Andreia Sofia Silva EventosMuseu de Macau | Exposição assinala centenário da morte Sun Yat-sen O Museu de Macau acolhe, a partir de 8 de Agosto, uma exposição sobre a passagem pelo sul da China, incluindo Macau e Hong Kong, de Sun Yat-sen, médico, revolucionário e um dos protagonistas da revolução republicana chinesa de 1911. A mostra intitula-se “Da Cura de Doentes à Salvação de uma Nação – Dr. Sun Yat-sen em Guangdong, Hong Kong e Macau” A RAEM acolhe uma exposição que conta a história de vida de Sun Yat-sen, mais revolucionário de corpo inteiro do que médico, que passou por Guangdong, Macau e Hong Kong e que foi um dos principais responsáveis pela revolução republicana de 1911 que levou à queda do regime imperial. Sun Yat-sen acabou mesmo por ficar conhecido como “O Pai da China”, no sentido de ter contribuído para a construção de uma nova nação. Segundo um comunicado do Instituto Cultural (IC), a mostra “Da Cura de Doentes à Salvação de uma Nação – Dr. Sun Yat-sen em Guangdong, Hong Kong e Macau” será inaugurada no dia 8 de Agosto no Museu de Macau e visa comemorar o centenário da morte de Sun Yat-sen. Trata-se de uma iniciativa organizada conjuntamente pelo IC, pelo Departamento de Serviços Culturais e de Lazer do Governo de Hong Kong e pelo Departamento de Cultura, Rádio, Televisão e Turismo de Zhongshan, sem esquecer o Museu Dr. Sun Yat-sen, em Hong Kong, que recebeu a mostra em Junho. A exposição, que pode ser visitada até 12 de Outubro, presta “uma profunda homenagem às contribuições duradouras do Dr. Sun Yat-sen para a revitalização da nação e a felicidade do povo”, descreve o IC, tratando-se de uma exposição itinerante que nasce “de um projecto de cooperação entre as entidades culturais de Guangdong, Hong Kong e Macau”. A mostra inclui uma centena de peças ou colecções de imagens históricas, documentos e “valiosas relíquias históricas” da passagem de Sun Yat-sen por Guangdong, Macau e Hong Kong. A história por fases Todo o espaço expositivo está dividido em quatro partes, intituladas “O berço do pensamento sobre a salvação da nação”, “O berço da revolução”, “As regiões natais da família”, “Memoriais para o grande espírito”. Em todos estes espaços o público pode “recordar o percurso e a carreira revolucionária do dr. Sun em Guangdong, Hong Kong e Macau”, aponta o IC, apresentando-se ainda “as profundas ligações do dr. Sun com Guangdong, Hong Kong e Macau, expressando-se o profundo respeito destas três regiões” por este revolucionário. Além da exposição, será projectado um filme relacionado com a personalidade política, sendo também lançada uma exposição online, com recurso à realidade virtual, após a inauguração, a fim de facilitar a visualização dos conteúdos por parte do público. Segundo informações disponibilizadas pela biblioteca digital da Fundação Jorge Álvares, Sun Yat-sen nasceu no seio de uma família modesta natural da vila de Cuiheng, província de Guangdong. Já o pai de Sun tinha estado em Macau a trabalhar como sapateiro, tendo voltado depois para a China onde formou família. Sun Yat-sen nasceu a 11 de Novembro de 1866 e partiu para Honolulu, no Hawai, com 13 anos de idade, ao encontro do irmão mais velho. Estudou Medicina em Honolulu e Hong Kong. Foi nesse período que despertou a sua veia revolucionária. Partiu para Macau aquando da conclusão da licenciatura, em 1892, tendo exercido medicina ocidental no hospital Kiang Wu e, posteriormente, numa clínica fundada por si na Rua das Estalagens. “Em 1894, já profundamente envolvido na política, fundou a Sociedade para a Regeneração da China que tinha como objectivo derrubar o regime imperial e instalar um governo democrático. No ano seguinte, chegou mesmo a participar numa tentativa de golpe de estado em Guangzhou, mas o golpe falhou, e viu-se obrigado a fugir, exilando-se no Japão. Durante os anos de exílio, viajou bastante pelos Estados Unidos, Canadá e Europa”, lê-se na biblioteca digital. Ainda no Japão fundou a Sociedade da Aliança Unida que veio dar origem ao partido Kuomitang. Apesar do seu papel ideológico na luta revolucionária, Sun Yat-sen encontrava-se no estrangeiro quando o sistema imperial caiu na China, a 10 de Outubro de 1911, tendo sido por um curto período presidente da nova República da China.
Andreia Sofia Silva EventosArt Macao | Projecto dos artistas The Haas Brothers para ver no COD Está aí mais uma exposição integrada no cartaz da “Art Macao: Bienal Internacional de Arte de Macau 2025”. Desta vez o público terá a oportunidade de ver o projecto “The Haas Brothers: Clair de Lune”, patente no City of Dreams Depois da apresentação no The A4 Art Museum, em Chengdu, no ano passado, eis que “Clair de Lune”, obra dos artistas The Haas Brothers chega a Macau, integrada no cartaz da “Art Macao: Bienal Internacional de Arte de Macau 2025”, na secção de exposições especiais. Estando disponível para visitas no City of Dreams (COD), no Cotai, até ao dia 12 de Setembro, “Clair de Lune” apresenta uma série de peças e instalações dos dois irmãos nascidos em Austin, Texas, numa “viagem onde a memória e a emoção convergem num imersivo mundo de arte”, descreve o COD numa nota. Em “Clair de Lune”, a luz transforma-se numa “metáfora, construindo uma narrativa emocionalmente rica que é acompanhada por uma personagem antropomórfica”, tratando-se de uma aposta do COD na “exploração da arte e compromisso para com a cultura multidisciplinar”. Ainda segundo a mesma nota, esta exposição “reflecte a filosofia criativa consistente dos artistas”, que procuram “quebrar barreiras entre disciplinas, activar os sentidos e evocar uma ressonância emocional”, sendo que o nome da mostra remete para a composição do francês Claude Debussy, “Clair de Lune”. Os The Haas Brothers também foram buscar inspiração às memórias de infância das chamadas “Moon Towers” [Torres de Lua], estruturas utilizadas para iluminar Austin à noite. Para os dois irmãos, estas torres “tornaram-se um último símbolo das suas memórias de infância, ultrapassando a linha entre a verdadeira lua e a lua artificial”. Aqui, a lua torna-se numa metáfora “para a migração emocional, em que o fluxo de luz representa os dois caminhos de uma jornada entre ‘o chegar e o partir'”. Convida-se, assim, o público a desfrutar e interpretar à sua maneira estes jogos de luzes e sombras, construindo-se uma jornada de “percepção, reflexão e exploração emocional”. Seis peças com significado “Clair de Lune”, no COD, inclui seis instalações que “constroem um mundo poético e imaginativo” em conexão com a lua, apresentando-se cinco esculturas com lâmpadas inspiradas nas “Moon Towers”, com nomes como “A Street Light Named Desire”, “Let There be Street Light”, “A Light in the Streets and Freak in the Sheets”, “Lamp of Approval” e “Light to Remain Silent”. Os trabalhos, com “títulos evocativos e formas expressivas”, constituem “um reflexo de temas como o desejo, o reconhecimento ou o silêncio”. A sexta peça apresentada, “Reach-able Moment” apresenta uma personagem semelhante a um macaco que “simboliza a busca, não apenas por amor, paciência e devoção, mas também por um significado mais profundo”, tal como uma “reflexão pacífica e filosófica do sentido da existência”. Os The Haas Brothers são Simon e Nikolai Haas, vivendo actualmente em Los Angeles. Nos últimos anos “desenvolveram uma linguagem artística multidisciplinar e distinta, trabalhando com moda, cinema, música e design criativo”. A sua prática artística “continua a expandir as possibilidades da expressão artística ao desafiar ambientes convencionais”, apresentando “uma abordagem antropomórfica” na “experimentação de formas e materiais”. Nesse processo, ambos “questionam e respondem às funções sociais da arte e contextos da cultura onde estas habitam”. Mais concretamente sobre “Clair de Lune” e o poder da luz da lua, os dois artistas referiram, citados pela mesma nota, que se trata de algo “fugaz, mas poderoso”, que “muda tudo aquilo em que toca, que transforma o comum em algo fantástico”. “Essa transformação é aquilo que somos depois. Se conseguirmos levar o observador a um mundo tranquilo, humorístico e de reflexão, então fizemos o nosso trabalho como artistas”, referiram.
