João Luz Manchete SociedadeGoverno anuncia taxa de 70%, duas doses estão abaixo de 59% O centro de coordenação anunciou na sexta-feira que Macau atingiu 70% de taxa de vacinação, percentagem que contempla o número de habitantes que tomaram pelo menos uma dose da vacina contra a covid-19. A percentagem de habitantes com as duas doses tomadas é de 58,96% O centro de coordenação de contingência anunciou na sexta-feira que Macau atingiu uma taxa de vacinação de 70 por cento, e que a “taxa de vacinação do grupo de pessoas alvo” era de 78,8 por cento. “A taxa de vacinação em Macau continua a aumentar e o Centro de Coordenação agradece a toda a população o apoio e a colaboração prestada no Programa de Vacinação”, acrescentou o organismo encarregue de combater a pandemia. Estes eram os números tendo em conta o total de habitantes inoculados com, pelo menos uma dose, às 11h de sexta-feira. O mesmo centro anunciava que às 16h do dia anterior haviam sido “administradas 877.412 doses da vacina, num total de 477.861 pessoas vacinadas, das quais 72.117 com a primeira dose da vacina, 402.310 pessoas e 3.434 pessoas completaram as duas e três doses da vacina respectivamente”. Feitas as contas, a percentagem de habitantes que haviam completado a vacinação fixava-se em 58,96 por cento. Aliás, no mesmo comunicado onde se dá conta da taxa de 70 por cento, é sublinhado que “a taxa de vacinação dos idosos em Macau continua baixa”, com as autoridades a apelarem à imunização, o mais rapidamente possível, deste segmento demográfico, especialmente “as pessoas que tenham idade superior a 60 anos”. É ainda argumentado que a investigação científica demonstra que a “ocorrência de doença grave e até mortal entre os idosos, após a infecção por covid-19 é 100 vezes maior do que o normal”. Grupos de risco Na parcela demográfica de risco mais elevado, o centro de coordenação deu conta que entre as pessoas com idades dos 60 aos 69 anos, cerca de 57,8 por cento tinha levado, pelo menos, uma dose da vacina. As coisas pioram com o avançar da idade. No grupo entre os 70 e 79 anos de idade, apenas 37,1 por cento tinha tomado, pelo menos, uma dose da vacina, enquanto no grupo com 80 anos ou mais, a percentagem era de 12,2 por cento. Neste caso, as autoridades não descriminam a proporção dos que foram vacinados com duas doses da vacina. Na sexta-feira, foi registado um caso adverso dois dias depois da inoculação da segunda dose da vacina mRNA da BioNTech. Por volta das 21h, um homem de 22 anos recorreu ao no Serviço de Urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário queixando-se de dores no peito, dores de cabeça e febre. Um electrocardiograma revelou alterações anormais, incluindo níveis de troponina T cardíaca “significativamente elevados”, indiciando lesão miocárdica. O paciente foi diagnosticado com miocardite, foi internado na sexta-feira à noite e, depois de tratado, as dores no peito diminuíram, apresentando condição clínica normal. Desde o início da vacinação em Macau, as autoridades registaram nove casos adversos graves em mais de 877 mil doses administradas.
Pedro Arede Manchete SociedadePaulo Pun defende espaço para migrantes expressarem opiniões Depois do CPSP ter levado 16 pessoas para a esquadra por participarem em actividades públicas afectas às presidenciais filipinas, Paul Pun considera que é preciso encontrar formas para os TNR expressarem opiniões e exercerem direitos civis e políticos. Mesmo que seja dentro de portas. “Se não for possível expressar opiniões, o resultado pode ser negativo”, alerta o responsável da Cáritas Macau O secretário-geral da Cáritas Macau, Paul Pun, considera que é preciso encontrar soluções para que os trabalhadores não residentes (TNR) possam expressar opiniões e exercer direitos cívicos e políticos em Macau. Caso os trabalhadores migrantes “se mantenham sempre calados”, o resultado “pode ser negativo”, a nível psicológico e social, apontou o responsável ao HM. A posição de Paul Pun surge depois de, no início do mês, o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) ter “convidado” 16 pessoas da comunidade filipina a prestar depoimentos na esquadra, por estarem envolvidas em actividades públicas relacionadas com as presidenciais de 2022 do país, nas Ruínas de São Paulo e nas imediações da Torre de Macau. Para o secretário-geral da Cáritas, apesar de os TNR serem encorajados a não expressar opiniões políticas e a entregar-se apenas ao trabalho, importa não esquecer que o Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos prevê que todas as pessoas têm o direito de expressar as suas convicções sobre assuntos políticos e civis. Para Paulo Pun, essa é inclusivamente uma forma de contribuir para a harmonia social. “Existe a ideia de que os TNR vêm aqui para trabalhar e não para ser cidadãos normais como os outros residentes, mas a verdade é que eles são cidadãos do mundo, quer estejam nas Filipinas ou em Macau”, começou por dizer. “Estas pessoas estavam apenas a demonstrar as suas preocupações, neste caso a apoiar um candidato às eleições do seu país. Macau não é um bom lugar para expressar este tipo de opiniões e vê, no geral, a vinda destas pessoas apenas na perspectiva laboral e não para ‘perturbar’ a harmonia social. Mas a verdade é que as pessoas têm o direito de expressar as suas opiniões e, para mim, isso é uma forma de exercer ou contribuir para essa harmonia”, partilhou com o HM. Pontos de fuga Por isso mesmo, Paul Pun defende que devem ser criadas alternativas para que os trabalhadores migrantes tenham a oportunidade de expressar opiniões e exercer os seus direitos, mesmo que isso tenha de acontecer em privado. “O Governo local não encoraja este tipo de manifestações públicas, caso contrário não tinha encaminhado [para a esquadra] os migrantes que manifestaram a sua opinão, certo? Por isso, acho que deveriam existir grupos cívicos para permitir aos trabalhadores reunirem e vocalizarem as suas preocupações. Mesmo que seja dentro de portas, deve ser possível que se juntem para exercerem os seus direitos”, sublinhou. Para Pun, se os TNR “se mantiverem sempre calados e não puderem expressar opiniões”, o resultado pode ser “negativo”, até porque através destas manifestações “é possível aprender” e “compreender melhor a sua forma de pensar”. Recorde-se que, no seguimento das detenções, está a decorrer uma investigação que pode implicar a violação ao direito de reunião e manifestação e ainda a utilização do símbolo da RAEM na produção de materiais de promoção do candidato presidencial Ferdinand Romualdez Marcos Jr.. Em resposta ao HM, o CPSP recusou ter havido qualquer detenção e sublinhou que as 16 pessoas foram apenas ouvidas como “assistentes na investigação”.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCovid-19 | Governo apresenta aplicação para registar itinerários Era para ser voluntária e assim será no período experimental. Mas, Leong Iek Hou deixou ontem o aviso: a aplicação de registo de percurso pode tornar-se obrigatória. Segundo o Executivo, as informações sobre o trajecto “apenas” ficam registadas numa aplicação do telemóvel e o acesso depende do consentimento do utilizador O Governo apresentou ontem uma aplicação para telemóvel que vai registar o percurso de todos os cidadãos. A instalação do software será voluntária, numa primeira fase, mas, ao contrário do prometido em conferências anteriores, Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença, avisou que há grandes probabilidades de passar a ser obrigatória. Durante a fase experimental será voluntária e vai ter três funções: servir de código de saúde, registar o percurso dos utilizadores e o cruzar o percurso dos utilizadores com o de infectados e casos de contacto próximo. A última funcionalidade permite detectar se o utilizador é um caso de contacto próximo, alterando automaticamente a cor do código de saúde, o que irá implicar a realização de teste de ácido nucleico e obrigatoriedade de cumprir quarentena. “Pretendemos através desta aplicação saber que pessoas estiveram em contacto com infectados e contactos próximos. É uma aplicação para acelerar a eficácia do combate à epidemia”, justificou Leong Iek Hou. Segundo Leong, os estabelecimentos vão ter um código QR único. Assim, quando o utilizador digitalizar esse código, a informação sobre a localização vai ser guardada no telemóvel, onde fica durante 28 dias. Após esse prazo, o Governo diz que o registo é eliminado. Também numa primeira fase, a informação sobre o percurso não pode ser acedida pelas autoridades sem o consentimento do utilizador, mesmo em caso de infecção. “Após o consentimento do infectado, o seu percurso é carregado no sistema e pode ser utilizado para comparar com o percurso de outros utilizadores”, informou. “É uma aplicação que, por agora, tem como função auxiliar as pessoas a registarem o seu trajecto. Esta informação é muito importante para combater a epidemia”, justificou. Obrigações de excepção Em caso de “surto grave”, as autoridades não afastam a possibilidade de aceder ao registo do percurso de infectados. O cenário foi admitido por Leong, que afirmou depender da “situação real”. A aplicação entrou numa fase experimental e já pode ser utilizada nas instalações dos Serviços de Saúde (SSM), no Grande Prémio de Macau e no Festival de Gastronomia. Dependendo do período experimental, o sistema poderá ser alargado a outros espaços como “estabelecimentos de comes e bebes”, que terão o seu código QR único. Também por agora, é possível usar o código de saúde normal, mas o Governo já antevê o encerramento do site. “A manutenção do site para declaração de saúde vai depender da utilização. Se as pessoas vão na maioria utilizar a aplicação, então vamos desligar o website”, explicou a médica. No caso de haver cidadãos sem telemóveis, os SSM estão a estudar a instalação de máquinas em estabelecimentos comerciais, e outros espaços afins, para registar a identidade dos clientes, assim como as horas a que entraram e saíram. Descontos só com registo A partir de 11 de Dezembro os utilizadores do Macau Pass só podem gozar do desconto de três patacas caso associem o cartão à sua identidade. Se viajarem de forma anónima, perdem o desconto actualmente em vigor e têm de pagar seis patacas, tal como acontece quando o transporte é pago com dinheiro vivo. O registo para associar o documento de identificação ao Macau Pass arranca a 27 de Novembro e pode ser feita no portal www.macaubusreg.com.
