CCM | Actores locais sobem ao palco em Novembro

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]O Centro Cultural de Macau (CCM) apresenta em Novembro a peça “Abraços”, uma produção que leva três jovens actores locais e um profissional de Hong Kong ao palco do pequeno auditório. Numa série de cinco espectáculos que sobem ao palco de 6 a 8 de Novembro, os artistas exploram em conjunto com a audiência vivências íntimas, numa produção que traz monólogos que contam quatro “invulgares” histórias.
“Com humor, Maggie Im relata como cresceu sendo a ‘miúda gorda’, enquanto Simon Lou desvenda as peripécias que vive por ser parecido com um conhecido comediante de Hong Kong. Num terceiro monólogo Caroline Lam descreve a paixão pelas artes performativas e revela a sua vontade de mudar o mundo, enquanto Mak Pui Tong sobe ao palco para fazer uma comparação entre a sua profissão de actor e um emprego paralelo de criador de camarões”, explica a organização em comunicado.
O espectáculo encerra os “Diários em Monólogo”, um intercâmbio cultural que levou Maggie Im, Simon Lou e Caroline Lam a frequentar uma residência artística no Teatro Chung Ying, uma das companhias mais prestigiadas de Hong Kong. Depois de ter completado um intenso programa de quatro semanas dedicado a ensaios e representação, o trio regressa a Macau para apresentar o espectáculo final. Interpretado em cantonense e encenado por Edmond Lo, director artístico assistente do teatro CY, “Abraços” convida o público a olhar para si próprio através da exploração dos pensamentos íntimos dos intérpretes.
Edmon Lou estará ainda à conversa numa tertúlia pré-espectáculo durante a qual vai partilhar as suas perspectivas sobre este projecto de intercâmbio, apresentando também noções básicas do monólogo teatral.
“Abraços” é apresentado pelo de 6 a 8 de Novembro e os bilhetes para os cinco espectáculos custam 120 patacas, estando já à venda.

21 Set 2015

MAM | Exposição de cartazes de Guan Huinong até Novembro

São cartazes históricos que mostram uma das formas mais comuns de publicidade da China. Estão, agora, em exposição no MAM

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Museu de Arte de Macau (MAM) inaugurou na passada sexta-feira uma mostra de ilustrações de calendários antigos da autoria de Guan Huinong. A galeria está aberta das 10h00 às 19h00 de terça-feira a domingo e a entrada custa cinco patacas.
As 40 peças em exposição foram doadas pela família deste artista chinês, que dominava, de acordo com comunicado do MAM, “a mestria da pincelada, traço e palete”, estando os originais com estas características mais vivas do que as suas versões impressas.
“Alguns dos originais são mostrados ao lado do correspondente cartaz impresso, para o público poder apreciar as diferenças e a relação entre as fases de pré e pós-produção deste tipo de ilustrações”, informa a organização.
O chamado “calendário-cartaz” foi, durante o século XX na China, uma das formas mais comuns de publicidade, divulgando produtos de consumo e que comummente mostravam mulheres jovens da classe alta em ambientes urbanos modernos. Os exemplares agora nas mãos e ao cuidado do MAM servem para datar uma época histórica em que o país assistiu a uma forte evolução, com grande influência do mundo ocidental.
“[As obras providenciam] informação essencial para compreendermos hoje o panorama social, estilos de vida, tendências e produtos de consumo dominantes no início do século XX”, acrescenta o MAM no comunicado.

Publicidade desenhada

O artista Guan Huinong nasceu em 1878 e morreu em 1956, em Xiqiao, cidade na província de Guangdong e ficou conhecido pelas sua mestria na área da ilustração. No entanto, o talento parece ser hereditário, uma vez que já o seu bisavô, Guan Zuolin, ficou igualmente famoso em Cantão, no século XIX.
“Huinong nasceu no seio de uma família conhecedora de pintura ocidental e por isso cedo se familiarizou com a utilização da perspectiva e da luz e sombra como elementos de composição”, explica a organização.
O autor estudou Pintura com o mestre Ju Lian, da escola de Lingnan. Foi com base na fusão das culturas ocidental e oriental que Huinong começou a aperfeiçoar a sua técnica de pintura nas ilustrações de calendários. As personagens neles integrados são maioritariamente mulheres jovens e femininas, com aspecto sofisticado e moderno. Reconhecidas ficaram algumas das suas obras, como é o caso de “Duas Jovens”, usado para publicitar a marca de cosméticos chinesa, Kwong Sang Hong Limitada. A mostra sai de cena a 8 de Novembro.

