Lei do jogo | Au Kam San pede esclarecimentos sobre segurança nacional

A associação Iniciativa de Desenvolvimento Comunitário entregou ontem uma carta à comissão da Assembleia Legislativa que está a analisar na especialidade a lei do jogo. Au Kam San, ex-deputado e vice-presidente da associação, defende que é preciso clarificar os motivos ligados à segurança nacional que podem determinar o fim das concessões

 

Os deputados da segunda comissão permanente da Assembleia Legislativa (AL) receberam ontem uma carta da associação Iniciativa de Desenvolvimento Comunitário com críticas e sugestões sobre a proposta de lei do jogo, actualmente em discussão na especialidade. Segundo Au Kam San, ex-deputado e vice-presidente da associação, o Governo tem de clarificar a relação entre segurança nacional e o sector do jogo.

“Caso as concessionárias de jogo tenham práticas que vão contra a segurança do Estado ou da RAEM, é razoável a extinção da concessão. No entanto, a proposta fala apenas de ‘prejudicar a segurança do Estado ou da RAEM’ e não há mais definições. Este termo vazio pode ser aplicado em todos os cenários e isso traz um enorme risco para as empresas de jogo”, explicou.

Na óptica de Au Kam San, não é justo que as concessionárias investam quantias milionárias para depois serem acusadas de violar a segurança do Estado a qualquer momento, perdendo a concessão.

Em termos gerais, a proposta da Iniciativa de Desenvolvimento Comunitário defende o aumento da fatia das receitas do jogo para fins sociais a alterações legislativas que promovam a diversificação das operações das concessionárias.

Menos para a FM

O ex-deputado, afastado das últimas eleições, acusa a proposta de lei de ter “várias falhas”, defendendo uma maior alocação das receitas do jogo para o sector da segurança social. “O artigo 22º da proposta de lei determina que entre dois a três por cento das receitas brutas do jogo devem destinar-se a uma entidade pública ou para o desenvolvimento urbanístico. O sistema de segurança social está numa situação de défice, o Governo assume isso, mas não quer alterar a contribuição”, disse. Neste sentido, defende que a Fundação Macau deve receber menos fundos das receitas do jogo em prol do sistema de segurança social.

Além disso, o responsável acredita que a proposta de lei do jogo deveria ir mais além nas medidas destinadas a diversificar as operações das concessionárias. Isto porque a actual legislação determina que apenas podem ser admitidas a concurso público “sociedades anónimas constituídas na região e cujo objecto social seja, exclusivamente, a exploração de jogos de fortuna ou azar ou outros jogos em casino”.

“Esta é uma lei antiga não sei porque foi regulada desta forma no passado. Mas o problema é que, actualmente, pedimos que as empresas tenham mais elementos não jogo para que possam impulsionar a diversificação da economia. Achamos que este ponto não é apropriado, é contraditório e deve ser omitido”, apontou Au Kam San.

23 Fev 2022

AL | Balanço dos meses inaugurais de uma legislatura só com patriotas

O novo elenco da AL materializa o princípio “Macau governado por patriotas”, facto destacado por Kou Hoi In no tradicional Almoço de Primavera dos membros do hemiciclo com os média locais. Vong Hin Fai dá conta de um ambiente diferente, enquanto Pereira Coutinho afirma que o trabalho dos deputados pró-democracia recai agora nos legisladores da Nova Esperança. O HM falou com veteranos e novatos nas lides legislativas sobre a adaptação às funções e os principais desafios que se avizinham

 

“No seguimento da realização bem-sucedida das eleições para a VII Legislativa desta Câmara, os assentos parlamentares passaram a ser preenchidos na sua totalidade por figuras patrióticas, materializando, deste modo, o princípio de ‘Macau governado por patriotas’”, afirmou ontem Kou Hoi In, presidente da Assembleia Legislativa (AL). As palavras do deputado que dirige a casa das leis foram proferidas ontem na abertura do tradicional Almoço de Primavera que reuniu deputados e representantes os órgãos de comunicação social.

Além do habitual balanço contabilístico com a apresentação do número de leis aprovadas, interpelações apresentadas e outros trabalhos afins, a tónica do discurso de Kou Hoi In, e das declarações de deputados recolhidas pelo HM, virou-se para os desafios que a RAEM tem pela frente e da nova Era em que a AL entrou deste as últimas eleições legislativas, marcadas pelo afastamento da ala democrata do hemiciclo.

Neste sentido, o veterano Vong Hin Fai deu conta das distinções sentidas nos primeiros quatro meses da nova legislatura. “No passado também houve cooperação saudável, mas o ambiente agora é diferente, porque neste mandato os candidatos são todos patriotas, desse modo o ambiente é algo diferente”, afirmou o legislador, denotando que os novos colegas “estão a ser integrados no ambiente de trabalho”.

Pereira Coutinho também mencionou a mudança de paradigma no hemiciclo. “Parte do volume de trabalho dos deputados democratas está centralizado em nós, nos deputados da Nova Esperança, embora o meu colega também se esteja a adaptar à AL”, revelou o deputado acrescentando que esta será “certamente” uma legislatura especial e difícil.

Primeiros passos

O segundo deputado eleito pela lista liderada por Pereira Coutinho, o estreante Che Sai Wang, relevou ao HM que a realidade que encontrou nos trabalhos legislativos excedeu as suas expectativas. “Sinto-me bem nesta legislatura. Antes de me candidatar às eleições, achava que as vozes na AL não tinham grande eco”, declarou.

Porém, a experiência dos primeiros quatro meses como legislador revelou a Che Sai Wang que a maioria dos seus colegas de hemiciclo transmite “os pontos de vista da população”, num leque vasto de aspectos sócio-económicos em que a governação pode influenciar a vida dos residentes.

Ron Lam U Tou é outra das caras novas do elenco de deputados da nova legislatura, e um dos mais críticos da acção governativa desde que tomou posse. Em declarações ao HM, o deputado comprometeu-se em trabalhar arduamente, apesar de ainda estar em período de ambientação às novas funções que desempenha. “Estou a par do que tenho de fazer e das funções que tenho, mas ainda estou a tentar adaptar-me à vida de deputado. Vou tentar participar em todas as reuniões das comissões permanentes e do plenário para ouvir as políticas do Governo e questioná-las detalhadamente”, prometeu.

O que aí vem

Kou Hoi In lançou os dados para o futuro dos trabalhos legislativos, tarefas que se interceptam com as políticas seguidas pelo Executivo de Ho Iat Seng. “Para o futuro, antevê-se que a tarefa da Assembleia Legislativa será de uma dificuldade e complexidade acrescidas, pelo que nos comprometemos a trabalhar em sintonia com o Governo da RAEM na aceleração do processo da diversificação económica, na optimização das infra-estruturas relacionadas com a vida da população, no aprofundamento da reforma administrativa e na promoção da construção da zona de cooperação aprofundada na Ilha de Hengqin”, afirmou o presidente da AL.

Outro dos objectivos próximos, prende-se com a reforma do regime jurídico que regula o sector económico predominante em Macau. “A AL compromete-se a dar todo o seu contributo para o desenvolvimento saudável e ordenado da indústria do jogo”, afirmou Kou Hoi In.

Neste aspecto, Vong Hin Fai fez eco das projecções de Kou Hoi In. “Penso que o maior desafio que temos pela frente é diversificar a economia da RAEM na sequência da pandemia. Outro, é a integração da RAEM na Grande Baía, principalmente no desenvolvimento da zona de cooperação aprofundada em Hengqin”, afirmou o deputado, referindo também o papel de intercâmbio de Macau nas relações entra a China e os países lusófonos.

Olhando para o passado recente, o presidente da AL fez um balanço positivo da legislatura anterior, realçando “o carinho e o apoio sempre dispensados pelo Governo Central e pelo Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na RAEM” e agradeceu o trabalho e esforço de deputados e pessoal de apoio técnico aos trabalhos legislativos.

Ma Chi Seng | Pelo desenvolvimento do desporto

Ma Chi Seng, deputado nomeado pelo Chefe do Executivo, acredita a actual Legislatura e a organização, em Macau, Hong Kong e Cantão, dos Jogos Nacionais em 2025 são uma excelente oportunidade para desenvolver o desporto local.

“Como deputado dou todo o apoio à realização dos Jogos Nacionais. Queremos aproveitar esta oportunidade para que a organização na Grande Baía se destaque e que Macau assuma bem o seu papel”, disse o deputado, ao HM. “Temos de promover mais o desporto em Macau, e acredito que o evento é uma oportunidade para criar mais instalações e lançar novas competições em Macau. O evento pode ser muito bem aproveitado para aumentar o nível dos nossos atletas e atrair mais turistas”, acrescentou.

Lo Choi In | Emprego e diversificação da economia prioritários

Assegurar a diversificação da economia e garantir o emprego e a sobrevivência das Pequenas e Médias Empresas (PME), são as principais prioridades para a deputada Lo Choi In, que se estreia no hemiciclo eleita com o apoio da comunidade de Jiangmen.

“Sabemos que a economia está numa fase negativa e é preciso ouvir diversos sectores para lidar com os problemas de emprego e subemprego”, reconheceu Lo, ao HM. “Sei que fui eleita para representar a população e como tenho formação em economia, tenho de procurar dar respostas aos problemas que a população enfrenta, principalmente o desemprego, assim como a sobrevivência das Pequenas e Médias Empresas”, acrescentou.

Sobre a diversificação, que diz ir resolver os problemas do desemprego, numa fase em que o turismo está numa época baixa, Lo aponta o Interior como a “salvação”.

A deputada acredita que a estratégia tem de passar pelo “comércio electrónico transfronteiriço”, com a RAEM a vender mais produtos no Interior. Lo indicou os produtos característicos de Macau, os alimentos feitos localmente e ainda os produtos culturais e turísticos como os que têm maior hipóteses de ser bem-sucedidos e que devem ser a aposta. Nesse sentido, defende que os deputados têm de pressionar o Governo para agilizar a desalfandegamento de produtos Macau no Interior e, em especial, na Grande Baía e na Zona de Cooperação na Ilha da Montanha.

Numa segunda fase, com o fim das medidas pandémicas, a deputada acredita que as exportações, a serem competitivas no Interior, poderiam também ser populares em outros mercados asiáticos.

23 Fev 2022

Covid-19 | Mais de 90% dos casos importados é da variante Ómicron

Desde o início de Janeiro, Macau registou 23 casos importados de infecções assintomáticas, 21 deles da variante Ómicron, o que corresponde a 91,3 por cento dos casos. A DSEDJ pediu às escolas para “apurarem intenções dos encarregados de educação quanto à vacinação dos educandos”, e registarem alunos não vacinados

 

Seguindo a tendência mundial, a esmagadora maioria dos casos importados de covid-19 registados em Macau este ano foi da variante Ómicron. Dos 23 casos assintomáticos, apenas duas infecções corresponderam à variante Delta (8,7 por cento), enquanto a Ómicron foi responsável por 91,3 por cento dos casos.

Aliás, o centro de coordenação de contingência indicou que a partir de 7 de Janeiro todos os casos importados corresponderam à variante responsável pela quinta onda que tem alastrado globalmente. Face a este panorama, as autoridades de saúde da RAEM redobraram os apelos à vacinação, “especialmente de crianças e idosos, por correrem maior risco de doença grave”.

Além dos grupos de risco, o centro de contingência solicitou aos maiores de 18 anos que tenham tomado a segunda dose da vacina há mais de seis meses para “receberem uma dose de reforço o mais rápido possível”.

Lembrete semanal

A Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) vai exigir às escolas que apurem, “com celeridade, as intenções dos encarregados de educação quanto à vacinação dos seus educandos” e registem alunos que não foram vacinados. A sensibilização dos encarregados de educação será feita pelas escolas semanalmente, “encorajando-os a colaborar para a vacinação” dos alunos.

A tomada de posição da entidade liderada por Kong Chi Meng foi justificada com a recente “situação epidémica grave em Hong Kong”, que “levou à ocorrência de mortes em crianças e casos de crianças infectadas em estado crítico”.

Além disso, é apontada a fraca taxa de vacinação dos mais novos, em especial na faixa etária entre 3 e 11 anos de idade que é de apenas 8,5 por cento. A DSEDJ indicou também que entre 12 e 19 anos a taxa de inoculação é 72,9 por cento. A conjugação destes factores levaram as autoridades educativas a concluir que “presentemente, a vacinação é inadiável”.

A DSEDJ e os Serviços de Saúde realizaram ontem uma reunião com representantes de escolas, com a presença de Kong Chi Meng e de Alvis Lo, para “colocar em prática a necessária organização e, de acordo com a situação de inoculação dos alunos, apoiar a vacinação nos postos comunitários de vacinação e a organização de um serviço externo de vacinação colectiva dos alunos nas escolas”, com vista a atingir a imunidade de grupo no parque escolar.

Entretanto, o centro de contingência informou que foi detectado no domingo um caso de “infecção assintomática num residente de Macau, proveniente do Reino Unido via Singapura, cujo teste de ácido nucleico deu resultado positivo durante o isolamento no Centro Clínico de Saúde Pública de Coloane”. O residente tem 58 anos e foi inoculado com duas doses da vacina da Sinopharm em Macau entre Fevereiro e Março de 2021, e uma dose de reforço da vacina da BioNTech em Novembro de 2021.

Outro caso importado assintomático, detectado no domingo, foi de um residente de Macau, proveniente de Hong Kong, que acusou positivo no teste de ácido nucleico à entrada na RAEM.

22 Fev 2022

Orquestras | IC garante que transição decorreu “sem sobressaltos”

Com o processo de transição de músicos e funcionários terminado, o Instituto Cultural diz que a Sociedade Orquestra está oficialmente em funcionamento e que os concertos vão decorrer dentro da normalidade, se não houver impactos da pandemia

 

O Instituto Cultural (IC) afirma que músicos residentes e não residentes e funcionários administrativos transitaram “sem sobressaltos” da Orquestra de Macau e da Orquestra Chinesa de Macau para a Sociedade Orquestra. Segundo um email enviado ao HM, o processo de transição dos recursos humanos ficou terminado a 31 de Janeiro e a empresa está oficialmente em funcionamento.

