SCML | Exposição em Lisboa marca os 20 anos de transferência de Macau

Chama-se “Um Rei e Três Imperadores – Portugal, China e Macau no tempo de D.João V” e é o nome da exposição organizada pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa para celebrar os 20 anos de transferência de soberania de Macau para a China. A mostra é inaugurada a 20 de Dezembro no Museu de São Roque, em Lisboa, e conta com peças de Macau e de Pequim

 
[dropcap]A[/dropcap] Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) está a organizar uma exposição que terá lugar no Museu de São Roque, em Lisboa, que visa celebrar as datas que simbolizam a ligação de Portugal ao Oriente, e que este ano ganham um especial significado.
Além dos 40 anos do estabelecimento das relações diplomáticas entre Portugal e China e dos 450 anos da Santa Casa da Misericórdia de Macau (SCMM), serão também recordados os 20 anos de transferência de soberania de Macau para a China.
A exposição, intitulada “Um Rei e Três Imperadores – Portugal, China e Macau no tempo de D.Joao V” será inaugurada a 20 de Dezembro deste ano no Museu de São Roque, em Lisboa, espaço afecto à SCML. Margarida Montenegro, directora do departamento da cultura da SCML, explicou ao HM a importância que o reinado do rei português D. João V teve nas relações com a China da época.
“Não só estamos muito ligados a D. João V, porque mandou construir a capela de São João Baptista, a mais importante da Igreja de São Roque, como foi o período de relação entre Portugal e China mais harmonioso.” O rei português governou durante 50 anos, o suficiente para se relacionar com três imperadores chineses da dinastia Qing: Kangxi, Yonzheng e Qianlong.
“É neste período que houve mais contactos com a China, e este período foi também muito importante para Macau, que era um porto internacional de comércio entre os dois impérios”, adiantou Margarida Montenegro. Na proposta de exposição, elaborada pelo académico Jorge Santos Alves, do Instituto de Estudos Orientais da Universidade Católica Portuguesa, lê-se que, neste reinado, “a dimensão político-diplomática corporizou-se com o envio da embaixada do imperador Kangxi a D. João V, protagonizada pelo jesuíta António de Magalhães, depois retribuída em 1726 pela embaixada de Alexandre Metello de Sousa e Meneses já ao imperador Yongzheng”.
Além deste relacionamento diplomático, destaque ainda para o papel do bispo de Macau à época, Frei Hilário de Santa Rosa, num tempo de “projectos megalómanos para a conquista da China”.
Nesse período, Macau viveu, na primeira metade do século XVIII, “um tempo de reajustamento à dinastia Qing”, um período “marcante para a história de Macau e para a sua qualidade de porto internacional de comércio e de porto entre dois impérios, o português e o chinês”.
A nota assinada por Jorge Santos Alves dá conta que Macau teve, nesta fase, de “reajustar a sua geografia comercial aos novos tempos da concorrência europeia nos mercados chineses e asiáticos em geral”. Além disso, o território e “as suas instituições locais, especialmente o Senado da Câmara e a Misericórdia, tiveram que encontrar um novo padrão de relacionamento com a Coroa Portuguesa, mais centralizadora, e os seus representantes na cidade, os governadores”.

Pedidos em avaliação

Os contactos para a integração de peças nesta exposição ainda estão ainda a ser desenvolvidos. Margarida Montenegro disse ao HM que foi pedida à SCMM o retrato de um mercador chamado Francisco Xavier Roquette, “reconhecido mercador da comunidade portuguesa em Macau e que é um dos beneméritos da SCMM. A entidade liderada pelo provedor António José de Freitas também sugeriu outras peças, que ainda estão a ser alvo de uma avaliação por parte da SCML, que também requisitou um empréstimo ao Museu do Palácio de Pequim, de dois retratos dos imperadores Yongzheng e Kangxi.
Neste período, “a dimensão comercial do relacionamento entre a China e a Europa (e Portugal) conheceu uma verdadeira explosão em intensidade, volume e valor. As mercadorias chinesas (em especial a seda, porcelana e, cada vez mais, o chá) eram crescentemente desejadas nos mercados consumidores europeus e das colónias”, aponta a nota de Jorge Santos Alves.
Nesse sentido, “os primeiros exemplos de adesão ao vestuário e à moda europeus incluíram até imperadores como Yongzheng”, enquanto que, nessa fase, “a arte e a arquitectura europeias ou de inspiração europeia entraram no mundo cultural imperial chinesa”, conclui a mesma nota.
A exposição será composta por quatro núcleos, sendo um deles destinado à temática “Macau: O Tempo dos Novos Tempos”. A mostra, composta por 40 a 48 peças, conta, além da parceria com Jorge Santos Alves, com a colaboração científica de António Vilhena de Carvalho, ligado à Universidade Católica Portuguesa, João Paulo Salvado, Susana Munch Miranda e Isabel Pina, esta última ligada ao Centro Científico e Cultural de Macau.

17 Set 2019

SCML | Exposição em Lisboa marca os 20 anos de transferência de Macau

Chama-se “Um Rei e Três Imperadores – Portugal, China e Macau no tempo de D.João V” e é o nome da exposição organizada pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa para celebrar os 20 anos de transferência de soberania de Macau para a China. A mostra é inaugurada a 20 de Dezembro no Museu de São Roque, em Lisboa, e conta com peças de Macau e de Pequim

 

[dropcap]A[/dropcap] Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) está a organizar uma exposição que terá lugar no Museu de São Roque, em Lisboa, que visa celebrar as datas que simbolizam a ligação de Portugal ao Oriente, e que este ano ganham um especial significado.

Além dos 40 anos do estabelecimento das relações diplomáticas entre Portugal e China e dos 450 anos da Santa Casa da Misericórdia de Macau (SCMM), serão também recordados os 20 anos de transferência de soberania de Macau para a China.

A exposição, intitulada “Um Rei e Três Imperadores – Portugal, China e Macau no tempo de D.Joao V” será inaugurada a 20 de Dezembro deste ano no Museu de São Roque, em Lisboa, espaço afecto à SCML. Margarida Montenegro, directora do departamento da cultura da SCML, explicou ao HM a importância que o reinado do rei português D. João V teve nas relações com a China da época.

“Não só estamos muito ligados a D. João V, porque mandou construir a capela de São João Baptista, a mais importante da Igreja de São Roque, como foi o período de relação entre Portugal e China mais harmonioso.” O rei português governou durante 50 anos, o suficiente para se relacionar com três imperadores chineses da dinastia Qing: Kangxi, Yonzheng e Qianlong.

“É neste período que houve mais contactos com a China, e este período foi também muito importante para Macau, que era um porto internacional de comércio entre os dois impérios”, adiantou Margarida Montenegro. Na proposta de exposição, elaborada pelo académico Jorge Santos Alves, do Instituto de Estudos Orientais da Universidade Católica Portuguesa, lê-se que, neste reinado, “a dimensão político-diplomática corporizou-se com o envio da embaixada do imperador Kangxi a D. João V, protagonizada pelo jesuíta António de Magalhães, depois retribuída em 1726 pela embaixada de Alexandre Metello de Sousa e Meneses já ao imperador Yongzheng”.

Além deste relacionamento diplomático, destaque ainda para o papel do bispo de Macau à época, Frei Hilário de Santa Rosa, num tempo de “projectos megalómanos para a conquista da China”.

Nesse período, Macau viveu, na primeira metade do século XVIII, “um tempo de reajustamento à dinastia Qing”, um período “marcante para a história de Macau e para a sua qualidade de porto internacional de comércio e de porto entre dois impérios, o português e o chinês”.

A nota assinada por Jorge Santos Alves dá conta que Macau teve, nesta fase, de “reajustar a sua geografia comercial aos novos tempos da concorrência europeia nos mercados chineses e asiáticos em geral”. Além disso, o território e “as suas instituições locais, especialmente o Senado da Câmara e a Misericórdia, tiveram que encontrar um novo padrão de relacionamento com a Coroa Portuguesa, mais centralizadora, e os seus representantes na cidade, os governadores”.

Pedidos em avaliação

Os contactos para a integração de peças nesta exposição ainda estão ainda a ser desenvolvidos. Margarida Montenegro disse ao HM que foi pedida à SCMM o retrato de um mercador chamado Francisco Xavier Roquette, “reconhecido mercador da comunidade portuguesa em Macau e que é um dos beneméritos da SCMM. A entidade liderada pelo provedor António José de Freitas também sugeriu outras peças, que ainda estão a ser alvo de uma avaliação por parte da SCML, que também requisitou um empréstimo ao Museu do Palácio de Pequim, de dois retratos dos imperadores Yongzheng e Kangxi.

Neste período, “a dimensão comercial do relacionamento entre a China e a Europa (e Portugal) conheceu uma verdadeira explosão em intensidade, volume e valor. As mercadorias chinesas (em especial a seda, porcelana e, cada vez mais, o chá) eram crescentemente desejadas nos mercados consumidores europeus e das colónias”, aponta a nota de Jorge Santos Alves.

Nesse sentido, “os primeiros exemplos de adesão ao vestuário e à moda europeus incluíram até imperadores como Yongzheng”, enquanto que, nessa fase, “a arte e a arquitectura europeias ou de inspiração europeia entraram no mundo cultural imperial chinesa”, conclui a mesma nota.

A exposição será composta por quatro núcleos, sendo um deles destinado à temática “Macau: O Tempo dos Novos Tempos”. A mostra, composta por 40 a 48 peças, conta, além da parceria com Jorge Santos Alves, com a colaboração científica de António Vilhena de Carvalho, ligado à Universidade Católica Portuguesa, João Paulo Salvado, Susana Munch Miranda e Isabel Pina, esta última ligada ao Centro Científico e Cultural de Macau.

17 Set 2019

Fotografia | Imagens de João Miguel Barros distinguidas nos Prémios Internacionais 

O fotógrafo João Miguel Barros acaba de ser distinguido nos Prémios Internacionais de Fotografia com todos os trabalhos que submeteu a concurso, tenho obtido um segundo lugar e quatro menções honrosas. As imagens galardoadas fazem parte de um projecto fotográfico realizado no Gana

 
[dropcap]A[/dropcap]dvogado de profissão, João Miguel Barros tem dado cartas no mundo da imagem fotográfica e, desta vez, foi distinguido naqueles que são considerados os óscares da fotografia. O fotógrafo ficou em segundo lugar na categoria de editorial, imprensa e questões contemporâneas da edição deste ano dos Prémios Internacionais de Fotografia (IPA, na sigla inglesa), com uma série de fotografias a preto e branco intitulada “Academia da Sabedoria (Wisdom Academy)”, datada de Novembro de 2018 e captada na cidade de Acra, no Gana.
As imagens retratam crianças numa escola improvisada num edifício antigo, que em tempos foi uma mansão. “Este conjunto de imagens captam a experiência dos alunos de uma escola a funcionar num edifício antigo, mas que com o passar dos tempos se deteriorou.” Nesse sentido, “Wisdom Academy” presta um tributo “às dezenas de crianças que estudam e brincam no local e que acreditam que pode existir um futuro melhor para as suas vidas”.
Além deste prémio, João Miguel Barros viu ainda outras quatro imagens serem distinguidas com menções honrosas. Uma delas é “Os sonhos da criança (Child Dreams)” e retrata o olhar de um menino perdido no horizonte, um menino que “procura por um sonho que não encontra”. Esta fotografia foi também captada na cidade antiga de Acra, no Gana, no meio de um treino de jovens lutadores.