Hoje Macau EventosPortugal dos Pequenitos aborda países lusófonos atenuando ideia do império O Portugal dos Pequenitos de Coimbra, que exaltava o império colonial quando foi criado em 1940, disponibiliza actualmente um passaporte lúdico aos visitantes que queiram viajar entre os novos países de língua portuguesa representados no parque. Associadas à saga dos Descobrimentos encetados no século XV pelos portugueses, a esfera armilar e a cruz de Cristo permanecem 85 anos depois entre os adornos do espaço turístico instalado na margem esquerda do rio Mondego por Bissaya Barreto (1886-1974), um maçom que foi carbonário na juventude e mais tarde amigo de Salazar. “Acreditamos que é possível aprender a brincar”, disse à agência Lusa o director do parque temático, Nuno Gonçalves, citando o fundador. Na reportagem, percorrendo as miniaturas do Portugal dos Pequenitos (casas tradicionais, monumentos e representações dos países de língua portuguesa, além de Macau, Índia, Açores e Madeira, entre outras), o responsável realçou “a inspiração ludo-pedagógica” de uma visita que já foi realizada por milhões de pessoas de todos os continentes. “Encontramos aqui uma solução perfeita entre a possibilidade de divertimento e de aprendizagem, em que a língua portuguesa é uma forma viva para que as novas gerações possam aprender a brincar”, defendeu. Tanto a esfera armilar, um antigo instrumento de navegação que os republicanos de 1910 incluíram na nova Bandeira Nacional, como a cruz ligada às naus de Vasco da Gama e demais navegadores, foram adoptadas pelo Estado Novo para propagandear um “Portugal do Minho a Timor”, imperial, pluricontinental, supostamente uno e indivisível. A cruz de Cristo, ainda assim, continua a figurar na bandeira da Região Autónoma da Madeira, além de identificar as frotas da Força Aérea e da Marinha Portuguesa. Mais pedagogia Nas últimas décadas, acompanhando a consolidação do regime democrático nascido com o 25 de Abril de 1974, bem como a ascensão à independência das ex-colónias, a primitiva matriz ideológica do Portugal dos Pequenitos foi dando lugar a uma visão mais multicultural que privilegia as componentes lúdica e pedagógica. “Expressão profunda da nossa língua, na medida em que ela é comum” à maioria dos Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), menos a Guiné Equatorial, o parque é também assumido pela entidade proprietária, a Fundação Bissaya Barreto, como “expressão de interculturalidade” e de tolerância entre povos ligados por laços históricos, disse Nuno Gonçalves, enquanto explicava o funcionamento do passaporte lúdico que pode ser carimbado à entrada de cada país, região ou território. A viagem inclui, designadamente, Brasil, Angola, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Moçambique, Timor-Leste e ainda Açores, Madeira, Índia e Macau, cuja administração portuguesa passou para a China em 1999. “Esta visita inclui a viagem, a experiência, a dinâmica e a narrativa”, enfatizou Nuno Gonçalves. Imaculada concepção Concebido pelo arquitecto Cassiano Branco, o parque nasceu por iniciativa de Bissaya Barreto, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, na qual estudou nos alvores do século XX, fazendo amizade com António Salazar, então ainda um jovem aluno da Faculdade de Direito. Abriu ao público em 1940, escassos meses após ter sido inaugurada, em Lisboa, a Exposição do Mundo Português, que assinalou dois centenários: oito séculos da fundação da nacionalidade, por Afonso Henriques, e 300 anos da restauração da independência de Portugal pelos conjurados de 1640, pondo fim a 60 anos de dinastia dos Filipes e domínio espanhol. Cinquenta anos depois da emancipação política das antigas colónias de África, em 1975, quando Goa, Damão e Diu, a chamada Índia Portuguesa, já tinham sido anexados pela então União Indiana, em 1961, o Portugal dos Pequenitos, entre outras valências, engrandece com “galerias inspiradas nos países de expressão portuguesa”, propondo “uma experiência de visitação que seja também aprendizagem”. “É possível fazer uma visita a Portugal e outros países num curto espaço de tempo e por um valor muito reduzido, porque não temos de apanhar o avião”, gracejou o director.
Andreia Sofia Silva EventosCreative Macau | Património da UNESCO em destaque em nova mostra A nova exposição na Creative Macau revela uma perspectiva fresca sobre o património histórico de Macau e da China classificado pela UNESCO. Justin Ung pegou em sítios como o Templo Tin Hau, na Taipa, ou o Templo do Céu, em Pequim, e criou ilustrações que ensinam a história dos locais “Walking Colors: Architectural Hue Archives” é o nome da nova exposição patente na Creative Macau e que fica disponível para visita do público, de forma gratuita, a partir do próximo dia 6 de Agosto. A mostra reúne trabalhos de ilustração de Justin Ung que foi buscar inspiração aos sítios de índole religiosa classificados e protegidos pela UNESCO, seja em conexão com o catolicismo ou com budismo, em Macau, na China, mas não só. Desta forma, apostando numa perspectiva artística própria, com o uso abundante da cor, apresentam-se ilustrações de lugares como o Templo do Céu, em Pequim, o Templo Tin Hau, na Taipa, ou ainda a Sagrada Família, em Barcelona. Segundo uma nota da Creative Macau, apresenta-se a cor como sendo “uma das linguagens mais directas da arquitectura e o código de memória mais vívido de uma cidade”. Desta forma, o nome “Walking Colors” dado a esta mostra [Cores Ambulantes] promove isso mesmo: um percurso próprio por estes lugares especiais cheios de história, incluindo um passeio pelos “corredores arquitectónicos de Macau e das cidades classificadas como Património Mundial da UNESCO”. Assim, o público pode ver “os votos solenes do Templo do Céu, com um azul celeste esmaltado em Pequim” bem como “os sussurros românticos dos azulejos portugueses em tons pastel de Macau”. Há, depois, no caso da catedral da Sagrada Família, “o abraço acolhedor dos seus tons terrosos”, bem como, de regresso a Macau, “a vibração pulsante das luzes néon dos casinos, em que cada tonalidade conta a história de encontros culturais”. Releituras várias Em “Walking Colors: Architectural Hue Archives” é proposta “uma jornada visual pela arquitectura” e uma “decodificação cromática das culturas”, em que se pode seguir “os passos da cor” e fazer uma releitura “das histórias arquitectónicas do nosso património mundial”. No caso de Macau, o seu centro histórico passou a ser classificado pela UNESCO em 2005. Desde então que locais como as Ruínas de São Paulo, o Largo do Senado e zonas adjacentes são alvo de protecção e preservação próprias tendo em conta a classificação pelo organismo internacional. Também em 2005 foi classificado o Templo Expiatório da Sagrada Família, integrada num conjunto de obras do arquitecto espanhol António Gaudi, que viveu entre os anos de 1852 e 1926. No ano seguinte seria classificado o Templo do Céu na capital chinesa, que está integrado num conjunto de templos taoístas e considerado o maior do país. O Templo do Céu foi construído em 1420, tendo sido usado pelas dinastias Ming e Qing para pedir às divindades boas colheitas e agradecer por todos os ganhos e frutos obtidos. Relativamente ao protagonista desta mostra na Creative, Justin Ung, que tem como pseudónimo “Meow the Sardines”, conta no currículo com um mestrado em História e Estudos do Património. Actualmente é autor de ilustrações para diversas publicações, nomeadamente a revista “Fantasia”, tendo ilustrado vários livros infantis. A exposição fica patente na Creative Macau até ao dia 23 de Agosto.
Hoje Macau EventosMICAF arranca com exposições, instalações e muita cor Está aí a segunda edição do Festival Internacional de Artes para Crianças de Macau (MICAF, na sigla inglesa), que desde sexta-feira tem a decorrer um programa com 49 actividades e espectáculos em mais de 1.000 sessões, divididos em nove secções. Segundo uma nota do Instituto Cultural (IC), incluem-se nas actividades destinadas aos mais pequenos “programas de artes performativas de nível internacional, um musical de grande escala, exposições de arte, um festival de cinema, grandes instalações ao ar livre, acampamentos artísticos, acampamentos de música, workshops e uma feira artística”. Segundo o IC, o objectivo do MICAF é “iluminar a infância das crianças através da arte, incentivando as famílias e as crianças a contactarem de perto com as artes a partir de diversas perspectivas usando todos os seus sentidos”. Um dos eventos é “O Paraíso do Pequeno MICAF”, que irá realizar-se todos os fins-de-semana na Praça do Centro Cultural de Macau (CCM), sendo que esta iniciativa tem vindo a decorrer desde o início do mês de Julho. O evento inclui sessões com jogos e insufláveis com “elementos desportivos, correspondendo assim ao espírito da 15ª edição dos Jogos Nacionais”, além de que está presente a mascote MICAF de 10 metros de altura. Depois, nos fins-de-semana de 22 a 24 e de 29 a 31 de Agosto, terá lugar o “Dia de Diversão MICAF”, com programas sob o tema “diversão aquática e arte”, incluindo-se também a realização da “Festa da Espuma” e da “Festa de Diversão Aquática”. Haverá também “danças de rua interpretadas por crianças, palhaços, artistas com andas e outras actuações interactivas, bem como workshops de artesanato e exibições de filmes para famílias ao ar livre”. Uma mostra mágica Destaca-se também a realização da exposição “A Magia das Linhas: O Mundo Maravilhoso das Ilustrações de Serge Bloch”, patente no ART Espaço, situado no terraço do primeiro andar do Centro Cultural de Macau até ao dia 7 de Outubro. A mesma mostra apresenta-se também na Zona da Barra no entorno da Doca D. Carlos I – Oficinas Navais N.º 1 e N.º 2 até 14 de Setembro. Esta mostra, organizada em parceria com o MGM, traz três secções que permitem a crianças e adultos “entrarem no espaço criativo construído pelo ilustrador francês Serge Bloch com linhas mágicas” e “embarcarem numa viagem artística cheia de imaginação, alegria e inspiração, na descoberta de um lugar para reconhecerem a beleza dos pequenos momentos da vida”. Interligadas à exposição decorrem actividades como o seminário “Tela Artística – Pincel de Cor”, bem como o “Workshop Extra de Livros Ilustrados”, ambos a realizar-se nas Oficinas Navais nº2. Depois, oficinas como “Aventura de Rabiscos – Criar Histórias Inspiradas na Arte de Bloch”, “Linhas Travessas – Oficina Magia da Colagem para Famílias” e “Mágicos das Linhas – Oficina de Livros Ilustrados para Famílias” decorrem no ART Espaço”. O MICAF traz também a Macau o musical “Disney – A Caixa Mágica”, bem como a peça de teatro de marionetas “Os Hamsters de Chong Chong”, seleccionado no âmbito do “Comissionamento de Produções de Artes Performativas 2024-2026”. O cartaz do MICAF traz também o bailado “Cinderela”, protagonizado pelo Ballet do Teatro Nacional de Brno da República Checa; o teatro multimédia “Poli Pop”, do Teatro Pincelado da Coreia do Sul; sem esquecer “Espectáculo de Neve”, teatro com palhaços. Ainda na vertente de palco vão decorrer os espectáculos “Um Dia de Astronauta” e o teatro musical coral, de estilo familiar, “Sussurrando o Zodíaco: O Concerto Coral do Zodíaco Chinês”. No cinema, a Cinemateca Paixão apresenta um ciclo de filmes para os apaixonados da animação.
