Hoje Macau SociedadeSaúde | Fórum de Medicina Tradicional a partir de dia 20 no Venetian [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]inauguração do “Fórum de Cooperação Internacional de Medicina Tradicional 2018 (Macau)” terá lugar no próximo dia 20 de Setembro no Hotel Venetian de Macau. O Fórum, subordinado ao tema “Desenvolvimento e Internacionalização da Indústria de Medicina Tradicional Chinesa na Grande Baía de Guangdong-Hong Kong-Macau”, e que irá decorrer ao longo de dois dias, contará com peritos internacionais, num total de 400 profissionais. De acordo com o comunicado oficial, o evento visa “promover o desenvolvimento sustentável e a diversificação adequada da economia de Macau, bem como o desenvolvimento regional, contribuindo para o objectivo de construção de “Um Centro, Uma Plataforma”. Os assuntos a abordar no evento vão girar sobre três temas principais: a inovação das políticas, a integração do mercado e novas oportunidades de investimento. À margem do evento realiza-se também o Fórum de Investimento e Financiamento, em formato “roadshow”, ou seja, “permitindo aos peritos e instituições de investimento opinarem sobre questões e, em simultâneo, procederem à comparação e selecção dos projectos no âmbito dos fundos de investimento industrial e instituições profissionais de investimento”. Esta é a quarta edição do “Fórum de Cooperação Internacional de Medicina Tradicional” que, de acordo com a organização, é um evento que se “tornou numa ponte de ligação importante para o intercâmbio e cooperação entre entidades dentro e fora do país nesta área”.
Hoje Macau SociedadeIAS | Novo subsídio para famílias carenciadas [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Instituto de Acção Social (IAS) vai atribuir um subsídio extra aos agregados familiares que se encontram em situação de carência económica, de acordo com um comunicado emitido ontem. A ajuda financeira pode ir das 4.050 às 18.870 patacas, dependendo do número de elementos do agregado familiar. O subsídio será atribuído já este mês e vai beneficiar 3.300 agregados familiares que já recebem o subsídio regular. O Governo prevê um orçamento de 19,5 milhões de patacas para cumprir o apoio. O subsídio já foi atribuído em anos anteriores e pretende “ajudar as famílias a “fazer face às despesas-extra resultantes do novo ano lectivo e da Festividade do Bolo Lunar”, lê-se no comunicado emitido pelo IAS.
João Santos Filipe Manchete SociedadeTrabalho | Empregada ameaçou saltar do 14.º andar do Hospital Kiang Wu Uma funcionária de limpeza de 52 anos vai ficar sem contrato de trabalho e terá de regressar ao Interior da China. Por esse motivo, ameaçou saltar do 14.º andar do Hospital Kiang Wu, onde trabalha em regime de subcontratação. Após meia-hora de conversa com as autoridades, a mulher voltou atrás [dropcap style=’circle’]U[/dropcap]ma empregada de limpeza do Hospital Kiang Wu ameaçou saltar do 14.º andar do edifício por motivos laborais. O incidente requereu a intervenção dos bombeiros e polícia que demoveram a mulher do suicídio após cerca de meia-hora de conversações. O caso aconteceu na manhã de ontem, e na sua origem esteve o facto da empresa de é funcionária – uma companhia de limpeza subcontratada pelo Hospital Kiang Wu – ter dito à mulher de 52 anos que não deseja renovar-lhe o vínculo laboral. Eram 8h52 quando o Corpo de Bombeiros foi alertado para o facto de uma empregada de limpeza que trabalha no Hospital Kiang Wu ter subido ao 14.º andar com a intenção de saltar para a morte. Após o alerta, Bombeiros e PSP deslocaram-se para o local para evitar o suicídio. “O incidente envolveu um trabalhadora de 52 anos do Interior da China, que está em Macau como mão-de-obra importada, ou seja com um cartão-azul. Depois de conversar com o bombeiros e polícia, acabou por ir para um lugar seguro, por volta das 9h25”, disse, ao HM, um porta-voz dos bombeiros. “Ela estava no 14.º andar e queria saltar do edifício. Mas foi ficando por lá, sem saltar, enquanto falava com as autoridades. Durante esse tempo, queixou-se sempre que não estava satisfeita com a situação laboral”, acrescentou a mesma fonte. Por sua vez, o Corpo da Polícia de Segurança Pública explicou que na origem do desespero da mulher esteve o facto de o seu vínculo laboral estar prestes a não ser renovado pela empresa subcontratada. Uma realidade que faz com que tenha de abandonar o território e regressar ao Interior da China, caso não consiga encontrar uma proposta de trabalho na área para transferir o cartão-azul. “Na origem da situação esteve o facto da empresa não querer renovar o contrato de trabalho com a mulher”, adiantou fonte da PSP, ao HM. “A mulher desempenhava tarefas de empregada de limpeza no Kiang Wu, mas o contrato é com uma empresa subcontratada”, esclareceu a mesma fonte. Episódios recentes Apesar da administração do Kiang Wu não estar directamente envolvida na situação, esta não é a primeira vez que surgem queixas no hospital sobre as relações laborais com a administração. Ainda em Julho deste ano, o deputado Sulu Sou anunciou ter recebido queixas de que o Hospital Kiang Wu tinha ameaçado com despedimento os enfermeiros que procurassem candidatar-se a vagas de emprego no sector público. Mais tarde, a administração do hospital negou as ameaças, mas admitiu ter pedido aos seus trabalhadores que procuram outros postos para entregarem as cartas de demissão, citando “questões de segurança dos pacientes”. O Hospital Kiang Wu confessou também, em declarações ao Jornal Ou Mun Iat Pou, que tem perdido muitos enfermeiros nos últimos meses para o sector público. A unidade hospitalar privada é propriedade da família do Chefe do Executivo, Chui Sai On.