21 Set 2015

MGM promove gastronomia chinesa com menu Huaiyang

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] MGM vai, em parceria com o restaurante de Yangzhou Yechun Teahouse, criar um menu de degustação Huaiyang, um dos estilos tradicionais de gastronomia chinesa. O complexo hoteleiro vai ainda disponibilizar o Banquete da Mansão Vermelha, cujo nome alude precisamente a um romance tradicional chinês do século XVIIII, conhecido como “um dos quatro grandes romances”. Tudo isto, garante a organização, será criado por uma equipa de chefs nacionalmente reconhecidos. MGM2
A gastronomia Huaiyang desempenha um papel “fulcral” na organização de banquetes de grandes eventos, à luz daquele que foi o jantar da cerimónia da fundação da República Popular da China, em 1949. Serão dois os restaurantes do MGM que partem nesta aventura de oferecer localmente uma gastronomia nacional. O certame tem ainda em conta o aniversário dos 2500 anos de criação da cidade de Yangzhou.
A culinária de Huaiyang é uma das Quatro Grandes Tradições, complementadas com a de Shangdong, de Cantão e de Sichuan, conhecida por ser particularmente picante. A de Huaiyang, contudo, baseia-se no uso de marisco fresco e ingredientes próprios desta estação, geralmente acompanhados de dumplings, sopa ou caldos quentes.
As iguarias de Huaiyang estão disponíveis de 7 a 31 de Outubro, no restaurante Imperial Court. Já o banquete Red Mansion existe no Grand Imperial Court, de 7 a 16 do mesmo mês, com o custo de 13,8 mil patacas por uma mesa de dez pessoas. Os interessados deverão ligar para o MGM para reservar mesa.

18 Set 2015

Cinema | Filme de Miguel Gomes proposto para os Goya

“[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] desolado”, o segundo filme de “As mil e uma noites”, de Miguel Gomes, foi proposto pela Academia Portuguesa de Cinema para o prémio de melhor filme ibero-americano dos Goya, os prémios de cinema de Espanha.
Depois de uma candidatura aos Óscares, a Academia Portuguesa de Cinema anunciou ontem que propõe o mesmo filme de Miguel Gomes para os Goya, que serão entregues em Espanha em Fevereiro de 2016.
“O desolado”, que se estreia nos cinemas portugueses no dia 24, é o segundo de três filmes que Miguel Gomes rodou sob o título “As mil e uma noites” e que retratam Portugal à luz da intervenção da troika, com ficções inspiradas em factos e relatos verídicos, sobre desemprego, austeridade, casos de justiça ou luta sindical.
Nos filmes, as histórias são narradas por Xerazade, remetendo para a estrutura dos contos de “As mil e uma noites”. o desolado  76aec70d8d4516c359043459eb7990de
Em “O desolado”, Miguel Gomes ficciona a história do suicídio de um casal em Santo António dos Cavaleiros, nos arredores de Lisboa, e o caso de Manuel Baltazar, o homem que andou a monte vários dias depois de ter assassinado duas mulheres e ferido outras duas em Valongo dos Azeites. É ainda encenado um julgamento de vários casos judiciais em simultâneo, numa espécie de resumo do estado da justiça portuguesa.
“As mil e uma noites”, exibido em Cannes, premiado na Austrália e na Polónia, e com estreia garantida em trinta países, integra os volumes “O inquieto” – já estreado em Portugal -, “O Desolado” e “O Encantado”, com estreia marcada para 8 de Outubro.
 

18 Set 2015

Rolling Stones vão gravar novo álbum

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s Rolling Stones decidiram gravar um novo álbum, o primeiro nos últimos dez anos, anunciou na quarta-feira o guitarrista da banda de ‘rock’, Keith Richards. O artista britânico fez o anúncio em Nova Iorque, onde se encontrava a fazer a promoção do seu último álbum a solo.
Os Rolling Stones decidiram gravar um novo álbum, o primeiro nos últimos dez anos, anunciou na quarta-feira o guitarrista da banda de ‘rock’, Keith Richards. O artista britânico fez o anúncio em Nova Iorque, onde se encontrava a fazer a promoção do seu último álbum a solo. The Rolling Stones in concert
Keith Richards precisou que o grupo de ‘rock’ dos septuagenários irá regressar aos estúdios após uma digressão na América do Sul no início de 2016, cujas datas não são ainda conhecidas. “De facto, estava em Londres na semana passada e estive com os rapazes, e sim, nós temos planos concretos para gravar”, declarou o guitarrista no decorrer de um fórum organizado pela iHeartRadio, uma rádio na Internet.

