A Associação Geral do Sector Imobiliário de Macau acredita que o território precisa de mais imigrantes qualificados para inverter a contracção do mercado imobiliário. No entanto, Ip Kun Wa ficou desiludido com as Linhas de Acção Governativa por não ter visto um compromisso com a estabilização do mercado
O presidente da Associação Geral do Sector Imobiliário de Macau, Ip Kun Wa, admite a desilusão com as primeiras Linhas de Acção Governativa do Executivo de Sam Hou Fai, por considerar que faltam medidas para apoiar o mercado imobiliário. A posição foi tomada em declarações prestadas ao jornal Ou Mun.
De acordo com o presidente da associação, o Governo precisa de facilitar os requisitos para atrair mão-de-obra qualificada de fora, dado que a imigração é tida como a tábua de salvação para o mercado imobiliário. Na visão do representante, se o território tiver mais pessoas, com forte capacidade de compra, vai aumentar a procura por habitação em Macau.
O dirigente associativo também reconheceu que o mercado imobiliário está actualmente numa fase de contracção, devido à falta de confiança dos consumidores que acreditam que se comprarem um imóvel que este vai perder valor nos tempos mais próximos.
Todavia, o presidente da associação alertou que, ao contrário de Hong Kong, em Macau não existe um mercado bolsista. Como tal, e dado que o crescimento da economia implica o aumento do consumo, o mercado de imóveis é uma das poucas vias para os residentes investirem as suas poupanças, ganharem maior confiança e ajudarem a desenvolver a economia local.
Face a esta visão, Ip Kun Wa considerou que as Linhas de Acção Governativa foram uma desilusão porque apenas contêm “algumas frases ligeiras” sobre a necessidade de permitir a entrada de mais imigrantes e de agilizar os processos de aprovação de novos imigrantes, sem que haja verdadeiramente detalhes.
Medidas de longo prazo
Em relação às Linhas de Acção Governativa e às propostas para o imobiliário, com excepção da emigração, Ip Kun Wa reconheceu estar céptico, dado que as propostas para promover o desenvolvimento da economia são de longo prazo e, por esse motivo, só se vão reflectir na procura por mais imóveis no longo prazo.
Ip Kun Wa lamentou também que o Governo de Macau não se tenha comprometido com medidas para estabilizar os mercados mais essenciais para a economia. O presidente da Associação Geral do Sector Imobiliário de Macau deu o exemplo do Interior, onde considerou que depois dos sinais de apoio do Governo Central ao mercado bolsista, houve sinais de estabilização e recuperação, no que entendeu ser uma política acertada.