“Os músicos locais e os músicos não residentes das duas orquestras, originalmente dependentes do IC, celebraram com sucesso os contratos e concluíram o processo de cedência da posição contratual respectivamente no dia 31 de Janeiro e em data anterior, transitando, assim, sem sobressaltos para a ‘Sociedade Orquestra’”, pode ler-se na mensagem. O Governo esclareceu ainda que os 22 trabalhadores enviados em comissão de serviço do IC para a Sociedade Orquestra vão realizar funções administrativas.

“Os trabalhadores administrativos das orquestras, originalmente contratados pelo IC em regime de contrato administrativo de provimento, desempenham funções nesta ‘Sociedade Orquestra’ em regime de comissão eventual de serviço”, foi esclarecido.

Estes profissionais vão assim auxiliar a empresa na “administração e gestão da orquestra”, e ainda realizar “a promoção e educação durante o período de transição e na fase inicial de implantação do novo modelo”. Segundo o IC, a opção pelo envio de trabalhadores em comissão de serviço pelo período de um ano serve para “garantir o funcionamento estável das duas orquestras”.

Pandemia decide

Na mesma resposta, o Governo garante que a nova empresa vai “assegurar que as duas orquestras continuem a prosseguir a sua temporada de concertos já programada”, mas admite que tal não seja possível devido à “situação de prevenção e controle de epidemias”.

O processo da extinção da Orquestra de Macau e da Orquestra Chinesa de Macau e a transferência dos respectivos músicos para uma empresa com capitais públicos foi marcado por várias polémicas.

A medida serviu para despedir o maestro chinês Lu Jia, que em declarações à TDM, admitiu ter ficado a saber do despedimento através de amigos, ainda antes de ter havido qualquer comunicação oficial.

Aos trabalhadores não-residentes, foi igualmente feito um ultimato: ou assinavam um documento com a transferência para a nova empresa ou tinham de deixar o território. Os documentos da transferência foram assinados sem que houvesse informações sobre os salários nem outros direitos laborais.

Quanto aos músicos residentes, o IC garantiu que foram despedidos, com direito a receberem as respectivas compensações, mas que seriam contratados pela nova empresa.

22 Fev 2022

Corrupção | Directrizes da ONU serão referência para cargos públicos

Ainda no rescaldo da detenção do ex-director da DSSOPT, Li Canfeng, o Executivo assegurou que, além da criação de um regime disciplinar dedicado às chefias, irá aperfeiçoar as disposições de responsabilidade penal em linha com as exigências das Nações Unidas

 

A Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) revelou que, para além de estar a estudar a criação de um regime disciplinar dedicado ao pessoal de direcção e chefia, irá tomar como referência a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção para aumentar a eficácia do combate aos crimes cometidos no exercício de funções públicas.

“Tomando como referência as exigências estabelecidas na Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, o Governo da RAEM irá aperfeiçoar as disposições de responsabilidade penal associadas aos crimes funcionais, para que o sistema jurídico-penal apresente, junto dos trabalhadores dos serviços públicos, uma maior eficácia no âmbito do combate e dissuasão dos crimes cometidos no exercício de funções públicas”, pode ler-se na resposta a uma interpelação do deputado Leong Sun Iok, assinada pelo director dos SAFP, Kou Peng Kuan.

Na missiva dirigida ao Governo, o deputado recordou o caso de corrupção que envolveu a detenção, entre outros, do ex-director dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), Li Canfeng, por suspeitas prática dos crimes de corrupção passiva, branqueamento de capitais e falsificação de documentos.

“Os vários casos de corrupção na área das obras públicas envolveram altos dirigentes e são de relevante interesse público, portanto, para evitar que se repitam, o Governo tem de rever, de forma aprofundada, os trabalhos nesta área, sobretudo dos assuntos de terras e concessões públicas, identificando as falhas e colmatando as lacunas”, disse na altura Leong Sun Iok.

Tendo em conta o objectivo definido nas LAG para 2022 de iniciar o processo legislativo do regime disciplinar dedicado às chefias, os SAFP apontam que uma das principais questões se prende com o facto de, actualmente, os processos disciplinares serem “conduzidos pelas próprias entidades”, dando azo a que “infracções disciplinares idênticas ou semelhantes venham a ser objecto de diferentes sanções disciplinares”.

Escolhidos a dedo

Sobre as dúvidas levantadas por Leong Sun Iok acerca dos critérios de selecção e nomeação de dirigentes de cargos públicos, os SAFP apontaram que o Governo tem aplicado o princípio “selecção de pessoas com qualidades adequadas” e respeitado as disposições complementares do estatuto do pessoal de direcção e chefia, determinando que o recrutamento é feito por escolha, através de apreciação curricular.

Isto, tendo também em consideração tratar-se de “indivíduos de reconhecida idoneidade cívica, possuidores de habilitações compatíveis com o cargo” e experiência profissional que satisfaça os requisitos de admissão na Administração Pública.

Sobre a elevação da capacidade de gestão dos funcionários públicos, os SAFP indicaram a realização de acções de formação destinadas a trabalhadores de diferentes níveis, reiterando que a ética e a conduta dos trabalhadores estão no topo das prioridades.

“O Governo da RAEM tem atribuído elevada importância à ética e à conduta dos trabalhadores dos serviços públicos, bem como à sua consciência de integridade e cumprimento da lei, e tem organizado, de forma permanente acções de formação para os trabalhadores após o seu ingresso nos serviços públicos ou para efeitos de acesso nas suas carreiras”, pode ler-se na resposta dos SAFP.

22 Fev 2022

Beijing 2022 | Ho Iat Seng elogia transparência e autoconfiança chinesa

O Chefe do Executivo enviou uma mensagem a congratular os atletas da China pelo desempenho nos Jogos Olímpicos de Inverno e afirmou que as conquistas conduziram o país à entrada numa “nova era” desportiva

 

O Chefe do Executivo considera que os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim mostraram a China como “um país transparente, próspero, aberto e esperançoso” e transmitiram “a autoconfiança chinesa” ao mundo. A mensagem foi enviada por Ho Iat Seng à comitiva nacional de atletas que conquistou nove medalhas de ouro, quatro de prata e duas de bronze nas mais recentes olimpíadas de Inverno.

No cômputo geral, a China ficou no terceiro lugar do medalheiro, o que valeu rasgados elogios do líder do Governo da RAEM: “Os atletas nacionais mostraram determinação e esforço, nas várias competições, com verdadeiro sentido de missão e alcançaram excelentes resultados”, destacou Ho.

Segundo o Chefe do Executivo, a prestação, que disse ser a melhor de sempre ao nível de desportos de Inverno, “é uma honra para a Pátria e para a população chinesa”.

Por outro lado, o Chefe do Executivo apontou que a comitiva dos atletas “difundiu o espírito desportivo da China e olímpico”, “mostrou o estilo característico dos desportos de Inverno” e contribuiu “para uma organização de excelência, extraordinária e espectacular dos Jogos Olímpicos”. Face a estes desenvolvimentos, Ho vincou que as olimpíadas marcaram a entrada do “País numa nova era nas modalidades desportivas de Inverno”.

Lições para Macau

Ainda de acordo com o Chefe do Executivo, “a glória que os atletas nacionais trouxeram para o país, os excelentes resultados nas competições, bem como o seu espírito de empenho para a realização de um sonho” contribuiu para “o orgulho dos compatriotas da RAEM pela nação”, para “revigorar o espírito nacional” e “inspirar o sentimento patriótico” dos residentes.

Em Macau, os resultados dos Jogo Olímpicos são ainda vistos pela classe política como “uma poderosa força motriz para a união da RAEM na concretização da revitalização da nação chinesa”.

Ho Iat Seng exortou ainda o território a aprender com os atletas olímpicos chineses e a avançar para o futuro sem medo: “A RAEM irá aprender e espalhar o espírito dos atletas nacionais, ou seja, não ter medo das dificuldades”, atirou. Além disso, o Chefe do Executivo prometeu que a RAEM vai “ousar desafiar-se e superar os seus limites, bem como aproveitar a oportunidade gerada pelos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, para acelerar o desenvolvimento do desporto e da indústria desportiva em Macau”.

22 Fev 2022

Francisco José Leandro, académico: “O Irão é muito importante para a China”

“A Geopolítica do Irão” é o mais recente livro do académico Francisco José Leandro, da Universidade Cidade de Macau, editado em parceria com Carlos Branco e Flavius Caba-Maria. A obra aborda as diferenças na sociedade iraniana antes e depois da queda do Xá, Mohammad Rezā Shāh Pahlavi, sem esquecer o actual posicionamento do país no mundo

 

A que questões este livro pretende responder sobre o papel geopolítico do Irão?

Uma delas passa por contribuir para a mudança da narrativa da discussão sobre os assuntos do Irão, que infelizmente são dominados pela retórica política e não pelo estudo académico. Queremos também demonstrar que o Irão é um actor racional e contribuir para desvendar as razões que estão por detrás dessa racionalidade, bem como abrir uma oportunidade para uma escrita inclusiva e plural sobre o Irão como um actor geopoliticamente incontornável naquela zona do globo. Pretendemos também explorar o contexto geopolítico do Irão nas perspectivas da sua vizinhança, do vis-à-vis nas relações regionais e inter-religiosas e na relação com as designadas grandes potências, como a Rússia e a China.

O capítulo da sua autoria é dedicado à história do sistema político iraniano e ao seu modelo híbrido, fortemente marcado pelo Islamismo. Acredita que, à luz deste sistema, poderá algum dia haver uma abertura do país ao Ocidente?

Um dos aspectos que procurei demonstrar no meu capítulo foi precisamente o facto de o Irão ser politicamente diferente, por razões históricas, sociais e pelo seu contexto geopolítico. O sistema político do Irão resulta de um número dificilmente quantificável de factos, mas certamente directamente associado ao regime dos Pahlavi e da relação que este estabeleceu com a administração americana. Para além deste facto, tal como todos os regimes teocráticos, fundamenta-se numa verdade absoluta, a de que é possível uma interpretação humana do conceito divino de bem-comum, facto que, do ponto de vista do ocidente, se revela muito difícil de aceitar. Temos, todavia, o dever de entender a realidade, de que o Irão é uma potência regional decisiva para a estabilidade da região. Os sistemas políticos nascem por razões bem determinadas, desenvolvem-se no contexto das suas idiossincrasias domésticas e nos seus contextos regionais e, naturalmente transformam-se. Não conhecemos, no momento presente, sociedades capazes de implementar sistemas políticos absolutos e perpétuos… este ou qualquer outro. Todavia, não antevejo uma substancial transformação política do Irão, no curto prazo, no que respeita ao Ocidente.

O livro traça uma diferença na evolução do sistema geopolítico do país a partir dos acontecimentos da Primavera Árabe. Muitas destas revoluções foram fracassando nos seus pressupostos iniciais. Dez anos depois, de que forma o país foi mudando com estes acontecimentos?

O livro não pretendia fazer o estudo das questões internas do regime iraquiano. O que posso observar é a existência de uma certa estabilidade interna, cujo sistema político foi concebido para a proporcionar. O Irão debate-se com problemas estruturais de desenvolvimento e uma diversidade étnico-cultural complexa, bem como um conjunto de fronteiras com vizinhos em situação complicada – factos que dominam a agenda política interna, sempre no respaldo da procura de autonomia e livre de interferências externas. Esta narrativa continua muito presente na sociedade Iraniana, no sentido em que um dos autores usa a expressão “antifragility” [anti-fragilidade]. Bem sabemos que não há revoluções imaculadas. Mas o peso do passado anterior a 1979, e o legado do conflito armado com o Iraque (2003) em que o Irão apoiou os EUA, estão ainda na memória colectiva dos iranianos, ou pelo menos tem vindo a ser um argumento de peso na preservação do sistema político-social em vigor. Os recentes protestos políticos no Irão, têm em regra um contorno socioeconómico e/ou de natureza social-cultural, frequentemente com demonstrações de ambos os lados na abordagem aos problemas.

Recentemente Joe Biden lamentou os poucos progressos feitos com o país ao nível do Acordo Nuclear assinado em 2015. Acredita na evolução diplomática a curto prazo com Washington?

O Acordo nuclear sobre o Irão é um dos exemplos da irresponsabilidade dos EUA, no contexto de potência global. A retirada dos EUA dos acordos estabelecidos em 2015 não só colocou a comunidade internacional, designadamente a União Europeia (UE) e a Rússia, numa posição muito difícil, como as perspectivas da reeleição de Trump em 2024, fazem com que o regime Iraniano exija novas garantias de que as sanções não se vão repetir, pelas razões já observadas. Neste contexto, devo lembrar que o programa nuclear iraniano foi lançado na década de 1950, com a ajuda dos EUA, como parte do programa Átomos para a Paz e que o Irão é signatário do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), que proíbe o desenvolvimento dessas armas, garantindo, porém, o direito de dominar a tecnologia nuclear para fins pacíficos. Em 2022, iniciaram-se negociações entre o Irão e a Rússia no sentido de aumentar a capacidade nuclear iraniana. Como um dos autores [deste livro] refere, o acordo nuclear de 2015 foi uma vitória do multilateralismo, que a administração Trump usou para objectivos domésticos, com manifesto desprezo pelos seus aliados internacionais. Relembro que não existiam motivos objectivos que indicassem o incumprimento irreconciliável da parte do Irão. A questão nuclear funciona também como um factor que complica outras áreas de cooperação, designadamente das questões associadas ao desenvolvimento e aos direitos humanos. Os EUA colocaram o Irão numa posição com alternativas escassas, perante a comunidade internacional ainda dominada, pelos menos em parte, pelos próprios EUA. A evolução deste acordo depende da capacidade normativa de UE (dissociada dos EUA, actor que, para o Irão, não é confiável) e do papel construtivo da Rússia e da China.

