Tomás Chio Manchete SociedadePatrimónio | Pedida revisão de sistema de administração de templos Recebem doações e são responsáveis diariamente pelos templos, mas nem isso faz evitar acidentes e intervenção do Governo em caso de incidentes. Um membro do Conselho do Património Cultural vem pedir que se mude a forma de gerir o património [dropcap style=’circle’]L[/dropcap]am Fat Ian, membro do Conselho do Património Cultural, sugere a implementação de um sistema de responsabilidade para os proprietários de imóveis classificados, de forma a que seja garantida protecção. O pedido chega depois de um incêndio ter danificado o Templo de A-Má, com Lam a pedir também a revisão do sistema de doação nos templos. Lam Fat Ian diz que o fogo que danificou uma parede antiga no Templo da deusa, na Barra, mostra que, apesar de o Instituto Cultural ter a sua quota parte de responsabilidade na fiscalização, é a própria administração do templo quem tem de intervir em casos de necessidade. Os templos são geridos por associações e, diz, o Governo deve rever completamente esse sistema, já que estas associações recebem doações para manter os locais. Lam Fat Ian diz ser não só necessário um sistema de responsabilização para quem faz a administração diária dos templos, mas também um maior aperto ao nível financeiro. “Como cada templo tem um administrador geral, este funcionário deveria participar em cursos de formação sobre técnica administrativa, sistema de segurança dentro templo, etc”, exemplificou, acrescentando que “o Governo deve rever o sistema de doação dos templos, porque neste momento a doação dos visitantes é recebida pelas associações, mas a despesa de reparação vai ser paga pelo Governo, logo erário público”. Lam Fat Ian acha que é o tempo de rever completamente o sistema de doação, até porque no caso do Templo de A-Má da Barra vai mesmo ser o Executivo a prosseguir com o pagamento das obras de reparação, que vão demorar um ano. O membro do Conselho do Património diz ainda que deveria haver punições no caso dos templos que são classificados não serem bem mantidos pelos proprietários. Depois dos estragos Num comunicado à imprensa, o Instituto Cultural avisa que Guilherme Ung Vai Meng, presidente, e a Chefe do Departamento do Património Cultural, Leong Wai Man, se reuniram mais uma vez com a Associação do Templo de A-Má, pedindo que esta cumpra rigorosamente as orientações para a segurança contra incêndios nos templos de Macau para evitar casos semelhantes. A avaliação inicial ao incêndio mostrou que as estruturas principais do pavilhão não sofreram danos graves, incluindo vigas principais, paredes e telhado, entre outras partes, mas os artigos de madeira colocados no interior do pavilhão, como o altar, mesa para incenso e painel em madeira, entre outros, ficaram “danificados gravemente”. O item mais valioso, a estátua da deusa, ainda tem “condições para ser recuperada”. O IC prevê que a obra de restauro da estrutura do pavilhão principal esteja concluída dentro de dois ou três meses, mas para a recuperação do Templo original vai ser necessário “pelo menos um ano”. O incêndio deveu-se a um curto circuito.
Hoje Macau SociedadeRestauro do templo de A-Ma vai durar um ano O incêndio de quarta-feira no Templo de A-Má, classificado pela UNESCO, vai obrigar a um ano de obras, apesar de o pavilhão principal se encontrar em estado “aceitável” e peças históricas não terem ficado danificadas. Após uma inspecção realizada ontem ao templo, a chefe do departamento do Património Cultural do Instituto Cultural (IC), Leong Wai Man, referiu que “a estrutura do pavilhão principal [onde se registou o incêndio] encontra-se em estado aceitável” e que “não existe perigo” actualmente. A mesma responsável disse, citada num comunicado, que se prevê que “a recuperação estrutural esteja concluída dentro de dois ou três meses” e que “as obras de recuperação do templo original levem pelo menos um ano”. Leong Wai Man considerou “que a estrutura danificada pode ser recuperada pelos artesãos locais” e que “não será necessária a ajuda de peritos do exterior”, já que artesãos locais poderão reconstruí-lo. Também salientou que o incêndio não causou danos em itens de interesse histórico no interior do pavilhão e que a estátua da Deusa A-Má não foi afectada. Segundo um relatório preliminar dos bombeiros, o incêndio no Templo de A-Má ficou a dever-se a um curto-circuito ocorrido durante a noite, período durante o qual não estavam a ser queimados incensos no pavilhão. O incêndio foi apagado em poucos minutos, segundo informações dos bombeiros aos meios de comunicação locais. O templo já existia antes do estabelecimento da cidade de Macau, segundo os Serviços de Turismo e é composto pelo Pavilhão do Pórtico, o Arco Memorial, o Pavilhão de Orações, o Pavilhão da Benevolência, o Pavilhão de Guanyin e o Pavilhão Budista Zhengjiao Chanlin, dedicados à veneração de diferentes divindades. Os vários pavilhões do Templo de A-Má foram construídos em diferentes épocas, e a sua configuração actual data de 1828, de acordo com as autoridades locais. O templo faz parte do património de Macau classificado há dez anos pela UNESCO, o organismo das Nações Unidas para a Educação e Cultura. O HM tentou perceber junto do IC qual será o orçamento para as obras, mas não foi possível receber resposta até ao fecho desta edição. Da mesma forma, não foi possível contactar Vicente O, presidente da associação que gere o templo.
Flora Fong Manchete SociedadeTerapeutas | Macau sem pedidos do exterior por “falta de interesse” O Instituto de Acção Social já deu luz verde para a importação de terapeutas estrangeiros, mas até ao momento nenhum pedido foi feito. Associações dizem que condições de recrutamento não são as ideais O assunto foi debatido, o Governo autorizou, mas o interesse parece ser pouco. Há um ano o Instituto de Acção Social (IAS) deu luz verde para a importação de terapeutas para pessoas com necessidades educativas especiais, mas numa resposta enviada ao HM a entidade confirma que, até ao momento, nenhum pedido foi feito para a introdução de terapeutas não residentes. Associações contactadas pelo HM explicam o motivo provável: as circunstâncias de recrutamento são pouco atractivas, tanto ao nível do salário, como das próprias condições apresentadas. Sandra Lio, secretária-geral da Associação dos Familiares Encarregados dos Deficientes Mentais de Macau, explicou que a entidade já publicou anúncios em Hong Kong e Taiwan, mas as respostas têm sido poucas. “Os terapeutas do interior da China não correspondem às qualificações porque a sua formação diz respeito a trabalhadores na área da reabilitação e essa credenciação não é aceite em Macau. As condições dos terapeutas de Hong Kong são diferentes das de Macau e podem não ter vontade de trabalhar cá. Em Taiwan os salários são muito melhores e podem receber a mesma remuneração e desenvolvimento na carreira na sua terra natal, pelo que não há grandes razões para que optem por trabalhar em Macau. Até porque a habitação pode constituir uma grande carga”, disse Sandra Lio ao HM. Também Nerissa Lau, presidente da Associação de Surdos de Macau, explicou que são poucos os terapeutas de Hong Kong que querem trabalhar em Macau, sobretudo devido aos baixos salários. O idioma é um factor atractivo, mas a Associação garante que só pode tentar convidar terapeutas de Taiwan. A responsável frisou ainda que os procedimentos administrativos para recrutar terapeutas no exterior “são complicados” porque envolvem não só o IAS como os Serviços de Saúde (SS) e o Gabinete de Recursos Humanos (GRH). Nerissa Lau espera, assim, que o Governo facilite o processo para que se possa resolver a falta de mão-de-obra na área. Luta por profissionais Sandra Lio explicou que a sua associação tem tentado há meio ano recrutar mais terapeutas, mas não consegue, também devido às dificuldades em competir com as condições da Função Pública. Não só não arranjam recursos humanos, como os perdem. “Quando o Governo abre concursos de ingresso para recrutar terapeutas todos se candidatam, incluindo os da nossa Associação. Estamos carentes de mão-de-obra e os nossos serviços estão suspensos”, apontou. Para Sandra Lio, o trabalho de terapeuta está numa situação passiva, porque nenhuma instituição do ensino superior criou cursos nesta área. A responsável acredita que só uma aposta na formação local pode resolver as carências de recursos humanos. Na resposta ao HM, o IAS reiterou que vai fazer uma avaliação contínua sobre os recursos humanos nesta área e que só vai permitir a importação de terapeutas para colmatar lacunas, por forma a não afectar o emprego dos locais e as suas condições de trabalho. O IAS prometeu manter a cooperação com as associações, mas não avançou novas medidas para responder à ausência de candidaturas.