João Santos Filipe Manchete SociedadeEleições | Secção do Partido Socialista vai escolher nova direcção José Rocha Diniz, secretário-coordenador, pediu para deixar a direcção e os socialistas vão ter de eleger um novo representante. O prazo das candidaturas termina a 26 de Novembro A secção do Partido Socialista (PS) vai escolher uma nova direcção no dia 3 de Dezembro, em Assembleia Eleitoral que vai acontecer entre as 18h e 22h no Clube Militar. A convocatória já foi anunciada e as eleições surgem depois de José Rocha Diniz, actual secretário-coordenador, ter pedido para abandonar o cargo. “Não tenho intenções de me candidatar. Fui eu que pedi para fazerem eleições, porque já estou no cargo há mais de 20 anos [ndr. com uma interrupção] e, por isso, não tenho intenção de me candidatar a nada, a absolutamente a nada”, afirmou Rocha Diniz, em declarações ao HM. De acordo com o secretário-coordenador, a decisão já havia sido tomada há vários meses, mas devido à pandemia só nesta altura foi possível avançar para um novo acto eleitoral. “Entendi que queria deixar a direcção há vários meses. Só que com a pandemia havia dificuldades, portanto, e, apenas por isso, as eleições só vão poder ser realizadas agora”, indicou. “Mas as eleições vão acontecer porque eu pedi para deixar de estar na direcção”, sublinhou. Até à manhã de ontem, a mesa da Assembleia Geral da secção de Macau do Partido Socialista ainda não tinha recebido qualquer candidatura. Os interessados têm como data limite para avançarem as 23h59 de 26 de Novembro, ou seja, na próxima sexta-feira. “Ainda não recebi nenhuma candidatura”, confirmou Tiago Pereira, presidente da mesa. De acordo com os dados avançados, nesta altura, há mais de 20 militantes activos na secção do PS de Macau. O número representa uma quebra face ao passado. “Tivemos alguns militantes que saíram de Macau. Não foi propriamente nos últimos tempos, porque a grande maioria saiu ainda antes de 2020. As saídas não estão propriamente relacionadas com a pandemia”, acrescentou o presidente da mesa. Um dever As eleições de Dezembro podem marcar uma mudança na história mais recente da secção local do PS. Incentivado a fazer um balanço sobre os seus mandatos, Rocha Diniz optou por focar que tudo se tratou de um dever. “Não faço balanço nenhum, é uma realidade local e não posso fazer um balanço. Sou militante do Partido Socialista e cumpri uma obrigação”, apontou. “É uma obrigação, nem quero entrar em considerações se foi, ou não, uma experiência gratificante”, acrescentou. As eleições para a secção local acontecem a pouco mais de um mês das Legislativas de Portugal, agendadas para 30 de Janeiro. No Consulado de Portugal em Macau, o acto deverá ocorrer entre os dias 29 e 30 de Janeiro. Questionado se as eleições locais podem ter impacto no acto para a Assembleia República, Rocha Diniz deixou antever uma menor participação da comunidade portuguesa face a actos anteriores, mas por motivos diferentes. “O que vai afectar a votação é a saída de muitos portugueses de Macau, militantes e simpatizantes do PS. Saíram durante a pandemia e isso é que vai afectar”, argumentou. O ainda secretário-coordenador desvalorizou a importância dos votos dos portugueses em Macau para os resultados em Portugal. “Quando Mário Soares venceu a primeira eleição em Portugal, perdeu em Macau com uma margem superior a 90 por cento. Os votos em Macau são sempre muito poucos”, explicou. As urnas de Macau são contabilizadas no círculo fora de Europa, que elege dois dos 230 deputados que vão constituir a Assembleia da República. Os actuais deputados eleitos por este círculo são José Cesário (PSD) e Paulo Porto (PS).
João Santos Filipe Manchete SociedadeSaúde | Comunidade filipina em situação frágil devido a baixa literacia Um estudo elaborado por académicos do Instituto de Enfermagem do Hospital Kiang Wu conclui que a comunidade filipina na RAEM está menos informada sobre cuidados de saúde do que compatriotas seus que trabalham noutras regiões A comunidade Filipina em Macau tem grandes dificuldades em obter informação, conhecimentos e cuidados médicos. Esta é uma das conclusões de um estudo elaborado pelo Instituto de Enfermagem do Hospital Kiang Wu, publicado em Outubro na revista científica Healthcare. No documento intitulado a “Literacia em Saúde entre os Trabalhadores Domésticos Filipinos em Macau”, os académicos Cheong Pak Leng, Wang Hui, Cheong Wan e Lam Mei Ieng estudaram os conhecimentos da comunidade, na perspectiva da literacia em saúde. Este conceito diz respeito à capacidade de acesso a informação, à sua compreensão e utilização de forma a promover e manter um estado de boa saúde. Os 379 questionários válidos feitos na comunidade filipina de empregadas domésticas mostram que a maioria “não tem capacidade de aceder, compreender, avaliar e comunicar as suas necessidades face a diferentes situações do estado de saúde”. Os dados apurados demonstraram também que a proporção de indivíduos com conhecimentos para responder adequadamente ao estado de saúde é de 37,4 por cento em Macau, dado é inferior ao das comunidades filipinas em regiões como o Myanmar, Vietname, Indonésia, Cazaquistão, Malásia e Taiwan. Os mais novos são os que estão menos atentos às questões de saúde e que menos conhecimentos têm. Porém, esta tendência é vista pelos autores como generalizada em grupos com poucas qualificações académicas. Sobre os factores que contribuem para a baixa literacia, um dos principais é a falta de conhecimentos de chinês e inglês a um nível mais elevado. Em relação a este aspecto, os investigadores detectaram uma relação que explica que quanto melhor inglês falam, mais preparadas as pessoas se mostram. Contudo, o domínio do chinês é um desafio, porque apenas seis inquiridos disseram ter um bom nível. Ao mesmo tempo, 337 consideram o seu chinês “pobre”, enquanto 36 afirmaram ser “razoável”. Condições de vida complicadas O inquérito foi composto por 12 perguntas sobre a dificuldade ou facilidade a completar determinadas acções, como chamar uma ambulância, obter informações sobre o programa de vacinação de Macau ou pedir apoio caso sofram problemas mentais como depressão ou excesso de stress. A acção que levantou mais problemas à comunidade de trabalhadores domésticos foi o conhecimento sobre as vacinas necessárias em Macau, com 45 por cento dos inquiridos a considerar muito difícil obter a informação. Este foi um ponto destacado pelos autores, uma vez que o inquérito foi feito numa altura de pandemia. Os académicos sublinharam ainda que a população inquirida vive em condições de pobreza, com 39,6 por cento a sobreviver com um salário entre 4.001 e 4.500 patacas. Ainda mais abaixo, 36,7 por cento aufere rendimento igual ou inferior a 4.000 patacas, e apenas 17,4 por cento afirmou receber mensalmente um salário acima de 4.501 patacas.
João Luz SociedadeRui Carreiro Barbeiro “renasce” no Pátio da Cabaia A completar sete anos de portas abertas em Macau, o espaço Rui Carreiro Barbeiro vai abrir num novo local no Pátio da Cabaia, bem no centro da cidade. Em tempos económicos difíceis, o segredo do negócio continua a ser a essência que não cede às marés das tendências e aposta no capricho no atendimento Faz amanhã sete anos que o espaço Rui Carreiro Barbeiro abriu na Calçada da Rocha, no centro da península de Macau, indo muito além da convencional oferta de corte barba e cabelo. Quis o destino e um rol de circunstâncias bem mundanas, que a festa de aniversário fosse também celebração de abertura do novo espaço, com a mudança para o n.º 25 do Pátio da Cabaia, a 2 minutos do Leal Senado, bem no coração de Macau. A festa está marcada para o próximo sábado, no espaço da nova loja, a partir das 17h. O local muda, mas o espírito mantém-se. “Não há que reinventar muito. Não sigo tendências, sigo a essência”, afirma convicto Rui Carreiro. No fundo, o novo barbeiro apresenta “uma roupagem nova, mas continua a aposta numa imagem retro, ligada às raízes, aos Açores, com muitos pormenores”, conta. Ao entrar no espaço, um enorme mural transporta o cliente para um universo kitch tropical, num espaço mais amplo, adequado às regras exigidas pelas novas licenças para cabeleireiros. Mimos aos molhos Navegando nas águas agitadas da crise económica gerada para pandemia e subsequentes restrições fronteiriças e encerramentos compulsivos, Rui Carreiro viu-se forçado a encerrar o projecto de comida vegetariana Urban Tribe. “A minha clientela era maioritariamente estrangeira, pessoas que trabalhavam nos casinos, principalmente no The House of Dancing Water, este era o tipo de pessoas que suportava a Urban Tribe”, conta. O próximo passo foi o foco no novo espaço do Rui Carreiro Barbeiro, que, como o próprio conta, vai muito além do tratamento de barba e cabelo. “Nunca quis embarcar no mesmo conceito dos grandes cabeleireiros, como quando trabalhava em Lisboa na L’Oréal e na Wella, onde o negócio se a assemelha a um matadouro, uma linha de produção”, explica. Assim sendo, no novo espaço há lugar para artesanato português, peças de design de artistas que apelam ao gosto de Rui Carreiro e mil e um pormenores que prendem o olhar. Entre as marcas representadas no espaço, destaque para Katty Xiomara e Pé de Chumbo, assim como para uma marca muito pessoal, “Saravá, meu pai”, que conjuga sabonetes de sal grosso e alecrim e outros produtos, como velas, com um bem-humorado ascendente espiritual. Além da múltipla panóplia de produtos à venda, e dos serviços de barba e cabelo, o espaço Rui Carreiro Barbeiro oferece paz de espírito, um local onde o burburinho da cidade esmorece, em troca de dois dedos de conversa, um café e um cigarro.
