Gabinete de Ligação defende honestidade de Zheng Xiaosong

[dropcap]U[/dropcap]m homem “honesto”. Foi assim que o ex-director do Gabinete de Ligação do Governo Central em Macau, Zheng Xiaosong, foi descrito num comunicado divulgado ontem pelo organismo a que presidia, oito dias depois de ter sido encontrado morto.

O texto tece rasgados elogios ao profissionalismo e à personalidade do homem que morreu depois de ter caído do apartamento onde vivia em Macau. No comunicado, Zheng é caracterizado como “um membro excepcional do Partido Comunista Chinês” e um profissional talentoso nas áreas diplomáticas e financeiras, com trabalho feito na província de Fujian, em Hong Kong e em Macau.

A nota do organismo a que presidiu enaltece o “forte sentido de profissionalismo e responsabilidade” e a entrega que empregava no trabalho. O comunicado refere ainda que o corpo será cremado e as cinzas depositadas no Cemitério Revolucionário de Babaoshan, em Pequim, de acordo com a vontade da família Zheng Xiaosong.

29 Out 2018

A Árvore das opiniões para Chui Sai On ler

[dropcap]O[/dropcap] fim de semana, preenchido com a abertura da Sede do Governo à população, foi marcado pela presença do Chefe do Executivo, sábado, no evento. Chui Sai On aproveitou o momento para falar com os visitantes que ali se dirigiram, refere um comunicado oficial.

Durante os dois dias de abertura ao público, a Sede do Governo recebeu um total de 17 405 visitantes.

Este foi ainda o momento em que as pessoas podiam deixar bilhetes ao Executivo com sugestões para as próximas Linhas de Acção Governativa. No edifício do palácio foi erguida uma “árvore dos desejos”, uma estrutura para receber as ideias dos residentes.

O tema da habitação parece ser o que mais preenche os desejos da população. “Desejo que o Governo construa casas económicas e abra um novo processo de candidaturas”, “desejo que os preços das casas sejam reduzidos de modo a que os trabalhadores comuns possam ter acesso” e “que toda a gente tenha uma casa para viver quer seja rico ou pobre” são alguns exemplos que constam nesta “árvore”.

A resolução de problemas de trânsito e de estacionamento também são mencionadas várias vezes com bilhetes a sublinhar que “são necessários mais lugares de estacionamento”, e que “é preciso resolver o congestionamento de tráfego”.

Há ainda quem deseje melhores condições laborais pedindo ao Governo “o pagamento de horas extra” e quem apele a mais regalias para os trabalhadores. Com alguma inocência há quem peça ao Governo de Macau a paz no mundo.

29 Out 2018

Associação de Ng e Au vai propor cinco membros para Conselho Consultivo do IAM

A Iniciativa de Desenvolvimento Comunitário de Macau vai recomendar cinco membros, incluindo Cloee Chao, para o Conselho Consultivo do futuro Instituto para os Assuntos Municipais (IAM)

 

 

[dropcap]A[/dropcap] dias do fim do prazo para a apresentação de candidaturas para o Conselho Consultivo do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), o futuro órgão municipal sem poder político que substitui o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) a partir de Janeiro, a Iniciativa de Desenvolvimento Comunitário de Macau (IDCM) revelou que vai recomendar um total de cinco membros.

Segundo o “All About Macau”, o presidente e a vice-presidente da IDCM, respectivamente, Jeremy Lei e Cloee Chao, bem como Lao Meng Fai, Wu Wa In e Lam Weng Ioi vão ser os candidatos da associação, da qual fazem parte os deputados pró-democratas Ng Kuok Cheong e Au Kam San, ao novo organismo. As candidaturas ao Conselho Consultivo do IACM, abertas desde dia 3, terminam na próxima quinta-feira.

De acordo com a mesma publicação em língua chinesa, os cinco candidatos da IDCM defendem a constituição dos órgãos municipais por via do sufrágio universal e a sua responsabilização perante a população. O quinteto entende que os futuros membros devem estar atentos nomeadamente à renovação urbana e às responsabilidades sociais por parte das operadoras de jogo.

 

Jogo das recomendações

Em conferência de imprensa, realizada na sexta-feira, o deputado Ng Kuok Cheong recordou que, ao longo dos tempos, tem sido adoptada a forma de nomeação na escolha dos membros nos conselhos consultivos, pelo que a população desconhecia como recomendar residentes para o futuro órgão.

Até 1 de Novembro, o Governo está a receber candidaturas por auto-recomendação das pessoas que reúnam as condições e aceita recomendação por terceiros através da apresentação de nota curricular ao Chefe do Executivo.

Os membros do Conselho de Administração e do Conselho Consultivo do IAM vão ser nomeados pelo Chefe do Executivo, algo que foi objecto de fortes críticas por parte dos deputados pró-democratas, que defendem a eleição pela população.

Apesar de entender que pode não ser uma forma “aberta e clara”, Ng Kuok Cheong considera que pode pelo menos servir para dar a conhecer à sociedade quem são os candidatos e quem defende o sufrágio universal para a escolha dos membros dos órgãos municipais.

Já Au Kam San, que insistiu estar “desiludido” com o método que acabou por vingar e apontou que, face à ausência de democracia, o mecanismo de recomendação não passa de um jogo. No entanto, com o objectivo de fomentar o desenvolvimento comunitário e de fazer com que mais residentes estejam atentos aos assuntos sociais, a associação acabou por decidir tentar participar, avançando com candidaturas, sublinhou o deputado.

29 Out 2018

Legislação | Registo comercial de embarcações passa a ser obrigatório

[dropcap]T[/dropcap]erminou a discussão no Conselho Executivo da proposta de lei acerca do registo de embarcações. O diploma prevê a obrigatoriedade do registo comercial nas conservatórias, que até agora estavam apenas sujeitas a um registo administrativo de propriedade na Direcção dos Serviços para os Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA).

Depois da entrada em vigor desta lei, os proprietários de embarcações que não fizerem o registo no prazo de trinta dias, a contar da data de celebração do contrato de aquisição da embarcação, verão a taxa a pagar agravada para o dobro do valor.

Já para as embarcações que se encontram regularizadas em termos administrativos junto da DSAMA, a proposta de lei permite aos proprietários fazer o registo comercial dentro de um período de 18 meses, sem que sejam penalizados nos emolumentos, avançou ontem o porta-voz do Conselho Executivo, Leong Heng Teng, em conferência de imprensa.

O diploma também prevê que o registo comercial seja cancelado após a apresentação de documentos comprovativos de demolição, desmantelamento ou desaparecimento da embarcação, bem como nos casos de transferência da embarcação para outra jurisdição que não a da RAEM.

26 Out 2018

Coutinho questiona medidas sobre residência no interior da China

[dropcap]O[/dropcap] deputado José Pereira Coutinho entregou uma interpelação escrita ao Governo onde questiona quais são as medidas que Macau está a tomar para a residência de portadores do BIR permanente no interior da China.