Boxe em destaque

Outra menção honrosa obtida pelo fotógrafo português, radicado em Macau há muitos anos, foi conseguida com mais uma série de imagens sobre boxe, datada de Junho deste ano e que dizem respeito a um combate promovido pela Associação Internacional de Boxe de Macau. “A luta foi entre o lutador chinês Fanlong Meng, que defendeu e manteve o título, e o alemão Adam Deines. Estas fotos fazem parte de um grande projecto sobre o boxe que tenho vindo a desenvolver em África e que vou continuar a fazer”, explicou o fotógrafo.
O boxe em África volta ainda a ser captado numa outra série de imagens também distinguidas com uma menção honrosa, e que ganham o nome de “Boxing Wisdom (A sabedoria do boxe)”.
Estas fotografias “fazem parte de um projecto de grande dimensão que visa registar várias actividades que tem lugar num pátio escolar na antiga cidade de Acra, no Gana. Neste lugar um grupo de lutadores profissionais treinam diariamente, sob o olhar distante das famílias que vivem nas redondezas, mas que são acompanhados por muitas crianças que por ali brincam e por adolescentes que aspiram, um dia, ser como eles”.
Nesse sentido, o termo sabedoria “é um microcosmos de uma imensa dimensão humana, que deve ser avaliado e promovido num mundo cheio de infortúnios”.
“The Path on The Other Side” (O caminho do outro lado)” obteve outra menção honrosa e, desta vez, a imagem não está ligada ao mundo do boxe. Trata-se de “uma estrutura concreta que é tão densa que actua quase como uma parede entre a cidade e as zonas envolventes. Ninguém compreende porque é que alguém a iria construir, cuja rudeza e ausência de elegância poderiam apenas ser escondidas nas noites mais escuras”, escreveu o fotógrafo.
Duas das imagens premiadas estiveram expostas no Albergue da Santa Casa da Misericórdia durante o mês de Julho, numa mostra intitulada “Wisdom”.

13 Set 2019

Fotografia | Imagens de João Miguel Barros distinguidas nos Prémios Internacionais 

O fotógrafo João Miguel Barros acaba de ser distinguido nos Prémios Internacionais de Fotografia com todos os trabalhos que submeteu a concurso, tenho obtido um segundo lugar e quatro menções honrosas. As imagens galardoadas fazem parte de um projecto fotográfico realizado no Gana

 

[dropcap]A[/dropcap]dvogado de profissão, João Miguel Barros tem dado cartas no mundo da imagem fotográfica e, desta vez, foi distinguido naqueles que são considerados os óscares da fotografia. O fotógrafo ficou em segundo lugar na categoria de editorial, imprensa e questões contemporâneas da edição deste ano dos Prémios Internacionais de Fotografia (IPA, na sigla inglesa), com uma série de fotografias a preto e branco intitulada “Academia da Sabedoria (Wisdom Academy)”, datada de Novembro de 2018 e captada na cidade de Acra, no Gana.

As imagens retratam crianças numa escola improvisada num edifício antigo, que em tempos foi uma mansão. “Este conjunto de imagens captam a experiência dos alunos de uma escola a funcionar num edifício antigo, mas que com o passar dos tempos se deteriorou.” Nesse sentido, “Wisdom Academy” presta um tributo “às dezenas de crianças que estudam e brincam no local e que acreditam que pode existir um futuro melhor para as suas vidas”.

Além deste prémio, João Miguel Barros viu ainda outras quatro imagens serem distinguidas com menções honrosas. Uma delas é “Os sonhos da criança (Child Dreams)” e retrata o olhar de um menino perdido no horizonte, um menino que “procura por um sonho que não encontra”. Esta fotografia foi também captada na cidade antiga de Acra, no Gana, no meio de um treino de jovens lutadores.

Boxe em destaque

Outra menção honrosa obtida pelo fotógrafo português, radicado em Macau há muitos anos, foi conseguida com mais uma série de imagens sobre boxe, datada de Junho deste ano e que dizem respeito a um combate promovido pela Associação Internacional de Boxe de Macau. “A luta foi entre o lutador chinês Fanlong Meng, que defendeu e manteve o título, e o alemão Adam Deines. Estas fotos fazem parte de um grande projecto sobre o boxe que tenho vindo a desenvolver em África e que vou continuar a fazer”, explicou o fotógrafo.

O boxe em África volta ainda a ser captado numa outra série de imagens também distinguidas com uma menção honrosa, e que ganham o nome de “Boxing Wisdom (A sabedoria do boxe)”.

Estas fotografias “fazem parte de um projecto de grande dimensão que visa registar várias actividades que tem lugar num pátio escolar na antiga cidade de Acra, no Gana. Neste lugar um grupo de lutadores profissionais treinam diariamente, sob o olhar distante das famílias que vivem nas redondezas, mas que são acompanhados por muitas crianças que por ali brincam e por adolescentes que aspiram, um dia, ser como eles”.

Nesse sentido, o termo sabedoria “é um microcosmos de uma imensa dimensão humana, que deve ser avaliado e promovido num mundo cheio de infortúnios”.

“The Path on The Other Side” (O caminho do outro lado)” obteve outra menção honrosa e, desta vez, a imagem não está ligada ao mundo do boxe. Trata-se de “uma estrutura concreta que é tão densa que actua quase como uma parede entre a cidade e as zonas envolventes. Ninguém compreende porque é que alguém a iria construir, cuja rudeza e ausência de elegância poderiam apenas ser escondidas nas noites mais escuras”, escreveu o fotógrafo.

Duas das imagens premiadas estiveram expostas no Albergue da Santa Casa da Misericórdia durante o mês de Julho, numa mostra intitulada “Wisdom”.

13 Set 2019

Magalhães/500 anos | MNE diz que eventos visam celebrar oceanos e contacto entre povos

O estabelecimento de uma “rede de escolas Magalhânicas” e a realização em Lisboa, em Junho de 2020, da II Conferência das Nações Unidas sobre Oceanos, são alguns dos eventos pensados para celebrar os 500 anos da viagem protagonizada pelo navegador Fernão de Magalhães, disse o ministro Augusto Santos Silva à Lusa

 
[dropcap]A[/dropcap] celebração do conhecimento, os oceanos e o contacto entre povos são os “temas fortes” das comemorações dos 500 anos da viagem de circum-navegação, numa lógica de “pensar o passado para projectar o futuro”, anunciou o chefe da diplomacia portuguesa.
“As comemorações são circunstâncias que nos convidam a pensar no passado […] para projectar o futuro”, disse Augusto Santos Silva numa entrevista à Lusa a propósito do V centenário da primeira viagem de circum-navegação da Terra, iniciada em 1519 pelo navegador português Fernão de Magalhães ao serviço dos reis de Espanha.
A viagem de Magalhães “um grande feito histórico”, que partiu da “mobilização de várias culturas” e “de vário conhecimento científico”, significou “uma descoberta no sentido de procurar descobrir o novo” e “mostrou pela primeira vez que era possível fazer uma travessia marítima a todo o mundo”, características que “são muito importantes para a actualidade”.
“Nós, hoje, temos nos oceanos uma das principais agendas que deve mobilizar o mundo. Nós, hoje, dependemos cada vez mais de saber usar o conhecimento e a tecnologia para servir as pessoas. E nós, hoje, precisamos de descobrir: descobrir o espaço, descobrir a realidade do mundo, descobrir as diferentes culturas, nações e povos e comunicar entre nós”, explicou.
Santos Silva frisou que o programa de comemorações foi elaborado em coerência com “as opções essenciais” de Portugal em matéria de política interna e externa e, assim sendo, os oceanos assumem nele um lugar de destaque.

Preocupação ambiental

“Um dos projectos mais emblemáticos do programa do Governo para as comemorações é justamente um projecto da sensibilização ambiental em torno do oceano. Não apenas a questão dos plásticos, que é uma questão complexíssima e gravíssima do lixo que os plásticos não reciclados causam no oceano e a perturbação que infligem à vida marinha, mas mais geralmente a sensibilização, sobretudo das crianças e dos jovens, para exactamente esse cruzamento entre a gestão dos oceanos, a preservação ambiental e o combate às alterações climáticas”, explicou.
Além desse projecto de sensibilização, que se articula com “outro grande projecto emblemático que é a constituição de uma rede de escolas Magalhânicas”, o programa inclui a realização em Lisboa, em Junho de 2020, da II Conferência das Nações Unidas sobre Oceanos e um concurso de projectos de investigação científica e desenvolvimento tecnológico em torno dos oceanos.
“A lógica das comemorações é investir no conhecimento […] favorecer o conhecimento, não só o histórico, como o conhecimento científico actual em torno do oceano e do espaço”, disse Santos Silva.

Mostras em movimento

Em relação ao conhecimento histórico, o ministro destacou a exposição luso-espanhola sobre a circum-navegação que começará em Espanha, depois Portugal e seguirá para outros países da rota de Magalhães e Elcano, a exposição nacional no Museu Nacional Soares dos Reis a partir de 2020 e a recriação da viagem através de plataformas digitais, “para que as pessoas possam acompanhar dia a dia o que foi a viagem, 500 anos depois de ser realizada”.
As comemorações envolvem um programa nacional, ao nível do Governo e das regiões autónomas, municípios e sociedade civil, e um plano internacional, que passa por um programa conjunto Portugal-Espanha onde se destaca a candidatura a Património Mundial da Rota Magalhães e um estudo conjunto do Instituto Camões e do Instituto Cervantes sobre a projecção global das duas línguas, e pelo envolvimento dos restantes países da rota, do Chile à Namíbia ou do Brasil às Filipinas.
A vertente de ligação entre os vários países da rota passará também por iniciativas como a recriação da viagem pelos navios da Marinha portuguesa Sagres e da Armada espanhola Elcano, a criação de uma Rota Magalhães para fins turísticos e o chamado Passaporte de Negócios Magalhães.

Interesses comerciais

“Magalhães pode ser, e é, um elemento muito importante de contacto entre, por exemplo, empresas portuguesas e empresas chilenas. É uma das coisas que temos em comum, eles têm o Estreito de Magalhães, sabem bem quem é Magalhães […] Portanto, nós usamos naturalmente estes elementos de contacto, que também servem para estimular as trocas entre os países”, explicou.
“Nos dias de hoje, é muito importante que nós oponhamos à ideia de que cada um ganha o que os outros perderem, que o melhor é fechar-se em casa e construir muros altos para os outros não poderem invadir a nossa casa e que o comércio é uma nova forma de guerra. É muito importante que nós oponhamos a essa ideia, a ideia, que aliás é a nossa, de que, pelo contrário, como dizia Camões nos Lusíadas, quem pratica o comércio não quer a guerra e que as nossas casas são casas abertas e frequentarmos as casas uns dos outros é bom para todos”, defendeu.

