Diana do Mar Ócios & NegóciosGoa Nights | Restaurante de tapas e bar de cocktails [vc_row][vc_column][vc_column_text] “Goa Nights”, que abriu portas oficialmente em finais de Março, é um lugar para descontrair do rebuliço dos dias, entre tapas indianas e originais ‘cocktails’ [dropcap style≠’circle’]L[/dropcap]ocalizado no coração da vila da Taipa, o “Goa Nights” é um dois em um: é um restaurante de tapas, que alia a cozinha clássica e moderna indiana ao toque peculiar da gastronomia de Goa, cheia de influências portuguesas, e um bar de ‘cocktails’. A originalidade figura como o denominador comum das valências que coabitam no edifício de três andares. Inicialmente, a ideia era abrir um restaurante indiano na vila da Taipa, tirando vantagem da proximidade dos hotéis da ‘strip’ do Cotai, mas tudo mudou quando surgiu a ideia de ir mais além e oferecer também um bar com ‘cocktails’. “Todos os portugueses que vivem em Macau conhecem Goa como um lugar onde as pessoas podem relaxar, tomando uma bebida e apreciando comida indiana, enquanto desfrutam de boa vibração”, sublinhou o fundador Gagan Sethi, que veio para Macau em 2009. À mesa servem-se tapas. Uma opção que não foi ao acaso. “Basicamente, o que fizemos foi pegar nos sabores indianos de uma forma mais moderna e condensada não só para ser mais fácil de comer, mas também para ser mais leve, dado que os pratos indianos normalmente são pesados”. Em paralelo, foi introduzida uma variante, dado que menu mistura elementos da cozinha do mais pequeno estado da Índia, caracterizado também pela influência portuguesa. “Pegamos em cinco ou seis elementos da gastronomia goesa”, explica Gagan Sethi, dando o exemplo de dois “pratos de assinatura” ao estilo de Goa: “amêijoas com recheado” e “porco vindaloo”. Os cocktails de Vasco da Gama O bar distingue-se pelos ‘cocktails’ originais criados pelo ‘bartender’ e mixologista Chetan Gangan, que conquistou vários prémios na Índia. “Ele concebeu um menu baseado na viagem de Vasco da Gama que teria nove paragens de Portugal até Goa, pelo que criamos nove ‘cocktails’ especiais e cada um deles tem influência desses sítios, como um determinado tipo de bebida alcoólica, fruta ou especiaria”, realçou. Essa carta despertou ainda um fenómeno engraçado. “Naturalmente, é difícil terminar a viagem dos nove ‘cocktails’ numa noite, pelo que há pessoas que regressam para completar a jornada”, descreve o mesmo responsável. Para Gagan Sethi, o “Goa Nights” vem preencher um espaço vazio pelo menos fora do universo dos hotéis e casinos: “Este conceito de restaurante e de bar não existe em Macau. Por outro lado, normalmente, quando vais a um bar é porque as bebidas te agradam; e quando vais a um restaurante é porque aprecias a comida. Contudo, para nós, ambos têm igual peso. A ideia é que as pessoas possam gostar de ambos e desfrutar de ambos num mesmo espaço”. De portas abertas oficialmente desde finais de Março, o “Goa Nights” tem recebido principalmente membros da comunidade macaense e portuguesa, bem como expatriados. “Por enquanto, tudo bem. Tem sido muito bom para nós”, salienta Gagan Sethi, dando conta de que a comunidade goesa também tem aparecido para espreitar os sabores de casa. Já turistas não há muitos. “Não somos ainda muito conhecidos, mas queremos atrai-los, porque, às vezes, não saem dos hotéis e perdem o outro lado de Macau”, sustentou. O “Goa Nights” encontra-se aberto de terça a domingo, das 18h à 1h, oferecendo ao fim-de-semana um menu diferente exclusivamente para ‘brunch’, disponível entre as 12h e as 16h. Morada: Rua Correia da Silva, 118, Taipa [/vc_column_text][vc_gmaps link=”#E-8_JTNDaWZyYW1lJTIwc3JjJTNEJTIyaHR0cHMlM0ElMkYlMkZ3d3cuZ29vZ2xlLmNvbSUyRm1hcHMlMkZlbWJlZCUzRnBiJTNEJTIxMW0xOCUyMTFtMTIlMjExbTMlMjExZDM2OTUuMjk5ODE4NTQwNyUyMTJkMTEzLjU1NDIxOTY1MDQwMDI3JTIxM2QyMi4xNTI2NTY1ODUzMjg4MDMlMjEybTMlMjExZjAlMjEyZjAlMjEzZjAlMjEzbTIlMjExaTEwMjQlMjEyaTc2OCUyMTRmMTMuMSUyMTNtMyUyMTFtMiUyMTFzMHgwJTI1M0EweDI0OWU5NjAwMzBkZjY1OGIlMjEyc0dvYSUyQk5pZ2h0cyUyMTVlMCUyMTNtMiUyMTFzcHQtUFQlMjEyc3B0JTIxNHYxNTI5NTM1OTE2NzkyJTIyJTIwd2lkdGglM0QlMjI2MDAlMjIlMjBoZWlnaHQlM0QlMjI0NTAlMjIlMjBmcmFtZWJvcmRlciUzRCUyMjAlMjIlMjBzdHlsZSUzRCUyMmJvcmRlciUzQTAlMjIlMjBhbGxvd2Z1bGxzY3JlZW4lM0UlM0MlMkZpZnJhbWUlM0U=” size=”400px”][/vc_column][/vc_row]
João Santos Filipe Ócios & Negócios PessoasKitroom Sports, loja de camisolas de futebol | Vestir a camisola Em Macau é frequente ver os adeptos de futebol utilizarem as camisolas dos clubes que mais gostam no dia-a-dia. Tin U com a loja Kitroom Sport alimenta a paixão local [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]pesar de Macau não ter um futebol com o nível e o mediatismo dos grandes campeonatos europeus, a verdade é que os fãs locais gostam de vestir as camisolas das grandes equipas e selecções. Foi a partir desta particularidade cultural, e também devido ao seu gosto pelas próprias camisolas, que Tin U decidiu abrir há oito anos uma representação da Kitroom Sports no território, marca que também está presente em Hong Kong e no Interior da China. “Considero que estou à frente de um negócio muito ligado à cultura local e por isso muito particular. Muito dificilmente uma loja que apenas vende camisolas de futebol se consegue sustentar por si na Europa ou noutras regiões. Acredito mesmo que para os europeus seja estranho ver as pessoas a utilizarem no dia-a-dia as camisolas dos clubes”, começa por admitir Tin U, ao HM. “Mas a verdade é que em Macau e Hong Kong as pessoas adoram utilizar as camisolas dos seus clubes e ídolos como roupa casual. Isso permite que um negócio como este se sustente”, explicou. Quando decidiu abrir o negócio, Tin U teve igualmente em conta a sua paixão. Contudo, as suas escolhas nem sempre são mais populares, apesar de admitir ser fã de Cristiano Ronaldo. Quando foi entrevistado pelo HM, Tin U vestia mesmo a camisola de treino da selecção dinamarquesa, que foi utilizada entre 2013 e 2015. Em vez do vermelho da bandeira dinamarquesa, o equipamento é azul. “A verdade é que tenho muito interesse pelo futebol e pelas camisolas dos clubes. Como me fui apercebendo que a cultura local tinha boas oportunidades de negócio para as camisolas dos principais clubes e selecções, achei que seria um bom negócio e do qual ia gostar”, admitiu o proprietário da loja Kitroom Sports em Macau. Em relação ao top de vendas, Tin U não tem dúvidas em apontar a liga inglesa como a fonte das camisolas mais populares. No topo estão Manchester United e Liverpool, embora outras equipas que se mostrem mais fortes possam facilmente saltar para o topo da tabela de vendas. “As camisolas que se vendem mais são dos clubes da Premier League, como Manchester United, Liverpool, Chelsea, Arsenal, entre outras”, indicou. Também a liga espanhola, principalmente Real Madrid e Barcelona fornecem alguns dos produtos mais apetecíveis. No que diz respeito às selecções, as vendas são orientadas pelos países tradicionalmente mais fortes no futebol. Entre as preferências dos locais está Portugal. “Portugal, Japão França, Espanha, Alemanha são as que vendem mais. Normalmente, são as equipas que vemos constantemente nos mundiais e europeus”, admitiu. Também em relação às vendas de camisolas de selecções, Tin U recorda o Europeu de 2016: “Nessa altura, a camisola portuguesa, principalmente após a vitória na final, esgotou. Foram muito rápidas as vendas”, recorda. Também no momento da pergunta que divide o mundo do futebol não vacila: “Entre Messi e Ronaldo prefiro o Ronaldo”, responde prontamente. Camisolas dos grandes Se por um lado, a camisola da selecção de Portugal é um sucesso nas vendas, o mesmo não acontece com os três grandes, Benfica, FC Porto e Sporting. Em causa está o facto da liga ter pouca expressividade junto dos residentes locais, apesar dos jogos serem transmitidos pela TDM. “Essas camisolas não vendem muito em relação às de outras ligas porque não são muitas as pessoas que vêem os jogos da Liga Portuguesa e isso afecta a vontade de comprar as camisolas”, justifica. O mesmo não acontece com as camisolas do futebol local, que sofreram um empurrão nesta última época com a campanha do Benfica de Macau na Taça AFC. Contudo, Tin U clarifica que o mercado das pessoas que compra camisolas dos clubes locais é muito diferente dos clientes habituais. “Há cada vez mais pessoas que gostam de comprar camisolas do futebol local. Mas é um mercado muito diferente, são as pessoas que apoiam essas equipas. Também por isso, nem todos os clubes têm camisolas para venda. Só Ka I, Sporting, Monte Carlo, Benfica de Macau e Chao Pak Kei têm produtos para venda”, confessa. No que diz respeito ao negócio, Tin U diz que o mais complicado é gerir as épocas altas e baixas. O Verão é um dos melhores períodos, com a realização das competições internacionais, como os mundiais e europeus, assim como o início das diferentes ligas. Contudo, o Inverno é uma fase mais complicada. “Após o Natal, e até ao final da época, é o período mais complicado para vender camisolas. Nessas alturas, temos de procurar outras soluções, como camisolas de clubes mais alternativos como japoneses ou de ligas de Europa de Leste. Temos de tentar diversificar um bocado nessa altura”, exemplifica. “As camisolas que se vendem mais são dos clubes da Premier League, como Manchester United, Liverpool, Chelsea, Arsenal.” Tin U, dono Kitroom Sports Avenida do Conselheiro Ferreira de Almeida No.28A
Victor Ng Ócios & Negócios Pessoas3 cm JuiceLab, loja de sumos | Laboratório da fruta Por todo o território têm vindo a proliferar espaços de venda de comida e bebidas saudáveis, onde o açúcar não é bem-vindo. Contudo, o conceito por detrás da 3cm Juicelab é que cada cliente se sinta como se o seu sumo estivesse a ser criado em laboratório. Falámos com Cheang Pak Lam, fundador do projecto [dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]oi em Julho do ano passado que Cheang Pak Lam decidiu investir na loja de sumos naturais chamada 3cm JuiceLab, um espaço de bebidas onde se podem encontrar 15 opções diferentes de sumos de fruta. Os clientes escolhem três para fazer a sua bebida, sempre sem adicionar açúcar ou água. Cheang Pak Lam, um dos sócios, explicou ao HM que a 3cm JuiceLab tem como objectivo levar os seus clientes a sentirem-se num laboratório de sumos, uma vez que, depois de adquirirem a sua bebida, podem saber as informações nutricionais e os respectivos benefícios da bebida que vão provar. A inspiração para a 3cm JuiceLab foi encontrada em Taiwan. “Eu e o meu parceiro estudámos no estrangeiro, em Taiwan. Por acaso, descobrimos que lá havia lojas semelhantes a esta, e pensámos que seria uma boa ideia trazer este conceito para Macau. Com esta loja sinto que podemos contribuir para a saúde dos clientes”, frisou. A qualidade e o lado saudável dos sumos é algo que querem manter. “Insistimos em não adicionar água ou açúcar nas nossas bebidas, porque queremos que sejam saudáveis”, adiantou Cheang, que explicou que existe a cooperação com um nutricionista neste projecto. Relativamente aos preços praticados, Cheang defende que os sumos da 3cm JuiceLab são um pouco mais caros do que nas restantes lojas, custando, em média, 30 patacas. Mas tal deve-se ao recurso aos ingredientes naturais, que representam metade