Hoje Macau EventosFRC acolhe a partir de hoje “Encontros da Cultura Sino-Portuguesa” A Fundação Rui Cunha (FRC) acolhe a partir de hoje a exposição de balões artísticos intitulada “Encontros da Cultura Sino-Portuguesa”, co-organizada pelo Blessing Balloon Studio de Macau. A mostra vai estar patente até ao dia 17 de Março e tem entrada livre, contando com um total de 15 peças construídas com balões, usando materiais e técnicas especiais e combinando formas e cores que criam símbolos alusivos às culturas portuguesa e chinesa. O público vai poder encontrar, por exemplo, o tradicional dragão ou o eléctrico lisboeta, as Ruínas de São Paulo ou mesmo o Farol da Guia, entre outras reproduções. Os criadores do Blessing Balloon Studio são um grupo de jovens nascidos depois dos anos 90, com o sonho comum de criar peças de arte a partir de balões. Juntam-se nas horas vagas, após as aulas ou o trabalho, para explorar diferentes formas com novas cores e materiais, que resultem em projectos interessantes ou emblemáticos. Sobe, sobe… O estúdio foi oficialmente criado em Novembro de 2012 como uma loja online de balões. Na altura, a equipa começou por desenvolver pequenas apresentações com balões em eventos, decorações para festas de aniversário, organização de actividades lúdicas em comunidades sociais e oficinas criativas em ambientes escolares. Só em 2016 foi inaugurada uma loja física em Macau, que em 2018 seria transformada em estúdio artístico. Como plataforma para a promoção e troca de experiências, além do conhecimento de técnicas, o Blessing Balloon Studio também se dedicou a ajudar jovens que haviam abandonado a escola, mas que estavam interessados em aprender a arte dos balões, ensinando esta habilidade a quem pretendesse encontrar no ramo novas oportunidades de trabalho. Desde a criação do estúdio que o número de membros da equipa foi aumentando, reunindo neste momento estudantes do ensino secundário e universitário, mas também adultos formados noutras áreas. O grupo procurou a profissionalização, obtendo com sucesso a licença de conferencistas na arte dos balões e estabelecendo parcerias várias com balonistas internacionais na China continental, Hong Kong, Taiwan e Malásia.
Andreia Sofia Silva EventosIsabél Zuaa, protagonista de “As Boas Maneiras”, em exibição na Cinemateca Paixão: “Impossível ficar indiferente a este filme” “As Boas Maneiras, de Juliana Rojas e Marco Dutra, é o filme brasileiro que integra o cartaz da Cinemateca Paixão que, neste mês de Março, homenageia cineastas femininas. Isabél Zuaa, actriz portuguesa, é a protagonista e revela como foi interpretar, pela primeira vez, uma personagem natural do Brasil, num trabalho que não a deixou indiferente. Depois de uma primeira exibição este domingo, “As Boas Maneiras” regressa à tela amanhã e no dia 18 Como foi a experiência de fazer este filme? Participar no filme “As Boas Maneiras” foi uma experiência intensa, surpreendente e muito positiva. Um filme que tem tantas convenções juntas, que mistura terror e suspense, musical, fábula, homoafectiva e com recorte racial e social… são muitas camadas num objecto artístico só. É impossível ficar indiferente. Assumir o papel de protagonista foi um passo importante para a sua carreira mas também de maior responsabilidade? A responsabilidade e o profissionalismo sempre estão presentes independente da incidência dos personagens nas tramas ou narrativas. É evidente que quando temos a possibilidade de viver uma protagonista, temos mais oportunidade de partilhar o nosso trabalho. Até que ponto este filme foi diferente de outros projectos em que participou? Pela primeira vez tive o desafio de interpretar uma pessoa natural do Brasil. Foi uma questão muito falada por nós, Juliana Rojas e Marco Dutra, pois eu achava que se a personagem da Clara fosse estrangeira seria mais fácil e coerente. No entanto, para eles seria importante que a personagem da Clara fosse brasileira para trazer essa questão de diferença social no mesmo país. Para além das convenções artísticas juntas: fábula, o género terror e suspense, e por trazer o imaginário do folclore brasileiro. Depois dessa experiência, tive a oportunidade de fazer outros projectos de terror no Brasil mas, até então, “As Boas Maneiras” foi o primeiro. Uma curiosidade do filme foi ter ajudado e coordenado a coreografia que a personagem Ana (Marjore Estiano) faz no filme. Que expectativa tem sobre a exibição deste filme na Cinemateca Paixão? O filme fala de afecto, de relações. Apesar das diferenças culturais, existem sentimentos que são universais, são intrínsecos à nossa natureza humana, espero que isso possa conectar os espectadores da Cinemateca Paixão. Espero que a emoção venha pela positiva. Chegou a receber um convite para estar presente no Festival Internacional de Cinema de Macau. O filme “Joaquim”, de Marcelo Gomes, esteve em exibição em Macau e eu não tive a oportunidade de estar presente. Infelizmente, tenho pouco contacto com o cinema feito em Macau, mas quero muito estreitar esse laço e conhecer mais, trocar mais. Está com novos projectos nesta fase? Sim. Felizmente, no meio desta pandemia, tenho tido a oportunidade de criar. Apesar dos adiamentos e ajustes de calendários, tenho feito colaborações artísticas e desenvolvido os meus projectos a solo. Uma das alegrias deste ano é ter a perspectiva de voltar a Lisboa com o espectáculo “Aurora Negra”, em Junho, junto das artistas e co-criadoras, Cleo da Luz e Nádia Yracema. Dos arredores de Loures para os grandes palcos, Isabél Zuua soma distinções Nascida em Lisboa e criada no Zambujal, em Loures, Isabél Zuua encontrou no Brasil o impulso que a sua carreira de actriz precisava. A portuguesa, filha de pai guineense a mãe angolana, chegou ao Brasil em 2010 e sete anos depois era distinguida, na categoria “Revelação”, com o Prémio Guarani de Cinema Brasileiro, pelo desempenho em “Joaquim”, de Marcelo Gomes. No ano passado conquistou dois prémios de “Melhor Actriz” no Festival de Cinema de Gramado com o filme “Um Animal Amarelo”, do cineasta Filipe Bragança, e com a curta-metragem “Deserto Estrangeiro”, de Davi Pretto. A menos de um mês de completar 34 anos, Isabél Zuua cresceu como artista na escola do Chapitô e mais tarde formou-se em Teatro na Escola Superior de Teatro e Cinema. No currículo conta com a participação na série da RTP “Sul”, escrita por Edgar Medina e Guilherme Mendonça e realizada por Ivo Ferreira. Maneiras premiadas O filme em exibição na Cinemateca Paixão, e que integra o ciclo dedicado a realizadoras, estreou no Festival Internacional de Cinema de Locarno, onde recebeu críticas muito positivas, chegando mesmo a ser distinguindo com o Prémio Especial do Júri. “As Boas Maneiras” foi premiado também nos festivais de Sitges e Gérardmer e exibido nos certames de Londres e Palm Springs. Com uma trama que combina ambientes de fantasia e horror, a narrativa centra-se na relação entre Clara, protagonizada por Isabél Zuaa, uma enfermeira solitária que vive na periferia de São Paulo e uma mulher rica que a contrata. O ciclo “Cineastas Femininas – Encaminhando a sua narrativa” decorre até 19 de Março com a projecção de películas como “Radioactive”, filme que retrata os avanços científicos e consequências da obra de Marie Curie, interpretada por Rosamund Pike; “Lipstick Under my Burkha” (Índia), que em 2016 foi classificado como melhor filme sobre igualdade de género no Festival de Cinema de Mumbai; “The Third Wife”, de Ash Mayfair que retrata a vida de uma rapariga de 14 anos que no final do século XIX é dada num casamento arranjado no Vietname rural, entre outros filmes.