João Santos Filipe SociedadeInvestigador alerta para perigo do peso de mochilas escolares Cerca de três por cento dos alunos locais com idades entre 8 e 15 anos sofre de escoliose, uma deformação lateral da coluna. O académico Kou Seng Man pede às autoridades que sejam mais activas na prevenção de problemas decorrentes do peso das mochilas O académico Kou Seng Man, do Instituto de Pesquisa Académica Internacional (Macau), alerta para os perigos do peso excessivo das mochilas escolares. O aviso surge após a divulgação dos resultados de uma investigação que concluiu que três por cento dos alunos de Macau, com idades entre 8 e 15 anos, sofrem de escoliose, ou seja, de deformação lateral da coluna vertebral. Ao Jornal do Cidadão, Kou Seng Man explicou que a escoliose nos mais novos é originada pelo peso excessivo das mochilas. Além disso, os problemas de coluna também podem surgir pela forma desequilibrada como é distribuída a carga, ou seja, com o peso a recair mais num ombro. O académico acrescenta também que o problema é agravado pelo facto de as crianças estarem em fase de crescimento, com músculos pouco consolidados e ossos mais susceptíveis de serem alterados por interferências externas, como o peso excessivo. Kou Seng Man revelou igualmente ter participado em exercícios para ensinar as crianças de escolas locais a distribuírem melhor os materiais quando arrumam as mochilas e preparam o dia seguinte. No entanto, reconheceu que os resultados foram limitados, porque mesmo que a mochila esteja bem arrumada o peso continua a ser demasiado. Medidas de fundo O investigador defende assim que as autoridades devem ser mais activas e intervir nesta matéria. Apesar de reconhecer que no passado foram formuladas orientações que limitam o peso das mochilas a 15 por cento do peso das crianças, não há uma prática generalizada de cumprimento e fiscalização, entre encarregados de educação e directores das escolas. O académico considera necessário “criar nos alunos o hábito de arrumar a mochila diariamente e evitar materiais desnecessários”, “escolher mochilas mais leves e feitas a pensar na redução do impacto para a coluna”, “realizar alongamentos aos músculos” e ainda “racionalização pelas escolas dos recursos necessários para as aulas”, para evitar que se carreguem pesos desnecessários. Em relação às editoras dos manuais escolar, Kou considera que devem fazer uma divisão dos temas por diferentes livros, para que não seja necessário carregar muito peso de uma só vez.
Pedro Arede Política SociedadeHo Iat Seng promete rever lei da segurança nacional e consulta pública em 2022 A revisão da Lei de Segurança nacional vai avançar em 2022, estando previstas alterações aos regimes que enquadram as escutas telefónicas, o terrorismo e o segredo. Depois de prometer a realização de uma consulta pública sobre a matéria, Ho Iat Seng fez questão de dizer que os cidadãos não têm razões para se inquietar e que a segurança nacional é “uma preocupação de todos” Ao fim de 12 anos, a Lei de Segurança Nacional vai ser alterada. No discurso dirigido aos deputados por ocasião da apresentação do relatório das linhas de Acção Governativa (LAG) para 2022, Ho Iat Seng sublinhou, por diversas ocasiões, a importância da segurança nacional como “premissa e garantia do bem-estar da população e do desenvolvimento e prosperidade de Macau a longo prazo”. Mas o Chefe do Executivo espera que, não só o Governo assuma as suas funções, mas também que “cada um de nós” contribua para o esforço nacional, estando previsto o aperfeiçoamento de vários diplomas complementares referentes à lei de segurança do Estado e a realização de uma consulta pública. Durante a conferência de imprensa que se seguiu à apresentação do documento, questionado sobre as possíveis implicações da revisão da lei para o exercício de direitos civis e liberdades, como no caso da desqualificação de candidatos às últimas eleições, Ho Iat Seng foi taxativo ao afirmar que os residentes não têm razões para se preocupar e que o que está em causa é a “lei de segurança do país”. Por isso, acrescentou, basta cumprir a lei. “A revisão da lei de segurança nacional vai servir para clarificar algumas definições. Uma pessoa que cumpre a lei não precisa de ter qualquer receio ou estar preocupada quanto à lei de segurança nacional. Devido à conjuntura de desenvolvimento do país e a lei de segurança nacional de Hong Kong, temos de estar articulados com a evolução do tempo e fazer as devidas adaptações”, começou por explicar. “É preciso perceber que esta é a lei de segurança do país. É a lei de segurança nacional, não se trata de uma questão local. É uma responsabilidade de cada cidadão e, se cumprirem a lei, não precisam de estar preocupados com qualquer questão derivada daí. Vamos esclarecer as matérias que constam na lei, tomando como referência as regiões vizinhas e também outros países. Por exemplo, em Portugal também existe uma definição muito clara sobre a segurança nacional”, rematou. Mais vale prevenir Neste âmbito o Executivo espera concluir vários diplomas, como uma nova lei para regular a intercepção das comunicações e criar uma lei para proteger o segredo de Estado. “Será concluída a proposta de lei que visa Aperfeiçoamento dos diplomas complementares relativos à defesa da segurança do Estado. Será promovida a conclusão da revisão da ‘Lei relativa à defesa da segurança do Estado’ e da produção legislativa do ‘Regime Jurídico da Intercepção e Protecção de Comunicações’”, prometeu. “Será concluída a proposta de lei que visa o aperfeiçoamento do regime jurídico de anti-terrorismo, e promovida a produção legislativa do regime do segredo”, anunciou ainda Ho Iat Seng no seu discurso. A luta contra o terrorismo e contra as infiltrações e interferências externas vai ser feita em conjunto as autoridades do Governo Central, no âmbito da Grande Baía. “Iremos intensificar a comunicação e a cooperação com o Interior da China, em particular com as cidades da Grande Baía, na prevenção e repressão dos actos contra a segurança do Estado, no reforço da prevenção de intervenção e infiltração das forças externas, no combate eficaz aos crimes de terrorismo, e na prevenção e mitigação dos diferentes tipos de riscos de segurança”, foi destacado. Direito à greve ausente devido à Lei Básica Questionado sobre a ausência de referências ao direito à greve e à negociação colectiva no documento de consulta relativo à lei sindical, o Chefe do Executivo Ho Iat Seng, justificou a omissão com o facto de a Lei Básica já regular expressamente sobre esses aspectos. “Qual é a necessidade de repetir [estes direitos] na lei sindical se na Lei Básica eles já estão expressamente regulados? O que pretendemos com a lei sindical é determinar a forma de constituir as associações sindicais, bem como a sua forma de funcionamento. Já há mais de 10 anos que estamos a trabalhar com essas matérias (…) e no caso dos trabalhadores do jogo temos efectivado sempre o direito à negociação em questões de salário e regalias”, começou por dizer Ho Iat Seng. Contudo, o Chefe do Executivo referiu que nada está decidido, dado que a consulta pública sobre o diploma está ainda a decorrer e a Assembleia Legislativa terá ainda de discutir a nova lei. “Quando assumi o cargo de Chefe do Executivo prometi que íamos avançar com a lei sindical. A consulta pública serve justamente para recolher opiniões (…) e só depois é que podemos avançar com os nossos trabalhos, antes ainda da elaboração da lei”, explicou. Desmentida construção de centro de isolamento No discurso na Assembleia Legislativa, Ho Iat Seng anunciou que o Governo ia estudar “a viabilidade de construção de instalações de grande dimensão para quarentena”. Horas depois, e no seguimento da conferência de imprensa em que foi questionado sobre o assunto, Ho recusou a ideia de haver um plano para essa obra, porque a RAEM aposta num modelo com base nos hotéis de quarentena. A ideia foi reforçada horas depois, através de um comunicado do Gabinete de Comunicação Social. “O Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, esclareceu que o Governo não tem, por enquanto, planos de construir novas instalações de grande dimensão para isolamento de observação médica no âmbito do combate à pandemia. Afirmou que, actualmente, são aproveitados, principalmente, os hotéis que têm colaborado com o governo nessa função”, pode ler-se na nota de imprensa. “A prática, nos últimos dois anos, decorreu de forma tranquila e mostrou-se efectiva”, foi acrescentado. Reacções Pereira Coutinho | São linhas “bastante reservadas” “São linhas [de acção governativa] bastante reservadas, tendo em conta a pandemia. É preciso prestar uma maior atenção ao assunto que as linhas não estão a mencionar, como a situação dos desempregados”, considerou José Pereira Coutinho, deputado. “Embora dissessem que a taxa de desemprego global é de 2,9 por cento, a realidade é outra. Os patrões não querem dar o atestado de desemprego aos residentes, para não perderem as quotas para os trabalhadores não-residentes”, alertou. “Há dois anos, o Governo também deixou de injectar 7 mil patacas por conta dos residentes no Fundo de Segurança Social. Esta questão de apoio aos idosos também não foi mencionada. A apresentação não reflectiu igualmente as preocupações sobre as carreiras de enfermeiros e médicos na Função Pública”, acrescentou. Apoios | Wong Kit Cheng espera adequação à realidade Wong Kit Cheng espera que o Governo avalie constantemente a eficácia dos apoios à economia e aos residentes, conforme a evolução do panorama económico e da pandemia, tendo como prioridade as famílias e os idosos. Em reacção à apresentação das Linhas de Acção Governativa, a deputada destacou que o subsídio de cuidadores e o montante de devolução de impostos devem subir. Além disso, espera que o Executivo responda aos problemas que afligem os residentes, como a conclusão do Plano Director, habitação para a classe sanduíche, assim como as datas em que serão disponibilizadas fracções das cinco classes da habitação em Macau. A deputada pede também detalhes sobre os planos para a diversificação económica e para a cooperação aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin. Leong Sun Iok | Preocupação com os empregos locais O deputado Leong Sun Iok considerou que apresentação do Chefe do Executivo pecou por se ter focado pouco na questão do emprego e por não fazer menção ao trabalho da legislação sindical no próximo ano. O deputado dos Operários afirmou que só a aposta nas obras públicas não é suficiente para garantir que a taxa de desemprego entre os locais não aumenta para níveis elevados, e que o Executivo devia estar a ponderar mais factores para garantir que os locais conseguem chegar a posições de topo em outras indústrias. Em relações aos aspectos positivos, Leong Sun Iok apontou estar contente com o facto de a revisão planeada para as leis ir penalizar os titulares de altos cargos públicos.
