Pré-escolar de matriz portuguesa em Macau é visto como oportunidade por famílias chinesas

A coordenadora de um jardim de infância de matriz portuguesa em Macau considera que a grande maioria das famílias chineses optam por este modo porque olham para o português como uma vantagem futura.

Bárbara Maria Carmo, coordenadora do Jardim de Infância Costa Nunes, explicou à Lusa que a instituição tem cerca de dois terços de crianças chinesas no pré-escolar, porque “o conhecimento do português pode ser um valor acrescentado no futuro”

“A maioria dos pais não nativos de língua portuguesa procura na nossa escola uma educação baseada numa aprendizagem mais lúdica, numa perspetiva mais criativa e com maior liberdade de expressão”, acrescentou.

Para Bárbara Carmo, há muitos desafios no ensino de estudantes não nativos de língua portuguesa, mas o maior deles é a barreira linguística.

“Temos muitas famílias que não falam português ou inglês, pelo que por vezes pode ser muito desafiante e temos de usar muitos recursos para nos fazer compreender”, indicou. A responsável do Costa Nunes, com 287 alunos de várias nacionalidades, notou que “as diferenças culturais também podem ser um desafio, mas a fusão de duas culturas é muito enriquecedora”.

Em contraste, na Escola Primária Luso-Chinesa da Flora, apenas perto de 10% dos alunos portugueses estão inscritos nas secções bilingue e chinesa, contra mais de 90% dos alunos portugueses estão inscritos na secção portuguesa, de acordo com uma resposta escrita do estabelecimento de ensino enviada à Lusa. A escola tem 80 alunos de nacionalidade portuguesa.

A Direção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) referiu à Lusa que para os falantes nativos de português, o estudo da língua chinesa é mais difícil ao nível da escrita e da leitura.

“Ao longo dos anos, alunos de diferentes línguas maternas têm sido matriculados em escolas do setor público. A experiência mostra que os estudantes cuja língua materna não é o chinês têm mais dificuldade em aprender chinês na leitura e na escrita do que em ouvir e falar”, indicou fonte da DSEDJ.

Bárbara Carmo explicou que as diferenças na cultura e nos sons das línguas são tantas que a adaptação leva muito tempo. “É muito comum que as crianças passem uma fase de silêncio e apenas alguns meses depois comecem a dizer algumas palavras em português”, sublinhou.

“Podemos ver uma melhoria diariamente, porque podemos observar que as crianças compreendem as frases de comando sem necessidade de as repetir em inglês. Dia após dia, podemos ver que as crianças estão mais à vontade com a língua portuguesa e é aí que o processo começa”, acrescentou.

A DSEDJ lembrou que a educação linguística não é uma tarefa imediata e requer um longo período de tempo para construir os alicerces da língua.

Na mesma nota, a Escola Primária Luso-Chinesa da Flora salientou que “o interesse dos estudantes na aprendizagem, a motivação, o ambiente linguístico e o apoio familiar afetam os resultados de aprendizagem”.

Além do currículo formal, a Escola Primária Luso-Chinesa da Flora também cria “um ambiente de aprendizagem de línguas e oferece uma vasta gama de atividades para ajudar os alunos a compreender a cultura chinesa, aumentar o interesse em aprender chinês e desenvolver a língua chinesa básica”.

14 Mar 2022

Covid-19 | S.F. Express suspende envios de e para Macau

Uma multinacional de correio rápido chinesa disse terem sido suspensos, desde sexta-feira, em Macau e Hong Kong todos os envios de e para a China, devido às medidas de controlo contra a covid-19. A decisão da S.F. Express, a segunda maior empresa de serviços de entrega expresso na China, surgiu depois de terem sido registados nove casos de covid-19 em Hangzhou, capital da província chinesa de Zhejiang, no sudeste do país.

Todos os doentes são trabalhadores num centro de trânsito expresso da empresa, naquela cidade, indicaram as autoridades de Macau, em comunicado. “Esta situação revela que fazer compras em plataformas electrónicas” implica “o risco de serem contaminados” pelo SARS-CoV-2, afirmou, na mesma nota, o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus.

O Centro pediu ainda aos residentes para que manuseiem com cuidado, os produtos adquiridos por correio, enumerando vários cuidados a tomar.

Em Janeiro, as autoridades sanitárias do território tinham já pedido à população para receberem menos encomendas pelo correio, depois de, na altura, a China ter ligado recentes casos da doença a encomendas chegadas do estrangeiro.

14 Mar 2022

MNE | Portugueses podem pedir registo de nascimento ‘online’

Os portugueses que vivem fora da Europa podem solicitar ‘online’ o registo de nascimento e a nacionalidade portuguesa para os filhos, anunciaram os ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Justiça na sexta-feira.

Segundo um comunicado conjunto, ficam abrangidas as comunidades da diáspora portuguesa nos quatro continentes: Europa, África, América e Ásia. Os cidadãos nacionais aí residentes ficam com a possibilidade de pedir ‘online’ o registo de nascimento e a atribuição da nacionalidade portuguesa para os seus filhos nascidos há menos de um ano, de forma gratuita e sem deslocações ao posto consular, prossegue a nota.

O registo ‘online’ de nascimento está agora disponível em todos os países de língua oficial portuguesa, incluindo ainda o território de Macau, e em vários países cujo idioma oficial é a língua inglesa, francesa ou espanhola, perfazendo um total de 58 países.

O acesso ao registo ‘online’ de nascimento é feito no Portal da Justiça (https://nascimento.justica.gov.pt/). Para submeter o pedido é necessário juntar o documento comprovativo do nascimento, emitido pelo hospital ou pela maternidade onde o parto ocorreu, e o registo de nascimento local.

O registo de nascimento ‘online’ foi lançado em Portugal em 13 de Abril de 2020. A 21 Dezembro do mesmo ano este serviço ‘online’ passou a abranger o registo de cidadãos portugueses nascidos em França e no Reino Unido e, em Novembro de 2021, foi alargado a todos os países da União Europeia.

Segundo os ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Justiça, entre Dezembro de 2020 e Fevereiro de 2022 foram submetidos no estrangeiro, por via ‘online’, 777 pedidos de nacionalidade e registo de nascimento.

14 Mar 2022

AL | Governo sem resposta sobre grades em saídas de emergência

Após vários pedidos de esclarecimento, tanto a DSSOPT como a Assembleia Legislativa não comentaram a instalação de grades nas saídas de emergência do edifício legislativo. Mário Duque, autor do projecto da AL, aponta que, além de atentar contra as normas de segurança, o caso viola o princípio da boa-fé. O arquitecto enviou uma carta a Raimundo do Rosário sobre o caso

 

A Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) e a Assembleia Legislativa (AL) escusaram-se a esclarecer as razões e os procedimentos da instalação de grades nas janelas do rés-do-chão do edifício da AL e encaminharam, mutuamente, novos pedidos de explicação entre si. Quase três meses depois, nenhum dos organismos respondeu às questões do HM.

Recorde-se que a DSSOPT avançou e concluiu a instalação das grades, bloqueando assim duas saídas de emergência do edifício, sem o aval do arquitecto responsável pelo desenho da AL, Mário Duarte Duque. Além disso, a obra teve início dois meses antes do pedido de parecer enviado no dia 25 de Novembro, pela DSSOPT, ao autor do projecto.

