Aniversário da RPC | Bispo Stephen Lee recusa mal-estar com Governo por causa de projecção de luzes

Apesar do comunicado da Diocese de Macau a pedir ao Executivo que tenha em conta o âmbito religioso nas futuras projecções de luzes nas Ruínas de São Paulo, o representante local da Igreja desmentiu haver qualquer insatisfação

 

[dropcap]O[/dropcap] Bispo de Macau, Stephen Lee, recusou a existência de mal-estar na Diocese de Macau em relação à projecção de símbolos do Partido Comunista Chinês nas Ruínas de São Paulo, durante as celebrações do 70.º aniversário do estabelecimento da República Popular da China (RPC). Os esclarecimentos de Lee foram feitos no domingo, depois de a própria Diocese ter emitido um comunicado, na semana passada, a pedir que em futuras projecções nas Ruínas fosse tido em conta “o âmbito religioso” do monumento.

Em declarações aos jornalistas, citadas pelo portal All About Macau, Lee explicou que a circular tinha sido o resultado das várias opiniões recolhidas pela Igreja em Macau, mas que não há “insatisfação” face o Governo. Por outro lado, o bispo defendeu que a Diocese também não pretende “exagerar o impacto do incidente” e estar na origem de “mal-entendidos”.

No comunicado era defendido um maior diálogo entre o Governo e a Diocese de Macau no futuro, e Lee voltou a insistir nesse ponto. De acordo com o bispo, se houver mais comunicação haverá uma maior compreensão entre as diferentes pessoas e sectores da sociedade que irá acabar por aumentar o grau de felicidade e harmonia no território.

Ainda no sentido de desvalorizar o acontecimento, Lee apontou que a situação mostra a multiculturalidade de Macau e que o único objectivo da projecção foi celebrar o aniversário da RPC, afastando qualquer intenção negativa por parte do Executivo.

Abertura total

O incidente foi igualmente comentado por Maria Helena de Senna Fernandes, directora da Direcção de Serviços de Turismo (DST), entidade responsável pelo departamento que organizou a projecção de luzes relativa ao dia de celebração do 70.º aniversário da RPC.

De acordo com a responsável, o Governo mantém uma postura de abertura para dialogar com as diferentes instituições do território e que tem toda a abertura para ouvir as diferentes opiniões.

Por outro lado, Helena de Senna Fernandes defendeu o espectáculo, reconhecendo que foram projectados símbolos da República Popular da China nas Ruínas de São Paulo porque o objectivo era celebrar o estabelecimento do actual regime.

Maria Helena de Senna Fernandes disse ainda que as Ruínas de São Paulo são um dos vários lugares onde têm sido feitas projecções de luz porque é um monumento muito popular. Porém, apontou que já houve outros lugares a receberem espectáculos do género e que no futuro mais lugares de projecção poderão ser identificados, inclusive na Taipa.

Anteriormente, a DST já tinha reconhecido que tinha recebido seis queixas diferentes face à projecção de símbolos nacionais nas Ruínas de São Paulo.

8 Out 2019

Aniversário da RPC | Bispo Stephen Lee recusa mal-estar com Governo por causa de projecção de luzes

Apesar do comunicado da Diocese de Macau a pedir ao Executivo que tenha em conta o âmbito religioso nas futuras projecções de luzes nas Ruínas de São Paulo, o representante local da Igreja desmentiu haver qualquer insatisfação

 
[dropcap]O[/dropcap] Bispo de Macau, Stephen Lee, recusou a existência de mal-estar na Diocese de Macau em relação à projecção de símbolos do Partido Comunista Chinês nas Ruínas de São Paulo, durante as celebrações do 70.º aniversário do estabelecimento da República Popular da China (RPC). Os esclarecimentos de Lee foram feitos no domingo, depois de a própria Diocese ter emitido um comunicado, na semana passada, a pedir que em futuras projecções nas Ruínas fosse tido em conta “o âmbito religioso” do monumento.
Em declarações aos jornalistas, citadas pelo portal All About Macau, Lee explicou que a circular tinha sido o resultado das várias opiniões recolhidas pela Igreja em Macau, mas que não há “insatisfação” face o Governo. Por outro lado, o bispo defendeu que a Diocese também não pretende “exagerar o impacto do incidente” e estar na origem de “mal-entendidos”.
No comunicado era defendido um maior diálogo entre o Governo e a Diocese de Macau no futuro, e Lee voltou a insistir nesse ponto. De acordo com o bispo, se houver mais comunicação haverá uma maior compreensão entre as diferentes pessoas e sectores da sociedade que irá acabar por aumentar o grau de felicidade e harmonia no território.
Ainda no sentido de desvalorizar o acontecimento, Lee apontou que a situação mostra a multiculturalidade de Macau e que o único objectivo da projecção foi celebrar o aniversário da RPC, afastando qualquer intenção negativa por parte do Executivo.

Abertura total

O incidente foi igualmente comentado por Maria Helena de Senna Fernandes, directora da Direcção de Serviços de Turismo (DST), entidade responsável pelo departamento que organizou a projecção de luzes relativa ao dia de celebração do 70.º aniversário da RPC.
De acordo com a responsável, o Governo mantém uma postura de abertura para dialogar com as diferentes instituições do território e que tem toda a abertura para ouvir as diferentes opiniões.
Por outro lado, Helena de Senna Fernandes defendeu o espectáculo, reconhecendo que foram projectados símbolos da República Popular da China nas Ruínas de São Paulo porque o objectivo era celebrar o estabelecimento do actual regime.
Maria Helena de Senna Fernandes disse ainda que as Ruínas de São Paulo são um dos vários lugares onde têm sido feitas projecções de luz porque é um monumento muito popular. Porém, apontou que já houve outros lugares a receberem espectáculos do género e que no futuro mais lugares de projecção poderão ser identificados, inclusive na Taipa.
Anteriormente, a DST já tinha reconhecido que tinha recebido seis queixas diferentes face à projecção de símbolos nacionais nas Ruínas de São Paulo.

8 Out 2019

Hong Kong | Polícia lança gás lacrimogéneo contra manifestantes com máscaras

[dropcap]A[/dropcap] polícia de Hong Kong lançou hoje gás lacrimogéneo para dispersar manifestantes que desafiaram a proibição de protestar com máscaras. Dezenas de milhares de pessoas desfilaram hoje à tarde, apesar da chuva torrencial, em manifestações não autorizadas em três bairros de Hong Kong.
Muitos dos manifestantes usavam máscaras e gritavam “usar máscara não é crime”, em protesto contra a proibição, em vigor desde sábado, decretada pela líder do Governo da região administrativa especial chinesa, Carrie Lam, para minimizar os protestos que já decorrem há quatro meses.
A medida, anunciada na sexta-feira, deu origem a distúrbios e episódios de violência e de vandalismo, estes especialmente dirigidos contra a empresa que gere o metropolitano de Hong Kong, MTR, acusada de estar ao lado da China.
Depois de, no sábado, o metro não ter circulado, a MTR anunciou que 45 estações vão estar hoje abertas, mas 48 outras, situadas em zonas mais afectadas pelos protestos, vão permanecer encerradas.
Nos protestos de hoje, que envolvem bastante mais pessoas que os de sábado, voltaram a registar-se incidentes e a polícia lançou granadas de gás lacrimogéneo contra manifestantes que tentavam erigir barricadas.
Os críticos temem que o recurso à proibição das máscaras, uma lei promulgada pelos governantes colonialistas britânicos em 1922, possa abrir caminho para regulamentações mais draconianas por parte da chefe do executivo.
Carrie Lam argumentou que o uso de máscaras permite que manifestantes radicais ocultem a sua identidade, e a sua a proibição é necessária para parar a violência que “semiparalisou” a cidade, não descartando novas medidas se a violência continuar.
Muitos manifestantes pacíficos dizem que a violência se tornou um meio para atingir um fim e a única maneira de jovens manifestantes mascarados forçarem o Governo a aceitar as exigências dos manifestantes.
Um adolescente foi baleado na sexta-feira à noite na coxa por um polícia de folga, que disparou em legítima defesa, alimentando o medo de mais confrontos sangrentos.

6 Out 2019

Hong Kong | Polícia lança gás lacrimogéneo contra manifestantes com máscaras

[dropcap]A[/dropcap] polícia de Hong Kong lançou hoje gás lacrimogéneo para dispersar manifestantes que desafiaram a proibição de protestar com máscaras. Dezenas de milhares de pessoas desfilaram hoje à tarde, apesar da chuva torrencial, em manifestações não autorizadas em três bairros de Hong Kong.

Muitos dos manifestantes usavam máscaras e gritavam “usar máscara não é crime”, em protesto contra a proibição, em vigor desde sábado, decretada pela líder do Governo da região administrativa especial chinesa, Carrie Lam, para minimizar os protestos que já decorrem há quatro meses.

A medida, anunciada na sexta-feira, deu origem a distúrbios e episódios de violência e de vandalismo, estes especialmente dirigidos contra a empresa que gere o metropolitano de Hong Kong, MTR, acusada de estar ao lado da China.

Depois de, no sábado, o metro não ter circulado, a MTR anunciou que 45 estações vão estar hoje abertas, mas 48 outras, situadas em zonas mais afectadas pelos protestos, vão permanecer encerradas.

Nos protestos de hoje, que envolvem bastante mais pessoas que os de sábado, voltaram a registar-se incidentes e a polícia lançou granadas de gás lacrimogéneo contra manifestantes que tentavam erigir barricadas.

Os críticos temem que o recurso à proibição das máscaras, uma lei promulgada pelos governantes colonialistas britânicos em 1922, possa abrir caminho para regulamentações mais draconianas por parte da chefe do executivo.

Carrie Lam argumentou que o uso de máscaras permite que manifestantes radicais ocultem a sua identidade, e a sua a proibição é necessária para parar a violência que “semiparalisou” a cidade, não descartando novas medidas se a violência continuar.