12 Set 2019

Magalhães/500 anos | MNE diz que eventos visam celebrar oceanos e contacto entre povos

O estabelecimento de uma “rede de escolas Magalhânicas” e a realização em Lisboa, em Junho de 2020, da II Conferência das Nações Unidas sobre Oceanos, são alguns dos eventos pensados para celebrar os 500 anos da viagem protagonizada pelo navegador Fernão de Magalhães, disse o ministro Augusto Santos Silva à Lusa

 

[dropcap]A[/dropcap] celebração do conhecimento, os oceanos e o contacto entre povos são os “temas fortes” das comemorações dos 500 anos da viagem de circum-navegação, numa lógica de “pensar o passado para projectar o futuro”, anunciou o chefe da diplomacia portuguesa.

“As comemorações são circunstâncias que nos convidam a pensar no passado […] para projectar o futuro”, disse Augusto Santos Silva numa entrevista à Lusa a propósito do V centenário da primeira viagem de circum-navegação da Terra, iniciada em 1519 pelo navegador português Fernão de Magalhães ao serviço dos reis de Espanha.

A viagem de Magalhães “um grande feito histórico”, que partiu da “mobilização de várias culturas” e “de vário conhecimento científico”, significou “uma descoberta no sentido de procurar descobrir o novo” e “mostrou pela primeira vez que era possível fazer uma travessia marítima a todo o mundo”, características que “são muito importantes para a actualidade”.

“Nós, hoje, temos nos oceanos uma das principais agendas que deve mobilizar o mundo. Nós, hoje, dependemos cada vez mais de saber usar o conhecimento e a tecnologia para servir as pessoas. E nós, hoje, precisamos de descobrir: descobrir o espaço, descobrir a realidade do mundo, descobrir as diferentes culturas, nações e povos e comunicar entre nós”, explicou.
Santos Silva frisou que o programa de comemorações foi elaborado em coerência com “as opções essenciais” de Portugal em matéria de política interna e externa e, assim sendo, os oceanos assumem nele um lugar de destaque.

Preocupação ambiental

“Um dos projectos mais emblemáticos do programa do Governo para as comemorações é justamente um projecto da sensibilização ambiental em torno do oceano. Não apenas a questão dos plásticos, que é uma questão complexíssima e gravíssima do lixo que os plásticos não reciclados causam no oceano e a perturbação que infligem à vida marinha, mas mais geralmente a sensibilização, sobretudo das crianças e dos jovens, para exactamente esse cruzamento entre a gestão dos oceanos, a preservação ambiental e o combate às alterações climáticas”, explicou.

Além desse projecto de sensibilização, que se articula com “outro grande projecto emblemático que é a constituição de uma rede de escolas Magalhânicas”, o programa inclui a realização em Lisboa, em Junho de 2020, da II Conferência das Nações Unidas sobre Oceanos e um concurso de projectos de investigação científica e desenvolvimento tecnológico em torno dos oceanos.

“A lógica das comemorações é investir no conhecimento […] favorecer o conhecimento, não só o histórico, como o conhecimento científico actual em torno do oceano e do espaço”, disse Santos Silva.

Mostras em movimento

Em relação ao conhecimento histórico, o ministro destacou a exposição luso-espanhola sobre a circum-navegação que começará em Espanha, depois Portugal e seguirá para outros países da rota de Magalhães e Elcano, a exposição nacional no Museu Nacional Soares dos Reis a partir de 2020 e a recriação da viagem através de plataformas digitais, “para que as pessoas possam acompanhar dia a dia o que foi a viagem, 500 anos depois de ser realizada”.

As comemorações envolvem um programa nacional, ao nível do Governo e das regiões autónomas, municípios e sociedade civil, e um plano internacional, que passa por um programa conjunto Portugal-Espanha onde se destaca a candidatura a Património Mundial da Rota Magalhães e um estudo conjunto do Instituto Camões e do Instituto Cervantes sobre a projecção global das duas línguas, e pelo envolvimento dos restantes países da rota, do Chile à Namíbia ou do Brasil às Filipinas.

A vertente de ligação entre os vários países da rota passará também por iniciativas como a recriação da viagem pelos navios da Marinha portuguesa Sagres e da Armada espanhola Elcano, a criação de uma Rota Magalhães para fins turísticos e o chamado Passaporte de Negócios Magalhães.

Interesses comerciais

“Magalhães pode ser, e é, um elemento muito importante de contacto entre, por exemplo, empresas portuguesas e empresas chilenas. É uma das coisas que temos em comum, eles têm o Estreito de Magalhães, sabem bem quem é Magalhães […] Portanto, nós usamos naturalmente estes elementos de contacto, que também servem para estimular as trocas entre os países”, explicou.

“Nos dias de hoje, é muito importante que nós oponhamos à ideia de que cada um ganha o que os outros perderem, que o melhor é fechar-se em casa e construir muros altos para os outros não poderem invadir a nossa casa e que o comércio é uma nova forma de guerra. É muito importante que nós oponhamos a essa ideia, a ideia, que aliás é a nossa, de que, pelo contrário, como dizia Camões nos Lusíadas, quem pratica o comércio não quer a guerra e que as nossas casas são casas abertas e frequentarmos as casas uns dos outros é bom para todos”, defendeu.

12 Set 2019

Concertos da Orquestra de Macau em Évora, Coimbra, Portalegre e Lisboa

[dropcap]A[/dropcap]s cidades de Évora, Coimbra, Portalegre e Lisboa vão receber este mês concertos da Orquestra de Macau, com a participação da violinista Clara-Jumi Kang e do maestro Lü Jia, anunciaram ontem os promotores da digressão.

Os concertos são realizados no âmbito das comemorações do 20.º aniversário da transferência de poderes da Administração Portuguesa de Macau para a República Popular da China e do 40.º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre Portugal e aquela República, com apoio do Instituto Cultural de Macau, dos Serviços de Turismo do Território e da promotora Wu.

Segundo um comunicado enviado à agência Lusa, os quatro concertos vão decorrer sob a batuta do director musical e maestro principal Lü Jia e terão como solista “a conceituada violinista alemã Clara-Jumi Kang, considerada prodígio na minuciosa técnica de tocar violino”.

O primeiro concerto da Orquestra de Macau acontece no Teatro Garcia de Resende, em Évora, no domingo, às 17h00. Segue-se a cidade de Coimbra, no dia 18, uma quarta-feira, às 21:00, no Pavilhão Centro de Portugal. Este concerto conta com a parceria do Teatro Académico Gil Vicente e com a participação da Orquestra Clássica do Centro.

No dia 20, uma sexta-feira, às 21:00, a Orquestra de Macau protagoniza o Concerto Especial de Poslúdio do 6.º Festival Internacional de Música de Marvão, que decorre no Centro de Artes e Espectáculos de Portalegre.

O último concerto em Portugal da orquestra asiática realiza-se no âmbito do Festival TODOS, em Lisboa, no Panteão Nacional, pelas 18:30 do dia 22 de Setembro, um domingo. Segundo a nota de imprensa, o concerto de Lisboa “integrará a agenda comemorativa do Centenário de Sophia, pelo que contará com uma homenagem a Sophia de Mello Breyner Andresen, sepultada no Panteão Nacional”, e a orquestra liderada pelo maestro Lü Jia vai interpretar a peça musical de Jorge Salgueiro (compositor do Teatro O Bando) “És tu a Primavera que eu esperava”.

Fundada em 1983, a Orquestra de Macau é considerada “uma das mais prestigiadas orquestras asiáticas com um repertório que inclui clássicos chineses e ocidentais de todos os tempos”.

“Desde o início das suas funções como director musical e maestro principal da Orquestra de Macau em 2008, o maestro Lü Jia tem impulsionado” a sua evolução “de forma notável, através do treino meticuloso, do arranjo refinado de repertórios e da selecção criteriosa dos artistas convidados”, é referido.

Ainda de acordo com a fonte, a Orquestra de Macau tem realizado várias digressões, incluindo Áustria, Suíça, Portugal, Japão, Coreia e Taiwan, bem como concertos regulares nas principais capitais culturais da China, como Pequim e Xangai, “com vista a expandir a influência cultural de Macau, a potenciar a reputação da orquestra a nível mundial e a apostar no desenvolvimento de novos públicos para a música clássica”.

A Orquestra de Macau colabora regularmente com artistas e instituições como o cantor Plácido Domingo, os pianistas Krystian Zimerman, Boris Berezovsky, Lang Lang, os violinistas Leonidas Kavakos e Sarah Chang, o English National Ballet, a Philadelphia Orchestra e a Korean Chamber Orchestra.

11 Set 2019

SCML | Novo museu Casa Ásia – Colecção Francisco Capelo inaugura em 2020

Francisco Capelo, coleccionador particular, decidiu doar uma importante colecção de peças à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa que espelha a vivência em vários países asiáticos antes da chegada dos portugueses e europeus. Margarida Montenegro, directora de cultura da instituição, confessou que o objectivo é inaugurar o novo museu no próximo ano

 
[dropcap]A[/dropcap] Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) pretende abrir no próximo ano um novo museu que vai dar a conhecer a história de vários países asiáticos antes da chegada dos portugueses. Trata-se da Casa Ásia – Colecção Francisco Capelo, um coleccionador que decidiu doar à SCML 1200 peças que foi adquirindo ao longo dos tempos.
Ao HM, Margarida Montenegro, directora de cultura da SCML, contou que este projecto começou com um telefonema do antigo provedor da instituição de cariz social, Pedro Santana Lopes.
“(Francisco Capelo) contactou-o para ver se estaríamos interessados em fazer um museu para esta colecção. Fui a casa do coleccionador e vi que se tratavam de obras existentes antes da chegada dos portugueses à Ásia. São peças interessantíssimas”, frisou. O museu ficará albergado num edifício que já está a ser alvo de requalificações, situado em frente à SCML, na zona da Baixa-Chiado.
As 1200 peças pertencem a um período temporal que vai desde o século IV a.c. até ao início do século XX, e conta a história de lugares como a China, os países que compõem a região dos Himalaias, Sri Lanka, Coreia, Japão e Vietname, entre outros.
No museu poderão ser vistas peças tão diversas como têxteis, “escultura com variadíssimos materiais, pintura, muita cerâmica, uma colecção fantástica de armários da Tailândia, joalharia”.
“Esta colecção dá-nos toda uma nova perspectiva sobre o que eram os artefactos da Ásia antes da chegada dos europeus. Mas com isto não lhe estou a dizer que não há peças que estejam nesta colecção e que estejam em museus europeus, que as há, muitas”, explicou Margarida Montenegro.
Francisco Capelo é um homem viajado e preocupou-se em adquirir as peças em bom estado de conservação. “Ele adquiriu as peças de diversas formas, em leiloes ou nos próprios locais. Devo dizer que ele passa cerca de duas temporadas por ano fora, e se passar três meses em Portugal é muito. Ele gosta muito do Oriente. Não faz uma viagem, mas vive nesses locais. A partir dos seus interesses e da vivência nesses lugares durante anos seguidos decide as peças a adquirir”, adiantou Margarida Montenegro.
Sem um orçamento concreto, uma vez que as obras de requalificação do edifício ainda decorrem, o museu deverá abrir portas no ano que vem, a tempo de mais um aniversário da SCML.

