Plano Director | Parcelas no COTAI deixam de estar na zona turística  

O Plano Director de Macau prevê que as parcelas de terreno 7 e 8, no Cotai, anteriormente concessionadas à Venetian, passem a estar na zona comercial e não na zona turística e de diversões, associada ao jogo. Para o advogado Carlos Lobo, esta é uma “decisão política” que pode colocar um impasse no futuro concurso público para operadoras de fora

 

Publicado esta segunda-feira em Boletim Oficial (BO), o tão esperado Plano Director de Macau não integra as parcelas 7 e 8, anteriormente concessionadas à Venetian SA, na zona turística e de diversões, mas sim na zona comercial. Na visão do advogado Carlos Lobo, esta é uma “decisão política” que reduz o espaço para a abertura de mais casinos.

“Estes terrenos sempre foram pensados para um projecto ligado a jogo, e sempre presumi que o Governo, quando fizesse um concurso público internacional e concorrencial, libertaria, pelo menos, um terreno para uma possível concessão ou para uma operadora estrangeira que ainda não estivesse presente em Macau, para esta poder concorrer.”

Os terrenos situam-se junto aos empreendimentos The Londoner e Macau Studio City, e foram posteriormente revertidos para a Administração. “Num futuro concurso público, como é que uma operadora de fora pode fazer propostas ao Governo quando não há terrenos disponíveis dedicados ao jogo?”, questionou Carlos Lobo.

O analista defende mesmo que tal situação pode gerar um impasse aquando da realização do concurso público para a atribuição de novas licenças de jogo. “Não estou a ver o Governo voltar atrás e classificar um novo terreno [para a finalidade de jogo]. Houve aqui uma clara decisão no sentido de não permitir que haja mais terrenos para casinos. Acho que estamos a fechar a porta a projectos do exterior”, entendeu Carlos Lobo.

Abre-se uma janela

Na visão do advogado, e também especialista em jogo, Óscar Madureira, esta decisão não surpreende, tendo em conta os sinais claros de que as autoridades pretendem reduzir o peso dos casinos na economia local.

“Se o Governo quer apostar na diversificação da economia e reduzir a exposição da economia a esta indústria, faz sentido esta alteração e disponibilizar uma menor área de jogo. Na verdade, Macau já tem muitas propriedades ligadas ao jogo e não fazia sentido continuar a expandir-se.”

O causídico entende que, mesmo sem novos casinos, poderão existir novos interessados no concurso público, pois “será aumentada a área comercial e de retalho, e pode haver mais oferta dentro desse modelo”. “Na verdade, aqueles terrenos nunca foram aproveitados e não houve uma alteração efectiva”, lembrou.

Segundo o Plano Director, as zonas comerciais “destinam-se essencialmente ao acolhimento de actividades de comércio e serviços e visam criar condições para a diversificação adequada da economia”. Nestes locais, pretende-se também “oferecer condições e um ambiente para a criação de indústrias emergentes e de ponta e articular a criação das zonas habitacionais, de modo a melhorar as condições para os residentes trabalharem nas zonas onde habitam”.

Por sua vez, relativamente à zona turística e de diversões, não existe uma referência explícita aos casinos. O Plano Director determina que estas áreas “destinam-se essencialmente à instalação de empreendimentos turísticos e serviços complementares e visam articular a distribuição dos demais usos dos solos, de modo a atingir um desenvolvimento conjunto, oferecendo aos turistas uma experiência de viagem abrangente, bem como optimizar a capacidade das instalações turísticas e de diversões”.

Urbanismo | Pedidos mais detalhes sobre distribuição populacional

A União Geral das Associações dos Moradores de Macau (UGAMM) espera que o Governo possa fazer bem o planeamento da cidade com base no Plano Director e revele em detalhe a distribuição da população pelas diferentes zonas. De acordo com o jornal Ou Mun, a presidente da UGAMM, Ng Sio Lai, considera que apesar de o Plano Director dividir Macau em 18 zonas tal não significa que as zonas são separadas, porque face à falta de terrenos deve haver uma lógica de complementaridade.

Ng Sio Lai sublinhou a necessidade de as zonas se complementarem e partilharem os equipamentos, como centros recreativos ou parques, em vez de adoptarem uma postura individual, ou seja, em que cada zona olha só para os seus interesses, o que pode levar a um duplicação de recursos desnecessária.

16 Fev 2022

Pandemia | Novo caso assintomático e 50 estudantes regressam este mês

Um trabalhador não residente em quarentena acusou positivo para a covid-19 ao fim de três dias em Macau. Ao todo, a DSEDJ revelou ter recebido 106 pedidos de ajuda de estudantes em Hong Kong que querem regressar ao território. Destes, 50 devem voltar ainda em Fevereiro, já que as autoridades dizem ter encontrado os quartos necessários para a realização da observação médica

 

Com parte do trabalho de prevenção epidémica focado na situação de Hong Kong, cuja quinta vaga levou ao registo de mais de 2.000 casos diários na segunda-feira, as autoridades anunciaram a detecção de um novo caso importado de um trabalhador não residente proveniente da região vizinha.

Quanto aos residentes de Macau que estão a estudar em Hong Kong e manifestaram intenção de regressar ao território devido ao agravamento da situação epidémica, a Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), apontou, segundo o jornal Ou Mun, ter recebido 106 pedidos de ajuda, entre os quais, 50 de estudantes que desejam voltar até ao final de Fevereiro.

Sobre o novo caso de covid-19, o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus aponta trata-se de um residente de Hong Kong de 51 anos que entrou em Macau na passada sexta-feira e que apenas acusou positivo para a doença ao fim de três dias de observação médica no Regency Art Hotel. Antes de acusar positivo, os testes de ácido nucleico realizados nos dias 11 e 13 de Fevereiro foram negativos.

Como medida de precaução, foi encaminhado para o Centro Clínico de Saúde Pública, onde vai cumprir isolamento. O paciente, inoculado com três doses da vacina Sinopharm não apresenta qualquer sintoma nem histórico de infecção por covid-19, tendo sido classificado como “caso importado de infecção assintomática” e não como caso confirmado. Isto, depois de as autoridades terem alterado os critérios de classificação de casos por covid-19 no início de Dezembro.

Solução à vista

Depois de vários alunos de Macau em Hong Kong terem relatado a impossibilidade de voltar ao território devido à falta de quartos para quarentenas, a DSEDJ revelou que, em coordenação com a Direcção dos Serviços de Turismo (DST), obteve entretanto por parte dos hotéis de observação médica a disponibilização dos quartos necessários para concretizar o regresso de cerca de 50 alunos durante o mês de Fevereiro.

Segundo um comunicado da DSEDJ, citado pelo jornal Ou Mun, os serviços de educação dizem ter recebido, no total, 106 pedidos de ajuda provenientes de estudantes de Macau em Hong Kong que desejam voltar ao território.

“A DSEDJ concluiu o seu trabalho de recolha. Um total de 106 estudantes do ensino superior que estão em Hong Kong manifestaram vontade de regressar a Macau, entre os quais, cerca de 50 pretendem voltar em Fevereiro. Após a coordenação entre a DST e os hotéis de observação médica, e de acordo com as exigências dos Serviços de Saúde (…) os estabelecimentos estão em condições de providenciar quartos aos estudantes que desejam regressar a Macau em Fevereiro”, pode ler-se no comunicado.

Na mesma nota, a DSEDJ sublinha ainda que irá manter uma comunicação próxima com todos os alunos que se encontram em Hong Kong e responder às solicitações em coordenação com a DST, a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) e os Serviços de Saúde.

16 Fev 2022

Ho Iat Seng | Media em português e inglês ajuda a divulgar Macau e China

O Chefe do Executivo sublinhou que as vantagens dos órgãos de comunicação social em língua portuguesa e inglesa de Macau “são cada vez mais relevantes” para dar a conhecer Macau e a China ao mundo e manter contacto com residentes no estrangeiro. Ho Iat Seng disse ainda esperar que a comunicação social potencie as ligações com os países de língua portuguesa e agradeceu o contributo dado na prevenção da pandemia

 

O Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, disse ontem esperar que os ‘media’ em português e inglês do território possam “ajudar o mundo a conhecer melhor Macau e a China” e que as suas vantagens “são cada vez mais relevantes”.

Os órgãos de comunicação social (OCS) em língua portuguesa e inglesa de Macau têm levado notícias sobre “o desenvolvimento do Interior da China” tanto aos residentes a viver fora da cidade como aos “estrangeiros que estão atentos à situação de Macau”, disse o Chefe do Executivo, num almoço oferecido aos representantes de uma dezena de órgãos de comunicação social em língua portuguesa e inglesa do território.

“As vantagens do jornalismo português e inglês são cada vez mais relevantes no sector, e muitos residentes de Macau que se encontram no estrangeiro ou os estrangeiros que estão atentos à situação de Macau, adquirem informações da RAEM ou ficam a conhecer o desenvolvimento do Interior da China através da plataforma de notícias dos OCS portugueses e ingleses locais”, apontou.

Por isso mesmo, o Chefe do Executivo frisou esperar que os profissionais da comunicação social “continuem a potenciar as suas vantagens” e a aproveitar a presença num meio multicultural, multilínguístico e próximo da cultura chinesa para “potenciar as suas funções de ligação na Plataforma entre a China e Países da Língua Portuguesa” e na iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”.

Ho Iat Seng pediu ainda aos ‘media’, a divulgação de notícias, “de forma oportuna e correcta”, sobre a Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, também conhecida como Ilha da Montanha.

“Neste novo ano, a cooperação entrou numa fase de implementação e desenvolvimento. Espero que o sector da comunicação social de Macau possa divulgar informações, de forma oportuna e correcta, sobre os recentes desenvolvimentos da Zona. Assim como, através de vários meios e de forma profissional, aprofundar o conhecimento da comunidade portuguesa e inglesa sobre as políticas e projectos da Zona de Cooperação Aprofundada, participando juntos na construção dos projectos”, disse Ho Iat Seng durante o discurso.

Elos de ligação

O Chefe do Executivo agradeceu ainda o papel que os órgãos de comunicação social em português e inglês têm tido na transmissão das informações oficiais sobre a prevenção da pandemia de covid-19.

Ho Iat Seng disse que os ‘media’ são um “elo” que permite ao Governo de Macau perceber “as necessidades e expectativas” das comunidades de língua portuguesa e inglesa e agradeceu aos profissionais pelo desempenho das suas funções.

“Os profissionais da comunicação social portugueses e ingleses são o elo entre as diversas comunidades e o Governo, profissionais e responsáveis, permitindo que o Governo possa inteirar-se, de forma integral, das necessidades e expectativas de diversos residentes, e que as acções governativas possam abranger todos os grupos da sociedade”.

16 Fev 2022

Casinos-satélite | Futuro de trabalhadores preocupa deputados

Os legisladores querem perceber quais as medidas do Governo para lidar com o crescimento do desemprego ligado ao fim dos casinos-satélite. O assunto dominou, pelo segundo dia consecutivo, o debate na especialidade da nova lei do jogo

 

Na reunião de ontem da comissão da Assembleia Legislativa que discute a Lei do Jogo, os deputados focaram as atenções no futuro dos empregados que trabalham nos casinos-satélite. Os legisladores querem saber qual vai ser o futuro destas pessoas em caso de encerramentos ou falências.

À imagem do encontro de segunda-feira, a reunião para analisar o diploma na especialidade voltou a mobilizar vários deputados, com oito não-membros a participarem na discussão, entre os quais José Pereira Coutinho e Ângela Leong. Uma vez mais, os legisladores mostraram-se preocupados com a obrigação de os imóveis onde operam os casinos-satélite serem propriedade das concessionárias. A medida é vista como o fim dos casinos-satélite, e existe a preocupação de que vá aumentar o desemprego, através da dispensa de vários trabalhadores e pelo impacto para os negócios à volta desses casinos.

“Além do deputado José Pereira Coutinho, houve mais seis deputados que levantaram muitas questões sobre a transição dos casinos-satélites para as operadoras. As pessoas querem perceber como vão ser tratados os trabalhadores no caso de ocorrerem falências”, explicou Chan Chak Mo, presidente da Comissão Permanente da AL. “Há também quem questione se o prazo de três anos é suficiente para assegurar que a transição decorre sem problema”, acrescentou.

Face à reunião de segunda-feira, o presidente da comissão reconheceu que ontem existiu “um tom mais pesado” sobre a matéria. Contudo, o assunto ficou para já arrumado, até às próximas reuniões com a presença de membros do Executivo terem lugar.

“Já falei com os deputados que não podemos continuar a discutir esta questão em todas as reuniões. Só vamos voltar ao assunto nas reuniões com o Governo”, sublinhou.

Novos jogos

A reunião de ontem serviu assim para concluir a discussão de alguns assuntos que Chan Chak Mo afirmou serem de “generalidade” e entrar no debate sobre o texto proposto.

Nesta fase da discussão, os deputados focaram as atenções na autorização para as concessionárias explorarem novos jogos de casino. “Actualmente, há 24 tipos de jogos que podem ser explorados pelas concessionárias. E se surgir um novo jogo? Será que todas as concessionárias têm de fazer um pedido individual para poder explorá-lo? Ou a partir do momento que uma concessionária faz o pedido, todas podem explorar esse jogo?”, questionou o presidente da comissão. “A resposta a esta pergunta não é clara, por isso queremos perguntar ao Governo como encarar esta parte da lei”, justificou.

Os trabalhos da comissão prosseguem esta tarde, com mais uma reunião agendada para as 16h30. Os deputados têm como meta terminar a discussão do diploma na generalidade, incluído a votação, até ao final de Junho.