Andreia Sofia Silva EventosLuciano Ho, o escritor e performer que fala do cansaço extremo dos professores Luciano Ho foi um dos artistas de Macau que participou na última edição do Festival Internacional de Artes Performativas, organizado pelo Armazém do Boi. Cronista do jornal All About Macau, músico, escritor e performer, Luciano Ho deposita em todas as suas expressões artísticas uma única ideia: as emoções no trabalho, com foco na área do ensino e tendo como base a sua experiência pessoal No chão formam-se linhas, e o corpo vai-se enchendo de folhas até não se poder mexer mais. É esse o sinal de um cansaço extremo, uma metáfora da exaustão mental que muitos docentes sentem no seu trabalho na sala de aula e fora dela e sobre o qual pouco se fala na sociedade de Macau. É assim o espectáculo protagonizado por Luciano Ho, o artista de Macau que participou na última edição do Festival Internacional de Artes Performativas, organizado pelo Armazém do Boi. Artista multifacetado, Luciano Ho é também cronista do jornal chinês All About Macau, onde escreve sobre esta noção de “emoções no trabalho” e músico. Licenciado em literatura chinesa em Taiwan, Luciano Ho chegou a dar aulas e foi aí que se deparou com um tema pouco abordado nos dias que correm, apesar de tão real. “Nestes dois anos tenho vindo a estudar um projecto por mim próprio, tentei escrever artigos, romances e performances para deixar as pessoas conhecer o meu trabalho. Nestes dois anos tenho vindo a estudar sobre o termo emoções no trabalho, sobretudo aplicado aos professores de Macau.” Luciano Ho considera que as gerações anteriores não entendem a exaustão mental que existe em muitos trabalhos em Macau. “A maior parte dos nossos pais têm um trabalho físico, ou tiveram, nas fábricas ou na construção civil. Os meus pais não sabiam porque é que estava cansado quando era professor, porque só tinha de falar com os alunos. O trabalho mental não pode ser quantificado, mas existe.” Na opinião do artista, o conceito de emoções no trabalho “aparece em qualquer área do nosso dia-a-dia”. “Não vejo este tema nos jornais ou em qualquer outra área da nossa sociedade. Qualquer professor depois do seu trabalho sente-se muito cansado”, frisou. Luciano Ho confessou que muitos dos seus amigos se identificaram com o que viram em palco. “Alguns dos meus amigos, que são professores, viram a minha performance e sentiram aquilo que faço, compreenderam. Sentiram-se tocados por aquilo que fiz.” Novo livro na calha Além dos estudos na área da literatura, Luciano Ho está a frequentar um mestrado em administração pública na Universidade de São José. Depois de escrever no All About Macau, prepara-se para publicar um novo livro de ficção, intitulado “Classes Do Not Dismiss”, cujo tema central é também as emoções no local de trabalho. “Quando comecei o meu romance não tinha nenhum plano de o vender, de o transformar em livro. Só queria publicar no All About Macau, ter uma coluna de opinião que servisse de teste ou experiência para o conceito de emoções no trabalho, para que mais pessoas tivessem conhecimento deste termo.” Luciano Ho não sabe quando vai sair o seu novo livro, mas assume que não é fácil publicar em Macau. “O mercado editorial em Macau é pequeno e é difícil vender, e também chegar ao mercado chinês. O nosso mercado é muito mais fraco do que o mercado chinês. O mercado editorial em Portugal, por exemplo, é muito diferente do nosso.” Apesar de apostar na literatura e na performance para abordar a temática da exaustão mental no trabalho, o artista promete apostar noutras formas artísticas para explorar este tema. “Estou satisfeito por poder fazer as minhas performances e talvez use outra forma para mostrar este conceito, como teste”, concluiu.
Hoje Macau EventosQuadro pintado por Churchill vendido por 7 milhões de libras O quadro mais célebre pintado pelo antigo primeiro-ministro britânico Winston Churchill (1874-1965) foi vendido na segunda-feira, num leilão da Christie’s, em Londres, por sete milhões de libras. “A torre da mesquita de Koutoubia”, quadro pintado em 1943 por ocasião de uma visita oficial de Churchill durante a Segunda Guerra Mundial, e que se encontrava na posse da família da atriz Angelina Jolie, foi à praça com estimativas entre 1,7 e 2,8 milhões de euros, mas acabou por ultrapassar esse valor. Com impostos, o quadro acabou por alcançar 8,285 milhões de libras, segundo a leiloeira internacional Christie’s. O óleo sobre tela do líder britânico conservador tinha sido colocado à venda pela atriz americana Angelina Jolie, sendo considerado “a pintura mais importante de Sir Winston Churchill” por causa de seu “entrelaçamento na história do século XX”, segundo o historiador da arte britânica Barry Phipps no catálogo do leilão. Churchill começou a pintar tarde, aos 40 anos, e gostava de fugir de Londres para a cidade de Marraquexe nos anos 1930, na época do protetorado francês, onde fez um total de seis viagens, em 23 anos. “Aqui, nestes vastos palmeirais que emergem do deserto, o viajante pode ter a certeza do sol eterno” e “contemplar com satisfação incessante o panorama majestoso e coberto de neve das montanhas do Atlas”, escreveu Churchill em 1936. O político gostava de se perder no labirinto de ruas da cidade velha, fazer um piquenique no vale de Ourika, nas alturas de Marraquexe, e armar o seu cavalete nas varandas do hotel La Mamounia, ou Villa Taylor – que se tornaria um marco do ´jet set` europeu na década de 1970. Foi desta vila que pintou a mesquita Koutoubia, após a histórica conferência de Anfa, organizada em janeiro de 1943, em Casablanca, com o presidente dos Estados Unidos Franklin Roosevelt e o líder das Forças Francesas Livres, Charles de Gaulle, na presença do sultão Maomé V, para preparar a estratégia dos Aliados. Churchill ofereceu o quadro a Roosevelt, na época, depois vendido por um dos filhos nos anos 1950, e mudou de mãos várias vezes, antes de, em 2011, ir parar à coleção do casal Angelina Jolie e Brad Pitt, muito antes da separação de ambos. Durante as suas sucessivas renovações, o luxuoso hotel perdeu todos os vestígios desta passagem, ainda que uma ´suite´ e um bar ainda mantenham o nome do político britânico. Uma fotografia de imprensa da época mostra Roosevelt e Churchill juntos, a admirarem o pôr do sol sobre o panorama que inspiraria a pintura. Esta paisagem simples e sem adornos representa o minarete, símbolo do poder da dinastia Almóada, do século XII, entrelaçado pelas muralhas da cidade antiga e encostado nas montanhas cobertas de neve.
Salomé Fernandes EventosConcerto | CCCN apresenta “Four Seasons” no sábado com estudantes universitários O primeiro concerto da série “Four Seasons” chega ao Centro de Cultura e Artes Performativas Cardeal Newman de Macau no sábado, numa iniciativa que pretende criar uma ponte com instituições de ensino O Centro de Cultura e Artes Performativas Cardeal Newman de Macau (CCCN) acolhe no sábado um concerto de Primavera, com estudantes do Moon Chun Memorial College da Universidade de Macau. É o primeiro de uma série de actuações intitulada “Four Seasons”, e decorre entre as 17h e as 18h. A iniciativa parte da vontade do CCCN em trabalhar com artistas e músicos jovens. “Gostávamos de criar uma ponte com as escolas e as universidades também. É esse o objectivo principal de organizar este concerto”, disse o organizador, Orlando Vas, ao HM. O concerto, que apresenta um registo de música clássica, envolve uma fusão de sons. “É uma mistura de música ocidental e oriental, por isso temos alguns instrumentos chineses e também alguns ocidentais”, comentou Orlando Vas. Estão previstos concertos também para o Verão, Outono e Inverno. “Como é o primeiro concerto queríamos fazê-lo apenas com uma universidade, mas para concertos futuros vamos convidar outras universidades e escolas para actuarem no CCCN”, acrescentou. Apesar de reconhecer que o espaço é pequeno, o organizador considera que a iniciativa “dá uma nova vida ao edifício” e permite atrair público. “É um local novo para as pessoas virem e experienciarem música num espaço e forma diferentes”, observou. O evento conta com vagas para um máximo de 40 pessoas e a entrada custa 70 patacas. O espaço do CCCN situa-se na Calçada da Vitória. Do clássico ao jazz Orlando Vas – também ele músico – explicou que ao longo do seu crescimento, em Macau, sentiu que queria actuar em espaços da cidade mas não havia muitas oportunidades de o fazer. Assim, o organizador pretende dar uma oportunidade a estudantes que possam querer seguir o caminho da música e uma plataforma para diferentes tipos musicais. “Agora estamos a fazer um concerto de música clássica, mas no Verão estamos a pensar num concerto de música jazz e pop”, explicou. Ao longo do ano, o Centro – com ligação à diocese de Macau – está a planear ter exposições de arte e realizar actividades voltadas para os jovens, como aulas de gastronomia ou artesanato. “Através de várias actividades culturais e artísticas, o CCCN Macau pretende desenvolver um espaço para aumentar a interação e intercâmbio cultural dentro da comunidade, e através de um ambiente de criação, dar um espaço para as pessoas partilharem e aproveitarem, criando uma atmosfera de respeito mútuo, calor e amor”, indica a página do evento no Facebook. Créditos da Imagem: Kong Sir
Hoje Macau EventosIIM | Inscrições abertas para concurso de fotografia As inscrições estão abertas para mais uma edição do concurso de fotografia do Instituto Internacional de Macau (IIM) focado no território: “A Macau que eu mais amo”. Além do retrato de aspectos de Macau como monumentos históricos e edifícios classificados, os participantes podem submeter imagens relativas a manifestações de natureza cultural ligadas ao património imaterial, hábitos, costumes e crenças, eventos turísticos ou ainda festividades populares tradicionais e religiosas das culturas chinesa, portuguesa e macaense. A página electrónica do IIM, indica que o concurso é lançado “no intuito de reforçar o sentimento de pertença, e promover um conceito de identidade radicado nos valores culturais e históricos de Macau”. “Destina-se a estimular o conhecimento da população, especialmente entre os jovens, das riquezas do Património Cultural, construído ou não, de Macau, e das tradições que enformam Macau”, descreve a entidade. O concurso é dividido numa categoria para estudantes, voltada para jovens locais do ensino primário, secundário e universitário em Macau ou com estudos no exterior, e uma categoria geral destinada a titulares do BIR permanente ou não permanente. Em cada categoria há 1º, 2º e 3º prémios, cinco menções honrosas e um prémio especial a um trabalho apresentado por sócios da Associação de Fotografia Digital de Macau. O primeiro classificado recebe um troféu e 5.000 patacas. Os trabalhos devem ser do período entre Setembro de 2020 e Agosto deste ano, e há um limite máximo de cinco fotografias por pessoa. Os interessados têm até 27 de Agosto para os entregar.
