Hoje Macau PolíticaQuadros Qualificados |Chefe do Executivo reuniu com Comissão O Chefe do Executivo deixou o desejo que a Comissão de Desenvolvimento de Quadros Qualificados (CDQQ) possa ajudar Macau a captar os quadros qualificados escassos necessários para o desenvolvimento económico, criando uma equipa forte de quadros qualificados, para apoiar o desenvolvimento das indústrias prioritárias. A nova missão foi deixada por Ho Iat Seng, que na terça-feira participou na primeira reunião deste ano da comissão, de acordo com um comunicado que demorou dois dias a ser traduzido de chinês para português. Ho Iat Seng prometeu também que o “Governo da RAEM irá reforçar a formação dos quadros qualificados locais, acompanhando activamente a tendência de desenvolvimento das indústrias e dando prioridade à formação dos quadros qualificados necessários ao desenvolvimento das indústrias”. Ao mesmo tempo, Ho apelou aos membros da CDQQ para continuarem “a desempenhar um papel activo nas respectivas áreas, contribuindo com opiniões e sugestões para o aperfeiçoamento da política de quadros qualificados de Macau”. Na reunião, foram aprovados o regulamento interno da CDQQ e a constituição de quatro grupos especializados: o Grupo Especializado para a Indústria de Big Health, o Grupo Especializado para a Indústria de Tecnologia de Ponta, o Grupo Especializado para a Indústria Financeira Moderna e o Grupo Especializado para a Cultura, Desporto e Outras Indústrias.
João Santos Filipe Manchete PolíticaAssociativismo | Nova associação promove colaboração com Pequim Uma associação para reforçar os laços entre Pequim e Macau. Foi desta forma que Pansy Ho, presidente da recém-criada União Geral das Associações de Pequim (Macau), a par de Jason Ho, filho do Chefe do Executivo, apresentou a criada União Geral das Associações de Pequim (Macau). A cerimónia de lançamento decorreu em finais do mês passado e contou com os representantes de altos quadros do Partido Comunista Chinês como Yang Jinbai, hefe do Departamento da Frente Unida do comité municipal de Pequim, Qiu Yu, subdirectora do Departamento de Coordenação do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na RAEM, mas também Edmundo Ho, vice-presidente do Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC) e de André Cheong, secretário para a Administração e Justiça. Diante da elite de Pequim, Pansy Ho prometeu uma associação focada no reforço da cooperação entre Pequim e Macau, que pode aproveitar as vantagens de cada região e contribuir para “a construção nacional”. A filha de Stanley Ho apontou também que a associação tem como objectivo “promover a integração de Macau no desenvolvimento nacional” e tornar-se numa “plataforma para a implementação da estratégia de desenvolvimento exterior” do país. Nos órgãos da sociais da associação, que foi promovida pelos órgãos de comunicação do Governo da RAEM, constam várias figuras ligadas a famílias e empresários protegidos pelo regime. Clube dos filhos Além da presidência bipartida pelas famílias Ho, de Stanley, e a família Ho, ligada ao Chefe do Executivo, também o clã iniciado por Ho Yin, pai de Edmundo Ho, está representado pelo sobrinho Eric Ho King Fung, vice-presidente permanente da associação. Por sua vez, Ngan Iek Chan, filha do empresário Ngan In Leng, que chegou a ser um dos cinco representantes de Macau no comité permanente da CCPPC, é a presidente do Conselho Fiscal. Além do reforço da ligação com a capital, a associação garante ainda ser uma força patriota, que promete total apoio às políticas do Chefe do Executivo, que vai realizar vários eventos em áreas como “a cultura, gastronomia, turismo, desporto comércio e cuidados médicos”. No discurso de lançamento da associação, Pansy Ho apontou ainda, de acordo com o jornal Ou Mun, que “a compatibilidade cultural entre as populações dos dois lugares vai fazer com que se sintam mais próximas e que possam beneficiar da cooperação com benefícios mútuos, com um melhor desenvolvimento económico e social”.
Nunu Wu Manchete PolíticaTurismo | Associação das Mulheres exige caça aos uniformes escolares A estética dos uniformes escolares de Hong Kong e Macau está a fascinar os turistas do Interior que se querem fotografar vestidos de alunos. No entanto, a Associação das Mulheres implementou uma campanha contra o fenómeno que considera “perturba os alunos” A Associação Geral das Mulheres apelou ao Governo para lutar contra uma das tendências mais recentes dos turistas do Interior: fotografias com os uniformes das escolas de Macau. À boleia do que acontece em Hong Kong, os turistas do Interior mostram cada vez mais um fascínio com os uniformes escolares de Macau. Assim sendo, tornou-se mais frequente a compra destes uniformes para sessões de fotografias nas ruas do território. No entanto, a Associação Geral das Mulheres está contra o fenómeno e pede ao Governo que dê início imediatamente uma campanha contra estes turistas. Em declarações ao jornal Ou Mun, a vice-presidente da associação, Loi I Weng, defende que o Governo deve regular a venda de uniformes escolares, para evitar “influências negativas” na imagem das escolas e para evitar “perturbar os alunos e os encarregados de educação”. A responsável não explicou como é que a utilização dos uniformes por turistas vai perturbar os alunos ou encarregados de educação, ainda assim apontou que actualmente a compra dos uniformes escolares é demasiado conveniente. Loi afirmou ainda ter recebido queixas de “alguns residentes” e que o Governo até pressionou os fornecedores para que identifiquem os compradores, de forma a evitar abusos com os uniformes. No entanto, as autoridades não indicaram critérios para forçar os fornecedores a identificarem os compradores, o que coloca em causa qualquer esforço para contrariar esta prática. Problemas no trânsito A reboque das opiniões partilhadas por outros deputados recentemente, Loi I Weng alertou também as autoridades para o problema das fotografias que os turistas tiram no meio das ruas de Macau. Apesar de considerar que as imagens podem promover Macau como um destino turístico, Loi I Weng apontou os perigos das fotografias tiradas no meio das estradas ou nas passadeiras, por constituírem um risco acrescido para os próprios e para transeuntes e condutores. Como forma de combater a prática de fotografias no meio da estrada, a dirigente associativa sugeriu que a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego coloque sinais de trânsito nos pontos mais afectados, além de promover uma melhor divulgação contra a infracção na Internet. Loi I Weng recordou ainda que alguns turistas foram punidos por violarem a lei do trânsito e que até partilharam este facto nas redes sociais, alertando os outros para que evitem a prática. Contudo, a dirigente pede ao Governo que faça mais.
