Hoje Macau EventosCCM | Bailado “Os Amantes Borboleta” em Novembro Chega em Novembro, aquele que promete ser um grande espectáculo de bailado, em que a Orquestra de Macau une talento com o Ballet de Hong Kong. Trata-se do clássico “Os Amantes Borboleta”, numa adaptação do coreógrafo Hu Song Wei Ricky e Mai Jingwen O Centro Cultural de Macau (CCM) recebe, nos dias 9 e 10 de Novembro, mais um espectáculo de bailado. “Os Amantes Borboleta” é levado ao palco pelos músicos da Orquestra de Macau em conjugação com os bailarinos do Ballet de Hong Kong, numa produção apoiada pelo Instituto Cultural (IC). Segundo um comunicado do IC, este bailado tem a assinatura na coreografia de Hu Song Wei Ricky e a sua esposa, Mai Jingwen. Destaque para o facto de a Orquestra de Macau (OM) interpretar uma nova música do compositor chinês Tian Mi, inspirada no concerto para violino com o mesmo nome, “Os Amantes Borboleta”, da autoria de He Zhanhao e Chen Gang. Fica assim a promessa de apresentar “uma obra-prima artística que combina experiências visuais e auditivas” para quem a ouve. Este espectáculo faz parte da temporada de concertos da OM para este ano e o próximo, sendo que “Os Amantes Borboleta” apresenta a adaptação “de uma história de amor clássica que todos conhecem, combinando a estética chinesa com um estilo moderno”. Adaptações e talentos Hu Song Wei Ricky é coreógrafo residente do Ballet de Hong Kong, enquanto Tim Yip será, neste espectáculo, responsável pelo design de cenários e figurinos, tendo ganho já um Óscar da Academia de Cinema de Hollywood. “Além de usar o corte leve dos trajes de dança ocidentais como base do design dos trajes chineses, os biombos são adaptados para criar formas diversas, trazendo um efeito visual de mistura de ilusão e realidade”, descreve-se na mesma nota. Sob a batuta do director musical e maestro principal da Orquestra de Macau, Lio Kuokman, a OM irá proporcionar “uma experiência única ao contar a lendária história dos ‘Amantes Borboleta’ através das notas harmoniosas da música”. Este bailado já foi apresentado este mês em Hong Kong, seguindo depois para a apresentação em Macau. Com dois espectáculos, o de dia 9 a acontecer às 20h e o do dia seguinte, 10, a acontecer a partir das 14h30, sempre no grande auditório do CCM, fica a garantia de proporcionar ao público “uma experiência extraordinária da história e que não deve ser perdida”. Os bilhetes para este espectáculo já estão à venda, com preços que variam entre 180 e 400 patacas.
Andreia Sofia Silva EventosMusical | CCM acolhe “João e o Pé de Feijão” em Dezembro Chama-se “João e o Pé de Feijão” e é a nova aventura musical contada aos mais novos no Centro Cultural de Macau. Em Dezembro, sobe ao palco o espectáculo que é uma readaptação de um clássico por uma companhia japonesa, o Teatro Hikosen. Com recurso a marionetas, personagens como a harpa mágica ou a galinha dos ovos de ouro ganham outra dimensão “Quanto a João e à mãe, foram muito felizes daí em diante. E, com uma galinha a pôr ovos de ouro e uma harpa a tocar sozinha, nunca mais foram pobres”. É desta forma que começa a história de encantar, numa espécie de conto de fadas para crianças, “João e o Pé de Feijão”, mundialmente conhecida e traduzida para várias línguas, a partir do original em inglês. É esta história que dá o mote para o próximo espectáculo a subir ao palco do grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) entre os dias 13 e 15 de Dezembro, graças à readaptação da história pela companhia japonesa Teatro Hikosen, que trará a sua marca artística a Macau, marcada pelas marionetas. Segundo uma nota do Instituto Cultural (IC), esta é uma “aventura musical dirigida ao público infantil”, contando-se esta história de encantar “através de grandes marionetas, incarnadas por um experiente elenco”. “A companhia japonesa leva à cena um conto que tem encantado inúmeras gerações com uma série de personagens bem conhecidas, desde a harpa mágica à famosa galinha dos ovos de ouro. Através de cantigas e movimentos de dança, esta versão, um pouco diferente da original, conta a história de um bom menino que, a caminho de vender a vaca da família, se torna amigo de uma princesa”. Desde o século XIX Popularizado em todo o mundo, o conto “João e o Pé de Feijão” tem “resistido ao teste do tempo, sendo transmitido de boca em boca ao longo de milhares de anos através de histórias contadas tradicionalmente e, mais tarde, nas páginas de livros infantis”. A versão mais popular deste conto foi publicada na colectânea “Contos de Fadas Ingleses”, escrita por Joseph Jacob em 1890. Porém, a versão mais antiga que se conhece é da autoria de Benjamim Tabart, de 1807. Tendo sido recriado em inúmeras versões, dos desenhos animados aos filmes, o conto inspirou o Teatro Hikosen a reinventar o clássico. O Teatro Hikosen nasceu em 1966 no Japão, tendo já percorrido o mundo com as suas coloridas máscaras, figurinos e adereços. Esta não é a primeira vez que o grupo actua em Macau, apresentando sempre espectáculos dirigidos a um público jovem e às suas famílias. No caso de “João e o Pé de Feijão”, será uma peça dobrada em cantonense e legendada em inglês e chinês, sendo que os bilhetes já estão à venda desde o dia 29 de Setembro.
Hoje Macau EventosCCM | Aniversário da RPC celebrado com bailado “Wing Chun” Agendado para os dias 13 e 14 de Setembro, no Centro Cultural de Macau , “Noite de Luar de Haojiang – Bailado de Wing Chun” visa celebrar os 75 anos da República Popular da China e também o património cultural imaterial do país, graças à demonstração criativa da arte marcial Wing Chun e à presença, nos trajes, da gaze de Cantão. O espectáculo tem a assinatura da Companhia de Ópera e Dança de Shenzhen O grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) prepara-se para ser o palco de mais uma iniciativa cultural de celebração dos 75 anos de implantação da República Popular da China. Trata-se de “Noite de Luar de Haojiang – Bailado ‘Wing Chun’”. Nos dias 13 e 14 de Setembro, sempre às 20h, o público poderá desfrutar de um espectáculo que dá também as boas-vindas ao Festival do Bolo Lunar. O bailado é produzido e encenado pela Companhia de Ópera e Dança de Shenzhen, tendo recriado o processo de produção do filme “Wing Chun”. A peça narra a história do Mestre Yip, que viajou para uma terra distante, abraçando depois a placa de “Wing Chun Tong”, entrando na rua dos salões de artes marciais onde se encontram muitos heróis, apenas para abrir a porta do “Wing Chun”. Trata-se de um bailado que visa realçar “a perseverança do povo chinês”, com um “enredo cheio de peripécias”, propondo-se “uma história heroica que presta homenagem às pessoas comuns”, descreve o Instituto Cultural. História em movimento Wing Chun é um modelo de arte marcial reconhecido como património intangível nacional e que faz parte da cultura popular de Lingnan. Este espectáculo apresentado no CCM “é desenvolvido de forma inovadora com base em dois itens do património cultural intangível”, nomeadamente o Wing Chun e ainda a gaze de Cantão, que servirá para elaborar os trajes dos artistas. A gaze de Cantão faz parte do património cultural intangível da província de Guangdong. No modelo de artes marciais Wing Chun incluem-se os cinco principais estilos de Kung Fu, nomeadamente “Wing Chun, Punho do Louva-a-Deus, Palma de Bagua, Punho dos Oito Extremos e Tai Chi Chuan”. Todos estes movimentos são transportados “para uma peça de teatro com dança, interpretando-se, com precisão, a essência das artes marciais através de coreografias de dança”, revelando-se também “a vertente da força e a suavidade do Kung Fu”. O facto de os trajes dos artistas em palco serem feitos com gaze de Cantão proporciona ainda “uma experiência visual impressionante através dos movimentos dos artistas, manifestando a cultura particular de Lingnan de dentro para fora”. O IC descreve que esta peça “tem sido muito aclamada e um sucesso de bilheteira desde a sua estreia, causando uma verdadeira sensação nas artes performativas no mercado nacional das artes do espectáculo”. O espectáculo é organizado pelo Ministério da Cultura e Turismo da China e pela Secretaria para os Assuntos Sociais e Cultura do Governo de Macau. Conta ainda com apoios do Departamento de Propaganda e Cultura do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na RAEM, do IC, Associação Internacional de Intercâmbio Cultural de Shenzhen e Direcção Municipal de Cultura, Rádiodifusão, Turismo e Desporto de Shenzhen. O bailado é ainda apoiado pela operadora de jogo Sands China.