Especialistas convidados

Margarida Montenegro destaca o facto de Francisco Capelo não comprar peças de arte sem um objectivo concreto. “É uma pessoa especial, estudiosa, no sentido em que não compra coisas assim, só porque vê. Ele estuda primeiro e depois compra. Foi um homem ligado aos mercados financeiros. Já é benemérito de outros museus, como o MUDE (Museu do Design e da Moda) ou do Museu de Etnologia e do Museu da Marioneta.”
O coleccionador “interessa-se por arte desde sempre, é uma pessoa que está em permanente visita a museus. É benemérito também de museus internacionais e está muito atento ao mercado da arte”, acrescentou a responsável.
Antes de ceder a sua colecção à SCML, Francisco Capelo contactou uma equipa de especialistas internacionais para avaliarem o valor histórico das peças que foi adquirindo ao longo dos anos. Além disso, a própria SCML fez esse trabalho de avaliação.
“Em Portugal, a área dos estudos asiáticos é muito recente, porque a formação que era dada nas universidades era mais ligada às peças de arte oriental que resultaram dos contactos entre portugueses e asiáticos e europeus e asiáticos. Não há, em Portugal, muitas peças anteriores à presença dos europeus. Pode haver algo no Museu do Oriente. A SCML, ao tomar esta responsabilidade, tinha de arranjar pessoas especializadas nesta área que trabalhassem no museu.” Nesse sentido, foi contactada uma docente da Universidade Nova de Lisboa e Maria Antónia Pinto de Matos, directora do Museu do Azulejo e com obra publicada na área da porcelana chinesa.
Para Margarida Montenegro, está em causa um projecto que responde à missão inicial da SCML de servir os outros. “A SCML foi fundada há 521 anos com a missão de auxiliar os mais desprotegidos, tanto ontem, como hoje. As formas desse auxílio modificam-se, mas o objectivo mantém-se. Nessa perspectiva vejo a abertura do novo museu como um contributo da SCML para ajudar à elevação cultural do Homem, pois a missão da cultura da Misericórdia é fazer uma programação cultural para o público em geral, mas também para os mais desprotegidos.”
Margarida Montenegro destaca ainda o facto da Casa Ásia – Colecção Francisco Capelo poder vir a constituir uma ponte com a Igreja e Museu de São Roque, situados no mesmo local. “Este museu pode trazer o estabelecimento de leituras cruzadas ou a ponte entre parte do espólio do Museu e da Igreja de São Roque e o novo museu Casa Ásia. Pode trazer dinâmicas novas que nos façam atrair novos públicos.”
Isto porque a própria Igreja de São Roque é de fundação jesuíta, uma das principais ordens religiosas que promoveram a evangelização a Oriente. “Há uma grande ligação de São Roque ao Oriente através dos jesuítas. Se visitar o museu e a igreja encontra um enorme património ligado ao Oriente”, rematou a directora de cultura da SCML.

11 Set 2019

SCML | Novo museu Casa Ásia – Colecção Francisco Capelo inaugura em 2020

Francisco Capelo, coleccionador particular, decidiu doar uma importante colecção de peças à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa que espelha a vivência em vários países asiáticos antes da chegada dos portugueses e europeus. Margarida Montenegro, directora de cultura da instituição, confessou que o objectivo é inaugurar o novo museu no próximo ano

 

[dropcap]A[/dropcap] Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) pretende abrir no próximo ano um novo museu que vai dar a conhecer a história de vários países asiáticos antes da chegada dos portugueses. Trata-se da Casa Ásia – Colecção Francisco Capelo, um coleccionador que decidiu doar à SCML 1200 peças que foi adquirindo ao longo dos tempos.

Ao HM, Margarida Montenegro, directora de cultura da SCML, contou que este projecto começou com um telefonema do antigo provedor da instituição de cariz social, Pedro Santana Lopes.

“(Francisco Capelo) contactou-o para ver se estaríamos interessados em fazer um museu para esta colecção. Fui a casa do coleccionador e vi que se tratavam de obras existentes antes da chegada dos portugueses à Ásia. São peças interessantíssimas”, frisou. O museu ficará albergado num edifício que já está a ser alvo de requalificações, situado em frente à SCML, na zona da Baixa-Chiado.

As 1200 peças pertencem a um período temporal que vai desde o século IV a.c. até ao início do século XX, e conta a história de lugares como a China, os países que compõem a região dos Himalaias, Sri Lanka, Coreia, Japão e Vietname, entre outros.

No museu poderão ser vistas peças tão diversas como têxteis, “escultura com variadíssimos materiais, pintura, muita cerâmica, uma colecção fantástica de armários da Tailândia, joalharia”.

“Esta colecção dá-nos toda uma nova perspectiva sobre o que eram os artefactos da Ásia antes da chegada dos europeus. Mas com isto não lhe estou a dizer que não há peças que estejam nesta colecção e que estejam em museus europeus, que as há, muitas”, explicou Margarida Montenegro.

Francisco Capelo é um homem viajado e preocupou-se em adquirir as peças em bom estado de conservação. “Ele adquiriu as peças de diversas formas, em leiloes ou nos próprios locais. Devo dizer que ele passa cerca de duas temporadas por ano fora, e se passar três meses em Portugal é muito. Ele gosta muito do Oriente. Não faz uma viagem, mas vive nesses locais. A partir dos seus interesses e da vivência nesses lugares durante anos seguidos decide as peças a adquirir”, adiantou Margarida Montenegro.

Sem um orçamento concreto, uma vez que as obras de requalificação do edifício ainda decorrem, o museu deverá abrir portas no ano que vem, a tempo de mais um aniversário da SCML.

Especialistas convidados

Margarida Montenegro destaca o facto de Francisco Capelo não comprar peças de arte sem um objectivo concreto. “É uma pessoa especial, estudiosa, no sentido em que não compra coisas assim, só porque vê. Ele estuda primeiro e depois compra. Foi um homem ligado aos mercados financeiros. Já é benemérito de outros museus, como o MUDE (Museu do Design e da Moda) ou do Museu de Etnologia e do Museu da Marioneta.”

O coleccionador “interessa-se por arte desde sempre, é uma pessoa que está em permanente visita a museus. É benemérito também de museus internacionais e está muito atento ao mercado da arte”, acrescentou a responsável.

Antes de ceder a sua colecção à SCML, Francisco Capelo contactou uma equipa de especialistas internacionais para avaliarem o valor histórico das peças que foi adquirindo ao longo dos anos. Além disso, a própria SCML fez esse trabalho de avaliação.

“Em Portugal, a área dos estudos asiáticos é muito recente, porque a formação que era dada nas universidades era mais ligada às peças de arte oriental que resultaram dos contactos entre portugueses e asiáticos e europeus e asiáticos. Não há, em Portugal, muitas peças anteriores à presença dos europeus. Pode haver algo no Museu do Oriente. A SCML, ao tomar esta responsabilidade, tinha de arranjar pessoas especializadas nesta área que trabalhassem no museu.” Nesse sentido, foi contactada uma docente da Universidade Nova de Lisboa e Maria Antónia Pinto de Matos, directora do Museu do Azulejo e com obra publicada na área da porcelana chinesa.

Para Margarida Montenegro, está em causa um projecto que responde à missão inicial da SCML de servir os outros. “A SCML foi fundada há 521 anos com a missão de auxiliar os mais desprotegidos, tanto ontem, como hoje. As formas desse auxílio modificam-se, mas o objectivo mantém-se. Nessa perspectiva vejo a abertura do novo museu como um contributo da SCML para ajudar à elevação cultural do Homem, pois a missão da cultura da Misericórdia é fazer uma programação cultural para o público em geral, mas também para os mais desprotegidos.”

Margarida Montenegro destaca ainda o facto da Casa Ásia – Colecção Francisco Capelo poder vir a constituir uma ponte com a Igreja e Museu de São Roque, situados no mesmo local. “Este museu pode trazer o estabelecimento de leituras cruzadas ou a ponte entre parte do espólio do Museu e da Igreja de São Roque e o novo museu Casa Ásia. Pode trazer dinâmicas novas que nos façam atrair novos públicos.”

Isto porque a própria Igreja de São Roque é de fundação jesuíta, uma das principais ordens religiosas que promoveram a evangelização a Oriente. “Há uma grande ligação de São Roque ao Oriente através dos jesuítas. Se visitar o museu e a igreja encontra um enorme património ligado ao Oriente”, rematou a directora de cultura da SCML.

