vaga causou os picos de mortalidade devastadores no Verão e Outono de 1918, e a terceira vaga começou em Dezembro de 1918 e prolongou-se por muito tempo durante o Verão de 1919. Algumas cidades, como São Francisco, celebraram o sucesso das suas medidas de saúde pública depois de passarem pela primeira e segunda vagas relativamente incólumes, para serem devastadas pela terceira vaga. Nem era claro para aqueles que ainda estavam vivos em 1919 que a pandemia tinha terminado após o fim da terceira vaga. Em 1920 ocorreram onze mil mortes relacionadas com a gripe na cidade de Nova Iorque e Chicago. Mesmo já em 1922, um mau período de gripe no Estado de Washington mereceu uma resposta dos funcionários da saúde pública para ser tratada da mesma forma que a gripe pandémica. É difícil, olhando para trás, dizer exactamente quando é que esta pandemia prototípica do século XX realmente terminou. Quem pode dizer quando uma pandemia termina? Em rigor, só a Organização Mundial de Saúde (OMS) pode. O Comité de Emergência da OMS é responsável pela governação global da saúde e pela coordenação internacional da resposta a epidemias. Após a pandemia da SARS coronavírus de 2002-2004, este organismo recebeu o poder exclusivo de declarar o início e o fim das “Emergências de Saúde Pública de Preocupação Internacional (PHEICs na sigla inglesa)”. Ainda que a morbilidade e mortalidade da SARS (cerca de oito mil casos e oitocentas mortes em vinte e seis países) já seja reduzida pelas proporções que a COVID-19 está a atingir, o efeito da pandemia nas economias nacionais e globais levou a revisões do Regulamento Sanitário Internacional em 2005, um corpo de direito internacional que permaneceu inalterado desde 1969. Talvez o passo mais fatal implementado na sequência da SARS tenha sido a decisão de expandir os poderes declarativos dados à OMS nas revisões de 2005 do Regulamento Sanitário Internacional. Esta revisão alargou o âmbito da resposta global coordenada de um conjunto de doenças para qualquer evento de saúde pública que a OMS considerasse de interesse internacional e passou de um mecanismo reactivo para um mecanismo proactivo baseado na vigilância em tempo real e da acção nas fronteiras para a detecção e contenção na fonte. Sempre que a OMS declara um evento de saúde pública de interesse internacional e frequentemente quando opta por não declarar um evento, este torna-se uma questão de notícia de primeira página. A OMS tem sido criticada tanto por declarar um PHEIC demasiado apressadamente (como no caso da pandemia de H1N1) ou demasiado tarde (no caso da pandemia de Ebola). A cessação de um PHEIC raramente é sujeita ao mesmo escrutínio público que o seu início. Quando um surto anteriormente conhecido como PHEIC não é classificado como “evento extraordinário” e não se considera que represente um risco de propagação internacional, o PHEIC é simplesmente considerado injustificado, levando a uma retirada da coordenação internacional. Na maior parte do seu funcionamento corrente, a OMS actua para apoiar as acções dos seus especialistas de saúde, em vez de desempenhar qualquer função como uma agência executiva supranacional. Uma vez que os países possam lutar contra a doença dentro das suas próprias fronteiras, com os seus quadros nacionais, presume-se que a coordenação internacional não é necessária, e o PHEIC é discretamente desprovido de objectivo. No entanto, como a resposta ao surto de Ébola de 2014-2016 na África Ocidental demonstrou que o acto de declarar o fim de uma pandemia pode ser tão poderoso como o acto de declarar o seu início, e um regresso ao “normal” pode de facto existir juntamente com a continuação de uma emergência. Quando, em Março de 2016, a directora-geral da OMS, Margaret Chan, anunciou que o surto de Ébola já não era um evento de saúde pública de preocupação internacional, o pronunciamento teve consequências significativas a nível internacional, nacional, e local. Os doadores internacionais já não viam justificação para fornecer fundos e cuidados aos países da África Ocidental devastados pelo surto, mesmo quando estes sistemas de saúde em dificuldades continuaram a ser sobrecarregados pelas necessidades dos sobreviventes do Ébola. A nível local, para aqueles que lutam com consequências físicas e mentais e para os sobreviventes do Ébola e as suas famílias e comunidades traumatizadas pela epidemia, a situação mal tinha terminado. O fim oficial da epidemia também causou preocupação para além dos contextos nacionais pois as organizações não-governamentais internacionais temiam que o fim de uma emergência internacional impedisse o trabalho e a colaboração em matéria de vacinas, que ainda estavam em