Hoje Macau EventosCinemateca | Programa de Março destaca “histórias inabaláveis” de cineastas femininas A luta pela igualdade de género ganha este mês um lugar no ecrã da Cinemateca Paixão com a programação a destacar mulheres cineastas. Entre 6 e 19 de Março, vão ser exibidas obras que envolvem temas como casamentos arranjados, candidaturas eleitorais e a herança científica de Marie Curie No mês em que se celebra o dia internacional da mulher, o programa da Cinemateca Paixão tem em destaque “Cineastas Femininas – Encaminhando a sua narrativa”. Esta selecção de filmes é exibida entre os dias 6 e 19, procurando apresentar “as lutas das mulheres para obter igualdade e fortalecimento ao longo da história têm sido dificultadas e constantemente empurradas para trás devido ao que a sociedade (‘outras pessoas’) ditou”, descreve a Cinemateca em comunicado. “Os filmes de Março de 2021 celebram as obras das cineastas não apenas por causa de seu género, mas também pelas suas histórias inabaláveis, urgentes e intransigentes de coragem contra todas as probabilidades”, explica a nota. O programa arranca no sábado com “The Third Wife”, de Ash Mayfair. O filme retrata a vida de May, uma rapariga de 14 anos que no final do século XIX é dada num casamento arranjado no Vietname rural tornando-se a terceira esposa do marido, e a escolha que tem de fazer entre manter-se em segurança ou procurar liberdade pessoal. Segue-se “The Perfect Candidate”, focado numa médica numa cidade pequena da Arábia Saudita que decide concorrer às eleições locais e as restrições que enfrenta dos papéis tradicionais das mulheres. Esta obra de Haifaa Al Mansour foi nomeada para melhor filme no Festival de Cinema de Veneza Leão de Ouro de 2019, e melhor longa-metragem no prémio internacional do Festival de Cinema de Adelaide do ano passado. Das obras anunciadas para Março, inclui-se ainda “Lipstick Under my Burkha” (Índia), que em 2016 foi classificado o melhor filme sobre igualdade de género no Festival de Cinema de Mumbai. Acompanha a vida de mulheres em diferentes fases da vida numa pequena cidade da Índia: uma estudante universitária que veste a burkha e quer ser cantora pop, uma esteticista, uma dona de casa oprimida, e uma viúva de 55 anos que redescobre a sua sexualidade. Avanços científicos A selecção leva ainda ao ecrã “As Boas Maneiras” (Brasil, França), realizado por Juliana Rojas e Marco Dutra, em que uma enfermeira dos arredores de São Paulo é contratada como ama do filho que ainda está por nascer de Ana, com quem desenvolve uma ligação forte, e também Babyteeth (Austrália), no qual se explora até onde se vai por amor, através da história de uma adolescente doente que se apaixona por um traficante de droga. Mais recente, o filme “Radioactive” representa os avanços científicos e as consequências da obra de Marie Curie, interpretada por Rosamund Pike, numa viagem da década de 1870 à era moderna. As produtoras Darkest Hour e Atonement apresentam neste filme uma visão de como a descoberta da radioactividade mudou o mundo do casal Curie e momentos decisivos do século XX.
Hoje Macau EventosCinema | Cloee Zhao é a primeira mulher asiática a ganhar um Globo de Ouro O filme “Nomadland – Sobreviver na América” deu, pela primeira vez, um Globo de Ouro nos EUA a uma mulher oriunda do continente asiático. Cloee Zhao, nascida na China mas a viver nos EUA há muitos anos, levou o galardão para casa. Cloee Zhao tornou-se também na primeira mulher a conquistar esta distinção desde Barbara Streisand, em 1984 A realizadora Chloe Zhao, nascida na China, tornou-se ontem na primeira mulher de origem asiática a obter um Globo de Ouro, nos EUA, pela realização do filme “Nomadland – Sobreviver na América”, que obteve igualmente o prémio para melhor drama. Zhao é além disso a primeira mulher a conquistar o prémio desde Barbara Streisand, com “Yentl”, em 1984, numa categoria em que apenas estas duas mulheres receberam aquela distinção. Cloee Zhao nasceu em Pequim em 1982 mas foi criada em Inglaterra e Nova Iorque. Actualmente vive na Califórnia, EUA. O seu filme de estreia foi “Songs My Brothers Taught Me”, lançado em 2015, seguindo-se “Rider”, lançado em 2018 e premiado em Cannes. Em ambos, Cloee Zhao reinventou os célebres westerns norte-americanos. Numa entrevista ao The Guardian, a realizadora declarou que tanto a América como a China são a sua “casa”. “Tenho família lá [na China] e foi onde nasci. Espero pelo dia em que possa ter dupla nacionalidade, porque a China não permite isso actualmente. Não posso esperar pelo dia em que possa ser cidadã de ambas as minhas casas”, acrescentou. A 78ª edição dos Globos de Ouro, prémios de cinema e televisão da Associação da Imprensa Estrangeira em Hollywood, distinguiram também Chadwick Boseman a título póstumo, como melhor actor dramático, numa cerimónia em que a Netflix foi a grande vencedora. O actor, que morreu em 2020, aos 43 anos, foi premiado pelo seu papel no filme “Ma Rainey: a mãe do blues”, de George C. Wolfe. “The Crown” arrecada 4 Globos A plataforma de streaming Netflix, que contava com 42 nomeações, venceu a maioria dos prémios para televisão, com a série “The Crown”, que contava com seis nomeações, a obter quatro globos de ouro, incluindo o prémio para melhor série de drama. A série, que reconstitui a vida da família real britânica, recebeu ainda prémios para os actores Josh O’Connor (no papel de príncipe Charles), Emma Corrin (princesa Diana) e Gillian Anderson (Margaret Thatcher). A popular série “Gambito de Dama” venceu na categoria de melhor minissérie, tendo a protagonista, Anya Taylor-Joy, obtido também o prémio de melhor actriz. O filme “Mank”, de David Fincher, que liderava as nomeações na área do cinema, foi o grande perdedor da noite, não tendo conquistado qualquer prémio. “Mank” estava indicado em seis categorias, incluindo as de Melhor Drama, Realização, Argumento (para Jack Fincher, pai do realizador), e Actor em Drama, para Gary Oldman. O filme “Os 7 de Chicago”, de Aaron Sorkin, também exibido pela Netflix, obteve o Globo de Ouro na categoria de melhor argumento. Sasha Baron Cohen, que estava nomeado na categoria de melhor actor dramático pela participação no filme de Sorkin, acabaria por vencer o prémio como actor de comédia ou musical, por “Borat 2”. “Minari” melhor filme estrangeiro O prémio de melhor actriz num filme dramático foi para a cantora Andra Day, por “The United States vs Billie Holiday”, com a britânica Rosamund Pike a vencer na categoria de comédia ou musical por “I Care a Lot”. Jodie Foster obteve o prémio na categoria de melhor atriz secundária, pelo papel no filme “The Mauritanian”. Daniel Kaluuya conquistou o Globo de Ouro para melhor actor secundário pelo filme “Judas and the Black Messiah”. O Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro foi para “Minari”, de Lee Isaac Chung, batendo “Another round”, de Thomas Vinterberg, “Uma vida à sua frente”, de Edoardo Ponti, protagonizado por Sophia Loren, “La llorona”, de Michael Chaves, e “Deux”, de Filippo Meneghetti. A cerimónia realizou-se dias depois de uma investigação do jornal Los Angeles Times ter questionado a relevância e a credibilidade da Associação de Imprensa Estrangeira em Hollywood (HFPA, na sigla inglesa) na indústria cinematográfica nos Estados Unidos. O jornal traçou uma imagem de actuação duvidosa, proteccionista dos seus membros e desligada da realidade, revelando que há membros da associação a receberem remunerações avultadas, cuja proveniência não é transparente, e nem todos são efectivamente jornalistas. Este ano, a associação foi amplamente criticada por ter excluído das nomeações dos Globos de Ouro várias produções que são potenciais candidatos aos Óscares, como “Da 5 Bloods – Irmãos de armas”, de Spike Lee, “Judas and the Black Messiah”, de Shaka King, e “Ma Rainey: A mãe do blues”, de George C. Wolfe.
