Benfica | Rui Costa e Roger Schmidt agradecem o apoio continuado dos adeptos

O Presidente do Benfica, Rui Costa, e o treinador Roger Schmidt agradeceram ontem o apoio que receberam ao longo da temporada e que conduziu a equipa à conquista do 38.º título de campeão português de futebol.

Com o ambiente ao rubro, a equipa do Benfica chegou ao Marquês de Pombal já perto da uma e meia da manhã, com a multidão a abrir alas ao autocarro panorâmico que desceu pela avenida Fontes Pereira de Melo e foi recebido em uníssono com o cântico: “o campeão voltou”.

Os jogadores do Benfica, em euforia, aos saltos no autocarro desceram até ao palco montado mesmo em frente ao Parque Eduardo VII e de frente para a estátua do Marquês de Pombal.

Gonçalo Guedes, João Mário, Morato, Chiquinho e João Neves foram dos primeiros a subir para o palco, sendo que a taça de campeão foi passando de mão em mão.

Todos eles envergavam a camisola do Benfica com o número 38 nas costas, que confirmava o número de títulos nacionais dos ‘encarnados’ e com forte animação sintonizaram-se nos festejos.

O capitão Otamendi, que está em final de contrato, foi o primeiro a usar da palavra, mas não disse aquilo que os adeptos queriam ouvir, que iria permanecer no Benfica, apesar dos pedidos que se fizeram ouvir.

“Era o título que mais desejava desde que cheguei ao Benfica. Conseguimos dar o 38.º título nacional ao Benfica, que todos vocês mereceram. Quero agradecer-vos pelo apoio”, disse.

Na mesma linha, João Mário prometeu desfrutar da conquista do título e prometeu lutar pela renovação na próxima temporada.

Por sua vez o treinador Roger Schmidt relembrou o que disse há cerca de um ano quando foi apresentado como treinador dos ‘encarnados’: “quem gosta de futebol tem de gostar do Benfica”.

“Um ano depois isso verificou-se. Agradeço-vos todo o apoio. Estou muito orgulhoso da minha equipa. Este ambiente é inacreditável. O Benfica é campeão! Merecemos ser campeões, jogámos o melhor futebol e sempre com a filosofia do Benfica. Muito obrigado benfiquistas”, afirmou.

O presidente, Rui Costa, encerrou a roda dos discursos e salientou que a conquista deste campeonato representa a união de todos os adeptos do Benfica.

“Somos campeões nacionais, chega de pedir o 38. Já cá está. Agradeço a todos este excelente grupo de trabalho e a todos vocês, que acreditaram desde o primeiro dia que chegaríamos a campeões nacionais. Um título que é da nossa união e que é do Benfica”, concluiu.

Noite de festa

O emblemático recinto lisboeta, que recebe sempre a equipa do Benfica nos festejos dos títulos nacionais, tornou-se demasiado pequena para acolher dos milhares de adeptos que para ali rumaram.

Aos poucos foi enchendo até as pessoas ficarem como se estivessem numa lata de sardinhas. Era uma autêntica discoteca ao ar livre. Os adeptos espalhavam-se como podiam, alguns sentaram-se em cima dos semáforos e da sinalização vertical.

O vermelho era a cor que predominava, embora se vissem várias camisolas pretas e amarelas, dos equipamentos alternativos. Os cachecóis era parte da indumentária dos adeptos e viam-se balões com o número 38, fazendo referência ao título conquistado este sábado, e também um adepto, mesmo em frente ao palco com uma taça de campeão nacional em papelão.

A noite foi arrefecendo, mas o ambiente esteve longe de o estar. Sempre a saltarem e a cantarem as canções que habitualmente passam no reduto ‘encarnado’, tanto no Estádio da Luz como nos dois pavilhões, os adeptos foram mantendo o ânimo pela noite dentro e… o calor humano.

Pouco antes da meia-noite o speaker do Benfica, com Deejay Kamala, subiu ao palco no Marquês de Pombal para animar ainda mais o ambiente. Os irmãos Nelson e Sérgio Rosado, do duo Anjos, e António Manuel Ribeiro, vocalista dos UHF, também aqueceram o ambiente numa altura em que a equipa do Benfica já tinha saído do estádio da Luz.

Tendo os festejos culminado com fogo de artifício depois dos discursos de Otamendi, João Mário, Roger Schmidt e Rui Costa.

28 Mai 2023

Não era só o Benfica

Na semana passada falou-se muito de futebol. Não, não me refiro ao empate do Benfica em Barcelona, à derrota do FC Porto em Liverpool e à vitória surpreendente do Sporting ao Borussia Dortmund conseguindo seguir na Champions onde não punha as chuteiras há 13 anos. Falou-se muito de futebol, mas em termos judiciais. As autoridades não conseguem esconder a ajuda que o hacker Rui Pinto lhes tem estado a dar, certamente bem remunerado. De um mês para o outro, os clubes de futebol entraram na baila e os inspectores da Polícia Judiciária, os procuradores do Ministério Público e o super juiz Carlos Alexandre começaram a invadir as instalações clubistas, como o Sporting, Santa Clara, Vitória de Guimarães, FC Porto, Tondela e Sporting de Braga. E não só. As buscas domiciliárias e não domiciliárias atingiram jogadores, dirigentes de SAD’s de clubes, empresários de futebol e escritórios de advogados. Afinal, não era só o Benfica que vinha sendo acusado de irregularidades e negócios pouco claros na compra e venda de jogadores. No intocável FC Porto parece que desta vez o caso é grave e inclui o próprio filho do presidente Pinto da Costa, que obviamente aprendeu tudo sobre bastidores do futebol com o pai.

A gravidade das buscas pode envolver muitos milhões de euros que foram branqueados na compra e venda de jogadores, nas comissões que jogadores, dirigentes e empresários teriam recebido quando os contratos eram acordados. Imaginem que até o “deus” dos empresários, Jorge Mendes, que por ser o gestor de José Mourinho e de Cristiano Ronaldo logo pensou que tinha o rei na barriga e que poderia fazer o que lhe apetecesse. Com ele, vários advogados que mancharam a classe de uma forma vergonhosa. A polícia investiga, mas já tem os dados todos. Já sabe quantos milhões recebeu fulano ou beltrano. As pesquisas já apareceram nos computadores dos investigadores, que têm o apoio de Rui Pinto, e as lavagens de dinheiro, os depósitos em offshores e as falcatruas de intermediários e advogados já estão nos processos comandados por Carlos Alexandre. E tudo indica que desta vez o caso é muito sério e que alguns irão parar à prisão. O Ministério Público já tem suspeitas de negócios entre os clubes e terceiras entidades que podem ultrapassar os 15 milhões de euros e que tiveram em vista a ocultação de rendimentos do trabalho dependente, sujeitos a declaração e a retenção na fonte, em sede de IRS, envolvendo jogadores de futebol profissional. As investigações já começaram em 2020 e quando foi anunciado que Luís Filipe Vieira e o Benfica estavam em maus lençóis, logo houve risotas lá para as bandas do norte do país. Agora, vamos ver o que acontece quando o FC Porto é um dos clubes com maiores suspeitas de ilegalidades, nomeadamente, a fuga ao fisco. Os factos em investigação são susceptíveis de integrarem crimes de fraude fiscal, fraude à segurança social e branqueamento de capitais.

Quando veio a público que no FC Porto o Ministério Público tinha suspeitas gravíssimas, houve logo quem dissesse que Pinto da Costa é intocável. Vamos ver porque o Ministério Público está a investigar o pagamento de comissões superiores a 20 milhões de euros relacionados com transferências de futebolistas e efetuou 33 buscas, entre as quais na SAD do FC Porto e numa instituição bancária. Em comunicado, o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) referiu que na investigação estão “factos ocorridos pelo menos desde 2017 até ao presente, com forte dimensão internacional e que envolvem operações de pagamento de comissões de mais de 20 milhões de euros”. O DCIAP acrescenta que as diligências “visam investigar a suspeita de prática de crimes de fraude fiscal, burla, abuso de confiança e branqueamento, relacionados com transferências de jogadores de futebol e com circuitos financeiros que envolvem os intermediários nesses negócios”.

Nada mais claro que há marosca e da grande no interior dos maiores clubes de futebol. A gravidade maior ao longo dos anos é o roubo que se tem feito ao Estado que somos todos nós. O procedimento criminal movimentou muitos milhares de milhões de euros. Houve jogadores que foram comprados por milhões e que nunca jogaram nos clubes que os adquiriram e que passado uns tempos eram vendidos pelo dobro que tinham custado.

Naturalmente que os sócios e os adeptos que pagam as suas quotas e bilhetes de ingress têm de se sentir envergonhados e tristes com os seus clubes que optaram pela vigarice. Afinal, pode perguntar-se se o futebol é um desporto ou um negócio. Possivelmente a maioria optava por afirmar que se trata de um negócio gigantesco e obscura que tem início na própria FIFA e UEFA onde os casos de corrupção têm levianamente vindo a público e não esquecendo o escândalo do Mundial que se realizará no Qatar, último lugar do globo para a prática de futebol devido à elevada temperatura e prejudicial à saúde dos praticantes.

Vamos aguardar pelo desfecho destas investigações que tendo o juiz Carlos Alexandre ao comando das operações não augura que os potenciais suspeitos se fiquem a rir desta vez…


*Texto escrito com a antiga grafia

29 Nov 2021

O Benfica é enorme

Qualquer português que não seja do Benfica tem a maior consideração e admiração pela obra que muitos presidentes do clube foram edificando, o que é o meu caso. A história do Benfica é quase infinita, incontornavelmente digna. Conquistou miúdos, adolescentes e adultos. Começaram a jogar futebol num campo em que as poucas bancadas eram de madeira. O clube foi tendo adeptos, simpatizantes, sócios e dirigentes. Os jogadores que chegaram a praticar o melhor futebol de Portugal foram engrandecendo o Benfica. Conquistaram campeonatos, taças, torneios. Taças internacionais de campeões. Entre os muitos, José Águas, Simões, Costa Pereira, Neto, Cavém, Ângelo, Cruz, Coluna, Soeiro, Germano, José Augusto, Torres e tantos outros, apareceu um miúdo moçambicano que chegou a melhor do mundo. O Eusébio ofereceu ao Benfica a fama, o prestígio, a genialidade e a vitória. Eusébio deixou pelo mundo golos fenomenais. Eusébio engrandeceu o nome de Portugal pelos cinco continentes.

O Benfica foi crescendo, teve o maior estádio do país, encheu o velho estádio da Luz para festejar a Taça dos Campeões. Criou uma academia de formação de jovens. O seu historial é grandioso, os benfiquistas chamam-lhe “glorioso” e hoje é uma marca mundial de excelência. E por que razão estou a falar do Benfica? Porque me lembrei da confusão, especulação, acusação e detenção de que foi alvo o presidente do Futebol Clube do Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa. As televisões andaram mais de uma semana a falar de fraudes, burlas, frutas, crime que o presidente portista teria cometido. No final, assistimos à absolvição total. Pois, esta semana, o circo repetiu-se, desta feita com o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira. A comunicação social enlouqueceu e ficou em histerismo total, com repórteres à porta de casa do presidente do Benfica, na garagem, no estádio da Luz, à porta da polícia, à porta dos amigos do presidente benfiquista, uma vergonha tudo o que se assistiu baseado em especulações e suspeitas.

Anunciam que Luís Filipe Vieira cometeu fraudes, burlas, fugas ao fisco, negócios ilegais de imobiliário, uso dos dinheiros do Benfica, só faltou anunciarem que Vieira tinha já vendido o Estádio da Luz. Luís Filipe Vieira foi sempre toda a vida um homem de negócios. Os benfiquistas sempre souberam isso e elegeram-no seis vezes como presidente do clube. Nos seus negócios pode ter cometido irregularidades, mas há muitos anos que se assistia a uma actividade obscura de certos indivíduos que pretenderam sempre destituí-lo do cargo.

No entanto, que não se misture nunca a grandiosidade do Benfica com a pessoa ou pessoas que dirigem o clube e que devido ao incumprimento da lei deverão abandonar as suas funções no clube. Luís Filipe Vieira tem tido negócios como tantos empresários e alguns deles banqueiros que gozam da liberdade porque sabem tudo acerca das centenas de cidadãos que corromperam. Vieira pode ter estado ligado ao BES, ao Ricardo Salgado, ao Novo Banco, ao “rei dos frangos”, a António Costa ou Mário Centeno, a centenas de outros empresários. A verdade é que durante a semana não se falou em outra coisa: na detenção de Luís Filipe Vieira e muito especialmente, persistindo-se na ideia de que o presidente já não tem condições para exercer o cargo. Ora aqui está o busílis da questão. Temos em Portugal milhares de traficantes, de meliantes, de assaltantes, de negociadores vigaristas, de ladrões e que são do conhecimento das autoridades. O que se lamenta é que as polícias queiram dar nas vistas e autopromoverem-se prendendo de vez em quando alguns nomes sonantes, a fim de passar a ideia ao povo de que actuam sem discriminação, que tanto o pobre como o rico são tratados por igual. E isso, não é verdade. Já prenderam José Sócrates? Já prenderam Ricardo Salgado? Já prenderam Arlindo Carvalho? Já prenderam António Mexia? Já prenderam Zeinal Bava ou Henrique Granadeiro? Já prenderam Moniz da Maia? Já prenderam Nuno Vasconcellos?