16 Fev 2022

Beijing 2022 | Dupla francesa conquista ouro na dança do gelo

Ao som de “Elegie”, a dupla francesa Gabriella Papadakis e Guillaume Cizeron arrebatou o título olímpico na dança do gelo, batendo o recorde mundial de pontuação na patinagem artística (226.98). Nos saltos acrobáticos de esqui estilo livre, a medalha de ouro sorriu a Xu Mengtao, que conquistou assim o primeiro título olímpico na modalidade para a República Popular da China

 

Numa ode à sintonia, à cumplicidade e à técnica, a dupla francesa Gabriella Papadakis e Guillaume Cizeron conquistou na segunda-feira a medalha de ouro na dança do gelo da patinagem artística. Ao som de Elegie (Gabriel Faure), Papadakis e Cizeron, não só superaram a prata obtida em PyeongChang 2018, como bateram ainda o record mundial nesta vertente ao alcançar uma pontuação inédita (226.98).

A medalha de prata da competição foi para a dupla Victoria Sinitsina e Nikita Katsalapov, do Comité Olímpico Russo (ROC), ao passo que o bronze foi para os norte-americanos Madison Hubbell e Zachary Donohue (EUA).

Aplaudidos de pé no final da actuação que viria a garantir o ouro olímpico, Gabriella Papadakis e Guillaume Cizeron protagonizaram uma performance que roçou a perfeição pelo entrosamento, precisão de movimentos, execução técnica, sintonia e estética. Como resultado, a apresentação é já considerada uma das melhores de sempre da história da modalidade. Isto, para além de ter sido a primeira medalha de ouro conquistada pela França na vertente em mais de 20 anos.

“Acho que ainda não acredito. Honestamente é completamente surreal porque era algo que desejávamos há anos. Esta medalha é tudo o que queríamos. O meu cérebro ainda não compreende bem o que se está a passar”, disse Gabriella Papadakis durante a conferência de imprensa realizada após a cerimónia de entrega de prémios, segundo o Olympic Channel.

Sobre a dedicação que foi depositada nas últimas temporadas para que este objectivo se materializasse, a atleta frisou que a medalha de ouro “era a única desejada” e que os últimos quatro anos foram “muito difíceis e de muito trabalho”.

Por sua vez Guillaume Cizeron partilhou o que sentiu durante a apresentação que viria a ser histórica.
“Honestamente, não me lembro de muita coisa (risos)…não sei, é como se o tempo parasse. É como se entrasses num embalo que depois acaba de forma súbita”, apontou.

Já a dupla Victoria Sinitsina e Nikita Katsalapov (ROC) arrecadou a medalha de prata após uma apresentação que misturou suavidade e força, não registou falhas de maior e foi ovacionada pelo público. Ao som de Sergei Rachmaninov (concerto de piano número dois), música que começa de forma suave e vai crescendo, a dupla conseguiu, segundo o Olympic Channel, conduzir a performance com leveza, flexibilidade e elegância. Victoria Sinitsina e Nikita Katsalapov obtiveram 220.51 de nota final.

Quanto à performance que atribuiu o bronze a Madison Hubbell e Zachary Donohue (EUA), Drowning (por Anne Sila) foi a melodia escolhida que deu o mote para a dupla preencher praticamente todo o espaço no gelo de forma “espectacular”. Segundo o Olympic Chanel, Hubbell e Donohue foram irrepreensíveis na componente técnica, na interpretação e composição. Isto, além de terem ido “ao limite” nos elementos apresentados e sido “ousados”. Madison Hubbell e Zachary Donohue obtiveram 218.02 de nota final.

Ouro inédito

Memorável foi também a medalha de ouro conquistada por Xu Mengtao, na vertente de saltos acrobáticos do esqui estilo livre (aerials), tornando-se assim na primeira atleta da República Popular da China a subir ao lugar mais alto do pódio na modalidade em Jogos Olímpicos. A prata foi para Hanna Huskova (Bielorrússia), enquanto o bronze seria atribuído a Megan Nick (EUA).

“Estou muito feliz. Esta é a primeira medalha de ouro da China no aerials feminino e isso é simplesmente fantástico,” afirmou Xu Mengtao ao Olympic Channel, que viria a alcançar uma pontuação final de 108.61.

Numa final marcada por emoção e manobras arriscadas, a bielorrusa Hanna Huskova parecia estar encaminhada para renovar o título conquistado em PyeongChang 2018, depois de um primeiro salto impressionante onde obteve uma pontuação de 107.91. Contudo, Xu Mengtao estava decidida em ser ainda mais atrevida e, na última descida, acabou mesmo por superar Huskova e conquistar o ouro.

“Foquei-me apenas em executar as melhores manobras que estavam ao meu alcance e acabei por conseguir fazer isso mesmo” destacou a atleta da República Popular da China, que conquistou igualmente uma medalha de prata na prova de equipas mistas. Huskova, que tentava o bicampeonato Olímpico, pontuou 107.96 no salto final, e Megan Nick obteve uma nota de 93.76.

 

COI aguarda decisão final sobre Valieva para entregar medalhas

O Comité Olímpico Internacional (COI) vai aguardar por uma decisão sobre o controlo antidoping positivo da jovem patinadora russa Kamila Valieva para então entregar as medalhas das provas nas quais a atleta participou nos Jogos Olímpicos de Inverno.

Enquanto o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS, na sigla inglesa) autorizou a jovem atleta de 15 anos a manter-se nos Jogos de Pequim 2022 e a poder participar na prova individual de patinagem artística que aconteceu ontem, já depois de ter ajudado os russos a vencer a prova por equipas, o COI considera “inapropriado” organizar as cerimónias de entrega de medalhas sem que tudo esteja resolvido.

A instância olímpica defende que, “por uma questão de equidade entre os atletas”, vai aguardar para que a eventual violação das regras antidopagem por parte da atleta russa esteja ou não estabelecida, o que normalmente demora vários meses, para então determinar o pódio das provas por equipas, o mesmo sucedendo caso Valieva termine entre as três primeiras na prova individual.

Rússia confiante

Por seu lado, a Rússia rejubilou com a decisão do TAS de permitir que a jovem patinadora prossiga nos Jogos: “Todo o país a apoia, bem como todas as nossas patinadoras na prova individual”.

Em mensagem na sua conta Telegram, o Comité Olímpico Russo (ROC) qualifica a decisão do TAS “a melhor notícia da jornada”, enquanto o porta-voz do Kremlin Dmitri Peskov manifestou-se “contente” por a adolescente poder competir na prova individual de terça-feira: “Todo o país deseja que Kamila vença os Jogos”.

A jovem russa testou positivo a trimetazidina no dia 25 de Dezembro, durante os campeonatos da Rússia, e foi suspensa já no decurso dos Jogos de Inverno, mas a decisão foi mais tarde levantada.

A 11 de Fevereiro, a Agência Russa Antidopagem (RUSADA) decidiu abrir um inquérito interno a todos os treinadores e médicos em torno de Valieva, que é “menor de idade” e, portanto, passível de ter visto os seus interesses mal defendidos por pessoas com essas funções.

A agência prometeu publicar os resultados desta investigação na sua página oficial na Internet.
O caso ocorre numa altura em que os desportistas russos participam em Pequim debaixo da bandeira do comité russo, uma vez que a Rússia, enquanto país, foi banida dos Jogos devido a um grande escândalo de doping de Estado, do qual Moscovo se defende denunciando um complô anti-russo.

Slalom | Ricardo Brancal encerra hoje participação portuguesa

O português Ricardo Brancal entra hoje em competição nos Jogos Olímpicos de Inverno na modalidade de slalom, naquela que será a última participação portuguesa em Pequim. Recorde-se que o esquiador português estreou-se no domingo nos Jogos Olímpicos com um 37.ª lugar na prova de slalom gigante do esqui alpino, tendo alcançado o objectivo de melhorar o 66.º posto de Arthur Hanse em PeyongChang 2018 na disciplina.

O esquiador, que tem preferência pelo slalom, competição marcada para as 10h15 de hoje, afirmou que, tendo em conta a performance já alcançada “talvez arrisque um pouco mais” na disciplina em que se sente mais confortável. “Eu nunca me senti tão bem fisicamente, fiz uma boa preparação. Tenho as condições necessárias para fazer uma boa prova, agora, é também preciso ter um bocado de sorte e as coisas saírem no dia, porque o slalom, ao mínimo erro, não perdoa”, frisou Ricardo Brancal, em declarações à agência Lusa.

 

Agenda para hoje

Biatlo (15h45) – Medalhas
Bobsled (a partir das 9h40)
Combinado Nórdico (15h00)
Curling (a partir das 09h05)
Esqui Alpino (10h15) – Medalhas
Esqui Cross-Country (a partir das 17h00) – Medalhas
Esqui Estilo Livre (a partir das 9h30) – Medalhas
Hóquei no Gelo (a partir das 12h10) – Medalhas
Patinagem de velocidade em Pista Curta (a partir das 19h30) – Medalhas

* O canal em língua portuguesa da TDM transmite diariamente as competições dos Jogos Olímpicos de Inverno, entre as 10h00 e as 13h30. A partir das 14h30 as provas podem ser acompanhadas no canal de Desporto da TDM em língua chinesa

16 Fev 2022

AMCM | Fiscalização aperta contra vendas de seguros no Interior

As autoridades admitem terem reforçado a inspecção contra a venda de seguros ilegais e justificam a medida com a promoção do desenvolvimento “estável e saudável” do sector

 

A Autoridade Monetária de Macau (AMCM) apertou a fiscalização à venda de seguros e produtos de investimentos em fundos de pensões a clientes no Interior. Durante muito tempo, esta prática verificava-se, com agentes a passarem para o outro lado da fronteira e amealharem clientes. No entanto, as autoridades locais terão agora emitido instruções para aplicar tolerância zero.

Ao HM, a AMCM confirmou que houve um reforço da fiscalização contra uma prática ilegal. “A AMCM tem vindo a dispensar uma particular atenção às actividades ilegais de mediação de seguros e a continuar a optimizar as políticas regulatórias, de modo a promover o desenvolvimento saudável e estável do mercado de seguros, bem como a salvaguardar os direitos e interesses legítimos dos consumidores dos serviços financeiros”, foi revelado.

Ainda segundo as explicações, no caso de as seguradoras quererem vender produtos no Interior devem registar-se junto das entidades competentes. “Segundo o nosso conhecimento, a ‘Lei de Seguros’ do Interior da China prevê que sem autorização da ‘China Banking and Insurance Regulatory Commission’, nenhuma pessoa pode exercer actividades de seguros no Interior da China, incluindo a prática de actos ilegais de comercialização que induzam os consumidores do Interior da China a adquirirem no Interior da China, produtos de seguros do exterior”, foi justificado.

Na correspondência trocada com a AMCM, a questão colocada pelo HM sobre quantos processos tinham sido instaurados a mediadores, devido a vendas de seguros no Interior, ficou sem resposta.

Apertar a malha

Para a AMCM, as boas práticas não se limitam apenas a Macau e ao Interior. A exigência é que as seguradoras se comportem de forma responsável em todo os locais onde operam. “Os mediadores de seguros devem assegurar que as suas actividades de mediação de seguros estão de acordo com as leis e regulamentos aplicáveis ​​nas jurisdições em que exerçam essa actividade”, foi explicado.

O reforço de fiscalização da AMCM chegou numa altura em que também no Interior se reforçam as medidas para controlar a circulação de capitais e evitar a fuga para o exterior.

Fontes do sector, explicaram ao HM que a nova postura da AMCM tem sido eficaz e que está a ser respeitada de forma generalizada. No entanto, a medida teve impacto no sector e tornou a profissão menos atraente, principalmente para os agentes que faziam vendas em regime de part-time, pagos com base nas comissões das vendas de produtos.

Segundo as estatísticas da AMCM, em 2020, no primeiro ano da pandemia, o sector das seguradoras registou perdas de 3,7 mil milhões de patacas. Para este valor, contribuiu a seguradora AIA, que teve perdas dessa dimensão. Em 2019, o sector tinha registado perdas de 227 milhões de patacas.

15 Fev 2022

Motociclos | Abate dá 3.500 patacas para aquisição de veículo eléctrico

A Direcção dos Serviços de Proteção Ambiental revelou que entre 1 de Março e 31 de Dezembro, os proprietários de motociclos obsoletos qualificados para abate, que pretendam adquirir um motociclo eléctrico serão subsidiados com 3.500 patacas. A verificar-se a saída de circulação de cerca 7.500 veículos, o organismo espera melhorias na qualidade do ar

 

A Direcção dos Serviços de Proteção Ambiental (DSPA) anunciou ontem um plano de abate de motociclos obsoletos, que prevê a atribuição de um incentivo monetário de 3.500 patacas destinado aos proprietários que pretendam substitui-los por ciclomotores eléctricos. Com a medida, o organismo estima tirar de circulação entre 2550 e 7650 motociclos e contribuir para melhorar a qualidade do ar e alcançar as metas relativas ao pico de emissões de carbono e à neutralidade carbónica.

Segundo explicou ontem o director da DSPA, Raymond Tam, o chamado “Plano de Concessão de Apoio Financeiro ao Abate de Motociclos Obsoletos e a sua Substituição por Motociclos Eléctricos Novos” irá decorrer entre o dia 1 de Março e 31 de Dezembro de 2022 e estabelece que os proprietários dos veículos matriculados antes de 30 de Junho de 2009 podem usufruir de um apoio financeiro de 3.500 patacas para adquirir um motociclo eléctrico novo.

Além disso, os novos motociclos eléctricos adquiridos pelos beneficiários serão isentos das taxas de emissão da matrícula de experiência, no valor de 900 patacas, e da primeira matrícula, no valor de 3.600 patacas, para ciclomotores, e de 4.400 patacas para motociclos.

Os proprietários qualificados podem apresentar as candidaturas no Fundo para a Protecção Ambiental e a Conservação Energética. Uma vez aprovado o apoio, o pagamento será feito após o abate do respectivo motociclo e a sua substituição por um motociclo eléctrico novo, dentro do prazo definido.

