Hoje Macau EventosFRC | Dia Mundial da Poesia celebrado amanhã com tertúlia Decorre esta sexta-feira uma sessão na Fundação Rui Cunha que visa celebrar a poesia, a exemplo do que acontece em todo o mundo. A iniciativa “Dê Vida a um Poema”, coordenada pelo médico e autor Shee Va, é uma tertúlia em que todos são convidados a trazer poemas à sua escolha e a lê-los em conjunto, sempre na descoberta das palavras A Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta amanhã, a partir das 18h30, uma sessão especial para celebrar a poesia. A tertúlia intitula-se “Dê Vida a um Poema” e pretende comemorar o Dia Mundial da Poesia, data instituída pela UNESCO na 30ª Conferência Geral em Paris, em 1999, para homenagear a expressão poética e a sua importância cultural nas sociedades em todo o mundo. O evento é organizado pela Associação dos Amigos do Livro em Macau e pela Associação de Poesia dos Amigos do Jardim da Flora, sendo “uma oportunidade para incentivar a leitura, apoiar os poetas e preservar a diversidade linguística e cultural, através da palavra escrita e falada”, descreve a FRC. Sob a forma de tertúlia, o público é convidado a passar pela galeria da FRC com um poema da sua preferência, em português ou chinês, para partilhar com os outros participantes, num serão com o propósito de enriquecer a experiência comum. A poesia, com a sua capacidade de emocionar, provocar reflexões e transmitir sentimentos, atravessa séculos e civilizações, sendo um dos pilares da arte literária. Forma de expressão Segundo a FRC, “mais do que um simples conjunto de versos, a poesia é uma manifestação da alma humana, que pode ser lírica, épica, social, filosófica ou experimental, adaptando-se às diferentes épocas e estilos”. “Desde os sonetos de Camões e os poemas clássicos de Liu Yong, até aos versos livres da poesia contemporânea, este género literário tem sido um meio poderoso de comunicação e resistência”, acrescenta-se. A sessão será conduzida pelo médico e escritor Shee Va, em representação da Associação dos Amigos do Livro em Macau, que convidará os participantes a revelar poemas com significado especial nas suas vidas. A conversa será realizada em português e chinês, conforme as leituras sugeridas. Shee Va, médico gastrenterologista e autor de diversos livros sobre a cultura chinesa, tem-se dedicado a várias iniciativas culturais, tendo integrado, em 2023, o IV Encontro Virtual de Escritores Lusófonos, na Venezuela. Em 2018, lançou uma obra sobre a ópera em Macau, com o nome “Ópera no FIMM 18- Tomo III“.
Hoje Macau EventosFRC apresenta “Temas de Direito” até final do mês A Fundação Rui Cunha (FRC) promove hoje, amanhã e depois na próxima semana, nos dias 26 e 27 de Março, às 18h30, um conjunto de palestras de Temas de Direito, sobre as “Vicissitudes do processo (I)”, que tem por finalidade identificar possíveis incidentes nos processos judiciais e debruçar-se sobre os respectivos regimes. As sessões vão decorrer em paralelo, nas línguas portuguesa e chinesa, coordenadas por Teresa Leong. As sessões são organizadas pelo CRED-DM – Centro de Reflexão, Estudo e Difusão do Direito de Macau da FRC. Este ciclo de conferências pretende abordar, de forma prática e explicativa, temas relevantes do dia-a-dia de todos os operadores judiciários de Macau, um projecto iniciado em anos anteriores e que teve grande adesão da classe. Segundo Teresa Leong, “o processo judicial inicia-se com o litígio e termina com a decisão para pôr termo a esse litígio”. “Se o processo seguir o seu curso normal, sem grandes sobressaltos, a justiça é naturalmente servida sem transtorno. Contudo, incidentes da mais variada ordem tornam esse desiderato, por vezes, difícil de atingir. Esses incidentes, além de causarem certo transtorno ao processo em curso, podem até pôr em causa os actos laboriosamente praticados, inclusivamente, a própria decisão final”, explica. Com “Vicissitudes do processo (I)” inicia-se essa abordagem com a análise das circunstâncias em que pode, ou tem que, haver modificação dos sujeitos de um processo judicial e as suas implicações para o processo em curso. Na primeira sessão, ou seja, hoje, irá falar-se da “Modificação subjectiva: Substituição subjectiva vs. cumulação subjectiva” e “Intervenção de terceiros: Intervenção principal”. Na segunda sessão, uma semana depois, será a vez da apresentação do módulo “Intervenção de terceiros: Intervenção acessória e oposição”. As palestras em português realizam-se hoje e no dia 26 de Março, e as congéneres em chinês realizam-se amanhã, 20, e 27 de Março, na galeria da FRC.
Hoje Macau EventosFRC | Arte Gongbi, de Zou Li, para ser vista até 5 de Abril “Burning Like a Lotus” é o nome da nova exposição patente na Fundação Rui Cunha até ao dia 5 de Abril. Esta é uma oportunidade para conhecer melhor o género de Arte Gongbi, com trabalhos da autoria de Zou Li. A Arte Gongbi é conhecida pela pintura de extremo detalhe com pincéis finos Desde esta terça-feira que há uma nova mostra para visitar na galeria da Fundação Rui Cunha (FRC). Trata-se de “Burning Like a Lotus”, da autoria da artista Zou Li, e que constitui um exemplo do género de Arte Gongbi, caracterizado pelo uso da tradicional técnica de detalhe a pincel fino e delicado, sobre papel de arroz japonês, tecido de seda ou leques de seda orientais. Zou Li é considerada “uma pintora de renome com mais de cinquenta anos de carreira e experiência, cujo foco artístico se centra maioritariamente em torno de temas relacionados com a história da mulher chinesa”. As três dezenas de obras agora expostas na FRC foram realizadas entre 1997 e 2022. No trabalho da artista existe uma “consciência da feminilidade através da sua extraordinária expressão artística”, estando presentes nas criações “harmoniosas e comoventes da beleza do corpo e da alma das mulheres”, defendeu, segundo uma nota da FRC, Ung Si Meng, presidente honorário da Associação de Amizade e Coordenação dos ex-Deputados da Assembleia Popular Nacional e ex-Membros da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês de Macau. Descreve-se ainda que “durante muito tempo, e para cumprir as suas responsabilidades sociais e a sua vocação como pintora profissional, Zou Li participou activamente em várias criações históricas importantes”. Trata-se do rolo de pergaminho intitulado “Imperatriz Wu Zetian” ou a colecção “Cem Imagens de Concubinas Chinesas”. Ung Si Meng descreveu ainda Zou Li como sendo “amplamente reconhecida e apreciada por especialistas, académicos, colegas e pela sociedade artística chinesa”. Grande dimensão Ainda segundo a mesma nota, refere-se que as obras de Zou Li “reflectem a dimensão do seu conhecimento académico e artístico, que já atraíram a ampla atenção dos círculos artísticos nacionais e internacionais”. Além disso, “as suas obras têm sido muito apreciadas por galerias de arte, museus, instituições de arte, públicas e privadas, e coleccionadores”. Zou Li criou, ao longo da sua carreira, mais de mil obras, bem como mais de cinquenta exposições individuais, no seu país e no estrangeiro, tendo publicado também mais de dez catálogos de arte individuais. Recentemente, em Abril de 2024, o Museu Nacional de Mulheres e Crianças da China adquiriu uma colecção de 593 peças suas. Zou Li é membro da Associação de Artistas da China, investigadora do Salão de Investigação Wenshi do Governo Popular da Província de Guangdong, directora do Instituto de Pintura Chinesa da Província de Guangdong e presidente honorária da Associação de Artistas de Foshan. No passado, desempenhou as funções de vice-directora da Filial Sul do Instituto Central de Cultura e História da China, onde fez também trabalho de investigação.
