Pedro Arede Manchete SociedadeInternet | Deputado alerta para “armadilhas” de influencers e pede fiscalização Ma Io Fong está preocupado com os menores que são levados a gastar dinheiro em jogos online e transmissões em troca de upgrades ou de “um sorriso de um influencer”. Para o deputado, o Governo deve ponderar alterações legislativas que permitam maior fiscalização e apostar na sensibilização e formação dos encarregados de educação O deputado Ma Io Fong considera que o Governo deve tomar medidas para fiscalizar o acesso de menores a jogos online que envolvam o pagamento de montantes em troca de recompensas e sensibilizar os encarregados de educação para a “obscuridade” da prática. Segundo o deputado, a massiva utilização dos smartphones com acesso à internet e a influência de celebridades em diversas plataformas online, tem contribuído para levar menores a despender avultadas quantidades de dinheiro. “Diversos jogos alegam ser grátis, mas, geralmente, têm itens àenda, atraindo os jogadores a injectar dinheiro no jogo. Mais, com o desenvolvimento do entretenimento no mundo da internet, surgiram as gorjetas para as celebridades ou influencers”, começa por explicar através de uma interpelação escrita. “Esta variedade de produtos, a publicidade e a influência das celebridades constituem um grande atractivo para os menores, enquanto grupo que não tem ainda conceitos amadurecidos sobre o dinheiro e a sua gestão. Assim, muitas vezes pagam fortunas só para comprar uma coisa ou conseguir um sorriso duma qualquer celebridade ou influencer. Com a generalização dos telemóveis inteligentes, este fenómeno passou a ser um problema social”, acrescentou. Ma Io Fong classifica ainda como “armadilhas psicológicas” os sorteios de recompensas incluídos nos jogos online, que, de acordo com deputado, levam os menores a gastar dinheiro, acreditando que estão “quase a conseguir alcançar uma determinada meta”. Além disso, citando um estudo realizado em 2017 por uma instituição de aconselhamento sobre o vício do jogo, o deputado aponta que 62 por cento dos inquiridos efectuou pagamentos envolvendo, na sua maioria, montantes entre 1.001 e 5.000 patacas. Obscurantismo digital Neste contexto e lembrando que muitos países, incluindo a China, têm tomado medidas para “reprimir” empresas que desenvolvem jogos ou plataformas de transmissão em directo, como o Twitch, quanto à prática de incluir menores no seu público alvo, Ma Io Fong defende que o Governo de Macau deve também ponderar alterações legislativas nesse sentido. Além disso, tendo em conta que os servidores dos respectivos jogos e plataformas se encontram instalados na China, o deputado pede mesmo ao Executivo para dialogar com os serviços competentes do Interior para “prevenir, através das políticas e legislação” os menores de participar nestas actividades. “O Interior da China já recorreu à políticas e legislação para restringir os actos de injecção de dinheiro nos jogos virtuais e de pagamento de gorjetas na internet por parte dos menores e até criou mecanismos para a devolução das quantias pagas”, começou por indicar. “O acto de injectar dinheiro pode até envolver o elemento jogo, assim, as autoridades devem rever a legislação vigente, estudando a viabilidade de fiscalizar as actividades de sorteio nos jogos virtuais. Já o fizeram?”, questionou. Por último, perante a “obscuridade subjacente à (…) práticas de injectar dinheiro e de pagar gorjetas”, Ma Io Fong defendeu ainda o reforço da sensibilização e educação destinados a encarregados de educação. O objectivo passa por “aumentar os conhecimentos dos pais sobre o desenvolvimento da Internet e (…) o bom aproveitamento das funções de filtragem, ajudando-os a reforçar a guarda das contas destinadas ao pagamento electrónico”.
João Santos Filipe Manchete PolíticaPolítica de zero casos | Ex-deputado Sulu Sou defende discussão O vice-presidente da Associação Novo Macau considera urgente o combate ao surto pandémico. Depois de resolvida a situação, Sulu Sou gostaria de ver debatida a manutenção da política de zero casos em Macau ou a passagem a uma fase de coexistência com a covid-19 Apesar de a pandemia da covid-19 se prolongar em Macau há mais de dois anos e meio, nunca houve uma discussão pública sobre a política de zero casos. O ex-deputado Sulu Sou considera que depois de resolvido o surto actual, seria importante abrir espaço para se debater a manutenção da política de zero casos ou, à semelhança do que acontece no resto do mundo, avançar para a coexistência com o vírus. Numa entrevista ao jornal All About Macau, Sulu Sou afirmou que existem cada vez mais vozes na sociedade que questionam a política actual e o pendor para eliminar os casos comunitários a todo o custo. Nesse sentido, o ex-legislador entende que a política deve ser analisada mais profundamente, o que não tem acontecido. Na perspectiva de Sulu Sou, o debate é muito importante e a sociedade devia estar mais aberta para a discussão, apesar de reconhecer limites. “Não posso dizer que estou optimista sobre este debate, se tivermos em conta que o actual espaço público para fazer estas discussões é muito reduzido”, desabafou. O ex-deputado, banido das últimas eleições legislativas, indicou que actualmente toda a discussão foca a criação, ou não, de mais postos de testes ou se uma espera de 15 minutos nos postos de testes é aceitável. “É o tipo de debate que os órgãos de comunicação social tradicionais têm permitido e que faz com que o espaço para a discussão mais profunda seja muito limitado”, opinou. Lutar contra a natureza Em relação à política actual, Sulu Sou acha que o Governo está a gastar muitos recursos no combate ao coronavírus, que está sempre em mutação. O vice-presidente da Novo Macau indicou também que os recursos eram melhor utilizados se fossem canalizados para grupos de risco, como idosos, crianças, doentes crónicos, ou pessoas portadoras de deficiência. Por outro lado, o ex-legislador questionou o objectivo da política de zero casos, argumentando ser impossível eliminar um vírus de um momento para o outro. “Alguma vez os humanos foram capazes de tomar medidas que ultrapassassem a capacidade de um vírus para se espalhar? Alguém acha que é desta vez que os humanos vão eliminar um vírus tão contagioso?”, questionou. “Acho que até o cidadão normal, como eu, que não é profissional de saúde, está surpreendido com esta visão”, frisou. Este aspecto foi apontado depois de Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde, ter afirmado que para controlar o surto as autoridades teriam de ser mais rápidas a actuar, a detectar as diferentes infecções, para quebrarem a cadeia de transmissão. Depende das condições Em relação ao debate, Sulu Sou argumenta que não se deve limitar a discussão a duas opções inflexíveis: a política de zero casos ou a coexistência com o vírus. No seu entender, ambas as visões têm aspectos positivos que podem ser adoptados, de acordo com a evolução da pandemia. Contudo, o ex-deputado recusa que a política de coexistência seja definida como a escolha de deixar morrer os mais fracos, como acredita que Ho Iat Seng deu a entender durante a conferência de imprensa da semana passada. Para Sulu Sou, não é assim que se pode discutir de forma saudável um problema profundo, apenas criando condições para no futuro haver grande oposição para a adopção de uma política menos restritiva. Sulu Sou apontou ainda uma incoerência no discurso de Ho Iat Seng e nas medidas adoptadas. Na conferência, Ho Iat Seng apelou à calma da população, porque a estirpe actual não tem a taxa de mortalidade das estirpes anteriores do vírus. Sulu Sou concorda com a afirmação e reconhece que os dados reflectem essa realidade, porém, não deixou de notar que as medidas tomadas não reflectem esta nova realidade. Sem condições para mudar Finalmente, Sulu Sou reconheceu que nas condições actuais, e segundo a apresentação do Chefe de Executivo na conferência de imprensa, não vai ser possível desistir da política de zero casos tão depressa. Mesmo afastando a impossibilidade de Macau adoptar políticas diferentes das praticadas no Interior da China, devido ao encerramento das fronteiras, Sulu Sou indicou que o Governo não tem trabalhado para viver com o vírus, o que limita as opções. O ex-deputado é assim contra uma alteração repentina, por temer que os Serviços de Saúde não estejam preparados para a mudança. Mesmo indicando que a reacção das autoridades ao surto tem sido dinâmica, com aprendizagem, como a alteração de critérios das zonas amarelas e vermelhas comprova, Sou espera que antes da implementação de mudanças estas sejam bem explicadas à população para evitar respostas negativas.
Pedro Arede Grande Plano MancheteCovid-19 | “Sucesso” do trabalho de prevenção afasta pedido de ajuda ao Interior O Governo considera que os últimos dados demonstram que a situação epidémica está controlada e o trabalho de prevenção a ser um sucesso, não sendo por isso necessário pedir ajuda ao Interior da China. Até ontem foram registados 391 casos positivos, havendo, entre eles, um caso grave referente a uma residente de 60 anos O Governo descartou, para já, emitir qualquer pedido de ajuda às autoridades do Interior da China para concretizar os trabalhos de prevenção epidémica afectos ao último surto de covid-19 em Macau e considerou que os mais recentes dados traduzem o “sucesso” das medidas aplicadas. Segundo explicou a médica Leong Iek Hou, o sucesso está materializado no elevado número de casos detectados nas zonas de gestão e controlo e na comunidade. “Todos os trabalhadores da linha frente, voluntários e cidadãos têm contribuído para que, neste momento, os trabalhos estejam a ser um sucesso e temos conseguido controlar a epidemia”, começou por explicar Leong Iek Hou. “De acordo com dados de hoje [ontem], podemos ver que houve 96 novos casos confirmados, dos quais 50 foram detectados na comunidade e 46 detectados através das medidas gestão e controlo. Por isso, podemos ver que através das várias rondas de teste em massa, dos testes rápidos e da investigação epidemiológica, estamos a conseguir detectar os pacientes. Isto significa que houve um resultado muito positivo dos nossos trabalhos (…) e espero que possamos continuar”, explicou. Segundo Leong Iek Hou, o apoio que o Governo Central está a dar a Macau traduz-se no envio de material médico e na garantia do fornecimento de bens alimentares à população, através da facilitação das passagens fronteiriças. Primeiro caso grave Os dados revelados ontem em conferência de imprensa foram avançados numa altura em que tinham sido registados, no total, 357 novos casos de covid-19 em Macau. Contudo, mais tarde, a mesma responsável anunciou que a contabilização já tinha subido para 391. Além disso, foi anunciado que entre os casos positivos, uma residente de Macau vacinada com três doses da vacina da Sinopharm encontra-se em estado grave, após lhe ter sido diagnosticada uma pneumonia nos dois pulmões. No entanto, a sua condição de saúde é considerada “estável”. “Uma mulher de 60 anos que tem uma doença crónica e está vacinada com três doses, teve entretanto dificuldades a nível respiratório, tem uma baixa taxa de oxigénio no sangue e as análises mostram que existe uma pneumonia nos dois pulmões. Já lhe foram recomendados medicamentos contra covid-19 e é considerado um estado grave, embora o seu estado clínico seja estável”, foi indicado. Questionado sobre a possibilidade de a cidade vir a ser submetida a um confinamento geral (gestão circunscrita), o Chefe de Divisão de Relações Públicas dos Serviços de Polícia Unitários (SPU), Cheong Kin Ian, diz não haver para já essa necessidade. “Senão houver essa necessidade, não vamos activar o plano de gestão circunscrita. Nesta fase, os cidadãos devem cumprir as exigências do Governo e apenas sair de casa em caso de necessidade. Por favor, não saiam de casa”, vincou. Problemas em massa Acerca do plano de testagem em massa da população, foi esclarecido que os funcionários estão a exigir a apresentação do resultado do teste de antigénio nos postos e que, se a população já não tiver testes disponíveis em casa, poderão ser disponibilizados kits de testes rápidos no local. Isto, apesar de haver stock suficiente. Leong Iek Hou admitiu ainda a possibilidade de vir a dispensar algumas crianças de próximas rondas de testarem, caso estas tenham permanecido sempre em casa com a família. Sobre as quarentenas impostas à população devido a contactos próximos ou itinerários semelhantes, foi confirmada a ocorrência de atrasos na saída do Hotel Sheraton devido à impossibilidade de realizar testes a todos os hóspedes a quem foi dada alta. Foi ainda relatado um caso em que uma ambulância tardou a acudir um residente que se sentiu mal no hotel de quarentena, devido à complexidade e coordenação que o procedimento implica entre entidades. Zonas Vermelhas | Isolamento reduzido para cinco dias O período de isolamento dos indivíduos inseridos em edifícios classificados como zonas vermelhas foi reduzido de sete para cinco dias. De acordo com uma nota do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus divulgada na madrugada de ontem, após a implementação do confinamento (dia 0), estas pessoas passam agora a ter o código de saúde de cor amarela no 6º e 7º dia (período de autogestão), devendo realizar um teste de ácido nucleico no 7º dia para que o código de saúde seja convertido em verde. Durante o período de isolamento e em que o código está vermelho, os indivíduos terão de realizar testes de ácido nucleico no 1º e 5º dia e testes rápidos no 2º, 3º e 4º dia. Quanto aos indivíduos inseridos nas zonas amarelas, terão de realizar testes de ácido nucleico no 1º, 2º, 4º e 7º dia e testes rápidos no 3º, 5º e 6º dia antes de ver o seu código de saúde convertido na cor verde. Testes rápidos | IAS lança vídeo tutorial para idosos Com o objectivo de ensinar a população idosa a fazer o teste rápido de antigénio, o Instituto de Acção Social (IAS) produziu e divulgou um vídeo onde são demonstradas, passo a passo, todas as etapas necessárias para a realização do exame à covid-19 em casa. O vídeo pode ser encontrado no canal do IAS na plataforma YouTube, onde também consta um vídeo sobre os procedimentos relativos à declaração do resultado do teste rápido. “O IAS espera que os equipamentos sociais, os sectores sociais e o público em geral ajudem a divulgar o vídeo em causa e, em simultâneo, apela os residentes para que ajudem familiares ou vizinhos idosos a aprofundarem os procedimentos do teste rápido de antígeno e da declaração do resultado do teste”, pode ler-se em comunicado. Mercados | Vendedores obrigados a teste rápido diário Para poderem operar as suas bancas, os vendedores dos mercados municipais e das zonas de vendilhões passaram a estar obrigados a fazer um teste rápido de antigénio diariamente. Segundo o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), foram destacados fiscais para garantir que todos os trabalhadores efectuaram o teste à covid-19 e que estes cumprem as orientações de prevenção epidémica e higiene pessoal, de forma a assegurar a saúde dos consumidores. Adicionalmente, revela o IAM, os diversos mercados e zonas circundantes são diariamente limpos e desinfectados durante o período de almoço e os seguranças do espaço fornecem desinfectante às pessoas que pretendam entrar nesses espaços.