Já prenderam Gama Leão? Já prenderam outros presidentes de clubes de futebol? Já prenderam os responsáveis da construção do autódromo do Algarve? Poeira para os olhos é que não admitimos…

A detenção rápida na quarta-feira passada do presidente do Benfica não foi um acto inocente. Sabemos que estão muitos milhões de euros envolvidos nos negócios de Vieira, quer em Portugal ou no Brasil onde usou saques de bancos a que agora é acusado de dever. Sabemos das dívidas que Vieira tem ao Novo Banco. Sabemos que os fundos abutres americanos tentaram salvar ou afundar ainda mais Luís Filipe Vieira. Agora, a preocupação principal de certos grupos, não só de benfiquistas, traduzir-se no afastamento de presidente do Benfica leva-me a retornar ao pensamento sobre o presidente do Futebol Clube do Porto que andou nestas mesmas andanças no seio das televisões e seus comentadores, alguns bons canalhas. O tribunal decidiu que os arguidos fossem em liberdade sob o pagamento de caução e o vice-presidente do Benfica, Rui Costa, uma das glórias futebolísticas assumiu a presidência do clube.

O Benfica continuará a ser grande. O clube irá ao longo dos anos ter novos presidentes. A sua SAD terá que continuar com os negócios de compra e de venda de jogadores. Contudo, ninguém poderá acusar Luís Filipe Vieira que nada fez pelo Benfica ou que enriqueceu à custa do clube. Aconteça o que acontecer ao presidente Vieira, este ficará na história do clube pela obra que levou a cabo, naturalmente com uma página negra se se confirmar que usou o dinheiro do Benfica para os seus negócios pessoais.

*Texto escrito com a antiga grafia

12 Jul 2021

Ai, Portugal, Portugal

 O anti-benfiquismo é político

[dropcap]A[/dropcap]qui em Portugal está tudo a ficar doido. Estou à vontade a escrever sobre o Benfica porque até sou portista. Mas, na verdade a loucura absolutamente anti-benfiquista é uma campanha política porque tem sido ao longo da semana passada um fartote de críticas por parte de políticos destacados e de personalidades que não gostam do primeiro-ministro António Costa. Temos em jogo, sem árbitro, uma panóplia de noticiários radiofónicos e televisivos, já não falando da imprensa, que tem abordado o facto de António Costa e Fernando Medina, presidente da edilidade lisboeta, terem sido escolhidos por Luís Filipe Vieira como fazendo parte de uma lista com mais 498 nomes para apoio à sua futura recandidatura à presidência do clube encarnado. E digo que está tudo doido ao criticarem Costa e Medina quando estas duas personalidades sempre foram sócios do Benfica e convidados a assistir aos jogos na tribuna do estádio da Luz. Então, um sócio de um clube não tem o direito e a liberdade de escolher um candidato? Não pode fazer parte de uma comissão de honra do seu candidato preferido? A demagogia tem imperado nas críticas dos mais distintos quadrantes nas redes sociais. Alvitram os detractores que a o cargo de primeiro-ministro e de presidente de Câmara é incompatível com o apoio a um candidato a presidente de um clube de futebol. Que o candidato Luís Filipe Vieira tem processos em tribunal e dívidas bancárias. Mas o que tem a ver o cu com as calças?

Para sermos sérios temos que concordar que António Costa e Fernando Medina são sócios do Benfica e nessa condição têm acompanhado as vitórias e derrotas do seu clube, vibrado com os golos como os sócios de outro qualquer clube, têm tomado conhecimento das dificuldades em dirigir um clube com a grandeza do Benfica, sabem dos balanços financeiros anuais, ocupam-se com a vida do clube e, talvez, por isso, é que preferem determinado candidato a dirigir os destinos do clube. Se Luís Filipe Vieira tem problemas judiciais, isso é uma questão com os tribunais. Nada tem a ver com a política. Se Vieira na qualidade de candidato à presidência do Benfica escolheu 500 sócios para a sua comissão de honra porque não vieram à baila os outros nomes? Naturalmente, que houve uma intenção de matar dois coelhos com uma cajadada. Assim, os alvos das críticas têm sido Luís Filipe Vieira e António Costa. Vieira porque se tem processos no Ministério Público não tem credibilidade e seriedade para dirigir o clube, com os críticos a esquecerem-se do que diz a lei ao referir que até em julgado todo o cidadão é inocente. Por outro lado, António Costa leva pela medida grossa porque é o secretário-geral do Partido Socialista e é importante para os políticos adversários mancharem a sua imagem o mais possível com a mira de em futuras eleições poderem destroná-lo, esquecendo-se que as sondagens dão os socialistas perto da maioria absoluta.

É óbvio que a proximidade entre a política e o futebol causa sempre polémica, mas neste caso, o primeiro-ministro fez muito bem em afirmar que não tem nada a dizer sobre o assunto porque a sua posição no clube da Luz nada tem a ver com a sua participação política na vida pública. Só que assistimos a posições descabidas e intencionais com o fim de denegrir a imagem de Costa. Acusam-no de promiscuidade, que os negócios do futebol são sujos e ilegais, que se Luís Filipe Vieira está a contas com a justiça também António Costa ao apoiar um dirigente com problemas judiciais passa a ter o mesmo carisma. Nada mais errado. O que tem o primeiro-ministro a ver com contratações ou vendas de jogadores, com obras no complexo do Seixal, com os funcionários do clube que andaram ligados ao mundo da droga, com as pesquisas ilegais efectuadas pelo hacker Rui Pinto? Que eu saiba, nada. Sendo assim, há que ter um pouco de seriedade mental ao acusar-se uma pessoa com um cargo de Estado sem ter os fundamentos legais. Direi mais, sem eu ter qualquer ligação partidária: António Costa teria todo o direito de mover uma queixa-crime contra os principais adversários políticos que deixaram na praça pública a ideia de que o socialista primeiro-ministro era igual ao “vigarista” Luís Filipe Vieira. Há acusações e insinuações intoleráveis. Não pode valer tudo em política e na rivalidade clubística. Quem não for benfiquista deve respeitar o bom nome do clube representado pelos seus directores eleitos. Se não se gosta de um primeiro-ministro e pretende-se efectuar uma luta política, arranjem-se argumentos políticos com veracidade para essa mesma luta. A semana que passou fica tristemente marcada pela demagogia e radicalismo demonstrado por certas facções políticas e desportivas. Portugal não pode continuar a assistir à destruição do carácter sem qualquer lógica de quem ocupa lugares cimeiros no espólio político.

O mais lamentável é que Luís Filipe Vieira acabou por retirar os nomes dos sócios benfiquistas António Costa e Fernando Medina da comissão de honra para a sua recandidatura alegando que a “companha difamatória e ofensiva” contra as duas individualidades e contra ele próprio “está a ultrapassar todos os limites”. Os detractores ganharam o jogo, sem árbitro.

20 Set 2020

Confesso-me culpado

[dropcap]N[/dropcap]a leitura de Ernesto Sábato, por causa de um prefácio a escrever, descubro: o escritor argentino não traía a paixão mais chã pelo futebol.

Eu sempre liguei menos ao futebol (por ter sido um praticante medíocre?) e neste fim de semana esqueci-me de ver o Benfica-Porto.

Todavia, o meu desafecto prende-se mais com o que Hans Ulrich Gumbrecht explica:

«Existem dois modelos básicos de comportamento, no tempo de lazer, na sociedade burguesa, um reconhecido como “exigente” e outro como “trivial”, e esta dicotomia valorativa é acompanhada por uma outra diferenciação que, pelo menos desde o período moderno inicial, pode ser observada entre os jogos que enfatizam o corpo e os jogos que enfatizam a mente, entre o desporto e a literatura.»

Ou seja, padeço (padeci?) de snobeira quanto ao desporto. Não tenho dúvidas.

O Gumbrecht elucida nuns ensaios notáveis porque se deu a transferência da valorização pública duma orbe intelectual para a desportista; as “estéticas da presença”, performáticas, apagam mais facilmente o fosso entre o artista e o público/observador e geram uma atmosfera simbiótica, seja no desporto como na música pop/rock; os quais se usam de velhos mecanismos, como a “identificação”.
No filme Bohemian Rhapsody, sobre o cantor Freddie Mercury, há um momento que ilustra bem este ponto.

Após a morte do cantor, Bryan May, o guitarrista, conta como nasceu uma canção emblemática da banda, Radio Gaga: para intensificar essa interação com o público em que o Freddie era mestre, lembrou-se de fazer uma canção que levasse o público a co-participar na textura do refrão através das palmas. Claro, foi um êxito.

Vi também um concerto de uma cantora brasileira (não me lembro qual) no qual, aos primeiros acordes de um seu sucesso, o público desatou a cantar tão maciçamente que a artista, comovida, do princípio ao fim, limitou-se a direcionar o microfone para o público, no fito de ampliar a comunhão.

Existe apenas o transe da música, já não existe de um lado o autor/intérprete e o receptor de outro; a amplificação fez sobressair o sentimento de pertença.

No futebol é o mesmo. No Iniesta, no Messi e no Luis Suarez “projecta-se” a jogada que os fãs desejam. O futebolista? Um mero heterónimo do fã.

A paixão do fã é a de quem foi tomado pelo fanatismo próprio ao entusiasmo que, para Platão, era o abono de vida do poeta (- entretanto, desviado para as malhas da racionalidade mais ilhada), e é essa exaltação que encadeia aquele transe colectivo.

Alguma arte e literatura, da ala mais erudita, ficaram arredadas desta qualidade. Desde que deixei de juntar cromos de futebolistas que, progressivamente, se me tornou tudo demasiado cerebral, distanciado, mediado pelo discursivo. Fareja-se, o entusiasmo em T.S. Eliot, na Arte Conceptual, no filósofo Heidegger? Só solenidade, discurso e disforias.

Ficou pior, agorinha mesmo: por causa do Sabato descobri o livro de Evgen Bacvar, Le Voyeur Absolu o magnífico fotógrafo esloveno que é cego desde os 12 anos de idade. Sheet, ia começar esta tarde no ginásio os meus treinos de boxe e, está visto, vou faltar para ler as letrinhas que o esloveno nunca leu e apreciar-lhe as fotos que imaginou mas nunca viu.

Já nos anos cinquenta George Bataille acusava a civilização, não apenas de ter deixado insatisfeitas as necessidades corporais da humanidade, mas, através da permanência de tal frustração, de as ter reprimido – ao nível coletivo. E a hipóstase da corporalidade – através da suposta exclusão do intelecto – sempre enervou muito os intelectuais. Falo por mim, que nunca acreditei muito no mito da espada do Afonso Henriques, do bem que faria aos peitorais erguê-la.

Enuncia Gumbrecht: «(…) coloquemos a questão: quem lê literatura contemporânea e o que é que os seus (já poucos) leitores – tipicamente – fazem com os seus corpos? (…) Enquanto experiências subjetivas “autênticas” do corpo, os intelectuais de hoje apegam-se àquelas experiências do corpo que “vão ao limite”, àquelas nos quais a própria experiência do corpo se torna uma “expansão da consciência”. Talvez esta obsessão em “experimentar os limites” seja um indicador de quão difícil (impossível) se tornou para eles habitarem os seus próprios corpos.»

É pertinente a questão, desdenhámos a inteligência colectiva que se manifesta no fluxo e na materialidade do jogo desportivo e que além de ser hoje o fermento da sociedade de massas estabelece uma nova relação entre o corpo, a sua discursividade e aproveitamento. Embora continue a parecer-me tão bizarro e intratável – roça o irrelevante – que se gaste dois anos de vida num treino intensíssimo e orientado para a meta de baixar um segundo a um recorde de quatrocentos metros livres, como passar dois anos a querer justificar a bisonhice de Heidegger em relação à comédia: duas ilusões razoavelmente infecundas, apesar dos pergaminhos que tais exercícios concedam.

Contudo, como, de uma forma até insuspeita, tudo se relaciona, podemos ler na organização tácita de uma equipa de futebol o equivalente das geometrias secretas que delineiam a composição de um quadro, na pintura.

Qual é o problema de José Mourinho? Foi perdendo a alegria do jogo e, perdido o entusiasmo, reduziu a leitura do jogo ao cálculo das probabilidades (supostamente científico), apostando agora excessivamente nas jogadas com contorno e nas estruturas tácticas, o que inibe severamente a improvisação nas equipas: tornou-se “um treinador figurativo”, de feição hierática, como o pintor Georges Rouault. Guardiola pelo contrário, deixa que cada jogo conte a sua própria história, apesar de ou contra as estruturas que monta: é um “treinador abstracto”, da ala Kandinsky.