Sem parar

O grupo formado em 1962 lançou o seu último álbum de originais – A Bigger Bang – em 2005, oito anos depois de Bridges to Babylon. Os Stones continuam, no entanto, a realizar concertos, tendo mesmo feito uma digressão pela América do Norte este Verão.
Representados de forma sistemática pela imagem dos grossos lábios pintados de vermelho, os Rolling Stones são muitas vezes classificados como os velhos rivais dos The Beatles na história do rock’n’roll dos últimos 50 anos. Este ano reeditaram o álbum Sticky Fingers.
A banda é formada por Mick Jagger (vocalista), Keith Richards (guitarra), Ron Wood (guitarra), Bill Wyman (baixo) e Charlie Watts (bateria), além do falecido Brian Jones.
Keith Richards, de 71 anos, lança na sexta-feira o seu primeiro álbum a solo em 23 anos, Crosseyed Heart, no qual canta e divide o microfone com vários artistas, como a cantora de jazz Narah Jones.

18 Set 2015

Macau Sailing organiza festa em barco

[dropcap style=’circle]A[/dropcap] viagem de barco “Bye Bye Summer”, organizada pela empresa local Macau Sailing, acontece já no próximo domingo e pretende ser um adeus ao Verão. Também conhecida como “junk boat party”, vai começar num cais portuário da cidade, continuando para a zona este de Qingzhou Shuidao e passando por, como afirma a organização, “cenários bonitos e limpos de ilhas e águas que tanto caracterizam aquela área”.
O evento foi criado por Henrique Silva, ou Bibito, e pretende juntar pessoas com um mesmo propósito: o de apreciar as vistas circundantes, com comes e bebes e mergulhos à mistura. “Não se esqueça da máquina fotográfica”, adverte.
Com sorte, será possível avistar uns quantos golfinhos cor-de-rosa, espécie rara e só existente por estes lados do globo. O pacote – que inclui a viagem de barco, com direito a comes e bebes, música e paragens em locais cénicos – custa 700 patacas por pessoa.

barco

Até Qingzhou

A experiência deverá durar das 13h00 às 18h00 horas, com uma travessia até à ilha de Qingzhou, uma paragem de duas horas para mergulhos, banhos de sol e descanso, com regresso a Macau marcado para as 16h30, viagem durante a qual deverá ser possível ver o pôr-do-sol. E porque os mais novos também são bem-vindos, a organização oferece um desconto de 50% nos bilhetes para crianças, ficando estes por 350 patacas. Os interessados deverão inscrever-se até às 12h00 deste sábado, enviando um email para info@macausailing.com. No entanto, a página do evento no Facebook pede que os interessados não se demorem na reserva devido à existência de lugares marcados.

18 Set 2015

Música | “Rainha da Pop” integra Macau em digressão de 2016

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]cantora Madonna, conhecida mundialmente como a “Rainha da Pop”, já tem palco reservado no ainda por inaugurar Studio City para os dias 20 e 21 de Fevereiro do próximo ano. Os concertos estão integrados na digressão mundial para levar ao mundo o seu 13º álbum, “Rebel Heart”.
É a primeira vez que Madonna dá um concerto no território, incluindo o destino na tour que começou este mês na cidade canadiana de Montreal. A artista norte-americana ficou conhecida pela sua audácia em palco, com arrojadas coreografias nas quais ainda participa, mesmo tendo já mais de 50 anos. “Like a Virgin”, “Material Girl”, “Papa Don’t Preach” ou “Isla Bonita” são apenas alguns dos seus mais aclamados hits.
O mais recente disco da artista inclui “Bitch, I’m Madonna” e músicas que contam com a participação de Nicki Minaj, Kayne West, Beyoncé, Miley Cyrus e Katy Perry. “Rebel Heart, tal como a sua criadora, ultrapassa o sofrimento e, mais frequentemente do que se pode pensar, aterra solidamente de pé e cheio de graça”, refere uma crítica do LA Times. Madonna é uma das mais influentes artistas do mundo e vendeu mais de 300 milhões de álbuns, sendo, desde a década de 80, um ícone para milhões de fãs.
O presidente do Studio City, JD Clayton disse estar “extremamente orgulhoso” com a vinda de Madonna e com o facto do empreendimento vir representar Macau enquanto destino que vai acolher a artista. O Centro de Eventos do complexo hoteleiro e de entretenimento foi desenhado para albergar 5000 pessoas sentadas.