Andreia Sofia Silva Eventos Manchete24 de Junho | Invasão dos holandeses em 1622 lembrada em Lisboa Mariana Pereira, antropóloga, e Rui Loureiro, historiador, foram os protagonistas de uma conferência, organizada pelo Centro Científico e Cultural de Macau, que lembrou os 400 anos do 24 de Junho de 1622, quando os holandeses tentaram invadir o território de Macau. A data continua viva na memória dos macaenses que lhe deram uma nova roupagem, assegura a antropóloga “24 de Junho de 1622: História e Memória” é o nome da conferência que decorreu na última sexta-feira, em Lisboa, com o intuito de lembrar os 400 anos da invasão dos holandeses no território sob administração portuguesa. O evento, organizado pelo Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM), contou com a presença do historiador Rui Loureiro e a antropóloga Mariana Pereira, que está a fazer um doutoramento sobre as percepções da comunidade macaense residente em Portugal face a esta data histórica. De frisar que, no período da Administração portuguesa, 24 de Junho era um dia feriado. Mariana Pereira começou a desenvolver o trabalho de investigação em 2019, partindo não só de conversas com membros da comunidade. Uma coisa é certa: a data está longe de estar esquecida ou ignorada. “Nós é que decidimos o que queremos que o 24 de Junho seja”, apontou. “É difícil dizer se há ou não uma ameaça à celebração [desta data], porque tem havido uma nova história sobre o 24 de Junho, com novos públicos e contextos. O 24 de Junho tem hoje um formato mais aberto e plural. A sociedade civil está a criar um novo rumo, com base em elementos da tradição histórica. A diáspora macaense também faz isso nos locais onde vive”, apontou. Mariana Pereira acredita que esta data vai continuar a ser celebrada. “O cerne de estar ligado a um acontecimento histórico de Macau está lá e vai continuar nos próximos tempos”, disse. Da guerrilha Entre 1580 e 1640 Portugal ficou sob domínio dos espanhóis, herdando os conflitos que o país vizinho tinha com outros impérios europeus. Foi o caso dos holandeses, que tentaram estabelecer-se na Ásia e criar rotas de comércio tal como os portugueses já faziam a partir de Goa. Até finais do século XVI os portugueses detinham o exclusivo do comércio pela Rota do Cabo, sendo que “todos os europeus iam a Lisboa comprar produtos”, recordou Rui Loureiro. Além de falar da figura do rei Filipe II de Espanha, cujo reinado foi marcado pela tentativa expansionista dos holandeses, o historiador abordou também a importância do livro “Itinerario”, de Jan Huygen van Linschoten’s, que mais não era “uma descrição muito bem informada de toda a Ásia e dos negócios dos portugueses, e que apresentou a Ásia aos holandeses”. Traduzido para várias línguas, este livro mais não era do que um verdadeiro “roteiro das principais rotas comerciais informações obtidas em Goa” pelo autor, provavelmente na qualidade de espião. Desta forma, os holandeses conseguem estabelecer-se no que hoje é conhecido como a ilha de Java, conseguindo uma rota directa para o Oriente. A China, lugar de porcelanas e sedas exóticas, era o grande atractivo. “A China era o melhor mercado para vender especiarias. A partir de 1631 os holandeses tentaram instalar-se em Macau, sem sucesso. Depois de 1622 nunca mais tentaram, e como alternativa conseguiram estabelecer-se na ilha de Taiwan, mas não durante muito tempo.” Rui Loureiro relatou então o que se passou no dia 24 de Junho, com a chegada dos holandeses a Macau. “A armada holandesa, composta por 13 navios e 800 homens, tinha informação de que Macau estaria quase desprotegida. No entanto, tiveram de enfrentar uma resistência quase desorganizada, pois muitos portugueses tinham experiência de anos de navegação e, com poucas espingardas e canhões, obtiveram uma vitória fulgurante sobre as forças holandesas que iam preparadas para uma guerra convencional, mas depararam-se afinal com uma guerra de guerrilha.” A vitória sobre os holandeses levou à construção de mais fortificações em Macau, após uma negociação com Cantão. Imperava a necessidade de segurança e protecção. “Macau, na década seguinte, passou a ter uma série de fortalezas em sítios estratégicos e nunca mais houve tentativas de conquista por parte de outra potência.” Rui Loureiro destaca os trabalhos de investigação de Charles Boxer ou Wu Zhiliang, entre outros, sobre o 24 de Junho de 1622. Mas aponta que “não tem havido investigação mais recente” acerca deste episódio histórico.
João Santos Filipe Manchete SociedadeObras Públicas | Li Canfeng e Jaime Carion acusados de associação secreta O caso em que os ex-directores das Obras Públicas são acusados do crime de associação secreta envolve 21 arguidos. Além dos empresários William Kuan e Sio Tak Hong, também Ng Lap Seng consta na lista de arguidos. Este último tem no cadastro uma condenação por corrupção nos Estados Unidos Os ex-directores dos Serviços de Obras Públicas, Jaime Carion e Li Canfeng, são acusados pelo Ministério Público (MP) de crimes de associação secreta. Os contornos da acusação de mais um caso com as Obras Públicas na RAEM foram revelados na sexta-feira, pela Rádio Macau, e implicam 21 arguidos. Jaime Carion é acusado de um crime de associação secreta, em concurso com o crime de associação criminosa, cinco crimes de corrupção passiva para acto ilícito e seis crimes de branqueamento de capitais. O antigo director das Obras Públicas não está em Macau há vários anos, o seu paradeiro é desconhecido, apesar das suspeitas de que esteja algures em Portugal ou no Brasil, pelo que as hipóteses de passar tempo na prisão são praticamente nulas. No que diz respeito a Li Canfeng, sucessor de Carion nas Obras Públicas, é acusado de um crime de associação secreta, em concurso com o crime de associação criminosa, 11 crimes de corrupção passiva para acto ilícito, 10 crimes de branqueamento de capitais, um crime de falsificação de documentos e quatro crimes de inexactidão de elementos. O ex-director está preso preventivamente no Estabelecimento Prisional de Coloane desde Dezembro de 2021, depois de ter sido detido no Interior. Segundo a informação avançada da Rádio Macau, também Ng Lap Seng consta no processo. O empresário esteve preso nos Estado Unidos até 2021, por ter corrompido altos membros da Organização das Nações Unidas, num caso altamente mediático. Em Março do ano passado, devido à situação pandémica, Ng foi autorizado a deixar os EUA e a viajar para o território para cumprir pena de prisão até Dezembro de 2021. Chegado ao território, o empresário arrisca nova pena de prisão. Ng Lap Seng é acusado de um crime de associação secreta, em concurso com o crime de associação criminosa e quatro crimes de branqueamento de capitais, e está a aguardar o julgamento em liberdade, embora impedido de sair de Macau. Talentos locais Por sua vez, Sio Tak Hong é acusado de um crime de associação secreta, em concurso com o crime de associação criminosa, dois crimes de corrupção activa, cinco crimes de branqueamento de capitais e quatro crimes de falsificação de documentos. O empresário William Kuan Vai Lam, que quando estava em liberdade foi responsável pela venda de terrenos mais cara de sempre em Macau, é acusado de um crime de associação secreta, em concurso com o crime de associação criminosa, três crimes de corrupção activa e três crimes de branqueamento de capitais. Sio Tak Hong e William Kuan foram detidos em Macau em Dezembro de 2021, na mesma altura que Li Canfeng. Ainda no processo consta o nome do empresário Miguel Wu, ex-sócio de Pedro Chiang, que já havia sido condenado no âmbito do processo com o ex-secretário Ao Man Long. Wu é acusado de um crime de associação secreta, em concurso com o crime de associação criminosa, dois crimes de corrupção activa e dois crimes de branqueamento de capitais.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeEPM | Exames nacionais voltam a realizar-se a partir de hoje Após cancelar a realização dos exames nacionais de acesso ao ensino superior em Portugal, a direcção da Escola Portuguesa de Macau voltou atrás, com a autorização da DSEDJ, criando um regime excepcional para os finalistas que terminam o ensino secundário este ano. Os exames podem voltar a realizar-se a partir de hoje A direcção da Escola Portuguesa de Macau (EPM) decidiu voltar atrás na decisão de suspender a realização dos exames nacionais de acesso ao ensino superior em Portugal no contexto do surto pandémico. O HM teve acesso ao comunicado emitido que dá conta que os exames, suspensos desde quinta-feira, podem voltar a ser realizados a partir de hoje. A autorização para o regime excepcional para estes alunos, numa altura em que as escolas tiveram de cancelar todas as provas, partiu da própria Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ). Para a realização dos exames é necessário apresentar um teste de ácido nucleico negativo realizado um dia antes da prova, sendo necessário chegar à EPM 45 minutos antes do exame para a realização de um auto-teste, fornecido pela escola. Os alunos devem usar máscara e apresentar o código de saúde de cor verde. Além disso, só poderão estar entre três a quatro alunos por sala. Recorde-se que um grupo de pais apresentou uma carta aberta para que a direcção da EPM intercedesse junto da DSEDJ, e não apenas do Ministério da Educação em Portugal, a fim de assegurar que o grupo de alunos, que não vai além dos 20 estudantes, pudesse realizar os exames, tendo em conta que muitos já têm viagens marcadas com os pais para Portugal. Além disso, mesmo que os exames da primeira fase contassem como segunda fase, sem perda de contingente, o adiamento das datas iria fazer com que muitos estudantes não pudessem fazer melhoria de nota. Final feliz Os exames na EPM decorriam com normalidade até quinta-feira, mediante apresentação de teste rápido negativo, até que um despacho da DSEDJ travou o processo. À Lusa, Manuel Machado declarou que a decisão de realizar os exames deixou muitos pais mais descansados. “Os pais legitimamente ficaram muito apreensivos, fizeram chegar essa apreensão aos serviços de Educação e foi possível, depois, junto das autoridades que mostraram a maior abertura, resolver o problema.” “A alteração é boa para todos, para a comunidade em geral, mas especialmente para aqueles alunos e para aqueles encarregados de educação directamente envolvidos”, notou à Lusa o presidente da Associação de Pais da EPM, realçando que a não realização das provas nacionais “podia causar graves problemas no acesso ao ensino superior”. Depois de comunicar com a direcção da escola, que deu conta da suspensão dos exames – contou Filipe Regêncio Figueiredo – a associação enviou um email à Direção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) pedindo que, através de um regime excepcional, fosse possível a realização das provas. Apesar de a situação estar resolvida, na quinta-feira, cerca de uma dezena de alunos falharam a prova nacional de Economia. Esta é uma disciplina do 11.º ano, mas que “é necessária para o prosseguimento dos estudos em certos cursos” do ensino superior, explicou o presidente da direcção da EPM, referindo que os alunos poderão realizar o exame na segunda fase que, depois de contactadas as autoridades portuguesas, “vai valer como a primeira”. Com Lusa
João Luz Manchete PolíticaSAFP | Serviços públicos e consulado encerrados até 1 de Julho Os serviços públicos vão permanecer encerrados até 1 de Julho, excepto para tratar assuntos urgentes, à semelhança do Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong que irá manter um piquete de funcionários para assegurar serviços mínimos. O pessoal dos Serviços de Saúde terá férias canceladas até 31 de Julho O Governo anunciou que todos os serviços públicos vão permanecer encerrados até sexta-feira, dia 1 de Julho, segundo estipula o despacho assinado por Ho Iat Seng publicado ontem no Boletim Oficial. “Para evitar a transmissão da Pneumonia causada pelo novo tipo de coronavírus na RAEM, os serviços públicos da RAEM encerram nos dias 27 de Junho a 1 de Julho de 2022, com excepção dos que prestam serviços urgentes e indispensáveis ao público”, lê-se no despacho que entra hoje em vigor. O encerramento compulsivo “não obsta a que os dirigentes dos serviços públicos determinem que os trabalhadores da Administração Pública compareçam ao serviço ou prestem serviço por motivo de apoio à prevenção da epidemia ou outro motivo de interesse público”. Da mesma forma, desde o passado dia 20 de Junho, o Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong está encerrado ao público, sem serviços de atendimento presencial. Na passada quinta-feira, o HM contactou a representação diplomática portuguesa na RAEM, depois de tomar conhecimento de relatos de pessoas em dificuldades para tratar de assuntos prementes, inclusive questões burocráticas essenciais para o retorno definitivo a Portugal. O Consulado-Geral respondeu na sexta-feira, esclarecendo que “retomará os serviços de atendimento presencial quando idêntica medida for anunciada pelo Governo da RAEM para os serviços públicos locais”, ou seja, o atendimento presencial não será uma opção durante esta semana. Em relação ao tratamento de questões urgentes, é referido que “os serviços mínimos estão, desde dia 20 de Junho, a ser assegurados por um piquete de funcionários no Consulado-Geral”. “Podemos ser contactados via telefone, e-mail e página Facebook”, acrescenta o organismo liderado por Paulo Cunha Alves. Para tal, o Consulado-Geral aconselha contactos através do e-mail macau@mne.pt e do número de telefone 28356660. Mais tarde, também através do Facebook, o Consulado informou que permanecerá encerrado de 27 de Junho a 1 de Julho, sendo que os utentes com marcações de atendimento serão contactados para reagendarem as marcações. Férias em banho-maria Entretanto, o director dos Serviços de Saúde assinou ontem uma circular informativa a estabelecer que “todos os pedidos de férias para o período de 27 de Junho a 31 de Julho de 2022, apresentados pelos funcionários dos Serviços de Saúde, não serão deferidos”, e que “todos os pedidos de férias já autorizados serão cancelados”. A medida é justificada com a necessidade de “reforçar medidas preventivas dos Serviços de Saúde contra uma eventual epidemia, no sentido de proteger os interesses de toda a população de Macau” e, até ao final de Julho, “incluindo feriados, todos os funcionários devem permanecer contactáveis”. A circular esclarece que, em casos excepcionais, “devidamente fundamentados”, Alvis Lo pode autorizar ressalvas ao estipulado. Também os serviços da sede do Instituto de Acção Social (IAS), centros de serviço social e outros serviços a ele subordinados vão continuar encerrados durante toda a semana. O IAS irá manter abertos “os serviços de carácter urgente, nomeadamente o tratamento por medicamentos no Centro de Tratamento por Medicamentos (Metadona) da Areia Preta e no Centro de Tratamento por Medicamentos (Metadona) do Carmo”. Aquilo que resta Praticamente, todos os sectores da máquina administrativa irão apenas disponibilizar serviços mínimos. O Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau, por exemplo, suspendeu a maioria dos seus serviços de atendimento ao público, mantendo o funcionamento limitado para pedidos de autorização de residência por investimento. A Direcção dos Serviços de Solos e Construção Urbana informou que vão continuar suspensos, até 1 de Julho, todos os serviços públicos “com excepção dos serviços urgentes e indispensáveis ao público”. Quanto à Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico apenas serão disponibilizados serviços para requerimento das licenças de importação e de exportação e dos certificados de origem. Também o Comissariado contra a Corrupção (CCAC) irá funcionar a semana toda a meio gás. Porém, para apresentar “denúncias, ou queixas no âmbito da provedoria de justiça, os cidadãos podem recorrer ao serviço de apresentação de queixas online do CCAC, ou ligar para a Linha Vermelha do CCAC através do n.º 2836 1212. As datas limite previstas para a entrega da Declaração de Bens Patrimoniais e Interesses por parte dos trabalhadores da função pública serão adiadas para o primeiro dia útil após a suspensão do serviço”. A Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça irá suspender todos os serviços ao público (incluindo os serviços dos registos e do notariado, os serviços de apoio judiciário e os serviços de Apostilha), com a excepção dos serviços de urgência do registo de óbitos, que “serão realizados no 2.º andar do Edifício Administração Pública, das 10h30 às 12h30”. Autocarros | Frequência de carreiras reduzida em 20% Perante a diminuição da procura dos serviços de autocarros devido ao novo surto de covid-19 em Macau, a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) decidiu ajustar a frequência de todas as carreiras do território em cerca de 20 por cento, em termos gerais. Em comunicado, o organismo revela assim que, desde o passado sábado, a frequência dos autocarros foi reduzida entre 4 e 50 por cento, “mantendo a prioridade na frequência das carreiras que incluem os hospitais nas suas rotas”. Atendendo ao evoluir da “situação real”, o organismo promete ainda a ajustar os serviços de autocarro, de acordo com a necessidade de deslocação da população. CTT | Distribuição postal suspensa nas zonas vermelhas Dada a impossibilidade de os distribuidores postais acederem a algumas áreas confinadas da cidade, a Direcção dos Serviços de Correios e Telecomunicações (CTT) anunciou a suspensão temporária da entrega de encomendas que tenham como destino as chamadas zonas vermelhas. Neste contexto, os CTT irão guardar as respectivas encomendas até que as medidas de encerramento sejam levantadas. “Os CTT irão guardar, temporariamente, os objectos postais em questão, e retomarão, logo que possível, a distribuição postal nas referidas zonas e estabelecimentos após o levantamento das medidas de encerramento”, pode ler-se em comunicado. Paralelamente, para “reduzir o contacto e manter a distância social”, todos os destinatários de encomendas, deixam de estar obrigados a assinar o recibo de entrega.