João Santos Filipe PolíticaPedida revisão da classificação de actividades económicas O deputado da FAOM questionou o Governo sobre a revisão da Classificação das Actividades Económicas por considerar que a estrutura económica do território sofreu alterações significativas desde 1997 Lei Chan U defende a necessidade de se levar a cabo uma revisão do diploma legal que regula a classificação das actividades económicas, com vista a implementar a política “1+4”. Esta iniciativa do Governo pretende utilizar as verbas do jogo para diversificar a economia do território através da aposta em áreas como a Medicina Tradicional Chinesa, Finanças Modernas, Turismo de Saúde e Eventos de Comércio, Culturais e Desportivos. “Desde a liberalização da indústria do jogo em 2002, a estrutura económica de Macau sofreu mudanças tremendas. O sector terciário tornou-se o mais importante para a economia, enquanto os sectores primário e secundário foram gradualmente reduzidos”, afirmou Lei Chan U, na interpelação escrita. “Com algumas indústrias e profissões a deixarem de fazer parte da estrutura económica e com o desenvolvimento económico e social e o contínuo avanço da estratégia de diversificação moderada da economia 1+4, vão surgir novos tipos de actividades económicas e formas industriais, que vão criar novos sectores de actividade e profissões”, acrescentou. Com um cenário traçado de acrescidas dificuldades no tratamento da informação estatística, o deputado da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) considera que se impõe perguntar ao Executivo: “Será que as autoridades vão fazer uma revisão da Primeira Revisão da Classificação das Actividades Económicas para que o desenvolvimento económico e social de Macau seja totalmente reflectido e para que haja uma harmonização com a estratégia de diversificação económica?”, questionou. Outras interrogações Em relação às estatísticas do território, o legislador pretende saber como está a ser feita a harmonização dos diferentes métodos utilizados por Macau e pelas autoridades de Zhuhai na Zona de Cooperação Aprofundada na Ilha da Montanha. Este é um projecto financiado por Macau na jurisdição do Interior e que é anunciado como uma forma de diversificar o tecido económico da RAEM. “Que progressos foram feitos entre os sistemas estatísticos de Macau e Zhuhai na Zona de Cooperação Aprofundada? E será que as autoridades vão considerar o futuro desenvolvimento desta zona numa futura revisão da classificação das indústrias?”, perguntou. “Será que numa futura revisão da classificação das indústrias em Macau, o Governo vai ter em conta o impacto da integração económica?”, questionou. A Classificação das Actividades Económicas foi revista pela primeira em 1997, na altura com os “objectivos de aprovação duma única classificação de actividades económicas e de aplicação harmonizada dos seus princípios e métodos, visando obter uma melhoria qualitativa da informação estatística e facilitar a sua compatibilidade internacional”.
João Luz PolíticaQuadros qualificados | Ho Iat Seng espera que Comissão seja eficaz A Comissão de Desenvolvimento de Quadros Qualificados reuniu ontem pela primeira vez este ano. Ho Iat Seng afirmou que em todo o mundo se sente uma procura intensa por jovens altamente qualificados e que Macau não pode ficar para trás. O Executivo tem como meta anual a captação de 1.000 talentos Volvido meio ano, a Comissão de Desenvolvimento de Quadros Qualificados realizou ontem a sua primeira reunião plenária de trabalho em 2023, no edifício do World Trade Center. O Chefe do Executivo, que presidiu à reunião, apontou a prioridade da captação de talentos para o desenvolvimento da economia de Macau, numa altura em que se sente pelo mundo inteiro uma busca de talentos, que levou à internacionalização de muitos quadros qualificados jovens. Neste contexto, Ho Iat Seng argumentou que a capacidade de visão estratégica para atrair profissionais qualificados para sectores industriais inovadores é uma questão fulcral para vingar regionalmente em termos de competitividade. O governante lembrou aos membros da comissão que o Governo Central incumbiu a RAEM de alcançar a “diversificação adequada da economia”, libertando-se da dependência absoluta da indústria do jogo. Para tal, Ho Iat Seng indicou que o seu Executivo está a elaborar um plano detalhado para tornar concreto o objectivo da política “1+4”. Na lista de prioridades impostas por Pequim, cujo desenvolvimento depende da captação e formação de quadros qualificados, Ho Iat Seng mencionou a construção da política “um Centro, uma Plataforma, uma Base” e o objectivo de criar na zona da Grande Baía as condições para atrair talentos. Nova lei O Governo considera que a conjugação das diversas políticas estratégicas de longo-prazo e as medidas para atrair talentos para as indústrias locais poderá garantir o desenvolvimento social e económico de Macau. O secretário-geral da Comissão de Desenvolvimento de Talentos, Chao Chong Hang, juntou-se a Ho Iat Seng na esperança de que a comissão tenha um papel essencial na atracção de talentos para Macau. Com a entrada em vigor do regime jurídico de captação de quadros qualificados, e de dois conjuntos de regulamentos administrativos que complementam o quadro legal, a comissão tem novas funções que acrescentam “pesadas responsabilidades” na procura de quadros para as indústrias-chave. Depois do enquadramento legal, Chao Chong Hang revelou que estão a ser ultimados trabalhos preliminares, como a organização de um grupo de trabalho e em Agosto serão lançados os pormenores de vários planos de introdução de talentos, como as condições de candidatura e os critérios de avaliação. Para já, o Governo irá criar uma plataforma electrónica exclusiva para aceitar candidaturas de quadros qualificados que estará aberta a todo o mundo. As autoridades estabeleceram também como meta orientadora a entrada anual de 1.000 novos quadros qualificados no mercado de trabalho local, abrangendo os sectores económicos prioritários.
João Luz Manchete PolíticaLeis eleitorais | ATFPM sugere aumento de deputados eleitos directamente A Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau sugeriu o aumento do número de deputados eleitos por sufrágio directo de 14 para 20 e da comissão que elege o Chefe do Executivo para 600 de membros. A associação presidida por Pereira Coutinho defende também a aposta na educação política das gerações mais novas A Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) apresentou uma série de sugestões no âmbito da revisão das leis eleitorais, que se encontram em consulta pública. Umas das principais ideias defendidas pela associação presidida pelo deputado José Pereira Coutinho é o aumento do leque de deputados eleitos por sufrágio directo dos actuais 14 para 20. Recorde-se que a Assembleia Legislativa é hoje em dia composta por 14 legisladores eleitos pelos residentes, 12 eleitos por sufrágio indirecto e sete nomeados pelo Chefe do Executivo. “Esta proposta de aumento do número de deputados está directamente relacionada com o desenvolvimento económico ocorrido nestes últimos dez anos, nomeadamente as mudanças estruturantes ocorridas na indústria do jogo, e os esforços desenvolvidos na diversificação económica, as transformações e mudanças da estrutura laboral”, argumenta a ATFPM, num comunicado divulgado ontem. Tendo em conta as alterações sociais da última década, a associação considera que será necessário que os representantes associativos e políticos tenham voz própria na Assembleia Legislativa. A ATFPM é também favorável ao aumento do número de membros da Comissão Eleitoral para o Chefe do Executivo para “200 membros perfazendo um total de 600 membros do futuro Colégio Eleitoral”. O alargamento de um terço da composição do organismo que elege o líder do Governo poderá “reflectir os interesses das novas actividades emergentes derivadas do desenvolvimento económico, social e laboral”, nomeadamente no âmbito tecnológico e científico. Neste campo, a associação refere ainda que os deputados eleitos pela via directa “devem por inerência ser membros do Colégio Eleitoral do Chefe do Executivo reflectindo desta forma uma maior representatividade deste importante órgão político”. Aprender a ser cidadão A associação laboral indica ainda que a maioria dos associados que deram opiniões sobre o processo de revisão das leis eleitorais está de acordo com as alterações sugeridas pelo Executivo e compreendem que estas “visam modernizar e estabilizar os respectivos processos eleitorais para que decorram com estabilidade e regularidade”. A ATFPM indica que os seus associados encaram as eleições como “um instrumento fundamental”, ou “uma ferramenta essencialmente neutra para que os cidadãos depositem confiança” e para conferir “fiabilidade dos actos eleitorais”. Além de apelar à credibilização e transparência durante os processos eleitorais, para evitar a concorrência desleal e a corrupção eleitoral, a associação refere que “muitos cidadãos não acreditam ser possível eliminar os referidos problemas que afectam a imagem de eleições limpas e justas”. Como tal, a solução deverá passar pela educação cívica e a promoção da consciência política, com as escolas a serem consideradas “lugares privilegiados” para atingir esses fins. “A educação política é educar para a cidadania e preparar os jovens para a liderança das futuras gerações”, defende a ATFPM, sublinhando que essa postura tem de “ser estimulada entre os jovens nas escolas e universidades públicas e privadas, abordando os direitos fundamentais dos cidadãos e os deveres civis e políticos”. Para tal, a associação defende a criação de Comissões Permanentes para a Eleição do Chefe do Executivo e da Assembleia Legislativa no sentido de aumentar o interesse dos jovens e dos cidadãos para com os assuntos políticos, cívicos e sociais. Ao mesmo tempo, “as entidades educativas do sector público e privado devem promover cursos específicos para induzir os jovens no pensamento e na reflexão sobre nosso papel como cidadãos e o impacto e responsabilidades das nossas acções na sociedade”.