Um dos países envolvidos nestas negociações é a China. Quais os interesses mais prementes que Pequim procura ao negociar com o Irão, sobretudo tendo em conta o projecto “Uma Faixa, Uma Rota”?

Geopoliticamente o Irão é muito importante para a China e para a iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, e também como parceiro na região do Médio Oriente. Um dos elementos demonstrativos desta importância foi precisamente o facto de que, muito recentemente, a Organização de Cooperação de Xangai (SCO) ter iniciado um processo formal para conceder a adesão plena ao Irão. Esta vai ser a segunda vez que a organização se expande depois de incluir a Índia e o Paquistão (2017), estendendo seu alcance da Ásia Central-Sul e ao Médio Oriente. Desde 2016 que o Irão tem uma parceria especial abrangente com a China e faz parte da lista de Estados que assinaram o memorando de cooperação para a implementação da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”. O desapontamento com comportamento dos EUA e indirectamente com a UE, associado ao pragmatismo chinês, às suas (da China) necessidades de energia, ao seu projecto de transformação do sistema financeiro internacional e, finalmente, considerando as necessidades de defesa do Irão, creio que a cooperação China-Irão se vai intensificar nos anos mais próximos. Um dos autores do livro acrescenta ainda uma razão ideológica que une a China e o Irão é a aversão partilhada a todas as formas de colonialismo, designadamente o neocolonialismo americano.

22 Fev 2022

Condecorações | Chui Sai Cheong feliz com agraciação que diz ser colectiva

Sexta-feira foi dia de distinções. Ho Iat Seng vestiu-se a rigor e distribuiu medalhas e títulos honoríficos a 22 personalidades e entidades, numa cerimónia marcada pelas restrições pandémicas

 

Um dia feliz e o reconhecimento de um trabalho com muita gente por trás. Foi desta forma que Chui Sai Cheong, vice-presidente da Assembleia Legislativa, comentou a distinção da Medalha de Honra Lótus de Ouro, que recebeu na sexta-feira à tarde, das mãos do Chefe do Executivo.

“Sinto-me muito feliz com a distinção. Considero que é um reconhecimento devido às várias e diferentes posições que tenho desempenhado na sociedade”, afirmou Chui Sai Cheong. “Recebi esta medalha, não apenas pelas posições e trabalho feito, mas pelo muito apoio das pessoas que têm trabalhado comigo ao longo destes anos. Se dependesse apenas do meu esforço individual, não teria sido capaz de receber esta distinção”, acrescentou.

Em relação a 2021, Ho Iat Seng optou por não atribuir qualquer Medalha do Grande Lótus, a maior distinção da RAEM. Por isso, Chui Sai Cheong e o Hospital Kiang Wu foram os distinguidos com os prémios mais importantes da cerimónia de sexta-feira.

Segundo o vice-presidente da Assembleia Legislativa, velho conhecido de Ho Iat Seng, dos tempos em que os dois eram deputados, a distinção serve como incentivo para o futuro. “Vou continuar a desempenhar as minhas funções nos diferentes cargos e trabalhar mais afincadamente. E espero conseguir contribuir de uma melhor forma para a sociedade”, prometeu, o também empresário.

Em 2001, Chui já havia sido distinguido, quando Edmund Ho era Chefe do Executivo, com a medalha de mérito profissional. Contudo, foi preciso esperar mais 20 anos, para ser distinguido novamente.

Na cerimónia, Chui Sai Cheong contou ainda com o apoio do seu irmão, Chui Sai On, anterior Chefe do Executivo, de quem recebeu os parabéns pela distinção: “Ele está presente, mas não me de deixou uma mensagem especial pela medalha”, reconheceu Chui Sai Cheong, entre risos. “Mas, mostrou-me o seu apoio e congratulou-me”, acrescentou.

Contributo geral

Entre os distinguidos esteve também Rui Martins, galardoado com a Medalha de Mérito Educativo, pelo trabalho desenvolvido enquanto director do Laboratório de Investigação em Circuitos Analógicos e Mistos da Universidade de Macau, que foi elevado a Laboratório de Referência do Estado.

“Sinto que foi reconhecimento do meu trabalho ao longo de quase 30 anos em Macau, na Universidade de Macau, na área do ensino superior, mas também na investigação em electrónica”, referiu Rui Martins. “As pessoas que foram medalhadas merecem todas as distinções por terem contribuído para o desenvolvimento da RAEM. Nesse sentido esta é uma condecoração de prestígio”, acrescentou.

À imagem de Chui Sai Cheong, também Rui Martins já havia sido distinguido em 2001, na altura com o Título Honorífico de Valor.

O vice-reitor da Universidade de Macau abordou ainda o impacto da pandemia da covid-19 no ensino e deixou o desejo que a situação se normalize nos próximos anos, para que os alunos internacionais possam vir para a RAEM.

“Os alunos de Macau e do Interior têm conseguido vir normalmente e as aulas estão a decorrer de forma presencial, o problema é que temos alguns alunos internacionais que não estavam no campus quando se iniciou a pandemia, e não puderam voltar”, explicou. “Esperamos que com a evolução ao longo do ano os alunos internacionais possam vir para o campus. Eles manifestaram esse interesse, sabemos que depois de estarem dois anos em modo de ensino online é custoso”, desejou.

Grande incentivo

A lista de distinções de Ho Iat Seng ficou marcada por uma presença massiva de instituições públicas, devido à actuação durante a pandemia, como o Serviço de Urgência do Hospital Conde São Januário, Centro de Operações de Protecção Civil dos Serviços de Polícia Unitários, Departamentos Policiais de Macau e das Ilhas, Unidade Especial de Polícia do Corpo de Polícia de Segurança Pública e ainda Centro de Comando e Resposta da Polícia Judiciária.

Entre os distinguidos, esteve ainda a Divisão Laboratorial do Instituto para os Assuntos Municipais, pelos esforços na inspecção alimentar e da água consumida na RAEM. Sobre a distinção, José Tavares, presidente do IAM, considerou que traz responsabilidades acrescidas.

“É uma medalha que significa mais responsabilidades, mas também um reconhecimento. Os últimos dois anos não foram fáceis, nos trabalhos de prevenção da pandemia demos o nosso melhor e recebemos esta distinção. Fiquei contente porque o mérito é de todos os nossos trabalhadores”, disse José Tavares, no final da cerimónia.

“Este tipo de reconhecimento contribui para fazermos melhor os nossos trabalhos e atesta o alto grau de profissionalismo que temos demonstrado ao longo dos anos”, acrescentou.

Troca de máscaras

Este foi o segundo ano consecutivo em que a cerimónia decorreu em contexto de pandemia. Aos distinguidos foi pedido que utilizassem máscara no palco, enquanto aguardavam pela chamada para receberem as medalhas ou títulos honoríficos.

Só na altura da chamada é que os presentes foram autorizados a tirar a máscara, para que pudessem ser fotografados a receber a distinção e a cumprimentar o Chefe do Executivo. Após o cumprimento final, e a salva de palmas, os distinguidos regressavam aos locais no palco e era-lhes entregue uma nova máscara nova. Por sua vez, como principal anfitrião e constante alvo das objectivas, o Chefe do Executivo esteve quase sempre sem máscara, ao longo dos cerca de 20 minutos da cerimónia.

Inicialmente, a entrega das medalhas e títulos honoríficos de 2021 era para ter decorrido em Janeiro, mas acabou por ser adiada devido ao surgimento de vários casos de covid-19 em Zhuhai.

Serviços da Sede do Governo | Gastos cerca de 25 mil patacas em medalhas

Na cerimónia de sexta-feira foram gastos quase 25 mil patacas na entrega das 20 medalhas. Com base dos dados revelados no ano passado pela Direcção dos Serviços para os Assuntos da Sede do Governo, cada uma das duas Medalhas Lótus de Ouro custou 1.789 patacas, num total de 3.578 patacas. A maior despesa deu-se com as 10 Medalhas de Mérito, que têm um preço unitário de 963 patacas, o que representou um custo total de 9.630 patacas.

Além disso, foram ainda distribuídas cinco medalhas de valor, com o valor de 7.395 patacas, uma medalha de dedicação, com o preço de 963 patacas, e duas medalhas de Serviços Comunitários, com um custo de 2.074 patacas. No total os custos foram de 23.640 patacas.

Imprensa | Poucos jornalistas portugueses

Ao contrário do habitual, os órgãos de comunicação social em língua portuguesa compareceram em número muito reduzido à cerimónia de atribuição das medalhas e títulos honoríficos. Num território com três diários em língua portuguesa, uma rádio e um canal televisivo, apenas estiveram presentes na cerimónia dois jornalistas.

Além do HM, apenas a rádio esteve presente, e nem o Canal Macau, um dos órgãos de comunicação social sempre mais presentes nos eventos locais, se fez representar por qualquer jornalista.

21 Fev 2022

Covid-19 | Governo pode impor medidas a não vacinados em caso de surto iminente

Numa altura em que dois residentes de Hong Kong em quarentena testaram positivo à covid-19, o Governo admitiu vir a tomar medidas mais rigorosas e dificultar a vida à população não vacinada, caso o risco de surto em Macau aumente. Suspensão do autocarro dourado dificulta regresso de residentes. Governo faz apelo urgente à vacinação

 

Perante o agravamento da situação epidémica em Hong Kong que, só ontem, registou mais de 6.000 novos casos, o Centro de Coordenação admitiu vir a tomar medidas de prevenção mais rigorosas, que podem vir a dificultar a vida à população que ainda não está vacinada contra a covid-19.

“Caso o risco de infecção comunitária de Macau aumente, vamos adoptar medidas da prevenção da pandemia mais rigorosas e será inevitável que, a partir desse momento, isso possa causar constrangimentos a quem ainda não está vacinado”, pode ler-se num comunicado divulgado ontem pelo Centro de Coordenação.

Paralelamente, foi emitido um apelo urgente para que a população se vacine “o mais rapidamente possível”, nomeadamente as crianças e os idosos.

“Actualmente existe uma transmissão comunitária em grande escala do novo coronavírus nas áreas vizinhas e já foram registados vários casos importados de infecção em Macau, daí o risco de infecção comunitária continuar a aumentar”, pode ler-se numa outra nota oficial.

Com o aumento de “casos mortais e casos graves envolvendo crianças e idosos”, e com uma taxa de vacinação ainda longe da “ideal”, é acrescentado que as pessoas vacinadas, só alcançam “imunidade suficiente”, pelo menos duas semanas depois da inoculação.

A taxa de vacinação na faixa etária entre os 3 e os 11 anos é 6,7 por cento, entre os 70 e os 79 anos é de 45,7 por cento e com mais de 80 anos é de 17,9 por cento.

Sempre a somar

Entretanto, mais dois residentes de Hong Kong testaram positivo à covid-19 no sábado, após terem entrado em Macau no dia 13 de Fevereiro através do autocarro da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau (autocarro dourado), que partiu de Hong Kong às 18h00 desse mesmo dia.

Em comunicado, o Centro de Coordenação revela tratar-se de uma mulher de 52 anos, com duas doses da vacina da Sinovac, e de uma criança de 10 anos, que não tomou qualquer dose da vacina contra a covid-19. Os dois novos casos encontravam-se em isolamento no Centro Clínico de Saúde Pública de Coloane, após uma mulher de 41 anos, que viajou e ficou no mesmo quarto, ter testado positivo para a doença na quarta-feira.

Entre quarta e sexta-feira da semana passada, os testes diários realizados foram sempre negativos. Tanto a mulher de 52 anos, como a criança de 10 anos não apresentam sintomas, pelo que foram classificados como “casos importados de infecção assintomática”, não entrando, por isso, na contabilização de casos confirmados de Macau.

Enquanto isso, alguns residentes de Macau contaram ao canal em língua inglesa da TDM, terem ficado impedidos de vir para o território após algumas viagens do serviço do autocarro dourado terem sido canceladas desde o dia 17 de Fevereiro.

De malas feitas, um desses estudantes revelou à emissora pública que a viagem que tinha adquirido foi suspensa três dias antes da data de regresso a Macau, acrescentando ser agora impossível marcar nova viagem, dado que os bilhetes para os próximos dias já se encontram esgotados.

“Quando contactei os serviços do autocarro dourado, disseram-me que os horários e a frequência dos autocarros são controlados pelo Governo e que não tinham sido notificados para aumentar ou mudar a frequência das viagens. Senti-me desiludido e chocado com este arranjo e também porque o Governo anunciou que aqueles que já tinham adquirido bilhete, deixaram, de repente, de o ter”, disse Ng, que se encontra a viver e a trabalhar em Hong Kong.

Para maiores de 50

A população não vacinada contra a covid-19 com mais de 50 anos vai receber uma mensagem de telemóvel nos próximos dias para que seja inoculada “o mais rápido possível”.

Na iminência de que os surtos comunitários nas regiões vizinhas possam chegar a Macau, o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, reitera em comunicado, que a vacinação contra a covid-19 pode reduzir a ocorrência de “doenças graves e até mortais” e que, actualmente, Macau dispõe de mais de 10.000 vagas diárias.

21 Fev 2022

Burla | Falso vendedor lesou 16 residentes em 3 milhões de patacas

Fazendo-se passar por funcionário de uma empresa de produtos electrónicos, um residente de Macau de 38 anos burlou 16 residentes em cerca de 3 milhões de patacas através da venda porta-a-porta de aparelhos set-up box. Polícia Judiciária lança apelo para a população não abrir a porta a estranhos

 

A Polícia Judiciária (PJ) deteve um residente de Macau de 38 anos, por suspeitas de lesar, no total, 16 vítimas em cerca de 3 milhões de patacas, com a venda de produtos electrónicos porta-a-porta.

Segundo dados da PJ citados pelo canal em língua inglesa da TDM, desde Novembro do ano passado que o homem alegava pertencer a uma empresa de tecnologia, para promover, porta-a-porta, a venda de vários produtos electrónicos, como aparelhos set-up box. Além disso, oferecia descontos para convencer as vítimas a comprarem e a pagarem um sinal, no momento.