João Santos Filipe Grande Plano ManchetePandemia | Território atinge 299 casos e Governo lança mais um teste em massa A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, afirmou que as medidas estão a ter resultados no controlo do surto local e que contam com a benção de Zhong Nanshan, epidemiologista do Interior. O número de casos subiu de 190, na sexta-feira, para 299, às 17h de ontem A partir desta manhã está em curso mais um teste em massa que vai decorrer até amanhã às 18h00 contando com novos postos de testagem. O anúncio foi feito ontem, na conferência de imprensa sobre a situação pandémica, depois de o número de casos de covid-19 activos ter subido para 299. No entanto, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, mostrou-se confiante no avançar dos trabalhos, sem desvalorizar a gravidade da situação, porque as medidas têm a aprovação do epidemiologista Zhong Nanshan. “A equipa de Zhong Nanshan tem sido notificada de todas as medidas adoptadas pela RAEM. Sabemos que a estirpe BA.5.1 é altamente transmissível e que a origem nem sempre é clara, por isso, os testes em massa e de antigénio são fundamentais”, afirmou Elsie Ao Iong U. “A equipa disse que o Governo tomou as medidas necessárias e imediatas. Mas, como os casos têm vindo a crescer de forma rápida, há necessidade de fazer mais uma ronda de testes em massa, para travar e interromper a cadeia de transmissão”, foi justificado. A secretária revelou ainda que nenhuma medida é adoptada sem a validação de Zhong Nanshan. “A equipa dele tem os dados para fazer uma avaliação sobre as nossas medidas. Se decidem que as nossas medidas são indicadas, elas são adoptadas. Se eles acharem que não são indicadas, então o Governo estuda outras medidas para aplicar”, reconheceu a secretária. “É uma equipa com muitos peritos e que nos transmite opiniões diferentes, mas é o Governo que decide as medidas a aplicar”, assegurou. Para este teste, a secretária anunciou que as pessoas vão receber cinco testes rápidos e ainda 10 máscaras com o padrão KN95, visto como o mais eficaz face às máscaras de cirurgia, com uma taxa de prevenção de 83 por cento contra uma eficácia de 66 por cento. Perto de casa O aumento do número de centros de testagem foi explicado com o perigo de contágio e a necessidade de reduzir as aglomerações. Por isso, foi ainda deixado o apelo para que as pessoas sejam testadas perto das residências, e que evitem deslocações de autocarro ou de mais de 15 minutos a pé. “Agradecemos que façam o teste perto da zona onde vivem. Não devem ir para outros bairros residenciais fazer o teste, de forma a evitar que haja um cruzamento da infecção”, foi pedido. “Também não devem apanhar o autocarro para ir para outro bairro, porque há um grande risco”, justificou a secretária. O Governo apelou ainda à população para não sair de casa e declarar sempre os lugares que visita, através da aplicação móvel com o código de saúde. Segundo a explicação, se o Governo souber onde as pessoas estiveram ao longo do dia consegue impedir a cadeia de transmissão na comunidade e isolar as pessoas mais rapidamente, ou seja, mandá-las para quarentena, para evitar futuros contágios. Quanto à evolução do surto, foi explicado que o “epicentro” se deslocou da Zona da Horta e Costa para a Zona Norte da cidade, “onde há uma grande concentração da população”. Alvis Lo reconheceu ainda não ter capacidade para responder quando vai ser realizado o último teste em massa à população, apontando que vai depender da “situação real”. Quarentenas atrasadas Também ontem, foi reconhecido que a saída das quarentenas está atrasada e que as pessoas estão a passar nos hotéis quase mais um dia do que o inicialmente previsto. Em causa, está o facto de os Governo ter falta de meios humanos para analisar todos os testes realizados às pessoas em quarentena. “Temos muitas pessoas sob controlo. Há mais de 2 mil pessoas para sair dos hotéis e precisamos de um tempo muito prolongado para testar as amostragens recolhidas”, reconheceu a Leong Iek Hou, médica. “Pedimos compreensão para a situação, mas o nosso pessoal tem vindo a trabalhar de manhã até altas horas da noite. Como as pessoas só podem deixar a quarentena com um teste negativo, às vezes têm de ficar mais uma noite do que o previsto”, confessou. Este atraso foi encarado como um “motivo de força maior”, e a médica afirmou que não vai aumentar a despesa do custo da quarentena, que é assumido pelo erário público. Segundo os dados apresentados na conferência de ontem havia 4.845 pessoas em quarentena nos hotéis do território Farmácias | Testes rápidos disponíveis para venda Para além dos kits distribuídos aquando das rondas de testagem em massa da população, os teste rápido de antigénio podem ser adquiridos nas farmácias de Macau. “As farmácias de Macau também dispõem de produtos que cumprem as especificações, podendo os cidadãos adquirirem e fazerem os auto testes de antigénio, de acordo com as suas próprias necessidades”, pode ler-se em comunicado. Recorde-se que autoridades distribuíram, até ao momento, um total de cinco kits de testes rápidos a cada pessoa nas duas primeiras rondas de testes em massa. 13 zonas vermelhas De acordo com a lista mais recente publicada pelo Governo, existiam até às 22h de ontem 13 áreas de controlo selado (zonas vermelhas). Das zonas vermelhas fazem parte: Edifício Tat Cheong (Travessa dos Bombeiros), Hotel Fortuna, Edifício Tat Cheong (Rua de Afonso de Albuquerque), Edifício Choi Kong Cheong (Bloco 1 – Rua Direita do Hipódromo), Edifício Yan On (Rua de Manuel de Arriaga), Restaurante Ng Iap (Estrada dos Cavaleiros), Edifício Comandante Pinto Ribeiro (Torre I – Praça das Portas do Cerco), Edifício Va Fai Kok (Rua de Francisco Xavier Pereira), Edifício Son Lei (Avenida da Longevidade), La Marina (Torre 4 – Rua Central da Areia Preta), Edifício Veng Chan (Pátio de Horta e Costa), Edifício Sok Fan (Rua da Barca) e Edifício Mau Tan (Bairro Iao Hon). Quanto às áreas de prevenção (zonas amarelas) foram definidos 43 locais. Grand Lisboa Palace | Negada presença de familiares de Ho Iat Seng em casamento O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus esclareceu no sábado, “face aos rumores nas plataformas sociais online”, que “o Chefe do Executivo e seus familiares não compareceram no jantar de casamento que teve lugar no Grand Lisboa Palace, no dia 18 de Junho”. Recorde-se que o evento esteve na origem de um dos surtos que afecta Macau. “Os rumores também alegaram que os familiares [de Ho Iat Seng] em causa tinham idade compreendida entre alguns meses e quatro anos, os quais também não se encontravam no Reino Unido nem em outros países estrangeiros, sendo que estes rumores não têm fundamento em relação à verdade dos factos e são maliciosos, pelo que foram entregues à polícia para investigação de acompanhamento”, indicou o Governo. No sábado, o director dos Serviços de Saúde sublinhou também que nenhum deputado terá participado na festa de casamento. Na noite anterior, o Centro de Contingência referiu que a deputada Angela Leong não compareceu ao jantar de casamento mencionado, e que não estaria “sob controlo antiepidémico”. Zonas vermelhas | Dois agregados com casos positivos ditam confinamento A existência de duas fracções com casos positivos de covid-19 passou a estar na base para definir as chamadas zonas vermelhas. A medida anunciada ontem pelo Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus substitui o anterior critério em que as zonas vermelhas eram definidas a partir do momento em que eram detectados dois casos positivos, independentemente de pertencerem, ou não, ao mesmo agregado. “Antes, o critério para a criação de zona de controlo selado [zona vermelha] era um prédio com dois casos positivos de ácido nucleico não controlado. Neste momento, esse critério altera para duas fracções autónomas ou duas famílias (ocupantes de alojamento colectivo que moram em mais de um quarto) com casos positivos de ácido nucleico não controlados”, pode ler-se numa nota oficial. Os novos critérios ditam assim, que os edifícios onde exista apenas uma fracção ou família com casos positivos de covid-19, serão considerados como zonas amarelas. Desta feita, todos os edifícios que anteriormente tenham sido classificados como zonas vermelhas, passarão a ser zonas amarelas, “após realização de pelo menos um teste de ácido nucleico”, indica o Centro de Coordenação. IAM | Acolhidos 34 animais de estimação Entre 19 de Junho e o passado sábado, o serviço temporário de hospedagem do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) foi solicitado para acolher 34 animais de estimação, cujos donos foram obrigados a cumprir quarentena. De acordo com uma nota oficial, entre os animais estão cães, gatos, coelhos e ouriços-cacheiros, que foram entretanto entregues a familiares ou amigos dos donos ou encaminhados para o Canil Municipal, onde ficarão temporariamente hospedados. Nenhum dos animais apresenta sintomas suspeitos relacionados com a covid-19. Segundo o IAM, após a recepção do pedido de ajuda, o organismo envia um veterinário e uma equipa de apoio para recolher e tratar do animal em causa, que é depois enviado para “a zona de inspecção de quarentena e criação de animais” do Canil Municipal. Durante o processo, o animal receberá toda a atenção quotidiana necessária, “a fim de permitir ao dono sentir-se à vontade durante a quarentena ou ao receber tratamento”. Quarentena | Parisian acrescenta 2.300 quartos para observação médica Face à necessidade de aumentar o número de quartos disponíveis para quarentena, o Governo anunciou que, desde sábado, o The Parisian Macau passou a integrar a lista de hotéis para observação médica, acrescentando assim 2.300 novos quartos. Recorde-se que, desde quinta-feira o Hotel Lisboeta Macau, passou também a ser utilizado para quarentenas, disponibilizando 650 quartos adicionais destinados a pessoas que são submetidas a observação médica a pedido do Governo. Com P.A. e J.L.
