Pedro Arede EventosPassagem de Ano | Macau e Taipa recebem 2020 com música e fogo de artifício Fogo de artifício, actividades em família e concertos do grupo de Hong Kong “Mirror”, da cantora Linda Wong e do artista local Siu Fai vão marcar os festejos do ano novo, tanto em Macau como na Taipa. As celebrações serão também transmitidas em ecrãs gigantes instalados no Largo do Senado e no Centro Náutico da Praia Grande. A entrada é livre [dropcap]A[/dropcap]s últimas horas de 2019 estão à porta e prometem não ser discretas. Para garantir que os festejos de ano novo não passam ao lado de ninguém que por estes dias esteja em Macau, serão realizados no dia 31 de Dezembro, o “Concerto da Passagem de Ano – Macau 2019” e a “Festa da Passagem de Ano – Taipa 2019”, respectivamente na Praça do Lago Sai Van e nas Casas da Taipa. Os dois eventos comemorativos da entrada em 2020 estão a ser organizados pelo Instituto Cultural (IC) e pelos Serviços de Turismo e co-organizados pelo Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) e pela Teledifusão de Macau (TDM). O “Concerto da Passagem de Ano – Macau 2019” terá lugar no dia 31 de Dezembro, a partir das 22 horas, na Praça do Lago Sai Van, e vai contar com as actuações do conhecido grupo de Hong Kong, “Mirror” e do cantor de Macau, Siu Fay. O grupo “Mirror” estreou-se no espectáculo de talentos de Hong Kong “Good Night Show – King Maker”, afirmando-se como um grupo de dança masculina da nova geração. Momentos antes da entrada em 2020, os artistas irão juntar-se ao público para a contagem decrescente e para o espectáculo de fogo de artifício que terá lugar junto à Torre de Macau. Já a “Festa da Passagem de Ano – Taipa 2019” terá início pelas 20h30, nas Casas da Taipa, procurando proporcionar também algumas actividades destinadas à participação em família. Assim, entre as 20h30 e as 23h30, haverá lugar para a exposição de stands temáticos da Austrália, Coreia do Sul, Filipinas, Índia, Indonésia, Myanmar e Vietnam, onde serão exibidos produtos artísticos de personalidades estrangeiras com residência em Macau e proporcionado o acesso a jogos, petiscos e bebidas típicas. A festa propriamente dita terá início pelas 21h30 e conta com a presença da cantora de Hong Kong, Linda Wong, que vai interpretar canções clássicas e encerrar o espectáculo já perto da meia-noite. Antes disso, o espectáculo vai incluir ainda actuações de vários artistas de Macau, como Elvin Chio Song Hou, Elise Lei, do grupo Rebel Rabbit, da banda de jazz “The Bridge”, Mágico Van, do gupo de dança indiana “Victor Kumar & Bollywood Dreams Group”, do grupo de palhaços “Tru & Tru”, do grupo de dança da “Associação de Ajuda Mútua dos Chineses Ultramarinos da Birmânia em Macau” e ainda do grupo de dança filipina “Bisdak Association of Macau”. Ano novo para todos Com o objectivo de levar os festejos a mais pessoas, serão ainda instalados ecrãs gigantes no Largo do Senado e no Centro Náutico da Praia Grande, que irão transmitir ao vivo os espectáculos da noite de ano novo. Além disso, a TDM irá também transmitir o evento em directo através dos seus vários canais e plataformas. A entrada para ambos os eventos é livre. Segundo o IC, na noite da passagem de ano, serão implementadas várias medidas adicionais de controlo de trânsito e inspecção de segurança, que serão anunciadas em breve.
admin EventosPassagem de Ano | Macau e Taipa recebem 2020 com música e fogo de artifício Fogo de artifício, actividades em família e concertos do grupo de Hong Kong “Mirror”, da cantora Linda Wong e do artista local Siu Fai vão marcar os festejos do ano novo, tanto em Macau como na Taipa. As celebrações serão também transmitidas em ecrãs gigantes instalados no Largo do Senado e no Centro Náutico da Praia Grande. A entrada é livre [dropcap]A[/dropcap]s últimas horas de 2019 estão à porta e prometem não ser discretas. Para garantir que os festejos de ano novo não passam ao lado de ninguém que por estes dias esteja em Macau, serão realizados no dia 31 de Dezembro, o “Concerto da Passagem de Ano – Macau 2019” e a “Festa da Passagem de Ano – Taipa 2019”, respectivamente na Praça do Lago Sai Van e nas Casas da Taipa. Os dois eventos comemorativos da entrada em 2020 estão a ser organizados pelo Instituto Cultural (IC) e pelos Serviços de Turismo e co-organizados pelo Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) e pela Teledifusão de Macau (TDM). O “Concerto da Passagem de Ano – Macau 2019” terá lugar no dia 31 de Dezembro, a partir das 22 horas, na Praça do Lago Sai Van, e vai contar com as actuações do conhecido grupo de Hong Kong, “Mirror” e do cantor de Macau, Siu Fay. O grupo “Mirror” estreou-se no espectáculo de talentos de Hong Kong “Good Night Show – King Maker”, afirmando-se como um grupo de dança masculina da nova geração. Momentos antes da entrada em 2020, os artistas irão juntar-se ao público para a contagem decrescente e para o espectáculo de fogo de artifício que terá lugar junto à Torre de Macau. Já a “Festa da Passagem de Ano – Taipa 2019” terá início pelas 20h30, nas Casas da Taipa, procurando proporcionar também algumas actividades destinadas à participação em família. Assim, entre as 20h30 e as 23h30, haverá lugar para a exposição de stands temáticos da Austrália, Coreia do Sul, Filipinas, Índia, Indonésia, Myanmar e Vietnam, onde serão exibidos produtos artísticos de personalidades estrangeiras com residência em Macau e proporcionado o acesso a jogos, petiscos e bebidas típicas. A festa propriamente dita terá início pelas 21h30 e conta com a presença da cantora de Hong Kong, Linda Wong, que vai interpretar canções clássicas e encerrar o espectáculo já perto da meia-noite. Antes disso, o espectáculo vai incluir ainda actuações de vários artistas de Macau, como Elvin Chio Song Hou, Elise Lei, do grupo Rebel Rabbit, da banda de jazz “The Bridge”, Mágico Van, do gupo de dança indiana “Victor Kumar & Bollywood Dreams Group”, do grupo de palhaços “Tru & Tru”, do grupo de dança da “Associação de Ajuda Mútua dos Chineses Ultramarinos da Birmânia em Macau” e ainda do grupo de dança filipina “Bisdak Association of Macau”. Ano novo para todos Com o objectivo de levar os festejos a mais pessoas, serão ainda instalados ecrãs gigantes no Largo do Senado e no Centro Náutico da Praia Grande, que irão transmitir ao vivo os espectáculos da noite de ano novo. Além disso, a TDM irá também transmitir o evento em directo através dos seus vários canais e plataformas. A entrada para ambos os eventos é livre. Segundo o IC, na noite da passagem de ano, serão implementadas várias medidas adicionais de controlo de trânsito e inspecção de segurança, que serão anunciadas em breve.
Hoje Macau EventosRealizadores portugueses consideram Macau dispendiosa para filmar [dropcap]M[/dropcap]acau tem muito potencial cinematográfico, mas ao contrário do que acontece com a literatura, não é um polo atraente para o cinema português, e será cada vez menos, com o afastamento dos portugueses e os baixos orçamentos cinematográficos. A solução no futuro poderá passar por coproduções entre Portugal e Macau, onde há “toda uma nova geração de macaenses que estão a fazer filmes em Macau”, disse à agência Lusa o realizador João Rui Guerra da Mata, que viveu naquele território até à revolução de Abril, e que, juntamente com João Pedro Rodrigues, é autor de alguns dos poucos filmes portugueses centrados naquela região. “Quero acreditar que o cinema de Macau tem potencial para se desenvolver, se calhar o mais interessante era que fossem coproduções Portugal-Macau, que ambas as comunidades percebessem que têm uma historia comum e pontos de vista diferentes sobre essa historia comum e que essas coproduções iriam dar uma vida e um olhar até mais saudável sobre o território”, afirmou João Rui Guerra da Mata. A dupla João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata está actualmente a trabalhar em dois projetos cinematográficos de base histórica: um tem a ver com os acontecimentos mais recentes em Hong Kong e as suas repercussões em Macau, o outro prende-se com a história de Macau durante a II Guerra Mundial. Orçamento decisivo De qualquer modo os realizadores apontam aquela que é a razão mais válida para o desinteresse geral dos portugueses pelo cinema em Macau, que é a falta de dinheiro. “Há livros de escritores portugueses de histórias passadas em Macau que dariam filmes extraordinários, mas quase sempre são filmes que precisariam de um ‘budget’ muito elevado. A questão do dinheiro é mesmo fulcral”, considera João Guerra da Mata. A falta de orçamento é também a justificação apontada por Luís Filipe Rocha, que realizou em Macau “Amor e dedinhos de pé”, baseado no romance homónimo do escritor macaense Henrique de Senna Fernandes, mas em coprodução com Espanha e França. “Não é simples, implica deslocações longas, estadias, viagens, obtenção de licenças, é complicado montar um produção cinematográfica em Macau”, afirmou. Para o cineasta, a história do colonialismo português sempre foi de “distância e trânsito mercantil”, sem haver uma “relação ativa importante cultural”, mas antes “uma forma [de relação] superficial e utilitária ligada ao comércio e ao trânsito marítimo” e também ao facto de “a própria China nunca ter sido um país propício a inter-relações”, defendeu Luís Filipe Rocha.