João Santos Filipe Manchete SociedadeMelco anuncia novo investimento de 10,4 mil milhões A operadora de jogo Melco Resorts & Entertainment anunciou ontem um investimento de 10,4 mil milhões de patacas para alargar um dos resorts integrados do grupo de Lawrence Ho, filho de Stanley Ho. O novo projecto, que faz parte da fase 2 do casino Studio City, deverá estar concluído até ao final do próximo ano e “irá ter o maior parque aquático interior e exterior da Ásia, um experiência temática cinematográfica e entretenimento orientado para a família, duas torres de hotel com 900 quartos e suites”, pode ler-se comunicado. Na cerimónia de apresentação, ontem, o director e presidente-executivo da Melco, Lawrence Ho, garantiu que o grupo vai focar-se em projectos não relacionados com o jogo. “Cerca de 99 por cento dos novos projectos terão elementos não relacionados com jogos e as diferentes instalações de entretenimento continuarão a ser desenvolvidas no futuro para apoiar a diversificação do desenvolvimento de Macau”, afirmou o filho do ex-magnata do jogo. O ‘megaprojeto’ estará a cargo da empresa fundada pela arquitecta Zaha Hadid, falecida em 2015. Optimismo para o futuro Face às dificuldades a curto prazo, relacionadas com a covid-19, o responsável mostrou-se confiante no desenvolvimento futuro de Macau. A ocasião serviu igualmente para que Lawrence Ho apelasse à população para que se vacine. A maioria dos operadores de jogo em Macau registaram no terceiro trimestre os piores resultados do ano, com prejuízos de centenas de milhões de patacas no território que permanece praticamente paralisado devido às políticas de combate à covid-19. Desde o início da pandemia, o território registou apenas 77 casos da doença. Como consequência da política de casos zero que Macau continua a prosseguir, os casinos do território voltaram a ressentir-se. A operadora de jogo Melco Resorts & Entertainment registou perdas de 232,2 milhões de dólares americanos no terceiro trimestre do ano. Os resultados foram apresentados na semana passada, quando Lawrence Ho já se tinha mostrado confiante no futuro do território.
João Santos Filipe Manchete SociedadeResidentes preocupados com situação da economia O Chefe do Executivo apresenta esta tarde as Linhas de Acção Governativa para o próximo ano. Um inquérito realizado pela Associação das Mulheres, mostra que a economia é a área que mais preocupa os residentes e que esperam ver destacada por Ho Iat Seng A economia é o assunto que mais preocupa os cidadãos, que esperam ver respostas para os problemas do sector com a apresentação das Linhas de Acção Governativa (LAG). É este o resultado de um inquérito realizado pela Associação Geral das Mulheres de Macau, enviado ao Chefe do Executivo, e apresentado por Lam Un Mui, presidente, e Chong Leong Leong, vice-presidente. De acordo com os dados mencionados por Chong Leong Leong, citados pelo jornal Cheng Pou, cerca de 70 por cento dos 2.000 inquiridos, ou seja, 1.400 pessoas, tem como principal preocupação a situação da economia da RAEM, que tem sido fortemente atingida pela pandemia. Os resultados apontam que a preocupação está mais presente entre os que estão em lay-off e os que se encontram em subemprego. Segundo Chong Leong Leong, apesar de o Governo ter lançado várias medidas de apoio à economia, a expectativa é que a crise se vá prolongar a médio-prazo. Porém, a responsável da associação tradicional pró-Pequim, sublinhou também que existe “confiança no desenvolvimento a longo prazo” da RAEM. Os resultados apontam igualmente que 60 por cento dos inquiridos está preocupado com a questão do acesso a habitação própria. Segundo a vice-presidente da associação, este é um problema importante porque é necessário criar condições, principalmente para os mais jovens, de mobilidade social. Preocupações familiares Fora das questões económicas, 50 por cento dos inquiridos considerou a família como a prioridade, e a necessidade de medidas mais viradas para a promoção do agregado familiar. A questão é vista como mais importante para as inquiridas do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 26 e 45 anos. O estudo da associação mostra ainda a esperança de que o Executivo dê prioridade às famílias em que ambos os membros trabalham, e que em muitos casos têm mais do que um único emprego. Neste caso concreto, esperam-se medidas para ajudar as famílias quando o Governo declara o encerramento das escolas, devido a programa de testes em massa ou o registo de novos casos de infecções. Finalmente, a Associação Geral das Mulheres de Macau afirma que jovens com idades entre os 26 e 35 anos mostraram-se muito atentos ao desenvolvimento conjunto entre a RAEM e Cantão e Hengqin e à Grande Baía, sem revelar, no entanto, em que percentagem.
Pedro Arede Manchete SociedadeTerceira dose da Sinopharm disponível para maiores de 18 anos As condições para a marcação da terceira dose da vacina contra a covid-19 foram relaxadas. Desde ontem, todos os vacinados com duas doses da Sinopharm que tenham mais de 18 anos podem ser levar a dose de reforço. Os inoculados com duas doses da BioNTech continuam a ter que cumprir certas condições. A Função Pública apela à vacinação de trabalhadores e concede dia de folga para esse fim O Centro de Coordenação de Contingência do Novo tipo de Coronavírus anunciou que, desde ontem, todos os vacinados com duas doses da Sinopharm há mais de seis meses, sem contra-indicações e que tenham mais 18 anos, podem efectuar a marcação para a inoculação da terceira dose da vacina contra a covid-19. Contudo, os vacinados com duas doses da vacina da BioNTech há mais de seis meses, continuam a ter que cumprir determinadas condições para que possam tomar a dose de reforço. Nomeadamente, detalha o Centro de coordenação, o agendamento para a terceira dose da vacina só pode ser feito por maiores de 60 anos e indivíduos entre os 18 e 59 anos, que possuam imunidade relativamente baixa, elevado risco de exposição ou maior impacto após a infecção. Além destes, só podem ser inoculados com a terceira dose da BioNTech, trabalhadores de instituições médicas, correccionais, serviços sociais, educação, postos fronteiriços, de contacto com congelados e funcionários de “serviços básicos da sociedade”, quem tenha contacto frequente com doentes, idosos, deficientes e pessoas vindas do exterior, more em locais de residência colectiva e indivíduos que pretendam deslocar-se a zonas de alto risco. Já os indivíduos com imunossupressão “moderada a grave” podem ser inoculados com a dose de reforço 28 dias após a administração da segunda dose da vacina. Quem esteja a receber tratamento para o cancro ou com doses elevadas de corticosteróides, tenha recebido transplantes de órgãos, se encontre a tomar medicamentos imunossupressores ou esteja infectado com HIV em estágio avançado só poderá receber a terceira dose após uma avaliação médica. Recorde-se que, por anunciar, está ainda a segunda fase do plano de vacinação da terceira dose, a partir da qual “serão bem-vindas todas as pessoas com qualificação”, disse o médico Tai Wai Hou aquando do anúncio da iniciativa. Venha a dose No seguimento do relaxamento das condições para a toma da dose de reforço, a Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) apelou aos trabalhadores elegíveis que administrem a terceira dose e anunciou que, para o efeito, será concedida uma folga no dia da vacinação ou no dia seguinte. “Tendo em conta que (…) a inoculação de uma terceira dose pode produzir um efeito de prevenção complementar e reforçada, estando em conformidade com o interesse público, deve ser estimulada e promovida. Por este motivo, a partir de hoje [ontem], os trabalhadores da Administração Pública que inoculem a terceira dose da vacina contra a covid-19, podem, justificadamente, ausentar-se do serviço no dia da vacinação ou no dia seguinte”, pode ler-se num comunicado oficial. Recorde-se que os trabalhadores da função pública estão obrigados a apresentar, à entrada do serviço, um comprovativo de vacinação contra a covid-19 ou um resultado negativo do teste de ácido nucleico efectuado nos últimos sete dias.
Hoje Macau SociedadeFórum Macau | Reforço de intercâmbio cultural com PLP O secretário-adjunto do Fórum, Ding Tian, considera que a pandemia da covid-19 veio mostrar “a importância da construção de uma comunidade de futuro partilhado” O Fórum de Macau vai fomentar “ainda mais” o intercâmbio cultural entre China, Macau e países lusófonos, bem como a cooperação em todas áreas “para um novo patamar”, afirmou o secretário-geral adjunto. Na inauguração, na sexta-feira, da 13.ª Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa, Ding Tian, secretário-adjunto do Fórum, disse que o intercâmbio cultural e artístico “veio enaltecer”, durante a pandemia da covid-19, “a importância da construção de uma comunidade de futuro partilhado para a humanidade”, de acordo com um comunicado divulgado no sábado. Para desenvolver o papel de Macau como plataforma de serviços para a cooperação comercial entre a China e os países de língua portuguesa, consagrado no 14.º plano quinquenal do Estado chinês, esta edição da semana cultural integra novos elementos, como o concurso da criação de vídeos promocionais sobre os países lusófonos, o ciclo de exposições artísticas “Policromias Lusófonas” e ‘workshops’ dos países de língua portuguesa, a decorrer desde Junho, em formatos ‘online’ e ‘offline’. Na página electrónica da semana cultural, 18 programas vão dar a conhecer peças de ópera Huangmei da província chinesa de Anhui (leste), música, dança, teatro, artesanato e gastronomia dos nove países participantes no Fórum: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e China. Estudantes em força Mais de 180 estudantes, de mais de 20 instituições de ensino superior chinesas, lusófonas e de Macau participaram, com um total de 50 trabalhos, no concurso de criação de vídeos promocionais sobre os países de língua portuguesa, cujos prémios foram entregues na mesma ocasião. Os trabalhos “Estou Te Esperando em Angola”, “Café do Brasil”, “Guiné Bissau”, “Um dia em Portugal”, “Olá! Eu chamo-me São Tomé e Príncipe”, “Em Timor-Leste há uma lenda fantástica” foram distinguidos com o “prémio vencedor”. No âmbito do ciclo de exposições “Policromias Lusófonas”, as obras de Inu Bere, de Timor-Leste, vão estar patentes ao público, entre 19 de Novembro e 5 de Dezembro, decorrendo paralelamente um ‘workshop’ temático deste país. A China estabeleceu a Região Administrativa Especial de Macau como plataforma para a cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa em 2003, ano em que criou o Fórum de Macau. Este fórum tem um secretariado permanente, reúne-se a nível ministerial a cada três anos e integra, além da secretária-geral e de três secretários-gerais adjuntos, oito delegados dos países de língua portuguesa.