João Luz EventosCinema | Ng Man-tat, um dos mais populares actores de Hong Kong, morreu no sábado Com uma filmografia extensa, desde os finais dos anos 70, Ng Man-tat será para sempre recordado como parceiro de ecrã de Stephen Chow, incluindo em sucessos de bilheteira como “Shaolin Soccer” e “All for the Winner. Ng Man-tat morreu no sábado, vítima de cancro no fígado, deixando para trás uma carreira com mais de 150 filmes “Ele partiu pacificamente, morreu enquanto dormia”. A curta declaração de Tenky Tin Kai-man, presidente da Federação de Cineastas de Hong Kong, anunciou no sábado a morte do amigo Ng Man-tat, um dos actores mais populares de Hong Kong, depois de uma batalha inglória contra o cancro no fígado. Partiu assim, aos 70 anos, uma das lendas da indústria cinematográfica do território vizinho e um dos mais famosos actores chineses do final do século passado. Com mais de 150 filmes no currículo, Ng Man-tat ficará para sempre associado a Stephen Chow, o rei da comédia de Hong Kong, com quem contracenou em alguns dos filmes de maior sucesso da indústria da região vizinha. A dupla viria a partilhar o ecrã em algumas das mais populares comédias ao estilo Hong Kong, o chamado “Mo lei tau”, um conceito fílmico assente no absurdo e na paródia como veículos para retratar características culturais chinesas. Entre os filmes mais marcantes da carreira de Ng Man-tat destaque para “All for the Winner”, onde interpreta o papel de Blackie Tat, o tio da personagem interpretado por Chow, “Shaolin Soccer” o êxito de bilheteira mundial que transporta para o mundo do futebol as habilidades físicas sobrenaturais do kung fu de monges de Shaolin. Ficam também na memória filmes como “Fight Back to School”, “The God of Cookery” (que leva para uma dimensão louca concursos de culinária) e “Sixty Million Dollar Man” uma insana comédia inspirada na “Máscara” protagonizada por Jim Carrey. Vida e obra Natural de Xiamen, Ng chega a Hong Kong com cinco anos na década de 1950. Durante os anos 70 frequenta cursos de representação organizados por estações televisivas, onde chega a ser colega de turma de Chow Yun-fat, outro dos mais conhecidos actores de Hong Kong. No final dos anos 70 e início dos 80s ganha notoriedade em aparições no pequeno ecrã. O salto para o grande ecrã dá-se em 1981, com o filme de estreia de uma longa carreira “Heroic Cops”, que retrata a luta entre um polícia e um chefe de uma tríade, com o colega e amigo Chow Yun-fat no elenco, assim como Danny Lee. A ascensão na carreira e a fama trouxeram ao actor uma vida de excessos, onde não faltaram doses copiosas de álcool, vício do jogo e muitas mulheres. De acordo com o South China Morning Post, nesta altura Ng Man-tat acumulou dívidas a rondar 300 mil dólares de Hong Kong. Em desespero, chegou a pedir ajuda a Chow Yun-fat, que rejeitou emprestar-lhe dinheiro. “Sentia-me envergonhado de ter de declarar bancarrota. Tinha de encontrar uma saída. Como no início não queria admitir problemas à minha família, acabei por pedir dinheiro a Chow Yun-fat”, admitiu o actor, há uns anos, em entrevista a um órgão de comunicação social do interior da China, citado pelo jornal de Hong Kong. “Ele era um actor de grande sucesso, muito popular e fez muito dinheiro. Pedi-lhe 300 mil dólares de Hong Kong nos anos 80, mas ele recusou. Fiquei chateado. Ele não me emprestou dinheiro, nem me explicou porquê”, acrescentou. Mais tarde entendeu que o amigo não me deu a quantia porque isso não o iria ajudar. Assim sendo, declarou falência e trabalhou com afinco para recuperar terreno perdido. Foi nessa altura que começou a contracenar com Stephen Chow, criando uma das mais prolíferas e amadas duplas do cinema de Hong Kong. A fama de Ng Man-tat foi muito além das fronteiras de Hong Kong. Em 2017, entrou em “The Wandering Earth”, um filme chinês de ficção científica que foi um enorme êxito de bilheteira, com lucros de cerca de 700 milhões de dólares norte-americanos. As notícias da sua morte atraíram mais de 2.1 mil milhões de visualizações no Weibo e nas redes sociais em Macau e Hong Kong foram lançados apelos à visualização dos filmes com Ng Man-tat no Netflix, para que cheguem à lista de popularidade “trending” no site de streaming.
Hoje Macau EventosPokémon comemora 25 anos em alta com ajuda da pandemia O vídeojogo Pokémon, uma das franquias globais mais bem sucedidas, assinalou este sábado 25 anos da estreia no Japão, agora reforçado pela pandemia da covid-19 que tem impulsionado o entretenimento digital. Neste mesmo dia, em 1996, os títulos originais da franquia, “Pokémon Red” e “Pokémon Green”, foram lançados no Japão para o não menos revolucionário Game Boy da Nintendo, no qual o jogador desempenhava o papel de um rapaz que sonha apanhar todos os “Pocket Monsters”, ou na abreviatura, pokémon. Um quarto de século mais tarde, esses títulos e 150 criaturas evoluíram, em formato e género, para a publicação de dezenas de jogos que venderam mais de 368 milhões de cópias, com mais de 800 pokémon para descobrir, catalogar e reproduzir. Mais de 22 mil milhões de cartões colecionáveis distribuídos em 77 países ou uma série animada com mais de mil episódios em 23 épocas, licenciada em 176 países, são outros marcos importantes. Há cinco anos, a chegada aos telemóveis do Pokémon GO, com mais de mil milhões de ‘downloads’, acabou por transformar um fenómeno já global, que soube adaptar-se a novos públicos e também cativar a maioria dos adultos, pelo menos até à chegada da pandemia da covid-19. “Vamos continuar a oferecer novas e inovadoras formas de experimentar o mundo do Pokémon durante os próximos 25 anos”, disse o diretor de marketing Peter Murphy da divisão internacional da The Pokémon Company, a empresa criada especificamente para gerir a franquia multimilionária, à agência de notícias espanhola EFE por ocasião do aniversário. Para 2022, a empresa anunciou o lançamento de um novo jogo Nintendo Switch, “Pokémon Legends: Arceus”, no qual os jogadores terão de construir a primeira base de dados Pokémon (Pokédex) para uma das regiões da série, Sinnoh, apresentado pela primeira vez em 2006. Estes títulos foram completamente refeitos em “Pokémon Shiny Diamond” e “Pokémon Shimmering Pearl” e serão lançados no final deste ano. O anúncio foi feito numa das habituais apresentações de vídeo da empresa, cuja emissão coincidiu com as 00:00 no Japão, na sexta-feira. As comemorações do 25.º aniversário viraram-se para o formato digital e uma série de actuações musicais, no âmbito do projecto P25 Music, que decorrerá durante um ano e começará nas próximas horas com um concerto gratuito do ‘rapper’ norte-americano Post Malone. A iniciativa é patrocinada pela cantora norte-americana Katy Perry, fã da franquia. “Pokémon tem sido uma constante na minha vida, desde jogar os jogos de vídeo originais no meu Game Boy até trocar cartões Pokémon TCG durante o recreio para aventuras de apanhar Pokémon na rua com Pokémon GO”, disse a artista.
Hoje Macau EventosObras completas de Mário Soares publicadas este trimestre pela Imprensa Nacional O primeiro volume das Obras Completas do ex-Presidente da República Mário Soares vai ser publicado até ao final do primeiro trimestre deste ano, pela Imprensa Nacional (IN), disse à agência Lusa fonte da editora. O projecto da publicação das Obras Completas de Mário Soares (1924-2017) foi anunciado pela IN em 2019, sob coordenação de José Manuel dos Santos, antigo assessor do Presidente, e com a colaboração de personalidades próximas do ex-líder socialista, afirmou na ocasião o director editorial da IN, Duarte Azinheira, que explicou tratar-se de um “projecto muito ambicioso e complicado do ponto de vista editorial”, porque, ao contrário do que acontece com outros autores, “os títulos não estão fixados”. “Há um enorme arquivo e foi necessário ter uma equipa a investigar”, disse Azinheira, em Janeiro de 2019, referindo que essa equipa estava “a ajudar a fixar o plano de publicações”, um trabalho que vai continuar a fazer “nos próximos anos”. Segundo essas declarações de Azinheira, a colecção abre com “As Ideias Políticas e Sociais de Teófilo Braga”, trabalho que tem por base a dissertação de licenciatura em Ciências Histórico-Filosóficas que Soares apresentou na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. A edição, fac-similada, constituirá o volume número zero – porque é “uma espécie de aperitivo” -, e vai reproduzir o exemplar oferecido a António Sérgio, com todas as anotações que este fez à margem. A este título, seguir-se-á o primeiro de “Correspondência Cultural”, já fruto do trabalho dos investigadores, que irá mostrar como o antigo Presidente se correspondia com “toda a gente”, nomeadamente o poeta Herberto Helder (1930-2015). Outras edições A IN também conta publicar este ano o teatro completo de Natália Correia (1923-1993), em dois volumes, que serão incluídos na colecção “Biblioteca de Autores Portugueses”. O projecto da edição do Teatro Completo de Natália Correia, que inclui peças como “O Encoberto” ou “A Pécora”, tinha já sido anunciado no ano passado e foi adiado devido a “constrangimentos vários”, justificou à agência Lusa fonte da IN. O plano de edições deste ano da IN inclui ainda uma biografia de João Ludovice (1673-1752), arquitecto de origem alemã naturalizado português, que projectou o Palácio e Convento de Mafra (1717- 1730), ao serviço do rei João V. A biografia é de autoria de José Monterroso Teixeira, da Universidade Autónoma. Outro dos destaques do plano editorial para este ano é a publicação da “Divina Comédia”, de Dante Alighieri, numa tradução de Jorge Vaz de Carvalho, que vai fazer parte da colecção “Itálica”, coordenada por António Mega Ferreira. Este título é publicado no âmbito do 7.º centenário da morte do poeta italiano.
João Luz EventosConcerto | “Dvořák meets Saxophone” amanhã no Centro Cultural de Macau A Associação de Regentes de Banda de Macau leva amanhã ao pequeno auditório do Centro Cultural de Macau um concerto dedicado à música do compositor checo Antonín Dvořák. O jovem músico local Hugo Loi vai liderar a ensemble de saxofones, em composições clássicas com influências de música tradicional O pequeno auditório do Centro Cultural de Macau recebe amanhã, pelas 19h45, o concerto “Dvořák meets Saxophone”, interpretado por um ensemble de metais de sopro, com a organização da Associação de Regentes de Banda de Macau. O jovem saxofonista local Hugo Loi vai liderar a banda no reportório assente nas obras “Slavonic Dance Op.46.No.1, No.2, No.7 e No. 8”, na “Serenade for winds, op.44” e no seundo movimento, Largo “From the New World” da Sinfonia No. 9. Hugo Loi Hon Cheong é formado no prestigiado Conservatório Real de Haia, na Holanda, onde completou o bacharelato e mestrado em performance de saxofone. Em 2006, arrebatou o primeiro prémio nas categorias solo e música de câmara do Concurso para Jovens Músicos de Macau, organizado pelo Instituto Cultural. Passado quase um quarto de século, Loi é hoje professor no Conservatório de Macau, na escola da Associação de Regentes de Banda de Macau e noutras instituições. Celebrar Antonín Dvořák O concerto tem como objectivo, além do prazer do espectador, celebrar o 180º aniversário do compositor checo, que na altura em que escreveu a música que se vai ouvir amanhã era director do Conservatório de Música de Nova Iorque. Nascido na pequena comuna checa de Nelahozeves, Antonín Dvořák foi cedo para Praga estudar órgão e mais tarde violino, acabando por fazer parte da secção de cordas da Orquestra do Teatro Bohemian Provisional em Praga. O músico acabou por abandonar a orquestra depois de se ter casado, mas continuou a compor até atrair o interesse Johannes Brahms, que viria a ser preponderante na sua carreira. O conceito musical de Dvořák, à semelhança dos homens do seu tempo e país, enquadrava-se no movimento romântico do nacionalismo checo. Os bilhetes para o concerto custam 120 patacas.