Hoje Macau EventosMICAF | Festival encerra esta semana com o espectáculo “Lu Duan” Termina esta semana a primeira edição do Festival Internacional de Artes para Crianças de Macau, e fá-lo em grande, com a apresentação do espectáculo “Lu Duan”, o primeiro musical para crianças do Museu do Palácio, em Pequim. Adjacente ao festival, decorre a iniciativa “Dia de Diversão MICAF” até 1 de Setembro A primeira edição do festival especialmente dedicado aos jovens e mais pequenos, o Festival Internacional de Artes para Crianças de Macau (MICAF, na sigla inglesa), termina esta semana com um espectáculo directamente vindo de Pequim. “Lu Duan”, o primeiro musical para crianças do Museu do Palácio, na capital chinesa, acontece este fim-de-semana, sexta-feira e sábado, no grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM). Os bilhetes já estão à venda. Com interpretação em mandarim e legendas em inglês, este espectáculo faz a sua estreia em Macau, contando com o genérico intitulado “A Balada do Palácio”, que “prepara o palco com um ambiente histórico solene, mas vibrante”, destaca a apresentação do espectáculo. “Lu Duan” mostra aos mais novos “os tesouros inestimáveis do Museu do Palácio”, sendo o público levado “numa viagem imersiva através das relíquias históricas do Palácio, olhando de perto o legado e a inovação na salvaguarda do património cultural na era moderna”. Esta é uma “fusão de arte teatral, cultura tradicional e inovação tecnológica moderna” que levou três anos a ser preparada. É dada vida a “relíquias culturais” e criadas personagens inspiradas na cultura tradicional chinesa. No conto criado para este espectáculo, Lu Duan é um “jovial personagem de 400 anos que tem uma curiosidade sem limites e está ansioso por explorar as infinitas maravilhas do mundo”. Entretanto, Gao Xiaoduan, que é “descendente do histórico bibliotecário do Museu do Palácio, prospera com as rápidas explosões de informação de pequenos fragmentos digitais, pois cresceu no meio da revolução digital”. Assim, o musical conta o momento em que Lu Duan e Gao Xiaoduan se encontram, algo que “desencadeia uma jornada de exploração dentro da Cidade Proibida” e um “debate e reflexão sobre a cultura clássica chinesa e as tendências contemporâneas, a preservação histórica e as aspirações futuras”. Du Haijiang, vice-presidente do Museu do Palácio, é o produtor deste espectáculo, tendo referido numa entrevista que este musical constitui “um passo significativo no compromisso do Museu do Palácio para com a tradição e a inovação”. Música no CCM Destaque ainda para a realização do “Dia de Diversão MICAF – Artes em Festa”, uma organização conjunta do IC com a Sands China que decorre até ao final do mês, primeiro este fim-de-semana (sexta-feira, sábado e domingo) e depois no fim-de-semana de 30 de Agosto a 1 de Setembro. É na praça do CCM que decorre uma “programação ecléctica” neste contexto, com um palco principal repleto de música, uma zona de recreio, um local com bolhas de brincar e ainda jogos e oficinas. Quem sobe ao palco é a Banda da Juventude de Macau que apresenta “uma série de peças musicais conhecidas de filmes de Miyazaki Hayao e da Disney”, seguindo-se ainda “o salto à corda artístico, actuações de bandas e líderes de claque, dança urbana, actuações de diabolo e dança folclórica portuguesa”. Destaque ainda, na parte musical, da actuação de James Ng, cantor de Hong Kong, este sábado, bem como de Yumi Chung no dia 1 de Setembro. Haverá ainda a exibição de curtas-metragens infantis.
Andreia Sofia Silva EventosIC | “Espectáculo de Neve”, de Slava Polunin, sobe aos palcos em Setembro Slava Polunin está desde 1993 nos palcos com o seu “Espectáculo de Neve”, que depois de passar por vários países chega a Macau entre os dias 6 e 8 de Setembro. Palhaços, fantasia e muita comédia são esperados sob a influência dos inesquecíveis Charlie Chaplin e Marcel Marceau, mimo O “Espectáculo de Neve”, que originalmente se intitula “Slava’s Snowshow”, em homenagem ao seu criador, Slava Polunin, sobe ao palco do grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) entre os dias 6 e 8 de Setembro, com quatro sessões disponíveis para o público. Naquela que é uma iniciativa do Instituto Cultural (IC), “Espectáculo de Neve” traz “uma história sem palavras criada pelo mais celebrado palhaço do mundo da actualidade”, descreve uma nota do IC. Trata-se de uma “viagem circense para grandes e pequenos que transporta o público para um mundo de fantasia” criado por Slava, fundador da “Academia dos Tolos”. “Desvendando uma mescla visual de poesia, tragicomédia e teatro físico, ‘Espectáculo de Neve’ leva ao palco uma autêntica tempestade de confettis, teias de aranha gigantes e enormes bolas coloridas saltando entre o público”, revela o IC. Esta promete ser uma apresentação “feita da mesma essência dos sonhos e contos de fadas”, recriando “uma série de episódios com os quais Slava inspira a imaginação das crianças, levando os mais crescidos a regressar às emoções da meninice, arrastados por uma espiral de gargalhadas e disparates”. Desde os anos 90 Com “Espectáculo de Neve”, a companhia de Slava já conquistou, nos últimos anos, mais de 20 prémios internacionais, incluindo o Olivier para Melhor Espectáculo de Entretenimento. Slava Polunin conseguiu reinventar a tradição dos palhaços de circo, passando este género humorístico e lúdico do seu meio clássico para novos espaços. Neste processo criativo, o artista inspirou-se no mimo Marcel Marceau, nascido em 1923 e falecido em 1997, responsável por dar uma nova roupagem a este género cómico. Marceau foi o mimo mais famoso do pós-II Guerra Mundial. Além disso, Slava Polunin também se inspirou no célebre Charlie Chaplin, conhecido pela sua comédia em filmes mudos e a preto e branco que influenciaram gerações. “Espectáculo de Neve” conta com críticas bastante positivas em vários jornais. Sobre ele o “The Evening Standard” escreveu que “falar em Slava não é falar em palhaços com buzinas, quedas estudadas e trombetas no final da actuação”, mas sim “reverenciar a arte de clowning, a sua simplicidade e poesia sem palavras, capaz de maravilhar adultos e crianças, fundindo-os em momentos partilhados, onde a idade nada importa”. Slava Polunin foi também descrito por este jornal como sendo “o mestre russo que salvou o ‘clowning'”, ou a arte de ser palhaço. “Espectáculo de Neve” é considerado a sua obra prima, que “nos transporta para um mundo imaginário, único e sem limites, no qual um pedaço de papel é capaz de desencadear tempestades de neve e no qual a noção do tempo é perdida pelo público que, após o final do espectáculo, permanece na sala a brincar com as irresistíveis e gigantescas bolas coloridas”. “É um mundo para todos nós, onde os sonhos se tornam realidade”, acrescenta a sinopse do espectáculo que, em Abril deste ano, passou pelo Teatro Tivoli, em Lisboa. Sobre este espectáculo até o “Financial Times”, jornal dedicado ao mundo da economia e finanças, escreveu uma crítica, descrevendo-o como “emocionalmente esmagador, revigorante, simplesmente delicioso”, sendo também um regresso “ao inocente paraíso da nossa infância”. A propósito da arte de ser palhaço e actuar para vários tipos de público, que tanto pode ser composto por crianças como por adulto, Slava Polunin disse que “é, até certo ponto, uma visão do mundo, uma capacidade para ver as coisas de uma forma diferente daquela habitualmente vista pelas pessoas”. “É um grande prazer reunir pessoas felizes que vivem e criam coisas nesta dimensão. Assim que começamos, não conseguimos parar”, acrescentou. No CCM, o “Espectáculo de Neve” sobe aos palcos entre sexta-feira e domingo, dias 6 a 8 de Setembro, sendo que os bilhetes se encontram à venda desde ontem.
Andreia Sofia Silva EventosCCM | “Romeu e Julieta” de Londres para Macau para ver até domingo A eterna paixão proibida de Romeu e Julieta, de William Shakespeare, sobe aos palcos do Centro Cultural de Macau diariamente até domingo numa versão revisitada para dança contemporânea da autoria do coreógrafo Matthew Bourne. Aos jornalistas, antes do primeiro espectáculo, os profissionais que fazem “Romeu e Julieta” falaram dos desafios e expectativas de uma apresentação que já passou pelos palcos chineses no âmbito da digressão que dura há um ano É na versão de dança contemporânea que “Romeu e Julieta”, a clássica história do autor inglês William Shakespeare, sobe ao palco do grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) até domingo, depois da estreia de ontem. O espectáculo, coreografado e apresentado por Matthew Bourne em Londres, anda em digressão, tendo passado já pelas cidades chinesas de Pequim e Xangai. Num encontro com a imprensa ocorrido esta quarta-feira, um dia antes do primeiro de quatro espectáculos subir ao palco, Alan Vincent, encenador, disse ser “interessante perceber como o público em Macau irá receber o espectáculo, tendo como referência reacções anteriores. Andamos em digressão pelo mundo há cerca de um ano, e culturalmente tem sido bastante emocionante”, referiu o encenador, citado por uma nota enviada pelo Instituto Cultural (IC), que promove o espectáculo. O encenador falou também do enorme nível de exigência de “Romeu e Julieta”, sendo que os bailarinos “têm de dar o melhor de si, nomeadamente aqueles que assumem rotativamente os papéis principais”. “É incrível a forma como os bailarinos continuam a responder, sendo que estes papéis são bastante exigentes tanto na perspectiva física como na vertente emocional, por isso eles têm que se empenhar a 100 por cento”, destacou Alain Vincent. “Romeu e Julieta” é a história de um amor impossível em que os dois fazem de tudo para ficar juntos, mas o destino não ajuda. Trata-se de um clássico da literatura inglesa que já teve várias versões e adaptações no mundo das artes, inclusivamente no cinema. Este espectáculo é dançado ao som de uma versão musical reconfigurada de Prokofiev, apresentando algumas alterações em relação ao original, pois situa a acção num hospital psiquiátrico chamado Instituto Verona. A visão dos bailarinos Aos jornalistas, antes da estreia do espectáculo, Bryony Pennington, uma das bailarinas que interpreta Julieta, sublinhou a união existente no grupo de trabalho. “Estamos super-orgulhosos por levar este espectáculo mundo fora. A química existe verdadeiramente, em palco e fora dele. Damo-nos todos extremamente bem, sentimo-nos felizardos por estarmos a viver este momento, e cada vez que trabalhamos um par com uma pessoa diferente, surgem diferentes energias, julgo que é algo bastante especial”, afirmou. Uma ideia corroborada por Alan Vincent, que referiu que “o que tem de bom termos três pares de protagonistas a fazer de Romeu e Julieta, para quem queira ver um par diferente, é que cada um deles trará algo de diferente ao papel, por isso estamos em constante mudança, a trazer algo diferente à história”. Hannah Kremer, que neste espectáculo desempenha também um papel principal, disse estar em causa “um desafio”. “Já trabalhei com três Romeus, sendo que cada um deles traz algo de diferente ao papel o que não deixa de ser um bom treino e nos deixa sempre a postos”. Para além da dimensão física e do movimento, as produções de Matthew Bourne são bastante trabalhadas em termos de dramatização, exigindo dos bailarinos uma entrega como actores, uma componente que tem sido assimilada. “A maior parte de nós só tem formação em dança, desde que estou na companhia tem havido alguns elementos que já trabalharam como actores, neste grupo a formação é maioritariamente em dança, mas sob a direcção do Matt e dos restantes coordenadores, aprendemos técnicas de transmissão de emoções em palco”, revelou, na mesma sessão com a imprensa, Jackson Fisch, o intérprete de Romeu. As críticas a este espectáculo têm sido bastante positivas. Sobre ele o inglês “The Guardian” escreveu ser “dançado de forma espantosa, do princípio ao fim […] pleno de significado e inovação”. Já o “The Daily Telegraph” descreveu este “Romeu e Julieta” como sendo “electrizante” e “um dos espectáculos de Bourne mais inteligentes, sensuais e vibrantes de sempre”. Ainda é possível comprar bilhetes, cujos preços variam entre as 200 e as 500 patacas.