Respirar melhor

Durante a apresentação, Raymond Tam partilhou ainda que o programa faz parte da intenção a longo prazo de restringir, “passo a passo”, a utilização de veículos altamente poluentes em Macau, acrescentando que, para além de apoios financeiros ao abate, está previsto que, gradualmente, os critérios de emissão de gases sejam “mais rigorosos”.

Além disso, o responsável partilhou que, através do plano de abate anunciado ontem, seja possível retirar de circulação entre 2.550 e 7.650 motociclos, ou seja, entre 10 e 30 por cento deste tipo de veículos existentes em Macau. Caso a taxa de participação atinja os 30 por cento, Raymond Tam estima, inclusivamente, que a qualidade do ar melhore, já que pode representar uma diminuição anual de 10 por cento na emissão de hidrocarbonetos e 7,0 por cento das emissões de carbono.

Questionado sobre se o plano poderá vir a ser permanente ou alargado a outras tipologias de veículos, o director da DSPA não afastou essa possibilidade, mas reiterou a importância de, antes de mais, avaliar a eficácia do plano apresentado ontem.

“Tomámos como referência as experiências das regiões vizinhas que lançaram planos semelhantes de abate de motociclos e trata-se, geralmente, de medidas provisórias. No entanto, precisamos de ver o resultado do actual plano para considerarmos o lançamento de novas medidas no futuro”, indicou Raymond Tam.

Sobre os postos de instalação de baterias, o responsável lembrou que actualmente existem nove destes serviços em Macau e que a DSPA tenciona instalar mais, de acordo com o plano definido, não só em espaços públicos, mas também em coordenação com estabelecimentos privados como estacionamentos e lojas de conveniência.

15 Fev 2022

Media | Ho Iat Seng destaca patriotismo dos jornalistas de língua chinesa 

No encontro com profissionais dos meios de comunicação social em língua chinesa, o Chefe do Executivo garantiu que o Governo vai continuar a defender a liberdade de imprensa. Os jornalistas foram elogiados. “Preservam a boa tradição do ‘amor pela Pátria e por Macau’”, afirmou Ho Iat Seng

 

A preservação da liberdade de imprensa no território foi a principal ideia deixada por Ho Iat Seng num encontro com profissionais dos meios de comunicação chineses a propósito das celebrações do ano novo chinês. No seu discurso, o Chefe do Executivo disse que o Governo “continuará a garantir a liberdade de imprensa”, tendo em conta que considera que este sector “é um apoio importante para o consenso social e para a promoção do desenvolvimento e progresso da sociedade”.

Ho Iat Seng deu também destaque ao patriotismo, frisando que “os profissionais da comunicação social de língua chinesa em Macau preservam a boa tradição do ‘amor pela Pátria e por Macau’”.

“Espero que todos continuem a desempenhar o seu papel de ponte entre o Governo da RAEM e o público e a potenciar a energia positiva; e que, ao contarem bem a história de Macau e transmitirem a voz da RAEM, ajudem os diversos serviços na implementação da acção governativa, contribuindo para a implementação estável e duradoura do princípio ‘um país, dois sistemas’ e para a prosperidade de Macau”, disse ainda Ho Iat Seng.

Papel na pandemia

Falando da pandemia, Ho Iat Seng não deixou de destacar o papel dos media na cobertura noticiosa, considerando que “os profissionais da comunicação social local desempenharam o seu papel de forma profissional e com espírito de missão”. Além disso, os jornalistas “transmitiram a situação social e a opinião pública, e reforçaram a comunicação entre o Governo e a população, para que os trabalhos das diversas tutelas do Governo pudessem ser implementados de forma mais eficaz”.

Relativamente às políticas para este ano, Ho Iat Seng garantiu que será dada continuação à implementação do 2.º Plano Quinquenal da RAEM, além de apostar nos planos de integração regional do território, nomeadamente na Grande Baía e na Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, sem esquecer a política nacional “Uma Faixa, Uma Rota”.

15 Fev 2022

Lei do Jogo | Discussão vai ser concluída até ao fim de Junho

O presidente da comissão que debate o diploma na especialidade, Chan Chak Mo, assumiu o compromisso de terminar os trabalhos até ao fim de Junho. Afastado, está o cenário da AL realizar uma consulta pública sobre a questão dos casinos-satélites

 

Até ao final de Junho, a Assembleia Legislativa vai votar na especialidade as alterações à Lei do Jogo. A promessa foi deixada ontem por Chan Chak Mo, presidente da 2.ª Comissão Permanente da AL, que definiu o mês de Junho como a data para finalizar a discussão na especialidade.

“Todos os contratos das actuais concessões acabam a 26 de Junho, e devemos concluir a discussão na especialidade antes dessa data. Parece-me o procedimento mais justo e acho que vamos conseguir”, afirmou Chan. “Sou o presidente da comissão e não vou permitir que a discussão se prolongue durante demasiado tempo”, garantiu.

Para cumprir o calendário, a 2.ª Comissão Permanente vai reunir-se todos os dias ao longo desta semana e deverá ter, pelo menos, mais quatro reuniões na próxima semana. Nesta fase, os deputados estão a analisar o documento à luz das questões levantadas pela equipa jurídica do hemiciclo. Só mais tarde as sessões de discussão vão decorrer com os membros do Executivo.

Ontem, no final da primeira reunião de trabalho, Chan Chak Mo reconheceu que o Executivo devia ter dado mais tempo à AL, para debater o diploma. No entanto, recusou que haja um impacto directo na qualidade da lei.

“Estamos a falar de uma lei importante. Será que o Governo apresentou a proposta demasiado tarde [à AL]? Sim. Mas não vou tentar adivinhar as razões de ter procedido assim. Sabemos que houve uma pandemia… Não quero estar a tentar adivinhar”, reconheceu. “Também sabemos que é impossível, mesmo quando temos muito tempo para discutir, fazer uma lei perfeita”, acrescentou.

Sem consulta pública

Durante a discussão da lei na generalidade, houve queixas de que o Governo não tinha feito uma consulta pública eficaz, por não ter mencionado que ia propor o fim dos casinos-satélites. Apesar das queixas, a comissão, e ao contrário do que aconteceu na discussão de outros diplomas, não vai levar a cabo uma consulta pública.

“Não vamos avançar com uma consulta pública porque a proposta não é nova. Mesmo os contratos das concessionárias que foram celebrados em 2021 dizem expressamente que os casinos têm de ficar dentro dos imóveis das concessionárias”, justificou Chan Chak Mo. “Antes não foi feita uma consulta pública sobre estes casinos porque já constava nos contratos de há 20 anos. […] A questão não é nova”, frisou.

Apesar disso, Chan diz que a comissão vai considerar as opiniões “de qualquer cidadão” enviadas através dos serviços de atendimento da AL e que deputados como José Pereira Coutinho, Angela Leong, ou Zheng Anting têm estado muito activos na recolha de visões dos diferentes agentes do sector. O presidente da comissão sublinhou também que os deputados estão atentos às opiniões que circulam através das redes sociais.

Dupla nacionalidade?

Em relação à discussão sobre o conteúdo do diploma, um dos deputados questionou se os administradores-delegados, que têm obrigatoriamente de ser residentes da RAEM, podem ter dupla nacionalidade. A questão vai ser levantada junto do Governo, mas o diploma nada menciona sobre a questão da nacionalidade.

Por outro lado, dado que as futuras concessionárias vão ter um capital social de 5 mil milhões de patacas e o administrador-delegado tem de ter uma proporção de 15 por cento do capital da concessionária, os deputados querem perceber como se vai processar a “transferência” do capital. “Actualmente o capital social é de 200 milhões de patacas.

Mas, com o capital social a subir para 5 mil milhões, e com a obrigatoriedade de o administrador-delegado ter uma proporção de 15 por cento do capital social, estamos a falar de um investimento de 750 milhões de patacas”, explicou. “Será que há pessoas disponíveis para investir esse montante?”, perguntou. Também em relação ao montante de 750 milhões de patacas, os deputados esperam ouvir explicações do Executivo.

Com sala cheia

Entre os deputados, a lei do jogo é vista como o grande tema da Legislatura. Apesar das comissões serem sempre abertas a todos os legisladores, mesmo os que não são membros, a participação dos deputados “externos” em grande número não é comum.

Contudo, ontem, houve sete deputados não-membros a assistir aos trabalhos. Chan Chak Mo não revelou os nomes de todos os participantes, mas, e se não tiver havido falta dos membros, isto significa que 17 deputados estiveram na reunião, ou seja, metade dos 33 que fazem parte do hemiciclo.

15 Fev 2022

Biatlo | Fillon Maillet conquista ouro e aumenta contagem de medalhas para quatro

Num dia marcado por condições meteorológicas exigentes, o francês Quentin Fillon Maillet conquistou a medalha de ouro na prova de 12,5 km do biatlo, somando já quatro medalhas conquistadas nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022. Na vertente feminina, a norueguesa Marte Olsbu Roeiseland foi a grande vencedora nos 10 km da modalidade, somando um total de três medalhas na capital chinesa

 

Apesar de todas as adversidades impostas pelo clima extremo que se abateu no domingo em Pequim, o francês Quentin Fillon Maillet continuou a somar medalhas nos Jogos Olímpicos de Inverno no biatlo.

Depois de conquistar um ouro nos 20 km e duas pratas nas vertentes de sprint (10km) e estafetas mistas, Fillon Maillet subiu no domingo ao lugar mais alto do pódio, nos 12,5 km da vertente de perseguição. Tarjei Boe, da Noruega, ficou com a prata, e Eduard Latypov, em representação do Comité Olímpico Russo (ROC), conquistou o bronze.

“Nunca esperei conquistar quatro medalhas em quatro provas. O meu objectivo era alcançar uma nas estafetas e uma na prova individual, mas agora tenho quatro medalhas e isso é incrível,” partilhou o francês no final da prova, em declarações ao Olympic Channel.

O biatleta francês terminou o percurso com um tempo total de 39min07s5, não tendo acumulado qualquer falha nas quatro carreiras de tiro da prova, duas em pé e duas deitado. Já Boe acabou 28 segundos atrás do vencedor e após ter falhado apenas um dos alvos. Por sua vez, o atleta russo chegou 35 segundos depois de Maillet e registou também uma falha apenas nas carreiras de tiro.

“Estou muito orgulhoso de mim porque as condições foram muito duras” comentou Fillon Maillet fazendo referência ao vento e ao nevão que atingiram o Centro de Biatlo, em Zhangjiakou no domingo. “Foi uma batalha muito muito dura durante toda a corrida”, acrescentou.

O facto de Fillon Maillet ter sido 100 por cento eficaz nos disparos que executou acabou por ser determinante para conquistar a medalha de ouro. O francês chegou a ter problemas enquanto preparava a arma, mas no final viria a disparar de forma certeira sobre os cinco alvos.

“Permaneci muito concentrado em mim, não pensei na pressão, nem nos outros atletas”, partilhou.
Afastado das medalhas ficou Johannes Thingnes Boe. Considerado como um dos favoritos para ganhar o ouro, o norueguês acabaria por ficar na quinta posição após falhar sete tiros durante a prova.

“Foi uma corrida complicada por causa da neve. Foi uma batalha enorme. Havia vento, as pernas e a cabeça estavam cansadas, e o coração a bater fortemente. Não foi fácil, ” explicou Johannes Thingnes, irmão de Tarjei Boe, que tentava a sétima medalha Olímpica na carreira.

Fillon Maillet e Johannes Thingnes Boe terão a oportunidade disputar mais uma medalha de ouro no biatlo, na prova dos 15 km agendada para o dia 18 de Fevereiro.

Roeiseland, a implacável

A norueguesa Marte Olsbu Roeiseland, continua a fazer história no biatlo feminino em Pequim 2022 ao ter conquistado, no domingo, a sua terceira medalha de ouro na modalidade, desta feita na vertente de 10 km (perseguição). Antes disso, Roeiseland já tinha subido ao lugar mais alto do pódio nas provas de 7,5 km sprint e estafetas mistas.

Voltando aos 10 km, Elvira Oeberg, da Suécia, conquistou a prata, ao passo que o bronze ficou para a norueguesa Tiril Eckhoff.

“A minha preparação para estes Jogos Olímpicos foi muito boa e começou há muito tempo. Além disso, hoje [domingo] tive uma boa posição partida, o que ajuda muito. O tiro foi bom e foi divertido correr”, comentou Roeiseland em declarações ao Olympic Chnanel. “Todas as medalhas são especiais. Estou a tentar apenas estar aqui presente (…) e desfrutar do momento”, acrescentou.

Roeiseland terminou a prova com 1min36s5 de distância da sueca Elvira Oeberg, que manteve a segunda posição obtida no dia anterior durante a prova de sprint.

“Foi, acima de tudo, uma corrida muito dura. Provavelmente uma das perseguições mais duras que já fiz”, disse Oeberg. “As condições estavam muito lentas e a neve estava bem mais leve, então foi difícil”.

“Depois de dois erros [no tiro], não estava confiante. Senti que tinha desperdiçado a oportunidade de ganhar uma medalha, mas depois recuperei a confiança. Estou muito feliz por ter conseguido segurar as pontas”, partilhou.

Já o bronze da norueguesa Tiril Eckhoff foi uma surpresa, uma vez que a atleta partiu da sétima posição. No entanto, Eckhoff beneficiou dos erros de tiro da italiana Dorothea Wierer e do esgotamento físico da compatriota Ingrid Landmark Tandrevold para subir ao pódio. Com oito medalhas conquistas em Pequim, a Noruega segue soberana no biatlo.

China investe nos Jogos Olímpicos a pensar no turismo interno

A meta chinesa de desenvolver uma nova indústria de turismo no país centrada nos desportos de Inverno, estabelecida pelo Presidente Xi Jinping, justificou o investimento de milhares de milhões de dólares na organização dos Jogos Olímpicos de Inverno.