No interior dos apartamentos, ao oferecer descontos especiais às vítimas, o suspeito levava-as a acreditar que, quanto mais pagassem, maior seria o desconto e ainda que, mais tarde, poderia ser devolvida uma fatia maior do sinal adiantado.

Além disso, o suspeito aliciava os potenciais compradores através da demonstração de produtos como computadores portáteis e telemóveis que poderiam vir a ser seus mediante o pagamento de montantes avultados. No entanto, uma das vítimas que acabaria por apresentar queixa, não conseguiu recuperar o sinal, nem contactar com o burlão.

Após uma investigação, o suspeito acabou por ser detido pela PJ descobrindo-se que outras 16 vítimas tinham também sido burladas. O prejuízo total destas vítimas foi de 2,93 milhões de patacas.

Algumas vítimas reportaram ainda terem recebido cheques enviados pelo suspeito, no valor dos montantes transferidos anteriormente pelas vítimas através de aplicações móveis. No entanto, os cheques não tinham cobertura.

“Algumas vítimas dirigiram-se ao banco para levantar o dinheiro dos cheques, mas isso revelou ser impossível, devido à falta de verbas na conta do suspeito. As vítimas contactaram o suspeito que, por sua vez, emitiu mais cheques sem cobertura”, detalhou o porta-voz da PJ segundo a TDM.

Desconfiar sempre

Apontando que a maioria dos 16 lesados diz respeito a idosos, a PJ divulgou na sexta-feira um comunicado onde apela à população para não abrir a porta a estranhos, sem antes confirmar a sua identidade, junto da empresa ou entidade à qual dizem pertencer.

“Os burlões podem fingir serem diferentes tipos de pessoas tais como, funcionários dos serviços públicos, vendedores, empregados de empresa de correio rápido ou de manutenção”, começam por descrever as autoridades.

“A PJ alerta a população a estar atenta e não abrir facilmente a porta a pessoas desconhecidas, de modo a não dar qualquer oportunidade para os criminosos praticarem quaisquer actos de roubo, furto e de burla. Se estiver perante uma situação duvidosa, deve confirmar imediatamente através do contacto com a respectiva entidade, empresa ou ao porteiro”, é acrescentado. Na presença deste tipo de crime, a PJ aconselha a reportar imediatamente o caso através da linha aberta 993.

21 Fev 2022

Lei do jogo | Au Kam San preocupado com subsistência de casinos-satélite 

Au Kam San questionou, nas redes sociais, a continuação dos casinos-satélite, após a implementação da nova lei do jogo. Para o ex-deputado, o contexto de redução do jogo VIP e dos promotores de jogo deixa pouca margem de manobra para as operações destes espaços

 

São muitas as críticas que o ex-deputado à Assembleia Legislativa (AL), Au Kam San, deixa à proposta de lei do jogo, actualmente em discussão na especialidade, sobretudo no que diz respeito ao espaço destinado aos casinos-satélite.

Na sua visão, estes espaços de jogo “podem ou não continuar a funcionar pois não dependem de uma lei rigorosa, nem da Administração”. Tendo em conta que as alterações legislativas na China “estrangularam o funcionamento das salas VIP, qual o espaço de subsistência que os casinos-satélite vão ter? Isto é essencial”, questionou.

A actual proposta de lei determina que os casinos-satélite só poderão funcionar nas instalações das concessionárias de jogo às quais estão ligados, sendo que esta medida deverá afectar, em grande parte, a Sociedade de Jogos de Macau. Esta tem sido, aliás, uma das principais matérias debatidas pelos deputados nas reuniões da comissão permanente encarregue de analisar este diploma.

Para Au Kam San, caso a concessionária coloque estes espaços de jogo em hotéis integrados nas suas propriedades, pode contratar junkets para a operacionalização das mesas de jogo, evitando pagar comissões ou ter lucros partilhados na sua gestão.

Demasiado rápido

O antigo deputado, ligado ao campo pró-democracia, entende que as alterações previstas na proposta de lei foram apresentadas sem cuidado e que o Governo já tinha um plano prévio antes de apresentar esta proposta aos deputados.

“O relatório relativo à consulta pública foi publicado em pouco tempo e a proposta de lei foi tornada pública imediatamente depois disso. Isso significa que a consulta pública não passou de uma formalidade e que o seu resultado não importa, pois o Governo já teria um plano determinado antes de lançar as alterações”, defendeu Au Kam San.

O antigo deputado lembrou que a proposta de alteração à lei do jogo deveria ter sido tornada pública em 2020 ou mesmo antes, a fim de se concluírem os trabalhos de apreciação antes do final da VI Legislatura da AL. No entanto, o Executivo acabou por adiar o lançamento da consulta pública e esta só aconteceu em Setembro do ano passado. A entrega do diploma para a análise em sede de Conselho Executivo e a sua apresentação ao hemiciclo ocorreria em pouco tempo, apontou.

“A apresentação tão rápida da proposta de lei do jogo significa que esta pode não ter sido elaborada de forma cuidada, por isso espera-se que venha a ser melhorada. Na verdade, tendo em conta a minha experiência como deputado ao longo de tantos anos, as propostas de lei apresentadas pelo Governo têm sempre pouco qualidade e, quando analisadas pelos assessores jurídicos, são sempre detectadas muitas falhas.” Para Au Kam San, a proposta de lei do jogo não será, por isso, uma excepção.

21 Fev 2022

AL | Coutinho quer que idosos possam manter postos de trabalho 

O deputado José Pereira Coutinho quer debater no hemiciclo o direito de permanência dos idosos nos postos de trabalho, mesmo que atinjam a idade da reforma, tendo em conta a lei em vigor. O deputado denuncia a existência de discriminação no mercado laboral face à saída destas pessoas

 

José Pereira Coutinho vai apresentar na Assembleia Legislativa (AL) uma proposta de debate sobre o direito de escolha dos idosos em permanecerem nos seus postos de trabalho, quer seja na Função Pública ou no sector privado. Na nota justificativa, o deputado considera existirem cenários de discriminação e pede ao Governo que seja reforçado, neste aspecto, o regime jurídico de garantias dos direitos e interesses dos idosos.

No âmbito desta lei, “os idosos com idade igual e superior a 65 anos de idade, e que possuam capacidade de trabalho, devem ter o direito fundamental e legal de escolha de continuarem a trabalhar”. Desta forma, deve “clarificar-se o actual regime jurídico dos direitos e interesses dos idosos quanto ao seu direito fundamental de escolha de permanência no seu posto de trabalho”, defende o deputado.

Para Pereira Coutinho, a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) deu “um passo tímido” ao criar um balcão de atendimento destinado a proporcionar serviços de emprego aos mais velhos.

No entanto, o deputado entende que devem ser “eliminadas todas as práticas discriminatórias, como a ‘forçada’ desvinculação do trabalho na Função Pública e no sector privado pelo facto de se atingir a idade de 65 ou 60 anos de idade. [Há também discriminação] na nova contratação desses idosos”.

Exemplos de fora

José Pereira Coutinho apresenta ainda o exemplo do que se passa em vários países europeus e asiáticos, incluindo Japão e Singapura, onde “idosos mais experientes” continuam a assumir cargos de liderança. “A troca de experiências entre gerações é muito importante, mas também requer uma boa coordenação por parte do empregador.”

No caso de Macau, existe “um crescente envelhecimento da população e a esperança média de vida é cada vez mais elevada, o que faz com que muitos idosos com idade igual ou superior a 65 anos pretendam, de livre vontade, continuar a trabalhar, e muitas vezes são cargos exercidos ao longo da vida”.

Ainda em matéria de actuação governativa, o autor desta proposta de debate recorda a colaboração da DSAL com o Instituto de Acção Social e com o Fundo de Segurança Social “no sentido de incentivar as entidades empregadoras para manterem os trabalhadores idosos, através da atribuição de prémios aos melhores trabalhadores séniores”. Neste contexto, “foram também feitos vários vídeos promocionais de empregabilidade da população idosa sob o lema ‘Força da terceira idade’, com o intuito de fomentar a ideia de que os idosos podem continuar a ser úteis à sociedade”.

21 Fev 2022

Patinagem | Dupla chinesa campeã olímpica. Valieva falha pódio no individual

Sui Wenjing e Han Cong conquistaram o ouro na vertente de pares da patinagem artística, alcançando uma medalha que fugia à China desde 2010. No individual, a russa Anna Shcherbakova arrebatou o ouro, numa prova onde Valieva não chegou ao pódio

Com Lusa 

 

A dupla Sui Wenjing e Han Cong conquistou no sábado a medalha de ouro na vertente de pares da patinagem artística, fechando assim o programa da modalidade com uma vitória em casa, naquele que foi o penúltimo dia de competição dos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022.

A consagração da dupla da casa chegou após Sui e Han alcançarem uma pontução total de 239.88, que resultou das notas máximas alcançadas tanto no deccorer do programa curto, como do programa livre. Depois de terem conquistado a prata em PyeongChang 2018 e no Mundial de 2021 e sucessivos pódios internacionais desde 2015, Sui Wenjing e Han Cong arrebataram finalmente o lugar mais alto do pódio.

A medalha de prata foi para a dupla do Comité Olímpico Russo, Evgenia Tarasova e Vladimir Morozov, que obtiveram uma pontuação de 239.25, tendo o bronze sido atribuído aos compatriotas Anastasia Mishina e Aleksandr Galliamov (237.71), invictos desde o mundial de 2021.

Com esta vitória, Sui Wenjing e Han Cong tornaram-se na segunda dupla chinesa na história dos Jogos Olímpicos de Inverno, a conquistar uma medalha de ouro na patinagem artística. Isto, após Shen Xue e Zhao Hongbo, terem sido campeões olímpicos em Vancouver 2010. Em declarações ao Olympic Chanel após a vitória, Sui Wenjing recordou o trabalho feito e as dificuldades.

“Passámos por muita coisa e, ao início, nem éramos tidos como favoritos. As pessoas diziam que éramos ‘zebras’, porque os nossos corpos não eram ‘feitos’ para a patinagem artística. Tradicionalmente, espera-se que os homens sejam altos e as mulheres pequenas”, disse Sui.

“Se não há um caminho, nós construímos o nosso próprio caminho e assim fazemos a nossa própria história”, completou a patinadora.

Vladimir Morozov, vice-campeão olímpico mostrou-se contente com a prata. “Não sentimos muito stress e acho que conseguimos patinar como um só. Trabalhámos muitos anos para conquistar esta medalha e, por isso, ela tem um significado muito grande”, afirmou.

Já Anastasia Mishina, medalha de bronze, afirmou estar já de olhos postos na próxima competição, com o objectivo de voltar a superar a dupla chinesa.

“Queremos a desforra, mas isso depende, claro, se nossos rivais vão continuar a competir”, apontou. Por sua vez, Aleksandr Galliamov, o seu par, exaltou os novos campeões olímpicos.

“Os que terminaram no primeiro e no segundo lugar, fizeram apresentações verdadeiramente fantásticas. São rivais de muito valor e nós estamos gratos por competir com estes atletas lendários”, disse.

Gelo fino

Na vertente individual, a russa Anna Shcherbakova sagrou-se campeã olímpica de patinagem artística, numa prova em que a sua compatriota Kamila Valieva, a favorita e figura central de uma polémica por doping, foi quarta.

Valieva, autorizada pelo Comité Olímpico Internacional (COI) a disputar o concurso individual depois de um problema com doping que suspendeu a entrega do ouro do concurso colectivo, não conseguiu segurar o primeiro lugar conseguido após o programa curto, e terminou o programa livre com uma pontuação total de 224,09, fora do pódio.

Aos 17 anos, Anna Shcherbakova juntou o título olímpico ao mundial, somando 255,95 pontos, à frente da compariota Alexandra Trusova (251,73) e da japonesa Kaori Sakamoto (233,13), medalhas de prata e bronze, respectivamente.

“Dei 100 por cento e deixei toda a minha energia no gelo. Ainda não caiu a ficha acerca do resultado. Preciso de tempo, porque estou feliz com a minha apresentação, mas ainda não assimilei que a competição acabou. Sinto-me como se ainda precisasse competir”, contou Anna Shcherbakova ao Olympic Chanel.

Kamila Valieva, que no programa de quinta-feira protagonizou vários desaires inesperados, tem estado no centro de uma polémica devido a um resultado positivo por doping que levou à sua suspensão, entretanto anulada, dos Jogos Pequim 2022.

A jovem russa, actual campeã europeia, testou positivo a trimetazidina no dia 25 de Dezembro, durante os campeonatos da Rússia, e foi suspensa já no decurso dos Jogos de Inverno, mas a decisão foi mais tarde levantada.

No dia 11 de Fevereiro, a Agência Russa Antidopagem (RUSADA) decidiu abrir um inquérito interno a todos os treinadores e médicos em torno de Valieva, que é “menor de idade” e, portanto, passível de ter visto os seus interesses mal defendidos por pessoas com essas funções.

Depois de o COI ter suspendido a entrega de medalhas da prova coletiva, que a Rússia venceu e na qual Valieva participou, o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS, na sigla inglesa) autorizou a jovem atleta a manter-se nos Jogos de Pequim 2022 e a poder participar na prova individual.

Comitiva portuguesa acredita num futuro promissor após resultados inéditos

O chefe da Missão de Portugal aos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022, Pedro Farromba, afirmou na quinta-feira, à chegada a Lisboa, que foram cumpridos todos os objectivos e que se abriram muitas portas para o crescimento dos desportos de Inverno.

“Foi uma missão muito completa em termos de resultados, tivemos três atletas, participámos em cinco competições e em três delas melhorámos os resultados anteriores, que era o objectivo que tínhamos definido antes de partirmos”, começou por dizer Pedro Farromba.

Farromba falou das condições difíceis de Yangqiing, na China, com as temperaturas a chegarem aos 22 graus negativos e ainda dos constrangimentos relativos à covid-19, mas garantiu que “a equipa estava motivada” e que todos os atletas, apesar de estreantes em Jogos Olímpicos mostraram “uma vontade muito grande de representar” o país.