“Que medidas efectivas vão ser implementadas para que os residentes permanentes da RAEM que se encontrem no interior do continente disponham, em tempo útil, das necessárias plataformas oficiais do Governo da RAEM?”, questionou.

Coutinho pretende também saber “que medidas vão ser implementadas pelo Governo da RAEM no sentido de esclarecer os seus residentes permanentes interessados em requerer ou que tenham requerido a residência no interior do continente quanto às diferenças dos sistemas político, económico e legal entre a RAEM e o interior do continente?”, inquiriu.

26 Out 2018

Táxis | Raimundo do Rosário explica redução de multas com consenso

Um diploma que não pode ser analisado pelo valor das multas e que vai contribuir para melhorar o serviço dos táxis. Foi assim que Raimundo do Rosário comentou a marcha-atrás do Governo no aumento das multas de 30 mil para 9 mil patacas

 

[dropcap]O[/dropcap] Governo aceitou a sugestão de vários deputados para reduzir o aumento de algumas das multas aplicáveis aos proprietários das licenças de táxis de 30 mil patacas para nove mil. O secretário para os Transportes e Obras Públicas explicou a medida com a necessidade de construir consensos com os legisladores.

“Faço as coisas com a melhor das intenções. Mas é evidente que na vida nunca conseguimos fazer tudo aquilo que nos apetece. Temos de consensualizar as coisas”, começou por explicar. “O documento que chega ao fim é sempre o resultado de um consenso entre o Governo e a Assembleia Legislativa. Esta é a minha postura e não venho para aqui impor nada”, acrescentou.

Raimundo do Rosário desvalorizou ainda a questão dos aumentos das multas serem mais reduzidos do que o inicialmente proposto: “Não veja a eficácia do diploma só pela questão das multas. Veja isto como uma questão global e o objectivo final é que o serviço final seja o melhor. Espero que não haja dúvidas que o objectivo é melhorar o serviço para a população, Governo e táxis”, frisou, após ter sido questionado sobre o assunto.

Após mais uma reunião de análise ao documento entre Governo e comissão da Assembleia Legislativa, o secretário para os Transportes e Obras Públicas deixou ainda a promessa de rever a lei, caso esta não tenha os efeitos pretendidos. “Que não haja dúvidas que o nosso objectivo é ficarmos melhor servidos com a nova lei. Só o futuro dirá [se isso acontece], mas se não conseguirmos, vamos rever a lei. Espero que não haja dúvidas que estamos a trabalhar para melhorar o serviço de táxis”, sublinhou.

No passado, o secretário para a Segurança havia afirmado que precisava de uma lei mais rígida para combater a criminalidade e infracções administrativas no sector dos táxis. Porém, ontem, Rosário não quis esclarecer se a decisão foi tomada por sua iniciativa, com o consenso de Wong Sio Chak, ou se foi imposta pelo Chefe do Executivo, Chui Sai On. “Isto é um acordo e não vale a pena estar a personalizar. Eu aqui represento o Governo, a comissão é a comissão e depois ainda há a aprovação em plenário”, atirou.

Pedido de bênção

Neste momento, os deputados ficam a aguardar por uma nova proposta do Governo. Depois o objectivo, segundo o presidente da 3.ª Comissão Permanente da AL, é levar o documento à votação em Plenário.

Antes da aprovação, os deputados querem reunir-se novamente com os taxistas. “Vamos ouvir as associações do sector com as alterações propostas agora. Mas não há nenhuma inclinação da comissão [para favorecer os taxistas]. Queremos proteger os interesses gerais de todos”, vincou Vong Hin Fai. O deputado disse ainda que o pedido de audiência estava agendado desde Julho, mas que não foi possível realizar antes porque “não havia uma versão final da lei”.

Vong Hin Fai garantiu também que até à versão final do diploma, os deputados vão fazer tudo para bloquear qualquer tentativa de implementar o mecanismo de polícias à paisana, que possa resultar em multas para os taxistas.

26 Out 2018

Flexibilizadas regras do regime de benefícios fiscais para reconstrução de edifícios

[dropcap]F[/dropcap]oi introduzida maior flexibilidade para os promotores na proposta de lei sobre benefícios fiscais para a reconstrução de prédios. A novidade foi avançada ontem pelo presidente da 2.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL), que analisa o diploma em sede de especialidade.

À luz da proposta de lei, o promotor do empreendimento goza de isenção do imposto de selo sobre a aquisição do segundo e posteriores bens imóveis destinados à habitação, mas está obrigado a concluir as obras de fundação do edifício a ser reconstruído no prazo de três anos a contar da data da aquisição do edifício a ser demolido. Ora, segundo a nova versão do diploma, foram consagrados agora três cenários em que a contagem pode ser suspensa. A saber: quando houver alterações ao contrato inicial relativo à concessão dos terrenos destinados a edifícios a serem reconstruídos; quando a emissão a planta de condições urbanísticas levar “muito tempo” e, por fim, quando existirem “razões inimputáveis aos promotores, como tufões, e que o director dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) considere justificativas. “Esta alteração é nova e pertinente”, observou Chan Chak Mo.

A nova versão, entregue pelo Governo, adita ainda dois artigos que regulam o tratamento dos dados pessoais. O primeiro define que a Direcção dos Serviços de Finanças (DSF) e outras entidades públicas podem, para efeitos de execução de procedimentos administrativos, apresentar, trocar, utilizar e confirmar dados entre si, desde que em observância da Lei da Protecção dos Dados Pessoais. O segundo artigo elenca as entidades que ficam excluídas do dever de sigilo, como instituições de crédito, advogados, solicitadores, contabilistas ou agentes imobiliários, quando lhes forem solicitados elementos relativos ao pagamento de impostos e emolumentos no âmbito da fiscalização do cumprimento da lei. “Era um aspecto que estava em falta, até porque agora muitas leis têm artigos semelhantes”, comentou o presidente da 2.ª Comissão Permanente da AL.

Chan Chak Mo deu ainda conta de outras alterações “satisfatórias” que resultaram das propostas apresentadas pelos deputados e pela assessoria da AL, como a separação dos benefícios fiscais de promotores e de proprietários. Não obstante, outras perguntas ficaram sem resposta, como a forma como vai o diploma articular-se com a Lei da Salvaguarda do Património, apontou o responsável, dando conta de que a comissão espera reunir-se com o Governo na próxima semana.