11 Set 2019

Japoneses querem restaurar órgão da Sé de Évora "importante" para Japão

[dropcap]C[/dropcap]om ligação histórica ao Japão e considerado uma raridade, o órgão de tubos renascentista da Sé de Évora “chama” hoje à catedral muitos turistas deste país e até uma associação japonesa quer apoiar o seu restauro.
“Gostaria de tentar ajudar. Com quanto” ou “o tempo que vai demorar e aquilo que conseguirei fazer ainda não posso dizer neste momento, mas vou fazer o meu melhor”, afiança à agência Lusa o presidente da Associação Kamakura Portugal, Genjiro Ito.
Uma delegação da associação esteve esta semana na Sé da cidade alentejana, onde se reuniu com responsáveis da Arquidiocese de Évora e da Direcção Regional de Cultura do Alentejo (DRCAlen), e ficou evidente a importância do órgão, do século XVI.
“Há 400 anos”, evoca à Lusa Genjiro Ito, a Missão Tensho, a primeira embaixada japonesa enviada à Europa, com destino a Roma, para se apresentar ao Papa, “veio aqui”, a Évora e à catedral, e “um deles tocou neste piano”, no órgão renascentista, que se tornou “muito importante para a história japonesa”.
O instrumento é tão especial que a delegação até trouxe a sua própria pianista e organista, a japonesa Mizuki Watanabe, de 15 anos. Após um breve ensaio, com o apoio do organista da Sé Rafael Reis, a jovem deu um pequeno recital e mostrou os seus dotes, “inundando” de música a catedral.
Uma experiência que a deixou “muito feliz”, afirma à Lusa, recorrendo a um intérprete. O órgão de tubos foi o instrumento “mais antigo” que já tocou e despertava-lhe interesse, pois, conhecia a história da Missão Tensho pelos “livros da escola” e através de “filmes e documentários”.
Ana Maria Borges, da DRCAlen, enfatiza que a Missão Tensho “foi importantíssima” para o conhecimento das relações entre Portugal e o Japão e respectivas relações diplomáticas e culturais.
“São quatro príncipes, muito novinhos, que vêm como embaixadores, acompanhados por perceptoras e padres jesuítas portugueses”, conta, assinalando que a viagem durou “dois anos e meio” e, quando chegam a Portugal, “o cardeal D. Henrique já tinha morrido e, por isso, o rei já não estava em Lisboa, estava em Madrid”, ou seja, era Filipe II de Espanha e I de Portugal.
Em vez de seguirem directamente para Madrid e daí para Roma, o então arcebispo de Évora, Teotónio de Bragança, “consegue” que vão “primeiro a Évora”, onde ficam “cerca de uma semana”, e a Vila Viçosa, daí resultando “uma descrição fascinante do que viram, que para eles era tudo diferente”, acrescenta.
“Uma das coisas que acharam espantoso foi o órgão, porque era enorme, com um som fabuloso, onde eles tocavam numa tecla e ouviam tocar e mexiam-se várias teclas. Eles fazem esta descrição pormenorizada, como fazem de outras coisas”, relata.
Daí o fascínio dos japoneses por este órgão. Apesar de já ter tido “grandes modificações no século XVIII” e “um grande restauro nos anos 60” do século passado, “os tubos, grande parte do material” no interior e a fachada em madeira de carvalho são originais, refere o organista Rafael Reis.
Nos 22 anos em que tem estado ao serviço na Sé, Rafael tem assistido “sistematicamente” à chegada “de excursões principalmente do Japão” com turistas que “querem vir a Évora ouvir este órgão particularmente”.
“Vêm e pedem que toque para eles um pequeno recital ou um bocadinho, 10 ou 15 minutos”, diz, referindo que também tem acolhido estações de televisão japonesas que pretendem “filmar o instrumento”, tal como Ana Maria Borges destaca que mesmo “as missões de teor económico, com empresários” do Japão têm a Sé no seu roteiro de visita.
O imponente instrumento, com a sua grande estrutura de madeira, de onde saem inúmeros tubos, cujas notas ecoam pela catedral quando está a ser tocado, é o “mais antigo de Portugal e único do género” no país, explica à Lusa o cónego Eduardo Pereira da Silva, da arquidiocese, frisando Rafael Reis que o órgão “é um dos mais importantes da Península Ibérica e da Europa”.
Os turistas japoneses “pedem muitas vezes um concertozinho, só para ouvir o órgão” e ficam “todos contentes por esta relação história entre o Japão e Portugal”, diz o cónego. Mas agora é preciso uma revisão, o que é também atestado por Rafael Reis, que indica que há “alguns tubos inclinados” no topo, com “risco de queda”, e, em termos de som, outros que não funcionam.
Na capela-mor da Sé, a arquidiocese está a restaurar outro órgão, construído por Oldovino, no século XVIII, e queria “fazer este a seguir, só que é um volume financeiro” a rondar “os 90 mil euros”, não existindo essa capacidade financeira “de um momento para o outro”, realça o cónego, considerando bem-vindo o interesse da Associação Kamakura Portugal: “É uma boa notícia para nós saber que há interesse em ajudar-nos”.
O mesmo afirma Ana Maria Borges, lembrando o vasto património do Alentejo: “Se tivermos alguém que nos apoie no restauro do órgão, para nós é importantíssimo”.
Pode “não ser assim tão fácil” conseguir o dinheiro para o restauro do órgão renascentista, mas Genjiro Ito diz que “é possível” e compromete-se. Quando regressar ao Japão vai “procurar encontrar os fundos” e “as pessoas que possam ajudar este projecto”.

10 Set 2019

Japoneses querem restaurar órgão da Sé de Évora “importante” para Japão

[dropcap]C[/dropcap]om ligação histórica ao Japão e considerado uma raridade, o órgão de tubos renascentista da Sé de Évora “chama” hoje à catedral muitos turistas deste país e até uma associação japonesa quer apoiar o seu restauro.

“Gostaria de tentar ajudar. Com quanto” ou “o tempo que vai demorar e aquilo que conseguirei fazer ainda não posso dizer neste momento, mas vou fazer o meu melhor”, afiança à agência Lusa o presidente da Associação Kamakura Portugal, Genjiro Ito.

Uma delegação da associação esteve esta semana na Sé da cidade alentejana, onde se reuniu com responsáveis da Arquidiocese de Évora e da Direcção Regional de Cultura do Alentejo (DRCAlen), e ficou evidente a importância do órgão, do século XVI.

“Há 400 anos”, evoca à Lusa Genjiro Ito, a Missão Tensho, a primeira embaixada japonesa enviada à Europa, com destino a Roma, para se apresentar ao Papa, “veio aqui”, a Évora e à catedral, e “um deles tocou neste piano”, no órgão renascentista, que se tornou “muito importante para a história japonesa”.

O instrumento é tão especial que a delegação até trouxe a sua própria pianista e organista, a japonesa Mizuki Watanabe, de 15 anos. Após um breve ensaio, com o apoio do organista da Sé Rafael Reis, a jovem deu um pequeno recital e mostrou os seus dotes, “inundando” de música a catedral.

Uma experiência que a deixou “muito feliz”, afirma à Lusa, recorrendo a um intérprete. O órgão de tubos foi o instrumento “mais antigo” que já tocou e despertava-lhe interesse, pois, conhecia a história da Missão Tensho pelos “livros da escola” e através de “filmes e documentários”.
Ana Maria Borges, da DRCAlen, enfatiza que a Missão Tensho “foi importantíssima” para o conhecimento das relações entre Portugal e o Japão e respectivas relações diplomáticas e culturais.

“São quatro príncipes, muito novinhos, que vêm como embaixadores, acompanhados por perceptoras e padres jesuítas portugueses”, conta, assinalando que a viagem durou “dois anos e meio” e, quando chegam a Portugal, “o cardeal D. Henrique já tinha morrido e, por isso, o rei já não estava em Lisboa, estava em Madrid”, ou seja, era Filipe II de Espanha e I de Portugal.

Em vez de seguirem directamente para Madrid e daí para Roma, o então arcebispo de Évora, Teotónio de Bragança, “consegue” que vão “primeiro a Évora”, onde ficam “cerca de uma semana”, e a Vila Viçosa, daí resultando “uma descrição fascinante do que viram, que para eles era tudo diferente”, acrescenta.

“Uma das coisas que acharam espantoso foi o órgão, porque era enorme, com um som fabuloso, onde eles tocavam numa tecla e ouviam tocar e mexiam-se várias teclas. Eles fazem esta descrição pormenorizada, como fazem de outras coisas”, relata.

Daí o fascínio dos japoneses por este órgão. Apesar de já ter tido “grandes modificações no século XVIII” e “um grande restauro nos anos 60” do século passado, “os tubos, grande parte do material” no interior e a fachada em madeira de carvalho são originais, refere o organista Rafael Reis.

Nos 22 anos em que tem estado ao serviço na Sé, Rafael tem assistido “sistematicamente” à chegada “de excursões principalmente do Japão” com turistas que “querem vir a Évora ouvir este órgão particularmente”.

“Vêm e pedem que toque para eles um pequeno recital ou um bocadinho, 10 ou 15 minutos”, diz, referindo que também tem acolhido estações de televisão japonesas que pretendem “filmar o instrumento”, tal como Ana Maria Borges destaca que mesmo “as missões de teor económico, com empresários” do Japão têm a Sé no seu roteiro de visita.

O imponente instrumento, com a sua grande estrutura de madeira, de onde saem inúmeros tubos, cujas notas ecoam pela catedral quando está a ser tocado, é o “mais antigo de Portugal e único do género” no país, explica à Lusa o cónego Eduardo Pereira da Silva, da arquidiocese, frisando Rafael Reis que o órgão “é um dos mais importantes da Península Ibérica e da Europa”.

Os turistas japoneses “pedem muitas vezes um concertozinho, só para ouvir o órgão” e ficam “todos contentes por esta relação história entre o Japão e Portugal”, diz o cónego. Mas agora é preciso uma revisão, o que é também atestado por Rafael Reis, que indica que há “alguns tubos inclinados” no topo, com “risco de queda”, e, em termos de som, outros que não funcionam.

Na capela-mor da Sé, a arquidiocese está a restaurar outro órgão, construído por Oldovino, no século XVIII, e queria “fazer este a seguir, só que é um volume financeiro” a rondar “os 90 mil euros”, não existindo essa capacidade financeira “de um momento para o outro”, realça o cónego, considerando bem-vindo o interesse da Associação Kamakura Portugal: “É uma boa notícia para nós saber que há interesse em ajudar-nos”.

O mesmo afirma Ana Maria Borges, lembrando o vasto património do Alentejo: “Se tivermos alguém que nos apoie no restauro do órgão, para nós é importantíssimo”.

Pode “não ser assim tão fácil” conseguir o dinheiro para o restauro do órgão renascentista, mas Genjiro Ito diz que “é possível” e compromete-se. Quando regressar ao Japão vai “procurar encontrar os fundos” e “as pessoas que possam ajudar este projecto”.

10 Set 2019

Julião Sarmento expõe novas esculturas na galeria Carolina Nitsch

[dropcap]O[/dropcap] artista Julião Sarmento vai apresentar a exposição “Undisclosed”, com esculturas inéditas, na galeria Carolina Nitsch, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, a partir da próxima quinta-feira, 12 de Setembro.

Segundo o sítio ‘online’ do espaço dedicado à arte contemporânea, trata-se da primeira exposição do artista português nesta galeria nova-iorquina, onde, no dia da inauguração, irá lançar um livro dedicado a lugares históricos na América.

A escultura “Undisclosed” (2019), que dá título à exposição, consiste num cubo coberto por um pano que “esconde algo que recusa ser revelado”, segundo a descrição da galeria sobre a peça.

“Este objecto aparentemente simples poderia esconder um objecto ou algo conceptual, como um trauma, um medo ou qualquer outra coisa desconhecida”, acrescenta.

Indica ainda que a escultura “não difere das pinturas de Sarmento, que são frequentemente parcialmente ou totalmente apagadas, revelando cenários fragmentados que evocam gestos desconcertantes ou relações misteriosas”.

Temores e angústias

Outra escultura da exposição, em bronze, intitulada “Seism” (2018), faz referência à falha tectónica junto à qual Portugal se localiza geograficamente.

O maior terremoto que aconteceu no país data de 1755, e “deixou memórias aterradoras na população, que apontam para uma futura inevitável repetição, uma hipótese que se tornou uma apreensão nacional e pessoal do artista”.

Sarmento recorda, sobre o enquadramento desta obra, que o pai tinha muito medo de terramotos e, por isso, dormia sempre com um copo de água junto à cama, não para beber, mas para poder ver qualquer pequena ondulação que anunciasse um tremor da terra.

O próprio artista descreve esta peça como “a representação de alguém, uma ideia, um conceito, um sentimento de angústia e medo”.

Uma outra escultura mais recente, “Joana and the Wall” (2019), toca os temas do feminismo, arquitectura e instabilidade, consistindo numa figura em bronze com um vestido negro, encostada a uma parede de forma periclitante.

A posição precária da figura cria uma diversidade de interpretações, dando a ideia de uma cena dramática e de incerteza.