Andreia Sofia Silva EventosExposição | Relação China/Portugal no Museu de São Roque, em Lisboa Foi ontem inaugurada na galeria do Museu de São Roque, em Lisboa, a exposição “Um Rei e Três Imperadores. Portugal, a China e Macau no tempo de D. João V”, que relembra, entre outras efemérides, o aniversário da transferência de administração de Macau. Jorge Alves, curador, fala ao HM da mostra que revela uma visão global das relações entre China e Portugal, sem esquecer o papel de Macau como importante entreposto comercial [dropcap]A[/dropcap]té ao dia 5 de Abril do próximo ano poderá ser visitada no Museu de São Roque, da Santa Casa da Misericórdia (SCM), em Lisboa, a exposição intitulada “Um Rei e Três Imperadores. Portugal, a China e Macau no tempo de D. João V”, com cerca de meia centena de obras que espelham “as relações luso-chinesas na sua dimensão global, centrando-se na primeira metade do século XVIII – um dos períodos mais intensos e relevantes do relacionamento entre Portugal e a Europa, e a China”. Além de celebrar os 20 anos da transferência de transição de Macau para a China, a mostra marca também o 40º aniversário das relações diplomáticas entre Portugal e a China e os 450 anos de existência da SCM de Macau. A exposição foi ontem inaugurada e, à margem do evento, o HM falou com o seu curador, Jorge Santos Alves, que nos falou do carácter exclusivo de algumas peças, “uma boa parte delas nunca antes expostas ou pouco vistas em Portugal”. Estas pretendem mostrar “as quatro principais dimensões do relacionamento entre Portugal e a China”. A mostra contém uma “parte temática”, que mostra ao público o trabalho das embaixadas e o relacionamento político e diplomático que se estabelecia com o império chinês. “Havia uma dimensão económica e comercial muito importante na época, baseada na importação de mercadorias chinesas pela Europa e Portugal, incluindo um importante produto que é o chá. Temos na exposição moedas de prata que eram trocadas pelo chá nos mercados, objectos que entram no nosso quotidiano, como os bules.” Jorge Santos Alves destaca ainda o facto de os objectos mostrarem que estas trocas comerciais se faziam não apenas entre Macau e Cantão, mas também através de Lisboa, “com viagens organizadas em Portugal”. Religião e diplomacia A mostra no Museu de São Roque conta também o importante papel que os jesuítas tiveram na China da época e que protagonizaram enormes avanços culturais, científicos e tecnológicos através do armamento, instrumentos musicais ou matemática, entre outros elementos. Há ainda uma parte dedicada aos ritos cristãos, no sentido de perceber se os chineses os podiam ou não seguir. “Este é um debate que perturba um pouco as relações entre China e Portugal”, esclarece Jorge Santos Alves. A exposição fecha com um núcleo inteiramente dedicado à Macau da primeira metade do século XVIII, quando se vivem “grandes desafios”, graças “ao ajustamento a novos parâmetros políticos que vêm de Portugal, com a nomeação de governadores e a entrada em cena de companhias de comércio da Europa e dos EUA”. Nesta época, “a comunidade macaense foi absolutamente relevante na sobrevivência da cidade, a nível da diplomacia e tradução”, o que permitiu manter “este relacionamento de Macau com a China e entre Portugal e a China”. “Foi no século XVIII e diria que até aos dias de hoje”, defendeu Jorge Santos Alves. A exposição do Museu de São Roque é também composta por vários retratos. Um deles foi cedido pela SCMM e é de Francisco Xavier Roquette, português metropolitano que foi viver para Macau e que deixou o maior testamento à SCMM. “Este quadro é também uma homenagem a Macau, portugueses e luso-asiáticos que garantiram ao longo do tempo a sobrevivência de Macau”, disse o curador. Contudo, a obra que Jorge Santos Alves destaca é “um quadro feito por um jesuíta francês de uma concubina e que é um exemplo perfeito, quer pelo valor e beleza do quadro, quer pelo significado do diálogo cultural entre Europa e China no século XVIII”.
admin EventosExposição | Relação China/Portugal no Museu de São Roque, em Lisboa Foi ontem inaugurada na galeria do Museu de São Roque, em Lisboa, a exposição “Um Rei e Três Imperadores. Portugal, a China e Macau no tempo de D. João V”, que relembra, entre outras efemérides, o aniversário da transferência de administração de Macau. Jorge Alves, curador, fala ao HM da mostra que revela uma visão global das relações entre China e Portugal, sem esquecer o papel de Macau como importante entreposto comercial [dropcap]A[/dropcap]té ao dia 5 de Abril do próximo ano poderá ser visitada no Museu de São Roque, da Santa Casa da Misericórdia (SCM), em Lisboa, a exposição intitulada “Um Rei e Três Imperadores. Portugal, a China e Macau no tempo de D. João V”, com cerca de meia centena de obras que espelham “as relações luso-chinesas na sua dimensão global, centrando-se na primeira metade do século XVIII – um dos períodos mais intensos e relevantes do relacionamento entre Portugal e a Europa, e a China”. Além de celebrar os 20 anos da transferência de transição de Macau para a China, a mostra marca também o 40º aniversário das relações diplomáticas entre Portugal e a China e os 450 anos de existência da SCM de Macau. A exposição foi ontem inaugurada e, à margem do evento, o HM falou com o seu curador, Jorge Santos Alves, que nos falou do carácter exclusivo de algumas peças, “uma boa parte delas nunca antes expostas ou pouco vistas em Portugal”. Estas pretendem mostrar “as quatro principais dimensões do relacionamento entre Portugal e a China”. A mostra contém uma “parte temática”, que mostra ao público o trabalho das embaixadas e o relacionamento político e diplomático que se estabelecia com o império chinês. “Havia uma dimensão económica e comercial muito importante na época, baseada na importação de mercadorias chinesas pela Europa e Portugal, incluindo um importante produto que é o chá. Temos na exposição moedas de prata que eram trocadas pelo chá nos mercados, objectos que entram no nosso quotidiano, como os bules.” Jorge Santos Alves destaca ainda o facto de os objectos mostrarem que estas trocas comerciais se faziam não apenas entre Macau e Cantão, mas também através de Lisboa, “com viagens organizadas em Portugal”. Religião e diplomacia A mostra no Museu de São Roque conta também o importante papel que os jesuítas tiveram na China da época e que protagonizaram enormes avanços culturais, científicos e tecnológicos através do armamento, instrumentos musicais ou matemática, entre outros elementos. Há ainda uma parte dedicada aos ritos cristãos, no sentido de perceber se os chineses os podiam ou não seguir. “Este é um debate que perturba um pouco as relações entre China e Portugal”, esclarece Jorge Santos Alves. A exposição fecha com um núcleo inteiramente dedicado à Macau da primeira metade do século XVIII, quando se vivem “grandes desafios”, graças “ao ajustamento a novos parâmetros políticos que vêm de Portugal, com a nomeação de governadores e a entrada em cena de companhias de comércio da Europa e dos EUA”. Nesta época, “a comunidade macaense foi absolutamente relevante na sobrevivência da cidade, a nível da diplomacia e tradução”, o que permitiu manter “este relacionamento de Macau com a China e entre Portugal e a China”. “Foi no século XVIII e diria que até aos dias de hoje”, defendeu Jorge Santos Alves. A exposição do Museu de São Roque é também composta por vários retratos. Um deles foi cedido pela SCMM e é de Francisco Xavier Roquette, português metropolitano que foi viver para Macau e que deixou o maior testamento à SCMM. “Este quadro é também uma homenagem a Macau, portugueses e luso-asiáticos que garantiram ao longo do tempo a sobrevivência de Macau”, disse o curador. Contudo, a obra que Jorge Santos Alves destaca é “um quadro feito por um jesuíta francês de uma concubina e que é um exemplo perfeito, quer pelo valor e beleza do quadro, quer pelo significado do diálogo cultural entre Europa e China no século XVIII”.