Muitos manifestantes pacíficos dizem que a violência se tornou um meio para atingir um fim e a única maneira de jovens manifestantes mascarados forçarem o Governo a aceitar as exigências dos manifestantes.

Um adolescente foi baleado na sexta-feira à noite na coxa por um polícia de folga, que disparou em legítima defesa, alimentando o medo de mais confrontos sangrentos.

6 Out 2019

Movimento pró-democracia condena ‘lei anti-máscara’ e promete novos protestos em Hong Kong

[dropcap]A[/dropcap] Frente Cívica de Direitos Humanos (FCDH), que tem liderado o movimento pró-democracia em Hong Kong, condenou a ‘lei anti-máscara’ anunciada hoje pelo Governo e prometeu avançar com novos protestos.

Num comunicado enviado à agência Lusa, a FCDH lamentou que tenha sido invocada legislação de emergência que contraria “a reputação internacional de Hong Kong que se baseia na Lei Básica, que garante a separação de poderes e a independência do sistema judicial”.

“Haverá consequências indescritíveis a partir deste regime de ditadura”, antecipa o movimento, que integra dezenas de partidos e organizações não-governamentais. A FCDH promete convocar novos protestos, sublinhando que “o povo de Hong Kong não tem medo e não recuará facilmente”.

A chefe do Governo de Hong Kong anunciou hoje que o uso de máscaras pelos manifestantes vai ser proibido a partir de sábado, uma medida para ajudar a polícia a “acabar com a violência e restaurar a ordem”.

A proibição apenas visa as pessoas que participem em manifestações ilegais e aqueles que recorram à violência, sublinhou Carrie Lam, impedindo-as de ocultarem a sua identidade.
A ‘lei anti-máscara’ prevê penas de até um ano de prisão e multas que podem ascender a 25 mil dólares de Hong Kong.

A chefe do Executivo prometeu que esta medida será votada no parlamento de Hong Kong, assim que os deputados retomem os trabalhos no Conselho Legislativo a partir de 16 de Outubro.

Por outro lado, frisou que, apesar de a medida excepcional ser justificada pela “situação de grande perigo público” que se vive no território, não foi decretado o estado de emergência em Hong Kong.

A líder do Governo afirmou que não foi fácil a decisão de avançar com esta medida, já que foi preciso invocar uma legislação de emergência, datada da época colonial, que não é utilizada desde 1967, e que permite à chefe do Executivo ‘saltar’ várias etapas democráticas.

A chefe do Governo, por exemplo, pode assumir o poder de determinar medidas para combater a agitação civil, que podem passar pela autorização de prisões, detenções e deportações, censura da imprensa, mudança ou aprovação de novas leis.

Na origem da contestação, que se vive no território desde o início de Junho, está uma polémica proposta de emendas à lei da extradição, já retirada formalmente pelo Governo de Hong Kong.

Contudo, os manifestantes continuam a exigir que o Governo responda a quatro outras reivindicações: a libertação dos manifestantes detidos, que as acções dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial e, finalmente, a demissão da chefe de Governo e consequente eleição por sufrágio universal para este cargo e para o Conselho Legislativo, o parlamento de Hong Kong.

4 Out 2019

Movimento pró-democracia condena 'lei anti-máscara' e promete novos protestos em Hong Kong

[dropcap]A[/dropcap] Frente Cívica de Direitos Humanos (FCDH), que tem liderado o movimento pró-democracia em Hong Kong, condenou a ‘lei anti-máscara’ anunciada hoje pelo Governo e prometeu avançar com novos protestos.
Num comunicado enviado à agência Lusa, a FCDH lamentou que tenha sido invocada legislação de emergência que contraria “a reputação internacional de Hong Kong que se baseia na Lei Básica, que garante a separação de poderes e a independência do sistema judicial”.
“Haverá consequências indescritíveis a partir deste regime de ditadura”, antecipa o movimento, que integra dezenas de partidos e organizações não-governamentais. A FCDH promete convocar novos protestos, sublinhando que “o povo de Hong Kong não tem medo e não recuará facilmente”.
A chefe do Governo de Hong Kong anunciou hoje que o uso de máscaras pelos manifestantes vai ser proibido a partir de sábado, uma medida para ajudar a polícia a “acabar com a violência e restaurar a ordem”.
A proibição apenas visa as pessoas que participem em manifestações ilegais e aqueles que recorram à violência, sublinhou Carrie Lam, impedindo-as de ocultarem a sua identidade.
A ‘lei anti-máscara’ prevê penas de até um ano de prisão e multas que podem ascender a 25 mil dólares de Hong Kong.
A chefe do Executivo prometeu que esta medida será votada no parlamento de Hong Kong, assim que os deputados retomem os trabalhos no Conselho Legislativo a partir de 16 de Outubro.
Por outro lado, frisou que, apesar de a medida excepcional ser justificada pela “situação de grande perigo público” que se vive no território, não foi decretado o estado de emergência em Hong Kong.
A líder do Governo afirmou que não foi fácil a decisão de avançar com esta medida, já que foi preciso invocar uma legislação de emergência, datada da época colonial, que não é utilizada desde 1967, e que permite à chefe do Executivo ‘saltar’ várias etapas democráticas.
A chefe do Governo, por exemplo, pode assumir o poder de determinar medidas para combater a agitação civil, que podem passar pela autorização de prisões, detenções e deportações, censura da imprensa, mudança ou aprovação de novas leis.
Na origem da contestação, que se vive no território desde o início de Junho, está uma polémica proposta de emendas à lei da extradição, já retirada formalmente pelo Governo de Hong Kong.
Contudo, os manifestantes continuam a exigir que o Governo responda a quatro outras reivindicações: a libertação dos manifestantes detidos, que as acções dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial e, finalmente, a demissão da chefe de Governo e consequente eleição por sufrágio universal para este cargo e para o Conselho Legislativo, o parlamento de Hong Kong.

4 Out 2019

Jovem de Macau impedido de casar em Taiwan com parceiro do mesmo sexo

[dropcap]U[/dropcap]m homem de Macau foi impedido de se casar com o seu parceiro, em Taiwan, porque o matrimónio entre casais do mesmo sexo não é reconhecido na RAEM. A história foi avançada, na terça-feira, pela estação televisiva Public Televison Service, de Taiwan.

O casamento entre pessoas do mesmo sexo foi legalizado em Maio deste ano em Taiwan, o que fez com que a Ilha Formosa fosse a primeira região asiática a permitir a união legal entre homossexuais. Contudo, a lei de Taiwan exige que o casamento entre pessoas do mesmo sexo só possa ser efectuado se ambos forem residentes de jurisdições que reconhecem este direito.

Foi na manhã do dia do estabelecimento da República Popular da China que o residente de Macau e o seu companheiro foram ao registo da cidade de Hsinchu, na esperança que a sua relação fosse legalmente reconhecida. Contudo, as autoridades de Taiwan recusaram o matrimónio pelo facto do residente local ter um passaporte de Macau.

Porém, o casal prometeu não deixar o caso por aqui e vai recorrer da decisão para o Governo. Ambos acreditam que o matrimónio não deve estar dependente das leis de outras jurisdições e vão insistir nesse argumento, com o auxílio de um advogado. Mas mesmo que o recurso para o Governo seja rejeitado, os dois jovens vão recorrer ainda recorrer aos tribunais de Taiwan.

Ligação de quatro anos

Segundo o parceiro do casal que é natural de Taiwan, os dois conheceram-se através da Internet, há quatro anos. Nessa altura viveram uma paixão à distância com viagens frequentes entre Macau e a Ilha Formosa, o que levou o homem de Taiwan a admitir que os salários de ambos eram quase gastos na totalidade em viagens.

Porém, há dois anos, o jovem de Macau decidiu que queria fazer vida com o parceiro e abdicou do emprego como psicólogo e em que recebia cerca de 26 mil patacas. Desde essa mudança, ambos têm vivido juntos e esperavam “dar o nó” no início do mês. Contudo, este desejo foi agora recusado, mas ambos acreditam que não será definitivamente e que no final vão ver o seu direito reconhecido.

O casamento entre pessoas do mesmo sexo não é reconhecido em Macau, tal como acontecia em Portugal, antes da transferência da soberania. A situação só foi regularizada no país Europeu em 2010. No Interior da China, a prática também não é reconhecida, assim como acontece em Hong Kong.

4 Out 2019

Grand Lisboa Palace | Abertura no segundo semestre de 2020

[dropcap]A[/dropcap]mbrose So, director executivo da Sociedade de Jogos de Macau (SJM), revelou que as obras de construção do hotel “Grand Lisboa Palace” já estão concluídas, e que agora, requisitaram à Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transporte o procedimento de inspecção e vistoria.

O director da empresa acredita por isso que a inauguração do hotel pode acontecer no segundo semestre do próximo ano. Nessa altura, de acordo com as declarações de ontem, o hotel, casino e algumas lojas estarão prontas para entrarem em funcionamento.

Sobre o número de mesas de jogo para o novo casino, o responsável afirmou esperar que o Governo aprove um número adequado, sem, no entanto, ter avançado com um número. Porém, a questão ainda está em aberto, uma vez que o pedido de mesas só vai ser feito mais próximo da data de abertura.

Quanto à semana dourada, Ambrose So referiu que o número de pessoas é elevado, mas que não se está a reflectir na receita dos casinos e que os preços por quarto até desceram. “A ocupação hoteleira é de mais de 90 por cento, mas o preço dos quartos decresceu relativamente aos anos passados”, frisou.

No que diz respeito à previsão da receita de jogo para o próximo ano, Ambrose admitiu que vai depender da situação social de Hong Kong e das negociações comerciais entre a China e os Estados Unidos. No entanto, apontou que existe a esperança de que as receitas dos casinos da SJM se mantenham num nível superior ao do ano passado. Já abertura do Grand Lisboa Palace, é vista como um novo impulso para as receitas de 2020.