Diana do Mar Manchete SociedadeCrime | Estudo revela baixa taxa de reincidência em Macau São poucos os residentes que regressam à prisão dois anos depois de saírem em liberdade. A conclusão está num estudo sobre a taxa de reincidência criminal, definida como baixa quando comparada com regiões vizinhas como Hong Kong [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Instituto de Acção Social e a Direcção dos Serviços Correccionais (DSC) levaram a cabo o que descrevem como “a primeira análise abrangente” à reincidência criminal em Macau. Uma das principais conclusões é o diminuto número dos residentes que voltam a cair nas malhas do crime depois de cumprirem pena. Os que reincidem e voltam para trás das grades são, principalmente, indivíduos que cometem crimes relacionados com droga. Uma vez que o período de cálculo para a taxa de reincidência é de dois anos foram recolhidos dados referentes a 2015, ano em que 183 residentes de Macau deixaram o Estabelecimento Prisional de Coloane. Do total, 171 foram soltos por ter expirado o termo da sentença (99) ou por terem beneficiado do regime de liberdade condicional (77). Quanto aos remanescentes 12 foram excluídos da pesquisa por terem deixado a cadeia por outras razões, tais como suspensão da execução da pena ou mesmo absolvição. Ora, segundo o estudo, dos 171 residentes de Macau (estrangeiros não foram contabilizados devido à dificuldade em acompanhar os casos após a saída de prisão), 25 voltaram a ser condenados no espaço de dois anos após terem sido libertados, representando 14,6 por cento do total. O relatório, recentemente publicado no portal do IAS, ressalva, no entanto, que, a seguirem-se os métodos de cálculo de outros países e regiões, a taxa de reincidência baixa para 5,8 por cento. Isto porque dos 25 que voltaram a ser condenados num espaço de dois anos apenas 10 voltaram a ser sentenciados com penas de prisão. O estudo revela ainda que os crimes relacionados com droga motivaram boa parte das condenações e estiveram, do mesmo modo, na origem de parte significativa dos casos de reincidência. “Vale a pena notar que cerca de metade dos 25 reincidentes envolveu-se em crimes relacionados com o abuso de drogas”, reflectindo uma “alta proporção na taxa de reincidência”, diz o relatório, destacando nomeadamente o consumo de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas. Pistas para um perfil O estudo traça ainda um perfil dos 171 residentes de Macau que foram libertados em 2015. Em síntese, a maioria era do sexo masculino (152), solteira (101), tinha completado o ensino secundário (121) e pouco mais de metade estava desempregada quando foi presa (88). Sensivelmente, seis em cada dez foram condenados a uma pena de prisão inferior a três anos (99), o que permite constatar que a generalidade dos casos não dizia respeito a crimes graves, lê-se no documento. Já em termos de idade, verifica-se que mais de metade dos residentes condenados (92) libertados ao longo de 2015 não tinha mais de 30 anos. A pesquisa também se debruça sobre a reincidência dos residentes de Macau aos quais foram aplicadas outras penas (que não a prisão efectiva), cujos casos, a cargo do Departamento de Reinserção Social, foram concluídos no mesmo hiato temporal, ou seja, entre 1 de Janeiro e 31 de Dezembro de 2015. À esmagadora maioria (241 ou 76 por cento) das 317 pessoas que viram o seu caso concluído em 2015 tinha sido decretada a medida de suspensão com regime de prova (o tribunal pode determinar a suspensão da pena de prisão inferior a três anos, com a suspensão entre um e cinco anos, impondo deveres e regras de conduta ao condenado). O segundo maior grupo diz respeito aos que beneficiaram de liberdade condicional (73 ou 23,1 por cento do total). Trata-se de uma medida que o tribunal pode decretar, após pedido do condenado, uma vez cumpridos dois terços da pena de prisão e no mínimo seis meses e atentas as condições de reinserção social, cuja duração é igual ao tempo de prisão que falta cumprir mas nunca superior a cinco anos. Seguiram-se, por fim, os casos em que foram decretadas medidas de liberdade experimental, suspensão da execução do internamento e de substituição da multa por trabalho (um caso cada ou 0,3 por cento do total), indica o relatório. À semelhança do que sucedeu no caso dos residentes condenados a prisão efectiva, também foram os crimes relacionados com droga que estiveram na origem da maioria das penas executadas pelo Departamento de Reinserção Social e de parte significativa dos respectivos casos de reincidência. De acordo com o relatório, 33 dos 317 residentes de Macau que foram condenados a uma pena sem cumprimento de prisão voltaram a incorrer em crimes nos dois anos seguintes à conclusão do seu caso, colocando assim a taxa de reincidência em 10,4 por cento. O perfil dos 317 residentes condenados a penas sem prisão também não é muito diferente: a maioria era do sexo masculino, solteira e tinha completado o ensino secundário, com a principal diferença a assentar, neste particular, no facto de a esmagadora maioria (231 em 317) ter emprego quando foram condenadas. Em termos de idades o cenário era idêntico, dado que 202 em 317 tinham menos de 30 anos. Relativamente ao prazo de acompanhamento, o relatório realça que na maioria dos casos (301 em 317) a duração foi inferior a três anos, deixando assim implícito que nos remanescentes 16 o período de vigilância a que foram sujeitos foi superior. Comparar sem comparar Apesar de rejeitar comparações directas entre a taxa de reincidência em Macau e a de outras jurisdições, atendendo a que “não há um padrão uniforme no mundo” para as calcular, o relatório observa que “existem pontos semelhantes” entre países e regiões, pelo que conclui que “Macau é um território com uma taxa de reincidência baixa”. Essa ilação é retirada, com efeito, do paralelismo com Hong Kong, Singapura, Califórnia (Estados Unidos) e Austrália, cujas taxas de reincidência excedem os 25 por cento, de acordo com os dados citados apenas como referência no documento. O relatório ressalva, porém, que tal diz respeito a casos em que há uma nova condenação a pena de prisão, sustentando ser “difícil obter informações integrais para referência” nos casos em que foram decretadas outras penas, “por os dados serem dispersos na maioria dos países ou regiões”. Actualização contínua Este estudo, elaborado após proposta feita em 2017 pelo Conselho de Reinserção Social, é descrito como o primeiro de natureza abrangente relativo à reincidência dos residentes condenados (a penas com ou sem prisão), mas vai deixar de ser o único. Isto porque, no relatório, o IAS e a DSC manifestam a intenção de actualizar anualmente as informações relativas à taxa de reincidência, de modo a criar um banco de dados que permita uma análise sistemática e contínua. O objectivo é que este instrumento estatístico sirva de referência para definir políticas e para desenvolver serviços adequados no âmbito da correcção e reinserção social.
Victor Ng SociedadeCloee Chao pergunta para onde vão as gorjetas nos casinos e pede investigação do CCAC [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]destino das gorjetas atribuídas aos trabalhadores do sector do jogo e o combate ao fumo ilegal nos casinos levaram ontem à tarde entre 200 e 300 manifestantes à rua, em mais um protesto organizado pela Associação Novo Macau para os Direitos dos Trabalhadores do Jogo. De acordo com a presidente da associação, Cloee Chao, o Governo tem a obrigação de saber para onde vão as gorjetas pagas nos casinos e fiscalizar os comportamentos das operadoras de jogo. A dirigente associativa explicou ainda que existem caixas nos diferentes casinos e que o trabalhadores são obrigados a depositar nas mesmas as gorjetas recebidas. Contudo, não é conhecido o destino desse dinheiro. Após a entrega de uma carta na sede do Governo, a presidente da Associação Novo Macau para os Direitos dos Trabalhadores do Jogo queixou-se ainda sobre o facto das concessionárias do jogo nunca divulgarem aos trabalhadores o dinheiro total recebido em gorjetas. Cloee Chao recordou também que após a liberalização do jogo e quando as licenças foram concedidas, que as concessionárias distribuíam as gorjetas ao trabalhadores e realizavam festas com esse dinheiro. Porém, a regalia foi desaparecendo com o passar dos anos. Por isso, a organizadora do protesto defendeu que as gorjetas devem ser novamente atribuídas aos funcionários. “Na passagem do Ano Novo, algumas empresas abriam a caixa com os lai si onde era posto o dinheiro recebido no Ano Novo Chinês. Segundo os relatos dos mais velhos, alguns funcionários chegavam a receber milhares de patacas, em alguns casos mais de 10 mil. Por isso, acreditamos que o montante acumulado ao longo do ano atribuído é muito elevado”, explicou Cloee Chao. A activista e trabalhadora do sector defendeu ainda a necessidade do Comissariado contra a Corrupção (CCAC) investigar este assunto. O grupo de manifestantes apresentou também uma carta ao Gabinete para a Prevenção e Controlo do Tabagismo com o relato de situações em que as empresas do jogo não executam a lei contra o tabaco, deixando os clientes fumarem em zonas proibidas. Na opinião de Cloee Chao, a situação deve-se à ausência de penalizações aos responsáveis das zonas de jogo. Perante este facto, a presidente da associação pede maior fiscalização ao Governo.
Hoje Macau SociedadeNanotecnologia | UM patenteou sistema para engenharia genética [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Universidade de Macau (UM) patenteou um sistema de nanotecnologia que pode ser utilizado para desenvolvimento científico na área da engenharia genética, disse à Lusa o investigador-chefe do projecto. O projecto ‘Sistema de Micromanipulação Automática com Sensores de Força’ foi recomendado para prémio de Invenção Tecnológica dos Prémios de Ciência e Tecnologia de Macau 2018 e “algumas empresas na China demonstraram grande interesse” nesta tecnologia, disse à Lusa Xu Qingsong. “As aplicações práticas do sistema de micromanipulação automatizado incluem a microinjeção de células biológicas para engenharia genética, injecção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), caracterização de propriedades mecânicas celulares para diagnóstico de doenças”, explicou o professor associado da Faculdade de Ciência e Tecnologia, da Universidade de Macau. De acordo com a Universidade de Macau, esta tecnologia de escala nanométrica “permite uma elevada taxa de sobrevivência para a célula injectada, uma vez que as células sofrem de uma força mínima durante o processo de injecção”. Este equipamento “produzirá resultados mais consistentes e confiáveis do que a operação manual e poderá reduzir significativamente a carga de trabalho” a todos aqueles que têm como missão manusearem o equipamento. Xu Qingsong afirmou ainda que a tecnologia para ser comercializada as empresas precisam agora de negociar com a Universidade de Macau, detentora da patente.