26 Out 2018

Chefe do Executivo | Bruce Kwong acha que Alexandre Ma pode ser candidato

Bruce Kwong, docente da Universidade de Macau, defende que o empresário Alexandre Ma Iao Lai poderá ser uma alternativa a Ho Iat Seng para as eleições ao cargo de Chefe do Executivo, que acontecem no próximo ano. O académico alerta também para o facto de “estarmos a ser monitorizados por muitos olhos”

 

[dropcap]U[/dropcap]m dia depois da inauguração oficial da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, falámos com Bruce Kwong, docente na área da ciência política da Universidade de Macau (UM), sobre o momento político que o território atravessa. Na cerimónia de inauguração, Chui Sai On falou mal mandarim, uma língua que não domina completamente, e foi alvo de críticas nas redes sociais. Para Bruce Kwong, o fraco domínio do mandarim é algo que lhe dá uma má imagem como político mas, nesta fase, já não importa, pois o Chefe do Executivo está de saída.

E quem lhe poderá suceder? Muito se tem falado de Ho Iat Seng, presidente da Assembleia Legislativa (AL), sobretudo desde que Chui Sai Cheong, vice-presidente e irmão de Chui Sai On, o elogiou publicamente.
Contudo, Bruce Kwong prefere avançar com o nome de Alexandre Ma Iao Lai, empresário ligado à histórica Associação Comercial de Macau e a vários conselhos consultivos.

“Aos olhos de Pequim, ele [Ho Iat Seng] pode ser uma figura ideal para concorrer a este cargo, mas o segundo candidato pode ser Ma Iao Lai. Tanto em Macau como em Hong Kong, um candidato tem de ser de confiança, ter experiência em cargos políticos e Mao Iao Lai tem essa experiência. Ele é membro do Conselho Executivo, mas Ho Iat Seng não é. Tem experiência na estrutura governamental de Macau.”
Bruce Kwong lembrou que, em 2009, escreveu um artigo de opinião em que defendeu que Ho Iat Seng poderia ser o “cavalo negro” de Chui Sai On, ou seja, alguém capaz lhe poderia suceder mas com baixa probabilidade de o ser efectivamente. Quase dez anos depois, tudo depende da própria vontade do presidente da AL.

“Pode ser o ‘cavalo negro’, mas tudo depende se tiver interesse ou se for forçado a ter interesse em se candidatar. De outra forma, penso que Ma Iao Lai pode ser candidato”, frisou.

Sobre a nova ponte, inaugurada com pompa e circunstância esta terça-feira, Bruce Kwong assegura que Macau não necessita da maior travessia marítima do mundo. “Quando Zhuhai tentou persuadir Hong Kong a construir uma ponte como esta, o Governo de Macau disse que não tinha qualquer interesse neste projecto, pois a ponte iria ajudar muito pouco a trazer mais turistas para o território. Poderíamos usar a fronteira nas Portas do Cerco ou outras formas mais fáceis. Não teríamos de gastar milhões para aderir a este projecto.”
Além disso, “Hong Kong também rejeitou o projecto, nos anos 80, depois da apresentação da ideia de Gordon Wu, que sugeriu a ponte entre Hong Kong e Zhuhai, pois poderia criar muitos congestionamentos de trânsito.”

Bruce Kwong assegura que o território não consegue receber mais que 32 milhões de turistas, apesar dos tão falados benefícios económicos em termos de integração. “Foi uma medida de propaganda [do Governo Central], porque a China quer ligar o Delta do Rio das Pérolas”, frisou.

Chui na CCPPC

Depois de deixar o Governo, Chui Sai On poderá ser eleito como vice-presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), cargo actualmente desempenhado por Edmund Ho, ex-Chefe do Executivo da RAEM. Bruce Kwong acredita que Chui Sai On almeja essa posição.
“Penso que ele gostaria de ser vice-presidente da conferência consultiva, como Edmund Ho ou CY Leung em Hong Kong. Chui Sai On quer mesmo ser escolhido para a conferência e este pode ser o último cargo político da sua carreira.”

Quanto ao último mandato, o académico pensa que não tem sido muito diferente em relação a outros políticos que estão de saída dos seus cargos.
“Em vários países do mundo podemos observar que, no último ano de mandato, um chefe de Governo faz muito pouco. Chui Sai On tenta fazer algo que o ajude a criar uma imagem mais poderosa e capaz, porque em 2009 foi criticado por estar na sombra de Edmund Ho. Ele disse que iria seguir as políticas de Edmund Ho no seu novo Governo, para não ter uma má imagem. No segundo mandato, nomeou novos secretários para criar uma nova imagem”, recordou.

Big Brother

Questionado sobre o impacto negativo que as novas medidas adoptadas pelo secretário Wong Sio Chak possam vir a ter, ao nível da perda de direitos, Bruce Kwong diz nada temer e afirma que todos nós já estamos a ser vigiados.

“Esta questão é muito sensível, mas não tenho receios [de uma redução dos direitos]. Em Macau, já somos monitorizados por muitos olhos. Não apenas pelas câmaras, mas quando usamos os smartphones, com o WeChat e outras aplicações. Sim, eles sabem [autoridades de Macau e China], têm muitos canais para saber esses dados. Não é propriamente uma coisa nova. Em Macau e Hong Kong é muito fácil detectar ou saber os nossos passos.”

Sobre a questão da liberdade académica, Bruce Kwong assegura que nunca teve problemas. “Pode notar pelas minhas respostas que eu tenho liberdade académica. Tenho liberdade de expressão. Alguns jornalistas gostam de me entrevistar porque posso ser crítico, não tenho receios de nenhuns problemas que possam surgir nesse âmbito. Não fiz nada que viole a lei.”

Confrontado com as recentes declarações do seu ex-colega Newman Lam, que assegurou que o Gabinete de Ligação de Pequim em Macau anda a ser mal informado sobre o panorama político local, Bruce Kwong disse desconhecer esses casos. “Não conheço casos. Newman Lam é mais sociável do que eu, gosto de fazer a minha investigação dentro e fora do gabinete”, apontou, acrescentando que em Macau nunca se colocou a hipótese da independência do território face à China.

26 Out 2018

Governo reforça gestão das fronteiras e dados informáticos

O Conselho Executivo terminou a discussão sobre o regulamento administrativo que altera a organização e funcionamento da Direcção dos Serviços das Forças de Segurança. Dois novos departamentos vão ser criados e contratados 58 funcionários para responder às necessidades nas áreas das novas tecnologias e na gestão dos postos fronteiriços terrestres

 

[dropcap]A[/dropcap] Direcção dos Serviços das Forças de Segurança vai ter mais dois departamentos e, para o efeito, vai contratar 58 pessoas, revelou ontem o porta-voz do Conselho Executivo, Leong Heng Teng, em conferência de imprensa. A novidade surge é trazida pelo regulamento administrativo que altera a organização e funcionamento desta Direcção, tendo em conta a necessidade de reforço da capacidade de “policiamento inteligente e a garantia do bom funcionamento dos novos postos fronteiriços terrestres do território”, acrescentou o responsável.

Um dos organismo que vai ser criado é o Departamento de Sistema Informático que te como objectivo assegurar todos os assuntos relacionados com a área da tecnologia informática das Forças de Segurança de Macau (FSM). Este departamento vai ter como competências o planeamento e avaliação dos sistemas relativos à tecnologia informática das FSM, bem como a coordenação, construção e a aplicação geral das redes e dos sistemas dos vários tipos de informação de dados.