Hoje Macau EventosMarionetas |”A Lagartinha Muito Comilona” no CCM em Fevereiro O pequeno auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) recebe nos dias 3 e 4 de Fevereiro o espectáculo infantil de marionetas “A Lagartinha Muito Comilona”, uma peça inspirada num dos livros infantis mais populares de todos os tempos da autoria de Eric Carle. “A Lagartinha Muito Comilona” consiste “num desfile de mais de 70 marionetas, todas elas personagens imaginadas pelo ilustrador americano ao longo de uma carreira que durou mais de meio século”, descreve o Instituto Cultural (IC), em comunicado. O livro que lançou Carle vendeu mais de 50 milhões de cópias e foi criado com uma mistura de colagens em papel e desenhos, técnica que também utilizou para produzir êxitos de vendas como “Urso Castanho”, “Urso Castanho, o que vês aqui?”, “10 Patinhos de Borracha” ou “Um Pirilampo Muito Solitário”. Levando todas estas personagens das páginas de papel para o palco, esta história de marionetas para crianças a partir dos dois anos foi criada pelo conhecido produtor australiano e americano Jonathan Rockefeller e é agora produzida por uma companhia sediada em Xangai. “A Lagartinha Muito Comilona” sobe aos palcos com legendas em chinês, sendo um espectáculo apresentado em inglês. Os bilhetes começam a ser vendidos no domingo, 7.
Hoje Macau EventosCCM | Arquitecta Francine Houben dá palestra na próxima semana A arquitecta de renome internacional Francine Houben dará uma palestra no próximo dia 28, às 19h, no grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) a fim de apresentar a sua obra arquitectónica. A palestra, organizada pelo Instituto Cultural (IC), intitula-se “Pessoas, Lugar, Propósito e Poesia”, e está sujeita a inscrições que decorrem desde sábado. Francine Houben é directora criativa e sócia fundadora do atelier de arquitectura Mecanoo Architecten, responsável pelo design do projecto da Nova Biblioteca Central de Macau. Houben foi professora de estética da mobilidade na Universidade de Tecnologia de Delft, tendo também leccionado na Universidade de Harvard, na Universidade de Yale e na Academia de Arquitectura de Mendrisio. Recebeu vários prémios internacionais, como o “Prix des Femmes Architectes” [Prémio de Mulheres Arquitectas] em 2019 e o Prémio Europeu de Arquitectura em 2021. Segundo um comunicado do IC, Houben partilhará na palestra “os seus conceitos criativos únicos através das suas obras e explicará como criar espaços urbanos vivos e inovadores que cumpram as exigências funcionais da arquitectura e exemplifiquem o conceito de busca de harmonia entre o elemento humano e o espaço”. Além disso, Houben irá também partilhar a sua experiência de grandes projectos arquitectónicos de cariz cultural e projectos de construção que integram as funções dos espaços urbanos. A palestra é aberta a maiores de 15 anos de idade e será proferida em inglês, sendo disponibilizado o serviço de tradução simultânea para cantonense e mandarim. As inscrições terminam esta quinta-feira às 18h.
Hoje Macau EventosCCM | Ópera chinesa com episódios históricos em Dezembro O grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) acolhe, nos dias 15 e 16 de Dezembro, o espectáculo da Companhia Nacional Chinesa da Ópera de Pequim, organizado pelo Ministério da Cultura e Turismo da China e Secretaria para os Assuntos Sociais e Cultura da RAEM. Segundo um comunicado, o espectáculo leva à cena dois episódios históricos de um vasto repertório. O programa arranca com “Fogoso Cavalo Vermelho”, uma ópera que transporta o público à dinastia Tang. Inspirado numa lenda, este conto tem sido frequentemente representado em teatros por toda a China, tendo também subido à cena em cidades como Londres e Nova Iorque. O segundo espectáculo desta digressão leva à cena a trágica história de “Adeus, Minha Concubina”, conto clássico de vida e morte internacionalmente popularizado nos anos 90 quando foi utilizado como pano de fundo para o premiado filme realizado por Chen Kaige. A Companhia Nacional Chinesa de Ópera de Pequim tem sido consistentemente reconhecida tanto no país como no exterior, desde a sua fundação, em 1955. Ao longo dos últimos anos, Macau tem apreciado de forma regular a diversidade e desenvolvimento da ópera chinesa, patente numa série de espectáculos levados ao palco, oferecendo aos entusiastas das artes oportunidades renovadas de mergulharem numa mescla de diferentes expressões teatrais. Os bilhetes para os espectáculos estão à venda desde quarta-feira.
Andreia Sofia Silva Entrevista MancheteVasco Wellenkamp, director da Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo: “Sinto-me completamente realizado” Sobe hoje ao palco do Centro Cultural de Macau o espectáculo “Na Substância do Tempo”, da Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo. Eis o mote para uma conversa com o seu director e fundador, Vasco Wellenkamp, um dos mais importantes coreógrafos portugueses da actualidade, que fala sobre a sua carreira e o lugar que a coreografia tem hoje na sua vida, mais ligada ao experimentalismo Foto: D.R. Que expectativas tem quanto à apresentação deste espectáculo em Macau? Há uns anos apresentámos o espectáculo “Amaramália” que teve muito sucesso em Macau e daí resultou o convite mais tarde, quando começou a pandemia. Por questões profissionais e devido a alguns problemas complicados que tivemos na companhia vamos fazer este ano uma outra apresentação com uma boa coreógrafa, Margarida Belo Costa [e não com o projecto feito em parceria com Miguel Ramalho]. Abrimos com um programa dela [Em Redor da Suspensão], seguindo-se um dueto meu [Outono para Graça] e “Requiem”, a peça fulcral da obra, por ser uma homenagem à Sophia. Esta é, aliás, uma versão de uma obra que fiz há uns anos e que percorreu a Europa, com muito sucesso. Ficámos todos muito orgulhosos. Devo dizer que fomos muito bem recebidos, da primeira vez, em Macau. Os chineses estão muito habituados à estética europeia [da dança]. Têm visto muita dança europeia e não tenho nenhuma dúvida de que estamos completamente enquadrados. Essa é a impressão que eu tenho do público, mas o público é sempre uma incógnita, porque é sempre muito vago, não sabemos muito bem que público vamos ter. Mas estou convencido de que vai ser um espectáculo bem recebido. Qual a ideia por detrás de “Na Substância do Tempo”? Esta é uma expressão de um poema de Sophia de Mello Breyner. Mantivemos esse título em homenagem a uma das maiores poetisas portuguesas de todos os tempos. Direi que o “Requiem” foi uma obra muito dançada na Europa, uma primeira versão, e foi feita há muito tempo, nos anos 90. Mas tem sofrido muitas alterações devido a várias questões. E eu sou um coreógrafo que não me importo nada de fazer novas versões, porque tudo depende dos bailarinos que temos. As características dos bailarinos contam muito. Esta obra já foi feita muitas vezes, mas, na verdade, é uma obra nova que teve um sucesso enorme. Estamos numa fase em que trabalhamos com um grupo de bailarinos absolutamente maravilhosos e acho que uma das coisas belas na Companhia é termos gente muito jovem e bonita. São bailarinos formados em escolas portuguesas e esse é outro orgulho que temos de ter. A Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo surgiu em 1997. Que balanço faz do trabalho desenvolvido até aqui? A Companhia fez um percurso absolutamente excepcional e isso deve-se ao seu profissionalismo e à exigência dos bailarinos, que estão ali a dançar cada vez melhor e sempre à procura de melhorar as suas condições estéticas, físicas, de linguagem. Introduzimos, nesta Companhia, a técnica de Martha Graham [com quem Vasco estudou em Nova Iorque], que é muito particular, com os seus códigos, e não era isso que queria fazer na minha carreira, nunca o fiz. Procurei sempre fazer a minha própria linguagem, descobri-la. E descobri. Mas a técnica que usamos na Companhia tem evoluído consoante a evolução da dança no mundo, nem fazia sentido ser de outra maneira. Trabalhamos sempre de forma evolutiva. O que é realmente importante é saber tirar partido dos meus bailarinos e fazer com que eles fiquem bem, apareçam bem em público e estejam no máximo das suas competências. Quando temos uma Companhia clássica ou neoclássica, os bailarinos são escolhidos a dedo para serem todos iguais, onde o sentido colectivo é muito importante. A dança contemporânea é feita por individualidades. Cada bailarino que chega tem de se habituar a trabalhar com o conjunto, pois usamos o mesmo estilo e técnica, mas não posso pedir aos bailarinos que sintam as coisas de maneira igual. Eles sentem à sua maneira, cada um é diferente. Isso é uma riqueza enorme. Além disso, numa obra, a música e a dança têm uma grande irmandade. A música não tem um sentido, um significado. Mas tem um propósito. Claro. É o de tocar as pessoas. Mas a música, ainda assim, diz-nos a todos qualquer coisa que não se pode pôr em palavras. A história da música é muito mais longa do que a história da dança, que tem cerca de 200 anos. A história da música é milenar. Dançamos no silêncio e há coreógrafos que já o fizeram. É interessante, mas não é a minha onda. Já teve obras que correram menos bem? Tenho muito pudor em falar do meu trabalho. Mas nunca fiz uma obra que tenha sido um desastre. Sempre tive o cuidado de apresentar bons bailarinos, para que não se ponham em causa as suas interpretações. Isso permite-me logo uma obra com um grande grau estético e de profissionalismo. Sou muito exigente com os meus bailarinos, mas mais comigo próprio. Mas tive obras de que não gostei, que não estavam no plano que eu queria, que não estavam ao nível deste programa [Na Substância do Tempo] ou do “Amaramália”. Cada vez que surge uma oportunidade de mudar um trabalho do qual não gosto tanto, vingo-me e mudo, seja à primeira, segunda ou terceira vez. Um dos projectos que não precisava de mudar era o “Amaramália”, e mudei-o muitas vezes. Mas deixe-me dizer-lhe que o trabalho que temos feito não é só meu, diz respeito a todos os bailarinos que dançaram comigo. Assim tem sido a nossa vida. Fala sempre dos bailarinos com quem trabalha e do seu trabalho com uma perspectiva colectiva. Grande parte do seu sucesso nasce desta ligação. Pode ter a certeza disso. Dá-me uma alegria enorme. Passo a vida no estúdio a discursar sobre aquilo que eu quero que eles sintam, que pratiquem do ponto de vista de uma relação entre eles. Quando estão em cena são uma unidade, influenciam-se entre si, têm de ter um espírito colectivo no sentido espiritual. Há qualquer coisa de importante na forma como eles se manifestam nos seus trabalhos e é isso que mais me apaixona. Quando vejo os bailarinos que tenho fico apaixonado. Começou a estudar bailado no período do Estado Novo, nos anos 60. Sendo homem, como foi escolher a dança, vista à época como uma coisa de mulheres? Foi uma grande aventura. Fui para a dança porque namorava uma jovem, aos 18 anos, que fazia ballet. Ia ver as aulas dela e a professora convidou-me a dançar com eles. Primeiro disse que não, mas quando via aquelas coisas ficava… nunca tinha visto nada daquilo. Ela viu que eu tinha todas as condições para dizer que sim. Mas eu tinha um dilema: “Gosto, mas será que gosto mesmo?”