João Santos Filipe PolíticaCheque pecuniário | Distribuição a partir de amanhã A partir de amanhã, o Governo vai iniciar a distribuição do plano de comparticipação pecuniária de 2023. O apoio, também conhecido como “cheque”, vai ser entregue entre 4 de Julho e 4 de Agosto por transferência bancária ou envio postal de cheque cruzado. Os 708 041 residente permanentes são apoiados com um subsídio de 10 mil patacas; os 35 347 residentes não permanentes recebem um apoio de 6 mil patacas. Somados os apoios, o plano de comparticipação pecuniária tem um custo para o orçamento da RAEM de cerca de 7,3 mil milhões de patacas. No caso de os residentes terem dúvidas sobre a forma como estão registados para receberem o apoio, podem consultar a informação através da página electrónica do Plano de Comparticipação Pecuniária em www.planocp.gov.mo.
João Luz PolíticaChina Media Group | Assinada parceria para criar conteúdos para jovens O Chefe do Executivo e o presidente do China Media Group presidiram este fim-de-semana à cerimónia de lançamento da Campanha de Promoção do Interesse dos Jovens de Macau pelo Desenvolvimento dos Meios de Comunicação Social no âmbito do Programa “Juventude e Futuro”. O acordo prevê que “ambas as partes aproveitem bem as vantagens obtidas pelos seus recursos para proceder adequadamente ao programa de desenvolvimento profissional dos jovens, o programa de formação no âmbito da capacidade de emprego e de empreendedorismo e o programa sobre o estudo e prática na indústria de alta tecnologia no Interior da China.” O Gabinete de Comunicação Social acrescentou ainda que a parceria assinada pelo Governo e o grupo de Media dirigido pelo vice-ministro do departamento de publicidade do comité central do Partido Comunista Chinês, Shen Haixiong tem como objectivo apoiar “os jovens de Macau a observar profundamente e sentir as mudanças no desenvolvimento do país”. Ho Iat Seng agradeceu o apoio do China Media Group, nomeadamente “através dos documentários realizados sobre a RAEM, tais como ‘Sabor de Macau’ e ‘Viagem de Duas Vias em Macau’, os quais trouxeram efeitos notórios à economia”. As restantes intervenções, tanto de Ho Iat Seng como Shen Haixiong, reforçaram a “atenção afectuosa e de grande importância ao desenvolvimento e formação” com que Xi Jinping encara a juventude de Macau. Ho Iat Seng afirmou que o Governo está empenhado “em orientar os jovens de Macau no sentido de estabelecerem uma visão correcta sobre o país, a vida e os valores, reforçarem o seu orgulho nacional e para serem donos do seu destino”.
João Santos Filipe Manchete PolíticaSegurança | Representantes de Pequim elogiam Governo local O Governo Central está satisfeito com os trabalhos realizados pelo Governo local para protecção da Segurança do Estado, principalmente no que diz respeito à lei defesa do Estado. A posição foi tomada por Zheng Xincong, director do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na RAEM, durante a primeira reunião deste ano da Comissão de Defesa da Segurança do Estado. O primeiro encontro deste ano da comissão decorreu “recentemente”, segundo o comunicado que não especifica a data, e Zheng Xincong, na posição de “assessor para os assuntos de segurança nacional” foi um dos intervenientes. O membro do Governo do Interior apontou que “ao longo do ano passado, o Governo da RAEM mostrou a sua responsabilidade de trabalho e o bom, corajoso e eficiente desempenho, garantindo a implementação com eficácia do conceito geral da segurança nacional, nomeadamente a conclusão, com sucesso, do trabalho da revisão da ‘Lei relativa à defesa da segurança do Estado’”. Porém, o trabalho está longe de estar concluído. Zheng Xincong recordou ao Governo local que tem a missão de “pôr em prática o espírito do importante discurso do Presidente Xi Jinping sobre o trabalho da segurança nacional”. O conteúdo e as tarefas a implementar do discurso não foram especificadas. Apesar disso, o governo está a realizar a consulta pública sobre a nova lei eleitoral que dá poderes à Comissão de Defesa da Segurança do Estado, que conta na sua constituição com dois membros do Governo Central, como assessores, para vetarem qualquer candidato. Tradição do amor Na reunião, esteve também presente Ho Iat Seng, presidente da comissão e Chefe do Executivo, que destacou o fervoroso amor patriótico da população, embora notasse que tem de haver um reforço. Ho Iat Seng afirmou “que, na nova conjuntura de segurança na nova era, o Governo da RAEM precisa de aproveitar a implementação da revisão da ‘Lei relativa à defesa da segurança do Estado’, na boa base existente para reforçar de forma contínua o amor pela Pátria e por Macau por parte da população em geral’”. O Chefe do Executivo apontou também ser necessário “desenvolver aprofundadamente as acções de divulgação e sensibilização desse âmbito [amor à Pátria], melhor coordenar a segurança e o desenvolvimento, aperfeiçoar permanentemente o sistema da defesa da segurança do Estado na RAEM e salvaguardar efectivamente a estabilidade do Estado e da sociedade da RAEM”.
João Santos Filipe Manchete PolíticaHabitação | Questionado investimento em Hengqin Nelson Kot, presidente da Associação de Estudos Sintético Social de Macau, questiona a coerência da construção do Novo Bairro de Macau na Ilha da Montanha, face à política de habitação do governo. As dúvidas foram lançadas através de um artigo no Jornal do Cidadão. Em declarações à publicacão, o ex-candidato a deputado admitiu estar preocupado por ver um conflito, por um lado, entre o investimento no Novo Bairro de Macau na Ilha da Montanha e, por outro, a construção de várias habitações públicas no território, a que se juntam as mais de 20 mil habitações privadas vazias. Com estas políticas, Kot aponta também que prevê que os residentes vão ter como prioridade a compra de habitação económica em Macau ou então o arrendamento ou compra das casas existentes no mercado privado. O dirigente associativo acredita que apesar de os preços das habitações em Hengqin serem mais baratos, a diferença não vai fazer com que os residentes abdiquem de escolher viver em Macau. Kot afirmou também não acreditar que as vantagens de Hengqin, como os prédios novos, o melhor ambiente e as perspectivas de um desenvolvimento futuro sejam suficientes para levar os residentes a optarem pela mudança. Dos Serviços Sociais Em relação ao Novo Bairro de Macau, Kot elogiou o projecto de habitação e considerou que os prédios estão bem construídos, com um bom design e com ruas bem desenhadas. No entanto, o principal desafio passa por criar instalações sociais, como zonas comerciais, escolas e outros serviços essenciais para a população que ainda não estão a funcionar. Por outro lado, o dirigente da associação considerou também que o projecto pode ser mais atractivo para os residentes com o sistema legal de Macau e a utilização da internet sem as restrições do Interior. Outro dos aspectos que pode ser importante para atrair os residentes, explica Kot, é a instalação de clínicas de Macau naquele bairro da Ilha da Montanha. Na quarta-feira, ficou a saber-se que o preço por metro quadrado na Ilha da Montanha vai ser de 30 mil yuan. Nelson Kot considerou que se este preço fosse implementado em Macau que seria muito bem acolhido pela população. Contudo, em relação a Hengqin levantou dúvidas sobre o nível de atractividade.