Cabe ainda ao novo departamento a garantia da estabilidade e segurança dos sistema informáticos das FSM.
Já o Departamento de Postos Fronteiriços Terrestres vai garantir a gestão das instalações das estruturas já existentes e aquelas que vão ser criadas.

De acordo com Leong Heng Teng, a necessidade deste departamento agudiza-se não só com a abertura da Ponte HKZM, mas também com a iminência de novos postos terrestres. Em causa está o plano para as novas instalações de Qing Mao e o alargamento do posto da Flor de Lótus à Ilha da Montanha, adiantou.

O planeamento do desenvolvimento das construções básicas e instalações complementares nos postos fronteiriços terrestres afectos à administração das FSM, a gestão e manutenção das instalações e equipamentos destes postos e a supervisão das operações são algumas das principais responsabilidades deste novo organismo.

Mais pessoas

A abertura dos dois departamentos das FSM vai exigir a contratação de funcionários para os quadros da função pública. No total, são 58, na sua maioria profissionais técnicos, adiantou Leong Heng Teng. “Temos que ter em conta o aumento do número de postos fronteiriços, por exemplo. Anteriormente, o apoio técnico era dado por outros serviços, mas agora precisamos de trabalhadores para garantir o funcionamento das novas estruturas”, disse.

Por outro lado, e no que respeita ao policiamento inteligente, é necessário pessoal que garanta a criação de “nuvens”, assim como profissionais responsáveis pela gestão de mega dados.

25 Out 2018

LAG | Chefe do Executivo apresenta políticas na AL a 15 de Novembro

[dropcap]A[/dropcap]s Linhas de Acção Governativa (LAG) para o próximo ano vão ser apresentadas no próximo dia 15 de Novembro. A apresentação, pelo Chefe do Executivo, Chui Sai On, está marcada para as 15h na Assembleia Legislativa (AL). Segue-se a habitual conferência de imprensa, pelas 17h, na sede do Governo.

O líder do Executivo regressa ao hemiciclo no dia seguinte, desta feita, para responder às perguntas dos deputados sobre o relatório das LAG. A TDM e a Rádio Macau transmitem em directo os eventos dos dois dias.

O portal do Governo e as páginas do Gabinete do Chefe do Executivo e da AL e do Gabinete de Comunicação Social também disponibilizam a transmissão em directo.

25 Out 2018

Ministério Público | Oficializada demissão de Ho Chio Meng como procurador-adjunto

[dropcap]F[/dropcap]oi publicado ontem, em Boletim Oficial, um extracto do despacho do Conselho dos Magistrados do Ministério Público que oficializa a demissão de Ho Chio Meng, mais de um ano depois de o ex-procurador da RAEM ter sido condenado a 21 anos de prisão.

A pena de demissão foi aplicada na sequência do processo disciplinar instaurado, em 2015, ou seja, antes de ser detido, o que sucedeu no final de Fevereiro do ano seguinte, segundo o despacho que diz que exercia funções de procurador-adjunto. Ora, o estatuto que Ho Chio Meng detinha marcou o arranque do processo.

O ex-procurador alegou que não podia ser preso preventivamente atendendo à sua condição de magistrado.
No entanto, o Tribunal de Última Instância assim não o entendeu, apontando que a nomeação, em Fevereiro de 2015, para o cargo de coordenador da Comissão de Estudos do Sistema Jurídico-Criminal – cuja actividade se desconhece até hoje – suspendeu esse estatuto, tendo ficado antes a desempenhar funções administrativas.

Isto apesar de ter sido nomeado para essa função na qualidade de procurador-adjunto e de o seu nome constar da lista de antiguidade dos magistrados do Ministério Público “em exercício”, reportada a 31 de Dezembro de 2015, afixada em Janeiro do ano seguinte.

25 Out 2018

LAG 2019 | Associações de funcionários públicos pedem aumentos salariais

O Chefe do Executivo reuniu ontem com três associações que representam os trabalhadores da Função Pública, que pediram aumentos salariais e dos subsídios atribuídos à população. Pereira Coutinho sugere possibilidade de reforma depois de cumpridos 20 anos de serviço

 

[dropcap]A[/dropcap] Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), presidida pelo deputado José Pereira Coutinho, foi uma das entidades representativas do sector que ontem reuniu com Chui Sai On no âmbito da preparação das Linhas de Acção Governativa (LAG) para o próximo ano.

José Pereira Coutinho pediu aumentos salariais e acredita que o seu pedido será cumprido. “Estamos confiantes de que vai haver uma actualização salarial, é o último ano de governação do Chefe do Executivo e tudo aponta para que haja uma actualização, porque o Chefe do Executivo também nos disse que vai manter todos os subsídios.”

Coutinho voltou a pedir um aumento do cheque de compensação pecuniária das actuais nove mil para 12 mil patacas, valor que é atribuído aos residentes permanentes. “Esperamos que haja aumentos dos vários subsídios, nomeadamente da compensação pecuniária para 12 mil patacas, foi o que pedimos o ano passado.” Além disso, o deputado sugeriu que se crie uma reserva de terrenos para construir casas para funcionários públicos.

De acordo com a Rádio Macau, o presidente da ATFPM também defendeu a possibilidade dos funcionários públicos poderem vir a reformar-se após 20 anos de serviço.

Formar lá dentro

De acordo com um comunicado do gabinete do Chefe do Executivo, Tou Weng Keong, presidente da Associação dos Técnicos de Administração Pública de Macau (ATAPM), também pediu o “aperfeiçoamento das remunerações e das oportunidades de acesso para o pessoal da carreira especial”, bem como “o aumento salarial e do prémio de antiguidade dos funcionários públicos para o ano 2019”.

Tou Weng Keong pediu ainda “a criação de uma entidade no seio da Administração pública para acompanhar o desenvolvimento de Macau” e o “aperfeiçoamento do regime de nomeação do pessoal de direcção e chefia”.

O presidente da ATAPM exigiu também “uma avaliação ao regime de aposentação para aperfeiçoar a equipa de funcionários públicos, um reforço da implementação do governo electrónico para elevar a eficiência administrativa, a aceleração dos trabalhos de melhoria de infra-estruturas de Macau para enfrentar os futuros desafios” e também “a aposta na criação de uma cidade inteligente para impulsionar o desenvolvimento”.

Os representantes da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Origem Chinesa (ATFPOC) também estiveram ontem reunidos com Chui Sai On. Lei Wa Bao, dirigente da associação, pediu “um ajustamento salarial para 2019 que seja suficiente para manter o poder de compra e o moral dos funcionários públicos”, aponta um comunicado do gabinete do Chefe do Executivo.