4 Out 2019

Grand Lisboa Palace | Abertura no segundo semestre de 2020

[dropcap]A[/dropcap]mbrose So, director executivo da Sociedade de Jogos de Macau (SJM), revelou que as obras de construção do hotel “Grand Lisboa Palace” já estão concluídas, e que agora, requisitaram à Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transporte o procedimento de inspecção e vistoria.
O director da empresa acredita por isso que a inauguração do hotel pode acontecer no segundo semestre do próximo ano. Nessa altura, de acordo com as declarações de ontem, o hotel, casino e algumas lojas estarão prontas para entrarem em funcionamento.
Sobre o número de mesas de jogo para o novo casino, o responsável afirmou esperar que o Governo aprove um número adequado, sem, no entanto, ter avançado com um número. Porém, a questão ainda está em aberto, uma vez que o pedido de mesas só vai ser feito mais próximo da data de abertura.
Quanto à semana dourada, Ambrose So referiu que o número de pessoas é elevado, mas que não se está a reflectir na receita dos casinos e que os preços por quarto até desceram. “A ocupação hoteleira é de mais de 90 por cento, mas o preço dos quartos decresceu relativamente aos anos passados”, frisou.
No que diz respeito à previsão da receita de jogo para o próximo ano, Ambrose admitiu que vai depender da situação social de Hong Kong e das negociações comerciais entre a China e os Estados Unidos. No entanto, apontou que existe a esperança de que as receitas dos casinos da SJM se mantenham num nível superior ao do ano passado. Já abertura do Grand Lisboa Palace, é vista como um novo impulso para as receitas de 2020.

4 Out 2019

Ruínas de São Paulo | Diocese de Macau tomou posição sobre espectáculo

Após as queixas dos fiéis, a Diocese de Macau sugeriu à Direcção de Serviços de Turismo que dialogue sobre futuros espectáculos de luzes. O Governo mostra-se disponível para dialogar e admite ter recebido seis queixas

 

[dropcap]A[/dropcap] Diocese de Macau recebeu queixas de crentes devido à projecção de imagens do Partido Comunista nas Ruínas de São Paulo, durante os três dias de espectáculos organizados pela Direcção de Serviços de Turismo (DST), e apela a um diálogo para que no futuro se tenha em conta o “contexto religioso” do monumento. O comunicado foi emitido ontem, depois do primeiro espectáculo, organizado no domingo à noite, ter gerado várias críticas nas redes sociais.

“Alguns fiéis da Diocese expressaram opiniões fortes sobre este assunto. A fachada das Ruínas de São Paulo não se limita a ser um monumento icónico da cidade, mas é ainda rico em importância histórica e religiosa”, começa por ser observado. “Apesar da fachada já não pertencer ao património da Igreja, continua a ser um símbolo da Fé Católica em Macau. Crentes de diferentes nacionalidades têm sentimentos profundos e um sentido de identidade face à fachada”, é acrescentado.

Ainda de acordo com a Diocese, na base das reacções negativas “de um número significativo de crentes” esteve o facto do espectáculo de luzes não ter respeitado a “finalidade característica” do monumento. Por isso, a representação da Igreja Católica em Macau não pede que se abdique destes espectáculos de luz, mas antes que se tenha em conta o contexto religioso. “Como a fachada de São Paulo representa o profundo e longo legado do património Católico em Macau, a Diocese deseja propor que, no caso de haver outros espectáculos no futuro, que o conteúdo esteja relacionado com o âmbito religioso do monumento”, é defendido.

Por último, a Diocese mostrou disponibilidade para dialogar com as diferentes partes de forma a “preservar e promover os monumentos com valor histórico”.

Seis queixas apresentadas

Por sua vez, em declarações ao HM, a DST revelou ter recebido seis queixas sobre a projecção e mostrou-se disponível para dialogar. “A DST está ocorrente da situação [das queixas] e está disponível para dialogar com as entidades interessadas, incluindo a Diocese de Macau, para que no futuro, quando houver espectáculos de luz planeados para as Ruínas de São Paulo, ou outras zonas, que o conteúdo possa ser discutido e ajustado”, respondeu a DST, através de correspondência electrónica.

O Governo explicou que no passado tinha feito espectáculos diferentes nas Ruínas de São Paulo, como aconteceu no Festival de Luz de Macau, e que estes tinham sido sempre bem recebidos por “residentes e visitantes”. A DST informou ainda que no passado foram projectados temas relacionados com a mistura cultural entre o Ocidente e o Oriente, gastronomia ou mesmo imagens do Pai Natal.

Sobre as projecções que originaram as queixas, a DST explicou que tiveram como objectivo celebrar o 70.º aniversário do estabelecimento da República Popular da China.

Também o Festival de Luz de Macau, organizado desde 2015, tem utilizado a fachada para as projecções. Em 2018 a imagem do cartaz para promover a iniciativa correspondeu mesmo a um desenho de uma projecção na fachada da Igreja da Madre de Deus. Porém, esta foi a primeira vez que a Diocese mostrou publicamente desconforto com o assunto.

Alexis Tam pede tolerância

O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, defendeu o espectáculo de luzes nas Ruínas de São Paulo e pediu à população tolerância. “As pessoas têm de perceber que em Macau temos de ser tolerantes”, afirmou o secretário, segundo a Rádio Macau, sobre a exibição de imagens do Partido Comunista na fachada da Igreja. Porém, o governante admitiu também haver abertura para um maior diálogo. “As imagens foram mostradas a todo o povo chinês e foram transmitidas em toda a China. No futuro penso que os serviços têm de ter maior abertura para dialogar e explicar […] os espectáculos”, acrescentou.

4 Out 2019

Ruínas de São Paulo | Diocese de Macau tomou posição sobre espectáculo

Após as queixas dos fiéis, a Diocese de Macau sugeriu à Direcção de Serviços de Turismo que dialogue sobre futuros espectáculos de luzes. O Governo mostra-se disponível para dialogar e admite ter recebido seis queixas

 
[dropcap]A[/dropcap] Diocese de Macau recebeu queixas de crentes devido à projecção de imagens do Partido Comunista nas Ruínas de São Paulo, durante os três dias de espectáculos organizados pela Direcção de Serviços de Turismo (DST), e apela a um diálogo para que no futuro se tenha em conta o “contexto religioso” do monumento. O comunicado foi emitido ontem, depois do primeiro espectáculo, organizado no domingo à noite, ter gerado várias críticas nas redes sociais.
“Alguns fiéis da Diocese expressaram opiniões fortes sobre este assunto. A fachada das Ruínas de São Paulo não se limita a ser um monumento icónico da cidade, mas é ainda rico em importância histórica e religiosa”, começa por ser observado. “Apesar da fachada já não pertencer ao património da Igreja, continua a ser um símbolo da Fé Católica em Macau. Crentes de diferentes nacionalidades têm sentimentos profundos e um sentido de identidade face à fachada”, é acrescentado.
Ainda de acordo com a Diocese, na base das reacções negativas “de um número significativo de crentes” esteve o facto do espectáculo de luzes não ter respeitado a “finalidade característica” do monumento. Por isso, a representação da Igreja Católica em Macau não pede que se abdique destes espectáculos de luz, mas antes que se tenha em conta o contexto religioso. “Como a fachada de São Paulo representa o profundo e longo legado do património Católico em Macau, a Diocese deseja propor que, no caso de haver outros espectáculos no futuro, que o conteúdo esteja relacionado com o âmbito religioso do monumento”, é defendido.
Por último, a Diocese mostrou disponibilidade para dialogar com as diferentes partes de forma a “preservar e promover os monumentos com valor histórico”.

Seis queixas apresentadas

Por sua vez, em declarações ao HM, a DST revelou ter recebido seis queixas sobre a projecção e mostrou-se disponível para dialogar. “A DST está ocorrente da situação [das queixas] e está disponível para dialogar com as entidades interessadas, incluindo a Diocese de Macau, para que no futuro, quando houver espectáculos de luz planeados para as Ruínas de São Paulo, ou outras zonas, que o conteúdo possa ser discutido e ajustado”, respondeu a DST, através de correspondência electrónica.
O Governo explicou que no passado tinha feito espectáculos diferentes nas Ruínas de São Paulo, como aconteceu no Festival de Luz de Macau, e que estes tinham sido sempre bem recebidos por “residentes e visitantes”. A DST informou ainda que no passado foram projectados temas relacionados com a mistura cultural entre o Ocidente e o Oriente, gastronomia ou mesmo imagens do Pai Natal.
Sobre as projecções que originaram as queixas, a DST explicou que tiveram como objectivo celebrar o 70.º aniversário do estabelecimento da República Popular da China.
Também o Festival de Luz de Macau, organizado desde 2015, tem utilizado a fachada para as projecções. Em 2018 a imagem do cartaz para promover a iniciativa correspondeu mesmo a um desenho de uma projecção na fachada da Igreja da Madre de Deus. Porém, esta foi a primeira vez que a Diocese mostrou publicamente desconforto com o assunto.

Alexis Tam pede tolerância

O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, defendeu o espectáculo de luzes nas Ruínas de São Paulo e pediu à população tolerância. “As pessoas têm de perceber que em Macau temos de ser tolerantes”, afirmou o secretário, segundo a Rádio Macau, sobre a exibição de imagens do Partido Comunista na fachada da Igreja. Porém, o governante admitiu também haver abertura para um maior diálogo. “As imagens foram mostradas a todo o povo chinês e foram transmitidas em toda a China. No futuro penso que os serviços têm de ter maior abertura para dialogar e explicar […] os espectáculos”, acrescentou.