desenvolvimento na altura, sendo parte da razão pela qual o papel da OMS na proclamação e cessação do estado de pandemia está sujeito a tanto escrutínio. Ao contrário de outros grandes financiadores da saúde mundial, como a Fundação Bill & Melinda Gates ou o Wellcome Trust, que são responsáveis apenas perante si, a OMS é a única agência de saúde internacional que é responsável perante todos os governos do mundo e contém os ministros da saúde de cada país no seio do seu órgão parlamentar, a Assembleia Mundial da Saúde. Desde a sua fundação em 1948, a organização tem sido crucial na coordenação de uma resposta sanitária, fazendo recomendações, e dirigindo esforços na gestão de epidemias. A sua autoridade não se baseia principalmente na obtenção de fundos para orçamentos mal geridos, mas sim no seu acesso à inteligência e ao conjunto de indivíduos seleccionados, peritos e técnicos com vasta experiência em resposta a epidemias. E no entanto, embora o reconhecimento desta autoridade científica e de saúde pública seja fundamental para o seu papel em crises pandémicas, em última análise as recomendações da OMS são levadas a cabo de formas muito diferentes e em prazos muito díspares em distintos países, províncias, estados e cidades. Podemos ver, através do nosso consumo diário de notícias, que a linha do tempo das epidemias se desenrola de formas diferentes em vários países. Um país pode começar a aliviar as restrições à circulação e à indústria, enquanto outro está prestes a decretar medidas cada vez mais rigorosas, à medida que as fatalidades aumentam de dia para dia. Como as viagens aéreas internacionais e as redes globais de produção e distribuição quase pararam, ou pelo menos reduziram significativamente, o fluxo de mercadorias, somos diariamente recordados pela falta de laços que nos ligam ao resto do mundo que o fim de um surto numa comunidade, país ou continente não significará o fim da epidemia. Embora o corte possa parecer universal, a reconexão mostrará uma extraordinária variação local. Muitos acreditam que o fim da COVID-19 chegou simplesmente com o aparecimento das vacinas. No entanto, um olhar mais atento a uma das histórias de sucesso da vacina central do século XX mostra que as soluções tecnológicas raramente oferecem solução para as pandemias por si só. Ao contrário das nossas expectativas, as vacinas não são tecnologias universais. As práticas de vacinação e as infraestruturas existentes para as fornecer são tão diversas como as estratégias de gestão de epidemias seguidas pelos governos nacionais. São sempre implantadas localmente, com recursos e compromissos variáveis em termos de conhecimentos científicos. Isto não é mais visível em lado nenhum do que na gestão de epidemias de poliomielite que causaram estragos em todo o mundo nos anos de 1950. O desenvolvimento da vacina contra a poliomielite é uma história relativamente conhecida, geralmente contada, tanto da história da poliomielite como da americana. No entanto, nos anos de 1950, as epidemias de poliomielite varreram o globo sem qualquer consideração pelas fronteiras, ou mesmo pela Cortina de Ferro, e em muitos aspectos uniram o mundo politicamente dividido da Guerra Fria com um objectivo comum. Encerradas num conflito que prosseguiria por décadas, às superpotências antagonistas foram providenciadas um porto seguro pela doença em que se podiam encontrar e colaborar. Uma miríade de publicações, cientistas e espécimes cruzaram o globo num esforço para partilhar experiências e investigação na prevenção e tratamento. Alguns anos após o licenciamento da vacina de Jonas Salk nos Estados Unidos, a utilização da vacina inactivada tornou-se amplamente utilizada em todo o mundo. Não funcionou, contudo, em certos cenários, ou pelo menos não tão bem como os governos e cientistas esperavam. Esta incerteza com eficiência deu lugar ao teste em massa de outra vacina viva e oral desenvolvida por Albert Sabin, que colaborou nas fases finais com colegas da Europa de Leste e da União Soviética, principalmente Mikhail Chumakov. O sucesso dos ensaios soviéticos da vacina contra a poliomielite tornou-se um marco raro da cooperação na Guerra Fria, o que levou na Segunda Conferência Internacional de Vacinas Vivas contra o Poliovírus, em 1960, a afirmar-se que “em busca da verdade que liberta o homem da doença, não há guerra fria”. No entanto, a utilização diferenciada desta vacina fez recuar as divisões da geografia da Guerra Fria. A União Soviética, Hungria, e Checoslováquia foram os primeiros países do mundo a iniciar a imunização a nível nacional com a vacina Sabin, logo seguida por Cuba, o primeiro país do Hemisfério Ocidental a eliminar a doença. Quando