Lei Wa Bao pediu também “a elevação das condições de ingresso dos agentes de inquéritos dos Serviços de Estatística e Censos, o cancelamento do limite e quotas de ‘Satisfaz Muito’ no regime de avaliação do desempenho, a construção de habitação para os funcionários públicos e o aperfeiçoamento do regime de aposentação”.

Este dirigente defendeu ainda uma “melhoria na formação para os trabalhadores, mais medidas para o alívio da pressão sentida pelos funcionários públicos, uma avaliação ao regime de previdência e a aceleração da reforma das carreiras da função pública”.

Aumentos sem certezas

Em resposta, o Chefe do Executivo não deu garantias se vai ou não aumentar os salários na Função Pública já no dia 1 de Janeiro. Chui Sai On revelou apenas que “várias associações do sector também apresentaram opiniões sobre esta matéria”. Sugestões que prometeu analisar “para ponderar a viabilidade de virem a ser adoptadas”.

Sónia Chan, secretária para a Administração e Justiça, referiu que “o Governo irá realizar consultas públicas sobre os vários trabalhos relativos à reforma dos diplomas ligados à Função Pública”.
No que diz respeito à implementação do governo electrónico, que foi alvo de um relatório do Comissariado de Auditoria, que revelou falhas e gastos do erário público sem resultados, a secretária prometeu mudanças.

“Nos últimos anos, a tutela tem estado empenhada na implementação de reformas no sistema da Função Pública, em dar impulso ao governo electrónico e na construção de uma cidade inteligente”, disse Sónia Chan, citada pelo mesmo comunicado.

Quanto à criação de uma entidade de formação, a secretária referiu que “o Governo necessita de mais tempo para analisar essa matéria”.

25 Out 2018

LAG 2019 | Caritas pede mais serviços de tratamento de demência

[dropcap]O[/dropcap] Chefe do Executivo, Chui Sai On, recebeu ontem o secretário-geral da Caritas, Paul Pun, no âmbito da recolha de opiniões sobre as Linhas de Acção Governativa (LAG) para o próximo ano.

Os serviços prestados a quem sofre de demência foi um dos pontos abordados por Paul Pun que sugeriu que, na concepção de novos asilos, se inclua uma área especializada para as doenças deste foro e que os futuros lares passem a integrar um centro de cuidados de enfermagem.

O secretário-geral da Caritas defendeu ainda a criação de um centro terapêutico para redução de dores, bem como um ajustamento dos serviços de apoio domiciliário à capacidade económica de cada família, entre outros.

25 Out 2018

Membros do Conselho Profissional dos Assistentes Sociais escolhidos pelo Governo

[dropcap]A[/dropcap]o contrário do que pretendiam alguns assistentes sociais, todos os dez vogais do futuro Conselho Profissional dos Assistentes Sociais (CPAS) vão ser nomeados pelo secretário para os Assuntos Sociais e Cultura. Esta é a nova versão da proposta do Governo, que foi apresentada aos deputados da Segunda Comissão da Assembleia Legislativa.

O CPAS vai ser o órgão responsável pela futura acreditação dos assistentes sociais quando a nova lei for aprovada na especialidade e entrar em vigor. O organismo é constituído por 11 membros. Além do presidente do conselho, há ainda 10 vogais. Destes, cinco são nomeados pelo secretário da tutela e três têm obrigatoriamente de ser assistentes sociais. Os restantes cinco também são nomeados pelo Executivo, mas os nomes são propostos por instituições do ensino superior, serviços sociais e associações.

“Se os agentes do sector propuserem 20 nomes para nomear os vogais, o Governo fará a escolha de cinco entre essas 20 pessoas. Mas, claro que a decisão vai continuar a ser do Governo e haverá sempre a hipótese de não aceitar nomes propostos”, explicou Chan Chak Mo, presidente da comissão, após mais uma reunião.
Outra questão levantada pela comissão foi o facto do Governo não definir a duração do mandato dos membros. A questão será definida posteriormente através regulamento, no entanto, os membros da comissão estão inclinados para que o assunto fique definida na lei.

A segunda comissão esteve, ontem, a analisar a segunda versão da proposta do Governo, apresentada depois de ouvidas as opiniões dos deputados. Na prática, o número de artigos aumentou de 32 para mais de 40. “O Governo aceitou cerca de 85 por cento das alterações sugeridas pelos deputados. Agora queremos perceber qual o motivo de terem rejeitado as restantes”, frisou o presidente da comissão .

Também o nome do diploma, que inicialmente era “Regime de Acreditação Profissional e Inscrição para Assistente Social”, foi alterado e passa a denominar-se “Regime de Qualificação Profissional para os Assistentes Sociais”. No entanto, o nome é visto como temporário e também pode ser alterado.

25 Out 2018

Mayra Andrade – “Afecto”

“Afecto”

Não sei bem o que fazer
Nem sei como te dizer
Cada vez que me chegas me sinto mais longe de ti
Teu pudor foi transmitido e será neutralizado
Teu pudor foi transmitido
Não importa o quanto faça
Pouco importa a cor do ouro
Na corrida ao teu afecto
A medalha é sempre bronze
Sou orfã da tua ternura

Muito me salta à vista
Quando chegas reta e firme
Que pouco posso fazer para te fazer mudar
Teu pudor foi transmitido e será neutralizado
Teu pudor foi transmitido

Se soubesses abraçar
De vez em quando beijar
E aos recantos imperfeitos
Com menos rigor apontar
Quem seria eu?
Sou orfã da tua ternura

Quando estamos tu e eu
E ao meu lado adormeces
Um oceano nos separa
Mas tu não sabes de nada
A canção que se repete
A tristeza que me cala
O Amor foi recebido
Apesar do que tu calas
O Amor foi recebido
Apesar do que tu calas

Mayra Andrade

25 Out 2018

Táxis | Deputados e Governo chegam a acordo para baixar multas

Estava previsto que as multas a aplicar aos taxistas fossem na ordem das 30 mil patacas, mas os deputados pediram para alterar o valor para 9 mil. O Governo aceitou. Segundo Pereira Coutinho, um dos membros da comissão que discute o diploma, só ele e Sulu Sou se opuseram à mudança

 

[dropcap]A[/dropcap] nova proposta de lei que vai regular o sector dos táxis previa que os detentores de licenças fossem punidos com multas de 30 mil patacas, valor que seria reduzido para 20 mil, quando paga nos primeiros 15 dias após a infracção. No entanto, os deputados pressionaram o Governo para baixar o valor para nove mil patacas, ou seis mil, quando pagas nos 15 dias após a infracção, e a secretaria de Raimundo do Rosário aceitou. A situação foi explicada, ontem, por Vong Hin Fai, presidente da 3.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa, que reuniu ontem.

“Na versão inicial proposta da nova lei, as multas eram de 30 mil patacas. É um valor bastante elevado. Por isso, a nova proposta prevê que o valor seja de 9 mil patacas”, disse Vong Hin Fai. “Houve muitas sugestões dos deputados para rever o valor das multas e o Executivo aceitou reduzir o montante”, acrescentou.