Hoje Macau EventosEscritor Mário Lúcio fala do poder das mulheres em África As mulheres podem salvar o continente africano quando chegarem ao poder, porque a sua sensibilidade as impede de matar os filhos dos outros, ao contrário dos ditadores africanos. Este é o tema do próximo livro do escritor Mário Lúcio. Em entrevista à agência Lusa, o autor de “O diabo foi meu padeiro”, disse que a obra deverá ser publicada no próximo ano, estando na fase de revisão e a caminho das 60 leituras que faz antes de dar um livro por concluído. Desta vez, o tema são os presidentes africanos, que classifica de “figuras literárias extraordinárias”, dando o exemplo de Kumba Yalá, antigo Presidente da Guiné-Bissau, que morreu em 2014. O leitor nunca irá encontrar o nome dos presidentes no livro, sendo apenas referidos como “o Presidente” e tendo todos em comum serem uma “fonte do atraso no desenvolvimento de África”. “Nós já tivemos intervenções externas que cercearam o desenvolvimento da África, como a escravatura, como a colonização. Depois de nos libertarmos desses processos, vieram os ditadores e eles são claramente a fonte do desrespeito pelos direitos humanos, a fonte dos atrasos, da pilhagem, do crime. E está ali tudo documentado”, disse. Início em Kumba A narrativa começa precisamente com Kumba Yalá, ainda que sem o nome e porque no livro são figuras de ficção, passando depois por vários presidentes africanos, como aquele que reúne a família numa ceia de Natal, durante a qual distribui lugares estratégicos. “Milha filha, a partir de amanhã a parte dos transportes fica contigo; a partir da amanhã os aviões ficam contigo, minha primeira mulher; a partir da amanhã o banco central é contigo, meu filho bastardo; e o primogénito fica com o fundo soberano”, exemplifica. O escritor cabo-verdiano escreve ainda sobre um outro presidente que achava que os belgas estavam em conluio com uma etnia para o derrubar e, para resolver o problema, compra 144 milhões de dólares em machins, catanas, punhais e enxadas que entrega a uma etnia para acabar com a outra”, resultando, em três meses, no maior genocídio da história da humanidade, com 800 mil pessoas mortas, numa referência ao que aconteceu no Ruanda, em 1994. A obra conta ainda com uma personagem que se coroa imperador e gasta milhões de dólares em Mercedes para receber os convidados para a coroação, em África, numa altura em que o povo vivia com menos de um dólar por dia, no que se assemelha à figura do antigo presidente e imperador centro-africano Jean-Bedel Bokassa. De presidente em presidente, a história flui até chegar ao único nome revelado, precisamente uma mulher: Ellen Johnson-Sirleaf, antiga Presidente da Libéria (2006–2018) e Prémio Nobel da Paz (2011). A eleição desta mulher, que “conseguiu pegar um país devastado pelas guerras civis – a Libéria – e estabilizar o país”, é “uma mensagem de esperança”. “Eu diria que as mulheres são mais sensíveis e provavelmente isso deve ter uma razão genética. Isto é, as mulheres ficam grávidas e os homens não e o livro até fala disso, porque há uma epidemia de prenhez e a própria presidente, que já estava com 72 anos, acaba por procriar”, contou. No livro, a epidemia de prenhez atinge todas as mulheres do país e ninguém sabe o porquê e até alguns homens barrigudos vão ao médico. Estes homens barrigudos têm receio de que na origem da prenhez esteja uma lição: Saberem o que é a dor do parto. “No dia em que [os homens] souberem o que é a dor do parto, nunca mais matarão o filho dos outros”, disse. As chefias O autor recorda que, em África, como no seu país Cabo Verde, as mulheres é que são chefes de família: Educam, criam, trabalham e o filho está sempre ali ao pé. “Eu não vejo uma mulher mandar matar os filhos dos outros, assim em catadupa”, afirmou, prosseguindo: “Estou convicto que as mulheres podem salvar o continente africano e o mundo, mas não mulheres que queiram governar como ditadores, mas que realmente tenham acesso e apoio de poder realmente governar com outra sensibilidade, porque não estou a ver outra saída. Hoje não estou a ver outra saída”.
Andreia Sofia Silva EventosRota das Letras | Cartaz arranca este fim-de-semana com poesia, fotografia e outras histórias O festival literário Rota das Letras arranca este fim-de-semana e o público pode esperar uma série de eventos em torno das letras, música e das artes no geral. Destaque, no domingo, para a realização de um passeio guiado pela zona da Barra com Jason Wordie, historiador e autor. No sábado realiza-se o workshop de fotografia “New Nomadic Time – Observing Uniquely” Os amantes da história de Macau e do mundo da literatura têm este fim-de-semana a oportunidade de explorar uma série de iniciativas integradas na edição deste ano do Festival Literário Rota das Letras. Um dos eventos acontece este domingo, e trata-se de um passeio guiado pela zona da Barra com os seus lugares históricos e icónicos na companhia de Jason Wordie, autor e historiador. Entre as 10h e as 13h decorre, assim, “Macao, People and Places, Past and Present. A guided walk throughout the historial Barra District”, passeio limitado a 20 pessoas por sessão que termina junto ao templo de A-Ma. Jason Wordie é autor do livro “Macao: People and Places, Past and Present”, que conheceu uma nova edição no ano passado, com a chancela da Praia Grande Edições, devido “à elevada procura”. Jason Wordie formou-se em história na Universidade de Hong Kong e há 25 anos que escreve para o South China Morning Post, focado nos lugares históricos e na sua cultura. “O passeio irá incluir os pontos principais do património construído [na zona da Barra] e a história social tal como está documentada, analisada e descrita em ‘Macao: People and Places, Past and Present'”, é descrito. O evento repete-se no fim-de-semana seguinte. O Rota das Letras apresenta também um workshop de fotografia este sábado. Trata-se de “New Nomadic Time – Observing Uniquely”, com Jessie Rao Yongxia, e que decorre no Antigo Matadouro, na Barra, entre as 11h e as 12h. A segunda sessão decorre domingo, no mesmo horário, sendo que, no primeiro dia, a fotógrafa irá partilhar as suas ideias sobre fotografia com os participantes, a fim de partilhar a experiência do workshop e a arte de fotografar. Segue-se a apresentação do projecto fotográfico de cada um. Jessie Rao Yongxia vai, acima de tudo, levar para o workshop as suas próprias experiências com a imagem. “Quando pus os pés pela primeira vez nas pastagens da Mongólia Interior, em 2015, descobri que era diferente daquilo que imaginava. Esta diferença vem dos livros que li, dos filmes que apreciei e das histórias relacionadas que ouvi, pelo que se pode dizer que é um comportamento inconsciente, mas activo. De um modo geral, trata-se de utilizar a linguagem das lentes para abrir a visão e a percepção de um sulista sobre a vida dos nómadas das pastagens do Norte”, lê-se na descrição do evento. Palavras faladas Esta sexta-feira, a partir das 21h, decorre um recital de poesia com Peace Wong, intitulado “It’s Caffeine Dancing”. Trata-se de uma performance com a própria Peace Wong em colaboração com a artista visual Suze Chan. O evento decorre no Antigo Matadouro, local onde acontecem, aliás, grande parte dos eventos do Rota das Letras. Esta sexta-feira, marca também a inauguração de uma exposição do fotojornalista português Alfredo Cunha, que captou imagens do processo de descolonização português. Esta é uma das formas que o Rota das Letras encontrou de celebrar os 50 anos desse acontecimento histórico. A mostra de Alfredo Cunha pode ser vista até ao dia 31 de Março no Antigo Matadouro da Barra. A carreira deste fotojornalista começou ainda durante o regime do Estado Novo em Portugal, em 1971, tendo sido fotógrafo oficial de dois Presidentes da República, Ramalho Eanes e Mário Soares. Alfredo Cunha é também conhecido pelo seu trabalho fotográfico no 25 de Abril de 1974.