a vacina Sabin foi licenciada nos Estados Unidos em 1963, grande parte da Europa Oriental já tinha eliminado as epidemias e estava em grande parte livre da poliomielite. O fim bem-sucedido desta epidemia no seio do mundo comunista foi imediatamente considerado como prova da superioridade do seu sistema político. Será que a natureza estatista destes regimes os tornou capazes de pôr fim a epidemias de poliomielite? Esta questão pode ser vista e reflectida nos debates em curso sobre as intervenções acerca da COVID-19 no presente. No entanto, foi também colocada em 1948, numa das primeiras reuniões da recém-formada OMS. Após uma guerra devastadora com ditaduras fascistas, e na crescente sombra da Guerra Fria, a invocação de medidas autoritárias foi no mínimo desconfortável, mas a sua necessidade foi amplamente reconhecida. Além disso, foi a organização militar do sistema de saúde soviético que Dorothy Horstman, virologista de Yale e enviada da OMS, enfatizou em apoio à validade dos ensaios de vacinas soviéticas. Tal regime estava bem posicionado para organizar e entregar o empreendimento de forma eficiente. O que uniu o Leste da Guerra Fria não foi apenas autoritarismo e hierarquias pesadas na organização do Estado e da sociedade. Era também uma crença partilhada na integração da política e da saúde como uma imaginação particular da modernidade, numa combinação de um estado paternal, abordagens biomédicas, e medicina social e socializada. Independentemente da disponibilidade de recursos e de quão longe estavam as realizações dos cuidados de saúde dos seus objectivos, a gestão de epidemias nestes países combinava uma ênfase global na prevenção da doença, trabalhadores da saúde facilmente mobilizados, organização de cima para baixo das vacinas, e a retórica da solidariedade, tudo assente num sistema de cuidados de saúde que visava proporcionar o acesso a todos os cidadãos. Por mais incompletas que sejam as intervenções imperfeitas, verticais e tecnocráticas de vacinação, encontraram-se com infraestruturas horizontais de saúde e cuidados sociais. As medidas estatistas e dominadoras, portanto, não são suficientes, nem são necessariamente tão benéficas como se poderia imaginar. Soluções alternativas, construídas com base na compaixão e solidariedade e conjugadas com provisões adequadas, podem aliviar e até eliminar tensões que muitas vezes são elevadas em contextos epidémicos. O historiador Samuel Cohn examinou o exemplo do surto de cólera em Berlim, em 1831, onde as autoridades se concentraram na assistência e nas negociações em vez de se debruçarem duramente sobre o assunto, estabelecendo cozinhas de sopa para os desempregados e cuidando dos órfãos das vítimas. E como resultado, Berlim tornou-se única em evitar os motins da cólera, que se espalharam por cidades alemãs e grande parte da Europa na altura. Há outros exemplos pois no início da Florença moderna durante um surto de peste, o seu conselho de saúde, o Sanitá, combinou medidas de mão pesada com punição para quem violasse as medidas de quarentena (por exemplo, dançando), e ao mesmo tempo fornecia comida e medicamentos a todos os habitantes. O pressuposto era que uma dieta insuficiente, especialmente entre os pobres, contribuiria para a sua vulnerabilidade à doença, pelo que recebiam pacotes diários e semanais de pão, vinho, salsichas, queijo e ervas aromáticas. O número global de mortos em Florença permaneceu significativamente mais baixo do que noutras cidades italianas (cerca de 12 por cento contra 61 por cento) na altura em que a epidemia terminou. Ainda assim, o autoritarismo como catalisador para acabar com as epidemias pode ser destacado e perseguido com consequências duradouras. As epidemias podem ser precursoras de mudanças políticas significativas que vão muito além do seu fim, levantando questões sobre o que então se torna um novo “normal” depois de a ameaça passar. Muitos húngaros assistiram com alarme ao completo afastamento do parlamento e à introdução do governo por decreto no final de Março de 2020. Não foi fixada qualquer data para o fim das medidas de emergência. O fim da epidemia, e portanto o fim da necessidade do aumento significativo do poder do Primeiro-ministro Viktor Orbán, seria determinado por ele. Da mesma forma, muitos outros Estados, apelando à mobilização de novas tecnologias como solução para acabar com as epidemias, estão a abrir a porta a uma maior vigilância estatal dos seus cidadãos. As aplicações e os rastreadores agora concebidos para acompanhar o movimento e a exposição das pessoas, a fim de permitir o fim dos bloqueios epidémicos, podem recolher dados e estabelecer mecanismos que vão muito além da intenção original. A vida posterior digital destas práticas levanta questões novas e sem precedentes sobre quando e como terminam as epidemias. Embora queiramos acreditar que um único avanço tecnológico acabará com a crise pré-enviada, a aplicação de qualquer tecnologia de saúde global é sempre local.