Andreia Sofia Silva SociedadeGripe das Aves | Internado não queria isolamento mas tribunal obrigou-o Um dos três comerciantes do Mercado Provisório do Patane, suspeito de estar infectado com vírus H7N9, não aceitou o isolamento imposto pelos médicos e recorreu aos tribunais. Os juízes deram razão aos Serviços de Saúde O Tribunal de Segunda Instância (TSI) recusou um recurso apresentado por um dos três trabalhadores internados no hospital suspeitos de terem contraído o vírus H7N9. O recurso foi apresentado depois dos médicos terem declarado o isolamento obrigatório dos três doentes, decisão fundamentada pelo Tribunal Judicial de Base (TJB). Segundo o acórdão, “os três trabalhadores em causa recusaram o cumprimento das referidas medidas”, sendo que apenas um decidiu recorrer da decisão, “com o fundamento dos resultados negativos e da não manifestação da doença”. Os juízes assumiram que o isolamento terá “prejudicado o interesse individual do recorrente”, mas lembraram que “esta doença tem alta letalidade” e representa grande perigo para a população em geral, sendo que não há certezas quanto ao período de incubação. “Neste caso, os interesses prosseguidos, gerais, de saúde pública, de sociedade e da economia em geral, hão-de sobrepor-se, necessariamente, ao sacrifício de um cerceamento temporário da liberdade individual, de uma só pessoa, por um curto período de dez dias, ainda que numa época festiva muito importante”, lê-se no acórdão. O TSI apontou ainda que “não há qualquer desproporção, visto os interesses em jogo, em função da natureza, gravidade e dimensão dos interesses concretamente sacrificados em dos direitos gerais, públicos e de saúde pública que têm de ser acautelados”. O caso remonta ao passado dia 3 de Fevereiro, quando os técnicos do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) abateram dezenas de aves infectadas com o vírus da gripe H7N9, tendo os três trabalhadores do Mercado Provisório do Patane sido internados e sujeitos a isolamento. Os testes realizados confirmaram a ausência do vírus nestes doentes.
Hoje Macau SociedadeVisitantes chegam quase a meio milhão até ontem Quase meio milhão de pessoas entrou em Macau entre domingo e as 11h00 de ontem, nos primeiros dias das festividades do Ano Novo chinês, levando a polícia a adoptar “medidas de controlo de multidões”. Um total de 483.423 pessoas entrou no território desde sábado, dois dias antes do início no novo Ano Lunar, agora sob o signo do Macaco, disse fonte dos Serviços de Migração à agência Lusa. Quarta-feira – o terceiro feriado consecutivo dedicado ao Ano Novo Chinês – foi o dia mais movimentado até à data, com um total de 153.249 entradas em Macau. O posto fronteiriço das Portas do Cerco – passagem terrestre para o interior da China – foi durante estes dias o mais movimentado, com um fluxo de entradas superior ao terminal marítimo do porto exterior e ao aeroporto. Em igual período foram registadas 399.725 saídas em todas as fronteiras de Macau. Sentido único Em declarações à Lusa, fonte da PSP informou ontem que na quarta-feira, como já aconteceu em anos anteriores, foram implementadas medidas de controlo de multidões durante cerca de uma hora junto a dois pontos turísticos da cidade – a praça do Leal Senado, incluindo a Avenida de Almeida Ribeiro, e as Ruínas de São Paulo. As mesmas medidas de “grau 1” voltaram a ser accionadas ao início da tarde de ontem, o que implica, por exemplo, a implementação de sentidos únicos para a circulação de peões nas ruas laterais e escadaria das Ruínas de São Paulo. A PSP indicou também que caso sejam accionadas as medidas de “grau 2”, à semelhança do ano passado, serão instaladas duas ambulâncias junto à praça do Leal Senado e Ruínas de São Paulo e o Centro de Actividades Turísticas (na praça do Leal Senado) vai funcionar como centro provisório de socorro. Divididas em três graus, as medidas de controlo de pessoas são aplicadas nos dias de maior concentração de pessoas nas ruas de Macau, incluindo nas festividades do Ano Novo Lunar. Um total de 40 agentes foi destacado para reforçar a segurança nas ruas e nenhum incidente foi registado, segundo a PSP. A operação deverá estender-se à próxima quarta-feira, 17 de Fevereiro, o décimo dia do Ano Novo Lunar.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeNovo Banco Ásia | Lucros dobram mas “continuam a ser baixos” José Morgado, presidente da Comissão Executiva do Novo Banco Ásia, garante que a instituição bancária poderia ter tido um melhor desempenho, apesar de ter registado lucros em 2015 de 4,7 milhões, o dobro face a 2014 Os resultados financeiros do Novo Banco Ásia relativos a 2015 foram ontem publicados em Boletim Oficial (BO) e mostram que a instituição bancária, uma subsidiária do Novo Banco em Portugal, registou lucros de 4,7 milhões de patacas, o dobro face a 2014. Apesar disso, os números revelam estabilidade e não um crescimento de maior dimensão como seria desejável, explicou ao HM José Morgado, presidente da Comissão Executiva do Novo Banco Ásia. “Os resultados continuam a ser baixos, se compararmos com anos anteriores. Obviamente que dobraram o ano passado e isso é sinónimo de estabilidade, mas o potencial na Ásia é bastante maior e estamos a pensar que, de facto, podemos fazer ainda melhor”, disse José Morgado. A curto prazo, o Novo Banco Ásia pretende manter a estabilidade que tem demonstrado. “Queremos manter a mesma linha de acção até que haja uma melhor definição relativamente àquilo que o Banco pretende fazer.” Numa altura em que o processo de venda do Novo Banco continua por concluir, o Banco de Portugal escolheu o Deutsche Bank para ser o assessor financeiro deste processo. José Morgado não sabe se este impasse poderá ou não influenciar os planos do Novo Banco Ásia. “Obviamente que as coisas estão ligadas, mas são um pouco complementares. Nós somos uma subsidiária do Banco em Portugal, nem sequer somos uma sucursal”, apontou. Venda poderá acontecer O presidente da Comissão Executiva da instituição bancária referiu ainda que “existem fortes possibilidades do Novo Banco Ásia ser vendido”. “Aparentemente a entidade supervisora europeia está a colocar como hipótese a venda, para que haja um esforço menor de capital numa altura em que o Novo Banco também está num processo de venda. Pelo que tenho lido, vai nesse sentido”, apontou José Morgado ao HM. “O projecto na China é sempre interessante e, pelo que sei, a actual administração do Novo Banco queria manter esta situação porque a considerava estratégica. Continuo a achar que o projecto asiático tem muito potencial e tanto no passado como no presente existem alguns interessados na aquisição do Novo Banco, por isso pode ser que o processo evolua”, rematou. Segundo o jornal Diário Económico, os principais bancos de Espanha, como é o caso do Santander, serão os principais interessados no segundo processo de aquisição do Novo Banco, incluindo o Banco Português de Investimento (BPI) e o seu accionista espanhol CaixaBank. O grupo chinês Fosun e a Apollo, gestora de fundos americana, e que já tinham participado na primeira tentativa de venda, poderão também estar na corrida para adquirir o Novo Banco.