Hoje Macau Manchete SociedadeCovid-19 | Governo admite terceira ronda de testes à população O Governo admitiu esta sexta-feira a possibilidade de uma terceira ronda de testes à população, na sequência do surto de covid-19 que antecipou o final do ano letivo e suspendeu total ou parcialmente serviços e comércios. “É com grande probabilidade que vamos fazer uma nova ronda de testes para atingir a política de zero casos”, disse o diretor dos Serviços de Saúde de Macau, Alvis Lo, durante a conferência de imprensa diária sobre a situação da covid-19 no território. Macau decretou no domingo o estado de prevenção imediata, na sequência do pior surto desde o início da pandemia, no qual foram detetados 170 casos. Na quinta-feira, teve início um teste geral à população, que decorre até à meia noite de hoje, depois de no início da semana cerca de 677 mil pessoas se terem deslocado aos 53 postos disponíveis para uma primeira testagem. Nesta segunda avaliação, disse Lo, “foram recolhidas até às 15:00 567.462 amostras, ou seja 84% do público-alvo”. Entretanto, na quarta-feira foi pedido também aos residentes de Macau que realizassem um teste antigénio em casa. À população foram entregues até à data cinco ‘kits’ de testes rápidos. Na sequência do novo surto, as autoridades locais anteciparam o encerramento do ano escolar, além de declararem a suspensão da atividade de todos os espaços de diversão e dos restaurantes, permitindo apenas o serviço de ‘takeaway’. Em Macau estão suspensos também os serviços públicos, a atividade dos museus e dos equipamentos sociais que prestam serviços diurnos (creches, centros de cuidados especiais e centros comunitários) e as visitas a lares de idosos. Macau definiu áreas de confinamento, tendo delimitados neste momento nove edifícios da cidade de onde não é permitida a saída dos residentes. A par destas zonas vermelhas, foram criadas zonas amarelas em prédios adjacentes, com medidas de controlo menos restritivas.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteAsiático de Karting cancela prova dias depois de simulacro no kartódromo Depois de dois anos e meio sem realizar corridas, os organizadores do Campeonato Open Asiático de Karting (AKOC na sigla inglesa) estavam entusiasmados com a possibilidade de os motores voltarem a rugir em meados de Julho em Macau. Contudo, a série de novos casos que assolam o território obrigaram ao cancelamento do evento Num comunicado colocado nas redes sociais, os organizadores do Campeonato Open Asiático de Karting anunciaram na passada quarta-feira o cancelamento do evento no território: “A ronda de Julho de 2022 em Macau está cancelada. Isto é devido ao recente ressurgimento de casos de covid e novas medidas de quarentena impostas”. No calendário internacional da CIK FIA, o órgão que regula o karting internacional, o Campeonato Open Asiático de Karting tinha agendado para o Kartódromo de Coloane uma prova no fim de semana de 16 e 17 de Julho, para as seguintes categorias: 125 Open Junior, 125 Open Master, 125 Open Senior, 125 Open Veteranos, MAX, MAX Junior, MAX Veteranos, MINI ROK, ROK-GP, X30 Junior e X30 Senior. Antes da pandemia, o Kartódromo de Coloane era um dos palcos favoritos para acolher eventos do Campeonato Open Asiático de Karting. Inaugurada no dia 17 de Outubro de 1996, a infra-estrutura continua a ser uma das melhores equipadas no continente asiático. Para além das competições de Macau, o kartódromo recebia habitualmente duas provas do AKOC, a ronda de abertura e a de encerramento, sendo que esta última costumava coincidir com o Grande Prémio Internacional de Karting. Segundo o que apurou o HM, a organização do AKOC, que tem o seu quartel-general nas Filipinas, acreditava inicialmente que o evento iria ser realizado usando o sistema de bolha implementado com sucesso durante os Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim, mas até ao início desta semana aguardava ainda mais informações. A organização do AKOC, cujos campeonatos são maioritariamente compostos por pilotos de vários países do sudeste asiático, vai aguardar por uma decisão da AAMC quanto a uma nova data para evento. Entretanto, as provas organizadas pela Associação Geral Automóvel de Macau – China (AAMC) no Kartódromo de Coloane marcadas para o fim de semana, foram também canceladas. Numa nota colocada na sua página electrónica, a AAMC esclareceu: “Tendo em conta a grave situação epidémica, em resposta à política anti-epidemia do Governo da RAEM, a AAMC vai continuar a suspender os serviços externos de 22 a 24 de Junho. Obrigado pela vossa compreensão.” Simulacro no Kartódromo No fim de semana passado, o Kartódromo de Coloane serviu para um simulacro com vista à preparação do 69.º Grande Prémio de Macau. Numa iniciativa gerida pelo Instituto do Desporto, com o intuito de explorar a viabilidade de convidar atletas estrangeiros para competir em Macau, foi testada a possibilidade de realizar o evento em “circuito fechado”, à imagem do que foi feito nos Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim. Segundo o que foi noticiado pela imprensa local de língua chinesa, o conceito passa por dividir os intervenientes do evento em duas zonas: “zona verde” e “zona vermelha”. Todas as equipas participantes, o seu pessoal e mesmo alguns meios de comunicação social são colocados na zona vermelha em “circuito fechado”, onde autocarros farão o seu transporte entre o circuito e o hotel. O simulacro terá incluído operações de socorro, eliminação de lixo, cerimónia de entrega de prémios, entrevistas instantâneas em vídeo entre os meios de comunicação social e os pilotos, e até autocarros realizaram o transporte de pessoas em “circuito fechado”.
João Santos Filipe Manchete SociedadeSurto | Ho Iat Seng desvaloriza origem no Interior e aponta aos EUA e Reino Unido O Governo afirma que os indícios apontam para que o novo surto tenha origem em produtos importados ou em residentes que vieram do exterior. No entanto, Ho Iat Seng mostra-se confiante na resolução do problema, devido ao apoio de peritos e das cidades e províncias amigas do Interior O Chefe do Executivo desvalorizou a possibilidade de o novo surto local ter origem no Interior. Numa conferência de imprensa agendada para a manhã de ontem, e realizada à tarde, Ho Iat Seng afirmou que a estirpe activa no território é “mais vulgar” nos Estados Unidos e no Reino Unido, do que no Interior. “Em Macau a estirpe que está activa é a BA5.1. da Ómicron. Não é uma estirpe vulgar na China, mas mais vulgar nos Estados Unidos e no Reino Unido, pelo que é mais difícil detectar a fonte do surto”, declarou Ho Iat Seng, por sua iniciativa, sem que ainda tivesse sido questionado pelos jornalistas. “Não estamos de braços cruzados, estamos a tentar o mais rapidamente possível detectar a origem do surto. Equacionamos todos os indícios. Será que veio da cadeia do frio? Temos de ver… Mas, sabemos que não é muito provável que tenha vindo do Interior, porque não é uma estirpe comum”, frisou. O surto foi identificado em Macau a 18 de Junho, poucos dias depois de as autoridades permitirem a entrada de pessoas vindas do Interior com um teste de ácido nucleico com a validade de sete dias. Antes de 15 de Junho era exigido que quem circulasse entre Macau e o Interior apresentasse um teste com a validade de 48 horas. Ainda assim, Ho Iat Seng acredita que os indícios mais fortes apontam para que o vírus tenha vindo do exterior. “Não podemos deixar de investigar todas as hipóteses, todos os indícios que conduziram a este surto que estamos a enfrentar. Temos as cadeias de frio e entra carne congelada em Macau”, referiu. “Também temos muitos produtos a entrar e não podemos testar todas as embalagens importadas. Os testes são feitos com amostras, por isso, não podemos confirmar, nem afastar, que o surto tenha começado através de um produto importado”, destacou. Ho Iat Seng afirmou ainda que o surto pode ter origem nos residentes que foram ao exterior, que vieram da Europa e que trouxeram o vírus consigo, em bagagens mal desinfectadas, apesar de terem cumprido quarentenas de 14 ou 10 dias. Obrigado Interior A conferência de imprensa serviu também para Ho Iat Seng agradecer ao Interior, explicar que o controlo do surto tem sido “apoiado pelos peritos” e que o abastecimento de alimentos à cidade vai ser garantido pelas “províncias e cidades amigas” do outro lado da fronteira. “A população pode ficar descansada com a evolução do surto porque temos uma equipa montada, com muita experiência, que tem lidado com a covid-19 desde o primeiro dia até agora”, atirou. “E quero salientar que esta equipa não é composta apenas por pessoas de Macau, também temos os peritos das autoridades nacionais. Por isso, se conseguirmos adoptar as medidas de controlo, creio que este surto não vai durar muito tempo”, vincou. Entre os peritos do Interior, Ho Iat Seng destacou o epidemiologista Zhong Nanshan, que disse poder fazer uma previsão muito precisa sobre o fim deste surto, assim que for reunida mais informação sobre os infectados, nos próximos dias. Ainda segundo as indicações de Zhong, Ho apontou que as quarentenas para as áreas vermelhas e amarelas podem ser apenas de sete ou 10 dias, se não existirem mais casos confirmados nos edifícios bloqueados. Apelo à calma Apesar de ontem ter decretado o encerramento de todos os espaços de diversão em Macau, à excepção dos casinos (o que foi explicado pela importância económica), e de ter sido declarado o encerramento dos restaurantes, que apenas estão autorizados a vender comida para fora, Ho Iat Seng apelou à calma. O pedido foi justificado com o baixo risco de mortalidade. “Peço-vos que fiquem descansados. Entre os 110 infectados, apenas 24 apresentam sintomas e 47 estão assintomáticos. E houve 38 recém-descobertos, pelo que não se trata de uma doença grave em que as pessoas precisem de oxigénio, de serem ligadas ao ventilador ou de serem internadas nos cuidados intensivos”, argumentou o Chefe do Executivo. “A doença não se trata de uma questão fatal”, acrescentou. Sem grandes riscos para a saúde física, Ho Iat Seng admitiu estar preocupado com o componente mental dos residentes. Porém, não apresentou qualquer solução: “Nos últimos tempos estou muito preocupado com a saúde mental, não só por causa da economia, mas porque a população está sempre em Macau, fechada, e não consegue ir para fora”, reconheceu. “Nestas condições há sempre stress, depressões, mas também sabemos que se não vencermos este surto, a população não vai poder entrar em nenhum lugar do mundo”, declarou. Ligações determinantes Ho confessou também que a política de zero casos não vai ser modificada, porque Macau está totalmente dependente do mercado do Interior. O Chefe do Executivo deu igualmente a entender que se a RAEM abandonar a política de zero casos, as portas com o Interior fecham-se. “Se não mantivermos a política de zero casos, não sei se vamos ter as fronteiras abertas”, disse Ho, após ser questionado sobre se acredita que a política tem o apoio da população. “Aliás, se fosse tudo tão simples, não precisava de ter esta conferência para vos explicar o que estamos a fazer”, desabafou. Contudo, o líder do Governo foi mais longe, e reconheceu que é uma escolha por razões económicas. “Se não tivermos a política de zero casos, não vamos ter as fronteiras abertas, não vamos ter os nossos turistas, não vamos ter a nossa economia”, argumentou. “E se abandonarmos o mercado chinês, qual é o mercado que podemos assegurar para que a economia se mantenha? Sem o mercado chinês não sei como vai ser o nosso futuro”, frisou. Jantares no Grande Lisboa Palace Segundo Wong Sio Chak, secretário para a Segurança, houve dois jantares no dia 18 de Junho no Hotel Grande Palace Lisboa, um dos quais contou com a participação de membros do Governo. Desde o início do surto que um dos jantares de casamento está envolto em polémica por haver suspeitas de ter tido mais de 400 participantes, as informações serem escassas, contar com a participação de membros do Governo e ter quatro casos de infectados. Contudo, ontem, Wong revelou que afinal houve dois jantares, e que os membros do Executivo só participaram no segundo jantar, que não tem casos. Apesar disso, o Grande Lisboa Palace foi classificado como zona vermelha.