João Luz SociedadeCovid-19 | Três residentes em quarentena por “contacto de proximidade” O Centro de Coordenação de Contingência informou que três residentes de Macau foram ontem submetidos a quarentena depois de contacto próximo com uma pessoa que esteve perto de um infectado com covid-19 em Cantão. A Comissão de Saúde de Guangdong informou ontem as autoridades locais que “uma residente de Macau, esteve no dia 4 de Junho na mesma carruagem de comboio com uma pessoa de contacto próximo dum caso confirmado” de covid-19. A pessoa também identificada como contacto próximo também está em Macau. Os Serviços de saúde investigaram este caso e apuraram que três dias depois uma residente de 27 anos, o marido e o filho também viajaram na mesma carruagem. Os três residentes regressaram à Macau através do posto fronteiriço de Hengqin e ontem foram submetidos ao teste de ácido nucleico e de anticorpos séricos, no Centro Hospitalar Conde de São Januário, e os resultados foram negativos. Ainda assim, foram “encaminhados ao Centro Clínico de Saúde Pública para observação médica durante 14 dias desde o último contacto”. Os Serviços de Saúde sublinharam que “os três indivíduos foram apenas classificados pelo Interior da China como caso de contacto próximo de pessoa de contacto próximo, acrescentaram que o risco de infecção não é elevado e estas pessoas representam um risco reduzido para Macau.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCódigos de saúde | Avaria na ligação a Guangdong levou a falhas Uma avaria na ligação à base de dados de Guangdong esteve na origem de várias falhas nos códigos de saúde em Macau, precisamente no dia em que o sistema foi alargado a mais espaços. O Centro de Coordenação garante que tem meios para lidar com eventuais falhas no futuro O acesso ao sistema de códigos de saúde registou várias falhas de funcionamento ao longo do dia de ontem, que se deveram a problemas na ligação ao sistema de Guangdong. A garantia foi dada por Leong Iek Hou, coordenadora do Centro de Coordenação de Contingência do novo tipo de coronavírus. “Houve uma avaria na ligação à base de dados entre Guangdong e Macau, mas conseguimos reparar o sistema uma hora depois”, disse a responsável, referindo-se à primeira avaria registada de manhã. No entanto, à tarde seria registada uma segunda falha. “Vamos reforçar a fiscalização da ligação a essa base de dados. Caso verifiquemos uma avaria podemos desligar a ligação para que o funcionamento do sistema de Macau se mantenha normal”, frisou. Em relação ao período de validade dos códigos de saúde, mantém-se as seis horas para entradas e saídas de zonas de alto risco, e de 24 horas para entradas e saídas em estabelecimentos locais. Leong Iek Hou sugeriu que a população aceda ao sistema de declaração do código de saúde logo de manhã e guarde a imagem no telemóvel, ou imprima um documento que será depois válido no acesso aos diversos locais. Caso a pessoa não tenha consigo a declaração do código de saúde, os proprietários dos estabelecimentos podem colocar três perguntas para verificar o risco de contágio, descartando-se a possibilidade de preenchimento de um documento. Uma questão de códigos Na mesma conferência de imprensa foi referido que os motoristas de autocarro não são obrigados a pedir o código de saúde a todos os passageiros, porque “pode causar um grande atraso nas carreiras”, disse a coordenadora. “Os taxistas, por exemplo, conseguem fazer isso. Não é obrigatório pedir o código [nos autocarros].” Quem tiver código amarelo de saúde “tem de apanhar outros transportes públicos que não o autocarro para evitar contágio com pessoas, nomeadamente o carro privado”. Relativamente ao corredor aéreo entre Macau e Singapura, chegam este sábado 67 pessoas ao território, mas há receios com mudanças de horários no voo que sairá de Macau para a Cidade-Estado. Lau Fong Chi, representante da Direcção dos Serviços de Turismo, aconselhou os residentes a consultarem a companhia aérea, uma vez que “se trata de uma política comercial”. Os responsáveis do Centro de Coordenação confirmaram que, para já, o risco de contágio com origem nas cidades de Zhuhai e Zhongshan é baixo, uma vez que “não houve casos confirmados nas comunidades”, além de que está a ser feita a testagem em massa contra a covid-19.