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeHong Kong | Rixa em Mong Kok associada a movimento “Scholarism” Começou por ser uma operação policial contra vendedores ambulantes de comida, mas acabou em violentos confrontos entre a população e a polícia, aos quais nem os jornalistas escaparam. A revolta ocorrida na zona de Mong Kok começa a ter contornos políticos, com a prisão de um membro do “Scholarism” Na noite de terça para quarta-feira viveram-se momentos de terror nas ruas da zona de Mong Kok, em Hong Kong, num violento protesto como não se via desde 2014, ano em que o movimento Occupy Central ocupou o distrito financeiro da região vizinha. Os desacatos começaram com uma operação policial contra vendedores ambulantes, mas depressa grupos de pessoas manifestaram-se de forma violenta, cujos actos culminaram em 90 polícias feridos e dezenas de pessoas detidas, número que poderá aumentar, segundo o Executivo da região vizinha. A operação da polícia desencadeou protestos entre os comerciantes e frequentadores da zona de Kowloon que, segundo a polícia, acabaram por lançar pedras, contentores e garrafas às forças de segurança. A polícia respondeu com gás pimenta e disparos de aviso. O subcomandante da polícia de Hong Kong Crusade Yau Siu-kei disse ao jornal South China Morning Post que é provável que o protesto contra a polícia estivesse preparado e organizado porque, assegurou, os manifestantes tinham carros para transportar escudos, capacetes e luvas, entre outros objectos. A polícia já deteve mais de 60 pessoas, acusadas de ataque às forças de segurança, resistência à detenção, alteração da ordem pública e de obstaculizarem o trabalho policial. Os desacatos na rua duraram mais de dez horas, sendo que ontem a policia de Hong Kong ainda patrulhava o local. “Scholarism” envolvido Ontem os confrontos em Mong Kok começaram a estar associados ao movimento “Scholarism”, já que, segundo o jornal South China Morning Post, Derek Lam Shun-in foi preso. Derek Lam Shun-in pertenceu ao movimento Occupy Central e é membro do Scholarism, tendo sido apanhado pela polícia no Aeroporto Internacional de Hong Kong na manhã de ontem, acusado de ter incitado a rixa. Derek Lam Shun-in estaria a viajar para Taiwan para se juntar à família, sendo que os familiares terão regressado a Hong Kong assim que souberam da sua detenção. Um comunicado publicado pelo “Scholarism” já veio negar esta acusação, dizendo que Derek Lam Shun-in estava em Mong Kok apenas para comprar comida aos vendedores ambulantes. “Ele deixou Mong Kok às 2h15 horas da manhã de terça-feira e não atacou nenhum política ou fez algo violento”, aponta o comunicado, que fala de uma detenção feita sem autorização judicial. “Estamos profundamente indignados com o facto da polícia prender de forma indiscriminada um estudante, algo que significa um ataque aos direitos da pessoa e à sua liberdade de expressão. Até este momento o advogado não conseguiu contactar Derek de nenhuma forma. Pedimos à polícia que dê declarações sobre a situação do Derek e que autorize a sua libertação imediatamente. Nós, sem medo, vamos usar toda a nossa força para lutar nesta batalha ao lado do nosso membro Derek Lam”, lê-se no comunicado divulgado no Facebook. Ao HM, Scott Chiang, presidente da Associação Novo Macau (ANM), acredita que podem existir ligações não directas ao “Scholarism” ou Occupy Central. “Podem existir elementos políticos por detrás do movimento. Não compreendo totalmente toda a situação, mas penso que a política será um dos motivos por detrás do que aconteceu”, disse Scott Chiang, que falou da possibilidade de “um número de pessoas terem recusado utilizar os canais normais para expressar a sua insatisfação e tomaram acções para mostrar ao Governo a sua posição política”. “Podem ter tomado mais acções pró-activas ou diria violentas…em chinês chamamos de “locais” pró-activos, este tipo de pessoas convenceram-se que o pacifismo já não lhes serve desde o Occupy Central, e perceberam que talvez o facto de terem sido pacíficos fez com que o movimento tenha falhado. Penso que um grupo de pessoas se convenceu que deviam ser mais violentos ao lidar com o Governo, por isso vimos mais jovens a aderir à revolta, pareciam bem preparados. Não diria que já estavam organizados, mas sabiam o que estavam a fazer”, disse o presidente da ANM ao HM. O South China Morning Post avançou ainda que depois da prisão de Derek Lam foi preso outro homem na zona de Sham Shui Po, sendo que a polícia terá descoberto cinco walkie-talkies em casa do suspeito. Para além do “Scholarism”, o grupo “Hong Kong Indigenous” estará envolvido no caso, já que o seu líder, Edward Leung Tin-kei, referiu na sua página do Facebook ter sido preso acusado de estar ligado aos acontecimentos de Mong Kok. Edward Leung escreveu ainda que a polícia terá forçado a entrada em casa de outros alegados suspeitos, o que terá resultado na prisão de mais 20 pessoas. CY Leung rejeita violência Entretanto, o Chefe do Executivo de Hong Kong, CY Leung, já veio condenar os actos de violência, falando dos carros da polícia e de privados que ficaram danificados, para além dos agentes das forças de segurança que foram alancados com diversos objectos mesmo depois de já estarem caídos no chão e feridos. “Penso que as pessoas poderão ver por si próprias nas imagens da televisão a seriedade da situação. O Governo condena com firmeza estes actos violentos”, afirmou. Para Scott Chiang, CY Leung vai utilizar este episódio para garantir uma reeleição ao cargo de Chefe do Executivo, em 2017. “CY Leung usou este incidente para ter mais apoio, para que possa ter uma reeleição assegurada” defendeu o presidente da ANM. Para o académico Larry So, o que aconteceu em Mong Kok não foi apenas por uma questão política. “Não se pode falar de um movimento puramente ideológico, diria que não foi um movimento político quando se transformou numa revolta, sem nenhuma ideia ou objectivo político por detrás disso. Numa primeira fase parecia planeado e organizado, mas não havia uma extensão. Uma mob deste género é irracional é um movimento colectivo”, defendeu. Para o futuro, Larry So acredita que “mais acontecimentos deste género podem ocorrer, este tipo de descontentamento pode voltar a aparecer junto da sociedade. Se Hong Kong consegue suportar isso? Sim, mas terão de pagar um preço”, rematou. Scott Chiang acredita que “a situação se vai tornar mais polarizada”, frisou.
Flora Fong SociedadeDSPA | Estação de Tratamento de Águas Residuais atrasada Já passaram quatro anos desde o concurso público para o aumento da capacidade da estação de tratamento de águas residuais. Desde 2011 a única coisa feita até agora é o design. Quem o confirma é a DSPA justificando o atraso com burocracias A Direcção dos Serviços da Protecção Ambiental (DSPA) afirmou que o plano da expansão da Estação do Tratamento de Águas Residuais na península de Macau está apenas na fase de design, depois de quatro anos passados desde a abertura do concurso público. O organismo garantiu que está a resolver o atraso com a operadora. O tratamento de águas residuais desta estação está sobrecarregado desde 2009, porque a quantidade ultrapassou a capacidade de suporte de 144 mil metros cúbicos. Agora, todos os dias, mais de 40% de águas residuais entra no mar sem qualquer tratamento. O Governo realizou um concurso público internacional para a expansão da Estação do Tratamento de Águas Residuais em 2011, esperando com isso aumentar a capacidade de tratamento até aos 184 mil metros cúbicos. Ao Jornal Ou Mun, a DSPA explicou que o plano de expansão foi prorrogado depois de um candidato ter sido rejeitado do concurso público. Na altura, o candidato ainda recorreu até ao Tribunal de Última Instância (TUI) e venceu, sendo que a DSPA foi obrigada a iniciar novamente os processos de avaliação. Agora a empresa operadora é Consortium Cesl Asia-Indaqua-Tong Fang. Detalhes de papel O plano está, actualmente, na fase de design detalhado, mas a DSPA explica ainda que foram descobertos limites na estrutura dos edifícios, na sua capacidade de carga, bem como outros factores. Depois disto a obra não foi avançada como estava previsto. Apesar de tudo, a DSPA frisou que está a negociar com a empresa operadora, para tentar procurar uma resolução viável e tentar diminuir o tempo necessário para a obra da expansão da Estação de Tratamento de Águas Residuais na península de Macau. No entanto, ainda não há data da conclusão. Estratégias para resíduos electrónicos Segundo o mesmo jornal, Vong Hoi Ieong, director da Direcção dos Serviços da Protecção Ambiental (DSPA) revelou que será concluído este ano o estudo sobre as estratégias de tratamento de resíduos electrónicos a longo prazo. O estudo permite analisar a situação do território e apresenta algumas sugestões. Vong Hoi Ieong considera que Macau não tem condições suficientes para tratar dos lixo electrónico por falta de terrenos. Mas a DSPA está a pensar em cooperar com as fábricas de tratamento de baterias do Japão, Coreia do Sul entre outras regiões, para reutilizar as baterias recarregáveis. O director espera também que os consumidores pensem mais antes de comprar equipamentos electrónicos.