Hoje Macau PolíticaJogos Europeus | Esgrima já tem medalha para mostrar A selecção portuguesa de esgrima está em fase de evolução, com jogadores muito jovens a evoluir em palcos internacionais, e agora já tem uma prata nos Jogos Europeus Cracóvia2023, por Miguel Frazão, para mostrar ‘serviço’. Frazão bateu o irmão, Filipe, quando são os dois orientados pelo pai na selecção, nos quartos de final e conquistou uma prata invulgar para a esgrima portuguesa na competição de espada, caindo apenas na final, e até podia ter batido outro português, Max Rod, mas este chegou ‘apenas’ aos quartos, noutra prestação de bom nível. Aos 20 anos, Miguel Frazão trouxe um foco para o trabalho a ser feito na esgrima nacional, que participa com sete jogadores em Cracóvia2023: Marta Caride e Luís Macedo, no florete, e cinco na espada, desde logo Maria Alvim, com resultados de relevo em júnior, Fabiana Bonito e o trio masculino. Rod e os irmãos Frazão competem ainda no Campeonato da Europa por equipas na Tauron Arena, em Cracóvia, uma vez que os singulares não contaram como Europeu, devido à ausência de Rússia e Bielorrússia. Deste conjunto, “cinco estão numa média de idades de 21 anos e outros dois são mais experientes”, conta à Lusa Nuno Frazão. “Procura-se sempre os resultados, mas serão sempre uma consequência de cada um deles conseguir jogar o que já é o seu nível conhecido”, atira. Segundo o antigo atleta olímpico, o objectivo para a evolução dos jovens é que possam “levar para a pista o seu real valor, se consigam superar, e saírem de cada competição um pouco mais fortes nesse processo evolutivo”. Em ano de qualificação olímpica para Paris2024, a prova por equipas já conta para esse ‘campeonato’ e “todos os países estão ao máximo nível”, por isso a experiência que podem recolher é também de importância “fundamental”. “São atletas que têm mostrado que toda a sua evolução vai a caminho de podermos acreditar que esta construção vai fazer deles atletas que se pretende de elite mundial”, declara o seleccionador. No bom caminho Apesar de haver ainda “um caminho a percorrer”, sobretudo na transição para seniores, estes “estão no bom caminho”, a ‘beber’ experiência de rivais “com mais 10, 12, 18 anos do que eles, anos esses repletos de competições e treinos”. À Lusa, Marta Caride nota como a primeira grande experiência integrada numa missão do Comité Olímpico de Portugal, com outras duas centenas de atletas de mais de duas dezenas de modalidades, “dá vontade de continuar a trabalhar e ter motivação”, até porque tem já Mundiais de florete e as Universíadas à porta. Essa ferramenta de aprendizagem, bem como a intensificação da presença internacional, combina com “a dedicação e esforço notórias” destes atletas, cada vez mais ‘temidos’. “Portugal já tem vários nomes que quando calham numa ‘poule’ deixam os adversários a pensar. É uma selecção que tem vindo a ganhar força e os atletas têm mérito”, destaca a estudante de medicina, de 21 anos. Portugal soma de momento 13 pódios em Cracóvia2023, nomeadamente três ouros, sete pratas e três bronzes. A terceira edição dos Jogos Europeus decorre até domingo em Cracóvia e na região polaca de Malopolska, com 30 modalidades no programa e 48 países participantes, entre eles Portugal, que tem uma delegação com mais de duas centenas de atletas.
Hoje Macau Manchete PolíticaEleições | Apelo à abstenção será crime mesmo fora da campanha O Governo vai criminalizar o incentivo ou apelo à abstenção e aos votos em branco ou nulos crimes, indicou ontem André Cheong na sessão de consulta pública para a revisão das leis eleitorais. O Executivo entende que este tipo de apelos pode influenciar a “ordem eleitoral e afectar as eleições” O Governo declarou ontem que a revisão da lei eleitoral, actualmente em consulta pública, vai criminalizar o apelo à abstenção e ao voto em branco ou nulo, mesmo fora dos períodos de campanha. Na sessão de consulta pública realizada ontem no Fórum Macau, o secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, esclareceu que na revisão proposta pelo Governo este tipo de apelo será um crime em qualquer circunstância. Isto embora o dirigente tenha reconhecido que “o efeito negativo do incitamento público ao acto de não votar, votar em branco ou nulo será mais evidente durante o período de campanha eleitoral” para Chefe do Executivo ou deputados à Assembleia Legislativa (AL). A tomada de posição do secretário surgiu em resposta ao comentário de um membro da Conselho Consultivo de Serviços Comunitários das Ilhas, Ao Ka Fai, que defendeu “haver margem para melhoramento” na definição do que é o “incitamento público”. Ao Ka Fai avisou que a proposta podia tornar um crime “escrever numa plataforma online que não vai votar”. “Mas se este comentário for repetido e transmitido para outras pessoas, será que vai causar problemas?” perguntou o membro do conselho consultivo. André Cheong garantiu que o “incitamento público ou publicidade” à abstenção ou ao voto em branco ou nulo vai ter “uma definição muito precisa e exigente”, mas sublinhou que “a sanção penal é sempre o último passo que se pretende aplicar”. Lei e ordem Na semana passada, um assessor do secretário Vu Ka Vai disse que será crime fazer este tipo de apelo “através de redes sociais” ou ao “reencaminhar mensagens electrónicas” e defendeu que o incitamento iria “influenciar a ordem eleitoral e afectar as eleições”. O assessor sublinhou ainda que os autores de apelos que se encontrem fora de Macau poderão ser alvo de um pedido de extradição: “A internet não é um lugar fora da lei”. Em 2021, Macau registou a mais alta taxa de abstenção (quase 58 por cento) nas eleições para a AL desde que foi criada a Região Administrativa Especial de Macau. As autoridades justificaram a situação com as restrições pandémicas e o mau tempo sentido no território.
Hoje Macau PolíticaReserva financeira | Ano com melhor arranque desde pandemia A reserva financeira da RAEM fechou o mês de Abril com 571 mil milhões de patacas em “caixa”, valor que representa um acréscimo mensal de 1,3 mil milhões de patacas. O registo dos primeiros quatro meses de 2023 reflectem o melhor arranque de ano desde o início da pandemia A reserva financeira da RAEM ganhou 1,3 mil milhões de patacas em Abril, continuando em terreno positivo pelo segundo mês consecutivo, após uma queda em Fevereiro, indicam dados divulgados ontem pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM). A reserva financeira da Região Administrativa Especial de Macau cifrou-se em 571 mil milhões de patacas no final de Abril, de acordo com a informação publicada em Boletim Oficial. Apesar da queda de 4,5 mil milhões de patacas em Fevereiro, a reserva financeira acumulou uma subida de 11,8 mil milhões de patacas nos primeiros quatro meses de 2023. A reserva financeira está a ter o melhor arranque de ano desde o início da pandemia, mas o seu valor permanece longe do recorde de 669,7 mil milhões de patacas, atingido em Fevereiro de 2021. O valor da reserva extraordinária no final de Abril era de 404,4 mil milhões de patacas e a reserva básica, equivalente a 150 por cento do orçamento público de Macau para 2022, era de 152,1 mil milhões de patacas. A reserva financeira de Macau é maioritariamente composta por depósitos e contas correntes no valor de 262,9 mil milhões de patacas, títulos de crédito no montante de 127,4 mil milhões de patacas e até 176,1 mil milhões de patacas em investimentos subcontratados. Apesar da chuva A reserva financeira tinha terminado 2022 com 559,2 mil milhões de patacas, o valor mais baixo desde Janeiro de 2019, justificado pela AMCM com “a crise geopolítica, o bloqueio de cadeia global de fornecimentos causado pela epidemia e a subida significativa das taxas de juros”. Mesmo no cenário de crise económica criada pela pandemia, a reserva financeira de Macau tinha crescido em 2020 e 2021, apesar de o Governo ter injectado mais de 90 mil milhões de patacas no orçamento. No ano passado, o Governo voltou a transferir 68,2 mil milhões de patacas da reserva financeira para o orçamento público, que incluiu dois planos de apoio pecuniário à população. A Assembleia Legislativa de Macau aprovou em Novembro o orçamento da região para 2023, prevendo voltar a recorrer à reserva financeira em 35,6 mil milhões de patacas.