Este tipo de multa envolve, principalmente, proprietários de licenças, ou seja os detentores das empresas. As penalizações em causa aplicam-se em situações, por exemplo, de manipulação do taxímetro, destruição dos sons captados pelo sistema de gravação, desrespeito das tarifas estipuladas pelo Executivo ou o não respeito pela circulação do número de táxis atribuído.

“Actualmente, as multas são de uma centena de patacas, 1000 ou 3000 patacas. O aumento para 9 mil também já é elevado. Foi uma decisão que o Governo aceitou depois de ter sido ponderada”, revelou Vong.
Também de acordo com o presidente da comissão, caso fossem aplicadas multas de 30 mil patacas, o montante poderia ser muito elevado porque “poderia haver reincidências”. Ainda de acordo com o deputado que preside à comissão, esta alteração teve o apoio da “maioria dos deputados”.

Vong não quis revelar os apoiantes da mudança. Porém, José Pereira Coutinho disse, ao HM, que dos 11 deputados, apenas ele e Sulu Sou se opuseram às alterações. “Eu fui contra as alterações… Mas eles quiseram mudar…”, começou por dizer. “À excepção de mim e de Sulu Sou, todos os outros foram a favor de baixar o valor da multa. Todos eles”, vincou.

Rosário ignorou aumentos

Antes de Vong ter revelado uma redução no valor das multas, Raimundo do Rosário falou aos jornalistas e não mencionou o assunto. Quando questionado sobre o que tinha sido discutido, o secretário referiu a existência de uma nova versão da lei e comentou a possibilidade de haver recolha de imagens dentro dos táxis e a necessidade da transferência das quotas das empresas proprietárias das licenças de táxis precisarem da aprovação do Chefe do Executivo.

Em ambos os casos, as medidas não constam na versão do diploma, nem há decisões finais. Sobre a possibilidade das alterações discutidas seguirem em frente, o secretário respondeu com um ditado popular: “Até à lavagem dos cestos… [é vindima]”, afirmou.

 

Deputados da 3.ª Comissão

A favor

Vong Hin Fai (I)
José Chui Sai Peng (I)
Vítor Cheung Lup Kwan (I)
Angela Leong (D)
Zheng Anting (D)
Si Ka Lon (D)
Pang Chuan (N)
Lao Chi Ngai (N)
Lei Chan U (I)

Contra

José Pereira Coutinho (D)
Sulu Sou (D)

I – Eleito pela via indirecta
D – Eleito pela via directa
N – Nomeado pelo Chefe do Executivo

Nota: Resultados apurados segundo José Pereira Coutinho

 

Sol que não brilhas

Os deputados José Pereira Coutinho e Sulu Sou são a favor da abertura das comissões da AL ao público, para que se possa acompanhar a discussão das leis. Por esse motivo, o deputado ligado à ATFPM levou um cartaz para a reunião de ontem, onde se podia ler “Deixe o sol brilhar no comité”. “É uma questão de transparência nos trabalhos da comissões. Temos seis comissões, mas os órgãos de comunicação social não podem entrar e não sabem o que se discute. As comissões devem abrir as portas ao público”, afirmou José Pereira Coutinho.

24 Out 2018

AL exige explicações para redução de membros da CCPPC na comissão eleitoral

[dropcap]O[/dropcap] Governo apresentou uma proposta para que o futuro Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) esteja representado com dois membros na Comissão Eleitoral para a escolha do Chefe do Executivo. Contudo, a representação do IAM é feita à conta de uma redução do número de membros de Macau da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), que passa dos actuais 16 membros para 14.

A questão gerou algumas dúvidas junto dos deputados da Segunda Comissão Permanente da Assembleia Legislativa, presidida por Chan Chak Mo, que não percebem os critérios para o facto do IAM ir ser representado com dois membros e por esse número ser criado à conta de dois membros de Macau da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês.

“Queremos perguntar ao Governo a razão do IAM ir ser representado com dois membros na Comissão Eleitoral. Qual é a razão de não serem três ou quatro membros?”, questionou, ontem, Chan Chak Mo, após uma reunião da comissão.

“Em relação aos membros de Macau da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, não há um problema na redução dos membros. Mas temos dúvidas. Qual é a razão de serem reduzidos para 14 membros e como vão escolher os membros que são excluídos? Qual é o critério? Queremos que o Governo explique o motivo das escolhas”, apontou.

Em relação à pergunta sobre se os deputados iriam apresentar uma alternativa à proposta do Governo, que já foi aprovada na generalidade, Chan Chak Mo negou esse cenário. O presidente da comissão da AL explicou ainda que a proposta nasce da aprovação da lei que criou os órgãos municipais, que entra em vigor no próximo ano.

Actualmente existem 29 membros de Macau na Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, entre os quais os deputados Ho Ion Sang e Vong Hin Fai, ou outas personalidades de Macau, como Leonel Leong, Edmund Ho, Lawrence Ho, Eddie Wong, entre outros. Os mandatos têm a duração de cinco anos.

24 Out 2018

Junkets fora do horário de trabalho proibidos de entrar em casinos

[dropcap]O[/dropcap]s promotores de jogo, também conhecidos como junkets ou bate-fichas, vão ficar impedidos de entrar nos casinos quando não estiverem a trabalhar. É esta a proposta apresentada pelo Governo à 1ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa, que está a analisar as alterações à lei que define as classes profissionais proibidas de entrar nos casinos. A revelação foi feita, ontem, pelo presidente da comissão, o deputado Ho Ion Sang.

“A nova proposta entregue pelo Governo delimita claramente os sujeitos que ficam proibidos de entrar nos casinos, que são os empregados das concessionárias que trabalham nas mesas de jogo, que trabalham nas máquinas de jogo, empregadores da restauração e limpeza”, começou por explicar o legislador. “Os trabalhadores dos promotores de jogo também ficam proibidos de entrar nos casinos fora do horário de trabalho”, frisou.

Segundo Ho Ion Sang, a proposta tem o apoio dos deputados da comissão e ainda das associações de junkets. “O Governo disse que incluiu os promotores de jogo depois de entrar em contacto com as associações do sector, que se mostraram preocupadas com o problema do vício do jogo”, justificou.
O número de pessoas afectadas pela medida no sector não foi revelado, mas ficou prometido para o próximo encontro com os deputados.

Papelinho mágico

Em relação ao controlo da entrada dos promotores de jogos, Ho Ion Sang explicou que em caso de suspeitas de entrada indevida, que os junkets têm de apresentar uma declaração do superior hierárquico a declarar que à hora em que foram vistos nos casinos, estavam a desempenhar as suas funções profissionais.

Outra das questões que reuniu o consenso de deputados e membros do Governo é o facto da proibição dos trabalhadores dos casinos se aplicar apenas a pessoas com contratos com as concessionárias. Anteriormente, na comissão, tinha sido debatida a possibilidade dos trabalhadores das empresas subcontratadas também serem afectados pela proibição, como empregados de limpeza ou seguranças, mas o Governo não acolheu a sugestão.