Andreia Sofia Silva EventosExposição | Os Camões de Vítor Hugo Marreiros em Lisboa Foi inaugurada no sábado a primeira exposição individual de Vítor Hugo Marreiros em Lisboa, na galeria Passevite. A mostra reúne retratos de Luís de Camões retirados dos cartazes que o designer e artista macaense faz há décadas para celebrar o 10 de Junho. A inspiração, sobre esta e outras figuras de Portugal e da sua literatura, está longe de se esgotar “Camões, Cinco Zero Zero” é a exposição que pode ser vista até ao fim de Agosto na Galeria Passevite, em Lisboa, e a primeira em nome individual do artista e designer macaense Vítor Hugo Marreiros. Esta não é a primeira estreia total de Marreiros em solo português, tendo em conta a sua participação anterior em exposições colectivas, mas é a primeira vez que expõe em nome próprio e logo para mostrar um trabalho que tanta visibilidade lhe tem dado nos últimos tempos: os cartazes do 10 de Junho com o rosto de Camões, e não só. A mostra “Camões, Cinco Zero Zero” é, como o nome indica, uma exposição dedicada inteiramente às imagens do poeta nestes cartazes, mas com uma nova roupagem e linguagem artística. “Tudo partiu do desafio proposto por um colega meu, Henrique Silva, mais conhecido por Bibito”, contou ao HM. “Os quadros que estão aqui não são apenas retirados dos cartazes do 10 de Junho, mas também de outros trabalhos, porque ao longo da minha vida profissional tive inúmeras oportunidades de retratar temas lusos e ícones como Fernando Pessoa, Amália, até a sardinha”, contou. Vítor Hugo Marreiros faz os cartazes do 10 de Junho – Dia de Camões, Portugal e das comunidades portuguesas há 34 anos e sempre procurou mesclar a figura do poeta com alguns temas da actualidade do país, bem como os símbolos da portugalidade. “Nos últimos anos procurei retratar as preocupações da comunidade portuguesa [de Macau], bem como os acontecimentos em Portugal, a crise, a covid-19 ou a guerra na Ucrânia. O Camões fala por si, em anos diferentes e acompanhado sempre dos acontecimentos do ano. Às vezes ponho o Camões a falar por mim. A minha companheira diz-me sempre isso, que eu ponho o Camões a dizer aquilo que eu quero.” Houve tempos, e cartazes, em que o artista retratou alguns episódios da actualidade de Macau, como o aumento da instalação de câmaras de videovigilância ou mesmo a proibição de fumar em certos sítios. “Sentia que, dentro da comunidade portuguesa e de toda a Macau, este episódio [a proibição de fumar] tinha sido como que uma agressão. Às vezes vou ouvindo as preocupações da comunidade e também as minhas, não só em relação a Portugal, como também a Macau. Esses temas podem surgir isolados, mas também ligados ao Camões e a outros nomes que coloco [nos cartazes], por brincadeira”, acrescentou. O artista e o poeta Ironicamente, a relação de Vítor Hugo Marreiros com a escrita de Camões, seja a poesia, as cartas ou os próprios Lusíadas nem é de grande proximidade – o artista assume mesmo que prefere a Peregrinação, de Fernão Mendes Pinto. “Acho mais engraçado. ‘Os Lusíadas’ é uma obra mais pesada, forte, heroica. Prefiro a ‘Peregrinação’, e até para desenhar tem mais piada. Sempre que preciso de fazer algum trabalho, com uma parte histórica, noticiosa ou literária, começo sempre por ler a ‘Peregrinação’.” Aliás, Vítor Hugo Marreiros diz procurar sempre explicações sempre que os seus desenhos bloqueiam com a necessidade de alguma informação factual ou histórica. “Sou um drácula. Quando preciso de qualquer coisa ligada à medicina, vou ao meu amigo. Não tenho vergonha de pedir coisas a um amigo advogado. Aproveito a cultura dos outros também, porque é muito importante pesquisar”, disse. Na mostra da Galeria Passevite, “há arranjos diferentes em termos técnicos e há espaço para novas interpretações”. Vítor Hugo Marreiros diz não se ter cansado ainda de fazer o cartaz e até já tem dois preparados para os próximos dois anos. “Há espaço para novas imagens. O Camões tem de aparecer sempre, mas é acompanhado por figuras dos acontecimentos actuais, figuras de época, pelas preocupações nacionais. Há quem diga que sou um gráfico político, mas eu não sou muito ligado à política, preocupo-me mais com a sociedade. Por exemplo, no último cartaz do 10 de Junho surge o Trump, e também coloquei uma conversa entre D. Afonso Henriques e o presidente do FC Porto [ex-presidente, Pinto da Costa], porque D. Afonso Henriques foi rei e ele era o presidente. Há pequenos pormenores, vou brincando com coisas sérias, mas não ensino nada. Leio, interpreto e sugiro. Para mim a política, se é de direita ou de esquerda, diz-me pouco”, rematou.
Hoje Macau EventosCURB | Eduardo Leal e António Leong distinguidos em concurso Já são conhecidos os vencedores da edição deste ano do concurso de fotografia arquitectónica promovido pelo CURB – Centro de Arquitectura e Urbanismo. O primeiro lugar foi arrecadado por Wong Chi Hin, seguindo-se Lei Heong Ieong no segundo lugar e, em terceiro, Eduardo Leal, fotojornalista português radicado em Macau. Estes foram os vencedores na categoria “Grupo Aberto”. Eduardo Leal ganhou ainda uma menção honrosa por outra imagem sem título, juntamente com Wong Cheng Chon, e António Leong, distinguido aqui duas vezes com as imagens “Inside Out of Penha” e “The Staircase”, entre outros fotógrafos. Na categoria “Grupo de Estudantes” destaca-se a vitória de Chong Man Hin. Segundo um comunicado do CURB, as fotografias distinguidas celebram “o ambiente interior construído da cidade”, apuradas de um total de 338 fotografias enviadas por 149 participantes. “Os trabalhos enviados foram avaliados por um painel de jurados experientes que selecionaram as melhores fotografias para o tema deste ano, considerando a sua qualidade artística e técnica e a originalidade da visão”, é referido. Esta edição do concurso, a quarta, teve como tema “Inside Out”, convidando os participantes “a olhar para além e a entrar no ambiente construído de Macau, para descobrir e capturar as qualidades e a beleza raramente vista da arquitectura de dentro para fora”. A cerimónia de entrega dos prémios terá lugar na Ponte 9 – Plataforma Criativa, na Rua das Lorchas Ponte n.º 9, 3.º andar, no dia 9 de Agosto, às 17h00, onde serão expostas as obras distinguidas. A exposição estará aberta ao público até 29 de Agosto, de segunda a sexta-feira, das 10h às 13h e das 14h30 às 18h30. O CURB revelou ainda que o concurso de fotografia decorre “com sucesso” há quatro anos, atraindo um total de 688 participantes e 1.611 inscrições.
Andreia Sofia Silva EventosGalaxyArt | Obras de design de Bruno Moinard expostas até Dezembro Conhecido pelo design criativo e mobiliário único, Bruno Moinard é o destaque da nova exposição patente no espaço GalaxyArt, incluída na programação do “Art Macao: Bienal Internacional de Arte de Macau”. A mostra é apresentada como “uma viagem imersiva ao mundo visionário” de Moinard Mais de 300 obras originais de design e mobiliário estão patentes na nova exposição no GalaxyArt, intitulada “Na Mente de Bruno Moinard”, que está disponível para visitas do público até 31 de Dezembro. Integrada na edição deste ano da “Art Macao: Bienal Internacional de Arte de Macau”, a mostra nasce de uma parceria entre o Galaxy Entertainment Group e o Instituto Cultural (IC). Segundo um comunicado do Galaxy sobre a iniciativa, a exposição constitui uma “viagem imersiva ao mundo visionário” de Bruno Moinard, descrito como “pioneiro criativo internacionalmente aclamado”. Entre as 300 obras destacam-se “esboços a pinturas e manuscritos de design” e “conceitos de design personalizados do seu estúdio de design de interiores Moinard Bétaille para o empreendimento ‘Capella’, no Galaxy Macau, que será inaugurado em breve”. Trata-se de uma “residência dourada com suites que irá redefinir novos padrões de luxo personalizado”. Citado pela mesma nota, Bruno Moinard referiu na inauguração da sua exposição, que a mostra constitui “uma tentativa modesta, mas sincera, de convidar o público a entrar neste espaço invisível, que é uma alegoria do meu mundo criativo, onde várias disciplinas conversam, como a pintura, design, arquitectura de interiores ou cenografia”. “Juntas contam uma história, e uma forma única de ver o mundo”, acrescentou o artista. 30 anos de carreira Bruno Moinard é “conhecido por combinar as melhores tradições do artesanato francês com o design moderno”, tendo recebido a distinção de Cavaleiro da Legião de Honra em 2010. Expor o trabalho em Macau representa também uma forma de celebração dos seus 30 anos de carreira e 12 de constituição da marca com o seu nome, a “Bruno Moinard Éditions”. “Na mente de Bruno Moinard ― Uma exposição especial na Art Macao 2025” revela, assim, “os feitos multifacetados de Moinard, como artista por direito próprio e como designer de primeira linha, oferecendo aos visitantes uma visão única de sua filosofia de design exclusiva”. Ao mesmo tempo, destaca a organização, revela-se “a arte instintiva por trás de algumas das propriedades e espaços de luxo mais icónicos do mundo”, apresentando-se “uma diversidade de pinturas contemporâneas, fotografias e obras multimédia”. O foco é feito “na forma como o trabalho de Bruno Moinard, seja para as mais proeminentes ‘maisons’ [casas, ou empreendimentos] de luxo do mundo, seja no contexto do luxo quotidiano, irradia espontaneidade e talento instintivo”. O espaço GalaxyArt fica no primeiro andar do Galaxy Promenade, Galaxy Macau.
Hoje Macau EventosCotai | Rapper chinês Yitai Wang apresenta último álbum no Galaxy “Love Me Later” é o nome do último disco de Yitai Wang, rapper chinês, e também o nome do espectáculo que tem subido aos palcos nos últimos tempos integrado na digressão do músico. Macau também está na agenda e acolhe, este domingo, o concerto de Yitai Wang na G Box do Galaxy Macau Este domingo é dia de estreia para o rapper chinês Yitai Wang, que pela primeira vez sobe a um palco de Macau para apresentar a sua música. O concerto “Love Me Later” acontece no espaço G Box do Galaxy Macau a partir das 20h e traz ao público local a oportunidade de ouvir os mais recentes êxitos do artista que começou a sua carreira no grupo de Chengdu CDC. Depois, a partir de 2018, Yitai Wang embarcou numa carreira a solo, acabando no top seis dos músicos mais importantes do “The Rap of China”. Seguiu-se a participacão em programas musicais na China como “I’m CZR” e “Me to Us”. “Love Me Later”, que dá nome a este espectáculo no Cotai, é o terceiro álbum de estúdio do artista e inclui faixas como “Time To Be A Man”, “Wake Up”, “Rich Forever”, “Do It Like This” ou “Where to Go”. De frisar que, antes da estreia do músico em Macau, o rapper passou por Hong Kong com a mesma digressão em Abril, tendo actuado no Macpherson Stadium. Viagem sentimental Segundo a apresentação do álbum “Love Me Later” na plataforma de streaming Apple Music, este é um trabalho discográfico que “apresenta um conceito abrangente e uma lista de colaboradores internacionais”, revelando a forma como o músico embarcou “numa jornada pelo tempo e emoções”. Na mesma descrição, o artista confessa que quando se começa a ouvir o álbum “pode começar a sentir-se um pouco deprimido”, mas que depois surge uma mistura de experiências e emoções transmitidas através da música. “De repente começo a fazer uma perspectiva de experiências passadas, com laivos que levaram à construção de algo com confiança. Na música ‘Where To Go’ já não estou preocupado com o que possa vir a acontecer, e na segunda parte do álbum já olho essencialmente para o futuro”, descreveu. Este trabalho foi escrito e produzido ao longo de dois anos em Los Angeles, contando com colaborações de artistas como Masiwei, rapper de Chengdu e ainda dois rappers americanos, o que demonstra os passos de Yitai Wang na internacionalização da sua carreira. Este trabalhou também, neste último álbum, com o produtor premiado Myles William, que deambula pelas sonoridades do trap beat. O portal RADII descreve o artista de Chengdu, Sichuan, como um dos principais nomes do rap chinês actual, que descobriu “o talento para o hip hop por acaso”, depois de ter estudado piano. “Estava a tentar fazer rap com as músicas do Eminem e os meus amigos disseram: ‘Uau, você fez muito bem’. Então pensei: ‘Eu consigo fazer rap’, e comecei a tentar escrever as minhas próprias letras”, descreveu, segundo o mesmo portal.