Pelo menos é a divagação que me chega, hoje, neste remorso de ter dado banhada, como espectador, ao “meu” Benfica. Sinto-me culpado pela derrota, ou sinto-me derrotado pelo pensamento mágico: sinto que a minha falta de comparência é que quebrou o elã, levando a que aquele indescritível algo que, para além da técnica, pode catapultar a vitória não se tivesse dado. Ora, porra!

29 Ago 2019

Benfica | Adeptos apontam Bruno Lage como grande obreiro do título

[dropcap]O[/dropcap] treinador do Benfica, Bruno Lage, que guiou os ‘encarnados’ à 37.º vitória do clube na I Liga de futebol, foi, no sábado, apontado pelos adeptos como o principal responsável pelo título nacional.

De acordo com os adeptos ouvidos pela Lusa na Praça Marquês de Pombal, em Lisboa, onde muitos milhares aguardavam ainda a chegada da equipa para a festa, o treinador de 43 anos, que apenas assumiu o comando técnico em Janeiro, recebeu todos os elogios pelo feito e por ter devolvido a confiança à massa associativa quando o Benfica estava a sete pontos do primeiro lugar.

“Foi sofrer até ao fim, mas quando recuperámos o primeiro lugar sentimos que viríamos aqui. [O principal responsável] Foi o ‘mister’ Bruno Lage. Sempre tivemos fé na equipa, mas a sete pontos era complicado. Sem retirar mérito a Rui Vitória, sentíamos um afastamento da equipa dos adeptos e o Bruno Lage veio reatar esse amor que estava algo apagado”, afirmou Vanessa Alcobia, que veio de Queluz para a festa do título ‘encarnado’.

De Paris para o Marquês de Pombal veio Micael Martins. Com a camisola do Benfica e a pronúncia francesa bem vincada, este jovem adepto revelou não ter hesitado na ideia de vir para Lisboa no fim do campeonato, depois de ver a equipa sair vencedora (2-1) do jogo com o FC Porto, no Estádio do Dragão, no Porto.

“Venho de Paris. Vim cá uns dias, mas sabia que íamos ser campeões. Sabia que íamos ser campeões, por isso vim de propósito. O jogo no Dragão foi o momento em que soube que íamos ser campeões. Agora é festejar, depois vê-se quando voltamos. Espero estar aqui, neste mesmo lugar, no próximo ano”, disse, acrescentando: “O grande responsável pela vitória foi Bruno Lage. Ele mudou tudo e fez uma segunda volta espetacular”.

Factor de união

Já Paulo Lopes, que veio para a festa acompanhado da esposa e dos dois filhos, de dois e cinco anos, enalteceu o treinador do Benfica por “unir a equipa e ter sido a pessoa essencial para reunir as forças do Benfica”, mas destacou também o papel do presidente do clube.

“Luís Filipe Vieira apostou sempre no clube, num treinador novo, nos jogadores e em todos os benfiquistas. Em Janeiro ninguém acreditava, hoje estamos aqui e para o ano logo se vê”, frisou, apontando o veterano avançado brasileiro Jonas, de 35 anos, como “o melhor” do plantel.

Por fim, João Catarino, acompanhado da filha Sara, partilhou o mérito da conquista do 37.º título “por todos os jogadores, o treinador e o presidente”, reconhecendo ainda que “será complicado” segurar algumas das maiores promessas ‘encarnadas’ e que o momento mais marcante surgiu com o triunfo sobre os ‘dragões’.

“Não estava confiante, era muito difícil dar a volta à situação e felizmente conseguimos. Creio que o momento decisivo foi ganharmos em casa do FC Porto”, observou.

O Benfica venceu sábado o Santa Clara, por 4-1, em jogo da 34ª jornada, e selou a conquista da I Liga com 87 pontos, mais dois do que o FC Porto, naquele que foi o 37.º título da sua história.

“Mais do que merecido”

O treinador do Benfica, Bruno Lage, considerou sábado o título de campeão nacional da I Liga de futebol “mais do que merecido” e pediu aos adeptos para darem “mérito a quem ganha”, nas celebrações do campeonato, em Lisboa. “Chegámos justamente ao título, é mais do que merecido.

Que este título, que estava perdido, seja também a forma de dar mérito a quem ganha. Quando os adversários ganharem, temos de lhes dar mérito. Só assim eles nos darão mérito a nós”, disse Bruno Lage, perante centenas de milhares de adeptos, na Praça Marquês de Pombal, em Lisboa. O técnico, de 43 anos, pediu também aos adeptos a mesma exigência que apresentam à equipa da Luz em outros assuntos da sociedade, de forma a “reconquistar os valores de Portugal”.

“Há coisas mais importantes do que o futebol, se vocês tiverem esta mesma exigência noutros temas da sociedade portuguesa, o nosso país vai ser melhor. Vamos reconquistar os valores de Portugal”, pediu. Bruno Lage agradeceu também aos adeptos e ao presidente dos ‘encarnados’, Luís Filipe Vieira, pela “oportunidade de ser treinador” da equipa principal do Benfica, mas sobretudo aos jogadores, em especial Jonas, que foi “um exemplo”.

20 Mai 2019

Liga NOS | Reviravolta no Dragão lança Benfica para a liderança

Numa partida de intensidade constante, embora nem sempre bem jogada, as águias impuseram-se no estádio do Dragão, o que não acontecia desde a época 2014/15, e ficam mais perto de reconquistar o título de campeão nacional quando faltam dez jornadas para o fim do campeonato

[dropcap]O[/dropcap] Benfica assumiu ontem a liderança da I Liga de futebol, o que não acontecia desde a sétima jornada, ao vencer o FC Porto no Dragão por 2-1, após reviravolta, quando faltam 10 jornadas para o fim.

No jogo grande da 24.ª jornada, o melhor ataque do campeonato levou a melhor sobre a melhor defesa, num jogo que os ‘encarnados’, com um futebol mais fluido ao longo de quase toda a partida, acabaram reduzidos a 10 elementos, por expulsão de Gabriel, aos 77 minutos.

Adrián López, aos 19 minutos, deu vantagem ao FC Porto, mas o Benfica chegou ao empate sete minutos depois, por João Félix, logrando colocar-se em vantagem no início da segunda parte, aos 52, por Rafa, para dar continuidade ao percurso imaculado desde a chegada do treinador Bruno Lage – nove vitórias na Liga.

Com este triunfo no Dragão, que já não acontecia para o campeonato desde o 2-0 na temporada 2014/15, o Benfica resgatou a liderança, após 16 jornadas na posse dos campeões nacionais, somando agora 59 pontos, mais dois do que o FC Porto, num duelo pelo título que promete durar até ao final.

Dados lançados

No FC Porto, Sérgio Conceição devolveu a titularidade a Brahimi e Marega, recuperados de lesão, e, fiel ao 4-4-2, manteve Adrián López no ataque, Manafá no lado direito da defesa, e Óliver no meio-campo, relegando Fernando Andrade e Otávio, titulares nos dois últimos encontros, para o banco de suplentes, onde também se sentaram Éder Militão e Soares.

No Benfica, Bruno Lage voltou a contar com Ferro e André Almeida, após castigo, repetindo o ‘onze’ dos últimos jogos, antecipado até por Sérgio Conceição, com uma linha de quatro defesas (que incluiu ainda Rúben Dias e Grimaldo), dois médios (Samaris e Gabriel), dois alas (Pizzi e Rafa) e dois avançados (João Félix e Seferovic).

‘Aliviados’ pelos dois técnicos do carácter decisivo do jogo, os jogadores das duas equipas entregaram-se às suas ideias, com os olhos colocados na baliza contrária, por onde andou a bola nos primeiros minutos.

Telles protagonizou o primeiro remate do jogo para o FC Porto, aos 19 segundos, respondendo o Benfica por João Félix, aos três minutos, numa incursão pela esquerda apenas travada pelo corte providencial de Pepe.

Num jogo de equilíbrios, o Benfica conseguia ganhar superioridade no corredor central, capitalizando as movimentações alternadas de Pizzi e Rafa, de fora para dentro, e, com isso, tempo e espaço para construir jogadas de ataque.

Pizzi, aos 16 minutos, soltou-se na esquerda, mas perdeu-se nas pernas de Felipe, na área do Porto, onde Casillas assumiu um papel decisivo, negando por duas vezes o golo em remates de Pizzi e Seferovic, aos 22 e 45 minutos, respetivamente.

Com um meio-campo a dois, incluindo uma vigilância mais cuidada às movimentações de Herrera, e jogadores demasiado posicionais, os campeões nacionais apostavam na profundidade de Marega, mas seria numa recuperação de bola que chegou ao golo e à vantagem, após perda de Rafa e progressão de Brahimi apenas travada à entrada da área do Benfica.

Adrián marcou a falta e acertou na barreira, mas ganhou o ressalto e rematou colocado, para fora do alcance de Vlachodimos, inaugurando o marcador, num lance revisto pelo videoárbitro, por pretensa influência de Felipe, em posição duvidosa no lance.

O Benfica não se deixou afectar por este revés e continuou com um jogo mais solto, numa pressão alta e capacidade de explorar os espaços nos corredores laterais que lhe viria a valer o empate, aos 26 minutos. Gabriel recuperou a bola no meio campo ofensivo, fez chegar a bola a Seferovic, na esquerda, que cruzou para João Félix, solto na área, receber e bater Casillas.

Fruto colectivo

O FC Porto veio do balneário com outra determinação e agressividade, dando mostras de querer pegar no jogo, num registo que colocava mais por dentro Brahimi e Corona, longe do fulgor de outros encontros, para baralhar as marcações, mas seria o Benfica a colher os louros, aos 52 minutos, numa jogada de envolvimento colectivo, que contou com alguma apatia defensiva dos portistas.

João Félix, Rafa e Pizzi trabalharam o lance, com curtas trocas de bola à entrada da área, cabendo ao 21 do Benfica servir Rafa para um remate colocado que colocou os ‘encarnados’ na frente do marcador.

Em vantagem, o Benfica juntou linhas, foi recuando no terreno e fechando os caminhos da sua baliza, numa estratégia que se acentuou a partir da expulsão, por duplo amarelo no mesmo lance, de Gabriel, aos 77 minutos, após desentendimento com Otávio.

Neste período final do jogo, o FC Porto, já com Soares ao lado de Marega no ataque, criou várias situações de golo, valendo ao Benfica o ‘ferro’, o acerto defensivo dos seus jogadores e a falta de pontaria dos jogadores do FC Porto, que, apesar da derrota, saíram do estádio debaixo de uma forte ovação.

Outras contas

Com a vitória no Dragão, os ‘encarnados’ conseguiram vencer os dois ‘clássicos’ do campeonato com o FC Porto, 13 anos depois de o terem feito pela última vez, na época 2005/06, com triunfos por 2-0 no Dragão e 1-0 na Luz.

Distantes desta luta, o Sporting de Braga, terceiro classificado, com 49 pontos, e o Sporting, quarto, com 46, jogaram no domingo, perante Rio Ave e Portimonense, respectivamente, cujos resultados não eram ainda conhecidos à hora do fecho desta edição.

Logo atrás segue o Moreirense, que sábado empatou em casa com o Vitória de Setúbal. Cádiz, aos 17 minutos, colocou na frente os sadinos, que não vencem desde a 11.ª jornada, e foram infelizes quando Sílvio, aos 35, marcou na própria baliza.

Os cónegos, que terminariam reduzidos a 10 por expulsão de Halliche, aos 84, vão manter o quinto lugar, agora com 42 pontos, mais seis do que o ‘vizinho’ Vitória de Guimarães, que recebe o Marítimo esta segunda-feira.

O Setúbal, que averbou a nona igualdade na competição, quinta nas derradeiras seis jornadas, é 14.º classificado, com 24 pontos, apenas um acima da ‘linha de água’.

Na zona de despromoção caiu o Tondela, após a derrota de sábado no terreno do Nacional, por 3-2. Riascos (36), Tissone (62) e Vítor Gonçalves (83) marcaram para os madeirenses, enquanto Tomané (22), de penálti, e Moufi (66) apontaram os tentos dos beirões.

O Nacional subiu provisoriamente ao 12.º lugar, com 26 pontos, mais três do que o Tondela que sofreu a terceira derrota seguida e caiu para o 16.º posto, à frente do Desportivo de Chaves (19) e do Feirense (14).

Palavra aos treinadores

“Se o empate já era negativo para nós, imaginem a derrota”

Sérgio Conceição (treinador do FC Porto)

“Momentaneamente, ficamos desiludidos com este resultado, mas, tal como disse na antevisão, ainda há 30 pontos em disputa e vamos lutar até ao fim.

Ficou mais difícil, porque não dependemos de nós, mas vamos fazer tudo para os reconquistar e faremos as contas no final do campeonato.

Foi um Benfica igual a si próprio, mas estávamos precavidos para isso, e conhecedores do que podiam fazer.

Acho que entramos bem, conseguimos fazer o mais difícil que foi estar em vantagem, mas depois, inexplicavelmente, sofremos o golo, que surgiu numa precipitação nossa.