Hoje Macau Manchete PolíticaMacau cria pavilhão lusófono no maior centro de comércio por grosso do mundo Macau e a província de Zhejiang, no leste da China, assinaram ontem um acordo para criar um espaço dos países de língua portuguesa no maior centro de comércio por grosso de pequenos produtos do mundo. O acordo, assinado durante um evento dedicado à cooperação económica e comercial entre Zhejiang, Macau e os países de língua portuguesa (ver página 2), prevê o estabelecimento do Pavilhão dos Países e Regiões de Língua Portuguesa de Macau no Centro do Comércio Global de Yiwu. Este centro, na cidade de Yiwu, conta com uma área de cinco milhões de metros quadrados, que reúne quase dois milhões de diferentes tipos de produtos em mais de 75 mil lojas. É considerado pelo Banco Mundial o maior centro de comércio por grosso de pequenos produtos do mundo. Yiwu, com 1,2 milhões de habitantes, é o ponto de partida de ligações ferroviárias que levam mercadorias da China, atravessam o Cazaquistão, Rússia, Bielorrússia e Polónia, entrando na Europa central através da Alemanha e chegando até Madrid. A tal plataforma No mesmo evento, que decorreu em Macau, o líder do Partido Comunista Chinês em Zhejiang, Yi Lianhong, disse que a província quer atrair empresas de língua portuguesa Yi apontou como prioridades as áreas da economia do mar, biomedicina, transporte aéreo, investigação científica e formação profissional. O dirigente acrescentou que a província, com 65 milhões de habitantes e a quarta maior economia da China, gostaria ainda de “recorrer à plataforma de Macau para reforçar a cooperação com a América Latina e a Europa”. Na mesma sessão, o líder do Governo de Macau, Ho Iat Seng, sublinhou que as trocas comerciais entre Zhejiang e os países lusófonos atingiram 52,4 mil milhões de yuan nos primeiros quatro meses do ano, um aumento homólogo de 23,7 por cento. Yi Lianhong aproveitou a sessão para convidar os representantes dos países de língua portuguesa a visitarem a capital de Zhejiang, Hangzhou, que vai receber a próxima edição dos Jogos Asiáticos, entre 23 de setembro e 08 de Outubro. O evento multidesportivo da Ásia vai contar com intérpretes de língua portuguesa, voluntários da Universidade de Línguas Estrangeiras de Zhejiang, uma das 25 instituições de ensino superior da China continental que oferecem licenciaturas em português. Timor-Leste é o único país de língua oficial portuguesa que vai participar nos Jogos Asiáticos. Macau, região administrativa especial chinesa onde o português continua a ser língua oficial, também vai ter atletas na competição. Em Abril, o presidente da Câmara de Comércio de Pequenas e Médias Empresas Portugal – China, Chow Y Ping, disse à Lusa que estava a tentar criar um fundo envolvendo entidades portuguesas e a província de Zhejiang. “Grande parte dos emigrantes em Portugal, Espanha, França e Itália são dessa região”, disse o empresário, que também lidera a Liga dos Chineses em Portugal. A única ligação directa entre Portugal e a China parte de Lisboa com destino a Hangzhou, com uma frequência de dois voos por semana, operados pela companhia aérea chinesa Capital Airlines.
João Luz PolíticaAfastada quebra acentuada de receitas em época baixa A tradicional sazonalidade de Junho, depois do forte mês de Maio, pode não se fazer sentir nas receitas de jogo este ano. Analistas da JP Morgan Chase & Co estimam que os casinos de Macau continuem a facturar até ao fim do mês, em linha com os bons resultados de Maio, um resultado bastante positivo tendo em conta a sazonalidade de Junho “Depois de um mês de Maio impressionante, os casinos de Macau registaram nos primeiros 18 dias de Junho receitas brutas diárias na ordem dos 527 milhões de patacas, afastando receios fraquezas sazonais.” O cenário foi traçado pelos analistas Joe Greff e Ryan Lambert, numa nota publicada pela JP Morgan Chase & Co, que acrescenta ser provável que a indústria do jogo de Macau feche o mês de Junho com receitas brutas em linha com as registadas em Maio, quando os cofres dos casinos amealharam 15,57 mil milhões de patacas. A perspectiva de manter o mesmo nível de receitas em termos mensais é salientada como um cenário muito positivo, com Junho a poder alcançar níveis de receitas brutas de cerca de 65 por cento face a Junho de 2019. Os analistas da JP Morgan referem ainda que se as receitas brutas do jogo de Junho forem semelhantes a Maio, esse cenário colocaria o segundo trimestre de 2023 com resultados que ficam a 62 por cento dos verificados no segundo trimestre de 2019. Comparação que ganha outro relevo tendo em conta apenas o segmente de massas, cuja rápida recuperação entre Abril e Junho ficaria a 85 por centos dos níveis verificados no mesmo período no ano de 2019. Lisura abençoada Os analistas da JP Morgan Chase destacam ainda o contexto tradicional de transição de Maio e Junho e o efeito de arrefecimento nas mesas de jogo. “No contexto histórico da sequente sazonalidade sentida entre Maio de Junho, encaramos estes resultados como positivos, uma vez que normalmente entre os dois meses é cavado um fosso de 14 por cento ao nível das receitas”, tendência verificada de 2007 a 2022, com excepção do ano de 2020, indica a instituição. A estimativa para Junho é também contextualizada pelos analistas em termos de mercado turístico. “Manter os níveis de receitas brutas entre Maio e Junho, sem declínio sequencial, é indicativo da melhoria das receitas e reflexo das tendências de crescimento do turismo que, normalmente, influenciam a performance do segmento de massas”, concluem os analistas.
João Santos Filipe Manchete PolíticaIlha da Montanha | Inaugurado Novo Bairro de Macau Foi ontem realizada a cerimónia de descerramento da placa de inauguração do Novo Bairro de Macau. O secretário para a Economia e Finanças espera que o projecto encoraje os residentes a mudarem-se para a Zona de Cooperação Aprofundada Um espaço para permitir aos residentes experimentarem um nível de vida de alta qualidade. Foi desta forma que o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, se referiu ontem ao projecto do Novo Bairro de Macau na Ilha da Montanha, durante o discurso da cerimónia de descerramento da placa de inauguração. De acordo com o governante, citado pelo canal chinês da Rádio Macau, o projecto vai permitir aos residentes encontrarem novas oportunidades de vida e de emprego na Zona de Cooperação Aprofundada, projecto na jurisdição do Interior com investimentos de Macau. Para o Governo da RAEM, o Novo Bairro de Macau é ainda encarado como “um marco” para a construção da Zona de Cooperação, que vai permitir aos residentes encontrarem “condições e um ambiente quotidiano semelhante ao de Macau”. A cerimónia decorreu com a informação a ser disponibilizada em chinês simplificado, tradicional e inglês, como normalmente acontece nas empresas de Hong Kong. No entanto, a Macau Renovação Urbana é uma empresa criada na RAEM com capitais públicos. A criação de um ambiente de Macau na Zona de Cooperação foi também um aspecto destacado por Peter Lam, presidente da Macau Renovação Urbana. O responsável apontou igualmente que este projecto transmite a esperança dos residentes poderem integrar-se melhor na Zona de Cooperação Aprofundada. No centro da ilha O Novo Bairro de Macau fica situado perto das avenidas Zhongxin e Gang’ao e conta com 27 torres habitacionais de 19 a 26 andares. Ontem, foi tornado público que os preços dos apartamentos devem ficar abaixo dos 30 mil yuan por metro quadrado. Na maior parte dos casos, cada andar é constituído por sete ou oito apartamentos, o que faz com que o projecto albergue quase 4 mil habitações. Além destas casas, estão ainda reservadas 200 fracções para “quadros qualificados”, que apenas poderão ser arrendadas. As estimativas apontam para que no futuro habitem no bairro de Hengqin entre 12 mil a 15 mil pessoas de Macau. Além das habitações, o Novo Bairro de Macau inclui outros equipamentos sociais, como uma escola, centro de saúde, serviços para idosos e um centro familiar. Este último, de acordo com o promotor do projecto, vai “servir os residentes de todas as idades”. O empreendimento tem também espaços comerciais com uma área de 5 mil metros quadrados, distribuídos por 60 lojas, cujo objectivo é disponibilizar os bens de primeira necessidade aos futuros habitantes. Ao nível do estacionamento, estão planeados 4 mil lugares, assim como “clubhouses”, parques infantis e zonas para a prática de desporto.