Hoje Macau Manchete SociedadeCanídromo | ANIMA diz que mudança dos animais é “desperdício de dinheiro” Albano Martins, presidente da Sociedade Protectora dos Animais de Macau – ANIMA, defendeu que os galgos deveriam ficar no terreno do Canídromo até ao início do aproveitamento do espaço pelo Governo, considerando um “desperdício de dinheiro” os planos de relocalização [dropcap style=’circle’]D[/dropcap]e acordo com a edição de ontem do jornal Macau Post Daily, estão a ser instalados os contentores em Coloane, junto ao asilo Vila Madalena, para acolher os cerca de 500 galgos que estão actualmente no terreno onde operou o Canídromo durante décadas. Contudo, e perante os receios dos idosos e funcionários do lar com futuras complicações decorrentes da presença dos animais, Albano Martins, presidente da Sociedade Protectora dos Animais de Macau (ANIMA), defende que os animais deveriam ficar no terreno que foi concessionado à Yat Yuen até este começar a ser desenvolvido pelo Governo. “Há muito tempo que a ANIMA diz que o terreno do Canídromo não vai ser, de todo, desenvolvido no próximo ano, e por isso os animais não deveriam andar a mudar de um lado para o outro. Isso obriga a um enorme esforço de reorganização, que já está a ser feito. A Yat Yuen paga tudo mas não é essa a questão, tem a ver com o facto dos animais e dos voluntários estarem habituados a um espaço. Não era necessário a criação de um novo espaço temporário.” Além disso, o também economista acredita que a relocalização dos animais para uma zona provisória é mero despesismo. “O que se está a fazer é um desperdício de dinheiro. Os animais vão sair todos dali no espaço de um ano, então porque não deixá-los numa zona onde as pessoas já estão habituados a vê-los há mais 60 anos? Vai-se para uma zona onde as pessoas já estão a levantar problemas. E aí já se sabe como é, quando se levantam reacções o Governo tem medo”, apontou. O terreno está localizado no Largo da Cordoaria, em Coloane, e, de acordo com informação publicada na imprensa de Hong Kong, será propriedade de uma família ligada aos negócios das salas VIP dos casinos, que tem como patriarca alguém que terá sido líder da seita Shui Fung. No passado dia 6 de Agosto, Albano Martins defendeu que preferia a mudança dos animais para Coloane, pois, no seio do leque de opções apresentadas pelo IACM, esta era a melhor. Prazos não são problema A notícia avançada ontem pelo Macau Post Daily dá conta de receios de familiares dos idosos instalados no lar relativamente a problemas de higiene e barulho. A ANIMA assume “abraçar” esta opção, mas Albano Martins garante que vai ficar “muito irritado” se surgirem novos obstáculos. “Os contentores têm alguma dignidade, mas é um espaço temporário e emprestado. Já apareceu no jornal a informação de que, no futuro, podem ser levantados problemas, o que me deixa bastante preocupado. Não estamos a abdicar dos animais, e temos de os levar para um sítio onde todos possam trabalhar com calma”, acrescentou. “O Governo não os vai matar, a ANIMA não tem espaço para eles. Não há espaços em Macau para os animais, e o único lugar que há é o Canídromo, que nunca vai ser desenvolvido no próximo ano e meio.” Não estão, sequer, em causa, problemas com a prorrogação do prazo de utilização do terreno no Fai Chi Kei, ainda que o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) tenha dado um prazo de 60 dias à Yat Yuen para tirar dali os animais. “Havia o problema da prorrogação do prazo quando a Yat Yuen era a concessionária, mas agora a ANIMA está envolvida no projecto. Temos um acordo, e agora trata-se de fazer o que a ANIMA tem vindo a pedir, que é deixar-nos ficar lá a trabalhar”, rematou Albano Martins.
Hoje Macau SociedadeSaúde | Vacinação contra a gripe na segunda quinzena do mês [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s Serviços de Saúde garantiram ontem que a vacinação contra a gripe sazonal 2018/19 terá início na data prevista, ou seja, na segunda quinzena do mês. O esclarecimento surge na sequência de informações de que na região vizinha pode ser adiado devido a atrasos no fornecimento. Em comunicado, os Serviços de Saúde indicam ter adquirido 150 mil doses da vacina antigripal e que a prioridade na administração da vacina, que é gratuita, será dada aos grupos de alto risco. A composição do antigénio da vacina antigripal para 2018/19 do hemisfério norte foi actualizada e é adequada contra a gripe sazonal que pode ocorrer eventualmente de Fevereiro a Agosto de 2019.
Hoje Macau SociedadeIC | “Antigas muralhas da cidade” alvo de restauro [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Instituto Cultural (IC) vai proceder, a partir de sexta-feira, ao restauro das “antigas muralhas da cidade”, também conhecido como o troço próximo da Igreja da Penha. De acordo com um comunicado, “durante a realização das obras serão colocadas vedações no parque do miradouro de Nossa Senhora da Penha a separar os peões da área de trabalho, mas estes trabalhos não terão impacto no horário de funcionamento do miradouro”. Prevê-se que os trabalhos de restauro estejam concluídos em meados de Novembro.
João Santos Filipe Manchete SociedadeTáxis | Aplicação da MOME permite oferecer “prendas” para chamar taxistas mTaxi é o nome da aplicação lançada pela empresa de Joe Liu que permite o pagamento de um montante extra, conhecido como ‘prenda’, para aumentar as hipóteses de chamar um táxi com sucesso [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]aplicação móvel mTaxi, que permite aceder ao serviço de táxis no território, está a ser colocada em causa, devido à opção que tem de oferta de “prendas” a taxistas. “Prenda” é o termo utilizado no sector para os incentivos monetários dados pelos clientes com o objectivo de atrair um táxi quando o passageiro é informado que todas as viaturas estão ocupadas. Segundo a informação disponível nas plataformas onde é possível descarregar a aplicação, esta foi lançada no dia 15 de Agosto e é propriedade da empresa MOME LTD, uma subsidiária da empresa MacauPass. Também de acordo com a descrição da mTaxi, esta é a aplicação do género em Macau com maior número de taxistas registados para fornecerem os seus serviços. O HM entrou em contacto com a MOME para compreender o funcionamento do pagamento de “prendas” e a decisão de integrar este tipo de opção na aplicação móvel, mas até ao fecho da edição não recebeu qualquer resposta. No entanto, para Andrew Scott, presidente da Associação dos Passageiros de Táxi de Macau (MPTA, na sigla inglesa) critica a inclusão da opção do pagamento de “prendas” e justifica que os preços que os taxistas podem cobrar estão definidos pela legislação em vigor. “Os preços pagos pelo serviço de táxi são definidos pela DSAT. Na tabela de preços oficial não há qualquer referência a ‘prendas’. Todos percebemos que ‘prendas’ é um eufemismo para o pagamento extra, que encoraja os taxistas a irem ao encontro de determinado cliente durante as horas mais ‘ocupadas’”, começou por explicar Andrew Scott, ao HM. “Se o taxista está disponível, tem a obrigação moral e legal de fornecer os seus serviços, independentemente do pagamento das chamadas ‘prendas’. A criação de um sistema de ‘prendas’ implica o pagamento extra de um montante que faz com que os taxistas fiquem disponíveis, enquanto que o não pagamento significa que os taxistas deixam de estar disponíveis. Não é uma forma justa de operar”, acrescentou. Por esta razão, Andrew Scott defende que a Direcção de Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) deve intervir. O HM contactou também a DSAT para perceber a legalidade desta opção, mas até ao fecho da edição não recebeu resposta. Prática habitual Segundo um conhecedor do sector dos táxis, que pediu para não ser identificado, a prática do pagamento de “prendas” está enraizada no sector local. A diferença é que agora surge uma aplicação a traze-la abertamente a público. “Os táxis pretos sempre recorreram às centrais [de telefone] e, por vezes, para angariarem um maior número de clientes usam esse sistema de ‘prendas’. As telefonistas dizem ao cliente que não há táxis disponíveis. Depois, o cliente oferece um determinado número de ‘prendas’, em que cada uma é, por exemplo, 10 patacas”, explicou a fonte, ao HM. “Depois, as operadoras comunicam por rádio essa informação do pagamento extra para que surja um taxista disponível”, completou. Segundo a mesma fonte, o sistema é do conhecimento da DSAT há vários anos. “É uma questão cuja legalidade nunca foi muito bem explicada. Se uma pessoa oferece o montante por sua vontade, então não deveria ser ilegal. Mas, por outro lado, não consta na tabela de preços aprovada”, defendeu. “Na altura em que Wong Wan era o director da DSAT, e até antes, a questão foi discutida, mas a DSAT considerou que não existiam provas suficientes para a actuar”, revelou. A empresa MOME LTD dedica-se a soluções de marketing e desenvolvimento de aplicações móveis e é uma subsidiária da MacauPass, companhia de pagamentos electrónicos. Joe Liu é a cara mais conhecida da empresa, que fundou. Além disso, o empresário, que é filho do empresário Alfred Liu e sobrinho de Liu Chan Wan, membro do Conselho do Executivo, é também director da empresa de autocarros Transmac e da própria MacauPass.