Quisemos sair a jogar, perdemos dois duelos e um cruzamento, e uma precipitação nossa foi uma importante vitamina para o Benfica.

Depois, voltámos a iniciar bem a segunda parte, mas, na primeira vez que chegaram com perigo, marcaram o segundo golo.

Continuámos a lutar, mas em algumas situações faltou-nos eficácia e alguma agressividade ofensiva no último terço.

Se o empate já era negativo para nós, imaginem a derrota.

O Benfica foi igual ao que costuma ser. Tentou pressionar a nossa construção, juntou as linhas no meio campo defensivo e, depois, tentou sair para o ataque de forma simples e direta.

Da nossa parte, houve ineficácia ofensiva que já referi.

Nunca me desculpei com os lesionados, ou com os jogadores de fora, sempre disse que os treinadores são pagos para arranjar soluções e não para lamentar problemas.

O futebol é isto, não há que lamentar, temos de nos focar no que falta do campeonato, no próximo jogo da Liga dos Campeões e, depois, na Taça de Portugal”.

“Acabámos por conseguir um resultado justo”

Bruno Lage (treinador do Benfica)

“Continua tudo igual, mas com a diferença de dois pontos e com imensos jogos por disputar. Ambas as equipas vão continuar a jogar de três em três dias, e temos de recuperar bem. A nossa caminhada é jogo a jogo, e nesse sentido vamos fazer o nosso trabalho tal como o começámos há dois meses atrás.

Agradeci aos jogadores por estarem disponíveis para trabalhar, pela atitude enorme, por formarem uma equipa competitiva, e por fazerem de mim treinador.

Fico satisfeito pelo percurso, e estava consciente de que se treinássemos desta forma podíamos fazer um bom trabalho pensando jogo a jogo

Quando cheguei [ao comando do Benfica] via-se as coisas a longo prazo, mas no futebol temos de ver o dia a dia. Temos tido essa capacidade de treinar bem a preparar os jogos para vencer.

Não foi um jogo decisivo. Foi importante porque temos dois pontos de vantagem, mas ainda há muito para disputar e temos de continuar no mesmo registo, com equilíbrio e tranquilidade.

Fomos a melhor equipa na primeira parte e, mesmo com a entrada forte do FC Porto, fizemos o que estava planeado.

Creio que a partir dos 10 minutos tivemos o jogo do nosso lado, mesmo quando o FC Porto chegou à vantagem, de bola parada, estávamos determinados em fazer o que tínhamos planeado. Fizemos dois golos e tivemos várias oportunidades.

Durante os 60 minutos fomos a melhor equipa, e mesmo a partir da expulsão, com alterações óbvias do adversário para tentar chegar ao golo, mostrámos uma grande atitude e fizemos tudo para o evitar. Aguentámos, sofremos esse bocado, e acabámos por conseguir um resultado justo.

Não era difícil não acertar no nosso ‘onze’. Conheço a equipa técnica do FC Porto, é bem competente. Não se baseou apenas no ‘onze’ e tentou perceber as nossas dinâmicas. Tentamos, em todos os jogos, reinventar-nos, porque cada partida tem a sua história e lado estratégico.

Estávamos preparados para a estratégia do FC Porto, porque o mais importante não é adivinhar os ‘onzes’, mas sim preparar as dinâmicas, e creio que ambos [os treinadores] conseguimos, porque foi um grande jogo de futebol, com, tirando a situação da expulsão, uma atitude exemplar das duas equipas.

4 Mar 2019

Benfica sofre goleada em Munique e segue para a Liga Europa

[dropcap]O[/dropcap] Benfica ficou ontem fora da luta pelo acesso aos oitavos de final da Liga dos Campeões em futebol, ao ser goleado por 5-1 no reduto do Bayern Munique, que se qualificou, na quinta jornada do Grupo E.

Arjen Robben, aos 13 e 30 minutos, Robert Lewandowski, aos 36 e 51, e Franck Ribéry, aos 76, apontaram os tentos dos bávaros, enquanto Gedson Fernandes, aos 46, facturou para os ‘encarnados’, que seguem para a Liga Europa.

Na classificação, em que falta só determinar quem será o primeiro classificado, os bávaros lideram, com 13 pontos, contra 11 do Ajax, quatro do Benfica e nenhum do AEK Atenas, que visita a Luz na última ronda, em jogo para ‘cumprir calendário’.

28 Nov 2018

Distúrbios provocam um ferido e danos em hotel após jogo entre Benfica e Ajax

[dropcap]U[/dropcap]m grupo de adeptos do Benfica causou na noite de quarta-feira distúrbios num hotel em Lisboa, onde estavam adeptos holandeses do Ajax, após o jogo da Liga dos Campeões em futebol, que terminou 1-1, disse à Lusa fonte policial.

“Temos a indicação de que um grupo de adeptos do Benfica viu adeptos holandeses num hotel, nas imediações do estádio da Luz, e causou distúrbios, obrigando o grupo alegadamente afecto ao Ajax a refugiar-se no interior”, afirmou fonte da PSP, frisando que “não se pode falar em confrontos directos entre adeptos de ambos os clubes”.

Segundo a mesma fonte, os adeptos causaram danos na zona do restaurante e esplanada da unidade hoteleira, com um adepto holandês a ser transportado ao hospital de Santa Maria com ferimentos na cabeça.

“Um cidadão holandês sofreu ferimentos na cabeça, mas tudo indica que se trata de ferimentos ligeiros. Foi transportado ao hospital mais por precaução”, explicou.

A PSP conseguiu interceptar sete pessoas que foram identificadas, mas nenhuma ficou detida, uma vez que não houve flagrante delito. “Foram identificadas sete pessoas, mas temos a indicação que o grupo seria mais numeroso. Vamos analisar as imagens do sistema de vigilância do hotel e o processo vai seguir os trâmites normais”, concluiu.

Clube da Luz empatou

O Benfica comprometeu ontem o apuramento para os oitavos de final da Liga dos Campeões em futebol, ao empatar 1-1 na recepção aos holandeses do Ajax, em encontro da quarta jornada do Grupo E. O brasileiro Jonas, que não marcava para a ‘Champions’ desde 16 de Fevereiro de 2016, deu vantagem aos ‘encarnados’, aos 29 minutos, mas, na segunda parte, aos 61, o sérvio Dusan Tadic restabeleceu a igualdade.

Na classificação, e com duas rondas por disputar, os alemães do Bayern Munique, que venceram em casa o AEK Atenas por 2-0, isolaram-se na frente, com 10 pontos, contra oito do Ajax e quatro do Benfica. Os gregos continuam a zero.

8 Nov 2018

Presidente do Benfica demite-se caso sejam provados “actos menos lícitos” no clube

[dropcap]O[/dropcap] presidente do Sport Lisboa e Benfica, Luís Filipe Vieira, assegurou hoje que se demite caso sejam apurados pela Justiça “actos menos lícitos” praticados pelo clube da Luz, numa altura em que decorrem vários processos em tribunal.

“[Os casos na Justiça] Afectam-nos mais a nós do que ao Benfica. Sofremos bastante”, afirmou Vieira depois de ter sido questionado numa entrevista concedida à TVI sobre os vários processos judiciais que envolvem o clube.

Sobre as acusações que recaem sobre Paulo Gonçalves, ex-assessor jurídico dos encarnados, Luís Filipe Vieira diz que é necessário esperar pelo veredicto final dos processos.

“Neste momento, [Paulo Gonçalves] não foi condenado. Há a presunção de inocência. O Benfica perdeu um grande profissional”, atirou, realçando: “Não misture o Paulo Gonçalves com o Benfica”.

Segundo o líder das ‘águias’, “tudo o que o Benfica ganhou foi dentro do campo”, pelo que se houver actos de corrupção comprovados, vai pedir a demissão do cargo que exerce há 15 anos. Vieira mostrou-se convencido que “no final a Justiça vai funcionar”.

Vieira quer manter treinador

Luís Filipe Vieira elogiou ontem o trabalho que o treinador da equipa principal de futebol Rui Vitória vem fazendo no clube e quer que o seu contrato, válido até 2020, seja cumprido até ao fim.

“Por minha vontade, garanto que [Rui Vitória] é o treinador até ao final do contrato”, afirmou Vieira numa entrevista concedida à TVI, canal de televisão em Portugal, num momento em que o técnico tem sido contestado depois de o Benfica ter sofrido duas derrotas consecutivas, primeiro, na Liga dos Campeões frente ao Ajax (1-0), e no último sábado contra o Belenenses (2-0), na I Liga.

Segundo o líder das ‘águias’, o treinador “tem feito um trabalho fantástico”, especialmente, no lançamento de jovens jogadores da formação do Benfica. “Lançou dez jogadores em três anos. É o homem certo para o projeto que o Benfica quer”, reforçou Vieira, considerando que “há hoje uma grande injustiça para com Rui Vitória”.

O presidente do Benfica apontou para a conquista de dois campeonatos nacionais de futebol nos dois primeiros anos de contrato de Rui Vitória, bem como para a obtenção do recorde de 88 pontos na época 2015/16, recordando ainda os quartos de final da Liga dos Campeões atingidas nessa mesma época e desvalorizando a falta de títulos na época transata.

“O Rui Vitória não merece as críticas que lhe têm feito. Neste momento, o Rui é o treinador mais qualificado e vai lançar mais três ou quatro jogadores formados no Caixa Futebol Campus na próxima época”, frisou.

E acrescentou: “Todo o nosso projeto assenta no Seixal. O Benfica não deverá fazer o que fez no passado. O Benfica não pode depender de um resultado menos positivo. O Benfica está a preparar-se para dominar o futebol português na próxima década”.

De acordo com Vieira, “a estratégia do Benfica é ganhar com os talentos formados em casa”, realçando os nomes de Rúben Dias, Gedson Fernandes e João Félix como exemplo de jogadores jovens que já têm sucesso na primeira equipa.

“Recebemos ofertas de 20 e 25 milhões de euros por um jovem de 19 anos. E também propostas de 40 milhões de euros e de 35 milhões de euros por outros dois jovens e não saíram”, sublinhou, destacando que Rúben Dias e Gedson já renovaram os seus contratos e estão “blindados com cláusulas muito elevadas” e que João Félix “vai renovar já amanhã [quarta-feira] com cláusula de rescisão bastante alta”.

Para Vieira, a retenção do talento formado no Seixal é “a única possibilidade de o Benfica triunfar na Europa”. “Recusámos 75 milhões de euros por dois jogadores no último verão. O Gedson não está feliz? O Rúben Dias não está feliz?”, salientou.

O presidente do clube da Luz também comentou as notícias que dão conta de uma proposta do Everton no final do ano passado para contratar Rui Vitória. “Não era eu que lhe ia cortar as pernas”, vincou Vieira, revelando que, caso o negócio avançasse, Rui Vitória iria ganhar oito vezes mais no emblema inglês.

31 Out 2018

Liga dos Campeões | Benfica regressa à Grécia para defrontar hoje o AEK em Atenas

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Benfica volta a jogar na Grécia para a Liga dos Campeões de futebol, defrontando hoje o AEK em Atenas, um mês depois de ter assegurado em Salónica a presença na fase de grupos, com um triunfo sobre o PAOK (4-1).

O triunfo de Salónica foi especialmente importante, pelo encaixe direto de verbas para os ‘encarnados’, que se estrearam com uma derrota com o Bayern, na primeira jornada, e que agora encontram um adversário com quem não se cruzam há nove épocas.

Cinco dias depois do empate em casa do Desportivo de Chaves (2-2), para a I Liga, e após oito derrotas seguidas em jogos da fase de grupos da ‘Champions’, o Benfica só quer reatar com as vitórias, ante um adversário considerado acessível e que perdeu por 3-0 com o Ajax na ronda inaugural.

Além da perda de dois pontos, o encontro de Chaves deixou mais marcas no Benfica, que perdeu, por lesão, o central Jardel e o médio Gabriel. Ambos ficaram de fora da lista de convocados, a que regressam Ferreyra e Salvio.

O AEK vem de uma vitória em Creta, sobre o OFI (3-0) e segue em terceiro no campeonato helénico, a um ponto apenas do líder PAOK.

Para mesmo grupo, Depois de terem conquistado três pontos na primeira jornada, o Bayern Munique e o Ajax defrontam-se na Alemanha, com a liderança do grupo em jogo.

O Bayern, de Renato Sanches, perdeu o comando na ‘Bundesliga’ na sexta-feira, com a derrota por 2-0 frente ao Hertha, em Berlim. É segundo, a um ponto do Borussia Dortmund. Quanto ao Ajax, também não lidera no seu país. Ganhou em Sittard, mas ainda assim é segundo a cinco pontos do PSV.

Treinador do AEK Atenas quer vencer o Benfica “de qualquer forma”

O treinador do AEK Atenas, Marinos Ouzounidis, considerou que os gregos devem “ganhar de qualquer forma” ao Benfica na terça-feira, o único modo de alimentarem expectativas de apuramento no grupo E da Liga dos Campeões de futebol.