24 Out 2018

“Eu abro oficialmente a ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau”

[dropcap]O[/dropcap] Presidente da China, Xi Jinping, inaugurou hoje a ponte que liga Hong Kong, Zhuhai e Macau, considerada a maior travessia marítima do mundo, após nove anos de construção.

“Eu abro oficialmente a ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau”, declarou o chefe de Estado chinês, numa curta intervenção durante a cerimónia de inauguração da ponte, na cidade chinesa de Zhuhai, adjacente a Macau.

Antes do discurso de Xi Jinping, a chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, teceu palavras de agradecimento ao líder chinês por ter inaugurado a ponte.

Na presença de mais de 700 convidados, o vice-primeiro ministro da China sublinhou que esta mega infraestrutura vai possibilitar mais atividades comerciais e a aproximação económica entre a China e a antiga colónia britânica.

Na segunda-feira, o chefe do Governo de Macau tinha afirmado que o território “vê com bons olhos a abertura oficial da ponte e congratula-se pela conclusão da obra”, cuja abertura à circulação está marcada para quarta-feira.

Fernando Chui Sai On, Chefe do Executivo de Macau, indicou que Macau está preparado “para a abertura oficial da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau” em termos de segurança e transportes.

FOTO: Bobby Yip/REUTERS

A ponte é um marco do projeto de integração regional da Grande Baía, que visa criar uma metrópole mundial a partir dos territórios de Hong Kong, Macau e nove localidades da província chinesa de Guangdong (Cantão, Shenzhen, Zhuhai, Foshan, Huizhou, Dongguan, Zhongshan, Jiangmen e Zhaoqing).

A estrutura principal mede 29,6 quilómetros, com uma secção em ponte de 22,9 quilómetros e um túnel subaquático de 6,7 quilómetros, numa extensão total de 55 quilómetros.

A construção começou em 2009 e previa-se a abertura para 2016, mas vários problemas, como acidentes de trabalho, uma investigação de corrupção, obstáculos técnicos e derrapagens orçamentais obrigaram a um adiamento da inauguração.

Vários observadores consideraram que o objetivo desta ponte, assim como uma nova linha ferroviária de alta velocidade para o interior da China inaugurada a 22 de setembro, é aumentar o controlo da China sob Hong Kong, que tal como Macau, goza de autonomia alargada de liberdade de expressão e poder judicial independente.

A nova linha ferroviária de alta velocidade para o interior da China vai reduzir consideravelmente o tempo de viagem entre os dois territórios, sendo que parte da estação, situada em Hong Kong, fica sob jurisdição chinesa.

As novas infra-estruturas custaram cerca de 10 mil milhões de dólares e as autoridades estimaram que a capacidade de transporte diário é superior a 80 mil passageiros entre o centro financeiro asiático de sete milhões de habitantes e o centro industrial vizinho da província de Guangdong.

O comboio vai de Hong Kong para Shenzhen em apenas 14 minutos, sendo que o anterior demorava quase uma hora a percorrer os 26 quilómetros que separam os dois territórios. Já para a capital de Guangdong, Cantão, os passageiros vão demorar pouco mais de meia hora, cerca de 90 minutos mais rápido que o anterior.

23 Out 2018

Deputado José Pereira Coutinho quer responsabilização pelas falhas no Metro Ligeiro

[dropcap]O[/dropcap] deputado Pereira Coutinho questiona o Governo acerca das medidas que pretende tomar para responsabilizar as entidades públicas e privadas pelas derrapagens financeiras e incumprimentos contratuais das obras do Metro Ligeiro.

O deputado recorda a resposta a uma interpelação que assinou em que o Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes (GIT) , em 2010, justificava o convite feito a sete entidades internacionais para assumirem as operações na primeira fase do Metro Ligeiro com a necessidade de “profissionalismo”.

No entanto, de acordo com o deputado, o que aconteceu foi precisamente o contrário. “O planeamento do projecto foi deficiente, houve uma má gestão dos prazos de construção, os cadernos de encargos foram mal elaborados prejudicando a fiscalização e o controlo das obras e houve falta de rigor nos custos”, aponta Coutinho.

Por outro lado, o tribuno considera que é necessário criar uma comissão independente para averiguar as principais razões que levaram às muitas derrapagens financeiras que o projecto tem vindo a ter.
Para o futuro, Coutinho pede ainda ao Governo a divulgação dos estudos de sustentabilidade financeira do projecto a que chama de “elefante branco”.

23 Out 2018

AL | Agendadas propostas de debate de Sulu Sou

[dropcap]A[/dropcap]s propostas para a realização de dois debates de interesse público apresentadas pelo deputado Sulu Sou há um ano foram agendadas para 31 de Outubro e 1 de Novembro, de acordo com o portal da Assembleia Legislativa (AL), estando ambas relacionadas com o tufão Hato.

A primeira diz respeito ao projecto de recuperação e melhoramento do terminal subterrâneo de transportes públicos nas Portas do Cerco, enquanto a segunda insta a uma reforma dos mecanismos de alerta de tufões e da gestão interna dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG).

O atraso tem que ver, pelo menos em parte, com o facto de Sulu Sou ter visto o seu mandato como deputado suspenso durante mais de 100 dias.

23 Out 2018

Finanças | Comissão atenta à revisão do regime de aquisição de bens e serviços

O acompanhamento dos trabalhos para a revisão do regime de aquisição de bens e serviços, a análise dos créditos malparados atribuídos à Viva Macau e o acompanhamento das investimentos do Governo no fundo de cooperação Guangdong – Macau, são os destaques da agenda de trabalhos da Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Finanças Públicas

 

[dropcap]A[/dropcap] primeira reunião da Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Finanças Públicas, realizada ontem, foi dedicada à organização de trabalhos para o próximo ano. A revisão da lei de aquisição de bens e serviços foi uma matéria destacada pelo presidente da comissão, Mak Soi Kun. “É necessário saber qual o ponto da situação para a revisão do regime, até porque é uma matéria que está a ser discutida desde 2014”, afirmou.

O deputado recordou ainda que a revisão legislativa foi apontada como prioridade do Governo na apresentação das Linhas de Acção Governativa do ano passado. Como tal, Mak Soi Kun entende que chegou a hora do Executivo explicar o atraso nos trabalhos a este respeito. Para o presidente da comissão, é fundamental avançar com a consulta pública sobre a revisão deste diploma.

O caso da Viva Macau, que se encontra em investigação no Comissariado Contra a Corrupção (CCAC), é também uma matéria que pode vir a constar dos trabalhos da comissão este ano. “Temos que analisar a questão dos créditos malparados”, afirmou Mak Soi Kun referindo-se às operações do Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização (FDIC) sobre o empréstimo à Viva Macau prestados em 2009.