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Província de Guangdong detecta oito casos locais A província de Guangdong detectou oito casos locais de covid-19 nas últimas 24 horas, anunciou hoje a Comissão de Saúde da China. Guangdong detectou mais de cem infecções locais desde 21 de Maio passado, situação que levou as autoridades locais a isolar bairros inteiros e restringir a circulação de pessoas para fora da província. A China registou ainda 8 casos positivos, entre viajantes oriundos do exterior, nas cidades de Xangai (leste) e Pequim (norte) e nas províncias de Sichuan (centro), Fujian (leste) e Guangdong (sudeste). A Comissão de Saúde da China adiantou que o número total de casos activos é de 413, entre os quais dez em estado grave. Desde o início da pandemia de covid-19, o país registou 91.316 casos da doença e 4.636 mortos. A pandemia de provocou, pelo menos, 3.739.777 mortos no mundo, resultantes de mais de 173,5 milhões de casos de infecção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCovid-19 | Governo emite novas orientações de apresentação de código de saúde Além de maiores exigências para entrar em vários espaços, quem apresentar declaração de saúde com um código amarelo ou vermelho fica impedido de viajar nos transportes públicos. A entrada em supermercados, restaurantes, bares, cabeleireiros, saunas e ginásios pode exigir apresentação de código, se o estabelecimento assim o entender O Governo anunciou ontem novas orientações para a declaração de saúde em Macau, que vai depender dos espaços que se frequentam. Segundo a apresentação feita ontem por Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença, durante a conferência de imprensa sobre a pandemia da covid-19, vai haver três níveis. No primeiro nível, que abrange casinos, hotéis, pensões, edifícios de migração e instituições médicas, as pessoas estão obrigadas a apresentar o código de saúde. As regras definem que para o segundo nível, a exigência da apresentação da declaração de saúde depende dos responsáveis dos espaços. Neste âmbito, estão incluídos os centros comerciais, supermercados, restaurantes, bares, salões de beleza, cabeleireiros, barbeiros, saunas, ginásios, bibliotecas, entre outros espaços em que seja expectável a permanência por mais de 20 minutos. No terceiro nível estão lojas de pequeno comércio, lojas de conveniências e outras com tamanho reduzido. “Como estas lojas são mais pequenas e têm um fluxo menor, não precisam de exigir o código da declaração de saúde”, justificou Leong Iek Hou. A médica explicou ainda que todos os estabelecimentos têm de ter meios alternativos para ler a declaração de saúde, além do telemóvel, e que o registo possa ser aferido, além de uma declaração oral. Foi ontem também esclarecido que quem apresente código de saúde com as cores amarela e vermelha fica impedido de usar transportes públicos. Testagem sem data Ontem circularam rumores nas redes sociais de que haveria uma data para realizar testes de ácido nucleico a toda a população. No entanto, Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde, desmentiu haver uma data para o arranque da operação. “Há rumores que temos uma data, mas quero dizer que estamos a fazer a preparação. Não há uma data concreta. Temos de preparar equipamentos e reagentes e pessoal”, explicou Lo. “A realização de testes é uma forma bastante importante de combater a pandemia, vamos ver como evolui a situação”, acrescentou. Desde segunda-feira que para poder circular entre Macau e o Interior é necessário apresentar teste de ácido nucleico com validade inferior a 48 horas. A medida levou à corrida a centros de testagem e, por esse motivo foi ontem anunciada a abertura de um novo posto temporário. “A partir de amanhã [hoje] o Centro de Actividades Juvenis da Areia Preta vai ser um centro de testes. […] Vamos arranjar transportes para os estudantes irem ao centro, mas eles também podem fazer a marcação online para serem testados no Fórum de Macau e Terminal do Pac On”, revelou Wong Ka Ki, chefe do Departamento do Ensino Não-Superior destes Serviços da Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ). Barcos-Dragão sem público Face à evolução da pandemia nas regiões vizinhas, as corridas Barcos-Dragão, agendadas para 13 e 14 de Junho, vão ser realizadas sem a presença de público. Além disso, o Festival em Família, que estava previsto para 12 de Junho, das 10H às 18H, foi cancelado. Os participantes e colaboradores das provas têm de mostrar relatório de teste de ácido nucleico válido negativo (durante o período das provas), ou terem completado as duas doses de vacina contra a COVID-19, pelo menos, com antecedência de 14 dias.
