Hoje Macau Grande Prémio de MacauGrande Prémio | Estradas fecham às três da manhã [dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]urante os quatro dias do Grande Prémio de Macau as estradas utilizadas como parte do circuito da Guia vão começar a encerrar às três da manhã. A informação foi avançada ontem pela Comissão Organizadora do Grande Prémio, em conferência de imprensa, de acordo com o canal chinês da Rádio Macau. Os organizadores alertaram para um impacto “severo” no trânsito local e pedem às pessoas que optem por se deslocar caminhando com antecedência. Para as deslocações mais longas, os organizadores pedem aos residentes que utilizem os transportes públicos. Por outro lado, a comissão comprometeu-se a reabrir as estradas tão depressa quanto possível, no final do dia. Benfica | Central do Olympiakos debaixo de olho [dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]ape Abou Cissè, central de 22 anos, do Olympiakos, está referenciado pelo Benfica, clube que procura soluções para o centro da defesa, a pensar na reabertura do mercado de transferências, em Janeiro do próximo ano. O internacional sub-20 senegalês foi observado pelo departamento de prospeção dos encarnados, sempre muito atento ao campeonato grego. Afinal, foi ali que o Benfica descobriu (e depois contratou) Odisseas Vlachodimos, guarda-redes do Panathinaikos, rival do Olympiakos. Alto (tem 1,97 metros), rápido e com golo, Cissé é visto na Luz como um jogador promissor.
Hoje Macau DesportoMan United | Mourinho quer aumento de três milhões [dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]d Woodward, CEO do Manchester United, e Jorge Mendes, representante de José Mourinho, vão reunir-se em Janeiro para discutir o aumento de salário exigido pelo treinador português. Segundo o jornal The Mirror, Mourinho pretende um acréscimo de 3 milhões de libras (cerca de 3,4 milhões de euros) ao salário de 12 milhões de libras (13,5 milhões de euros) que acertou quando assinou pelo United, em maio de 2016. Na primeira época, Mourinho levou para Old Trafford três títulos – a Taça da Liga, a Supertaça e a Liga Europa – e foi graças a este último que os red devils asseguraram a presença na Liga dos Campeões. Benfica | Lisandro Lopez pode sair em Janeiro [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] defesa-central Lisandro López não foi convocado para o jogo deste domingo com o Vitória de Guimarães, soma apenas quatro jogos esta época, não joga desde 12 de Setembro e, segundo A BOLA, o Benfica vai reavaliar a situação do argentino em Janeiro. A imprensa italiana, mais concretamente o site Calciomercato, deu conta da possibilidade de o jogador deixar a Luz na reabertura do mercado de transferências. Futebol | Selecção sub-19 estreia-se com derrota [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] selecção de futebol local de sub-19 estreou-se na fase de grupos de apuramento para o Campeonato do escalão da Confederação Asiática de Futebol com uma derrota por 2-0, diante do Vietname. A partida foi realizada no Segundo Estádio do Distrito de Hsinchu, no Norte de Taiwan, onde Macau está a disputar o Grupo H, da fase de apuramento. Le Minh Binh foi o carrasco da selecção orientada por Iong Cho Ieng, ao marcar os dois golos do encontro, aos 58 e 66 minutos. No outro jogo do grupo, Taiwan venceu o Laos também por 2-0. A segunda jornada do grupo realiza-se hoje, com Macau a defrontar o Laos e Taiwan a ter pela frente o Vietname.
João Santos Filipe DesportoKa I esmagou Chiba com vitória por 8-0 [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Ka I goleou o Chiba por 8-0 e lidera o Grupo B do torneio de futebol sete, após a primeira jornada da competição. No grupo A, o Kei Lun está na frente, após a vitória diante do Monte Carlo por 1-0. Depois de vários meses de incerteza, o futebol de sete voltou a Macau e o Ka I e o Chiba foram as primeiras das oito equipas que entraram em acção na sexta-feira, no Canídromo. Nos minutos iniciais do encontro, o Chiba, embora com menor pendor ofensivo, deu boa conta de si e aguentou bem o adversário. Porém, o golo de Baiano, aos 18 minutos, permitiu ao Ka I resolver o nó górdio da defesa do Chiba e o mudou o rumo do encontro. Na segunda parte, com um Ka I menos perdulário o resultado foi ganhando uma dimensão inesperada, chegando aos 8-0. Baiano (18 e 33), William (23, 26 e 32) e Samuel Ramosoeu (28, 35 e 39) foram os autores dos golos. No outro encontro do grupo B, o Sporting levou de vencida a Polícia A por 1-0. Os leões tiveram várias oportunidades de marcar mais golos, mas falharam quase sempre na altura da concretização. Foi no segundo tempo que o jogo ficou resolvido com Felipe Souza, sem cerimónias e ao contrário do que tinha acontecido até então, a rematar à entrada da área com força. Em vantagem, o Sporting só precisou de gerir para garantir a vitória. No grupo A, Lam Pak e Polícia B, formação também conhecida como Obra Social da PSP, não foram além do nulo, num jogo com pouco interesse. No último encontro da noite, o Monte Carlo, apesar de ter uma equipa maioritariamente constituída por jovens, deu bom conta de si, mas perdeu por 1-0 diante do Kei Lun, com um golo de Oumar Diarra. Acerto de contas Contas feitas: o Kei Lun lidera o grupo A, com 3 pontos, seguido por Lam Pak e Polícia B, com um ponto. O Monte Carlo está no último lugar, com 0 pontos, os mesmos que Cheng Fung e os Sub-23, que só entram em acção na próxima sexta-feira. No grupo B, Ka I e Sporting estão no primeiro lugar com três pontos, enquanto Chiba e Polícia A, somam 0 pontos. O Benfica só entra em acção na próxima jornada, defrontando o líder do grupo.