Mak sublinhou que a comissão aguarda ainda o acesso a informações financeiras da empresa dadas por ordem cronológica para depois decidir se é necessária nova análise. “As demonstrações financeiras por ordem cronológica são muito importantes e não nos interessa tanto as importâncias mas sim a sequência com que foram atribuídas”, referiu a este respeito.

Fundo duvidoso

O acompanhamento do fundo de desenvolvimento para a cooperação Guangdong – Macau, que tem 20 mil milhões de renminbi de capital investido pelo Governo da RAEM, está também na agenda da comissão. De acordo com o presidente, trata-se de uma matéria em que importa “saber se há ou não lucros a tirar”, até porque envolve “uma importância muito elevada”.

Relativamente aos lucros deste fundo, o secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong garantiu na altura da sua apresentação, uma taxa de juro de 3,5 por cento sobre o valor investido.
Mak sublinhou ainda que a comissão vai prestar mais atenção às empresas criadas com dinheiros públicos, sem adiantar pormenores.

Com a abertura da Linha da Taipa do Metro Ligeiro, agendada para o próximo ano, a comissão considera que também é tempo de acompanhar a atribuição dos subsídios às empresas de transportes públicos. “É necessário entender qual a metodologia do Governo na atribuição destes subsídios”, disse o presidente referindo-se às empresas responsáveis pela circulação de autocarros e do Metro Ligeiro.

23 Out 2018

PJ | Excluídos indícios de crime no falecimento de Zheng Xiaosong

A investigação da Polícia Judiciária à morte do director do Gabinete de Ligação, Zheng Xiaosong, não encontrou indícios de crime. As averiguações continuam, mas tudo aponta para suicídio, algo muito frequente entre oficiais de topo do PCC durante a presidência de Xi Jinping. Desde 2009, registaram-se 243 suicídios de pessoas em cargos de relevo no partido

 

[dropcap]“A[/dropcap] nossa investigação confirma que não existem indícios de crime”. Lê-se no breve relato dado pela Polícia Judiciária (PJ) ao HM sobre a morte de Zheng Xiaosong, director do Gabinete de Ligação do Governo Central em Macau. De acordo com a PJ, não foram encontrados documentos de identificação no corpo, mas na manhã de domingo foi apurado que Zheng era o seu apelido e que tinha 59 anos.

“Na noite de 20 de Outubro, o Corpo de Bombeiros informou-nos que um homem caiu do Bloco 2 do Centro Hung On, na Rua de Luís Gonzaga Gomes. Os nossos agentes chegaram ao local e confirmaram a morte do indivíduo.” Lê-se na breve nota da PJ, que adianta que a investigação prossegue
Na sequência do anúncio da morte de Zheng Xiaosong, Pequim emitiu um curto comunicado a referir que este sofria de depressão, sugerindo tratar-se de um caso de suicídio. Algo que se tornou uma rotina no Partido Comunista Chinês.

De acordo com dados oficiais, durante o primeiro mandato de Xi Jinping, portanto, entre 2012 e 2017, um total de 158 dirigentes políticos, ou altas patentes das forças armadas, cometeram suicídio.
Um estudo conduzido pela Academia Chinesa de Ciências Sociais (ACCS) coloca o número de suicídios, desde 2009, num total de 243 casos, algo que pode indicar um reflexo político desde a chegada ao poder de Xi Jinping. Entre 2009 e 2012, antes da tomada de posse do actual Presidente chinês, registaram-se 85 suicídio, o que representava uma média anual de 21 casos por ano. Desde que Xi subiu ao poder, e implementou a campanha de combate à corrupção nos organismos públicos, o número de suicídios quase duplicou para 39 casos anualmente. Importa referir que não existem quaisquer informações que apontem que Zheng Xiaosong estaria a ser investigado.

O Instituto de Psicologia da ACCS destaca 2014 como um ano particularmente negro, quando se registaram 59 suicídios, altura que coincide com o aumento de intensidade da campanha de luta contra a corrupção. Ainda assim, e tendo em conta a relativa opacidade nos assuntos internos da política chinesa, grupos de defesa dos direitos humanos, como a Human’s Rights Watch, alertam para a possibilidade dos números serem bastante superiores. Ainda assim, o estudo da ACCS revela que dos 243 suicídios registados entre 2009 e 2017, 140 correspondiam a pessoas que se atiraram de prédios, ou seja, mais de 57 por cento. O enforcamento foi a via escolhida por 44 quadros políticos, enquanto 26 ingeriram veneno, 12 optaram pelo afogamento e seis cortaram os pulsos.

Os resultados do estudo indicam ainda que a maioria dos suicidários eram homens com idades compreendidas entre 45 e 55 anos.

Dia negro

No dia 12 de Junho de 2016, dois altos quadros do Governo chinês da região suicidaram-se. Liu Xiaohua, secretário-geral do PCC na província de Guangdong, enforcou-se horas depois de Xiao Bibo, que presidia um departamento de segurança em Shenzhen, se ter atirado de uma ponte.

Esta é a altura da história da República Popular da China que regista maior número de suicídios entre oficiais de topo do PCC, com excepção para o período da Revolução Cultural, quando dezenas de milhares de membros do partido se suicidaram na sequência da pressão exercida pelas humilhantes sessões públicas da Guarda Vermelha.

23 Out 2018

LAG | Chui Sai On com membros locais da Federação da Juventude da China

[dropcap]O[/dropcap] Chefe do Executivo, Chui Sai On, reuniu ontem de manhã com membros de Macau da Federação da Juventude da China para auscultar as suas opiniões acerca das políticas direccionadas aos jovens e aos assuntos sociais, no quadro da apresentação das Linhas de Acção Governativa (LAG) para o próximo ano.
Mais de uma dezena de membros marcaram presença no encontro, onde foram manifestadas preocupações sobre a integração dos jovens no projecto da Grande Baía e a formação de quadros qualificados. Os membros da federação sugeriram ainda a criação de uma plataforma uniformizada da informações acerca do desenvolvimento de projectos culturais e turísticos da Grande Baía, a exploração de oportunidades de estágio em empresas de destaque no mesmo projecto, a revisão do Estatuto dos Contabilistas para facilitar a integração do sector no desenvolvimento nacional, bem como o aperfeiçoamento dos serviços de saúde e cuidados para os idosos de Macau residentes nas cidades integradas na Grande Baía.
Chui Sai On indicou que a prioridade será dada à inclusão de benefícios para os residentes de Macau, garantido que os jovens locais vão ter mais espaço para “criar oportunidades nos sectores da inovação, empreendedorismo, emprego, estudos académicos e pesquisa”. O Chefe do Executivo afirmou ainda estar convencido que o investimento na construção da Grande Baía “pode complementar aspectos menos favoráveis de Macau, assim como contribuir para o desenvolvimento sustentável da cidade”, lê-se.

23 Out 2018