Hoje Macau Eventos“Art Macao” | Galeria HWA apresenta trabalho de Zhang Zhanzhan A “Art Macao – Bienal Internacional de Arte de Macau 2025” chegou à cidade e com ela várias iniciativas culturais. Uma delas é a nova exposição patente na Galeria HWA, no Lisboeta Macau, que revela o trabalho do artista Zhang Zhanzhan. “Hi, Luck!” fica patente até Setembro É em torno da temática da sorte que gira a nova exposição da Galeria HWA, patente no Lisboeta Macau. “Hi, Luck!”, com trabalhos de Zhang Zhanzhan, integra a edição deste ano da “Art Macao: Bienal Internacional de Arte de Macau 2025” e fica disponível para visitas do público até Setembro. Segundo uma nota oficial sobre o evento, esta exposição realiza-se em parceria com a ArtDeport e apresenta o trabalho do conhecido artista contemporâneo chinês. Esta é uma das “exposições colaterais” da bienal, que tem como tema “Ei, o que o traz aqui?”, explorando as ideias de “ver, aproveitar e abraçar a sorte da arte que transforma o caos da vida de uma forma significativa”. Segundo a mesma nota, o artista “é conhecido pela sua profundidade filosófica e visão inovadora”, sendo que as colecções e exposições que tem realizado em toda a Ásia “são observações da vida quotidiana com contemplação existencial, mostrando a fusão característica de Zhang entre brilhantismo visual e ressonância intelectual para apresentar a sorte como uma experiência humana significativa”. Para aí virado Segundo a página oficial da “Art Macao”, Zhang Zhanzhan acredita que “a sorte não é um presente fortuito, mas uma disposição de espírito marcada por uma consciência aguçada, uma busca activa e um acolhimento sincero na vida quotidiana.” Desta forma, as obras presentes na Galeria HWA “capturam fragmentos do tempo, guiando-o a ‘ver a sorte’ — o brilho subtil na neblina matinal”, ou ainda a “agarrar a sorte”, explorando a ideia de um “voo em encontros fugazes”, ou ainda a “abraçar a sorte”, em que o público pode, ao visualizar os trabalhos artísticos, “entrelançar o calor da vida numa ressonância harmoniosa com o mundo”. Assim, nesta exposição, “a arte serve como uma lanterna, iluminando o significado no caos e explorando, em conjunto, a verdadeira essência da sorte”. Zhang Zhanzhan nasceu em Hebei, em 1982, tendo-se formado na Escola de Belas Artes da Universidade de Artes de Nanjing em 2008. Uma das exposições mais recentes que realizou foi em 2023, com o nome “Out Of This World”, patente no Museu de Arte Contemporânea de Yinchuan. No ano anterior, o artista estreou “Post-me Generation: How to Write About Young Artists”, em Pequim. No ano passado, e também em Pequim, Zhang Zhanzhan realizou “You’re Always on My Mind” no conhecido Distrito de Arte 798 de Pequim.
Hoje Macau EventosFRC | Imagens de Timor-Leste expostas até Agosto Chama-se “Uma Viagem à Terra do Crocodilo no Ano da Serpente” e é a nova exposição de fotografia patente na Fundação Rui Cunha, da autoria de Cristiana Figueiredo. Às imagens juntam-se os textos de Bibi Ain. São 25 fotografias de “pessoas, lugares e coisas”, numa viagem repleta de emoções A Fundação Rui Cunha (FRC) inaugura hoje, a partir das 18h30, uma exposição fotográfica sobre Timor-Leste intitulada “Uma Viagem à Terra do Crocodilo no Ano da Serpente”, com imagens da autoria de Cristiana Figueiredo e textos de Bibi Ain. Esta iniciativa “resulta de uma viagem de descoberta, para uma, e de reencontro, para o outro, no princípio deste ano”. Com o subtítulo “Pessoas. Lugares. Coisas”, a mostra inclui 25 fotografias que revelam visualmente o que os textos descrevem sobre as emoções impregnadas nos pequenos detalhes da jornada. Segundo os autores, citados por uma nota da FRC, “no início de 2025 embarcámos numa viagem para Timor-Leste”, tendo sido “a descoberta das raízes de casa, o abraço dos entes queridos, o reaparecimento de memórias doces e frágeis”, ou ainda “entrar num livro de História e sentir o acolhimento do desconhecido”. “A viagem foi uma espreitadela íntima e inspiradora em Timor-Leste, onde perspectivas aparentemente díspares se uniram para criar novas perspectivas, sobre as pessoas e os lugares deste pequeno país maravilhoso», revela o par de viajantes no seu manifesto. Cristiana Figueiredo adianta ainda que “por detrás da lente, testemunhei a transformação de comportamentos tímidos em sorrisos tropicais generosos que revelavam vislumbres íntimos e fugazes”. Histórias e imagens A autora diz ter encontrado, nesta viagem, “uma paisagem que se entregava à captura da janela de um carro em movimento numa estrada esburacada, ou de um momento tranquilo com os pés enterrados na areia quente, acariciados pelo som das ondas a bater”. Assim, “partilhar esta experiência inesquecível através das fotografias desta exposição é a minha carta de amor a Timor-Leste”, frisou. A vida de Cristiana Figueiredo é uma tapeçaria tecida em três continentes, segundo a sua biografia. “Nascida em Angola, passou os seus anos de formação em Portugal. Nas tardes tranquilas depois da escola, folhear as enciclopédias de arte dos pais despertou a sua paixão pelas artes, um fascínio precoce que a inspirou a fazer vários cursos de curta duração em história da arte, desenho e pintura, e a dedicar-se à fotografia, lançando as bases para o seu percurso criativo”, lê-se. Após a conclusão da licenciatura em Sociologia na Universidade do Porto, a vida de Cristiana levou-a até Macau, onde, nos últimos 23 anos, foi empreendedora local no sector alimentar e das bebidas, tendo virado a sua criatividade para o design gráfico, branding e design de interiores. Recentemente, Cristiana tornou-se criadora visual a tempo inteiro, explorando diversos meios, capturando continuamente o mundo que a rodeia e reimaginando-o através das suas lentes, pincéis e computador. Por todo o lado Por sua vez, a vida de Bibi Ain é uma tapeçaria tecida entre três países: Timor-Leste, Austrália e China. Nascido em Timor-Leste, passou os seus anos de formação na Austrália. Estudou Arte, História da Arte, Cinema e Televisão, Literatura Inglesa e Italiana, Arquitectura, Gestão de Empresas e, por fim, Gestão Turística. Serviu o seu país como Diplomata nos últimos trinta anos. Bibi Ain, nome artístico, deriva da palavra tétum “bibi” (cabra) e “ain” (pé). “Como um cabrito que salta por todo o lado com entusiasmo em busca de uma nova aventura, a minha família apelidou-me assim para reflectir a minha sede de viajar”, explica na mesma nota. As imagens e textos vão estar expostos até ao dia 2 de Agosto de 2025.
Hoje Macau EventosLisboa | Vítor Marreiros protagoniza mostra “Camões Cinco Zero Zero” Vítor Hugo Marreiros apresenta a partir do próximo sábado uma exposição em Lisboa na Galeria Passevite. Trata-se de “Camões Cinco Zero Zero”, que celebra os 500 anos do nascimento daquele que é considerado o poeta maior da língua portuguesa Chama-se “Camões Cinco Zero Zero” e, mais do que ser o nome da nova exposição de Vítor Hugo Marreiros, é uma iniciativa que mostra o trabalho do artista e designer macaense em Portugal. A inauguração acontece no centro de Lisboa, na Galeria Passevite, no próximo sábado a partir das 18h30. A exposição que ficará patente neste espaço até ao dia 30 de Agosto. Segundo uma nota de imprensa, a mostra “assinala os 500 anos do nascimento de Luís de Camões”, partindo de uma ideia original do designer gráfico Henrique Silva, mais conhecido por Bibito, que reside em Macau há muitos anos. Desta forma, aquilo que se faz em “Camões Cinco Zero Zero” é uma “leitura contemporânea e simbólica da figura do poeta através dos cartazes que Victor Marreiros tem criado ao longo de mais de três décadas para assinalar o 10 de Junho em Macau”. Nesta exposição, retira-se Camões “do contexto habitual”, surgindo a imagem do poeta com novas interpretações espelhadas na “liberdade gráfica, humor e espírito crítico, numa série que é, simultaneamente, memória e criação”. Uma mostra inédita A exposição chega a Lisboa graças ao apoio do IPOR – Instituto Português do Oriente e da Herdade do Perdigão. Esta é a primeira vez que Vítor Hugo Marreiros expõe o seu trabalho em Portugal. De destacar que Camões é uma presença constante num dos trabalhos pelos quais Marreiros tem sido mais conhecido nos últimos tempos: os cartazes do 10 de Junho promovidos pela Casa de Portugal em Macau e que são desenhados por si, numa mistura constante de elementos que remetem para a portugalidade. Vítor Hugo Marreiros tem uma carreira de mais de 45 anos dedicada às artes visuais, cenografia e design gráfico, e que foi reconhecida internacionalmente com mais de 200 prémios e distinções. O artista e designer nasceu em Macau em 1960, e é membro fundador do CAC – Círculo dos Amigos da Cultura de Macau e também da Associação de Design de Macau. Estudou, nos anos 80, na Escola Superior de Belas Artes do Porto, subsidiado pelo Instituto Cultural, entidade onde, mais tarde, trabalhou durante vários anos. Ganhou, das mãos do Governo de Macau, ainda nos anos da administração portuguesa, a Medalha de Mérito Profissional a 5 de Outubro de 1999. Durante a exposição estará disponível uma edição especial de serigrafia, numerada e assinada pelo artista, bem como o catálogo da mostra.