Hoje Macau DesportoBenfica vence em Chaves e junta-se ao grupo de líderes [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m golo de Haris Seferovic, aos 90+2, deu a vitória ao Benfica em casa do Desportivo de Chaves, no encerramento da segunda jornada da I Liga de futebol, colocando as ‘águias’ no grupo de líderes da prova. O resultado manteve os ‘encarnados’ junto de FC Porto, Sporting e Rio Ave, com seis pontos, enquanto o Chaves somou a segunda derrota em outros tantos jogos e está na base da tabela, sem pontos, em conjunto com o Boavista. O golo tardio do avançado suíço manteve os tetracampeões em igualdade com os rivais, depois de o Sporting ter vencido em casa o Desportivo das Aves (1-0), na abertura da jornada, e o FC Porto ter triunfado em Tondela (1-0), no domingo, com o Rio Ave a acompanhar os ‘três grandes’, depois de ter vencido em casa do Boavista (2-1). Rui Vitória manteve o ‘onze’ que venceu o Sporting de Braga (3-1) na jornada inaugural, com Cervi, Jonas e Salvio em destaque na primeira parte, como os mais diligentes a criar oportunidades de perigo. As ‘águias’ estiveram melhor no encontro, com maior posse de bola e mais oportunidades de golo, mas ‘esbarraram’ durante quase todo o encontro numa formação flaviense bem organizada na defesa e à procura de tomar partido de contra-ataques rápidos por Jorginho, Matheus Pereira e William. No final do encontro, com os pupilos de Luís Castro a darem sinais de desgaste, o Benfica ‘cercou’ a área dos flavienses e foi fazendo cruzamentos e passes para a área, com Seferovic a empurrar para o fundo das redes o cruzamento do ‘substituto’ Rafa e a ‘salvar’ os campeões em título de se atrasarem à segunda jornada. Canarinhos em alta Antes, o Estoril Praia apagou a má imagem da estreia no campeonato, em que foi goleado em casa do FC Porto (4-0), com uma vitória categórica sobre o Vitória de Guimarães (3-0), que cometeu muitos erros num encontro com três expulsões. Os anfitriões marcaram primeiro, aos 19 minutos, por Pedro Monteiro, mas perderam Wesley, expulso por acumulação de cartões amarelos, aos 38 minutos. Na segunda parte, a expulsão de João Vigário, aos 49 minutos, deixou os vitorianos mais frágeis, situação agravada aos 63 minutos, quando Josué foi expulso por cometer penálti, convertido por Kléber. Um erro de Sacko, em exibição desastrada na equipa de Pedro Martins, permitiu a Kléber bisar na partida, aos 80 minutos, com o Estoril a juntar-se ao Vitória, que na ronda inaugural tinha vencido o Chaves (3-2) no grupo de equipas com três pontos, onde também estão o Sporting de Braga, que domingo venceu o ‘promovido’ Portimonense (2-1), também com três pontos, o Marítimo e o Belenenses, que venceu em casa os madeirenses (1-0). Liga Europa | Braga e Marítimo com primeiro teste decisivo [dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]porting de Braga e Marítimo têm amanhã o primeiro de dois testes decisivos na qualificação para a fase de grupos da Liga Europa de futebol, quando defrontarem o os islandeses do FH e os ucranianos do Dínamo Kiev, respectivamente. Neste ‘play-off’, que terá a segunda mão em 24 de agosto, minhotos e insulares procuram juntar-se ao Vitória de Guimarães, que já tem ‘lugar cativo’ na próxima etapa competitiva. Depois da derrota na estreia na Liga, 3-1 em casa do Benfica, o Sporting de Braga deu a volta e venceu o Portimonense, por 2-1, conquistando um capital de confiança importante na visita ao terceiro classificado do campeonato islandês, que tem outro ritmo competitivo, uma vez que já disputou 14 jornadas. A equipa de Abel Ferreira tem a vantagem de decidir em casa e, sobretudo, de ter uma bem mais sólida experiência europeia, incluindo uma presença na final da Liga Europa, em 2011, perdida para o FC Porto. O Marítimo, que tropeçou este fim de semana em casa do Belenenses, está em situação inversa aos seus compatriotas e tem missão bem mais espinhosa, pois recebe o líder do campeonato ucraniano, que em cinco jornadas apenas empatou um jogo. O conjunto de Daniel Ramos não tem o mesmo andamento europeu do Dínamo de Kiev, nem a mesma responsabilidade, pelo que tem tudo a ganhar.
Hoje Macau DesportoI Liga | Sporting vence Aves. Setúbal e Moreirense empatam [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Sporting iniciou domingo com uma vitória em casa do recém-promovido Desportivo das Aves, por 2-0, a I Liga do futebol português, enquanto Vitória de Setúbal e Moreirense não foram além de um empate 1-1, no Bonfim. O pontapé de saída para a I Liga de 2017/18 foi dado pelo ‘leão’ William Carvalho e o primeiro golo foi apontado 23 minutos após o apito inicial no Estádio do Desportivo das Aves por Gelson Martins, que colocou o Sporting em vantagem Já na segunda parte, aos 75 minutos, Gelson Martins voltou a marcar e fixou o resultado final em 2-0 favorável ao Sporting, que com os primeiros três pontos somados, e quando faltam disputar sete jogos, é o primeiro líder da I Liga de 2017/18. O Sporting surgiu renovado, com o treinador Jorge Jesus a integrar no ‘onze’ titular Fábio Coentrão (ex-Real Madrid), o francês Jérémy Mathieu (ex-FC Barcelona), o italiano Cristiano Piccini (ex-Bétis), o argentino Marcos Acuña (ex-Racing Club) e Bruno Fernandes (ex-Sampdoria). O recém-promovido Desportivo das Aves também fez uma equipa nova para a I Liga, mantendo apenas Alexandre Guedes e o brasileiro Cláudio Falcão, e surgiu na recepção ao Sporting com nove caras novas, que contratou ao Desportivo de Chaves (4), Nacional (3) e Moreirense (2). Empate no sado No Bonfim, o Vitória de Setúbal, com apenas três reforços no ‘onze’ – Tomas Podstawski (ex-FC Porto), João Teixeira (ex-Nottingham Forest, Inglaterra) e Willyan (ex-Nacional) – chegou à vantagem por Edinho (1-0), aos 13 minutos. O Vitória de Setúbal ficou reduzido a dez unidades por expulsão de Vasco Fernandes, aos 71 minutos, que se tornou no primeiro jogador a ver o cartão vermelho em 2017/18, por ter ‘atropelado’ o venezuelano Jhonder Cadiz, quando seguia para a baliza. Em vantagem numérica, a equipa minhota procurou empurrar os sadinos e conseguiu chegar ao empate pelo também venezuelano Ronaldo Pena, aos 83 minutos, a uma recarga a um primeiro remate de André Micael, defendido por Pedro Trigueira, na sequência de um canto. O renovado Moreirense, que manteve apenas duas caras da última época na equipa inicial, o ganês Boateng e André Micael, acabou por ser premiado com a conquista de um ponto na deslocação ao Estádio do Bonfim. A primeira jornada da I Liga, que se arrasta por cinco dias, prossegue segunda-feira com o Portimonense-Boavista, Feirense-Tondela e Rio Ave-Belenenses, na terça-feira com o Marítimo-Paços de Ferreira, na quarta-feira com FC Porto-Estoril-Praia e Benfica-Sporting de Braga e termina quinta-feira com o Vitória de Guimarães-Desportivo de Chaves. Ténis | Pedro Sousa sobe 17 lugares no ‘ranking’ [dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]edro Sousa, que venceu no domingo o ‘challenger’ de Liberec, na República Checa, reforçou a condição de número dois português, fixando-se ontem no 126.º lugar do ‘ranking’ mundial, a sua melhor posição de sempre. Enquanto Pedro Sousa, que conquistou o segundo ‘challenger’ na carreira, deu um ‘salto’ de 17 posições, João Sousa, que no sábado perdeu a final do torneio de Kitzbuhel, Áustria, recuperou 11lugares na classificação do circuito e surge às portas do top-50, na 51.ª posição. O topo da tabela não sofreu mexidas entre a elite dos dez melhores. A classificação continua a ser liderada pelo britânico Andy Murray, seguido de perto pelo espanhol Rafael Nadal. Em femininos, e tal como sucede na tabela masculina, não houve ‘mexidas’ nos lugares cimeiros da classificação, que continua a ser comandada pela checa Karolina Pliskova, seguida da romena Simona Halep. A portuguesa Mighelle Larcher de Brito subiu cinco ‘degraus’ na lista, aparecendo na posição 315. Supertaça Europeia | Cristiano Ronaldo nos convocados do Real Madrid [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] internacional português Cristiano Ronaldo está entre os convocados do Real Madrid para a Supertaça Europeia de futebol, que os espanhóis disputam na terça-feira com o Manchester United, de José Mourinho, foi ontem anunciado. A lista dos ‘merengues’ integra todos os jogadores à disposição do técnico francês Zinedine Zidane, com a equipa a disputar o primeiro de seis títulos da temporada – poderá ainda ganhar a Supertaça de Espanha, a Liga espanhola, a Taça do Rei, a Liga dos Campeões e o Mundial de Clubes. O ‘astro’ português era uma das incógnitas dos campeões europeus, uma vez que cumpriu apenas dois treinos depois de 37 dias de férias, na sequência da participação com Portugal na Taça das Confederações. O Real Madrid viajou ontem para a capital da Macedónia, Skopje, onde na terça-feira, pelas 19:45, disputa com o Manchester United, treinado por José Mourinho, a Supertaça Europeia, no Estádio Nacional Filipe II. Paris | Neymar “deslumbrado com o tributo” na Torre Eiffel [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] futebolista brasileiro Neymar, nova contratação do Paris Saint-Germain, disse ontem ter ficado “deslumbrado” com o tributo feito na Torre Eiffel, que se iluminou com as cores do clube francês antes da sua apresentação aos adeptos. Num vídeo colocado nas suas contas em redes sociais, durante a madrugada de ontem, o internacional brasileiro, que se transferiu do FC Barcelona pela verba recorde de 222 milhões de euros, mostrou-se “muito emocionado” pela homenagem. “O sentimento é fantástico, é um sonho. A minha família e eu estamos deslumbrados com este tributo”, acrescentou o avançado de 25 anos, ao lado de imagens que mostram o monumento da capital francesa iluminada de vermelho e azul, as cores do clube, além de mensagens a receber o brasileiro. O novo dono da camisola ‘10’ dos parisienses, vice-campeões franceses, não jogou no sábado, na primeira jornada da ‘Ligue 1’, frente ao Amiens (2-0), devido a um atraso no Certificado Internacional de Transferência (CIT).