4 Out 2019

Panfletos | Jovens detidos por afixarem mensagens pró-manifestantes

As mensagens dos dois jovens de 20 anos visavam também o sistema de videovigilância “Olhos no Céu”. A Polícia está a investigá-los pelo crime de dano e pede aos cidadãos que exprimam opiniões de forma legal

 

[dropcap]O[/dropcap] Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) deteve dois homens com cerca de 20 anos que afixavam panfletos pró-manifestantes de Hong Kong, na Taipa, durante o dia do estabelecimento da República Popular da China. O caso foi revelado pelas autoridades que estão a investigar os jovens por alegadamente terem violado o “Regulamento Geral dos Espaços Públicos” e ainda devido à prática do crime de “dano”.

Segundo o CPSP, o caso aconteceu quando, durante a tarde de terça-feira, os agentes encontraram os dois jovens a afixarem em paredes e postes de iluminação folhas A4 com mensagens de apoio aos manifestantes de Hong Kong. Entre as mensagens, havia igualmente papéis contra o sistema “Olhos no Céu”, ou seja, o sistema de videovigilância posto em prática pelas autoridades. Nos papéis podia ler-se, em inglês e chinês, as mensagens “apoiem-se mutuamente Hong Kong e Macau” ou ainda “rejeitemos o sistema de videovigilância na cidade”.

Na altura da detenção os homens tinham igualmente com eles vários papéis, como revelado pelo CPSP, e as imagens dos cartazes afixados foram horas mais tardes reveladas pela página do facebook “macau.standwithHK”. Ainda de acordo com o portal All About Macau, depois das detenções a polícia avisou os residentes que têm de exprimir as suas opiniões de forma legal.

O regulamento geral dos espaços públicos não prevê penas de prisão, e as multas variam entre as 300 patacas, nas infracções comuns, e as 5 mil patacas, para casos muito graves.

Já o crime de dano pode resultar numa pena até 3 anos de prisão, mas implica danos parciais ou destruição total dos objectos em causa. É igualmente necessário que o proprietário dos objectos visados apresente queixa. Ainda este ano, Mario Ho, filho de Stanley Ho, chegou a estar indiciado pela prática deste crime devido a um grafite de pedido de casamento na Rua da Paixão. O filho da deputada Angela Leong conseguiu evitar o julgamento, uma vez que o proprietário não terá querido apresentar queixa do dano.

Tolerância zero

As autoridades locais têm adoptado uma política de tolerância zero face a mensagens de apoio aos manifestantes de Hong Kong. Em Agosto, quatro estudantes foram interrogados nos Lagos Nam Van por terem criado um Lennon Wall, ou seja colocado post-its na parede. Além disso, havia post its para quem quisesse deixar uma mensagem.

Após as autoridades terem ido ao local, a Lennon Wall acabou por ser removida, sem que houvessem danos visíveis na parede.

Também em Agosto sete pessoas foram detidas na Praça do Senado, por estarem no local onde tinha sido proibida pelo CPSP uma manifestação para condenar as acções da polícia de Hong Kong. Os detidos “para interrogatório” tinham na sua posse cartazes papéis com mensagens de apoio aos manifestantes.

As autoridades foram igualmente chamadas a intervir já em Setembro, quando dois alunos surgiram no Instituto de Formação Turística (IFT) com cartazes de apoio aos manifestantes. Sobre esta situação, o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak , acusou os alunos de terem cometido o crime de manifestação ilegal, mas disse que a polícia não ia levá-los a tribunal.

3 Out 2019

Panfletos | Jovens detidos por afixarem mensagens pró-manifestantes

As mensagens dos dois jovens de 20 anos visavam também o sistema de videovigilância “Olhos no Céu”. A Polícia está a investigá-los pelo crime de dano e pede aos cidadãos que exprimam opiniões de forma legal

 
[dropcap]O[/dropcap] Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) deteve dois homens com cerca de 20 anos que afixavam panfletos pró-manifestantes de Hong Kong, na Taipa, durante o dia do estabelecimento da República Popular da China. O caso foi revelado pelas autoridades que estão a investigar os jovens por alegadamente terem violado o “Regulamento Geral dos Espaços Públicos” e ainda devido à prática do crime de “dano”.
Segundo o CPSP, o caso aconteceu quando, durante a tarde de terça-feira, os agentes encontraram os dois jovens a afixarem em paredes e postes de iluminação folhas A4 com mensagens de apoio aos manifestantes de Hong Kong. Entre as mensagens, havia igualmente papéis contra o sistema “Olhos no Céu”, ou seja, o sistema de videovigilância posto em prática pelas autoridades. Nos papéis podia ler-se, em inglês e chinês, as mensagens “apoiem-se mutuamente Hong Kong e Macau” ou ainda “rejeitemos o sistema de videovigilância na cidade”.
Na altura da detenção os homens tinham igualmente com eles vários papéis, como revelado pelo CPSP, e as imagens dos cartazes afixados foram horas mais tardes reveladas pela página do facebook “macau.standwithHK”. Ainda de acordo com o portal All About Macau, depois das detenções a polícia avisou os residentes que têm de exprimir as suas opiniões de forma legal.
O regulamento geral dos espaços públicos não prevê penas de prisão, e as multas variam entre as 300 patacas, nas infracções comuns, e as 5 mil patacas, para casos muito graves.
Já o crime de dano pode resultar numa pena até 3 anos de prisão, mas implica danos parciais ou destruição total dos objectos em causa. É igualmente necessário que o proprietário dos objectos visados apresente queixa. Ainda este ano, Mario Ho, filho de Stanley Ho, chegou a estar indiciado pela prática deste crime devido a um grafite de pedido de casamento na Rua da Paixão. O filho da deputada Angela Leong conseguiu evitar o julgamento, uma vez que o proprietário não terá querido apresentar queixa do dano.

Tolerância zero

As autoridades locais têm adoptado uma política de tolerância zero face a mensagens de apoio aos manifestantes de Hong Kong. Em Agosto, quatro estudantes foram interrogados nos Lagos Nam Van por terem criado um Lennon Wall, ou seja colocado post-its na parede. Além disso, havia post its para quem quisesse deixar uma mensagem.
Após as autoridades terem ido ao local, a Lennon Wall acabou por ser removida, sem que houvessem danos visíveis na parede.
Também em Agosto sete pessoas foram detidas na Praça do Senado, por estarem no local onde tinha sido proibida pelo CPSP uma manifestação para condenar as acções da polícia de Hong Kong. Os detidos “para interrogatório” tinham na sua posse cartazes papéis com mensagens de apoio aos manifestantes.
As autoridades foram igualmente chamadas a intervir já em Setembro, quando dois alunos surgiram no Instituto de Formação Turística (IFT) com cartazes de apoio aos manifestantes. Sobre esta situação, o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak , acusou os alunos de terem cometido o crime de manifestação ilegal, mas disse que a polícia não ia levá-los a tribunal.

3 Out 2019

Legislativas | PS participa de ATFPM à Comissão Nacional de Eleições

O Partido Socialista apresentou uma queixa contra a Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau à Comissão Nacional de Eleições e pediu a abertura de um inquérito relativo a alegadas “situações anómalas”. Os socialistas queixam-se de telefonemas da associação presidida por Pereira Coutinho para ajudar na votação por correspondência

 

[dropcap]O[/dropcap] Partido Socialista (PS) apresentou uma participação contra a Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) por alegadas “situações anómalas” relacionadas com o envio dos votos por correspondência para as legislativas de Outubro. A participação, assinada pelo mandatário pelo círculo eleitoral Fora da Europa, Paulo Pisco, foi enviada na segunda-feira à Comissão Nacional de Eleições e pede “a abertura de inquérito para apurar os factos”.

De acordo com a carta, a que a agência Lusa teve acesso, o PS em Macau tomou conhecimento de que “a ATFPM está a contactar, pelo telemóvel, potenciais votantes nas eleições legislativas portuguesas (…) para ajudar no processo e encaminhar os votos pelo correio para Portugal”.

“A secção local do PS foi abordada por várias pessoas que disseram ter recebido chamadas e a quem interlocutores, afirmando que falam pela ATFPM, terão dito que podiam trazer as cartas com os boletins de voto à sede da ATFPM, que eles tratavam de tudo, o que, evidentemente, poderá pôr em causa a confidencialidade e a pessoalidade do voto”, indicou.

Colisão a oriente

Paulo Pisco acrescentou que em alguns casos “as chamadas telefónicas terão sido realizadas em língua chinesa, o que indiciará uma tentativa de se aproveitar da boa fé dos que, sendo portadores da cidadania portuguesa, já perderam, porém, o vínculo linguístico com Portugal”.

O mandatário da lista, encabeçada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, lembrou ainda que a ATFPM “recebe subsídios do Governo da RAEM” [Região Administrativa Especial de Macau], e os “presidentes da Assembleia Geral e da Direcção-Geral são também Conselheiros das Comunidades Portuguesas em Macau”, numa referência a Rita Santos e José Pereira Coutinho, respectivamente. A Lusa tentou contactar sem êxito os dois dirigentes da ATFPM.

3 Out 2019

Legislativas | PS participa de ATFPM à Comissão Nacional de Eleições

O Partido Socialista apresentou uma queixa contra a Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau à Comissão Nacional de Eleições e pediu a abertura de um inquérito relativo a alegadas “situações anómalas”. Os socialistas queixam-se de telefonemas da associação presidida por Pereira Coutinho para ajudar na votação por correspondência

 
[dropcap]O[/dropcap] Partido Socialista (PS) apresentou uma participação contra a Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) por alegadas “situações anómalas” relacionadas com o envio dos votos por correspondência para as legislativas de Outubro. A participação, assinada pelo mandatário pelo círculo eleitoral Fora da Europa, Paulo Pisco, foi enviada na segunda-feira à Comissão Nacional de Eleições e pede “a abertura de inquérito para apurar os factos”.
De acordo com a carta, a que a agência Lusa teve acesso, o PS em Macau tomou conhecimento de que “a ATFPM está a contactar, pelo telemóvel, potenciais votantes nas eleições legislativas portuguesas (…) para ajudar no processo e encaminhar os votos pelo correio para Portugal”.
“A secção local do PS foi abordada por várias pessoas que disseram ter recebido chamadas e a quem interlocutores, afirmando que falam pela ATFPM, terão dito que podiam trazer as cartas com os boletins de voto à sede da ATFPM, que eles tratavam de tudo, o que, evidentemente, poderá pôr em causa a confidencialidade e a pessoalidade do voto”, indicou.