A preparação para os Jogos acarretou a construção de linhas ferroviárias de alta velocidade que são utilizadas para levar os atletas às novas estâncias de esqui fora de Pequim. A ideia é que nas próximas décadas, estas mesmas ligações levem turistas chineses para as montanhas.

Os Jogos “vão inspirar mais de 300 milhões de chineses a praticar desportos de Inverno se vencermos [a candidatura], o que contribuirá muito para o desenvolvimento da causa olímpica internacional”, disse Xi, em 2015.

A Rússia terá gasto 51 mil milhões de dólares nos Jogos de Sochi de 2014, um preço que deve permanecer como recorde olímpico por muitos anos.

Mas a motivação da China, como a Rússia em 2014, é um plano apoiado pelo Estado para criar sectores domésticos de lazer e turismo. Grande parte do orçamento é destinado a um sistema de transporte cidade – montanha.

A China destinou mais de 9 mil milhões de dólares para a construção de uma linha ferroviária de alta velocidade que liga Pequim a estâncias de esqui próximas, em Zhangjiakou e Yangqing, onde as pistas foram esculpidas em montanhas que recebem pouca neve natural.

Investir e reaproveitar

O orçamento para operações específicas para sediar os Jogos deverá ascender a cerca de 4 mil milhões de dólares. Os locais construídos em Pequim para os Jogos Olímpicos de 2008 foram reaproveitados. O Cubo de Água para natação é agora o Cubo de Gelo que tem estado a acolher modalidades dos Jogos de Inverno.

O investimento em desporto de Inverno tem sido significativo, desde que Pequim venceu a sua candidatura olímpica há sete anos.

O país tem agora mais de 650 pistas de gelo e 800 estações de esqui, informou o jornal oficial em língua inglesa China Daily, citando o Centro Administrativo Nacional de Desportos de Inverno. Estes números marcam aumentos de 317 e 41 por cento, respectivamente, face a 2015.

A China espera obter uma receita modesta de relativamente poucos visitantes internacionais para os Jogos de Inverno mesmo antes da pandemia tornar as viagens impossíveis. Os ingressos também não estão a ser vendidos para residentes na China, cortando outra fonte de receitas do anfitrião.

Patinagem | Erin Jackson faz história nos 500 metros

A norte-americana Erin Jackson conquistou a medalha de ouro nos 500 metros da patinagem de velocidade, naquela que foi a primeira vitória para o país nesta vertente desde 1994. Ao completar a distância em 37,05 segundos, Jackson ficou à frente da japonesa Miho Takagi, que cruzou a meta 0,08 centésimos depois da norte-americana e já conquistara outra prata na vertente de 1.500 metros. Já a medalha de bronze viria a ser conquistada por Angelina Golikova, representante do Comité Olímpico Russo (ROC).

A anterior campeã Olímpica, Nao Kodaira, do Japão, acabou por concluir a prova em 38,09s, ficando assim no 17.º lugar e longe dos 36,94s alcançados em PyeongChang 2018 que estabeleceram aquele que ainda é o recorde olímpico nos 500 metros da modalidade.

Doping | Tribunal Arbitral do Desporto decide que Valieva pode competir

A patinadora russa Kamila Valieva vai poder competir por uma segunda medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022, apesar de ter testado positivo a um medicamento cardíaco proibido antes do evento.

O Tribunal Arbitral do Desporto (TAS, na sigla inglesa) decidiu ontem que Valieva, de 15 anos, favorita ao ouro individual feminino, não deve ser suspensa de forma provisória antes de uma audiência completa sobre o teste positivo.

O painel de árbitros, presidido pelo italiano Fabio Iudica (presidente), e que incluiu o norte-americano Jeffrey Benz e a eslovena Vesna Bergant Rakocevic, defendeu que impedir a atleta de participar nos Jogos lhe causaria “danos irreparáveis”, segundo um comunicado publicado na página oficial do TAS.

A decisão apenas confirma que Valieva pode continuar a patinar até o caso ser resolvido e não decide o destino da medalha de ouro que já conquistou na prova por equipas da patinagem artística, cuja cerimónia de entrega de medalhas não se realizou.

A decisão do TAS permite assim à Rússia continuar a sonhar com a conquista de todas as medalhas de ouro na patinagem artística feminina, algo que seria um feito inédito nos Jogos Olímpicos de Inverno. O evento começa hoje com o programa curto e termina na quinta-feira com o programa livre, sendo que Valieva é a favorita ao ouro.

A jovem russa testou positivo a trimetazidina no dia 25 de Dezembro, durante os campeonatos da Rússia, e foi suspensa já no decurso dos Jogos de Inverno, mas a decisão foi mais tarde levantada. O Comité Olímpico Americano (USOPC) disse estar “decepcionado” com a decisão.

“Os atletas têm o direito de saber que estão a competir de forma justa. Infelizmente, hoje [ontem] esse direito foi-lhes negado. Este parece ser um novo capítulo de desrespeito sistémico e generalizado pelo desporto”, escreveu a presidente do USOPC, Sarah Hirshland, num comunicado.

Agenda para hoje

Bobsled (a partir das 14h10) – Medalhas
Combinado Nórdico (a partir das 15h00) – Medalhas
Curling (a partir das 09h05)
Esqui Alpino (11h00) – Medalhas
Esqui Estilo Livre (a partir das 9h30) – Medalhas
Hóquei no Gelo (a partir das 12h10)
Patinagem Artística (18h00)
Patinagem de velocidade (a partir das 14h30) – Medalhas
Snowboard (a partir das 9h30) – Medalhas

* O canal em língua portuguesa da TDM transmite diariamente as competições dos Jogos Olímpicos de Inverno, entre as 10h00 e as 13h30. A partir das 14h30 as provas podem ser acompanhadas no canal de Desporto da TDM em língua chinesa

15 Fev 2022

Covid-19 | Residente vindo de Portugal é caso assintomático

As autoridades revelaram no sábado a existência de mais um caso importado de Portugal. No entanto, o homem não tem sintomas, e não entra para as estatísticas

 

Um homem que voou de Portugal para Macau testou positivo à covid-19, dois dias depois de ter chegado ao território. A informação foi divulgada no sábado à tarde pelo Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus.

“Um residente de Macau, proveniente de Portugal, chegou a Macau na quarta-feira (9 de Fevereiro) e o seu teste de ácido nucleico deu resultado positivo ontem (11 de Fevereiro), tendo sido classificado como caso importado de infecção assintomática pela COVID-19”, foi revelado, através de um comunicado.

O residente, de 53 anos, estava vacinado com três doses da BioNtech, administradas em Março, Abril e Novembro de 2021.

Segundo o historial de viagem, o homem apanhou um voo a 8 de Fevereiro de Portugal para a Alemanha, da companhia Lufthansa, e, no mesmo dia, de Munique para Singapura, da Singapore Airlines.

No dia seguinte, apanhou um outro voo da Singapore Airlines, com destino ao território. “Logo que entrou em Macau, no dia 9 de Fevereiro, foi sujeito a um teste de zaragatoa nasofaríngea, cujo resultado deu negativo, tendo sido encaminhado para o Hotel Tesouro para observação médica”, foi indicado.

À terceira foi de vez

No hotel, o homem ainda teve um outro teste com um resultado negativo, antes de finalmente surgir o positivo: “No dia 11 de Fevereiro, o resultado foi positivo, tendo a amostragem sido remetida para o Laboratório de Saúde Pública para revisão cujo resultado continua ainda positivo”, foi revelado.

Como medida de precaução, foi encaminhado para o Centro Clínico de Saúde Pública, onde vai cumprir isolamento.

Como o residente não apresenta sintomas, as autoridades de Macau, e ao contrário da prática mais comum, não contabilizam esta infecção. Por isso, o território mantém o número de infecções desde que começou a pandemia em 79 casos, sem que se tenha verificado qualquer morte.

Ontem, as autoridades revelaram também que entre sábado e as 8h de domingo receberam 261 telefonemas com opiniões relacionadas com a pandemia e as medidas de prevenção e controlo. Os Serviços de Saúde receberam 260 chamadas, entre as quais 14 sobre vacinas, 156 sobre medidas de isolamento, 53 sobre testes de ácido nucleico, 36 sobre código de saúde e um telefonema classificada como “outro”. Por sua vez, o Corpo de Polícia de Segurança Pública recebeu uma chamada sobre as medidas de imigração para residentes do Interior.

14 Fev 2022

Nova City | Shun Tak acusada de não entregar direito de administração 

Fong Ka Leong, ex-secretário geral da associação de condóminos do edifício Nova City, na Taipa, acusa a empresa proprietária, a Shun Tak Holdings, de, em dez anos, nunca ter transferido o direito de administração para os moradores, o que faz com que estes não consigam resolver os problemas inerentes ao complexo habitacional

 

A Shun Tak Holdings, empresa promotora dos blocos de apartamentos Nova City, na Taipa, é acusada pelos condóminos de, ao fim de dez anos, ainda não ter transferido os direitos de administração do prédio, o que tem causado dificuldades aos moradores na resolução dos problemas do condomínio.

Em comunicado, Fong Ka Leong, ex-secretário geral da associação de condóminos Administração Integral da Nova City, disse que em 2010 foram eleitos os membros desta entidade, mas a Shun Tak continuava a exercer os direitos de administração, não tendo assinado o contrato com os moradores.

Mesmo com uma acção em tribunal ganha em 2014, a empresa continuou a “ignorar” esta decisão judicial e não contactou os moradores no tempo previsto, acusou o responsável.

O facto de este direito de administração não ter sido transferido tem causado problemas financeiros na gestão do condomínio. “Em 2006, no início da ocupação das casas, a Shun Tak atribuiu à empresa Watt Hung Chow a auditoria das contas. No entanto, dois anos depois, os condóminos sabiam que a pessoa responsável pela auditoria das contas eram alguém ligado ao grupo [Shun Tak], pelo que foi pedido um auditor independente, a fim de garantir a equidade”, pode ler-se no comunicado.

Em 2010, ambas as partes concordaram que a empresa HMV & Associates – Certified Public Accountants ficaria responsável pela auditoria. No entanto, os condóminos tiveram conhecimento, apenas em 2013, que esta empresa já não exercia estas funções e que, neste período de tempo, não havia qualquer fiscalização das contas do complexo habitacional Nova City.

“Fomos recebendo os relatórios de auditoria nos primeiros dois anos, mas depois a Shun Tak Holdings foi adiando a sua entrega por diversos motivos. Só então é que um membro da associação de condóminos soube que a auditora deixou de exercer funções em 2013 porque não conseguiu obter os cadernos de contabilidade junto da Shun Tak Holdings”, explicou Fong Ka Leong no mesmo comunicado.

Governo ao barulho

O responsável adiantou que já apresentou queixa da situação, por diversas vezes, nos serviços públicos, mas o problema continua sem solução. Fong Ka Leong apela, por isso, ao Governo para que reveja a legislação em vigor no sentido de reforçar a regulação das empresas de administração. Isto porque responsáveis do Instituto da Habitação já declararam que os direitos dos condóminos previstos na lei são limitados e que o regime das empresas de administração de condomínios não é perfeito.

Fong Ka Leong acredita que a arbitragem poderia ser um meio eficaz para a resolução deste tipo de problemas, defendendo que a lei da protecção dos direitos e interesses do consumidor também poderia abranger estes casos.

14 Fev 2022

Economia | Ho Iat Seng apela à união para “ataque” a ano difícil

Cada vez mais modernos, belos, felizes, seguros e harmoniosos. É esta a visão para Macau do Chefe do Executivo, que pede união para concretizar os objectivos propostos. Ho prometeu ainda apoios às Pequenas e Médias Empresas

 

Apesar de um ano que se espera difícil, Ho Iat Seng prometeu um Executivo a trabalhar para diversificar a economia e apoiar as Pequenas e Médias Empresas. A mensagem foi deixada durante um discurso na Associação Comercial de Macau, na quinta-feira à noite, em que o líder da RAEM disse estar a trabalhar para “construir uma Macau moderna, bela, feliz, segura e harmoniosa”.

Segundo o Chefe do Executivo, o ano que agora começou traz “novos desafios”, e vai ficar marcado novamente por “grandes incertezas”, que justificou com a “epidemia” e a “recuperação económica mundial”. Por isso, Ho Iat Seng avisou que “Macau continuará a enfrentar uma conjuntura de desenvolvimento instável e volátil”.

Neste contexto, o dirigente defendeu que para superar a crise é preciso haver um espírito de união, e que a população tem de se mobilizar à volta do objectivo comum. “Devemos manter firme a nossa confiança e forte a nossa perseverança, trabalhar unidos e de mãos dadas, aproveitar as oportunidades, enfrentar os desafios e criar em conjunto um novo cenário para o desenvolvimento de Macau”, avisou.

Sobre as medidas com vista à recuperação económica, e numa altura em que o desemprego na RAEM atinge níveis sem paralelo desde a crise mundial de 2008, Ho insistiu, como em outras ocasiões, no facto de a recuperação económica estar dependente do cumprimento das medidas de “prevenção e controlo da pandemia”. Porém, o dirigente da RAEM prometeu “fomentar um melhor ambiente de negócios, apoiar com precisão e de forma mais aprofundada as pequenas e médias empresas, impulsionar a inovação científica e tecnológica, criar um novo regime de introdução de quadros qualificados e fortalecer constantemente as dinâmicas do desenvolvimento da RAEM”.

Acordar para a realidade

No discurso junto da influente associação de empresários, Ho Iat Seng abordou ainda o encontro de Dezembro com Xi Jinping. Segundo o relato do Chefe do Executivo, o líder máximo do país considera que a pandemia ensinou uma lição valiosa aos residentes.