João Santos Filipe Manchete PolíticaAcadémicos avisam que Governo vai enfrentar “teste de stress complexo” A vontade do Governo Central de terminar com o jogo VIP em Macau e com a dependência da “corrupção em massa” vai fazer com que o Governo local tenha de enfrentar vários desafios A pressão do Governo Central que levou Macau a promover transformações profundas no segmento VIP do jogo vai levar o Governo da RAEM a enfrentar um “teste de stress” para controlar a despesa orçamental e evitar problemas sociais. O aviso é deixado no artigo “O perfil da Cidade de Macau – A Ascensão e a Queda de Uma Cidade do Jogo”, publicado este mês na revista Cidades e assinado pelos académicos Edmund Li, da Universidade de Shandong, Zhang Anning e Yin Yechang, ambos da Universidade de Macau. Num artigo em que fazem uma análise ao impacto das alterações mais recentes na indústria do jogo no território, os autores apontam que ao longo dos anos o território sofreu de “má governação crónica”, motivada pela “ilusão de uma prosperidade sem limites”. No entanto, com a pandemia o cenário foi radicalmente alterado e os académicos consideram que a imagem “glamorosa” de Macau como uma cidade de jogo foi “manchada”, devido à recessão ligada à covid-19 e à vontade de Pequim de reformar a indústria. “Tornou-se impossível para o Governo de Macau manter o status quo ou implementar as reformas a um ritmo lento. Macau foi forçada por Pequim a impor restrições rigorosas à sua indústria do jogo e a encerrar o lucrativo negócio do jogo VIP”, foi indicado. “Pequim agiu para garantir que Macau tem um desenvolvimento saudável e sustentado sem depender da corrupção em massa”, foi acrescentado. Preço a pagar Contudo, os académicos indicam que as reformas impostas por Pequim vão ser um desafio e que pode haver um preço a pagar. Segundo o artigo, Macau “vai enfrentar um teste de stress muito complexo e severo no futuro, com a redução das receitas do jogo no orçamento e a capacidade para controlar os gastos”. Ao mesmo tempo, o teste vai surgir numa altura em que o Governo está a tentar diversificar a economia, o que na perspectiva dos investigadores pressupõe um aumento dos gastos com o orçamento, mas que também cria vários riscos acrescidos para garantir que o plano de diversificação é bem-sucedido. Num cenário com um futuro complicado para o governo, Edmund Li, Zhang Anning e Yin Yechang alertam vai ser necessário “dar maior enfâse à sociedade civil”, “ouvir activamente as opiniões dos cidadãos” e “diminuir o enorme fosso que existe entre a elite e os restantes cidadãos”. Os investigadores considerarem também que para os próximos anos de governação vai ser essencial a capacidade para “antecipar os problemas sociais”.
Hoje Macau Manchete PolíticaAntónio Costa afirma que o acordo sobre Macau é respeitado O primeiro-ministro português, António Costa, afirmou que a República Popular da China tem respeitado os compromissos assumidos sobre Macau. Durante um debate na Assembleia da República, o governante português destacou a estabilidade das relações diplomáticas entre os dois países O primeiro-ministro salientou que a China está a respeitar os acordos firmados com Portugal sobre a Região Administrativa Especial de Macau e considerou que estão estabilizadas as relações diplomáticas “seculares” com este país. A posição foi defendida por António Costa na Assembleia da República, na parte final do debate preparatório sobre o Conselho Europeu dos próximos dias 29 e 30, em Bruxelas, depois de questionado pelos deputados Miguel Santos (PSD) e Bernardo Blanco (Iniciativa Liberal) sobre as relações entre Portugal e a China. Miguel Santos pediu ao primeiro-ministro que detalhasse o que vai defender no Conselho Europeu quanto às políticas comerciais com a China, enquanto Bernardo Blanco quis saber porque entende que Portugal deve aumentar a sua cooperação com este país, e se discorda que seja classificado pela União Europeia como “rival estratégico”. Questão de equilíbrio Na resposta, António Costa advogou que “Portugal tem uma posição muito clara e estabilizada na sua política externa, designadamente na sua relação com a China”. “Temos uma relação secular com a China e entendemos que devemos ter com este país as melhores relações comerciais que sejam possíveis. Devemos ter com a China uma relação de respeito mútuo”, afirmou, antes de mencionar o tratado bilateral de 1987 sobre Macau. “Temos com a China um acordo específico relativamente à Região Administrativa Especial de Macau, que a China tem respeitado. E enquanto a China respeitar, respeitaremos a China nos mesmos termos que a China respeita Portugal e o acordo que estabeleceu com Portugal”, frisou o líder do executivo português. Ainda em matéria de política externa, em resposta à bancada do Partido Socialista, António Costa fez uma veemente defesa do apoio de Portugal e da União Europeia à Ucrânia na sua guerra contra a Rússia. “A vitória da Ucrânia será a vitória do direito internacional. A derrota da Ucrânia será a derrota do direito internacional”, acrescentou o governante.
Hoje Macau Manchete PolíticaGoverno diz que possibilidade de recurso de exclusão de candidatos ameaça segurança nacional O Governo afasta a hipótese de permitir que os candidatos proibidos de participar nas eleições possam recorrer da decisão para os tribunais, por considerar que isso “ameaça a segurança nacional” As autoridades afirmaram na sexta-feira que autorizar o recurso dos candidatos excluídos das eleições por serem tidos como ‘antipatriotas’ constituiria “uma ameaça à segurança nacional”. A proposta do Governo de revisão da lei eleitoral prevê que não é permitido apresentar reclamação nem interpor recurso contencioso junto dos tribunais, sendo que a desqualificação é válida para “pelo menos cinco anos”, disse o secretário para a Administração e Justiça, André Cheong. Durante uma sessão na Assembleia Legislativa (AL), no âmbito de uma consulta pública a decorrer até 29 de Julho, um assessor do secretário, Wu Ka Wai, alegou que tornar públicas, em tribunal, as razões para a exclusão de um candidato, colocaria em perigo a segurança do Estado chinês. A única voz que questionou a opção, o deputado Ron Lam, defendeu que deveria ser mantido o direito de recurso, “até porque esta é a melhor forma de assegurar um equilíbrio entre a segurança nacional e a protecção dos candidatos”. Todos os outros 14 deputados que pediram a palavra na sessão de sexta-feira demonstraram “apoio pleno” à revisão eleitoral, incluindo a criminalização do “incitamento público ao acto de não votar, votar em branco ou nulo”. Caça ao internauta Wu Ka Wai disse ainda que será crime fazer este tipo de apelo “através de redes sociais” ou ao “reencaminhar mensagens electrónicas” e defendeu que o incitamento iria “influenciar a ordem eleitoral e afectar as eleições”. O assessor sublinhou também que os autores de apelos que se encontrem fora de Macau poderão ser alvo de um pedido de extradição: “A internet não é um lugar fora da lei”. O jurista António Katchi disse à Lusa que a proposta é “uma restrição inconstitucional da liberdade de expressão”. O português defendeu que “não faz sentido proibir, muito menos criminalizar, o incitamento à prática de actos lícitos” e que apelar à abstenção, o voto em branco e o voto nulo “mais justificável se torna, quando há candidatos excluídos por razões políticas”. Em 2021, a Comissão Eleitoral de Macau excluiu cinco listas e 20 candidatos das eleições para a AL, 15 dos quais associados ao campo pró-democracia, por não serem “fiéis” ao território e à China. Macau registou então a mais alta taxa de abstenção (quase 58 por cento) nas eleições para a AL desde que foi criada a região chinesa. As autoridades justificaram a situação com as restrições pandémicas e o mau tempo sentido no território. Mais crimes Por sua vez, o deputado Ip Sio Kai defendeu que a revisão da lei eleitoral deveria incluir o desrespeito pelo hino, bandeira e exército chineses como razões para a exclusão. A lei do hino e da bandeira nacional, revista em Macau em 2019, prevê uma pena de prisão até três anos para quem “pública e intencionalmente, ultrajar os símbolos e representações nacionais” da China. André Cheong defendeu que os critérios aplicados nas últimas eleições “surtiram efeito”, mas admitiu “uma insuficiência notória dos mecanismos de verificação dos candidatos”. As alterações, que seguem o regime eleitoral de Hong Kong, prevêem que a verificação “da existência de violação do dever de defesa ou de fidelidade” por parte dos candidatos a chefe do Governo e deputados passe a ser feita pela Comissão de Defesa da Segurança do Estado.