Tomás Chio SociedadeMacau Pass | Nova plataforma de pagamento surgirá em Março O director-geral da Macau Pass, Zhang Zhihua, indicou que a empresa vai divulgar a nova plataforma de pagamento na internet já neste trimestre. O responsável espera que mais restaurantes e estabelecimentos sejam envolvidos na lista de locais onde se pode pagar via Macau Pass. Zhang Zhihua sublinhou que neste momento cerca de 80% dos supermercados e lojas de conveniências já instalaram as máquinas da Macau Pass. O objectivo da empresa é que todas as lojas e supermercados tenham uma máquina de Macau Pass. O director indicou que só no último ano foram instaladas cerca de 3600 máquinas de pagamento. “Os engenheiros da empresa estão a estudar como combinar a Macau Pass com os cartões de membros ou VIP das Pequenas e Médias Empresas (PME), a fim de que um cartão tenha várias utilizações sendo mais conveniente para os residentes. ” disse. Mais plataformas O responsável apontou ainda que “a plataforma de compra na internet de Macau Pass já está a ser preparada, apontando dez meses para a duração do estudo. “O projecto da plataforma também já foi aprovado pela Autoridade Monetária de Macau e a empresa esta mais completa com outros tipos de produtos. A novidade é que a plataforma estará activa no final do Março”, garantiu. Zhang Zhihua deu como exemplo o Macaumarket, um site de compras de Macau, onde poderá ser utilizado o Macau Pass. A empresa irá cooperar com os bancos locais ligando o Macau Pass aos cartões de bancos. O responsável indicou que “o e-dinheiro ainda tem um grande espaço no mercado de Macau” e, por isso, a Macau Pass vai dedicar-se a este sector com, por exemplo, venda as bilhetes e produtos de Macau. Esta é uma boa ajuda, diz, para as empresas de Macau conseguirem desenvolver os seus negócios. Tomás Chio
Hoje Macau SociedadeTurismo | Directora afasta optimismo de Ano do Macaco Ainda não é altura para festejar. O aviso vem de Helena de Senna Fernandes que afirma não ser um ano de muito “optimismo” para o cenário económico global. Mas há boas notícias: o Festival de Luzes veio para ficar No primeiro dia do novo ano chinês, a directora dos Serviços de Turismo de Macau foi cautelosa acerca do ambiente geral de recuperação, afirmando que Ano do Macaco “não é ainda” tempo para optimismo. “O Ano do Macaco não é ainda um ano em que podemos ser muito optimistas”, afirmou Helena de Senna Fernandes. “Ainda estamos a verificar que o cenário económico global não está muito estável”, disse, referindo-se à queda, desde 2014, das receitas dos casinos, principal motor da economia e do turismo em Macau. O número de turistas desceu 2,57% em 2015, a primeira queda desde 2009. Para a directora dos Serviços de Turismo, “na melhor das expectativas”, será possível “atingir um ligeiro aumento, na ordem de 1%”, no número de visitantes em 2016. “Mas não temos muitas expectativas porque este ano ainda não vai ser fácil”, sublinhou. Em Fevereiro de 2015, também à margem das celebrações do ano lunar, o Executivo anunciou a intenção de negociar com o Governo Central a imposição de um limite ao número de turistas da China em Macau. O Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, chegou mesmo a deslocar-se a Pequim para discutir o assunto, mas desde então nenhuma medida foi anunciada. Confirmando que tais negociações tiveram lugar, e contaram com o apoio de diferentes instituições da China continental, Helena de Senna Fernandes disse apenas que o Governo de Macau se vai concentrar na “melhor distribuição [dos turistas] durante diferentes épocas do ano” e numa mudança de estratégia no que toca às campanhas de promoção na China, o principal mercado de origem dos turistas. “Dentro da China estamos a fazer uma mudança em termos da nossa maneira de atrair turistas, estamos a ir além de Guangdong”, indicou, referindo-se à província vizinha de Macau, de onde chega a maioria dos visitantes. “A sua estadia continua a ser um bocadinho curta”, lamentou. Por esse motivo, os Serviços de Turismo querem “ir além de Guangdong para atrair turistas de longa distância, turistas que têm menos oportunidades de visitar Macau, que não conhecem bem Macau”, sendo por isso possível atrai-los “a ficar mais tempo e despender mais”. Macau recebeu no ano passado mais de 30,7 milhões de visitantes, dois quais 20,4 milhões eram oriundos da China interior. Menos de metade do total de visitantes (46,6%) pernoitaram na cidade em 2014 e aqueles que o fizeram permaneceram em média 2,1 dias em Macau. Luz é para manter Helena de Senna Fernandes indicou ainda que o Festival de Luzes irá continuar no presente ano. A directora afirmou que vários comerciantes pediram para que o Governo realizasse de novo, em 2016, o festival, justificando que não aproveitaram as mais valias do mesmo no ano passado. Senna Fernandes garantiu que o mesmo será realizado. Neste momento está a decorrer um Festival de Luzes, perto da Casa de Portugal, para o dia dos namorados. “Desta vez não foi feito um concurso porque não houve tempo, mas para a próxima edição o Governo vai lançar o concurso para as empresas interessadas possam concorrer”, explicou, indicando que todos os anos será subordinado a um tema diferente, portanto não existirá a possibilidade de repetição das mesmas decorações. “A direcção vai continuar a investir. Neste momento já foram investidos cerca de cinco milhões de patacas para a promoção deste festival. Isto é para continuar. Vamos continuar a apostar na promoção”, reforçou. F.A/Lusa
Filipa Araújo Manchete SociedadeTemplo de A-Má danificado por incêndio Batiam as cinco e meia da madrugada quando Macau acordou com o sirene dos bombeiros. Uma parte de um pavilhão do Templo de A-Ma, local que acolheu nos últimos dias milhares de pessoas nas tradições do Ano Novo Chinês, ardeu devido, apontam as autoridades, a um curto-circuito. Sem feridos, indica o canal chinês de Rádio Macau, ainda não há dados da dimensão dos estragos. Em visita ao espaço, Alexis Tam, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, considera que o “Templo de A-Ma é um património de Macau muito importante” e é “lamentável” que algo como isto tenha acontecido. “O Governo de Macau vai ajudar na reparação do que foi danificado. A Administração está preocupada e atenta à protecção do seu património”, defendeu, indicando que o Instituto Cultural (IC) já tinha alertado, no final do Janeiro, para o cuidado necessário relativamente à queima de incensos. Inspecção recente Também em visita, o presidente do IC, Guilherme Ung Vai Meng, explicou à rádio Macau, que a última inspecção ao espaço foi feita no final de Janeiro. “No dia 28, o Instituto Cultural e o Corpo de Bombeiros realizaram uma acção de prevenção de incêndios em todos os templos. O Templo de A-Ma foi o primeiro em que fizemos a inspecção. Na sequência da investigação preliminar do Corpo de Bombeiros, não é muito provável que o fogo esteja relacionado com a queima de incenso e velas. Temos de esperar pelo relatório oficial para saber a verdadeira causa do incêndio. Como estamos a falar de património mundial da UNESCO, lamentamos muito. Vamos informar a Administração Nacional do Património Cultural da China e fazer um relatório para ser enviado”, afirmou, indicando que um relatório sobre o incidente será entregue à Administração Nacional do Património Cultural da China.