Nascido em 1948, em Lisboa, Julião Sarmento vive e trabalha no Estoril, e a sua obra utiliza uma grande variedade de meios, incluindo vídeo, som, pintura, escultura e instalação.

10 Set 2019

Japoneses MONO ao vivo em Hong Kong no dia 22 de Setembro

Os japoneses MONO têm um concerto marcado para Hong Kong no próximo dia 22 de Setembro, domingo, na sala Hidden Agenda: This Town Needs em Kwun Tong. Na sonoridade da banda de Tóquio, que não tem vocalizações, podem-se escutar influências de grupos como Sonic Youth, My Bloody Valentine e Mogway

 

[dropcap]V[/dropcap]em aí um domingo de guitarras estridentes na sala Hidden Agenda: This Town Needs. No dia 22 de Setembro, pelas 20h, a banda japonesa MONO sobe ao palco da sala de espectáculos da zona industrial de Kwun Tong em Kowloon.

Longe das fórmulas mais batidas do rock n’ rol, os MONO pintam paisagens a largas pinceladas de guitarras eléctricas nas músicas escritas, em sua maioria, pelo guitarrista Takaakira Goto.

A banda de Tóquio está neste momento em tour mundial de celebração dos 20 anos de carreira. Formados em 1999, os MONO gravaram nove discos ao longo da carreira. De entre a discografia, é impossível não mencionar os álbuns “Walking Cloud and Deep Red Sky, Flag Fluttered and the Sun Shined”, de 2004, e “Hymn to the Immortal Wind”, de 2009, que marcaram a parceria com Steve Albini, guitarrista dos Shellac e produtor que trabalhou com bandas como Nirvana, Pixies, PJ Harvey, Mogway, e por aí fora.

“Hymn to the Immortal Wind” é uma autêntica viagem composta por elementos minimalistas, noise e arranjos orquestrais complexos. O disco foi reeditado em versão remasterizada em jeito de celebração dos 20 anos de carreira da banda.

Influenciados por bandas como Sonic Youth, Mogway, My Bloody Valentine, dentro do rock progressivo dos MONO cabem ainda laivos de Ennio Morricone e Beethoven, de acordo com Goto, guitarrista e compositor do grupo. Outra das influências citadas pelo músico que marcou o período de concepção da banda foi o naipe de emoções extremadas do filme de Lars von Trier “Breaking the Waves”.

Depois do rock

Depois do primeiro disco gravado, os MONO partiram para uma longa tour mundial entre 1999 e 2003, passando por palcos na Ásia, Europa e América. Desde os primeiros tempos, a sonoridade da banda nipónica reunia óbvias influências de artistas experimentais, avant-rock e de música clássica, facto que os leva a rejeitar a categorização que lhes é feita de post-rock (onde cabem bandas como, por exemplo, Mogway, Sigur Rós, Explosions in the Sky e Godspeed You! Black Emperor).

Com carregado uso da distorção e reverb, o público que se deslocar ao Hidden Agenda: This Town Needs, em Kwun Tong, pode esperar um concerto intenso, com crescendos sónicos e momentos mais contemplativos de desaceleração.

Os MONO são constituídos por Takaakira “Taka” Goto na guitarra solo, Hideki “Yoda” Suematsu na guitarra ritmo, Tamaki Kunishi no baixo e piano e Dahm Majuri Cipolla na bateria. Todos os elementos a cargo dos instrumentos de cordas tocam ainda glockenspiel, uma espécie de metalofone semelhante ao xilofone que é tocado como se fosse um instrumento de precursão.

Antes do concerto em Kowloon, a banda japonesa toca no dia 21 de Setembro em Taipe. Depois do espectáculo em Hong Kong seguem para Banguecoque no dia 24, Kuala Lumpur no dia 26, Singapura no dia seguinte, antes de rumarem para os Estados Unidos e Canadá, onde têm uma agenda recheada durante o mês de Novembro.

Os bilhetes para o concerto da banda japonesa custam 420 HKD se forem comprados antecipadamente e 520 HKD à porta do Hidden Agenda: This Town Needs.

10 Set 2019

Projecto do atelier de Rui Leão na mostra "100 Arquitectos do Ano" em Seul

[dropcap]U[/dropcap]m projecto do atelier de Macau LBA Arquitectura e Planeamento, do português Rui Leão, foi seleccionado para a mostra “100 arquitectos do ano”, organizada pela União Internacional de Arquitectos (UIA) e a decorrer este mês, em Seul.
Contactado pela agência Lusa, o arquitecto sublinhou “a importância deste tipo de reconhecimento” para Macau, “uma cidade de turismo e de património”, que para defender “esta narrativa” deve também erguer-se como “uma cidade de arquitectura”.
Sobre o projecto, uma subestação desenhada para a Companhia de Electricidade de Macau (CEM), Rui Leão defende “que contesta a mensagem de que este tipo de infraestruturas são importantes no desenho da cidade”, mesmo que a interacção humana seja “baixa ou nula”.
“Normalmente estes edifícios de infraestrutura, por uma razão ou outra, são menos tidos como boa arquitectura. Há um bocado a noção, o conceito de que o lugar da arquitectura é nos equipamentos públicos, museus, assembleias”, apontou.
“O público não usa o edifício, mas não é razão, nunca deveria ser, para não ser desenhado com nobreza”, acrescentou o também presidente do Conselho Internacional dos Arquitectos de Língua Portuguesa (CIALP).
O projecto “PSS4” garante a Rui Leão e Carlotta Bruni, co-fundadores da LBA, a segunda presença na mostra anual organizada pelo UIA e o Instituto Coreano de Arquitectos (KIA), que este ano decorre entre 20 e 26 de Setembro em Seul.
Em 2017, o atelier ganhou destaque na capital sul-coreana com um projecto de habitação social na zona do Fai Chi Kei, encomendado pelo Gabinete para o Desenvolvimento de Infraestruturas de Macau.
Este novo reconhecimento é, assim, um “encorajamento ao esforço de não fazer um projecto só para responder a um programa, mas que tenha preocupações de responder ao contexto urbano”, salientou o arquitecto.
Para Macau se erguer como uma cidade de arquitectura, “é preciso construir o património do futuro”, disse.

9 Set 2019

Projecto do atelier de Rui Leão na mostra “100 Arquitectos do Ano” em Seul

[dropcap]U[/dropcap]m projecto do atelier de Macau LBA Arquitectura e Planeamento, do português Rui Leão, foi seleccionado para a mostra “100 arquitectos do ano”, organizada pela União Internacional de Arquitectos (UIA) e a decorrer este mês, em Seul.

Contactado pela agência Lusa, o arquitecto sublinhou “a importância deste tipo de reconhecimento” para Macau, “uma cidade de turismo e de património”, que para defender “esta narrativa” deve também erguer-se como “uma cidade de arquitectura”.

Sobre o projecto, uma subestação desenhada para a Companhia de Electricidade de Macau (CEM), Rui Leão defende “que contesta a mensagem de que este tipo de infraestruturas são importantes no desenho da cidade”, mesmo que a interacção humana seja “baixa ou nula”.

“Normalmente estes edifícios de infraestrutura, por uma razão ou outra, são menos tidos como boa arquitectura. Há um bocado a noção, o conceito de que o lugar da arquitectura é nos equipamentos públicos, museus, assembleias”, apontou.

“O público não usa o edifício, mas não é razão, nunca deveria ser, para não ser desenhado com nobreza”, acrescentou o também presidente do Conselho Internacional dos Arquitectos de Língua Portuguesa (CIALP).

O projecto “PSS4” garante a Rui Leão e Carlotta Bruni, co-fundadores da LBA, a segunda presença na mostra anual organizada pelo UIA e o Instituto Coreano de Arquitectos (KIA), que este ano decorre entre 20 e 26 de Setembro em Seul.

Em 2017, o atelier ganhou destaque na capital sul-coreana com um projecto de habitação social na zona do Fai Chi Kei, encomendado pelo Gabinete para o Desenvolvimento de Infraestruturas de Macau.

Este novo reconhecimento é, assim, um “encorajamento ao esforço de não fazer um projecto só para responder a um programa, mas que tenha preocupações de responder ao contexto urbano”, salientou o arquitecto.

Para Macau se erguer como uma cidade de arquitectura, “é preciso construir o património do futuro”, disse.

9 Set 2019

“Strata Cabinet”, de Rui Rasquinho, inaugurada na galeria Passevite em Lisboa 

[dropcap]F[/dropcap]oi inaugurada este sábado, na galeria Passevite, em Lisboa, a exposição “Strata Cabinet”, do artista plástico Rui Rasquinho, radicado em Macau. Os desenhos expostos, todos feitos em blocos de notas que se dispõem sobre a galeria, são o resultado de uma prática “diária e insistente” a que o próprio artista se obriga.

“Ando sempre com um bloco de notas atrás, mas em geral isto é feito em casa, e é uma prática diária, de estar sempre a desenhar. Os desenhos hesitam entre a abstração e a figuração, há sempre ali uma tentativa de encontrar um meio termo mas sem um objectivo, o que interessa é a experiência dessa tentativa.”

Para Rui Rasquinho, o que está desenhado nos blocos não tem propriamente uma finalidade enquanto objecto artístico, mas revela um exercício de fuga ao quotidiano. “Já se transformou num hábito (desenhar diariamente) e faz parte. Também é uma espécie de fuga em relação a outros trabalhos mais contextualizados que tenho. Aqui há uma liberdade total e é um processo. São esboços que não têm função nenhuma.”

“A ideia é não intelectualizar muito, no sentido em que não estou a fazer estudos para um desenho final. Mas é esse processo de experimentação que interessa. Não pensar muito sobre a coisa e deixar, através do tempo, da insistência e de uma certa obsessão, deixar que o desenho tome o seu próprio caminho. Claro que há algum controlo”, acrescentou o artista plástico.

Fora do tradicional

A forte presença do bloco de notas na exposição é também representativa dessa liberdade de criar sem regras. “O bloco de notas é um veículo. Tem a ver com o formato, em vez de teres uma obra cristalizada tens um bloco de estudos em que todos os desenhos são equiparáveis e tens uma coisa serial.”

Depois de ter participado em algumas mostras em Macau, Rui Rasquinho expõe em Lisboa, algo que não acontecia há algum tempo. Em relação à galeria Passevite, o também ilustrador destaca o facto de ser um projecto também ele livre no que diz respeito às mostras que organiza.

“Não é uma galeria tradicional, é outro tipo de projecto, menos académico. Expõem tudo, de ilustração à fotografia. É um projecto mais aberto. São um grupo de amigos que fazem isto por puro gosto, porque não ganham muito dinheiro com isto.”

Rui Rasquinho vive e trabalha entre Lisboa e Macau. Estudou Pintura na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e Cinema de Animação na Fundação Calouste Gulbenkian. Publica regularmente ilustração em livros, revistas e jornais, desenvolve e expõe também trabalhos em desenho, pintura e vídeo.