Andreia Sofia Silva EventosAntónio Júlio Duarte, fotógrafo de Macau em mudança: “Era uma terra adormecida… parada no tempo…” Primeiro fotografou Macau durante os anos 90, quando o pequeno território lhe pareceu parado no tempo à espera de algo. No ano da transferência de administração de Macau, António Júlio Duarte voltou para registar com a lente um ano especial que ficaria para a História. Mais tarde, publicou livros de fotografia sobre o desenvolvimento que Macau conheceu, sem esquecer a campanha eleitoral protagonizada por Chui Sai On em 2009, que cobriu para o Hoje Macau [dropcap]N[/dropcap]ão estava previsto, mas a vida profissional do fotógrafo António Júlio Duarte ficou ligada a Macau. Desde as primeiras fotografias, tiradas na década de 90, às imagens captadas no ano da transferência de soberania, sem esquecer a era RAEM, o trabalho de António Júlio Duarte tem acompanhado a evolução do território. Em Lisboa, o fotógrafo recorda o primeiro momento em que pisou Macau. “A primeira vez que fui a Macau foi em 1990 e um bocado por acaso: fui por mim. Tinha interesse em viajar e trabalhar no Extremo Oriente, na altura tinha pessoas conhecidas em Macau e decidi ir. Depois de Macau fui para outros lados. Tinha pessoas lá e isso era bom para um primeiro contacto com o Oriente.” António Júlio Duarte recorda-se sobretudo da melancolia. “Fotografei essencialmente pessoas nos jardins. Na altura pareceu-me uma terra um bocado adormecida, perdida no tempo, mas isto é relativo, porque a Ásia está sempre um bocado à frente daquilo que se passa no resto do mundo. Deve ser uma das razões pelas quais trabalho lá.” “Mas, dos contactos que tive com a comunidade portuguesa, havia ali uma certa melancolia que não é comum ao resto da Ásia, talvez por causa dessa presença portuguesa, que é uma coisa que me irrita profundamente”, acrescentou. Em 1995 o fotógrafo publicaria o livro “East West”, com fotografias de Macau, um território “que se tornou numa espécie de sítio onde gosta de trabalhar”. À época, achou “o território triste, e as fotografias que fiz nessa altura são todas muito melancólicas”. “Estava a aproximar-se uma grande mudança, talvez fosse por isso”, frisou. António Júlio Duarte acabaria por protagonizar, ainda antes da transferência de administração, uma exposição em Macau com o apoio da Fundação Oriente (FO). Formado na escola Ar.Co, em Lisboa, e no Royal College of Arts de Londres, António Júlio Duarte acabaria por ser novamente convidado pela FO para fotografar o último ano da administração portuguesa, liderada pelo Governador Vasco Rocha Vieira. Na década de 90, António Júlio Duarte diz ter ficado surpreendido com o distanciamento entre as comunidades chinesa e portuguesa. “Era quase como se houvesse duas cidades paralelas que raramente se tocam. Essa é uma das razoes pelas quais Macau me fascina, por causa dessa estranheza que vem daí, de haver dois povos que raramente comunicam com uma grande barreira linguística grande, num espaço tão pequeno como é Macau.” Quando regressa, em 1999, António Júlio Duarte depara-se com uma cidade em constante mutação. “Havia a conclusão de obras grandes, uma preocupação do Governo português em deixar obra feita, a fim de permitir que Macau tivesse uma maior autonomia. Mas também foi uma altura conturbada em Macau, com o fim do monopólio do jogo.” O fotógrafo recorda “clima de inquietação no ar”. Depois de 1999, António Júlio Duarte dedicou-se a fotografar os casinos de Macau, símbolo de um fulgor económico, imagens que constam no livro “White Noise”, publicado em 2011. “O território já se tinha tornado noutra coisa qualquer, e foi isso que me interessou”, aponta. Fotografar Chui Sai On Em 2009, o fotógrafo abraçou um projecto político ao fotografar a campanha eleitoral de Chui Sai On para o cargo de Chefe do Executivo, para o qual foi eleito para um primeiro mandato. Daí nasceu o livro “O Candidato”, graças a um trabalho realizado na redacção do HM. “Entre 2008 e 2011 fui com mais frequência a Macau por causa de um colectivo de fotógrafos que existia em Lisboa na altura que era o KameraPhoto, em que produzíamos mais trabalho ligado à prática jornalística. Havia essa campanha eleitoral e achei que era bom trabalhar sobre isso pelo lado quase ficcional que tinha, pelo facto de ser um único candidato fazer uma campanha de sensibilização à população como se fosse uma campanha eleitoral com todo o aparato de uma campanha em qualquer outro ponto do mundo.” O que atraiu o fotógrafo foi “esse lado de figura inatingível”. “Havia todo um mecanismo de segurança à volta da campanha e do próprio candidato que para mim não fazia nenhum sentido, sendo Macau pequeno e seguro. Havia a construção dessa máquina mediática e de segurança à volta de uma coisa que na realidade não existe. Por isso é que no trabalho eu fotografo quase sempre Chui Sai On de costas, porque não quero trabalhar sobre ele mas sobre esta figura, do aparato, e sobre o candidato, numa coisa mais abstracta”, recorda. “Mercúrio” nasceria em 2015 enquanto projecto fruto de uma parceria com a Galeria Pedro Alfacinha e produzido pela Galeria Zé dos Bois. “Foi feito sempre em ambientes nocturnos mas são coisas muito abstractas, não necessariamente documentais. Esse foi um fechar de ciclo, e de momento não tenho planos para Macau.”
Hoje Macau EventosRAEM 20 anos | Carlos Fraga apresenta a Macau que continua desconhecida em Portugal Macau é um território que continua desconhecido em Portugal, apesar de ter sido colónia portuguesa durante mais de quatro séculos e até há apenas duas décadas, afirmam os autores do filme documental “Macau – 20 anos depois”. O documentário estreia hoje na RTP [dropcap]A[/dropcap] falta de informação dos portugueses e mesmo dos macaenses residentes em Portugal sobre Macau, foi o que Carlos Fraga, realizador, e Helena Madeira, produtora, detectaram durante os cinco anos que lhes levou a elaboração de seis documentários, a partir dos quais fizeram a longa-metragem “Macau – 20 anos depois”, que se estreia hoje na RTP. “Foi o que detectámos, e foi unânime, todos são da opinião que Macau não é conhecido cá, apesar de todo o tempo que passou e da relação que houve, embora esteja muito longe. E é a isso que eles atribuem um pouco a coisa, a isso e a que politicamente Portugal esteve um pouco de costas para aquilo”, disse Carlos Fraga, em entrevista à Lusa. Esse sentimento de que “Macau não é devidamente conhecido” reforça a utilidade deste trabalho, feito com rigor, com conteúdos e que demonstra uma abordagem possível, que é sociológica e antropológica, explica o realizador. “Macau – 20 anos depois” é um apanhado do essencial sobre este período pós transmissão administrativa, retirado de seis documentários feitos anteriormente: “Macaenses em Lisboa – ilusão ou realidade”; “Portugueses em Macau – o outro lado da história”; “Dar e receber – a portugalidade em Macau”; “Interculturalidade – a lusofonia em Macau”; “Macaenses em Macau – renovando a identidade”; “Uns e outros – os chineses de Macau”. “Este trabalho de seis documentários demorou cinco anos a fazer, começámos em 2014 a filmar cá os ‘Macaenses’ e já não parámos até terminar a série”, conta Carlos Fraga, revelando que para esta série foram entrevistadas ao todo 85 pessoas. A necessidade de ilustrar o que os macaenses diziam quando falavam das suas recordações e saudades levou o realizador e a produtora Helena Madeira a Macau, e dessa experiência nasceu a ideia para os outros temas. Dessa experiência resultou o conhecimento de que apesar de Macau não ser uma colónia como foram Angola ou Moçambique – porque foi administrada pelos portugueses com a autorização dos chineses e não em resultado de uma conquista -, a relação entre os portugueses e os chineses de Macau era peculiar: não era de colonizador e colonizado, mas também não era “de igual para igual”. “Nem podia ser. Agora, não era violenta a ponto de provocar depois uma reacção. Quando se deu a devolução à China, se isso tivesse sido assim, provavelmente estaria a acontecer o que está a acontecer em Hong Kong, portanto, não havia uma repressão”, afirmou Carlos Fraga. No entanto, não tem dúvida de que, apesar de os portugueses não serem considerados colonizadores, “os chineses não tinham grande acesso, ou nenhum, a cargos oficiais e ao Estado que administrava, havia ali uma diferença sem ser hostil”. Carlos Fraga destacou ainda que apesar de a comunidade portuguesa estar bem integrada na sociedade macaense, o que resulta dos depoimentos do filme é que os portugueses viviam muito fechados na sua comunidade, uma realidade que se mantém 20 anos depois da transmissão, com a diferença de que agora é mais estratificado, ou seja, os advogados dão-se com os advogados, os médicos dão-se com os médicos e por aí fora. A prova de que os portugueses estavam fechados sobre si mesmos é que hoje, por exemplo, “é quando se tem a consciência de que deviam ter aprendido chinês, portanto se não aprenderam é porque a integração era relativa, de alguma maneira não havia essa comunicação da língua”. “Hoje em dia já há o inglês, que facilita a comunicação, mas na altura o inglês não estava tão divulgado e não era tão assumido, hoje em dia as novas gerações falam inglês, e tudo bem, mas isso prova que realmente havia um fosso de comunicação entre os chineses e portugueses”, afirmou. Vil metal A série de documentários “Macau – 20 anos depois” teve o apoio, entre outros, do Instituto Português no Oriente, da Fundação Jorge Álvares, da Fundação Oriente e da Fundação Macau. Apesar das queixas quanto a dificuldades técnicas por falta de apoios, o realizador mostra-se satisfeito com o resultado final, afirmando que nas condições em que foi feito, “muito poucas produtoras teriam continuado o trabalho”. “Em termos de apoios financeiros, foi muito escasso, trabalhámos no fio da navalha”, revelou Carlos Fraga, confessando tristeza com o facto de por vezes se pôr “o interesse comercial à frente das coisas”. De acordo com cineasta, sempre que apresentava o seu projecto como uma série documental de abordagem antropológica, a maioria das entidades “servia-se do argumento de desinteresse por não ser um produto de massas”, justificação que “entristecia” o realizador, por vir de “entidades oficiais com alguma obrigação”. Depois de pronta a série, a Universidade de Macau e o Politécnico de Macau compraram-na por entenderem ser um “produto muito interessante”, da mesma forma que a Universidade Católica também já demonstrou interesse, disse. O Museu de São Roque, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, também comprou a série e vai exibir o documentário dois (“Portugueses em Macau – o outro lado da história”), hoje e no dia 21 de Dezembro. Hoje o filme “Macau – 2º anos depois” estreia na RTP, enquanto na Cinemateca estreia o documentário seis (“Uns e outros – os chineses de Macau”). Cova de Lai Chi Vun Vinte anos após a transferência, Macau deixou de ser uma “vila pacata” para se transformar numa “Las Vegas com cheirinho a Cacilhas”, onde, apesar do crescimento exponencial, a cultura portuguesa se mantém. Esta é uma das principais ideias que resultam da longa metragem documental. Uma dessas intervenções resume a Macau dos dias de hoje como uma “Las Vegas ainda com um cheirinho a Cacilhas”, porque “apesar das grandes alterações, de ter havido um crescimento exponencial de população, e os casinos e tudo aquilo, e de os portugueses dizerem que já não podem sair, já não há aquele ambiente de cidade provinciana que havia anteriormente, mesmo assim, está ali lacrado, mantém-se essa forma de estar que é muito portuguesa”, afirma Helena Madeira. “A zona histórica de Macau é um bocadinho de Portugal no Oriente”, afirma outro dos entrevistados em “Macau – 20 anos depois”, o que leva à questão de saber se é só isso que resta da presença portuguesa em