Hoje Macau EventosArte Macau | Obras de nove artistas internacionais juntas em exposição A Sands China apresenta duas exposições no âmbito da Arte Macau: Bienal Internacional de Arte de Macau, que vão reunir obras de nove artistas internacionais: “Dopamina: Fonte da Felicidade” e “Para Além da Moldura: Obras-primas Internacionais Contemporâneas”. As mostras são inauguradas no fim do mês A Sands China irá exibir duas exposições, parte da programação da Arte Macau: Bienal Internacional de Arte de Macau. “Dopamina: Fonte da Felicidade” e a “mostras colateral” “Para Além da Moldura: Obras-primas Internacionais Contemporâneas” são inauguradas no 29 de Julho e vão estar em exibição até 15 de Outubro. “Dopamina: Fonte da Felicidade”, que estará patente no Venetian Macao, irá reunir obras de nove artistas contemporâneos internacionais da Ásia, Europa e Estados Unidos: Craig & Karl, os artistas locais Bibi Lei e Hei Lok, GRAFFLEX, Ilya Milstein, Jun Oson, Jonni Cheatwood e Song Zhou. Prosseguindo a tendência crescente de infantilização estética da arte contemporânea actual da região, as obras reinterpretam personagens conhecidas mundialmente do universo da “Rua Sésamo”, como Elmo, Big Bird e Ernie. A Sand China salienta que “os artistas exploram as vastas possibilidades da arte contemporânea, criando estilos distinto através da fusão da mitologia romana com a arte da dopamina”. Até à Rua Sésamo Produzida pela organização sem fins lucrativos Sesame Workshop, a “Rua Sésamo” tem sido pioneira na televisão infantil há mais de 50 anos, misturando educação e entretenimento para nutrir gerações de mentes jovens. A Sands China convidou nove artistas a reimaginarem o espírito e a ética intemporais da “Rua Sésamo” através de uma lente carregada de dopamina. “Através de cores vivas, imaginação sem limites e um novo modo de interacção entre a arte e o espaço público, a exposição transmite alegria em tons vibrantes, convidando os visitantes a passear e a experimentar naturalmente a felicidade e a ressonância emocional que a arte pode oferecer”, indica a Sands China. Por outro lado A mostra colateral, como a organização designa, “Para Além da Moldura: Obras-primas Internacionais Contemporâneas”, que estará patente na Sand Gallery localizada nas Grand Suites do hotel Four Seasons, é composta por criações de seis artistas da exposição principal: Hei Lok, GRAFFLEX, Ilya Milstein, Jun Oson, Jonni Cheatwood e Song Zhou. A organização salienta que as obras que vão estar expostas na galeria “quebram as estruturas convencionais através de linguagens visuais distintas, empregando diversas vias de expressão, como pintura, escultura, instalação artística e meios mistos”. A Sand Gallery irá apresentar mais de 60 obras-primas clássicas e novas, que “navegam livremente entre a materialidade, o espaço e as narrativas culturais, forjando novas fronteiras artísticas”. Prata da casa Entre os artistas convidados para “Dopamina: Fonte da Felicidade”, destaque para dois criadores locais. Nascida em Macau de ascendência luso-chinesa, Bibi Lei é uma artista contemporânea sediada em Tóquio que tem atraído a atenção internacional pelo seu estilo de pintura caprichoso e de cores vivas. Uma criadora autodidacta, Bibi Lei pinta intuitivamente com os dedos, retratando frequentemente uma personagem recorrente – a “Brave Girl” – que simboliza a inocência e a coragem, viajando por um mundo onírico cheio de esperança e maravilha infantil. Lei tornou-se a primeira e mais jovem artista de Macau a atingir um recorde de vendas na Sotheby’s de Londres, com a sua obra a ser vendida a 193 por cento acima do preço estimado, assinalando um marco significativo para a cena artística de Macau. É também a primeira artista feminina de Macau a expor durante a Semana de Arte de Basileia na Art Miami. Desde 2022, a sua carreira tem crescido rapidamente, atraindo a atenção de coleccionadores do Japão, Europa e Ásia. Em apenas dois anos, expôs em Nova Iorque, Paris, Londres, Los Angeles, Dubai, Tóquio, Seul e Hong Kong, estabelecendo-se como uma das artistas emergentes mais promissoras da Ásia. Hei Lok, nascido no seio de uma família artística conhecida em Macau, é um artista proeminente, curador e defensor da cultura. As suas obras de arte centram-se na cultura local e na vida quotidiana de Macau, caracterizando-se por uma técnica delicada e uma expressão emocional rica. Expôs em Macau, Hong Kong e Portugal, demonstrando um forte sentido de identidade cultural. Como Presidente da Sociedade de Artistas de Macau e membro do Conselho da Associação de Artistas da China por dois mandatos, há muito que se dedica a promover o intercâmbio artístico e cultural entre Macau e o Tibete, dando continuidade ao legado do seu pai na cooperação inter-regional. Para além da criação artística, Lok dedica-se também à educação artística, dando início à campanha de arte juvenil “Rainbow Road” que o fim de levar inspiração criativa a comunidades de minorias étnicas em zonas rurais.
João Santos Filipe Eventos MancheteEncontro | Jantar reuniu mais de 100 ex-militares recrutados em Macau Mais de 100 militares recrutados em Macau por Portugal estiveram reunidos num jantar da Doca dos Pescadores para recordar os tempos “alegres” na tropa Cerca de 100 antigos militares recrutados em Macau entre 1936 e 1975 estiveram reunidos na terça-feira à noite num jantar de confraternização que decorreu na Doca dos Pescadores. O segundo evento no espaço de cinco anos teve como objectivo reunir colegas, matar saudades de outros tempos, contou com discursos por videoconferência e até um momento para se cantar o hino de Portugal. Um dos presentes no evento foi Mário Lemos, de 86 anos, e por ser o recruta mais antigo na cerimónia, do ano de 1959, teve direito a sentar-se na mesa de honra da comissão organizadora, liderada por Francisco Manhão. Da tropa, Lemos recorda outros tempos, mais agitados: “A tropa foi uma aventura de juventude, onde passei um ano e meio. A recruta foram seis meses e depois passei para assumir funções na secretaria do quartel general”, recordou. “Eu fazia praticamente tudo, porque tinha concluído o segundo ciclo, fiz muitas coisas diferentes. Também fazia tradução porque vinham pessoas de Portugal e não dominavam a língua chinesa. Servi muitas vezes de ligação com a rapaziada de Portugal. Na altura havia muita gente de etnia chinesa e muitos deles não falavam português”, contou. O domínio do cantonês levou também a que muitas vezes Mário Lemos tivesse de lidar com as queixas da população face ao comportamento de alguns tropas, embora realce que não eram coisas muito frequentes. “Às vezes até havia problemas lá fora, as pessoas vinham fazer queixa e eu servia de tradutor para resolver os assuntos. Para mim foi um tempo muito animado”, indicou. “Mas não havia muitas queixas. Eram coisas de juventude”, considerou. E entre as queixas, não era incomum que a população se queixasse do assédio dos militares a algumas raparigas mais jovens. O ex-militar admitiu ter saudades dos tempos da tropa e mostra a cédula militar com orgulho, onde consta um louvor recebido no final do tempo servido no exército: “No final da tropa eu recebi um louvor do Chefe de Estado Maior no Comando Militar em Macau. Não era fácil”, relatou. “Eu fiquei muito orgulhoso”, confessou. Os tempos mais agitados como militar contrastam com aposentação. Após mais de 30 anos na Função Pública, Lemos viveu no Canadá, durante 12 anos, antes de regressar a Macau. Agora a vida é mais calma. “Eu sou uma pessoa que fica sempre muito em casa, não tenho muita vida social”, reconheceu. Ainda assim admitiu gostar do ambiente deste tipo de jantares. Vestido a rigor José Madeira, aos 73 anos, foi recrutado em 1974 em Macau, onde nasceu e vive. Actualmente, encontra-se reformado, depois de uma carreira da Função Pública, e aproveitou o convívio para rever alguns amigos e meter a conversa em dia. “Foi uma boa ocasião para estar com os amigos. Conheço as pessoas quase todas, porque a maioria são macaenses, Macau é uma terra pequena e conhecemo-nos quase todos. É fácil”, contou Madeira, vestido com a camisola alternativa da selecção nacional de futebol. “Para mim não é uma questão de não ver as pessoas, eu vejo regularmente estes amigos, porque temos grupos e encontramo-nos regularmos”, explicou. No entanto, o jantar dos ex-recrutas não deixa de ser diferente, reconhece o macaense, até porque acaba por fazer com que as conversas girem mais à volta dos tempos passados na tropa. “Neste jantar acabamos por recordar mais os nossos tempos de juventude e na tropa”, considerou. Durante o período no exército, José Madeira desempenhou as funções de enfermeiro. “Não tinha muito muito trabalho, normalmente lidava com consultas diárias de rotina”, recordou. Os casos mais comuns implicavam alergias, principalmente entre os militares que vinham de Portugal. “Os militares metropolitanos geralmente não se adaptavam à humidade e a maioria deles sofria de alergias da pele”, lembrou. Sobre a experiência na tropa, o macaense recorda “um período de convívio”, de “amizade”, “solidariedade” e “de trabalho em equipa”. A recruta foi o período mais complicado, porque numa Macau em que o Inverno era mais rigoroso, era necessário entrar dentro do mar nas praias, sem a possibilidade dos militares tomarem banho se lavarem ou secarem, de forma a aprenderem a lidar com as adversidades do combate. Caminhos obrigatórios Recrutado em 1970, Mário Sin, com 75 anos, recorda dos tempos da recruta o impacto causado pelo frio de Inverno. “O clima era um pouco diferente, quando chegava a Janeiro era muito frio. Agora não, o tempo está sempre mais quente”, lembrou. “Por isso, a malta sofria quando entrava na recruta, porque estávamos no Inverno”, atirou. No entanto, mesmo que não houvesse vontade, Sin apontou que a recruta era obrigatória, e sem o cumprimento do serviço militar as oportunidades profissionais ficavam muito limitadas: “Na altura não tínhamos alternativa, tínhamos de cumprir o serviço militar. Sem o cumprimento do serviço militar não era possível trabalhar, não se podia concorrer para a Função Pública, e também não éramos aceites em outros trabalhos”, justificou. Contudo, Sin admite que os tempos como militares foram muitos felizes: “A malta gozava um pouco com aquilo, todos os dias eram muito alegres. Mas havia exercícios muito puxados, aliás os exercícios eram sempre puxados. Só que como a malta vinha da escola tinha boa energia para lidar com aquilo. Havia boa genica”, explicou. “Se fosse agora é que não havia força”, acrescentou a rir-se. Para Mário Sin o jantar foi mais uma oportunidade de conviver com vários colegas, com quem admitiu encontrar-se regularmente.