Nunu Wu Manchete PolíticaCovid-19 | Deputados apelam a empresas para ajudarem trabalhadores Face à evolução da pandemia nas regiões vizinhas, deputados pediram ao Governo e às empresas para facilitarem condições para trabalhadores, nomeadamente quanto à realização de testes de ácido nucleico Alguns deputados de sectores tradicionais apelaram ontem a empresas que encontrem soluções de alojamento para trabalhadores e que o Governo melhore as condições de testes de ácido nucleico para quem tem de atravessar a fronteira todos os dias. Os apelos foram relatados ontem pelo jornal Ou Mun, na sequência da crescente preocupação com o desenvolvimento da pandemia nas regiões vizinhas. O primeiro deputado citado pelo jornal foi Leong Sun Iok, dos Operários, que pede às empresas que implementem políticas amigáveis para os trabalhadores que têm de fazer testes de ácido nucleico para passar a fronteira. Por outro lado, o deputado pede também respeito pelos trabalhadores na implementação de medidas de protecção. Leong recorda que em fases anteriores da pandemia trabalhadores foram repreendidos pelos patrões por pedirem a clientes que utilizassem máscara de protecção, por isso deixou o desejo que as situações não se repitam. Por sua vez, Ella Lei, colega de bancada de Leong, escreveu uma interpelação a pedir ao Governo o aumento do número de postos de teste de ácido nucleico para alunos e professores que todos os dias precisam de atravessar a fronteira para regressar a casa. Cooperação com Zhuhai A deputada sugeriu igualmente ao Executivo de Macau que negoceie com a congénere de Zhuhai, para que professores e alunos que atravessam a fronteira diariamente possam fazer testes do outro lado da fronteira. Ella Lei apontou mesmo a possibilidade de, como acontece com os residentes de Zhuhai, os testes serem realizados gratuitamente. Na bancada dos Moradores, Ho Ion Sang defendeu que as empresas devem encontrar casa para os trabalhadores segundo as práticas do ano passado, durante o pico da pandemia. Ho Ion Sang defendeu ainda que devem ser abertos mais postos grátis do teste de ácido nucleico e pediu apoio psicológico para acompanhar as pessoas afectadas pelas alterações. Por parte do campo de Jiangmen, Zheng Anting pediu ao Governo o reforço da divulgação sobre a vacina e que incentive os funcionários públicos a aderirem em força ao programa. Zheng revelou ainda ter recebido várias queixas sobre o custo dos testes de ácido nucleico e sugeriu ao Governo que tente negociar a redução do preço.
Hoje Macau China / ÁsiaTailândia | Iniciada vacinação em massa com AstraZeneca A Tailândia iniciou ontem uma campanha de vacinação em massa para a população em geral com a vacina AstraZeneca, numa altura de desconfiança crescente na gestão do Governo devido à lentidão do processo. O primeiro-ministro tailandês, Prayut Chan-ocha, exortou o público a ser paciente, dizendo ser normal que a escassa oferta não pudesse satisfazer rapidamente a elevada procura de vacinas. “As vacinas serão distribuídas gradualmente ao longo do mês, de acordo com o nível de risco, índice populacional e possíveis novos surtos”, disse, durante a cerimónia de abertura da campanha. As autoridades criaram vários centros de inoculação em Banguecoque, o epicentro do actual ressurgimento de casos de covid-19 no país, e darão prioridade à vacinação dos idosos e das pessoas com doenças crónicas. Contudo, outras províncias do país e alguns hospitais da capital anunciaram anteriormente o atraso do início da campanha devido a dúvidas sobre a recepção de doses suficientes. A estratégia da Tailândia, que já vacinou 1,3 milhões de pessoas com o regime completo, baseia-se principalmente na produção doméstica de 61 milhões de doses da Oxford-AstraZeneca por um laboratório de propriedade do rei tailandês, Vajiralongkorn. O país é actualmente um dos países da região do Sudeste Asiático que tem administrado menos doses à população. Enquanto os residentes da capital começam a receber a vacina, a vacinação já está bem encaminhada entre a população da ilha turística de Phuket, onde esperam alcançar a imunidade do grupo até 1 de Julho, data prevista para a reabertura da ilha ao turismo estrangeiro. As autoridades tailandesas tencionam levantar quase todas as restrições aos turistas estrangeiros já vacinados que viajam para a ilha a partir do próximo mês, onde devem permanecer pelo menos 14 dias antes de se mudarem para outra região tailandesa. Este plano piloto, que poderá ser alargado no futuro à ilha de Samui.