Andreia Sofia Silva EventosArmazém do Boi | 15º Festival Internacional de Artes Performativas continua amanhã Depois de um primeiro evento no último fim-de-semana, o 15º Festival Internacional de Artes Performativas, organizado pelo Armazém do Boi, continua amanhã e sábado no edifício do Antigo Tribunal. Um total de 20 artistas expõem os seus trabalhos num evento que celebra 15 anos de existência. O corpo humano como meio de comunicação é o tema principal de workshops, palestras e exposições O edifício do antigo tribunal recebe, já a partir de amanhã, dia 26, a continuação da 15ª edição do Festival Internacional de Artes Performativas (MIPAF, na sigla inglesa), organizado pelo Armazém do Boi, depois do arranque do evento no passado fim-de-semana. A edição deste ano marca o 15º aniversário daquele que é um dos eventos mais importantes da associação de cariz cultural. Um total de 20 artistas, oriundos de Macau, Hong Kong, Chongqing ou Shenzhen, entre outras cidades, participam no festival cujo cartaz apresenta workshops, exposições, palestras e performances ao vivo. O programa divide-se em três áreas distintas, “MIPAF Talk”, “MIPAF Live Performance Art” e “MIPAF Fórum”. A curadoria do evento está a cargo de Ng Fong Chao, presidente do Armazém do Boi. O “corpo humano como um meio de comunicação aberto” é o tema do evento, que se centra “nos elementos do teatro experimental como o tempo (processo/curso), espaço (lugar), ocasionalidade (incerteza) e interactividade (fluidez)”. Esta edição pretende, acima de tudo, “observar e examinar o novo meio ambiente partilhado, com o foco na exploração de ideias únicas e da essência da arte corporal”, explica o Armazém do Boi. A organização observa ainda que o MIPAF “promove a arte conceptual que se foca na performance individual através do uso do corpo, criada através da integração de técnicas artísticas e formatos que incluem performance, som, instalação, internet, imagens e multimédia”. “Ao misturar vários meios de comunicação, materiais e elementos de uma forma aberta para a apresentação final, traz maior diversidade aos trabalhos, ao mesmo tempo que se desvanecem os limites da criação artística”, acrescenta ainda a organização. Dois artistas de Macau O festival teve início no último sábado e domingo, dias 20 e 21, com um workshop no espaço Art Garden. Para amanhã está agendada uma performance ao vivo, no edifício do antigo tribunal, entre as 19h e as 21h. Este espectáculo repete-se no domingo, no mesmo local, mas entre as 15h e as 18h. O evento “Forum” tem lugar no sábado entre às 20h e às 22h, também no edifício do antigo tribunal. De Macau participam artistas como Luciano Ho e Judy Lei Iok Kuan. Nascida em Macau, Judy Lei Iok Kuan formou-se no Instituto de Artes Plásticas da Universidade Nacional de Tainan. “O foco central do meu trabalho é explorar o interior das pessoas e a sua relação externa com os outros, centrando-me na opressão da vida diária e também nos meus próprios pensamentos sobre a vida”, declarou a artista. Para Judy Lei, a sua geração “está cheia de violência”, algo que “causa opressão no nosso corpo e na nossa mente”. A artista tem como objectivo, com o seu trabalho, “realizar cenas ficcionais através de performances ao vivo, provocando o público para participar, a fim de ver o que vai acontecer e experimentar os momentos actuais de cada tempo e espaço específico com esse mesmo público”. Luciano Ho, que também revela o seu trabalho este fim-de-semana, formou-se em literatura chinesa e história na Universidade Nacional Cheng Kung. Mais tarde fez um mestrado em Administração Pública na Universidade de São José. Luciano Ho escreve para o jornal All About Macau sobre temas tão diversos como cinema, teatro e literatura. As suas atenções viram-se também para a música, uma vez que toca os instrumentos Naamyam e Banhu, associados à cultura cantonense, além de ter tentado aprender saxofone. Neste momento Luciano Ho está a trabalhar num texto de ficção com o nome “Classes Do Not Dismiss”. A 15º edição do MIPAF conta também com artistas oriundos de algumas cidades da China e também de Hong Kong. Ren Qian, natural de Chongqin, é um deles. Nascido em 1971, Ren Qian formou-se em pintura a óleo em Sichuan, sendo que actualmente trabalha e vive entre as cidades de Chogqin e Nova Iorque. Desde 1999 que o artista chinês se dedica ao trabalho artístico revelado em diversas plataformas, onde se incluem performances ao vivo, instalação, som e vídeo, sem esquecer a fotografia. O trabalho de Ren Qian também será revelado este fim-de-semana no edifício do antigo tribunal. Destaque ainda para o trabalho de yuenjie MARU, nascido em Hong Kong. Yuenjie MARU é um bailarino que trabalha sobretudo com a arte do improviso, embora aposte também em outros meios artísticos como o desenho, a escrita, o teatro e a instalação. A 15ª edição do MIPAF conta também com a participação de Shi Ke, He Libin e Xu Tan, responsáveis pelo trabalho de observação académica.
Hoje Macau EventosMúsica | Concertos de música clássica agendados para esta sexta-feira O Instituto Cultural (IC) promove esta sexta-feira, dia 26, dois concertos de música clássica. Um deles acontece no teatro D. Pedro V às 20h e é protagonizado pela Orquestra Chinesa de Macau. O espectáculo visa agradecer aos fãs o apoio durante o festival das lanternas e terá sopros e percussão, sendo interpretadas “várias peças festivas e alegres”, incluindo Dragão Ascendente e Tigre Pulando, Kung Fu, Garimpando Ouro, entre outras. Será também realizada no local uma actividade de Adivinhas de Lanternas, oferecendo aos fãs uma experiência única nesta ocasião festiva. Esta actividade tem início às 19h. A entrada para os dois eventos é gratuita, mediante inscrição. Também esta sexta-feira, mas no grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM), acontece o espectáculo “Concerto do Dia dos Namorados – Amor na Primavera” com o músico Mengla Huang no violino e Jing Huan como maestro. O programa do concerto inclui obras como “Abertura Die schöne Melusine, Op. 32”, de Felix Mendelssohn, “Concerto para Violino em Ré maior, Op. 35”, de Erich Wolfgang Korngold, e “Sinfonia n.º 1 em Si bemol maior, Op. 38 “Primavera”, de Robert Schumann. Inicialmente estava prevista a presença da violinista Mayumi Kanagawa e do maestro Christoph Poppen, mas devido à impossibilidade dos mesmos se deslocarem a Macau, devido à pandemia, a escolha recaiu sobre Jing Huan, maestro principal da Orquestra Sinfónica de Guangzhou, e Mengla Huang, vencedor do primeiro prémio no Concurso Internacional de Violino Paganini em 2002.
Hoje Macau EventosCinema | Projecto de visitas ‘cinéfilas’ guiadas em bairros antigos continua O Instituto Cultural disse à Lusa que vai prolongar até Abril as excursões sobre filmes rodados em zonas históricas de Macau, cujos guias são directores e actores, justificando a decisão com o êxito da iniciativa. Além disso, a Cinemateca Paixão vai exibir a 2 de Março um documentário sobre a história do cinema de Macau O Instituto Cultural (IC) convidou cineastas e actores locais para guiarem excursões nos bairros antigos de Macau a partir do cenário de filmagens efectuadas em diversos pontos da cidade. O IC vai prolongar a iniciativa “Visitar o Porto Interior, Taipa e Coloane seguindo os filmes” em Março e Abril, com mais 18 sessões, depois da iniciativa ter arrancado no início do ano. Pelo menos 180 pessoas participaram nas excursões, aos fins-de-semana e feriados, numa actividade inicialmente prevista para terminar este mês, de acordo com o instituto. “Através desta actividade, posso conhecer mais sobre a história das zonas de Macau e os filmes que foram realizados” na cidade, salientou um dos guias, Albert Chu Iao Ian, fundador da Associação Audio-Visual Cut, realizador e director. “Como produtores locais, estamos muito satisfeitos”, acrescentou o director, partilhando a importância do envolvimento na iniciativa: “O mais significativo é que partilhei filmes de Macau e isso permite aos participantes ter mais exposição aos filmes locais”. “No processo de exploração das rotas antes do evento, encontrámos muitos lugares que nunca tínhamos visitado antes, e eram únicos, o que nos fez perceber que Macau tem muitas coisas para oferecer (…). Há ainda muitos lugares em Macau que precisam de ser documentados por imagens”, explicou. Interpretar imagens Outro realizador de Macau, Chao Koi Wang, também participou como guia: “O mais importante é que andei muito nesta actividade e aumentei a ligação com o território”, sublinhou. Chao disse esperar que se possa estender, no futuro, as rotas da actividade para outras áreas e os cidadãos possam entrar nas zonas que habitualmente são menos percorridas na vida quotidiana. “Foi óptimo descobrir que pessoas de diferentes origens estavam interessadas em ouvir-nos falar sobre os filmes, e isso motivou-nos a introduzir mais filmes de Macau”, frisou. Os dois percursos das excursões têm lugar nas zonas antigas de Macau, Taipa e Coloane, para “promover e reforçar a participação da comunidade no desenvolvimento artístico e aumentar os elementos culturais do turismo nas antigas zonas de Macau”, segundo o IC. Também para promover o cinema em Macau, o IC anunciou na segunda-feira que produziu um documentário que irá ser exibido ao longo de cinco sessões na Cinemateca Paixão. Com o título “Interpretação das Imagens”, centra-se “na história do cinema e do sector da exibição cinematográfica de Macau”. “O documentário ‘Interpretação das Imagens’ mostra a força criativa por trás do sector cinematográfico e televisivo local e, através de entrevistas a académicos e profissionais do cinema, conta a história das vicissitudes do sector da exibição cinematográfica de Macau e apresenta a evolução dos cinemas locais ao longo do século passado”, de acordo com a mesma nota. O documentário vai ser exibido a partir de 2 de Março.