Pedro Arede Manchete PolíticaCovid-19 | Encerrados espaços de lazer. Estirpe BA5.1 na origem de todos os casos Por decreto do Governo, desde as 17h00 de ontem que todos os espaços de diversão e lazer estão encerrados ao público e os restaurantes só estão autorizados a servir refeições para fora. A totalidade dos 110 casos confirmados foram infectados com a estirpe da variante Ómicron BA5.1. Definição de zonas vermelhas só a partir da detecção de dois casos positivos. Novo teste em massa decidido após resultados da actual ronda O Chefe do Executivo decretou ontem, através de um despacho publicado em Boletim Oficial, o encerramento de todos os espaços de lazer, diversão e outros serviços e a imposição aos restaurantes de apenas servirem refeições para fora. A medida entrou em vigor às 17h00 de ontem. Assim, segundo o despacho, enquanto a actual situação epidémica vigorar, cinemas, teatros, parques de diversão, salões de jogos, cibercafés, salas de bilhar e bowling, saunas e locais de massagens, salões de beleza, ginásios, health clubs e karaokes, bares, discotecas, salas de dança, barbearias e piscinas estarão de portas fechadas. Quanto aos restaurantes, estão também desde ontem proibidos de servir refeições e vender outros produtos para consumo “no interior dos respectivos espaços, sem prejuízo da prestação dos serviços de takeaway”. Questionado sobre se as empresas privadas deveriam seguir o exemplo e também elas fechar portas, Ho Iat Seng respondeu afirmativamente e reiterou que, à luz do actual surto, é fundamental travar a transmissão da covid-19 em Macau, através da redução da circulação de pessoas, concentrações e saídas desnecessárias. “O Governo já suspendeu os serviços públicos e, por isso, as empresas do sector privado também podem seguir esse exemplo. Isto, com o objectivo de evitar aglomerações e saídas desnecessárias, como também aconteceu com as escolas. Não se trata de um problema de casos confirmados, mas o objectivo (…) é reduzir, tanto quanto possível, a transmissão”, disse o Chefe do Executivo durante uma conferência ao início da tarde de ontem. Estirpe mistério Mais tarde, o director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo Iek Long anunciou que o número de casos confirmados em Macau aumentou para 110 até às 15h00 e confirmou que todos os pacientes foram infectados com a estirpe da variante Ómicron BA5, que nunca antes tinha entrado em Macau. “De onde vem este surto epidémico? Não podemos afastar qualquer possibilidade. Pode ter sido através dos bens alimentares congelados que são importados do exterior para Macau. Agora, no Interior da China não existe a estirpe BA5. Uma vez que existe a possibilidade de contaminação através dos produtos, muitas vezes, não conseguimos encontrar a fonte, mas agora (…) temos que saber como é que, a curto prazo, vamos controlar a situação. Em Macau, em mais de 200 dias nunca houve um caso confirmado com esta estirpe”, disse Alvis Lo. Sobre os infectados, o responsável detalhou que o seu estado de saúde é “estável” e que foram divididos em cinco grupos, envolvendo o Edifício Yim Lai (55 pessoas), Edifício Tat Cheong (38 pessoas), uma lavandaria (4 pessoas), um ginásio (3 pessoas) e o Centro Internacional de Macau (2 pessoas). Entre os infectados, foi ainda revelado, está pela primeira vez um profissional de saúde. Do total de pacientes, apenas 32 apresentam sintomas. Questionado sobre a possibilidade de o Governo avançar para uma terceira ronda de testagem em massa da população, Alvis Lo referiu que, primeiro, é necessário analisar os resultados da ronda que termina hoje e que, só depois, será decidida uma nova testagem nesses moldes ou através da utilização de testes rápidos. Sobre a utilização do hospital de campanha, o responsável referiu que as instalações podem ser activadas “em qualquer momento”. No entanto, dado que a maioria dos casos são assintomáticos e os pacientes com sintomas têm manifestações leves, os casos detectados estão a ser colocados em hotéis. Nota ainda para o facto de o pavilhão C do Macau Dome estar disponível desde hoje como posto de testagem, no lugar do posto do Pac On. A medida foi justificada com a possibilidade de o novo espaço poder acolher mais pessoas. Padrões alterados Também ontem, foi anunciada a revisão dos critérios de classificação das zonas vermelhas e amarelas, com as primeiras a ser seladas, a partir do momento em que há dois casos confirmados. Nas situações em que é detectado apenas um caso de covid-19, essa área será definida como zona amarela. Isso mesmo explicou a médica Leong Iek Hou, vincando que ao final de cinco dias as zonas vermelhas podem passar a amarelas, caso sejam cumpridos determinados critérios. “Quando, nos edifícios, surgirem mais de dois casos positivos, estes são considerados como zonas seladas e o código de saúde das pessoas que lá moram passa a vermelho. Esta zona vai ficar selada, pelo menos cinco dias e no 1º e 5º dias, vão ter que fazer teste de ácido nucleico e no 2º 3º e 4º dia têm de fazer testes antigénio”, começou por explicar Leong Iek Hou. “Se não houver mais transmissão, no quinto dia, após saírem os resultados do teste de ácido nucleico, essas zonas vão voltar a abrir, no 6.º e 7.º dia o código passa a amarelo e no 7.º dia essas pessoas têm de ser sujeitas a teste de ácido nucleico”, acrescentou. Zonas Vermelhas – Controlo Selado Edifício YIM LAI: Rua de Manuel de Arriaga n.º 60-66C; PADRE Modern Cuisine: Avenida da Praia Grande, n.º 251, Edifício. TAK FUNG, R/C B e C); Edifício TAT CHEONG: Rua de Afonso de Alburquerque n.º 33-35G; Centro CHIU FOK: Rua de Pedro Coutinho n.º 23); CENTRO INTERNACIONAL DE MACAU (TORRE VI) : Rua de Malaca 124 Rua do Terminal Marítimo 93-103 Travessa da Amizade 82; EDF. MAN LEI (BLOCOS S,T) : Rua Três do Bairro da Areia Preta6; HOTEL FORTUNA: Rua de Cantão 49-63, Rua de Foshan 48A-78, Praça de D. Afonso Henriques 76-90 (Obs.:O Auto-Silo Pak Tou e reaberto.); YO HO CITY CENTER: Avenida Marginal do Patane 331-339, Rua Marginal do Lam Mau 330-342, Travessa Marginal do Lam Mau 15-31; FLOWER CITY (EDF. LEI SENG): Rua de Nam Keng 73; EDF. PAK WAI (BLOCO 3): Avenida do Conselheiro Ferreira de Almeida 128; EDF. U WA (BLOCO 6): Rua do Canal Novo 263; TRUST LEGEND (TOWER II): Rua do Padre Eugénio Taverna 86; EDF. FEI CHOI KONG CHEONG: Rua Direita do Hipódromo 77-115,Rua da Tribuna 303-315,Avenida do Hipódromo 332-388,Alameda da Tranquilidade 8-42. Zona Amarela – Zona de Prevenção Edifício SON LEI: Rua de Manuel de Arriaga n.º 64-64B; Edifício. CHUN FONG: Rua de Afonso de Albuquerque n.º 38-40A; Edifício. TAK FONG: Avenida da Praia Grande n.º 241-253; Edifício TAK WENG: Rua de Afonso de Alburquerque n.º 37-45; Edifício MAN HENG: Rua de Afonso de Alburquerque n.º 31C-31G; Edifício PARKWAY MANSION, Bloco 2: Rua do Almirante Costa Cabral n.º 146; FLOWER CITY – LEI POU KOK: Avenida Olímpica n.º 177-259, Rua de Évora n.º 10-72; LAKE VIEW GARDEN: Praça de Lobo de Ávila 16-18; Carnes Assadas Lam Kei: Rua da Emenda 40 ; EDF. JARDIN IAT LAI (BLOCO 6) : Rua central de T’oi Sàn 302 . Congelados | Suspensa importação de produtos da Índia O Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) decidiu suspender a importação de produtos aquáticos congelados de uma empresa oriunda da Índia. Segundo uma nota de imprensa, a medida surge depois de a Administração Geral das Alfândegas da China ter anunciado ontem que uma amostra de produtos importados da referida empresa testou positivo à covid-19. O IAM exigiu ainda “aos comerciantes locais que selassem esses produtos”, tendo sido realizadas novos testes, sem detecção de anomalias. A mesma nota dá conta que, desde Julho de 2020, o IAM tem realizados vários testes às amostras recolhidas dos produtos aquáticos congelados importados da Índia e das suas embalagens, quer interiores quer exteriores, “mas nunca havia detectado o novo tipo de coronavírus”. Nos últimos três meses, o IAM “tem procedido a desinfecção e a testes aleatórios em relação aos produtos provenientes do referido país, cuja entrada é apenas permitida após a aprovação nas respectivas inspecções”. Encomendas | Produtos vindos do Interior mais caros Com o surto recente e os limites à circulação de pessoas entre Macau e Zhuhai, as encomendas vindas do Interior e entregues nas lojas locais estão mais caras. Segundo o Jornal Ou Mun, um responsável de uma loja explicou que o facto de todos os camiões transfronteiriços terem sido desviados e haver um aumento no preço dos combustíveis fez com os preços tivessem praticamente duplicado. Só nas encomendas mais pequenas, o lojista afirmou que o aumento foi de 2 patacas por unidade, mas prometeu baixar para o normal, mal termine o surto. Outra pessoa ouvida, também responsável por um negócio semelhante, mostrou-se a favor dos aumentos e explicou a posição com a falta de condutores de camiões, além do custo da desinfecção dos produtos, que disse reflectir-se num aumento de 20 por cento sobre o preço final. Ilha Verde | Abrigo de Verão volta a abrir O Instituto de Acção Social (IAS) anunciou ontem a abertura do Abrigo de Verão localizado na Ilha Verde. A decisão foi tomada no seguimento de a Direcção dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) ter emitido alerta amarelo de temperaturas altas. Segundo uma nota divulgada ontem, o abrigo ficará de portas abertas “até que a temperatura volte a baixar” e os utilizadores que pretenderem aceder ao espaço terão de realizar, no local, um teste rápido. De acordo com os SMG, as temperaturas para os próximos dias irão variar entre os 27 e os 33 graus Celsius. O pico das temperaturas deverá ser atingido entre as 12h00 e as 14h00. O IAS apela ainda à população para estar atenta “à situação física dos idosos em casa e dos que vivem sozinhos, doentes crónicos bem como dos indivíduos débeis” para evitar os efeitos provocados pelas altas temperaturas nos próximos dias.
Andreia Sofia Silva Grande Plano MancheteSurto | Receio de quarentena ou isolamento causa desespero a quem tem voos marcados A possibilidade de, pela primeira vez em três anos, sair de Macau durante um surto comunitário tornou-se para muitos portugueses um autêntico teste aos nervos. Alguns residentes com viagem marcada tentaram antecipar a partida, sem sucesso devido à lotação esgotada dos poucos voos disponíveis. A maioria teme o confinamento total das zonas de residência ou ser enviado para quarentena As férias de Verão de muitos portugueses e daqueles que procuram sair de Macau neste período para ver a família ou tratar de assuntos urgentes parecem estar assombradas com a ocorrência do mais recente surto em Macau. O facto de as autoridades não permitirem a saída de quem reside em zonas vermelhas, mesmo com teste negativo à covid-19, está a causar desespero a muitos, que tentam antecipar viagens. No entanto, o HM sabe que, pelo menos até às primeiras semanas de Julho, os voos estão completamente cheios, o que faz com muitos residentes temam ficar retidos no território. “Por mim, voava já hoje”, disse uma residente, que não quis ser identificada. “Não sabemos o dia de amanhã e queremos sair o mais rapidamente possível porque são viagens muito complicadas. Esta viagem não é um capricho, é uma coisa séria, falo de questões de saúde e familiares. Tenho tido uma vida recatada e sou praticamente risco zero. Se alguém ao lado fica infectado muda a nossa vida por completo, além de perdermos 20 mil patacas, só porque sim.” “Estão a ser cancelados voos de pessoas que vivem em zonas vermelhas e que tentam marcar as viagens noutras datas. Mas não temos sequer acesso aos voos que estão a ser cancelados para poder marcar os nossos. Estamos um pouco desesperados para sair daqui e não vamos contagiar ninguém, porque o mundo já vive com o covid-19”, declarou. A afirmação da residente é uma referência a uma declaração proferida por Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde (SSM), que, numa conferência de imprensa sobre o surto, declarou ser totalmente proibida a saída de pessoas de zonas vermelhas, por existir o risco de contágio de covid-19 fora do território. A única constante O HM contactou uma agência de viagens que confirmou a impossibilidade de antecipar partidas devido à falta de lugares. Porém, a fonte confirmou ter alterado datas de partida de “poucas pessoas” que ficaram confinadas em casa. “A situação muda a cada dia. Neste momento, temos lugares para o voo que parte no dia 11 de Julho, que é bastante dispendioso. Tivemos pedidos para alterar voos até ao final deste mês, início do próximo, mas não temos qualquer hipótese de concretizar esses pedidos”, contou a fonte que trabalha numa agência de viagem. O empresário Gonçalo Martins tem a vida um pouco mais dificultada. Há muito que a possibilidade de umas férias de Verão no seu país é contada como um conto de fadas aos filhos pequenos. A mulher já saiu de Macau, mas a família teme não se poder encontrar como desejou. “Temos viagem marcada para dia 2 de Julho, começamos a ver toda esta situação a avançar e pensámos em alterar o voo. Mas não é possível antecipar. Há três anos que não vamos ao nosso país, estamos longe da nossa família e amigos, e tem sido desesperante. Andamos felizes e todos os dias conto histórias aos meus filhos, que vão conhecer a terra dos avós. De repente, acontece isto e é como se tudo desmoronasse.” O empresário português assume que tem vivido “dias de algum desespero e apreensão”. “Não sabemos o que vai acontecer. Podemos estar bem, e de repente alguém do prédio apanha covid-19 e ele transforma-se numa zona vermelha ou amarela. Isso iria estragar os nossos planos completamente”, acrescentou. Apesar de dizer que não pode fazer nada contra as decisões adoptadas pelas autoridades, Gonçalo Martins defende uma nova abordagem à pandemia que não passe pela política de casos zero. “Fico, de facto, aborrecido com tudo isto. Por um lado, compreendo certas situações, por outro penso que, passados três anos, parece que estamos a reagir ao vírus como se fosse uma coisa nova. Dever-se-ia fazer uma certa abordagem, mas é a China que decide. Não concordo com esta abordagem, mas a minha vida está aqui e posso demonstrar o meu desagrado no dia-a-dia, com conversas e redes sociais, estou de pés e mãos atadas. É desesperante.” Nova situação Outra residente, que também não quis ser identificada, viaja na próxima quarta-feira e faz figas para que não haja mais casos e definição de novas zonas vermelhas que a obriguem a mudar todos os planos. Desde 2020 que não vai a Portugal. “Finalmente, consegui negociar uma licença sem vencimento para ir, e se as coisas morrerem na praia por causa disto…imagine a aflição. Tenho um colega de trabalho que viaja no sábado que tentou mudar a viagem e disseram-lhe que os voos estão completamente cheios.” A residente entende que a situação pandémica “está pior”, pois “há mais casos e as medidas de confinamento não se cingem à quarentena, mas o prédio fica em confinamento, mesmo sem muitos casos positivos”. Porém, a residente tem conhecimento de casos mais extremos. “Tenho amigos que vivem ao lado de um prédio confinado e não podem sequer utilizar a garagem comum. Depois não circunscrevem as zonas de uma só vez, o que cria esta angústia. A todo o momento encontram uma ligação a um caso positivo e levam toda a gente para confinamento.” Ir de vez Pedro Benjamim, radialista, viaja por Hong Kong daqui a uns dias e deixa o território de vez. Tentou antecipar a viagem para escapar à situação actual, mas percebeu que o estado das coisas seria sempre imprevisível. “Vou por Hong Kong, e não por Singapura, o que me traz um nível extra de dificuldade. Se essa ligação é cancelada, ou o sistema de isenção de quarentena é interrompido, ou há mudanças nos autocarros [dourados], deixo de poder ter a viagem e tenho de procurar alternativa por Singapura. Esta fase é muito complicada porque os voos estão cheios e não sei se haverá vagas.” O radialista teme que, “de repente, o prédio fique numa zona vermelha e seja praticamente impossível viajar”. “Mesmo ao meu lado tenho um prédio que está numa zona vermelha, moro nesta zona que foi delimitada como teste alvo, mas sinto que é tudo muito imprevisível. Tento estar mais por casa, não passar por muitos sítios, para não correr o risco de ir para quarentena ou que o meu prédio passe a ficar na zona vermelha. Acredito que as coisas podem mudar de um dia para o outro. Ao mesmo tempo, tenho algum optimismo que a ligação com Hong Kong não feche de repente.” Em relação à actuação das autoridades, Pedro Benjamim entende que as deveriam permitir os voos de pessoas que testem negativo à covid-19. No entanto, considera que “seja difícil criar excepções”. Quem também sai de vez do território, ao fim de 28 anos, é Isabel Carvalho. Viaja com animais, o que dificulta ainda mais o processo já de si difícil. “Tenho medo que passe a haver quarentenas em Hong Kong, o que torna tudo mais difícil. Acabo de trabalhar no dia 30 e depois tenho dez dias para me organizar. Tenho esperança que as coisas estabilizem até lá. Todos apanham covid-19 e para mim a política de zero casos é anacrónica.” Assumindo-se infeliz em Macau e sem conseguir estar longe da mãe idosa e das filhas, Isabel Carvalho já não tem esperanças de que o território se transforme “num sítio aberto”. “A minha questão premente, neste momento, é o [possível] isolamento do prédio onde estou a viver e as dificuldades para ir para Hong Kong. Viajo com três animais e já foi difícil arranjar um voo. Se tiver de mudar o dia vai ser complicado, porque em Hong Kong os animais só têm 24 horas para estar em trânsito. Se quiser mudar, já estará esgotado na semana seguinte, por exemplo”, rematou.