17 Set 2015

MGM | Festival Internacional de Jazz sexta e sábado

Jazz no Outono parece ser o lema do Clube de Jazz de Macau, que traz este fim-de-semana ao MGM grandes nomes do Jazz internacional

[dropcap style=’circle’]D[/dropcap]avid Kikoski, Lee Ritenour e Zé Eduardo são alguns dos nomes que sobem esta sexta-feira e sábado ao palco do Lion’s Bar no MGM. As estrelas do Jazz chegam para o Festival Internacional de Jazz de Macau, que acontece no ano em que o Clube de Jazz de Macau celebra o seu 30º aniversário.
O Festival abre portas no dia 18, pelas 21h00, com “o creme de la creme” do Jazz que se faz por cá. The Bridge e a Big Band da Escola de Jazz do Conservatório da RAEM apresentam-se com um convidado especial: Zé Eduardo, português que vai comandar os talentos.
Zé Eduardo é um baixista, pianista e líder de banda que fundou o Hot Club de Lisboa, um local especificamente dedicado a este estilo musical. Músico de renome, Zé Eduardo ensina a arte de fazer Jazz e tem visitado Macau “inúmeras vezes desde que o Festival Internacional de Música foi inaugurado nos anos 80”. O músico vai liderar os The Bridge, a primeira banda de Jazz do território – e que conta já com 26 anos – e os jovens artistas do Conservatório de Música.

Estrelas no palco

Os grupos tocam para preparar o público para o espectáculo da estrela da noite: é na sexta-feira que Dave Kikoski e os BeatleJazz animam a noite, dando ao público a oportunidade de ver o vencedor de um Grammy pelo Melhor Álbum de Live Jazz Ensemble (com “Live at the Jazz Standard”, em 2011) e do grupo que integra para este espectáculo.
“O trio chega a Macau armado com músicas dos seus quatro álbuns, que chegaram aos top 10 das rádios norte-americanas”, explica a organização. Dos BeatleJazz fazem parte Rickard Malmsten e Brian Melvin.
Sábado, a noite abre com a Macau Jazz Promotion Band, um grupo de jovens músicos formado em 2010, que conta já com algumas performances locais e nas regiões vizinhas. Conhecidos por “darem corpo ao renascimento do Jazz local”, os membros da banda tocam antes do famoso Lee Ritenour, membro do grupo Mamas and Papas. Lee integrou aquele que foi um dos colectivos mais famosos dos anos 1960 quando tinha 16 anos e foi nomeado duas vezes o Melhor Guitarrista pela revista Guitar Player.
Gravou mais de 40 álbuns e foi vencedor de um Grammy em 1986, entre mais de uma dúzia de nomeações. “Lee Riteneour chega a Macau com os seus colaboradores de longa data Jesse Millinier (piano), Melvin Davis (baixo) e Sonny Emory (bateria).
Os bilhetes custam 280 patacas para sexta-feira e 380 patacas para sábado, sendo que há ainda a hipótese de comprar bilhete para os dois dias por 580 patacas.

16 Set 2015

Cinema | Associação local realiza filme com actores invisuais

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Associação de Promoção de Direitos dos Portadores de Deficiência Visuais vai rodar um filme que conta com a participação de invisuais. O objectivo é o de corresponder à promoção da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e dar oportunidade de integração a estas pessoas.
A película chama-se “Antes do amanhecer” e Albert Cheong, presidente da Associação, disse num comunicado que o filme conta a história de um homem sonhador e cheio de ambição que acaba por contrair uma doença que lhe afecta a visão. O protagonista entra em estado depressivo, mas o seu percurso fá-lo encontrar pessoas e questões que o fazem ter uma nova orientação na vida. Cheong fala mesmo de um protagonista que ganha frutos de forma imprevista.
Albert Cheong disse que o filme vai ser criado partindo da perspectiva de deficientes visuais, podendo estes e as suas famílias participar na rodagem da película, promovendo assim a sensibilização para esta doença no território. Deverá ainda servir para obrigar as pessoas a repensarem a vida e os problemas sociais adjacentes. cinema filmes
“A primeira impressão do sector profissional sobre este tipo de filmes é que parece que estamos noutro mundo, o dos portadores de deficiência. No entanto, acreditamos que na arte todas as pessoas são iguais, todas têm sonhos. Acreditamos firmemente que os deficientes não só devem ter direito de usufruir dos filmes, mas também de criar um”, explicou.
Durante o ano passado, o presidente disse que a Associação já quebrou o preconceito de que os “deficientes não podem ver filmes” através da descrição áudio destes.
Albert Cheong afirmou ainda que a Associação pode não ser capaz de rodar o filme através de técnicas muito avançadas, mas usa, certamente, experiência, para mostrar à sociedade que os invisuais também têm um espaço na área das artes e da cultura. “Quando a obra estiver concluída, espero que seja exibida em escolas e locais comunitários”, disse, confiante. “Espero também que sejam contratados mais recursos humanos para a criação de legendas em língua inglesa, de forma a que a obra chegue a mais pessoas”, continuou.
O presidente da Associação quer ainda que o filme seja publicado nas redes sociais com a ajuda da União Mundial de Cegos e da Federação Internacional de Desporto de Cegos.