Macau, e se tudo o resto tem desaparecido. Na opinião de Carlos Fraga, a cultura portuguesa “não se tem esbatido demasiado”. “Eu acho que não, graças aos chineses também – há que dizer as coisas -, que eles realmente estão empenhados em manter a identidade de Macau com essa particularidade da presença portuguesa”. E se o realizador não consegue ser perentório a afirmar essa manutenção pela parte cultural, pela parte monumental tem “a certeza”: “as coisas estão preservadas, eles investem nisso”. “Porque é o que todos dizem e é a verdade, diferencia das demais cidades. Esta realmente tem aquele cantinho ali muito português, muito europeu”. Para Helena Madeira, “há mesmo uma simbiose que paira no ar, que não se vê mas sente-se”. “Macau é efectivamente uma simbiose de Oriente com Ocidente. Não há dúvida nenhuma, porque [uma pessoa] vai a Macau, anda a passear pelas ruas no meio de milhões de chineses, vê ali uma casinha do tempo da administração portuguesa, vê as ruas com o nome em português e chinês, os autocarros também têm o destino em chinês e português”, descreve a produtora, acrescentando: “há toda uma atmosfera, todo um ambiente, que nos faz sentir em casa”. Helena Madeira considera que a portugalidade “está ali lacrada no ambiente” e isso percebe-se até nos depoimentos dos chineses de Macau – que entram no sexto documentário, que se estreia no dia 19 na Cinemateca -, que viveram em Macau no tempo da administração portuguesa e que conviveram com portugueses. Exemplo disso é um jovem músico macaense que diz que a cultura portuguesa está já no seu ADN. “Os chineses de Macau, que lá viviam antes desta administração, que cresceram lá, sentem essa diferença enorme entre eles, os chineses do continente e os chineses de Hong Kong, que têm o selo do império britânico. Os nossos têm o selo do império lusitano”, brincou. Uma outra ideia veiculada pelos intervenientes no documentário é a de que a presença de Portugal deu a Macau uma certa paz, alegria e um maior relacionamento humano. “Nós somos pacíficos, somos pouco conflituosos, sabemos receber bem as pessoas, convivemos bem com as pessoas, somos boas pessoas”, diz Helena Madeira. Uma das entrevistadas no filme diz que o macaense é “híbrido, não é continental nem português” e que é possível distinguir na rua, apenas olhando, quem é chinês de Macau e quem é chinês do continente, uma ideia corroborada por Helena Madeira, que diz que a forma de uma pessoa estar numa fila de autocarros, por exemplo, é suficiente para fazer essa distinção, porque o comportamento do chinês de Macau é mais próximo do ocidental, é aquilo que os próprios classificam como “mais civilizado”.
admin EventosRAEM 20 anos | Carlos Fraga apresenta a Macau que continua desconhecida em Portugal Macau é um território que continua desconhecido em Portugal, apesar de ter sido colónia portuguesa durante mais de quatro séculos e até há apenas duas décadas, afirmam os autores do filme documental “Macau – 20 anos depois”. O documentário estreia hoje na RTP [dropcap]A[/dropcap] falta de informação dos portugueses e mesmo dos macaenses residentes em Portugal sobre Macau, foi o que Carlos Fraga, realizador, e Helena Madeira, produtora, detectaram durante os cinco anos que lhes levou a elaboração de seis documentários, a partir dos quais fizeram a longa-metragem “Macau – 20 anos depois”, que se estreia hoje na RTP. “Foi o que detectámos, e foi unânime, todos são da opinião que Macau não é conhecido cá, apesar de todo o tempo que passou e da relação que houve, embora esteja muito longe. E é a isso que eles atribuem um pouco a coisa, a isso e a que politicamente Portugal esteve um pouco de costas para aquilo”, disse Carlos Fraga, em entrevista à Lusa. Esse sentimento de que “Macau não é devidamente conhecido” reforça a utilidade deste trabalho, feito com rigor, com conteúdos e que demonstra uma abordagem possível, que é sociológica e antropológica, explica o realizador. “Macau – 20 anos depois” é um apanhado do essencial sobre este período pós transmissão administrativa, retirado de seis documentários feitos anteriormente: “Macaenses em Lisboa – ilusão ou realidade”; “Portugueses em Macau – o outro lado da história”; “Dar e receber – a portugalidade em Macau”; “Interculturalidade – a lusofonia em Macau”; “Macaenses em Macau – renovando a identidade”; “Uns e outros – os chineses de Macau”. “Este trabalho de seis documentários demorou cinco anos a fazer, começámos em 2014 a filmar cá os ‘Macaenses’ e já não parámos até terminar a série”, conta Carlos Fraga, revelando que para esta série foram entrevistadas ao todo 85 pessoas. A necessidade de ilustrar o que os macaenses diziam quando falavam das suas recordações e saudades levou o realizador e a produtora Helena Madeira a Macau, e dessa experiência nasceu a ideia para os outros temas. Dessa experiência resultou o conhecimento de que apesar de Macau não ser uma colónia como foram Angola ou Moçambique – porque foi administrada pelos portugueses com a autorização dos chineses e não em resultado de uma conquista -, a relação entre os portugueses e os chineses de Macau era peculiar: não era de colonizador e colonizado, mas também não era “de igual para igual”. “Nem podia ser. Agora, não era violenta a ponto de provocar depois uma reacção. Quando se deu a devolução à China, se isso tivesse sido assim, provavelmente estaria a acontecer o que está a acontecer em Hong Kong, portanto, não havia uma repressão”, afirmou Carlos Fraga. No entanto, não tem dúvida de que, apesar de os portugueses não serem considerados colonizadores, “os chineses não tinham grande acesso, ou nenhum, a cargos oficiais e ao Estado que administrava, havia ali uma diferença sem ser hostil”. Carlos Fraga destacou ainda que apesar de a comunidade portuguesa estar bem integrada na sociedade macaense, o que resulta dos depoimentos do filme é que os portugueses viviam muito fechados na sua comunidade, uma realidade que se mantém 20 anos depois da transmissão, com a diferença de que agora é mais estratificado, ou seja, os advogados dão-se com os advogados, os médicos dão-se com os médicos e por aí fora. A prova de que os portugueses estavam fechados sobre si mesmos é que hoje, por exemplo, “é quando se tem a consciência de que deviam ter aprendido chinês, portanto se não aprenderam é porque a integração era relativa, de alguma maneira não havia essa comunicação da língua”. “Hoje em dia já há o inglês, que facilita a comunicação, mas na altura o inglês não estava tão divulgado e não era tão assumido, hoje em dia as novas gerações falam inglês, e tudo bem, mas isso prova que realmente havia um fosso de comunicação entre os chineses e portugueses”, afirmou. Vil metal A série de documentários “Macau – 20 anos depois” teve o apoio, entre outros, do Instituto Português no Oriente, da Fundação Jorge Álvares, da Fundação Oriente e da Fundação Macau. Apesar das queixas quanto a dificuldades técnicas por falta de apoios, o realizador mostra-se satisfeito com o resultado final, afirmando que nas condições em que foi feito, “muito poucas produtoras teriam continuado o trabalho”. “Em termos de apoios financeiros, foi muito escasso, trabalhámos no fio da navalha”, revelou Carlos Fraga, confessando tristeza com o facto de por vezes se pôr “o interesse comercial à frente das coisas”. De acordo com cineasta, sempre que apresentava o seu projecto como uma série documental de abordagem antropológica, a maioria das entidades “servia-se do argumento de desinteresse por não ser um produto de massas”, justificação que “entristecia” o realizador, por vir de “entidades oficiais com alguma obrigação”. Depois de pronta a série, a Universidade de Macau e o Politécnico de Macau compraram-na por entenderem ser um “produto muito interessante”, da mesma forma que a Universidade Católica também já demonstrou interesse, disse. O Museu de São Roque, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, também comprou a série e vai exibir o documentário dois (“Portugueses em Macau – o outro lado da história”), hoje e no dia 21 de Dezembro. Hoje o filme “Macau – 2º anos depois” estreia na RTP, enquanto na Cinemateca estreia o documentário seis (“Uns e outros – os chineses de Macau”). Cova de Lai Chi Vun Vinte anos após a transferência, Macau deixou de ser uma “vila pacata” para se transformar numa “Las Vegas com cheirinho a Cacilhas”, onde, apesar do crescimento exponencial, a cultura portuguesa se mantém. Esta é uma das principais ideias que resultam da longa metragem documental. Uma dessas intervenções resume a Macau dos dias de hoje como uma “Las Vegas ainda com um cheirinho a Cacilhas”, porque “apesar das grandes alterações, de ter havido um crescimento exponencial de população, e os casinos e tudo aquilo, e de os portugueses dizerem que já não podem sair, já não há aquele ambiente de cidade provinciana que havia anteriormente, mesmo assim, está ali lacrado, mantém-se essa forma de estar que é muito portuguesa”, afirma Helena Madeira. “A zona histórica de Macau é um bocadinho de Portugal no Oriente”, afirma outro dos entrevistados em “Macau – 20 anos depois”, o que leva à questão de saber se é só isso que resta da presença portuguesa em Macau, e se tudo o resto tem desaparecido. Na opinião de Carlos Fraga, a cultura portuguesa “não se tem esbatido demasiado”. “Eu acho que não, graças aos chineses também – há que dizer as coisas -, que eles realmente estão empenhados em manter a identidade de Macau com essa particularidade da presença portuguesa”. E se o realizador não consegue ser perentório a afirmar essa manutenção pela parte cultural, pela parte monumental tem “a certeza”: “as coisas estão preservadas, eles investem nisso”. “Porque é o que todos dizem e é a verdade, diferencia das demais cidades. Esta realmente tem aquele cantinho ali muito português, muito europeu”. Para Helena Madeira, “há mesmo uma simbiose que paira no ar, que não se vê mas sente-se”. “Macau é efectivamente uma simbiose de Oriente com Ocidente. Não há dúvida nenhuma, porque [uma pessoa] vai a Macau, anda a passear pelas ruas no meio de milhões de chineses, vê ali uma casinha do tempo da administração portuguesa, vê as ruas com o nome em português e chinês, os autocarros também têm o destino em chinês e português”, descreve a produtora, acrescentando: “há toda uma atmosfera, todo um ambiente, que nos faz sentir em casa”. Helena Madeira considera que a portugalidade “está ali lacrada no ambiente” e isso percebe-se até nos depoimentos dos chineses de Macau – que entram no sexto documentário, que se estreia no dia 19 na Cinemateca -, que viveram em Macau no tempo da administração portuguesa e que conviveram com portugueses. Exemplo disso é um jovem músico macaense que diz que a cultura portuguesa está já no seu ADN. “Os chineses de Macau, que lá viviam antes desta administração, que cresceram lá, sentem essa diferença enorme entre eles, os chineses do continente e os chineses de Hong Kong, que têm o selo do império britânico. Os nossos têm o selo do império lusitano”, brincou. Uma outra ideia veiculada pelos intervenientes no documentário é a de que a presença de Portugal deu a Macau uma certa paz, alegria e um maior relacionamento humano. “Nós somos pacíficos, somos pouco conflituosos, sabemos receber bem as pessoas, convivemos bem com as pessoas, somos boas pessoas”, diz Helena Madeira. Uma das entrevistadas no filme diz que o macaense é “híbrido, não é continental nem português” e que é possível distinguir na rua, apenas olhando, quem é chinês de Macau e quem é chinês do continente, uma ideia corroborada por Helena Madeira, que diz que a forma de uma pessoa estar numa fila de autocarros, por exemplo, é suficiente para fazer essa distinção, porque o comportamento do chinês de Macau é mais próximo do ocidental, é aquilo que os próprios classificam como “mais civilizado”.