João Santos Filipe Manchete PolíticaWu Zhiliang na presidência da Fundação Macau mais um ano Há mais de 10 anos na presidência da Fundação Macau, Wu Zhiliang viu o mandato renovado por Ho Iat Seng. Durante este período vai auferir um salário de 100.100 patacas por mês O mandato de Wu Zhiliang como presidente do Conselho de Administração da Fundação Macau foi renovado por mais um ano. A decisão tomada pelo Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, foi divulgada na quarta-feira, através do Boletim Oficial. “É renovada a nomeação de Wu Zhiliang, a tempo inteiro, como presidente do Conselho de Administração da Fundação Macau, pelo período de um ano, e é atribuída a remuneração mensal correspondente ao índice 1100 da tabela indiciária da função pública”, pode ler-se no despacho. Actualmente o “índice 1.100 da tabela indiciária da função pública” significa um salário mensal de 100.100 patacas. Os membros do Conselho de Administração beneficiam ainda regalias previstas no regime jurídico da função pública para o cargo de direcção, como ajudas de custos. Wu Zhiliang chegou à presidência do Conselho de Administração da Fundação Macau em Julho de 2010, tendo sido nomeado para o cargo por Fernando Chui Sai On, então Chefe do Executivo. Em 2020, um relatório do Comissariado de Auditoria criticou a gestão de Wu Zhiliang na Fundação Macau, por não terem sido implementados os controlos necessários na atribuição de subsídios. Já em 2012, o mesmo assunto tinha sido alvo de críticas do CA. Apesar da situação, Ho Iat Seng tem mantido a confiança no actual presidente da Fundação Macau, como atesta mais uma renovação do mandato. O Historiador Wu Nascido em 1964 em Lianping, na província de Cantão, Wu veio para Macau em 1985, depois de se ter licenciado em Português na Universidade de Estudos Estrangeiros em Pequim. Em 1986 frequentou a Universidade Católica Portuguesa, tendo em 1991 ingressado na Universidade de Ásia Oriental, onde fez uma formação de dois anos em Administração Pública. Finalmente, em 1997, doutorou-se em História na Universidade de Nanjing. Desde 2001, que faz parte Conselho de Administração da Fundação Macau, tendo chegado ao cargo de presidente em 2010. Além de Wu Zhiliang, também Zhong Yi Seabra de Mascarenhas teve o mandato renovado como vice-presidente do Conselho de Administração da Fundação Macau. Ao longo do próximo ano, Seabra de Mascarenhas vai ter um salário de 87.360 patacas.
João Luz Manchete PolíticaHo Iat Seng e Chris Tang discutem facilitação fronteiriça O secretário para a Segurança de Hong Kong, Chris Tang Ping-keung esteve em Macau e reuniu com Ho Iat Seng e Wong Sio Chak. No topo da agenda esteve o reforço da cooperação policial no combate a crimes transfronteiriços, gestão de migração, facilitação da passagem fronteiriça e a defesa e segurança da Grande Baía O secretário para a Segurança de Hong Kong, Chris Tang Ping-keung, passou por Macau num périplo de visitas a cidades da Grande Baía, e reuniu com o Chefe do Executivo da RAEM e com o seu homólogo local, Wong Sio Chak. Além das questões bilaterais, a segurança e capacidade de resposta a emergências na área da Grande Baía foi um dos destaques das reuniões de trabalho. No encontro com Wong Sio Chak, os responsáveis fizeram uma “retrospectiva dos anos de cooperação na área da segurança entre Hong Kong e Macau” e discutiram formas de fortalecer “a cooperação na gestão de resposta a emergências na Grande Baía”. Segundo o gabinete do secretário para a Segurança da RAEM, Wong Sio Chak manifestou o desejo de reforçar “o intercâmbio e as relações de cooperação entre as duas regiões de Hong Kong e de Macau, para, em conjunto, defenderem a segurança e a estabilidade da Grande Baía”. Por seu lado, Chris Tang apresentou o plano operacional de emergência e resposta elaborado pelo Executivo de Hong Kong, que visa a estabelecer um mecanismo de respostas a emergências mais abrangente e sistemático, elevando a capacidade da Grande Baía em termos de respostas conjuntas a incidentes. Unir o que separa Tanto na reunião com o Chefe do Executivo como com o homólogo da Segurança, estiveram em cima da mesa temas como a circulação das pessoas facilitação da passagem fronteiriça entre Macau e Hong Kong, a construção das instalações dos postos fronteiriços e gestão de migração. Com a época dos tufões a bater à porta, Wong Sio Chak vincou que desde a passagem do severo tufão Hato, Macau reformou a gestão de segurança e protecção civil. O governante da RAEM afirmou ainda que, “em termos de gestão de respostas a emergências, Hong Kong tem experiências ricas que merecem ser alvo de estudo e de aprendizagem por parte de Macau”. Na quarta-feira, a delegação de Hong Kong deslocou-se ao Posto Fronteiriço de Qingmao “para estudar, analisar e compreender a situação do funcionamento do modelo de passagem transfronteiriça de ‘Inspecção Fronteiriça Integral’ e atravessou a fronteira para Zhuhai.