Hoje Macau EventosPortugal destaca importância de celebrar Camilo Castelo Branco A ministra da Cultura em Portugal sublinhou, na sexta-feira, a importância de homenagear o escritor Camilo Castelo Branco, a dias do seu bicentenário, e realçou a necessidade de preservar e divulgar a obra do autor pelo país. “É fundamental homenagear Camilo Castelo Branco enquanto figura histórica, homenagear o seu legado, que temos de estudar, preservar e divulgar. E, fundamentalmente, estar em todo o território. Ou seja, agir em todo o país significa que os governantes reconheçam a importância das singularidades locais, mas que tenham sempre presente que se trata de figuras […] que podem ser de Seide, mas que podem ser de todo o país e do mundo”, afirmou a ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, aos jornalistas, à saída da cerimónia de abertura do Congresso Internacional “Camilo Castelo Branco, 200 anos depois”, no Centro de Estudos Camilianos, em São Miguel de Seide, no concelho de Vila Nova de Famalicão. Questionada sobre a relevância do autor de “Amor de Perdição” hoje, a governante frisou que “toda a obra de Camilo Castelo Branco é de uma grande actualidade”, acrescentando que o que mais a surpreende em Camilo “é a dimensão emocional que coloca na sua escrita”. “Creio que a maioria dos portugueses leu Camilo Castelo Branco no contexto escolar e espero que o possam ler – quem não teve essa oportunidade – no âmbito das bibliotecas públicas cuja dinamização e transformação em unidades culturais de território estão a ser objecto das políticas culturais deste Governo”, afirmou Dalila Rodrigues, que lembrou que as bibliotecas vão “dinamizar um conjunto de programas que vão resultar de parcerias entre os municípios e o Ministério da Cultura”. A ministra deixou ainda um elogio ao município de Famalicão, pelo trabalho de preservação e divulgação da obra de Camilo Castelo Branco. Congresso e exposição O congresso internacional que se iniciou na sexta-feira, e que terminou ontem, dia do bicentenário de Camilo Castelo Branco (1825-1890), reuniu no local onde o escritor viveu grande parte da vida dezenas de especialistas nacionais e internacionais na sua obra. “Camilo é tão valioso como um Machado de Assis, um Dante, um Shakespeare”, afirmou esta semana à Lusa o director do Centro de Estudos Camilianos, Sérgio Guimarães de Sousa, acrescentando que, “de uma maneira ou de outra”, ainda hoje os portugueses são descendentes da escrita de Camilo Castelo Branco e do seu “universo de eleição”, remetendo para o interior do país e para a região Norte. Até 31 de Agosto, no Centro de Estudos, é possível visitar a exposição “Jorge. Desenhos do meu filho”, constituída por desenhos da colecção do filho de Camilo Castelo Branco e Ana Plácido, que teve a edição de um catálogo a acompanhar. Ao longo do ano, vão multiplicar-se as iniciativas e as edições literárias para assinalar os 200 anos do nascimento do escritor. Camilo Castelo Branco nasceu em 16 de Março de 1825 na Rua da Rosa, em Lisboa, e perdeu a mãe aos 2 anos e o pai aos 10, tendo ido viver com uma tia para Vila Real. Ao longo da extensa carreira jornalística e literária, assinou obras que viriam a ser livros maiores da literatura em português, de “Amor de Perdição” a “Doze Casamentos Felizes”, entre muitos outros. Homem de vários interesses, profissionais e amorosos, é preso na Cadeia da Relação do Porto, a par de Ana Plácido, acusados de adultério, dada a existência do casamento de Plácido com o comerciante Manuel Pinheiro Alves. Ambos foram absolvidos. Um dos dois “gigantes” literários do século XIX português, a par de Eça de Queirós, na opinião de Sérgio Guimarães de Sousa, Camilo Castelo Branco, já cego devido à sífilis de que padecia, suicidou-se em 1 de Junho de 1890.
Andreia Sofia Silva EventosCCCM | “A China Multissecular vista Através de Formas e Cores” para ver até Abril Antigo embaixador na China, José Manuel Duarte de Jesus lançou-se na pintura e volta a apresentar as suas obras naquela que é a sua segunda exposição. “A China Multissecular vista Através de Formas e Cores” pode ser vista no Centro Científico e Cultural de Macau até ao dia 11 de Abril Depois de uma longa carreira dedicada à diplomacia, na qualidade de embaixador, com passagens por Pequim e Pyongyang, mas também Kinshasa ou Brazzavile, entre outras, José Manuel Duarte de Jesus é agora um homem dedicado aos livros e às artes. A sua veia artística tem-se expressado através da pintura, cujos trabalhos podem agora ser vistos na mais recente exposição patente no Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM). “A China Multissecular vista Através de Formas e Cores” foi inaugurada na última sexta-feira, em Lisboa e, ao HM, o antigo embaixador explica que grande parte dos quadros “inspiram-se em caracteres chineses, poesias antigas chinesas e até uma poesia de Mao”, escrita em 1925, e que tem como título “Alone I stand in the autumn cold”. São mais de 20 quadros, um deles “sobre a evolução do carater sheng – vida”, ou outro “baseado numa poesia de Niu Xi Ji, poeta do sec. X e.c.”. Há ainda quadros, como o número 14, “baseado em frases do Dao De Jing, de Lao Zì, inspirado numa frase ‘O espírito do vale é imortal, é chamado o Subtil ou a Vagina Profunda'”. Questionado sobre as percepções da China, ou da própria cultura chinesa, que o público poderá ter com esta mostra, José Manuel Duarte de Jesus assume não conseguir responder de forma concreta. “Algumas pessoas que conheçam um pouco da milenar cultura chinesa poderão talvez percepcionar, pela via da pintura, aspectos fundamentais das duas linhagens básicas da cultura chinesa, a confucionista e a de Lao Zi”, disse. Feito de viagem O antigo embaixador confessou ter viajado muito e vivido em muitos países por força do seu trabalho diplomático, mas a passagem pela China marcou-o bastante. “Como diplomata e embaixador passei por muitos países da europa da ásia e da américa, mas talvez nenhum me tenha marcado tanto como a China. Percorri muitas regiões, muito diversas, daquele enorme país. Procurei conhecer a sua população e as suas diversas culturas. Apaixonei-me de tal modo que estudei e continuo a estudar o pensamento filosófico e a sua notável tradição poética.” A exposição patente no CCCM é a primeira do responsável em Portugal, mas a segunda na qualidade de pintor, pois já expôs em Pequim. “O facto de ter sido embaixador na China está em parte na origem desta exposição”, disse ainda. Actualmente, embaixador jubilado, José Manuel Duarte de Jesus esteve também ligado à carreira docente no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, bem como de outras universidades portuguesas. Tem-se dedicado a estudos e publicações na área da Ásia, com foco na China, a política externa chinesa, África e relações internacionais. Um dos livros que escreveu sobre a China foi “O Jardim no Pensamento Mítico Chinês”, em 2002 ou ainda “Faces da China”. Numa veia mais auto-biográfica, editou, em 2007, “O Outro Lado da Diplomacia – 1960 a 2007”.
Hoje Macau EventosMacau tem mais quatro restaurantes com estrelas Michelin Quatro restaurantes em Macau conquistaram ontem uma estrela Michelin, entre os 19 restaurantes distinguidos no território na edição deste ano do Guia Michelin de Hong Kong e Macau, ontem anunciados numa cerimónia. Na edição do ano passado, Macau tinha conquistado mais dois restaurantes com estrelas Michelin, totalizando 15 estabelecimentos distinguidos na classificação do guia. O restaurante “Sushi Kissho by Miyakawa”, no ‘resort’ Galaxy Macau, entrou para o grupo dos estabelecimentos com uma estrela, enquanto “Zuicho”, no Grand Lisboa Palace, “Mizumi”, no Wynn Palace, e “Aji”, no MGM Cotai, foram promovidos de “seleccionado” a uma estrela. Onze restaurantes, contra oito em 2024, apresentam agora uma estrela Michelin, incluindo “Five Foot Road” (MGM Cotai), “Lai Heen” (Galaxy), “8 1/2 Otto e Mezzo – Bombana” (Galaxy), “Sushi Kinetsu” (City of Dreams), “Pearl Dragon” (Studio City), “Ying” (hotel Altira), “Zi Yat Heen” (hotel Four Seasons). Dois restaurantes de Macau, “Robuchon au Dôme” no hotel-casino Grand Lisboa, e “Jade Dragon”, no ‘resort’ City of Dreams, mantiveram três estrelas Michelin. Grupo dos seis Por outro lado, Macau passou a ter seis restaurantes com duas estrelas, com a promoção do estabelecimento Chef Tam’s Seasons, no ‘resort’ Wynn Palace, que no ano passado tinha uma estrela. Cinco mantiveram duas estrelas: “The Huaiyang Garden” (The Londoner), “Alain Ducasse at Morpheus” (City of Dreams), “The Eight 8” (Grand Lisboa), “Feng Wei Ju” (hotel StarWorld) e “Wing Lei” (Wynn Macau). Na distinção “bib gourmand”, conferida aos restaurantes que oferecem menus de três pratos por menos de 400 patacas (quase 46 euros), Macau passou a ter 11 estabelecimentos em Macau, entre eles o português “O Castiço”, mais um do que em 2024. Além destes, destaque para 28 restaurantes selcecionados, incluindo quatro de cozinha portuguesa: “Chiado”, “A Lorcha”, “Portugália” e “Manuel Cozinha Portuguesa”. A única estrela verde, que distingue uma cozinha sustentável, continuou a ser o restaurante educacional da Universidade de Turismo de Macau, de gastronomia macaense. O Guia Michelin de Hong Kong e Macau distinguiu 95 restaurantes com estrelas Michelin, 76 dos quais em Hong Kong e 19 em Macau. A cerimónia de atribuição dos prémios realizou-se no Grand Lisboa Palace, ‘resort’ da Sociedade de Jogos de Macau (SJM).