Hoje Macau EventosDaft Punk, dupla francesa de música electrónica, chega ao fim Os franceses Daft Punk, que ajudaram a definir o som da música electrónica nas últimas décadas, anunciaram o fim da carreira, ao fim de 28 anos de existência. A dupla francesa divulgou um vídeo intitulado “Epilogue” na página oficial, ao qual acrescentaram a data de início e de fim. À publicação Pitchfork inicialmente, e a múltiplos meios desde então, a agente confirmou a separação do duo, sem adiantar mais razões. Os Daft Punk surgiram no começo dos anos 1990 pela mão de dois amigos que se conheceram na escola em Paris: Thomas Bangalter e Guy-Manuel de Homem-Christo, de ascendência portuguesa. Lançaram o primeiro álbum, “Homework”, em 1997, do qual saíram os primeiros êxitos do grupo: “Around the world” e “Da Funk”, que moldaram a mistura de house e pop na música eletrónica. Os Daft Punk sempre foram discretos em relação à identidade de cada um dos músicos. Em público apareceram quase sempre de máscara no rosto, em particular com capacetes e guarda-roupa futurista, que marcaram a identidade visual do grupo. Em quase trinta anos de existência, o mais bem sucedido e influente grupo francês de música eletrónica lançou ainda três outros álbuns: “Discovery” (2001), “Human after all” (2005) e “Random Access Memory” (2013), além da banda sonora do filme “Tron: Legacy” (2010). O estatuto de estrelas internacionais, com vendas de milhões de exemplares, foi amparado por temas como “One More Time” e “Get Lucky”, com a participação do guitarrista Nile Rodgers e Pharrell Williams.
Andreia Sofia Silva EventosCCM | “Âmagos”, da Companhia de Dança Teatral Xie Xin, sobe aos palcos amanhã O Centro Cultural de Macau recebe esta quarta e quinta-feira o espectáculo “Âmagos”, da Companhia de Dança Teatral Xie Xin, de Xangai. A coreografia está a cargo de Xie Xin e é interpretada por oito bailarinos que sobem ao palco “numa mostra frenética de contrastes”, onde a solidão e o Tai Chi se misturam É já amanhã e depois de amanhã, dia 24 e 25, que é apresentado no palco do pequeno auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) o espectáculo “Âmagos” [From In], da autoria da Companhia de Dança Teatral Xie Xin, de Xangai. Esta peça, coreografada por Xie Xin e interpretada por oito bailarinos, é descrita por um comunicado do CCM como uma “mostra frenética de contrastes”, que compõem um “enigmático e gracioso espectáculo” onde os bailarinos são “figuras magníficas que aparecem e desaparecem, como imagens que se desvanecem num filme”. A coreógrafa explorou, em “Âmagos”, uma “multiplicidade de momentos em que os corpos são levados ao extremo, fluindo na sua elasticidade, produzindo uma estética de suprema elegância”. Apesar da presença em palco de oito bailarinos, o espectáculo assume-se como “ode à solidão e uma expressão emocional da nossa constante busca pelo outro”, ou então uma “descoberta suave que nos toca com a leveza de plumas e a força absoluta da beleza”, descreve o CCM, em comunicado. Mas esta peça faz também lembrar “Cursivo”, tida como a obra prima de Lin Hwai Min, bailarino e coreógrafo de Taiwan, pela forma como explora um ponto de convergência entre as pinceladas dos caracteres chineses e as linhas do corpo humano. Para isso é usado o caracter 人, que se desenha com um traço à esquerda e outro à direita, e que exprime “um sentido poético de solidão”. Em “Âmagos” o público poderá assistir a “movimentos extremamente tensos e explosivos”, que transmitem “uma teia de conotações profundas com a estética oriental”. A peça revela também “movimentos pacíficos e suaves de Tai Chi, a rotina coreografada cria uma aura calmante, mergulhando o público num mundo mágico”. Dança desde sempre Xie Xin fundou a sua própria companhia em 2014 e, desde então, que tem revelado o seu “estilo incomparável de bailarina e coreógrafa, enriquecido com colaborações com Sidi Larbi Cherkaoui e muitos outros criadores internacionais”. A coreógrafa de origem chinesa é descrita como uma artista “radical, cheia de talento e com espírito livre”. Com 13 anos Xie Xin entrou no conservatório de dança, onde começou por estudar dança chinesa. Posteriormente, a coreógrafa acabaria por abraçar a expressão contemporânea na Escola de Dança de Guangdong, onde teve como professora Cao Chengyuan, uma das pioneiras da cena vanguardista chinesa. Depois da universidade, Xie Xin viria a trabalhar em companhias de dança teatro como a Jin Xing, a Tao e a Dança de Pequim LDTX. Em 2013, ganhou a medalha de prata e o prémio para melhor desempenho do segundo Concurso Internacional de Ballet e Coreografia de Pequim. Com os fundos desse prémio prosseguiu os estudos em Nova Iorque, Paris e Berlim ao longo de quatro meses, período durante o qual se focou cada vez mais na coreografia. Depois de “beber” das experiências de pioneiros da dança contemporânea com percursos diversos, Xie Xin alargou os seus horizontes, estimulando o desejo de aprender coisas novas, até fundar a companhia com o seu nome. Desde 2014, o grupo de teatro-dança levou aos palcos peças como “Plus”, cuja primeira incursão no exterior obteve o ouro no Concurso Internacional de Dança de Roma, Itália, e prata em Hannover, na Alemanha. No leque de espectáculos incluem-se ainda “Desconhecido” e novas coreografias para o Ballet Boyz, um badalado e inovador grupo sediado em Londres. Mas nem só de dança é feita a vida de Xie Xin, que noutra vertente estética criou a marca Vanguard Boy, uma linha de roupa confortável e individual e que aposta nos tecidos refinados e um design minimalista. Como disse a coreógrafa, “quem ficar perplexo ao ler estas palavras deve esquecê-las e simplesmente reagir de forma sincera ao que sentir quando assistir ao espectáculo. Se se esquecerem de tudo o resto e se deixarem levar pelo bailado, ou se sentirem uma ligação emocional e física, poderão fazer a vossa própria leitura do nosso trabalho”. Os espectáculos marcados para amanhã e quinta-feira têm início às 19h45, com a última data a ser culminada com uma tertúlia depois da performance. Os bilhetes estão à venda e custam 180 patacas.