Hoje Macau SociedadeAno Novo Chinês | Funcionários públicos aproveitam licença para jogar nos casinos São apenas três dias por ano em que funcionários públicos estão autorizados a entrar nos casinos. Há quem não queira perder a oportunidade de tentar a sua sorte e conseguir ganhar o “lucky money” garantindo a boa sorte para o resto do ano Fátima Valente, da Agência Lusa Lei e Manuela, duas funcionárias públicas de Macau, não falham uma ida aos casinos no Ano Novo Chinês, a única altura do ano em que ali podem entrar e tentar a sorte, cumprindo a tradição chinesa. Apesar de estar longe de se interessar pelo Jogo, Lei, de trinta e poucos anos, recebe sempre com entusiasmo a autorização da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) que lhe permite – a ela e demais funcionários públicos –, ir três dias por ano ao casino. A autorização para entrar e jogar nos casinos é válida, este ano, entre as 20h de 7 de Fevereiro (véspera do primeiro dia do Ano Novo Chinês), passado domingo, e a meia noite de hoje, podendo ir até às duas da manhã se os funcionários públicos já se encontrarem numa sala de jogo dos mais de 35 casinos de Macau. Por norma, Lei vai ao casino em grupos de oito a dez pessoas. Para as apostas dos três dias, reserva mil dólares de Hong Kong. “É uma tradição chinesa. Se conseguires ganhar o dinheiro da sorte (‘lucky money’) é um bom sinal. Talvez [signifique que] vais ganhar mais no novo ano ou [que] vais conseguir algum benefício extra”, afirmou. Para evitar uma eventual exposição à tentação de suborno ou corrupção, os funcionários dos Serviços Públicos de Macau estão proibidos de entrar nos espaços de jogo, excepto durante o Ano Novo Chinês. A proibição já vem do tempo em que o magnata Stanley Ho era o único com licença para operar casinos no território, observou o antigo académico do Instituto Politécnico de Macau Larry So, em declarações à Lusa. O académico recua até à China imperial para explicar o quão enraizada está a tradição chinesa de jogar durante o Ano Novo Chinês, em que “as pessoas são encorajadas a jogar diferentes jogos, incluindo no casino”. A céu aberto “Nas áreas rurais, as pessoas jogam todo o tipo de jogos e estes podem ser a dinheiro”, sublinha. Por outro lado, lembra que no período do Ano Novo Chinês, “em especial nos primeiros dias”, até a Cidade Proibida, em Pequim, está aberta ao público. “Em essência, estamos a falar de que não deveria haver nada proibido à população; de que durante o Ano Novo Chinês estamos abertos a tudo”, acrescentou. Mas a interdição aplicada aos funcionários públicos do território durante o resto do ano não significa que não possam jogar: “Não podem jogar no casino, mas podem continuar a jogar Mahjong e outros jogos, e se forem [viajar para fora de Macau, por exemplo] à Coreia do Sul, podem ir aos casinos”, explicou. Para Lei, é normal que os funcionários públicos ganhem um interesse especial por este limitado período em que podem apostar nos casinos de Macau, o maior centro de jogo do mundo. Mas na sua opinião, os quadros da Administração não entram em desespero por ficarem mais de 360 dias sem poderem ir ao casino ou terem de os contornar sempre que vão aos restaurantes ou lojas dos centros comerciais dos grandes complexos onde estão instalados. “Hoje em dia temos mais meios para jogar. Há o ‘poker’, as apostas nos cavalos e no futebol”, disse. Segundo o Estatuto dos Trabalhadores da Administração Pública de Macau, caso sejam apanhados no interior de um casino fora do período autorizado durante as festividades do Ano Novo Chinês, os funcionários públicos são penalizados de “acordo com uma decisão do seu respectivo departamento”, segundo a DICJ. Manuela Sousa Aguiar, funcionária pública há cerca de 25 anos, diz que passa bem sem pôr os pés nos casinos. “Não tenho familiares próximos que gostassem de jogar, por isso, não tenho essa grande ansiedade”, afirmou. Ainda assim, não desperdiça a oportunidade de, nesta altura do ano, entrar num casino, nem que seja para “não ser saloia e poder explicar [como funcionam] aos amigos estrangeiros” que visitam Macau. Além disso, também já foi a casinos quando viajou para o estrangeiro e ficou surpreendida com as diferenças. “Em Auckland [Nova Zelândia] eles têm mais ‘slot machines’ do que mesas de jogo com ‘croupiers’ e as apostas não são muito elevadas nas salas comuns”. Tradutora ao serviço da Administração Pública, diz que estas idas aos grandes espaços de entretenimento também a ajudam a aprofundar conhecimentos sobre a indústria de jogo, não raras vezes tema de trabalho nas interpretações simultâneas que tem de fazer. Neste Ano Novo Chinês, Manuela já decidiu o que fazer: quer ir ao Studio City, o mais recente casino da cidade, inaugurado no final de Outubro. Planeia apostar até mil dólares de Hong Kong: “Se ganhar levo a família a um restaurante de luxo”.
Hoje Macau Manchete SociedadeCarlos Monjardino: “Tem havido pressão da China” no sector do Jogo Numa entrevista concedida ao jornal português Público, o presidente da Fundação Oriente diz que hoje “a tendência é para controlar” o sector do Jogo e que Macau é um caso perdido para Portugal “há muito tempo” O presidente da Fundação Oriente (FO), Carlos Monjardino, disse numa entrevista ao jornal Público que a China tem vindo a tentar controlar o sector do Jogo por forma a reduzir o número de ilegalidades cometidas. “Em Macau tem havido mais condescendência, mas hoje a tendência é para controlar, tem havido pressão da China que já se notou, pois as receitas do jogo baixaram. Havia quem ganhasse dinheiro ilícito na China e depois vinha a Macau limpar o dinheiro, e isto deixou de se fazer porque essas pessoas foram identificadas em Macau e devidamente repatriadas. Isto baixou brutalmente, em especial as ordens nas chamadas mesas VIP. Mas Macau rapidamente se adaptou convertendo-se para o pequeno e médio jogador sem aqueles problemas. Hoje há cada vez mais gente a jogar, mas com apostas mais baixas. É uma tradição chinesa, que vai ter a competição dos russos que estão a apostar no negócio”, disse ao diário de língua portuguesa. Referindo que o futuro papel da FO passa sobretudo pela acção cultural, Carlos Monjardino defendeu que Macau é um caso perdido para Portugal “há muito tempo”. “Não há hoje em dia, e falo da Fundação, condições para actuarmos na vida de Macau, sobretudo social, mas também cultural. Na parte cultural levamos a componente portuguesa e trazemos a chinesa. Mas ao nível social, que é um sector particularmente sensível, Macau não necessita de nós e tem aliás mais meios para o fazer”, apontou. “A Fundação é que tem um papel menos importante na componente social, porque foi assumido pelo governo de Macau. E percebe-se: está mais próximo da população”, defendeu Monjardino, dando o exemplo do Programa de Comparticipação Pecuniária. “Há episódios caricatos: sou residente não permanente de Macau e, nessa condição, tenho direito a receber um cheque todos os anos, como, aliás, toda a população. Os residentes recebem mais do que os residentes não permanentes. Mesmo assim, recebo 400 euros (4800 patacas) por ano. As autoridades de Macau levam este apoio a sério”, frisou. A transparência Monjardino, que nas últimas presidenciais foi membro da comissão política do candidato Sampaio da Nóvoa, falou ainda sobre o facto de não ter sido candidato à presidência da República em 2006 e apontou que o seu percurso em Macau poderia ter contribuído de forma negativa para a campanha. “Haveria sempre quem falasse no assunto. Mas o meu (percurso), ao contrário de outras figuras que por lá passaram, foi relativamente transparente. Embora, tenha percebido rapidamente que ia ter problemas em Portugal, pois fui relativamente duro em opor-me aos favores aos partidos políticos portugueses. Tomei decisões bastante duras relativamente a quem andou por lá e os partidos não me perdoaram”, disse. Sobre a Escola Portuguesa de Macau (EPM), que já não é apoiada directamente pela FO, Monjardino lembrou que a escola “é muito válida em termos de promoção da língua portuguesa e pedagógicos, mas em termos de gestão financeira é complicado”. Sobre o seu futuro à frente da FO, Carlos Monjardino apenas disse que “não é insubstituível”. “Tenho vindo a delegar poder em gente muito capaz e chego à conclusão, com prazer, que não sou insubstituível. Tenho a noção que hoje não tenho as mesmas capacidades de antes”, rematou.