“Temos de ganhar de qualquer forma, para termos esperanças no futuro. O jogo com o Ajax deu-nos uma lição sobre o que temos de fazer neste tipo de jogos: ter uma defesa muito forte e concretizar em golo todas as oportunidades”, resumiu.

Gregos e portugueses ainda não pontuaram, depois do Benfica ter perdido em casa por 2-0 com os alemães do Bayern Munique e o AEK por 3-0 na visita aos holandeses do Ajax.

“Temos de estar concentrados nos 90 minutos, pois já sabemos o quanto custa um minuto de desconcentração. Não podemos cometer faltas e devemos estar muito fortes, tanto a defender como a atacar”, completou.

Do Benfica, observa ser um conjunto ainda à procura do valor apresentado nos anos anteriores, entendendo que é um rival com “muitos jogadores jovens” e, também por isso, “ainda com pouca experiência” na Europa.

“Ainda têm trabalho pela frente”, apontou, destacando o perigo que o rival português constitui “no contra-ataque”, além de elogiar os “alas fortes”.

Marinos Ouzounidis diz que o desafio será “importante para as duas equipas, mas mais para o Benfica”, considerando ainda que o Bayern Munique “está a um nível superior” ao dos restantes adversários, que “vão decidir nos jogos entre si, os mais importantes, quem passa à próxima fase”.

O antigo treinador do Panathinaikos, que cumpre a primeira época no AEK, escusou-se a adiantar o ‘onze’ que vai apresentar, recordando apenas que tem quatro centrais de grande nível e que podem desempenhar outras funções em campo.

O árbitro israelita Orel Grinfeld foi nomeado pela UEFA para dirigir a partida, marcada para as às 22:00 locais.

2 Out 2018

Benfica | Vieira “nostálgico” enaltece trajeto do “companheiro de viagem” Luisão 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, recordou ontem “com enorme nostalgia” o dia em que conheceu Luisão, que encerrou a carreira de futebolista, e assegurou que a “viagem” de ambos nos ‘encarnados’ “está longe de terminar”.

“É um dia muito especial. Recordo com enorme nostalgia quando, no dia 22 de agosto, no antigo Estádio da Luz, conheci um rapaz franzino, mas enorme na alma e na entrega. Agora, olho para um profissional feliz, realizado e que se despede dos relvados onde defendeu sempre o Benfica”, afirmou Vieira.

Na cerimónia que marcou o término de carreira de Luisão, o líder do clube da Luz mostrou-se emocionado com o momento e dirigiu palavras especiais ao ex-capitão benfiquista: “Se, há 15 anos, te dei as boas-vindas, hoje, digo-te muito obrigado, pelo teu caráter, profissionalismo, liderança e amor ao Benfica.”

Apesar do ‘adeus’ de Luisão aos relvados, Vieira assegurou que este “não é o fim”, mas sim “o princípio de uma nova etapa”, que vai levar o antigo central a assumir o cargo de diretor para as relações internacionais do Benfica.

“Este é o princípio de uma nova etapa, que vais percorrer com o mesmo orgulho, um pouco por todo o mundo. Tens o símbolo do Benfica no coração. Conta comigo. Como sempre disse, és o meu companheiro de viagem e tanto a tua como a minha ainda estão longe de terminar”, salientou.

Por seu lado, Luisão retribuiu as palavras do presidente do Benfica, oferecendo-lhe a camisola que utilizou no treino de ontem, no Seixal, o último da carreira.

“Poderia dar-lhe muitas coisas, mas, hoje, quando fui pela última vez ao Seixal e vesti esta camisola para treinar, achei que tinha de lha entregar, pela sua visão e por ter contribuído para a minha formação como homem e para a construção do meu caráter. É a última coisa que usei nesta batalha que foi o futebol”, transmitiu.

Aos 37 anos, Luisão, que tinha contrato com o Benfica até final desta época, encerrou a carreira de futebolista, após 15 temporadas na Luz, onde chegou no início de 2002/03, proveniente do Cruzeiro.

Neste período, tornou-se no jogador com mais troféus conquistados pelo Benfica (20) e no segundo com mais jogos (538), sendo apenas superado por Nené (578).

Além dos 47 golos anotados pelas ‘águias’ – o primeiro dos quais na estreia, diante do Belenenses, em setembro de 2003 -, Luisão actuou 47 vezes pela seleção do Brasil, conquistando uma Copa América (2004) e duas Taças das Confederações (2005 e 2009).

Luisão agradece os 15 anos na Luz e lamenta não ter conquistado troféu internacional

Luisão confessou ontem que esta foi a “melhor hora” para colocar um ponto final na carreira de futebolista e agradeceu por tudo o que o Benfica lhe deu, lamentando apenas não ter conquistado um troféu internacional.

“Sei que amanhã já não vou ter nada disto, já não vou tomar o pequeno almoço no Seixal, com os meus companheiros, não me vou equipar e treinar, mas amanhã começa uma nova carreira. Quero parar agora, agradecer a todos sem exceção, até aos meus rivais, que me fizeram crescer dentro de campo. Orgulho-me de tudo o que Deus me deu ao longo da vida, desde a infância humilde, aos primeiros toques na bola, com o meu pai, com cinco anos, até chegar a este clube, onde me tornei homem e atleta”, afirmou o agora ex-jogador.

Numa cerimónia realizada em pleno relvado do Estádio da Luz, em que esteve presente toda a estrutura do futebol do Benfica, a administração da SAD, a direção do clube, o plantel benfiquista e a família do até agora futebolista, de 37 anos, Luisão agradeceu pelos 15 anos de águia ao peito, onde exercia, até hoje, as funções de ‘capitão’.

“Não é fácil. Devo quase tudo ao presidente Luís Filipe Vieira, ao Benfica, à minha esposa e às minhas filhas. Olho em redor do estádio e vejo em todo o lado ‘obrigado capitão’, mas chegou a hora de eu dizer obrigado Benfica”, transmitiu o mais titulado jogador da história dos ‘encarnados’, ladeado pelos 20 troféus que arrecadou na Luz.

Luisão admitiu ter refletido “muito sobre a carreira” nos últimos dias, tendo chegado à conclusão de que esta “era a melhor hora” para concluir um trajeto que começou quando tinha cinco anos e que prosseguiu ao serviço de Juventus, Cruzeiro e Benfica.

Desde que, em 23 de agosto de 2003, aterrou em Lisboa para assinar pelo Benfica, Luisão contabilizou 538 jogos e 47 golos, e conquistou seis campeonatos, três Taças de Portugal, sete Taças da Liga e quatro Supertaças. Contudo, confessou, ficou a faltar um troféu internacional.

“É uma das coisas que mais lamento, tendo em conta a grandeza do clube e o que o presidente me propôs desde que eu cheguei. Tivemos oportunidade de ganhar, em duas finais da Liga Europa, e vou lamentar isso para o resto da minha vida, porque acho que tínhamos condições para termos aqui mais um troféu”, referiu.

O antigo internacional brasileiro, que deverá assumir o cargo de diretor para as relações internacionais do clube da Luz, elegeu como melhores momentos na Luz o golo apontado ao Sporting, em 2005, que deixou as ‘águias’ à beira do título, bem como o momento em que partiu o braço, em 2015, num dérbi com os ‘leões, e que o fez renascer profissionalmente.

Já o pior momento foi quando resolveu “defender” os companheiros perante os adeptos do Benfica, quando sentia que os mesmos não estavam a apoiar a equipa: “Os adeptos ficaram chateados, mas depois voltou tudo ao normal. Vivi dias tristes quando tive de tomar essa atitude.”

Luisão disse que chegou a pensar em regressar ao Brasil, sobretudo no primeiro ano na Luz, devido às dificuldades que estava a sentir para se apresentar nas melhores condições, e admitiu “falta de experiência” na gestão de algumas propostas que lhe foram chegando ao longo dos anos.

O ex-central, que não somou qualquer minuto de utilização esta época, enalteceu ainda o grupo “fantástico” que compõe o plantel e deixou uma certeza: “Todos os que estão ali (apontando para os companheiros de equipa) e os que jogaram comigo desde o início, sem exceção, terão a porta da minha casa sempre aberta. Eles sabem disso.”

Aos 37 anos, Luisão encerrou a carreira de futebolista, após 15 temporadas pelo Benfica, onde chegou no início de 2002/03, proveniente do Cruzeiro. Neste período, tornou-se no jogador com mais troféus conquistados pelo Benfica (20) e no segundo com mais jogos (538), sendo apenas superado por Nené (578).

Além dos 47 golos anotados pelas ‘águias’ – o primeiro dos quais na estreia, diante do Belenenses, em setembro de 2003 -, Luisão atuou 47 vezes pela seleção do Brasil, conquistando uma Copa América (2004) e duas Taças das Confederações (2005 e 2009).

26 Set 2018

Bolinha | Benfica, Monte Carlo e Ka I sorteados no Grupo B

Após um ano de interrupção, a competição mais popular de futebol de sete de Macau está de volta com as equipas retornarem ao D. Bosco já no dia 19 de Setembro. Um regresso amargo que trouxe consigo a desistência do Lam Pak, clube com grande tradição na Bolinha

[dropcap style=’circle’]B[/dropcap]enfica de Macau, Monte Carlo e Ka I ficaram sorteadas no Grupo B da Bolinha, que é constituído por seis formações. O sorteio da competição de futebol de sete jogadores foi realizado, na sexta-feira à tarde, no Estádio de Macau, e colocou ainda no grupo: Nightwalker, Lung Lok e Polícia B. Já no grupo A, que tem sete formações, ficaram as equipas de Sporting de Macau, Cheng Fung, Polícia A, Kin Wa, Cheng Wa, Sub-23 e ainda Chiba. A competição arranca a 19 deste mês e decorre, como tradicionalmente acontece, no Campo D. Bosco.

Para as águias, à semelhança dos anos anteriores, o objectivo passa essencialmente por fortalecer o espírito de equipa, a pensar no futebol de onze, sem investimento a pensar na vitória. Mesmo assim, Duarte Alves, dirigente do clube, afirmou, ao HM, que a equipa tem condições para ser considerada uma das favoritas.

“Calhou-nos o grupo com menos jogos, mas acho que não há benefícios por isso. Vamos enfrentar a Bolinha com a mesma ideologia dos últimos anos, ou seja utilizar a competição para apostar no espírito de grupo, apostando nos jogadores do futebol de 11”, disse o responsável.

“Não montámos uma equipa de propósito para sermos campeões. Mas com esta mentalidade de apostar no espírito de grupo já conseguimos dois títulos na Bolinha. Por isso, julgo que poderemos ser vistos como favoritos, pelo menos no que diz respeito ao apuramento para próxima fase”, acrescentou Duarte Alves.

À imagem do que sucedeu no torneio de futebol de sete que substituiu a Bolinha na temporada passada, o Benfica vai apostar em jogadores-treinadores. Cuco e Filipe Duarte poderão assim voltar a ser os técnicos da equipa. “Temos jogadores que em termos de idade estão na recta final da carreira e que estão interessados em lançar-se como treinadores. São atletas que têm trabalhado para obter as licenças de treinador da AFC [Confederação Asiática de Futebol], são da família e vamos continuar a dar-lhes estas oportunidades”, explicou.

Para o Sporting de Macau, o sorteio ditou dois grupos equilibrados, apesar das incógnitas, ou seja, as equipas que só actuam no futebol de sete. Também por esta razão, o objectivo passa pela manutenção da 1.ª Divisão, apesar da passagem à próxima fase não estar excluída dos horizontes.

“São grupos equilibrados. Mas há sempre uma incógnita nesta competição, porque há equipas que só participam na Bolinha, não tem relevância fora do futebol de sete, como o Kin Wa ou o Ching Wa, por exemplo. São equipas que não conseguimos observar ao longo do ano para saber o seu valor real”, disse José Reis, director do Sporting de Macau, ao HM.

“Para esta competição o nosso objectivo principal é a manutenção na 1.ª Divisão. Mesmo assim, a passagem à próxima fase tem de estar sempre na mente de um clube como o Sporting”, considerou.

Lam Pak de fora

A Bolinha está oficialmente de regresso a 19 de Setembro, uma quarta-feira, depois de um época de suspensão, devido aos efeitos da passagem do Tufão Hato. Os dois jogos diários decorrem entre terça e sexta-feira, no Campo Dom Bosco. Contudo, o regresso de uma das competições mais populares de Macau fica marcada pela desistência do Lam Pak, equipa com grande tradição no futebol local, principalmente na década de 90.

“A ausência do Lam Pak é lamentável. Desconhecendo a causa da desistência, obviamente que o futebol local fica mais fraco sem um dos históricos clubes na primeira divisão da bolinha”, afirmou José Reis. “Esperamos que o Lam Pak regresse rapidamente à liga principal do campeonato de sete”, desejou.

Também Duarte Alves lamentou a ausência da equipa da Bolinha: “Fiquei surpreendido porque o Lam Pak já está há vários anos envolvidos na competição e é um nome importante, com boas prestações”, admitiu o dirigente das águias. “É uma desistência que implica a ausência também da 1.ª Divisão na próxima época, e isso é uma perda para o futebol de sete de Macau”, acrescentou.