Hoje Macau EventosLisboeta | Primeiro parque de skate abre este sábado O empreendimento Lisboeta Macau inaugura amanhã o primeiro parque de skate ao ar livre de Macau, em parceria com a Associação Geral de Cultura e Desenvolvimento de Desportos de Skate de Macau. A ideia é “promover a prática do skate e melhorar a sua cultura”. O parque está localizado no H853 Outdoor Event Space e será gerido por esta associação, iniciando o funcionamento, ainda a título experimental, a partir de sábado. Segundo um comunicado, pretende-se que este espaço se torne num “destino privilegiado para os entusiastas de desportos radicais, enriquecendo ainda mais as ofertas de desporto e lazer de Macau”. Entende-se que esta iniciativa, ligada aos desportos radicais, “se alinha com a visão estratégia de Macau do ‘Turismo + Desporto’, promovendo-se sinergias entre o turismo cultural e experiências diversas”, além de se reforçar “o apelo de Macau como um destino dinâmico e multifacetado”. A entidade que vai gerir este parque constitui um colectivo de quatro associações, nomeadamente a Associação de Desenvolvimento de Skate de Macau, a Associação de Intercâmbio e Aprendizagem de Skate de Macau e a Associação de Skate de Macau. Espera-se, com esta inauguração, “desenvolver ainda mais a prática do skate e o seu crescimento, envolvendo mais entusiastas de Macau”, a fim de “trazer alegria a Macau, quer o skate seja um desporto ou uma forma de expressão cultural”.
Hoje Macau EventosCasa de Vidro | Exposição sobre Português inaugurada terça-feira A Associação Cultural 10 Marias apresenta, na próxima semana, mais um projecto. Trata-se da exposição “Português, Uma Língua Global”, que ficará patente na Casa de Vidro do Tap Seac a partir de terça-feira. A mostra inspira-se na obra “Novo Atlas da Língua Portuguesa”, lançada em 2016, revelando a presença do idioma luso em todo o mundo É inaugurada na próxima terça-feira, a partir das 18h30, mais uma exposição da iniciativa da Associação Cultural 10 Marias. Trata-se de “Português, Uma Língua Global: Explorando o alcance e a influência da língua portuguesa”, que pode ser vista na Casa de Vidro do Tap Seac. Esta mostra conta com o apoio do Fundo de Desenvolvimento da Cultura do Governo e da Casa de Portugal em Macau. Segundo um comunicado, a iniciativa “oferece uma exploração aprofundada da presença e influência da língua portuguesa no mundo, conectando culturas, economias e comunidades”, inspirando-se na obra “Novo Atlas da Língua Portuguesa”, lançada em 2016 com a autoria de Luís Antero Reto, Fernando Luís Machado e José Paulo Esperança. A obra está disponível em português, chinês e inglês. Com esta mostra, pretende-se apresentar “uma perspectiva multidisciplinar sobre o português, destacando a sua evolução histórica, expansão geográfica e importância cultural”. “Como uma das línguas mais faladas globalmente, o português é um património dinâmico e em constante transformação, moldado pelos seus falantes em diversos continentes”, acrescenta-se. Presença do autor A 10 Marias considera que o trabalho de Luís Reto “tem sido fundamental na documentação da influência global da língua”, sendo que “a sua presença [na inauguração da exposição] proporcionará uma visão valiosa sobre a importância do português no mundo actual”. Na Casa de Vidro, os visitantes “poderão descobrir o impacto da língua em diversas áreas, incluindo o seu alcance demográfico, o seu papel na educação e a sua relevância econômica enquanto língua dos negócios e do comércio”. Explora-se ainda “o português como ferramenta diplomática, meio de expressão artística e científica, e como um actor-chave na comunicação digital”. Macau, “uma cidade onde o Oriente encontra o Ocidente”, torna-se, assim, o local ideal para apresentar “Português, Uma Língua Global”, um projecto cultural onde se “celebra a língua como uma força unificadora e, ao mesmo tempo, diversa”. A organização considera também que a mostra “reflecte sobre o papel do português como ponte entre nações, promovendo a mobilidade, o intercâmbio cultural e a colaboração internacional”. “Mais do que um meio de comunicação, o português é um património partilhado que continua a expandir a sua influência no cenário global. Esta exposição convida os visitantes a explorarem o passado, o presente e o futuro da língua, apreciando a riqueza e a diversidade de um idioma verdadeiramente global”, remata a organização. De destacar que Luís Reto está em Macau a propósito de uma palestra na Fundação Rui Cunha que decorre na próxima segunda-feira. A partir das 18h30 pode ouvir-se a sessão do ciclo “Roda de Ideias”, intitulada “O potencial da língua portuguesa no mundo contemporâneo”. Luís Reto foi reitor do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, Luís Reto, sendo acompanhado na conversa pelo reitor associado da Faculdade de Negócios da Universidade da Cidade de Macau, José Paulo Esperança, também ligado à exposição que se apresenta na Casa de Vidro.
Hoje Macau EventosCCCM | Arranca nova edição do Ciclo de conferências sobre Macau, China e Ásia O Centro Científico e Cultural de Macau recebe mais uma edição das “Conferências da Primavera”, ciclo de conferências com oradores e académicos sobre Macau, China e Ásia, que visa apresentar os estudos mais recentes nas áreas da ciência política, história ou antropologia, entre outras. A abertura oficial ao grande público acontece esta sexta-feira É já amanhã que arranca oficialmente mais uma edição do programa de palestras “Conferências da Primavera”, que vem sendo apresentado, nos últimos anos, pelo Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM), em Lisboa. Esta quinta-feira o arranque oficial faz-se com uma série de convidados ligados ao meio académico e governamental, como é o caso do próprio ministro da Educação, Ciência e Inovação português, Fernando Alexandre, ou Florbela Paraíba, presidente do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua. Este ciclo de conferências, que se estende pelas próximas semanas, visa apresentar a um público mais vasto as mais recentes investigações sobre Macau, China e Ásia, com as sessões dedicadas a Macau a arrancarem esta semana. Destaque para a apresentação, na próxima segunda-feira, da palestra por Hugo Pinto, ex-jornalista da TDM Rádio Macau e doutorando da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, que irá falar sobre o padre Benjamim Videira Pires e a “visão ecuménica de uma transculturação em Macau”. Segue-se Celina Veiga de Oliveira, que recentemente venceu o Prémio Identidade, com uma apresentação sobre a figura de Fernando Lara Reis, “um leiriense que amou Macau”. Esta apresentação decorre numa altura em que passam 75 anos sobre o aniversário da sua morte. De resto, esta semana decorrem algumas apresentações com jovens bolseiros do CCCM que também abrangem temas ligados às áreas da ciência política e relações internacionais, como é o caso da apresentação de Tiago Santos, do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, que aborda “O impacto da China e da Iniciativa Uma Faixa, Uma Rota nas dinâmicas regionais sul-asiáticas: o papel da ‘Sino-Pakistani axis'”. Thaysa Cunha, também do ISCTE, irá falar das relações entre a China e Moçambique e o papel do Fórum Macau nesta conexão. Destaque ainda para algumas palestras sobre a língua portuguesa na China, nomeadamente a de Li Guofeng, doutorando da Universidade de Lisboa, que irá falar da diplomacia chinesa em torno da língua portuguesa como “ferramenta de soft power”. Memórias de um país O cartaz das Conferências da Primavera fica também preenchido com palestras sobre as memórias de vivências na China. Na terça-feira, 18, António Graça de Abreu, poeta e tradutor, apresenta “À Descoberta de Xangai”, enquanto o antigo embaixador José Manuel Duarte de Jesus fala dos “Mais de 40 mil anos de sociedade clânica matriarcal na China”. No painel “Poesia, Contemplação e Memórias” cabe ainda a palestra com Sara Costa, da Universidade do Minho, sobre “a tradução da poesia chinesa para o português: desafios, estratégias e perspectivas”. As sessões exclusivamente sobre Macau terminam na próxima segunda-feira, sendo que na terça-feira começam as palestras sobre a China, com fim agendado para 21 de Março. O ciclo dedicado à Ásia decorre entre os dias 25 e 27 de Março, véspera do fim anunciado para as Conferências da Primavera, dia 28 de Março. Destaque ainda para a inauguração, esta sexta-feira, da exposição de José Manuel Duarte de Jesus, intitulada “A China Multisecular vista através de formas e cores”.