Sofia Margarida Mota Entrevista Manchete SociedadeEntrevista | Inocência Mata, académica: “O Homem é igual em todo mundo” Inocência Mata, professora da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, passou os últimos quatro anos na Universidade de Macau. Dias antes de regressar a Portugal, a académica revela o que leva de cá. Mais que a experiência de ensino, Macau deu-lhe uma nova perspectiva e maior relativização das coisas do quotidiano [dropcap]Q[/dropcap]uatro anos em Macau. O que é que leva daqui? Levo uma nova aprendizagem do outro. Aqui, não só me senti diferente como, de facto, o sou. Levo também uma aprendizagem cultural e humana que por mais que eu lesse nunca conseguiria conhecer desta forma, com o sentir na pele. Sou professora e investigadora na área das culturas. É verdade que já tinha a percepção que cada cultura tem uma lógica e o importante é entender essa lógica, independente de aderirmos ou concordarmos com ela. Temos que a entender o porquê, e só assim é que podemos interagir. Mas repito, não temos que concordar com ela. Eu, por exemplo, não concordo com todas as lógicas culturais mesmo das culturas que me são afectas. Há aspectos da cultura que são nefastos ao desenvolvimento humano. Mas o importante é entender a lógica. Nesta perspectiva, o que aprendi cá vai-me ajudar a relativizar as coisas ainda mais. Como? Já sou uma pessoa que relativiza, até porque tenho uma família feita de diferentes. Não apenas em termos étnico raciais, mas também em termos sociais. A minha avó materna era negra lavadeira e o meu avô materno era médico branco. Cresci com esta diferença e foi ela que me enriqueceu. A minha avó mal sabia falar português e o que nos contava eram histórias em crioulo e o meu avô obrigávamos a ler os clássicos portugueses. Sempre fui uma pessoa que cresceu na diferença. Além de uma vivência pessoal também estudo nesta área. O ter vivido de forma tão intensa o lugar do outro como aconteceu cá, vai certamente predispor-me para entender coisas que eu à partida recusava. Continuarei a recusar, mas já lhes entendo a tal lógica. Pode dar alguns exemplos? As relações aqui não são baseadas na confiança. Isto chocava-me imenso no início. Chocava-me só de pensar que tinha que mostrar todos os originais de documentos porque aqui se partia do princípio de que estaria a mentir. Isto era quase uma afronta. Com o tempo fui entendendo o porquê. FOTO: Sofia Mota Como é que se aprende a lidar com esse tipo de características que por vezes são, como diz, chocantes? Bem, ao princípio é a indignação e uma pessoa barafusta. Depois vai-se percebendo a lógica que é bastante prosaica. Por outro lado, acho que existe um certo autismo para se perceber que apesar do nome, a China não é propriamente o centro do mundo. Sente que essa centralidade ou essa percepção de centralidade se vive aqui? Não sei se existe esta consciência ou se o sistema social ou da administração se constrói com base nessa lógica. Mas sei que o que mais me incomoda nem é bem essa centralidade, mas sim a rasura do indivíduo. Como assim? Aqui, quando há uma norma é para ser aplicada sempre sem que se tenha em conta, alguma vez, o contexto. Não há uma adaptação. Há que ter em conta situações especiais. E o que mais apreciou por cá? Tive o privilégio de conhecer a China com chineses. Todas as vezes que estive no continente, e foram muitas, foi sempre com chineses e isso fez com que eu não conhecesse apenas a China turística. Deu-me oportunidade de, por exemplo, ir ao mercado. Foi com esse tipo de experiência que percebi que, pelo menos no continente, as pessoas se deliciam com o diferente e achei isso muito bonito. Na China, perante a diferença as pessoas são simpáticas, e olham, e perguntam. Percebo perfeitamente esta curiosidade. Existe uma pré-disposição para conhecer a alteridade. Por outro lado, esta alteridade que referi no início da conversa foi vivida de forma muito positiva. Outra coisa de que gostei muito aqui foi da comida. Em Portugal gostava muito de ir a restaurantes chineses e muitos amigos me diziam que aquilo não era comida chinesa. Aqui conheci realmente o que era. Nos primeiros tempos que cá estive, ia sozinha aos restaurantes e não gostava do que comia porque nem sabia o que estava a pedir, quando comecei a ir com amigos de cá, tudo mudou. Foi também cá que desfiz muitos mitos acerca do oriente. O conhecimento que se tem no ocidente acerca deste lado do mundo é ainda uma construção que tem por base o próprio ocidente. Existe uma invenção do oriente pelo ocidente e isso é uma coisa normal porque criamos, naturalmente, mitos acerca daquilo que desconhecemos. O que me aconteceu aqui foi um desfazer disso mesmo. Foi uma aprendizagem cultural e também uma aprendizagem do humano. Para uma pessoa que lida com culturas, quer a nível pessoal como profissional, foi uma mais-valia? Sim, sem dúvida, até porque o meu conhecimento de culturas parava na Índia. E tudo muda quando se passa do Índico. Aprendi muito. É conhecida por ser pioneira na produção de ensaios em língua portuguesa acerca do período pós-colonial. É nestes ensaios que também se debruça acerca das diferenças entre independência e liberdade. Pode ser que no espaço da língua portuguesa de facto tivesse sido “pioneira” a debruçar-me sobre este assunto. Os estudiosos das ciências sociais tinham até há pouco tempo uma certa autocensura relativamente a esta matéria. Tendo em conta África, é preciso notar que no final dos anos 50, início de 60, começaram a aparecer livros de escritores africanos que já diziam que a conquista da independência não significou a conquista da liberdade. Há dois livros que são fundamentais para perceber que esta reflexão desde as primeiras independências africanas. São “Man of the people” de Chinua Achebe, e “Os sóis das independências” de Ahmadou Kourouma, que já mostram que os sóis das independências dos anos 60 estavam bem crepusculares. Independência não é sinónimo de liberdade. Nem é sinónimo de liberdade nem é sinónimo de viragens de mentalidade e das formulações culturais. É preciso dizer que a ideologia nacionalista, obviamente necessária à conquista da independência, era uma ideologia igualmente monolítica. Era uma ideologia que não admitia a diferença. Uma coisa é a independência, e aí acho que todos os povos têm direito à sua autonomia, e outra coisa é a gestão da sociedade e as liberdades têm que ver com a gestão da sociedade e dos regimes. Não apenas dos regimes políticos, porque o regime pode ser multipartidário e ainda assim extremamente ditatorial. Também o multipartidarismo não é sinónimo de democracia. Temos exemplos: o de São Tomé e Príncipe actualmente e, até há pouco tempo, o de Angola em que havia o multipartidarismo e não se podia dizer que houvesse democracia. Há um discurso que associa o facto de se ter eleições de quatro em quatro anos ser sinónimo de democracia, e daí? O importante é a gestão interna desse complexo de diferenças que é a sociedade. É na