dos custos. O sócio defendeu que os clientes compreendem as razões dos preços mais elevados. Contudo, esse factor traz alguma dificuldade para o sucesso do negócio, pois nem todos aceitam os elevados preços. Muitos clientes também se revelam confusos sobre as frutas a escolher. Cheang disse que, além de explicar aos clientes as frutas que podem escolher, foi criada uma lista com dez opções pelas quais as pessoas podem optar. Sem grandes lucros Um ano e meio depois de abrir portas, a 3cm JuiceLab ainda não gera grandes lucros para os seus sócios. Cheang Pak Lam notou que, neste fase, há apenas um equilíbrio entre despesas e receitas, sendo que existe o objectivo de atrair mais clientes nos próximos meses. Por esse motivo, a loja vai apostar na venda de produtos através da aplicação Aomi. Na visão do sócio, na qualidade de empresa de pequena dimensão em Macau, é difícil ter uma especialidade ou uma localização para o seu funcionamento. “Como podemos atrair mais clientes? Temos de pensar muito bem este aspecto do negócio.” Antes de avançar para a abertura da 3cm JuiceLab, Cheang levou cerca de meio ano a fazer trabalhos preparatórios, tal como a concepção do espaço e a escolha dos produtos. Mas os valores elevados das rendas fizeram com que tenha demorado mais tempo até chegar o dia de inauguração do espaço. Os sócios da 3cm JuiceLab têm guardado na manga um trunfo para o futuro, uma maior variedade de sumos, com mais opções, já a partir do próximo mês. Está também a ser pensada a criação de um cartão de cliente para dar mais benefícios. Além dos sumos, a 3cm JuiceLab também disponibiliza frutas frescas e secas, estando prevista a importação de mais frutas da Tailândia, sobretudo aquelas que não se encontrem facilmente nos mercados e supermercados em Macau. MORADA Rua do Brandão, No. 2-2A, Edifício Hung Fok, rés do chão, C Macau
Sofia Margarida Mota Ócios & Negócios PessoasHealthy Habits Superfood Café | Refeições de alto rendimento [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] briu ontem um novo espaço de refeições em Macau. O Healthy Habits Superfood Café pretende proporcionar aos seus clientes não só um menu cheio de alimentos saudáveis, como uma opção para quem pratica exercício físico. A ideia para criar o Healthy Habits Superfood Café começou a ter forma para João Areias há cerca de um ano. O sócio-gerente do novo espaço, que tem as portas abertas desde ontem, viu-se confrontado com uma necessidade pessoal que o levou a pensar nas faltas de oferta do território. A trabalhar num casino e a frequentar um ginásio que lhe requeria uma dieta equilibrada, quando chegava a hora da refeição a única opção que tinha era cozinhar para ele. “Trabalhava num casino e comecei a ter interesse em frequentar o ginásio. Quem está interessado em manter a linha e frequenta os ginásios acaba, mais cedo ou mais tarde, por mudar os seus hábitos alimentares”, começa por contar João Areias ao HM. “Fazia turnos de 10 horas e tinha de cozinhar para mim. Entretanto, comecei a procurar lugares onde pudesse comer de acordo com a dieta que o ginásio me exigia”, explica. Foi também a treinar que conheceu o outro sócio do restaurante. Livio Kowalski, um personal trainer que para acompanhar melhor os seus instruendos optava por cozinhar para eles. “Falei-lhe que tinha interesse em abrir um restaurante deste género, ele achou que era uma boa ideia e avançámos”, disse. Estudo cuidado A pesquisa que fez para perceber o que comer e como elaborar o menu ocupou algum tempo aos sócios. “Demorei cerca de um ano a pesquisar para conseguir perceber como podia ter um estabelecimento que oferecesse às pessoas a possibilidade de terem uma dieta equilibrada, adequada para o público em geral como para as pessoas com prescrições específicas que frequentam os ginásios”, refere João Areias. Apesar da ideia ter partido das necessidades específicas de quem faz desporto, é válida para todos. “As pessoas que vão ao ginásio querem comer mais, porque precisam de comida para terem energia para gastar nos treinos, mas aliado a um bom prato, as calorias têm de ser poucas”, aponta. O sócio do Healthy Habits Superfood Café dá exemplos: Neste tipo de comida não podemos, por exemplo, utilizar muito óleo, mas temos de garantir uma refeição saborosa porque se o prato não tive sabor as pessoas não aderem”, refere João Areias. O truque é tentar ter um prato grande, composto e com poucas calorias em que a ideia essencial é proporcionar uma “alimentação saudável e equilibrada que contenha hidratos, proteína e vegetais”. Além do equilíbrio nutricional muitas das receitas incluem os designados superalimentos. “São alimentos que dão energia e concentram uma série de nutrientes essenciais a uma boa saúde”, diz. Exemplos que muita gente já conhece e que se podem encontrar no cardápio do novo espaço são receitas que incluem as sementes de chia ou o turmérico. Leites especiais, batidos e sumos naturais que misturam ingredientes e sabores são o prato do dia. Entretanto, o Healthy Habits Superfood Café vai ter confecção própria de pão e doces para garantir a total qualidade dos alimentos que vende ao público. Público interessado De acordo com João Areias, o interesse da população local por este tipo de alimentação é crescente por haver uma divulgação nas redes sociais cada vez maior dos seus benefícios. “Este tipo de conceito num café já é popular há muito tempo em vários países. Através dos media sociais a divulgação vai sendo cada vez maior e chegou a Macau. Aconteceu comigo e acontece com muitos dos nosso potenciais clientes”, aponta. No entanto, nem tudo é um mar de rosas e as dificuldades para abrir portas têm sido algumas, nomeadamente no que respeita a encontrar um chefe de cozinha que saiba cozinhar comida saudável e, ao mesmo tempo, adequada para quem treina. Para já o menu é relativamente curto, mas a ideia é aumentar a oferta com o desenvolvimento do negócio. As expectativas quanto ao futuro não podiam ser melhores. Em breve, o Healthy Habits Superfood Café vai ter serviço de entregas. Para já, o horário de funcionamento é das 8h da manhã às 18h, mas deve, em breve, ser prolongado até às 21h. Morada Avenida Comercial de Macau, Edifício La Bahia, No 203, R/C Macau
Diana do Mar Ócios & Negócios PessoasMaalé | Acessórios originais e personalizados feitos à mão [dropcap style =’circle’ ] N [/dropcap] ão há duas peças iguais. Cada uma é minuciosa e originalmente burilada pelas mãos de quem sempre adorou o mundo dos trabalhos manuais. Depois de anos a fio a criar peças para oferecer, Manuela Sotero decidiu pôr a habilidade à prova. Os acessórios únicos e originais feitos à mão da Maalé – Design. Creation podem ser adquiridos através do Facebook e do Instagram. “Além dos que guardava para mim, eu fazia para oferecer. Tinha sempre muito prazer em pensar na pessoa a quem ia dar”, conta Manuela Sotero, exibindo ao pescoço um dos colares mais antigos da sua colecção pessoal. Apesar da contínua insistência da filha e do incentivo do marido, Manuela Sotero nunca aceitara vender as peças que concebe, “exactamente porque queria que fossem para oferecer”. No entanto, as circunstâncias acabariam por levá-la a ceder. “Deixei de trabalhar no ano passado e fui a África do Sul passar umas férias com a minha filha, que vive lá. Tive reuniões e convívios com senhoras influentes do trabalho dela e as conversas iam parar aos colares que eu usava”. O ‘feedback’ não podia ter sido mais positivo: “Elas gostaram muito e faziam-me muitas perguntas sobre como os fazia e então eu achei que era talvez altura de começar [o negócio] e abrir uma conta no Facebook e no Instagram”, explica Manuela Sotero. Dedica-se sobretudo à feitura de colares, por via dos quais tenta “sempre transmitir emoções positivas e alegres”, recorrendo a cores vibrantes e fortes para inspirar isso mesmo, como vermelhos ou amarelos. Em termos de pedras, gosta de as sentir, “porque se forem agradáveis ao toque já é um ponto de começo”, sublinha Manuela Sotero sem esconder as predilectas: “Adoro turquesas, jade, ónix e lápis lazúli e sou doida por pérolas”. As pedras preciosas ou semipreciosas vai comprando por onde viaja, até porque “em Macau basicamente não há, ou se há são a preços exorbitantes”. Em paralelo, não é vulgar comprar as peças em função de um estilo, dado que, na maioria das vezes, faz o contrário. O seu gosto particular figura como a imagem de marca, embora aceite pedidos concretos. “No outro dia, duas amigas deram-me uma série de pedras semipreciosas para eu montar os colares a meu gosto”, exemplifica. O nome da marca resulta da expressão pela qual Manuela Sotero é carinhosamente conhecida (Malé), tendo sido ligeiramente ajustado para funcionar melhor na língua inglesa. A Maalé – Design. Creation dedica-se sobretudo a colares, mas também há conjuntos de brincos ou pulseiras a condizer. O tempo de execução dos colares depende do formato: “Se for em terço, em que as pequenas argolas são feitas uma a uma, pode levar um dia”. A carteira de clientes, essa, tem vindo a crescer. “Estou ainda a começar, mas tenho tido bastantes encomendas”, incluindo de amigas, ou de amigas de amigas, mas também de clientes que não conhecia antes. Os pedidos têm chegado também de fora de Macau, nomeadamente de África do Sul ou de Itália, com os preços das peças a oscilarem entre as 500 e as 2000 patacas. O próximo passo é “investir mais na embalagem”, indica Manuela Sotero. Já abrir um espaço físico é uma carta fora do baralho: “Adorava, mas com as rendas em Macau quem pode?” O gosto pelos trabalhos manuais surgiu cedo: “Desde pequenina sempre adorei fazer coisinhas com as mãos. O meu pai comprava-me muitas missangas. Comecei a fazer pequenos colares e brincadeiras e quando houve a revolução em Moçambique fomos para a África do Sul, mas eu continuei a fazer e usava-os eu”. Mas nem sempre foi assim e, na verdade, Manuela Sotero até teve, nos tempos de estudante, a experiência de vender as peças que produzia. “Um dia fui a uma boutique muito gira e perguntaram-me onde é que eu tinha comprado o colar que usava e a dona sugeriu que eu fizesse trabalhos em regime de exclusividade para a loja. Eram trabalhos muito simples, com arames e missangas”, indica Manuela Sotero. Essa experiência, a primeira de trabalho e que durou dos 15 aos 17 anos, permitiu-lhe, aliás, uma certa almofada financeira em tempos complicados. “Eu, como miúda que era, continuava a querer o leitor de cassetes ou a máquina fotográfica e comprei todas essas coisas com o dinheiro que ia fazendo”, recorda. “Depois parei um pouco, mas nunca me desliguei totalmente dos trabalhos manuais. Eu fazia pintura em porcelana, costura de roupa, acolchoados, enfim, até fiz vitrais. Sempre gostei muito dessas coisas”. A Macau chega em Janeiro de 1999, numa altura em que muita gente estava de partida, onde ganha um novo ímpeto. “Embora com trabalho a tempo inteiro, comecei a fazer todos os cursos que apareciam no horário fora do expediente e ao fim-de-semana”, explica Manuela Sotero, que desenvolveu muito a sua capacidade técnica com Cristina Vinhas, que dá formação de joalharia. Mais uma vez, “tudo sempre com a ideia de oferecer”, até hoje. O cuidado em tornar cada peça personalizada e única, esse, mantém-se.