João Luz PolíticaPedida interdição de 10 anos para candidatos excluídos das eleições O processo de qualificação de candidatos à Assembleia Legislativa esteve em foco na sessão inaugural da consulta pública para rever as leis eleitorais. O deputado Ip Sio Kai sugeriu que candidatos excluídos fiquem interditos de participar em eleições durante uma década. Um académico da UM defendeu que nenhum país ou região aceita traidores no poder Na sequência da primeira sessão de consulta pública do processo de revisão das leis eleitorais, o professor da Faculdade de Direito da Universidade de Macau, Wang Yu, defende que as alterações legais devem estabelecer um sentimento geral de segurança nacional entre a população. Além disso, o académico entende que a revisão legal é fundamental para afastar qualquer possibilidade de a Assembleia Legislativa ser “infectada” por indivíduos anti-China, ou por forças que promovam “revoluções coloridas”. Citado pelo jornal Ou Mun, Wang Yu estabeleceu uma ligação entre o nacionalismo e a prática do princípio “Um País, Dois Sistemas”, argumentando que este depende aplicação do princípio “Macau governada por patriotas”, critério essencial previsto na Lei Básica e na Constituição da República Popular da China. O professor de direito não citou artigos específicos da Lei Básica e da Constituição que consagram os valores nacionalistas. Alargando a análise a nível global, Wang Yu entende que nenhum país ou região do mundo permite a participação de não-patriotas ou traidores nos órgãos de soberania. O académico deu como exemplo a criação do conselho de ética na Câmara dos Representantes e o Senado norte-americanos que, na sua interpretação, supervisiona senadores e representantes desleais ao país. Recorde-se que mesmo depois dos motins de 6 de Janeiro de 2021, que resultaram na invasão violenta do Capitólio, nenhum senador ou representante foi afastado do seu cargo. Todos juntos A primeira sessão de consulta pública foi destinada a associações de vários sectores, como advogados, economistas e engenheiros, assim como a quadros superiores da administração pública. No final, todos os intervenientes demonstraram apoio incondicional ao rumo traçado pelo Governo para a revisão das leis eleitorais e consideraram o processo legislativa como necessário e oportuno. O período de proibição de admissão a eleições de candidatos excluídos foi um dos temas mais discutidos. O secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, defendeu que a interdição não deve ser permanente, sem arriscar estabelecer um período mínimo, apesar de na sessão de apresentação do documento de consulta ter referido a lei de Hong Kong, que fixou cinco anos de afastamento. O deputado e presidente da Associação de Bancos de Macau, Ip Sio Kai, argumentou que o período de interdição não deveria ser inferior a 10 anos. O presidente da Associação e Advogados e deputado, Vong Hin Fai, entende que os candidatos a deputados e a membros da comissão eleitoral que elege o Chefe do Executivo devem ser fiéis RAEM, à República Popular da China e defender a Lei Básica. O presidente da Associação dos Engenheiros e igualmente deputado, Wu Chou Kit, concordou com o colega de hemiciclo e acrescentou que deveria ser imposta uma declaração em que os candidatos garantem não receber apoios do estrangeiro. Na próxima sexta-feira, a sessão consultiva será exclusivamente destinada a deputados.
João Santos Filipe PolíticaNovo regime aprovado na generalidade no Regime da Aviação Civil A lei da actividade de aviação civil que vai liberalizar o mercado foi ontem aprovada na generalidade pelos deputados da Assembleia Legislativa. Apesar de um dos objectivos do diploma passar por diversificar os destinos das rotas além do Interior, o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, avisou que a meta não é fácil. “Todos pretendemos que Macau possa ter um melhor desenvolvimento, com mais rotas aéreas. Mas como conseguimos atingir este objectivo? Se fosse uma coisa simples já estava resolvido”, afirmou o secretário. “Entendo que neste momento é mais difícil [diversificar as rotas] do que no passado. Desde Janeiro até à data, o transporte de passageiros, excluindo as ligações para o Interior, só está a 20 por cento do nível anterior à pandemia”, acrescentou. Rosário deixou ainda uma mensagem para a Air Macau e futuras apresentadoras: “Esperamos que as companhias áreas possam criar mais percursos, para atraírem mais passageiros para Macau. Vamos lançar um concurso para lançar licenças para operadoras”, indicou.
João Santos Filipe Manchete PolíticaDeputados preocupados com desigualdades da recuperação económica Apesar dos vários indicadores positivos sobre a recuperação económica, os membros da Assembleia Legislativa traçaram um cenário difícil para a população, com aumento das taxas de juro, inflação, estagnação nos bairros comunitários e aumento da concorrência do Interior As desigualdades em plena recuperação da economia, o aumento das taxas de juro e a aceleração da inflação foram as principais preocupações levadas ontem para o plenário pelos deputados na Assembleia Legislativa. O primeiro legislador a abordar o assunto foi Leong Sun Iok, ligado à FAOM, que chamou a atenção para o facto de os bairros comunitários não estarem a beneficiar com o regresso do turismo. “Além de medidas de apoio aos cidadãos, o Governo e os diversos sectores têm envidado esforços para atrair os turistas a consumirem em Macau, mas o seu fluxo concentra-se, principalmente, nas zonas turísticas e, nos feriados, nas zonas comunitárias a situação está calma”, apontou Leong. “Os frutos da recuperação económica não estão a beneficiar a maioria dos cidadãos e os seus rendimentos ainda não voltaram aos níveis pré-pandémicos, ou até recuaram, enfraquecendo a sua capacidade de consumo, ou aqueles optaram por viajar para o exterior para consumir”, indicou. Neste sentido, o deputado apelou ao Executivo para adoptar medidas de promoção de passeios internos: “Com a aproximação da época alta das férias de Verão, espero que o Governo estude e faça um balanço sobre a cultura dos diversos bairros comunitários e que, através de acções de divulgação, desenvolva o modelo de ‘passeio pela cidade’, destacando a sua cultura e os costumes humanísticos, atraindo turistas e residentes para os bairros antigos e revitalizando a economia nessas zonas”, pediu. Em relação às Pequenas e Médias Empresas (PME), Leong solicitou o prolongamento da medida especial que permitiu que durante a pandemia houvesse uma suspensão do pagamento dos montantes emprestados pelos bancos. “O rácio de empréstimos mal-parados não tem tendência a diminuir, reflectindo, em certa medida, a situação económica que os proprietários e empresários de Macau estão a enfrentar, fazendo soar o alarme”, apontou. “Espero que as autoridades ponderem e autorizem a prorrogação do prazo do referido plano, para que os residentes e as empresas possam descansar e adaptar-se ao mercado, depois da reabertura dos postos fronteiriços”, frisou. Carros para o Norte Por sua vez, Zheng Anting considerou que a circulação das viaturas de Macau para o Interior está a prejudicar os bairros comunitários, não havendo capacidade de concorrer com os preços mais baratos do Interior. “Segundo alguns lojistas das zonas comunitárias, durante o período epidémico, estes esperaram pelo levantamento rápido das restrições fronteiriças, para poderem retomar gradualmente a sua actividade normal, com vista a inverter a situação deficitária. Mas, após a abertura das fronteiras, embora o número de visitantes tenha aumentado de forma estável, aproximando-se basicamente do nível de antes da epidemia, as PME das zonas comunitárias não foram beneficiadas”, revelou Zheng. “Com o lançamento da política de ‘circulação dos veículos de Macau na China’, muitos residentes optam por se deslocar ao Interior para consumir, o que resulta na redução significativa do volume de negócios nos fins-de-semana e feriados, num ambiente de negócios calmo, e na redução de 30 por cento do volume de negócios de alguns lojistas, em comparação com o período da epidemia, e até na falência de algumas micro e PME, como da restauração, reparação de automóveis, beleza, etc.”, avisou. Zheng, deputado ligado à comunidade de Jiangmen, pediu apoios do Governo às PME para que possam ver atenuados os custos de exploração dos negócios. Um pedido semelhante foi feito por Ng Iek Hang, deputado dos Moradores de Macau. Cartão de consumo Quanto a Nick Lei, o deputado de Fujian também pediu ao Governo para abrir os cordões à bolsa e estudar mais uma ronda do cartão de consumo, para ajudar aqueles que estão a ser mais prejudicados com a situação da economia. “Proponho ao Governo que continue a fiscalizar os preços no mercado, para assegurar que os preços dos produtos de primeira necessidade sejam razoáveis, acompanhe de perto a vida da população e […] estude, quanto antes, o lançamento de um novo plano de benefícios do consumo, para que os residentes da baixa camada social possam obter o apoio adequado”, afirmou Lei. Como argumento a favor do cartão de consumo, Lei indicou a necessidade de aumentar a “procura interna e a confiança” dos consumidores, para que a economia possa recuperar totalmente. “De facto, a economia de Macau está a recuperar gradualmente, mas nem todos os residentes beneficiam directamente disso”, alertou.