busca destas perspectivas de poder que me interesso pelos estudos pós-coloniais. O pós-colonial não é uma categoria da cronologia, é uma categoria da epistemologia. O pós-colonial é uma categoria de análise e que tem que ver com a forma como as relações de poder se estabelecem na sociedade, sejam elas no âmbito político partidário, mas também relações de poder no âmbito de género, de classe de etnia, raça etc. É aqui que me interessa estudar o pós-colonial e estas relações de poder, e não estou a inventar nada até porque neste aspecto Michel Foucault já inventou tudo acerca de como é que estas relações se estabelecem e se actualizam na sociedade. Se nós virmos bem, estas relações de poder depois da independência, pouco ou nada mudaram. Porquê? Porque o Homem é igual em toda a parte do mundo e sendo igual na sua natureza, se não é forçado a distribuir o poder, ele não o faz. Tenho amigos que me dizem, quando se fala, por exemplo, da corrupção em Angola: “mas em França também há corrupção”. Sim, lá está, o Homem é igual em todo o lado, mas no exemplo da França há mecanismos em que o próprio sistema neutraliza muitos actos de corrupção e se falarmos da Noruega o sistema blinda mesmo esses actos. É preciso que as suas sociedades arranjem sistemas que blindem a possibilidade de corrupção. Isto não quer dizer que o norueguês seja melhor homem que o angolano, mas o norueguês já sabe que se for caçado é fortemente punido. Também estuda as relações de poder dentro das diferenças de género. Como estamos no que respeita às desigualdade e na transformação desse tipo de relação? Tenho um projecto no centro de estudos comparativos e que trata precisamente o género, a normatividade e as representações. Não se trata apenas da condição feminina. A condição feminina é realmente central mas aqui é sobretudo a ideia da normatividade e da representação vista quer no discurso literário quer na imprensa. A imprensa, nos países africanos, particularmente, é muito machista. Diz-se tradicionalista, só que a tradição é machista. Por outro lado, tenho amigas, também académicas, mas que a sua forma de se afirmarem e de serem reconhecidas é com frases como: “cozinham muito bem”. Não estou a dizer que não se faça isso, mas isto significa que os estereótipos de género vivem debaixo da pele das pessoas e elas assumem esse estereótipo, esta normatividade. Elas são excelentes profissionais mas nunca se apresentam como tal. As minhas amigas assumem o trabalho tradicionalmente associado à mulher como uma mais-valia da sua feminilidade. O que é quase um boicote à luta pela igualdade de género. São pessoas que, claro, lutam contra a violência domestica, por exemplo. No entanto, fazem um discurso que continua a confinar a mulher a um espaço privado. É isso que quero desenvolver nos meus estudos. Não é apenas a condição feminina, mas o discurso da normatividade. Trabalhar sobre a condição feminina tem de se ir além de tratar do planeamento ou do aleitamento que são assuntos muito importantes, mas não é essa a minha luta. É uma mulher da literatura. Quais são os seus livros favoritos? São tantos e isso depende muito das fases em que estou. Livros inesquecíveis: dois são de Gabriel Garcia Marques, o “Cem anos de solidão” e “Amor em tempos de cólera”. Depois, claro, “Os Maias” do Eça e o “Anna Karenina” de Liev Tolstói. Dentro dos autores africanos é “Lueji” do Pepetela. Também gosto muito da “Montanha mágica” do Thomas Mann e mesmo de “Os três mosqueteiros”. Agora, por exemplo, estou na fase de “O conde de Monte Cristo”, de como um injustiçado regressa à vida. Ensinou cultura na Universidade de Macau. Como é trazer culturas do ocidente para a China? É fantástico. Nós aqui descentramo-nos. O que nós pensamos que é lógico e evidente, aqui não é. Temos de sair da nossa cultura para que possamos olhar para ela e explicá-la. O que eu acho que estou a explicar, segundo a normalidade, não é a normalidade para o outro e é o outro que me faz ver isso. Existe uma invenção do oriente pelo ocidente e isso é uma coisa normal porque criamos, naturalmente, mitos acerca daquilo que desconhecemos.
Hoje Macau SociedadeEconomia | Comércio externo subiu 21,7 por cento até Julho [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]comércio externo de Macau subiu 21,7 por cento entre Janeiro e Julho, totalizando 58,01 mil milhões de patacas. Segundo dados divulgados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), Macau exportou bens avaliados em 7,11 mil milhões de patacas (+5,6 por cento) e importou mercadorias avaliadas em 50,90 mil milhões de patacas (+24,4 por cento) nos primeiros sete meses do ano. Por conseguinte, o défice da balança comercial atingiu 43,79 mil milhões de patacas, traduzindo um agravamento de 28,1 por cento. As exportações de Macau para a China (1,18 mil milhões de patacas) diminuíram 3,9 por cento, devido à forte queda (82,6 por cento) das vendas a Xangai, à semelhança do que sucedeu com as destinadas aos Estados Unidos (86 milhões de patacas) que sofreram uma queda de 16,8 por cento. Em contrapartida, as vendas para Hong Kong (4,43 mil milhões de patacas) e União Europeia (120 milhões patacas) aumentaram 8,3 e 4,2 por cento, respectivamente, em comparação com os primeiros sete meses do ano passado. Já as importações de Macau de produtos da China (17,45 mil milhões de patacas) subiram 29,4 por cento, em linha com as compras à União Europeia (12,81 mil milhões de patacas) que cresceram 21,2 por cento entre Janeiro e Julho, indica a DSEC. As trocas comerciais entre Macau e os países de língua portuguesa atingiram 482 milhões de patacas nos primeiros sete meses do ano – contra 356,7 milhões em igual período do ano passado. As exportações de Macau para o universo lusófono ascenderam a 24 milhões de patacas (contra 700 mil patacas), enquanto as importações sofreram um aumento de 28,5 por cento em termos anuais homólogos para 458 milhões de patacas.
Hoje Macau Sociedade‘Storm Surge’ | Dados de vigilância em tempo real até ao final do ano [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) esperam receber, até ao final do ano, dados de vigilância em tempo real de estações marítimas flutuantes construídas pelo Instituto de Ciência do Rio das Pérolas, que irão permitir reforçar a capacidade de vigilância e de previsão do fenómeno de ‘storm surge’ (subida anormal do nível da água). Em comunicado, divulgado na sexta-feira, os SMG indicam que as informações a receber, no âmbito da cooperação com o instituto, vão proporcionar “referências importantes”, na medida em que incluem dados sobre a profundidade da água, as correntes marítimas, a altura das ondas, bem como a velocidade e direcção do vento e a pressão atmosférica, entre outros. No total, existem cinco estações marítimas flutuantes colocadas na zona marítima próxima de Macau. O Instituto de Ciência do Rio das Pérolas funciona sob alçada da Comissão de Recursos Hídricos do Rio das Pérolas do Ministério de Recursos Hídricos da China.