João Santos Filipe Manchete SociedadeAutocarros | Sem condições para frota totalmente eléctrica É possível fazer melhor, mas a falta de estacionamento é uma grande limitação para que Macau tenha uma frota de autocarros públicos totalmente eléctrica. Actualmente, a RAEM tem 200 espaços de carregamento de veículos eléctricos Faltam condições a Macau para concretizar o desejo de ter uma frota de autocarros públicos exclusivamente movida a electricidade. Os limites foram explicados por Li Jiliu, representante da construtora Zhong Tong, em declarações à TDM, que argumentou com a falta de locais para estacionar. “Cidades como Macau e Hong Kong são relativamente pequenas, as ruas são estreitas e não há estacionamentos suficientes em Macau [para permitir os carregamentos]”, justificou Li Jiliu, à margem da Exposição Internacional Automóvel da China. “É impossível resolver as questões relacionadas com a criação de estações centralizadas de carregamento”, acrescentou. Apesar das limitações, a Zhong Tong trouxe a Macau um veículo desenhado a pensar no mercado local, que recorre ao diesel para alimentar baterias. “Este modelo de autocarro tem um motor tradicional a diesel, que carrega as baterias e depois circula com um motor movido a bateria, menos poluente do que um motor a diesel tradicional”, foi explicado. Até 2025, Macau tem como meta implementar uma frota de autocarros públicos com mais de 95 por cento dos veículos movidos através de energias alternativas, com menos impacto para o ambiente e emissão de poluentes reduzida. Ligar à ficha Actualmente, de acordo com a Companhia de Eletricidade de Macau (CEM), Macau dispõe de 200 espaços de carregamento de veículos eléctricos em 42 parques de estacionamento públicos e em sete ruas de Macau, Taipa e Coloane. “A cobertura em parques de estacionamento públicos é de quase 80 por cento, com a maioria dos tipos de fichas disponíveis”, revelou a CEM num comunicado, citado pela Lusa, que recordou faltarem “instalações de carregamento em conjuntos habitacionais privados”. Em Fevereiro de 2019, existiam 172 espaços de carregamento em 70 por cento dos parques automóveis públicos. A empresa pretende “aumentar ainda mais a cobertura” e prevê instalar, no futuro, estações de “carregamento padrão” para facilitar o uso perto de zonas residenciais e escritórios, durante o tempo de estacionamento. De acordo com as “Especificações Técnicas de Fornecimento de Energia” revistas em 2018, os parques de estacionamento em novos edifícios devem estar 100 por cento equipados com infraestruturas de carregamento, para melhorar as instalações de carregamento e incentivar o público a conduzir de forma ecológica, indicou a CEM. No final de Junho, as autoridades contabilizaram 1.852 veículos eléctricos, entre automóveis (1.612) e motorizadas (240), números pouco impressionantes que, ainda assim, representam um aumento de 38 por cento em relação ao final de 2020. Em Junho, o Governo de Macau usava 36 veículos eléctricos, de acordo com dados publicados no website da Direção de Serviços para os Assuntos do Tráfego (DSAT).
João Luz Manchete SociedadeDST | Deloitte alerta para concorrência de Hainão e sugere aposta no mar O Governo encomendou um estudo à consultora Deloitte sobre o presente e o futuro do turismo de Macau, identificando potenciais riscos e caminhos de saída. A concorrência da ilha da Hainão e da zona da Ásia/Pacífico pode “roubar” visitantes a Macau. A solução é aproveitar os recursos marítimos e culturais e apostar no segmento do luxo Depois de quase dois anos de clausura e prejuízo, a saída para a crise poderá passar pela reinvenção do sector do turismo. Foi com o propósito de análise e projecção de soluções para o sector que a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) encomendou à consultora Deloitte um estudo sobre o desenvolvimento da indústria do turismo. Além de estabelecer a óbvia dependência da economia local no turismo, e da imprevisibilidade do fim dos efeitos nefastos da pandemia, a consultora refere que a política de facilitação de vistos no Interior da China para destinos no estrangeiro tem “desviado” visitantes que tradicionalmente optariam por Macau, Hong Kong e Taiwan, diminuindo as visitas “de ano para ano”. Também destinos como Vietname e Tailândia, tornam-se cada vez mais competitivos a captar turistas, enquanto que na Malásia, Filipinas e Camboja a indústria do jogo está “em rápido crescimento, afectando a concorrência com a indústria do jogo de Macau”. Por outro lado, a Deloitte destaca Hainão como um destino que “atrai o retorno do consumo dos visitantes do Continente”, através da isenção de impostos e da oferta de produtos turísticos cada vez mais ricos. “A rota de desenvolvimento com foco em compras isentas de impostos e hotéis/resorts de luxo é uma forma de concorrência para a indústria do turismo de Macau.” Aliás, para aferir do grau de competitividade entre as duas regiões, basta recordar a nomenclatura política que o Governo Central estabeleceu para Hainão enquanto “Centro Internacional de Turismo e Consumo”, termo semelhante ao “Centro Internacional de Turismo e Lazer” aplicado em Macau. Mão cheia de remédios Num período em que a RAEM procura diversificar a economia, a Deloitte fez algumas sugestões ao Governo para a retoma do mercado turístico. Em primeiro lugar, a consultora sugere que se mantenha a “comunicação com o Continente, a melhoria da eficiência da passagem pela alfândega e discutir a melhoria da política de vistos para pessoas que viajam frequentemente na área da Grande Baía”. Neste aspecto, é apontado que Macau não aproveitou, até agora, a conectividade das redes de transportes da região. Um outro potencial trunfo a explorar é a atracção de turistas com elevado poder de compra, descritos pela consultora como “clientes de alto valor”, “casais jovens, visitantes de colarinho branco, famílias de rendimento médio e alto e jovens da Geração Z”. Também a especificação do produto pode ser uma vantagem, nomeadamente através da oferta de pacotes de “viagem para fotografia para casamento, gestão de fortunas, cuidados de saúde, etc”. No capítulo dos recursos, o plano geral recomenda o planeamento de instalações culturais na área dos Estaleiros Navais de Lai Chi Vun, na Fábrica de Panchões de Iec Long e no Pátio da Eterna Felicidade, e a promoção de elementos de turismo cultural através de operações de parcerias público-privada. Outro dos métodos recomendados neste ponto, é a colaboração com museus e galerias da área da Grande Baía e outras cidades do Interior da China, em termos de curadoria colaborativa ou exposição de colecções de forma mútua. Enquanto porta de entrada para o Mar do Sul da China, a Deloitte reforça que Macau deve aproveitar o acesso à costa, nomeadamente através de um plano com os operadores de turismo que oferecem passeios marítimos e optimizem rotas que “enriqueçam a experiência turística marítima”. Ainda no campo voltado para o mar, é sugerida a aposta no reforço dos portos existentes que, por exemplo, permitam oferecer ancoragem para iates.
Hoje Macau SociedadeGoverno emprestou mais de 2 mil milhões sem juros às PME em 2020 O Governo emprestou mais de dois mil milhões de patacas às pequenas e médias empresas (PME) em 2020, ano marcado pela crise provocada pela pandemia de covid-19. Segundo dados das autoridades consultados pela agência Lusa, estas empresas receberam no ano passado 2.011.212.798 de patacas no âmbito do Plano de Apoio a PME, praticamente o mesmo montante aprovado entre 2003 (quando começou) e 2015 e cerca de dez vezes mais em relação ao valor anual médio dos empréstimos aprovados entre 2016 e 2019. Os pedidos de ajuda das PME de Macau no âmbito do plano de apoio abrandaram este ano, mas Outubro foi quando se verificou o maior número (107), tendo mesmo triplicado em relação a alguns dos meses anteriores. Em 2021, até Outubro, o Governo de Macau tinha aprovado 109.100.000 de patacas em empréstimos sem juros. O comércio a retalho, a construção e obras públicas, restaurante e hotéis foram as actividades económicas mais beneficiadas em 2021, à semelhança do que sucedera desde o início do programa de apoio. O Plano de Apoio às PME foi lançado em Maio de 2003 para ajudar financeiramente, com empréstimos sem juros, as empresas que sentiram o impacto económico devido ao SARS-CoV, detectado em Fevereiro daquele ano. Em 2020, com a pandemia do novo coronavírus, o SARS-Cov-2, o Governo reforçou os apoios económicos, com os empréstimos sem juros a servirem para financiar a aquisição de equipamentos, obras de renovação, fundo de maneio da empresa e aquisição de direitos de propriedade intelectual, entre outros. Actualmente, o montante máximo da verba está fixado em 600 mil patacas, sendo que o Governo ainda presta um segundo apoio às empresas que tenham reembolsado totalmente a verba de apoio concedido anteriormente. Em défice Apesar dos poucos casos (77) de covid-19, as restrições fronteiriças e consequente diminuição de visitantes na capital mundial do jogo em casinos obrigou as autoridades a avançarem com medidas excepcionais de apoio à população e empresas. O orçamento do Governo de Macau para 2022 vai continuar a registar um défice orçamental, suprido pela mobilização da reserva financeira, de 30,3 mil milhões de patacas. O Governo prevê despesas de 99,4 mil milhões de patacas e receitas de 100,1 mil milhões de patacas. No orçamento para o próximo ano, o Executivo vai dar continuidade aos apoios às empresas e à população definidos desde o início da pandemia, num montante de 20,4 mil milhões de patacas. O Governo propõe ainda a manutenção de um conjunto de medidas de dedução e isenção fiscais, no valor total de 3,09 mil milhões de patacas.