9 Set 2019

TIMC | Wu Tiao Ren destacam entusiasmo do público português 

Terminou ontem a primeira digressão em Portugal da banda chinesa Wu Tiao Ren, promovida pelo festival This is My City. O HM conversou com Neon, membro da banda, depois do concerto no espaço MusicBox, em Lisboa. Este falou da parceria com músicos de Leiria e da liberdade que há em Portugal para desfrutar dos concertos ao vivo

 
[dropcap]S[/dropcap]exta-feira à noite, MusicBox. Quatro rapazes chineses enchem o espaço deste pequeno clube nocturno situado na zona do Cais do Sodré e põem uma pequena plateia a dançar com as suas sonoridades contemporâneas e, ao mesmo tempo, tradicionais. O acordeão faz-se ouvir ao lado do baixo, numa mistura perfeita de folk e rock.
Foi assim o concerto dos Wu Tiao Ren em Lisboa, parte integrante de uma digressão promovida pelo festival This is My City (TIMC) que começou no Porto, chegou a Leiria e a Coimbra, e terminou na pequena cidade de Montemor-o-Novo, perto de Évora, no espaço Oficinas do Convento.
Neon, membro dos Wu Tiao Ren, conversou com o HM depois do concerto no MusicBox, tendo feito um balanço positivo da primeira digressão que realizaram em Portugal, uma vez que houve espaço para a criação de novas músicas com artistas portugueses. Surma, nome artístico de Débora Umbelino, natural de Leiria e uma das novas vozes da música portuguesa, foi uma delas. Esta parceria partiu de uma residência artística promovida pela editora Omnichord Records.
“Surma foi maravilhosa, mas apenas trabalhámos com ela em estúdio. Queríamos que ela se juntasse a nós aqui em Lisboa, mas não tinha disponibilidade. Trabalhamos muito bem em estúdio, fizemos boas canções, muito à base da improvisação”, contou.
Neon destaca também a presença no Salão Brasil, em Coimbra, e do entusiasmo que sentiu no público português. “Esta digressão foi muito boa para nós. Foi a primeira vez que estivemos em Portugal e as pessoas são muito simpáticas. No concerto de Coimbra, foi engraçado ver que, no público, não havia apenas pessoas jovens, sentia-se um ambiente muito rock and roll, muito cool. O público parecia muito entusiasta, e aqui no Music Box também.”
Questionado sobre as eventuais diferenças entre o público português e o chinês, Neon destacou a vivacidade com que se desfruta da experiência de ouvir música ao vivo. “As pessoas, nos concertos, desfrutam verdadeiramente da música. É uma grande diferença em relação à China. Porque na China ainda estamos no início. Aqui em Portugal há mais liberdade para isso”, confessou.

Olhar o Ocidente

Os Wu Tiao Ren falam de amor, contam histórias da sua cidade natal, situada na província de Cantão, mas também dão voz ao impacto da globalização na China e de como isso mudou quase tudo. A mistura de sonoridades aconteceu quase por acaso.
“Uma das coisas engraçadas da nossa banda é que começámos há 11 anos e no início eramos apenas duas pessoas. Depois de terminarmos o primeiro álbum, juntou-se o baixista, que tinha outra banda, mais ligada ao punk, ao rock and roll. Eu estudei jazz. Quando nos juntamos fazemos coisas muito diferentes… a nossa música é folk, mas misturada com jazz e algum rock and roll. É diferente.”
Depois de uma experiência em São Paulo, também pela mão do TIMC, Neon confessa que os Wu Tiao Ren gostariam de passar por outros países, como o Reino Unido, Alemanha, EUA ou Japão. “Ainda estamos à espera de uma oportunidade”, frisou.
Além da experiência musical, os Wu Tiao Ren levam também de Portugal uma intensa experiência gastronómica. “Gostamos muito da comida portuguesa, é maravilhosa. Adoro queijo e Portugal tem o melhor queijo do mundo, tal como o marisco. A nossa cidade na China é junto ao mar, mas aqui é diferente”, apontou Neon.

9 Set 2019

TIMC | Wu Tiao Ren destacam entusiasmo do público português 

Terminou ontem a primeira digressão em Portugal da banda chinesa Wu Tiao Ren, promovida pelo festival This is My City. O HM conversou com Neon, membro da banda, depois do concerto no espaço MusicBox, em Lisboa. Este falou da parceria com músicos de Leiria e da liberdade que há em Portugal para desfrutar dos concertos ao vivo

 

[dropcap]S[/dropcap]exta-feira à noite, MusicBox. Quatro rapazes chineses enchem o espaço deste pequeno clube nocturno situado na zona do Cais do Sodré e põem uma pequena plateia a dançar com as suas sonoridades contemporâneas e, ao mesmo tempo, tradicionais. O acordeão faz-se ouvir ao lado do baixo, numa mistura perfeita de folk e rock.

Foi assim o concerto dos Wu Tiao Ren em Lisboa, parte integrante de uma digressão promovida pelo festival This is My City (TIMC) que começou no Porto, chegou a Leiria e a Coimbra, e terminou na pequena cidade de Montemor-o-Novo, perto de Évora, no espaço Oficinas do Convento.

Neon, membro dos Wu Tiao Ren, conversou com o HM depois do concerto no MusicBox, tendo feito um balanço positivo da primeira digressão que realizaram em Portugal, uma vez que houve espaço para a criação de novas músicas com artistas portugueses. Surma, nome artístico de Débora Umbelino, natural de Leiria e uma das novas vozes da música portuguesa, foi uma delas. Esta parceria partiu de uma residência artística promovida pela editora Omnichord Records.

“Surma foi maravilhosa, mas apenas trabalhámos com ela em estúdio. Queríamos que ela se juntasse a nós aqui em Lisboa, mas não tinha disponibilidade. Trabalhamos muito bem em estúdio, fizemos boas canções, muito à base da improvisação”, contou.

Neon destaca também a presença no Salão Brasil, em Coimbra, e do entusiasmo que sentiu no público português. “Esta digressão foi muito boa para nós. Foi a primeira vez que estivemos em Portugal e as pessoas são muito simpáticas. No concerto de Coimbra, foi engraçado ver que, no público, não havia apenas pessoas jovens, sentia-se um ambiente muito rock and roll, muito cool. O público parecia muito entusiasta, e aqui no Music Box também.”

Questionado sobre as eventuais diferenças entre o público português e o chinês, Neon destacou a vivacidade com que se desfruta da experiência de ouvir música ao vivo. “As pessoas, nos concertos, desfrutam verdadeiramente da música. É uma grande diferença em relação à China. Porque na China ainda estamos no início. Aqui em Portugal há mais liberdade para isso”, confessou.

Olhar o Ocidente

Os Wu Tiao Ren falam de amor, contam histórias da sua cidade natal, situada na província de Cantão, mas também dão voz ao impacto da globalização na China e de como isso mudou quase tudo. A mistura de sonoridades aconteceu quase por acaso.

“Uma das coisas engraçadas da nossa banda é que começámos há 11 anos e no início eramos apenas duas pessoas. Depois de terminarmos o primeiro álbum, juntou-se o baixista, que tinha outra banda, mais ligada ao punk, ao rock and roll. Eu estudei jazz. Quando nos juntamos fazemos coisas muito diferentes… a nossa música é folk, mas misturada com jazz e algum rock and roll. É diferente.”

Depois de uma experiência em São Paulo, também pela mão do TIMC, Neon confessa que os Wu Tiao Ren gostariam de passar por outros países, como o Reino Unido, Alemanha, EUA ou Japão. “Ainda estamos à espera de uma oportunidade”, frisou.

Além da experiência musical, os Wu Tiao Ren levam também de Portugal uma intensa experiência gastronómica. “Gostamos muito da comida portuguesa, é maravilhosa. Adoro queijo e Portugal tem o melhor queijo do mundo, tal como o marisco. A nossa cidade na China é junto ao mar, mas aqui é diferente”, apontou Neon.

9 Set 2019

Exposição | Galeria da residência consular recebe “Pontes Aladas”

[dropcap]C[/dropcap]hama-se “Pontes Aladas – Exposição Colectiva de Arte Contemporânea Portugal-China” e é a mais recente iniciativa cultural promovida no território pelo Instituto Português do Oriente (IPOR). A mostra será inaugurada a 11 de Setembro pelas 18h00 e tem lugar na galeria da residência consular, junto aos lagos Nam Van.

A ideia é celebrar uma série de datas “no contexto das relações históricas entre Portugal e a República Popular da China, tendo Macau como ponto dinâmico de excelência”, uma vez se celebram os 40 anos do estabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países, assinalando-se ainda 20º aniversário da constituição da RAEM e os 30 anos da criação do IPOR.

A exposição tem, de acordo com um comunicado oficial, “nomes de marcado relevo no panorama dos dois países”, contando ainda com os apoios da Fundação Macau, do Instituto Cultural de Macau e do Instituto Camões-Instituto da Cooperação e da Língua. A curadoria está a cargo de Adelaide Ginga, numa parceria com o Museu Nacional de Arte Contemporânea.

O mesmo comunicado dá conta que a escolha das obras partiu do princípio da “junção de artistas de ambas as latitudes”. Foram seleccionados “artistas portugueses que tenham desenvolvido, no seu percurso artístico, alguma relação com Macau-China e artistas chineses que, de alguma forma, tenham uma relação com Portugal”.

Neste sentido, o público poderá ter acesso a uma “exposição colectiva que coloca em diálogo artistas dos dois países e a pluralidade da expressão artística, reunindo diferentes abordagens temáticas e variados suportes de apresentação”. A mostra estará patente até ao dia 11 de Outubro.

6 Set 2019

Exposição | Galeria da residência consular recebe “Pontes Aladas”

[dropcap]C[/dropcap]hama-se “Pontes Aladas – Exposição Colectiva de Arte Contemporânea Portugal-China” e é a mais recente iniciativa cultural promovida no território pelo Instituto Português do Oriente (IPOR). A mostra será inaugurada a 11 de Setembro pelas 18h00 e tem lugar na galeria da residência consular, junto aos lagos Nam Van.
A ideia é celebrar uma série de datas “no contexto das relações históricas entre Portugal e a República Popular da China, tendo Macau como ponto dinâmico de excelência”, uma vez se celebram os 40 anos do estabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países, assinalando-se ainda 20º aniversário da constituição da RAEM e os 30 anos da criação do IPOR.
A exposição tem, de acordo com um comunicado oficial, “nomes de marcado relevo no panorama dos dois países”, contando ainda com os apoios da Fundação Macau, do Instituto Cultural de Macau e do Instituto Camões-Instituto da Cooperação e da Língua. A curadoria está a cargo de Adelaide Ginga, numa parceria com o Museu Nacional de Arte Contemporânea.
O mesmo comunicado dá conta que a escolha das obras partiu do princípio da “junção de artistas de ambas as latitudes”. Foram seleccionados “artistas portugueses que tenham desenvolvido, no seu percurso artístico, alguma relação com Macau-China e artistas chineses que, de alguma forma, tenham uma relação com Portugal”.
Neste sentido, o público poderá ter acesso a uma “exposição colectiva que coloca em diálogo artistas dos dois países e a pluralidade da expressão artística, reunindo diferentes abordagens temáticas e variados suportes de apresentação”. A mostra estará patente até ao dia 11 de Outubro.