Questionada no dia 8 de Dezembro de 2021 sobre a obra “73/2021”, dada, já na altura, como concluída e designada por “Obras de Melhoramento AGO 2021”, onde não constam descrições nos campos “Objectivo” e “Características”, a DSSOPT sugeriu ao HM que solicitasse informações à AL. Contactada nos dias 16 de Dezembro de 2021 e 4 de Fevereiro de 2022, a AL acabaria por responder no dia 7 de Fevereiro de 2022, apontando ter solicitado à DSSOPT para dar seguimento ao caso. “A Assembleia Legislativa contactou a DSSOPT, a qual irá dar seguimento ao assunto”, pode ler-se na resposta enviada ao HM.

Contactada novamente a DSSOPT, e também o Gabinete do Secretário para os Transportes e Obras Públicas, respectivamente nos dias 7 e 28 de Fevereiro, os esclarecimentos foram novamente remetidos para a AL. “À semelhança da resposta dada recentemente pela DSSOPT, relativamente às seguintes questões, propomos a V. Exa. que solicite informações à Assembleia Legislativa”, disse o Gabinete do Secretário para os Transportes e Obras Públicas no dia 28 de Fevereiro.

Durante um contacto telefónico estabelecido no mesmo dia para dar seguimento à questão, o Gabinete do Secretário apontou, por fim, “não haver desenvolvimentos a acrescentar sobre a matéria”.

Do pedido de esclarecimento constavam questões relacionadas com o objectivo da instalação do gradeamento, as condições de segurança da AL após o bloqueio das saídas de emergência e a conclusão da obra antes de o arquitecto ter tido oportunidade de responder ao parecer enviado pela DSSOPT.

Faroeste administrativo

Contactado pelo HM, Mário Duque reiterou que a instalação das grades nas saídas de emergência da AL atenta contra as normas de segurança e prudência e o interesse “legítimo e directo” dos autores da obra de arquitectura, e que a forma como a DSSOPT lidou com a situação, retirou “boa-fé ao procedimento”, indo, por isso, contra o próprio Código de Procedimento Administrativo.

“[O caso] atenta contra as normas de prudência e de segurança, ordenamento administrativo e interesses directos e legítimos, cujo tratamento por parte da DSSOPT configura verdadeiras faltas funcionais, as quais vêm sendo admitidas ao abrigo do estado da cultura administrativa do organismo”, começou por apontar.

“A cultura administrativa da DSSOPT é como o aquecimento global. Só se resolve quando os agentes adoptarem os comportamentos que se impõem, face ao estado das coisas”, acrescentou.

O arquitecto, considerou ainda que as circunstâncias do caso vão também contra a protecção da confiança dos cidadãos, ou seja aquilo que diz ser “o mínimo de certeza e segurança que as pessoas devem poder depositar na sua ordem administrativa”.

Como exemplo de incumprimento do princípio da boa-fé, Mário Duque indicou o facto de ter recebido um pedido de parecer sobre o projecto, depois de as obras já terem sido iniciadas e concluídas. “Quem consulta alguém, suscita a confiança de querer ouvir, para depois melhor decidir. Neste caso, quer ouvir de quem melhor conhece as características da obra, ou seja, do seu autor, para sobre ela se aconselhar, ao abrigo de um interesse directo e legítimo. O procedimento de consulta em causa (…) não foi apto, nem de boa-fé”, vincou.

Por isso mesmo, e perante aquilo que considera ser a “cobertura conveniente” que o departamento jurídico da DSSOPT tem dado às modificações do projecto original da AL ao longo do tempo, o arquitecto revelou ter enviado uma carta ao secretário para as Obras Públicas e Transportes, Raimundo do Rosário, a pedir supervisão e esclarecimentos.

14 Mar 2022

Turismo | Autoridades imploram por mais visitantes para relançar economia

Maria Helena de Senna Fernandes reconhece que Macau está a sofrer com o novo normal e admite que são precisos “desesperadamente” mais turistas. Por outro lado, deixou o aviso: sem visitantes, os “tempos vão continuar a ser muito difíceis”

 

Macau precisa de mais visitantes, mas o regresso de excursões vindas da China ainda está longe, apesar de 80 por cento da população estar vacinada contra a covid-19, reconhece a responsável pela Direcção dos Serviços de Turismo (DST).

“No ano passado estivemos muito perto de retomar as excursões organizadas, mas infelizmente nessa altura houve uns pequenos surtos em Macau”, disse Maria Helena de Senna Fernandes, na sexta-feira, à agência Lusa.

Desde Outubro que a região não regista quaisquer casos locais de covid-19, mas o Interior registou na sexta-feira mais de mil infecções locais, pela primeira vez em dois anos. “Continuamos a tentar retomar as excursões, mas ainda estamos algo distantes dessa meta”, afirmou Senna Fernandes.

O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus anunciou na quinta-feira que mais de 547 mil pessoas – mais de 80 por cento da população de Macau – já recebeu pelo menos uma dose de uma vacina contra a covid-19.

Senna Fernandes garantiu que o Governo central não estabeleceu qualquer meta de vacinação para a retoma das excursões. “Temos de ser pacientes e continuar a demonstrar que Macau é uma cidade segura”, disse a directora da DST, após um seminário sobre o futuro do turismo na região após a pandemia.

Staycation não é solução

Durante o seminário, a responsável pelo turismo admitiu que Macau “precisa desesperadamente de mais visitantes, de uma forma mais estável e sustentável, sem os altos e baixos causados pelos surtos” de covid-19.

As medidas tomadas para encorajar residentes locais a ficaram em hotéis locais “não são uma solução a longo prazo”, reconheceu.

“Se não conseguirmos retomar outros sectores de turismo, os tempos vão continuar a ser muito difíceis”, confessou Senna Fernandes.

A directora da DST lembrou que as agências de viagens e os guias turísticos estão há dois anos praticamente sem trabalhar e que, devido à baixa taxa de ocupação, “é hoje possível ficar num hotel cinco estrelas por 100 patacas”.

Em 2022, a região vai realizar eventos de promoção turística em Wuhan, Changsha, Qingdao, Zhengzhou, Tianjin e Xiamen, seis cidades da China continental “com voos ou ligação por comboio de alta velocidade a Macau”, explicou a responsável.

Em Maio vai acontecer a segunda Gala de Drones de Macau, com 880 drones. “A primeira edição, em Dezembro, tinha só 300, por isso vamos poder passar de padrões a duas dimensões para três dimensões”, disse Senna Fernandes.

Pelo contrário, a edição deste ano do Fórum de Economia de Turismo Global – que foi cancelado em 2021 – deverá passar de 27 e 28 de Abril para Junho, devido à vaga de infecções por covid-19 em Hong Kong, acrescentou a directora da DST.

14 Mar 2022

Covid-19 | Autoridades poderão exigir mais testes a quem chega de Hong Kong 

As autoridades de saúde estão a analisar a possibilidade de exigir mais testes para quem vem de Hong Kong, mas não há ainda uma decisão quanto ao ajuste dos dias de quarentena. As vacinas da BioNTech para crianças chegam a Macau ainda no segundo trimestre

 

A situação pandémica em Hong Kong parece não dar sinais de abrandamento. Nesse sentido, os responsáveis do Centro de coordenação e de contingência do novo tipo de coronavírus estão a ponderar exigir mais testes para quem vem da região vizinha. Refira-se que ontem foram registados na RAEHK 31.402 novos casos de infecção.

“Não afastamos a possibilidade de pedir às pessoas que regressam de Hong Kong que façam mais testes antes da partida de autocarro para Macau”, explicou Leong Iek Hou, coordenadora do centro. “Mesmo com mais testes em diferentes dias antes da partida, não podemos garantir que a pessoa não está infectada. Continuamos com [o período] de observação médica aplicado”, frisou.