“Em Dezembro do ano passado, por ocasião da minha deslocação a Pequim para apresentação do relatório anual de trabalho, o Presidente Xi Jinping afirmou que esta epidemia permitiu a todos os sectores da sociedade de Macau conhecer melhor os problemas existentes na estrutura económica, obrigando também a uma profunda reflexão sobre a direcção do desenvolvimento de Macau”, recordou Ho.

O Governo da RAEM saiu ainda de Pequim com a garantia do apoio das autoridades centrais para a “promoção da diversificação adequada da sua economia”.

Quanto ao balanço sobre 2021, Ho Iat Seng congratulou-se por ter mantido a sociedade “harmoniosa e estável”, por ter respondido “de forma eficaz ao impacto causado pelos vários casos importados” de covid-19, e por ter impulsionado o “desenvolvimento crescente da economia”.

14 Fev 2022

Talento | Song Pek Kei quer ajustes para alunos em Portugal não perderem bolsas

Numa altura em que a pandemia de covid-19 continua a afectar os residentes que optam por estudar no estrangeiro, Song Pek Kei quer que o Governo permita aos bolsistas que estão em Portugal regressarem a Macau para além dos três anos estipulados, sem prejuízo de perderem os apoios a que têm direito

 

Song Pek Kei mostra-se preocupada com o efeito que a pandemia de covid-19 está a ter sobre os residentes de Macau que optaram por estudar no estrangeiro e defende que o Governo seja mais flexível acerca da janela temporal estabelecida para os alunos bolseiros que estão a frequentar o ensino superior em Portugal, voltarem a Macau.

Em causa, apontou a deputada, está o facto de o regime do “programa de concessão de apoio financeiro para a frequência de cursos pós-graduados nos institutos superiores de Portugal” estabelecer um máximo de três anos para que os beneficiários voltem a Macau, sob pena de serem obrigados a devolver os subsídios anuais a que têm direito. Ou seja, 58.000 patacas anuais para os cursos de mestrado e 80.000 patacas para os cursos de doutoramento.

“Devido à pandemia, o ambiente de estudo fora de Macau mudou e muitos estudantes não podem regressar do estrangeiro para servir os interesses de Macau”, começou por dizer Song Pek através de uma interpelação escrita.

“Durante este período, as autoridades não ajustaram as respectivas especificações e alguns alunos já manifestaram a intenção de requerer a prorrogação do prazo para cinco anos para regressar a Macau e continuarem a estudar em Portugal. No entanto, tendo em conta que o programa de concessão de apoio financeiro (…) tem uma duração máxima de três anos e os alunos não podem regressar a Macau dentro desse prazo, os serviços competentes solicitaram a devolução da bolsa de estudo no espaço de um mês”, acrescentou.

A deputada, dado que a situação pode vir a ter um “grande impacto” no sistema de formação de quadros qualificados de Macau e na “confiança e vontade” de os alunos prosseguirem os seus estudos, sugere que o Governo classifique estes casos como “excepcionais” à luz do regime de apoios e possibilite que os residentes não se vejam obrigados a interromper o plano de estudos.

Efeitos colaterais

No contexto da necessidade de formação de quadros qualificados de Macau, Song Pek Kei considera que a forma como o regime de atribuição de bolsas funciona, nomeadamente as “limitações” estabelecidas para voltar ao território, estão a contribuir para hipotecar, tanto o desenvolvimento de talentos no estrangeiro, como o regresso desses mesmos talentos a Macau.

Além disso, a deputada alerta ainda para o facto de a zona de cooperação entre Macau e Guangdong em Hengqin poder vir a aumentar a competitividade regional, deixando o território ainda mais desfalcado em termos de talento.

“O desenvolvimento de Macau chegou a um ponto de inflexão. Limitar o desenvolvimento da educação dos alunos, é limitar a formação de quadros qualificados e enfraquecer a capacidade de formação de talentos. A zona de cooperação aprofundada (…) irá atrair muitos quadros qualificados para Macau e aumentar a concorrência regional. De que forma é que as autoridades vão equilibrar as bolsas de estudo, subsídios e o regresso de talentos, tendo em conta o objectivo de elevar as qualificações dos residentes e promover o regresso de quadros qualificados?”, questionou.

14 Fev 2022

Beijing 2022 | Ricardo Brancal e José Cabeça fazem história para Portugal no esqui

Com um 37.ª lugar na prova de slalom gigante, o estreante Ricardo Brancal obteve a melhor classificação de Portugal na modalidade. Na sexta-feira, José Cabeça classificou-se no 88º lugar da prova de 15 km estilo clássico no esqui de fundo, tornando-se assim também no melhor português nesta vertente

 

O esquiador português Ricardo Brancal estreou-se ontem nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022 com o 37.ª lugar na prova de slalom gigante, a 28,05 segundos do vencedor, o suíço Marco Odermatt. Dois dias antes, também José Cabeça fez história para Portugal ao classificar-se no 88.º lugar da prova de 15 km estilo clássico no esqui de fundo, já que os dois atletas alcançaram os melhores resultados de sempre para o país nas respectivas modalidades.

Na sua primeira participação olímpica, na pista Ice River, em Yangqiing, Ricardo Brancal, de 25 anos e natural da Covilhã, conseguiu o objectivo de melhorar o 66.º posto de Arthur Hanse em PeyongChang 2018 na disciplina.

Numa prova em que 40 dos 86 atletas não terminaram, Ricardo Brancal foi 46.º na primeira manga, com um tempo de 1.16,83 minutos, e foi mais lento e cauteloso na segunda descida, adiada devido à queda de neve, que fez em 1.20,57, somando 2.37,40 no conjunto das duas contagens.

A competição de esqui alpino foi arrebatada pelo líder do ‘ranking’ mundial, o suíço Marco Odermatt, que conquistou o primeiro título olímpico, seguido de perto pelo esloveno Zan Kranjec, medalha de prata, e o actual campeão do mundo, o francês Mathieu Faivre, que ganhou o bronze.

Ricardo Brancal, que antes da partida para Pequim considerava um ‘top 50’ um excelente resultado, tendo em conta o nível competitivo, e ambicionava superar o melhor lugar de Arthur Hanse, 38.º no slalom e 66.º no slalom gigante em PeyongChang 2018, considerou que podia ter feito ainda melhor, mas salientou ser “um resultado muito bom para Portugal”.

“O meu objectivo era terminar. Fisicamente, senti-me muito bem, seguro, sólido. Podia ter tirado três ou quatro segundos em cada manga, mas corria o risco de sair [de pista] e nos Jogos Olímpicos o que conta é ver a bandeira no resultado”, disse, no final da prova, Ricardo Brancal, em declarações à agência Lusa.

O esquiador, que tem preferência pelo slalom, competição marcada para quarta-feira, afirmou que, tendo em conta ter conseguido um 37.º lugar, “talvez arrisque um pouco mais” na disciplina em que se sente mais confortável.

O chefe de missão, Pedro Farromba, salientou que “nunca antes um português tinha feito um resultado destes”, destacando que Vanina Oliveira, José Cabeça e Ricardo Brancal cumpriram o objectivo da comitiva de melhorar as classificações das anteriores edições, e afirmou-se “muito satisfeito” e com a obrigação de cumprir uma promessa.

“Agora, vamos desfrutar deste resultado antes do slalom. Tinha dito ao Ricardo que se ele melhorasse a classificação de Portugal, eu rapava a cabeça com uma lâmina… Vou ter de o fazer”, gracejou o também presidente da Federação de Desportos de Inverno de Portugal, Pedro Farromba.

Cabeça fria

O português José Cabeça terminou na sexta-feira a prova de 15 km estilo clássico no esqui de fundo em Pequim 2022 na 88.ª posição e tornou-se o melhor representante luso na disciplina nos Jogos Olímpicos.

O atleta, natural de Évora, de 25 anos, terminou a competição, realizada no Centro Nacional de Cross-Country, na zona de Zhangjiakou, em 49.12,0 minutos, ou seja, a cerca de 11 minutos e 17 segundos do vencedor, o finlandês Livo Niskanen, entre 99 participantes.

O atleta finlandês juntou à medalha de bronze obtida nos 30 km no esquiatlo o título nos 15 km estilo clássico, depois de ter vencido o ouro em Sochi 2014 na velocidade por equipas e em PeyongChang 2018 ter subido ao lugar mais alto do pódio nos 50 km estilo clássico.

O russo Alexander Bolshunov, medalha de ouro nos 30 km de esquiatlo, venceu a prata nos 15 km na prova de ‘cross-country’ e o norueguês Johannes Hoesflot Klaebo, campeão olímpico na velocidade também em Pequim2022, foi terceiro. O três vezes campeão olímpico na disciplina, o suíço Dario Cologna, terminou na 44.ª posição.

Na sua primeira experiência olímpica, José Cabeça, que começou a esquiar apenas há dois anos com o intuito de chegar aos Jogos Olímpicos, tinha como objectivo alcançar a melhor classificação de sempre de um português na disciplina, meta conseguida em Pequim 2022 pelo também triatleta, que almeja ser o primeiro atleta luso a marcar presença nas edições de Inverno e de Verão.

Antes de José Cabeça, participaram na competição de esqui de fundo, nos 15 km estilo clássico, Danny Silva, 94.º classificado em Turim 2006 e 95.º em Vancouver 2010, no estilo livre, enquanto Kequyen Lam, nascido em Macau, ficou no 113.º lugar em PyeongChang 2018, no estilo livre.

Em declarações à agência Lusa, o eborense sublinhou “a dureza” da prova e os efeitos “da altitude”, mas disse ter “evoluído tecnicamente” ao longo do percurso e salientou ter ficado “à frente de atletas que fazem isto quase desde que nasceram”.

“Cheguei muito exausto, porque a prova foi muito dura, mas acho que foi algo brilhante. Estou orgulhoso do trabalho que temos feito. Conseguimos em dois meses o que alguns não fazem em dois anos. Se em dois meses fiz isto, imagino o que posso fazer em quatro anos”, realçou o atleta olímpico, referindo-se aos dois meses de treino presencial com o treinador, o norueguês Ragnar Bragvin Andresen, com quem começou a ter contacto em Maio, via ‘online’.

José Cabeça vincou que conseguir a qualificação para Pequim 2022 “já era incrível” e o pensamento está nos próximos Jogos Olímpicos de Inverno, a realizar em 2026 nas cidades de Milão e de Cortina d’Ampezzo, nos quais tem a ambição de se apresentar como “um atleta competitivo”.

 

Doping | Tribunal Arbitral do Desporto recebe recursos por Valieva

O Tribunal Arbitral do Desporto (TAS, na sigla inglesa) confirmou ter recebido os recursos do Comité Olímpico Internacional (COI) e da Agência Russa Antidopagem (RUSADA) sobre o levantamento da suspensão da patinadora russa Kamila Valieva. Valieva, de 15 anos, testou positivo a 25 de Dezembro de 2021, durante os campeonatos da Rússia, e foi suspensa já no decurso dos Jogos de Inverno, mas essa decisão foi mais tarde levantada.

Durante os Jogos Olímpicos de Inverno, integrou a equipa russa que conquistou a medalha de ouro na prova por equipas da patinagem artística, tendo chamado a atenção ao executar um inédito salto quádruplo.

A cerimónia de entrega de medalhas não se realizou, com o TAS a confirmar agora ter recebido os dois recursos, nomeando em breve um painel de arbitragem para decidir sobre o caso durante Pequim 2022, ainda que não anuncie qualquer data para revelar a decisão.

Entretanto, a RUSADA decidiu abrir um inquérito interno a todos os treinadores e médicos em torno da jovem, que é “menor de idade” e, portanto, passível de ter visto os seus interesses mal defendidos por pessoas com essas funções.

Patinagem | Nathan Chen conquista ouro e impede “tri” de Yuzuru Hanyu

O norte-americano Nathan Chen sagrou-se na passada quinta-feira campeão olímpico de patinagem artística nos Jogos Pequim2022, numa prova em que japonês Yuzuru Hanyu falhou o objectivo de se tornar o primeiro patinador a conseguir três títulos consecutivos desde 1928.

Desta feita, Chen, de 22 anos, redimiu-se do quinto lugar alcançado nos Jogos Pyeongchang 2018, e partilhou o pódio com os japoneses Yuma Kagiyama e Shoma Uno, medalhas de prata e bronze, respectivamente. Yuzuru Hanyu, que sonhava igualar o feito do patinador sueco Gillis Grafstrom, que em 1928 conseguiu o terceiro título olímpico consecutivo, ficou em quinto lugar.

Na pista de Yanging, o austríaco Johannes Strolz, de 29 anos, sagrou-se campeão olímpico de combinado de esqui alpino, repetindo o feito alcançado pelo pai, Hubert, nos Jogos Calgary1988, e sucedendo ao compatriota Marcel Hirscher, recordista de vitórias em provas da Taça do Mundo.

Strolz, que aos 29 anos somava apenas um triunfo em taças do Mundo, partilhou o pódio com o norueguês Aleksander Aamodt Klide (prata) e com o canadiano James Crawford (bronze).

Nos 10 quilómetros de estilo clássico do esqui de fundo, a norueguesa Therese Johaug conquistou o ouro, que juntou ao conquistado na prova de esquiatlo, e aumentou para cinco a sua contagem de medalhas olímpicas.

Jaqueline Mourão, que na terça-feira se tornou a brasileira com mais participações em Jogos Olímpicos, com oito presenças, terminou a prova no 82.º lugar.

Aos 46 anos, Jaqueline Mourão soma três participações em Jogos de Verão, em provas de ciclismo de cross-country, e cinco em Jogos de Inverno.

Velocidade | Nils van der Poel de ouro e com recorde mundial nos 10.000 metros

O patinador de velocidade sueco Nils van der Poel melhorou na sexta-feira o seu próprio recorde mundial dos 10.000 metros, alcançando o ouro nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022, cinco dias depois de ter estabelecido também o recorde olímpico nos 5.000 metros.