Andreia Sofia Silva Ócios & Negócios PessoasSupreme, supermercado | A nova mercearia do bairro [dropcap style=’circle’] O [/dropcap] supermercado Supreme, localizado na Taipa, tem desde Setembro uma nova gerência e um novo ambiente. De pequeno local de comércio, com pouca variedade de produtos, o Supreme passou a ser uma superfície comercial onde os clientes encontram tudo o que pretendem num só lugar. Encher a despensa em Macau nem sempre é fácil e requer, sobretudo, uma logística e deslocação a vários locais de comércio, pois é difícil encontrar tudo o que se precisa num só espaço. Foi a pensar nesta lacuna que Lúcia Costa, juntamente com outros sócios, resolveu apostar na renovação do supermercado Supreme, localizado bem no coração da Taipa. O que antes era um pequeno local de comércio passou a ser um supermercado de maior dimensão, que pretende oferecer aos clientes uma experiência completa ao nível de compras. “Em Macau toda a gente sente que tem de ir a mais do que um supermercado comprar as coisas. Há uma competição dos outros supermercados, mas também acho que nos completamos uns aos outros. O que estamos a tentar fazer, mas isso leva tempo, porque só abrimos em Setembro, é que uma pessoa compre tudo o que precise ali, em vez de saltitar de supermercado em supermercado.” Com uma experiência de sete anos neste sector, Lúcia Costa e parte dos sócios com que trabalha no supermercado já operavam alguns serviços num outro espaço na Taipa. Porém, investir neste negócio revelou-se uma oportunidade imperdível. “Nós já tínhamos um talho e mais alguns serviços no supermercado Park n Shop, e soubemos que este espaço estava disponível para arrendamento. Vimos nisso uma oportunidade de expandir e ter uma loja só nossa.” Lúcia Costa confessa que a maior parte dos clientes tem tido uma reacção positiva face ao novo supermercado. Ainda assim, há “alguns clientes que estavam habituados ao antigo Supreme, que tinha muitos poucos produtos e coisas muito específicas, que nós não temos”. “No início foi difícil a adaptação dos nossos clientes à loja. Mas cada vez temos mais clientes, mais produtos e o negócio vai crescendo. Ainda estamos a estudar o mercado, mas o feedback tem sido positivo. Mantivemos o nome, mas mudamos a loja, que está completamente diferente, em termos de estética e de variedade de produtos”, acrescentou a sócia do supermercado. Aposta no vegetarianismo Uma das novidades introduzidas pelo supermercado Supreme prende-se com a oferta de produtos vegetarianos, incluindo substitutos de carnes, queijos e patés. “Há muita procura em Macau de produtos vegetarianos, mas há falta de oferta de produtos não só vegetarianos mas sem lactose e sem glúten, por exemplo. Acho que cada vez há mais procura e é muito difícil arranjá-los em Macau. Então fizemos essa aposta, para termos algo diferente dos outros.” Lúcia Costa destaca ainda o talho e as suas carnes frescas. “Cerca de 90 por cento das carnes que temos são estrangeiras, principalmente da Austrália e EUA, e aí também apostamos na qualidade. Além disso, temos ofertas, em que se o cliente comprar determinados produtos fica a metade do preço. Há coisas que ficam mesmo em conta e isso não se consegue em mais nenhum outro sítio em Macau.” Além da diversidade, os sócios do supermercado Supreme buscam a qualidade, através de um grande leque de fornecedores. “A maior parte dos nossos fornecedores são de Hong Kong. Costumamos ir lá a feiras, fazemos muita pesquisa através de contactos que já temos. É assim que vamos descobrindo cada vez mais produtos e expondo-os na loja.” “Todos os produtos têm certificado. Para trazer produtos de fora tudo tem de ter um certificado que comprove de onde vêm e com que ingredientes são feitos. Apostamos em produtos de qualidade e temos muitos produtos portugueses, canadianos, australianos, americanos, e até franceses e italianos, por exemplo.” Apesar de estar localizado na Taipa, o supermercado Supreme faz bastantes entregss a moradores da península de Macau e Coloane. Para Lúcia Costa, o facto do Supreme disponibilizar um serviço em várias línguas serve de factor diferenciador face a outros negócios semelhantes. “Em primeiro lugar é difícil comunicar em inglês em todos os supermercados em Macau. Nós aqui temos serviço em português, inglês, tagalo e mandarim, temos pessoas que falam diversas línguas, o que ajuda no serviço.” O recurso às redes sociais é também uma aposta para contactar o cliente. “Temos uma página de Facebook e tentamos sempre ter feedback dos clientes. Aí, sabemos o que podemos mudar e melhorar, e só aí haverá uma evolução. Nesse ponto, as redes sociais funcionam, sobretudo com clientes novos, quando querem saber se temos determinado produto”, concluiu Lúcia Costa.
João Santos Filipe Ócios & Negócios PessoasOld Town Vintage, Loja de roupa com traços clássicos | Regresso ao passado Na Rua Manuel Arriaga há uma loja de roupa que transporta os clientes às décadas de 20, 30, 40, 50 e 60 do século passado. No interior da Old Town Vintage, enquanto as pessoas escolhem os vestidos que mais gostam, podem desfrutar dos ritmos das músicas da época [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]berta em 2014, a loja Old Town Vintage foi o concretizar de um sonho de criança para Clara Yung. Neste espaço, a proprietária concilia a ambição de ter onde vender artigos de roupa com o desejo de estar rodeada pelo seu estilo favorito: o vintage. Esta é uma tendência que se caracteriza por apresentar traços clássicos e antigos e peças feitas nas décadas de 20, 30, 40, 50 e 60 do século XX. “Abri a loja em 2014, foi o concretizar de um sonho de infância. Quando as meninas são crianças, todas têm aqueles sonhos, algumas querem ser cantoras, outras modelos, coisas deste género. O meu sonho era abrir uma loja e vender roupa, que é uma coisa que adoro”, contou Clara Yung, ao HM. “Em 2014 concretizei esse sonho com a abertura da Old Town Vintage”, acrescentou. Clara Yung admite ser viciada em roupa antiga. “É um estilo que adoro, sou completamente viciada em artigos vintage e utilizo artigos deste género sempre que posso”, admitiu. Formada em Estudos Ingleses, pela Universidade de Macau, foi ainda durante os seus tempos de estudante universitária que deu aquele que considerou o principal passo para a abertura deste negócio. O momento marcante foi uma viagem a Londres, em que aproveitou para visitar tantas lojas do género quanto possível. “Quando ainda estava na universidade aproveitei para ir a Londres. Nessa visita fui a muitas lojas vintage com a preocupação de estudar o mercado e compreender que tipos de produtos oferecem e como se organizam. Depois disso, avancei para a abertura deste negócio”, explicou. Mas se hoje o estilo retro poderá ter mais popularidade, a proprietária reconhece que esta situação ainda não se verificava em 2014. O facto de ainda não haver um mercado deste género, exigiu algum trabalho extra. “Honestamente, quando abri a loja ainda não havia muita gente interessada neste estilo e o conhecimento não era muito. No início, foi preciso informar muito bem as pessoas sobre este estilo e explicar as tendência”, recorda. “Havia muito a ideia errada de que as roupas vintage eram todas em segunda mão e isso não corresponde à verdade”, acrescentou. Ajuda de di Caprio A maior parte dos produtos que chegam à Old Town Vintage vêm da Europa, Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos. Por isso, filmes datados entre as décadas de 20 e 60 ajudam bastante na promoção de alguns artigos e aumentam o interesse na loja. Neste aspecto, Clara Yung teve a ajuda do actor Leonardo DiCaprio, através do filme “The Great Gatsby”. Inspirado no romance de Francis Scott Key Fitzgerald com o mesmo nome, cuja acção se desenrola em 1922, Clara destaca que a película ainda hoje tem a capacidade chamar a atenção às pessoas para o estilo retro. “Sei que muitos clientes vêm procurar produtos vintage na loja, principalmente depois de terem assistido a filmes, como o “The Great Gatsby”. Procuram muito chapéus e vestidos dessa época. Nesse sentido, os filmes são influentes”, contou. Contudo, esta influência através da sétima arte não se fica pelos filmes norte-americanos, a situação repete-se no Japão, Taiwan e Coreia do Sul. “São mercados em que as pessoas adoram o estilo vintage. Por isso, é muito normal que surja com muita frequência nos filmes e séries. São povos que têm um sentido de moda mais apurado e diversificado do que as pessoas de Macau. Mas sinto que em Macau se começa a seguir essas tendências”, aponta. No ambiente de negócios em Macau, nem todas as condições são fáceis, principalmente no que diz respeito às rendas e à competição das vendas online através do Taobao, apesar da Old Town Vintage também disponibilizar vendas através da internet. “Quando abrimos a loja, o Taobao ainda não era tão popular. Mas desde o ano passado que sinto que há mais gente a comprar através do Taobao. É um facto que nos dificulta a vida. Mas lidamos com isso disponibilizando artigos muito únicos. Mais caros, é verdade, mas originais e que não se encontram nessa plataforma”, confessa. No entanto, o valor das rendas é mais difícil de ultrapassar. Ao HM, Clara Yung confessa que as condições são demasiado complicadas. “Não faz sentido pagar tanto de renda num local onde o mercado não é assim tão grande. Se falarmos de rendas altas em Hong Kong, compreende-se melhor porque o mercado deles tem sete milhões de pessoas. Em Macau, são só 700 mil pessoas, mas as rendas são na mesma elevadas. Não há um equilíbrio”, defende. Rua de Manuel Arriaga 64-A, Macau
Victor Ng Ócios & Negócios Pessoas“Our City Our Tales”, canal de Youtube e página de Facebook | Actividade paranormal “Our City Our Tales” é uma página de Facebook e um canal de Youtube criado no ano passado, onde se publicam vídeos sobre fantasmas e temas do paranormal produzidos por uma equipa local [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]o falar da criação da página, o director, Oliver Fa, recorda que a ideia para a criação do projecto “Our City Our Tales” partiu de uma conversa entre amigos que conheciam uma pessoa que se dedicava a coleccionar histórias de fantamas. Logo ali surgiu a ideia de a convidar para partilhar as suas histórias, sendo que o resultado final das assombrosas partilhas resultou numa espécie de talk show de internet, acompanhado por filmes de curta duração. “Este tema é interessante mas não havia pessoas que produziam [vídeos ligados ao espiritismo], ou seja, há quem esteja interessado na produção desses vídeos mas que não têm coragem para levar a intenção avante”, disse o director. Assim sendo, o grupo de amigos constituiu uma equipa técnica e começou a filmar os episódios do programa a partir dum período conhecido como a Festa dos Fantasmas em Macau. Curiosamente, o medo partia dos próprios convidados. Fernando Lourenço, produtor do “Our City Our Tales”, revela que abraçou o projecto sem receios. Apesar de reconhecer um factor de entretenimento em causar terror ao público, considera que existe um fim educativo nos vídeos que produz. “O nosso objectivo não é falar mal dos espíritos mas trazer significado educativo às pessoas”, frisou. Na visão de Fernando Lourenço, o programa também serve como plataforma em que os interessados neste tema partilham as suas experiências. “Algumas histórias podem ser interessantes. Mas não havia um sítio em que as pessoas pudessem discutir estes assuntos. Às vezes, depois de publicar (os episódios), há pessoas que nos comentários dizem que querem aparecer no programa para partilhar as histórias”, acrescentou o director. Issac Tong, um dos responsáveis do programa, salienta que o respeito é importante ao longo do processo de filmagem deste tipo de vídeos, tendo acrescentado que a equipa insiste em trabalhar o tema com “boas intenções”. Acerca dos conteúdos dos filmes, Issac Tong deu como exemplo um episódio focado em notícias ocorridas no estrangeiro sobre fotógrafos que cometeram crimes. “Alguns dos nossos filmes são baseados na realidade. Ouvimos falar nas notícias de alguns fotógrafos que enganaram e abusaram sexualmente de mulheres, causando sequelas mentais nas vítimas que levaram algumas a cometer suicídio. Por isso, um dos nossos filmes tem como intuito levar as pessoas a pensar antes de cometerem estes actos”, revela. Sobre encontros com figuras do além, o director do projecto confessa que a equipa chegou mesmo a notar a presença de espíritos. Após a publicação dos primeiros episódios, a reacção do público foi melhor do que poderiam esperar. Para já, na página se encontram nove vídeos publicados, três dos quais de curta duração, enquanto que os restantes são episódios do talk show. De acordo com os responsáveis, faltam dois vídeos para terminar a primeira temporada do programa. Entretanto, a equipa do “Our City Our Tales” espera continuar com o projecto, sendo que é esperado que se faça algo de novo na segunda série do programa, incluindo vídeos em directo em regiões vizinhas, ou convidar figuras públicas e assim alargar o público. Oliver Fa admite que é difícil trabalhar a tempo inteiro na área de produção do programa, e que a aposta nas indústrias criativas e culturais é arriscada e uma área de trabalho onde é difícil sobreviver. Para se atingir um equilíbrio, refere que é essencial estar realmente apaixonado naquilo que se faz e manter um foco na qualidade de vida. Na opinião de Issac Tong, em Macau a cultura não se esgota na defesa do património histórico da cidade. “Acho que é possível fazer algo focado no espiritismo, no sobrenatural e até na área do erotismo, acho que podemos ser mais corajosos e não precisamos de estar tão centrados no património”.