A médica foi também questionada sobre a possibilidade de aumentar o período de quarentena para quem chega de Hong Kong de 14 para 21 dias, bem como reduzir a quarentena de 21 para 14 dias para quem chega de outros países. No entanto, as autoridades não conseguem dar ainda uma resposta. “Vamos fazer estudos para ver se há ou não a necessidade de fazer um ajustamento [no período de quarentena]”, disse Leong Iek Hou.

Está também em “fase de estudo” a possibilidade de as autoridades exigirem um período de espera de dois meses, aquando do regresso a Macau, para pessoas que tenham tido covid-19, ou que testem positivo, e que recorram a outros meios de transporte que não o avião. Até agora este período de espera é apenas exigido para viagens de avião.

BioNTech infantil

Está prevista a chegada, entre Abril e Junho, de um lote de dez mil vacinas da BioNTech/mRNA para crianças com idades entre cinco e 11 anos, que serão vacinadas com duas doses.

Entretanto, desde Fevereiro foram vacinadas 16 mil crianças, 12 mil no contexto da campanha de proximidade realizada em parceria com escolas e encarregados de educação. Este fim-de-semana irá decorrer uma nova campanha de vacinação destinada a estudantes e idosos e serão instalados postos de vacinação em vários bairros da cidade.

As autoridades de saúde adiantaram ontem que, desde Fevereiro, regressaram a Macau 91 estudantes do ensino superior de Hong Kong. Relativamente ao número de vagas para quarentena, as autoridades continuam a avaliar hotéis para este fim, afirmando que o Hotel Tesouro tem gerido o número de marcações. “Sentimos uma grande pressão para as pessoas que querem regressar de Hong Kong. O Hotel Tesouro tem recebido emails para a reserva de quartos e destacado mais pessoal para responder a estas questões. Sempre que haja disponibilidade o hotel irá fazer marcações.” As autoridades receberam 80 pedidos de ajuda sobre a dificuldade de marcar um hotel, mas alguns pedidos podem ser repetidos.

Taxa de vacinação de 72,6%

Ao final da tarde de quarta-feira, quase 496 mil habitantes de Macau tinham recebido duas ou três doses da vacina contra a covid-19, representando uma taxa de vacinação de 72,6 por cento. Os Serviços de Saúde anunciaram ontem que a taxa de vacinação contra a covid-19 em Macau atingira 80,2 por cento, com mais de 547 mil pessoas vacinadas, número que inclui quem tomou apenas a primeira dose.

No entanto, a taxa de vacinação das pessoas com mais de 80 anos é de 30,6 por cento. As autoridades dizem notar “um aumento significativo” da taxa de vacinação entre idosos e crianças. De acordo com a análise feita recentemente pelo Centro de Protecção de Saúde de Hong Kong das 1.341 pessoas que morreram em Hong Kong, 91,3 por cento não tinham concluído a administração das vacinas.

11 Mar 2022

DSAL | Organizados encontros de trabalho com operadoras

Nos próximos dias 21, 22 e 23 de Março, a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) organiza uma série de encontros de emparelhamento de emprego, com 690 vagas disponíveis, em cooperação com as seis concessionárias de jogo.

Um comunicado do Governo justificou as sessões com “as recentes mudanças no ambiente de emprego”, a necessidade de “equilibrar a oferta e a procura no mercado de trabalho e proteger os direitos laborais dos residentes de Macau”.

As 690 vagas dizem respeito a cargos na “linha da frente e serviços logísticos de hotéis e estabelecimentos de restauração, envolvendo os postos de trabalho de nível básico, intermediário e técnicos especializados”.

As posições disponíveis incluem “chefe de secção da recepção de hotéis, chefe de secção dos serviços de restauração, assistente de gerente de restaurante, escanção de chá, analista de segurança cibernética, analista estratégico e encarregado de limpeza e arrumação de quartos”. O salário mais elevado entre as ofertas disponíveis é de 32 000 patacas.

As sessões de emparelhamento profissional estão programadas nas seguintes datas: 21 de Março (MGM e Galaxy), 22 de Março (Sands e STDM) e 23 de Março (Wynn e City of Dreams).

11 Mar 2022

Urbanismo | Executivo vai expropriar terreno comprado por 21 milhões

As Obras Públicas planeiam criar uma nova zona verde na Península, e vão avançar para a expropriação de um terreno privado. Na reunião de ontem do Conselho do Planeamento Urbanístico foi também discutido o novo edifício dos tribunais, que ameaça o corredor visual para a Colina da Guia

 

O Governo quer expropriar o terreno da Escada do Caracol n.º 7, um espaço verde situado nas traseiras do Jardim de Camões, comprado em 2013 por 21 milhões de patacas. A informação foi divulgada ontem no Conselho do Planeamento Urbanístico, numa reunião que serviu para aprovar uma Planta de Condições Urbanísticas (PCU), a impedir a construção no local.

“A elaboração da Planta de Condições Urbanísticas foi feita de acordo com os nossos planos. Pretendemos que não se possa construir naquele terreno”, começou por explicar o funcionário das Obras Públicas, que apresentou os planos. “Claro que vamos ter de cumprir as formalidades e assinar um contrato com o proprietário para a cedência do terreno ao domínio público. Nesta fase, estamos apenas a apresentar uma proposta ao conselho”, acrescentou.

Face à proposta para criar uma zona verde no centro, Álvaro Rodrigues, membro do CPU, alertou que o terreno é uma propriedade privada e que em 2013 foi comprado por uma empresa, a actual proprietária, por 21 milhões de patacas. O nome da empresa não foi revelado.

“O pedido para a planta foi solicitado pela proprietária, por isso, acho que antes de se discutir a expropriação que os serviços competentes devem informar a requerente, em vez de se avançar já com a emissão da planta”, considerou Álvaro Rodrigues. “Legalmente, não há problema com a expropriação, é possível, desde que esteja reunido o interesse público e seja paga uma indemnização de acordo com o preço do mercado. Não vejo problema. Mas, vamos aprovar um plano para zonas verdes, que implica a perda do regime do terreno, sem ouvir o proprietário?”, perguntou.

A questão não impediu a votação e a planta foi aprovada, com Wong Chiu Man, director da DSSOPT e presidente do CPU, a prometer que os pormenores da proposta de expropriação seriam posteriormente tratados com a empresa.

O corredor da polémica

Também na reunião de ontem, o arquitecto André Lui mostrou-se preocupado com a altura do novo edifício para os tribunais na Zona do Lago Nam Van, que considerou levar ao aumento da construção em altura na área. O arquitecto teme que a altura da construção com 58 metros, a partir da linha do mar, ameaça o corredor visual para a Fortaleza de Nossa Senhora do Bom Parto, Residência Consular e Igreja da Penha.

“Sei que sentimos que os recursos de terras em Macau são escassos e que precisamos de aproveitar bem todos terrenos. Mas, se não houver um bom planeamento podemos deixar consequências negativas para as próximas dezenas de anos, que depois vão ser irreversíveis”, avisou o arquitecto. “Se permitirmos uma construção que bloqueie o corredor visual, no futuro, os terrenos que vão ser construídos nos arredores vão utilizar esta altura como referência. E isso vai ter impacto negativo para esta zona”, acrescentou.

Vários terrenos ficaram por desenvolver devido à demora na implementação do Plano Director, levando o Governo a congelar a autorização de obras na Zona do Lago Nam Van. Por isso, são vários os terrenos que ainda podem ser construídos naquele lugar, inclusive para habitação privada.

André Lui considerou ainda que faltou informação para ponderar totalmente o impacto visual e sugeriu que fosse feito um modelo 3D, para “ver se após a conclusão das obras o corredor visual vai ficar bloqueado”. Esta opinião foi igualmente partilhada pela arquitecta Chan Chio I. Como este projecto é público, o CPU não tem poder de veto, e apenas exerce funções consultivas.