Hoje Macau EventosFRC | Debate sobre língua portuguesa na próxima segunda-feira A Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta na segunda-feira, 17, às 18h30, uma sessão do ciclo “Roda de Ideias”, intitulada “O potencial da língua portuguesa no mundo contemporâneo”, com a participação do antigo reitor do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, Luís Reto, e o reitor associado da Faculdade de Negócios da Universidade da Cidade de Macau, José Paulo Esperança. O evento vai ser moderado por Marco Duarte Rizzolio, presidente da AEIMCP e co-fundador do programa de empreendedorismo “929 Challenge”. Os oradores convidados são co-autores do livro “Novo Atlas da Língua Portuguesa”, uma obra lançada pelo ISCTE-IUL em 2016, que procura ser um contributo para a afirmação do valor e potencial de um património único, numa abordagem multidisciplinar e integradora, espelho das múltiplas realidades dos seus falantes, descreve a FRC, em comunicado. Segundo a AEIMCP – Associação de Empreendedorismo e Inovação Macau – China e Países de Língua Portuguesa, co-organizadora do evento, a sessão irá abordar a importância histórica, cultural e geoestratégica da língua portuguesa no mundo contemporâneo. “A discussão abrangerá os factores históricos que moldaram a expansão da língua portuguesa, a sua influência económica e geoestratégica actual, bem como os desafios e oportunidades relacionados com a promoção e o ensino do português à escala global”, refere a associação, citada pela mesma nota. Além disso, “o seminário reflectirá sobre as possíveis trajectórias futuras da língua portuguesa no século XXI”, explorando ainda “o papel dos países lusófonos no cenário global, e como a língua portuguesa pode continuar a expandir sua relevância cultural, económica e educacional”, adianta a organização.
Hoje Macau EventosFAM | Portugal representado com espectáculo “Bate Fado” Foi ontem apresentado o cartaz de mais uma edição do Festival de Artes de Macau (FAM), que arranca em Abril, e que traz o espectáculo “Bate Fado” em representação da cultura portuguesa. Destaque ainda para mais uma produção teatral em patuá dos Doci Papiaçam di Macau, com “Cuza Tá Rena?”, que olha para a singularidade do território O espectáculo “Bate Fado”, da dupla portuguesa de coreógrafos Jonas & Lander, é um dos destaques da 35.ª edição do Festival de Artes de Macau (FAM), que arranca no final de Abril, foi ontem anunciado. A presidente do Instituto Cultural de Macau (ICM) justificou o convite à dupla Jonas Lopes e Lander Patrick com a vontade de “incluir actividades ou grupos com características especiais”. “Nós conhecemos o fado e temos promovido espetáculos de fado”, disse Leong Wai Man, numa conferência de imprensa. A dirigente recordou as noites de fado com cantores portugueses, realizadas no Teatro D. Pedro V, na primeira metade de 2024, assim como a colaboração entre a fadista Mariza e a Orquestra Chinesa de Macau, na última edição do Festival Internacional de Música da região. “Esperamos que seja algo novo, uma vez que não é só fado, é uma performance corporal, que funde o canto e a dança”, sublinhou Leong. Durante a apresentação do programa do FAM, o ICM disse que “Bate Fado”, marcado para 17 de Maio, “combina a música emotiva com o sapateado, evocando antigas tabernas de Lisboa”. Num vídeo exibido durante a apresentação, a dupla Jonas & Lander disse que o espectáculo “resgata as extintas danças do fado” e sublinhou que irá ainda orientar um workshop para bailarinos e outro para famílias com crianças entre os 8 e os 12 anos. “Bate Fado” vai também fazer parte de uma mostra de espectáculos ao ar livre, de entrada gratuita, nos dias 16, 17 e 18 de Maio, no Jardim do Mercado de Iao Hon, cujo programa inclui também a associação Casa de Portugal em Macau. Em 2023, Jonas Lopes disse à Lusa que “Bate Fado” pretende recuperar a tradição oitocentista do fado batido, que consistia em ritmicamente seguir o compasso da melodia fadista, batendo um dos pés ou os dois ao mesmo tempo, possivelmente com uma coreografia. Com um orçamento de 23,4 milhões de patacas, menos seis por cento do que em 2024, o FAM vai apresentar, entre 25 de Abril e 31 de Maio, 15 espectáculos e 33 actividades de ópera, dança, música e artes teatrais, num programa que inclui sete grupos locais. No dia 24 de Maio o pequeno auditório do Centro Cultural de Macau recebe “A Batida do Xamã”, do grupo TAGO e direcção e coreografia de Soo-Ho Kook. Trata-se de um espectáculo com a “brisa fresca e jovem dos ritmos tradicionais” da Coreia do Sul, que se afasta da música pop. “A Batida do Xamã é uma magistral demonstração de precisão e movimento, uma representação de rituais antigos com um apelativo toque contemporâneo”, lê-se no programa. Nos dias 17 e 18 de Maio apresenta-se “Kiki, a Aprendiz de Feiticeira – O Musical”, com dramaturgia de Kouki Kishimoto. Este musical estreou em 2017 e desde então que já subiu ao palco mais de 70 vezes no Japão, tendo “um elenco jovem e enérgico”. Esta é a “primeira digressão fora de casa” do grupo, descreve-se no cartaz. Mais patuá Como é tradição, os Dóci Papiaçám di Macau, encerram o festival com a peça “Cuza Tá Rena?” (Que se passa?), em patuá. O teatro neste crioulo de origem portuguesa faz parte da Lista de Património Cultural Imaterial Nacional chinesa desde 2021, sublinhou Leong Wai Man. À margem da apresentação, o encenador dos Dóci Papiaçam, Miguel Senna Fernandes, disse que a peça, com um centro de explicações como fundo, será “uma chamada de atenção” para a importância de “manter as características de origem de Macau”. O encenador recordou que, durante uma passagem pela região em Dezembro, o Presidente chinês, Xi Jinping, sublinhou que Macau é “o único local do mundo que tem como línguas oficiais o português e o chinês” e defendeu que a cidade tem de aproveitar “a sua singularidade”. Num discurso durante a tomada de posse do novo Governo local, Xi disse que Macau tem a “vantagem única de ser a mistura de diferentes culturas”, mas alertou que o território precisa de “uma atitude mais tolerante, mais aberta”. No último FAM, os Dóci Papiaçam foram apanhados de surpresa quando, pela primeira vez, as autoridades locais pediram o guião da peça antes desta estrear, dando como justificação a necessidade de fazer a classificação etária do espectáculo. Leong Wai Man garantiu que esta é “essencialmente a razão” pela qual o guião de todos os espectáculos apresentados ao público ao Macau é avaliado por uma comissão, para “saber se pode ser vista por miúdos e graúdos”.
Hoje Macau EventosDoca dos Pescadores | Aniversário da RUC celebra-se este sábado A discoteca DD3 Verandah, na Doca dos Pescadores, prepara-se para acolher este sábado a festa de aniversário da RUC – Rádio Universidade de Coimbra. O evento, que arranca às 23h, conta com um DJ Set com nomes locais ligados à rádio, nomeadamente “Bate-Ficha”, o “DJ Sleppy” e ainda “Tongrim”. Margarida Sajara, locutora da TDM Rádio Macau, é a convidada especial. Os bilhetes custam 180 patacas e dão direito a três bebidas. A RUC celebrou 39 anos de existência no passado dia 1 de Março, sendo que em Portugal o programa de celebrações está recheado com diversas emissões nos estúdios da rádio universitária. O ano de 1986 marca a data em que o Centro Experimental de Rádio passou a ser RUC, sendo, até aos dias de hoje, uma rádio local de Coimbra, mas também um espaço de aprendizagem para jovens radialistas e locutores, muitos deles saído dos cursos superiores de jornalismo ou comunicação social. O programa do 39º aniversário tem como grande destaque o espectáculo com “Telectu”, marcado para o dia 29 de Março no Teatro Académico Gil Vicente. Segundo informações da RUC, os “Telectu” são um projecto original “mais velho do que a própria rádio, pois remonta a 1982, marcando para sempre a música experimental em Portugal”. Também haverá iniciativas na Casa das Artes Bissaya Barreto, entre outros espaços. A Festa de Aniversário da RUC decorreu em Coimbra no dia 1, com uma festa ao ar livre na Praça da República.