Hoje Macau Desporto MancheteSupertaça | Benfica entra a ‘matar’ e conquista sétimo troféu [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Benfica conquistou este sábado a sua sétima Supertaça Cândido Oliveira de futebol, ao vencer o Vitória de Guimarães por 3-1, num jogo em que entrou de forma avassaladora perante um adversário que despertou muito tarde. Em menos de 15 minutos jogados, os encarnados já venciam os vimaranenses por 2-0 graças a golos de Jonas (6 minutos), Seferevic (11). O Vitória de Guimarães ainda reduziu e reentrou na discussão da partida pouco antes do intervalo com um golo de Raphinha aos 43 minutos, mas Jiménez selou o resultado aos 83, carimbando para o Benfica a conquista de duas Supertaças consecutivas, algo inédito na história do clube da Luz. Sem poder contar com Júlio César, Carrillo, André Horta, Mitroglou (lesionados) e Samaris (castigado), e já sem Ederson, Nelson Semedo e Lindelöf, referências da época passada que foram transferidos, Rui Vitória apostou num ‘onze’ com estreias que apesar das debilidades se soube impor imediatamente no jogo. Já o Vitória de Guimarães, ainda sem soluções para as saídas de Bruno Gaspar na defesa, e de Marega e Hernâni no ataque, e com Henrique, Konan e Francisco Ramos, condicionados, protagonizou um arranque de partida muito mau e a demonstrar muita falta de entrosamento. Sem tempo a perder O Benfica, apostado em conquistar o primeiro troféu da nova temporada e apresentando-se com uma máquina que sofreu muitos golos (15) na fase de pré-época, quis naturalmente mostrar rápido que está preparado para repetir as conquistas das últimas temporadas. E mostrou. Logo aos seis minutos Jonas apareceu no sítio certo e, após cruzamento da direita e de um mau alívio do guardião minhoto, fez o primeiro da partida. Os ‘encarnados’ entravam com tudo, a jogar bem sobretudo pela direita, e a aproveitar muito bem o péssimo arranque do Vitória de Guimarães que deu espaços, ofereceu golos e demorou a ganhar capacidade de resposta. Marcos Valente e Josué, os centrais escolhidos por Pedro Martins, pareciam apáticos, somando-se a má ligação no ‘miolo’ vitoriano, e o Benfica, que não estava para desperdiçar oportunidades, aos 11 minutos dilatou a vantagem com um golo de Seferovic. O avançado suíço contratado ao Eintracht Frankfurt, único ‘reforço’ do ‘onze’ lisboeta à excepção de Varela, completou um passe de Pizzi, que aproveitou como bem quis uma perda de bola de Zungu. A ganhar por 2-0 quando ainda nem um quatro de hora estava decorrido, a equipa de Rui Vitória – que tinha apostado num esquema tático de 4-1-3-2 – recuou no terreno, obrigando os vimaranenses a mostrarem trabalho. Raphinha, com um livre que passou por cima da baliza de Bruno Varela – guardião que fez a sua estreia absoluta pela equipa principal do Benfica – aos 20 minutos ainda tentou, mas só quem de facto mostrou credenciais na formação de Guimarães foi Miguel Silva. O jovem guarda-redes dos minhotos negou o terceiro golo ao Benfica por duas vezes em apenas dois minutos seguidos. Primeiro a Salvio que aproveitou um ressalto (28 minutos) e depois a André Almeida que rematou sozinho já em zona muito perigosa (29). O Benfica ainda esteve mais uma vez perto de levar para o balneário uma vantagem de 3-0, mas Salvio foi egoísta e, quando tinha Seferovic e Jonas sozinhos no meio a pedir a bola, optou por um ‘chapéu’ que Miguel Silva conseguiu suster (40 minutos). E acabaria por ser o Vitória de Guimarães a conseguiu o golo e logo a hipótese de voltar à discussão da partida. Raphinha marcou o 2-1 a três minutos do intervalo, completando uma jogada que começou na direita. Em aberto Na segunda parte, os vitorianos – que jogavam em 4-2-3-1 – entraram mais confiantes e ao contrário do arranque do primeiro tempo assistiu-se a um jogo aberto e com lances repartidos. Hurtado, sozinho diante de Varela e com tudo para fazer golo, rematou mal e atrapalhou-se consigo próprio, não conseguindo por pouco e só por ‘aselhice’ o empate aos 59 minutos. O Benfica respondeu por intermédio de Jonas que rematou ao lado (61). E Hélder Ferreira, inconformado com a desvantagem, também tentava mas se a primeira tentativa encontrou Bruno Varela pela frente (63), a segunda ‘esbarrou’ em Luisão (64). O Vitória de Guimarães queria pelo menos o prolongamento. Mas o despertar tardio paga-se caro. O tetracampeão nacional, já com Felipe Augusto em campo que foi substituir Salvio aos 65 minutos dando segurança ao meio-campo lisboeta, não deixou escapar o título e ainda marcou um terceiro golo para ‘matar’ de vez o jogo. Raul Jiménez fez o 3-1 aos 83 minutos depois de Pizzi, que esteve nos três golos ‘encarnados’ acabando por ser a grande figura do jogo, ter recuperado a bola após erro de Raphinha. Automobilismo | Rodolfo Ávila com resultado que soube a pouco [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] segunda metade da temporada de 2017 do Campeonato da China de Carros de Turismo (CTCC) teve o seu início este fim-de-semana no Circuito Internacional de Xangai. Na primeira corrida Rodolfo Ávila terminou em sexto lugar e na segunda acabou em 12º devido a um acidente. A jornada parecia prometedora depois do piloto português de Macau ter ficado no quinto lugar na sessão de qualificação, apesar de ter corrido com um carro “que nas rectas perdia em velocidade de ponta em relação aos outros carros da equipa”. Na segunda corrida o piloto da SVW 333 Racing sofreu problemas de motor, mas foi defendendo a sua posição, o sexto lugar, até à última volta. Porém, antes da corrida terminar o carro de Rodolfo Ávila viria a ser atingido por uma viatura de um adversário, caindo na classificação para o 12º lugar. “Foram duas corridas muito intensas e o balanço final do fim-de-semana acaba por saber a pouco, visto que em termos de resultados poderia ter sido melhor. Na primeira corrida tive um duelo interessante com os KIA, que nesta pista foram muito rápidos, porque andaram com menos 80 kg do que o habitual. A segunda corrida também não foi fácil, porque logo no início um dos Haima danificou-me a direcção. Depois o motor começou a falhar e deixei passar o Rob Huff, que este fim-de-semana conduziu pela nossa equipa, até que na última volta o Martin Cao, num dos Ford, falhou a travagem e acabou por bater forte no meu carro. Fiz um pião e perdi seis posições”, explicou Ávila. O CTCC faz agora uma pausa de sete semanas, regressando no fim-de-semana de 1 e 2 de Outubro. O sexto evento da temporada será a cidade de Wuhan, a capital da região administrativa de Hubei.