. Naquela altura já trabalhava, comecei muito cedo, aos 13 anos, tive de ajudar os meus pais que não tinham meios para sustentar três filhos. Nunca tinha visto dança, mas já tinha uma relação com as artes. Fui sempre bom aluno nas disciplinas ligadas à criatividade. Sempre quis ser artista de cinema e de teatro, mas isto [a dança] surgiu na minha vida como um sonho, que realizei por uma circunstância única da vida, e com esse convite que foi a coisa mais importante que tive. Primeiro fiz uns trabalhos, para aprender, e depois comecei a experimentar. A professora foi para uma Companhia, os Bailados Verde Gaio, havia falta de rapazes e chamou-me. Mas depois pensei: “E agora, como é que eu conto aos meus pais? O que é que o meu pai vai pensar de mim?”. Sobre os homens bailarinos havia uma espécie de espada em cima da cabeça, essa atitude. Disse primeiro à minha mãe, que reagiu pessimamente. Pior do que o seu pai? Muito pior. Disse-me: “Vai falar com o teu pai, que não quero ouvir mais falar sobre isso”. Ela queria que eu fosse bancário, mas era a última coisa que eu queria. O meu pai perguntou-me se era isso que eu queria fazer, e para ser o melhor de todos. Foi francamente maravilhoso. Depois fui à tropa, fui para Angola e quando voltei para Portugal regressei aos Verde Gaio, onde trabalhei loucamente para recuperar tudo o que eu tinha perdido. Na tropa não parei, fui fazendo uns exercícios de dança. Consegui manter-me em forma em termos de flexibilidade. Depois fui para o Ballet Gulbenkian, a origem daquilo que foi importante na dança em Portugal. Os Bailados Verde Gaio era algo muito amador. Depois ganhei uma bolsa e fui para a América [Nova Iorque] estudar dança contemporânea, onde estive três anos. Vim para o Conservatório [em Portugal] dar essa disciplina. Depois, em 1997, criei a Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo [com a bailarina Graça Barroso]. Mas devo dizer-lhe que não somos apoiados pela DGArtes [plataforma pública de concessão de subsídios às artes em Portugal]. Isso é algo inexplicável. Fazemos serviço público puro. Que papel tem hoje a coreografia na sua vida? Ainda é o mesmo que era no início da carreira? Não é o mesmo. Sinto que consegui construir [coisas] por mim próprio e manter a mesma linguagem. Posso fazer coisas novas, mas não deixo de ser eu. É sempre algo que tem a ver com aquilo que eu sou. Ninguém consegue fugir aquilo que é, se não é forçado. Não há que forçar nada. Quando vou para o estúdio deixo que as coisas aconteçam por si. Antes ia com toda a matéria na cabeça, mas agora já não consigo fazer isso. Vou para o estúdio, fico em frente dos bailarinos e começo a fazer material, a experimentar coisas que estejam de acordo com o espírito que quero para aquela obra. Sinto-me infeliz, nem é por mim, pois já não há nada que me toque. Estou-me nas tintas para a crítica, para o que dizem ou não. A minha Companhia é invejada e todos acham que somos um pouco antigos. E eu pergunto-me: “Se assim fosse, tínhamos o sucesso que temos?”. Mas fico infeliz porque depois vejo os meus bailarinos a ganhar 400 euros, que só estão comigo porque querem muito e gostam muito de dançar. Ainda pretende desenvolver novos projectos? Neste momento estou numa fase em que não me sinto ainda acabado. Mas já me sinto completamente realizado na vida. A minha carreira foi tão longa que não me deixava mágoa parar nesta altura. Parar é sempre uma coisa difícil nas profissões, mas não me importava de parar. Mas ainda penso nos meus bailarinos. A Companhia está bem dirigida pela Cláudia Sampaio, mas o que conta é continuar a trabalhar com eles. É alimentar artisticamente os bailarinos, que gostam e precisam disso.
Hoje Macau EventosCCM | Dama das Camélias sobe aos palcos em Junho O Centro Cultural de Macau (CCM) recebe nos dias 9 e 10 de Junho o espectáculo de bailado “A Dama das Camélias”, uma adaptação bailada de um clássico literário trazida ao grande auditório pelo Ballet de Xangai. Os bilhetes começam a ser vendidos a partir deste domingo. Regressando à vida sumptuosa do século XIX francês, esta produção é uma exuberante demonstração coreográfica, plena de pujança física, com uma requintada cenografia e elegantes figurinos. Criada pelo britânico Derek Deane, antigo bailarino e actual director artístico do ballet xangainense, esta tragédia romântica revisita o romance homónimo de Alexandre Dumas filho, considerada uma das maiores histórias de amor de todos os tempos. Dançado ao som de uma pauta do compositor americano Carl Davis, o bailado envolve o público na esfera íntima de Margarite, uma mulher cuja vida reflecte a decadência moral e social da aristocracia parisiense. A peça abre com os momentos finais da heroína, flutuando retrospectivamente sobre a sua vida de luxo e pela paixão vivida com Armand, um atraente jovem burguês. Nesta reposição, os notáveis bailarinos da companhia dão nova vida a um clássico que, desde o século XIX, tem sido frequentemente adaptado ao teatro e a produções cinematográficas e líricas, antes de começar a ser encenado pelos maiores ballets internacionais. Esta história intemporal inspirou, entre outros, a conhecida ópera de Giuseppe Verdi, “La Traviata” e, mais recentemente, “Moulin Rouge”, um grande sucesso do teatro Musical da Broadway. Fundado há mais de 40 anos, o Ballet de Xangai tem produzido e levado ao palco uma série ecléctica de programas, dos clássicos como “Giselle” e “O Quebra-nozes”, aos ballets contemporâneos como “A Última Missão de Marco Polo”, bem como um conjunto de bailados históricos chineses.
Diana do Mar EventosFIMM | Ópera “L’Elisir D’Amore” sobe ao palco do CCM na sexta-feira É já na próxima sexta-feira que arranca o Festival Internacional de Música de Macau (FIMM). “L’Elisir D’Amore”, ópera em dois actos do compositor italiano Gaetano Donizetti, tem as honras da grande abertura [dropcap style≠‘circle’]F[/dropcap]oi em Milão, no ano de 1832, que “L’Elisir D’Amore” se estreou em palco. Desde então correu mundo, tornando-se uma presença frequente em casas de ópera de renome internacional. A obra intemporal do compositor italiano Gaetano Donizetti (1797-1848) chega agora a Macau, integrada no FIMM, quando se assinalam os 170 anos da sua morte. A trama gira em torno do amor que tudo supera – desde os interesses materiais às diferenças de classe social. A ópera, em dois actos, composta em apenas seis semanas, centra-se num jovem camponês (Nemorino) que se apaixona por uma rica e bela proprietária de terras, que o atormenta com a sua diferença (Adina). Nemorino convence-se de que uma poção mágica o poderá ajudar na conquista do seu amor e, com a chegada à aldeia do sargento Belcore que pede Adina em casamento, empenha todas as suas economias num frasco de elixir do amor, que adquire ao charlatão Dulcamara. O segundo acto começa com Nemorino a implorar a Dulcamara um elixir mais potente, face à iminência da assinatura do contrato de casamento entre Adina e Belcore. Em troca, sem dinheiro para pagar, o jovem camponês aceita alistar-se no exército de Belcore. Dulcamara conta a Adina o que se passa com Nemorino, e esta acaba por ganhar consciência do amor que o protagonista lhe devota, entregando-lhe o papel que o resgata do serviço militar e admitindo que o amará para sempre. Nemorino vem a herdar uma fortuna, de um falecido tio, e Dulcamara vangloria-se dos poderes do seu elixir que, além do amor, trouxe riqueza ao jovem camponês que acaba por casar-se com Adina. Um elenco de luxo “L’Elisir d’Amore” – que vai subir ao palco do Centro Cultural de Macau na sexta-feira e no domingo – é uma produção da Ópera de Zurique. Com duração de duas horas e 45 minutos, incluindo um intervalo entre os dois actos, é interpretada em italiano, com legendas em chinês, português e inglês. O tenor Arturo Chacón-Cruz, aluno de Plácido Domingo, e a aclamada soprano Laura Giordano, dão vida às personagens de Nemorino e de Adina. A ópera conta com a mestria visual do célebre encenador alemão Grischa Asagaroff que a viu pela primeira vez no início dos anos 1980, numa famosa produção em Hamburgo. Com efeito, seria preciso uma década para voltar a contactar com “L’Elisir d’Amore” e apaixonar-se de imediato, com a famosa ária “Una furtiva lagrima”, uma das razões que o levou a aceitar o desafio de encenar a obra. “Esta produção em Macau, com uma grande orquestra [Orquestra de Macau, dirigida pelo maestro austríaco Ralf Weikert], um coro famoso [Coro Lírico Siciliano] e um maravilhoso elenco de grandes cantores e actores, mostrará ao grande compositor Donizetti por que, passados 186 anos, a sua ópera continua a ser um êxito intemporal”, observou o encenador num encontro com a imprensa, que teve lugar na sexta-feira. “Estou muito feliz por poder mostrar ao público [de Macau] uma das minhas produções preferidas”, complementou Grischa Asagaroff. O preço dos bilhetes para “L’Elisir d’Amore”, o espectáculo de abertura do FIMM, oscila entre 300 e 600 patacas.