10 Set 2018

Benfica vai impugnar constituição da SAD como arguida no processo “e-toupeira”

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] SAD do Benfica anunciou ontem que vai impugnar a decisão do Ministério Público (MP) de a constituir como arguida no processo “e-toupeira” e solicitar o afastamento do magistrado titular do inquérito.

Em comunicado, a SAD do Benfica considera que o processo “afronta a Constituição, a Lei e os deveres funcionais do Procurador”.

Na sequência da decisão ontem conhecida, e após consulta dos autos de inquérito, a SAD ‘encarnada’ decidiu avançar “com a imediata impugnação da constituição como arguida e o competente pedido de incidente de suspeição sobre o magistrado titular do inquérito, com base em diversa matéria de facto e de direito”.

O processo “e-toupeira” investiga a utilização abusiva de credenciais informáticas na plataforma Citius de uma magistrada do MP, que se encontra colocada na coadjuvação da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL), para recolher informação relacionada com processos, designadamente envolvendo o Benfica.

A SAD ‘encarnada’ considera que a sua constituição como arguida padece de duas “gravíssimas ilegalidades”, por não haver “quaisquer factos, circunstâncias e provas que fixem qualquer conexão entre os factos imputados aos funcionários judiciais e o Conselho de Administração (CA) da Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD”.

O segundo argumento usado é a “inexistência de qualquer facto que demonstre que o Dr. Paulo Gonçalves [assessor jurídico do clube], a saber de qualquer facto, o tenha transmitido ao CA da SAD”.

Para a SAD do Benfica, o magistrado “usou o poder discricionário de constituir uma pessoa singular ou coletiva como arguida em processo de inquérito sem atender à necessária demonstração de prova de qualquer prática de crime ou de fundada suspeita, e por não observar os deveres funcionais a que se acha legal e estatutariamente adstrito, adotando uma conduta estranha e colidente com o texto da lei processual e, mais grave, com a própria Constituição da República”.

O Benfica refere ainda que o magistrado titular do inquérito, “para poder alcançar a imputação dolosa de um qualquer benefício”, teria de obter e carrear provas em diversos sentidos, incluindo “identificar o benefício obtido, identificar quem recebeu e quem transmitiu as informações em segredo de justiça, identificar, pelo menos, um membro do CA da SAD que tenha recebido essas informações”.

O Benfica alega que esta constituição da SAD como arguida “consiste em mais um passo na senda persecutória movida contra o Benfica por parte de alguns responsáveis pelas investigações” e que as suas participações criminais se encontram “paralisadas e silenciadas”.

A SAD benfiquista reafirma a “total convicção de que no fim a Lei prevalecerá e será provado que nenhum elemento da Administração da SAD teve qualquer contacto ou conhecimento sobre os factos imputados neste processo”.

O inquérito, dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, tem por objeto factos suscetíveis de integrarem crimes de corrupção, peculato, violação do segredo de justiça, favorecimento pessoal, falsidade informática, acesso ilegítimo e burla informática.

Entre os arguidos cuja identidade é conhecida constam o assessor jurídico do Benfica, Paulo Gonçalves, três funcionários judiciais e o agente de futebolistas Óscar Cruz, juntando-se hoje a SAD do Benfica.

Após um primeiro interrogatório judicial, a juíza de Instrução Criminal decidiu aplicar a medida de coação de prisão preventiva ao técnico de informática do Instituto de Gestão Financeira e Equipamento da Justiça (IGFEJ) e a proibição de contacto com os restantes arguidos a Paulo Gonçalves.

28 Ago 2018

Benfica empata na Turquia e segue para o ‘play-off’ da Liga dos Campeões

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Benfica empatou ontem 1-1 em casa dos turcos do Fenerbahçe e assegurou a passagem ao ‘play-off’ da Liga dos Campeões de futebol, no qual vai defrontar os gregos do PAOK Salónica.

Os ‘encarnados’ deram um passo importante para seguirem em frente na eliminatória quando Gedson inaugurou o marcador, aos 26 minutos, mas a equipa turca ainda voltou a sonhar, quando igualou em cima do intervalo (45+1), por Potuk, mas o resultado manteve-se inalterado na segunda metade, valendo a vitória por 1-0 que o Benfica trazia da primeira mão.

No ‘play-off’, o Benfica vai defrontar o PAOK, que ontem eliminou os russos do Spartak Moscovo.

15 Ago 2018

Futebol | Jonas confirma permanência e quer acabar carreira no Benfica

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] avançado brasileiro Jonas assegurou ontem a sua continuidade ao serviço do Benfica nesta temporada e anunciou também a sua vontade de terminar a carreira de futebolista na Luz.

Em declarações à BTV, o jogador, de 34 anos, colocou desta forma um ponto final nos rumores das últimas semanas sobre uma transferência para o futebol saudita, no qual era desejado pelo Al Nassr e pelo Al Hilal, de Jorge Jesus, garantindo “com muita alegria” a sua permanência.

“Estou feliz e convicto de que esta foi a melhor decisão. Muitas coisas pesaram para eu permanecer no Benfica. Conversei muito com as pessoas que estão no Benfica e que me mostraram que o melhor era ficar. A minha felicidade é aqui e por isso decidi continuar neste clube que amo tanto”, afirmou o melhor marcador da I Liga em 2017/18, com 34 golos.

Depois do cenário de uma saída neste mercado de transferências, Jonas assumiu que na sua mente está agora o fim da carreira com a camisola ‘encarnada’. Sem se pronunciar sobre uma renovação de contrato, que expira no final desta época, o brasileiro deu força a um prolongamento do vínculo, ao garantir que a despedida não será já em 2019.

“[Terminar a carreira no Benfica?] É isso que vai acontecer. Estou convicto que será dessa maneira. Isso tocou-me muito. Tudo o que eu pensava em relação a terminar a carreira aqui, tudo o que eu vivi e quero viver… coloquei tudo na balança e ficar foi o que pesou mais. Não será este ano, mas vou terminar aqui a minha carreira”, afirmou.

Além da importância da família nesta tomada de posição, o avançado destacou ainda o papel do presidente do clube, Luís Filipe Vieira.

“Disse-me que o melhor caminho era a minha permanência. Aquilo tocou-me muito, porque o presidente tem essa relação próxima com os jogadores, e comigo não foi diferente nesse momento. Mostrou-me todo o projeto e disse-me que não era hora de interromper. Foi fundamental para que eu pudesse permanecer”, sentenciou.

O anúncio da permanência de Jonas no Benfica mereceu também já um comentário de Luís Filipe Vieira. Em declarações citadas na BTV, o líder do clube sublinhou que “a continuidade de Jonas é uma alegria para todos os benfiquistas” e que desde o início tudo foi feito para selar a manutenção do melhor marcador da última edição da I Liga na Luz.

Jonas chegou ao futebol português no início da época 2014/15 como jogador livre, depois de se desvincular do Valência, e em quatro épocas tornou-se já o segundo melhor marcador estrangeiro da história do clube, com 122 golos em 152 jogos, sendo apenas superado pelo paraguaio Óscar Cardozo: 171 em 294 partidas.

12 Ago 2018

Liga de Elite | Campeonato termina com vitória do Benfica diante do Sporting

A Liga de Elite terminou ontem à noite com um clássico que as águias ganharam por 2-0 frente aos leões. O Chao Pak Kei ganhou 5-1 frente ao Ka I e garantiu o 2.º lugar da Liga de Elite

 

[dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]oi com uma vitória do Benfica de Macau diante do Sporting de Macau, por 2-0, que a Liga de Elite terminou. O encontro foi disputado, ontem à noite, no Estádio de Macau e serviu apenas para cumprir calendário, isto porque momentos antes o Chao Pak Kei goleou o Ka I por 5-1 e colocou um fim à ténue esperança que os leões ainda tinham de chegar ao 2.º lugar da Liga de Elite.

As águias venceram, mas o jogo poderiam ter tido uma história diferente, porque os leões tiveram uma oportunidade de ouro, aos 36 minutos, para se adiantarem no marcador. Após uma excelente arrancada na direita do ataque, Prince sofreu um toque na área dos encarnados e o árbitro assinalou falta. Porém, o nigeriano permitiu que Batista defendesse e segurasse a igualdade. Com o resultado em 0-0, chegou o intervalo.

No segundo tempo, o Benfica mostrou a razão de ser campeão e controlou os acontecimentos. Aos 50 minutos, Tetteh rematou à entrada da área, e o guardião do Sporting defendeu à primeira, mas Nicholas Torrão foi o mais rápido a chegar ao ressalto e encostou para o 1-0.

Minutos depois, aos 69, um arrancada de Pang Chi Hang conduziu um contra-ataque pela esquerda do ataque encarnado e o lance acabou com um chapéu ao guardião adversário que colocou o resultado em 2-0.

Antes do fim do último jogo da Liga de Elite de 2018, o Benfica também teve um penálti a seu favor, mas Carlos Leonel falhou a baliza do Sporting.

C.P.K. foi segundo

Com o 2.º lugar matematicamente ainda em aberto, o C.P.K. confirmou o estatuto de favorito à posição e não facilitou diante do Ka I. A precisar de um empate, a equipa mostrou-se mais dominante, logo na primeira parte. Porém, só conseguiu marcar perto do intervalo. Aos 42 minutos a defesa do Ka I perdeu a bola para Diego Patriota que com um remate à entrada da área colocou o resultado em 1-0. O brasileiro contou ainda com a ajuda do guarda-redes, que ficou muito mal na fotografia.

Na segunda parte, foi o C.P.K. que voltou a entrar mais forte e Patriota, aos 67, entra na área, faz o que quer da defesa adversária e desvia para o 2-0. O jogo parecia estar resolvido, mas um remate de longe de William, no momento alto da noite, aos 72 minutos, colocou o marcador em 2-1.

Apesar de tudo parecer em aberto, o Chao Pak Kei respondeu prontamente e com golos de Souza (76), Bruno Nogueira (79) e Patriota (87), que fez hat-trick, estabeleceu o 5-1 final.

No pólo oposto da tabela classificativa, caso não haja desistências ou penalizações inesperadas, Lai Chi e Serviços de Alfândega caem para a 2.ª Divisão.

Por sua vez, e numa altura em que ainda falta uma jornada para o final da divisão secundaria, Tim Iec e Sub-23, equipa que pertence à Associação de Futebol de Macau, são as equipas que vão ser promovidas à Liga de Elite.

2 Jul 2018

Liga de Elite | Benfica venceu diante de Monte Carlo e celebra penta

[dropcap style=’circle’] O [/dropcap] s encarnados escreveram mais uma página da História do futebol de Macau. O golo solitário de Nikki Torrão foi o suficiente para tornar as águias na primeira equipa a conquistar cinco campeonatos consecutivos.
Pentacampeões. É este o novo título do Benfica de Macau desde domingo, após a vitória por 1-0 diante do Monte Carlo. No Estádio de Macau, as águias dominaram a seu bel-prazer, mas o desperdício fez com que apenas acabassem por marcar um golo, aos 30 minutos, por intermédio de Nicholas Torrão.
Em relação ao encontro em si pouco há para escrever. Os encarnados entraram muito pressionastes e o Monte Carlo, assumindo as suas limitações, concentrou-se essencialmente em defender e fazer o tempo passar com perdas de tempo.
Finalmente, aos 30 minutos, David Tetteh serve na área Carlos Leonel, o atacante remata de primeira, a meia altura, e a bola embate na barra com estrondo. O ressalto acaba por sobrar para Nikki Torrão que de cabeça, e com o guarda-redes adversário no chão após se ter feito ao lance anterior, apontou o golo da vitória.
No final os encarnados conseguiram mais um título da Liga de Elite, o quinto consecutivo, depois de já terem somado um participação meritória na Taça AFC, com quatro vitórias em seis jogos.
“Apesar da época ainda não ter acabado, foi uma temporada positiva. É o quinto título consecutivo, um feito que vai ser difícil repetir e que é o esforço da equipa e destes jogadores que são uns guerreiros”, disse Bernardo Tavares, treinador das águias, ao HM.
“Mas tenho de dar o maior ênfase ao Duarte [Alves, director técnico]. É ele o grande obreiro deste projecto, é ele o responsável pelas pessoas que têm passado pelo clube e pelas metas traçadas. Com ele o Benfica de Macau tem crescido todos os anos e este título é o ponto alto, a nível interno, de uma época muito positiva”, acrescentou o técnico.
Também o goleador da equipa, Carlos Leonel, se mostrou muito satisfeito com o feito alcançado: “É um sentimento muito bom. Não é qualquer equipa que consegue ser pentacampeã. Estamos todos muito orgulhosos e queremos dar continuidade a este crescimento do clube”, disse Carlos Leonel, ao HM.
O jogador considerou ainda que o Benfica de Macau está num patamar muito superior ao das outras equipas e que a participação na Taça AFC permite às águias adquirir uma maturação que não se encontra dentro de portas. “Foi na Taça AFC que atingimos o topo e adquirimos uma maturidade como equipa que conseguimos transpor para dentro de campo. Na Liga Elite o Benfica de Macau tem outros argumentos, é uma equipa muito mais madura, que conhece os momentos do jogo e que sabe geri-los. A AFC deu-nos esta identidade”, defendeu.