Hoje Macau EventosRestauração | Macau já tem 20 restaurantes com estrelas Michelin [dropcap]M[/dropcap]acau tem desde ontem duas dezenas de restaurantes com estrelas Michelin, incluindo três estabelecimentos que mantiveram a classificação máxima, de acordo com a edição de 2020 do Guia para Macau e Hong Kong. Ao todo, a 12.ª edição do Guia divulgado ontem contempla 90 restaurantes, com a ex-colónia britânica a ascender aos 70 premiados. “As selecções deste ano são testemunho da posição inabalável de Hong Kong e Macau como cidades de referência no mundo gastronómico, onde a tradição e a modernidade podem coexistir numa mistura dinâmica e deliciosa de autenticidade e inovação”, afirmou o director global do Guia Michelin, Gwendal Poullennec. Nesta nova selecção para Macau, os restaurantes Robuchon au Dôme e The Eight, ambos no hotel-casino Grand Lisboa, e o restaurante Jade Dragon, no City of Dreams, mantiveram as classificações de 2019, com três estrelas cada um. Já entre os sete restaurantes galardoados com duas estrelas, há duas novidades: Sichuan Moon, no Wynn Palace, que se estreia no Guia, e o restaurante cantonês Wing Lei, localizado no Wynn Macau, que foi promovido este ano. O território apresenta ainda, nesta edição, 10 restaurantes com uma estrela Michelin: The Kitchen, The Golden Peacock, King, Shinji by Kanesaka, Pearl Dragon, 8 1/2 Otto e Mezzo-Bombana, Lai Heen, Zi Yat Heen e Tim’s Kitchen. Na distinção “Bib Gourmand”, conferida aos restaurantes que oferecem menus de três pratos por menos de 400 patacas, mantêm-se um restaurante de comida portuguesa, O Castiço, entre os sete indicados em Macau.
admin EventosRestauração | Macau já tem 20 restaurantes com estrelas Michelin [dropcap]M[/dropcap]acau tem desde ontem duas dezenas de restaurantes com estrelas Michelin, incluindo três estabelecimentos que mantiveram a classificação máxima, de acordo com a edição de 2020 do Guia para Macau e Hong Kong. Ao todo, a 12.ª edição do Guia divulgado ontem contempla 90 restaurantes, com a ex-colónia britânica a ascender aos 70 premiados. “As selecções deste ano são testemunho da posição inabalável de Hong Kong e Macau como cidades de referência no mundo gastronómico, onde a tradição e a modernidade podem coexistir numa mistura dinâmica e deliciosa de autenticidade e inovação”, afirmou o director global do Guia Michelin, Gwendal Poullennec. Nesta nova selecção para Macau, os restaurantes Robuchon au Dôme e The Eight, ambos no hotel-casino Grand Lisboa, e o restaurante Jade Dragon, no City of Dreams, mantiveram as classificações de 2019, com três estrelas cada um. Já entre os sete restaurantes galardoados com duas estrelas, há duas novidades: Sichuan Moon, no Wynn Palace, que se estreia no Guia, e o restaurante cantonês Wing Lei, localizado no Wynn Macau, que foi promovido este ano. O território apresenta ainda, nesta edição, 10 restaurantes com uma estrela Michelin: The Kitchen, The Golden Peacock, King, Shinji by Kanesaka, Pearl Dragon, 8 1/2 Otto e Mezzo-Bombana, Lai Heen, Zi Yat Heen e Tim’s Kitchen. Na distinção “Bib Gourmand”, conferida aos restaurantes que oferecem menus de três pratos por menos de 400 patacas, mantêm-se um restaurante de comida portuguesa, O Castiço, entre os sete indicados em Macau.
Andreia Sofia Silva EventosMattie Do, primeira e única mulher realizadora do Laos: “Vivenciei a morte em primeira mão” A história da ligação de Mattie Do com o cinema é tudo menos comum. A ex-professora de ballet deixou Los Angeles para regressar ao Laos por questões familiares, mas acabou a fazer filmes. A única e primeira mulher a fazer cinema neste país do sudeste asiático esteve na última edição do Festival Internacional de Cinema de Macau a apresentar “The Long Walk”, um filme que começou a ser feito no território [dropcap]Q[/dropcap]ual a sensação de estar neste festival com o seu filme, tendo em conta que o projecto nasceu em Macau? Como foi esse processo? É uma grande emoção. É tão bom estar de volta. Eu e a minha equipa rimo-nos quando aqui chegámos por sentimos este lugar como nosso, como se estivéssemos em casa, porque nós estivemos aqui na primeira edição. Lembro-me de ver as dores de crescimento deste festival desde o dia em que começou e tem sido incrível porque quando falámos do filme, e é um filme algo conceptual e complicado, as pessoas diziam sempre “isso é um filme de loucos, não sei como é que será feito”. Depois disso conhecemos muitos parceiros enquanto aqui estivemos e no momento em que terminámos a produção eles queriam que o nosso projecto fizesse parte do festival. Eu vim literalmente da selva e em dez dias estava em Macau a mostrar clips da fase de produção. Tinha escaldões e o aspecto de um animal qualquer acabado de chegar da selva. E agora estou aqui no tapete vermelho. Depois de terminarmos o filme, acabámos por ser seleccionados para estar no festival, por isso este sítio é muito familiar para nós e estão todos muito contentes por nos receber outra vez. Pode falar-nos mais de “The Long Walk”? Há muitos elementos deste filme que vieram da minha vida real. Perdi (para um cancro) a minha mãe quando tinha 25 anos e ela morreu em minha casa. Ela estava connosco e a forma como retrato a morte no geral é muito feia, nada romantizada, porque vivenciei a morte em primeira mão. Também passei pela morte do meu cão, que morreu há dois ou três anos depois de o mandarmos abater, porque ele já estava muito velho e tinha uma doença terminal. Isso afectou muito a minha vida. Vivi com muita tristeza, e com muito arrependimento acerca daquilo que podia ter feito de diferente e, na verdade, o meu cão já tinha 17 anos, e a minha mãe tinha um cancro de nível 4, portanto não havia nada que pudéssemos ter feito. Mas são coisas que ficam contigo e acabas sempre por pensar “se tivéssemos ido ao médico mais cedo” ou “se eu pudesse mudar algo”, mas não é possível. Não podemos mudar o tempo e foi por isso fiz este filme, de certa forma para lidar com a minha dor e com a minha perda. Outro aspecto, o de ser deixado para trás, não é apenas o facto de sentir que eu fui deixada para trás pela minha mãe e pelo meu cão, mas que o próprio Laos foi deixado para trás. O Laos é um país com mais de 450 anos de história mas muitos de nós, eu incluída, vivemos em ruas onde a estrada é de terra batida. A nossa cultura é muitas vezes esquecida e o mundo muitas vezes nem se apercebe que existimos. Mas quando nos visitam, muita gente age como se fosse a nossa salvação e dizem-nos o que precisamos de fazer para resolver todos os nossos problemas. Obviamente que muitos aspectos melhoraram, mas muitas vezes sinto alguma repulsa pelo estado de desenvolvimento do Laos que acaba por lentamente entrar novamente num estado de entropia… e é isto o filme. Porquê filmes de terror? Adoro o género. Cresci a ver filmes de terror, mas não foram assim tantos. A dada altura tornei-me bailarina e por isso não tinha muito tempo para ver filmes. No entanto, todas as histórias dos bailados pendiam para aí também. “Giselle” tinha fantasmas, “Le Coirsaire” é um thriller com piratas. Por isso estas sempre foram as minhas influências. Gosto de terror, mas também acho que é mais divertido. Não podemos levar-nos demasiado a sério, somos realizadores, fazemos filmes, não salvamos vidas como os médicos ou educamos as futuras gerações como os professores. Quero divertir-me quando faço um filme, mas, ao mesmo tempo, se quiser passar uma mensagem, esta é uma forma maravilhosa de ser bastante séria, porque através do terror posso exagerar os elementos e as pessoas podem ver uma versão exagerada daquilo que pode vir a acontecer. Não temos de ser tão sérios, podemos ser mais arrojados, podemos passar uma mensagem para o público que é, digamos, “escalada”. Quais os principais desafios com os quais se deparou no processo de produção e filmagens? Toda a minha vida senti dificuldades a fazer filmes (risos). Temos de encontrar sempre soluções independentemente do que aconteça. Como realizadora não tenho muito acesso a coisas que os outros realizadores têm