Colisão a oriente

Paulo Pisco acrescentou que em alguns casos “as chamadas telefónicas terão sido realizadas em língua chinesa, o que indiciará uma tentativa de se aproveitar da boa fé dos que, sendo portadores da cidadania portuguesa, já perderam, porém, o vínculo linguístico com Portugal”.
O mandatário da lista, encabeçada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, lembrou ainda que a ATFPM “recebe subsídios do Governo da RAEM” [Região Administrativa Especial de Macau], e os “presidentes da Assembleia Geral e da Direcção-Geral são também Conselheiros das Comunidades Portuguesas em Macau”, numa referência a Rita Santos e José Pereira Coutinho, respectivamente. A Lusa tentou contactar sem êxito os dois dirigentes da ATFPM.

3 Out 2019

Hong Kong | Jovem alvejado “está estável”, centenas de estudantes em greve

O jovem manifestante alvejado na terça-feira pela polícia de Hong Kong, durante mais um dia de violência, “está estável” após cirurgia. As autoridades da região vizinha declaram que a actuação da polícia foi justificada e legal. Como forma de condenar a violência policial, estudantes entram em greve e uma manifestação paralisou o centro da ilha de Hong Kong ontem à tarde

 

Com agências 

[dropcap]N[/dropcap]a semana passada, Carrie Lam, Chefe do Executivo de Hong Kong, disse que era “notável” que em três meses de protestos violentos ninguém perdeu a vida. Em pleno dia de celebração dos 70 anos da fundação da República Popular da China, um jovem de 18 anos quase foi morto depois de ter sido alvejado por um polícia em Tsuen Wan. Ontem ficou-se a saber também que uma jornalista indonésia ficou cega de um olho depois de ser alvejada na cara com uma bala borracha disparada pela polícia no passado domingo.

Entretanto, centenas de estudantes entraram em greve para condenar a violência da polícia e o primeiro disparo de uma munição real contra os manifestantes em quase quatro meses de protestos na região administrativa especial chinesa, de acordo com a agência de notícias Associated Press.

No dia em que se assinalavam os 70 anos da fundação da República Popular da China, Hong Kong foi palco de uma tarde de caos e violência que culminou em meia centena de feridos e mais de 100 detidos.

A polícia, com mais de seis mil efectivos nas ruas, reagiu com gás lacrimogéneo e canhões de água, formando linhas defensivas em diversos bairros. Pela primeira vez desde o início da contestação, as forças de segurança dispararam balas reais contra os manifestantes, tendo atingido um jovem no peito.

Responsáveis da polícia de Hong Kong, citados pelo jornal South China Morning Post, afirmaram que o uso de balas reais foi proporcional ao nível de agressão registado em várias ruas da cidade e aconteceu em autodefesa.

A agência estatal Xinhua segue a mesma linha, em defesa da actuação das autoridades que considera “totalmente legal e apropriada”. “O ‘terror negro’, que dura há mais de três meses, é uma loucura. Para parar a violência e conter a desordem, é preciso sublinhar o poder para impor a lei, cortar o tumor da violência e julgar os amotinados, o mais depressa possível, de acordo com a lei”, refere a agência.

Batalha campal

As autoridades de Hong Kong reconheceram estar perante um nível de violência muito elevado por parte dos manifestantes, para justificar a sua reacção de força, usando balas reais, segundo a Imprensa.

Ao longo do dia, os manifestantes antigovernamentais bloquearam estradas, incendiaram veículos, vandalizaram lojas, destruíram escritórios governamentais e arremessaram bombas de fogo e pedras contra a polícia, que reagiu com uma atitude de firmeza, em confrontos que provocaram dezenas de feridos e centenas de detenções.

“A resposta da polícia foi proporcional ao nível de agressão usado pelos manifestantes”, disse uma fonte policial citada pelo jornal South China Morning Post. A mesma fonte disse que os polícias apenas recorreram a balas reais, quando a integridade física das autoridades ou dos cidadãos estava em risco.

Segundo o jornal, a superintendente Yolanda Yu Hoi-kwan usou a sua conta pessoal da rede social Facebook para explicar que a polícia apenas usou violência por razões de segurança. “Por volta das 16h, um grande grupo de manifestantes atacou polícias perto da estrada Tai Ho e prosseguiram com o ataque até as autoridades os avisarem para parar. Como um dos polícias sentiu que a sua vida estava sob séria ameaça, ele disparou contra o agressor para salvar a sua própria vida e a vida dos seus colegas”, disse a superintendente, numa declaração citada pelo jornal.

A última vez que as manifestações tinham atingido um grau semelhante de violência foi em 5 de Agosto, quando as autoridades reconheceram ter utilizado gás lacrimogéneo e balas de borracha, anunciando, no final, a detenção de 149 pessoas.

Ontem, para protestar contra o tiro que atingiu um adolescente no peito, várias centenas de pessoas marcharam a partir de Chater Garden, em Central, entoando slogans como “A polícia de Hong Kong comete homicídio intencionalmente” e “Dissolução das forças policiais, já!” Partes da Connaught Road foram brevemente ocupadas por manifestantes, muitos deles vestidos com fatos, aparentando terem saído de escritórios para demonstrar desagrado perante a actuação das autoridades.

Por volta das 15h, alguns manifestantes juntaram-se em Tamar Park, perto dos edifícios do Governo, enquanto outros se ficaram pela Millenium Plaza em Sheung Wan, a cinco minutos a pé do terminal dos ferries. Registaram-se também protestos num centro comercial e Sha Tin e em Kowloon Tong.

Visto de fora

O Governo britânico considera “desproporcionado” o uso de balas reais pela polícia de Hong Kong, pedindo restrição a ambas as partes.

“Embora não haja desculpa para a violência, o uso de munições reais é desproporcional e apenas pode agravar a situação”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Dominic Raab, num comunicado, reagindo aos acontecimentos.

O chefe da diplomacia do Reino Unido pediu “diálogo construtivo” e “contenção” quer da parte dos manifestantes quer da parte das autoridades da antiga colónia britânica.

A União Europeia também reagiu ao episódio apelando à contenção e à inversão da escalada de violência. “À luz da violência e da turbulência que se vive em Hong Kong, a União Europeia continua a vincar que o diálogo, contenção e inversão da escalada de violência apontam o caminho a seguir”, comentou a porta-voz da União Europeia, Maja Kocijancic.

Apesar dos “passos positivos que indicam o início do diálogo entre o público e vários sectores da sociedade, são necessários mais esforços para restaurar a confiança”, acrescentou. Maja Kocijancic destacou ainda que “passados mais de três meses do início dos protestos, o direito de assembleia e de protestar pacificamente devem continuar a ser salvaguardados, de acordo com a Lei Básica de Hong Kong e os compromissos internacionais assumidos”.

Repórteres de guerra

Pelo menos quatro jornalistas ficaram feridos nos últimos dias de protestos em Hong Kong, um cenário que levou a emissora pública RTHK a retirar todos os repórteres que estavam a fazer a cobertura no terreno.

A decisão da Rádio Televisão Hong Kong foi tomada após um dos seus jornalistas ter ficado ferido num olho num dos confrontos entre manifestantes e a polícia em Sham Shui Po. Contudo, a ordem para os jornalistas regressarem às redacções teve em conta outro caso em que dois jornalistas de uma televisão foram atingidos por um líquido corrosivo nas mãos e na cara.

A primeira informação surgiu através da polícia, que acusou os manifestantes de usarem líquido corrosivo que queimou a pele de agentes e jornalistas, com as forças de segurança a apresentarem várias imagens do corpo dos agentes, nas quais é possível ver queimaduras de pele e uniformes que foram atingidos.

Outro episódio, no sábado, envolveu uma jornalista indonésia que, à semelhança do da RTHK foi atingida num dos olhos.

Na véspera dos protestos de terça-feira, a Associação de Jornalistas de Hong Kong lamentou “o uso e a ameaça de violência contra jornalistas que cobrem eventos” no território. Além dos jornalistas, vários elementos da polícia ficaram também feridos, com os casos mais mediáticos até agora a serem ligados ao arremesso do tal líquido corrosivo.

Apesar da proibição policial de se realizarem manifestações no dia nacional da China, os apelos para que a população de Hong Kong saísse de novo à rua para exigir reformas democráticas no território multiplicaram-se.

O Governo de Hong Kong retirou já formalmente a polémica proposta de emendas à lei da extradição, na base da contestação social desde o início de Junho.

Contudo, os manifestantes continuam a exigir que o Governo responda a quatro outras reivindicações: a libertação dos manifestantes detidos, que as acções dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial e, finalmente, a demissão da Chefe de Governo e consequente eleição por sufrágio universal para este cargo e para o Conselho Legislativo.