João Santos Filipe Manchete SociedadeQuarentena | Viajantes vindos por Singapura ficam no Hotel Tesouro Isolados num hotel “especializado” e obrigados a fazer 10 testes de ácido nucleico nos primeiros 10 dias de quarentena. É esta a nova realidade para quem viaja de Portugal, ou de qualquer outra zona de alto risco, para Macau O Governo reviu as medidas de observação médica para quem viaja para Macau vindo de Singapura, como acontece com as ligações áreas entre a RAEM e Portugal, tornando-se obrigatório cumprir quarentena no Hotel Tesouro a partir de 1 de Dezembro. As novidades foram apresentadas ontem, por Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção de Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença. “Os indivíduos com diferentes riscos serão distribuídos por instalações diferentes. Os indivíduos de risco máximo ficam no Centro Clínico do Alto de Coloane. Os indivíduos de risco elevado secundário têm de ir para os hotéis especializados, sem poderem fazer escolha”, explicou Leong. Segundo Liz Lam, dos Serviços de Turismo, os indivíduos de risco elevado secundário são “todos os que viajam vindos de Singapura”. Ainda de acordo com a responsável, o primeiro espaço designado como especializado é o Hotel Tesouro, o mesmo que estava a ser utilizado para isolamentos e que há dois meses registou um surto entre os trabalhadores de segurança. A escolha surgiu após a avaliação dos Serviços de Saúde e, neste momento, estão a decorrer obras na unidade hoteleira. “Escolhemos o Hotel Tesouro porque tem 500 quartos, uma capacidade grande, que facilita muito as operações. Também está fora das zonas residenciais, o que facilita as operações dos SSM”, justificou Lam. As pessoas que vierem do Interior, Hong Kong e Taiwan podem continuar a escolher o hotel para cumprir quarentena. Revisão das medidas Além da divisão das pessoas em quarentena por hotéis diferentes, foram anunciadas quatro novas medidas para os isolamentos. Quem vier de Singapura tem de fazer 10 testes nos primeiros 10 dias da quarentena. Leong Iek Hou explicou que o objectivo é detectar os casos o mais cedo possível. Questionada sobre se as mudanças da política podiam ser vistas como discriminatórias, o cenário foi recusado: “Não há rotulagem nem discriminação. A situação epidémica no estrangeiro está grave e, por isso, adoptámos medidas”, defendeu Leong. Nas outras alterações constam ainda a divisão clara de tarefas entre os serviços públicos, a realização de testes e gestão de circuito fechado para os trabalhadores dos hotéis em quarentena e a obrigação de fazer a reserva de hotel antes de viajar para Macau. Desde o início da pandemia até à passada segunda-feira, 58.060 pessoas cumpriram quarentena. No pico das quarentenas, 12 hotéis estiveram reservados para o efeito, onde foram detectados 25 dos 77 casos de Macau.
João Santos Filipe Manchete SociedadeDesemprego | Procura de subsídio cai em 2021 mas triplica em 2020 O desemprego está a abrandar, mas a pandemia levou à corrida ao subsídio do Fundo de Segurança Social em 2020, altura em que o valor dos apoios mais do que triplicou, passando de 14,43 milhões de patacas para 52,31 milhões A situação do desemprego tem melhorado ao longo deste ano com uma quebra de 3,6 por cento no número de indivíduos a receber o subsídio. Os dados foram apresentados na segunda-feira por Iong Kong Io, presidente do Conselho de Administração do Fundo de Segurança Social, ao canal chinês da Rádio Macau, e citados pelo jornal Cheng Pou. De acordo com Iong, nos primeiros dez meses do ano houve um total de 3.813 pessoas a receberem subsídio de desemprego, no que representou um valor de 36,88 milhões de patacas. O número de pessoas a recorrer a este apoio social demonstra uma redução de 143 indivíduos face aos 3.956 apoiados nos primeiros três meses do ano passado. Os dados anunciados por Ieong mostram assim uma quebra de 3,6 por cento. Em relação às despesas com o subsídio, no final de Outubro do ano passado, estas cifravam-se em 43,24 milhões de patacas, o que significa uma redução de 15 por cento. “Os dados mostram-nos que em comparação com o ano passado a situação do desemprego abrandou”, afirmou o presidente do Conselho de Administração do Fundo de Segurança Social. Ainda de acordo com o dirigente, desde o ano passado foram adoptados procedimentos para que os pedidos sejam aprovados o mais rapidamente possível. Ao mesmo tempo, em vez de se pagar o subsídio uma vez por mês, o valor permaneceu o mesmo, mas é pago em duas tranches, a cada 15 dias, de forma a “facilitar o pagamento”, foi explicado. Crise económica Os dados do FSS mostram também um agravar das condições de vida da população com o primeiro ano da pandemia, e as restrições de circulação, que atingiram gravemente a indústria do turismo. Em 2019, o último ano sem pandemia, o número de requerentes do subsídio de desemprego foi de 3.511, porém, no ano passado subiu para 12.141. Nem todos, entre os 12.141 requerentes, terão tido os pedidos aprovados, mas o montante anual gasto com este subsídio cresceu de 14,43 milhões de patacas para 52,31 milhões de patacas, ou seja, mais do que triplicou. Nos termos das leis em vigor, o subsídio de desemprego equivale a uma prestação diária de 150 patacas. Cada residente pode, por ano, receber 90 dias de subsídio, o que equivale a um limite máximo de 13.500 patacas por ano. O subsídio é pago a cada 15 dias, ou seja, 2.250 patacas de cada vez. Caso um residente receba as 13.500 patacas, tem de voltar a esperar um ano até poder a voltar a receber um valor semelhante.
Nunu Wu SociedadeCódigo de saúde com função de rastreamento lançado este mês O director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo Iek Long revelou ontem que até ao final de Novembro, será lançada uma versão experimental do código de saúde com a funcionalidade de rastreamento de itinerários incluída. Segundo o responsável, o rastreamento será feito voluntariamente através da leitura de códigos QR instalados à entrada de estabelecimentos e espaços públicos, fazendo com que esses locais, e respectiva hora de acesso, fiquem registados, apenas, nos telemóveis dos utilizadores. Durante a fase experimental, a função de rastreamento será aplicada exclusivamente em instituições públicas afectas aos Serviços de Saúde, prevendo-se que seja alargada posteriormente a mais espaços “consoante as opiniões dos utilizadores” e as melhorias que venham a ser implementadas. À margem do programa “Fórum Macau” do canal chinês da TDM-Rádio Macau, o director dos Serviços de Saúde revelou ainda que, até à manhã de ontem, 292 pessoas tinham sido inoculadas com a terceira dose da vacina contra a covid-19. Destas, apontou o responsável, 224 optaram por receber a dose de reforço com o mesmo fármaco, ao passo que 68 escolheram mudar de vacina, acabando por cruzar doses da BioNTech e da Sinopharm. Firmes e constantes Citado pela TDM-Rádio Macau, Alvis Lo recordou que os Serviços de Saúde recomendam que a população opte por tomar uma terceira dose igual à vacina administradas anteriormente. “Recomendamos que as pessoas devem ser vacinadas com o mesmo tipo de vacinas”, disse. Questionado sobre a decisão de Singapura de obrigar não vacinados a pagar pelo tratamento médico caso acabem infectados com covid-19, Alvis Lo afirmou estar atento às medidas que estão a ser tomadas um pouco por todo o mundo, mas apontou que em Macau a lei dita que a população tem o direito de ser tratada. “Estamos atentos às medidas que estão a ser tomadas em todo o mundo. E na perspectiva de todo o mundo a maneira mais eficaz [de prevenir a doença] é a vacinação. Mas em Macau, de acordo com as leis vigentes, as pessoas que são infectadas com doenças transmissíveis têm o direito de ser tratadas. Por isso só podemos cumprir a lei”, referiu Alvis Lo de acordo com a mesma fonte.