Hoje Macau China / ÁsiaProvíncia de Guangdong detecta 19 casos locais de covid-19 A província chinesa de Guangdong, que faz fronteira com Macau e Hong Kong, detectou 19 casos locais de covid-19 nas últimas 24 horas, anunciou hoje a Comissão de Saúde da China. Guangdong detectou mais de cem infecções locais desde 21 de Maio passado, situação que levou as autoridades locais a isolar bairros inteiros e restringir a circulação de pessoas para fora da província. A China registou ainda 14 casos positivos, entre viajantes oriundos do exterior, nas cidades de Xangai (leste) e Pequim (norte) e nas províncias da Mongólia Interior (norte), Guangdong (sudeste), Fujian (leste), Jiangsu (leste), Sichuan (centro) e Yunnan (sudoeste). A Comissão de Saúde da China adiantou que o número total de casos activos é de 409, entre os quais dez em estado grave. Desde o início da pandemia de covid-19, o país registou 91.300 casos da doença e 4.636 mortos. A pandemia de provocou, pelo menos, 3.731.297 mortos no mundo, resultantes de mais de 173,2 milhões de casos de infecção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Hoje Macau China / ÁsiaMNE | China recebe ministros do sudeste asiático com covid-19 na agenda A China vai receber, esta semana, os ministros dos Negócios Estrangeiros de dez países do sudeste asiático, numa altura de competição por influência regional com os Estados Unidos. A criação do passaporte de vacina está na agenda, assim como a busca pela normalidade regional pós-pandemia A imprensa oficial chinesa informou que a reunião de hoje na cidade de Chongqing, no sudoeste da China, vai abranger questões como o restabelecimento do turismo e outras trocas económicas afectadas pela pandemia da covid-19 e esforços coordenados no combate à pandemia. Também vai ser abordada a criação de um passaporte de vacina para permitir viagens mais livres entre os países. O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, deve reunir separadamente com cada um dos seus homólogos à margem da conferência. Pequim está a construir influência entre os 10 países que compõem a Associação das Nações do Sudeste Asiático, apesar dos atritos com alguns deles sobre reivindicações territoriais no Mar do Sul da China. As Filipinas reclamaram repetidamente a presença de barcos chineses ancorados num recife que reclama como seu e a Malásia protestou na semana passada contra a intrusão de 16 aeronaves militares chinesas no seu espaço aéreo, designando o incidente de “séria ameaça à soberania nacional e à segurança do tráfego aéreo”. O peso económico e diplomático chinês ajudou a superar tais preocupações, no entanto, enquanto o bloco não conseguiu formar uma posição unificada, face à oposição dos aliados chineses, sobretudo o Camboja. “Nas últimas três décadas, a cooperação China – ASEAN cresceu fortemente, tornando-se o exemplo mais bem-sucedido e dinâmico de cooperação na região da Ásia – Pacífico”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, no domingo, ao anunciar a reunião. “O facto de os dois lados concordarem em realizar uma reunião, cara a cara, entre os ministros dos Negócios Estrangeiros, e apesar da situação sombria da covid-19 em curso, reflecte como os países atribuem grande importância e mantêm grandes expectativas para as relações China – ASEAN sob as novas circunstâncias”, descreveu. Mares agitados Os EUA, que mantêm presença naval activa no Mar do Sul da China e fortes relações com a região, expressaram preocupação com a presença crescente da China, particularmente o seu impacto sobre a segurança e a influência política de Pequim sobre democracias frágeis. Durante uma reunião com o primeiro-ministro cambojano, Hun Sen, na semana passada, a vice-secretária de Estado dos EUA, Wendy Sherman, apontou a construção de novas instalações na Base Naval de Ream pela China e exortou a liderança do Camboja a manter uma política externa independente e equilibrada, “no melhor interesse do povo cambojano”. A China, porém, considera a presença naval dos EUA a maior ameaça à segurança na região, particularmente a sua insistência em navegar perto do território chinês, no que Washington denomina de operações de liberdade de navegação. Pequim também se opõe fortemente ao reforço das relações entre os EUA e Taiwan, a ilha autónoma reivindicada pela China. Washington enviou uma forte mensagem de apoio no domingo, quando três senadores voaram para Taipé, num avião de transporte da Força Aérea, para anunciar que os EUA vão fornecer a Taiwan 750.000 doses da vacina contra a covid-19, depois de a ilha ter reclamado que a China está a atrapalhar os seus esforços para garantir vacinas.