Hoje Macau EventosCCM | Companhia de Dança da Ópera de Gotemburgo apresenta “Noético” [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Centro Cultural de Macau apresenta “Noético”, um espectáculo apresentado pela Companhia de Dança da Ópera de Gotemburgo, “um dos grupos de dança contemporânea mais arrojados da Escandinávia”, de acordo com um comunicado do Instituto Cultural. O espectáculo tem lugar no palco do Grande Auditório, no dia 18 de Novembro. Concebido pelo coreógrafo Sidi Larbi Cherkaoui, “Noético” mistura moda, design e movimentos contemporâneos, “enquadrados num cenário minimalista, cultural e sonicamente eclético”, aponta a mesma fonte. A peça explora mente, corpo e espaço, onde 20 bailarinos aparecem trajados de preto e branco, com a assinatura da marca belga “Les Hommes” e expressam “um turbilhão de emoções manuseando formas em fibra de carbono imaginadas pelo conhecido escultor e cenógrafo britânico Antony Gormley”. A música é composta por Szymon Brzóska e “evolui gradualmente para uma mescla fantástica de passagens orquestrais, percussão e solos vocais interpretados pela cantora sueca Miriam Andersén”.
Hoje Macau EventosTeatro |CCM à procura de actores para residência artística com encenador de Hong Kong [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Centro Cultural de Macau está a recrutar actores para integrarem uma residência artística com o prestigiado encenador de Hong Kong Fredric Mao. Em comunicado, o Instituto Cultural (IC) indica que um grupo seleccionado de actores locais vai ter oportunidade de subir ao palco para integrar uma produção profissional especialmente concebida para esta experiência criativa, sob a direcção de Mao, reconhecido tanto como actor como encenador nomeadamente pelos Prémios de Teatro de Hong Kong. As audições com Fredric Mao vão ter lugar nas instalações do CCM de 21 a 23 de Setembro, devendo o espectáculo final subir ao palco um ano depois. O projecto faz parte de uma série de residências que, ao longo dos anos, tem trazido profissionais das artes performativas do exterior para apurar as técnicas artísticas do panorama cultural de Macau, indica o IC. Os interessados podem visitar o ‘site’ do CCM para mais informações.
Hoje Macau EventosEspectáculo de danças de Gansu e países de língua portuguesa esta sexta-feira Esta sexta-feira decorre o “Serão de Espectáculos entre a China e os Países de Língua Portuguesa”, que reúne no Centro Cultural de Macau, pelas 20h, o Grupo de Artes Performativas de Gansu, da China, e mais oito grupos artísticos [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] plataforma cultural entre a China e os Países de Língua Portuguesa ganha uma nova expressão esta sexta-feira com o espectáculo “Serão de Espectáculos entre a China e os Países de Língua Portuguesa reúne em Macau o Grupo de Artes Performativas de Gansu e profissionais das artes performativas e grupos artísticos de oito Países de Língua Portuguesa. Trata-se de um evento organizado pelo Instituto Cultural (IC) e que se insere na primeira edição do “Encontro em Macau – Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa”. Às 20h, no grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM), terá lugar o espectáculo que revela o trabalho do Centro de Pesquisa da Arte do Canto e Dança de Tianshui, da Província de Gansu, na China, que foi fundado em 1949 e que tem estado focado na pesquisa da cultura do canto, dança e música da província de Gansu. De acordo com um comunicado do IC, “ao longo de quase 70 anos de existência o centro encenou uma série de óperas, peças teatrais e espectáculos de música e dança”, sendo que os seus espectáculos “receberam elogios de todas as esferas da sociedade dentro e fora da província”, além de que “as peças artísticas criadas pelo Centro são constituídas essencialmente por elementos da Cultura Fuxi da China antiga”. Do lado dos países de língua portuguesa o público poderá assistir à presença do grupo de música tradicional angolana Nguami Makaa, que foi fundado em Abril de 2002 por um grupo de jovens liderados por Jorge Mulumba, que decidiu enveredar pelo mundo da música de raiz. O objectivo do grupo é resgatar os valores culturais e artísticos de Angola e têm o lema “Tocando os instrumentos tradicionais da Terra, dançamos os nossos ritmos”. Do Brasil a Cabo Verde “Raspa de Tacho” é o nome do grupo oriundo do Brasil que também actua neste espectáculo conjunto. Fundado em Setembro de 2001, tem como objectivo “levar este género musical brasileiro aos mais diferentes povos, culturas e gerações”. Do repertório do grupo faz parte todo o universo do choro, nomeadamente o samba, a bossa nova, o baião, a marcha, a valsa, o frevo e também incursões pelo fado, jazz e pelos clássicos do género, além dos originais do grupo. De Cabo Verde chega o grupo Tradison di Terra, criado no ano 2000, e que é considerado uma das referências do batuque tradicional da cidade da Praia e de Cabo Verde, tendo sido vencedor dos Cabo Verde Music Awards, na categoria de melhor batuque. O grupo é constituído na sua maioria por mulheres que utilizam o batuque tradicional como forma de preservar a cultura local, como factor de união da comunidade e no combate à pobreza que as rodeia. O grupo Netos de Bandim, da Guiné-Bissau, foi criado no ano 2000 pela Associação dos Amigos da Criança da Guiné-Bissau. Tem como finalidade criar um ambiente de integração sócio-cultural para as crianças, jovens e mulheres do Bairro de Bandim que vivem no limiar de pobreza, oferecendo-lhes um espaço de convívio e partilha de boas práticas de cidadania através da música, do teatro e da dança tradicional. Com o passar dos anos o grupo cresceu e ganhou grande notoriedade na divulgação da música e da dança tradicional da Guiné-Bissau a nível nacional e internacional. Outro dos países que também está representado neste evento é Moçambique, através do Grupo de Música e Dança Tradicional Hodi, integrado na Associação Cultural Hodi Maputo Afro Swing, uma agremiação de carácter cultural fundada em 2014. A missão da Hodi é trabalhar na pesquisa, preservação e divulgação das danças tradicionais moçambicanas, dança contemporânea, música e instrumentos tradicionais, bem como as danças afro-americanas. O grupo toca instrumentos tipicamente tradicionais tais como a timbila, mbira, toges, likutes, nhatiti e outros. Hodi tornou-se uma das mais empenhadas companhias de dança em Moçambique que representam danças de todo o país. Miranda do Douro em Macau Portugal faz-se representar com o grupo Galandum Galundaina, ligado à música tradicional do norte do país, da zona de Miranda do Douro. Criado em 1996, esta formação tem como objectivo recolher, investigar e divulgar o património musical, as danças e a língua das terras de Miranda, o mirandês. De São Tomé e Príncipe chega o cantor Felício Mendes. Apesar dos seus 69 anos, é ainda considerado um dos mais consagrados cantores de música tradicional de São Tomé e Príncipe. Ao longo da sua carreira musical, que teve inicio em 1970 quando integrou o conjunto militar “Os Quicos Verdes”, participou em espectáculos sem conta onde através da sua potente voz levou os ritmos tradicionais de São Tomé e Príncipe a muitos países africanos e europeus, entre eles Angola, Cuba, França, e Portugal, entre outros. Por último, Timor-Leste apresenta-se em palco com o grupo Timor Furak, fundado por jovens artistas timorenses em 2006. O principal objectivo do grupo é promover a singularidade da cultura de Timor-Leste através da sua dança e música tradicional. Os bilhetes para este espectáculo já se encontram à venda e custam 50 patacas.
Hoje Macau EventosCompanhia argentina no palco do CCM em Dezembro [dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]hama-se “Deseos” e é o nome do espectáculo que vem directamente da Argentina para Macau, pela mão da companhia Estampas Porteñas, e que sobe ao palco nos dias 26 e 27 de Dezembro. Segundo um comunicado do Instituto Cultural (IC), o espectáculo, que terá lugar no Centro Cultural de Macau, terá “um sólido elenco de bailarinos, músicos e um cantor a adornar uma sequência coreográfica de canções românticas e fatalistas, mesclando projecções interactivas com uma paleta de temas, alguns dos quais remontam aos anos 30”. A história passa-se entre uma aldeia rural e Buenos Aires, capital argentina. “A trama desta peça de dança e teatro leva-nos numa viagem pelo tempo, das tradições folclóricas do Malambo gaúcho (cowboy sul-americano) à música de Astor Piazzolla. “A acção é desencadeada quando Margot, a protagonista, decide mudar-se para a grande cidade, deixando tudo para trás. Pleno de paixão, ciúme e dança ardente, Deseos é uma produção de técnica primorosa e emocionante que nos leva através das inúmeras expressões do tango, demonstrando uma multiplicidade de passos e estilos”, explica o IC. Por todo o mundo A Estampas Porteñas foi fundada em 1997 por Carolina Soler, uma premiada directora artística cuja carreira se iniciou no ballet clássico. Desde então, a companhia tem actuado pelo mundo inteiro tendo subido aos palcos em mais de 20 países pelos cinco continentes. Além dos dois dias de espectáculo, vão ser promovidas “diversas actividades, incluindo um workshop ministrado por bailarinos da Estampas Porteñas, concebido para desvendar alguns dos passos e técnicas aos entusiastas da dança”. No dia da estreia irá decorrer “uma tertúlia pré-espectáculo”. Os bilhetes estarão à venda a partir de 29 de Outubro, disponíveis a vários preços (entre 150 e 300 patacas) e descontos nas bilheteiras do CCM e aos balcões da Rede Bilheteira de Macau.