Hoje Macau China / Ásia InternacionalTailândia | Supremo absolve dois ex-primeiros-ministros [dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]ois antigos primeiros-ministros tailandeses, que incorriam em penas de dez anos de prisão, foram ontem absolvidos das acusações de negligência na repressão sangrenta de manifestações em 2008. “Os manifestantes tinham rodeado o parlamento e ameaçavam tomar de assalto o edifício, não era portanto uma manifestação pacífica. As autoridades foram forçadas a recorrer à força”, concluiu o Supremo Tribunal tailandês. Somchai Wongsawat e Chavalit Yongchaiyudh, na altura primeiro-ministro e vice-primeiro-ministro (Chavalit tinha chefiado o Governo na década de 1990), eram legalmente responsáveis pela ordem do ataque policial. Nestas manifestações, os confrontos entre a polícia e os manifestantes causaram dois mortos e cerca de 500 feridos. Os manifestantes eram “camisas amarelas”, conservadores ultra-monárquicos que procuravam afastar do poder o partido de Thaksin Shinawatra, apoiado pelos “camisas vermelhas”. Pouco tempo depois destas manifestações, o ex-primeiro-ministro Thaksin, no exílio depois de um golpe de Estado em 2006 e inimigo dos ultra-monárquicos, foi condenado a dois anos de prisão por corrupção. O partido de Somchai, cunhado de Thaksin, foi dissolvido e Somchai foi obrigado a demitir-se. Este veredicto era muito aguardado na Tailândia, algumas semanas antes do julgamento da ex-primeira-ministra Yingluck Shinawatra, irmã de Thaksin, e cujo governo foi derrubado em 2014 pelo exército. O seu julgamento por negligência começou depois do golpe militar de Maio de 2014, tal como o de Somchai e Chavalit, suscitando acusações de processos políticos, comandados por militares para acabar com a influência política do clã Shinawatra. Yingluck Shinawatra incorre numa pena de dez anos de prisão. O veredicto será lido a 24 de agosto. Pedrogão Grande | 11 vítimas ainda internadas [dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]ais de um mês depois do incêndio de Pedrógão Grande há 10 pessoas internadas em hospitais e um numa unidade de cuidados continuados, informou ontem o gabinete de crise que acompanha a resposta da Saúde. Cinco dos feridos encontram-se no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), dois no Hospital Santa Maria (Lisboa), um no São João (Porto), um num hospital em Valência (Espanha) e dois em fase transitória – uma doente no Hospital de Leiria e um numa unidade de cuidados continuados no Montijo -, é o balanço feito por um membro do gabinete de crise da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) António Morais. Benfica | Negociações por guarda-redes do Eintracht Franckfurt [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Benfica está, segundo A BOLA, a tentar a contratação do guarda-redes Lukas Hradecky, 27 anos, junto do Eintracht Frankfurt, onde já pescou aquele que é até agora o principal reforço para 2017/18, o avançado internacional suíço Haris Seferovic, de 25 anos. As negociações pelo número 1 da baliza da equipa alemã e também da seleção da Finlândia já estão em curso e são elevadas as possibilidades de terem sucesso perante a actual situação contratual do jogador, que chegou a Frankfurt em 2015 e assinou vínculo válido por três temporadas, tendo apenas mais uma de ligação ao clube da Bundesliga, que, recorde-se, terminou a época passada na 11.ª posição. Chile | Sismo de magnitude de 5,5 abala norte do país [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m sismo de magnitude de 5,5 na escala de Richter foi ontem registado na região metropolitana de Santiago do Chile, indicou o serviço geológico dos Estados Unidos (USGS). Até ao momento, desconhece-se a existência de danos ou vítimas do abalo, que ocorreu às 04:15. De acordo com o USGS, que monitoriza a actividade sísmica mundial, o epicentro situou-se a cerca de oito quilómetros de Chicureo Abajo (nordeste) e a mais de 27 quilómetros a norte de Santiago. O hipocentro do sismo registou a 88 quilómetros de profundidade, indicou.
Andreia Sofia Silva Desporto MancheteBenfica | Tetracampeonato celebrou-se em Macau A quarta vitória consecutiva no campeonato português de futebol pelo Sport Lisboa e Benfica celebrou-se este fim-de-semana em Macau. Santos Pinto, proprietário do restaurante O Santos, vai realizar o habitual jantar da celebração, já a pensar no pentacampeonato. “Ainda tenho espaço para mais cachecóis”, assegura [dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]m Macau não há uma rotunda com o nome do Marquês de Pombal, mas a festa pela celebração da quarta vitória consecutiva do Sport Lisboa e Benfica (SLB) em mais um campeonato nacional de futebol não deixou de se fazer em vários locais. O bar Roadhouse foi um dos espaços que juntou muitos adeptos, que festejaram pela noite dentro. Santos Pinto, proprietário do restaurante O Santos, não foi para a rua, mas festejou a vitória do clube do seu coração em casa, com a filha. “A minha filha pediu-me para ver o jogo em casa com ela, e foi aí que festejei. E ela aproveitou para ver o resto do festival [da Eurovisão], mas eu já não tive forças para festejar. Foi fantástico”, contou ao HM. O Benfica conquistou no sábado o 36.º título de campeão nacional de futebol da sua história, o quarto consecutivo, ao vencer na recepção ao Vitória de Guimarães, por 5-0, em jogo da 33.ª e penúltima jornada da I Liga, contabilizando 81 pontos, mais oito do que o FC Porto, que contava no sábado com menos um jogo. Santos Pinto assume ter ficado “super feliz”, mas estava com receio de que algo pudesse não correr bem durante os 90 minutos de jogo. “Estava sempre com aquela dúvida, se tudo corria bem ou não, mas graças a Deus correu bem. Estava muito confiante. Gosto muito do Rui Vitória, o presidente nem se fala, e gosto muito da equipa que o Benfica tem.” O deputado José Pereira Coutinho foi outro dos adeptos que acompanhou a vitória do clube lisboeta à distância. “Fiquei muito contente. Sou adepto do clube desde que o meu pai me levou ao Estádio da Luz, em 1964”, lembrou Coutinho, que frisou ainda o facto da vitória benfiquista se ter feito na mesma altura da ida do Papa Francisco a Portugal e da vitória de Salvador Sobral no Festival da Eurovisão. “Agora só falta o [José] Mourinho ganhar a Liga Europa ao Ajax”, brincou. Jantar a caminho Santos Pinto já tem tudo pensado para a habitual celebração na Rua do Cunha, só falta acertar a data com a direcção do Benfica de Macau, encabeçada por Duarte Alves. Até ao fecho da edição, não foi possível obter uma reacção do dirigente local. “Vou avisar toda a malta benfiquista de Macau para nos juntarmos na Rua do Cunha para festejar o nosso tetracampeonato. Espero mais pessoas [em relação ao ano passado”, apontou Santos Pinto. “De certeza que não vai faltar muito tempo. Já falei com o Benfica