3 Out 2019

Hong Kong | Jovem alvejado "está estável", centenas de estudantes em greve

O jovem manifestante alvejado na terça-feira pela polícia de Hong Kong, durante mais um dia de violência, “está estável” após cirurgia. As autoridades da região vizinha declaram que a actuação da polícia foi justificada e legal. Como forma de condenar a violência policial, estudantes entram em greve e uma manifestação paralisou o centro da ilha de Hong Kong ontem à tarde

 
Com agências 
[dropcap]N[/dropcap]a semana passada, Carrie Lam, Chefe do Executivo de Hong Kong, disse que era “notável” que em três meses de protestos violentos ninguém perdeu a vida. Em pleno dia de celebração dos 70 anos da fundação da República Popular da China, um jovem de 18 anos quase foi morto depois de ter sido alvejado por um polícia em Tsuen Wan. Ontem ficou-se a saber também que uma jornalista indonésia ficou cega de um olho depois de ser alvejada na cara com uma bala borracha disparada pela polícia no passado domingo.
Entretanto, centenas de estudantes entraram em greve para condenar a violência da polícia e o primeiro disparo de uma munição real contra os manifestantes em quase quatro meses de protestos na região administrativa especial chinesa, de acordo com a agência de notícias Associated Press.
No dia em que se assinalavam os 70 anos da fundação da República Popular da China, Hong Kong foi palco de uma tarde de caos e violência que culminou em meia centena de feridos e mais de 100 detidos.
A polícia, com mais de seis mil efectivos nas ruas, reagiu com gás lacrimogéneo e canhões de água, formando linhas defensivas em diversos bairros. Pela primeira vez desde o início da contestação, as forças de segurança dispararam balas reais contra os manifestantes, tendo atingido um jovem no peito.
Responsáveis da polícia de Hong Kong, citados pelo jornal South China Morning Post, afirmaram que o uso de balas reais foi proporcional ao nível de agressão registado em várias ruas da cidade e aconteceu em autodefesa.
A agência estatal Xinhua segue a mesma linha, em defesa da actuação das autoridades que considera “totalmente legal e apropriada”. “O ‘terror negro’, que dura há mais de três meses, é uma loucura. Para parar a violência e conter a desordem, é preciso sublinhar o poder para impor a lei, cortar o tumor da violência e julgar os amotinados, o mais depressa possível, de acordo com a lei”, refere a agência.

Batalha campal

As autoridades de Hong Kong reconheceram estar perante um nível de violência muito elevado por parte dos manifestantes, para justificar a sua reacção de força, usando balas reais, segundo a Imprensa.
Ao longo do dia, os manifestantes antigovernamentais bloquearam estradas, incendiaram veículos, vandalizaram lojas, destruíram escritórios governamentais e arremessaram bombas de fogo e pedras contra a polícia, que reagiu com uma atitude de firmeza, em confrontos que provocaram dezenas de feridos e centenas de detenções.
“A resposta da polícia foi proporcional ao nível de agressão usado pelos manifestantes”, disse uma fonte policial citada pelo jornal South China Morning Post. A mesma fonte disse que os polícias apenas recorreram a balas reais, quando a integridade física das autoridades ou dos cidadãos estava em risco.
Segundo o jornal, a superintendente Yolanda Yu Hoi-kwan usou a sua conta pessoal da rede social Facebook para explicar que a polícia apenas usou violência por razões de segurança. “Por volta das 16h, um grande grupo de manifestantes atacou polícias perto da estrada Tai Ho e prosseguiram com o ataque até as autoridades os avisarem para parar. Como um dos polícias sentiu que a sua vida estava sob séria ameaça, ele disparou contra o agressor para salvar a sua própria vida e a vida dos seus colegas”, disse a superintendente, numa declaração citada pelo jornal.
A última vez que as manifestações tinham atingido um grau semelhante de violência foi em 5 de Agosto, quando as autoridades reconheceram ter utilizado gás lacrimogéneo e balas de borracha, anunciando, no final, a detenção de 149 pessoas.
Ontem, para protestar contra o tiro que atingiu um adolescente no peito, várias centenas de pessoas marcharam a partir de Chater Garden, em Central, entoando slogans como “A polícia de Hong Kong comete homicídio intencionalmente” e “Dissolução das forças policiais, já!” Partes da Connaught Road foram brevemente ocupadas por manifestantes, muitos deles vestidos com fatos, aparentando terem saído de escritórios para demonstrar desagrado perante a actuação das autoridades.
Por volta das 15h, alguns manifestantes juntaram-se em Tamar Park, perto dos edifícios do Governo, enquanto outros se ficaram pela Millenium Plaza em Sheung Wan, a cinco minutos a pé do terminal dos ferries. Registaram-se também protestos num centro comercial e Sha Tin e em Kowloon Tong.

Visto de fora

O Governo britânico considera “desproporcionado” o uso de balas reais pela polícia de Hong Kong, pedindo restrição a ambas as partes.
“Embora não haja desculpa para a violência, o uso de munições reais é desproporcional e apenas pode agravar a situação”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Dominic Raab, num comunicado, reagindo aos acontecimentos.
O chefe da diplomacia do Reino Unido pediu “diálogo construtivo” e “contenção” quer da parte dos manifestantes quer da parte das autoridades da antiga colónia britânica.
A União Europeia também reagiu ao episódio apelando à contenção e à inversão da escalada de violência. “À luz da violência e da turbulência que se vive em Hong Kong, a União Europeia continua a vincar que o diálogo, contenção e inversão da escalada de violência apontam o caminho a seguir”, comentou a porta-voz da União Europeia, Maja Kocijancic.
Apesar dos “passos positivos que indicam o início do diálogo entre o público e vários sectores da sociedade, são necessários mais esforços para restaurar a confiança”, acrescentou. Maja Kocijancic destacou ainda que “passados mais de três meses do início dos protestos, o direito de assembleia e de protestar pacificamente devem continuar a ser salvaguardados, de acordo com a Lei Básica de Hong Kong e os compromissos internacionais assumidos”.

Repórteres de guerra

Pelo menos quatro jornalistas ficaram feridos nos últimos dias de protestos em Hong Kong, um cenário que levou a emissora pública RTHK a retirar todos os repórteres que estavam a fazer a cobertura no terreno.
A decisão da Rádio Televisão Hong Kong foi tomada após um dos seus jornalistas ter ficado ferido num olho num dos confrontos entre manifestantes e a polícia em Sham Shui Po. Contudo, a ordem para os jornalistas regressarem às redacções teve em conta outro caso em que dois jornalistas de uma televisão foram atingidos por um líquido corrosivo nas mãos e na cara.
A primeira informação surgiu através da polícia, que acusou os manifestantes de usarem líquido corrosivo que queimou a pele de agentes e jornalistas, com as forças de segurança a apresentarem várias imagens do corpo dos agentes, nas quais é possível ver queimaduras de pele e uniformes que foram atingidos.
Outro episódio, no sábado, envolveu uma jornalista indonésia que, à semelhança do da RTHK foi atingida num dos olhos.
Na véspera dos protestos de terça-feira, a Associação de Jornalistas de Hong Kong lamentou “o uso e a ameaça de violência contra jornalistas que cobrem eventos” no território. Além dos jornalistas, vários elementos da polícia ficaram também feridos, com os casos mais mediáticos até agora a serem ligados ao arremesso do tal líquido corrosivo.
Apesar da proibição policial de se realizarem manifestações no dia nacional da China, os apelos para que a população de Hong Kong saísse de novo à rua para exigir reformas democráticas no território multiplicaram-se.
O Governo de Hong Kong retirou já formalmente a polémica proposta de emendas à lei da extradição, na base da contestação social desde o início de Junho.
Contudo, os manifestantes continuam a exigir que o Governo responda a quatro outras reivindicações: a libertação dos manifestantes detidos, que as acções dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial e, finalmente, a demissão da Chefe de Governo e consequente eleição por sufrágio universal para este cargo e para o Conselho Legislativo.

3 Out 2019

Dia Nacional comemorado em Macau com cerimónia do hastear da bandeira

[dropcap]O[/dropcap] 70o aniversário da República Popular da China (RPC) foi hoje celebrado de manha cedo com a cerimónia do hastear da bandeira, que decorreu na praça Flor de Lótus. De acordo com um comunicado oficial, a cerimónia, que teve início às 8h00, contou com a presença de Wong Sio Chak, secretário para a Segurança que assumiu funções de Chefe do Executivo interino, pelo facto de Chui Sai On se encontrar em Pequim. O Chefe do Executivo regressa amanha de uma visita oficial que serviu para assistir à parada militar na capital chinesa e outras actividades relacionadas com o aniversário da RPC.

Além disso, “estiveram presentes os governantes da RAEM, altos representantes do Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM, elementos das tropas da Guarnição do Exército de Libertação Popular em Macau, entre outras personalidades”. Depois da cerimónia matinal, foi realizada a prova “Correndo em Comemoração do Dia Nacional”, que contou a participação de cerca de 18 mil pessoas. Decorreu ainda um espectáculo cultural e fogo-de-artifício.

Foram instalados em vários locais do território ecrãs gigantes para a transmissão em directo da cerimónia solene do içar de bandeira, na Praça Flor de Lótus, e da parada militar, em Pequim, “de modo a que os cidadãos e turistas possam sentir o ambiente festivo”, aponta o mesmo comunicado.

Para hoje estão ainda previstas mais actividades comemorativas, uma vez que o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) convidou um grupo de jovens de minorias étnicas, provenientes da China interior, a participarem num espectáculo cultural com os jovens locais, pelas 17h00, na Praça do Tap Seac. Às 19h30, realizar-se-á no Fórum de Macau o espectáculo acrobático «A Haste Dourada», no âmbito da «Espectáculo de Comemoração do 70º Aniversário da Implantação da RP China».

As comemorações estendem-se pela noite dentro, com o 30° Concurso Internacional de Fogo-de-Artifício de Macau (CIFAM), em frente à Torre de Macau, que encerra com a exibição das equipas da França e da China, às 21h00 e 21h40 horas, respectivamente.