16 Set 2015

Exposição de Júlio Pomar e amigos em dose dupla

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]bre hoje na Galeria do Tap Seac a exposição “A Jornada de Um Mestre: Júlio Pomar e Amigos”. A mostra divide-se em duas partes, estreando ainda na sexta-feira no Albergue SCM, pelas 18h30. Ambos os espaços vão receber as obras do pintor e artista, que ficam patentes até 15 de Janeiro de 2016 no Albergue e até 29 de Outubro na Tap Seac.
“A exposição inclui uma amostra abrangente da sua obra gráfica para além de diversos originais. Entre as mais de 40 obras apresentadas na Galeria A2 do Albergue destaque para a obra ‘Bal chez le Duc’, da fase erótica que é exposta ao público pela primeira vez e das oito litografias de todas as ilustrações que o artista realizou para a edição portuguesa da Obra de Lewis Carroll, ‘A caça ao Snark’”, começa por dizer o Albergue em comunicado. “A exposição apresenta ainda obras de alguns artistas que partilharam com o Mestre momentos da sua vida e que ajudaram a melhor definir o panorama artístico português, além fronteiras. Originais de Graça Morais, Paula Rêgo, André Shan Lima, Rogério Ribeiro e Júlio Resende completam o acervo exposto nas duas galerias.”

Entre Paris e Lisboa

Júlio Pomar nasceu em Lisboa, em 1926, e instalou-se em Paris, em 1963. Actualmente vive e trabalha em Paris e Lisboa. Começou a expor, em 1942, numa mostra promovida com os seus colegas de atelier e apresentou a sua primeira exposição individual, em 1947, no Porto. A primeira retrospectiva da sua obra foi organizada pela Fundação Gulbenkian, em 1978, e apresentada depois na Bélgica e no Brasil. Desde então, realizou diversas antologias temáticas em Portugal e no estrangeiro. Em 2004, tiveram lugar duas extensas mostras do seu trabalho: “Autobiografia, no Museu de Arte Moderna, em Sintra e “A Comédia Humana, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
Júlio Pomar tem-se dedicado especialmente à pintura, mas o seu itinerário criativo inclui também trabalhos de desenho, gravura, escultura, ilustração, cerâmica, tapeçaria e cenografia para teatro. Realizou ainda obras de decoração mural em azulejo, nomeadamente para as estações de metropolitano Alto dos Moinhos, em Lisboa e Botanique, em Bruxelas. É autor de dois volumes de ensaios sobre pintura e de dois livros de poesia. Em 2004, foi instituída a Fundação Júlio Pomar, em Lisboa.
A entrada nas exposições é livre.

15 Set 2015

Cinema | Festival Sundance chega a Hong Kong e fica até final do mês

Chegou, finalmente, aquela altura do ano em que o Festival de Cinema Sundance se alastra por Hong Kong. Este ano são exibidos, no Metroplex, 11 filmes sobre a revista Rolling Stone, a vida singular de seis irmãos em Manhattan e uma curiosa experiência em prisões

[dropcap style=’circle’]C[/dropcap]hegou o aguardado momento em que o Festival de Cinema Sundance se apresenta nas salas de cinema do complexo Metroplex, em Kowloon. É a partir desta quinta-feira e até ao próximo dia 27 que os cinéfilos poderão assistir a vários filmes que ora retratam a vida e obra de artistas musicais, ora exploram problemáticas pouco discutidas.
No certame deste ano são apresentados 11 filmes que brilharam no estado norte-americano do Utah, onde o Sundance teve origem. Este é já conhecido como um dos mais importantes festivais de cinema independente dos EUA, criado pelo Instituto Sundance, e acontece, geralmente, em Janeiro em três diferentes locais. Os filmes nele estreados vão sendo exibidos em iniciativas um pouco por todo o mundo e a edição deste ano contou com 14 diferentes categorias, incluindo documentários e ficção dos EUA, filmes estrangeiros, Novas Fronteiras, curtas-metragens, colecção especial Sundance e estreias mundiais.