Hoje Macau SociedadeRecuperação | Centro Cultural deverá receber FIMM [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]inda não há data para que seja retomado o funcionamento normal do Centro Cultural de Macau (CCM). Em nota de imprensa, o Instituto Cultural (IC) explicou ontem que foi já removida a estrutura perigosa no telhado do edifício, que ficou com grandes danos devido à passagem do tufão Hato pelo território. Os técnicos da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) já retiraram a pala do telhado do CCM, que apresentava riscos para a segurança pública. O CCM encontra-se agora a levar a cabo uma vistoria e trabalhos de manutenção internos. “O funcionamento normal será retomado quando se mostrar adequado”, afirma o IC. Depois de uma inspecção e análise de riscos, o pessoal do IC e da DSSOPT chegou à conclusão de que o edifício não sofreu danos estruturais. O Instituto Cultural promete manter uma comunicação estreita com a DSSOPT, esperando que os trabalhos de reparação possam ser concluídos com a maior brevidade possível para que o CCM entre de novo em funcionamento. Neste momento, estão a ser feitos os trabalhos de limpeza e recuperação das zonas em redor do Centro Cultural. O IC acredita que as actuações do XXXI Festival Internacional de Música de Macau vão decorrer conforme está previsto. Pediatria | Mais de 1300 crianças no Centro de Avaliação Conjunta [dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]esde que entrou em actividade, em Junho do ano passado, o Centro de Avaliação Conjunta Pediátrica dos Serviços de Saúde já fez a avaliação de mais de 1300 crianças. Na informação, dada ontem pelo canal chinês da Rádio Macau, Tai Wa Hou, director do serviço, avança ainda com a redução do tempo de espera que passou de um ano para um mês. Já o Centro de Reabilitação Operacional, que abriu este ano, e que tem a seu cargo as terapias ocupacional e da fala, reduziu o período de espera em cerca de metade do tempo. Tai Wa Hou recordou ainda que, antes da criação do Centro de Reabilitação Pediátrica, cabia às unidades de fisioterapia e de reabilitação do Centro Hospitalar Conde de São Januário este tipo de intervenção, sendo que os tempos de espera iam de 15 a 24 meses. Neste momento, a terapia da fala tem uma espera de cinco a nove meses, enquanto os que precisam de terapia ocupacional deverão aguardar entre oito e 11 meses. PJ | Novo posto de combate à droga em Mong Há [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Polícia Judiciária (PJ) tem desde ontem um posto da Divisão de Investigação e Combate ao Tráfico de Estupefacientes em Mong Há, na Rua de Francisco Xavier Pereira. Com a nova estrutura, as autoridades policiais pretendem melhorar a capacidade de resposta ao tráfico transfronteiriço de droga que ocorre na Zona Norte do território. Em comunicado, a PJ recorda que, nos últimos anos, a maioria da droga vendida no mercado local é comprada fora de Macau. Dado que os postos fronteiriços das Portas do Cerco e da Zona Industrial Transfronteiriça de Zhuhai-Macau se localizam na Zona Norte, e que a construção da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau estará concluída em breve, “é previsível que os criminosos tentem utilizar estes novos postos fronteiriços para efectuar o tráfico de droga”. A PJ lembra ainda que, no passado, foram desmantelados locais de produção de estupefacientes, de grande envergadura, nesta mesma área da cidade, zona que tem a maior densidade populacional e onde ocorrem muitos casos ligados a drogas. Atendendo a este contexto, com o novo posto em Mong Há as autoridades policiais esperam poder movimentar melhor os agentes. A distância entre as novas instalações e os postos fronteiriços na zona norte percorre-se em menos de dez minutos, salienta a PJ, “permitindo melhorar a reacção aos crimes de droga”.
Sofia Margarida Mota Eventos MancheteCCM | Conto de Andersen em cena no fim-de-semana [dropcap style≠’circle’]”A[/dropcap] Menina dos Fósforos” de Hans Christian Andersen vai ocupar o palco do Centro Cultural de Macau no próximo fim-de-semana. Vem pela mão da Open Heart Prodution, do Reino Unido, e promete transformar o triste conto infantil num momento de alegria É capaz de ser um dos contos mais conhecidos de Hans Christian Andersen. “A Menina dos Fósforos” conta a história de uma criança que vive da venda de fósforos na rua. Numa noite, a de Natal, acaba por morrer de frio. O espectáculo trazido pela londrina Open Heart Prodution não fica por aqui e fez algumas transformações ao original. A peça que integra dança, teatro e canções conta com a coreografia de Arthur Pita que, com o pedido, há cinco anos, para fazer uma peça de Natal, se juntou ao produtor Mathew Jones. “Queríamos fazer algo que saísse do vulgar ‘felizes para sempre’”, conta o produtor na apresentação do espectáculo à imprensa. “Corremos uma série de histórias em busca de um tema que pudesse ser trabalhado e que saísse das peças comuns”, continua. Por outro lado, a ideia seria não ter uma peça paternalista e completamente irreal, sendo que a procura incidia em “alguma coisa com um certo lado negro e que, ao mesmo tempo, pudesse servir a toda a família”. “A Menina dos Fósforos” pareceu a escolha óbvia. “É uma história desafiante e achámos que seria também uma hipótese de desenvolver uma outra perspectiva para um espectáculo de Natal”, explica Mathew Jones. Mudança de rumo Para não ser “mais do mesmo”, de uma história que todos conhecem, a peça que vai estar no Centro Cultural de Macau foi alvo de algumas mudanças. Passa-se numa cidade imaginária de Itália, e foram criados mais personagens que vivem naquele lugar e que interagem com a menina que vende fósforos. Para ser fiel ao sítio, a produção resolveu também mudar o idioma. Apesar de ter sido concebido para Inglaterra, a companhia optou pela língua italiana como veículo dos diálogos que se vão desenrolando. Mais do que uma opção estética e criativa, a ideia tem um propósito: “Desviar a atenção do público das palavras para que possam perceber a coreografia como um todo”, explica a directora artística e também bailarina Valentina Golfieri. O próprio conto também sofreu alterações. “Esta peça não termina quando seria de esperar tendo em conta a versão de Andersen. Aqui, o fim da história passa-se mais ou menos a meio do espectáculo”, diz a directora. A partir daí, há todo um outro conto em que a personagem principal vai para “um lugar muito especial”, refere. O conto mantém apontamentos “mais negros, mas o que se consegue com a transformação feita no final é transmitir uma sensação de esperança”, aponta Valentina Golfieri. A matriz original de “A Menina dos Fósforos” mantém-se na produção que chega de Londres. “É um espectáculo social e político. Trata-se de uma criança que sofre devido ao contexto económico daquela época e é também uma história acerca de justiça social”, explica Mathew Jones. No fundo, “não se trata de uma peça paternalista, mas de uma história que, infelizmente, pode acontecer no mundo real”, continua o produtor, sendo que, aqui, há a garantia de que, “após a apresentação, as pessoas não vão para casa com um sentimento de tristeza”. Paralelamente, as situações que acontecem no palco são facilmente transponíveis para os dias de hoje. “O bullying, por exemplo, pode ser representado pela forma como as várias personagens tratam a criança.” O reconhecimento das situações tem também um papel pedagógico. Para todos os públicos “A Menina dos Fósforos” está pela primeira vez em Macau, mas já passou pelo Continente e por Taiwan. A surpresa da audiência parece ser um factor comum a determinada altura da apresentação. De acordo com Mathew Jones, “neste lado do mundo, as crianças são familiares com a história original e, quando pensam que estão a ver uma coisa que conhecem, são surpreendidas a partir do momento em que percebem a transformação que aconteceu ao final”. Depois, completa a directora artística, “é uma história que convida a uma viagem e este é um aspecto que agrada a todos os públicos”. O sucesso que tem tido em cinco anos de cena não surpreende a companhia. “Toda a apresentação acarreta algum mistério e deixa espaço ao público para a recriar, sendo que o facto de ser falada numa língua que muitas pessoas não entendem permite uma interpretação livre, em que não se consegue ter o detalhe da palavra”, remata a bailarina.