Diana do Mar SociedadeJogo | Agosto foi o mês mais rentável do ano [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s casinos de Macau fecharam Agosto com receitas de 26.559 milhões de patacas, traduzindo um aumento de 17,1 por cento face ao período homólogo do ano passado. Segundo dados divulgados pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), trata-se do valor mensal mais elevado desde Janeiro (26.260 milhões de patacas). Face a Julho, as receitas de jogo cresceram 4,8 por cento. Em termos percentuais, foi a quarta maior subida do ano, a seguir a Janeiro (36,4 por cento), Abril (27,6 por cento) e Março (22,2 por cento), enquanto que Fevereiro foi o único mês em que as receitas dos casinos não cresceram a dois dígitos em termos anuais (5,7 por cento). Segundo os dados da DICJ, no acumulado dos primeiros oito meses do ano, os casinos encaixaram 202.103 milhões de patacas, ou seja, mais 17,5 por cento do que os 172.016 milhões apurados entre Janeiro e Agosto de 2017. No final de Junho, Macau contava com 17.296 mesas de jogo e 6.588 ‘slot machines’ espalhadas por um universo de 41 casinos. As receitas dos casinos cresceram 19,1 por cento em 2017 para 265.743 milhões de patacas, invertendo três anos consecutivos de quedas (menos 3,3 por cento, em 2016; menos 34,3 por cento em 2015 e menos 2,6 por cento em 2014).
Hoje Macau SociedadeHotelaria | “The 13” aberto, mas só para reservas especiais [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Hotel “The 13”, localizado às portas de Coloane, abriu portas na sexta-feira, mas apenas para “reservas privadas”, afirmou um porta-voz da South Shore Holdings, a empresa proprietária da unidade hoteleira, ao GGRAsia. Segundo o portal especializado em jogo, pelo menos durante o dia de sexta-feira não só não era permitida entrada a transeuntes como não era possível reservar um quarto nem através do ‘site’ oficial do hotel nem via telefone. A inauguração do luxuoso hotel sofreu uma série de adiamentos, atribuídos a atrasos nas obras e dificuldades de financiamento. A empresa proprietária também já expressou a vontade de abrir um casino no “The 13”, algo que, de acordo com o que adiantou no início do ano, estima vir a acontecer somente a 31 de Março de 2019. Porém, a data pode estar dependente de outros factores, como a assinatura de um acordo formal com uma das seis operadoras de jogo e, claro, do aval do Executivo.
Hoje Macau SociedadeDengue | Serviços de Saúde advertem para risco elevado [dropcap style=’circle’]N[/dropcap]a sequência das chuvas dos últimos dias e dos surtos em Hong Kong, Cantão e Taiwan, os Serviços de Saúde advertem para o risco elevado de propagação da febre de dengue. Os serviços não descartam a possibilidade de ocorrência de casos locais e apelam aos residentes para não descurarem as medidas de prevenção. Em comunicado, divulgado na noite de quinta-feira, os Serviços de Saúde indicam que, até Julho, foram realizadas mais de cinco mil inspecções a fontes de proliferação de mosquitos, incluindo zonas de alto risco, como terrenos abandonados.
João Santos Filipe Manchete SociedadeExército | Governo Central pondera abrir serviço militar a residentes de Macau Pequim está a equacionar a possibilidade dos residentes de Macau, Hong Kong e Taiwan se alistarem no Exército de Libertação do Povo Chinês. Actualmente, os residentes estão impedidos de entrar no exército, apesar de haver uma guarnição no território [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Governo Central está a equacionar a hipótese dos residentes de Macau, Hong Kong e Taiwan se alistarem no Exército de Libertação do Povo Chinês. A revelação foi feita pelo porta-voz do Ministério da Defesa, Wu Qian, em resposta a questões sobre a obrigatoriedade dos estudantes das duas regiões especiais na Universidade de Tsinghua serem obrigadas a cumprir um treino militar. “Alguns compatriotas de Hong Kong mostraram a vontade de se alistarem no exército e contribuir para a causa da defesa nacional”, começou por frisar Wu Qian, segundo o portal Yahoo. “Damos boas-vindas ao entusiasmo patriótico das pessoas de Hong Kong. As entidades competentes estão a estudar os diferentes pontos de vista”, acrescentou. Apesar da questão ter sido focada especialmente em Hong Kong, caso seja criado um regime para os residentes da RAEHK, o mesmo deverá acontecer em Macau. Para o presidente da Associação dos Jovens Macaenses, Jorge Valente, a possibilidade dos jovens de Macau integrarem o Exército de Libertação do Povo Chinês é positiva, desde que seja feita de forma voluntária. “De uma forma geral e no seguimento das políticas de maior integração, nomeadamente através da Grande Baía, é um passo que faz todo o sentido e que é positivo, desde que seja voluntário”, disse Jorge Valente, ao HM. “Estamos a falar de pessoas que nasceram já depois de 1999, na RAEM, e que são chinesas. É destes jovens que estamos a falar. Por isso, se houver esta alteração, não vejo mal nenhum. Até faz sentido. Já não faz grande sentido serem barradas de uma carreira como militares”, acrescentou. Jorge Valente frisou ainda que a participação no exército deve partir da decisão do eventuais interessados. Por sua vez, o activista e pró-democrata Jason Chao recusa dar o apoio à medida, mas sublinha que o assunto “não merece oposição”, desde que o alistamento seja feito de forma voluntária. “Caso seja adoptada, esta é uma medida que considero que não merece oposição. Mas também gostava de frisar que apesar de respeitar a liberdade dos residentes de Macau se tornarem ‘soldados’, repúdio qualquer política que encoraje as pessoas a envolverem-se em confrontos armados”, declarou. Política de integração Para o ex-membro da Associação Novo Macau, esta é uma medida que tem como objectivo promover a integração de Macau e Hong Kong no Primeiro Sistema. “Tal como acontece com as iniciativas da Grande Baía e atribuição de direitos de residência no Interior da China para as pessoas de Macau e Hong Kong, o facto de se abrir o Exército de Libertação do Povo Chinês a pessoas das regiões é mais uma política para promover a integração de Hong Kong e Macau no Primeiro Sistema”, justificou. “É uma medida que não se baseia nas necessidades do exército, mas antes na existência de um plano de promoção da integração de Macau e Hong Kong no Primeiro Sistema”, acrescentou. Segundo a Constituição da República Popular a China o serviço militar é obrigatório para todos os cidadãos do sexo masculino. No entanto, na prática, o alistamento acaba por ser voluntário, mediante o cumprimento de determinadas características físicas.
Hoje Macau SociedadeHabitação | Sin Fong Garden pode ir abaixo dentro de 30 dias [dropcap style=’circle’]W[/dropcap]ong Man Sang, presidente da comissão de gestão do condomínio do edifício Sin Fong Garden, anunciou que a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) emitiu no passado dia 24 de Agosto uma autorização para a demolição do prédio. O trabalho poderá começar dentro de 30 dias. Lo Chi Cheong, director-geral da Tat Cheong – Companhia de Construção e Engenharia, Limitada, referiu em conferência de imprensa organizada na passada sexta-feira que será a primeira vez que, em Macau, se realiza a demolição de um edifício com 30 andares. O responsável avançou que as obras de reconstrução podem demorar cerca de dois anos e meio até ficarem concluídas, com um orçamento estimado em 200 milhões de patacas. De acordo com o jornal online All About Macau, Loi Chi Cheong adiantou que a mesma empresa que irá demolir a central eléctrica da CEM, localizada na zona da Areia Preta, será a responsável pela demolição do edifício habitacional. A empresa garantiu à publicação a segurança dos edifícios adjacentes ao Sin Fong Garden. O responsável pela gestão de condomínio do edifício lembrou os problemas que os donos das casas têm tido nos últimos seis anos, desde que se verificou que o Sin Fong Garden corria o risco de cair, dadas as deficiências detectadas na estrutura. Quem continua a estar contra a demolição pode manifestar a sua oposição antes do dia 20 de Setembro. Caso contrário, a demolição arranca no prazo previsto, explicou.