Hoje Macau Manchete SociedadeMais de 200 trabalhadores não-residentes protestam contra pagamento de quarentena Mais de 200 trabalhadores chineses não-residentes manifestaram-se hoje à noite perto do Gabinete de Ligação, em Macau, contra o pagamento da quarentena no regresso a casa, apontou um comunicado da Direção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL). “A DSAL está preocupada e enviou pessoal para o local, após tomar conhecimento do incidente. Entende-se que os trabalhadores exigem ao empregador o pagamento dos custos de quarentena na China continental”, lê-se na nota. “De acordo com a lei da contratação de trabalhadores não-residentes, o acerto dos custos da quarentena não é uma obrigação dos empregadores”, acrescenta. Macau decretou no domingo o estado de prevenção imediata, na sequência de um novo surto que já detetou 71 novos casos. Em resposta, a cidade vizinha Zhuhai impôs novas restrições a quem chega da região administrativa especial, nomeadamente a realização de uma quarentena de sete dias num hotel designado pelas autoridades. “A DSAL pede aos trabalhadores que expressem as suas exigências racionalmente”, escreveu ainda o departamento laboral. “Devido à situação epidémica atual, as pessoas devem evitar reuniões para prevenir a transmissão do vírus”, completou.
Pedro Arede Manchete SociedadeCasinos | Concurso pode arrancar no fim de Julho ou Agosto, diz a JP Morgan Os analistas da JP Morgan acreditam que o concurso para atribuir novas licenças pode começar no final de Julho ou em Agosto, prevendo-se que os resultados sejam anunciados “no início de Novembro”. A corretora avança ainda que a SJM é a operadora de Macau que mais está a sofrer com as restrições anti-epidémicas e, sem receitas, terá liquidez financeira para sustentar operações até Março de 2023 O concurso público para a atribuição das novas licenças de jogo poderá arrancar já no final do próximo mês ou no decorrer de Agosto. A previsão foi avançada na terça-feira pela JP Morgan Securities (Asia Pacific) em comunicado, no seguimento de a nova lei do jogo ter sido aprovada pela Assembleia Legislativa. Além disso, citados pelo portal GGR Asia, os analistas DS Kim e Livy Lyu baseiam-se no primeiro concurso público de atribuição de licenças de jogo em Macau, para apontar o “início de Novembro” como data para o anúncio dos resultados da nova licitação. “A nova lei do jogo fornece agora uma base para o Governo [de Macau] preparar o concurso público para as próximas concessões de jogo (2023-2032)”, pode ler-se na nota citada pelo GGR Asia. “Lembramos que, no caso das concessões atribuídas há 20 anos, o concurso público teve início cerca de 40 dias após a aprovação da lei de jogo [original] e durou cerca de três meses. Com base nestes dados, esperamos que o concurso comece em Agosto, ou no final de Julho, e os resultados finais possam ser anunciados no início de Novembro”, acrescentam os analistas. Os especialistas avançam ainda esperar que “todas as seis concessionárias possam ver as suas licenças renovadas”, com aquilo que consideram ser uma “quantidade razoável” ou” modesta” de condições adicionais de investimento em actividades não relacionadas com o jogo. Recorde-se que, depois de estendidas além de 26 de Junho, as actuais licenças de jogo terminam a 31 de Dezembro. A nova lei do jogo aprovada na terça-feira, limita o prazo de concessão a dez anos, metade do actualmente vigente, a um total máximo de seis concessionarias de jogo e proíbe as subconcessões. O diploma estabelece ainda uma subida de 1,6 para 2 por cento do actual imposto sobre as receitas do jogo, entregue à Fundação Macau para fins culturais, educacionais, científicos, académicos e filantrópicos, bem como um aumento de 2,4 para 3 por cento do imposto destinado ao Fundo de Segurança Social de Macau e ao desenvolvimento urbano e turístico. O imposto directo sobre as receitas de jogo mantém-se nos 35 por cento. Sem espaço de manobra Numa outra nota divulgada no domingo, a JP Morgan volta a alertar para a situação financeira da SJM Holdings, apontando que a empresa que controla a concessionária Sociedade de Jogos de Macau é, entre as operadoras de jogo de Macau, a que mais está a sofrer com a implementação da estratégia “zero covid” no território. Nesse contexto, no comunicado citado pela edição online do Financial Times, é indicado que, num cenário de ausência total de receitas, a SJM teria apenas a liquidez financeira necessária para continuar as suas operações até Março de 2023, o período mais curto entre as concessionárias. Segundo os analistas, a SJM terá actualmente uma liquidez financeira de cerca 710 milhões de dólares americanos o que, estimando custos fixos mensais de 80 milhões, permitiria sustentar as operações por mais nove meses. Por seu turno, a JP Morgan estima que a liquidez financeira da Sands China seja de cerca de 1.6 mil milhões de dólares e que outras operadoras como a Wynn, MGM e Melco tenham liquidez financeira para suportar operações, sem qualquer receita, até meados de 2024.
João Santos Filipe Manchete PolíticaElla Lei quer mais apoios económicos face ao novo surto A legisladora da Federação das Associações dos Operários de Macau defende que o Executivo tem de ajudar os trabalhadores em layoff e os desempregados com pelo menos um novo cheque de 10 mil patacas A deputada Ella Lei apelou ao Governo que para fazer face ao impacto económico do surto mais recente no território que lance urgentemente um subsídio para trabalhadores, profissionais e operadores de estabelecimentos comerciais. O pedido foi feito através de uma interpelação escrita, divulgada ontem, pelo escritório da legisladora. “A pandemia está entre nós, e está a afectar todos os aspectos das nossas vidas. Com a descoberta de mais casos confirmados na comunidade no dia 19 de Junho, e uma vez que a fonte da infecção ainda não é conhecida, muitos residentes têm de ficar de quarentena. E outros têm de evitar sair de casa”, começou por admitir a deputada. “No entanto, para fazer face às medidas de resposta aos casos comunitários, muitos negócios tiverem de suspender o seu funcionamento e os empregados ficaram sem trabalhar novamente”, alertou. Num cenário em que os rendimentos são cada vez mais reduzidos e em que as medidas do Governo de combate à pandemia impedem o funcionamento da economia, Ella Lei aponta que há que “aliviar o fardo carregado pelas empresas e residentes”. A deputada pede assim um novo “plano de apoio pecuniário aos trabalhadores, aos profissionais liberais e aos operadores de estabelecimentos comerciais”, ou seja, a medida de distribuição de 10 mil patacas a cada trabalhador, em 2020, e que no ano passado ofereceu 10 mil patacas às pessoas com um rendimento anual inferior a 144 mil patacas. “Devido ao impacto profundo da pandemia, muitas empresas e os rendimentos dos trabalhadores estão suspensos, além disso a duração da suspensão é incerta. Será que o Governo já ponderou em que moldes vai lançar o plano de apoio pecuniário aos trabalhadores, aos profissionais liberais e aos operadores de estabelecimentos comerciais”, perguntou. “E será que este ano pode baixar as exigências para a distribuição do apoio aos residentes, para incluir mais pessoas que foram obrigados a ficar de layoff, ou que viram os salários reduzidos?”, questionou. Desempregados crónicos Além da ajuda aos empregados em layoff, Ella Lei indica que há cerca de 2.500 pessoas desempregadas há mais de setes meses, apesar de procurarem activamente trabalho. A estes, juntam-se ainda 1.500 pessoas que estão no desemprego há mais de um ano. A legisladora quer saber se estas pessoas vão ter apoios especiais. “A pressão económica entre os desempregados e as famílias está a tornar-se enorme. Será que o Governo pode reforçar as medidas de apoio para estes desempregados?”, perguntou. “E em que moldes vão criar os novos apoios para estes grupos?”, questionou. Actualmente, quem estiver desempregado pode pedir um subsídio de 150 patacas por dia, com um limite máximo de 90 dias, o que resulta em 13.500 patacas. Recebido esse montante, tem de esperar até ao próximo ano para poder voltar a receber o subsídio.
João Santos Filipe Manchete PolíticaTeste em massa | Governo anuncia nova que ronda começa esta manhã A partir das 9h de hoje, os residentes têm de realizar mais um teste de ácido nucleico. Ontem, os casos confirmados subiram para 71, com 11 ocorrências detectadas durante os testes de antigénio As autoridades anunciaram a realização de mais um teste em massa a toda a população, que começa esta manhã e se prolonga até à meia-noite do dia 25, ou seja, depois das 23h59 de amanhã. O anúncio foi feito na tarde de ontem, na habitual conferência sobre a evolução da pandemia e, até ao fecho desta edição do HM, existiam 71 casos confirmados. Entre os casos identificados ontem, alguns foram detectados durante a realização dos testes antigénio, ou seja, os testes rápidos. Segundo Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde, até às 16h, cerca de 373 mil pessoas tinham feito o teste e declarado os resultados. Entre estas, houve 31 declarações com resultados positivos, mas apenas 11 casos foram confirmados. Isto porque 18 se enganaram a declarar o resultado, e dois infectados fizeram uma declaração positiva que foi contabilizada duas vezes. “Vamos iniciar uma ronda de testes em massa no dia 23 de Junho, que começa às 9h e que vai durar até à meia-noite de 25 de Junho, o que significa que vai ter a duração de 39 horas”, anunciou Alvis Lo. “Vamos tentar que até às 9h de sábado tenhamos todos os resultados”, acrescentou. A necessidade de realizar mais de dois testes por semana, quando também contabilizado o teste rápido caseiro, foi justificada como um “contra-relógio” das autoridades. Segundo esta explicação, quanto mais testes forem feitos, maior a probabilidade de se detectarem os casos na comunidade. Além disso, explicou o director dos Serviços de Saúde, o teste rápido evita que pessoas contaminadas circulem pelas ruas. O novo teste foi anunciado numa altura em que ainda decorria a realização de um outro teste para a população da “zona alvo”, ou seja, os habitantes do interior da zona delineada pelas artérias: Avenida Horta e Costa, Rua do Almirante Costa Cabral, Estrada do Repouso e Avenida do Almirante Lacerda. Para estas, o teste de ácido nucleico de ontem não foi cancelado. Porém, os Serviços de Saúde solicitaram que apenas agendem o novo teste para sexta-feira. Seguem-se rápidos Com a realização do teste em massa, vão ser distribuídos mais dois kits de testes rápidos, para serem utilizados mais tarde. Outra novidade para a segunda ronda de testes em massa deste mês, passa pelo facto de os postos onde se pagava, como acontecia, por exemplo, no Hotel Grande Lisboa, passarem a estar disponíveis testes de forma gratuita. Também ontem, foi anunciado que o Hotel England Marina Club, perto do hotel Pousada Marina Infante, no Cotai, vai começar a ser utilizado para quarentena. Até ontem, havia 2.246 pessoas nos hotéis designados em observação. A administração do Hotel Lisboeta anunciou igualmente que o espaço também vai passar a ser utilizado para a realização de quarentena. Mais longe, está a utilização do Hospital de Campanha, na Nave dos Jogos da Ásia Oriental. Segundo Alvis Lo, o hospital temporário está preparado para receber casos graves da doença, e vai continuar a ser essa a sua finalidade. Jantar da preocupação Outra das informações do dia de ontem, foi o apelo geral das autoridades para que quem participou num jantar de casamento, no dia 18 de Junho, no Hotel Grand Lisboa Palace, entre em contacto com os Serviços de Saúde. O evento tem estado rodeado de polémica, uma vez que a informação disponibilizada pelas autoridades tem sido escassa, o que contrasta com a informação apresentada sobre os trabalhadores não-residentes do Myanmar. Há três dias, foi mesmo colocada a pergunta sobre se a informação estava a ser guardada por ter participado no jantar um ou mais membros do Governo. A ideia foi recusada por Leong Iek Hou, que afirmou não olhar a nomes. Contudo, ontem surgiu um apelo para que todos os convidados do evento se identificassem. O jantar é encarado como um “veículo de transmissão”, conta com quatro casos positivos, espalhados por mais de uma mesa. Além disso, o Governo não consegue aceder à lista de todos os convidados, porque não há registo, e não se conhece o número total de participantes. A possibilidade de o banquete ter ultrapassado o limite de 400 pessoas, contando com os trabalhadores a prestarem serviço, também não foi afastada, o que implicaria uma violação das medidas de prevenção pandémica. Se o limite fosse ultrapassado, era exigido aos participantes que apresentassem um teste de ácido nucleico com resultado negativo para poderem entrar no evento. Fim do ano lectivo Devido ao surto mais recente e à impossibilidade de realização aulas presenciais, a Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude anunciou o fim antecipado do ano lectivo. Segundo o representante da DSEDJ, Kong Chi Meng, as escolas do ensino não-superior têm elementos suficientes para fazer a avaliação dos alunos e terminar o ano lectivo, sem necessidade de recorrerem a um exame final. Ainda de acordo com o responsável a decisão foi tomada depois de ouvir as escolas. Covid-19 | Mulher queixa-se de longa espera até isolamento Uma mulher, cujo teste está integrado no conjunto das amostras com resultados preliminares positivos, queixou-se num grupo na rede social Facebook de um longo período de espera até chegar ao hotel para cumprir uma quarentena de dez dias. Esta residente descreve que, na noite de terça-feira, as autoridades informaram-na de que seria transferida de casa para o Centro Hospitalar Conde de São Januário para a realização da quarentena. No entanto, esperou toda a noite, desde as 2h da manhã, por um autocarro, que só chegaria às 9h desta quarta-feira. A residente descreve também que, no hospital, havia um grande aglomerado de pessoas que esperavam há mais de dez horas pelo transporte para o hotel, além de que o local não era suficientemente arejado. A publicação no Facebook, que é acompanhada por um vídeo, pede que as autoridades revejam a forma como estão a transportar pessoas para quarentena, alertando ainda para o risco, em matéria de saúde pública, de reunir muita gente num só espaço sem suficiente circulação de ar.