Sofia Margarida Mota Ócios & Negócios PessoasRestaurante All Fama | Pratos com toque de autor [dropcap style=’circle’] A [/dropcap] partir de sexta-feira vai ser possível saborear um prego no pão com foie gras na Taipa. A apresentação é simples e cuidada e o sabor surpreendente. O All Fama é um lugar novo que oferece uma opção requintada e acessível a todos. O All Fama é o resultado de uma amizade entre pessoas que desejam partilhar pratos, sabores e conversas. Telmo Gongó, Marco Policarpo e Victor Martires são os sócios do novo espaço de comes e bebes na Taipa que tem abertura oficial marcada para a próxima sexta-feira. No espaço, sito na rua Fernão Mendes Pinto, existia uma coffe shop que foi reestruturado para incluir a imagem e os produtos da casa. Uma das ideias principais ideias que guiaram a remodelação foi vincar que este não será apenas mais um espaço dedicado à comida portuguesa. “Macau tem muitos restaurantes portugueses, há muitos sítios para comer comida portuguesa e macaense, mas um dos nossos objectivos, e que definimos desde logo, é que este não seria mais um restaurante comum”, começa por dizer o chef Telmo Gongó, ao HM. Uma das filosofias centrais do espaço é a promoção da diversidade. “Queremos um espaço em que as pessoa possam saborear vários paladares da comida portuguesa sempre com um toque de autor”, refere o responsável pela cozinha. Para que não haja dúvidas Gongó explica: “aqui, a intenção não é chegar e pedir a tradicional entrada e refeição individual. O objectivo é a partilha também de sabores. As pessoas podem se sentar e ter vários sabores portugueses à frente como os petisquinhos em porções pequenas e depois, então, dividirem uma refeição principal”, avança. Fama muito portuguesa Para quem conhece Portugal ou já ouviu falar, o bairro de Alfama não passa despercebido e foi com este “símbolo” lisboeta em mente que o nome do novo restaurante na Taipa foi escolhido. O trocadilho foi feito de modo a dar a ideia de fama, característica que os três responsáveis anseiam que venha a definir o projecto e que vai de encontro à popularidade do bairro que lhe deu nome. “Alfama é um bairro muito famoso e acho que o restaurante vai ter potencial para o ser também”, apontou o chef. Já para Marco Policarpo “o nome combina também com a excelente comida portuguesa que aqui vamos ter”, referiu. O All Fama é feito para todos. “Estamos na Ásia e será um restaurante de partilha em que toda a gente é bem-vinda”, diz Telmo Gongó. A acompanhar a comida portuguesa não vão faltar sabores que misturam ingredientes mais populares na Ásia. “Vamos ter, por exemplo, camarões com mel e gengibre”, revela Gongó adiantando que o objectivo é ter “um lugar de comida portuguesa com sabores com que os locais se vão identificar”. No que respeita à carteira, a opinião dos três sócios é unânime: “estamos abaixo da média de preços que se pratica nos restaurante portugueses no território”, dizem em uníssono. A união faz a força O restaurante vai aglomerar as mais valias da experiencia anterior dos três sócios. Telmo Gongó, chef, estrutura a cozinha e o menu e é o responsável pela formação do pessoal, até porque “num espaço em que trabalham pessoas de várias nacionalidades é preciso trabalhar em conjunto de modo a que a equipa esteja dentro do objectivo da casa e dar o melhor a comer aos seus clientes”. Policarpo, experiente na área da restauração local, traz todas as vantagens de quem gere restaurantes há muito. O responsável considera que Macau está bem fornecido quando se fala de distribuição dos melhores produtos alimentares. No que respeita à formação de pessoal e acompanhamento logístico, apesar das dificuldades, “é com o trabalho, com treino e presença que se consegue construir uma boa equipa de trabalho”. Victor Martires, responsável por uma empresa de distribuição de produtos portugueses, especialmente vinhos e queijos, contribuirá com a qualidade que está habitado a comercializar e que vai trazer para o All Fama. Para a abertura oficial, na sexta-feira, está programada uma pequena celebração ao final da tarde. “Vamos fazer um soft opening em que pretendemos apresentar às pessoas um pouco do que temos para oferecer” e quem, sabe, proporcionar algumas surpresas, apontou Policarpo.
Diana do Mar Ócios & Negócios PessoasRestaurante Saboroso | Tradição servida com modernidade [dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]mbora a inauguração oficial esteja marcada para hoje, o Saboroso tem dado um ‘cheirinho’ do que oferece desde o início do mês. O restaurante, um pequeno negócio familiar, dedica-se à comida tradicional macaense. “Toda a gente sabe que a comida macaense é caseira e seguimos as receitas da minha avó. Tudo é feito de forma tradicional, mas achamos que talvez precise de uma melhor imagem, pelo que a ideia é dar um toque de modernidade na apresentação dos pratos”, explica Jorge Ló, que detém o restaurante com os pais. “Muitos chineses acham que a aparência da comida macaense não é muito boa e ficam com essa primeira impressão, portanto, queremos dar uma melhor apresentação” para agradar logo à vista, sublinhou o jovem de 29 anos. O restaurante tem um prato do dia, com duas opções: Ontem era minchi e galinha à portuguesa. No entanto, como ressalva Jorge Ló, o menu ainda é temporário. A capela, por exemplo, “vai ser transformada em prato do dia. Como não se consegue fazer no momento, porque exige tempo, preferimos torná-la prato do dia também para que o cliente possa desfrutar do prato confeccionado no dia e assim não tenha que comer aquecido”, salienta. Em paralelo, o cardápio também tem uma recomendação do chefe. Ontem, por exemplo, caldeirada de peixe, linguado panado, bifinhos e esparguete com molho béchamel e amêijoas eram os pratos sugeridos. Aberto das 12h às 23h, actualmente com 12 funcionários, o restaurante também tem lanche. Mais tarde, diz o proprietário e chefe de cozinha, a ideia é também servir pequenos-almoços. Desde que abriu portas informalmente no passado dia 3, o restaurante Saboroso tem recebido um ‘feedback’ “positivo” de uma clientela diversificada. “Têm vindo macaenses, portugueses e chineses”, diz Jorge Ló, embora reconheça ser “difícil agradar a todos os gostos”. A ideia de abrir o Saboroso surgiu para suprir uma lacuna. “Macau tem poucos restaurantes típicos de comida macaense”, afirma, embora reconhecendo que nas proximidades do Jardim da Flora existem dois. Em paralelo, também foi uma forma de diversificar: “Tínhamos um restaurante take-away de comida chinesa antes junto ao mercado do Iao Hon, onde eu também já cozinhava, que fechámos para poder abrir o Saboroso”. “A comida macaense tem mais vantagens”, sublinha Jorge Ló. O nome do restaurante foi ideia do pai. “Saboroso é um termo mais macaense. Por exemplo, os portugueses raramente usam essa palavra para descrever a comida”, diz. No entanto, a mãe de Jorge Ló, que de vez em quando dá uma mão na cozinha, admite que o programa da TDM sobre gastronomia macaense intitulado “Ui Di Sabroso”, conduzido por Ana Isabel Dias, pode ter contribuído como fonte de inspiração.
João Santos Filipe Ócios & Negócios PessoasRestaurante Sip Sop Soup | Alvin Au, investidor e co-fundador [dropcap style=’circle’] O [/dropcap] Sip Sop Soup é um restaurante dedicado às sopas que começou a operar em Macau, em Agosto do ano passado. Localizado junto ao Lago de Nam Van, o estabelecimento trouxe para Macau um conceito inovador Em Agosto do ano passado o restaurante Sip Sop Soup abriu portas para gáudio dos aficionados das sopas. A ideia surgiu depois de Alvin Au, um dos investidores e co-fundadores do negócio, ter passado algumas semanas com um dos sócios na Austrália. A visita serviu de inspiração para o tipo de restaurante que acabaria por importar para Macau, em conjunto com Cathie Lam e Houin Ao. “É um conceito que está muito desenvolvido na Austrália. É muito comum haver espaços que só vendem mesmo sopas. E em muitos dos casos são restaurantes até mais especializados no take-away. As pessoas entram, encomendam a sopa que querem e depois vão comer para outro lado”, disse Alvin Au, ao HM, sobre a origem da iniciativa. O facto de Macau não ter uma cultura gastronómica propícia a este tipo de restaurantes justificou a aposta: “Queríamos abrir algo especial no território, não queríamos ser apenas mais um café, porque hoje em dia é muito frequente abrirem cafés. Por outro lado, queremos encorajar as pessoas a tentarem comer a sopa como prato principal e não apenas como entrada”, revelou. Apesar da estratégia, Alvin Au reconhece que este tipo de estabelecimento vai contra a mentalidade mais tradicional de Macau, no que diz respeito aos hábitos alimentares. “Para muita gente de Macau e Hong Kong à hora do almoço o normal é comer refeições com noodles ou arroz. Esta nossa aposta implica uma mudança, no entanto, temos o cuidado de oferecer sopas em quantidade suficiente para que uma pessoa possa ficar satisfeita”, reconheceu. Ao mesmo tempo, houve também a preocupação de garantir uma oferta saudável aos clientes, um aspecto muito associado a este tipo de alimento. Também por essa razão, os sabores artificiais foram afastados dos pratos servidos no Sip Sop Soup. “Tentamos manter o sabor original dos ingredientes e usamos cebola e abóbora, por exemplo, em vez de outros sabores artificiais. Queremos que as pessoas experimentem os sabores originais nas nossas refeições”, explicou. “São refeições que podem ser consideradas saudáveis, mas também temos ofertas de sopas com frango e peixe. Tentamos sempre manter um equilíbrio entre os ingredientes”, frisou Alvin Au. Público feminino Também por muitas vezes existir a ideia, principalmente entre o público masculino, que uma refeição à base de sopa pode não ser suficiente para encher a barriga, o Sip Sop Soup acaba por atrair um tipo de cliente mais feminino. No entanto, Alvin Au vê mudança na clientela do restaurante. “Noto que os nossos clientes são principalmente mulheres que se preocupam em comer algo mais ligeiro ao almoço. Todavia, há homens que também já procuram seguir esta tendência e comer apenas uma sopa. Estamos felizes com o ligeiro crescimento do negócio nestes seis meses”, admite. Em relação aos principais desafios de desenvolver restaurantes no território, as rendas e os recursos humanos são apontados como os principais obstáculos. Esta é a experiência de Alvin Au, que é proprietário de outros dois espaços de restauração. “As rendas e os recursos humanos são os grandes desafios. Por outro lado, também o número da população em Macau, que não é um mercado tão grande quanto, por exemplo, Hong Kong. Há uma base de clientes mais pequena”, justificou. Os riscos de apostar no Sip Sop Soup foram mitigados. Isto porque o restaurante funciona no segundo andar do estabelecimento com comida chinesa, o Sei Kee Café. Os dois espaços estão ligadas através de uma escada, mas podem ser acedidos de forma independente. “Tentei apostar no conceito de ter duas lojas no mesmo edifício, para diminuir o risco caso as coisas não corram como queremos. Quando se abre um espaço deste tipo num único edifício é muito difícil e as rendas não são baixas. Também por isso, o restaurante está próximo de uma marca conhecida. Temos de ser sinceros e perceber que, no que diz respeito a comida, as pessoas de Macau não são assim tão abertas a novos conceitos”, considerou.