de Macau, para ver qual é o calendário deles, para ver se nos conseguimos juntar todos. Os tetracampeões de cá e de lá”, disse. Mesmo na Taipa, o espírito sentido nas ruas de Lisboa, no passado sábado, vai manter-se. “Aqui a praça do Marquês de Pombal na Rua do Cunha vai estar cheia de gente, vai ser uma invasão benfiquista.” Santos Pinto já está a contar com a chamada dobradinha, ou seja, que o Benfica vença também a Taça de Portugal. E até conta com mais um ano de campeonato ganho. “Estou à espera, sem dúvida. Perdemos com o Guimarães a final da taça, mas este ano espero bem que não. Vamos ganhar este ano a dobradinha. Estamos a caminho do penta. Dizem-me que não tenho mais espaço para guardar cachecóis, mas ainda tenho”, ironizou. Vitória de todos O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, alargou a todos os adeptos encarnados a responsabilidade pela conquista do tetracampeonato de futebol, realçando a ambição de continuar a fazer história. “Dizem que eu sou o pai do ‘tetra’, mas o pai do ‘tetra’ é o Benfica, somos todos nós. Agradeço-vos profundamente por todo o apoio que nos deram, aos jogadores, aos treinadores, a toda a estrutura profissional do Benfica, pela oportunidade que nos deram de estarmos hoje aqui”, afirmou Luís Filipe Vieira, na praça do Marquês de Pombal, em Lisboa, citado pela agência Lusa. Dirigindo-se aos milhares de adeptos benfiquistas reunidos neste ponto central da capital portuguesa, o líder do emblema das ‘águias’ reconheceu a satisfação e apontou ao futuro. “Estamos todos felizes, hoje fizemos história, mas queremos continuar a fazer história. Todos juntos vamos sempre conseguir concretizar os nossos sonhos e os nossos objectivos. Viva o Benfica!”, rematou Vieira. Já o treinador do clube, Rui Vitória, considerou que os seus jogadores fizeram uma história que ninguém esquecerá. Vitória falou que o Benfica está “a viver um momento único”. “Foram 10 meses de trabalho árduo, com estes grandes jogadores. Foram nove meses em primeiro lugar, foi uma luta constante para termos este ‘tetra’. Hoje estou orgulhoso, satisfeito, realizado, por uma vitória que jamais esqueceremos. Sintam o privilégio de viver esta história”, disse. O treinador ‘encarnado’ lembrou outras gerações de “enormes jogadores” que ficaram pelo tricampeonato. “O ‘tetra’ fica com esta equipa e fica connosco, que temos a possibilidade de viver esta história. Nunca mais nos vamos esquecer desta noite, deste momento. Podemos contar a netos, filhos. É único no Benfica e nós fomos os primeiros”, afirmou. Rui Vitória terminou dando “parabéns aos jogadores, a todos os que directamente trabalharam” com a equipa do Benfica e “a todos vós que encheram o estádio” todas as jornadas.
Andreia Sofia Silva Manchete ReportagemAs vidas difíceis dos jogadores de futebol Ser jogador de futebol em Macau significa chutar todos os dias contra as adversidades. Os salários são baixos e os melhores não vão além das 20 mil patacas. Há até quem ganhe metade disso, sem ter direito a casa. Ainda é comum jogar-se com visto de turista, com a permissão da Associação de Futebol de Macau. Mas, no meio do amadorismo, há quem não desista de estar sempre no campo, com a bola nos pés [dropcap style≠’circle’]R[/dropcap]onaldo vive em Macau desde 2014 e joga futebol no Chao Pak Kei. Tem o mesmo nome da estrela do futebol brasileiro e do português Cristiano Ronaldo. Mas, se estes atletas fizeram fortunas, Ronaldo está longe de ser um jogador de futebol milionário. O paraguaio diz ter uma vida confortável, se bem que tudo era diferente em 2014, quando chegou. Ronaldo assinou pelo Chao Pak Kei, mas recebia apenas quatro mil patacas por mês. Fazer uma refeição normal era considerado um luxo difícil de suportar. “Para comer gastávamos, por dia, quase 200 patacas. Tentávamos fazer economias. E se comêssemos comida de luxo, gastávamos muito mais. Pensei em desistir, mas depois pensei: ‘Já que estou aqui, vou tentar aguentar até que apareça algo melhor’. Agora estou muito melhor”, conta ao HM. O campeonato de futebol de Macau está cheio de histórias como as de Ronaldo. Muitas das equipas que contratam jogadores estrangeiros – na sua maioria vindos de Portugal, Brasil ou de países africanos – não podem pagar salários acima das 20 mil patacas. Os ordenados variam, assim, entre as oito mil e as 20 mil patacas, e há até quem ganhe apenas por jogo. “Conheço vários jogadores com condições difíceis e estou a morar com jogadores cuja equipa não paga quase nada. Em relação aos documentos está tudo bem, mas o salário quase não existe, nem sequer pagam por jogo”, acrescenta Ronaldo. Jorge Tavares foi a grande contratação do Sporting de Macau em 2015. Conta que sempre foi bem tratado pelo clube, pois recebia um bom salário e alojamento. Contudo, não é assim com todos. “Ouvi falar de casos em que chegam a pagar oito mil patacas, pode ir até as 18 mil patacas por mês. Para um profissional de futebol que vive apenas disto, e que tem uma carreira de 12 ou 13 anos, não são valores elevados”, diz. Tavares, que acabou por deixar o futebol, garante que, sem patrocínios, não é possível fornecer boas condições profissionais aos jogadores. “Os clubes não podem fazer muito mais, não há grandes apoios aos clubes em termos de patrocínios. A própria associação não dá muita visibilidade ao campeonato. Normalmente, os clubes apostam quando há alguém por detrás a investir o seu próprio dinheiro, por gostar muito de futebol. Sem patrocínios, os salários não vão subir muito mais, mas não culpo os clubes por isto.” João Maria Pegado treinou o Sporting de Macau e garante que o clube sempre teve jogadores legalizados e com boas condições de treino. Ainda assim, Pegado conta que “há jogadores que passam por bastantes dificuldades”. “O futebol em Macau é completamente amador. Relativamente aos anos passados, só havia duas ou três equipas que podiam pagar salários que permitissem aos jogadores viver só do futebol. Soube de situações de jogadores que passaram por muitas dificuldades, até na procura de uma casa para viverem”, refere. Benfica dá melhores condições Longe de pagar os salários milionários que se pagam em muitas outras ligas, alguns clubes de Macau conseguem firmar contratos, tratar dos papéis do blue card e até pagar o alojamento dos jogadores que contratam. Várias figuras do futebol local asseguraram ao HM que o Benfica de Macau é das equipas mais profissionais nesse aspecto. Em declarações a este jornal, Duarte Alves, presidente do Benfica de Macau, não quis avançar valores salariais, mas garantiu que tudo é feito consoante a lei. “Cada clube decide o valor que paga e não vou tornar público o acordo que temos com os jogadores. Além da parte financeira, somos responsáveis pela viagem de ida e volta, como manda a lei, e também pelo alojamento. Os jogadores que contratamos ao estrangeiro