Olhos na Taça
Numa altura em que ainda faltam dois jogos para o final da Liga de Elite, as águias vão querer somar mais seis pontos. Contudo, o grande objectivo passa por conquistar a Taça de Macau, que esta época se realiza em moldes diferentes da temporada anterior. A Associação de Futebol de Macau vai realizar duas taças, uma só com equipas da Liga de Elite e outra com formações da 2.ª e 3.ª divisões.
“Ainda faltam dois jogos, mas claro que agora apontamos à Taça. O nosso objectivo só pode ser a dobradinha”, vincou Leonel Alves. O avançado admitiu também que esta vai ser a sua última, por enquanto, no Benfica de Macau.
“Estou a estudar mandarim e essa tem sido uma das minhas prioridades, a par do futebol. Em Setembro vou começar o ano lectivo em Pequim. Por isso, ainda não sei como vai ser o meu futuro, mas não vou estar em Macau”, revelou, ao HM.
Também Bernardo Tavares definiu a taça como a próxima meta, mas recorda que antes disso há dois jogos, diante da Polícia e Sporting, para serem ganhos.
“Ainda há dois jogos para fazer na Liga de Elite. Gostamos de valorizar as competições, mas vamos optar por rodar com jogadores, para dar minutos a quem tem menos. Depois é que nos vamos focar na dobradinha e na Taça”, explicou.

19 Jun 2018

Taça AFC | Benfica de Macau procura regressar às vitórias em Taiwan

[dropcap style=’circle’] A [/dropcap] s águias vão à Ilha Formosa procurar mais uma vitória para se manterem no luta pelo segundo lugar do Grupo I da Taça AFC. Em declarações ao HM, Bernardo Tavares admite que a equipa vai ter pela frente um desafio muito difícil.

O Benfica de Macau está em Taiwan e defronta esta tarde, pelas 19h, o Hang Yuen, no quinto jogo do Grupo I da Taça AFC. Ao HM, o treinador Bernardo Tavares previu uma tarefa muito difícil para as águias, mas garante que a motivação dos atletas está em alta, apesar das duas derrotas seguidas frente ao 25 de Abril, por 8-0 e 2-0.
“A atitude da equipa tem sido fantástica e a motivação está nos 200 por cento. Até os jogadores que estão lesionados querem ir para o relvado e participar nos encontros para a Taça AFC. O esforço do atletas tem sido inexcedível”, afirmou o treinador das águias.
No primeiro jogo oficial do Benfica de Macau na Taça AFC, a formação local conseguiu ganhar em Macau diante da equipa de Taiwan por 3-2, após ter estado a perder por 2-0. No entanto, Bernardo Tavares espera agora uma tarefa mais complicada, até porque o Hang Yuen já começou a participação na Liga da Ilha Formosa.
“Vai ser um jogo mais difícil. Apesar de termos vencido por 3-2 em Macau, esta equipa já começou o campeonato e tem um entrosamento maior. Também estão melhor fisicamente e isso ficou demonstrado pelo último jogo, em que só perderam por 1-0, diante do Hwaepul”, explicou.
“É uma equipa muito agressiva que tem jogadores muito físicos como Lin Shih-Kai e Chen Ching-Hsuan. Também no meio-campo têm o Jean-Marc Alexandre, um jogador possante e com experiência da liga norte-americana”, acrescentou o técnico sobre os pontos fortes do Hang Yuen.

Menos de 72 horas
Por outro lado, Bernardo Tavares reconheceu que a tarefa das águias é mais complicada pelo facto da equipa ter tido menos de 72 horas de descanso, após o último encontro para a Liga de Elite. Este foi um jogo em que os encarnados derrotaram o Ka I por expressivos 8-2.
Ao mesmo tempo, o Benfica tem vários jogadores em dúvida, como Cuco, Edgar Teixeira, David Tetteh, Lei Chi Kin e Nicholas Torrão. Confirmadas estão as ausências de Vítor Almeida, Filipe Duarte, por lesões, e Gilchrist Nguema, suspenso por acumulação de amarelos.
“As baixas fazem com que tenhamos de adaptar jogadores a posições em que não estão habituados a jogar. Por isso, será uma partida que vai exigir um grande espírito de sacrifício dos atletas. Também tivemos um descanso inferior a 72 horas com viagens pelo menos, após o último jogo e poderá haver cansaço. Não serve como desculpa, mas é uma situação nova com que temos de lidar”, disse o treinador do Benfica.
Bernardo Tavares faz ainda um balanço positivo da participação na competição, mesmo que os resultados no jogo de hoje e depois frente ao Hwaepul, a 16 de Maio, não sejam os que a equipa deseje.
“Se olharmos para o que se passou nos dois jogos que ganhámos e para o resultados em si, acho que as pessoas em Macau e o Futebol de Macau têm de estar orgulhosos com o que se conseguiu fazer”, considerou.
No outro encontro do grupo, o Hwaepul recebe o já apurado 25 de Abril, às 14h de Macau. As águias e a formação do Hwaepul estão neste momento a lutar pelo segundo lugar do grupo.

2 Mai 2018

Liga de Elite | Benfica fecha segunda volta com goleada por 5-1 ao Sporting

[dropcap style=’circle’] N [/dropcap] o Estádio de Macau as águias tiveram uma primeira parte de grande nível, com o extremo Pang Chi Hang em destaque. Do lado do Sporting, o resultado final acabou por ser mais pesado do que o merecido, devido a duas faltas de atenção, já nos descontos

O Benfica venceu o Sporting por 5-1, ontem à noite, no Estádio de Macau, depois de um primeira parte avassaladora e de um tempo de desconto sofrível dos leões. No rescaldo da goleada na Coreia do Norte por 8-0, Pang Chi Hang foi o homem em destaque nas águias, por ter marcado um golo, feito uma assistência e sofrido a falta, já na segunda parte, que deu origem ao penálti, que Edgar Teixeira não conseguiu converter.

No encerramento da primeira volta da Liga de Elite, o Benfica entrou em campo com o habitual de estatuto de favorito e com o objectivo de deixar para trás a goleada diante do 25 de Abril. Já o Sporting tinha em mente manter-se na luta pelo 2.º lugar e aproveitar o empate a uma bola entre o Ka I e Chao Pak Kei.

Como é habitual, o Benfica impôs desde o início o controlo dos acontecimento e, aos quatro e cinco minutos, Hugo Silva e Carlos Leonel, tiveram oportunidades flagrantes para colocarem as águias na frente. Em ambos os casos, o guardião Rui Oliveira, negou-lhes a intenção.

Por sua vez, o Sporting, aos nove minutos, teve a melhor ocasião da primeira parte, quando Malachy bateu um livre frontal que passou muito perto da baliza de Batista.

Foi aos 11 minutos, que o espectáculo Pang Chi Hang começou. Após um lance na área do Sporting a bola é rematada por um jogador das águias e sobra para o internacional de Macau. Pang não facilita e remata para o 1-0, sem dar hipóteses ao guardião leonino.

O segundo golo chegou vinte minutos depois, aos 31, numa altura em que as arrancadas de Pang desconcertavam por completo a defensiva leonina. No entanto, no 2-0, o mérito pertenceu a Chan Man, que ganhou a bola na linha do fundo e cruzou para Carlos Leonel. Ao segundo poste, o avançado não perdoou e cabeceou para o golo.

Cinco minutos depois, Pang arrancou novamente pela direita, deixou para trás a defesa contrária e cruzou para a área, onde surgiu Tetteh, que desviou para o 3-0.

 

Desconto desastroso

No segundo tempo, o Sporting de Macau conseguiu equilibrar os acontecimentos e tornou-se mais atrevido. Mesmo assim, aos 46 minutos, Pang Chi Hang voltou a arrancar e foi derrubado na área, por Fong Chan Fai. O árbitro não teve dúvidas e assinalou penálti, com o jogador a ver o amarelo. Na marcação, Edgar Teixeira permitiu a defesa de Rui Oliveira.

À passagem do minuto 75 os leões conseguiram marcar o golo do 3-1. Após um livre na esquerda do ataque leonino, Prince marcou o golo que salvou a honra leonina.

No entanto, o trabalho bem feito pela equipa do Sporting ficou manchado nos últimos três minutos, já em tempo de compensação. Com a defesa leonina a dormir, Nicholas Torrão foi o primeiro a aproveitar e fez 4-1, após passe de Carlos Leonel. No lance seguinte, foi a vez de Nikki devolver a assistência a Leonel, que fez o 5-1 final.

Nos outros encontro, o Monte Carlo venceu a Alfândega por 5-0, o Lai Chi empatou diante do Hang Sai por 1-1 e o Ching Fung bateu a Polícia por 3-0.

 

16 Abr 2018

Taça AFC | Benfica entra esta noite em competição no Estádio de Macau

O Benfica de Macau estreia-se na fase de grupos da Taça AFC diante do Hang Yuen de Taiwan. O técnico das águias promete uma equipa fiel à sua identidade, à procura da posse da bola

O Benfica de Macau entra esta noite para a História como a primeira equipa do território a disputar um jogo da fase de grupos da Taça da Confederação Asiática de Futebol (AFC, na sigla inglesa). No Estádio de Macau, pelas 20h00, as águias vão ter pela frente o Hang Yuen, que terminou o campeonato de Taiwan no terceiro lugar, na temporada passada.

Ao contrário do habitual, o Benfica de Macau vai defrontar uma equipa com argumentos para colocar em causa o domínio que normalmente exerce nas partidas da Liga de Elite. No entanto, o treinador dos tetracampeões de Macau promete ser fiel à identidade do grupo de jogadores que tem ao seu dispor.

“A nossa identidade é para manter neste jogo. Se pudermos ter mais posse de bola do que o adversário vamos tê-la. Mas também temos de ter em mente que eles são uma equipa mais experiente do que os nossos adversários na Liga de Elite e que tem jogadores profissionais”, disse Bernardo Tavares, treinador da águias, ontem durante a conferência de imprensa de lançamento da partida.

“O nosso adversário ainda não começou o campeonato. Conseguimos ter acesso a alguns vídeos dos jogos, mas dos amigáveis mais recentes que disputaram, inclusive no Japão, não tivemos. Por isso, a equipa está preparada com diversos planos para este encontro”, explicou o técnico dos encarnados.
Em relação aos objectivos para a partida, Bernardo Tavares limitou-se a prometer uma formação a “fazer o melhor possível”, com consciência de que o encontro se trata de “uma oportunidade única para o Benfica e para o futebol de Macau”.

Na conferência de imprensa esteve igualmente Vinício Alves, jogador local das águias. O atleta considerou que o encontro é uma forma do Benfica de Macau mostrar aquilo de que é capaz.
“Para o ano, as equipas de Macau já têm de jogar novamente a qualificação, não há entrada directa. Por isso, estamos a ter uma oportunidade única com esta participação. Temos a responsabilidade de mostrar o que o Benfica de Macau consegue fazer, vamos dar tudo em campo”, afirmou o jogador.

Equipa forte

Por sua vez, o treinador do Hang Yuen, Hung Ching-huai, definiu o Benfica de Macau como uma equipa esforçada, que se destaca pela força física dos jogadores. Apesar da diferença de nível entre as ligas de Taiwan e Macau, o técnico recusou assumir o favoritismo para o encontro.

“Estamos a falar de dois tipos de futebol diferentes. Por isso, acho que as hipóteses são de 50 por cento para cada uma das equipas”, afirmou Hung Ching-huai. “Analisámos o Benfica através de vídeos, sabemos que são uma equipa forte e muito esforçada. Já a minha equipa é mais móvel e tem a qualidade do passe como um dos pontos fortes”, acrescentou.

O técnico considerou ainda que as equipas norte coreanas são as mais fortes do grupo e apontou o 25 de Abril como o principal favorito. “É uma equipa com jogadores com muita qualidade e conta com alguns ex-internacionais”, explicou.
O outro encontro do grupo coloca frente-a-frente 25 de Abril e Hwaepul e está agendado para as 15h30, de hoje.

7 Mar 2018

Liga de Elite | Únicas equipas invictas defrontam-se amanhã

A 5.ª jornada da Liga de Elite coloca frente-a-frente Benfica de Macau e Ching Fung no Sábado à tarde. As duas equipas ocupam o topo da classificação e ainda não sofreram derrotas nesta temporada

[dropcap style≠’circle’]B[/dropcap]enfica de Macau e Ching Fung, as únicas duas equipas da Liga de Elite que ainda não sofreram qualquer derrota, têm encontro marcado para amanhã, no Estádio de Macau, pelas 18h30. Numa semana em que ficaram a conhecer os adversários da Taça AFC, as águias vão ter pela frente a melhor defesa do campeonato, a par de Sporting de Macau e Ka I.