Depois de em Dezembro passado ter conseguido a melhor marca mundial dos 5.000 metros, o sueco, de 22 anos, estabeleceu há poucos dias o máximo olímpico da distância, e hoje melhorou a marca mundial dos 10.000, que lhe pertencia desde Fevereiro do ano passado.

Nils van der Poel patinou em 12.30,74 minutos, marca que retirou mais dois segundos ao anterior máximo (12.32,95) e deixou o holandês Patrick Roest a 13,85 segundos e o italiano Davide Ghiotto a 15,24, com as medalhas de prata e bronze, respectivamente. O canadiano Ted-Jan Bloemen, que defendia o título olímpico, foi sexto, a 30,65 segundos do sueco.

Nos 1.000 metros de patinagem em pista curta, a holandesa Suzanne Schulting alcançou o ouro, pouco depois de ter estabelecido novo recorde mundial nos quartos de final (1.26,514 minutos).

Na final, a holandesa cronometrou 1.28,391, impondo-se à sul-coreana Choi Minjeong, que foi prata, e à belga Hanna Desmet, medalha de bronze. A italiana Arianna Fontana, que na segunda-feira consolidou o estatuto de patinadora de velocidade mais medalhada nas provas de pista curta em Jogos Olímpicos de Inverno, ao revalidar o título de campeã dos 500 metros e somar o 10.º ‘metal’, foi desqualificada.

No biatlo, a norueguesa Marte Olsbu Roiseland alcançou a sua terceira medalha nos Jogos Pequim 2022, ao conquistar o ouro na prova de sprint de 7,5 quilómetros. Isto, depois de conquistar o ouro na prova de estafeta mista e o bronze na distância de 15 quilómetros.

Agenda para hoje

Bobsled (a partir das 09h30) – Medalhas
Combinado Nórdico (14h00)
Curling (a partir das 09h05)
Esqui Alpino (11h00)
Esqui Estilo Livre (a partir das 9h30) – Medalhas
Hóquei no Gelo (a partir das 12h10)
Patinagem Artística (09h15) – Medalhas
Saltos de Esqui (a partir das 18h00) – Medalhas
Snowboard (a partir das 9h30)

* O canal em língua portuguesa da TDM transmite diariamente as competições dos Jogos Olímpicos de Inverno, entre as 10h00 e as 13h30. A partir das 14h30 as provas podem ser acompanhadas no canal de Desporto da TDM em língua chinesa

14 Fev 2022

Quarentenas | Aumento de número de hotéis em estudo 

O Governo pretende aumentar o número de hotéis disponíveis para a realização de quarentenas numa altura em que há relatos de falta de vagas. Hotel Tesouro ainda tem quartos disponíveis, mas há estudantes de Macau em Hong Kong sem conseguirem regressar ao território por não terem vaga para a quarentena obrigatória

 

O Centro de Coordenação e de Contingência do novo tipo de coronavírus pretende encontrar mais hotéis para a realização de quarentenas no território, numa altura em que surgem testemunhos da falta de vagas para quem viaja para Macau. Na conferência de imprensa de ontem, Leong Iek Hou, médica e coordenadora do Centro, adiantou que está a ser feito um levantamento da situação, mas que, a curto prazo, será difícil disponibilizar mais quartos.

“A Direcção dos Serviços de Turismo está a tentar encontrar mais hotéis para a observação médica, mas os hotéis têm de cumprir determinadas exigências dos Serviços de Saúde de Macau. Num curto período de tempo não podemos aumentar muito o número de quartos”, disse. A mesma responsável adiantou que o Hotel Tesouro ainda tem quartos disponíveis.

Actualmente, existe um grupo de estudantes de Macau em Hong Kong que não consegue regressar ao território por não encontrar uma vaga para a realização da quarentena. Até ao momento, o Governo recebeu 11 pedidos de consulta, sendo que ainda não há uma data de regresso para estes alunos.

Passe em estudo

Os responsáveis do Centro de Coordenação foram também ontem questionados sobre a possibilidade de Macau aderir ao passe de vacinação, tal como acontece em Hong Kong. Isto porque, a partir do dia 24 deste mês, será obrigatória a vacinação em Hong Kong para a entrada em alguns locais.

“Não descartamos a hipótese quando a situação pandémica em Macau for grave. Temos vindo a estudar [a medida] e quando tivermos um calendário vamos divulgar [as informações] o mais rapidamente possível”, disse Leong Iek Hou.

Relativamente às viagens de funcionários públicos nos feriados do ano novo chinês, os Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) vão proceder a uma contagem daqueles que saíram. Leong Iek Hou referiu que foram poucos os que viajaram e fez um apelo para que “os empregadores ou chefes [de departamentos de serviços públicos] cumpram o dever de conhecer o historial de viagem e contactos dos trabalhadores, devendo prestar especial atenção aos trabalhadores que viajaram no período do ano novo chinês”, tendo em conta a “nova vaga pandémica em cidades da China e em Hong Kong”.

Outra das medidas anunciadas, prende-se com o facto de, desde ontem, ser decretada uma quarentena obrigatória de 14 dias para quem tenha estado em alguns locais da China, como é o caso do Grupo 2 da Aldeia de Xiyuanzi, na Vila de Chengjiao do Condado de Suizhong, em Huludao, cidade da província de Liaoning. Também desde ontem, estão canceladas as medidas preventivas para viajantes de zonas de cidades chinesas como Tianjin, Xangai ou Pequim, entre outras.

Covid-19 | Residente vindo da Turquia testa positivo ao fim de três dias

Um residente de Macau de 55 anos proveniente da Turquia, via Emirados Árabes Unidos e Singapura teve um resultado “positivo fraco” à covid-19 na passada terça-feira, ou seja, três dias depois de chegar ao território, no sábado. Um novo teste realizado na quarta-feira acusou negativo, tendo sido classificado como um “caso importado de infecção assintomática”. Até testar positivo, o paciente esteve durante três dias no Hotel Tesouro, designado para a observação médica, onde testou negativo por mais duas vezes. Após o resultado positivo, foi transportado de ambulância para o Centro Clínico de Saúde Pública em Coloane. O paciente, que se encontra inoculado contra a covid-19 com três doses da vacina da BioNTech, nunca apresentou qualquer sintoma relacionado com a doença e negou qualquer historial de infecção.

11 Fev 2022

MGM China | Receitas líquidas subiram para 1,2 mil milhões dólares de HK

A melhoria não significa que a concessionária consiga apresentar resultados positivos, depois das perdas de 5,2 mil milhões de dólares de Hong Kong no ano passado

 

As receitas líquidas da MGM China subiram para os 1,2 mil milhões de dólares de Hong Kong no ano passado. Os resultados da concessionária foram apresentados ontem, num comunicado enviado à Bolsa de Hong Kong. As receitas líquidas são o total do montante gerado pelo negócio, ao qual são subtraídos custos com devoluções, reembolsos, descontos, entre outros.

O número representa um aumento das receitas líquidas de 84 por cento face a 2020, o primeiro ano da pandemia, em que este valor se tinha fixado em 656,7 milhões de dólares de Hong Kong. Em 2020, a MGM China tinha registado perdas de 5,2 mil milhões de dólares para os accionistas, um indicador que ontem ainda não foi revelado. Tal só deverá acontecer com a publicação do relatório anual.

Na apresentação dos resultados, William Hornbuckle, presidente da MGM International, empresa-mãe da MGM China, mostrou-se animado com as perspectivas para o futuro. “Apesar de o ambiente operacional continuar a ser cortante a devido a factores variados como as restrições de viagem e as mudanças estruturais no segmento VIP, a MGM China alcançou um recorde de 14 por cento de quota do mercado”, afirmou Hornbuckle.

Por outro lado, o responsável destacou o processo de atribuição das concessões, depois das alterações à lei do jogo terem sido aprovadas, na especialidade, na Assembleia Legislativa. “É importante destacar, que os desenvolvimentos construtivos à volta do processo da renovação das concessões servem para reafirmar a nossa confiança no Governo e na capacidade de conduzir o processo de forma justa”, vincou.

Mais do mesmo

Quanto ao presente ano, o director das operações da MGM China, Hubert Wang, admitiu esperar uma recuperação lenta, devido à política de controlo da covid-19 no Interior. De acordo com as explicações avançadas aos analistas, enquanto as restrições não forem levantadas é difícil ver as receitas do jogo a subirem para níveis próximos daqueles registados antes da pandemia.

Hubert Wang abordou igualmente a campanha contra os junkets promovida pelo Governo de Macau, com as detenções de Alvin Chau, dono da Suncity, e Levo Chan, principal accionista da Tak Chun.

Segundo Wang, o cenário representa uma oportunidade, uma vez que os jogadores podem ser absorvidos pelas concessionárias, e tornarem-se em jogadores do segmento premium de massas.

“Por agora, acho que todos os junkets que operavam no modelo tradicional deixaram de existir em Macau. Por isso, os jogadores e agentes que trabalhavam com os junket estão à procura de um lugar no mercado para se estabelecerem”, explicou Wang.

Estes jogadores são assim uma das apostas para a MGM China. “A nossa prioridade é o mercado de massas, porque sabemos que é o futuro do jogo em Macau. A nossa segunda prioridade passa por absorver tanto quanto possível esses jogadores e transformá-los em clientes do mercado de massas”, acrescentou.

11 Fev 2022

Autocarros | População baixou nota da avaliação das empresas

Apesar da descida da nota das empresas, o director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego considera que o Governo está satisfeito com as prestações de Transmac e TCM

 

O facto de o Governo ter passado a ouvir mais as opiniões da população sobre o serviço de autocarros levou a uma redução das avaliações das operadoras. De acordo com os dados apresentados ontem, no final do Conselho Consultivo do Trânsito, quando as opiniões da população só contavam 10 por cento para a nota final, as classificações de Transmac e TCM eram ambas de nível “B”, numa escala que tem como nota máxima o A.

Com as opiniões a contribuírem para 40 por cento, desde o primeiro semestre do ano passado, a nota de Transmac caiu para B menos, e a da TCM para C mais.

A redução das avaliações, mostra que antes das mudanças de critérios havia um desfasamento entre as avaliações do Governo e da população. Contudo, Lam Hin San, director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego, recusou fazer comparações. “Eu até acho que houve uma melhoria no serviço. Mas, como mudámos os critérios de avaliação acho que é difícil fazer uma comparação directa”, afirmou Lam, que tinha ao seu lado representantes das duas empresas.

“Estamos satisfeitos com a avaliação. Sabemos que há sempre espaço para melhorar. Também temos de ter em conta que a população tende sempre a ser mais exigente”, apontou o director da DSAT. “Nós vamos acompanhar essas exigências, mas os nossos dados mostram que os tempos de espera pelos autocarros foram reduzidos. E as companhias de autocarros merecem esse elogio”, completou.

A avaliação apresentada ontem só reflecte os dados para o primeiro semestre de 2021. Os da segunda metade do ano ainda não estão disponíveis.

Fazer mais com menos

Segundo os dados apresentados, no ano passado, a Transmac e a TCM receberam 688,2 milhões de patacas e 694,4 milhões de patacas, respectivamente, entre subsídios do governo e receitas com a venda de bilhetes.

Para os cofres do RAEM, os apoios representaram uma despesa de cerca de 1,1 mil milhões de patacas e Lam Hin San mostrou-se satisfeito com por ter havido uma redução do financiamento com dinheiro da RAEM às empresas de autocarros. “Com os novos contratos com as companhias de autocarros que entraram em vigor no ano passado o financiamento do Governo foi de 1,1 mil milhões de patacas, ou seja, os novos contratos permitiram poupar 30 milhões de patacas”, afirmou Lam. “E mesmo os 1,1 mil milhões são o montante orçamentado, o que significa que não foi todo gasto”, congratulou-se.

No ano passado, houve ainda um aumento do número de passageiros para 193 milhões, no que representou uma subida de 16 por cento face a 2020, quando tinham sido registados 166 milhões de passageiros.

Outra subida assinalável, aconteceu ao nível dos acidentes imputáveis às companhias de autocarros. No ano passado, houve um total de 544 acidentes, um valor que subiu um terço, face a 2020, quando tinham sido registados 409 acidentes.

Cadeira-de-rodas e passadeiras

O Governo está a estudar limitar a velocidade das cadeiras-de-rodas a 6 quilómetros por hora. A notícia foi avançada ontem Lam Hin San, mas a medida ainda está a ser estudada. Por outro lado, o Governo tem planos de criar mais passadeiras diagonais, que permitam atravessar cruzamentos de forma diagonal, nomeadamente no cruzamento da Avenida do Coronel Mesquita com a Rua de Silva Mendes.

11 Fev 2022

Eleições legislativas | PS vence no círculo da China com 29% dos votos

Ao reunir 29,87 por cento do total dos 4.202 votos recolhidos nos postos consulares da China, o PS foi o partido mais votado, ao contrário do que aconteceu em 2019. PSD reuniu 25,56 por cento dos votos e em terceiro lugar ficou o Chega. Contagem de votos no estrangeiro envolta em polémica após PSD estar contra a validação de votos sem cópia do documento de identificação. Consulado em Macau diz estar a par da situação e de ter difundido “devidamente” todas as orientações

 

O Partido Socialista (PS) foi o mais votado no círculo da China, a contar para as eleições legislativas portuguesas para a Assembleia da República que decorreram no dia 30 de Janeiro.

Segundo os dados oficiais divulgados ontem, de um universo de 4.202 votos, o PS mereceu a confiança de 1.255 eleitores, ou seja, de 29,87 por cento dos inscritos nos postos consulares da República Popular da China, onde se insere Macau. Com 25,56 por cento dos votos (1.704), o Partido Social Democrata (PSD) foi o segundo mais votado no círculo da China.