Pedro Arede Manchete PolíticaCovid-19 | Serviços de Saúde ponderam testar toda a população O director dos Serviços de Saúde admitiu existirem planos para testar toda a população de Macau se a evolução da pandemia o ditar. Cerca de 5.000 pessoas das 5.300 cujo código de saúde passou a vermelho fizeram ontem teste de ácido nucleico. Anunciado corredor aéreo entre Singapura e Macau para facilitar o regresso de residentes O director dos Serviços de Saúde (SSM), Alvis Lo Iek Long admitiu ontem a possibilidade de toda a população de Macau ser submetida a testes de ácido nucleico. A revelação foi feita no seguimento do agravamento da situação epidémica na província de Guangdong, em particular nas cidades de Cantão (Guangzhou) e Foshan. “Na cidade de Zhongshan (…) dentro de quatro ou cinco dias vão fazer testes de ácido nucleico dirigidos a todos os cidadãos. Ao observar a situação de Macau, não afastamos a possibilidade de submeter também toda a população ao teste de ácido nucleico. Obviamente que isto está dependente da [evolução] da situação da pandemia, mas temos de estar sempre preparados para garantir a segurança dos cidadãos”, apontou ontem. Alvis Lo acrescentou tratar-se de um cenário ainda “em fase de estudo” e que implica, para já, averiguar a capacidade que o território tem a nível de recursos e mobilização de pessoal. Contudo, a acontecer, a testagem da população levará quatro dias e serão instalados pela cidade, 30 postos para esse efeito. “É difícil dizer que critério precisa de ser observado [para testar toda a população]. Temos de acompanhar a evolução da pandemia (…) e, caso haja necessidade, vamos usar todos os recursos. Estamos preparados, mas esta ideia é ainda uma concepção. Se a medida avançar, vamos instalar 30 postos de testagem em Macau”, detalhou. Recorde-se que, devido à gravidade da situação em Guangdong, desde a manhã de ontem que todos os cidadãos que tenham estado na Cidade de Cantão ou Foshan, nos 14 dias anteriores à entrada em Macau receberam uma mensagem para realizar um teste de ácido nucleico até às 18h de ontem. Segundo, o director dos SSM, das cerca de 5.300 pessoas notificadas, 5.000 tinham sido testadas. Outra medida que surgiu em resposta ao aumento de casos em Guangdong e que entra em vigor a partir das 10h de hoje, prende-se com a obrigação de os indivíduos que se deslocam entre Guangdong e Macau terem de possuir resultado negativo ao teste de ácido nucleico, efectuado no prazo de 48 horas. Apesar de o anúncio ter provocado a corrida aos postos de testagem que prescindem de marcação [ver caixa], durante a conferência de imprensa, o responsável dos serviços e educação, Kong Chi Meng, assegurou que a DSEDJ, os SSM e as autoridades de Macau estão a coordenar a realização de testes aos alunos, docentes e funcionários transfronteiriços de Macau. Durante a conferência de imprensa, a responsável dos serviços de turismo (DST), Lau Fong Chi revelou que a Autoridade de Aviação Civil planeia criar um corredor aéreo entre Singapura e Macau com a frequência de dois voos semanais, “para facilitar o trânsito de residentes de Macau que queiram regressar”, explicou Lau Fong Chi. Filas no Fórum de Macau A necessidade de apresentar testes com menos de 48 horas de validade para poder circular entre Macau e Zhuhai gerou uma corrida aos testes, no Fórum de Macau. A grande afluência registou-se por volta das 15h e foi relatada pelos meios de comunicação social em língua chinesa. De acordo com os relatos, foram vários os alunos que chegaram ao local transportados por autocarros de escolas. Ao mesmo tempo, foram também enviados para a zona vários polícias para garantir a ordem. Face ao desenvolvimento, Vong Kuoc Ieng, Director da Escola Choi Nong Chi Tai, pediu ao Executivo para alargar os postos de testagem onde as pessoas podem comparecer sem uma marcação prévia. Actualmente, apenas há dois locais para testes sem marcação, no Terminal do Pac On e no Fórum de Macau. Quarentena | Ponderada redução de dias para vacinados O director dos Serviços de Saúde (SSM), Alvis Lo Iek Long admitiu ontem a possibilidade de, no futuro, passar a existir uma diferenciação entre vacinados e não vacinados, quanto ao número de dias de quarentena obrigatória para quem chega a Macau. Contudo, a redução só será uma realidade para vacinados caso existam fundamentos científicos suficientes. “A curto prazo, não temos esse plano [de reduzir o número de dias para vacinados], mas se houver dados científicos, não afastamos a possibilidade. No estrangeiro essas medidas existem, mas não nos podemos esquecer que em Macau não há casos há mais de 400 dias e temos de proteger a comunidade”, apontou. Por seu turno, Tai Wai Hou, responsável do plano de vacinação revelou que está a ser ponderado um aumento do número dos postos de inoculação. Isto, tendo em conta que apenas 20 por cento da população (64.575) levou a primeira dose. No total, até à tarde de ontem, foram ministradas em Macau 201.051 doses em 137.338 pessoas.