Hoje Macau SociedadeLinha de Assédio sexual | Poucos pedidos reflectem sexo como tabu A linha aberta – de 24 horas – para as vítimas de assédio sexual, criada pelo Gabinete do Coordenador dos Serviços Sociais, Sheng Kung Hui, disponível desde 2014, recebeu até ao momento menos de dez casos. Número este que, para o coordenador, é reflexo de uma Macau que não consegue oferecer um ambiente que permita suportar os pedidos de ajuda. Esta não é a única razão, pois para Ip Kam Po, chefe do Centro de Serviços para Saúde de Famílias e Aconselhamento de Jogo, em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, o tema sexo é ainda “tabu”, e por isso a sociedade não se sente segura para pedir ajudar nestes casos. Segundo os dados publicados pelo Gabinete do Coordenador dos Serviços Sociais, referentes a 2014 e 2015, a taxa de consultas e pedidos de ajuda de vítimas de assédio sexual foi muito baixa. Feitas as contas, explicou ao responsável foram tratados menos de dez casos relativos a assédio sexual “É sempre difícil para as vítimas falar e pedir ajuda a outros. Uma parte da vítimas conta o seu caso depois de algum tempo, em que já sofreram muito. A outra parte tenta esconder. Há ainda os casos de pessoas com problemas mentais e emocionais e isto pode fazer com que a comunicação interpessoal seja afectada”, explicou Ip Kam Po. Atenção reforçada Embora o número de pedidos de ajuda seja baixo, segundo os dados do Gabinete do Secretário para a Segurança, foram denunciados 29 casos de violação e assédio sexual infantil, entre Janeiro a Setembro de 2015. O chefe do centro reforçar a atenção que deve ser dada ao assunto, apelando a que as vítimas peçam ajuda sempre que sentirem alguma ameaça. Para Chan Wai Leong, chefe do Centro de Serviços Gerais de Jovens da União Geral das Associações de Moradores de Macau (Kaifong), seria aconselhável acrescentar o ensino sexual na educação regular nas escolas primárias, permitindo que os estudantes entendam que podem conversar sobre o tema do sexo tanto com pais como com professores, deixando de ser tabu. Para o mesmo responsável só desmistificando o assunto é que se poder criar uma atmosfera social adequada.
Hoje Macau Manchete SociedadeLançada primeira pedra de empreendimento turístico de David Chow em Cabo Verde Já arrancaram as obras do empreendimento turístico que David Chow vai construir em Cabo Verde. No seu discurso, o empresário frisou o facto de uma empresa de Macau estar a fomentar as relações com o mundo lusófono Está lançada a primeira pedra do projecto turístico integrado do Ilhéu de Santa Maria e Gamboa, empreendimento da Macau Legend Development, do empresário local David Chow. Em Cabo Verde, a comitiva fez-se acompanhar não só por membros do Governo cabo-verdiano mas também de Macau, tendo David Chow destacado a importância do seu investimento para o fomento das relações com o mundo lusófono. “Julgo ser justo realçar que é louvável o facto de uma empresa de Macau poder aproveitar-se do seu papel e, servindo de plataforma entre a China e os Países de Língua Portuguesa, poder desenvolver as suas actividades no estrangeiro”, disse o empresário, que referiu ainda a estratégia da China de “Uma Faixa, Uma Rota”. “Esta iniciativa acaba por confirmar a tão importante posição de Macau como uma das cidades que fazem parte da Rota da Seda Marítima, e que poderá, eventualmente, apoiar as Pequenas e Médias Empresas (PME) de Macau a concretizarem o seu desenvolvimento e cooperação no estrangeiro”, realçou. Com uma licença de jogo exclusiva por um período de dez anos, a Macau Legend Development investiu cerca de 2,15 milhões de dólares de Hong Kong num projecto que terá casino, restauração, hotéis e outras áreas de entretenimento, estando prevista a sua conclusão daqui a três anos. Para David Chow, “o presente projecto tem condições para uma maior expansão, daí que estamos a contar com o necessário e permanente apoio por parte do Governo cabo-verdiano”. O empresário, que em Macau detém os espaços Landmark e Doca dos Pescadores, referiu que o projecto nas ilhas de Santa Maria e Gamboa “servirá de exemplo de que as gentes de Macau sabem utilizar as vantagens e a experiência adquirida para promover as suas actividades no exterior, concretizando-se, assim, a tão almejada política de internacionalização”. Subir de nível Citado pela agência Lusa, o primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, garantiu que o turismo no país vai ser um sector em grande desenvolvimento. “Este é um projecto que vai permitir que o nosso turismo atinja outros patamares. Com outros hotéis em que estão em construção teremos condições de gerar milhares de postos de trabalho nos próximos anos, alavancar mais o desenvolvimento do turismo e conseguir o desenvolvimento de outros sectores como os agro-negócios e a economia marítima”, sustentou. Referindo que neste momento o país recebe anualmente cerca de 600 mil turistas, José Maria Neves disse que os vários empreendimentos turísticos em construção vão fazer com que o país chegue a um a dois milhões de turistas nos próximos anos. “Este projecto é mais uma pedra fundamental para a construção e transformação de Cabo Verde”, referiu José Maria Neves. Em Agosto do ano passado, cerca de 40 elementos do movimento cabo-verdiano “Korrenti di Activista” acamparam no ilhéu de Santa Maria em protesto contra a construção do completo, considerando que irá servir sobretudo para trazer ao país “lavagem de capitais, prostituição e turismo sexual”. Na semana passada, o ex-bastonário da Ordem dos Arquitectos (OAC) cabo-verdianos, Cipriano Fernandes, pediu, através de uma petição, a intervenção da Procuradoria-Geral da República (PGR) para suspender o projecto, por considerar que não respeita todos os requisitos legais e que o mesmo deveria ser aberto ao escrutínio público.
Flora Fong SociedadeRegisto Central | Governo subsidia escolas para entrevistas A publicação Macau Concelears confirmou que a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) atribui subsídios às escolas para a realização das entrevistas no âmbito do registo central de acesso ao ensino infantil. Directora de um jardim-de-infância diz que medida gera criticas entre docentes [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) implementou em Janeiro a nova medida para a primeira inscrição das crianças no ensino infantil, tendo implementado o registo central. Esta medida surge depois de, nos últimos anos, os pais terem enfrentado longas filas de espera para conseguirem matricular os seus filhos nas escolas desejadas. A nova política visa reduzir o tempo de espera e a simplificação dos procedimentos nas escolas, mas segundo a publicação Macau Concelears, a DSEJ tem vindo a atribuir subsídios para as escolas para que estas cumpram esta medida. O organismo concede 100 patacas a cada entrevista realizada com os pais das crianças. Na resposta à Macau Concelears, a DSEJ garantiu que a atribuição dos subsídios faz parte do plano do registo central, explicando que o período de inscrição dos alunos é longo, não existindo um limite de entrevistas. Por isso, o Governo considera que é necessária a coordenação das escolas. “Damos subsídios para as escolas apenas para assegurar o bom andamento da medida do registo central”, explicou a entidade educativa. A DSEJ disse ainda que o orçamento para a atribuição destes subsídios é de dois milhões de patacas. Estes “não são usados para um fim específico”, sendo que o apoio financeiro é apenas atribuído depois de uma apreciação feita pela DSEJ. O dinheiro deverá ser usado para custos adicionais que as escolas venham a ter ao nível dos recursos humanos ou trabalhos administrativos que tenham a ver com a nova medida. Dinheiro não é tudo Lam (nome fictício), directora de um jardim-de-infância que optou por não dizer o nome, afirmou ao HM que não concorda com esta medida. Lam contou que a escola que dirige tem 170 vagas para o ensino infantil, mas que há 1300 candidatos pela via do registo central. Como é obrigatório fazer entrevistas com todos os alunos, isso leva a um aumento de trabalho dos professores. “Os professores dão aulas e agora precisam de utilizar o tempo livre e os fins-de-semana para preparar as entrevistas com os candidatos”, referiu, considerando que “nem tudo pode ser resolvido com dinheiro, as medidas ou políticas devem ser razoáveis”, apontou. Lam admitiu que a nova medida é positiva, já que a antiga política obrigava os pais a esperar demasiado por uma vaga. Contudo, criticou o facto dos pais só poderem seleccionar o máximo de seis escolas. “Qual é a base científica para que o limite de escolas seja seis? É demasiado. Considero que no máximo os pais deveriam escolher até quatro escolas, porque antes quando consultávamos os pais eles escolhiam um máximo de três escolas. É suficiente, tanto para alunos como para professores. Mas agora os professores não vão ter o tempo de descanso por causa disso, o que tem originado muitas queixas”, rematou Lam.