Os resultados apurados ontem traduzem uma inversão no sentido de voto registado nas legislativas de 2019, quando o PSD foi o partido mais votado com 32,89 por cento dos votos (1.138) e o PS ficou no segundo lugar com 17,28 por cento dos votos (598).

Voltando a 2022, o terceiro lugar foi garantido pelo Chega, que mereceu a confiança de 7,64 por cento dos votantes (321), uma subida de relevo, dado que em 2019 o partido recebeu 26 votos e ocupava a 14.ª posição. Na quarta posição ficou o Pessoas Animais e Natureza (PAN) com 6,35 por cento dos votos (267), seguindo-se o PCP-PEV (3,21 por cento), Iniciativa Liberal (3,12 por cento), o Nós Cidadãos (2,97 por cento), o Livre (2,69 por cento) e o Bloco de Esquerda (2,48 por cento). Já o CDS-PP, obteve 1,36 por cento dos votos, tendo passado de quarta força mais votada no círculo da China para a 12ª.

Quanto à taxa de abstenção registada no Círculo da China, esta foi de 93,4 por cento, dado que votaram apenas 4.202 eleitores de um total de 63.700 inscritos. Houve ainda 210 votos em branco e 76 votos nulos.

Contas feitas junto dos restantes círculos fora da Europa, foram eleitos os deputados Maló de Abreu (PSD) e Augusto Santos Silva (PS). De referir, que na votação geral do círculo fora da Europa o PSD foi o partido mais votado com 37,46 por cento dos votos (24.143), seguido do PS, que recolheu 29,76 por cento dos votos (19.181). Pelo círculo da Europa foram eleitos os deputados Paulo Pisco (PS) e Maria Ester Vargas (PSD).

Vale ou não vale?

Ainda a contagem dos votos dos emigrantes nas legislativas não tinha começado e já despontava a polémica em torno da validação ou não dos boletins que não estavam acompanhados de cópia do documento de identificação do eleitor, como exige a lei. Em causa está uma reclamação apresentada pelo PSD na passada à Comissão Nacional de Eleições (CNE) contra a validação dos votos que não estavam acompanhados do respectivo comprovativo de identificação.

Por seu turno, segunda a agência Lusa o PS acusou o PSD de “oferecer um espetáculo degradante” ao tentar invalidar os votos sem cópia do cartão de cidadão (CC), quando todos os partidos, incluindo o próprio PSD, decidiram, em reunião com a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (SGMAI), que seriam validados todos os votos, mesmo que viessem sem cópia do CC.

A cabeça de lista do PSD no círculo da Europa, Maria Ester Vargas, disse que o partido esteve desde o início da contagem de votos da emigração, a apelar às mesas que não juntassem nas urnas os boletins de voto que não tinham cópia do cartão de cidadão do eleitor e os deixassem de lado para serem “analisados posteriormente”.

Os votos recolhidos em pelo menos 21 das mais de 100 mesas que estiveram desde terça-feira a contar os votos dos emigrantes foram anulados na sequência do protesto do PSD, acusou na quarta-feira o deputado socialista, Paulo Pisco.

Contactado pelo HM, o Consulado Geral de Portugal em Macau e Hong Kong garantiu estar a par da situação, frisando que a competência legal para a resolução do assunto pertence à CNE. Além disso, a representação consular em Macau assegurou ainda ter recebido, antes das eleições, “instruções e orientações” para garantir que os eleitores fizessem acompanhar o seu voto de uma cópia do cartão de cidadão. “Recebemos instruções e orientações que foram devidamente difundidas”, pode ler-se na resposta enviada ao HM.

O resultado definitivo da contagem dos votos dos emigrantes nas legislativas pode ser conhecido apenas na próxima terça-feira, caso algum partido recorra dos números apurados. Cenário esse, muito provável já que, segundo a Lusa, o PS tenciona recorrer, junto do Tribunal Constitucional.

11 Fev 2022

Pequim 2022 | Lindsey Jacobellis conquista ouro que lhe fugiu há 16 anos

Após ter falhado por pouco o título olímpico em Turim 2006, a norte-americana Lindsey Jacobellis conquistou, em Pequim, a medalha de ouro no snowboard cross 16 anos depois. “Se tivesse conquistado o título [em 2006], provavelmente teria deixado de competir”, confessou após a vitória. Dupla alemã Tobias Wendl e Tobias Arlt vencem no luge e sagram-se tricampeões olímpicos. Eslováquia estreia-se nas medalhas com vitória no esqui alpino

 

Com Lusa

A norte-americana Lindsey Jacobellis, de 36 anos, sagrou-se campeã olímpica na modalidade de snowboard cross, nos Jogos Olímpicos Pequim 2022, 16 anos depois de uma queda lhe ter “roubado” o lugar mais alto do pódio em Turim.

Nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2006, Lindsey Jacobellis, uma das grandes estrelas da modalidade, parecia ter tudo para alcançar o ouro na prova de snowboard cross, que se estreava no programa olímpico. No entanto uma queda no penúltimo salto deixou-a “apenas” com a prata.

Na quarta-feira, a pista de Zhangjiakou, na China, foi o palco da consagração da norte-americana, que partilhou o pódio com a francesa Chloe Trespeuch e a canadiana Meryeta O’Dine, medalhas de prata e bronze, respectivamente.

Desde a prata em Turim, aos 20 anos, no que era o seu único pódio olímpico até hoje, Lindsey Jacobellis foi somando sucessos, incluindo cinco títulos e 31 vitórias em provas da Taça do Mundo.

Na sua quinta participação em Jogos Olímpicos de Inverno, a atleta do Connecticut admitiu, depois do triunfo, que se tivesse conquistado o ouro há 16 anos, muito provavelmente, já não estaria a competir ao mais alto nível.

“Se tivesse conquistado o título [em 2006], provavelmente teria deixado de competir. Naquela altura, já não estava a divertir-me, havia muita pressão sobre os meus ombros, para me tornar a ‘menina de ouro’ e para uma jovem atleta é muito difícil lidar com isso”, explicou.

Em 2006, tudo foi fácil para Jacobellis, e até duas das principais adversárias deram uma ajuda ao caírem durante a final, quando no penúltimo salto uma espécie de comemoração antecipada a fez perder o equilíbrio, falhar a aterragem e ser ultrapassada pela suíça Tanja Frieden, que se sagrou campeã.

Na altura, a norte-americana justificou o gesto como “uma manobra necessária para recuperar o equilíbrio devido ao vento”, mas, mais tarde, acabou por contar outra versão.

“Deixei-me levar pelo momento. Nem sequer pensei duas vezes, estava a divertir-me e é isso que o snowboard deve ser. Estava na frente, quis partilhar o meu entusiasmo com o público, fiz asneira, acontece!”, reconheceu.

Não há duas sem três

Sem dar margem à concorrência ao longos dos anos, os alemães Tobias Wendl e Tobias Arlt conquistaram o tricampeonato Olímpico nas duplas de luge, ao arrecadarem o ouro nos Jogos de Inverno Pequim 2022, na quarta-feira. Isto, depois de a dupla ter vencido em Sochi 2014 e PyeongChang 2018. Toni Eggert e Sascha Benecken, também da Alemanha, ficaram com a prata, ao passo que os austríacos Thomas Steu e Lorenz Koller arrecadaram o bronze.

A vitória histórica foi garantida após Wendl e Arlt terem percorrido as duas descidas da estância de gelo de Yanqing com um tempo total de 1min56s554, ou seja, 0s099 à frente de seus compatriotas Eggert e Benecken, quatro vezes campeões mundiais e actuais detentores do título.

A conquista é histórica pois é primeira vez que a mesma dupla consegue ganhar consecutivamente por três ocasiões um evento dos Jogos Olímpicos de Inverno. De frisar ainda que Arlt e Wendl, nascidos com duas semanas de diferença entre si, competem juntos desde os 13 anos de idade.

“É difícil explicar o que estou a sentir neste momento, é simplesmente incrível. Mal podemos acreditar, é um sonho. Tivemos uma temporada complicada e um início difícil aqui. Neste momento, é inacreditável,” disse Arlt ao Olympic Channel.

“Precisamos de alguns dias para nos acalmar e reflectirmos sobre o que conseguimos alcançar”, acrescentou.

Wendl e Arlt começaram a confirmar o favoritismo desde o início da prova, terminando a primeira descida com 58s255, que se assumiu como novo recorde da pista em Yanqing. A diferença para os compatriotas Eggert e Benecken foi pequena (58s300), com os austríacos Steu e Koller a ficarem na terceira posição (58s426). No entanto, na segunda e decisiva descida, as posições mantiveram-se inalteradas, consagrando Wendl e Arlt como tricampeões olímpicos.

Com um total de cinco medalhas obtidas, três nas duplas do luge e mais duas nas estafetas por equipas, a dupla alemã entra também para a história dos Jogos Olímpicos de Inverno, como aquela que mais ouros conquistou na modalidade.

Estreia de ouro

A Eslováquia conquistou a sua primeira medalha nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022, após Petra Vlhová, de 26 anos, ter vencido a medalha de ouro na modalidade de esqui alpino. Líder do ranking mundial ao longo da temporada, Petra Vlhová começou por executar uma primeira descida abaixo do esperado, mas acabou por não ceder à pressão na segunda tentativa, onde retirou 80 centésimos ao tempo estabelecido inicialmente (52s89). A austríaca Katharina Liensberger assegurou a medalha de prata, e a suíça Wendy Holdener conquistou o bronze.

“Dei tudo o que tinha e no final das contas sou campeã Olímpica”, comemorou Vlhová. “É difícil dizer o que significa para mim agora. Sonhei toda a minha vida em ganhar os Jogos Olímpicos”, confessou ao Olympic Channel.

Vlhová chegou a Pequim na sua melhor forma, naquela que foi a sua participação Olímpica e após ter alcançado como melhor resultado um quinto lugar em PyeongChang 2018. Nos últimos quatro anos a atleta conquistou quatro títulos nas competições da Taça do Mundo e cinco medalhas em Mundiais. “Nesta temporada conseguiu ser fui muito forte e hoje dei tudo”, acrescentou a campeã.

Patinadora russa Valieva testou positivo em Dezembro a substância proibida – ‘media’

A patinadora olímpica russa Kamila Valieva testou positivo para um medicamento cardíaco proibido, antes da chegada aos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022, noticiaram vários meios de comunicação russos, segundo a agência Lusa.

A confirmar-se, fica em risco a medalha de ouro da equipa russa de patinagem artística que a jovem, de 15 anos, ajudou a conquistar na segunda-feira, na prova de estilo livre de equipas.

A substância detectada, segundo a imprensa russa, é um medicamento utilizado para tratar problemas cardíacos que não contribui para melhorar o desempenho desportivo. O teste foi alegadamente realizado em Dezembro.

A imprensa acrescentou que, devido ao teste positivo, a organização dos Jogos Olímpicos de Inverno decidiu suspender a cerimónia de entrega das medalhas do torneio de patinagem artística por equipas.

À espera de confirmação

Enquanto os treinadores e a federação russa recusaram adiantar quaisquer comentários, o Ministério do Desporto russo considerou prematuro denunciar um caso de “doping” antes de uma confirmação oficial.

“A posição da Federação Russa é a luta constante e consistente contra qualquer tipo de violação das regras desportivas e da ética olímpica”, afirmou.

A lendária treinadora Tatiana Tarasova recusou-se a acreditar que Valieva esteja envolvida num caso de doping: “Não acredito nisso. Não. Não acredito nesta loucura. Não pode ser. Ela é uma jovem (…) fantástica e uma atleta fantástica. Kamila não tomou nada”.

Neste momento, a Rússia tem 11 medalhas na tabela geral dos Jogos Olímpicos de Inverno: duas de ouro, três de prata e seis de bronze.

Valieva, campeã europeia, fez manchetes em todo o mundo quando realizou na capital chinesa pela primeira vez na história um salto quádruplo.

Os atletas russos estão em Pequim a competir como “Comité Olímpico Russo”, depois de o país ter sido banido devido a um enorme esquema de ‘doping’ patrocinado pelo Estado nos Jogos Olímpicos de Inverno em Sochi (Rússia) de 2014.

Portugal | José Cabeça estreia-se hoje no esqui de fundo

O português José Cabeça entra hoje em competição nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022 nos 15 Km clássicos no esqui de fundo, naquela que é a sua estreia olímpica. Após Vanina Oliveira se ter estreado nos Jogos Olímpicos de Inverno na segunda-feira, com um 43.º lugar no slalom gigante e de não ter terminado a prova de slalom dois dias depois após falhar uma porta, o chefe da missão portuguesa em Pequim disse que a comitiva estava “triste”, mas focada na participação de hoje no esqui. “É um desporto difícil, que tem destas coisas. Quando se erra, já não dá para recuperar nada. Agora, vamos focar-nos no Zé Cabeça”, referiu o chefe de missão, em declarações à agência Lusa. A competição de 15 Km clássicos no esqui de fundo está agendada para as 15h00.

Agenda para hoje

Biatlo (17h00) – Medalhas
Bobsled (a partir das 14h10)
Curling (a partir das 09h05)
Esqui Alpino (11h00) – Medalhas
Esqui Cross-Country (15h00) – Medalhas
Hóquei no Gelo (a partir das 12h10)
Patinagem de Velocidade (16h00) – Medalhas
Patinagem de Velocidade em Pista Curta (a partir das 19h00) – Medalhas
Saltos de Esqui (17h45 e 19h00)
Skeleton (a partir das 9h30) – Medalhas
Snowboard (a partir das 9h30) – Medalhas

* O canal em língua portuguesa da TDM transmite diariamente as competições dos Jogos Olímpicos de Inverno, entre as 10h00 e as 13h30. A partir das 14h30 as provas podem ser acompanhadas no canal de Desporto da TDM em língua chinesa

11 Fev 2022

Pandemia | Preocupação com saúde mental dos trabalhadores

O Gabinete Coordenador dos Serviços Sociais, Sheng Kung Hui, diz que os pedidos de apoio psicológico relacionados com questões financeiras aumentaram 10 por cento em relação ao período antes da pandemia. Insónias, ansiedade e depressão são os principais sintomas apontados. FSS diz que entre Janeiro e Outubro do ano passado, 22 desempregados receberam subsídios para obter formação profissional

 

O Chefe do Gabinete Coordenador dos Serviços Sociais Sheng Kung Hui de Macau, Ip Kam Po, está preocupado com os efeitos que a pandemia está a ter nos trabalhadores das empresas locais, sugerindo que as entidades patronais prestem mais atenção à saúde mental e física dos colaboradores.