“Acho que, para além dos resultados que obtivemos, que foram realmente excepcionais tendo em conta aquilo que é a nossa escala e dimensão, temos aqui um futuro promissor e abrem-se aqui muitas portas para continuarmos a trabalhar nos desportos de Inverno”, assumiu.

Farromba destacou ainda o trabalho do Comité Olímpico de Portugal e da Federação de Desportos de Inverno de Portugal, que abriu recentemente o Pavilhão de Gelo da Serra da Estrela.

“Independentemente das idades, todos têm ainda uma margem de progressão significativa. Acho que o gelo vai ter uma palavra importante no futuro, até pelo facto de a Federação ter aberto o Pavilhão de Gelo da Serra da Estrela, acho que vamos ter novidades interessantes nos próximos Jogos Olímpicos”, adiantou Farromba.

Trabalho e dedicação

Ricardo Brancal fez a sua estreia olímpica aos 25 anos e saiu de Pequim com o 37.º lugar na prova de slalom gigante e ainda com 39.º lugar na prova de slalom.

“Foi uma experiência única, foi a melhor experiência da minha vida e trabalhei para isso. A nível competitivo, o objectivo era melhorar as marcas anteriores, eu tinha dito que um top-50 seria muito bom e isso foi ultrapassado. Revela que houve trabalho e dedicação e que no momento certo as coisas correram bem. Podiam ter corrido muito mal, mas o apoio dos portugueses ajudou muito, ajudou-me a estar concentrado e focado no dia da prova e o resulto foi muito positivo para Portugal”, revelou o esquiador, que conseguiu melhorar o 66.º posto de Arthur Hanse em PeyongChang 2018 na disciplina.

Além de Brancal, Portugal contou com a participação de mais dois atletas. A esquiadora portuguesa Vanina Oliveira, de 19 anos, saiu de Pequim com um 46.º lugar na prova de slalom gigante e não terminou a prova de slalom, devido a um erro logo à saída da segunda manga.

Já José Cabeça, de 25 anos, terminou a prova de 15 km estilo clássico no esqui de fundo na 88.ª posição e tornou-se o melhor representante luso na disciplina nos Jogos Olímpicos.

Doping | Atleta ucraniana Lidiia Hunko testa positivo

A Agência Internacional de Testes (ITA) diz que a atleta ucraniana Lidiia Hunko testou positivo a um esteroide anabolizante nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022. A ITA disse o resultado foi apurado após a competição de bobsleigh, realizada na passada segunda-feira, na qual Lidiia Hunko terminou em 20.º lugar. Hunko é a terceira atleta a testar positivo para doping nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022 e a segunda da Ucrânia, depois da esquiadora de fundo Valnetyna Kaminska.

Nos três casos foi detectada a presença de um esteroide. A jovem de 28 anos ficou em segundo lugar no concurso Mundial da Mulher Mais Forte de 2016, de acordo com a biografia oficial de atleta das olimpíadas de Inverno que decorrem na capital chinesa.

China | Eileen Gu faz história no esqui de estilo livre

A jovem chinesa Eileen Gu, de 18 anos, tornou-se na primeira atleta do esqui de estilo livre a conquistar três medalhas na mesma edição dos Jogos de Inverno, ao sagrar-se campeã olímpica de ‘halfpipe’.

Com origens chinesas e norte-americanas, Eileen Gu juntou o ouro conquistado na sexta-feira ao conseguido na prova de ‘big air’ e à prata no ‘slopestyle’, repetindo as medalhas conseguidas em 2020 nos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude.

“Fiquei emocionada, e disse para mim própria que merecia isto. Foi um belo final para esta aventura olímpica. Estou exausta, mas feliz. Acabei de ter as melhores duas semanas da minha vida”, afirmou Eileen Gu, no final da prova, na qual a canadiana Cassei Sharpe, que defendia o título, foi segunda e a sua compatriota Rachael Karker, terceira.

Nascida na Califórnia, filha de pai norte-americano e mãe chinesa, Eileen Gu, que ainda chegou a competir pelos Estados Unidos, estuda na universidade de Stanford e brilha como modelo, tendo já sido capa de várias revistas de moda.

Também na sexta-feira, na patinagem de velocidade, o holandês Thomas Krol juntou o título olímpico dos 1.000 metros ao europeu e à prata que já tinha ganho na prova dos 1.500 metros, deixando o canadiano Laurent Dubreuil no segundo lugar e o norueguês Havard Holmefjord no terceiro.

Na competição que encerrou o programa de biatlo feminino, a francesa Justine Braisaz-Bouchet, que não estava no lote das favoritas, conquistou o ouro na prova de largada em massa de 12,5 quilómetros.

Numa prova disputada com 13 graus negativos e uma humidade de 41 por cento, as norueguesas Tiril Eckhoff e Marte Olsbu, ficaram com a prata e com o bronze, respectivamente.

21 Fev 2022

Carmen Amado Mendes, presidente do CCCM: “Queremos congregar a comunidade científica” 

Tomou posse há dois anos e desde então que tem procurado re-organizar as instalações do Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM) e reunir académicos, empresários, diplomatas e o público em geral. Com um novo plano estratégico em vigor para um período de dez anos, Carmen Amado Mendes fala de falta de recursos humanos e das dificuldades financeiras colmatadas com o apoio de instituições

 

Que balanço faz destes dois anos à frente do CCCM?

Penso que a análise que fiz no plano estratégico foi muito realista e não tive surpresas face aos problemas que identifiquei e aos desafios que me esperavam. Estes dois anos têm sido uma tentativa de dar resposta a isso e desenvolver projectos que posicionem o CCCM no lugar de promoção do conhecimento na área dos estudos asiáticos, e não apenas junto de um público especializado, como os académicos, mas do público em geral. Queremos também abranger essa função de think-thank, incluindo os diplomatas e os empresários. Mas as dificuldades que identifiquei no início mantiveram-se ao longo destes dois anos.

E quais foram, concretamente?

A maioria delas esteve ligada com a falta de recursos humanos e financeiros. Sem o apoio da Fundação Jorge Álvares teria sido impossível concretizar muitas das obras de transformação do Centro, ou coisas básicas como a instalação do sistema Zoom no auditório. E o apoio da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) também facilitou, pois ao atribuirmos bolsas de doutoramento FCT a estudantes que ficam envolvidos na nossa actividade científica, ganhámos muito em recursos humanos qualificados. Temos dificuldades financeiras, acentuadas pelo atraso na aprovação do Orçamento de Estado. Temos ainda a questão das instalações provisórias, pois durante todos estes anos de vida do CCCM temos pago renda pelo espaço onde tínhamos a biblioteca e o arquivo, e isso não fazia qualquer sentido. Finalmente conseguimos concluir as obras no nosso edifício onde fica o museu, o que nos permitiu mudar a biblioteca, e deixar de pagar renda. Com isso promovemos o uso de salas de aula para as formações que disponibilizamos e gabinetes para investigadores. Estou contente por estarmos já numa fase final.

O CCCM estava subaproveitado nas suas funções?

Não faço essa afirmação. Acho que é difícil alguém estar na presidência do Centro, e tendo em conta a limitação dos recursos humanos e financeiros, concentrar-se em muitas coisas ao mesmo tempo. A presidência anterior teve a grande visão de apostar em projectos científicos que posicionaram o CCCM no mapa numa área de investigação específica, inclusivamente de muitas instituições europeias, que eu tenho vindo a aprofundar e a tornar mais abrangente. No entanto, tenho dado prioridade à requalificação das instalações, e também à resolução de uma série de problemas burocráticos, como a legalização de espaços. Foi opção minha apostar em juntar os académicos e criar condições para que as pessoas viessem ao Centro, criar bolsas de doutoramento para trazer jovens investigadores e publicar dissertações de mestrado e teses de doutoramento de valor. Temos como áreas privilegiados de investigação as relações internacionais, a História, filosofia, línguas e tradução chinês-português, incluindo línguas minoritárias, como é o caso do crioulo macaense. Mas isso não significa que não nos possamos abrir a outros campos de investigação, como o científico e, por exemplo, promover o diálogo entre a medicinal ocidental e a chinesa, bem como outro tipo de ciências.

Relativamente ao projecto do think-thank. Quais as grandes questões às quais o CCCM pretende dar resposta?

Ainda não podemos falar em órgão, nem em grupo de pessoas, é apenas uma ideia que sempre me acompanhou ao longo da minha vida académica. Sempre mantive esta preocupação com a aplicabilidade prática da investigação, numa ligação com diplomatas e com empresários interessados nas áreas desenvolvidas no Centro. À medida que vamos juntando académicos de várias áreas de trabalho, empresários e diplomatas, conseguimos organizar eventos dos quais estes grupos profissionais retirem alguma vantagem e utilidade para a tomada de decisões. Quis dar a conhecer o Centro aos diplomatas da Ásia que estão em Lisboa, porque muitos deles achavam que o facto de o Centro ter Macau no nome que a sua missão se restringia ao território, e tenho dito que a sua missão é a promoção das relações Europa-Ásia. Os diplomatas têm mostrado interesse e temos desenvolvido acções de cooperação concretas.

Pretendem reforçar as parcerias com Macau, por exemplo?

Temos com a Universidade de Macau (UM) um protocolo com resultados concretos e evidentes de colaboração profícua. Um desses resultados é o envolvimento da UM na criação de publicações conjuntas do CCCM, bem como a criação de uma rede de arquivos digitais de todas as bibliotecas e arquivos que, em Lisboa, têm documentação sobre a Ásia [Portuguese Asian Digital Archives Network]. A UM tem sido o nosso parceiro privilegiado entre as instituições de ensino superior em Macau, disso não há dúvidas. Estabelecemos também protocolos com a Universidade de São José e com a Universidade Cidade de Macau, que tem tido um envolvimento muito activo nestas conferências que estamos a organizar. O CCCM manteve o acordo com o Instituto Politécnico de Macau. Estamos a negociar um protocolo com a Universidade de Ciências e Tecnologia, e com o Instituto de Estudos Europeus assinámos um acordo em Junho do ano passado. Fora do meio académico, gostaria de destacar a cooperação com o IPOR, que contamos que tenha resultados concretos a curto prazo.

Que outros projectos relevantes vão desenvolver nos próximos tempos?

Vamos aumentar a oferta formativa, por exemplo na área da história da arte e da caligrafia chinesa, em cooperação com o Center for Language Education and Cooperation (CLEC). Em breve vamos fazer uma Oficina de Patuá e manter a colaboração com a Universidade Alcântara Sénior no ensino da disciplina de cultura chinesa e História de Macau. Estamos em conversações com uma rádio local para a criação de visitas de estudo online ao nosso museu, bem como de um programa do ensino da cultura chinesa em mandarim, patuá e cantonense. A nível dos museus estamos a criar o circuito asiático, que será um roteiro para quem tem interesse em ver arte relacionada com a Ásia em Lisboa. Contactámos todos os museus que têm colecções ou peças relevantes sobre este continente. Estamos também a concluir a edição de um Catálogo do Museu, que conta com o apoio de instituições de Macau. Mas os projectos mais próximos são mesmo as três conferências da Primavera, dedicadas a Macau, China e restante Ásia. Tive a preocupação, quando cheguei, de considerar o Centro como uma plataforma de ligação dos académicos e estrangeiros, com ligação a Portugal, que trabalham sobre a Ásia. Não temos recursos fixos, com um grande número de investigadores, mas temos uma grande capacidade para atracção e junção desses académicos. Em Portugal não somos tão poucos a trabalhar sobre a Ásia, mas somos poucos por instituição. Se não trabalharmos em conjunto, dificilmente teremos visibilidade internacional. A prioridade é congregar a comunidade científica; quero que estas conferências sejam de toda a comunidade.

18 Fev 2022

Hong Kong | Situação pandémica obriga a reforço de medidas em Macau

A partir de segunda-feira, quem vier de Hong Kong e Taiwan terá de cumprir um período de auto-gestão de saúde de sete dias, que se soma aos 14 dias de quarentena, não podendo viajar para o Interior da China. Funcionários públicos devem vacinar-se com as duas doses até segunda-feira

 

O Centro de Coordenação e de Contingência do novo tipo de coronavírus decidiu reforçar algumas medidas de combate à covid-19, tendo em conta a situação epidémica em Hong Kong, que ontem registou mais de seis mil novos casos de contágio.

Desta forma, a partir da próxima segunda-feira, dia 21, será obrigatória a realização de uma auto-gestão de saúde de sete dias para quem viaja de Hong Kong e Taiwan para Macau, somando-se a quarentena obrigatória de 14 dias.

Segundo Leong Iek Hou, médica e coordenadora do Centro, “neste período [de auto-gestão de saúde] não é permitida a deslocação para o Interior da China via Macau, devendo estas pessoas submeterem-se a testes de ácido nucleico”. “Se estes testes não forem efectuados nas datas indicadas o código de saúde destas pessoas fica amarelo até se obter um resultado negativo”, acrescentou.

Desde as seis da manhã de ontem, quem viaja de Hong Kong deve ainda esperar pelo resultado do seu teste de ácido nucleico no posto fronteiriço, sendo que este período de espera pode ser de seis horas.

As autoridades pedem ainda à população para ter cuidado ao manusear encomendas, jornais e revistas vindas de Hong Kong. “Apelamos às empresas de diferentes níveis de comércio e à população para adoptar medidas preventivas, prestando atenção aos jornais e revistas provenientes de Hong Kong. Embora o risco seja relativamente baixo, estes jornais não devem ser deixados em qualquer lado e devem lavar as mãos.”

Sim à vacinação

Outra das medidas anunciadas ontem pelo Centro de Coordenação prende-se com a obrigatoriedade de os funcionários públicos terem de se vacinar até segunda-feira.

“Exigimos que todos os trabalhadores completem as duas doses da vacina até ao dia 21. A taxa de vacinação dos funcionários públicos, com duas ou três doses da vacina, é de 83,6 por cento. Há ainda espaço para um aumento. Quanto aos testes, temos a capacidade para realizar 72 mil”, disse Leong Iek Hou.