são assalariados, e como diz a lei laboral, são obrigados a ter o blue card ou o Bilhete de Identidade de Residente (BIR), e nós tratamos desses processos”, explicou o presidente. Firmino Mendonça, presidente do Monte Carlo, gostava de um dia poder atingir o estatuto da equipa encarnada, mas assegura que, ali, todos os jogadores têm uma vida estável. “Os jogadores têm todos blue card e contratos anuais com o clube. Têm o salário e o alojamento, com água e luz pagas, incluindo outras despesas da casa. Oferecemos entre sete mil a 20 mil patacas, consoante a experiência do jogador”, explicou Firmino Mendonça. O dirigente afirma ter conhecimento de profissionais do futebol que têm de fazer contas à vida, mas não quer contar pormenores. “Tenho conhecimento de jogadores que passam dificuldades, mas não quero falar aqui de casos”, aponta. Se os jogadores estrangeiros recebem salários medianos ou baixos, os locais nem sequer recebem ordenado. “Em Macau não há profissionais, são quase todos amadores, inclusivamente no Benfica. Mas pagam como se fossem profissionais. Não é fácil gerir uma equipa aqui em Macau, porque depende sempre dos patrocinadores. Há alguns locais que também recebem, no Benfica e no Ka I”, diz Firmino Mendonça, que espera que a situação mude para o seu clube. “O Monte Carlo não tem possibilidade de pagar a toda a gente. Espero que, nos próximos anos, possa ter a disponibilidade que essas equipas têm”, acrescenta. Dani Pinto, ex-treinador do Benfica de Macau, refere que os patrocínios podem acabar de um dia para o outro. “Há uma pessoa que dá o dinheiro, e depois dá o dinheiro a alguém da equipa. Já houve casos em que esse dinheiro nunca foi entregue aos jogadores. Com a agravante que, de um dia para o outro, esse patrocinador pode chatear-se e dizer que já não dá dinheiro à equipa. Isso é uma prática corrente em Macau e, de um dia para o outro, as equipas deixam de existir.” Jogar como turista Quando Timba Éder chegou a Macau, em 2010, não eram assinados contratos com os jogadores, nem eram pedidos os vistos de trabalho com a categoria de jogador de futebol. “Em 2010 recebíamos por jogo. Na altura essa era prática, e recebia entre 1500 a 2500 patacas por jogo, tudo dependia do acordo feito. Acredito que o Porto foi a primeira equipa que começou a pagar ao mês e que atribuiu blue card aos futebolistas. Antes, não havia isso”, lembra o jogador brasileiro. Sete anos depois, essa continua a ser a prática em muitos clubes: jogar numa equipa enquanto o carimbo no passaporte o permitir, sair de Macau, voltar, tentar jogar de novo. Jorge Tavares, que vestiu as cores do Sporting e do Benfica de Macau, defende que, se a Associação de Futebol de Macau (AFM) aceita essas condições, então não constitui uma ilegalidade. “Acaba por não ser ilegal, porque se a associação permite que os jogadores possam jogar com visto de turista no campeonato, então os clubes aproveitam-se. Enquanto não houver uma ordem superior acho que não é ilegal.” Há alguns anos, o Sporting de Macau chegou a apresentar uma petição para que apenas jogadores com BIR ou blue card pudessem jogar no campeonato local, mas nunca houve uma mudança. O HM enviou questões à AFM sobre esse assunto, mas não obtivemos resposta. “Os clubes têm a obrigação de legalizar os jogadores, não é só com um visto de turista que podem jogar. Eles recebem ordenado, é como estar a pagar a um empregado não legalizado. Isso é mau para o futebol. Se a associação quer mudar, tem de fazer muita coisa. É preciso legalizar as coisas como deve ser”, aponta Firmino Mendonça. Duarte Alves defende que, com o rumo assumido pela própria AFM, é difícil ir mais além. “Tudo depende do molde que a AFM escolhe para actuar e para gerir, pelo menos, a Liga de Elite. Acho que optam pelo total amadorismo.” O dirigente dá exemplos. “Os contratos entre jogadores e o clube não precisam de ser entregues por escrito à associação, sendo apenas necessário o jogador preencher o boletim de inscrição do clube. Não há necessidade de os jogadores estrangeiros terem o certificado internacional. Não há garantias de que os jogadores não estejam também inscritos noutra liga fora de Macau.” Nesta perspectiva, a AFM “poderia considerar o registo diferente entre clubes e jogadores, com mais burocracia, para que tudo fosse mais transparente e para que possam ser atingidos outros patamares”. O jogador que adora café Timba Éder continua a jogar futebol, depois de ter passado pelo Porto e pelo Sporting de Macau. Chegou há sete anos, vindo de Xangai, depois de uma experiência que não correu bem. Assume que aprendeu muito e errou também, de clube em clube. Ainda na China, teve a possibilidade de regressar ao Brasil, mas não quis. Quando chegou a Macau e ouviu chineses a falar português, Timba Éder ficou rendido. “No Porto fiz três anos de contrato, tinha blue card. O Adelino Correia cumpriu mais do que devia, para mim e para todos os jogadores estrangeiros. Naquele tempo a equipa não tinha muitos apoios e os dirigentes chegaram a tirar do próprio bolso para nos ajudarem”, recorda. Além de jogar, Timba Éder dava também aulas de futebol aos mais novos, o que sempre lhe permitiu ter uma folga financeira. “Acredito que a vida dos homens e das mulheres é movida pelo desafio, o importante é encará-lo.” Depois de umas passagens pelo Lam Pak e pelo Sporting de Macau, Timba Éder casou com uma mulher chinesa, obteve o BIR e até abriu um café com o seu nome. É no Timba Café, localizado na Taipa, que dá asas a uma outra paixão: o café. Tudo começou ainda em Xangai quando, chegado da zona do Recife, ficou fascinado com o espaço de uma conhecida cadeia de cafés. Surgia ali o sonho de ter o seu próprio negócio. O caso de Timba Éder pode ser considerado raro. Na visão de Dani Pinto, ex-treinador do Benfica de Macau, a falta de profissionalismo do campeonato e os baixos salários acabam por levar a que muitos jogadores se percam no seu percurso. “Em 90 por cento das vezes, os contratos são verbais. Alguns até falam em alimentação, mas a maior parte não. E pagam um salário simbólico. Há jogadores que vêm para Macau tentar a sua sorte e são esses que passam maiores dificuldades. Já me reportaram casos de jogadores que têm uma certa dificuldade para comer”, conta ao HM. Dani Pinto considera mesmo que 20 mil patacas “é uma fortuna”. “Na maioria das vezes nem chega perto disso, baixam para metade disso ou mais”, refere. O antigo treinador do Benfica assegura que há muitos jogadores que acabam por perder o norte. “Muitas vezes há uma falta de humildade. Têm de ser super profissionais, com os pés bem assentes no chão. Alguns jogadores perdem-se na noite, no álcool, e isso é prática comum. Há jogadores que parece que nem estão aí. Acho que a maior parte nem pensa no futuro, pensam no agora. Têm de ser muito poupadinhos e profissionais”, conclui.