Pedro Arede Manchete SociedadeGrande Prémio | 133 pilotos participam na edição deste ano Ao todo, a 68.ª edição do Grande Prémio de Macau vai receber 133 pilotos, que vão estar obrigados a fazer testes à covid-19 a cada 48 horas. O evento, que acontece de 19 a 21 de Novembro, vai afectar o trânsito, levar à alteração de cerca de 50 carreiras de autocarros e mobilizar 400 agentes. A organização apela à população para andar a pé A organização do Grande Prémio de Macau revelou ontem que serão 133 os pilotos a participar na 68.ª edição do evento, denotando um aumento em relação aos 119 que marcaram presença no ano passado. De acordo com Pun Weng Kun, Coordenador da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau, os pilotos estão “a pouco e pouco” a chegar a Macau apesar dos recentes surtos de covid-19 registados no Interior da China e, durante a competição, serão submetidos a testes de ácido nucleico a cada 48 horas. “A situação da pandemia no Interior da China tem vindo a recuperar gradualmente a estabilidade e, até agora, todos os pilotos estão habilitados a vir competir a Macau”, assegurou ontem o responsável durante uma conferência de imprensa dedicada às medidas de tráfego a aplicar devido ao Grande Pémio. De referir ainda que, durante a conferência de imprensa, a lista de pilotos participantes não era ainda conhecida. No entanto, poucas horas depois, as listas provisórias dos pilotos inscritos nas seis corridas previstas foram divulgadas online, após a questão ter sido lançada pelos jornalistas. Relativamente às alterações de trânsito, foi dito que entre os dias 19 e 21 de Novembro haverá, como habitualmente, cortes em várias artérias e alterações em dezenas de carreiras de autocarros. Ao todo, serão cerca de 50 as carreiras afectadas, havendo mudanças nos respectivos percursos. Por seu turno, a carreira H2, ficará suspensa durante esses dias. Também, como de costume, serão criados os percursos especiais 12T, entre o Terminal Marítimo do Porto Exterior e a Praça Ferreira Amaral, e 31T, entre o Terminal Marítimo do Porto Exterior e a Paragem Provisória do Fórum Macau. Por fazerem parte do circuito, a Avenida de Amizade, Avenida Venceslau Morais, Ramal dos Mouros e Rua dos Pescadores serão cortadas ao trânsito durante a realização das provas. Antes disso, entre os dias 16 e 18 de Novembro, devido à instalação de 159 barreiras metálicas, haverá constrangimentos em alguns locais da cidade, como na Estrada de Cacilhas, Estrada D. Maria II, Avenida da Amizade e na Rua dos Pescadores. Patrulha reforçada Para garantir o bom desenrolar das operações na via pública, serão destacados mais de 400 agentes para os pontos onde se prevê que haja maior pressão na circulação de trânsito, nomeadamente na zona norte e centro da cidade. Dos três dias de competição, o primeiro, por ser sexta-feira é aquele onde se prevêem maiores constrangimentos. “As vias rodoviárias vão ficar sobrecarregadas sobretudo na sexta-feira [dia 19 de Novembro]”, começou por dizer Lo Seng Chi, subdirector da Direcção de Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT). “Apelo aos cidadãos para prestarem atenção aos arranjos de trânsito e, se possível, que andem a pé para chegar aos seus destinos. Esperamos que os estudantes saiam de casa mais cedo e que as empresas sejam flexíveis com os horários”, apontou. A organização revelou ainda que, no ano passado, foram registados 2.000 casos de estacionamento ilegal e foi necessário rebocar 13 veículos durante os três dias de competição.
João Santos Filipe SociedadeJogo | Lawrence Ho conservador face à reabertura do território A operadora Melco está preparada para que o levantamento das restrições de circulação com o Interior demore quase um ano, devido à política de zero casos de covid-19. Resultados da empresa agravaram-se no último trimestre A concessionária Melco está cautelosa face à reabertura das fronteiras e à recuperação do sector do jogo no próximo ano. Segundo Lawrence Ho, as condicionantes da política de zero casos de covid-19, as restrições de circulação, assim como os eventos de cariz político no Interior e em Hong Kong vão continuar a ter impacto no território. As explicações foram avançadas após a apresentação dos resultados financeiros, e o empresário revelou acreditar que a reabertura da circulação sem restrições para o Interior vai demorar entre seis e 12 meses, devido às medidas pandémicas adoptadas. “Acho que neste momento quase metade das províncias da China tem casos ou casos de contacto próximos. Isso afecta as viagens e vamos ter uma abordagem conservadora [nas previsões sobre o levantamento de restrições de circulação]”, justificou o empresário. “O próximo ano é igualmente muito importante para a China, devido à organização dos Jogos Olímpicos, à Eleição do Chefe do Executivo de Hong Kong, celebração do 25.º aniversário da transição de Hong Kong e à realização do Congresso do Partido Comunista, onde o Presidente Xi vai procurar assegurar um terceiro mandato”, explicou. “Estas são todas razões para sermos super conservadores em termos da abertura”, acrescentou. Apesar dos desafios, o filho de Stanley Ho garantiu que a empresa “está preparada para o pior”. Prosperidade comum Quanto à política de prosperidade comum, anunciada por Xi Jinping, e que tem sido encarada por alguns analistas como negativa para a liberdade do mercado, Lawrence Ho desvalorizou a questão. “A política [de prosperidade comum] tem como objectivo enriquecer as pessoas com rendimentos mais baixos e ajudá-las a subir na vida. Por isso, não acho que vá ter qualquer impacto no nosso mercado de massas, que é o futuro de Macau. Também não vejo impacto no mercado premium de massas”, frisou. “No segmento VIP a situação é diferente, mas, de qualquer maneira, a história do jogo VIP está estruturalmente comprometida”, considerou. Sobre a consulta pública da revisão da lei do jogo e a atribuição de novas concessões, o CEO da Melco disse que muitas das dúvidas foram esclarecidas durante as sessões da consulta pública e que a finalização da lei deve demorar “entre um a dois anos”. De acordo com os resultados anunciados, a Melco Resorts and Entertainment registou perdas de 1,87 mil milhões de patacas, o equivalente a 233.2 milhões de dólares americanos. O valor é um agravar da situação da empresa face ao segundo trimestre, quanto as perdas tinham sido de 1,49 mil milhões de patacas.
Pedro Arede Manchete SociedadePatrimónio | IC admite alterar trânsito junto à Casa de Portugal Após o edifício que alberga a Casa de Portugal ter ficado danificado devido a um acidente de viação, o IC admite estudar o controlo do tráfego na zona. Sobre o restauro agendado para Dezembro, António José de Freitas mostra-se feliz, congratula a “acção rápida” do IC, mas lamenta não ter sido notificado pelo organismo O Instituto Cultural (IC) revelou que, na sequência do acidente de viação que danificou parte da fachada do edifício que alberga a Casa de Portugal, está a estudar medidas de controlo de tráfego na zona, em conjunto com a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT). “Relativamente aos danos a edifícios patrimoniais provocados por uma condução negligente, o IC irá apresentar a situação à DSAT para estudar a melhoria do tráfego ou medidas de controlo”, admitiu o organismo em resposta enviada ao HM. Recorde-se, que no passado dia 11 de Setembro, ocorreu um acidente no cruzamento da Rua de Pedro Nolasco da Silva com a Travessa do Padre Soares, que danificou parte do canto do edifício no 24A. Juntamente com os lotes 26 e 28-28A, os dois imóveis germinados de interesse arquitectónico são propriedade Santa Casa da Misericórdia de Macau. Contactado pelo HM, o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Macau, António José de Freitas, considera que, a concretizarem-se, as alterações de trânsito na zona “são boas notícias” e aponta o encerramento da Travessa do Padre Soares à circulação de veículos como uma possibilidade. “Considero que fechar aquela rua ao trânsito não coloca qualquer problema em termos de escoamento rodoviário. Não sou perito, mas como conhecedor do ambiente e da rede rodoviária envolvente, [um eventual encerramento] não vai afectar nada. Para chegar à Rua do Campo, os carros que passam pela Rua Nolasco da Silva, ou vão em frente ou viram à direita na Travessa do Padre Soares, pois as duas vão dar ao mesmo sítio”, apontou. O IC acrescentou ainda que, pelo facto de em Macau existirem muitos edifícios patrimoniais nas zonas antigas onde os troços são estreitos, os condutores devem “permanecer alerta e ter atenção à segurança da condução e do património cultural”. Ao ritmo da opinião pública Na mesma resposta, o IC confirmou que as obras de restauro no edifício que alberga a Casa de Portugal vão avançar em Dezembro. Detalhando, o IC sublinhou que “realiza periodicamente” uma avaliação do edifício e que, “neste momento, não se verificam problemas imediatos de natureza estrutural, pelo que (…) está a proceder (…) à realização dos concursos para as obras de reparação das fachadas, dos telhados, das portas e janelas e das infiltrações de água internas”. Ao HM, António José de Freitas diz estar “feliz” por saber que as obras vão começar em breve e aponta que o caso prova que “os serviços públicos só acordam depois da questão vir a público”. “Este é mais um exemplo de que o IC considera as opiniões veiculadas pela imprensa”, começou por dizer. No entanto, o responsável lamenta não ter sido notificado por escrito sobre o início das obras. “Fico feliz por saber que as obras vão começar, mas o IC não foi capaz de enviar uma notificação por escrito à Santa Casa. Recebemos uma notificação por chamada, mas nem falaram com o provedor”, disse o próprio. Sobre o facto de o organismo apontar que o edifício não tem “problemas imediatos de natureza estrutural”, António José de Freitas insiste que “as brechas que as imagens mostram são enormes”, mas admite não ser “perito” na matéria. “Ainda bem que nada caiu até agora e oxalá que não haja um problema estrutural. Não sou especialista para dizer se a estrutura corre ou não perigo iminente, mas, a meu ver, há perigo”, partilhou. Contudo, o provedor fez questão de congratular a “acção rápida do IC”, esperando que o organismo comece a dar “mais atenção” aos prédios classificados pelo Governo. Recorde-se que em Abril deste ano, a Santa Casa da Misericórdia de Macau enviou uma carta ao IC a alertar para os “graves danos estruturais na fachada” do edifício que alberga a sede da Casa de Portugal e para o “perigo iminente” que o mau estado de algumas estruturas coloca a transeuntes da via pública e utentes.