6 Set 2019

História | Associação organiza viagem sobre portos lusos na Ásia 

A Associação Amigos da Nova Rota da Seda, presidida pela economista Fernanda Ilhéu, está a organizar uma viagem que visa contar a história dos principais portos portugueses na Ásia, e que inclui Macau, Malaca e Goa, entre outros destinos. A associação pretende também lançar um novo livro este ano, com a colaboração de um académico de Macau

 

[dropcap]P[/dropcap]ortugal também tem a sua rota marítima esquecida no tempo e subaproveitada. A ideia é deixada ao HM por Maria Fernanda Ilhéu, a economista e professora universitária que preside à Associação Amigos da Nova Rota da Seda (ANRS), que está a promover uma viagem que passa pelos principais portos marítimos que marcam a presença portuguesa na Ásia.

Podem inscrever-se sócios e não sócios, com um custo entre 50 a 60 mil patacas, e a ideia é contar a história de lugares como Mascate, Nizwa (antiga capital de Omã), Calicute, Cochin, Goa, Malaca, Singapura e Macau. “Obviamente que não podemos ir a todos os portos, pois levaríamos dois anos de viagem”, adiantou Maria Fernanda Ilhéu ao HM.

“Queremos lembrar o que foi a nossa estratégia de abordagem desta rota marítima do Ocidente para o Oriente, e que tem muitas semelhanças com a nova rota marítima do século XXI, o projecto ‘Uma Faixa, Uma Rota’, mas que vem do Oriente para o Ocidente.”

A presidente da ANRS assume que esta viagem constitui “um pretexto para nos debruçarmos sobre a história”, lamentando que a rota marítima criada pelos portugueses seja muitas vezes esquecida.

“Esta foi uma história importantíssima na globalização mundial, e não foi importante apenas para Portugal, mas também para todo o mundo. Não só nos esquecemos como até parece que estamos um pouco envergonhados desse percurso quando outros povos, tal como os chineses, estão interessados.”

A economista não tem dúvidas de que Portugal “poderia ter a sua própria rota e outra forma de mostrar ao mundo aquilo que foi”.

Para já, a ANRS ainda não recebeu muitas inscrições. “Foi uma viagem difícil de planear. Vamos aguardar até Outubro para termos mais inscrições e depois vemos se a conseguimos fazer. Esta viagem será documentada nos nossos trabalhos e conferências, não sei se faremos outro livro.”
Maria Fernanda Ilhéu desejava publicar outra obra sobre esta temática. “Queríamos fazer um livro sobre os portos portugueses no mundo, algo que seria interessante e vou tentar que aconteça.”

Novas letras

Depois da publicação da obra “A China e a Revitalização das Antigas Rotas da Seda”, coordenado por Maria Fernanda Ilhéu e Leonor Janeiro, eis que a ANRS se prepara para lançar mais uma obra, desta vez sobre as novas rotas da seda. A obra será escrita em inglês e conta com a coordenação da presidente da ANRS e dos académicos Paulo Duarte e Francisco José Leandro, este último professor na Universidade Cidade de Macau.

“Tencionamos pôr cá fora este ano um livro sobre ‘Uma Faixa, Uma Rota’, a China e os países de língua portuguesa e as novas rotas da seda”, apontou a responsável pela ANRS.

O objectivo da obra é “trazer esse conhecimento dos projectos que estão a ser realizados ou que podem vir a ser realizados pela iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, em conjunto com países de língua portuguesa e parcerias que sejam desenvolvidas com Portugal”.

Para Maria Fernanda Ilhéu, estão em causa não apenas negócios a curto prazo, mas “o desenvolvimento de sinergias”. “É necessário planear e pensar esse desenvolvimento e perceber que ele vai ter de contar com a actuação de governos e empresas, mas também da própria sociedade civil”, apontou.

6 Set 2019

História | Associação organiza viagem sobre portos lusos na Ásia 

A Associação Amigos da Nova Rota da Seda, presidida pela economista Fernanda Ilhéu, está a organizar uma viagem que visa contar a história dos principais portos portugueses na Ásia, e que inclui Macau, Malaca e Goa, entre outros destinos. A associação pretende também lançar um novo livro este ano, com a colaboração de um académico de Macau

 
[dropcap]P[/dropcap]ortugal também tem a sua rota marítima esquecida no tempo e subaproveitada. A ideia é deixada ao HM por Maria Fernanda Ilhéu, a economista e professora universitária que preside à Associação Amigos da Nova Rota da Seda (ANRS), que está a promover uma viagem que passa pelos principais portos marítimos que marcam a presença portuguesa na Ásia.
Podem inscrever-se sócios e não sócios, com um custo entre 50 a 60 mil patacas, e a ideia é contar a história de lugares como Mascate, Nizwa (antiga capital de Omã), Calicute, Cochin, Goa, Malaca, Singapura e Macau. “Obviamente que não podemos ir a todos os portos, pois levaríamos dois anos de viagem”, adiantou Maria Fernanda Ilhéu ao HM.
“Queremos lembrar o que foi a nossa estratégia de abordagem desta rota marítima do Ocidente para o Oriente, e que tem muitas semelhanças com a nova rota marítima do século XXI, o projecto ‘Uma Faixa, Uma Rota’, mas que vem do Oriente para o Ocidente.”
A presidente da ANRS assume que esta viagem constitui “um pretexto para nos debruçarmos sobre a história”, lamentando que a rota marítima criada pelos portugueses seja muitas vezes esquecida.
“Esta foi uma história importantíssima na globalização mundial, e não foi importante apenas para Portugal, mas também para todo o mundo. Não só nos esquecemos como até parece que estamos um pouco envergonhados desse percurso quando outros povos, tal como os chineses, estão interessados.”
A economista não tem dúvidas de que Portugal “poderia ter a sua própria rota e outra forma de mostrar ao mundo aquilo que foi”.
Para já, a ANRS ainda não recebeu muitas inscrições. “Foi uma viagem difícil de planear. Vamos aguardar até Outubro para termos mais inscrições e depois vemos se a conseguimos fazer. Esta viagem será documentada nos nossos trabalhos e conferências, não sei se faremos outro livro.”
Maria Fernanda Ilhéu desejava publicar outra obra sobre esta temática. “Queríamos fazer um livro sobre os portos portugueses no mundo, algo que seria interessante e vou tentar que aconteça.”

Novas letras

Depois da publicação da obra “A China e a Revitalização das Antigas Rotas da Seda”, coordenado por Maria Fernanda Ilhéu e Leonor Janeiro, eis que a ANRS se prepara para lançar mais uma obra, desta vez sobre as novas rotas da seda. A obra será escrita em inglês e conta com a coordenação da presidente da ANRS e dos académicos Paulo Duarte e Francisco José Leandro, este último professor na Universidade Cidade de Macau.
“Tencionamos pôr cá fora este ano um livro sobre ‘Uma Faixa, Uma Rota’, a China e os países de língua portuguesa e as novas rotas da seda”, apontou a responsável pela ANRS.
O objectivo da obra é “trazer esse conhecimento dos projectos que estão a ser realizados ou que podem vir a ser realizados pela iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, em conjunto com países de língua portuguesa e parcerias que sejam desenvolvidas com Portugal”.
Para Maria Fernanda Ilhéu, estão em causa não apenas negócios a curto prazo, mas “o desenvolvimento de sinergias”. “É necessário planear e pensar esse desenvolvimento e perceber que ele vai ter de contar com a actuação de governos e empresas, mas também da própria sociedade civil”, apontou.

6 Set 2019

Palestra | Halen Woo leva FIMM numa viagem pela música africana

[dropcap]A[/dropcap] música africana vai estar em discussão no próximo dia 12 de Outubro, sábado, entre as 15h e as 17h, no Auditório do Conservatório de Macau. O evento, que faz parte do cartaz do Festival Internacional de Música de Macau, tem como orador o músico Halen Woo, que nasceu em Madagáscar e cresceu em Hong Kong.

A porta de entrada para o mundo da música foi aberta com lições de guitarra, seguindo-se a música afro-ocidental e cubana. A partir de 2010, Halen Woo visitou Cuba várias vezes para receber formação com “LALI” Raul González Brito, Francisco “Frank” Oropesa “El Matador” e Degoberto Sacerio Oliva, entre outros músicos. Em 2013, começa a visitar o Japão com frequência para aprender música e dança africanas com diferentes especialistas como Hiroki Murai, Yacouba Diabate, Yacouba Diabate, Lamine Traoré, Rumiko Fuji, Takada Shinobu entre outros.

Em 2014, apresentou-se com a conhecida Gekidan Africa no espectáculo anual “Carnaval” em Fukuoka, no Japão, e foi convidado para se tornar um membro da Gekidan Africa.
Halen Woo foi um dos fundadores, em 2012, do ONE Harmony Drumming Factory, um grupo de música africana cujos espectáculos mais significativos incluem Imagine Peace, Africa Soul Party, Freespace Happening, etc. Halen também é percussionista da Banda Orbita, um grupo de jazz afrocubano de Hong Kong. Como professor de guitarra e de música africana e cubana, Halen Woo lecciona em diferentes escolas e organizações e realiza workshops, por convite, sobre música cubana.

5 Set 2019

Palestra | Halen Woo leva FIMM numa viagem pela música africana

[dropcap]A[/dropcap] música africana vai estar em discussão no próximo dia 12 de Outubro, sábado, entre as 15h e as 17h, no Auditório do Conservatório de Macau. O evento, que faz parte do cartaz do Festival Internacional de Música de Macau, tem como orador o músico Halen Woo, que nasceu em Madagáscar e cresceu em Hong Kong.
A porta de entrada para o mundo da música foi aberta com lições de guitarra, seguindo-se a música afro-ocidental e cubana. A partir de 2010, Halen Woo visitou Cuba várias vezes para receber formação com “LALI” Raul González Brito, Francisco “Frank” Oropesa “El Matador” e Degoberto Sacerio Oliva, entre outros músicos. Em 2013, começa a visitar o Japão com frequência para aprender música e dança africanas com diferentes especialistas como Hiroki Murai, Yacouba Diabate, Yacouba Diabate, Lamine Traoré, Rumiko Fuji, Takada Shinobu entre outros.
Em 2014, apresentou-se com a conhecida Gekidan Africa no espectáculo anual “Carnaval” em Fukuoka, no Japão, e foi convidado para se tornar um membro da Gekidan Africa.
Halen Woo foi um dos fundadores, em 2012, do ONE Harmony Drumming Factory, um grupo de música africana cujos espectáculos mais significativos incluem Imagine Peace, Africa Soul Party, Freespace Happening, etc. Halen também é percussionista da Banda Orbita, um grupo de jazz afrocubano de Hong Kong. Como professor de guitarra e de música africana e cubana, Halen Woo lecciona em diferentes escolas e organizações e realiza workshops, por convite, sobre música cubana.

5 Set 2019