João Luz Eventos“Adeus, Minha Concubina” encerra temporada da Orquestra Chinesa O concerto que irá encerrar a temporada da Orquestra Chinesa de Macau está marcado para o sábado dia 26 de Julho, às 20h, no grande auditório no Centro Cultural de Macau. Paradoxalmente, o concerto de fecho da temporada intitula-se “Chegada Auspiciosa”. Sob a batuta do director musical e maestro principal da orquestra, Zhang Lie, o concerto contará com a participação da mestre de jinghu Wang Caiyun, da solista de yangqin Liu Yinxuan e da soprano Cui Rui e um programa que “entrelaça clássicos da música chinesa e a essência lendária da Ópera de Pequim”, é referido numa nota de imprensa da Orquestra Chinesa de Macau. Um dos pontos altos da performance será a interpretação de “Adeus, Minha Concubina” pela soprano Cui Rui, que dará voz ao poema sinfónico nacional de Guan Xia. “Adeus Minha Concubina” recria a “história épica de Xiang Yu e da consorte Yu com uma abordagem vocal inspirada na ópera chinesa, dando uma nova vida a este tesouro cultural chinês”. Espírito de Pequim O concerto reunirá vários artistas de excelência, que interpretarão obras clássicas intemporais. A solista de yangqin Liu Yinxuan interpretará concerto para Yangqin “Rapsódia”, da autoria da compositora Wang Danhong. Segundo a nota de apresentação do concerto, esta composição “evidencia as infinitas possibilidades expressivas do instrumento através do uso de técnicas de execução variadas e de uma grande expressividade musical”. A mestre de jinghu Wang Caiyun interpretará, juntamente com a orquestra, “Espírito de Pequim”, uma obra de Wu Hua, que exige um domínio técnico magistral do jinghu e revela o charme artístico dos instrumentos. Os bilhetes para o derradeiro concerto da temporada estão à venda na bilheteira online de Macau e custam entre 120 e 380 patacas. A temporada de concertos da Orquestra Chinesa de Macau 2024-25 é organizada pelo Instituto Cultural e co-organizada pela Sociedade Orquestra de Macau, Limitada, contando com o apoio do Banco da China (Macau).
João Luz Eventos MancheteTaipa Village | Leques pintados por Chao Iok Leng em exposição A exposição “Chinese Foldable Fan Paintings por Chao Iok Leng” é inaugurada hoje na Taipa Village Art Space, apresentando ao público a expressão estética da artista baseada em Macau, que nesta mostra saiu do confinamento restrito da tela para um objecto do dia-a-dia: o leque dobrável. Numa altura em que as ventoinhas portáteis se tornaram num objecto omnipresente, a expressão artística de Chao Iok Leng é uma abordagem refrescante à tradição das pinturas de leques dobráveis chineses com uma técnica inegavelmente hábil utilizando tinta da China. A colecção de leques pintados representa uma “rara intersecção de função e beleza, em que a função de arrefecimento é acentuada pela impressão artística no seu delicado papel”, refere a organização da mostra. “Esta exposição procura reabastecer o nosso quotidiano com um objecto exótico enraizado na cultura chinesa antiga e na apreciação do sublime”, é acrescentado pela organização da exposição. Nesta mostra, Chao Iok Leng adornou a folha dos leques com imagens inspiradas em motivos florais (com hostas, glicínias, peónias, magnólia, ameixas e lótus), frutos (romã e líchia) e legumes (couve, pimento, lenteinhas). Também aparecem representações de animais, com insectos e algumas aves, realça o curador da mostra João Ó. Cada pintura é acompanhada por uma inscrição ou um pequeno poema que acrescenta um contexto adicional, revelando a visão emocional da artista durante a criação. No comunicado da organização que apresenta a exposição, a artista é citada explicando que “estes não são géneros de ‘naturezas mortas’, mas retratam elementos vivos que vemos no nosso quotidiano, mas que raramente apreciamos”. Retrato da artista Chao Iok Leng, originária de Nanhai, Guangdong, viveu em Macau durante a maior parte da sua vida e, desde a infância, tem um profundo e vasto interesse pela arte. No início dos anos 70, estudou com Guan Wanli, aprendendo a pintura meticulosa de flores e pássaros, e mais tarde estudou pintura ocidental com Li Lun, misturando os estilos oriental e ocidental. No final da década de 1970, mudou-se para Hong Kong, onde estudou pintura de flores e pássaros e pintura de paisagem com Luo Zuishan e aprendeu caligrafia com Liang Zijiang. Depois de regressar a Macau, estudou pintura chinesa e ocidental com Zhao Weifu e saía frequentemente para desenhar com os seus pares. Na década de 1980, estudou técnicas de pintura Lingnan com Zhao Shaoang e viajou para Pequim para aprender a pintura meticulosa de flores e pássaros com Xu Junxiu. Chao Iok Leng é vice-presidente da Associação de Caligrafia e Pintura Yi Un de Macau, conselheira académica da Associação de Cultura e Artes Chinesas de Macau, conselheira artística da Associação de Cultura e Arte de Macau, conselheira honorária da Associação Internacional de Mulheres Artistas de Macau e membro da Sociedade de Artistas de Macau. Em 1987, realizou a sua primeira exposição individual no Museu Luís de Camões de Macau, com obras coleccionadas pelo museu. Em 1996, foi convidada pela Direcção dos Serviços de Turismo para realizar uma exposição de pinturas chinesas intituladas “O Encanto do Lazer”, e participou em inúmeras exposições conjuntas tanto a nível local como internacional. A exposição “Chinese Foldable Fan Paintings por Chao Iok Leng” estará patente ao público até 17 de Setembro e é patrocinada pelo Fundo de Desenvolvimento da Cultura.
João Santos Filipe Eventos MancheteEntretenimento | Actrizes e actores do Japão vão animar o Cotai em Setembro A actriz e cantora Sora Aoi foi escolhida como a embaixatriz da Expo do Entretenimento PinkD! – Macau, que traz ao Lisboeta alguns dos nomes mais conhecidos da indústria para adultos do Japão. O evento, que vai decorrer entre 26 e 28 de Setembro, no espaço H853 no hotel Lisboeta, traz a Macau cerca e 40 actrizes e actores, e pretende mostrar na Grande Baía as tendências mais recentes da indústria para adultos. Ao longo dos três dias, os admiradores e curiosos vão poder participar em actividades como encontros um-a-um com as suas actrizes favoritas, visitar cenários utilizados em gravações de filmes e assistir a danças e outras demonstrações ao vivo. Além disso, haverá leilões e venda de produtos especiais lançados apenas para o evento. Este ano o grande destaque dos organizadores é Sora Aoi, de 44 anos, actriz que no início dos anos 2000 era um dos nomes mais populares na indústria para adultos no Japão e com uma grande legião de fãs no Interior, capaz de até ultrapassar as tensões nacionalistas. A grande aceitação da actriz entre o público do Interior ficou demonstrada em Maio de 2012, durante um momento maior tensão entre a China e o Japão devido à chegada de actividades de Hong Kong às ilhas Diaoyu/Senkuku. Com a tensão em alta entre os dois países, e a internet inflamada com discursos nacionalistas, os internautas chineses não deixaram de tornar célebre a frase: “As ilhas Diaoyu pertencem à China, mas a Sora Aoi pertence ao mundo”. A grande popularidade da actriz ficou também demonstrada pelo facto de em 2014 Aoi ter mais de 15 milhões de seguidores da rede social Weibo, apesar deste tipo de filmes serem proibidos. A carreira activa de Aoi na indústria para adultos teve menos de 10 anos, mas trouxe-lhe o reconhecimento necessário para ao mesmo tempo conseguir papéis em séries de televisão no Japão e na Coreia do Sul e para se lançar no mundo da música. Aoi gravou o último filme para adultos em 2011, e deixou de licenciar produtos par adultos com a sua fisionomia em 2019, altura em que foi mãe pela primeira vez e decidiu dedicar-se à vida familiar. Companhia de luxo Outro dos nomes conhecidos do público masculino que vai estar presente no Cotai, é a modelo e actriz Shouko Takahashi, de 32 anos. Numa primeira fase, Takahashi começou por cimentar a carreira como capa em várias revistas orientadas para um público masculino, mas em que não aparecia totalmente nua, antes em bikini ou apenas com poses mais sensuais. Em 2016, a roupa saiu das fotografias e nesse mesmo ano aconteceu a estreia no cinema pornográfico, depois de não ter conseguido o sucesso desejado como guitarrista na banda Camouflage. Apesar dos diferentes caminhos, em 2018 Shouko foi distinguida com quatro prémios Fanza Adult Awards, incluindo o de melhor actriz. Habituada a constar na lista de nomeadas para os prémios Fanza Adult Awards está também Ayaka Yamagishi, outra das presenças confirmadas no Cotai. Igualmente com 32 anos, à imagem de Shouko Takahashi, Ayaka Yamagishi vai estar no Hotel Lisboeta quando atravessa uma segunda fase na carreira. Inicialmente conhecida como Aika Yamagishi, a actriz estreou-se nesta área em 2017, depois de ter trabalhado durante alguns meses como apresentadora para um canal de televisão local na região de Tokai, na Prefeitura de Aichi. Com os 30 anos, chegou a vontade de mudança. O nome artístico passou assim de Aika para Ayaka, com a actriz a justificar que procurava fazer um novo tipo de trabalhos, com uma nova imagem, ainda que dentro da mesma indústria. Companhia masculina Outro dos grandes nomes que vai participar no evento é Mana Sakura, que também tem 32 anos. Natural da prefeitura de Chiba, Mana terminou os estudos em Engenharia Civil antes de decidir que pretendia ser actriz pornográfica. É a imagens de marca da agência SOD Create, com quem tem um contrato exclusivo de 2012. Além disso, é considerada pela agência como uma grande mais-valia por ser capaz de cativar uma grande audiência feminina. Em contraste com as grandes actrizes, os nomes dos actores masculinos são menos conhecidos. Entre estes encontram-se Chitose Komei, Taichi Lin e Kazuo Kaden. Os bilhetes para o evento encontram-se à venda desde o mês passado, e o evento só aceita a entrada a pessoas com mais de 18 anos. Os interessados precisam de fazer-se acompanhar pelo documento de identificação com fotografia. A entrada tem um custo de 280 patacas. O bilhete com encontros personalizados com as actrizes custa 480 patacas.