11 Mar 2022

Associação das Mulheres | Política nacional de três filhos é exemplo a seguir

A Associação Geral das Mulheres quer que o Governo garanta um ambiente social propício à natalidade e que siga a política nacional de três filhos. A posição surgiu depois do anúncio de que no ano passado Macau registou a mais baixa natalidade desde 2005. A deputada Lo Choi In sugeriu uma nova ronda de apoio ao consumo com valor mais elevado

 

Temos de recuar até 2005 para encontrar um ano com menos nascimentos do que os registados no ano passado. Em 2021, “o número de nados-vivos totalizou 5.026, menos 519, em termos anuais. A taxa de natalidade situou-se em 7,4 por cento, sendo esta a taxa mais baixa desde 2005”, indicou a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos na segunda-feira.

Os dados fizeram soar alarmes em vários sectores, em particular na tradicional Associação Geral das Mulheres de Macau que emitiu ontem um comunicado a defender que o Executivo de Ho Iat Seng deve seguir a política nacional de natalidade dos três filhos, enquadrada num rol de medidas de apoio familiar.

O comunicado assinado pela vice-presidente da associação, Chong Leng Leng, sugeriu um conjunto de medidas para inverter a tendência de envelhecimento populacional que se verifica em Macau, que passa pela criação do ambiente político e social que favoreça a natalidade e que “deixe a população feliz com a perspectiva de ter um bebé”.

A dirigente indicou ainda que deve ser seguido o espírito da lei de bases da política familiar, em vigor há quase três décadas, e que o Governo adiantou recentemente não ter planos para rever.

“Face às mudanças demográficas verificadas em Macau, é necessário formular políticas de longo prazo que sejam apropriadas ao desenvolvimento social e aos problemas económicos das famílias, como as preocupações com habitação, apoio social e familiar”, afirmou Chong Leng Leng.

Por outro lado

A dirigente da Associação Geral das Mulheres entende que “a lei das relações laborais também deve ser revista para implementar medidas pró-família”, fortalecer a comunicação entre empresas e a sociedade. Outra vertente a explorar, é a comunicativa, com “campanhas de marketing dirigidas a casais jovens e apoio a associações e organizações que ofereçam serviços de educação familiar e matrimonial, guias de fertilidade e materiais informativos que reduzam a ansiedade dos jovens em relação ao casamento e à natalidade”.

Além dos factores económicos, Chong Leng Leng aponta o dedo à pandemia enquanto elemento que trouxe incerteza aos casais que ponderavam ter um filho. A dirigente salientou que os residentes de Macau casam e procriam cada vez mais tarde ou, pura e simplesmente, não têm intenção de casar ou ter filhos.

A recém-eleita deputada Lo Choi In também endereçou o tema, relacionando-o apenas com a recuperação económica de Macau, a única forma para aliviar o stress dos jovens. Em declarações ao jornal do Cidadão, a legisladora ligada à comunidade de Jiangmen relacionou a baixa natalidade com o aumento do desemprego, preço da habitação e bens de consumo. Nesse sentido, Lo Choi In sugeriu mais uma ronda de cartão de consumo com montante mais elevado e com menos limitações nas compras para incentivar a economia e apoiar as famílias.

11 Mar 2022

Contrabando | Oito autorizações de permanência a TNR anuladas

Nos dois primeiros meses do ano, a polícia apreendeu quase metade da carga contrabandeada durante o todo o ano de 2021, num valor total de 12,25 milhões de patacas. Ao longo de Janeiro e Fevereiro, foram acusados 109 indivíduos de delitos relacionados com contrabando

 

Durante os primeiros dois meses do ano, os Serviços de Alfândega apreenderam 12,25 milhões de patacas em artigos contrabandeados em 75 casos detectados ao abrigo dos quais foram acusadas 109 pessoas.

Os números revelados ontem por José Pou, dos Serviços de Alfândega, em declarações à TDM – Rádio Macau, mostram uma tendência de subida no combate ao contrabando, tendo em conta que durante todo o ano passado foram acusadas 249 pessoas e apreendidos artigos no valor de 28 milhões de patacas. “Até Fevereiro desenvolvemos catorze acções de combate ao comércio paralelo, incluindo duas acções conjuntas transfronteiriças e em cooperação com Serviços de Alfândega de Gongbei, CPSP, IAM, e Serviços de Saúde e detectados 75 casos de violação envolvendo

A realidade do contrabando, com particular incidência na zona das Portas do Cerco, é um cenário habitual há muito tempo. Porém, este tipo de actividade clandestina voltou ao radar das autoridades depois de uma mulher que fazia contrabando nas Portas do Cerco ter testado positivo a covid-19 no final do mês passado.

As declarações de representantes dos Serviços de Alfândega e do Corpo da Polícia de Segurança Pública foram prestadas na sequência de um episódio do programa Fórum Macau, do canal chinês da TDM, onde vários ouvintes se queixaram que a prática de contrabando por pessoas que têm visto familiar para entrar em Macau se tornou uma ocorrência normal. Ma Chio Hong, da Divisão de Operações e Comunicações do CPSP, sublinhou que a aprovação dos documentos é da competência das autoridades chinesas, mas que o Executivo da RAEM reportou às suas congéneres no Interior da China a situação e reforçou o controlo e inspecção de quem passa as fronteiras.

Além disso, dados dos Serviços de Alfândega indicam que 20 por cento dos detidos por contrabando é residente de Macau.

Universo paralelo

Além de detenções e proibições de entrada no território, Lao Ka Weng, da Divisão de Investigação e Repatriamento, afirmou que nos primeiros dois meses de 2022 as autoridades anularam autorizações de permanência provisória a oito trabalhadores não residentes por suspeitas de contrabando.

Os tipos de produtos que mais circulam no mercado clandestino são produtos domésticos, electrónicos, telemóveis, computadores, componentes informáticos, vestuário de marca, alimentos, medicamentos, tabaco e plantas.

A página de Facebook do CPSP mostra fotografias de operações diárias de combate ao contrabando na zona das Portas do Cerco desde 2 de Março, um delito que até à descoberta de um caso positivo de covid-19 beneficiou de relativa complacência das autoridades. Por exemplo, o balanço da criminalidade de 2021 divulgado na semana passada não menciona actividades de contrabando ao longo das suas 97 páginas.

10 Mar 2022

IAM | Ligação de ciclovias da Taipa à Flor de Lótus em estudo

Apesar de as estimativas iniciais apontarem para que as obras ficassem concluídas no ano passado, o presidente do Instituto para os Assuntos Municipais admite estar ainda à espera de pareceres para arrancar com a construção

 

O Governo está a ponderar criar uma ponte para fazer a ligação entre as ciclovias da zona de lazer da Marginal da Taipa e a ciclovia Flor de Lótus. A revelação foi feita por José Tavares, presidente do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), em resposta a uma interpelação do deputado Lei Chan U.

As autoridades acreditam que a ponte é a melhor solução para encontrar um equilíbrio entre a passagem das bicicletas e as embarcações que navegam no local. “Devido à localização da conexão entre as duas ciclovias estar situada na foz da zona de embarcações de recreio de Coloane, a forma mais adequada para a ligação entre ambas seria uma ponte”, revelou José Tavares, presidente do IAM.

Nesta fase, as autoridades aguardam por um estudo “para decidir o grau de inclinação” porque consideram imprescindível “ponderar a passagem de bicicletas e de barcos” no local e ser necessário avaliar “a questão do planeamento de vias navegáveis”.