João Santos Filipe Ócios & Negócios PessoasLove Avenue No. 9, Serviços de Casamento | Avenida dos Sonhos Com o objectivo de auxiliar casais a lidar com a pressão da organização de casamentos, há quatro anos que Love Avenue No. 9 está em Macau para oferecer um serviço abrangente, que inclui sessões fotográficas no estrangeiro Estabelecida há quatro anos em Macau, a Love Avenue No. 9 é uma empresa que oferece serviços de casamento, como planeamento de eventos, sessões de fotografia para noivos no estrangeiro, decoração de salão de festas, desenho de vestidos, entre outros. Yvonne Ho, fundadora da empresa, é natural de Macau, no entanto, a Love Avenue No.9 foi primeiramente fundada no território vizinho, há cerca de 10 anos. “Há cerca de 20 anos trabalhava muito nas áreas do design gráfico, fotografia e moda. São áreas relacionadas com o trabalho de bastidores das indústria do cinema e da publicidade em Hong Kong”, começou por dizer a empresária, ao HM. Yvonne Ho é licenciada em design no Instituto Politécnico de Macau e com um mestrado em Artes Electrónicas, na região vizinha. “Com esta experiência decidi criar o meu próprio negócio em Hong Kong. Os serviços que começámos por oferecer relacionavam-se com design, decoração e vestidos. Eram tudo coisas muito bonitas que normalmente as mulheres adoram”, recorda. Um dos serviços mais requisitos pelos casais de Hong Kong são as sessões de fotografias pré-casamento em Macau. Esta é uma tendência que ainda hoje se mantém e que justificou a abertura de uma representação da Love Avenue No. 9 na RAEM. “Nessa altura, comecei a trazer muita gente de Hong Kong e de outros locais para tirarem fotografias pré-casamento em Macau. A cidade tem um património cultural muito bonito, cheio de História, perfeito para as fotografias”, apontou. As fotografias são depois mostradas aos familiares e convidados durante o tradicional jantar da cerimónia. No entanto, no que diz respeito às preferências dos locais, a tendência vai para sessões no estrangeiro. “As pessoas locais pedem-nos um serviço mais abrangente, o implica que tenhamos de tratar de quase todos os detalhes do casamento, como fotografias, espaço para o jantar de festas, decoração do salão, roupas, entre outros” conta. “Mas no que diz respeito às fotos pré-casamento as pessoas de Macau gostam mais de ir para fora. A Europa é um dos destinos favoritos, principalmente França e Alemanha. Na Ásia o Japão também é muito procurado”, revela. Casamentos à Las Vegas Na altura de falar sobre o casamento, a fundadora da Love Avenue No.9 não tem hesitações em admitir que é um evento com custos significativos. Contudo, diz que esta tendência pode mudar e que Macau, com a emergência de tantos empreendimentos turísticos, pode seguir o exemplo da capital do jogo norte-americana. “Em Las Vegas o jogo é uma das grandes fontes de receita, mas os casamentos também movimentam um volume de negócios muito significativo. Lá, é muito fácil ter um casamento organizados em horas, porque há muitas igrejas e um serviço muito abrangente. No futuro, consigo imaginar Macau a seguir este caminho e a ser criado um ambiente destes”, considerou. “Nos últimos anos, surgiram muitos empreendimentos turísticos de grande dimensão com locais muito giros para fotografias de noivos, também temos um património histórico muito impressionante. Por isso, consigo ver passo-a-passo muitos turistas virem a Macau para terem o seu casamento ou mesmo lua-de-mel”, previu. Entre os principais mercados que vão seguir a tendência, a responsável aponta para o Interior da China, Coreia do Sul ou Japão. Ainda em relação a perspectivas para o futuro, a fundadora da Love Avenue No.9 acredita que as pessoas vão focar menos recursos nas cerimónias de matrimónio. “Hoje me dias a maior parte dos jovens já prefere poupar o dinheiro para comprar uma casa ou mesmo jóias. Gasta-se menos nos casamentos, que vão começar a ser mais simples”, observou. Por isso, a empresa oferece eventos mais semelhantes ao que acontecem no Ocidente, com dimensões mais reduzidas. Foi com vista a apoiar estes casais que a Love Avenue No. 9 começou a fazer da vivenda em Coloane um salão de festas, além de espaço para as sessões fotografias. “Preparámos a vivenda para ser um salão de festas, com capacidade para cerca de 30 a 50 convidados e com serviço de buffet. É para cerimónias mais próximas das tendências ocidentais”, apontou. “Também existem casais que convidam poucas pessoas, por isso os salões de festas dos casinos acabam por ser demasiado grandes e caros. Esta opção que oferecemos é indicada para esse tipo de casais”, justificou.
Andreia Sofia Silva Ócios & Negócios PessoasRoots Macau, restaurante de fusão | Katie McCann, relações públicas O restaurante Roots Macau promete trazer uma nova experiência gastronómica para Macau. A aposta é feita nos menus de degustação e na cozinha de fusão que lembra os sabores europeus. O chefe Anthony Sousa Tam é macaense e não esqueceu as suas raízes [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap]s anos que passou na Europa e em viagens diversas não o afastaram da terra que o viu nascer, muito menos dos sabores com os quais cresceu. Contudo, Anthony Sousa Tam, filho da terra, decidiu fazer diferente num território onde muitos dos turistas chegam só para provar a comida portuguesa. A história do Roots Macau é contada pela relações públicas do espaço e esposa do proprietário, Katie McCan. “Decidimos apostar nos menus de degustação, e a ideia por detrás disso passa por servirmos os melhores ingredientes da época e dar aos nossos clientes uma grande experiência com os nossos pratos. Temos entre oito a dez pratos, cinco por almoço”, disse ao HM. No Roots Macau serve-se cozinha de fusão com sabores europeus, novas interpretações em que os tradicionais noodles ganham nova roupagem e cada prato promete ter um toque e sabor único. Tudo isso foi adquirido com as viagens e experiência pessoal de Anthony Sousa Tam. “A ligação à cozinha europeia aconteceu porque o nosso chefe, Anthony, trabalhou em Londres durante 20 anos, ele é macaense, e tem raízes portuguesas, e claro que é um grande viajante e já trabalhou em vários países europeus e até asiáticos, então teve contacto com essas experiências gastronómicas.” Os sabores da culinária local podem ser experienciados, ainda que não sejam servidos na sua originalidade. “Gostamos de ter alguns elementos da comida macaense, mas servimos apenas os tais menus de degustação, e mudamos os menus várias vezes, sempre que podemos. Temos também alguns pratos de assinatura.” O nome do espaço acabou por ser uma escolha natural, dado o facto de Anthony ter ligação ao território. Mas não só. “No nosso restaurante também temos uma grande ligação à natureza, uma vez que todos os ingredientes são bastante frescos. Os vegetais são muito importantes nos nossos pratos.” Diferença na terra dos hotéis No Roots Macau a comida serve-se em pequenas quantidades e com uma apresentação exemplar, para que se possa marcar a diferença. Katie McCan garante que o projecto marca a diferença num território onde a comida de assinatura existe sobretudo nas grandes cadeias de hotéis de nome internacional. “Acredito que o nosso restaurante tem vindo a ser cotado em muitas revistas da especialidade. É difícil encontrar um espaço como este fora dos hotéis, é algo muito personalizado, o ambiente, a decoração e o serviço que providenciamos. Apresentamos novos pratos com novos ingredientes, novas maneiras de cozinhar, e isso não é muito fácil de encontrar por parte dos nossos clientes fora das grandes cadeias de hotel.” Os pratos mais procurados têm sido o bife fumado, uma receita já muito conhecida nesta zona do mundo mas que ganhou uma nova versão com as mãos de Anthony. Os noodles com lula são também muito apreciados. Apesar de terem o restaurante aberto há poucos meses, a gerência procura criar novos pratos e diferentes combinações de ingredientes, para que o factor surpresa esteja sempre presente em cada garfada. “Mudamos os nossos menus todos os meses para podermos responder aos pedidos dos nossos clientes mais regulares, para todos os que vêm mais do que uma vez por mês. Tentamos providenciar-lhes novas experiências.” Apesar de estar situado na terra do turismo, a maioria dos clientes acaba por viver em Macau. “Ficamos muito felizes com isso”, frisou Katie McCan. O Roots Macau promete participar num concurso gastronómico já no final de Março com uma criação de Anthony Sousa Tam.
Andreia Sofia Silva Ócios & Negócios PessoasHotel Love Lane Seven Inn | Lawrence Cheang, A paixão pelo património Os alojamentos de baixo custo continuam a escassear em Macau, mas Lawrence Cheang decidiu apostar neste segmento e abriu há alguns meses o hostel Love Lane Seven Inn., onde os hóspedes têm a oportunidade de ficar perto das Ruínas de São Paulo [dropcap style≠‘circle’]S[/dropcap]ituado na Rua da Paixão junto à Cinemateca, o hostel Love Lane Seven Inn pretende destacar-se no panorama hoteleiro de Macau pela aposta no valor do Património. Foi com este propósito que um grupo de residentes comprou há mais de dez anos o edifício junto às Ruínas de São Paulo, onde agora opera o Love Lan Seven Inn. Ao HM, Lawrence Cheang explicou que a o espaço pretende ser uma alternativa para os turistas menos interessados nos casinos e nos grandes resorts classificados com cinco estrelas. Ao mesmo tempo, enquanto o hotel aposta nas linhas históricas da fachada tem também a vantagem de ficar situado junto ao centro turístico de Macau. “Comprámos este edifício há muito tempo e depois decidimos abrir um negócio, com objectivo de lançar um hostel que apostasse principalmente no valor arquitectónico da cidade. É um componente que queremos muito valorizar”, afirmou Lawrence Cheang. “Foi um projecto que demorou cerca de 10 anos desde o momento da construção até abrir as portas e começar a aceitar reservas. Foi um grande desafio encontrar os materiais de construção porque não podíamos utilizar materiais modernos. Sempre quisemos recriar um ambiente histórico e antigo”, sublinhou. Sem os recursos das grandes cadeias de hotéis que entrarem em Macau com a expansão do mercado do jogo, o hostel Love Lane Seven Inn aposta num serviço mais personalizado e num aconselhamento muito detalhado aos clientes. “Somos o único hostel que se destaca pela aposta no valor arquitectónico e temos a vantagem de estar situados nas principais atracções. Como não podemos oferecer todos os serviços que outros resorts oferecem, temos o cuidado de aconselhar da melhor maneira os nossos clientes, ao nível de restaurantes ou transportes que podem utilizar”, explicou Lawrence. Ambiente competitivo Se por um lado a aposta no valor arquitectónico é uma mais-valia para o Love Lane Seven Inn, por outro a competição perante os grandes hotéis de cinco estrelas não é fácil. O facto das grandes operadoras também oferecerem promoções agressivas com reduções nos preços significativas, complica a sobrevivência para os hostéis locais. “Esta área de negócios em Macau não é fácil porque estamos a competir com outros hotéis que têm mais quartos e outras condições. Como têm muitos quartos, esses hotéis podem apostar em fortes promoções e mesmo assim gerar lucro. Mas esse não é o nosso caso”, começou por admitir Lawrence. “Por exemplo, quando um hotel de cinco estrelas que tem centenas de quartos faz promoções que podem abater cerca de 400 patacas nos preços, o custo final entre as duas ofertas fica mais próxima. Se os preços são muito semelhantes, entre um hostel e um hotel de cinco estrelas, é fácil perceber qual é a escolha que os clientes vão fazer”, explicou sobre a situação do mercado. Actualmente, com a emergência de várias plataformas online de reservas de quartos, Lawrence explica que não é difícil chegar aos clientes. Porém reconhece que as comissões pagas são elevadas, principalmente quando os preços praticados são mais baixos. “Nós recorremos a plataformas online para arranjar reservas. Mas elas também nos cobram uma percentagem significativa. Estamos a falar de valores que chegam aos 14 por cento do preço dos quartos. Para preços mais baixos é muito dinheiro”, defendeu. Em relação à hotelaria em Macau não são raras as queixas contra os procedimentos e burocracias do Governo. Lawrence Cheang admite que há espaço para melhorar, mas que o processo é bastante acessível. “Eu creio que os procedimentos para obter as licenças junto do Governo funcionam bem. Claro que há sempre espaço para haver melhorias e acelerar os procedimentos. Mas mesmo assim a informação disponibilizada é boa e os departamentos fazem um bom trabalho”, referiu.