Hoje Macau EventosNova edição da Bienal de Macau arranca sábado É já no sábado, 19, que começa mais uma edição da Arte Macau: Bienal Internacional de Arte de Macau, que tem como tema “Olá, o que fazes aqui?”. No primeiro dia, a exposição principal da Bienal será inaugurada no Museu de Arte de Macau (MAM), e inclui trabalhos de 46 artistas oriundos de 13 países e regiões, apresentando-se ao público cerca de 80 obras ou conjuntos. Nesta mostra, que está patente até ao dia 19 de Outubro deste ano, o público é “convidado a reflectir sobre a história e memória ‘local’ de Macau”, bem como as “complexidades da situação global e a explorar a natureza da vida em profundidade”. Participam artistas como Xu Bing, Bart Hess, Zhang Peili, Chan Hung-Lu e Kimsooja. Também no sábado, decorre, às 15h, uma palestra moderada pelo curador da Bienal, Feng Boyi, que estará a dialogar com os co-curadores Liu Gang e Wu Wei, juntamente com os artistas Song Dong e Xue Feng. Segundo uma nota do Instituto Cultural (IC), estas personalidades vão aproveitar a Bienal de Macau como “caso de estudo”, analisando na sessão “os temas de exposição, conceitos, os detalhes de implementação, as discrepâncias resultantes e os resultados, explorando o estado actual, as questões e os dilemas que a curadoria enfrenta actualmente, assim como o pensamento, as estratégias e soluções envolvidas”. Destaque para o facto de esta palestra decorrer em mandarim e ter tradução apenas para inglês. Explorar alienígenas Ainda no sábado, decorrem duas sessões de um workshop protagonizado pelo artista Chan Hung-Lu. Este evento tem como tema “Exploração de alienígenas interiores”, recorrendo-se às obras expostas e orientação dos participantes para que estes possam “visualizar mentalmente outros alienígenas através do telemóvel e reflectir sobre as origens e diferenças através de práticas de meditação e tecnologia de geração de imagens por Inteligência Artificial”. Este workshop será ministrado em mandarim. A Bienal de Macau divide-se em seis secções, nomeadamente a Exposição Principal, a Exposição de Arte Pública, o Pavilhão da Cidade, a Exposição Especial, o Projecto de Curadoria Local e a Exposição Colateral, com cerca de 30 exposições realizadas entre Julho e Outubro deste ano.
Hoje Macau EventosDoca dos Pescadores | Festival de Gastronomia até ao próximo domingo Os curiosos sobre comidas diferentes das dos seus países de origem têm a oportunidade de, até domingo, descobrir a gastronomia do Interior da China, países como Tailândia, Turquia ou mesmo Arábia Saudita, e até o Brasil. Todos os sabores vão dar à Doca dos Pescadores que acolhe a Festa Internacional das Cidades da Gastronomia Arrancou na sexta-feira a Festa Internacional das Cidades da Gastronomia que, até domingo, 20, deambula entre a Praça do Coliseu Romano e Legend Boulevard da Doca dos Pescadores. Além das palestras que decorrem hoje com chefs de renome, o público poderá provar comidas de várias regiões e países, com destaque para a gastronomia do Interior da China, de zonas como Chengdu, Shunde, Yangzhou, Huai’an e Chaozhou. Importa lembrar também a presença de dez bancas que representam cinco cidades de outros países (Phuket, Tailândia; Hatay, Turquia; Buraida, Arábia Saudita; Iloiloi, Filipinas; e Quermanxá, Irão) com “sabores exóticos”; bem como dez bancas que mostram aquilo que se come nas cidades brasileiras de Florianópolis, Belém, Paraty e Belo Horizonte. Todos estes pontos de atracção para experimentar novas iguarias estão na “Avenida de Gastronomia Internacional”, com mais de 100 bancas complementadas por várias zonas temáticas, como as áreas de café e bar e de jogos. Ao todo, estão representadas 15 Cidades Criativas de Gastronomia de todo o mundo, destacando-se 25 bancas só de cinco cidades do Interior da China. Macau marca presença com 54 bancas que oferecem pratos macaenses, ocidentais, locais e cantoneses, além de iguarias do Sudeste Asiático, grelhados, opções vegetarianas, sobremesas e bebidas, “reflectindo a diversidade e o pluralismo culinário da cidade”, destaca a Direcção dos Serviços de Turismo (DST), a entidade promotora do evento. A Avenida de Gastronomia Internacional estará aberta das 15h30 às 22h, de segunda a sexta-feira, e das 15h às 23h aos sábados e domingos. Há um total de cinco zonas de refeição com 1000 lugares. Nos espectáculos programados destacam-se danças folclóricas portuguesas, apresentações de bandas, saltos à corda artísticos e danças de rua, complementados por interacções com marionetas, magia e modelagem de balões por palhaços. Destaque ainda para o facto de este evento ter entrada gratuita, além de que a organização decidiu disponibilizar três linhas gratuitas de “shuttle bus” que ligam o Posto Fronteiriço das Portas do Cerco, a Rua do Dr. Pedro José Lobo, o Parque Central da Taipa e seis grandes complexos turísticos no Cotai (Grand Lisboa Palace, Wynn Palace, MGM Cotai, Studio City, Venetian Macao e Galaxy Macau) ao recinto da festa. O serviço opera de segunda a sexta-feira, das 15h30 às 22h30, e aos sábados e domingos, das 15h00 às 23h30. Chefs em diálogo Para hoje, o cartaz da festa da gastronomia traz o “Fórum Internacional de Gastronomia, Macau”, que decorre entre as 9h e as 13h, no Centro de Convenções e Exposições da Doca dos Pescadores. Tendo como tema “O Sabor da Vida: Conexões Culinárias de Macau”, o fórum é realizado em parceria com o jornal de Hong Kong South China Morning Post. Segundo a DST, o evento “inclui dois discursos inaugurais e três painéis temáticos, com foco no papel essencial das especiarias e ervas aromáticas na gastronomia global”. Os discursos inaugurais serão apresentados pelo chef e fundador do restaurante das Filipinas Toyo Eatery, Jordy Navarra, e pelo chef do restaurante da Índia Masque Restaurant, Varun Totlani. Nas suas intervenções, os chefs convidados partilharão as suas perspectivas sobre o uso de especiarias e ervas aromáticas, estabelecendo o tom para as discussões que se seguirão ao longo do fórum. O fórum inclui três sessões de painéis temáticos com a participação de 15 personalidades de relevo na indústria da restauração. No primeiro painel, subordinado ao tema “História e legado das especiarias: Revista às origens da culinária de fusão”, será abordada a influência do comércio de especiarias na evolução do panorama cultural da Ásia. O segundo painel tem como tema “Sinfonia de sabores: Culinária de fusão na Macau moderna e no mundo”, e conta com a chef macaense Antonieta Fernandes Manhão; o chef executivo e co-fundador do restaurante italiano Estro em Hong Kong, Antimo Maria Merone; a presidente da academia dos prémios Asia’s 50 Best Restaurants e World’s 50 Best Restaurants (regiões de Hong Kong, Macau e Taiwan), Susan Jung; o director de operações culinárias da City of Dreams, Jack Siew; e o chef consultor do MGM e chef-proprietário do Dooreyoo em Seul, Tony Yoo. O terceiro painel intitula-se “Especiarias como ponte: Celebração da fusão cultural e de comunidades”, sendo que “a discussão centrar-se-á na capacidade das especiarias em unir diferentes comunidades em Macau”.
Hoje Macau EventosDireito | Lançado livro bilingue sobre a Constituição de 1982 Acaba de ser editado, em português e chinês, o livro “A Constituição de 1982 e a Iniciação do Caminho Constitucional do Socialismo com Características Chinesas”, da autoria de Wang Yu, membro da Comissão da Lei Básica de Macau do Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional da República Popular da China e professor da Faculdade de Direito da Universidade de Macau. A edição está a cargo da “Hall de Cultura”, situada em Macau. Segundo uma nota de imprensa, este livro “traça as três grandes fases e os sete períodos do desenvolvimento constitucional da China nos tempos modernos, analisando em profundidade as cinco relações fundamentais entre o povo e o Governo, entre os poderes e os direitos, centrais e locais, entre partidos políticos e o poder político, e entre o Estado e a sociedade”. Citado pela mesma nota, Wang Yu referiu que a Constituição de 1982 marcou “o início do caminho constitucional do Socialismo com Caraterísticas Chinesas, sendo a garantia jurídica fundamental para a realização do renascimento da nação chinesa e a promoção da modernização ao estilo chinês”.