Quanto ao andamento dos trabalhos, o IAM pediu pareceres “aos serviços competentes” sobre o design do projecto, e só depois vai ser possível fazer uma nova revisão para avançar com a execução das obras.

A resposta revela igualmente uma nova abordagem à ligação, uma vez que em 2018, também numa resposta a uma interpelação do deputado Lei Chan U, o IAM tinha admitido que estava mais inclinado para a construção de um viaduto naquela zona, em vez da construção de uma ponte.

Sem previsão

Quando escreveu a interpelação, Lei Chan U recordou o debate das Linhas de Acção Governativa de 2020, em que o Executivo tinha previsto que as obras iam ficar concluídas no final do ano passado.

No entanto, Lei também reconhece que no início deste ano, o IAM tinha reconhecido alguns atrasos em obras locais “devido à situação de pandemia”.

Por isso, o deputado voltou a questionar o IAM sobre uma data para as conclusões do trabalho. No entanto, em resposta, o presidente do IAM não se comprometeu com qualquer calendário, uma vez que o andamento dos trabalhos está dependente dos estudos dos “serviços competentes”.

Com a conclusão dos trabalhos, a ligação entre as ciclovias da zona de lazer da Marginal da Taipa e a Flor de Lótus vai ter 1,5 quilómetros. Esta extensão vai fazer com que os ciclistas tenham uma distância de 7,5 quilómetros para pedalar.

10 Mar 2022

Receitas do jogo mantêm tendência de queda

As receitas brutas do jogo de Macau deverão cair 75 por cento em Março em relação aos níveis pré-pandemia, prevê a consultora Bernstein, de acordo com um relatório citado pela Rádio Macau. Em Março de 2019, as receitas do jogo tinham sido de 25,84 mil milhões de patacas, e a queda prevista implica uma redução para 6,46 mil milhões.

A consultora aponta como razões para a queda a estagnação da indústria na primeira semana de Março, devido a uma menor procura de viagens motivada pelo número crescente de casos de covid-19 em Hong Kong e na província de Cantão. Outro facto que afecta de forma negativa a indústria, é a realização das reuniões da Assembleia Popular Nacional, e da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês.

Segundo dados citados, as receitas brutas do jogo nos primeiros seis dias de Março totalizaram cerca de 1,1 mil milhões de patacas, menos 78 por cento do que mesmo no mesmo período de 2019, e 32 por cento abaixo dos valores do ano passado. No ano passado, em Março, as receitas foram de 8,31 mil milhões de patacas.

A consultora previu igualmente que as receitas continuem sob pressão, no curto prazo, mas mantém previsões optimistas quanto a uma recuperação acentuada, no longo prazo. Uma das razões que contribui para o optimismo é o regresso da emissão de vistos individuais e de grupo de turismo. No entanto, o Interior não indicou qualquer data para o regresso dessas emissões.

9 Mar 2022

Ambiente | Emissões de gases do efeito estufa caíram 17 por cento

Apesar de o consumo de electricidade ter permanecido estável em 2020, no primeiro ano da pandemia, a redução das viagens de avião contribuiu de forma significativa para uma quebra nas emissões dos gases de efeito estufa

 

No primeiro ano da pandemia da covid-19, a emissão de gases do efeito estufa no território registou uma quebra de cerca de 17 por cento, de 6,13 mil toneladas de dióxido de carbono (CO2) para 5,05 mil toneladas de CO2. Os números constam de um estudo realizado pelos académicos To Wai Ming, da Universidade Politécnica de Macau, e Lam King Hang, da Universidade de Hong Kong, sobre relação entre o crescimento económico, o consumo de energia e a emissão de gases de efeito estufa.

A redução foi justificada com uma diminuição das viagens de avião da RAEM. A queda no consumo do combustível de avião foi de 78 por cento, de 344,7 milhões de litro por ano para 75,4 milhões de litro por ano.

“Os resultados indicam que em 2020 a queda nas emissões de gases do efeito estufa para 5,05 mil toneladas de CO2 e equivalentes se ficou a dever principalmente à redução do combustível de avião”, é justificado.

Segundo estes dados, em 2019, antes da pandemia, cada residente era “responsável” por emissões de 1,68 toneladas gases do efeito estufa.

O consumo de 75,4 milhões de litro de combustível por ano é o mais reduzido desde a transferência da soberania. Em comparação, em 2000 o consumo tinha sido de 106,9 milhões de litro por ano. Por contraste, o valor de 2019 tinha sido o mais alto de sempre, desde que há registos.

O combustível de avião tem por base a querosene, também conhecida como óleo de parafina. De acordo com os dados da Organização Internacional de Aviação Civil, por cada quilo de combustível de avião que é queimado durante uma viagem são libertados para atmosfera 3,16 quilos de dióxido de carbono, o que faz com que esta seja uma das principais razões da libertação dos gases do efeito estufa.

Menos energia

A pandemia levou igualmente a um menor consumo de energia tanto nas habitações, como nos casinos ou nos transportes que circulam no território. O consumo total de energia, gerado por diversas fontes, como gás natural, gasolina, gasóleo ou gás liquefeito, em 2019 foi de 46.632 terajoules para 32.1879 terajoules, em 2020, o que significa que houve uma quebra de cerca de um terço, 31 por cento.

No entanto, os autores reconhecem que no que diz respeito à produção de electricidade em Macau, há limitações muito claras face à expectativa de haver uma redução significativa dos gases do efeito estufa. Em causa, está o facto de a maioria da energia local ser produzida em Zhuhai, o que faz com que as emissões não entrem na estatística local.

A atestar este facto está o dado sobre a importação de electricidade, que sofreu uma alteração muito ligeira. Em 2020, foram importados de Zhuhai 17.459 terajoules de electricidade, quando em 2019 tinham sido importados 17,914 terajoules. A produção local foi de 2.025 terajoules, uma redução face a 2019, quando se tinham produzido na RAEM 2.987 terajoules.

Apesar das limitações, os académicos destacam que a pandemia teve um lado positivo ao mostrar que as fundações da economia local são frágeis. “A pandemia da covid-19 é uma bênção escondida porque vai permitir que Macau atravesse um período de recuperação climática e repense a estrutura económica”, sublinharam.

9 Mar 2022

Covid-19 | Detectados quatro casos de recaída

As autoridades detectaram quatro casos de recaída da covid-19 após quatro residentes de Macau, oriundas de Hong Kong, terem testado “fracos positivos” à doença. Em causa estão quatro estudantes, três mulheres e um homem, com idades compreendidas entre os 19 e os 20 anos, que foram diagnosticados com covid-19 em Hong Kong entre os dias 16 e 17 de Fevereiro.

Dois deles estão vacinados com duas doses da vacina mRNA/BionTech, enquanto que os outros dois têm as três doses da mesma vacina. Os quatro estudantes chegaram a Macau esta segunda-feira, às 14h, tendo viajado de Hong Kong num autocarro dourado. Com o resultado de “fraco positivo” os quatro estudantes foram encaminhados para o Centro Clínico de Saúde Pública de Coloane para isolamento, não apresentando sintomas.

8 Mar 2022

Demografia | Mais TNR na construção civil. Menos em trabalhos domésticos 

Dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) revelam que o número de trabalhadores não residentes (TNR) era, no final do ano passado, 30.362, o que representa um aumento de 3.378 trabalhadores face a igual período de 2020.