Sofia Margarida Mota Ócios & Negócios PessoasChe Che Cafe | Gabriel Yung, gestor: “Macau precisa destes sítios” O Che Che Cafe continua a reinventar-se com uma ementa nova e uma lista de sake e cervejas que desafiam os palatos mais tradicionais. Gabriel Yung é o gestor e o rosto do novo Che Che Cafe, uma pérola escondida bem no centro de Macau [dropcap style≠’circle’]H[/dropcap]á sítios que marcam as cidades, mesmo que passem ao lado dos tradicionais circuitos turísticos. O Che Che Cafe, na Rua Tomás Vieira perto do Hospital Kiang Wu é um desses locais que caracteriza uma cidade e lhe dá vida. Apesar de ter pouco mais de uma década de história inscrita nos anais da boémia local, é um lugar característico, autêntico, a milhas de distância dos espaços formatados por cadeias de franchising que tudo uniformizam. O que mantem espaços como o Che Che Cafe é precisamente a forma como a gestão local tem capacidade para moldar uma casa a seu gosto. Apesar de ser uma casa com alguma tradição, quando o anterior dono manifestou vontade de fechar o bar, Gabriel Yung não hesitou e revelou que queria “tomar conta do lugar e tentar o melhor possível para fazer o espaço funcionar”, conta. Estavam lançados os dados para o novo Che Che. Gabriel, Yung já era um cliente habitual, principalmente por gostar do ambiente do bar. “Não há em Macau muitos sítios deste tipo, onde uma pessoa se possa sentar, conversar e beber um copo num ambiente que estimule a criatividade”, releva. Aliás, o Gabriel Yung acha que “Macau precisa deste tipo de sítios”. Na altura em que surgiu a possibilidade de tomar conta do espaço, Novembro de 2016, Gabriel Yung já estava preparado para o desafio porque vinha de um background apropriado, depois de ter estudado “fine dinning” Hoje em dia, o Che Che Cafe quer possibilitar aos seus clientes uma experiência de qualidade, quer na ementa de petiscos, quer nas bebidas. No capítulo etílico, a casa dá primazia à qualidade das cervejas artesanais e do novo sake. “Escolhemos destiladoras de sake no Japão que fazem uma bebida mais moderna, com algumas notas frutadas, mais completo e preenchido, com mais sabores como o que se verifica na indústria do vinho. Aliás, chamamos-lhe mais do que sake”, explica. Pratos de requinte No que diz respeito à comida, as novas apostas do Che Che Cafe centram-se na fusão entre paladares chineses e ocidentais, com um toque requintado e contemporâneo. “A comida é caseira, começámos por fazer uns pequenos snacks e pratos que misturam, por exemplo, a gastronomia italiana mas com ingredientes chineses”, revela Gabriel Yung. O gestor acrescenta ainda que “quando se come comida chinesa há uma ideia muito clara dos temperos e dos ingredientes, de sabores fortes como o gengibre ou o cebolinho”, sabores que transportou para pratos de outra latitude. O objectivo da nova filosofia do menu é dar mais possibilidades de escolha aos clientes que gostam de provar comidas e bebidas de outros países mas, sobretudo, agradar aos clientes que procuram qualidade. “A maioria das pessoas aceita coisas novas, mas depende sempre muito de cada um, porque nada é feito de forma massificada, ou seguindo uma determinada tendência culinária”, explica o gestor. No Verão passado, um artigo do jornal britânico The Telegraph descrevia o Che Che Cafe como “um sítio confortável onde se pode apreciar uma bebida com Bjork ou Radiohead como banda sonora, longe do glamour dos casinos”. A clientela também mereceu os elogios do jornal, principalmente devido à sua diversidade “expats, locais, hipsters, velhos bêbedos e jovens que precisam mostrar identificação para provar que são maiores de idade”. Estes atributos valem ao bar uma clientela fiel. “Não somos um bar tradicional, tentamos sempre ter coisas novas para o cliente. No futuro espero que venham mais jovens ao Che Che, muitos deles vão para fora regularmente e experimentam coisas novas”. No fundo, o tipo de cliente da casa. Quem queira ir mais além de um copo e experimentar o menu do Che Che Cafe é melhor ligar a reservar mesa.
Andreia Sofia Silva Ócios & Negócios PessoasWordPlus Translation, empresa de tradução | Susana Diniz, fundadora: “O mais difícil é não saber chinês” A WordPlus Translation funciona há apenas seis meses e realiza trabalhos de tradução para o sector público e privado. Susana Diniz, licenciada em tradução e interpretação de inglês-alemão, quer expandir a empresa nos próximos meses através da contratação de pessoas que dominem o chinês [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] expressão “Lost in Translation” quase que poderia aplicar-se ao trabalho diário que Susana Diniz faz. Licenciada em tradução e interpretação de inglês-alemão, a portuguesa decidiu abrir, há seis meses, uma empresa que presta serviços de tradução, a WordPlus Translation, sem que, no entanto, domine a língua chinesa, também oficial no território. Susana Diniz trabalhava na Função Pública como tradutora, depois de ter tido uma breve experiência como jornalista. Hoje dedica-se a fazer aquilo que fazia na Administração, mas através de contratações externas dos serviços públicos. Apesar das traduções para o Governo constituírem a maior parte dos trabalhos da WordPlus Translation, Susana Diniz também tem dois clientes do sector privado. Contudo, Susana Diniz não pretende ficar por aqui. “Neste momento tenho alguns contractos com organismos governamentais activos, e sou só eu a fazer este trabalho de tradução. A ideia disto é criar uma agência de tradução em que consiga ter tradutores de várias línguas e trabalhar para vários países, com o máximo de idiomas possível. Neste momento estou sozinha, mas a ideia é essa.” A fundadora da WordPlus Translation tem um sócio e alguns colaboradores em regime de freelancer, mas confessa que lhe falta um parceiro chinês a tempo inteiro, que esteja sentado ao lado dela na hora de traduzir. “Ainda não estou a trabalhar muito com traduções técnicas porque preciso de ter alguém especialista a trabalhar comigo. Esse é o meu objectivo para os próximos dois a três meses: arranjar alguém que escreva bem chinês e que consiga traduzir para português e para inglês documentos com termos mais técnicos”, confessou. A oferta que complementa A contratação externa de serviços de tradução por parte dos serviços públicos é algo comum. Na visão de Susana Diniz este tipo de serviços funcionam como um completo ao trabalho que já é desenvolvido pelas equipas de tradutores que trabalham no seio da Administração. “A oferta não é assim tão pouca quanto isso. Já há várias empresas de tradução estabelecidas há vários anos e que trabalham sobretudo para o Governo. Pelo que tenho visto é assim. A tradução que é feita pelas empresas privadas oferecem um serviço complementar às traduções feitas no Governo.” Susana Diniz aventurou-se recentemente num curso de aprendizagem do chinês, mas assume que ainda lhe falta percorrer um longo caminho até dominar a língua chinesa como gostaria. “Conheço os meandros da tradução e para mim o mais difícil é não saber chinês. Estou a tirar um curso de chinês mas estou muito no início, não tenho sequer ambições de conseguir ler como os chineses lêem. A minha empresa não pode funcionar sozinha, neste momento tenho dois tradutores que trabalham a regime de freelancer, mas precisava de uma pessoa aqui ao meu lado.” Criar a empresa foi fácil, adiantou Susana Diniz, pois o processo esteve longe de ser burocrático. A WordPlus não tem ainda uma morada própria, pois Susana trabalha a partir de casa. As traduções acontecem para o português, língua oficial, e também para o inglês que, apesar de não constar na Lei Básica como idioma oficial, é também bastante utilizado em Macau. Os documentos e a informação que lhe passa pelas mãos varia. A fundadora da empresa traduz muitas coisas confidenciais, das mais técnicas às mais simples. “Tudo depende do departamento para onde estou a trabalhar”, frisou.
João Santos Filipe Ócios & Negócios PessoasChamberlain, Soluções de marketing online Lio Pek Mui fundou em 2010 a Chamberlain e hoje oferece ferramentas de promoção para as empresas que apostam nas vendas através das redes sociais. Além disso disponibiliza acções de formação em marketing online [dropcap style≠‘circle’]F[/dropcap]undada em 2010, a Chamberlain apresenta um conjunto de soluções de marketing para as empresas que desejam promover-se e vender os seus produtos através das redes sociais. Além disso com o tempo, a empresa fundada pela residente Lio Pek Mui, começou a diversificar e a apostar na oferta de cursos e acções de formação ligadas ao marketing, mas também nas áreas das línguas, piano, manicura, etc.. “É uma empresa que aposta na publicidade online, nomeadamente ao nível do design de conteúdos de promoção como a elaboração de posters, covers para páginas do facebook, imagens ou vídeos”, disse Bami Lio, fundadora e designer de comunicação da Chamberlain, ao HM. “Começamos a funcionar em 2010 e nessa altura apostávamos mais no design de websites. Ainda é algo que fazemos, mas temos apostado mais no desenvolvimento dos conteúdos de promoção para as redes sociais”, acrescentou. A nível do ensino superior, Lio Pek Mui estudou jornalismo e comunicação, em Macau e mais tarde apostou num curso de telecomunicações, em Taiwan. No entanto, a Chamberlain foi sempre conciliada, até porque surgiu de um interesse genuíno em marketing. “Sou uma pessoa com um interesse forte no marketing e na comunicação de forma geral. Considerei que com esta empresa apresentava uma solução relativamente nova no mercado e que me permitiria fazer algo de que gosto”, justificou. Neste momento, em termos de empregados, Lio Pek Mui é a única pessoa que faz parte dos quadros da empresa. Para os serviços oferecidos em que não é especialista, recorre a uma rede de colaboradores. “Temos uma oferta de serviços alargada por isso recorremos a uma rede de colaboradores. Mesmo para mim, esta não é ocupação a tempo inteiro, desenvolvo outras actividades foram da Chamberlain”, frisou. Oferta de cursos Além dos serviços prestados, a Chamberlain dispõem igualmente da oferta de vários cursos. Apesar de no início a plataforma se focar principalmente nas ferramentas de marketing online, com o tempo a oferta foi alargada através de acordo com colaboradores. Recentemente a empresa oferece esteve envolvidas nos cursos de formação: “Marketing Online: Design e Gestão” e ainda “Segredos que os empresários do mundo online e do Taobao não te vão contar”. “Também oferecemos diferentes tipos de formação para os interessados, passando por online marketing, técnicas de utilização de dispositivos móveis para a promoção de empresas, ou mesmo sobre a utilização mais básica para utilizar telemóveis inteligentes. Disponibilizamos ainda cursos de línguas, manicura, piano, e mesmo de magia entre outros”, explicou. Como parte da promoção da Chamberlain, Lio Pek Mui decidiu candidatar-se a um lugar no espaço Anim’Arte do lago Nam Van. A candidatura teve sucesso, mas as expectativas não têm sido totalmente correspondidas. “Como actuamos na área das indústrias criativas tivemos a possibilidade de nos candidatar a um espaço no lago Nam Van. O lado bom é que os visitantes são 50 por cento turistas e 50 por cento locais. Os locais que frequentam este espaço normalmente estão muito atentos à formações que oferecemos”, frisou. “O número de visitantes à área não tem correspondido totalmente às expectativas. Tem o lado positivo de ter turistas e residentes a frequentá-lo, mas acredito que talvez no Tap Seac houvesse mais pessoas a ver o nosso espaço”, confessou.
Andreia Sofia Silva Ócios & Negócios PessoasThe Macau Barbershop | A arte privada da barba Tratar da barba e do cabelo deixou há muito de ser uma coisa banal, e cada vez mais os homens preferem gastar um pedaço de tempo a tratar melhor de si. A pensar num mercado em crescimento, Sara Kin Fonseca decidiu abrir a sua primeira barbearia no bairro de São Lázaro [dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]hama-se The Macau Barbershop e é o mais recente espaço dedicado exclusivamente ao corte de barba e cabelo dos homens em Macau. Além do penteado normal, os clientes têm direito a um tratamento personalizado e adaptado ao seu gosto. Sara Kin Fonseca é o rosto por detrás deste projecto recente e tirou os cursos de cabeleireira e barbeira em Lisboa, onde trabalhou antes de voltar para Macau, onde também trabalhou num outro espaço semelhante. Até que decidiu investir. “Já trabalhava num barbeiro e estive lá dois anos. Achei que estava na hora de abrir o meu próprio negócio”, contou ao HM. A escolha pelo bairro de São Lázaro acabou por se revelar natural, “por estar no centro de Macau mas com menos pessoas, uma zona mais sossegada”. Sara Kin Fonseca também pode tratar do cabelo das mulheres, mas afirma só fazer penteados curtos. “Corto o cabelo, barbas, fazemos serviço de lavar cabeças também. Como um salão é só para mulheres, quisemos abrir um espaço só para homens. Também arranjo cabelos de mulheres, mas só com cortes mais curtinhos. É um ambiente diferente que o homem pode desfrutar, estar mais sossegado, relaxar um pouco mais”, adiantou. Já com alguns clientes rendidos, a The Macau Barbershop começa aos poucos a cimentar passos. “O acolhimento por parte dos clientes tem sido muito bom”, disse Sara Kin Fonseca. Sem tantas regras Assumindo que a profissão de barbeiro só agora começa a dar os primeiros passos em Macau, Sara Kin Fonseca cedo percebeu que gostava mais dos penteados masculinos. “É preciso ter mais regras quando tratamos dos cabelos das mulheres. Para que façamos um corte que vá ao seu agrado. Nos homens acho que tenho mais liberdade, consigo pôr um pouco mais de mim e fazer da maneira que eu quero, não tenho de seguir regras. O produto final é que é sempre o mais importante.” Em Macau, tal como em toda a Ásia, há cada vez mais uma preocupação, da parte dos homens, com a aparência. Querem, cada vez mais, “cuidar um pouco de si”, como frisou Sara. “Há muitos espaços, como cabeleireiros, spas e centros de massagens, mas os homens também precisam de um espaço para si, para tratar da barba, colocar uma toalha quente no rosto, com cheiros diferentes, ao invés de estar a fazer a barba em casa. Acho que podem tratar um pouco mais de si e acho que isso cada vez acontece mais hoje em dia.” Se a clientela portuguesa gosta de experimentar novos cortes e estilos de barba, os chineses também têm curiosidade em ter um novo visual, apesar dos genes não ajudarem muito a este nível. “Tenho os clientes locais que me pedem outras coisas, pedem para fazer barba e como se pode fazer. Posso sempre dizer qual o melhor look. Os chineses pedem e perguntam se é possível colocar algum produto.” Quem já passou pela barbearia, localizada na Rua de São Miguel, ficou com uma boa impressão, como se pode ler nas críticas da página oficial de Facebook da The Macau Barbershop. Há várias opções para tratar da barba e cabelo, num serviço que pode demorar entre 30 minutos a uma hora. Sara Kin Fonseca assume que, por enquanto, ainda não pensou muito no futuro do seu primeiro negócio, mas a expansão está nos seus planos. “O meu objectivo actualmente é ter uma boa clientela e talvez no futuro mais uma loja, mas ainda não pensei muito sobre isso”, rematou.