Hoje Macau Grande Plano MancheteCovid-19 | Novas restrições preocupam hotéis, restaurantes e sector das convenções Associações ligadas ao turismo temem que o novo surto possa piorar ainda mais a frágil situação de Macau. Sector hoteleiro diz que as novas restrições vão deitar por terra a recuperação que se esperava no Verão. Chan Chak Mo espera mais apoios para a restauração e uma análise ampla das autoridades. O sector das convenções espera que o Governo siga os exemplos de Singapura e Tailândia e abra fronteiras, mediante condições Na sequência do novo surto de covid-19 detectado em Macau, associações ligadas ao turismo temem que as restrições impostas pelas autoridades, venham a agravar a situação já de si precária do sector. “Penso que os turistas do interior da China começaram a perder a confiança em termos de quando podem vir a Macau, porque estão preocupados, claramente, em ficar aqui presos”, disse à Lusa o vice-presidente da Associação de Hotéis de Macau, Rutger Verschuren. Recorde-se que na madrugada de domingo, as autoridades decretaram o estado de prevenção imediata, depois de terem sido detectados 12 casos de covid-19, tendo sido decidida a realização de uma testagem geral da população num período de 48 horas, medida que vai ser repetida hoje e amanhã. Além de aplicarem medidas de isolamento em várias zonas da cidade, as autoridades avançaram com novas restrições à entrada de turistas do Interior da China. Aqueles que atravessam as fronteiras têm de apresentar agora um certificado de teste de ácido nucleico com resultado negativo feito nas 48 horas anteriores, em vez de num período de sete dias. A Associação de Hotéis de Macau, que representa 59 estabelecimentos da região, de quatro e cinco estrelas, admitiu que, por questões de saúde pública, apoia a política de prevenção do Governo. Já no que diz respeito ao negócio, o organismo considerou que as medidas “extremamente stressantes” vieram deitar por terra os planos de recuperação para o Verão. “Perante a situação actual, podemos dizer adeus a Junho e pelo menos a metade de Julho, mas temos alguma esperança em Agosto”, notou Vershuren, apontando que “com um surto destes leva, pelo menos, dois meses para [o sector começar a] recuperar”. A pão e água Também o presidente da União das Associações dos Proprietários de Estabelecimentos de Restaurantes e Bebidas de Macau, Chan Chak Mo, notou que o mais recente surto e programa de resposta das autoridades “vão ter um impacto imediato” no negócio. “Mas depende de como o Governo consegue controlar a transmissão do vírus. Se tudo correr bem, prevejo que para a semana volte tudo ao normal”, disse Chan Chak Mo, realçando esperar que as autoridades criem, “mais tarde, se possível, um plano de auxílio económico”. De referir que, na sequência do mais recente surto, Governo anunciou no domingo sete medidas de apoio a empresas e residentes de Macau, no valor total de dez mil milhões de patacas, sustentadas pela reserva financeira, que vão desde benefícios fiscais a uma moratória por um ano do pagamento de empréstimos bonificados. “Para já, são boas medidas, mas tudo depende do avançar da pandemia. Se persistir e [os turistas] não puderem entrar em Macau, isso pode indicar um problema iminente e recorrente e penso que o Governo deve olhar para a situação”, constatou o também deputado da Assembleia Legislativa. Pouco convencionais Synthia Chan, representante da área das convenções e exposições (MICE, na sigla inglesa), um sector “continuamente afectado” pela pandemia, mostrou-se mais céptica quanto ao apoio económico anunciado pelo Executivo. “Não ajuda a indústria, pelo que entendi”, salientou a presidente da Associação de Comércio e Exposições de Macau. “O sector MICE depende muito dos turistas da China ou de fora para que os eventos tenham sucesso”, disse, frisando que “Macau é um destino muito turístico” e os viajantes MICE são “o topo dos turistas” e aqueles “que estão dispostos a gastar dinheiro”. “Este surto agora, com as restrições fronteiriças – que nós entendemos – não vão possibilitar a recuperação da economia”, completou. As medidas de restrição e controlo contra a covid-19 levaram Macau, que em 2019 contabilizou quase 40 milhões de visitantes, a fechar a fronteira a estrangeiros e a impor uma quarentena obrigatória a quem chega de fora, à excepção do Interior da China. Só no mês passado, o número de visitantes caiu 30,6 por cento em termos anuais, de acordo com dados divulgados na segunda-feira pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Para fazer frente à baixa turística, aponta o vice-presidente da Associação de Hotéis de Macau, várias unidades hoteleiras têm “criado programas para reduzir custos e obter receitas”. “Muitos trabalhadores viajam entre Zhuhai [cidade fronteiriça] e Macau, e não o podendo fazer, têm de ficar em algum lado. Como não têm um apartamento, podem reservar um hotel, mas claro, [agora] não podem utilizar as instalações, porque não está nada aberto”, notou. No que diz respeito aos próximos passos, Synthia Chan sugeriu que Macau observe as regiões vizinhas e “entenda como se adaptar” a esta nova realidade. “Em Singapura ou na Tailândia, eles abriram [as fronteiras], mas com requisitos de entrada: precisa-se de pelo menos duas vacinas à covid-19 e testes feitos 24 ou 48 horas antes. Lembro-me de ir a uma exposição na China e antes de entrar no evento tive de fazer um teste no local”, contou.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCovid-19 | Casos positivos passam a 65. Um total de 41 são assintomáticos Concluída a testagem em massa à população esta terça-feira, os dados divulgados esta manhã revelam que o número de casos positivos passam de 49 a 65, estando confirmados 24. Um total de 41 casos são assintomáticos. Os dados divulgados pelo Centro de Coordenação e de Contingência do novo tipo de coronavírus mostram ainda que há 45 mulheres a testar positivo contra 20 homens, sendo que o paciente mais novo tem apenas oito meses e o mais velho tem 89 anos. As autoridades estão a fazer o acompanhamento de 2.965 pessoas, sendo que 437 são consideradas de contacto próximo com casos positivos, enquanto que 1.655 fizeram o mesmo itinerário. Há ainda 261 pessoas que são contactos próximos por via secundária e 61 contactos gerais. Há 486 pessoas classificadas como acompanhantes. Recorde-se que as autoridades aconselham a população a realizar hoje um auto-teste, cujos dados devem ser inseridos nesta plataforma: https://eservice.ssm.gov.mo/generalrat. Além disso, quem vive nas zonas da Avenida de Horta e Costa, Rua do Almirante Costa Cabral; Estrada do Repouso e Avenida do Almirante Lacerda terá de fazer novamente um teste de ácido nucleico hoje.
Hoje Macau Manchete SociedadeEducação | Exames decorrem na Escola Portuguesa apesar de surto A Escola Portuguesa de Macau está a tomar medidas especiais de segurança, como a realização de autotestes a professores e alunos. Apesar do estado de prevenção imediata, as autoridades locais autorizaram a realização dos exames nacionais A Escola Portuguesa de Macau (EPM) foi autorizada a realizar os exames nacionais, apesar dos estabelecimentos de ensino locais estarem encerrados devido ao novo surto de covid-19, afirmou na segunda-feira o director da instituição. “Foi-nos permitido realizar os exames, porque os serviços de Educação sabem que são exames nacionais e que se não forem feitos nesta altura, depois é mais complicado para os alunos realizá-los”, afirmou à Lusa o director da EPM, Manuel Machado. O responsável explicou que para cumprir o calendário das provas – que têm de ser feitas no mesmo horário que em Portugal – a escola teve de “obedecer a um conjunto de regras de segurança”, impostas pelas autoridades locais da Saúde e da Educação. “Facilitaram-nos a realização dos exames desde que fossem feitos autotestes a todos os alunos e a todos os professores intervenientes no processo, com as devidas separações de um metro entre os alunos que estão a realizar os exames enquanto estão à espera de ser chamados para as provas”, explicou. O director do estabelecimento de matriz portuguesa realçou ainda que a escola permanece em “contacto muito próximo” com as autoridades e que, neste momento, não tem informações sobre os passos a dar a partir de hoje. A primeira fase dos exames nacionais, que servem como critério para a selecção dos candidatos às universidades em Portugal, começou a 17 de Junho, com a prova de português, e prolongam-se até 6 de Julho, data em que é feito o exame de História B. A segunda fase começa a 21 de Julho, com a prova de Físico e Química A, e termina a 27 de Julho, com os exames de Alemão, Espanhol, Francês e Mandarim. No terreno Macau decretou no domingo de madrugada o estado de prevenção imediata, depois da cidade ser afectada por um novo surto de covid-19, e decidiu avançar para a testagem em massa da população de mais de 680 mil habitantes em 48 horas. As autoridades aplicaram medidas de isolamento em algumas zonas da cidade, onde é proibida a saída de todas as pessoas das residências. Entre as várias medidas, foi anunciado o encerramento das escolas até pelo menos quarta-feira. À semelhança do Interior da China, a região segue uma política de “zero casos”, em que os assintomáticos não entram para as contas oficiais do Governo, apesar de serem igualmente obrigados a cumprir as medidas de isolamento.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCasinos-satélite | David Chow defende criação de legislação O empresário considera que há vários aspectos que precisam de ser clarificados para garantir o futuro dos casinos-satélite. A competição com as concessionárias é um aspecto que também preocupa David Chow David Chow, co-presidente e director não-executivo da Macau Legend, considera que o Governo deve criar legislação específica sobre a situação dos casinos-satélite. As declarações foram prestadas pelo empresário ao jornal Ou Mun, na sequência do anúncio do fecho dos casinos dos hotéis Rio e Presidente. Também o casino do Hotel Emperor tinha anunciado que fecharia portas, mas vai afinal ser explorado até ao final do ano pela concessionária SJM Resorts. Segundo o empresário, após os casinos-satélite terem garantido a sobrevivência com a nova lei, agora é necessário resolver as questões pendentes e definir bem as áreas de cooperação entre as concessionárias e as operadoras dos casinos-satélite, que utilizam mesas de jogo e empregados das concessionárias. Entre os assuntos a necessitarem de clarificação, David Chow defendeu que os casinos-satélite devem poder continuar a operar sem terem de prestar informações sobre os clientes às concessionárias, por uma questão de segredo comercial e para evitarem que estas tenham informações privilegiadas e lhes “roubem” os clientes. O co-presidente da Macau Legend mostrou-se também preocupado com o futuro dos casinos-satélite, quando as licenças das concessionárias não se renovarem ou forem retiradas. Para David Chow, é preciso deixar claro numa lei própria se os casinos-satélite podem operar com as licenças de outras concessionárias ou se deixam de poder operar. Contratos mais longos Ainda no que diz respeito às políticas para os casinos-satélite, o empresário explicou que a indústria só pode ser sustentável com um ambiente de negócios favorável. Por isso, acredita que todos os casinos devem ter uma licença que permita operar a longo prazo, que deve ser de dez anos. Ainda no que diz respeito ao sector, Chow criticou o modelo actual que permite às concessionárias decidirem o montante que recebem dos casinos-satélite, para que estes possam operar. No entender do empresário, o modelo adoptado favorece em demasia as concessionárias, que ficam com todo o poder negocial, mesmo que os casinos-satélite estejam a perder dinheiro. Sobre a situação financeira dos casinos-satélites, Chow alertou para a situação de que grande parte contraiu empréstimos bancários, e que, caso não consigam pagar as dívidas, o sistema pode ficar ameaçado.
Hoje Macau Manchete SociedadeCaso Alvin Chau | Julgamento arranca a 2 de Setembro O caso que envolve o julgamento do antigo presidente do grupo Suncity, Alvin Chau, terá início no dia 2 de Setembro. De acordo com informações apuradas pela TDM-Rádio Macau, os valores envolvidos em apostas ilegais são de mais de 823 mil milhões de dólares de Hong Kong, levando o grupo a lucrar ilegalmente, entre 2013 e 2021, mais de 21 mil milhões de dólares de Hong Kong. Recorde-se que Alvin Chau é acusado de ter liderado uma sociedade secreta dedicada ao branqueamento de capitais e à promoção de jogo ilegal, tanto online como em apostas paralelas nos casinos de Macau. Segundo a mesma fonte, as acções de branqueamento de receitas e das apostas reais levadas a cabo pelo grupo, terão resultado no desfalque de milhões junto das concessionárias e, indirectamente, do próprio Governo, dado ter deixado de receber os impostos sobre os montantes reais. Segundo a TDM-Rádio Macau, algumas operadoras já começaram a reclamar os prejuízos, sendo expectável que o Executivo proceda da mesma forma no futuro. Recorde-se que Alvin Chau foi detido em Novembro de 2021, sendo um dos 21 arguidos envolvidos no caso. O processo está nas mãos da juiz presidente, Lou Heng Ha.