Tomás Chio SociedadePrisão | Segunda fase da obra arranca este semestre [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) garantiu que a segunda fase do projecto de construção da nova prisão deverá arrancar já este semestre, sendo que a primeira fase do projecto já foi analisada. Numa resposta ao deputado Si Ka Lon, Li Canfeng, director da DSSOPT, garantiu que a primeira fase do projecto está completamente concluída. “O colapso do talude devido ao tufão e as complicações no solo e meio-ambiente fizeram com que as obras das fundações demorassem mais tempo do que inicialmente previmos, sendo que o progresso foi sendo adiado. Mas a primeira fase da obra já foi verificada”, lê-se na resposta. Li Canfeng prevê que “as obras da segunda fase vão iniciar-se no primeiro semestre deste ano”, tendo defendido que “o desenho de concepção da segunda fase foi alvo de ajustamentos por causa das condições ambientais e geográficas, sendo que a terceira fase da obra deverá começar assim que terminar a segunda fase”, garantiu. A DSSOPT está a fiscalizar o projecto em conjunto com o próprio Estabelecimento Prisional de Macau (EPM), sendo que áreas como as portas ou janelas ficam sujeitas a especiais exigências por questões de segurança. Só depois da verificação pelo EPM é que os materiais são inseridos na obra, para garantir a qualidade do projecto. Sob controlo Li Canfeng sublinhou que a DSSOPT não aceita materiais que não satisfaçam as exigências sendo que, caso os materiais utilizados pelo empreiteiro não passem na verificação, serão trocados. Caso a empresa concessionária não consiga terminar o projecto a tempo, o Governo tem direito a pedir a uma terceira entidade para reparar ou reconstruir, sendo que essas despesas serão pagas pela concessionária. Todos os meses ocorre uma reunião conjunta do Executivo sobre o projecto, a qual conta com a presença dos Secretários para a Segurança e Obras Públicas e Transportes. Desde Julho que estas reuniões ocorrem para evitar os atrasos que já se verificaram na primeira fase da obra.
Andreia Sofia Silva SociedadeH7N9 | Comerciantes livres do vírus Os três trabalhadores da banca onde estavam 15 mil aves contaminadas com o vírus H7N9 estão livres de perigo. Hong Kong já está a avaliar eventual perigo de contágio [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s testes efectuados aos três trabalhadores que estavam no mercado provisório do patane confirmam que não estão contaminados com o vírus da gripe das aves H7N9. Um comunicado emitido ontem pelos Serviços de Saúde (SS) confirma os resultados positivos, bem como a obrigatoriedade de isolamento dos doentes para os próximos dez dias. “Os SS continuarão a acompanhar o estado de saúde destas pessoas e ainda não foi detectado qualquer sintoma”, explicaram. Recorde-se que na noite de ontem foram abatidas cerca de 15 mil aves que estavam contaminadas com o vírus H7N9 no mercado, tendo as autoridades de Macau suspendido a importação de aves da China interior, até ser confirmada a origem do vírus detectado no mercado temporário de Patane. O vírus foi detectado quarta-feira à tarde numa “amostra do ambiente” do mercado (e não num animal), junto à banca de venda número 158, que vendia aves importadas de Gaoming, no sul da China. As autoridades estão também a tentar contactar três vendedores do mercado onde foi encontrado o vírus para os colocar em isolamento, mas sublinharam não haver notícia de qualquer pessoa com sintomas de gripe ou suspeita de infecção com o vírus. Por outro lado, as autoridades vão proceder à limpeza e desinfecção do local e do mercado abastecedor. A tempo da festa O presidente do IACM disse esperar que as aves vivas possam voltar a ser vendidas em Macau no dia 6, ainda a tempo de serem compradas e consumidas nas festividades do Ano Novo Chinês (a partir do dia 8), permitindo assim à população cumprir uma das grandes tradições da época. Macau não registou até hoje qualquer caso de contágio humano com o H7N9, mas em Março de 2014 o território abateu 7.500 aves por ter sido detectado o vírus num lote de galinhas vivas oriundas de Zhuhai, uma cidade chinesa adjacente. Na altura, as autoridades proibiram a importação de aves vivas durante 21 dias. Entretanto os inspectores de saúde de Hong Kong estão a investigar se o mesmo fornecedor do interior da China abastece a cidade. O Secretário para a Alimentação e Saúde de Hong Kong, Ko Wing-man, disse ontem que está preocupado com o incidente, mas acrescentou que a situação daquela região era diferente da de Macau, segundo o jornal South China Morning Post. Ko Wing-man afirmou que, ao contrário de Macau, a empresa de Guangdong não fornece galinha amarela a Hong Kong, mas fornece outras carnes à antiga colónia britânica. “Às vezes ainda nos fornecem galinha amarela, mas vem de Hainan”, disse Ko Wing-Man à Rádio e Televisão Pública de Hong Kong (RTHK). “O risco é relativamente baixo”, acrescentou.
Tomás Chio SociedadeCancro | Serviços de Saúde prometem relatório este ano [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s Serviços de Saúde (SS) deverão publicar um relatório sobre o panorama do cancro no território no primeiro semestre deste ano, anúncio que foi feito ontem, no âmbito do Dia Mundial do Cancro. Segundo o jornal Ou Mun, Chan Tan Mui, secretária da comissão de prevenção e controlo de doenças crónicas dos SS, confirmou a criação de um registo de doentes em 2003, sendo que o cancro do colo-rectal, do fígado e faringe são os tipos de cancro mais comuns em Macau. Em 2013, cerca de 713 pessoas morreram com esta doença. “O cancro do colo-rectal tem sido o mais comum nos últimos anos em Macau, portanto o Governo já começou a criar um programa piloto, e o rastreio acabou em Janeiro. Os SS estão a estudar os dados e o relatório vai ser lançado no primeiro semestre deste ano, sendo que no quarto trimestre o Governo irá realizar o trabalho de rastreio para todos os residentes”, disse Chan Tan Mui ao Ou Mun. A responsável garantiu que o cancro está ligado aos hábitos diários, para além de ser uma doença hereditária. “Os cidadãos devem alimentar-se correctamente no dia-a-dia e fazer desporto durante a semana”, rematou.
Hoje Macau SociedadeHotel Lisboa | Ministério Público exige mudanças na acusação [dropcap style=’circle’]N[/dropcap]a sessão de ontem do julgamento que coloca Alan Ho, antigo director do Hotel Lisboa, no banco dos réus, juntamente com mais quatro arguidos, o Ministério Público (MP) pediu aos juízes para alterarem a acusação de Alan Ho, Peter Lun, gerente do hotel, e Bruce Mak, chefe de segurança. Segundo a Rádio Macau, o MP pretende que os arguidos passem a estar acusados pelo primeiro artigo do crime de exploração de prostituição, referente a pessoas que aliciem ou atraem outras para a prática de prostituição ou que explorem a prostituição de outrem, ainda que com consentimento. Já o segundo artigo, pelo qual os arguidos estavam acusados até então, faz referência a quem angaria clientes para prostitutas, com ou sem pagamento. A mudança na acusação pode implicar uma pena de prisão entre um e três anos. Os advogados de defesa têm agora dez dias para responder ao MP. A Rádio Macau noticiou ainda que ontem foi o último dia em que as testemunhas foram ouvidas. Um vice-gerente de recepção do Hotel Lisboa confirmou outras informações já ditas em tribunal em relação ao departamento das “Young Single Ladies”, nome pelo qual eram conhecidas as prostitutas que frequentavam o 5º e 6º andar do Hotel Lisboa. Este funcionário confirmou novamente que Alan Ho, Kelly Wang e Peter Lun geriam este espaço.