Hoje Macau SociedadeTerrorismo | Polícia Judiciária cria divisão própria [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Polícia Judiciária (PJ) anunciou que vai criar uma divisão especial para investigar casos suspeitos de terrorismo, uma vez que, com a revisão da lei da PJ, em 2006, o combate a este tipo de crimes passou a fazer parte das suas competências. De acordo com o Jornal do Cidadão, o director da PJ, Sit Chong Meng, o pessoal da nova divisão será mobilizado para diferentes serviços, prevendo-se que, até finais deste ano, ou até 2019, se possam proceder aos trabalhos de criação da nova secção da PJ.
João Santos Filipe Manchete SociedadeImobiliário | Irmã de Agnes Lam associada a burla a investidores locais Onida Lam, irmã da deputada Agnes Lam, é apontada como a representante local de uma empresa da Indonésia que criou um esquema que pode envolver até 44,8 milhões de dólares de Hong Kong [dropcap style=’circle’]C[/dropcap]erca de 56 residentes foram burlados após terem investido entre 600 mil e 800 mil dólares de Hong Kong num projecto de imobiliário na Indonésia, através de uma empresa em Macau. O caso envolve um montante entre os 33,6 milhões e 44,8 milhões e foi revelado pela MASTV. Os investimentos foram feitos através da empresa TH Group Limited, representada no território por Onida Lam, irmã da deputada Agnes Lam. Segundo as condições propostas, os investidores comprariam vivendas, em construção, no projecto “Indonesia Street City”, na ilha de Bintão, a troco de uma quantia entre 600 mil e 800 mil dólares de Hong Kong. Além disso, havia a possibilidade de arrendar a propriedade à empresa após a conclusão das obras, prevista para 2015, pelo que a TH Group Limited prometia um retorno que poderia chegar aos 200 por cento do valor investido. No entanto, desde 2015 que os investidores esperam pelas vivendas e agora o Consulado da Indonésia em Hong Kong, que alegadamente verificou os contratos na altura do investimento, considerou os documentos ilegais. Além destas dificuldades também a representante em Macau da empresa, Onida Lam, tem-se mostrado incontactável. Um facto que levou alguns lesados a entrar em contacto com deputada Agnes Lam, como admitiu uma investidora, que pediu anonimato. “Tentámos contactar a deputada Agnes Lam e no encontro, que decorreu na semana passada, ela disse-nos que a irmã lhe tinha admitido que pelo menos 56 investidores no projecto eram de Macau”, afirmou a lesada à MASTV. A captação de investimento em Macau terá, alegadamente, acontecido há mais de cinco anos. Consulado em xeque Um outro investidor, que também pediu o anonimato, explicou o papel do Consulado Geral da Indonésia em Hong Kong em todo o caso. “Na altura, trouxemos o contrato e fomos ao Consulado Geral da Indonésia”, começou por dizer. “Mas agora apontaram-nos que, em primeiro lugar, não somos residentes da Indonésia, segundo, o contrato não foi elaborado numa versão inglesa, além da versão em bahasa, e, em terceiro, dizem que como não tem o carimbo do Governo de Macau e da Indonésia que não é um contrato completo. Ou seja, mesmo que as infra-estruturas fossem construídas dentro do prazo previsto, não podíamos receber as propriedades porque não são nossas”, relatou. Ainda de acordo com os investidores, a representante local da empresa TH Group Limited apontou, ao longo dos anos, as chuvas intensas em Bintão e um diferendo jurídico entre os representantes em Macau da empresa e a casa-mãe, na Indonésia, como motivos para os atrasos. No entanto, a empresa local não se mostrou disponível para reembolsar os investimentos e Onida Lam tem estado incontactável. O HM tentou igualmente contactar a legisladora Agnes Lam até à hora de fecho, sem sucesso.
Sofia Margarida Mota Manchete SociedadeAssistência social | Profissionais discutem desafios do território Envelhecimento da população, depressão, autonomia e investigação são alguns dos maiores desafios da assistência social em Macau. Na passada sexta-feira, académicos e profissionais discutiram na Universidade de Macau possíveis caminhos e soluções para o sector [dropcap style=’circle’]M[/dropcap]Macau tem já uma rede de segurança e apoios sociais “madura”. Ainda assim, há desafios que precisam de ser enfrentados. A ideia foi deixada numa palestra, na passada sexta-feira, pela directora do Centro de Estudos de Macau da Universidade de Macau (UM) e deputada, Agnes Lam, à margem da conferência “As novas tendências da segurança e assistência social”. O envelhecimento da população é um dado garantido, ao qual acresce a falta de “infra-estruturas suficientes”, numa “cidade que não está construída para promover a mobilidade dos mais velhos”, contextualizou a deputada. A questão que colocada aos profissionais de apoio social e ao próprio Governo é “o que se pode fazer para melhorar a qualidade de vida destas pessoas, até porque se fala muito neste assunto, mas pouco tem sido feito para o resolver”, lamentou a docente universitária. Também o director do departamento de serviços familiares e comunitários do Instituto de Acção Social (IAS), Tang Yuk Wa, se mostrou preocupado com o envelhecimento populacional e as necessidades que esse fenómeno levanta. “Penso que há três áreas fundamentais quando se fala de protecção dos mais velhos que têm que ser levadas em consideração”, começou por dizer à margem do mesmo evento que assinalou o 30º aniversário do Jornal de Estudos de Macau. A mais óbvia, referiu, é a que se refere à segurança social e aos apoios financeiros de que esta faixa etária carece. Também o sistema de saúde tem de ser melhorado para responder a uma população com a saúde mais frágil. Olhar a solidão Para o responsável do IAS, um dos problemas mais relevantes prende-se com a solidão no seio da população idosa, pelo que é necessário investir em planos que promovam o contacto social, considerou. A este respeito, Agnes Lam apontou o exemplo de quem vive no complexo de habitação social de Seac Pai Van. “Temos muitos idosos a viver nessas instalações sociais, o que faz com que, de alguma forma, estejam ali muito isolados, longe da comunidade onde terão vivido”. A solidão é um problema que não surge isolado e que muitas vezes é agudizado por outra realidade: a pobreza. De acordo com Agnes Lam, “é possível identificar casos de pessoas que vão pedir ajuda para comer e que se se for aprofundar a situação destas pessoas verifica-se que são sozinhas, que não têm um suporte familiar ou social”. De acordo com a responsável, a pobreza está muito associada à solidão essencialmente na velhice. O aumento de casos de depressão foi outro dos temas discutidos entre académicos e profissionais, um problema social que deve ser prioridade das instituições de apoio social e para o próprio Governo. “A depressão, neste momento, é um assunto preocupante em Macau”, apontou Agnes Lam. Uma situação agravada pela falta de profissionais de psicologia. Na opinião de Lam, não há psicólogos suficientes para combater a depressão. O caso é tanto mais grave visto que a sua resolução pode não ser possível num curto espaço de tempo. “Macau não tem hipótese de formar muitos profissionais em pouco tempo o que vai levar ao agravamento do problema”, referiu aos jornalistas. Agnes Lam abordou ainda o problema das clivagens socioeconómicos num dos território com maior PIB per capita do mundo. “Há cada vez mais pessoas que não conseguem financiar os requisitos exigidos por esta sociedade que está a nascer. Isto vai trazer ainda mais problemas de adaptação e de exclusão”, sublinhou. A deputada ressalvou ainda que esta é uma situação que pode ser contornada dada a abundância de recursos. “Nos anos 80, por exemplo, havia muita pobreza em Macau e os recursos eram escassos e isso não acontece agora”, apontou. Gente independente Outro dos grandes desafios que se colocam em Macau é a formação dos residentes para serem independentes das ajudas dadas pelo Governo. “Não podemos limitarmo-nos a dar dinheiro às pessoas sem ensinar como é que elas podem amadurecer para que, depois de adquiridas as ferramentas necessárias, serem independentes”, referiu Agnes Lam. A