Hoje Macau DesportoAnálise da 7ª jornada | Benfica soma e segue João Maria Pegado [dropcap style≠’circle’]É[/dropcap] desta maneira que o líder do campeonato continua o caminho para a revalidação do titulo. Mais um triunfo, desta vez: CPK 0 Vs Benfica De Macau 4. O jogo até começou de maneira positiva para o CPK, a ocupar o meio campo ofensivo ia criando boas situações para finalização e ia deixando a equipa encarnada intranquila na defesa. Nesta altura Batista diz presente e manteve o núlo. A equipa de Inacio Hui apresentou num 4-3-3 com um triângulo invertido no meio campo com Bruno Figueiredo mais perto de Pedro Clementes para contrariar e emparelhar com o triângulo ofensivo do Benfica. Surpresa para a ausência de Vinicius Akia, jogador que tinha estado muito bem na partida frente ao Monte Carlo, e no seu lugar entrou Ho Ka Seng. Com esta entrada do adversário forte, o treinador Henrique Nunes, que apresentou o onze habitual somente com uma mudança Amancio Goitia no lugar de Chan Man, começou a corrigir certos aspectos que estavam a contribuir para o ascendente do CPK. A linha defensiva juntou mais ao meio campo e equipa encarnada começou a recuperar a bola mais à frente no seu meio campo, não permitindo que Patriota aproveitasse o espaço que até ali existia entre a defesa e meio campo encarnado. Com esta nova forma de estar, o Benfica começou a sair em transições rápidas para o ataque apanhando o CPK em contra pé e ia começando a equilibrar as oportunidades de golo . Destaque nessa altura para uma fabulosa defesa de Domingos a remate de Leonel Fernandes. Dava para sentir que seria uma questão de minutos até surgir o primeiro golo dos encarnados, visto o CPK ter começado a esticar demasiado a sua equipa e haver diversos espaços entre os seus sectores. E assim foi. Aos 30 minutos golo de Carlos Leonel a aproveitar uma assistência de cabeça de Nicholas Torrão que sozinho, erro de Ronald que foi ao lado contrário da sua defesa, nas costas dos centrais tocou para dentro onde estava o número 45 do Benfica a finalizar. No artigo anterior foi dito que a linha defensiva do CPK tinha que roçar a perfeição para a equipa sonhar com um resultado positivo e que qualquer erro seria fatal e assim foi. Minutos seguintes. Falta numa zona perigosa e Edgar Teixeira a bater o livre por cima da barreira e Domingos mal é mal batido. Estava feito o 2-0 e foi-se para intervalo. Mais do mesmo Na segunda parte as equipas voltaram sem alterações e notou-se que a equipa liderada por Diego Patriota estava já derrotada psicologicamente e só chegava a baliza do Benfica com remates de longe. Os encarnados com um treinador muito energético a partir do banco não deixava os seus jogadores baixar a guarda e aos 60 minutos a defesa do CPK não tira a bola de dentro de área e um excelente pormenor de Loenel Fernandes a passar a bola por cima do central adversário e retribui a oferta do primeiro golo para Nicholas Torrão que assim fez o 3-0. Jogo resolvido e destaque para último golo aos 90 minutos pelo jovem Ethan Lay, que marcou o seu primeiro tento pelos encarnados. Ficou claro que este Benfica é superior a qualquer equipa e que será muito difícil alguém tirar pontos a esta equipa que para mais começou apresentar em campo os seu reforços que fazem dela um plantel mais completo. Quanto ao CPK o mesmo problema que foi identificado em jogos anteriores. A falta de Ronieli (Cheng Fung) e ausência de um jogador para o substituir faz com que todo o trabalho da equipa seja inglório, mais a ausência de uma liderança a nível de treinador que também se faz notar. Restantes jogos Quinta feira um jogo interessante de assitir. Cheng Fung 1 Vs 1 KA I , os pupilos de João Rosa conseguiram o empate através de Ronieli após sofrerem o primeiro golo do KA I convertido de livre por William Carlos Gomes. Surpresa talvez pelos números que foram, para a derrota do Sporting 1 Vs 5 Kei Lun. Os leões jogaram com menos um, após uma expulsão infantil, e da parte do Kei Lun destaque para Cesar De Souza com dois golos. Na sexta-feira, vitória importantíssima na luta pela permanência do Development 1 Vs 0 Lai Chi. No fecho da jornada sete o Monte Carlo 5 Vs 1 Policia . Os canarinhos ainda passaram pelo susto de estar a perder mas depois veio a melhor capacidade do conjunto orientado por Claudio Roberto que com o seu ataque destroçou a Policia com destaque para os dois golos de Neto. Edgar Teixeira # 14 Homem da jornada Tudo que faz parece fácil. A maneira com que toca na bola faz com que os relvados de Macau pareçam dos melhores do mundo. A sua inteligência táctica permite que faça mais de uma posição. Desta vez acabou a ala. Para já vai conquistando um lugar para melhor do campeonato.
Hoje Macau EventosTaipa | Benfica a dobrar em jantar no Santos [dropcap style=’circle’]R[/dropcap]ealiza-se hoje o jantar que celebra o título de tricampeões do Benfica de Macau e do Sport Lisboa e Benfica. “O Santos”, restaurante emblemático não só da cozinha portuguesa como do amor ao clube, é o promotor da iniciativa, que pretende juntar a equipa da casa e os adeptos benfiquistas num ambiente de festa. À semelhança de anos anteriores, Santos Manuel Bruno Pinto, mais conhecido por “Santos”, proprietário do restaurante homónimo na vila da Taipa, faz questão de marcar o 35º Campeonato do clube Lisboeta. “Já nasci benfiquista, está-me no sangue”, começa por frisar ao HM, adiantando que o convívio de hoje à noite pretende comemorar as glórias do seu “querido Benfica”, que há anos não lhe dava uma vitória tão sofrida, e por isso, mais apreciada. O encontro, acrescenta, foi marcado no dia de folga do jogadores da equipa do Benfica de Macau para que todos possam celebrar juntos. O proprietário conta com casa cheia. As inscrições continuam a decorrer até ao final do dia de hoje. O jantar, que começa por volta das 20horas, tem um valor de 350 patacas, por pessoa, e explica o organizador está “tudo incluído”. “É com direito a tudo”, brinca.