Andreia Sofia Silva Ócios & NegóciosAura, velas naturais | Natureza em forma de cheiro Zuleika Greganyck juntou-se a Melanie Pirozzi e juntas criaram a Aura, uma marca de velas feitas com produtos exclusivamente naturais, sem recurso à típica cera de parafina que liberta toxinas. O próximo passo é criar o website e começar a distribuir no território [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]ura, como algo invisível, que se sente sem tocar. “Uma emanação invisível de uma essência, pode ser uma coisa mais mística, uma qualidade que parece estar à volta das pessoas e do objecto, e achamos que tinha tudo a ver com a vela.” Aura é também o nome do novo projecto de velas naturais que nasce de uma parceria entre Zuleika Greganyck e Melanie Pirozzi. Trata-se de um produto caseiro, que deixa de lado os químicos que habitualmente se usam nas velas e que aposta no mais natural possível. Há dois anos que as duas amigas começaram a pensar no projecto, pois queriam “fazer algo diferente”. “Em Macau não há nada parecido. Estas velas são um pouco mais luxuosas, mais caras, mas não são poluentes”, contou Zuleika Greganyck ao HM. “Queríamos criar um produto o menos poluente possível. As pessoas compram todas as velas de parafina, mas a cera de parafina é um subproduto do petróleo, e quando se queima ela liberta toxinas dentro de casa. Hoje em dia as pessoas estão cada vez mais preocupadas com isso, tentam procurar produtos que não tenham muitos químicos”, acrescentou uma das sócias da Aura. Ao invés disso, a marca aposta na cera de soja e nos óleos essenciais para que cada vela seja aromatizada. “Pensámos em usar a cera de abelha, que é bastante cara, mas ficámos na dúvida em relação à produção das abelhas, que não são tratadas como deveriam ser. Esta cera é fácil de trabalhar e tem uma queima mais lenta do que a parafina, e não solta toxinas”, explicou. A dar os primeiros passos, a Aura começou por estar representada no último mercado de natal do Albergue SCM e agora pretende crescer no mercado local. “Vamos lançar agora o website em Janeiro e as pessoas vão poder fazer as suas compras online, vamos enviar apenas para Macau. Depois desse teste inicial esperamos poder expandir. Queremos enviar depois para outros países da Ásia, que é um mercado muito grande”, adiantou Zuleika, que revelou ainda a vontade de fazer com que os spas ou centros de beleza adquiram este produto local, ao invés de importar. Dificuldades materiais Colocar as velas Aura no mercado não foi fácil, pois a pesquisa por materiais ecológicos durou muito tempo. “Levamos quase dois anos à procura de materiais e a fazer pesquisa. Foi bastante difícil a procura dos materiais porque aqui em Macau ou Hong Kong não encontramos produtos de que precisamos. Descobrimos que poucos lugares mandam as coisas para Macau. Depois de muita pesquisa começamos a achar fornecedores.” A escolha recaiu num produtor de cera de soja situado em Inglaterra, com um representante em Xangai. “Queríamos fazer um produto mais ecológico”, assegurou. Quanto aos óleos essenciais são comprados através de um fornecedor em Macau. “As velas são aromatizadas com óleos essenciais que são extractos de plantas e são produtos que são utilizados na aromaterapia. Têm princípios activos que purificam o ar e tratam alguns malefícios, embora a vela não sirva para tratamento.” Zuleika Greganyck alerta para um valor mais excessivo em relação às velas normais, mas lembra os benefícios que se podem obter. “É uma vela cara porque os produtos têm um custo maior do que a parafina. Mas obtém-se um produto muito ecológico e muito limpo.” Uma certa mensagem Chegar ao nome Aura demorou muito tempo mas a palavra foi escolhida por estar presente em diversos idiomas. Além disso, trata-se de um nome que não pode estar dissociado daquilo que as velas pretendem transmitir a quem as compra. Até porque a Aura “é algo que está à volta de uma pessoa e que gera uma atmosfera, uma qualidade de alguma coisa”. O design da marca também foi escolhido ao detalhe. “Achamos uma designer muito boa e gostamos do resultado final, acho que as pessoas gostaram também. Idealizamos uma imagem para passar uma certa mensagem, muito ecológico e natural, e essa mensagem foi passada. Também queríamos transmitir alguma elegância, apesar de ser um produto feito em casa”, concluiu Zuleika Greganyck.
João Luz Ócios & NegóciosIpsis Verbis | Gonçalo Lobo Pinheiro, fundador, “ajudamos a fazer pontes com a China” [dropcap style≠’circle’]I[/dropcap]psis Verbis é uma agência de comunicação que pretende edificar pontes nos dois sentidos entre empresas lusófonas e chinesas. A empresa partiu da visão de um casal de Macau. Muito se fala na forma como o território é uma plataforma internacional entre o Oriente e o Ocidente. A Ipsis Verbis Communication é a materialização das ambições institucionais que inundam o léxico do poder local. “Somos uma empresa da área da comunicação que faz a ponte entre a China e os países lusófonos”, apresenta Gonçalo Lobo Pinheiro, fundador da agência. Além de prestar os tradicionais serviços de agência de comunicação, a Ipsis Verbis ensina empresários do universo da língua portuguesa a compreender a China e vice-versa. No fundo, funcionam como uma introdução à forma de pensar entre os diversos universos culturais. “A par disso somos uma agência de comunicação e oferecemos uma panóplia de serviços, desde a edição de livros e revistas, branding de marcas, publicidade e marketing, organização de eventos, design gráfico, por aí fora”, explica. O português viu no mercado uma lacuna que quis transformar numa oportunidade de negócio através da muito falada plataforma. “Queremos ajudar empresas que se querem estabelecer na China, Macau e Hong Kong”, revela Gonçalo Lobo Pinheiro. Os serviços prestados pela Ipsis Verbis não se estende ao aspecto burocrático, mas na compreensão dos mercados e na ligação entre os países. “Também há chineses que querem ir para Portugal, Brasil e Angola, essas pontes são o nosso core business”, explica. A Ipsis Verbis é uma empresa recente mas já com algum portfólio. Têm feito edição de livros, tradução, brandings de marcas e ajudado, por exemplo, uma empresa portuguesa da área dos lacticínios a penetrar no mercado chinês. Ainda muito tenra, a Ipsis Verbis foi convidada pelo Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau para participar no último MISE, onde estabeleceu “contactos interessantes” com empresas do Brasil, Portugal e China. Aprender a ser À primeira vista, a entrada no mercado chinês representa um desafio comunicacional para o qual as empresas lusófonas não estão preparadas. “Há um desconhecimento do mundo lusófono, que acha que a China tem as limitações no acesso a redes sociais como o Facebook”, explica o fundador da empresa. A Ipsis Verbis ajuda empresários que estão habituados ao Whatsapp, Instagram e Twitter a usarem o WeChat e Weibo e coloca à disposição dos clientes os serviços dos seus colaboradores em Xangai, Pequim, Portugal e de um parceiro de consultadoria em Shenzhen. Depois de tratada a burocracia necessária para abrir uma empresa em território chinês, a agência faz o trabalho de investigação de mercado, analisa perspectivas, cria contas nas redes sociais chinesas, contrata celebridade para dar a cara pela marca e trabalha na imagem do cliente para o mercado da China. Nada é deixado ao acaso. Por exemplo, algumas cores não são apropriadas no Oriente, assim como é preciso atenção ao traduzir literalmente a mensagem e marca empresarial. “Também temos cursos de etiqueta para empresários portugueses, como se comportar, como receber um cartão de visita. Por exemplo, os portugueses não têm o hábito de andar sempre com cartões”, explica Vanessa Amaro, igualmente fundadora da Ipsis Verbis. Neste sentido, a empresa prepara-se para no próximo ano dar formação a empresas portuguesas que se preparam para enviar pessoal para a China de modo a fazer uma espécie de introdução ao que vão encontrar, assim como a respeitar algumas normas sociais. No fundo, a Ipsis Verbis torna real a plataforma entre China e os países de língua portuguesa e trata do feng shui empresarial.