No entanto, o Benfica de Macau tem de ser considerado o favorito para a partida, depois de ter somado quatro vitórias em outros tantos jogos. A equipa orientada por Bernardo Tavares deu mesmo uma prova de força, ao golear por 4-1 o Chao Pak Kei, o outro candidato ao título.

Por sua vez, a equipa do Ching Fung, de João Rosa, conta com duas vitórias e dois empates, até ao momento, apesar de ter tido um início de campeonato teoricamente complicado. O Ching Fung bateu Sporting de Macau, por 1-0 e o Lai Chi por 6-1, e empatou com Ka I, 0-0, e C.P.K., por 1-1.

Uma vitória, amanhã, relança a Liga de Elite, numa altura em que o Benfica lidera a classificação com 12 pontos, seguido por Ching Fung, com 8 pontos.

Lutar pelo terceiro lugar

Apesar do principal jogo da jornada só ter lugar no Sábado, as emoções do futebol local arrancam esta noite. No Estádio de Macau, pelas 21h00, Polícia e Ka I procuram somar os três pontos.

Neste momento, os canarinhos ocupam o 4.º lugar da liga com 7 pontos, em igualdade pontual com os rivais Sporting de Macau e Chao Pak Kei. Uma vitória diante da Polícia é encarada como a forma de não deixar fugir o comboio da frente e, ao mesmo tempo, tentar abrir uma distância para os rivais.

Já os agentes da PSP vão querem aproveitar todas as oportunidades para somarem pontos e conseguirem fazer uma temporada descansada, longe dos lugares de despromoção para a segunda divisão.

Voltando novamente ao Sábado, às 21h00, está também agendado o encontro entre Sporting e o recém-promovido Hang Sai. Os leões apresentam-se com confiança redobrada, após terem goleado a Polícia por 5-0. Por sua vez, o HS vai tentar colocar um fim à série de três jogos sem ganhar.

Finalmente, no Domingo, o C.P.K. tem pela frente os Serviços de Alfândega, tendo uma oportunidade de ouro para voltar às vitórias. Após ter goleado nas primeiras jornadas, o Chao Pak Kei está numa série de dois encontros sem vencer, após ter sido goleado pelo Benfica e ter empatado com o Ching Fung. A partida tem lugar às 19h00.

Mais tarde, quando forem 21h00, Monte Carlo e Lai Chi defrontam-se, naquele que é o último encontro da jornada.

23 Fev 2018

Duas fábulas sobre lembrar e esquecer

03/02/2018

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] calor vara o corpo, goteja pelas costas. Bebo uma caneca em dois tragos e peço outra.

Na mesa em frente à minha uma ruiva magra como um galgo sofre a fustigação de uma negra de grande envergadura, que lhe quer mostrar como fala bem o inglês e lhe despeja à fraca figura parágrafos sobre parágrafos, sem tomar o fôlego. Para a outra aquele ímpeto é um verdadeiro apedrejamento e equilibra-se como pode, cilindrada. Conheceram-se pela Net e é a primeira vez que se encontram. A ruiva chegou de Joanesburgo, veio visitar a amiga. A moçambicana decidiu-se a tomar a ruiva como cunhada e martela-a com o extenso rol das qualidades dos irmãos. Numa pressão que a paralisa. Ao fim de quarenta minutos a negra, faz-lhe um reparo: Mas estamos aqui há uma hora e ainda não sei nada de ti.

A ruiva balbucia qualquer coisa, timidamente. Antes de acabar a terceira frase a outra atalha: Deixa lá, o melhor é irmos para casa, temos de preparar o teu quarto. Mas primeiro deixa-me fazer uma oração pela nossa amizade. Uma oração? – pergunta a pobre, desconcertada. Uma oração. Nós somos muito religiosos. Não te importas? Não… – gagueja a ruiva. Óptimo…

Mete as mãos em prece e abre a torneira: Oh Lord, agradeço-te por nos teres trazido esta irmã, por nos brindares com a sua amizade como o maná no deserto, e que, oh Lord, ela encontre no nosso lar o seu refúgio e a inspiração para superar as provações que a vida lhe dará, mas, Oh Lord, sê suave e benevolente com ela, e com o meu irmão Jacques que alimenta muitas esperanças nesta amizade, e Oh Lord, não tragas tormentas onde os caminhos são de flores para colher… Oh Lord faz com que a Jessica nunca mais se esqueça de nós…

A oração prossegue infindável, por dez, quinze minutos. A Jessica está um feixe de vergonha, quer já esquecer os «oh Lord» que a amiga percute, a triste ideia de ter vindo. Quando a amiga acaba, salta da cadeira no mesmo lance e arrasta-a. Só lhe falta pôr a coleira.

Uma das empregadas está siderada. Uma miúda dos seus vinte anos, com tudo intacto. Entreolhamo-nos, ela ri-se: Que bom, ainda haver pessoas assim. Bom, teríamos de saber mais qualquer coisinha, pode ser muito boa na oração e ser uma grande, grande, pecadora…- minimizo. Não… brinca, vê-se que é uma cristã… E isso tem uma grande importância? Para mim, sim – diz. Então qual é a sua igreja… A Igreja Universal – responde-me. Ah, uma vez assisti a um dos vossos cultos… Onde? No Cinema África, está a ver ao tempo… Então está cá há muito tempo. Eu, vivo cá há treze anos… Não me diga que agora vou ver sempre esta cara-linda… A cara-linda é comigo? – insisto, surpreso. Claro. Sai-me de jacto: Mas você julga que não sei o que é uma ruína? Retorque: Cada idade tem a sua beleza…

Já sabe tudo sobre o comércio de Deus. Não me hei-de esquecer de voltar.

05/02/2018

Um fox terrier com três patas. O Tripé. Mordeu-me duas vezes na bochecha esquerda. A de baixo, entenda-se. Lembro-me porque era o cão do Spencer, um cabo-verdiano que era um diabrete com a bola. O talhante Dias vaticinou, Este rapaz está destinado ao Benfica.

Aos catorze redobrou-se a aliança: o Spencer entrou no Benfica. Foi uma festa no bairro e abriu-se o champanhe.

Lembro-me que o pai do Adriano era embarcadiço e a mãe – uma mulata com dengue – começou a ter uns casos. Constava. Tudo se abafava, à mãe da futura estrela do Benfica perdoava-se tudo.

Lembro-me da primeira vez que nos zangámos. O Victor Hugo, my best friend, desentendeu-se com ele e o Spencer deu-lhe um empurrão que o fez cair desamparado, partindo o braço.

Lembro-me que no instante em que o reencontrámos, no bar do cinema, há sete anos que não falávamos.

O Victor Hugo cochilava ao meu lado com os diálogos rebarbativos do Ingmar Bergman. Ao intervalo quis dar de frosque. Fomos ao bar esgrimir argumentos. Foi aí que o encontrámos.

Jogava no Braga, no Benfica fora barrado pelo Chalana e mudara-se para o norte. Tivera duas épocas de vulto, mas agora estava lesionado. Tornou-se evidente que teria de rever o filme noutra ocasião.

Arrastou-nos para uma discoteca, em frente à Lisnave. Aí passámos a pente fino as recordações comuns, decilitro a decilitro. Com um senão que foi espalhando as metástases: as pequenas incidências, os ângulos de vista sobre os episódios vividos em comum dividiam-nos em tudo. Enfim, tudo quanto marcara o Spencer, não nos causara mossa, impressão, não recordávamos, e vice-versa. Vivêramos duas vidas paralelas e instalava-se o nevoeiro. Ele, pelo seu lado, não se lembrava do “acidente” em que partira o braço ao Victor Hugo, «não me lembro, juro…», e emborcava o seu quinto whisky. Tínhamo-nos afastado tanto? E estávamos a caminho da segunda garrafa de whisky.

O Adriano, mandou vir outra a garrafa, que ele pagaria, pois estávamos tesos. Eram os 500 contos que ele se gabara de ganhar contra os 10 do Victor Hugo na Lisnave salvaguardavam-nos de quaisquer hesitações. Só que ele insistiu em continuar a desfilar as suas lembranças e nós a disfarçarmos as lacunas com um olho na miúda da pista.

De repente levantou-se um burburinho na porta e o Spencer julga reconhecer a voz de um patrício e foi espreitar a confusão. Nós, aliviados, comentávamos o desacerto do reencontro. Bebemos mais meia garrafa, antes de começarmos a suspeitar que ele não voltava. Mais tesos que o Tripé, e com oito contos de despesas.

Um ano depois, a sair de casa, reencontro-o a estacionar o Mustang à entrada do prédio da mãe. Dou-lhe um abraço, chamo-lhe sacaninha e pico-o pela «banhada». Ele ouve a queixa, mede a situação, saboreia os pormenores e sentencia, secamente, Oh, pá, não me lembro de nada, juro!

8 Fev 2018

Liga de Elite | Benfica, Monte Carlo e Sporting apresentaram-se

Ontem foi dia de apresentações para a nova época do futebol local, com Monte Carlo, Benfica e Sporting a darem a conhecer as novas caras. As águias têm ambição de ganhar tudo internamente e honrar o território na Taça de AFC, os leões estão à procura de melhorar sétimo lugar do ano passado e os canarinhos apostam em desenvolver jogadores locais

 

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]om a Liga de Elite a começar na sexta-feira, Benfica, Sporting e Monte Carlo realizaram as tradicionais conferências de imprensa de lançamento da nova época futebolística. A principal novidade passa pelas águias e a forma como vão lidar no ataque ao ‘penta’ com o facto de estarem a disputar simultaneamente a Taça AFC, competição continental.

“É a primeira vez que uma equipa de Macau está a competir oficialmente em tantas frentes e estamos cientes das dificuldades que vamos enfrentar”, disse Duarte Alves, director técnico do Benfica de Macau, ao HM. “

“Vamos ter uma carga extra de jogos e quando formos jogar lá fora vamos enfrentar um nível muito mais competitivo do que o interno. Vai ser um ano difícil e um desafio, que estamos prontos para aceitar”, acrescentou.

O desafio vai ter como homem-do-leme Bernardo Tavares, que entrou para o lugar de Henrique Nunes: “É a pessoa ideal para atacarmos esta época. É jovem, ambicioso e o que pesa mais é que tem experiência da Taça AFC e no futebol asiático”, justificou Duarte Alves.

Por outro lado, a participação na competição continental exige uma gestão diferente do número de jogadores estrangeiros. Tito Okello, do Gana, e David Tetteh, do Quirguistão, vão ser os reforços, o que é uma tendência diferente dos anos recentes, visto que os encarnados estão acostumados a contratar portugueses: “O jogador português está a ficar mais caro”, explicou Duarte Alves.

Em relação aos reforços locais, o Benfica vai contar com o regresso de Iuri Capelo, no que Duarte Alves definiu como “um regresso a casa” e com Vítor Almeida.

“Estamos a ter uma abordagem diferentes ao nível de reforços porque temos de encontrar um equilíbrio entre as necessidades para a Liga de Elite e Taça AFC. Mas estamos a seguir as directrizes da equipa técnica”, contou o director técnico das águias.

Sporting quer melhorar

Também o Sporting de Macau apresentou ontem o plano para a nova época, com o objectivo de melhorar o 7.º lugar alcançado na temporada transacta. Segundo o director técnico leonino, José Reis, o plantel é mais equilibrado do que no ano anterior.

“Consideramos que temos um plantel mais equilibrado do que no ano passado e a expectativa passa por melhorar a prestação do ano passado. Pessoalmente gostava que fosse possível terminar entre os cinco primeiros”, afirmou José Reis, ao HM.

“Na Taça de Macau alinharemos com a mesma equipa com que vamos apostar no campeonato. Não se vai dar o caso de rodarmos jogadores, a não se que sejamos obrigados por lesões,” acrescentou.

Contudo, as expectativas para a Taça, reconheceu José Reis, vão estar dependentes do sorteio dos adversários ditados pelo sorteio.

Em relação aos reforços, destaque para as contratações de Taylor Gomes (ex-Kei Lun), o Jean Peres (ex-Atlético de Macau) e o João Antonelli (jogador livre).

Quanto ao Monte Carlo, a formação vai continuar a ser orientada pelo brasileiro Cláudio Roberto. Na apresentação o presidente do clube Firmino Mendoça definiu como objectivo para a época a aposta nos atletas locais.

 

Suncity patrocina experiência na Taça AFC

A participação do Benfica de Macau na Taça AFC conta com um reforço de peso ao nível dos patrocínios, o grupo promotor de jogo Suncity. Nos encontros para a competição continental o principal patrocinador vai ser a empresa liderada por Alvin Chao. “Temos uma parceria nova com o Grupo Suncity, que vai ser o nosso principal parceiro na participação na Taça AFC. As cores dos equipamentos vão ser as mesmas, mas depois o patrocinador vai variar consoante a competição. Na AFC o patrocinador principal vai ser a Suncity”, disse Duarte Alves, ao HM.

18 Jan 2018