Hoje Macau EventosActividade do IC considerada inovadora pela UNESCO O Instituto do Património Mundial para a Formação e Pesquisa na Região da Ásia-Pacífico da UNESCO (WHITRAP) considerou que a actividade do Instituto Cultural (IC), intitulada “Venha Conhecer Melhor o Nosso Património Mundial” é inovadora, tendo sido classificada como “caso inovador” para a “Base de Educação para Jovens sobre o Património Mundial” de 2024. Segundo o IC, a iniciativa que decorre na Casa do Mandarim “foi seleccionada como um dos dez casos inovadores da China em 2024, uma distinção que vem reconhecer plenamente o trabalho do Instituto Cultural no âmbito da educação juvenil sobre o património mundial”. O IC aponta ainda que desde o restauro da Casa do Mandarim, em 2010, que este espaço “tem sido utilizado activamente para organizar várias actividades de promoção cultural junto dos jovens, de modo a orientar os mesmos na compreensão sobre o valor do património mundial”. O objectivo do IC é também “dar a conhecer aos jovens as características culturais do encontro entre as culturas chinesa e ocidental em Macau, cultivando um sentido de patriotismo, fortalecendo a autoconfiança cultural e divulgando a cultura tradicional chinesa”. Distinção em 2018 A Casa do Mandarim entrou, em 2018, para a “Base de Educação” da UNESCO, sendo que as actividades para celebrar o património local entram também para a mesma lista. Estas actividades visam “encorajar o pensamento criativo e cultivar a inovação cultural e a capacidade criativa dos jovens, através de experiências inovadoras e divertidas, nomeadamente com a pintura chinesa, escultura, cerâmica, desenho, impressão 3D, blocos de construção e outras actividades artísticas e educativas, tendo o Centro Histórico de Macau como tema principal”. Foi ainda lançada uma sessão online de curtas-metragens de desenhos animados sobre o Centro Histórico de Macau e outros recursos didácticos. A selecção pelo WHITRAP “constitui um reconhecimento importante sobre o trabalho do IC no âmbito da educação juvenil sobre o património mundial”, é ainda referido. Este ano, será realizado um novo serviço de reserva de visitas para grupos para esta actividade. O IC promete ainda “continuar a utilizar a Casa do Mandarim como base para organizar mais actividades de divulgação e formação para jovens, de modo a potenciar o papel e a missão da ‘Base de Educação para Jovens sobre o Património Mundial'”.
Hoje Macau EventosHong Kong | MGM junta-se à Art Basel e cria novo prémio artístico Chama-se “MGM Discoveries” e é o novo prémio na área das artes criado pela operadora de jogo em parceria com a Art Basel de Hong Kong, uma das mais conhecidas e reputadas feiras de arte do mundo. Os vencedores da primeira edição deste prémio serão conhecidos no dia 28 deste mês A operadora de jogo MGM juntou-se a uma das mais reputadas feiras de arte do mundo, a Art Basel Hong Kong, para criar um novo prémio artístico. O “MGM Discoveries” está aí e os primeiros vencedores serão conhecidos a 28 de Março. Segundo o MGM, o principal objectivo desta colaboração é “estimular as próximas estrelas internacionais da arte”, estando ambas as entidades a tentar “promover as artes e cultura globais”. O “Prémio de Arte MGM Discoveries” será revelado na próxima da Art Basel em Hong Kong. Esta distinção visa “destacar a originalidade e a inovação dos talentos internacionais emergentes no mundo da arte, proporcionando-lhes mais oportunidades de mostrar o seu trabalho e aumentar o seu reconhecimento na comunidade artística global”. A ideia é ainda “apoiar talentos emergentes de todas as idades e nacionalidades na exploração das infinitas possibilidades da arte, elevando a sua influência no mundo da arte internacional e infundindo uma nova energia na cena artística global”. Com este prémio, a empresa “espera introduzir tendências artísticas emergentes na cidade, convidando artistas premiados para Macau e inspirando a geração mais jovem a envolver-se na criação artística”. Júri com nome O “MGM Discoveries” oferece 50 mil dólares ao artista vencedor, que será partilhado com a galeria de arte que o representa. A distinção vai ainda permitir “realizar uma exposição e participar em vários intercâmbios artísticos em Macau, inspirando ainda mais a expressão criativa e as ideias”. Relativamente ao júri deste prémio, inclui algumas personalidades internacionais, nomeadamente “cinco especialistas da esfera artística e cultural internacional”. São eles Aaron Cezar, director e fundador da Delfina Foundation, uma organização sem fins lucrativos que promove intercâmbios artísticos no Reino Unido; Antonia Carver, directora da Art Jameel no Dubai; Christopher K. Ho, director executivo do Asia Art Archive; X Zhu-Nowell, director executivo e curador-chefe do Rockbund Art Museum, em Xangai; e Sam Seungho Park, presidente da Fundação de Artes e Cultura Parkseobo Foundation, em Seul. Para já, foram seleccionados três artistas para este prémio, sendo que só um poderá ganhar. São eles Shin Min, representado pela galeria P21 em Seul; Kayode Ojo, representado pela Sweetwater em Berlim; e Saju Kunhan, representado pela galeria Tarq, em Mumbai.
Hoje Macau EventosBienal | “Acima de Zobeida” para ver até 30 de Abril A exposição que serviu para representar Macau na 60.ª edição da Bienal de Arte de Veneza vai estar disponível no território até ao dia 30 de Abril. A mostra, intitulada “Acima de Zobeida: Arte de Macau na 60.ª Exposição Internacional de Arte de La Biennale di Venezia” está disponível no Museu de Arte de Macau (MAM), tendo sido inaugurada na última sexta-feira. O projecto, da autoria do artista local Wong Weng Cheong, tem inspiração na obra “As Cidades Invisíveis”, de Italo Calvino. Segundo uma nota do Instituto Cultural (IC), trata-se de uma “exposição imperdível que explora questões globais a partir da perspectiva de Macau, questionando-se a identidade numa heterotopia”. Leong Wai Man, presidente do IC, declarou, na inauguração da exposição, que a participação do território nesta Bienal em Veneza teve como objectivo “mostrar Macau ao mundo”, tendo “as criações dos jovens participantes misturado habilmente as marcas da vida quotidiana em Macau com as suas experiências de estudo no estrangeiro, propondo uma interpretação única da cultura da cidade”. No romance de Italo Calvino, Zobeida é o nome da cidade fictícia. Para esta exposição, Wong Weng Cheong criou uma alegoria apocalíptica dessa mesma Zobeida, através de “imagens digitais e instalações de grande dimensão”, em que “criaturas mutantes com pernas alongadas vagueiam entre edifícios em ruínas, criando uma sensação de opressão surreal e desolação apocalíptica”. O IC descreve ainda que quando o espectador entra na zona de exposição, o que mais poderá chamar a atenção “são as câmaras de vigilância escondidas que incorporam em tempo real as silhuetas dos visitantes na obra, fazendo com que os visitantes passem de observadores externos a figuras observadas”. Chang Chan, curadora do projecto, descreveu que esta concepção é inspirada pela teoria da “heterotopia”, do filósofo Michel Foucault, que “explora a percepção estabelecida do sentido de pertença, entrelaçando-se a realidade com a ilusão”.
Hoje Macau EventosHoli Festival Macau | Evento dedicado à cultura indiana no próximo domingo Decorre no próximo domingo, 16, no Galaxy, mais uma edição do Festival Holi Macau, uma iniciativa da cultura indiana que simboliza a chegada da Primavera. Em Macau, o evento, organizado pela Associação de Cultura Indiana, promete muita cor, música, sessões de yoga e pinturas com Henna Macau volta a receber mais uma edição do “Holi Festival”, um evento da cultura indiana que celebra o fim do Inverno e a chegada da Primavera com explosões de cor e alegria. A edição deste ano do “Holi Festival Macau 2025” realiza-se no domingo, 16, no Galaxy, numa organização da Associação da Cultura Indiana de Macau e do estúdio de yoga “V Studio”, de Victor Kumar, bem como da entidade “Yoga Shala 853”. Victor Kumar, que há vários anos reside em Macau, tem-se dedicado a organizar diversas actividades que espelham a cultura indiana no território. Segundo uma nota de imprensa, esperam-se neste dia “muitas actividades emocionantes”, onde se inclui pinturas com Henna, danças tradicionais indianas, jogos, sessões de yoga coloridas e ainda actuações do “Bollywood Dreams Group”. Trata-se de “um evento maravilhoso a não perder”, onde o público se pode divertir em família e amigos”. O evento decorre no Grand Resort do Galaxy Macau entre as 15h e as 17h, com o preço de entrada a custar 250 patacas, tanto para adultos como para crianças. Tradições antigas No festival Holi, uma celebração hinduísta, o que conta é ficar coberto de pós coloridos que têm significados muito concretos. Estes pós são preparados com ervas medicinais e flores moídos e misturados com água, sendo que cada cor representa um sentimento que se pretende transmitir quando se está em grupo a dançar ou a fazer outra actividade. Esses sentimentos podem ser felicidade, beleza, amor, saúde ou força, dando-se início a uma nova época do ano. O objectivo desta celebração é mesmo que todos se possam divertir de igual forma, sem distinções. O Holi é uma das celebrações mais antigas na Índia, baseando-se em mitologias hindus como a lenda de Krishna e Radha e de um amor que, à partida, seria difícil de concretizar devido às diferenças da pele dos dois apaixonados. Porém, Krishna decidiu pintar o seu rosto com várias cores para ficar da mesma cor da sua amada, a fim de poderem estar juntos. Tradicionalmente, na véspera do festival, é costume recolherem-se galhos ou folhas secas, construindo-se fogueiras com o propósito de afastar os maus espíritos e energias. Quando, na manhã seguinte, o lume se apaga, é hora de iniciar a celebração nas ruas, com cores, danças e alegria, em que as pessoas lançam os pós coloridos entre si.