Além disso, o responsável pela associação ligada à igreja anglicana, espera que as empresas do território se mostrem mais disponíveis para cooperar com os serviços sociais locais, com o objectivo de “organizar actividades que apoiem de forma relevante os funcionários”.

De acordo com o jornal Ou Mun, Ip Kam Po justificou a tomada de posição com o facto de o volume de pedidos de ajuda recebidos pela associação que chefia ter aumentado em cerca de 10 por cento relativamente ao período antes da pandemia. O responsável revelou ainda que a maioria das sessões de apoio visaram atender preocupações económicas e o pagamento de dívidas e que os trabalhadores apresentaram sintomas como insónias, ansiedade e depressão.

Dirigindo-se ao Governo, Ip Kam Po espera que as autoridades lancem medidas de apoio dirigidas às empresas e a pensar na saúde mental e física dos trabalhadores. Já da parte da associação Sheng Kung Hui, revelou, será feito um estudo para avaliar a condição dos colaboradores do território nesses parâmetros e divulgado um vídeo de sensibilização. Desde que começou a prestar serviços de apoio a funcionários das empresas de Macau em 2010, o organismo já acolheu mais de 130 mil pessoas, dos quais 90 por cento eram trabalhadores locais.

E quem não trabalha?

Noutro espectro do mercado laboral, neste caso referente ao universo de desempregados que tem vindo a aumentar a reboque da pandemia, o Fundo de Segurança Social (FSS) revelou em resposta a uma interpelação do deputado Lei Chan U que entre Janeiro e Outubro do ano passado, houve um total de 22 casos subsidiados sob o enquadramento do “Regulamento dos Incentivos e Formação aos Desempregados”.

O apoio, que se traduz num montante de subsídios concedidos no valor de 157 mil patacas, revela “um aumento” em relação a 2020. Em termos totais, o saldo de dotação específica do “Regulamento dos Incentivos e Formação aos Desempregados” que está ainda a ser gerido pelo FSS, é de cerca de 103 milhões de patacas, revela ainda o organismo.

No que diz respeito à revisão do plano de apoio aos desempregados, o FSS diz apenas que a viabilidade de uma eventual alteração à lei e à sua operabilidade está a ser coordenada em conjunto com a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL).

10 Fev 2022

Orquestra | IC envia 22 trabalhadores para a nova sociedade

A Sociedade Orquestra de Macau conta desde o início do mês com 22 trabalhadores do Instituto Cultural, que vão permanecer na empresa pública durante um ano

 

O Instituto Cultural (IC) nomeou 22 trabalhadores para serem enviados em comissão de serviço para a recém-criada Sociedade Orquestra de Macau. O anúncio foi publicado ontem através de um despacho em Boletim Oficial, assinado pela secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U.

“São nomeados os 22 trabalhadores do Instituto Cultural, constantes da tabela em anexo para exercer funções, em comissão eventual de serviço, na Sociedade Orquestra de Macau, Limitada, pelo período de um ano, a partir de 1 de Fevereiro de 2022”, pode ler-se no texto do despacho.

O HM contactou o IC, para perceber as funções desempenhadas por estes trabalhadores e tentar perceber a razão de não terem sido despedidos e contratados pela nova orquestra, como aconteceu com os músicos, mas até ao fecho da edição não recebeu qualquer resposta.

Segundo o anúncio publicado ontem no Boletim Oficial, os trabalhadores vão manter os respectivos salários e benefícios com o IC a assumir as despesas: “A remuneração mensal de cada um dos trabalhadores referidos […] é a correspondente à dos cargos de origem no Instituto Cultural, a quem caberá suportar as respectivas remunerações e os encargos com os descontos […] para efeitos de assistência na doença, aposentação e sobrevivência ou previdência, na parte respeitante à entidade patronal”, é referido. O despacho apresenta também os nomes dos trabalhadores afectados com a mudança.

Processo polémico

O processo da extinção da Orquestra de Macau e da Orquestra Chinesa de Macau e a transferência dos respectivos músicos para uma empresa com capitais públicos tem sido marcado por várias polémicas.

A medida serviu como pretexto para despedir o maestro chinês Lu Jia, que em declarações à TDM, admitiu ter ficado a saber do despedimento através de amigos, ainda antes de ter havido qualquer comunicação oficial.

Além disso, aos trabalhadores não-residentes foi igualmente feito um ultimato: ou assinavam um documento com a transferência para a nova empresa ou tinham de deixar o território. Os documentos da transferência foram assinados sem que houvesse informações sobre os salários nem outros direitos laborais. Ao longo das reuniões para explicar as mudanças, os músicos não-residentes saíram sempre com mais dúvidas do que respostas.

Quanto aos músicos residentes, o IC garantiu que foram despedidos, com direito a receberem as respectivas compensações, mas que seriam contratados pela nova empresa.

Durante o processo turbulento com as orquestras, houve ainda tempo para uma troca na presidência no Instituto Cultural com a saída de Mok Ian Ian e a promoção da vice-presidente Deland Leong Wai Man.

A troca nunca foi explicada oficialmente, e Elsie Ao Ieong U também não prestou declarações durante a tomada de posse de Deland Leong. No entanto, a relação entre Mok Ian Ian e a secretária Elsie Ao Ieong U nunca foi fácil. Mok tinha sido uma escolha de Alexis Tam, antecessor de Elsie, e o facto terá pesado sempre na relação entre as duas.

10 Fev 2022

Canídromo | Francisco Manhão destaca oportunidade para desenvolver desporto

O ex-presidente da Associação de Veteranos de Futebol defende que o Canídromo deve ser aproveitado para lançar um novo centro desportivo que permita ao desporto de Macau internacionalizar-se e finalmente obter resultados

 

Francisco Manhão, ex-presidente da Associação de Veteranos de Futebol, apelou ao Governo para assumir as rédeas do desporto local e criar um projecto de internacionalização com resultados desportivos. Para este fim, Manhão considera que o Canídromo é fundamental e que deve ser dotado de instalações para as diferentes modalidades.

Anteriormente, o Governo tinha anunciado que pretendia utilizar o Canídromo para desenvolver espaços para as escolas. Contudo, o projecto foi abortado, numa decisão elogiada por Manhão. “Fiquei satisfeito com a decisão do Governo de manter o Canídromo. Para mim, estamos a falar do espaço desportivo mais importante de Macau e também aquele que é o mais antigo e tradicional”, reconheceu, em entrevista ao HM.

“O Canídromo é uma oportunidade para Macau desenvolver o desporto, através da criação de infra-estruturas para finalmente se conseguir competir a nível internacional. Ainda há tempos ouvi o Presidente Xi, num discurso, a dizer que o desporto tem de ser uma aposta”, afirmou Manhão. “E como é que se pode desenvolver o desporto? De certeza que não chega apenas recuperar o campo, o balneário e as bancadas. É preciso mais”, vincou.

Para Manhão, o projecto deve passar pela aposta na construção de campos para modalidades como voleibol, andebol, fustal, além do futebol de onze, assim como num centro médico feito a pensar nos atletas, com piscina para tratar lesões. “É muito importante que os atletas tenham um espaço para poderem recuperar e receber todos os cuidados necessários”, justificou.

Para expandir

Além das instalações desportivas, o ex-presidente da associação defendeu a construção de alojamentos para os atletas, à semelhança do que aconteceu com o centro de alto rendimento, no Cotai.

Questionado sobre se os dois projectos não seriam redundantes, Manhão recusou o cenário por considerar que as novas instalações não resolveram o problema da falta de espaços para as diferentes modalidades.

Quanto à gestão do projecto, o macaense considerou que o Instituto do Desporto deveria entregar a gestão às diferentes associações, que tratariam dos pedidos para a utilização das instalações. “O Instituto do Desporto ficava com o papel de supervisão, mas como eles têm tantas tarefas, e recebem tantos pedidos, era mais fácil para todos se fossem as associações a gerirem os pedidos para os seus membros. Haveria menos burocracia e seria mais eficaz”, indicou.

Cultura de exigência

Sobre o desporto local, Francisco Manhão defendeu que é essencial uma maior intervenção do Governo para criar uma cultura de exigência de resultados, que não existe actualmente.

“Não temos desporto com qualidade. Há cinquenta anos que oiço que não há problema face à ausência de resultados porque se está a ganhar experiência. É uma resposta que não resolve nada”, sublinhou. “É um discurso que impede que se evolua e que faz com que Macau nunca tenha capacidade para competir internacionalmente”, acrescentou.

Por isso, Manhão considera que tem de ser o Governo a apostar num novo modelo de desenvolvimento, criar o estatuto de atleta de alta competição, com carreiras atractivas, e enviar os jovens e técnicos para o exterior, onde podem ser formados com os melhores profissionais. “Se olharmos para Hong Kong, vemos que o que conseguiram alcançar a nível internacional, e ganham medalhas em competições a nível mundial, tudo isso se deve a muito trabalho e à aposta no desporto. Temos de seguir o exemplo”, apontou.

O ex-presidente da Associação de Veteranos de Futebol disse ainda que podem ser feitas parecerias para formação de técnicos e atletas com os países mais desenvolvidos. “Se pensarmos no futebol, Alemanha, Inglaterra ou Portugal são boas hipótese. Se quisermos ver o caso do voleibol, a China é um bom destino para se aprender”, afirmou.

Claro para Francisco Manhão, é que o projecto do Canídromo tem de ser central para o desporto em Macau poder dar um salto qualitativo e poder chegar a um nível que seja efectivamente internacional.

10 Fev 2022

DSAL | Coutinho vai levar despedimento de 521 trabalhadores à AL

No seguimento de não ter sido recebido pela DSAL após sucessivas tentativas, José Pereira Coutinho vai levar o caso dos 512 trabalhadores despedidos de uma obra no Cotai, à Assembleia Legislativa. Para o deputado, a situação é demonstrativa da falta de “transparência” e “responsabilidade” das entidades oficiais. Trabalhadores afectados continuam desempregados

 

O deputado José Pereira Coutinho vai levar à Assembleia Legislativa (AL), o caso dos 512 trabalhadores despedidos de uma obra no Cotai, que se manifestaram a 27 de Janeiro à porta da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) para apresentar queixa. Contactado pelo HM, o deputado apontou não haver outra saída possível para a situação, dado que, desde o dia em compareceu à porta da DSAL e acabou por não ser recebido pelos responsáveis, procurou agendar novos encontros com o organismo, acabando por ver todos eles recusados.

“No dia seguinte [à concentração] fiz outro pedido e também foi negado. Até hoje estou à espera que façam alguma coisa e, perante isto, não tenho outra solução senão levar o assunto à AL. Os dirigentes da DSAL não se atreveram até hoje a encontrar-se com um deputado. Isto só demonstra opacidade, falta de transparência, de coragem e de responsabilidade por parte das entidades oficiais”, começou por dizer.

“Ainda ontem estive reunido com representantes dos trabalhadores despedidos. Estamos a recolher muita informação e eu estou, entretanto, a preparar um documento para enviar ao Governo e estamos a ver ainda qual será a melhor modalidade [interpelação escrita ou oral] para fazer face ao carácter urgente desta matéria. Desde que acompanhámos os trabalhadores à DSAL verificámos que, de facto, há um problema grave relacionado com as autorizações dos trabalhadores não residentes [TNR] e que tem prejudicado gravemente os trabalhadores locais, na medida em que uma grande parte são trabalhadores jovens”, acrescentou.

Segundo Pereira Coutinho, a maioria das centenas de trabalhadores afectados tem “cerca de 40 anos, famílias para sustentar, filhos menores e rendas para pagar” e, desde que foram despedidos, ainda não encontraram emprego.

Neste contexto, o deputado considera que a DSAL “não está a desempenhar o papel que lhe compete”, dado que estão a decorrer obras de grande envergadura como a fase 4 do Galaxy ou a construção do Complexo Hospitalar das Ilhas, onde os responsáveis “não se estão a esforçar por contratar trabalhadores locais”.

“A DSAL (…) não está a desempenhar o papel que lhe compete, nomeadamente de investigar estaleiro por estaleiro, porque é que, por exemplo, nas fundações, pinturas, trabalhos de arrematação do cimento ou no emadeiramento não se contratam trabalhadores locais?”, questionou.

Pactos comprometedores

Apesar de não estar ainda certo em que formato é que o assunto será levado à AL, Coutinho defende que o Executivo deve ser mais “exigente” em relação às autorizações concedidas aos trabalhadores não residentes (TNR), já que existem “ainda” 170 mil TNR no mercado de trabalho. Caso contrário, estará a pactuar com os interesses das construtoras e não com o bem-estar dos trabalhadores locais.

“Na área da construção civil, o Governo pactua com as grandes construtoras que receberam de bandeja as grandes obras públicas e (…) [podendo] é evidente que optam pelos TNR que não têm qualquer direito ou regalia e, ao mínimo passo em falso, são enviados imediatamente para o local de origem”, partilhou.

Em termos de medidas de apoio, Pereira Coutinho reiterou que o Governo deveria atribuir cheques pecuniários destinados às “classes mais vulneráveis” e defendeu o aumento do prazo de atribuição e do montante do subsidio de desemprego, respectivamente de três para seis meses, e de 4.500 para as 6.000 patacas.

10 Fev 2022