O que cá vem

A série começa com “The Wolfpack”, a primeira longa-metragem documental da nova- iorquina Crystal Moselle, que explora a vida do clã Angulo. É entre máscaras feitas de tecido, papel, corte e costura, que seis irmãos se dão conta do mundo exterior, para além das quatro paredes do seu apartamento em Manhattan. A mestria deste documentário está no volver da vida deste colectivo, cuja educação, infância e adolescência foram inteiramente passadas em casa, raras vezes saindo à rua. A trama intensifica-se através do relato de quando um dos irmãos decide fugir de casa, fazendo crescer nos restantes o desejo por uma aventura semelhante. Moselle levou para casa o prémio de Melhor Documentário. The Stanford Prison Experiment
“Dope” também surge em jeito de comemoração de tempos passados, contando a história de Malcolm, um jovem “obcecado com o hip hop dos anos 90 e que sonha em ingressar em Harvard”. A vida do protagonista sofre uma reviravolta quando o seu melhor amigo decide ir à festa de aniversário de um dos mais influentes traficantes de droga do seu bairro, o que o leva numa viagem não tão feliz pelo mundo dos estupefacientes.
“Pelo caminho, Malcolm aprende mais sobre si próprio, a vida e finanças do que em qualquer escola Ivy League”, explica a organização do festival.

O estrangeiro aqui tão perto

“The End of the Tour” é outro dos filmes em exibição e conta a história de uma entrevista de cinco dias de um jornalista da revista Rolling Stone aos romancistas David Lipsky (interpretado por Jesse Eisenberg) e David Foster Wallace. Esta situação teve mesmo lugar em 1996, após publicação do conhecido romance de Wallace “Infinite Jest”.
O filme pode trazer uma lufada de ar fresco na capacidade do actor Jason Segel em criar outras personagens que não sejam unicamente cómicas. O realizador James Ponsoldt licenciou-se num programa de Cinema de Yale e estreou-se com “Off The Black”, em 2006.
“The Stanford Prison Experiment” parece ser das longas metragens que mais promete: baseado em factos reais, é um filme que explora a vida nas prisões norte-americanas e tem como alicerce um estudo feito na Universidade de Stanford em 1971, sobre a escolha de se ser um guarda prisional ou um recluso. Os resultados desta pesquisa podem surpreender os espectadores, mas é certamente um filme a não perder, mais que não seja por Kyle Patrick Alvarez ter levado para casa dois prémios no Sundance.
Na calha estão ainda “Advantageous”, “Cartel Land”, “Me and Earl and the Dying Girl”, “People Places and Things”, “Songs My Brothers Taught Me”, “The Witch”, “James White”, entre outros.
À parte da exibição dos filmes – cuja calendarização está inteiramente disponível no website oficial do festival –, há ainda tempo e espaço para sessões de perguntas e respostas e que juntam críticos desta indústria, cinéfilos ou meros interessados. Cada sessão de cinema custa 90 dólares de Hong Kong, mas há descontos para pessoas com deficiências, crianças e seniores.
As sessões têm lugar a partir da próxima sexta-feira, às 18h00, continuando fim-de-semana fora, com uma programação que agrada a gregos e troianos. O festival de Hong Kong é interrompido durante a próxima semana, para recomeçar a 24 e encerrar a 27, com sessões de exibição das 13h40 às 21h45. A calendarização, informação completas sobre os filmes e realizadores, localização e transporte podem ser consultados em https://hk.sundance.org/eng/index.htm.

15 Set 2015

Música | Orquestra de Macau em digressão mundial até 24 deste mês

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Orquestra de Macau (OM) partiu na passada quinta-feira numa digressão mundial que dura até ao próximo dia 24, série que inclui a participação no festival mundial de música Brucknerfest Linz. A OM tem ainda concertos marcados na Áustria, Suíça, Hungria e outros países, “divulgando assim a cultura e artes de Macau perante o público europeu”, explica o IC em comunicado.
O mesmo organismo afirma que a “OM tem assumido o papel de embaixadora cultural de Macau” desde a sua criação. Até 2014, realizou, de acordo com o IC, concertos em mais de 40 cidades da China, sendo o primeiro colectivo musical a percorrer todo o país.
Já nesta digressão pela Europa, a Orquestra sobe a palcos internacionais, participa em múltiplos espectáculos significativos e leva ao exterior quatro programas diferentes especialmente criados para a ocasião”, avança a organização, constituída pelo IC e pelos Serviços de Turismo.
Este fim-de-semana foi passado na Áustria, enquanto no próximo dia 17 ocupam um palco na cidade austríaca de Erl, passando para Zurique no dia seguinte. A 20 de Setembro marcam presença na Liszt Ferenc Zeneművészeti Egyetem, em Budapeste, e a 21 realizam o seu último concerto da digressão, de volta à Àustria. O colectivo será conduzido pelo maestro principal da OM, Lu Jia, mas conta também com a presença de Leong Hio Ming, vice-presidente do IC.
O convite para a actuação da OM veio directamente da direcção do festival Brucknerfest Linz, que ficou com este nome devido ao seu criador, um compositor do século XIX natural desta cidade, Anton Bruckner. Presente estará também uma orquestra do continente, pelo que a OM surge na qualidade de agrupamento representante do país na série de actividade “Foco na China”.
O grupo local apresenta-se em palco com o pianista Zhang Haochen e Wu Wei, “dando a conhecer os êxitos a nível musical da China contemporânea”. A OM convidou ainda Sophia Feinga Su para actuar na digressão. Sophia é uma violinista local com apenas 15 anos de idade.