Hoje Macau EventosTrês grupos artísticos de Portugal no desfile internacional de Macau Três grupos artísticos de Portugal vão participar na 11.ª edição do Desfile Internacional de Macau, que sai às ruas a 23 de Março, foi ontem anunciado. A directora do Instituto Cultural de Macau (ICM), Leong Wai Man, destacou o “grupo de percussão jovem” Porbatuka e o projecto Portugal Artfusion, que “mistura fado, música contemporânea portuguesa e dança” no espectáculo “Saudade”. Em conferência de imprensa, o ICM revelou que o programa inclui ainda a companhia portuguesa Teatro Só, que vai apresentar o espectáculo “Sorriso”. O desfile terá cerca de 1.800 artistas, incluindo 23 grupos convidados de 15 países e regiões, entre os quais Itália, Egipto, Polinésia, Marrocos, Espanha, Índia, França, China continental e Hong Kong. O ICM destacou o espectáculo ‘The Gipsy Marionettist’ (O Marionetista Cigano), de Rašid Nikolić, um artista de etnia cigana nascido na Bósnia-Herzegovina, o grupo de dança folclórica argentina Argendance e um grupo alemão de circo. O evento vai contar ainda com 60 grupos locais, escolhidos entre 90 candidatos, entre os quais vários de matriz lusófona, como a Associação Desportiva e Cultural de Capoeira de Macau, a Associação de Danças e Cantares Portuguesa ‘Macau no Coração’ e a Casa do Brasil em Macau. Caretos em Macau Leong destacou um dos grupos locais, a Casa de Portugal em Macau, que vai apresentar um espectáculo inspirado nos Caretos de Podence, que estiveram na região para a quinta edição do desfile, em 2015. O desfile é um dos eventos internacionais organizados para marcar a nomeação de Macau como Cidade Cultural da Ásia Oriental 2025, uma iniciativa conjunta da China, Japão e Coreia do Sul. A iniciativa Cidade Cultural da Ásia Oriental distingue anualmente duas cidades chinesas, uma japonesa e uma sul-coreana. Além de Macau, este ano foram escolhidas Huzhou, no leste da China, Kamakura, no centro do Japão, e Anseong, no centro da Coreia do Sul. Como tal, o desfile vai contar com um grupo que organiza cortejos de samurais em Kamakura, e com o grupo Namsadangnori, que preserva em Anseong um espectáculo tradicional sul-coreano que combina acrobacia, canto, dança e circo. O evento começa nas Ruínas de São Paulo e, ao longo de três horas e meia, irá passar por vários edifícios do Centro Histórico de Macau, considerado Património Mundial pela UNESCO em 2005, incluindo a Igreja de São Domingos e o Largo do Senado. Antes do desfile, entre 16 e 22 de Março, os grupos irão participar numa série de oito actividades de rua e de arte na comunidade. Segredos financeiros Leong recusou-se a revelar o orçamento para este ano, alegando que é “informação confidencial”, uma vez que vai ser financiado na totalidade pelas seis concessionárias de casinos em Macau. O orçamento no ano passado foi de cerca de sete milhões de patacas, menos de um terço do que na última edição, em 2019 (23,3 milhões de patacas). O orçamento inclui um subsídio entre 15 mil e 120 mil patacas para cada grupo, que poderá ainda receber oito prémios atribuídos pela organização, entre os quais melhor actuação, melhor tema e melhor criatividade. Leong disse ter confiança que o desfile possa atrair 150 mil pessoas às ruas de Macau, e lembrou que o evento irá ser transmitido em directo em várias televisões locais e do exterior, com um potencial público alvo de 100 milhões de espectadores.
Hoje Macau EventosArtes Visuais | Nanjing acolhe Bienal de Macau e Hong Kong Decorre até ao dia 1 de Abril a edição da “Bienal de Artes Visuais de Hong Kong e Macau 2024”, no Museu de Arte da Universidade de Artes de Nanjing, mostrando-se “a paisagem e espírito cultural urbano e contemporâneo das duas cidades”. O evento conta com organização de várias entidades públicas de Macau, Hong Kong e da própria China, nomeadamente o Instituto Cultural (IC) da RAEM. Segundo uma nota do IC, a Bienal tem como tema “Integração e Diálogo”, abrangendo disciplinas como artes visuais, património cultural intangível e design, inovação tecnológica ou ainda design para fins sociais. A ideia é “criar uma plataforma de diálogo cultural entre Hong Kong, Macau e as cidades do Interior da China”. No caso de Macau, o tema patente na bienal é “Não Macau, Mas Chama-se Macau”, contando com a presença de diversos artistas locais, como Cai Guo Jie , Ieong Wan Si, Im Fong, Lam Im Peng, Lo Hio Ieng, Lou Kam Ieng, Ng Sang Kei, Ricardo Filipe dos Santos Meireles, Sit Ka Kit e Xie Yun. Os criadores apresentam trabalhos de pintura, fotografia, vídeo ou multimédia, entre outros. “Os dez artistas apresentam um total de 30 peças e/ ou conjuntos de obras de arte contemporâneas, reflectindo as impressões pessoais de cada artista sobre Macau e os seus laços emocionais profundos pela cidade”. Desde 2008, que se realiza a “Bienal de Artes Visuais de Hong Kong e Macau”, sendo este evento considerado “um importante elo de ligação entre artistas do Interior da China, de Hong Kong e de Macau”, tratando-se também, segundo o IC, “um importante evento de intercâmbio cultural”. Esta edição, depois de ter passado por Hangzhou, está programada para passar por Nanjing, Guangzhou, Shenzhen e Pequim. A primeira apresentação foi realizada com sucesso em Hangzhou, entre Outubro e Novembro do ano passado, tendo atraído mais de 30 mil visitantes. A inauguração da mostra decorreu esta quarta-feira.
Hoje Macau Eventos“Para Além do Olhar”, de Frank Lei, apresentado hoje na FRC A Fundação Rui Cunha (FRC) e o Clube do Livro Fotográfico de Macau acolhem hoje, a partir das 18h30, a apresentação do livro “Beyond the Gaze”, uma obra póstuma do fotógrafo Frank Lei que foi uma referência na prática e no ensino da fotografia no território. A apresentação será conduzida por Francisco Ricarte, um dos fundadores da Associação Halftone e impulsionador do Clube do Livro Fotográfico – Photobook Club Macau –, contando com a presença de Jane Lei, irmã do homenageado Frank Lei, e de Alan Ieong, editor da obra. Segundo uma nota da FRC, “a conversa entre amigos pretende lembrar o trabalho do autor e destacar a sensibilidade visual deste para a composição fotográfica, percorrendo as imagens que marcaram o seu tempo e testemunharam este lugar”. “Beyond the Gaze” resume a visão de Frank Lei sobre Macau, uma cidade que tanto estimava. “Frank Lei viveu numa época de grandes mudanças sociais, económicas e urbanas em Macau, realizadas não só através de um processo de expansão – extensos aterros –, mas também através da demolição de assentamentos urbanos informais existentes, ou de edifícios antigos, que moldavam a cidade tradicional e o seu modo de vida”, recordou Francisco Ricarte, citado na mesma nota. Frank Lei “foi capaz de retratar estas transformações com um profundo sentimento de pertença, de humanidade, mas também de perda”, acrescentou. Um registo documental A fotografia de Frank Lei foi muito além de um registo documental das mudanças físicas de um lugar. “A sensibilidade visual de Frank para a composição, escala e equilíbrio de luz e sombra (por vezes transmitindo sombras profundas e dramáticas), para retratar Macau como uma terra de mudança perpétua (…), permite-nos compreender melhor esta cidade e a sua identidade humana. Na fotografia de Frank, o espaço é sempre transmitido por uma escala humana, o que realça o seu significado e papel”, explica ainda Francisco Ricarte. Frank Lei nasceu em Pequim em 1962, mas veio viver para Macau ainda muito jovem. Após concluir os seus estudos académicos em Cinema e Vídeo na Universidade de Paris III, e em Fotografia na ENSAD de Paris, voltou para Macau onde se estabeleceu. A sua actividade profissional passou pelo “Macau Daily News”, foi curador do Albergue e mais tarde curador do Armazém do Boi, publicou vários livros de fotografia, realizou exposições individuais em Macau e França, e conquistou importantes prémios fotográficos. Frank Lei faleceu em 2022, após um longo período de doença.