Hoje Macau SociedadeFernando Gomes diz que aumentos já poderiam ter sido resolvidos [dropcap style=’circle’]F[/dropcap]ernando Gomes, médico do hospital público e presidente da Associação dos Médicos dos Serviços de Saúde (SS), disse à Rádio Macau que os aumentos de salários da classe poderiam ter ficado resolvidos há seis anos, já que em 2010 foi feita a última revisão das carreiras. Para Fernando Gomes, os médicos deveriam ter carreiras próprias na Função Pública, tal como acontece com os professores da Universidade de Macau ou os magistrados. “Seria a melhor forma para contornar esta barreira limitativa que, no fundo, impede um ajustamento condigno, sério e visionário. Mas parece que não houve um entendimento ou uma percepção dessa questão. Alertámos que, nos próximos anos, iríamos ter sérios problemas”, disse Fernando Gomes. Diferenças abissais “Um consultor ou um chefe de serviço em Hong Kong ganha cerca de 2,5 vezes mais do que se ganha em Macau”, disse o responsável, que explicou que, segundo os actuais índices de carreira, um médico consultor no primeiro escalão, em regime de exclusividade, não ganha mais do que 95 mil patacas. Já um chefe de serviço ganha menos de 105 mil patacas. “Agora, estamos em ruptura iminente, não só em termos de pessoal – está a ser colmatado, muito bem – mas também em termos de espaço físico”, disse Fernando Gomes à Rádio Macau, referindo-se aos recursos humanos. Em relação à futura Academia de Medicina, Fernando Gomes disse que questiona quem vai dar a formação aos alunos. “(A academia) tem de ter uma capacidade formativa e produtiva com qualidade”, acrescenta o responsável, que gostaria também de saber se os médicos dos Serviços de Saúde vão ser chamados a participar nas actividades do futuro projecto.
Flora Fong SociedadeRelatório | Liberdade económica continua a cair Um relatório da Fundação Heritage dos Estados Unidos coloca Macau no 37º lugar dos índices mundiais de liberdade económica. Esta é a quinta queda consecutiva, que para Joey Lao, director da Associação de Economia de Macau, está relacionada com as políticas do Governo do território. No relatório publicado na terça-feira passada, Macau atingiu os 70 pontos na avaliação geral, entre 178 entidades económicas de todo o mundo, caído para o 37ºlugar. No entanto, entre as 42 entidades económicas da zona Ásia-Pacífico, Macau ocupa o nono lugar, depois de Hong Kong e Sinpagura. O relatório segue dez indicadores sobre a liberdade económica. Os indicadores em que Macau atingiu as melhores notas, mais de 90 pontos, incluem o nível de “gastos do Governo”, “liberdade de comércio”, “liberdade de investimentos”. Ainda assim, quanto ao nível de “contra a corrupção” e ao de “liberdade de força de trabalho”, Macau atingiu apenas 50 pontos. Destino de eleição O relatório dos Estados Unidos apontou ainda que o investimento de projectos e infra-estruturas de entretenimento e de resorts aumentou muito depois da abertura da indústria de Jogo. Em 2012, Macau tornou-se um dos destinos mais famosos do mundo, no entanto, foi influenciado pela politica de anti-corrupção e pela desaceleração económica da China continental, levando a uma queda nas receitas de Jogo em 40%. Isto, aponta o documento, traz dois problemas estruturais: a pouca atractividade de turistas não Jogo, e a do número de visitantes de alto consumo. Para Joey Lao, director da Associação de Economia de Macau, o lugar da liberdade económica de Macau é relativamente boa, sendo que a queda da avaliação está relacionada com o ambiente económico e as políticas do território. Os gastos do Governo de Macau ficam num nível alto. Joey Lao explicou que como as receitas financeiras diminuíram, os custos aumentaram, sendo este um princípio do estudo da economia ocidental. O director considera, ainda, que Macau pertence a uma economia de miniatura, e não deve “copiar” totalmente o modelo ocidental. É importante que assegure os custos públicos bem gastos.
Hoje Macau SociedadeFundação Macau | Ensino superior privado volta a ganhar mais A Fundação Macau (FM) voltou a conceder elevados montantes a instituições de ensino superior privado no quarto trimestre do ano passado. Segundo os dados publicados ontem em Boletim Oficial (BO), foram concedidas mais de 769 milhões de patacas a associações, universidades, alunos e personalidades individuais. A Fundação da Universidade de Ciências e Tecnologia (MUST) recebeu mais de 62 milhões de patacas para o plano anual 2015/2016 da universidade, incluindo o hospital universitário, a escola internacional de Macau e a faculdade de ciências da saúde. A FM concedeu mais 97 milhões de patacas para a construção do complexo pedagógico da MUST. A Fundação Católica para o Ensino Superior, que gere a Universidade de São José (USJ), recebeu mais de 19 milhões para as actividades da universidade e 90 milhões de patacas para a construção do novo campus. Já a Fundação da Universidade Cidade de Macau recebeu cerca de 112 milhões de patacas para obras de renovação do novo campus e a aquisição de equipamentos pedagógicos. Foram ainda concedidos a esta entidade mais 45 milhões de patacas para a atribuição de subsídios, publicações e compra de equipamentos. Como é habitual, a Associação de Beneficência do hospital Kiang Wu foi outra das entidades que mais dinheiro recebeu. A FM concedeu 95 milhões para a reconstrução do jardim de infância e escola primária da escola Keng Peng. A Fundação da Escola Portuguesa de Macau recebeu nove milhões de patacas, enquanto que a Associação dos Trabalhadores da Função Pública recebeu pouco mais de um milhão para custear as suas actividades. A Santa Casa da Misericórdia recebeu 4,5 milhões para o plano de actividades do ano passado.
Hoje Macau Manchete SociedadeEscola Portuguesa | Mudanças internas e externas para este ano A Fundação Escola Portuguesa de Macau (EPM) irá ser alvo de alterações, conforme adiantou, à Rádio Macau, José Luís Sales Marques, membro do conselho de administração. “Neste momento, a fundação tem um presidente, que é Roberto Carneiro. É provável que, na sequência, destes novos estatutos venha a haver uma actualização da própria direcção da Fundação. Haverá uma nova direcção, não sei exactamente quando, mas é previsível que isso venha a acontecer, até resultante dessa nova composição”, afirmou o também economista. Assim, existirá uma alteração na constituição dos instituidores da EPM. “Isto quer dizer que a fundação, que antes tinha três instituidores – Fundação Oriente, Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM) e Ministério da Educação de Portugal –, passa a partir de agora ter dois, a APIM e o Ministério da Educação de Portugal. A Fundação Escola Portuguesa de Macau passa a ser uma parceria apenas entre duas entidades, uma de Portugal e uma de Macau”, acrescentou à rádio. O número de membros, do conselho de administração, manter-se-á, mas o quinto elemento passará a escolhido por ambas as partes, ou seja, pela APIM e o Governo português. Os estatutos prevêem igualmente a criação de um conselho de curadores, que “vai reflectir os diversos interesses e sensibilidades da sociedade de Macau”, assim como “eventualmente alguma participação portuguesa”, o que “será muito importante para apontar os caminhos presentes e futuros da fundação”. Mais espaço Nas mesmas declarações, Sales Marques indicou ainda que há uma forte possibilidade de que as obras de ampliação e melhoramento do edifício da instituição de ensino possam arrancar este ano. “Espero bem que sim, que seja neste novo ano do Macaco (…). É um processo, não são apenas alguns melhoramentos ou alterações. Podem implicar, como está na cabeça de todos os que têm acompanhado esse processo, a demolição de uma parte das actuais instalações e a construção de um novo bloco. Não temos ainda um valor, não temos ainda sequer uma estimativa de quanto é que poderá custar, mas a Fundação e a própria escola trabalharão no sentido de que tudo o que for necessário introduzir seja feito da forma mais eficiente possível”, adiantou Sales Marques, em declarações à Rádio Macau. O economista marcou ainda presença naquela que foi a primeira visita do subdirector do gabinete de ligação do Governo Central da República Popular da China na RAEM, Chen Si Xi, às instalações da EPM, a convite da APIM. HM/Rádio Macau