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCaso Criptomoeda | Autoridades de Hong Kong ignoraram pedidos de assistência Um investigador da Polícia Judiciária reconheceu que não há provas de transferências bancárias que demonstrem que Frederico Rosário lucrou com o esquema da criptomoeda. A investigação admite dificuldades, uma vez que as autoridades de Hong Kong não responderam aos pedidos de assistência A Polícia Judiciária (PJ) desconhece o destino 12 milhões de dólares de Hong Kong enviados para contas bancárias na RAEHK, no âmbito do esquema de investimento em criptomoeda, promovido por Dennis Lau e Frederico Rosário. Segundo um agente da PJ, ouvido ontem no tribunal, a polícia não recebeu qualquer auxílio de Hong Kong durante a investigação, nem depois de ter pedido assistência através de Interpol. Chamado a depor para explicar a investigação a Dennis Lau e Frederico Rosário pela prática de burla, o agente de apelido Lok confessou que as provas sobre transferências de dinheiro foram entregues pelo próprio Frederico Rosário e as vítimas. Os documentos mostram que num total de 18 milhões de dólares de Hong Kong enviados para a RAEHK, seis regressaram a Macau para pagar “juros” e 12 milhões desapareceram. Terá sido também através da informação disponibilizada pelo filho de Rita Santos que as autoridades perceberam que Rosário era accionista de 10 por cento da empresa Forgetech. “Nunca recebemos qualquer informação sobre as contas bancárias de Hong Kong. Foi o arguido [Rosário] que nos forneceu os dados da Forgetech e da Genesis”, explicou Lok. Face à falta de cooperação das autoridades de Hong Kong e do banco DBS, para onde terá sido enviado o montante de 12 milhões de dólares de Hong Kong, o agente Lok reconheceu que não há provas que indiquem que Rosário tenha ficado com qualquer parte do montante. Foi também reconhecido não existirem provas que indiquem se Rosário pode, ou não, aceder às contas e às informações sobre as empresas em que estava envolvido com Dennis Lau. Questionado pelo advogado de defesa, se isso indicava que o filho de Rita Santos podia ser uma vítima, Lok respondeu que a investigação não seguiu esse caminho, porque Rosário tinha promovido o investimento, era accionista de uma das empresas e não terá conseguido provar que o dinheiro foi efectivamente utilizado para a minerização de criptomoeda. Por outro lado, o investigador reconheceu que os materiais da investigação indicam que Frederico Rosário terá perdido perto de 450 mil dólares de Hong Kong com o investimento na Forgetech. Sem informação Na parte da manhã da sessão de ontem, foram ainda ouvidas três lesadas com o esquema de investimento. Todas elas foram a Hong Kong apresentar queixa contras as empresas de Dennis Lau e Frederico Rosário, em 2018, mas nenhuma tinha recebido, até ontem, qualquer indicação das autoridades vizinhas sobre o desenrolar das investigações. A sessão serviu ainda para analisar o papel de Manuela, mulher de Frederico Rosário, em todo o processo. Sílvia Mendonça, advogada da única assistente pediu ao Ministério Público (MP) para ponderar avançar com um procedimento criminal contra a esposa do filho de Rita Santos. “Na queixa inicial a minha cliente tinha visado a Manuela e o Frederico”, começou por revelar Sílvia Mendonça. “O Ministério Público deve ponderar se não deve levantar um procedimento criminal contra a Manuela, e deixar o procedimento contra o Frederico, tendo em conta o que vem deste julgamento”, apelou. A intervenção da causídica não mereceu qualquer resposta por parte do Ministério Público nem do colectivo de juízes. No entanto, foi o papel de Manuela que marcou a parte da manhã do julgamento, uma vez que uma testemunha identificada como Violeta revelou ter tratado sempre do “investimento” com a esposa de Frederico. A ouvida somou perdas de 925 mil dólares de Hong Kong, depois de ter investido 1,4 milhões. A desilusão Violeta vincou também que Manuela utilizava um grupo de Whatsapp para promover os investimentos na criptomoeda e as sessões na Associação de Trabalhadores da Função Pública de Macau. No depoimento, Violeta, que admitiu ter sido testemunha do casamento entre Manuela e Frederico, lamentou a forma como o casal se comportou ao longo do processo. “Acho que eles encobriram [informações relevantes]. Não digo que tenham tido a intenção de enganar os investidores, mas tiveram proveitos, como comissões. E eles nunca nos disseram bem como eram as coisas”, considerou. “Só no fim é que soubemos que eles não podiam mexer nas contas [da empresa]”, revelou. Segundo a testemunha, Frederico terá afirmado ao longo dos seminários de investimentos realizados na Associação de Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) que era o patrão da empresa. Contudo, era apenas um accionista com uma participação de 10 por cento, que não lhe daria acesso às contas e movimentos de dinheiros da empresa. “Acho que não é no fim que vem dizer que afinal não tem responsabilidade. Não é assim que se fazem as coisas”, vincou. “Quando nos falaram no início, nunca nos disseram que não podiam gerir. Se tivessem dito não tinha investido”, lamentou. O papel de Manuela foi reforçado por outras duas testemunhas, Choi Teng e Lei Iok Meng, que também terão tratado dos investimentos através da esposa de Frederico Rosário. Choi Teng mencionou mesmo que Manuela terá reconhecido receber comissões pela captação de investidores.
Pedro Arede SociedadeDroga | Detidos por traficar ice no valor 45 mil patacas em powerbanks Dois residentes de Macau foram detidos nas Portas do Cerco ao tentar entrar no território com vários pacotes de ice escondidos em powerbanks modificados. No total, foram apreendidas mais de 14 gramas do estupefaciente, avaliadas em cerca de 45 mil patacas. Os suspeitos alegaram que a droga era apenas para consumo Há uma primeira vez para tudo. A Polícia Judiciária (PJ) deteve na segunda-feira dois residentes de Macau por suspeitas de tráfico e consumo de estupefacientes, quando estes tentavam entrar no território na posse de várias doses de ice, escondidas em powerbanks modificados. De acordo com informações reveladas ontem em conferência de imprensa, para fazer a droga entrar em Macau, os dois homens recorriam a powerbanks, que alteravam manualmente, com o objectivo de arranjar espaço para acondicionar a substância ilícita. Mais especificamente, depois de aberto o equipamento, era retirada uma das três baterias do seu interior, que era substituída depois por pacotes de ice, deixando, ainda assim, o aparelho perfeitamente funcional. Afirmando ser “a primeira vez que foi descoberto um crime de droga com recurso à utilização de powerbanks”, o porta-voz da PJ revelou que o caso veio a lume após as autoridades terem recebido informação relativa a dois homens que estariam a vender droga nas redondezas do posto fronteiriço das Portas do Cerco. Identificados os suspeitos, a PJ deu início a uma operação na passada segunda-feira junto à fronteira. Por volta das 15h00, os dois suspeitos foram avistados a entrar em Macau, aparentando estar “muito nervosos” e “a olhar para todo o lado”. Pouco depois, os agentes destacados para operação interceptaram-nos e revistaram-nos. Na posse de um deles, motorista de profissão, foram encontrados três pacotes de ice acomodados dentro de um powerbank, com o peso total de 5,56 gramas. Já na posse do outro suspeito, taxista de profissão, não foi encontrada qualquer substância ilícita. Contudo, no decurso da revista efectuada à casa do suspeito, foram apreendidos mais 8,7 gramas de ice, mais powerbanks modificados e vários instrumentos utilizados para consumir droga. Compras no Interior Durante o interrogatório, os dois suspeitos admitiram ser consumidores de droga, mas negaram, contudo, estar envolvidos em esquemas de tráfico. Às autoridades, o motorista revelou ainda que a droga que trazia consigo (5,56 gramas) tinha sido adquirida no Interior da China por 2.500 renminbis. Por seu turno, o taxista recusou-se a colaborar com a polícia. Contas feitas, no total, foram apreendidos 14,26 gramas de ice, avaliados em 45 mil patacas. De acordo com as informações da PJ, os dois homens começaram a vender droga há cerca de um mês, estando ainda uma investigação em curso para descortinar a origem da droga e se há mais pessoas envolvidas. O caso seguiu ontem para o Ministério Público (MP), onde os suspeitos vão responder pela prática dos crimes de tráfico e consumo ilícito de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas. A provar-se a acusação, os suspeitos podem vir a ser punidos com pena de prisão de 5 a 15 anos, pelo primeiro crime e com pena de prisão de 3 meses a 1 ano pelo segundo crime.
Nunu Wu Manchete SociedadeVeículos Eléctricos | Sector apela à uniformização de baterias e carregadores O Instituto dos Engenheiros Electrotécnicos e Electrónicos de Macau acredita que o futuro da RAEM passa pelos veículos eléctricos e considera essencial que haja uma uniformização para facilitar as importações O Instituto dos Engenheiros Electrotécnicos e Electrónicos de Macau (IEEEM) apelou ao Governo para uniformizar as normas para baterias e carregadores dos carros eléctricos, de forma a tornar mais popular este meio de transporte. A posição foi tomada por Michael Choi Tak Meng, vice-presidente do instituto, numa conferência de imprensa realizada ontem. “Consideramos que o melhor é o Governo definir quanto mais cedo possível as normas, para que as empresas que querem importar ou vender carros electrónicos em Macau tenham uma referência e possam seguir essas normas”, explicou Choi. “Como sabemos actualmente há vários tipos de carros electrónicos no mercado, e faz sentido que os agentes do mercado saibam que tipos devem importar”, acrescentou. O IEEEM realizou ontem uma palestra sobre as oportunidades e desafios na utilização dos carros eléctricos, assim como a utilização de internet nos veículos. À margem do evento, Michael Choi apelou ao Executivo para uniformizar as normas. O vice-presidente do IEEEM destacou igualmente os benefícios sociais, económicos e ambientais dos carros eléctricos, e sublinhou integrarem-se nas estratégias de desenvolvimento da Grande Baía de Guangdong-Hong Kong-Macau e no Plano Quinquenal de Desenvolvimento Socioeconómico da RAEM. Michael Choi revelou ainda acreditar que os eléctricos são o futuro, dando como exemplo os veículos pesados de passageiros em Macau que adoptam a Norma Euro 4 e vão ter de ser abatidos, devido ao nível das emissões que produzem. “É uma direcção inevitável”, considerou, sobre a necessidade de haver uma redução das emissões de carbono. Desenvolvimento do 5G Além de vice-presidente da IEEEM, Michael Choi é ainda director executivo da MTEL, empresa de telecomunicações. O responsável foi questionado sobre o lançamento da 5G e a utilização desta rede nos veículos em circulação. “Espero que Macau possa lançar em breve os serviços da rede 5G. Acredito que o prazo para alcançar o nível do Interior no fornecimento de internet aos veículos possa ser curto”, deixou como previsão. Por acreditar numa rápida recuperação com a implementação da tecnologia 5G, Michael Choi desvalorizou, nesse campo, o atraso para o Interior. Em Setembro de 2021, de acordo com os dados da Direcção de Serviços de Estatística e Censos (DSEC), havia 112.506 automóveis ligeiros, dos quais 1.505 eléctricos, ou seja, 1,3 por cento.