Por sua vez, registaram-se, em Dezembro, menos 3.372 TNR na área do trabalho doméstico, que empregava um total de 26.033 pessoas. No ano passado, existiam 2.627 indivíduos do Interior da China recém-chegados a Macau titulares de “Salvo-Conduto Singular”, uma quebra de 346 em termos anuais. Desses, 1705 eram provenientes de Guangdong, sendo que 65,9 por cento diz respeito a mulheres. No ano passado, foi concedida residência a 468 pessoas, menos 262 em termos anuais.

Em Dezembro, Macau tinha uma população de 683.200 pessoas, mais 900 face a Setembro e mais 100 em termos anuais. A população local, que não inclui TNR ou estudantes vindos do exterior, era de 570.100 pessoas, um aumento de 1,1 por cento face a 2020. O índice de envelhecimento, aumentou para 83,7 por cento.

No ano passado, morreram mais 90 pessoas face a 2020, num total de 2.320 óbitos. A maior causa das mortes foi a ocorrência de tumores malignos, num total de 873 casos e 37,6 por cento. Seguem-se as doenças de coração, com 253 casos, e pneumonia, 252, representando ambos 10,9 por cento do total de óbitos.

8 Mar 2022

Lago Nam Van | Rui Leão defende estudo de impacto visual

Rui Leão defende que o Governo deve encomendar um estudo de impacto visual para as construções previstas para os lotes C1 e C4 do Lago Nam Van. Em causa, está o facto de a altura dos futuros edifícios, poder vir a impactar negativamente a envolvência de património classificado, como a Fortaleza de Nossa Sra. do Bom Parto, a Residência Consular Portuguesa e Igreja da Penha

 

O arquitecto Rui Leão considera que o facto de existirem três edifícios classificados na área envolvente dos lotes C1 e C4 do Lago Nam Van, onde se prevê a construção de edifícios até 50 metros de altura junto ao actual edifício do Tribunal Judicial de Base, justifica a encomenda de um estudo de impacto visual por parte do Governo.

Em causa, segundo os comentários elencados por Rui Leão através de uma nota escrita, está o impacto negativo que as novas construções poderão vir a ter nas imediações da Fortaleza de Nossa Sra. do Bom Parto (Monumento Classificado), da Residência Consular Portuguesa e da Igreja da Penha, sendo estes últimos classificados como edifícios de interesse arquitectónico.

Para o arquitecto, a encomenda de estudos de impacto visual sobre a planta de condições urbanísticas (PCU) em questão, “justifica-se” dado estarem “previstos na Lei de Salvaguarda de Património para edifícios classificados ou em vias de classificação” e no “Plano de Gestão de Património, elaborado pelo Governo da RAEM”. Isto, além de que este tipo de estudo “é prática corrente pelo mundo fora”, incluindo em Hong Kong, China, Singapura, Japão, Coreia do Sul e Malásia.

“Será má prática que num caso tão gritante, onde se encontram três edifícios classificados, não se cumpra com boas práticas de impacto visual sobre a áreas de património”, pode ler-se na nota enviada.

“Caso esta PCU avance sem ser questionada e re-equacionada, para que precisamos de Leis e Planos de Gestão e Salvaguarda, se eles não são aplicados quando existe um contexto explicitamente essencial e crítico de valores patrimoniais. Não é obrigação do Governo (…) estabelecer precedentes nas situações que são exemplarmente importantes e em contextos históricos de relevância para história de Macau, como aliás foi o caso do Farol da Guia em 2008?”, questionou ainda Rui Leão.

Para firmar a necessidade de realizar o estudo, o arquitecto alerta ainda para o facto de os corredores visuais definidos para a área serem “precários e indicativos”, dado que o impacto das novas construções apenas foi avaliado da partir de um único ponto de vista, ou seja um corredor visual, e não de um “campo alargado”.

“Chamo a atenção que se devia falar neste caso em cone visual protegido, e nunca de corredor visual. Isto porque o corredor visual é claramente a definição de uma linha, e um cone visual é um campo alargado”, apontou.

Respeitar a memória

Para Rui Leão, a questão é tanto mais premente, tendo em conta que defende que as autoridades devem respeitar o plano original do “Fecho da Baía da Praia Grande”, que tinha como intenção, não só separar os novos aterros da linha histórica da costa através da criação de dois lagos, mas também de “manter a linha de encontro entre a cidade e o rio bem visível e reconhecível”.

Por isso mesmo, o arquitecto considera que “não faz sentido” permitir que as cotas máximas permitidas sejam definidas de acordo com a cota alta do monte da Penha porque o contexto urbano em causa é diferente e se assume como ponto-chave para ligar “os novos aterros à antiga marginal, à Fortaleza do Bom Parto e à encosta”.

Na opinião de Rui Leão, como alternativa, deve ser ponderado um traçado que obstrua “significativamente menos” os três edifícios classificados e o recorte da encosta da Penha. O arquitecto sugere, por isso, que a altura das construções seja definida como uma “sequência de degraus”, que diminui à medida que se afasta do edifício do futuro tribunal e se aproxima da Fortaleza do Bom Parto.

8 Mar 2022

Crime | Consome droga e tenta entrar em escola

Um homem, com 44 anos, foi detido na sexta-feira, devido a ter consumido estupefacientes e ter tentado entrar numa escola na Zona Norte do território. O caso foi revelado ontem pela Polícia Judiciária, que foi alertada para o estado de “anomalia psíquica” do indivíduo por um dos funcionários da instituição escolar.

Segundo o relato, na sexta-feira, o homem que aparentava estar alterado, fez uma primeira tentativa para entrar na escola fazendo-se passar como pai de uma criança. No entanto, o funcionário conseguiu perceber que não era encarregado de educação e não permitiu a sua entrada.

Momentos mais tarde, o homem voltou a insistir, desta vez pegando numa das crianças pela mão. Todavia, voltou a ser barrado e o funcionário ligou para as autoridades a alertar para o sucedido.

Quando a polícia chegou ao local, foi alertada por um outro residente de que um homem suspeito se encontrava numa casa-de-banho pública, onde se teria injectado com uma substância proibida. A PJ deslocou-se ao local e encontrou duas seringas abandonas, uma das quais com vestígios de metadona.

Apesar de o sujeito não ter confessado a prática do alegado crime, a PJ considerou estarem reunidos os indícios necessários, depois de ter havido outros depoimentos de residentes da zona.

O caso foi assim reencaminhado para o Ministério Público e o homem está indiciado pela prática do crime de consumo ilícito de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas, que implica uma pena de pode ir de 3 meses a 1 ano de prisão, ou 60 a 240 dias de multa.

8 Mar 2022

Subchefe do CPSP com ligação a sala VIP suspeito de corrupção

Um subchefe do Departamento de Trânsito do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) é suspeito da prática de crimes de corrupção passiva após o Comissariado contra a Corrupção (CCAC) ter recebido uma denúncia a indicar que o agente providenciava informações sobre a polícia ao dono de uma sala VIP, em troca de benefícios.

“Um subchefe (…) [terá] praticado crimes de corrupção passiva revelando a um dono de uma sala de jogo informações sobre o corpo policial. Por sua vez, o referido dono da sala de jogo ofereceu ao subchefe e à sua esposa alojamento em suites de luxo como retribuição”, pode ler-se numa nota divulgada ontem pelo CCAC

De acordo com o comunicado, após a investigação, o organismo confirmou que o subchefe se manteve “frequentemente em contacto” com indivíduos de uma sala VIP de um casino, “tendo entrado e permanecido ilegalmente em salas VIP dos casinos por diversas vezes”.

“O subchefe terá fornecido informações sobre o corpo policial a um dono de uma sala VIP de um casino e recebido, em troca, dinheiro e alojamento gratuito em quartos de hotel entre outros benefícios”, pode ler-se na mesma nota.