Andreia Sofia Silva EventosLiteratura | Personalidades copiam poemas de Clepsydra em edição comemorativa “Clepsydra – Poemas de Camilo Pessanha” é a nova obra editada em Portugal pela Associação Wenceslau de Moraes em parceria com a Sociedade de Geografia de Lisboa. Várias personalidades, desde escritores a amantes da poesia de Pessanha, escolheram um poema e copiaram-no, no que resultou num “livro bonito”. A edição ficou a cargo de Pedro Barreiros e Margarida Jardim A Associação Wenceslau de Moraes acaba de lançar uma nova obra comemorativa dos 100 anos da primeira edição de Clepsydra, do poeta Camilo Pessanha. “Clepsydra – Poemas de Camilo Pessanha” foi lançado oficialmente esta sexta-feira em Lisboa, num evento online, e não é mais do que uma reunião de poemas copiados por aqueles que admiram Pessanha ou que sobre ele escrevem ou investigam. Margarida Jardim, uma das editoras desta obra, descreveu-a como “um livro que tem outros livros dentro dele, e que é bonito por isso”. “É simples, mas quando se abre reparamos que tem muitos livros lá dentro”, frisou. Editar os 500 exemplares disponíveis foi uma “viagem” e uma “aventura” que foi sendo adiada devido à pandemia. A obra deveria estar pronta o ano passado mas tal não foi possível. “Este livro revelou-se uma aventura por variadíssimas razões, porque a ideia do Pedro [Barreiros] convocou à edição inúmeras pessoas que foram copistas. Cada um acolheu um poema e copiou-o humildemente. Uns vieram pela internet, chegaram cópias pelo correio, algumas perderam-se.” O lançamento do livro aconteceu na sexta-feira, dia 19, por forma a assinalar a data em que Camilo Pessanha foi para Macau, com 26 anos, onde trabalhou como jurista e advogado. “Macau foi muito importante para o desenvolvimento dos interesses de Camilo Pessanha, que recebeu muito de Macau, inclusivamente a sua grande informação sobre a cultura chinesa, a poesia e a língua. [Pessanha] chegou a traduzir muitos poemas chineses dos quais a maior parte se perderam”, descreveu Pedro Barreiros, também editor da obra. Mas não foi apenas Pessanha que ganhou com o território, tendo-se estabelecido uma relação mútua. “Macau ganhou imenso com a presença de Camilo Pessanha, porque a sociedade era virada para o comércio e o dinheiro. A única coisa que se pensava em Macau nessa altura era sobre essas duas coisas e a intelectualidade estava muito rebaixada, incluindo o conhecimento sobre a cultura chinesa”, adiantou Pedro Barreiros. “Um livro com muitos elementos” O editor do livro, que considera Camilo Pessanha como um dos quatro grandes poetas portugueses, explicou que a ideia de convidar várias personalidades a copiar poemas de Pessanha foi também uma forma de recordar um método usado pelo poeta. “Esta ideia que tivemos de fazer a Clepsydra com autógrafos de escritores, poetas ou outras pessoas interessadas em Pessanha, com os poemas copiados à mão, era uma técnica de Camilo Pessanha. Ele nunca pensou em escrever um livro com princípio, meio e fim, o que fazia era declamar os seus poemas. Sabia tudo de cor, como sabia de cor vários poemas de vários autores. As pessoas depois escreviam os poemas.” Em Macau, além da sua veia poética, Pessanha destacou-se também pelo seu talento na área do Direito. “A primeira função [que teve em Macau] foi ligada à parte jurídica, como funcionário do Ministério Público e como advogado, onde foi muito célebre. Dizia-se que ‘acção defendida pelo doutor Pessanha era acção ganha” ‘, lembrou Pedro Barreiros. Rui Zink, escritor, foi um dos participantes da sessão de lançamento. “Todo este ruído e sujidade da caligrafia, e ainda por cima são dezenas de caligrafias diferentes, enriquece o livro. É mesmo uma entrega, uma coisa que se fazia muito no século XIX, a prática da homenagem, transcrevendo, e é que muito bonita”, disse. O autor português descreveu também esta obra como sendo “um objecto de valor, de prestígio”. “É um livro com muitos elementos mas é depois difícil vendê-lo. Este é um objecto que fica, que tem um valor autónomo. As pessoas interessadas vão aparecer, por isso é bom que haja poucos pontos de venda. Sei que vou querer enviar isto para vários interlocutores. É um objecto de valor, de prestígio.” Dada a diferença horária, ficou a promessa de realizar uma outra sessão de lançamento online para Macau, ainda sem data marcada. Manuela Cantinho, ligada à Sociedade de Geografia de Lisboa, entidade que também se associou a esta edição, garantiu que será feito um lançamento presencial quando terminarem as medidas de confinamento em Portugal.
Hoje Macau EventosProjecto de Álvaro Siza e Carlos Castanheira na China vence Prémio Edifício do Ano Archdaily O Museu de Arte e Educação de Ningbo, na costa leste da China, do arquitecto Álvaro Siza com Carlos Castanheira, venceu o prémio Edifício do Ano 2021, na categoria Arquitectura Cultural. O edifício de Álvaro Siza e Carlos Castanheira era finalista, na categoria de Arquitectura Cultural, com o Museu Audemars Piguet, em Le Brassus, na Suíça, o centro chinês de Arte de Qujiang, em Xi’an – Shanxi, o edifício Experimenta, em Heilbronn, na Alemanha, e com o MEETT – Centro de Congressos e Exposições de Toulouse. A categoria Arquitetura Cultural é uma das 15 que compõem os prémios da plataforma internacional de arquitectura, e o projecto de Álvaro Siza e Carlos Castanheira foi o único de arquitectos portugueses entre os finalistas, nesta edição. Os vencedores foram escolhidos por votação dos membros registados na plataforma. O museu projectado pelos arquitetos portugueses, situado junto ao Lago Dongqian, tem cerca de seis mil metros quadrados e foi inaugurado no passado mês de Novembro. Em vez de escadas, o edifício, com uma altura de 25 metros, tem uma rampa sem barreiras a ligar os cinco andares e é iluminado apenas por janelas situadas no rés-do-chão e no topo do museu. O Museu de Arte e Educação de Ningbo é um projecto do grupo privado chinês Huamao Group. O presidente deste grupo, Xu Wanmao, convidou Álvaro Siza para a liderança da obra, depois de visitar o Museu de Serralves, que Prémio Pritzker desenhou, no Porto. A primeira obra de Siza Vieia na China – um edifício de escritórios, desenhado também em parceria com o arquiteto Carlos Castanheira – foi inaugurado em agosto de 2014, no leste do país. Na Ásia, a dupla portuguesa também assinou projetos em Taiwan e na Coreia do Sul. Os prémios Edifício do Ano da Archdaily são atribuídos em categorias de comércio, cultura, desporto, educação, hotelaria, saúde e indústria, em arquitetura de interiores, arquitectura paisagística e de espaços públicos, em edifícios de escritórios, de habitação, em moradias, edifícios religiosos e em projectos de pequena escala/pequenas instalações. É ainda distinguida a melhor aplicação de materiais. Os 75 finalistas – cinco em cada categoria -, para esta 12.ª edição, foram escolhidos por votação dos membros da ArchDaily, entre 26 de Janeiro e 10 de Fevereiro, a partir dos 4.500 projectos submetidos e publicados na plataforma, ao longo de 2020. Os vencedores podem ser vistos em https://boty.archdaily.com/us/2021. A ArchDaily – Plataforma, com base em Nova Iorque, foi criada em 2008, reúne profissionais das áreas da arquitetura, design, construção e meios de comunicação especializados, dos diferentes continentes.
Hoje Macau EventosExposição | José Basto da Silva estreia-se na pintura com “Catharsis” José Basto da Silva, macaense e presidente da Associação dos Antigos Alunos da Escola Comercial Pedro Nolasco, estreia-se na pintura com a exposição “Catharsis”, que terá lugar na Fundação Rui Cunha (FRC) a partir de segunda-feira, dia 22, e até ao dia 6 de Março. Esta é a primeira exposição individual de José Basto da Silva, que começou a pintar em aguarela o ano passado, após o Governo decretar o confinamento no combate à covid-19. O público poderá ver 40 obras que pretendem “passar uma mensagem de esperança e motivação em tempos de incerteza e instabilidade, mas que abrem portas a novos voos que nos levam a olhar o mundo de uma forma diferente e a redescobrirmo-nos a nós mesmos”, disse o autor, citado por um comunicado. Esta exposição marca também os 50 anos de José Basto da Silva que, apesar de formado em engenharia, sempre teve o gosto pela pintura. No entanto, nunca desenvolveu esta aptidão nem prosseguiu estudos profissionais na área artística. Só em Fevereiro do ano passado é que o macaense decidiu apostar nesta vertente, frequentando cursos online e acompanhando o trabalho de mestres da aguarela como Alvaro Castagnet, Joseph Zbukvic e Shibazaki, entre outros. Desta forma, Basto da Silva “começou a descobrir e a aperfeiçoar as técnicas que lhe permitiram melhorar a qualidade das suas pinturas”. A cerimónia de inauguração da exposição começa às 18h30.
Hoje Macau EventosD.Pedro V | “Lendas do Tango – Homenagem a Piazzolla” chega dia 6 Para celebrar os 100 anos do nascimento do compositor argentino Ástor Piazzolla, o Teatro D. Pedro V apresenta, a 6 de Março, pelas 20h, o espectáculo “Lendas do Tango – Homenagem a Piazzolla”, protagonizado pela Orquestra de Macau (OM). O programa do concerto será composto pelas obras “Libertango”, “Os Esquecidos” e excertos de “As Quatro Estações de Buenos Aires” de Piazzolla, bem como outras composições como “Tango Clandestino” de Goran Bregovic e “Por uma Cabeça” de Carlos Gardel. Os bilhetes têm um custo entre 100 e 120 patacas e estão à venda a partir de hoje, dia 19. Ao longo do mês de Março a OM vai também apresentar vários espectáculos, sempre ao sábado. O primeiro é o concerto “Música no Património Mundial – Uma Jornada Musical”, que acontece dia 13 de Março na Casa Garden, às 14h30 e 17h. O espectáculo “O Futuro da Música Clássica” está marcado para o dia 20 e terá lugar na Aula Magna da Universidade de Macau às 20h. Estes dois espectáculos são gratuitos. O concerto “Quando a Música Fala – Descubra Mozart” acontece dia 27 de Março às 20h no Grande Auditório do Centro Cultural de Macau. Este espectáculo é também gratuito.