Gonçalo Lobo Pinheiro Desporto MancheteMarco Meireles, centro-campista do Benfica de Macau Nascido na Amadora, Marco Meireles foi uma das boas surpresas da Liga de Elite deste ano. Evoluiu e ajudou o Benfica a sagrar-se bi-campeão. Aos 25 anos, o jogador formado no FC Porto, não fecha as portas a uma segunda época em Macau mas está com alguns convites em carteira. Desde o tempo em que começou como jogador de futsal até que, aos 14 anos, decidiu que o ringue era pequeno de mais para o seu futebol e decidiu envergar as cores do CAC da Pontinha, Marco Meireles traça um perfil da sua carreira [dropcap]Q[/dropcap]uem é o Marco Meireles? Sou uma pessoa simples, divertida também e amigo do seu amigo. Sou, ao fim ao cabo, uma pessoa diferente. Não tenho medo da opinião dos outros. Por norma, faço o que quero e assumo. Contudo, se a opinião dos outros for para ajudar, considero. As andanças do futebol começaram quando? Quando tinha seis anos comecei a jogar futsal. Joguei no ABCD na Amadora. Depois, aos 14 anos, tentei ingressar no futebol de 11 e bati à porta do Real Massamá e eles gostaram de mim. Só que fizemos um jogo treino contra o CAC da Pontinha e, como era iniciado e o CAC jogava o Campeonato nacional, optei por ir para a Pontinha. Fiquei lá dois anos e fui para o FC Porto. Numa daquelas observações que acontecem, os dirigentes portistas gostaram de mim e mudei-me para o norte onde fiquei também dois anos. Aos 18 anos, a concorrência era muito forte e tanto eu como o clube optámos que um empréstimo seria bom e acabei por ir para o Nacional da Madeira, onde fiz época de júnior de primeiro ano. Gostei muito da Madeira e adaptei-me bem. Aliás, até foi lá que conheci a minha esposa e onde nasceu o meu filho. Depois, voltei ao FC Porto e ainda fiz um torneio na Malásia. Mas, por essa altura, o Nacional volta a contactar-me e oferece um contrato profissional com opção para os seniores. Voltei à Madeira. Nos juniores de último ano, parti o pé e fiquei de fora cinco meses. Com essa contrariedade, o treinador dos seniores, Jokanovic, decidiu emprestar-me ao Machico, do Campeonato Nacional de Seniores onde acabei por ficar três épocas. Ainda passei pelo Aljustrelense e voltei à Madeira para representar o Ribeira Brava. Portanto, um percurso baseado na Madeira? Sim, gosto muito da ilha, das pessoas e tenho lá a família. A seguir ao Ribeira Brava, onde fiz uma boa época, optei por emigrar para a Finlândia, para jogar na II Liga. O clube que representei foi o Sporting Kristina e a aventura correu bem, apesar do frio. As condições lá são muito boas e o futebol, apesar de físico, e muito rápido. Estávamos em 2013 e fiz o campeonato todo, que dura cerca de seis meses. Depois disso, recebi um contacto do Brasil para ir jogar para o Grémio Barueri, treinado pelo português Paulo Fernando, uma equipa com bastantes pergaminhos mas que naquela altura estava na Série D. Grémio Barueri, que já esteve na Série A do Brasileirão, inclusive. Exactamente. Contudo, essa experiência apesar de interessante não foi fácil. O Brasil tem muitos jogadores [risos]. A equipa, no primeiro treino, tinha mais de 35 jogadores. Então médios eram muitos e, tanto eu como o meu colega [Filipe Aguiar] que foi comigo, estávamos apreensivos. Como havia muitos jogadores na minha posição, acabei por jogar a lateral-direito. Não fiz muitos jogos e, por isso, fiquei cinco meses. Foi nessa altura que surgiu Macau? Quando estava no Brasil já tinha conversado com o mister Bruno [Álvares], através do meu empresário, que me disse que o Benfica de Macau estava a precisar de jogadores para a época que iria começar. O mister foi uma pessoa muito importante em todo este processo, desde a negociação até à minha adaptação. Estou eternamente agradecido a ele. É que, para quem não sabe, é complicado gerir uma equipa com diversos estrangeiros e, jogando uns, jogando outros, penso que ele geriu com mestria os jogadores estrangeiros. Bem ou mal, eles fez as suas escolhas e penso que fez bem. Quer dizer então que há uma porta aberta para continuar em Macau ou existem outras possibilidades? Penso que cumpri com o que me foi pedido nesta minha primeira época em Macau. As pessoas, julgo que, gostam de mim e do meu trabalho. Penso que a porta está e fica aberta. Claro que, como profissionais de futebol, queremos sempre mais. Houve algumas abordagens de Portugal nos últimos tempos mas para regressar só mesmo para uma equipa profissional e a II Liga é o mínimo dos mínimos. Mas para já, não há nada formal. Quando houver um convite directo, poderei falar disso. Contudo, ainda estou a competir aqui por causa da Taça de Macau e, a seguir, vem a Liga Asiática, algo também muito interessante. É como lhe digo, temos de ver bem o futuro e as oportunidades que surgirem, mas claro, não fecho as portas ao Benfica e a Macau. O meu empresário [Luís Lousa] está a tratar da minha vida. A época está a correr bem. Como disse, ainda faltam alguns objectivos mas a Liga de Elite já está conquistada, apesar de alguns sobressaltos pelo caminho. Verdade. Ainda queremos conquistar a Taça de Macau, fazendo a dobradinha. Mas, claro, até ao momento o balanço é muito positivo. A equipa sempre trabalhou para alcançar o título. Tivemos uma fase, não digo má, mas menos boa em que perdemos com o Ka I e empatámos com o Lai Chi, mas voltamos a encontrarmo-nos e, naturalmente, com alguma sorte também, a chegar ao cimo da classificação. O plantel do Benfica é muito forte. Existem diversas boas opções para as mesmas zonas do terreno. Todos nós trabalhámos, sem desistir, com o intuito de sermos campeões e tudo correu bem. Já conhecia alguns dos seus colegas de equipa? Não conhecia. Naturalmente, que o capitão Filipe Duarte, até pelo seu currículo, já tinha ouvido falar e o Luisinho das lides do Campeonato Nacional de Seniores, e tem o mesmo empresário que eu. Quem conhecia bem era o Pio Júnior, que jogou no Benfica em 2013, e com quem conversei algumas vezes antes de aceitar vir para Macau. O que é que achou das condições do futebol de Macau? Fiz algum trabalho de casa e já vinha um pouco preparado. Naturalmente, que vendo as coisas ‘in loco’ fiquei apreensivo. Existem poucos campos e os relvados não estão com a relva toda igual. Os jogadores que vêm de fora e estão habituados a outro tipo de condições têm de saber fazer um sacrifício para que tudo corra bem. Depois, é preciso que as autoridades apostem mais no futebol. Macau tem todas as condições para, por exemplo, ter um campeonato muito mais conceituado do que o de Hong Kong. A Associação de Futebol de Macau tem de fazer um pouco mais. Que se sentem à mesa com o Governo e com o clubes e encontrem soluções para melhorar o futebol. E Macau? O que posso dizer é que este é um território único no mundo. Aqui vi coisas que nunca vi. Vi carros de alta gama a andar por estas ruas. E a noite de Macau pode, de facto, estoirar com a carreira de um jogador de futebol que for fraco mentalmente. Quem não souber fazer as coisas com conta, peso e medida pode estragar a sua carreira. Fora isso, é uma cidade tranquila, segura. O clima é complicado, mas é secundário. Gostei muito desta experiência. Quem é o seu ídolo? O meu ídolo é o Ricardo Quaresma. Quando cheguei ao FC Porto vi-o jogar muitas vezes. Era um regalo ver jogar e treinar um jogador tão talentoso. À minha maneira, quando jogo na posição dele, tento fazer coisas parecidas. Também gosto muito do Cristiano Ronaldo, que é o melhor do mundo, mas o Quaresma não teve, na minha opinião, a ajuda necessária que o Ronaldo teve. Na eterna questão do melhor do mundo, o Marco adiantou-se e disse logo que o CR7 estava na dianteira... Sem dúvidas. Ambos são fantásticos mas o Ronaldo é mais completo que o Messi. Apesar do argentino ser um jogador que resolve jogos sempre que quer, o Cristiano cabeceia bem, é bom de esquerdo e de direito, finaliza, finta, é mais veloz, defende melhor. Com o estatuto e a qualidade destes dois grandes jogadores, será difícil aparecerem melhores no futuro. Vamos ver. Futebol em Portugal. Que achou desta época que agora terminou? Apesar de ser portista, acho que o Benfica foi um justo vencedor porque foi a equipa mais regular, coerente. O FC Porto, com o melhor plantel da I Liga, teve um trajecto de altos e baixos. E as novidades do defeso? Normais. Só mesmo em Portugal é que se dá tanta importância a isso. Se o Jorge Jesus treinasse o Manchester United e fosse para o Chelsea, ok até se podia falar comentar mas nunca com tanta polémica como sucedeu em Portugal. Em relação a casos concretos, penso que o Jorge Jesus vai melhorar e muito o futebol do Sporting. Não sei se para serem campeões, mas o Jesus têm uma cultura táctica muito boa e consegue transformar jogadores. Vai ser engraçado ver o que irá acontecer na próxima época, até porque não vejo o Sporting como os coitadinhos. Não. O Sporting tem bons jogadores, muito novos é certo, mas com muito valor.