Disfarce perfeito

No decorrer da investigação, o CCAC encontrou na casa do subchefe “uma grande quantidade de dinheiro, diversos equipamentos de comunicação e documentos”, bem como telemóveis e computadores relacionados com o caso.

O subchefe terá praticado os crimes de abuso de poder e de corrupção passiva para acto ilícito previstos no Código Penal, pelos quais poderá vir a ser punido com pena de prisão até 3 anos ou pena de multa, pelo primeiro, e com pena de prisão entre 1 e 8 anos.

Por seu turno, o dono da sala VIP do casino terá praticado o crime de corrupção activa, pelo qual poderá vir a cumprir uma pena de prisão até 3 anos ou uma pena de multa

O caso foi encaminhado para o Ministério Público. Sob proposta do Ministério Público, o juiz do Juízo de Instrução Criminal autorizou a aplicação, aos indivíduos, das medidas de coacção de prestação de caução e de apresentação periódica, entre outras.

8 Mar 2022

Dia da Mulher | Pandemia acelerou desigualdade de género no território

Números de pedidos de assistência na Associação Geral de Mulheres mais que triplicou devido à pandemia. Perda de rendimentos e de emprego entre as principais causas das solicitações de auxílio

 

Especialistas disseram à agência Lusa que a pandemia de covid-19 acelerou a desigualdade de género em Macau, com a Associação Geral de Mulheres a registar um aumento considerável de pedidos de ajuda nos últimos dois anos.

Segundo a associação, o número de pedidos ajuda cresceu significativamente em comparação com o período pré-pandémico: 359 casos em 2018, 337 em 2019, 1.236 casos em 2020 e 904 em 2021.

“A pandemia causou a algumas mulheres a perda dos seus empregos, perturbou o mercado de empregadas domésticas em Macau, aumentou as responsabilidades financeiras e familiares das mulheres, e dificultou a progressão das mulheres em Macau na carreira profissional, o que, de facto, afectará o progresso da igualdade de género”, salientou a professora associada da Universidade de Macau e ex-deputada da Assembleia Legislativa, Agnes Lam.

De acordo com os últimos dados oficiais, a população feminina ainda é superior à população masculina, representando 53 por cento da população total, sendo que a taxa de participação da força de trabalho feminina é de 66,8 por cento.

No entanto, “as mulheres representam 44,1 por cento do número total de funcionários públicos e 41 por cento do número total de líderes e dirigentes”, adiantou a deputada e vice-presidente da Direcção da Associação Geral das Mulheres de Macau, Wong Kit Cheng.

A Associação Geral de Mulheres é uma das mais influentes no território ao nível da representação do género feminino, mas marcada por uma forte componente tradicional. Em 2013, recusou apoiar uma proposta de lei a criminalizar a violência doméstica.

Licenças de maternidade

Outra das questões onde a diferença de género fica marcada, é na legislação e na atribuição de uma licença de maternidade paga até 70 dias para as funcionárias. Apesar de a lei ter sido revista nos últimos anos, os homens têm direito a apenas cinco dias de licença de paternidade.

Agnes Lam sustentou que Macau é uma sociedade com fortes valores tradicionais, na qual “o homem ganha o dinheiro, enquanto a mulher se ocupa das tarefas domésticas” e que a entrada das mulheres na política não é bem vista. “Isto é uma fonte de desigualdade”.

“Além disso, muitas mulheres em Macau são novas imigrantes que casaram no país e têm poucos laços sociais próprios, o que as torna um grupo de alto risco para a violência doméstica em Macau”, acrescentou. De acordo com um último estudo governamental, datado de 2017, o Índice de Desigualdade de Género de Macau deixa o território em 14.º lugar, entre 189 países/regiões do mundo.

8 Mar 2022

Jogo | Número de trabalhadores em queda. Média salarial aumenta

O sector dos casinos e lotarias registou, em termos anuais, uma quebra de 1774 trabalhadores, sendo que, no final do quarto trimestre do ano passado, estavam empregadas nesta área um total de 54.839 funcionários a tempo inteiro. Os dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) ontem divulgados revelam ainda uma quebra no número de croupiers a trabalhar, 758, sendo que estão actualmente empregados 24.406 no total. Em relação ao pessoal dos serviços e vendedores era, no quarto trimestre do ano passado, 4.899, representando uma queda homóloga de 410.

Estes dados, que não incluem promotores ou colaboradores de jogo, mostram também uma ligeira subida, de 1,1 por cento, na remuneração média dos trabalhadores deste sector. O ordenado médio está hoje nas 23.700 patacas, enquanto que a remuneração média dos croupiers é de 20.020 patacas.

No fim do trimestre em análise existiam apenas 58 postos vagos no sector das lotarias e outros jogos de aposta, correspondendo a um aumento homólogo de 32. No mesmo período foram recrutados 128 pessoas, enquanto que 521 trabalhadores deixaram os seus empregos nesta área. Segundo a DSEC, “a taxa de recrutamento de trabalhadores (0,2 por cento) e a taxa de rotatividade de trabalhadores (0,9 por cento) diminuíram ambas 0,1 pontos percentuais, em termos anuais, enquanto a taxa de vagas foi somente de 0,1 por cento”.

Os números “reflectem que a procura de mão-de-obra no sector das lotarias e outros jogos de aposta permaneceu num nível relativamente baixo”, aponta a DSEC em comunicado. Quanto à formação profissional, mais de 309 mil pessoas frequentaram cursos de formação profissional organizados pelas empresas do sector do jogo, um aumento de 57,3 por cento em termos anuais.

7 Mar 2022

DSEDJ | Alunos de Tanzhou regressam hoje às aulas

Os alunos e docentes que frequentam o ensino de Macau e vivem na Vila de Tanzhou, em Zhongshan, estão autorizados a partir de hoje a regressar às aulas presenciais. A decisão foi anunciada no sábado pela Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ).

“A Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude, após ter auscultado os pareceres dos Serviços de Saúde, decidiu que os estudantes e o pessoal docente e não docente das instituições do ensino superior e das escolas do ensino não superior de Macau, residentes nessa vila, vão também retomar as aulas e o ensino presencial no dia 7 de Março”, pode ler-se no comunicado.

A decisão surgiu depois de as autoridades terem concluído que a situação em Tanzhou é estável, uma vez que também nesta vila do Interior as aulas vão ser hoje retomadas. Para este desfecho terá ainda pesado o facto de os testes realizados em Macau terem resultados negativos.

A DSEDJ voltou também a insistir na vacinação de docentes, crianças e pais. “Tendo em conta a gravidade da situação epidémica nas regiões vizinhas, assim como a existência de casos mortais e de doenças graves resultantes da infecção com o novo tipo de coronavírus relacionados com crianças, a DSEDJ vem novamente apelar a pais e encarregados de educação para que vacinem o mais rápido possível os seus educandos com idade igual ou superior a 3 anos”, foi apelado. Segundo a DSEDJ a vacinação contribui para proteger a saúde e segurança dos agentes escolares.

7 Mar 2022

Covid-19 | Testes a grupos de contacto com infectada deram todos negativo

Os mais de 170 mil testes realizados nos últimos dias tiveram todos resultado negativo. Apesar disso, o território registou mais dois casos importados assintomáticos, o que significa que o número de positivos desde o início da pandemia se mantém em 82 casos

 

Todos os testes realizados após a entrada no território de uma mulher do Interior infectada com covid-19 deram resultado negativo. O anúncio foi feito na sexta-feira pelo Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, que indicou terem sido testadas 28.861 pessoas.