Hoje Macau EventosCUT | Cinema Experimental na Ilha Verde Fechado durante vários anos, o Convento da Ilha Verde prepara-se agora para receber um dos seus primeiros eventos culturais: o Festival de Cinema Experimental de Macau, organizado pela Associação Audiovisual CUT. Entre 24 de Julho e 2 de Agosto, o público poderá ver cinema local e uma nova exibição do documentário “999”, de António Nuno Júnior De um espaço abandonado e perdido na história, o Convento da Ilha Verde, antiga casa dos jesuítas em Macau, tornou-se agora um espaço de cultura, acolhendo a partir do dia 24 de Julho o seu primeiro evento: o Festival de Cinema Experimental de Macau, organizado pela Associação Audio-visual CUT. Haverá também exibições na Cinemateca Paixão. A edição deste ano tem como tema “The Grass Is Always Greener On The Other Side” [A relva é sempre mais verde do outro lado], no sentido de descoberta de outras imagens nem sempre visíveis. “O que queremos dizer quando dizemos que a relva é mais verde? Que verdades se escondem por trás desta imagem sedutora do outro lado? Com este foco temático, o festival deste ano apresenta oito programas com novas encomendas locais, exibições temáticas, cinema interactivo e apresentações ao vivo”, é descrito no cartaz. A organização convida, assim, o público a “desafiar a relação privilegiada entre o público e o ecrã, estimulando a reflexão sobre o papel das imagens em movimento, os mecanismos de produção de imagens e os seus diálogos com o mundo que nos rodeia”. Destaque para três séries da secção “Made in Macao”, que este ano apresenta a comissão “Transparent Landscape Project”, em que quatro artistas e cineastas locais foram convidados a explorar “‘paisagens’ tangíveis e intangíveis através de experiências pessoais e pesquisas sobre a história local”, tratando-se de filmes que “questionam as dinâmicas de poder entre a câmara e a cidade, a presença e a ausência, o colonialismo e a transferência de soberania, o humano e o não humano”. Nesta comissão, podem ver-se os filmes “Have You Still Remember Me?”, de Veronique Wong, que digitalizou as imagens da sua câmara Super 8 ao fim de 25 anos. Trata-se de um trabalho que “examina directamente a fase de transição da transferência de soberania a partir de um ponto de vista popular, relembrando a atmosfera fervorosa de vários eventos comemorativos na véspera do regresso de Macau”. Segue-se “A Way To The End”, de Ao Ieong Mike; “Flor de Panchão”, de Kate Ao Ngan Wa, actualmente a residir na Polónia e que aborda também a questão da identidade de Macau. Na sinopse deste filme, lê-se a história de alguém que deixou Macau e tenta procurar a sua terra natal sem viajar para ela, “procurando vários artigos ‘Made in Macao’ através da Internet e de mercados de artigos em segunda mão, desencadeando uma busca por experiências de crescimento pessoal e suscitando reflexões sobre a identidade num contexto pós-colonial”. Destaque também para o filme “Portal Below”, de Tang Chi Fai, centrado no encerramento do Canídromo. “O Canidrome Yat Yuen de Macau fechou e o som dos cães a ladrar desapareceu da noite para o dia. Centenas de galgos desapareceram sem deixar rasto, sem que se saiba o seu paradeiro, com excepção de um cão, chamado ‘New Spirit’, que ainda vagueia pela zona”, revela a sinopse do filme. O regresso de 999 Na segunda série de “Made in Macau” dá-se o nome de “Made in Macao II – 999 Interactive Cinema” e traz de volta o documentário “999”, feito pelo realizador português António Nuno Júnior há 25 anos e que até já pode ser visto em plataformas de streaming como a Filmin. Esta é a obra que mostra os momentos em que o realizador ia deixar Macau e voltar a Portugal, com a câmara a adoptar “uma perspectiva familiar, mas ao mesmo tempo desconhecida, do viajante, observando as ruas quotidianas de Macau e a grandiosidade das suas celebrações, captando as cenas das ruas das áreas vizinhas”. “Este programa apresenta duas exibições: a primeira é um cinema interactivo, onde vários segmentos serão incorporados durante o processo de visualização, convidando o público a interagir com o ecrã através de imagens, texto e sons fornecidos no local. O realizador também se juntará ao público através de uma transmissão ao vivo para apreciar o filme em conjunto. A segunda exibição seguirá um formato tradicional, permitindo ao público assistir ao filme sem qualquer intervenção”, revela o cartaz. Por sua vez, a terceira série de “Made in Macao” ganha o nome de “Made in Macao III – Urban Illusion”, em que haverá uma performance com o artista local Jason Fong, o grupo de música experimental Guia Experimental e o animador John Wong. Assim, “a antiga fachada do edifício, o espaço do jardim e o miradouro serão transformados num local experimental para os artistas, apresentando uma palestra performativa e uma mostra audiovisual para todos”. Em foco Este festival tem ainda como artistas em foco Deborah Stratman e Patrick Bokanowski, grandes nomes do cinema experimental e figurativo. Lao Keng U é o director e curador do festival. A primeira sessão decorre no dia 24 de Julho na Cinemateca Paixão, tendo como filme de abertura, às 19h30, “Levianthan”, do grupo Sensory Ethnography Lab. Na sexta-feira, 25, é tempo de rumar ao convento para ver os filmes integrados na série “Made in Macao I – Transparent Landscape Project”, seguindo-se, no sábado, a exibição dos filmes da segunda série de “Made in Macao”, a partir das 20h; a série “New Vision I: Unearthing Memory”, a partir das 14; e depois a série “New Vision II: I’m a Cyborg, But That’s Ok?”, a partir das 16h. Dia 27 de Julho, um domingo, as exibições começam às 14h no convento, com a segunda série de “Made in Macao”, seguindo-se os artistas em foco. A 1 de Agosto os filmes passam na Cinemateca Paixão, nomeadamente a série “Spotlight: de ‘Humani Corporis Fabrica'”, do grupo Sensory Ethnographic Lab. No dia 2 de Agosto o convento abre portas para o evento de encerramento, a partir das 19h30, com a série “Made in Macao III – Urban Illusion” e “Made in Macao I – Transparent Landscape Project”.
Hoje Macau EventosLiteratura | Associação de Escritores de Macau visita Lisboa Arranca no próximo domingo uma visita oficial da Associação dos Escritores de Macau, fundada em 11 de Novembro de 2011, a Lisboa. Segundo uma nota do seu vice-presidente, Miguel de Senna Fernandes, esta visita, apoiada pela Fundação Macau, tem como “objectivo estabelecer e aprofundar as relações com instituições de cariz cultural em Portugal, tais como o Instituto Camões, O Centro Científico e Cultural de Macau, a Fundação Jorge Álvares, a Casa de Macau, entre outras”. Além disso, será feita “uma visita de cortesia à Embaixada da China em Lisboa”. Da parte da associação, viajam 12 membros que vão aproveitar esta viagem para “melhor conhecer a vida portuguesa e sentir a sua cultura sob variadíssimas formas”.
Hoje Macau EventosHalftone | Nova edição da revista apresentada hoje na FRC A Halftone – Macau Photographic Association apresenta hoje, a partir das 18h30, na Fundação Rui Cunha, a 12.ª edição da sua revista Halftone, uma publicação dedicada à fotografia. O novo número apresenta seis projectos visuais, dois deles a preto e branco, que abrem e fecham a revista. O primeiro, de Jane Xu, que se intitula “Black enlivened by colors”, oferece um retrato da intimidade feminina, em linha com a prática visual da artista e sua pesquisa temática. De uma forma diversa, mas ainda a preto e branco, João Palla conclui neste número da revista a segunda parte do seu projecto “Sussurros do Ouro Branco”. “A expressão poética da sua proposta visual articula-se perfeitamente com o efeito estético obtido com o contraste entre o preto e o branco”, indica a organização do evento Os quatro demais projectos visuais, a cores, testam diferentes abordagens de composição cromática e temática. Jorge Veiga Alves apresenta “Memórias de Macau”, procurando reforçar o efeito de memória na aproximação à contemplação de espaços tradicionais, designadamente de natureza religiosa. Campo e cidade O segundo projecto a cores, de José Luís de Sales Marques, é dedicado à famosa Procissão do Senhor dos Passos, que se realiza em Macau, sublinhando o papel deste evento, não só no contexto social e cultural da cidade, como também na sua integração no espaço público de Macau. No terceiro projecto, António Duarte Mil-Homens apresenta-nos um tempo contemplativo em “Sunset, Moonrise”, abordando a natureza e essência da paisagem alentejana. A sucessão de cores marca as horas e diferencia impressões, que conformam a imensidão da planície alentejana e a sua morfologia. No quarto projecto, a cor também desempenha um papel fundamental na sua expressividade e conformação visual: “Fotossíntese”, de Tang Kuok Hou, propõe uma exploração social e estética da cidade de Macau, reforçando o seu papel como local de estudo fotográfico por excelência, que tem justificando uma multitude de diversas abordagens, tanto temáticas como sociológicas ou formais, dada a sua riqueza expressiva.
Hoje Macau EventosCCM | Chopin e Debussy fecham temporada da Orquestra de Macau No dia 27 de Julho, o Centro Cultural de Macau acolhe o concerto que encerra a temporada 2024-2025 da Orquestra de Macau. O espectáculo irá reunir o maestro Lio Kuokman e o pianista coreano Kun-Woo Paik, numa noite em que se vão ouvir composições de Chopin, Tchaikovsky e Debussy Da Coreia do Sul chega, no final do mês, o pianista Kun-Woo Paik, para se juntar em palco ao maestro da Orquestra de Macau (OM), Lio Kuokman. Juntos vão protagonizar o “Concerto de Encerramento da Temporada de Concertos da Orquestra de Macau 2024-25”, onde se apresenta uma “obra-prima de Chopin”, mas também composições de Claude Debussy. O espectáculo sobe ao palco do grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) no dia 27 de Julho, a partir das 20h, aliando a mestria de dois nomes habituados à beleza da música clássica. De destacar que Lio Kuokman, além do maestro principal da OM, é também director musical da mesma. No concerto, e segundo uma nota do Instituto Cultural (IC) sobre o espectáculo, apresenta-se “uma selecção de obras sublimes, proporcionando aos amantes da música um serão musical inesquecível”. Neste concerto, Paik interpretará o “Concerto para Piano e Orquestra n.º 2 em Fá menor” de Chopin, composto entre 1829 e 1830 e que estreou em Viena a 17 de Março de 1830. Aqui o pianista sul-coreano deverá revelar “a sua técnica virtuosística”. A OM apresentará ainda o “Prelúdio à Sesta de Um Fauno” de Debussy, uma composição feita entre 1892 e 1894 que se baseia num poema de Stéphane Mallarmé. Esta peça foi tocada pela primeira vez ao vivo em Paris, na Société Nationale de Musique, a 22 de Dezembro de 1894. O concerto do dia 27 de Julho inclui ainda a célebre “Sinfonia N.º 5 em Mi menor” de Tchaikovsky, compositor russo do chamado período romântico, encerrando-se assim a temporada “com obras clássicas marcantes e emotivas”. Uma estreia precoce Kun-Woo Paik fez a sua estreia como solista na Orquestra Sinfónica Nacional da Coreia aos dez anos de idade, tendo prosseguido os estudos e carreira artística em diversos países da Europa e América, obtendo excelentes resultados em múltiplos concursos de música de destaque. A sua família já tinha ligações à música, uma vez que o pai de Paik é violinista e a mãe professora de piano. Quando se estreou em palco, Paik executou o “Concerto para Piano”, de Edvard Grieg. O pianista colaborou com várias orquestras e maestros de renome mundial, consolidando-se como um dos principais mestres do piano, e editou diversos álbuns aclamados pela crítica. Em 2000, foi condecorado pelo Governo francês com o título de “Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras”, em reconhecimento pelo seu contributo artístico. Desde os anos 70, o pianista sul-coreano vive em Paris. Os bilhetes estão à venda e os preços variam entre 180 e 400 patacas.