João Luz Ócios & NegóciosAll Things Passion | As mil paixões de Rebeca [dropcap style≠’circle’]H[/dropcap]á coisas que se fazem com coração e de uma forma intima, extremamente pessoal. Essa é a sensação que se tem quando se fala com Rebeca Pangan, a blogger por detrás do All Things Passion. Ao longo de mais de um ano de posts, a internauta coloca online aquilo que a define enquanto pessoa. “Sou uma minimalista, feminista e entusiasta por livros”, refere na sua página de Facebook. A blogger é licenciada em Contabilidade pela Universidade de Macau e membro da equipa de debate em inglês do estabelecimento de ensino. Começou a publicar textos online sobre aquilo que a apaixona desde o início de 2016. Livros, comida, moda e debates são as paixões que a alimentam o All Things Passion. Na descrição da página, Rebeca Pangan confessa que cedo percebeu que estava a dar um salto maior que a perna, tornando as suas publicações mais focadas em moda, lifestyle e na sua forte crença nas potencialidades do feminismo para tornar a vida mais justa. “A perspectiva feminista foi algo que surgiu nos meus interesses de forma muito natural, se te sentires com poder podes estender esse poder às pessoas que te circundam”, revela a blogger. A busca pela igualdade de géneros é uma das lutas que apaixona Rebeca Pangan, apesar de achar que localmente há pouco activismo neste sentido. “Em Macau a maioria das pessoas ainda têm uma atitude muito passiva em relação a este tipo de princípios”, explica. No plano dos livros, a blogger tenta incidir mais sobre literatura que fale sobre gestão pessoal, tais como os best-sellers escritos por Arianna Huffington sobre os benefícios de dormir mais e melhor. Moda minimal Um dos objectivos de Rebeca Pangan passa por tentar influenciar amigos, família e leitores, na esperança de que possam vir a copiar o seu comportamento. Essa é a esperança da blogger, “ser uma influência positiva nos leitores”. Quanto à matéria sobre a qual escreve, a internauta confessa que “é um pouco arbitrária, sem ter um tópico específico que esteja a seguir constantemente”. No que diz respeito ao estado da moda no território, Rebeca Pangan acha que “Macau ainda está numa fase em que as tendências estão muito limitadas a millennials e a pessoas com mentes um pouco mais abertas”. No entender da blogger, faria bem aos locais aprenderem com as tendências que se seguem em Hong Kong ou Singapura. “A maioria das pessoas não é propriamente expressiva na forma como se veste. São muito conservadoras, e mesmo no quotidiano limitam-se a usar fardas de trabalho e a indumentárias pouco coloridas ou imaginativas”, analisa a blogger. O minimalismo estético de Rebeca Pangan revela-se na forma sóbria e fresca como encara a moda no All Things Passion. Escreve sobre a forma como as t-shirts com mensagens podem ter um papel activo em termos de liberdade de expressão, ou sobre a melhor forma de conjugar cores neutras, como os cinzento, sempre com muito estilo e elegância. No entanto, a blogger escreve também sobre assuntos do quotidiano. Como tal, não passou ao lado das consequências do tufão Hato e tentou corresponder os seus posts à actualidade e transmitir alguma positividade numa altura profundamente traumática. O blog também está recheado de várias sugestões onde tomar um chá, ou comer uma refeição em Macau. No fundo, All Things Passion é o reflexo da soma de paixões de Rebeca Pangan e a forma como vive a cidade onde habita. https://www.rebecapangan.com/
Andreia Sofia Silva Ócios & NegóciosFood Tailor’s | Nutrição em cada prato [dropcap style≠’circle’]T[/dropcap]rês sócios decidiram juntar-se para responder à crescente preocupação por comer melhor e de forma mais saudável. O projecto Food Tailor’s apresenta pratos equilibrados em termos de calorias e nutrientes, adaptados às necessidades de todas as pessoas, das mais sedentárias às mais atléticas. Para comer bem não basta ingerir mais frutas e legumes e reduzir os hidratos de carbono. No reino das dietas cada caloria conta, mas o projecto Food Tailor’s quer ir além disso e introduzir uma forma de comer mais saudável e sem grandes restrições, onde tudo é contabilizado de forma equilibrada. António Vale da Conceição juntou-se a António Barrias e a Amanda Ho para criar um novo negócio de comida saudável. Tudo começou nos ginásios de Crossfit, quando perceberam que, depois da prática desportiva, faltavam respostas a nível nutricional. “Vimos que havia uma necessidade muito grande e uma preocupação geral acerca da saúde e do impacto que a vida do dia-a-dia tem na nossa saúde. Havia uma necessidade dos nossos membros de encontrarem alternativas saudáveis, não só na forma de cozinhar mas nas proporções [de comida]”, contou António Vale da Conceição ao HM. O Food Tailor’s não é um restaurante e cabe a cada cliente encomendar os pratos através do website. O pagamento é feito em mãos no “laboratório”, ou seja, um espaço onde funciona a cozinha do Food Tailor’s e onde se entregam as encomendas todas as terças-feiras e sábados. “Neste momento oferecemos uma variedade de pratos com duas doses, uma pequena e uma maior, com valores calóricos num quadro muito saudável e considerado necessário para o dia-a-dia.” No caso do cliente ter alergia a algum alimento ou ter determinados gostos, pode informar os fundadores do Food Tailor’s que estes vão procurar alternativas, através da substituição deste ou daquele alimento, ou através de outras formas de cozinhar os alimentos. A ideia partiu de António Barrias, que, além de ter trazido a prática do Crossfit para Macau, tem também formação em nutrição. “Temos uma fórmula avançada por ele. Este tipo de comida não é só para atletas, mas sim para todo o tipo de pessoas que querem mudar. É sempre difícil fazer dietas que não sejam chatas e esse foi um desafio a que viemos responder. Não é preciso deixar de comer ou comer sem graças.” Avaliar nutrientes Ao consultar o menu, cada pessoa poderá ver especificamente as calorias e os nutrientes daquilo que está a pedir. Essa é a grande diferença introduzida pelo Food Tailor’s, garante António Vale da Conceição. “Trazemos uma fórmula inventada pelo António [Barrias] e trabalhada por ele ao longo destes anos, que obedece a uma lógica de nutrição olímpica. É baseado em princípios nutritivos que são aplicados a atletas, mas uma pessoa normal precisará também deles, mas em proporções diferentes.” “O que nos diferencia muito é esta fórmula, a medida dos macros nutrientes e a contagem que cada um dos pratos contém. É super específico, não contamos apenas as calorias mas o seu género e a qualidade. Fazemos o cálculo destes alimentos antes e depois de cozinhados”, acrescentou António Vale da Conceição. Sucesso no arranque A crescer ainda em velocidade de “cruzeiro”, o Food Tailor’s está à espera de uma maior expansão no mercado e de facilitar o acesso dos clientes à comida que encomendam online. “Em cerca de 25 dias de operação temos tido mais de 150 pedidos, o que tem sido bom. Temos também mantido uma base de clientes bastante leais que têm regressado.” A criação de um sistema de entregas no escritório ou na casa de cada um está para breve, garantiu António Vale da Conceição. “Queremos crescer como negócio e trazer a Macau um tipo de lógica de alimentação saudável e que isso possa criar uma maior exigência ao consumidor. No futuro próximo queremos fazer com que seja mais fácil aceder à nossa comida e ao nosso serviço e, portanto, teremos um serviço de entregas muito em breve.”
Sofia Margarida Mota Ócios & Negócios PessoasKing’s Lobster | A lagosta secreta Na zona velha da Taipa, a lagosta tem destaque. É o prato de excelência do King’s Lobster. De acordo com o proprietário, Félix Dias, as receitas são únicas e estão guardadas no segredo dos deuses e é isso que faz com que sejam especiais. Por outro lado, há a relação qualidade preço, que é das mais apelativas no território [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] restaurante, quase escondido entre as ruelas da Taipa velha, destaca-se pelos néons que apresenta à entrada e a lagosta indica a especialidade da casa. Foi em Inglaterra que o proprietário teve o primeiro contacto com o conceito que acabou por dar o mote ao King’s Lobster. “Depois de ter contacto com um restaurante idêntico em Inglaterra, sítio onde também estudámos, viemos para Macau e trouxemos o conceito”, explica o proprietário, Félix Dias. Mas o King’s Lobster não é uma mera cópia do que foi visto e aprendido em terras de Sua Majestade até porque, diz Félix Dias, “foram feitas modificações à nossa maneira e são coisas que fazemos todos os dias para melhorar as nossas receitas”. O restaurante abriu em Janeiro deste ano, mas a inauguração foi preparada com antecedência. “No ano passado já estivemos presentes no Food Festival e usámos o evento como uma campanha de marketing para preparar a nossa abertura”, explica. Outros pitéus A prata da casa é a lagosta e as especialidades são o rolo de lagosta e a lagosta grelhada. “As lagostas são escolhidas por nós e a maneira como são cozinhadas não pode ser dita”, salienta o proprietário. Os pratos mais pedidos são as especialidades da casa que têm como estrela do prato a lagosta, mas os segredos da escolha do ingrediente também são confidenciais. “Temos um fornecedor que nos dá a quantidade diária que nós pedimos, que normalmente é mais de 100 unidades e contamos também com o nosso próprio fornecimento”, refere Félix Dias. “Temos ainda cataplana à moda portuguesa”, avança, acerca do menu. No entanto, salienta, “não deixa de ter toques da casa”. “também servimos vários burritos” e o destaque vai para o burrito com arroz e com macarrão e queijo. Apesar de poderem, à primeira vista, parecer pratos capazes de serem encontrados noutros restaurantes da cidade, Félix Dias ressalva que não é bem assim. “São pratos que não se encontram em qualquer lado em Macau, por enquanto”, aponta. Para o proprietário a melhor definição que se aplica à cozinha feita no King’s Lobster é a de “western modern cuisine”. Sucesso conquistado A expansão do espaço não está agora na mesa, mas caso venha a acontecer não será, com certeza no território, até porque “Macau é pequeno e se abrirmos mais uma loja nesta área podemos dividir os clientes”. Neste sentido Felix Dias prefere ter “uma loja especializada no território”. Os olhos estão postos no estrangeiro, e as possibilidades já são algumas. “Já tivemos sugestões no sentido de abrir portas em Hong Kong, na Coreia e mesmo na China Continental”, diz. O funcionamento não podia ser melhor. Para já os clientes estão divididos em que metade são locais e a outra metade turistas. Mas a tendência tende a mudar. “Começamos a ficar conhecidos entre os turistas coreanos e estes começam a ocupar a maioria das mesas do King’s Lobster”, explica. O segredo do sucesso tem que ver não só com a particularidade da cozinha que o King’s Lobster adopta mas também com a relação qualidade preço. “As pessoas não conseguem encontrar este tipo de cozinha no território, muito menos a este preço”, diz o proprietário. “Utilizamos só lagosta fresca e para comprar uma lagosta destas em qualquer lado no território as pessoas nunca dão menos do que 400 patacas e nós vendemos a 218 patacas no prato de lagosta grelhada”, ilustra. Para Félix Dias o facto de Macau ter sido classificada como cidade gastronómica pela UNESCO não vai trazer vantagens ao negócio. A razão, aponta, tem que ver com o facto da gastronomia local apresentar algumas falhas. “Está a faltar comida portuguesa, por exemplo”, começa por dizer. “Nos roteiros gastronómicos locais não há assim tantas receitas macaenses ou portuguesas, a maioria ainda são de comida chinesa o que não faz sentido para nós”, remata.
Sofia Margarida Mota Ócios & Negócios PessoasLive Organic | Loja de Café Está a começar lentamente e pretende, para já, trazer a Macau o sabor do café real. Para isso traz das terras altas do Nepal o grão que não tem qualquer tipo de processamento mecânico. Não é barato, mas é genuíno e representa o início do que Carla Hoi quer ver como uma loja orgânica e amiga do ambiente [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] venda de produtos orgânicos no território tende a crescer e a Live Organic está online para isso mesmo. Ainda em fase de concepção, a plataforma que se dedica à venda de café 100 por cento orgânico traz os melhores grãos produzidos no Nepal e é o resultado de vários amores. O foco no café tem que ver com uma questão pessoal mas não da proprietária Carla Hoi. A responsável leva muito a sério os gostos do marido, “um apreciador de café”. Com a Live Organic e os conselhos do companheiro quer levar aos clientes o melhor daquela bebida. Para conseguir produtos de qualidade o casal tem viajado um pouco por todo o mundo. O resultado é a opção por um café 100 por cento orgânico, encontrado nas terras altas do Nepal. “O meu marido prefere o café orgânico e não processado e, de acordo com ele, que é o especialista na matéria, este café tem um sabor especial”. Mas as características particulares não se ficam por aqui. “É um café que apresenta ainda uma textura muito particular bem como as camadas cremosas diferentes de um café mais comum”. Neste momento há muitas lojas já especializadas em bom café no território, adverte a proprietária. No entanto, ainda lhes falta conseguirem algumas características especificas. “Os produtos que apresentam não são suficientemente fortes, ou suficientemente cremosos, por exemplo”, diz. “Nós apostamos no sabor do café real”. Mas, “infelizmente”, o mercado de Macau ainda não está completamente receptivo a este tipo de produto. A razão tem que ver, por um lado com o desconhecimento do produto em causa, e por outro, o preço elevado. “Apesar de existir uma cultura de beber café no território, a forma como a população aceita a novidade é ainda muito lenta. Por outro lado, dado o preço elevado, o negócio demora mais tempo a vingar. Estamos ainda a tentar entrar devagar no mercado, mas penso que tem um forte potencial”, diz Carla Hoi. No entanto, o maior problema tem mesmo que ver, aponta a responsável, com as dificuldades da população local em assimilar a novidade, “Penso que é mais fácil no mercado de Hong Kong que é uma região mais aberta a coisas novas”, explica. Para já é apenas uma loja virtual e com um tipo de produto, mas o objectivo futuro é outro: que a Live Organic venha a ser uma loja física com café, especiarias e toda uma panóplia de produtos alimentares completamente biológicos. A diversificação tem ainda que ver com uma outra paixão de Carla Hoi, a de cozinhar. Para este hobby a proprietária da Live Organic só utiliza produtos em que confia, “os que têm um sabor verdadeiro”, explica. A venda de café orgânico é, para já, uma espécie de passatempo até porque tem um emprego que lhe ocupa a maior parte do dia. De olho na ecologia Além do sabor único e do modo de confecção já raro, o café vendido pela Live Organic quer garantir ainda que é um produto que passa pelo comércio justo. Carla Hoi pretende, sempre que possível, assegurar que o que paga ao seu fornecedor é dirigido aos produtores. “Temos ainda o cuidado de antes de estabelecer um contrato com um fornecedor, ir conhecer o lugar onde é produzido e que esse local tem condições humanas e de qualidade para que possamos utilizar o produto”, diz. A Live Organic está ainda preocupada em proteger o ambiente. Congruente com a filosofia associada aos produtos orgânicos, Carla Hoi aposta em medidas que garantam a menor pegada ambiental possível. As embalagens são o maior exemplo. “Seguimos a forma de embalar tradicional chinesa, não se usa plástico e não há desperdício em cada pacote de café”, refere. “Pode não ser a embalagem mais bonita mas é aquela que melhor faz ao ambiente e isso pode ser o suficiente para atrair o tipo de clientes que estão realmente interessados em produtos orgânicos e numa forma de vida mais consonante com o ambiente”, remata a responsável.