Quanto aos estudantes de Macau que se encontram retidos em Hong Kong por não conseguirem encontrar um quarto para a quarentena, as autoridades adiantaram que entre ontem e hoje vão chegar 50 alunos, que ficarão alojados no hotel Tesouro.

Lau Fong Chi, chefe do departamento de comunicação e relações externas da Direcção dos Serviços de Turismo, disse que têm sido estabelecidos contactos para encontrar mais quartos de hotéis para quarentena, mas que nesta fase existem dificuldades no processo. Desta forma, foi aconselhado a que os estudantes contactem directamente as unidades hoteleiras e aguardem por um quarto em lista de espera.

18 Fev 2022

Lei do jogo | Deputados pedem clarificação sobre segurança nacional

O conceito de ameaça à segurança nacional não vem definido na lei e os deputados querem perceber em que condições é que as concessionárias podem ser consideradas uma ameaça e verem rescindidos os contratos

 

Os deputados da 2.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa querem explicações sobre o que se entende como “ameaça à segurança nacional e da RAEM”. Em causa, está o artigo da futura Lei do Jogo que permite ao Governo retirar as concessões do jogo às empresas, sem o pagamento de qualquer compensação.

“Segundo a lei, o contrato para a exploração do jogo com as concessionárias pode ser rescindido sem qualquer pagamento, se for considerado que as concessionárias representam uma ameaça à segurança nacional ou à RAEM”, afirmou Chan Chak Mo, presidente da comissão.

“Mas, como é que é considerado que uma concessionária é uma ameaça à segurança nacional? Os critérios para fazer essa consideração não estão definidos”, começou por explicar o deputado. “Portanto, como é que sabemos que foi praticada uma ameaça à segurança nacional? Será que é o Chefe do Executivo que decide? E com base em quê? Em indícios ou porque foi provado que a concessionária violou as disposições da lei da segurança nacional? Temos de perguntar ao Governo”, acrescentou.

A rescisão do contrato sem pagamentos às empresas pode ser feita também nas situações em que se considera que falta idoneidade. No entanto, este critério é claro para os deputados, porque vem definido num artigo do diploma.

Trabalhador pagador

Os deputados estão ainda preocupados com a proposta do Governo que obriga os administradores das concessionárias, mesmo que não sejam accionistas, a assumirem a responsabilidade “por todas as dívidas”.

“Segundo a proposta, os administradores são solidariamente responsáveis pelas dívidas das concessionárias, inclusive das fichas em circulação”, indicou Chan Chak Mo. “Que a empresa tenha de assumir as dívidas, assim como os accionistas, tudo bem, é compreensível. Agora, que o membro tenha de assumir igualmente as responsabilidades parece-nos demasiado rigoroso”, queixou-se. “O administrador não é sócio da empresa, é apenas um trabalhador”, justificou.

Para os deputados, é assim preocupante que um administrador de uma empresa tenha de assumir responsabilidades por dívidas que podem levar mais de 15 anos a prescrever. “Segundo o Código Civil de Macau as dívidas têm um prazo de 15 anos de validade. Será que o trabalhador durante esse prazo vai ter de assumir essas responsabilidades? E será que é viável?”, questionou.

Depois de cinco dias a fazer uma primeira análise à lei do jogo, a comissão vai agora elaborar uma lista com as perguntas para serem levantadas junto dos representantes do Governo. Esta fase deve demorar cerca de uma semana, e depois há a esperança que possam ser realizadas as reuniões com os representantes do Executivo, o que se espera que aconteça no próximo mês.

18 Fev 2022

Ambiente | Lei Chan U preocupado com abate de motos

O deputado elogia o programa para subsidiar o abate das motos mais poluentes, mas quer saber quais os planos do Governo para lidar com os veículos abatidos. A reciclagem das baterias dos veículos eléctricos, que têm um ciclo de vida de cinco a oito anos, é outra das questões a ter de ser resolvida

 

Lei Chan U está preocupado com as consequências do programa que subsidia o abate de motos, aquando a compra de motos eléctricas. Para o deputado, o território corre o risco de não ter espaço para guardar os veículos abatidos, nem capacidade para lidar com as baterias eléctricas descartadas.

Segundo o programa apresentado no início da semana, na compra de uma moto eléctrica, o Governo subsidia o abate da moto antiga. No entanto, a viatura para abate tem de ter mais de 12 anos e oito meses e estar em circulação, ou seja, matriculada. O valor do subsídio é de 3.500 patacas. Os cálculos das autoridades apontam que a medida vá resultar num abate de 2.550 a 7.650 motos.

Contudo, o número é considerado preocupante para Lei Chan U, deputado da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM). “Nos últimos anos, o número de viaturas abatidas em Macau cresceu de forma dramática, e muitos dos lugares de estacionamento do Governo para guardar os veículos abatidos ou retirados das ruas estão cheios”, justificou o legislador, numa interpelação escrita.

Lei recorda que nos últimos anos foi estabelecido um mecanismo para que Macau enviasse viaturas abatidas para o Interior, mas que o número de veículos mandado para o outro lado da fronteira “nunca foi satisfatório”.

Por isso, considerou que o projecto piloto ficou aquém das expectativas.
Assim, o deputado questionou se o Executivo fez um planeamento sustentável sobre o impacto do programa e da capacidade para lidar com os veículos acumulados.

Das baterias

Além das viaturas abatidas, outro problema para Lei Chan U passa pelas baterias. Segundo os dados citados pelo deputado, uma bateria de um veículo eléctrico tem uma vida que dura de cinco a oito anos.

Contudo, com a tecnologia dos veículos eléctricos a acumular anos, surgem problemas por todo o mundo sobre o que fazer com as baterias descartadas. Lei aponta o exemplo do Interior onde só em 2020 cerca de 200 mil toneladas de baterias foram descartadas, sem que houvesse a preparação necessária para lidar com este tipo de lixo.

O deputado aponta que se as baterias não forem tratadas podem tornar-se uma fonte de poluição. Neste contexto, Lei Chan U pede ao Executivo de Ho Iat Seng que revele os seus planos para lidar com as baterias que daqui a uns anos vão ser descartadas na RAEM.

Apesar das questões levantadas na interpelação escrita, Lei Chan U considera que a iniciativa do Governo é positiva e um passo em frente na direcção correcta de protecção do ambiente.

18 Fev 2022

Esqui | Austríaco Strolz conquista segunda medalha e repete feito do pai em 1988

Ao conquistar a medalha de prata no slalom de esqui alpino, o austríaco Johannes Strolz repetiu o feito do pai em Calgary 1988, de conquistar duas medalhas olímpicas. O francês Clement Noel arrecadou o ouro na modalidade. Canadá e EUA ficam de fora da final de hóquei no gelo

Com Lusa 

 

O francês Clement Noel sagrou-se, na quarta-feira, campeão olímpico de slalom de esqui alpino, enquanto o austríaco Johannes Strolz conseguiu a medalha de prata, que junta ao ouro alcançado no combinado, repetindo assim o feito alcançado pelo pai em 1988. Isto quando, recentemente se viu assolado por uma série de lesões que o impediram de obter resultados de alto nível.

Na pista de Yanging, nos arredores de Pequim, Noel confirmou o favoritismo e, aos 24 anos, arrecadou o ouro olímpico que lhe faltava no palmarés, recheado de triunfos em taças do mundo, deixando a prata para Strolz, que conseguiu um feito histórico.

“Olá, pai, ganhámos o mesmo nos Jogos Olímpicos, duas medalhas”, foram as primeiras palavras do austríaco a um canal televisivo do seu país, depois de ter conquistado a prata, que junta ao ouro conseguido no combinado.
Poucos acreditavam que Johannes, de 29 anos, conseguisse repetir os dois pódios alcançados pelo pai nos Jogos Olímpicos de Inverno Calgary 1988, sobretudo depois de há cerca de um ano e meio ter começado a treinar sozinho, devido a lesões que não lhe permitiram lutar por resultados de topo.

Há 34 anos, o pai, Hubert Strolz, sagrou-se campeão olímpico no combinado, feito que o filho, que arrecadou a prata no slalom, repetiu na quinta-feira passada, e conquistou a prata na prova de slalom gigante.

Já no esqui de fundo por equipas, na variante de “sprint’, a Noruega conquistou o ouro, permitindo a Johannes Klaebo conseguir o seu segundo título olímpico em Pequim, que junta ao do ‘sprint’ individual, e a quarta medalha nos Jogos de 2022. A Finlândia conseguiu a medalha de prata e a Rússia, que compete sob bandeira do seu comité olímpico, o bronze, com Alexander Bolshunov a alcançar o quarto pódio em Pequim.

No esqui acrobático, o chinês Guangpu Qi repetiu o ouro conseguido na prova de equipas mistas e arrecadou o segundo título olímpico conseguido “em casa”, superiorizando-se ao ucraniano Oleksandr Abramenko e ao russo Illia Burov, medalhas de prata e bronze, respectivamente.

Recorde-se que Portugal, que esteve representando em Pequim por três atletas, despediu-se na quarta-feira da competição, com o esquiador Ricardo Brancal a terminar na 39.ª posição a prova de slalom, entre 88 participantes.

Além de Brancal, Portugal esteve também representando no esqui alpino por Vanina Oliveira, 43.ª no slalom gigante e desclassificada no slalom, e por José Cabeça, que terminou no 88.º lugar nos 15 km estilo clássico no esqui de fundo.

Favoritos de fora

A jornada competitiva de quarta-feira ficou também marcada pelo afastamento das equipas do Canadá e Estados Unidos da Améric (EUA) da prova masculina de hóquei no gelo

O feito de eliminar os EUA nos quartos de final da prova ficou a cargo da Eslováquia, que viria a vencer por 3-2 nas penalidades por morte súbita, após terem estado a perder por 2-1 até ao minuto final da partida

Para dar a volta ao texto a segundos do fim, os eslovacos tiveram de arriscar e inclusivamente prescindiram do guarda-redes para tentar empatar a partida, facto que viria mesmo a acontecer, através do golo milagroso do capitão Marek Hrivik, a 0,43s do final.

Já nas penalidades, o destaque foi para o guarda-redes Patrik Rybar, que foi capaz de parar três investidas norte-americanas e para Peter Cehlarik, o único capaz de converter um tento nesta fase.

“O mais importante foi termos sido capazes de parar as investidas deles no primeiro período e isso permitiu depois começarmos a a jogar o nosso jogo. É um resultado que nos deixa felizes. Levar o jogo para prolongamento foi muito bom. Um guarda-redes tem que estar sempre focado, porque oportunidades como esta não aparecem todos os dias”, disse o defensor da baliza eslovaca, Patrik Rybar, ao Olympic Channel.

Por sua vez, o Canadá foi eliminado poi 2-0 frente à Suécia, ficando assim consumada a segunda grande surpresa da competição. Os dois golos da vitória aconteceram no terceiro tempo e tiveram a assinatura de Lucas Wallmark e Anton Lander. Outra figura em destaque durante a partida, foi o guarda-redes sueco Lars Johansson, que cometeu a proeza de parar 33 remates da equipa canadiana.

Contas feitas, Rússia, Finlândia, Eslováquia e Suécia avançam para as meias-finais, abrindo assim a porta para que o título olímpico de hóquei no gelo ser arrebatado por uma nação europeia.

Epopeia de portugueses do bobsleigh em 1988 dá um filme

A saga de cinco portugueses que, sem praticarem a modalidade, criaram uma equipa e, em menos de um ano, se apuraram no bobsleigh para os Jogos Olímpicos de Inverno Calgary 1988 vai dar origem a um filme documental.

A informação foi adiantada à agência Lusa pelo produtor, Diogo Machado, que se interessou pela “história ao estilo português do desenrasca, insólita”, de António Reis, João Poupada, Jorge Magalhães, João Pires e Rogério Bernardes, emigrantes no Canadá e ex-atletas olímpicos numa modalidade que em Portugal não se pratica e é relativamente desconhecida.

Os cinco portugueses, quatro deles estudantes na altura e todos atletas de outras modalidades, ambicionaram estar nos Jogos Olímpicos que iam decorrer no país de acolhimento e, depois de muitas peripécias, conseguiram estar na competição com as cores lusas vestidas e a utilizar trenós alugados.

O grupo acabou por rasgar um caminho inóspito, num desporto dispendioso, e de uma miragem, transformou o sonho em realidade, jornada que chamou a atenção da produtora PawkPawkPawk, de Santo Tirso.
“Queremos contar a jornada épica do herói que consegue ultrapassar todas as adversidades e chegar ao seu auge, neste caso aos Jogos Olímpicos. É uma mensagem de que é possível derrubar obstáculos e, em conjunto, alcançar algo maior, levar uma ideia até ao fim”, antecipou, em declarações à agência Lusa, Diogo Machado, segundo o qual o projecto está ainda “numa fase embrionária”.

O quinto filme do realizador Dinis Machado encontra-se em período de desenvolvimento até ao final de 2022, para a “angariação de financiamento, parcerias, construção da base e da produção”.
Diogo Machado prevê que a rodagem só comece no final de 2022 ou no início de 2023, para a película ser lançada em 2024.

Orgulho imenso

António Reis, um dos protagonistas da história, disse que se alguém lhe contasse o que ele fez com os quatro colegas como ideia para um filme, “diria que é inverosímil”. “É uma história que nos transcende, maior do que nós, e tivemos orgulho de a viver”, vincou.

O consultor em marketing e antigo assessor político e publicitário afirmou ter ficado “super contente” ao saber do interesse da produtora, por entender que “é uma história que merece ser contada”.

“É uma história tipicamente portuguesa, de improviso, de emigrantes, de aventura, de ir contra o vento e chegar lá. Tenho orgulho de a poder contar”, frisou, à Lusa, António Reis, natural de Avintes, Gaia, agora com 65 anos.

O ex-atleta olímpico desafiou depois quatro outros portugueses com preparação física, três estudantes universitários e um ainda no liceu, para embarcarem “na aventura” olímpica.