Pedro Arede Manchete PolíticaNova lei do jogo aprovada na especialidade após debate com apenas cinco deputados Pereira Coutinho, Ron Lam, Che Sai Wang, Ella Lei e Iau Teng Pio foram os únicos a participar na discussão da nova lei do jogo, que viria a ser aprovada por unanimidade. Entre as principais preocupações estão as responsabilidades sociais das concessionárias e a isenção de contribuições. Lei Wai Nong prometeu detalhes nas novas licenças de jogo, garantiu que não haverá cortes no FSS e apontou que a angariação de clientes estrangeiros é o futuro A proposta de lei que mais discussão gerou nos últimos tempos na Assembleia Legislativa foi ontem aprovada, na especialidade e por unanimidade, ao final de cerca de duas horas, tendo contado apenas com a participação de cinco deputados durante o debate que precedeu a sua votação. Perante as preocupações apresentadas por José Pereira Coutinho, Ron Lam Che Sai Wang e Ella Lei, sobre a falta de critérios, detalhes e mecanismos a respeito do cumprimento das responsabilidades sociais das concessionárias, onde se insere o apoio às PME e a protecção do emprego, o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong assegurou que, aquando do concurso para a atribuição das novas licenças de jogo as “regras” vão ser definidas com maior detalhe. “Os quatro deputados mostraram-se preocupados com o emprego e aqui temos um consenso. Este artigo está feito de forma abstracta e, no futuro, quando abrirmos o concurso isso vai ser definido nas regras. Além disso, nas discussões com as concessionárias aquando do concurso, vamos ter em conta todos os interesses da RAEM. O novo concurso está relacionado com aquilo que será o nosso futuro nos próximos 10 anos”, explicou o secretário. Antes disso, perante o contexto adverso marcado pela pandemia, Ella Lei mostrou-se particularmente preocupada com a “garantia de ascensão profissional de trabalhadores locais” e de “aposentação”, mecanismo de transição de trabalhadores durante a entrada em vigor das futuras licenças de jogo e os postos de trabalho dos funcionários dos casinos-satélite. Pereira Coutinho, considerou o articulado “vago” e classificou a alínea referente ao apoio à diversificação económica “apenas um slogan”. Já Che Sai Wang apelou por mecanismos que garantam o cumprimento da protecção ambiental e Ron Lam defendeu a definição de “critérios qualitativos e quantitativos” que assegurem o cumprimento das responsabilidades sociais das concessionárias. Olhos no exterior Outro dos pontos da nova proposta de lei que mais debate gerou, prendeu-se com a possibilidade de o Chefe do Executivo poder reduzir ou isentar as concessionárias do pagamento das contribuições complementares de 5,0 por cento, caso estas apostem na angariação de clientes vindos do estrangeiro. Ella Lei e Ron Lam mostram-se preocupados com o facto de a medida poder comprometer a injecção futura de verbas no Fundo de Segurança Social (FSS), se as receitas brutas de jogo vierem a diminuir. Contudo o secretário assegurou que não haverá cortes no FSS e que o Governo não vai hesitar em “estender a mão” para ajudar os mais necessitados. “Muitos estão preocupados que as verbas para o FSS vão sofrer cortes. Temos de pensar na composição das receitas, são 35 por cento mais cinco por cento. Se conseguirmos conceder a redução e fazer expandir os mercados estrangeiros, isto vai acarretar mais receitas para o Governo. Nos últimos anos, a situação económica é adversa, mas o Governo não reduziu o dinheiro para a educação e para o FSS. Macau posiciona-se como Centro Mundial de Turismo e Lazer e esta medida é definida em prol dos interesses de Macau e da expansão dos mercados de clientes estrangeiros. Só assim podemos fazer um ‘bolo maior’ para que a população de Macau saia mais beneficiada”. A pedido de Ron Lam, o número do artigo em questão acabou por ser votado à parte, tendo contado com o voto contra do deputado. No seguimento do pedido de Ron Lam, o deputado nomeado por Ho Iat Seng, Iau Teng Pio pediu a palavra para mostrar apoio ao Governo e lembrou que a autorização do pedido de isenção carece da consulta da Comissão especializada do Sector dos Jogos de Fortuna ou Azar. DICJ | Mais quadros e aposta na tecnologia O secretário para a Economia e Finanças Lei Wai Nong assegurou ontem que, para cumprir os requisitos de fiscalização impostos pela nova lei do jogo, a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) vai contratar mais colaboradores e apostar na tecnologia. “A DICJ alterou a sua lei orgânica e alargou o seu quadro. Portanto, no futuro, para além de aumentar o pessoal, vamos também reforçar a aplicação de tecnologias informáticas. Com tudo isto, esperamos fazer melhor o nosso trabalho (…) e reforçar a nossa gestão. Sabemos que a dimensão dos casinos é muito diferente do passado e, por isso, vamos aumentar o pessoal. Após a aprovação da proposta de lei vamos também destacar pessoal para cumprir as atribuições legalmente previstas”, apontou o secretário em resposta ao deputado José Pereira Coutinho. AL | Agenda reduzida à lei do jogo devido à pandemia A sessão plenária de ontem começou com o presidente da Assembleia Legislativa, Kou Hoi In, a propor aos deputados o cancelamento do habitual período reservado às intervenções antes da ordem do dia e da discussão e votação da lei sobre intercepção e protecção de comunicações. Segundo Kou Ho In, perante o actual surto de covid-19 que se vive em Macau, o objectivo foi reduzir ao máximo a duração da reunião. “Com o objectivo de discutir e aprovar a nova lei do jogo e encurtar a duração da reunião plenária propomos cancelar a discussão e votação regime jurídico da intercepção e protecção de comunicações e o período de intervenções antes da ordem do dia. Se os deputados aprovarem a proposta, ficamos apenas com um ponto único na nossa ordem do dia”. Após a proposta ter sido aprovada por unanimidade pelos 32 deputados presentes, Kou Hoi In pediu ainda aos deputados para não tirarem a máscara “mesmo durante as intervenções” e lembrou que foram tomadas medidas extraordinárias para que a reunião plenária fosse realizada no actual contexto, permitindo a presença de jornalistas e impedindo a presença de público.
Andreia Sofia Silva Grande Plano ManchetePandemia | Função Pública dispensada até sexta-feira. Afastado confinamento geral Funcionários públicos sem funções urgentes estão dispensados do serviço até sexta-feira. Ainda não há data para o regresso das aulas presenciais e o Governo aconselha a avaliação contínua. Autoridades afastam possibilidade de confinamento geral do território. Quem tem voos marcados não pode deixar zonas seladas As autoridades decidiram prolongar até sexta-feira a suspensão do trabalho para todos os funcionários públicos que não desempenhem funções essenciais ou de linha da frente. A garantia foi dada ontem na habitual conferência de imprensa do Centro de Coordenação e de Contingência do novo tipo de coronavírus por Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde (SSM), com base no despacho assinado pelo Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, que entra hoje em vigor. “Os trabalhadores suspensos do serviço devem cumprir o seu dever e permanecer em casa. As empresas que não prestem serviços urgentes devem suspender os trabalhos, enquanto que os restaurantes devem disponibilizar apenas o serviço de take-away. Segundo os resultados dos testes em massa, temos 21 amostras mistas, por isso apelo aos cidadãos para permanecerem em casa”, adiantou. Mesmo com regras relativas a distanciamento social e com encerramento de serviços, as autoridades afastam, para já, a possibilidade de o território entrar em confinamento geral. “Temos um plano de gestão comunitária circunscrita que não queremos ainda activar. Estamos a observar a situação e não é necessária preocupação. Não precisam de açambarcar os produtos [nos supermercados], basta que sigam as nossas instruções”, apontou o responsável dos Serviços de Polícia Unitários (SPU). A situação torna-se mais complicada para quem tem voos marcados para fora de Macau e esteja agora em zonas vermelhas, uma vez que não pode sair, mesmo com teste negativo à covid-19. “Estas pessoas não podem sair das zonas de confinamento porque temos de assegurar que a epidemia não se propaga para fora de Macau e têm de ficar em casa. Se apanharem voos ou outros transportes quer dizer que seremos responsáveis pela propagação do vírus fora de Macau”, adiantou Alvis Lo. Testes hoje Tendo em conta que a testagem em massa terminou ontem, as autoridades pediram à população para fazer hoje testes rápidos em casa. “A próxima etapa será a realização, amanhã, dia 22 [hoje] de testes anti-génio para todos os residentes. Vamos dividir algumas zonas onde serão feitos testes de ácido nucleico e vamos ainda analisar quantas pessoas estão envolvidas.” Já quem vive em determinadas áreas afectadas terá de realizar hoje testes de ácido nucleico. Quem vive ou trabalha na zona delimitada pela Av. Horta e Costa; Rua do Almirante Costa Cabral; Estrada do Repouso; e Avenida do Almirante Lacerda deve efectuar marcação ainda hoje até às 21h, através do link https://eservice.ssm.gov.mo/allpeoplernatestbook informaram as autoridades de saúde ao fim da noite. Ainda assim, as autoridades não afastam a possibilidade de realizar outra ronda de testes à população, conforme a evolução pandémica. “Temos de fazer primeiro uma avaliação dos resultados. Amanhã [hoje] apelamos a que as pessoas façam testes rápidos e coloquem o resultado na plataforma. Se detectarmos mais casos positivos, teremos mais uma ronda de testagem em massa. Como selámos os edifícios em risco e temos dois grupos de pessoas em análise, pedimos apenas, de momento, o teste rápido”, disse Alvis Lo. As autoridades continuam sem saber quem é o paciente zero, mas assumem que “o mais importante é encontrar todos os pacientes e pessoas de contacto próximo”. “Muitas vezes, na China, nunca é encontrada a origem do surto. Mesmo que façamos as investigações é sempre necessário tempo”, frisou Alvis Lo. Aulas sem data Luís Gomes, responsável da Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), afirmou que ainda não existe uma data para o regresso das aulas presenciais. Caso as aulas se mantenham online, e uma vez que o ano lectivo está perto do fim, as autoridades educativas aconselham os docentes a recorrer à avaliação contínua. “Não podemos dizer nada, para já, porque temos de acompanhar a situação, mas o princípio fundamental é a segurança dos estudantes. Se não tivermos mais tempo para o regresso das aulas presenciais, poderemos considerar o recurso à avaliação contínua.” A DSEDJ assegura que serão disponibilizadas “soluções de ensino” para que as escolas façam a “avaliação multidisciplinar”. “Ao longo do ano lectivo não houve suspensão de aulas pelo que os alunos conseguiram ter aproveitamento até esta altura. As escolas podem aproveitar esta avaliação contínua”, assegurou Luís Gomes. Crianças acompanhadas Tendo em conta o caso positivo relativo a uma professora da Escola Primária Hou Kong, que contactou com mais de 300 alunos, bem como o da sua filha que é aluna do Jardim de Infância do Colégio do Sagrado Coração de Jesus, que poderá ter contactado com mais de 60 crianças, as autoridades ainda estão a avaliar quantas crianças irão cumprir quarentena em hotéis. Ficou garantido que, caso isso aconteça, serão acompanhadas pelos pais. “Teremos de ver a disponibilidade dos hotéis e o percurso comum, se houve um período mais longo, para vermos se se justifica enviar para a quarentena. As nossas regras dizem que as crianças com menos de 18 anos são acompanhadas pelos pais.” 300 no Hotel Fortuna Um dos novos locais sinalizado como zona vermelha é o Hotel Fortuna, que neste momento tem 300 hóspedes e 80 trabalhadores, alguns deles da zona do casino. “Se os quartos estiverem disponíveis as pessoas podem lá ficar, caso contrário serão transferidas para hotéis de quarentena. Temos primeiro de realizar os testes após selar a unidade.” De frisar que o parque de estacionamento está aberto ao público. O encerramento do Hotel Fortuna deveu-se ao facto de um trabalhador ter testado positivo, bem como mais três homens que estão no grupo de casos confirmados associados a trabalhadores não-residentes. Além disso, um trabalhador do Hotel Fortuna, que está em Zhuhai, também testou positivo, aumentando para cinco os casos associados à unidade hoteleira. IAS | Apelo “veemente” à vacinação de idosos O Instituto de Acção Social (IAS) voltou a solicitar aos cidadãos idosos que se vacinem contra a covid-19, porque “apesar de ficarem permanentemente no domicílio e não saírem de casa, é provável que os idosos fiquem infectados com a covid-19, transmitido pelos familiares ou seus cuidadores”. O director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo, afastou ontem a hipótese de tornar a inoculação obrigatória. “Relativamente à obrigatoriedade, não posso ainda dizer que as pessoas serão obrigadas a vacinarem-se, porque é difícil”, afirmou. Até às 21h do dia 20 de Junho, a taxa de vacinação dos idosos em diversos grupos etários que administraram pelo menos uma dose de vacina foi de: 79,9 por cento para idades de 60 a 69 anos; 74,8 por cento para 70 a 79 anos; 50,4 por cento para o grupo etário de 80 anos ou mais. 49 positivos, 15 com sintomas Macau está neste momento com 49 casos confirmados de covid-19, sendo que apenas 15 pessoas apresentam sintomas e 34 estão assintomáticos. Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde de Macau (SSM), prometeu divulgar os resultados dos testes em massa até à meia noite de ontem, mas até ao fecho desta edição os dados não tinham sido divulgados. Ontem de manhã, de um total de 677.586 testes, 564.297 apresentaram resultado negativo, existindo 21 amostras mistas com um resultado positivo. Os 49 casos dividem-se em dois grupos, sendo que o primeiro está ligado a 28 trabalhadores não residentes, enquanto que outro grupo é composto por um trabalhador do Estabelecimento Prisional de Coloane e familiares, num total de 19 pessoas. Segundo Alvis Lo, duas pessoas estão a ser investigadas por, alegadamente, terem uma ligação a estes dois grupos, que estão interligados em termos de contágio. As autoridades classificaram 11 zonas vermelhas, de onde as pessoas não podem sair, e cinco zonas amarelas. De momento, estão 1824 pessoas isoladas em casa. Transportes | Apresentação de código de saúde causa problemas Desde que a apresentação do código de saúde de cor verde passou a ser obrigatória na segunda-feira para frequentar autocarros, táxis e o Metro Ligeiro, residentes idosos e trabalhadores não-residentes têm encontrado constrangimentos na utilização de transportes públicos. De acordo com a TDM – Canal Macau, muitos passageiros de autocarros foram apanhados de surpresa pela medida, implicando atrasos e a necessidade de encontrar alternativas de transporte. Um trabalhador não-residente do Interior da China que se encontrava numa das paragens de autocarro da Praça Ferreira do Amaral contou não ser capaz de gerar o código saúde e que, por isso, iria chegar atrasado ao trabalho. Um casal de residentes idosos admitiu ter sido obrigado a pedir ajuda à filha para se deslocar na cidade, pois a mulher não possui um telemóvel com acesso à internet capaz de gerar o código de saúde. “A minha mulher tem um telefone antigo, sem internet e, por isso, não consegue fazer o código de saúde. Só eu tenho o código de saúde e vamos ter que pedir à nossa filha para nos transportar”, disse. Uma outra residente que também esperava a chegada do autocarro, admite ter sido apanhada de surpresa pela exigência, mas sublinha ser necessário “cooperar com o Governo porque há um surto no território”. Além disso, ao longo de segunda-feira foi comum ver os autocarros a demorar-se mais em cada paragem, dada a fila de passageiros que se inevitavelmente se formava para preparar e apresentar, o código de saúde ao condutor do veículo. Macau Zonas Vermelhas – Controlo Selado Edifício Yim Lai: Rua de Manuel de Arriaga 66-66C Padre Modern Cuisine (Edifício Tak Fung): Avenida da Praia Grande 251 Edifício Tat Cheong: Rua de Afonso Albuquerque 33-35G Edifício Parkway Mansion (Bloco 2): Rua do Almirante Costa Cabral 146 Centro Chiu Fok: Rua de Pedro Coutinho 23 Lake View Garden: Praça de Lobo de Ávila 16-18 Carnes Assadas Lam Kei: Rua da Emenda 10 Centro Internacional de Macau (Torre VI): Rua de Malaca 124, Rua do Terminal Marítimo 93-103, Travessa da Amizade 82 Edifício Jardim Iat Lai (Bloco 6): Rua Central de Toi San 302 Edifício Man Lei (Bloco S,T): Rua Três do Bairro da Areia Preta 6 Hotel Fortuna: Rua de Cantão 49-63, Rua de Foshan 48A-78,Praça de D. Afonso Henriques 76-90 Zona Amarela – Zona de Prevenção Edifício Son Lei: Rua de Manuel de Arriaga 64-64B Edifício Chun Fong: Rua de Afonso de Albuquerque 38-40A Edifício Tak Fong: Avenida da Praia Grande 241-253 Edifício Tak Weng: Rua de Afonso de Albuquerque 37-45 Edifício Man Heng: Rua de Afonso de Albuquerque 31C-31G Taipa Zonas Vermelhas – Controlo Selado Flower City – Lei Pou Kok: Avenida Olímpica 177-259, Rua de Évora 10-72