opinião é partilhada pelo director do departamento dos serviços familiares e comunitários. O responsável deu como exemplo a situação em que “uma família recebia apoios para os estudos de um filho. O filho cresceu e terminou os estudos superiores. Sem necessidade das entidades competentes continuarem a subsidiar os estudos, o apoio terminou e a família ficou muito indignada porque queria continuar a receber aquele dinheiro”, disse, acrescentando que este tipo de situações é muito comum. Para Tang Yuk Wa, “é preciso educar para a responsabilidade individual de cada um na construção do seu bem-estar”. “Enquanto assistente social, espero que este trabalho seja feito por todos. As pessoas ao pensarem que têm direito aos apoios sociais, também devem ver que têm o dever de fazer o que podem de modo a emancipar-se relativamente a estes apoios”, disse. Tang considera que tem de existir mais implicação da família e da própria sociedade tendo em conta uma bem-estar comum. Mais pesquisa Por outro lado, e de modo a que se saiba efectivamente quais as necessidades e desafios que Macau enfrenta nestas matérias impõe-se um maior investimento na área da investigação. O objectivo, salientou Agnes Lam, “é ajudar o Governo a trabalhar com as diversas instituições de modo a encontrar soluções mais apropriadas para os problemas que vão surgindo”, tendo em conta a constante mutação dos contextos sociais. Mais longe vai o a académico Brian Hall, professor no departamento de psicologia da UM. Para Hall é difícil, neste momento, perceber quais os desafios que se colocam no âmbito da assistência social até porque “ainda não há pesquisas suficientes a esse respeito”. A mesma necessidade de conhecimento é válida para que se possam traçar estratégias. “Sem conhecimento do que está a acontecer é difícil traçar caminhos”, disse. No final do ano passado, Macau tinha 653.100 habitantes, mais 8.200 do que no final de 2016. A população idosa representava 10,5 por cento da população, um crescimento de 0,7 pontos percentuais em termos anuais. A esta situação acresce a diminuição da população adulta para 76,7 por cento, um decréscimo de 1 ponto percentual. O índice de envelhecimento foi de 83 por cento, mais 4,1 pontos percentuais face a 2016. A agravar a situação está o recuo no número de nascimentos, menos 617 do que no ano anterio Visão diferente “Os assistentes sociais têm agora uma percepção diferente da violência doméstica”, disse ontem a académica Cecília Ho referindo-se ao resultado de uma investigação. “Antes estes profissionais consideravam que se tratava de um assunto familiar e que não lhes dizia respeito, agora que é considerado crime já percebem a violência doméstica como um assunto grave e que deve ser de imediato reportado às autoridades”. Para Ho este é um avanço “muito positivo”.
Hoje Macau SociedadeDSEJ | Ano lectivo arranca com 80.556 alunos [dropcap style=’circle’]É[/dropcap]já amanhã que arranca oficialmente o ano lectivo. Setenta escolas preparam-se para abrir as portas a 80.556 alunos, cujo universo aumentou pelo quinto ano consecutivo. Segundo dados preliminares facultados pela Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) ao HM, o número de estudantes tem vindo a aumentar desde 2013/14. Face ao ano lectivo anterior (2017/18) a subida foi de 1,9 por cento ou de 1.464 estudantes. Igual aumento sofreu o corpo docente, com a DSEJ a estimar em 7.751 o número total de professores no arranque do novo ano escolar, ou seja, mais 145 do que no transacto. O ano lectivo 2018/19 arranca faseadamente. Segundo o calendário, em grande parte das instituições de ensino as aulas têm início amanhã e na segunda-feira, com as últimas escolas a abrirem portas no próximo dia 14 de Setembro. Na Escola Portuguesa e no Jardim de Infância D. José da Costa Nunes o novo ano lectivo tem início na próxima quarta-feira, dia 5.
Sofia Margarida Mota SociedadeTrânsito | IACM quer substituir pavimento das principais artérias [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Avenida do Conselheiro Ferreira de Almeida pode vir a ser utilizada para um projecto piloto de repavimentação. A vontade é expressa pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) em resposta a uma interpelação do deputado Leong Sun Iok acerca do mau estado das estradas do território. De acordo com o IACM, o projecto piloto consistirá na substituição faseada do pavimento betuminoso por pavimento de betão armado. O objectivo, afirma o documento assinado por José Tavares, presidente do Conselho de Administração do IACM, é promover a durabilidade do pavimento e “se os resultados forem notáveis”, o organismo tenciona alargar a medida às “restantes vias principais de trânsito”. Em causa, está a constatação de que as vias de Macau estão a ser afectadas dado o pavimento betuminoso não conseguir aguentar a pressão crescente do trânsito. “Com o acelerado desenvolvimento de Macau e o crescimento rápido do número de veículos a circular nas ruas tem vindo a aumentar a pressão sobre o pavimento”, lê-se. As estradas apresentam agora “danos de fadiga por sobrecarga de trânsito a longo prazo e até na fundação dos pavimentos já surgem fendas”, justifica o IACM. O processo de repavimentação inclui uma fiscalização apertada e “in loco”, diz o IACM, “para garantir que os procedimentos e a qualidade correspondam aos requisitos”.
Diana do Mar Manchete SociedadeGás natural | Governo equaciona construção de segundo gasoduto Governo e Sinosky estudam possibilidade de segundo gasoduto para garantir estabilidade do fornecimento de gás natural para a produção de electricidade [dropcap style=’circle’]E[/dropcap]stá a ser equacionada a hipótese de construir um segundo gasoduto. A informação foi avançada pelo coordenador do Gabinete para o Desenvolvimento do Sector Energético (GDSE), em resposta a uma interpelação escrita de Au Kam San. “Devido ao facto de Macau dispor, até ao momento, apenas de um único gasoduto para o fornecimento de gás proveniente da Ilha da Montanha, o Governo da RAEM e a concessionária têm vindo a estudar a possibilidade de construção de um segundo gasoduto como solução alternativa”, afirmou Hoi Chi Leong. A hipótese foi levantada depois de o deputado pró-democrata ter questionado o Executivo sobre medidas para garantir o fornecimento estável do gás natural a ser usado pela nova central da Companhia de Electricidade de Macau (CEM), em Coloane, que deve entrar em funcionamento dentro de dois anos. Isto depois de recordar que, após um período de instabilidade, o fornecimento de gás natural para produção de electricidade foi mesmo suspenso, em 2011. A Sinosky, concessionária do serviço público de importação e transporte de gás natural, apenas o retomou em Março do ano passado. Na resposta ao deputado sobre a capacidade de produção da nova central a gás natural, o coordenador do GDSE indicou que, à luz das estimativas, o pico do consumo em 2021 será na ordem de 1200 megawatts (MW), pelo que os novos geradores a gás natural vão poder satisfazer, “em situações normais”, 30 por cento da energia eléctrica. A CEM está a avaliar as propostas relativas ao projecto das novas unidades de geradores a gás natural, “prevendo-se que a adjudicação seja concluída ainda este ano”, indicou o GDSE, apontando que a capacidade de geração de electricidade local poderá aumentar mais de 400 MW, mas que apenas será determinada em concreto de acordo com os resultados do concurso. Casos urgentes Relativamente às situações de emergência, como passagem de tufões, o GDSE explicou que o conjunto dos geradores locais pode satisfazer 50 por cento da energia eléctrica, se os geradores a diesel, de reserva, estiverem activados para o efeito (cuja capacidade de produção de energia é de 200 MW). “Além disso, o Governo da RAEM, em conjunto, com a China Southern Power Grid, encontra-se a estudar a possibilidade do uso da central térmica da região vizinha para servir de fonte de fornecimento de energia de reserva de Macau em situações de emergência, como forma de garantir o fornecimento de electricidade a Macau em casos de emergência a longo prazo”, adiantou.