Hoje Macau EventosCOD | “House of Dancing Water” regressa em Maio com aposta na inovação É oficial: depois de um longo interregno, o espectáculo “House of Dancing Water” volta a realizar-se no City of Dreams, desta vez com uma nova roupagem e aposta na tecnologia. Os bilhetes começam a vender-se na próxima segunda-feira O espectáculo “House of Dancing Water”, que durante anos se realizou em Macau, está de volta para novas sessões em Maio, no City of Dreams (COD) naquele que promete ser um “espectáculo aquático único” e “uma experiência artística de cortar a respiração”. Os bilhetes estarão à venda a partir de segunda-feira. Segundo um comunicado do COD, o novo espectáculo tem como premissa “onde a água dança, as lendas ganham vida”, apresentando “excelentes acrobatas no ar, uma história cativante e tecnologia de ponta”, bem como “um novo cenário deslumbrante, pronto a incendiar a imaginação do público”. A nova versão do espectáculo foi concebida e dirigida por Giuliano Peparini, director artístico dos Peparini Studios, sendo produzida pela “Our Legacy Creations”. Com Giuliano Peparini, o espectáculo “mantém a sua essência ao mesmo tempo que é re-imaginada com uma forma narrativa que se alinha com os contextos artísticos contemporâneos”. Esta nova versão apresenta “um cenário rico e efeitos de palco de vanguarda”, tendo “um maior impacto visual e imersão, proporcionando ao público uma experiência extraordinária”. A ideia é que, com o novo “House of Dancing Water”, o elenco de bailarinos e acrobatas “interaja com o público a partir da zona dos assentos antes do início do espectáculo, criando-se uma experiência personalizada”. Assim, “o público ficará emocionado com uma mistura perfeita de dinâmicas coreografias de dança e acrobacias aquáticas ousadas feitas por uma equipa de quase 300 talentosos membros do elenco”, oriundos de mais de 30 países. Altas expectativas Citado por uma nota do COD, Lawrence Ho, presidente e director-executivo da Melco Resorts and Entertainment, disse que a ideia da concessionária é disponibilizar ao público “projectos de entretenimento distintos que contribuem para o desenvolvimento de um turismo novo e de alta qualidade em Macau”. No caso do regresso do “House of Dancing Water”, é algo “emocionante” e uma “experiência de entretenimento única e extraordinária”. O “House of Dancing Water” é uma produção que já conta com mais de quatro mil apresentações desde que estreou, em Setembro de 2010, “atraindo um número incontável de público de todo o mundo e recebendo críticas entusiasmantes”. Este espectáculo promete trazer “inovação teatral pioneira”, com “efeitos visuais deslumbrantes”, com uma história que gira “em torno de um enredo romântico e evocando emoções profundas”. No tocante à tecnologia, o público local pode esperar “sistemas de água avançados, elevadores hidráulicos, iluminação de precisão e lasers, juntamente com tecnologia de projeção sofisticada para garantir uma experiência visual sem paralelo”. O “House of Dancing Water” esteve suspenso durante cerca de cinco anos devido à pandemia, pelo que este regresso se faz com grande expectativa. Ainda no que diz respeito aos detalhes, o novo espectáculo decorre em uma piscina com 19 milhões de litros de água que teve um custo aproximado de 250 milhões de dólares americanos, sendo que o anfiteatro do COD tem capacidade para dois mil lugares.
Hoje Macau EventosArquitectura | Seminário com Marco Imperadori decorre dia 20 O CAC – Círculo dos Amigos da Cultura de Macau organiza, no próximo dia 20, um seminário com Marco Imperadori, com sessões intituladas “Arquitectura do Cuidado” e “Arte Sella: um Equilíbrio entre Arquitectura e Natureza”. Os eventos decorrem na Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, entre as 15h e as 18h15, e o prazo de inscrições termina no dia 19. Marco Imperadori é professor catedrático e investigador no Politécnico de Milão, onde lecciona a cadeira de Design Tecnológico e Inovação. O seu trabalho centra-se em edifícios de elevada eficiência energética, sistemas de construção Estrutura/Envelope e sustentabilidade. Com um mestrado e um doutoramento em Engenharia da Construção, combina conhecimentos de arquitectura e de engenharia. Tem leccionado em todo o mundo, incluindo no papel de professor visitante na Universidade de São José em Macau de 2015 a 2023. Como delegado do Reitor para o Extremo Oriente, representa o Politécnico de Milão na Ásia. Investigador activo, tem publicado extensivamente sobre inovação arquitectónica, sustentabilidade e conservação de energia.
Hoje Macau EventosFRC | Porcelanas de Lei Iat Po expostas até dia 14 Chama-se “Regresso à Navegação” e é a mais recente exposição patente na galeria da Fundação Rui Cunha disponível para visita gratuita desde terça-feira. Esta é a oportunidade para ver peças de porcelana de Lei Iat Po oriundas de Cantão, uma zona conhecida pela indústria tradicional de cerâmica A Fundação Rui Cunha (FRC) inaugurou esta terça-feira a exposição de porcelana de Macau e Guangzhou “Return to Navigation” [Regresso à Navegação], da autoria do artista Lei Iat Po (李溢坡). Na galeria, estarão disponíveis 40 peças de porcelana colorida da região de Cantão, uma indústria tradicional com origem na dinastia Qing e desenvolvida sobretudo para exportação. Esta indústria ganhou popularidade entre as cortes europeias e a aristocracia ocidental, tendo sido um factor importante na promoção da cultura chinesa no exterior a partir dos séculos XVIII e XIX. Segundo uma nota da FRC, a porcelana de Cantão – também conhecida por Guangcai –, é famosa pelas cores fortes e vibrantes, os padrões complexos e intricados, e as aplicações douradas, pintadas à mão e ricamente decoradas. Sendo uma indústria típica do sul da China, ganhou vitalidade também em Hong Kong e Macau no passado século XX, nomeadamente a partir das invasões dos anos 1930 e durante a instabilidade política do continente. Muitas fábricas mudaram-se para Macau e Hong Kong o que fez disparar a produção no sul da China, nomeadamente nos anos 50, graças a uma maior procura internacional destas peças de exotismo oriental a crescer na fase do pós-Guerra. A porcelana de Cantão foi ao longo dos séculos um exemplo bem-sucedido de fusão entre o Oriente e o Ocidente, contribuindo para o vantajoso intercâmbio cultural. Em Macau, no auge dos anos 1960, existiam dezenas de fábricas. Mas nos anos 1980 a produção regressava ao continente, bem mais competitivo em mão de obra e custos, no rescaldo da Revolução Cultural. Arte familiar Lei Iat Po nasceu em Macau em 1954, tendo revelado um interesse pela arte da porcelana colorida devido ao negócio de família. Este foi influenciado desde a infância pelo pai, que produziu e exportou peças para os mercados europeu e americano. Lei Iat Po trabalhou na Fábrica de Bases de Madeira Guangcai do seu pai e, mais tarde, na Fábrica de Porcelana Colorida Guangcai. Sob a orientação do progenitor, seguiu o famoso mestre Zhao Zhuo para aprender a tecnologia de controlo da queima no forno. Mais tarde, aprenderia sobre técnicas de pintura artesanal e coloração de porcelana. Com curadoria de Margareth Lei Siu Heng, a colecção disponível na FRC apresenta peças de valor inestimável, pela qualidade e grau de complexidade na execução, revelando os anos de aperfeiçoamento e dedicação a esta técnica centenária pelo artista, que pretende continuar a divulgar a sua arte e a preservar o importante passado histórico. As obras vão estar expostas até ao dia 14 de Março.