1 Out 2019

Protesto de 'luto democrático' em Hong Kong desafia proibição policial

[dropcap]M[/dropcap]ilhares de pessoas, vestidas de preto, em ‘luto’ pela erosão das liberdades em Hong Kong, saíram hoje às ruas apesar da proibição policial, de estradas bloqueadas e de estações de metropolitano fechadas, dificultando o acesso ao centro da cidade.
O grande protesto agendado para hoje, no dia nacional da China, tinha sido proibido pelas autoridades, mas tal como sucedeu no fim de semana anterior, em que se assinalou o quinto aniversário do movimento de desobediência civil ‘Occupy Central’, a mobilização foi maciça.
Nas ruas, entre bandeiras chinesas, boa parte da população de Hong Kong fazia questão de pisar fotografias do Presidente chinês, Xi Jinping, e da chefe do Governo de Hong Kong, Carrie Lam, que tinham sido estrategicamente coladas ao longo da estrada.
Ao som do hino ‘Glory to Hong Kong’, as milhares de pessoas que se concentraram em Causeway Bay seguem agora em direcção a Admiralty, já na zona central da cidade, com algumas paragens para alguns discursos improvisados de quem encabeça o protesto.
A última paragem do multidão, que empunha dezenas de bandeiras, incluindo a de Portugal, foi na estação de metro de Wan Chai, uma das 11 encerradas esta manhã e fortemente guardada pela polícia anti-motim.
Apesar da proibição policial de se realizarem manifestações no dia nacional da China, os apelos para que a população de Hong Kong saia de novo à rua para exigir reformas democráticas no território multiplicaram-se.
“Uma situação muito perigosa”, avisou a polícia na véspera, afirmando que “os manifestantes radicais estão a aumentar o nível de violência (…) e estão cada vez mais envolvidos em actos de terrorismo”.
Uma análise de risco que levou, de resto, a empresa que gere o metro em Hong Kong a anunciar esta manhã o encerramento de 11 estações, que têm sido vandalizadas ao longo destes quase quatro meses de protestos.
O Governo de Hong Kong retirou já formalmente a polémica proposta de emendas à lei da extradição, na base da contestação social desde o início de Junho.
Contudo, os manifestantes continuam a exigir que o Governo responda a quatro outras reivindicações: a libertação dos manifestantes detidos, que as acções dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial e, finalmente, a demissão da chefe de Governo e consequente eleição por sufrágio universal para este cargo e para o Conselho Legislativo, o parlamento de Hong Kong.

“Território irreconhecível”, diz Governo

O líder interino de Hong Kong afirmou hoje, durante as comemorações dos 70 anos da China, que o território está irreconhecível devido aos violentos protestos de que é palco há cerca de quatro meses.
O secretário para a Administração de Hong Kong, Matthew Cheung, falava em representação da chefe do Executivo da região administrativa especial chinesa, Carrie Lam, que se deslocou a Pequim para participar nas comemorações do 70.º aniversário da fundação da República Popular da China.
Altos funcionários do Governo de Hong Kong e cerca de 12 mil convidados assistiram, a partir do Centro de Convenções e Exposições, à cerimónia do hastear da bandeira do país, que decorreu na praça da Bauhinia Dourada, junto ao Centro.
Ao mesmo tempo, nas proximidades, a polícia usava gás pimenta para separar um grupo pró-democrata e outro pró-Pequim. O “número dois” do Governo destacou o compromisso do Executivo em apaziguar a crise, dias depois da estreia de uma série de debates com a sociedade civil, e prometeu uma nova abordagem para resolver as questões sociais, que estão na base da contestação social.
De acordo com uma estimativa da própria associação, a FCDH foi responsável pelas manifestações que levaram à rua um milhão de pessoas a 9 de Junho, dois milhões a 16 de Junho e 1,7 milhões a 18 de Agosto, sendo que esta última havia também sido proibida pela polícia.
“Estimamos que a situação amanhã [hoje] será muito, muito perigosa”, disse o principal responsável da polícia, John Tse. Em antecipação, o Governo já reforçou a segurança em toda a cidade, onde cartazes de protestos pedem que o dia 1 de Outubro seja marcado como “Um dia de luto”.

1 Out 2019

Protesto de ‘luto democrático’ em Hong Kong desafia proibição policial

[dropcap]M[/dropcap]ilhares de pessoas, vestidas de preto, em ‘luto’ pela erosão das liberdades em Hong Kong, saíram hoje às ruas apesar da proibição policial, de estradas bloqueadas e de estações de metropolitano fechadas, dificultando o acesso ao centro da cidade.

O grande protesto agendado para hoje, no dia nacional da China, tinha sido proibido pelas autoridades, mas tal como sucedeu no fim de semana anterior, em que se assinalou o quinto aniversário do movimento de desobediência civil ‘Occupy Central’, a mobilização foi maciça.

Nas ruas, entre bandeiras chinesas, boa parte da população de Hong Kong fazia questão de pisar fotografias do Presidente chinês, Xi Jinping, e da chefe do Governo de Hong Kong, Carrie Lam, que tinham sido estrategicamente coladas ao longo da estrada.

Ao som do hino ‘Glory to Hong Kong’, as milhares de pessoas que se concentraram em Causeway Bay seguem agora em direcção a Admiralty, já na zona central da cidade, com algumas paragens para alguns discursos improvisados de quem encabeça o protesto.

A última paragem do multidão, que empunha dezenas de bandeiras, incluindo a de Portugal, foi na estação de metro de Wan Chai, uma das 11 encerradas esta manhã e fortemente guardada pela polícia anti-motim.

Apesar da proibição policial de se realizarem manifestações no dia nacional da China, os apelos para que a população de Hong Kong saia de novo à rua para exigir reformas democráticas no território multiplicaram-se.

“Uma situação muito perigosa”, avisou a polícia na véspera, afirmando que “os manifestantes radicais estão a aumentar o nível de violência (…) e estão cada vez mais envolvidos em actos de terrorismo”.

Uma análise de risco que levou, de resto, a empresa que gere o metro em Hong Kong a anunciar esta manhã o encerramento de 11 estações, que têm sido vandalizadas ao longo destes quase quatro meses de protestos.

O Governo de Hong Kong retirou já formalmente a polémica proposta de emendas à lei da extradição, na base da contestação social desde o início de Junho.

Contudo, os manifestantes continuam a exigir que o Governo responda a quatro outras reivindicações: a libertação dos manifestantes detidos, que as acções dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial e, finalmente, a demissão da chefe de Governo e consequente eleição por sufrágio universal para este cargo e para o Conselho Legislativo, o parlamento de Hong Kong.

“Território irreconhecível”, diz Governo

O líder interino de Hong Kong afirmou hoje, durante as comemorações dos 70 anos da China, que o território está irreconhecível devido aos violentos protestos de que é palco há cerca de quatro meses.

O secretário para a Administração de Hong Kong, Matthew Cheung, falava em representação da chefe do Executivo da região administrativa especial chinesa, Carrie Lam, que se deslocou a Pequim para participar nas comemorações do 70.º aniversário da fundação da República Popular da China.

Altos funcionários do Governo de Hong Kong e cerca de 12 mil convidados assistiram, a partir do Centro de Convenções e Exposições, à cerimónia do hastear da bandeira do país, que decorreu na praça da Bauhinia Dourada, junto ao Centro.

Ao mesmo tempo, nas proximidades, a polícia usava gás pimenta para separar um grupo pró-democrata e outro pró-Pequim. O “número dois” do Governo destacou o compromisso do Executivo em apaziguar a crise, dias depois da estreia de uma série de debates com a sociedade civil, e prometeu uma nova abordagem para resolver as questões sociais, que estão na base da contestação social.

De acordo com uma estimativa da própria associação, a FCDH foi responsável pelas manifestações que levaram à rua um milhão de pessoas a 9 de Junho, dois milhões a 16 de Junho e 1,7 milhões a 18 de Agosto, sendo que esta última havia também sido proibida pela polícia.

“Estimamos que a situação amanhã [hoje] será muito, muito perigosa”, disse o principal responsável da polícia, John Tse. Em antecipação, o Governo já reforçou a segurança em toda a cidade, onde cartazes de protestos pedem que o dia 1 de Outubro seja marcado como “Um dia de luto”.

1 Out 2019

Última Instância proíbe manifestação que visava polícia de Hong Kong

Para os dois juízes do Tribunal de Última Instância, Sam Hou Fai e Song Man Lei, um grupo de manifestantes em Macau não pode criticar as acções na RAEHK até haver uma decisão de um órgão de poder. Viriato Lima votou vencido

 

[dropcap]O[/dropcap] Tribunal de Última Instância (TUI) proibiu uma manifestação organizada pelos activistas Jason Chao e Man Tou que tinha como objectivo exortar os “órgãos policiais das diversas regiões (sobretudo os de Hong Kong)” a respeitarem a Convenção contra a Tortura.

Numa decisão tomada por Sam Hou Fai e Song Man Lei, com o voto contra do juiz Viriato Lima, na sexta-feira, o TUI considerou que os manifestantes tinham como verdadeira intenção “acusar e condenar a Polícia de Hong Kong de ter usado, de forma generalizada, a tortura e tratamentos cruéis, desumanos contra os manifestantes”.

Segundo o TUI, a manifestação não é aceitável por ser uma possível plataforma para a interferência nos assuntos de Hong Kong, o que contraria as leis da RAEM. “Se a Polícia de Macau permitisse a realização da reunião, seria muito provável que a sua decisão fosse interpretada no sentido de que concordou com a imputação feita pelos recorrentes em relação à Polícia de Hong Kong”, é defendido. “Ademais, haveria ainda o risco de dar a entender que ela interferiu, de forma dissimulada, na qualificação das actuações e reacções do órgão policial da RAEHK às manifestações violentas, tarefa essa que compete na realidade aos órgãos judiciais e de supervisão policial da RAEHK”, é acrescentado.

O TUI recusa a manifestação porque diz não se tratar de um “mero exercício do direito à crítica”, porque a condenação de uma actuação é mais do que a crítica. “A crítica tem que basear-se em factos objectivos, isto é, tem que dirigir-se a factos efectivamente ocorridos, fazendo-se comentários e críticas sobre os mesmos. No entanto, tal como se referiu, até ao presente momento, nenhum órgão de poder ou de supervisão da RAEHK qualificou as acções da polícia de Hong Kong como uso excessivo da força, ou até como submissão dos manifestantes à tortura e tratamentos cruéis, desumanos”, é sustentado.