no resto do mundo, porque no Laos não existe uma indústria cinematográfica muito desenvolvida, não temos profissionais qualificados, não temos sequer actores. O actor mais velho do filme é talvez o mais experiente, todos os outros são pessoas normais que encontrei nas aldeias. Mas as dificuldades, para mim, não são desafios, pois tenho de lidar com elas diariamente. E se é um problema então não deveria fazer filmes, de todo. Para mim os desafios sempre foram a norma, e as soluções são sempre algo criativo. Tenho uma forma muito própria de trabalhar, sou muito próxima da minha equipa e conheço todos pelo primeiro nome. Para mim o mais importante, não importa o orçamento que tenha, é ter esta intimidade com a equipa e depois fazer histórias interessantes. Isto porque a única razão pela qual sou realizadora é para contar histórias que nunca foram reveladas antes, não percebo porque é que as pessoas reciclam histórias vezes sem conta. Estou farta disso! Porque decidiu voltar ao Laos depois de viver em Los Angeles, e como foi a sua entrada na indústria do cinema? Não decidi fazer filmes, de todo. Simplesmente aconteceu. Foi uma reviravolta! (risos). O que aconteceu é que regressei ao Laos para cuidar do meu pai, que estava numa relação turbulenta. Não era uma artista na altura, era professora de ballet, e toda a minha família estava ocupada com aquilo que chamam de trabalhos a sério, e professora de ballet não o era. Conhecemos um grupo de pessoas que nos pediram para escrever a história de um filme, e o meu marido disse “claro que sim, porque sou escritor”, e foi assim que me tornei realizadora. Qual a importância de ser a primeira e única mulher do Laos a fazer cinema? Isso pode encorajar outras pessoas a fazer o mesmo? Literalmente a minha carreira como professora de ballet levou-me a fazer filmes, e na verdade estabeleci um passo importante na indústria de cinema do Laos. Espero que a minha história leve mais mulheres a fazer cinema e também para mim o mais importante é que posso contar histórias com uma perspectiva feminina. Uma das razões pelas quais gosto de fazer os meus filmes é porque são histórias de raparigas. Como olha para o cinema asiático que se faz actualmente? Estou muito interessada na nova geração de cinema. Sinto mesmo que estou numa nova marca de cinema, porque surgi do nada quando conheci os meus amigos asiáticos que são também novos realizadores. É tudo muito rock and Roll comigo, e adoro isso. Por um tempo, quando comecei a fazer filmes, senti que havia uma forte percepção do que é o cinema asiático e do que deveria ser. Havia a ideia de que para estar num festival de cinema asiático tínhamos de fazer um determinado tipo de filme, e eu sempre odiei isso.
Hoje Macau EventosVersão animada de “Um Panorama dos Rios e das Montanhas” na Exposição do Museu do Palácio [dropcap]O[/dropcap] Museu de Arte de Macau e o Museu do Palácio vão receber uma série de exposições dedicada ao tema “A Grande Viagem”. Amanhã é inaugurada a primeira fase da série na Galeria de Exposições Especiais do Museu de Arte de Macau com a exposição “Um Panorama dos Rios e das Montanhas”. Recorrendo à mais recente tecnologia interactiva digital, esta exposição apresenta uma visão diferente de “Um Panorama dos Rios e das Montanhas”. “A Grande Viagem” tem o intuito de exibir vários tesouros culturais relacionados com a Rota Marítima da Seda e de dar a conhecer ao público a história do intercâmbio cultural entre a China e o Ocidente. “Um Panorama dos Rios e das Montanhas” é composto por dez obras de pintura célebres da China, através de experiências interactivas digitais e de exibições encenadas, que procuram evocar paisagens naturais. Esta colecção faz parte do acervo do Museu do Palácio e integra a única obra ainda existente do pintor Wang Ximeng da dinastia Song do Norte. O rolo gigante da pintura apresenta uma composição impressionante, acreditando-se ser o auge da pintura paisagística verde-azulada (qing lü shan shui) da dinastia Song do Norte. A pintura caracteriza-se por uma composição primorosamente elaborada que retrata cordilheiras imponentes e uma vasta área coberta de rios, evocando a coexistência harmoniosa entre o homem e a natureza. O longo rolo digital de 35 metros de comprimento e 7 metros de altura usa a primeira tecnologia multicanal do mundo, que permite a interacção em tempo real com o público e possuindo ainda a funcionalidade de alteração da aparência para representar diferentes estações e condições atmosféricas. Através de efeitos de luz e sombra, a obra expressa a demanda filosófica que tem por objectivo “movendo-se, viajando, vendo e vivendo”, apresentando ao público uma imagem animada, tal como se fosse uma paisagem real. Uma zona de experiência interactiva em torno da pintura será criada no local, incluindo “Poesia Mundana”, “Grande Imagem Sem Forma”, “Vida Reclusa Musical”, “Paisagem Sublime” e “Parede Sensorial”, a fim de partilhar com o público a verdade da beleza subjacente a este rolo. A segunda fase da série de exposições incluirá as exposições “A Grande Viagem – A Cidade Proibida e a Rota Marítima da Seda” e “Produtos culturais e criativos do Museu do Palácio e área educacional”, as quais serão inauguradas em Janeiro de 2020.
Hoje Macau EventosFotografia | Exposição de João Palla inaugura dia 19 na UM [dropcap]É[/dropcap] já esta quinta-feira, 19, que é inaugurada na Universidade de Macau (UM) uma exposição de fotografia sobre rostos femininos de Macau, da autoria do arquitecto João Palla. A mostra estará patente até ao dia 16 de Janeiro na Galeria E1. De acordo com um comunicado, são 30 imagens que “retratam traços inconfundíveis de luso-descendentes residentes em Macau, da autoria de João Palla Martins. O arquitecto dispõe de um “acervo de mais de 500 imagens que captou, durante 10 anos, em diferentes locais por onde os portugueses passaram, desde o Myanmar ao Japão, e da Indonésia à Índia”, estando prevista uma nova exposição em 2020, altura em que será apresentada “uma obra sobre o tema”. Esta é uma iniciativa do Instituto Internacional de Macau (IIM) e já esteve patente na Universidade de Aveiro, em Portugal, integrada no 2º Congresso Internacional “Diálogos Interculturais Portugal-China”. O autor das fotografias é licenciado pela Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, mestre em Design e Cultura Visual do IADE e doutorado em Ciências da Arte na Faculdade de Belas Artes de Lisboa. João Palla é também membro fundador da Associação de Arquitectos Sem Fronteiras em Portugal, exercendo de momento a profissão de arquitecto em Macau, expondo ocasionalmente trabalhos na área das artes plásticas.
admin EventosFotografia | Exposição de João Palla inaugura dia 19 na UM [dropcap]É[/dropcap] já esta quinta-feira, 19, que é inaugurada na Universidade de Macau (UM) uma exposição de fotografia sobre rostos femininos de Macau, da autoria do arquitecto João Palla. A mostra estará patente até ao dia 16 de Janeiro na Galeria E1. De acordo com um comunicado, são 30 imagens que “retratam traços inconfundíveis de luso-descendentes residentes em Macau, da autoria de João Palla Martins. O arquitecto dispõe de um “acervo de mais de 500 imagens que captou, durante 10 anos, em diferentes locais por onde os portugueses passaram, desde o Myanmar ao Japão, e da Indonésia à Índia”, estando prevista uma nova exposição em 2020, altura em que será apresentada “uma obra sobre o tema”. Esta é uma iniciativa do Instituto Internacional de Macau (IIM) e já esteve patente na Universidade de Aveiro, em Portugal, integrada no 2º Congresso Internacional “Diálogos Interculturais Portugal-China”. O autor das fotografias é licenciado pela Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, mestre em Design e Cultura Visual do IADE e doutorado em Ciências da Arte na Faculdade de Belas Artes de Lisboa. João Palla é também membro fundador da Associação de Arquitectos Sem Fronteiras em Portugal, exercendo de momento a profissão de arquitecto em Macau, expondo ocasionalmente trabalhos na área das artes plásticas.
