FIMM | Ópera “L’Elisir D’Amore” sobe ao palco do CCM na sexta-feira

É já na próxima sexta-feira que arranca o Festival Internacional de Música de Macau (FIMM). “L’Elisir D’Amore”, ópera em dois actos do compositor italiano Gaetano Donizetti, tem as honras da grande abertura

[dropcap style≠‘circle’]F[/dropcap]oi em Milão, no ano de 1832, que “L’Elisir D’Amore” se estreou em palco. Desde então correu mundo, tornando-se uma presença frequente em casas de ópera de renome internacional. A obra intemporal do compositor italiano Gaetano Donizetti (1797-1848) chega agora a Macau, integrada no FIMM, quando se assinalam os 170 anos da sua morte.

A trama gira em torno do amor que tudo supera – desde os interesses materiais às diferenças de classe social. A ópera, em dois actos, composta em apenas seis semanas, centra-se num jovem camponês (Nemorino) que se apaixona por uma rica e bela proprietária de terras, que o atormenta com a sua diferença (Adina). Nemorino convence-se de que uma poção mágica o poderá ajudar na conquista do seu amor e, com a chegada à aldeia do sargento Belcore que pede Adina em casamento, empenha todas as suas economias num frasco de elixir do amor, que adquire ao charlatão Dulcamara.

O segundo acto começa com Nemorino a implorar a Dulcamara um elixir mais potente, face à iminência da assinatura do contrato de casamento entre Adina e Belcore. Em troca, sem dinheiro para pagar, o jovem camponês aceita alistar-se no exército de Belcore. Dulcamara conta a Adina o que se passa com Nemorino, e esta acaba por ganhar consciência do amor que o protagonista lhe devota, entregando-lhe o papel que o resgata do serviço militar e admitindo que o amará para sempre. Nemorino vem a herdar uma fortuna, de um falecido tio, e Dulcamara vangloria-se dos poderes do seu elixir que, além do amor, trouxe riqueza ao jovem camponês que acaba por casar-se com Adina.

Um elenco de luxo

“L’Elisir d’Amore” – que vai subir ao palco do Centro Cultural de Macau na sexta-feira e no domingo – é uma produção da Ópera de Zurique. Com duração de duas horas e 45 minutos, incluindo um intervalo entre os dois actos, é interpretada em italiano, com legendas em chinês, português e inglês. O tenor Arturo Chacón-Cruz, aluno de Plácido Domingo, e a aclamada soprano Laura Giordano, dão vida às personagens de Nemorino e de Adina.

A ópera conta com a mestria visual do célebre encenador alemão Grischa Asagaroff que a viu pela primeira vez no início dos anos 1980, numa famosa produção em Hamburgo. Com efeito, seria preciso uma década para voltar a contactar com “L’Elisir d’Amore” e apaixonar-se de imediato, com a famosa ária “Una furtiva lagrima”, uma das razões que o levou a aceitar o desafio de encenar a obra.

“Esta produção em Macau, com uma grande orquestra [Orquestra de Macau, dirigida pelo maestro austríaco Ralf Weikert], um coro famoso [Coro Lírico Siciliano] e um maravilhoso elenco de grandes cantores e actores, mostrará ao grande compositor Donizetti por que, passados 186 anos, a sua ópera continua a ser um êxito intemporal”, observou o encenador num encontro com a imprensa, que teve lugar na sexta-feira. “Estou muito feliz por poder mostrar ao público [de Macau] uma das minhas produções preferidas”, complementou Grischa Asagaroff.

O preço dos bilhetes para “L’Elisir d’Amore”, o espectáculo de abertura do FIMM, oscila entre 300 e 600 patacas.

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