14 Set 2015

Violinista Gidon Kremer traz “Piazzolla” a Macau

[dropcap style=’circle’]C[/dropcap]hamam-se “Máscaras e Rostos” e “Novas Estações” e são os dois concertos que Gidon Kremer apresenta em Macau, juntamente com a Kremerata Baltica. Conhecido como um dos mestres do violino, Kremer foi convidado pelo Instituto Cultural (IC) para estar presente no XXIX Festival Internacional de Música de Macau (FIMM).
Nos dias 12 e 13 de Outubro, pelas 20h00 horas, no Centro Cultural de Macau, o vencedor dos Concursos internacionais Queen Elisabeth, Paganini e Tchaikovsky actua em dois espectáculos únicos. “Gidon Kremer ficou conhecido como o ‘Violinista do Diabo’, em 2001, sendo considerado que ninguém consegue explorar os sentimentos mais profundos da música de Piazzolla como ele, que obteve ainda um prémio UNESCO do Conselho Internacional de Música”, refere a organização. kremer
O programa do concerto “Máscaras e Rostos” inclui Frates, a obra mundialmente célebre de Arvo Pärt, o Concertino para Violino e Cordas de Mieczyslaw Weinberg e excertos de A Arte da Instrumentação. Contudo, a sua atracção principal é um projecto de vídeo conjunto intitulado “Rússia: Máscaras e Rostos”.
No XXIX FIMM, Gidon Kremer faz-se acompanhar pela Kremerata Baltica, uma orquestra que já percorreu meia centena de países. Este conjunto conta com colaborações com alguns dos mais ilustres solistas e maestros, incluindo Sir Simon Rattle, Vladimir Ashkenazy, Vadim Repin e Yo-Yo Ma, entre outros, “tornando-se numa das melhores orquestras de câmara a nível internacional”, como indica a organização. Os bilhetes estão à venda por preços que vão das 200 às 300 patacas.

14 Set 2015

Cinema | Programa experimental na Cinemateca Paixão

É sob o mote do 10º aniversário do Centro Histórico que o IC cria um programa piloto para dar vida nova à Cinemateca Paixão. A experiência arranca hoje, com a exibição de “Guia in Love” e a indústria cinematográfica tem porta aberta para reservar salas no local até Dezembro

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Instituto Cultural (IC) arranca hoje com um programa piloto na Cinemateca Paixão, na Travessa da Paixão, junto às Ruínas de S. Paulo. O programa dura até 31 de Dezembro e oferece à indústria cinematográfica e associações locais a oportunidade de colocarem em acção os seus projectos, reservando o espaço para esse efeito.
O programa experimental prevê a exibição, hoje, de um filme realizado por um artista local. “Guia in Love” é o nome do filme que estreia o projecto, marcado ainda por uma série de actividades abertas ao público até final do ano.
O cinema localiza-se num edifício com três andares e tem diferentes funções como armazenamento de documentos ligados à indústria de filmes, empréstimos de livros e apreciação crítica de cinema. O rés-do-chão reserva-se à bilheteira e às salas de cinema, incluindo ainda uma sala de controlo, inicialmente utilizada para a exibição de filmes sobre arte e cultura. O primeiro andar disponibiliza material sobre filmes locais, como são periódicos e revistas e o escritório fica no segundo piso. “O estabelecimento da Cinemateca pretende promover a cultura cinematográfica em Macau, cultivando a crítica e fornecer uma escolha diversificada de películas”, informa o IC.

Um filme para lembrar

“Guia in Love” é uma obra realizada no território por Sam Leong, com actores de Macau e Hong Kong, incluindo Vivian Chan e Terence Chui. Também a banda sonora conta com o tema “Goodbye My Love”, do produtor local Joe Lei. Trata-se de uma película dentro do género de comédia romântica com passagens em locais históricos da cidade. O filme arranca com um triângulo amoroso entre uma jovem e dois rapazes que são amigos desde pequenos, até que a paixão assola dois deles. Entrelaçadas estão várias outras histórias de amor, a não perder, mais que não seja pelo background cultural que oferecerem.
A sua realização é organizada pela Associação Cultural de Filmes e Produções Televisivas de Macau, sendo que a estreia deverá contar com uma série de representantes desta indústria. O IC assegura ainda que a população pode contar com a organização de workshops e outras actividades aberto ao público entre Outubro e Dezembro, que são anunciadas mais perto da data de realização. A partir de hoje e até Dezembro a bilheteira estará aberta para que os interessados possam reservar espaços com o objectivo de lá realizarem actividades.

