Grande Prémio de Motos | Presença feminina garantida nas motos

Nadieh Schoots foi uma das sensações do 54º Grande Prémio de Motos de Macau, ao tornar-se a primeira mulher a participar na prova rainha de motociclismo de estrada do Sudeste Asiático. E em 2023, a piloto neerlandesa vai regressar ao traçado sinuoso do Circuito da Guia

 

“A minha estreia no ano passado foi, de facto, uma grande experiência de aprendizagem e, ao mesmo tempo, um pouco difícil devido a acontecimentos que se passaram na minha vida fora da esfera das corridas, o que me deixa extremamente grata pela oportunidade de regressar”, explicou a piloto de 32 anos ao HM, confirmando que em Novembro participará no maior cartaz desportivo da RAEM.

Apesar da experiência em provas de estrada, a prova do território foi uma surpresa para Nadieh Schoots, pois “há coisas óbvias que distinguem o Grande Prémio de Macau, tais como, o facto de o circuito estar rodeado de barreiras protecção, de ser um evento misto de carros e motas e do circuito se situar na cidade e não no campo.” Outra curiosidade que a piloto originária dos Países Baixos encontrou foi um horário do evento diferente. “O que foi mais interessante para mim, enquanto concorrente, foi o facto dos treinos, a qualificação e a corrida serem realizados de manhã cedo para as motos. Em quase todas as corridas de estrada na Europa/Reino Unido corremos à tarde ou mesmo à noite, em Macau temos de estar prontos às 7h30 da manhã!”

A piloto não tem nada contra esta tradição do evento e realça a importância que essa diferença faz na segurança dos principais intervenientes do Grande Prémio. “Compreendo perfeitamente que isto é necessário, uma vez que os carros podem derramar óleo ou danificar as barreiras de protecção, sendo esta a única forma da organização garantir que a pista se encontra segura para a nossa corrida. No entanto, é uma sensação estranha sair da cama e, quase imediatamente, vestirmos os nossos fatos de pele e colocarmos o capacete para correr entre muros.”

Esta abordagem, praticamente sem igual, requererá uma preparação mais acentuada para este ano: “vou preparar mais o meu corpo e a minha mente para isto, levantando-me mais cedo para treinar nas duas últimas semanas que antecedem Macau.”

Objectivo de auto-superação

Depois da edição do ano passado ter sido disputada sob o espectro da pandemia, e com uma grelha de partida de apenas quinze participantes, a agora única corrida de motociclismo do Grande Prémio deverá voltar a reunir este ano os craques da especialidade, o que irá aumentar a dificuldade para a 12ª classificada da prova de 2022.

“Vai ser interessante e, esperemos, mais divertido para os pilotos e espectadores que vão ter novamente uma grelha completa este ano”, destaca Nadieh Schoots, acrescentando que em termos desportivos não coloca a fasquia muito alta e acima de tudo quer superar-se a si mesma, até porque “apesar de tudo, estou orgulhosa da forma como corri no ano passado!”

Para a edição número cinquenta e cinco da prova, a piloto da Yamaha R1 cor-de-rosa, a preparar pela Basomba Racing, espera “ser significativamente mais rápida, porque no ano passado não pude andar de mota, nem sequer fazer exercício físico, durante os três meses que antecederam o evento. O meu objectivo é fazer uma volta a cerca de 105 por cento dos primeiros classificados, o que, com base nos anos anteriores, me dará um tempo por volta na casa dos 2 minutos 30 segundos – 2 minutos 33…, mas não me atrevo a especular onde isso me coloca na grelha”.

Para a prova do Circuito da Guia, numa homenagem sentida, Nadieh Schoots vai envergar o nº49 que habitualmente era usado pelo bom amigo e corredor espanhol Raul Torras, um grande entusiasta do Grande Prémio de Macau, que tragicamente perdeu a vida num acidente na prova da Ilha de Man no passado mês de Junho.

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