“Isto é o português que se atreve e faz. É a história de Portugal, um país de aventureiros. Metaforicamente, representa o que somos, o ser português”, sintetizou, à agência Lusa, António Reis, na altura com 31 anos, o mais velho dos cinco.

Patinagem | Choi Minjeong revalida título na velocidade

A sul-coreana Choi Minjeong sagrou-se na quarta-feira bicampeã olímpica nos 1.500 metros na patinagem de velocidade, repetindo assim nos Jogos Olímpicos de Pequim, o ouro conquistado em PyeongChang 2018. A italiana Arianna Fontana conquistou a prata e a holandesa Suzanne Schulting arrecadou o bronze. A sul-coreana garantiu a medalha de ouro após concluiu a distância em 2min17s89, enquanto Fontana fez 2min17s86 e Schulting, 2min17s86. “É verdadeiramente surreal. Conquistei a minha segunda medalha de ouro nos 1500 metros e isso torna tudo ainda mais empolgante do que em PyeongChang. Queria defender o meu ouro, e é maravilhoso sentir que o meu esforço surtiu efeito no final,” afirmou a patinadora ao Olympic Channel, actual recordista mundial na distância.

 

Agenda para hoje

Biatlo (15h00 e 17h00) – Medalhas
Bobsled (a partir das 9h40)
Curling (a partir das 14h05) – Medalhas
Esqui Estilo Livre (a partir das 9h30) – Medalhas
Hóquei no Gelo (a partir das 12h10 e 21h10)
Patinagem artística (18h30)
Patinagem de velocidade (16h30) – Medalhas

* O canal em língua portuguesa da TDM transmite diariamente as competições dos Jogos Olímpicos de Inverno, entre as 10h00 e as 13h30. A partir das 14h30 as provas podem ser acompanhadas no canal de Desporto da TDM em língua chinesa

18 Fev 2022

Covid-19 | HK com mais de seis mil casos. Sete hospitais públicos acima da capacidade

A quinta vaga da pandemia parece não dar tréguas em Hong Kong. Hoje a região atingiu a fasquia dos 6.116 novos casos, numa altura em que sete hospitais públicos já atingiram ou excederam a sua capacidade. Nesta fase há 20 doentes para cada profissional de saúde, quando a média habitual é de quatro para um

 

As autoridades de Hong Kong registaram hoje 6.116 novos casos diários de covid-19, uma situação que levou a que sete hospitais públicos do território tenham atingido ou mesmo ultrapassado a sua capacidade de resposta.

Segundo o jornal South China Morning Post, David Chan Kwok-shing, presidente do sindicato Hospital Authority Employees Alliance, descreveu que o rácio actual é de 20 doentes para cada profissional de saúde, quando a média normal é de quatro doentes para um. O mesmo responsável frisou que alguns profissionais médicos “nunca enfrentaram uma situação tão má”, sendo que o Corpo de Bombeiros também enfrenta uma “severa falta de recursos humanos”. Neste sentido, David Chan Kwok-shing apela ao Governo para dar resposta face à enorme falta de profissionais para dar resposta ao aumento de doentes com covid-19.

Dados da Autoridade Hospitalar, citados pelo canal de rádio e televisão RTHK, revelam que esta quarta-feira um total de 4.142 pessoas foram às urgências, sendo que 17 por cento desses pacientes foram admitidos. Os 17 hospitais públicos do território têm habitualmente uma taxa de ocupação na ordem dos 95 por cento, mas ontem unidades como o Hospital Príncipe de Gales, Tin Shui Wai e Tseung Kwan O excederam a sua capacidade, com taxas de ocupação de 108, 107 e 106 por cento, respectivamente. Outras unidades de saúde também operaram com todas as vagas ocupadas.

A agência Xinhua noticiou ontem que as autoridades de Guangdong vão enviar para Hong Kong epidemiologistas e equipamentos de testagem da covid-19, mediante instruções do director da Comissão Nacional de Saúde da China, Wang Hesheng.

E as eleições?

Carrie Lam, Chefe do Executivo de Hong Kong, garantiu esta semana que não vai decretar um confinamento geral no território, mas já há quem defenda que as eleições para este cargo, que estão marcadas para o dia 27 de Março, devem ser adiadas.

É o caso de Tam Yiu-chung, único delegado de Hong Kong à Assembleia Popular Nacional, que apontou, a um programa de rádio, que outras matérias deveriam ser adiadas para que o foco político seja apenas a luta contra a pandemia.

“É muito importante controlar os surtos o mais cedo possível, porque é uma questão de vida ou morte. O Presidente Xi Jinping disse que esta deveria ser a nossa prioridade. Tudo o que nos possa distrair, devemos colocar em suspenso”, disse, segundo o canal RTHK.

No entanto, o conselheiro do Executivo Ronny Tong disse que é preciso olhar para o que consta na Lei Básica do território, que determina mandatos de cinco anos para o cargo do Chefe do Executivo.

“Segundo a nossa lei eleitoral, podemos adiar as eleições até um máximo de 42 dias. Mas penso que temos de ser muito cuidados, porque adiar a eleição significa que estamos a restringir o período disponível para que a próxima Administração forme um novo Governo”, explicou.

17 Fev 2022

Imobiliário | Projecto de Kevin Ho no Porto em desenvolvimento

Chama-se “Torre Miramar” e é o primeiro projecto imobiliário desenvolvido em Portugal pelo grupo KNJ Investment Limited, do empresário Kevin Ho. Anunciado em 2019 na cidade do Porto, por ocasião da visita do então Chefe do Executivo, Chui Sai On, ao país, o projecto deu finalmente os primeiros passos ao ser adjudicado a um gabinete de arquitectura sediado no Porto, o OODA, após aprovação pela Câmara Municipal do Porto.

Segundo um comunicado, a “Torre Miramar” apresenta-se como uma “escultura habitável” da cidade situada no norte de Portugal, pretendendo ser um “novo marco” e um “projecto arrojado e dinâmico” que tem constituído um desafio para a equipa composta por arquitectos, promotores, empreiteiros e engenheiros.

Serão construídas tipologias habitacionais com mais de 200 metros quadrados de varanda, num edifício que promete fazer parte da “skyline” da cidade.

Citado por um comunicado, Diogo Brito, sócio do OODA, adiantou o projecto imobiliário de Kevin Ho não é mais do que uma “tempestade perfeita”. “Numa torre de forte vocação estética, são estas varandas panorâmicas e dinâmicas que criam tanto o tema de conceito como a oportunidade do exercício plástico e escultórico que se concebeu integralmente em betão. (…) Desejámos algo potencialmente irrepetível…uma escultura habitável.”

Luxo na Foz

Situado numa das zonas nobres da cidade do Porto, a Foz, o edifício “Torre Miramar” destaca-se pela sua “singularidade na paisagem que se prolonga até ao mar, beneficiando de um quadro visual e sensorial único”.

O OODA explica ainda que a composição volumétrica do edifício revela “uma arquitectura integrada com a ambição de desenvolver tipologias de habitação com mais de 200 metros quadrados de varanda”. Além disso, “no topo do pódio, surge um volume vertical com 15 andares, paralelo à estrada e com aproximadamente a mesma altura das torres naquela zona”.

No piso térreo será construído um átrio com ginásio e outros espaços comuns que “estabelecem continuidades com o solo vegetal e natural”, além de se criar “um microclima com biodiversidade que está presente na vegetalização desejada”.

Além da “Torre Miramar”, o empresário Kevin Ho vai também renovar o edifício onde actualmente se localiza a sede e redacção do Jornal de Notícias, transformando-o num hotel. “Temos projectos que não exigem muito dinheiro, embora a renovação do edifício do JN seja o projecto mais pesado em termos de orçamento”, disse Kevin Ho em 2019.

17 Fev 2022

China Star | Prolongada opção de compra de terreno junto à AL

O terreno em questão encontra-se ocupado por máquinas e oficinas. Em 2001 foi trocado pela Casa do Mandarim. A empresa China Star Entertainment é propriedade do realizador de cinema Charles Heung e já tem 50 por cento dos direitos de exploração do lote

 

A China Star Entertainment prolongou até 5 de Janeiro de 2023 a opção para ficar com 75 por cento de um terreno em frente da Assembleia Legislativa. A informação foi avançada pela companhia do empresário e realizador de cinema Charles Heung, num comunicado à bolsa de Hong Kong.

O terreno é denominado Lote 7 da Zona C do Plano de Urbanização da Zona da Baía da Praia Grande, tem como destino a construção de habitações, e aguarda há vários anos por uma licença de construção, que estava dependente do Plano Director. Apesar de ficar à frente do órgão legislativo, o terreno tem sido ocupado para guardar máquinas e outras viaturas, e pode facilmente ser confundido com um ferro velho.

Segundo a informação fornecida pela China Star Entertainment, a concessão do terreno encontra-se na posse da empresa Splendid-Construção e Investimento Imobiliário, que por sua vez é controlada a 100 por cento pela empresa offshore Overprofit.

Em 2016, 50 por cento da Overprofit já tinha sido vendida à China Star Entertainment, por Tiffany Chen Ming Yin, a troco de 400 milhões de dólares de Hong Kong. A este preço, é ainda acrescentado um montante variável, dependente da construção e vendas no local. Tiffany Chen, além de ser directora na China Star é igualmente esposa e mãe dos filhos de Charles Heung.

O negócio entre Tiffany e a China Star Entertainment previa também uma opção de compra para que a empresa aumentasse o controlo do terreno em mais 25 por cento, que teria de ser exercida até Abril deste ano. Esta opção agora foi agora prolongada, até Janeiro do próximo ano.

Os restantes 25 por cento da Overporfit estão na posse da empresa AGrade Holdings Limited, propriedade de uma empresária de Hong Kong identificada como Wong Hoi Ping.

Trocado pela Casa do Mandarim

Em 2001, o Lote 7 da Zona C do Plano de Urbanização da Zona da Baía da Praia Grande era propriedade do Governo da RAEM. No entanto, Ao Man Long, então secretário para os Transportes e Obras Públicas, assinou um despacho a trocar a concessão do terreno com 4,7 mil metros quadrados por outros dois terrenos onde consta a Casa do Mandarim, ou em chinês, Casa Cheang.

A troca de terreno foi realizada com uma outra empresa, a Companhia de Construção e Investimento Predial Legstrong. Esta nunca surge mencionada nos documentos enviados à bolsa de Hong Kong pela China Star, pelo que não é possível saber em que condições foi feita a transferência da concessão da Legstrong para a Splendid-Construção e Investimento Imobiliário.

O comunicado desta semana também não faz um ponto de situação sobre as licenças de construção no local. Em 2016, o terreno teve aprovada uma Planta de Condições Urbanísticas, que permitia construir casas no local com uma altura máxima de 34,5 metros, no que representaria uma área bruta de residências de 26.047 metros quadrados e 5.200 metros quadrados de estacionamento.

No entanto, a documentação de 2016 já referia a necessidade de ser emitido prolongamento do período para o desenvolvimento do terreno, que estava dependente do Plano Director. Este entrou em vigor esta semana. O terreno tem uma concessão temporária que se prolonga até 21 de Agosto de 2026.

17 Fev 2022

Ambiente | EPM na Associação Nacional de Coberturas Verdes 

A Escola Portuguesa de Macau tornou-se membro da Associação Nacional de Coberturas Verdes, que trabalha em prol de infra-estruturas mais amigas do ambiente. Desta ligação, irão nascer mais acções de formação para pais e alunos e projectos sustentáveis, como é o caso da criação de jardins verticais, com financiamento do FDCT

 

Está formalizada a ligação da Escola Portuguesa de Macau (EPM) à Associação Nacional de Coberturas Verdes (ANCV), que trabalha em prol da criação de infra-estruturas e edifícios mais sustentáveis do ponto de vista ambiental. A ANCV é, por exemplo, responsável pelo primeiro guia de coberturas verdes lançado em Portugal, seguido pelo Governo.

Ao HM, a investigadora Cristina Calheiros, vice-presidente da ANCV e investigadora na Universidade de São José, disse que desta ligação poderão nascer acções de formação para professores e alunos, além de estar previsto um levantamento das mudanças necessárias no edifício da EPM a favor de uma maior sustentabilidade.

“Trabalhamos [a ANCV] com municípios, empresas e instituições de ensino. A ligação à EPM permite uma maior proximidade a Macau. Eles têm planeadas estas soluções de base, como coberturas verdes ou jardins verticais, e esperamos que, no futuro, possamos participar activamente em vários projectos”, disse Cristina Calheiros.

Andreia Ramos, docente da EPM, foi uma das impulsionadoras desta ligação à ANCV. “Queremos continuar a desenvolver projectos na escola, contando com o importante contributo do conhecimento especializado que a ANCV nos pode fornecer, e queremos também contar com colaborações locais.”

Um dos planos, financiados pelo Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e Tecnologia (FDCT), passa pela construção de mais jardins verticais na escola. “O projecto está em andamento e contamos ter, em breve, mais espaços verdes. Este projecto conta com a colaboração da arquitecta paisagista Isabel Lúcio, que nos apoia no terreno, e de Cristina Calheiros que, através da plataforma Zoom, transmite o seu vasto conhecimento em soluções baseadas na natureza aos alunos”, frisou Andreia Ramos.

Nicho de mercado

Para Cristina Calheiros, Macau é o território ideal para apostar em infra-estruturas mais verdes, pois está em causa um nicho de negócio por explorar que pode gerar empregos. “Existe uma pressão muito grande em termos de urbanização e de edificado, que tem de se transformar para fazer face a esses desafios [ambientais]. Não é uma questão de estética, mas de emergência”, apontou.

Para a investigadora, o território tem de ter uma zona costeira mais resiliente e há que olhar para questões como o nível térmico ou gestão da água nos edifícios. Cristina Calheiros aponta que já existem parcerias entre o ensino superior e os casinos para a edificação destas infra-estruturas mais sustentáveis, mas que falta iniciativa por parte do sector público.