Andreia Sofia Silva EventosFotografia | João Miguel Barros lança novo livro e planeia abrir uma galeria em Lisboa É o primeiro fotógrafo português com trabalho na Photo London Academy Publication sobre o seu trabalho. “João Miguel Barros – A Photo London Academy Publication” é o nome do livro baseado nesta monografia e o lançamento acontece na Livraria Portuguesa na próxima terça-feira, dia 23. João Miguel Barros refere que este “é um momento cuja importância vai além dos prémios” que já ganhou. Na calha está a abertura da galeria de fotografia contemporânea Ochre Space Há quatro anos João Miguel Barros, advogado, realizava a sua primeira exposição individual de fotografia no espaço Creative Macau. Mal sabia que estava lançado o primeiro passo para uma carreira alternativa à advocacia. As suas fotografias já foram premiadas em vários concursos internacionais, mas um novo reconhecimento chegou recentemente, com a publicação de uma monografia pela Photo London Academy sobre o seu trabalho. É o primeiro fotógrafo português a ver o seu trabalho distinguido por esta entidade, o que levou João Miguel Barros a transformar esta monografia em livro. “João Miguel Barros – A Photo London Academy Publication” será lançado na próxima terça-feira, dia 23, na Livraria Portuguesa. No mesmo evento, intitulado “Prestação de contas”, será também inaugurada uma exposição com imagens do autor. “Este é um momento cuja importância vai além dos prémios que ganhei nos últimos anos”, confessou ao HM. “O convite que me foi feito no ano passado para o meu trabalho ser incluído nas monografias da Photo London deixou-me surpreso, porque não conhecia a curadora deste projecto editorial, nem ninguém que especialmente me recomendasse. Soube depois que o meu trabalho foi reconhecido pela exposição que fiz no Museu Berardo, em Lisboa.” O fotógrafo destaca o facto de a Photo London estar “num patamar muito elevado”, além de ter “uma enorme credibilidade no mercado da arte e fotografia em especial”. “É um sinal de reconhecimento que tenho de valorizar. Não posso esconder que é algo que me deixa orgulhoso e me responsabiliza ainda mais”, adiantou. Lúcia Lemos, directora da Creative Macau, estará presente no lançamento do livro para assinalar a primeira exposição de João Miguel Barros. “Na altura disse, numa entrevista, que tinha dez anos para fazer coisas que pudessem ser significativas na fotografia. Dez anos não é muito tempo mas para mim, que comecei muito tarde, todo o tempo conta. Têm sido quatro anos de grande actividade, não só na criação mas também na curadoria. Levei a Portugal já quatro artistas chineses e um austríaco.” Neste período, o fotógrafo assume ter vindo a construir “uma reputação, um caminho”. “Fico contente por perceber que muito do meu trabalho é já reconhecido, pelas temáticas e pelas características que tenho dado às fotografias, assentes num preto e branco bastante contrastado”, referiu. Os novos projectos João Miguel Barros tem novas ideias na manga. Uma delas é a exposição sobre o trabalho de Daido Moriyama, outra é a abertura de uma galeria de fotografia em Lisboa, adiada devido à pandemia. “Comprei um espaço em Lisboa, junto ao Palácio da Ajuda, a que chamei Ochre Space, e onde pretendo instalar um pequeno centro de fotografia contemporânea. Esse espaço terá várias vertentes que se complementam: uma galeria de arte, uma livraria e uma editora especializadas em fotografia.” A par disto será lançada a “Ochre Editions”, que terá o papel principal de publicar as imagens de Barros e de outros fotógrafos, tal como já acontece com a publicação Zine Photo. “Um dos projectos é o de estabelecer uma ligação privilegiada entre a criação e produção artística portuguesa e a asiática, em especial da China e do Japão, que são áreas geográficas que vou começando a conhecer. O projecto Ochre Space será a minha âncora institucional para tudo o que quero fazer”, concluiu. A galeria Ochre Space será “um desafio enorme”, por se tratar não apenas de uma base para a produção artística e cultural mas também “uma aposta para criar uma marca que seja significativa no reconhecimento da fotografia como expressão artística e que possa servir de plataforma de afirmação de jovens artistas e de divulgação em Portugal de outros já consagrados”. Mesmo com todas estas iniciativas, João Miguel Barros não esquece o trabalho fotográfico que começou no Gana. “Quero concluir a minha série Ghana Stories, que ocupou já 4 dos 5 números publicados da Zine Photo. E terminar o projecto do boxe com o Emmanuel Danso.”
Hoje Macau EventosExposição | Four Seasons recebe trabalhos de Tai Xiangzhou O hotel Four Seasons acolhe, até ao dia 14 de Março, a exposição “Abode of Immortals – Tai Xiangzhou Ink Paintings”. A mostra conta com um total de 38 obras de Tai Xiangzhou, que representam “as minhas ideias criativas em torno da arte tradicional e cosmológica”, disse o artista, citado por um comunicado. “Espero que os visitantes possam fazer as suas próprias interpretações através dos meus traços e nuvens circulares”, acrescentou. Tai Xiangzhou estudou literatura chinesa e caligrafia com os mestres Hu Gonshi e Wang Wenjun desde tenra idade. O artista concluiu ainda um doutoramento na Universidade Tsinghua sobre cosmologia e arte paisagística tradicional. No seu trabalho, Tai Xiangzhou utiliza materiais como pincéis, papel e seda para criações artísticas que combinam ciência, filosofia e arte, sempre numa exploração entre “o universo e a espiritualidade para definir a cosmologia contemporânea”. As obras de Tai Xiangzhou focam-se muito no período da dinastia Song, em torno das representações das paisagens e da caligrafia, captando elementos da natureza como as rochas, árvores, nuvens e água. O artista chinês já protagonizou 30 exposições em todo o mundo, tendo as suas obras sido adquiridas por 22 museus e galerias de arte, tal como o Brooklyn Museum, Art Institute of Chicago e Yale University Art Gallery. A exposição tem entrada gratuita e pode ser visitada entre as 11h e 19h no espaço Grand Atelier do hotel Four Seasons, situado no sexto andar.
Andreia Sofia Silva EventosMúsica | António Vale da Conceição lança novo trabalho em Março “António Vale da Conceição – 4 Hand Pianos” é o nome do novo trabalho do músico macaense, que será lançado em Março em diversas plataformas digitais. António Vale da Conceição tem composto música para cinema e televisão e este lançamento é uma compilação das sonoridades que acabaram por não ser utilizadas em diversos projectos Foto de Dóris Marcos Depois de fazer música com os Turtle Giant, o macaense António Vale da Conceição está de regresso aos discos mas, desta vez, em nome próprio e com uma roupagem musical totalmente diferente. “António Vale da Conceição – 4 Hand Pianos” é o novo projecto que será lançado em várias plataformas digitais de música no próximo mês de Março. Este trabalho é o resultado de várias composições feitas para cinema e televisão e que acabaram por não ser incluídas nos projectos. Ainda assim, o músico não quis perder o trabalho feito nos últimos anos. “Fui trabalhando em alguns filmes e pondo de lado vários apontamentos que não funcionavam. São canções de que gosto, mas que não tinham utilidade”, contou ao HM. António Vale da Conceição trabalhou sozinho neste projecto. “Todas as músicas são feitas para piano, mas eu não sou pianista. Este trabalho pretende espelhar mais a composição, a banda sonora, do que a técnica propriamente dita do piano.” Sem instrumentos tocados ao vivo, “4 Hand Pianos” acaba por ter “uma componente expressiva bastante rica”. “Gostava que o álbum espelhasse um pouco as intenções da composição. Este é um álbum de tensão, porque os filmes assim o pedem, independentemente de serem cenas com mais ou menos drama, comédia ou acção. É a tensão que faz com que as coisas sigam para a frente e que exista um desenvolvimento”, acrescenta o músico. Voz e linguagem Para António Vale da Conceição, o “processo de compor é uma procura”, onde há sempre uma voz e “uma forma de abordar em uma linguagem”. Isso foi fundamental para escolher quais as composições que entravam nos projectos de cinema e televisão e as que ficavam de fora. “É algo omnipresente, mas há subtilezas nessa linguagem. Quando se procura fazer coisas para filmes ou personagens, quando se procura o tom da história, uma pessoa tem de se atrever e a escrever algo que possivelmente possa encaixar. É isso que determina o critério daquilo que é ou não importante.” Num processo cinematográfico, a música tem sempre o propósito de servir o filme, assegura o músico. “Os filmes nascem da contribuição de várias partes que são estritamente necessárias. Não é atirar com música épica que vai fazer com que o filme melhore, é nas subtilezas que encontramos algo especial, mas outras vezes não. Mas o critério é sempre servir o filme, fazer com que este fale mais alto, que a música não seja propriamente o centro da atenção, mas sim um veículo para que o filme seja melhor compreensível.” Apesar de este ser o primeiro trabalho lançado em nome próprio, desde os Turtle Giant, a verdade é que para António Vale da Conceição não é uma novidade trabalhar sozinho. “Já tinha feito ‘O Monstro’ há uns anos atrás, mas são coisas diferentes. Já faço há algum tempo música para filmes e séries de televisão. Este processo de trabalhar sozinho não é novo, mas não tenho lançado em formato disco.” De momento, os Turtle Giant não têm planos na agenda, uma vez que os três elementos estão a viver em três continentes diferentes. “Não estamos a gravar nada. Temos de admitir que a banda está um pouco parada, mas todos nós estamos activos a fazer música. O Fred [Ritchie] está em Los Angeles a produzir. Vamos estando atentos a cada um de nós. Todos participamos naquilo que cada um está a fazer.” Documentário premiado “4 Hand Pianos” inclui uma composição feita para o documentário “Beyond the Spreadsheet – The Story of TM1”, dirigido por António Vale da Conceição em parceria com Francisco Santos, e que ganhou recentemente o prémio de melhor documentário no festival internacional de cinema de Anatolia, na Turquia. Este documentário conta a história de Manny Perez, cubano inventor da tecnologia de cálculo TM1, adquirida pela IBM e que “revolucionou o mundo de uma forma muito silenciosa, mas que foi extremamente importante para a sociedade”, considera António Vale da Conceição. “Uma das coisas interessantes do filme é tornar mais evidente o impacto que isto tem nas nossas vidas. Espero que as pessoas estejam atentas e ganhem gosto por este mundo complexo, que é o mundo da informação e dos números, mundo financeiro e político. Esta é uma demonstração de como está tudo tão ligado e interdependente”, rematou.