Sofia Margarida Mota EventosCCM | Espectáculo para os mais pequenos até domingo “Puzzle” é a coreografia que está de hoje a domingo no Centro Cultural de Macau, dirigida a bebés e crianças até aos quatro anos de idade. A ideia, mais do que um espectáculo, é ser um espaço familiar e de comunicação, em que os mais pequenos têm contacto com a arte [dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]hama-se “Puzzle” e é um espectáculo que junta dança, formas, cores e música, tudo concebido para um público até aos quatro anos de idade. Até domingo, no Centro Cultural de Macau (CCM), a peça chega pelas mãos da companhia lituana Dansema. O objectivo, afirma Birute Baneviciute, coreógrafa da Dansema, é a comunicação entre os elementos do espectáculo e as crianças. A escolha de um público não muito comum e com características específicas tem que ver com os desafios que acarreta. “Esta é uma idade crucial no desenvolvimento da criança e, mais especificamente, na experiência com a arte que, neste espectáculo, se direcciona à dança”, explica a coreógrafa. O objectivo é criar um espaço em que as crianças possam desfrutar do movimento e do conhecimento do mundo, através desse movimento e da forma como se vai organizando no espaço. À dança juntam-se outros elementos: “Trabalhamos com cores, formas, e claro, com música”, diz Birute Baneviciute. “Puzzle” é acompanhado por peças musicais feitas especificamente para este tipo de público, por Rasa Dikciene. A compositora tem formação em percepção infantil e conhecimento para desenvolver um conjunto de sons e de músicas mais adaptadas a esta faixa etária. “Utilizamos mais sons agudos do que graves, por exemplo, porque, nestas idades, as crianças são sensíveis a este tipo de diferenciação”, explica. Aos bailarinos cabe ainda a improvisação e interactividade. “Com um público tão especial e que tem plena liberdade para invadir o palco, nenhuma criança fica sem resposta dos artistas”, diz a coreógrafa. É também por esta razão que os lugares destinados ao público são poucos. Por outro lado, explica, os pais têm de cumprir com algumas instruções: dar liberdade absoluta às crianças. “O espaço é para os mais pequenos e não faz sentido, nestas idades, limitar as crianças no falar ou no fazer barulho. Aqui, podem e devem fazer tudo o que quiserem para que usufruam da experiência. É um espaço em que podem começar a explorar livremente e em que têm espaço e tempo para interagir com os próprios elementos de ‘Puzzle’”, aponta a responsável artística. Crianças iguais Apesar de o espectáculo ser até aos quatro anos de idade e abranger níveis diferentes de cognição e percepção do mundo, as crianças apresentam muitas semelhanças nestas fases. “Até aos três anos reagem, na sua maioria, com movimento e é muito fácil perceber a sua resposta mal começam a balouçar ou a bater o pé”, conta Birute Baneviciute. Por outro lado, estas reacções podem ser consideradas universais. “Os mais pequenos não têm noção daquilo a que se chama de regras, hábitos ou tradições culturais e, como tal, não estão muito ligadas àquilo a que se poderia chamar de cultura.” De acordo com Birute Baneviciute, nestas idades, são seres essencialmente sociais e que apenas reagem ao que se passa à sua volta. “Este é um aspecto comum a todos, no mundo inteiro”. “Talvez se pusermos uma criança em frente a um telemóvel, as reacções variassem de acordo com a cultura ou país”, diz. Mas, em “Puzzle”, o público é colocado em contacto com elementos naturais, “por exemplo, uma bola que se mexe em que a tendência é ir buscá-la, e isso é universal e natural”, refere. “O que existe naquele momento somos nós, as formas, a música, o movimento e as crianças”, aponta a coreógrafa. Um público necessário A escolha de uma audiência tão especial tem que ver, afirma Birute Baneviciute, com a sua formação em coreografia e posterior carreira enquanto professora de dança de alunos a partir do ano de idade. “Comecei a perceber que os espectáculos para os bebés, por exemplo, não eram tidos em conta e que as pessoas começavam normalmente a dar alguma educação artística aos filhos a partir dos três anos”, recorda. A razão é compreensível: “Já conseguem falar, já conseguem parecer espertos o suficiente para entender as coisas”. Mas, para a coreógrafa, o entendimento do mundo acontece desde o nascimento. Trata-se de um entendimento diferente e de uma forma diferente de pensar. “Uma criança de seis meses consegue perceber o que fazemos, à sua maneira. Entre procurar alimento da mãe e virar o olhar para nós, está a comunicar”, diz. “Se saltarmos este período etário que vai do zero aos dois anos de idade, é muito difícil desenvolver um interesse pelas artes mais tarde”, diz da sua experiência e conhecimento. Para Birute Baneviciute, este é um período crucial para despertar o gosto pela área artística. “Puzzle” pretende ainda ser um espaço que marca a diferença. O lugar em que decorre é distinto dos espaços comuns do dia-a-dia e é uma forma ainda de motivar os pais a participarem até porque, comenta a directora artística, “uma criança de seis meses não vai sozinha ao teatro”. “É muito importante também que as famílias se juntem e venham”, refere. Prova disso é o encontro que, muitas vezes, artistas e pais têm após o espectáculo. “A resposta ao que fazemos é, por vezes, tão simples como uma demonstração de satisfação por terem tido um espaço familiar fora de casa, um espaço artístico comum”, remata.
Sofia Margarida Mota EventosFIMM | Sons locais abrem trigésima edição do festival de música Músicos da terra, uma ópera de Puccini e cordas de Berlim, acompanhadas a erhu, compõem a ementa de entradas da trigésima edição do Festival Internacional de Música de Macau [dropcap style=’circle’]C[/dropcap]omemora-se este ano o trigésimo aniversário do Festival Internacional de Música de Macau (FIMM) e, apesar da data agendada para a grande abertura coincidir com o Dia Nacional da China, nada como o devido prelúdio dedicada à terra anfitriã. Sob a rúbrica “Bravo Macau!”, os concertos de abertura do evento são com o de melhor que a cidade de Macau tem no que respeita a virtuosismo musical. O palco da sala do Teatro D. Pedro V abre o pano a 29 e 30 de Setembro com uma série de nomes locais: na quinta-feira, a agenda aponta para um dueto de piano, composto por Poon Ho Suet e Poon Ho Tung, seguido da actuação de um quinteto de metais. As obras a interpretar serão composições de Tchaikovsky, Saint-Saens e Rachmaninoff ao piano; e Ewazen, Lafosse e Nagel nos metais. O último dia de Setembro apresentará a pianista Cindy Ho a acompanhar os solistas Cheong Hoi Leong (piano), Chan Sin (piano) e Timothy Sun (saxofone), com interpretações de Kurt Weil, George Gershwin, Prokoviev e Rachmaninoff. Os bilhetes custam 120 ou 150 patacas e os concertos são às 20h00. Amor ou morte O primeiro destaque da presente edição do FIMM vai para a denominada “grande abertura” do evento: o palco do Centro Cultural de Macau acolhe a ópera “Turandot”. Composta pelo italiano Giacomo Puccini, esta famosa peça traz a história da princesa chinesa que, na busca de um marido, sujeita os pretendentes a um processo de selecção fatal. São três os enigmas que podem significar amor ou morte. A peça terá sido terminada pelo compositor Franco Alfano e vem agora a Macau pela batuta do maestro Lu Jia, numa encenação de Giancardo del Monaco. A agenda coincide com a semana dourada e de 1 a 4 de Outubro, pelas 20h00, o palco acolherá “Turandot”. O valor dos bilhetes vai das 250 às 800 patacas. Em simultâneo, de volta ao Teatro D. Pedro V, o Quinteto de Cordas da Filarmónica de Berlim traz dois espectáculos à RAEM. Dia 3 o grupo alemão apresenta adaptações de obras clássicas onde se registam os nomes de compositores que vão desde Mozart a Piazzola. No dia seguinte, juntam-se-lhe no palco o intérprete chinês de erhu, Xu Ke, com quem o Quinteto colabora há cerca de uma década. O espectáculo tem como finalidade dar a conhecer as conversas entre as cordas dos dois lados do mundo. Os concertos têm hora marcada para as 20h00 e os bilhetes são de 250 e 300 patacas. Enigmas de amor e morte Turandot é a última composição para ópera de Giacomo Puccini. A peça, em três actos, que veio a ser terminada por Franco Alfano, traz a história de uma princesa chinesa de nome Turandot que, a certa altura, é obrigada pelo pai a casar por motivos dinásticos. Turandot acaba por aceitar a imposição sem, no entanto, deixar de exigir uma outra condição: o homem que virá a ser seu marido terá que responder acertadamente a três enigmas por ela colocados, sendo que, em caso de erro, estará destinado à morte. A crueldade da condição acaba por não conseguir afastar a admiração do Príncipe Desconhecido que decide arriscar a própria vida para conseguir a mão da orgulhosa princesa. Após a derrota dos candidatos que o antecederam e a conquista do direito à mão de Turandot, não é intenção do príncipe ter a princesa contra a sua vontade e acaba por lhe devolver um outro enigma para que Turandot decida o seu destino.
Hoje Macau EventosCCM | Companhia espanhola traz “Carmen” em Novembro A Companhia Nacional de Dança de Espanha regressa ao CCM para apresentar “Carmen”, pela mão do coréografo sueco Johan Inger. O espectáculo vai estar em palco a 4 de Novembro e os bilhetes à venda a partir de domingo [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]bailado clássico “Carmen” vai estar em Macau no palco do Centro Cultural de Macau (CCM) a 4 de Novembro. Um espectáculo coreografado pelo sueco Johan Inger, que deu um cunho pessoal e “uma visão pura e descontaminada”, segundo o CCM, à adaptação do clássico de Bizet e que chega pela mão da Companhia Nacional de Dança de Espanha. Se hoje “Carmen” é um êxito incontestável e considerado uma referência, aquando da sua estreia, em Março de 1875, as críticas foram duras. Aliás, a peça só se tornou um êxito quando estreada em Viena, sete meses depois da primeira exibição, já o autor tinha morrido. Numa mistura entre a partitura original e a música contemporânea, esta história é contada a partir dos olhos de um rapazinho inocente. O enredo, com duração de 90 minutos, debruça-se sobre um triângulo amoroso, que é a génese do conto, composto por Don José, o principal guarda prisional, a sensual Carmen e o matador, que nesta adaptação surge com um visual mais contemporâneo assumindo o papel de uma estrela pop. Embora carregada de emoção, a história pelos olhos do coreógrafo John Inger “assume uma versão sóbria e contemporânea, com uma referência subtil aos anos 60”. Foi exactamente com este registo que John Inger recebeu o prémio Benois de la Danse, em 2016. Criado pela Associação Internacional de Dança de Moscovo em 1991, este é um dos prémios mais prestigiados no ballet. Com história A Companhia Nacional de Dança de Espanha foi fundada em 1979 e é considerada de “classe mundial desenvolvida através de um vasto repertório levado à cena por uma série de conceituados directores artísticos e coreógrafos, como Nacho Duato que dirigiu a Companhia ao longo de 20 anos”. Actualmente à frente desta companhia está o antigo bailarino principal do Ballet da Ópera de Paris José Carlos Martinez. “A companhia exibe um versátil elenco e uma equipa criativa”. Este espectáculo de “inveja e ciúme” pode ser visto a 4 de Setembro e os bilhetes comprados nas bilheteiras do CCM e na Rede Bilheteira de Macau.