Viriato votou vencido

A argumentação de Sam Hou Fai e de Song Man Lei não convenceu Viriato Lima, o outro juiz dos três que constituem a última instância de Macau. O magistrado votou vencido e apontou que mesmo que a manifestação criticasse a actuação das autoridades de Hong Kong, tal não viola a lei de reunião e manifestação.

“Mesmo que se entenda que a manifestação teria por finalidade a crítica à actuação recente das autoridades policiais de Hong Kong, afigura-se-me não constituir tal objecto fim contrário à lei”, escreveu Viriato Lima.

Man Tou e Jason Chao tinham avisado o Corpo de Polícia de Segurança Pública que desejavam realizar manifestações a 18 e 27 de Setembro e ainda a 4 de Outubro. Porém, o recurso apenas visou a última acção porque os activistas abdicaram das outras duas datas. O protesto de 4 de Outubro estava agendado para a Praça da Amizade, entre as 18h30 e as 18h50, e contava ter cerca de 15 participantes. Os materiais utilizados seriam cartazes.

1 Out 2019

Macau concede mais alta condecoração a empresários e conselheiros do Executivo

[dropcap]O[/dropcap] Governo de Macau vai agraciar dois empresários e membros do Conselho Executivo com o Lótus de Ouro, a mais alta condecoração concedida este ano, foi hoje anunciado.

Liu Chak Wan e Ma Iao Lai vão ser distinguidos com o Lótus de Ouro, de acordo com a lista de 44 personalidades e entidades que vão receber, em Novembro, medalhas e títulos honoríficos.

Membro do Comité Permanente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, o empresário Liu Chak Wan preside ao Banco de Desenvolvimento de Macau. Liu Chak Wan é presidente da Associação Comercial de Macau.

As seis medalhas de prata vão ser entregues ao advogado macaense Leonel Alves, que esteve 33 anos na Assembleia Legislativa, ao ex-deputado Cheang Chi Keong, à política Ho Sut Heng, ao arquiteto Wong Eddie Yue Kai, ao actual deputado Chan Chak Mo e ainda à Nam Kwong União Comercial e Industrial, Limitada.

Entre as medalhas de mérito, destaque para o português Manuel Augusto Martins Peres Machado, que vê distinguido o trabalho como presidente da direcção da Escola Portuguesa de Macau (EPM) ao receber a medalha de mérito educativo.

O antigo coordenador do Centro Pedagógico e Científico de Língua Portuguesa do Instituto Politécnico de Macau Carlos Ascenso André foi agraciado com a medalha de mérito cultural.

A empresária Pansy Ho, filha do magnata do jogo Stanley Ho, será distinguida com a medalha de mérito turístico. Desde 2018, Ho é embaixadora da Organização Mundial do Turismo, agência especializada da ONU.

30 Set 2019

Advogado de Winnie Ho impedido de entrar no território

Albert Ho diz que vinha à RAEM tratar de assuntos relacionados com a herança da irmã de Stanley Ho, mas foi impedido de entrar no território. Wong Sio Chak comparou a situação do pró-democrata com a dos criminosos que entram, mas nunca admitem que vêm praticar ilegalidades

 

[dropcap]A[/dropcap]lbert Ho, advogado de Winnie Ho e político pró-democrata de Hong Kong, foi impedido de entrar em Macau na sexta-feira. O causídico afirmou que vinha à RAEM tratar das questões da herança da irmã de Stanley Ho, que morreu no ano passado. No entanto, o secretário para a Segurança respondeu que nunca se pode apenas ouvir um lado e fez o paralelismo com os criminosos que vêm a Macau, mas que nunca admitem que vêm praticar crimes.

“Não sei qual é o motivo [da recusa], mas tem a ver com as informações que as autoridades receberam. […] As pessoas que são recusadas nunca dizem que vêm prejudicar a ordem pública.

Mas a polícia tem de ter em conta, prever e antecipar a situação concreta”, começou por explicar Wong Sio Chak, sobre a justificação de Albert Ho para vir à RAEM. “Por exemplo, há muitas pessoas que foram detidas, os clandestinos, e nunca dizem que vêm para jogar, mas nós sabemos que vêm. Temos provas. Não podemos só ouvir o que as pessoas dizem porque ninguém vai dizer que vai praticar um crime”, acrescentou.

Wong Sio Chak reconheceu só ter tido conhecimento da situação através da comunicação social, mas garantiu que as pessoas não são recusadas em Macau só pelo facto de terem estado nos protestos de Hong Kong. O secretário disse que o direito à manifestação é gozado tanto em Macau como em Hong Kong.

Má altura

A notícia da proibição da entrada de Albert Ho foi avançada na sexta-feira à noite pela RTHK, emissora pública de Hong Kong, e o ex-presidente do Partido Democrático da RAEHK disse que a decisão era “obviamente política”.

Ho terá viajado para Macau de ferry com mais duas pessoas e terá afirmado às autoridades que estava em Macau para se encontrar com colegas de profissão. O objectivo passava por discutir questões pendentes relacionadas com a herança da irmã de Stanley Ho, Winnie Ho, que morreu em Junho do ano passado.

No entanto, as autoridades recusaram aceder ao pedido de Albert Ho e justificaram que o advogado é uma “ameaça à segurança” da RAEM.

“Eu não sei como posso ser uma ameaça à segurança. Trata-se obviamente de uma decisão política. Agora, se é uma decisão razoável… Cabe às pessoas avaliarem”, defendeu o pró-democrata.

O causídico avançou também a hipótese da proibição de entrada se ter ficado a dever à proximidade do 1 de Outubro, data em que se celebra a ascensão do Partido Comunista chinês ao poder. Porém, Albert Ho notou igualmente que a última visita a Macau tinha acontecido num dia próximo do 4 de Junho, data da ocorrência em 1989 do massacre de Tiananmen.

Ambiente “seguro”

Wong Sio Chak foi questionado sobre se estão garantidas as condições de segurança para uma eventual visita de Xi Jinping em Dezembro, para a celebração dos 20 anos da RAEM. Por enquanto, Wong diz que o ambiente é seguro. “Temos de garantir a segurança em Macau. É esse o nosso dever e obrigação. Estamos empenhados nesse objectivo. Até agora achamos que o ambiente é seguro”, respondeu.

30 Set 2019

Habitação | Jorge Rangel defende solução para problema em Macau 

Jorge Rangel, presidente do Instituto Internacional de Macau, defendeu esta sexta-feira em Lisboa que o Governo da RAEM deve apresentar uma solução para a falta de habitação no território, sob pena de ocorrerem protestos semelhantes aos de Hong Kong daqui a uns anos

 

[dropcap]O[/dropcap] Governo não pode adiar mais o problema da habitação”. A frase é de Jorge Rangel e foi proferida esta sexta-feira na Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa, no âmbito do colóquio “Portugal-China 20/20: Identidade, quotidiano e economia”. O presidente do Instituto Internacional de Macau (IIM) frisou que, se não for resolvido o problema da falta de habitação no território, Macau pode vir a registar os protestos que têm vindo a acontecer em Hong Kong.

“Macau tem de ter habitação para a classe média, pois corremos o risco de, daqui a uns anos, termos milhares de pessoas a marchar nas ruas. Estamos a ser ameaçados por um problema que não está resolvido”, apontou.

Jorge Rangel adiantou que, além dos pedidos de ordem política, os manifestantes de Hong Kong também defendem melhores condições de vida. “O que está a acontecer em Hong Kong, além das motivações políticas, é a situação desastrosa da habitação, que Macau não pode repetir”, frisou.

O presidente do IIM disse também que as autoridades policiais do território vizinho não querem travar os protestos por não quererem enfrentar os problemas que levam milhares às ruas. “Cerca de dois milhões de pessoas desfilaram pelas ruas de Hong Kong e esse é que é o problema, e não as 300 ou 400 mil pessoas que protestam. Se eu fosse habitante de Hong Kong exigiria imediatamente ao Governo para pararem com isso aos fins-de-semana ou então que se demitissem se não fossem capazes de enfrentar a situação. Não têm sido capazes porque não querem resolver o problema. Isto não pode arrastar-se por mais tempo.”

Jorge Rangel assegura que não é o único a pensar assim. “Tenho falado com várias pessoas de Hong Kong, de vários sectores políticos, e todos eles questionam porque é que não se resolve este problema. Falei com um líder estudantil que me disse não conhecer nenhuma das 300 ou 400 mil pessoas que protestam.”

“Casa arrumada” para Ho

Jorge Rangel falava na mesa redonda “Portugal-China 20/20”, tendo falado do papel governativo do Chefe do Executivo eleito, Ho Iat Seng, no contexto da integração regional e das relações entre os dois países.

“O novo Chefe do Executivo entra com a casa arrumada e com uma experiência feita, tendo em conta que a China tem como prioridade a plataforma. Macau é o único sítio na China que pode desempenhar esse papel”, frisou.

O presidente do IIM disse ainda que o programa político de Ho Iat Seng tem o cuidado de estabelecer pontes ao nível da integração regional para o futuro de Macau. “Há uma percepção clara do que Macau pode fazer e do que falta fazer. No programa do Chefe do Executivo eleito diz que se vai articular o projecto da plataforma (entre a China e os países de língua portuguesa) e o projecto ‘Uma Faixa, Uma Rota’. Já está escrito e ele (Ho Iat Seng) não deve ter escrito o seu programa sozinho e quer dar a Portugal condições para participar neste ponto”, apontou.

No mesmo painel, o general Garcia Leandro, ex-governador de Macau, defendeu que o conceito de identidade macaense deveria ser alargado, pois é isso que diferencia o território no contexto do projecto “Uma Faixa, Uma Rota”.

“Existe a questão da identidade, e se ficarmos reduzidos a uma concepção muito fundamentalista do macaense…trata-se de um conceito que deveria ser alargado. Macau tem uma identidade própria que não é Hong Kong. Haverá um futuro para Macau, mas teremos de ter capacidade para trabalhar com as autoridades chinesas para mostrar o quão diferente é Macau”, frisou.

30 Set 2019