A pessoa infectada é originária da Vila de Tanzhou da Cidade de Zhongshan da Província de Guangdong e deslocava-se frequentemente a Macau, onde as autoridades suspeitam que praticava actividades de comércio paralelo. Por isso, após o caso ter sido detectado, foram impostos teste em massa para três grupos: indivíduos que saíram ou entraram em Macau por mais de 4 vezes, nos dias 25, 26, e 27 de Fevereiro; pessoas com percurso comum com a mulher que testou positivo e ainda indivíduos que entraram ou saíram pelas Portas do Cerco entre os dias 25 e 27 de Fevereiro.

Além dos testes ao grupo de contacto, o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus apontou que desde 28 de Fevereiro até sábado tinham sido realizados 142.070 testes de ácido nucleico em outros postos, também todos com resultados negativos.

Importações vizinhas

O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus anunciou no sábado mais dois casos importados, que não entram nas estatísticas por serem assintomáticos.

Os casos dizem respeito a uma residente de Macau e uma cidadã das Filipinas, que vieram de Hong Kong e acusaram positivo no teste de ácido nucleico. Não existe qualquer relação entre as duas pessoas infectadas.

A mulher local tem 46 anos e tinha sido inoculada com duas doses da vacina Sinopharm, em Junho e Julho de 2021, e ainda uma dose de vacina Sinovac em Hong Kong. Entrou em Macau, depois de ter apanhado um autocarro dourado às 12h de 4 de Março. Foi encaminhada para o Centro Clínico da Saúde Pública de Alto de Coloane para isolamento médico.

Por sua vez, a empregada doméstica, de 36 anos de idade, recebeu 2 doses da vacina Sinovac em Julho e Agosto de 2021. Entrou em Macau, por volta das 19h do dia 19 de Fevereiro num veículo privado. A mulher é acompanhante e cuidadora do caso da infecção assintomática confirmado no dia 1 de Março, uma criança com 6 anos. Por isso, já estava desde 2 de Março no Centro Clínico de Saúde Pública de Alto de Coloane.

Até ontem tinham sido registados no território 82 casos confirmados de Covid-19 e 41 casos de infecção assintomática.

7 Mar 2022

Incerteza geopolítica afecta perspectivas dos casinos norte-americanos em Macau

O analista Edward Moya considerou que a incerteza sobre o posicionamento da China no conflito Rússia-Ucrânia vai afetar as perspectivas do jogo em Macau, quando estão a ser finalizadas as alterações das regras de licenciamento de casinos.

“O maior risco neste momento são as tensões geopolíticas”, indicou o analista sénior para as Américas da corretora Oanda. “Não sabemos exatamente qual será a próxima jogada dos chineses, se vão apoiar a Rússia, se vão movimentar-se no Mar do Sul da China”, indicou.

Os operadores norte-americanos Sands, Wynn e MGM têm licenças de jogo em Macau que vão expirar no final do ano. O processo de renovação será feito após aprovada a reforma da lei, a maior dos últimos vinte anos, que deverá incluir uma redução do período de licenciamento para dez anos e requisitos de dupla nacionalidade para os directores.

“O que parece é que os operadores de casinos norte-americanos vão ser um pouco espremidos”, afirmou Edward Moya, apesar de haver a expectativa de que se mantenha o ‘status quo’. “Quaisquer mudanças abruptas abririam a porta a retaliação e essa não parece ser a carta que os chineses querem jogar”.

No entanto, além de ser necessário perceber qual a versão final da emenda da legislação que enquadra os casinos, há um grande ponto de interrogação sobre os investimentos futuros. “Até sabermos exactamente qual o cenário geopolítico e a relação entre a China e a Rússia e a China e os Estados Unidos, não vamos ter grande confiança no futuro”, disse Edward Moya.

“Há uma crença de que a China não vai tomar uma posição dura contra o Ocidente, mas se por alguma razão o fizer, então isso vai complicar tudo para os operadores de casinos sediados nos Estados Unidos”, avisou.

A China é um mercado de crescimento crucial para estes operadores, que investiram muito no mercado e antes da pandemia tinham grande parte (MGM) ou a maior parte (Wynn e Sands) das suas receitas a provir de Macau.

“Se daqui a uns meses parecer que há uma aliança entre a China e a Rússia e houver uma escalada do conflito militar e movimentos de navios no Mar do Sul da China, penso que haverá questões sobre a manutenção das licenças de jogo na China”, considerou o analista.

“É um risco forte e importante. Até termos clareza nisto, não vamos ver decisões sobre investimentos na China”, acrescentou.

O que o analista considera possível é ver os operadores a focarem-se no mercado doméstico dos Estados Unidos e em regiões como o Médio Oriente, onde poderão abrir novos casinos. A Europa, que estava com boas perspectivas, mudou de figura. “Mesmo depois de aliviada a crise Rússia-Ucrânia, muitos europeus vão ter de lidar com preços energéticos muito elevados”, indicou Moya.

“Toda a gente pensou que a Europa ia beneficiar de alguns anos bastante fortes, e agora essa previsão está a ser completamente revista”, disse. “Vamos ver um consumidor europeu enfraquecido e isso nunca é bom para os casinos”.

A esta incerteza acresce a situação da pandemia de covid-19, cujas restrições afectaram brutalmente as receitas dos casinos, em particular em Macau. Notícias de que o executivo chinês estará a preparar-se para aliviar algumas restrições deram um grande impulso às ações dos operadores de casinos na primeira semana de março.

Todavia, Moya referiu que o mercado ainda será vulnerável a possíveis novas variantes e que os consumidores vão apostar primeiramente em viagens. “Os casinos podem fazer parte disso, mas não será a primeira escolha para muita gente”.

6 Mar 2022

Mulheres | Caso de idosa que esfaqueou marido preocupa Associação

A assistente social do Centro de Solidariedade Social Lai Yuen da Associação Geral das Mulheres de Macau, Fok Im Hong, mostrou-se muito preocupada com o caso de violência doméstica que envolveu um casal de idosos e acabou com a mulher a esfaquear o marido por quatro vezes, após uma discussão.

Em declarações ao jornal Ou Mun, a representante do organismo sublinhou que a situação demonstra que a violência doméstica é um problema que não distingue “idades ou géneros” e a população deve ser capaz, não só de eliminar eventuais estereótipos sobre uma matéria que deve ser encarada com “tolerância zero”, mas também de prestar maior atenção às necessidades daqueles que lhes são próximos.

Além disso, para Fok Im Hong, dado que o contexto da pandemia de covid-19 tem contribuído para aumentar as preocupações financeiras e sociais da população de Macau, os residentes não devem hesitar em assumir as dificuldades por que estão a passar ou pedir ajuda para a resolução de disputas familiares, com o objectivo de “evitar a deterioração das relações familiares”.

“À luz da pandemia de covid-19, acreditamos que a população está mais vulnerável a problemas financeiros e sociais e que os residentes devem ser mais proactivos no apoio que dão aos seus familiares e amigos, independentemente da idade (… ) de modo a evitar incidentes infelizes”, disse ao jornal Ou Mun.

Segundo a PJ, citada pelo jornal Tribuna de Macau, a agressão aconteceu na passada segunda-feira, após uma troca de insultos, que levou a mulher de 72 anos a atacar o marido com uma faca, também ele na casa dos 70 anos.

O homem foi esfaqueado por quatro vezes, tendo sofrido ferimentos numa das orelhas e nas costas. Depois da agressão, a idosa viria a entregar-se à polícia pelo seu próprio pé, tendo o caso seguido para o Ministério Público. A detida vai agora responder pelo crime de ofensa grave à integridade física, pelo qual pode vir a ser punida com pena de prisão entre os 2 e os 10 anos.

4 Mar 2022