João Luz EventosMúsica | Sónar 2020 traz de regresso o britânico Stormzy a Hong Kong O rapper britânico Stormzy é o primeiro grande nome do Sónar Hong Kong de 2020. O festival está marcado o dia 28 de Março, sábado, no local do costume: o Parque Científico de Hong Kong, em Sha Tin nos Novos Territórios. Os bilhetes já se encontram à venda [dropcap]O[/dropcap] primeiro grande nome do cartaz do Sónar Hong Kong 2020 é Stormzy, o rapper britânico que tomou de assalto a cena musical londrina, saindo da obscuridade do underground do grime, para a notoriedade que o levou a ser cabeça de cartaz no mítico festival Glastonbury do ano passado. Mais uma vez, o Sónar Hong Kong, que vai para a quarta edição, realiza-se a 28 de Março, no Parque Científico de Hong Kong, em Sha Tin nos Novos Territórios. Durante o dia inteiro, entre o meio-dia e as 3 da manhã, o recinto será invadido pela habitual mistura de música inovadora, criatividade e tecnologia em diversas áreas. Os bilhetes já estão à venda. Quem comprar o ingresso antecipadamente tem de desembolsar 980 HKD. Em relação à primeira estrela do cartaz, Stormzy, importa referir que é uma estrela em ascensão e um dos rappers mais promissores do panorama musical britânico. Apelidado como um rei do grime, um estilo de música electrónica nascido do breakbeat e jungle, normalmente acompanhado por vocalizações de hip hop, Stormzy ascendeu a uma posição que o tornou num dos artistas de topo da sua geração. Aliás, chegou mesmo a ser capa da revista Time parte de uma edição dedicada aos líderes que vão moldar o mundo. O regresso do beat Depois de uma performance que deixou saudades no Clockenflap 2017, Stormzy regressa já artista conceituado e com vários prémios na bagagem. O britânico tem um disco novo, “Heavy is the Head”, o segundo disco depois de “Gang Signs & Prayer”. O novo registo, que acabou de ser lançado na semana passada, tem recebido boas críticas e angariado milhões de visualizações no Youtube. O britânico, desde o início da carreira, não se escuda ao activismo político. Há dois anos e meio, em entrevista ao The Guardian, confessou apoiar Jeremy Corbyn e o Partido Trabalhista, que sofreu uma pesada derrota nas eleições. Aliás, o músico foi activo no apoio nesta última campanha trabalhista e descreveu Boris Johnson como “um homem sinistro”.
admin EventosMúsica | Sónar 2020 traz de regresso o britânico Stormzy a Hong Kong O rapper britânico Stormzy é o primeiro grande nome do Sónar Hong Kong de 2020. O festival está marcado o dia 28 de Março, sábado, no local do costume: o Parque Científico de Hong Kong, em Sha Tin nos Novos Territórios. Os bilhetes já se encontram à venda [dropcap]O[/dropcap] primeiro grande nome do cartaz do Sónar Hong Kong 2020 é Stormzy, o rapper britânico que tomou de assalto a cena musical londrina, saindo da obscuridade do underground do grime, para a notoriedade que o levou a ser cabeça de cartaz no mítico festival Glastonbury do ano passado. Mais uma vez, o Sónar Hong Kong, que vai para a quarta edição, realiza-se a 28 de Março, no Parque Científico de Hong Kong, em Sha Tin nos Novos Territórios. Durante o dia inteiro, entre o meio-dia e as 3 da manhã, o recinto será invadido pela habitual mistura de música inovadora, criatividade e tecnologia em diversas áreas. Os bilhetes já estão à venda. Quem comprar o ingresso antecipadamente tem de desembolsar 980 HKD. Em relação à primeira estrela do cartaz, Stormzy, importa referir que é uma estrela em ascensão e um dos rappers mais promissores do panorama musical britânico. Apelidado como um rei do grime, um estilo de música electrónica nascido do breakbeat e jungle, normalmente acompanhado por vocalizações de hip hop, Stormzy ascendeu a uma posição que o tornou num dos artistas de topo da sua geração. Aliás, chegou mesmo a ser capa da revista Time parte de uma edição dedicada aos líderes que vão moldar o mundo. O regresso do beat Depois de uma performance que deixou saudades no Clockenflap 2017, Stormzy regressa já artista conceituado e com vários prémios na bagagem. O britânico tem um disco novo, “Heavy is the Head”, o segundo disco depois de “Gang Signs & Prayer”. O novo registo, que acabou de ser lançado na semana passada, tem recebido boas críticas e angariado milhões de visualizações no Youtube. O britânico, desde o início da carreira, não se escuda ao activismo político. Há dois anos e meio, em entrevista ao The Guardian, confessou apoiar Jeremy Corbyn e o Partido Trabalhista, que sofreu uma pesada derrota nas eleições. Aliás, o músico foi activo no apoio nesta última campanha trabalhista e descreveu Boris Johnson como “um homem sinistro”.
Hoje Macau EventosBallet | CCM recebe espectáculo “Nijinsky” em Fevereiro [dropcap]O[/dropcap] Centro Cultural de Macau (CCM) apresenta, em 2020, o espectáculo de ballet intitulado “Nijinsky”, um tributo do Ballet de Hamburgo a um dos bailarinos mais fenomenais de todos os tempos. A produção vai estar em cena entre os dias 28 de Fevereiro e 1 de Março do próximo ano. De acordo com um comunicado oficial, “Nijinsky” é um “ballet de classe mundial e uma comovente homenagem em dois actos”, concebida pelo mestre coreógrafo John Neumeier, profundo admirador e grande conhecedor do bailarino russo. O público poderá ver “uma peça glamorosa que evoca o círculo artístico e alguns dos maiores papéis de um verdadeiro prodígio, a quem outrora chamaram o ‘Deus da Dança’”. Interpretado ao som de uma ecléctica paleta de compositores, o ballet centra-se no momento fulcral em que Nijinsky começou a atolar-se na loucura que o levaria ao fim. Esta produção é um dos trabalhos de John Neumeier com maior impacto junto da crítica internacional, desde que em 1973 assumiu o cargo de director artístico e coreógrafo principal da reconhecida companhia alemã. Neumeier criou mais de 150 bailados, focando-se continuamente na preservação da tradição ao mesmo tempo que dá aos seus trabalhos um enquadramento dramático contemporâneo. Desde que dirije o Ballet de Hamburgo, o coreógrafo foi distinguido com o Prémio de Dança Benois e o Prix de Lausanne, entre muitos outros galardões. Além deste espectáculo de ballet, o CCM organiza um workshop concebido para desvendar algumas das técnicas básicas do Ballet de Hamburgo. Orientadas por profissionais da companhia alemã, estas sessões oferecem aos participantes uma oportunidade de experimentar fisicamente os altos padrões de uma companhia de elite. Os bilhetes para o espectáculo estão à venda a partir deste domingo, 15 de Dezembro.
admin EventosBallet | CCM recebe espectáculo “Nijinsky” em Fevereiro [dropcap]O[/dropcap] Centro Cultural de Macau (CCM) apresenta, em 2020, o espectáculo de ballet intitulado “Nijinsky”, um tributo do Ballet de Hamburgo a um dos bailarinos mais fenomenais de todos os tempos. A produção vai estar em cena entre os dias 28 de Fevereiro e 1 de Março do próximo ano. De acordo com um comunicado oficial, “Nijinsky” é um “ballet de classe mundial e uma comovente homenagem em dois actos”, concebida pelo mestre coreógrafo John Neumeier, profundo admirador e grande conhecedor do bailarino russo. O público poderá ver “uma peça glamorosa que evoca o círculo artístico e alguns dos maiores papéis de um verdadeiro prodígio, a quem outrora chamaram o ‘Deus da Dança’”. Interpretado ao som de uma ecléctica paleta de compositores, o ballet centra-se no momento fulcral em que Nijinsky começou a atolar-se na loucura que o levaria ao fim. Esta produção é um dos trabalhos de John Neumeier com maior impacto junto da crítica internacional, desde que em 1973 assumiu o cargo de director artístico e coreógrafo principal da reconhecida companhia alemã. Neumeier criou mais de 150 bailados, focando-se continuamente na preservação da tradição ao mesmo tempo que dá aos seus trabalhos um enquadramento dramático contemporâneo. Desde que dirije o Ballet de Hamburgo, o coreógrafo foi distinguido com o Prémio de Dança Benois e o Prix de Lausanne, entre muitos outros galardões. Além deste espectáculo de ballet, o CCM organiza um workshop concebido para desvendar algumas das técnicas básicas do Ballet de Hamburgo. Orientadas por profissionais da companhia alemã, estas sessões oferecem aos participantes uma oportunidade de experimentar fisicamente os altos padrões de uma companhia de elite. Os bilhetes para o espectáculo estão à venda a partir deste domingo, 15 de Dezembro.