Joana Freitas Eventos“Conversas a Giz” sobe ao palco do CCM este fim-de-semana [dropcap style=’circle’]”[/dropcap]Divertida, emocional e imprevisível.” É assim descrita a peça de dança e teatro “Conversas a Giz”, que sobe este fim-de-semana ao palco do Centro Cultural de Macau (CCM). Especialmente dedicada aos mais pequenos, a peça trazida pela companhia escocesa Curious Seed quer fazer os mais pequenos perceber da vida. “Numa mescla de dança e conversas traçadas a giz, os performers pedem ao público que revele as suas preferências, abordando tópicos que vão de Harry Potter e Beyoncé a dinossauros e zombies, sem abordá-los verdadeiramente. Em vez disso, ‘Conversas a Giz’ permite um momento descontraído e uma oportunidade para uma reflexão mais complexa sobre identidade pessoal”, começa por descrever a organização. “Através de diálogos sinceros, por vezes emocionais, em combinação com uma série de momentos coreografados, os dois artistas descrevem-se a si próprios de forma pouco habitual, frequentemente ao som de música atmosférica e intensa, cativando as mentes de grandes e pequenos.” A ideia é simples: permitir que a dupla de bailarinos que sobe ao palco consiga interagir com os mais pequenos de uma forma que os leve a descontrair e a perceber a vida, “tocando em temas universais, do amor à felicidade” e sem esquecer coisas boas, “como a pizza”. “Equilibrando humor e descontracção com intensos movimentos corporais, a dupla vai interagir com uma plateia de miúdos a partir dos oito anos”, frisa o CCM. Levando pais e crianças numa viagem de retorno às coisas simples da vida, Chook e Gek, os personagens de “Conversas a Giz”, misturam técnicas de teatro para recontar a história original do russo Arkadi Gaidar, escrita em 1939. A Curious Seed foi fundada em 2005 pela coreógrafa e performer escocesa Chsritiane Devaney. A visão da companhia “é criar espectáculos envolventes, estimulantes e descomprometidos tendo como base a expressão física”. A peça está em exibição amanhã, pelas 15h00 e 19h30 e domingo às 19h00.
Sofia Margarida Mota Eventos MancheteCCM | Elvis Costello chega a Macau em Setembro Dispensa apresentações e vai estar finalmente em Macau: Elvis Costello, dono de uma voz inconfundível e compositor de canções que marcam a cena musical das últimas décadas, vai subir ao palco do CCM em Setembro [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]palco do grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) vai receber um convidado especial em Setembro. É Elvis Costello, que vai ocupar o espaço com a sua voz, humor e as canções que fizeram história na carreira de um artista cuja vida é em palco. As interpretações que vão deambular entre a voz, o piano e a guitarra vão, com certeza, evocar a memórias das últimas décadas, num concerto marcado para dia 9 de Setembro às 20h00. Elvis Costello é o nome artístico de Declan Patrick Aloysius Macmanus. Nascido em Londres em 1954, começou a dar um ar da sua graça na cena musical ainda nos anos 70. Passou ainda pelo punk rock da década de 80, quando conseguiu afirmação da sua voz única. Para além de “ela” Amplamente conhecido pela interpretação de “She”, que integra a banda sonora do filme “Notting Hill”, Elvis Costello alcançou o estrelato duas décadas antes, impulsionado pelos movimentos punk e new wave, como relembra o CCM. A sua inquietação criativa cedo o aproximou de um amplo espectro de êxitos pop e complexos arranjos orquestrais e o impulso eclético levou-o a parcerias com gigantes musicais, de onde se destacam nomes como Paul McCartney, Tony Bennett, o lendário trompetista Chet Baker ou ainda o não menos icónico Johnny Cash. Inspirado por uma miríade de diferentes géneros musicais, Costello continuou a alargar horizontes, tendo pisado os terrenos da música clássica e do jazz através de colaborações com o Quarteto Brodsky, a Orquestra Mingus ou a mezzo soprano sueca Anne Sofie von Otter. Depois de ter recebido prémios de prestígio, dos Grammy aos BAFTA, em 2004 foi nomeado pela revista Rolling Stone como um dos cem maiores artistas de todos os tempos. Para dar e vender Da sua carreira contam mais de 30 álbuns e sete colectâneas. Todos os álbuns de estúdio de Costello até 1996 (com excepção de “The Juliet Letters’’) foram relançados de 2001 a 2005 pela Rhino Records, sob a supervisão do próprio Costello. Em cada um deles consta um disco adicional em forma de bónus com lado B, temas ao vivo, versões alternativas ou ainda as demos por detrás das composições. O som foi remasterizado e o músico escreveu a apresentação de cada um dos discos, em que inclui reflexões próprias e mesmo anedotas ou piadas da época. Se há dois dias circularam rumores acerca da sua morte que logo foram esclarecidos, esta é oportunidade para ver, em Macau, o espectáculo de um músico intemporal, que pisa pela primeira vez o palco do CCM, depois de muitos convites anteriores. Os bilhetes já se encontram à venda e custam entre as 180 e as 580 patacas.
Manuel Nunes EventosCCM | “Senhor Satie de Papel” inaugura InspirARTE 2016 O primeiro dos espectáculos de Verão preparados pelo CCM começa já hoje. Vem da Polónia e é completamente dedicado aos bebés. Os pais são convidados a estarem calados e a deixarem as crianças usufruírem. No final, os mais pequenos saltam todos para o palco para uma sessão de brincadeira. A música é de Erik Satie, mas não só [dropcap style≠’circle’]B[/dropcap]eata Bablinska e Monika Kabacinska são as caras e as mentoras do Teatr Atofri, uma companhia com quase nove anos que chega da Polónia. A proposta é trabalhar para um público menor. Mesmo. A peça “Senhor Satie de Papel” é pensada e concebida para bebés até aos 24 meses e estreia hoje, no Centro Cultural de Macau (CCM). “Na Polónia, quando começámos, não existia nada disto no panorama teatral”, explica Beata, adiantando contudo que “este tipo de teatro para bebés já tem uma longa tradição com cerca de 40 anos na Europa, em países como a Alemanha, a Itália, a Áustria e a Dinamarca”. As artistas não pretendem ser educadoras, apesar de já o terem sido. “Éramos as duas educadoras, eu já ensinava dança, e resolvemos avançar com o projecto. Mas não procuramos passar mensagens com esta peça. Apenas que as crianças se divirtam”, diz Monika. Gostam muito de utilizar música porque “tem um impacto muito grande junto das crianças”, como garante Beata. Para este espectáculo escolheram, maioritariamente, música do compositor francês Erik Satie. “Escolhemos a música dele porque é simples e visual e isso inspirou-nos”, diz Beata. Para as artistas polacas, “o poder mágico da música pode iluminar a mente das crianças, marcando-as de forma positiva em muitos aspectos”. “Música, movimento e canto, é esta a nossa proposta”, complementa Monika, que confessa também que “após nove anos podemos dizer com segurança que cantar é algo muito próximo das crianças. Divertem-se imenso”. Mas nem só de Satie vive o espectáculo. “Também improvisamos ao piano”, diz Beata, admitindo que o fazem inspiradas na música de Satie com “composições muito curtas”. As duas recorrem ainda a outras fontes. “Os bebés vão ouvir música a que não estão habituados. Também usamos música popular polaca, barroca, renascentista e mesmo alguma música moderna composta hoje”, revela Monika. As cores utilizadas também alinham pelo princípio da simplicidade: “Não usamos muitas cores, apenas branco, amarelo, azul e vermelho. Um estilo Mondrian”, explica Monika. Pais mal comportados “Esperamos que levem com elas boas imagens artísticas e música. Queremos que as crianças abram a cabeça”, diz Monika, que garante que, para que as crianças consigam mesmo absorver a experiência, torna-se absolutamente essencial que os pais, ou os acompanhantes, dos bebés se refreiem de tentarem explicar às crianças o que estão a ver. “Os pais são o problema. Especialmente os avós”, explica Beata. Isto porque, continua, “têm o hábito de explicarem às crianças o que estão a ver. Na Polónia então é horrível”. A este propósito relatam-nos que uma vez em França o apresentador do espectáculo fez o aviso certo ao lembrar pais e avós (“normalmente os piores”, atalha Beata) que as crianças são estudantes profissionais pois sabem como aprender, já que apenas fazem isso. “Não precisam de lhes explicar o que estão a ver”, diz Beata, “deixem-nas sentir e concluir por elas próprias”. O prazer de destruir Passada quase uma década desde que começaram a fazer tournées pelo mundo, já contactaram crianças de diversas culturas. Mas reagirão todas da mesma forma? “Os chineses e os turcos são muito barulhentos, não faço ideia porquê”, diz Monika a rir, adiantando ainda ter notado que, apesar do banzé, “os chineses são muito focados. Falam a todo o momento mas focam-se no que estão a fazer”. Para além disso, não notam diferenças de maior e consideram que comum mesmo são os comentários que elas vão fazendo durante a peça. “Interrogam-se, debatem, apontam… o feedback é extremamente rápido”, diz Monika. O cenário e os adereços são todos feitos de papel. Um papel especial que trazem da Polónia, 50% pergaminho, explicam-nos, e as crianças vão ter oportunidade de destruir parte dele na cena final. Quando iniciaram a performance foram gravados alguns filmes com as crianças a rasgarem o papel e os resultados foram fabulosos. “É tão engraçado ver como elas se divertem a destruir o papel”, diz Beata. O espectáculo encerra com uma reunião de 15 minutos com as crianças onde elas são convidadas a irem para o palco brincar. A comunicação é basicamente gestual com algumas frases curtas e muito directas. “Também usamos algumas palavras de poesias muito conhecidas na Polónia e combinamo-las com outras ideias”, explica Monika. O espectáculo acontece hoje e amanhã pelas 17h00 e sábado e domingo, com sessões às 11h00, 15h00 e 17h00. A duração é de aproximadamente 45 minutos e o preço dos bilhetes é de 180 patacas para adultos e de 200 patacas para adultos acompanhados por crianças. O excêntrico Erik Satie foi um influente e excêntrico compositor francês que viveu na viragem do século XIX. Aclamado como “o pioneiro da música moderna em França”, Satie inseriu nas suas composições um som diferente, tendo até chegado a usar uma sirene e garrafas de leite quando compôs Parade, cujas partituras foram utilizadas num Ballet de Jean Cocteau coreografado por Leonide Massine e cenografia e figurinos de Pablo Picasso. A natureza humorística de Satie também transparece nos títulos que escolhia, como o da peça “Prelúdios Flácidos”.