“Em cidades como Singapura, no Vietname ou na China, estão a ser incorporadas estas soluções baseadas na natureza. Se tivermos em Macau um tecido empresarial para dar resposta, temos uma enorme gama de oportunidades”, concluiu.

Manuel Machado, presidente da direcção da EPM, disse ao HM que é “essencial a colaboração da escola com este tipo de associações”. O objectivo é “aumentar a literacia ambiental junto dos nossos alunos e a abordagem destas questões ligadas ao ambiente e à sustentabilidade”.

Para o responsável, são matérias “importantes nos dias de hoje e sobretudo em Macau, onde os alunos vivem num ambiente citadino”. Com o projecto de uma horta pedagógica a decorrer, está nos planos da escola desenvolver uma outra, “em moldes diferentes, aproveitando o pouco espaço que temos aqui”, frisou Manuel Machado.

17 Fev 2022

Ano Novo | Ho Iat Seng reitera confiança no futuro do país

O Partido, a Pátria e a Confiança no Futuro do País. São estes os eixos, segundo Ho Iat Seng, para a revitalização do navio gigante da “nação chinesa”, em que Macau deve participar para garantir a estabilidade e prosperidade

 

O Partido, a Pátria e a Confiança no Futuro do País. Foram estes os três eixos destacados por Ho Iat Seng, Chefe do Executivo, na Festa da Primavera Oferecida pelo Gabinete de Ligação do Governo Central.

Num discurso em que o contexto nacional foi a principal tónica, Ho Iat Seng garantiu que os residentes se identificam com o Partido Comunista e reconhecem a sua autoridade. “Os residentes de Macau têm os seus sentimentos de identidade com o Partido Comunista da China, de pertença à grandiosa Pátria e de orgulho em ser chinês reforçados e estão cheios de confiança no desenvolvimento futuro”, afirmou Ho Iat Seng.

O Chefe do Executivo considerou ainda que o mundo viveu mudanças “sem precedentes nos últimos cem anos” e que “a grande Pátria é o firme respaldo de Macau para garantir a estabilidade e prosperidade duradouras”.

Em sintonia com o discurso do Governo Central, Ho Iat Seng deixou muito claro que “a grande revitalização da nação chinesa” é imparável. “Independentemente das mudanças a nível internacional, o navio gigante ‘Zhonghua’ irá decerto navegar corajosamente e avançar rumo à grande revitalização da nação chinesa”, prometeu.

Ainda em relação ao ano que começa, Ho Iat Seng disse ser “crucial” para os objectivos da “nação chinesa” e que vai ficar marcado pela realização dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim e o 20.º Congresso Nacional do Partido Comunista da China. Este último evento deverá acontecer no Outono e garantir a Xi Jinping um terceiro mandato.

Resultados positivos

Sobre o ano que passou, Ho Iat Seng indicou que foi “manifestamente invulgar”, contudo, apontou que devido à “firma liderança do Governo Central” os resultados foram positivos. “No ano que passou, com a firme liderança do Governo Central e o forte apoio da Pátria, o Governo da RAEM coordenou as acções de prevenção e controlo da epidemia com as de recuperação socioeconómica e promoveu a recuperação gradual da economia, o que contribuiu para um desenvolvimento social tendencialmente estável e positivo”, discursou.

Diante do Governo Central, Ho Iat Seng destacou ainda como triunfos da política local as eleições da 7.ª Assembleia Legislativa, em que foram excluídos pela primeira vez candidatos por motivos políticos, e o aperfeiçoamento contínuo do “regime jurídico da defesa da segurança nacional”. Estes dois aspectos foram ainda indicados como a concretização “plena” do “princípio Macau governada por patriotas”.

17 Fev 2022

Pequim 2022 | Fillon Maillet entra para a história do biatlo. Su Yiming de ouro

Ao conquistar a quinta medalha nas estafetas, o francês Quentin Fillon Maillet tornou-se no atleta de biatlo mais medalhado numa só edição dos Jogos Olímpicos. Su Yiming, de 17 anos, alcançou o ouro para a China na prova de big air do snowboard. Valieva classificou-se na primeira posição do programa curto da patinagem artística
Com Lusa

 

O francês Quentin Fillon Maillet somou na terça-feira, a quinta subida ao pódio nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022, tornando-se no atleta de biatlo mais medalhado na mesma edição da competição, ao alcançar a prata na estafeta masculina 4×7,5 km.

Fillon Maillet, que se junta a um restrito lote de 12 atletas com cinco subidas ao pódio numa mesma edição de Jogos de Inverno, venceu, em Pequim, mais duas pratas e duas medalhas de ouro, e vai ainda disputar uma prova amanhã.

Na prova que deu a prata a Maillet, Johannes Boe, que integrou o quarteto norueguês, alcançou o seu terceiro ouro e a quarta medalha nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022. A Rússia, que compete sob a bandeira do seu comité olímpico, alcançou o bronze.

“É incrível, não contava com isto. Mas hoje [terça-feira] não estava a lutar pelo recorde, mas sim pela equipa. Isso para mim é o mais importante porque somos amigos. Queria ter a oportunidade de partilhar um bom momento em equipa e isso aconteceu hoje. Uma medalha de prata, é um momento muito bom”, refletiu Fillon Maillet, ao Olympic Channel.

A competição que viria a ser marcada por um grande equilíbrio, foi liderada pela equipa russa quase até ao final. No entanto, estes, viriam a ser ultrapassado na última carreira de tiro pela Noruega e pela França. A partir daí, os noruegueses assumiram a liderança, assegurando assim o tricampeonato nos Jogos de Inverno, depois conquistarem o título de campeões olímpicos em Salt Lake City 2002 e Vancouver 2010, dado que em PyeongChang 2018 conquistaram a medalha de prata.

Voar para vencer

Na prova de big air, que encerrou o programa olímpico do snowboard, Su Yiming, de 17 anos, alcançou o ouro, que junta agora à prata conquistada em slopestyle, e deu à China o seu primeiro título olímpico na modalidade.
Su Yiming partilhou o pódio com o norueguês Mons Roisland, medalha de prata, e com o canadiano Max Parrot, que conquistou o bronze, dias depois de se ter sagrado campeão olímpico de slopestyle.

“Isto é insano. Nunca tinha sentido nada parecido antes desta vitória. Estou muito feliz por dividir o pódio com o Mons e o Max, porque eles são ídolos para mim. Hoje [terça-feira] no big air, tentei dar o meu melhor, desfrutar da competição e divertir-me“, disse Su sobre a medalha conquistada.

Quando questionado se já tinha pensado em ser campeão Olímpico, Su Yiming foi peremptório: “Sim. Todos os dias, dos últimos quatro anos”, rematou.

Ainda no snowboard, a austríaca Anna Gasser revalidou o título de big air, conquistado há quatro anos em PyeongChang, impondo-se à neozelandesa Zoi Sadowski Synott, que alcançou a prata, e à japonesa Kokoma Murase, que ficou com o bronze.

Na prova rainha do esqui alpino feminino, a descida, a suíça Corinne Suter juntou o título olímpico ao mundial, partilhando o pódio com as italianas Sofia Goggia e Nádia Delago, medalhas de prata e bronze, respectivamente.
Sofia Goggia, que defendia o título olímpico conquistado em 2018, chegou aos Jogos de Pequim depois de uma recuperação em tempo recorde de uma lesão ao joelho, que há cerca de três semanas a obrigava a utilizar muletas.

Na vertente de slopstyle do esqui estilo livre, a vitória foi para a suíça Mathilde Gremaud, deixando para trás a favorita Eileen Gu, da República Popular da China, que só garantiu a prata no seu terceiro salto. Kelly Sildaru, da Estónia, arrecadou o bronze.

Valieva resiste

Apesar de estar envolta numa polémica relacionada com o consumo de substâncias ilícitas, a russa Kamila Valieva não vacilou e classificou-se na primeira posição do programa curto da patinagem artística.

Na segunda posição ficou Anna Shcherbakova, também do Comité Olímpico Russo. Na terceira posição ficou a japonesa Sakamoto Kaori. Destaque ainda para a participação de Higuchi Wakaba (quinta classificada) que, ao executar um axel triplo se tornou na quinta patinadora da história a realizar a manobra durante uma edição dos Jogos Olímpicos de Inverno.

Valieva acabou com uma nota de 82.16, com Shcherbakova, actual campeã Mundial a obter uma nota de 80.20, e Sakamoto de 79.84.

Segundo o Olympic Channel, as actuações foram marcadas por um nível técnico “muito elevado”. Ao som de “In Memoriam” (Kirill Richter), apesar de aparentar estar “tensa”, Valieva mostrou estar em forma, tendo ficado durante 46 centésimos no ar no seu primeiro salto.

Mais para o fim da mostra, a russa viria mesmo a arriscar um axel triplo e outras manobras de difícil execução, que executou sem mácula, alcançando assim a primeiro lugar entre as classificadas para a próxima fase.

 

Portugal termina participação com 39.º lugar de Brancal no slalom

O esquiador Ricardo Brancal terminou ontem a participação portuguesa nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022 com o 39.º lugar na prova de slalom, entre 88 participantes.

Na competição, que decorreu no Centro Nacional de Esqui Alpino, em Yanquing, o covilhanense, de 25 anos, terminou a primeira manga, mais exigente, na 46.ª posição, e melhorou o tempo na segunda descida, com um traçado mais directo e mais rápido, ficando a 22,22 segundos do novo campeão olímpico, o francês Clement Noel, que terminou as duas mangas em 1.44,09 minutos.

O austríaco Johannes Strolz juntou, ao ouro entretanto conquistado no esqui alpino combinado, a prata no slalom e o campeão do mundo, o norueguês Sebastian Foss-Solevaag, conquistou a medalha de bronze.

Na pista Ice River, Ricardo Brancal foi o 82.º atleta a entrar na prova que 43 esquiadores não terminaram, entre os quais o líder do ´ranking` mundial, o norueguês Lucas Braathen, o austríaco Manuel Feller ou o sueco Henrik Kristoffersen, o atleta em competição no slalom com melhor currículo. O timorense Yohan Gonçalves foi o último classificado, no 45.º lugar.

“No [slalom] gigante foram duas descidas estratégicas, para chegar ao fim. Agora no slalom arrisquei um pouco mais e as coisas correram bem, podiam ter corrido mal, mas felizmente estava sólido”, disse ontem Ricardo Brancal, em declarações à agência Lusa.

Depois de uma primeira manga que exigiu maior esforço físico, e que terminou “exausto”, na segunda “foi uma questão de acelerar em certos sectores e ter mais cuidado noutros”.

Resultado inesperado

Apesar de ter ultrapassado atletas na segunda descida e de estar “satisfeito com o resultado”, o esquiador da Covilhã definiu-se como “muito crítico” consigo próprio e referiu ter sentido que podia “ter feito um ou dois segundos melhor, o que iria alterar uma a duas posições na classificação”.

“Dei o meu melhor, mas acho sempre que falta qualquer coisinha”, frisou o atleta, que para já não pensa no futuro, depois de ano e meio de preparação.

Ricardo Brancal, que antes da partida para Pequim considerava um ‘top 50’ um excelente resultado, afirmou regressar a Portugal com resultados que não esperava, consequência da sua “dedicação” e de “uma ética de trabalho que deu frutos”.

“O 37.º lugar no slalom gigante e o 39.º em slalom eram resultados de que eu não estava à espera. Foram boas surpresas e, na minha estreia olímpica, levo dois grandes resultados para casa e para o nosso país”, acentuou o esquiador português.

Nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim2022, Portugal esteve também representando no esqui alpino por Vanina Oliveira, 43.ª no slalom gigante e desclassificada no slalom, e por José Cabeça, que terminou no 88.º lugar nos 15 km estilo clássico no esqui de fundo.

Doping | Defesa de Valieva diz que contaminação provocou positivo por doping

O resultado positivo de doping de Kamila Valieva que levou à sua suspensão, entretanto anulada, dos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022, foi provocado pela contaminação involuntária de um medicamento do avô, alegou na terça-feira a defesa da patinadora russa.

“O argumento apresentado é de que houve uma contaminação com um produto que o seu avô toma [para tratar problemas cardíacos]”, afirmou Denis Oswald, membro do Comité Olímpico Internacional (COI), em Pequim.

A jovem russa testou positivo a trimetazidina a 25 de Dezembro último, durante os campeonatos da Rússia, e foi suspensa já no decurso dos Jogos de Inverno, mas a decisão foi mais tarde levantada.

No dia 11 de Fevereiro, a Agência Russa Antidopagem (RUSADA) decidiu abrir um inquérito interno a todos os treinadores e médicos em torno de Valieva, que é “menor de idade” e, portanto, passível de ter visto os seus interesses mal defendidos por pessoas com essas funções.

Depois de o COI ter suspendido a entrega de medalhas da prova colectiva, que a Rússia venceu e na qual Valieva participou, o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS, na sigla inglesa) autorizou a jovem atleta de 15 anos a manter-se nos Jogos de Pequim 2022 e a poder participar na prova individual de patinagem artística.

O caso ocorre numa altura em que os desportistas russos participam em Pequim debaixo da bandeira do comité russo, uma vez que a Rússia foi banida dos Jogos devido a um grande escândalo de doping de Estado, do qual Moscovo se defende denunciando um complô anti-russo.

 

Agenda para hoje

Bobsled (a partir das 9h40)
Combinado Nórdico (15h00) – Medalhas
Curling (a partir das 09h05)
Esqui Alpino (10h30 e 14h00) – Medalhas
Esqui Estilo Livre (a partir das 9h30) – Medalhas
Hóquei no Gelo (12h10) – Medalhas
Patinagem artística (18h00) – Medalhas
Patinagem de velocidade (16h30) – Medalhas

* O canal em língua portuguesa da TDM transmite diariamente as competições dos Jogos Olímpicos de Inverno, entre as 10h00 e as 13h30. A partir das 14h30 as provas podem ser acompanhadas no canal de Desporto da TDM em língua chinesa

17 Fev 2022