Hoje Macau EventosCasa Garden | Exposição “Viver no Céu”, por Cai Gujie, inaugurada hoje [dropcap]É[/dropcap] inaugurada hoje na Casa Garden, às 18h30, a exposição “Viver no Céu”, do artista chinês Cai Gujie, uma iniciativa promovida pela Fundação Oriente. De acordo com uma nota sobre esta mostra, da autoria do seu curador, Lu Zheng Yuan, pode surgir a dúvida, logo na entrada, se esta é uma “exposição de arte ou alguma promoção imobiliária”. “Onde está o artista? Onde estão as obras? Tudo aqui, no entanto, constitui um cenário especial cuidadosamente construído pelo artista, algures entre a realidade e a ficção. Representa a realidade mais tangível, mas também uma fuga dela. Aqui, o artista não exibe a sua arte no sentido convencional, mas joga com as regras do capital”, aponta o curador. Para Lu Zheng Yuan, “o artista não evita as questões cruciais de hoje, nem confronta as pressões sobre a vida resultantes do desenvolvimento urbano, nem sequer propões regras para as combater”. “Ao exercer habilmente o direito de uso temporário do local da exposição e ao alugá-lo a promotores imobiliários, ele apenas subverte as relações de poder, criando um espaço que mistura arte com negócios imobiliários”, acrescenta a mesma nota.
admin EventosCasa Garden | Exposição “Viver no Céu”, por Cai Gujie, inaugurada hoje [dropcap]É[/dropcap] inaugurada hoje na Casa Garden, às 18h30, a exposição “Viver no Céu”, do artista chinês Cai Gujie, uma iniciativa promovida pela Fundação Oriente. De acordo com uma nota sobre esta mostra, da autoria do seu curador, Lu Zheng Yuan, pode surgir a dúvida, logo na entrada, se esta é uma “exposição de arte ou alguma promoção imobiliária”. “Onde está o artista? Onde estão as obras? Tudo aqui, no entanto, constitui um cenário especial cuidadosamente construído pelo artista, algures entre a realidade e a ficção. Representa a realidade mais tangível, mas também uma fuga dela. Aqui, o artista não exibe a sua arte no sentido convencional, mas joga com as regras do capital”, aponta o curador. Para Lu Zheng Yuan, “o artista não evita as questões cruciais de hoje, nem confronta as pressões sobre a vida resultantes do desenvolvimento urbano, nem sequer propões regras para as combater”. “Ao exercer habilmente o direito de uso temporário do local da exposição e ao alugá-lo a promotores imobiliários, ele apenas subverte as relações de poder, criando um espaço que mistura arte com negócios imobiliários”, acrescenta a mesma nota.
Hoje Macau EventosAlbergue SCM | Instalação “Lost in Translation” pode ser visitada até final do mês O colectivo D’Entranhas Macau – Associação Cultural volta a promover mais uma iniciativa no Albergue SCM, desta vez intitulada “Lost in Translation”. Trata-se de uma instalação transdisciplinar que integra vídeo, som e fotografia, e cuja criação partiu da palavra escrita e falada em três idiomas [dropcap]M[/dropcap]acau e a sua multiplicidade linguística ganham uma nova representatividade com a mostra que é hoje inaugurada no Albergue da Santa Casa da Misericórdia de Macau e que poderá ser visitada até ao final deste mês. Trata-se de “Lost in Translation” e é uma instalação transdisciplinar que integra vídeo, som e fotografia, cuja criação partiu da palavra escrita e falada em três idiomas (português, chinês e inglês) e das suas representações fonéticas e gráficas, aponta um comunicado oficial. Neste sentido, foram registadas imagens de caracteres, avisos, dísticos, sinais, placas toponímicas, nomes de lojas, símbolos, grafismos e palavras, com o objectivo de fragmentar “o sentido explícito das três línguas e dando-lhe um significado visual e sonoro”. O colectivo D’Entranhas Macau – Associação Cultural, responsável por esta iniciativa, assume que o “objectivo da instalação visa explorar a forma de comunicação da linguagem através de imagens, sons, silêncios, respirações, ruídos e suspensões, ampliando o que ficou”. A autoria e concepção plástica, bem como o trabalho de vídeo e fotografia, estiveram a cargo de Vera Paz e Ricardo Moura. Entre Lisboa e Macau Formada em dança clássica e nascida em Lisboa, Vera Paz é actriz e produtora no Albergue SCM. Frequentou o Conservatório Nacional de Dança, a Companhia de Dança do Instituto Cultural de Macau e o Hong Kong Academy for Performing Arts. Começou a carreira de actriz em Portugal no ano de 1991, tendo fundado, em 1999, com Ricardo Moura, a Companhia de Teatro d’As Entranhas, que em 2017 passou a estar também representada em Macau. No território, esta associação visa desenvolver uma acção de intervenção cultural na área da criação artística, nomeadamente na produção de espectáculos teatrais e exposições. Ricardo Moura, actor e encenador, nasceu em Angola em 1973, tendo-se estreado como actor profissional em 1994. A associação D’Entranhas “constitui-se como um espaço de acção cultural interdisciplinar que promove a investigação e a difusão da arte contemporânea através da produção de objectos artísticos, nomeadamente espectáculos teatrais, instalações multimédia e exposições”. Em Macau o colectivo já apresentou produções como “Vale das Bonecas” ou a exposição “Noivas de Sao Lázaro”, com imagens de Vera Paz.
admin EventosAlbergue SCM | Instalação “Lost in Translation” pode ser visitada até final do mês O colectivo D’Entranhas Macau – Associação Cultural volta a promover mais uma iniciativa no Albergue SCM, desta vez intitulada “Lost in Translation”. Trata-se de uma instalação transdisciplinar que integra vídeo, som e fotografia, e cuja criação partiu da palavra escrita e falada em três idiomas [dropcap]M[/dropcap]acau e a sua multiplicidade linguística ganham uma nova representatividade com a mostra que é hoje inaugurada no Albergue da Santa Casa da Misericórdia de Macau e que poderá ser visitada até ao final deste mês. Trata-se de “Lost in Translation” e é uma instalação transdisciplinar que integra vídeo, som e fotografia, cuja criação partiu da palavra escrita e falada em três idiomas (português, chinês e inglês) e das suas representações fonéticas e gráficas, aponta um comunicado oficial. Neste sentido, foram registadas imagens de caracteres, avisos, dísticos, sinais, placas toponímicas, nomes de lojas, símbolos, grafismos e palavras, com o objectivo de fragmentar “o sentido explícito das três línguas e dando-lhe um significado visual e sonoro”. O colectivo D’Entranhas Macau – Associação Cultural, responsável por esta iniciativa, assume que o “objectivo da instalação visa explorar a forma de comunicação da linguagem através de imagens, sons, silêncios, respirações, ruídos e suspensões, ampliando o que ficou”. A autoria e concepção plástica, bem como o trabalho de vídeo e fotografia, estiveram a cargo de Vera Paz e Ricardo Moura. Entre Lisboa e Macau Formada em dança clássica e nascida em Lisboa, Vera Paz é actriz e produtora no Albergue SCM. Frequentou o Conservatório Nacional de Dança, a Companhia de Dança do Instituto Cultural de Macau e o Hong Kong Academy for Performing Arts. Começou a carreira de actriz em Portugal no ano de 1991, tendo fundado, em 1999, com Ricardo Moura, a Companhia de Teatro d’As Entranhas, que em 2017 passou a estar também representada em Macau. No território, esta associação visa desenvolver uma acção de intervenção cultural na área da criação artística, nomeadamente na produção de espectáculos teatrais e exposições. Ricardo Moura, actor e encenador, nasceu em Angola em 1973, tendo-se estreado como actor profissional em 1994. A associação D’Entranhas “constitui-se como um espaço de acção cultural interdisciplinar que promove a investigação e a difusão da arte contemporânea através da produção de objectos artísticos, nomeadamente espectáculos teatrais, instalações multimédia e exposições”. Em Macau o colectivo já apresentou produções como “Vale das Bonecas” ou a exposição “Noivas de Sao Lázaro”, com imagens de Vera Paz.
Hoje Macau EventosHistória | Série documental “Macau Entre Dois Mundos” volta a ser transmitida pela RTP [dropcap]O[/dropcap] Canal Memória da RTP volta a transmitir hoje, amanhã e nos dias 16, 17, 18 e 19 deste mês a série documental “Macau Entre Dois Mundos”, com autoria e produção de Fernando Lima, ex-residente de Macau e antigo assessor de Cavaco Silva, ex-Presidente da República portuguesa. Todos os episódios serão transmitidos às 14h00, hora portuguesa. A série poderá ser vista na plataforma RTP Play. De acordo com uma nota oficial, a série retrata a história político-diplomática das relações Portugal-China e a questão de Macau, tendo sido transmitida pela primeira vez na RTP e TDM em 1999, na véspera da cerimónia de transferência de soberania de Macau para a República Popular da China. Foi repetida em 2009. Os eventos vividos em Macau na Guerra do Pacífico, a chegada do Exército Vermelho às portas de Macau, o processo de concessão do jogo em 1962, os acontecimentos 1-2-3 e como afectaram a vida no território, o impacto do 25 de Abril e consequentes mudanças em Macau, o estabelecimento das relações diplomáticas entre Portugal e a República Popular da China em Fevereiro de 1979, bem as negociações da Declaração Conjunta entre Portugal e a China sobre a questão de Macau são matérias abordadas em “Macau Entre Dois Mundos”. Foram recolhidos 53 depoimentos que incluem políticos como António Ramalho Eanes, Aníbal Cavaco Silva, José Manuel Durão Barroso, António Almeida Santos ou Adriano Moreira, entre outros. Os embaixadores Humberto Morgado, José Calvet Magalhães, António Patrício, João Hall Themido, António Coimbra Martins e António Ressano Garcia, todos já falecidos, são nomes que ficaram ligados às relações de Portugal com a China, cujos depoimentos ajudam a enquadrar épocas e acontecimentos marcantes para situar a questão de Macau. Por fim, a série conta também com os contributos de figuras de Macau como Edmund Ho, o primeiro Chefe do Executivo da RAEM, o empresário do jogo Stanley Ho, o Bispo Domingos Lam, os padres Manuel Teixeira e Lancelote Rodrigues, Henrique Senna Fernandes, Roque Choi, Jorge Neto Valente, Jorge Rangel, Gary Ngai e Carlos Estorninho, entre outras personalidades ligadas à comunidade portuguesa e macaense. O último governador de Hong Kong, Chris Patten, foi igualmente ouvido. Fernando Lima é também autor dos livros “Macau – As Duas Transições”, publicados em 1999. Recentemente, em edição do Instituto Internacional de Macau, publicou o livro “Macau – Um Diálogo de Sucesso”.
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