14 Set 2015

Livro | “Direito do Jogo em Macau” apresentado na próxima semana

Com a assinatura de dois profissionais da área do Direito, o livro “Direito do Jogo em Macau” nasce com o intuito de facilitar e de ser uma ferramenta de trabalho útil para aqueles que se dedicam à área, mas não só. A apresentação é já terça-feira, na Fundação Rui Cunha

[dropcap style=’circle’]P[/dropcap]ara já só existe em Português, mas Óscar Alberto Madureira, advogado e co-autor do livro “Direito do Jogo em Macau”, garante que num futuro próximo a publicação estará disponível em Chinês e Inglês.
O lançamento do livro – assinado também pelo jurista Fernando Vitória -acontece já na próxima terça-feira, dia 15 de Setembro, na Fundação Rui Cunha, pelas 18h30. A obra junta todas as leis, regulamentos, instruções e uma série de outros tipos de diplomas sobre o Direito do Jogo no território.
“O que nós fizemos foi uma compilação de todas essas leis, regulamentos de jogos, despachos do Chefe do Executivo e compilámo-las num documento, num livro”, começa por explicar Óscar Alberto Madureira ao HM.
Além disso, foi ainda introduzido um comentário à Lei do Jogo [16/2001], aquela que é considerada a lei principal. “Fizemos uma nota, não a todos os artigos porque há artigos que não têm grande relevância comentar, mas aqueles que achamos serem os mais importantes e sobre os quais achámos que valia a pena dizer alguma coisa. Claro, é a nossa opinião, é subjectiva, é um comentário”, anota.
No livro, que pretende ser um instrumento de trabalho para os profissionais da área do Jogo, mas também um fácil meio de acesso às leis do sector, está ainda um apanhado dos contratos de concessão e cláusulas que envolvem todos os esses contratos e os de subconcessão. “Foi feita uma espécie de minuta onde também se fez algumas anotações”, refere Óscar Madureira.

Facilitar é ordem

Outro documento presente no livro é um glossário de termos jurídicos. A experiência profissional dos autores fez com que os mesmos considerassem necessária a criação de uma lista de conceitos, principalmente os mais recentes, em língua inglesa, ou até os termos mais antigos que estão em Francês.
“Muitas vezes uma só palavra representa uma ideia e, portanto, na gíria do dia-a-dia dos casinos utilizam-se muitos estes conceitos que têm um significado próprio, aos quais também é atribuída uma determinada importância e que, sendo desconhecidos da maior parte da população, ou da população que não está habituada a lidar com as questões do Jogo, entendemos [serem] importantes definir”, explica.
Por último, existe ainda um glossário de termos chineses. “Muitas vezes é utilizado pelos croupiers ou pelas pessoas que trabalham nos casinos para definir determinados momentos do jogo, ou determinadas circunstâncias relacionadas com o jogo”, acrescenta.
Questionado sobre a virtude deste trabalho, Óscar Alberto Madureira reforça a conotação de ferramenta de trabalho que o livro poderá ter. “Aqui coligimos a informação e pretendemos sistematizar de acordo com aquilo que, para nós, fazia sentido. É um documento que as pessoas podem procurar no sentido de se orientarem mais facilmente”, frisa. “Além deste papel de reunião de leis, o que se acrescentou poderá ser útil, porque primeiro há uma exposição sobre a leitura de determinados artigos e, depois, são explicados conceitos, essencialmente na parte do glossário e da gíria, que poderão ser úteis a qualquer pessoa, não só a funcionários da área”, remata.
O prefácio conta com a assinatura de Manuel Joaquim das Neves, Director da Inspecção e Coordenação de Jogos de Macau a convite da Fundação Rui Cunha. “[O livro] (…) constitui uma preciosa ferramenta de trabalho, não apenas para todos os que dia a dia lidam com estas matérias, como também para todos os que se dedicam ao estudo da mesma. Que este trabalho sirva de estímulo e inspiração para o surgimento de muitos outros, não apenas em Português mas sobretudo em língua chinesa (…)”, escreve o director.

10 Set 2015

“O Desolado” candidato de Portugal a uma nomeação para Óscares

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] filme As Mil e Uma Noites, Volume 2: O Desolado, do realizador Miguel Gomes, é o candidato de Portugal a uma nomeação para o Óscar de melhor filme estrangeiro, anunciou esta segunda-feira a Academia Portuguesa de Cinema.
De acordo com um comunicado da Academia Portuguesa das Artes e Ciências Cinematográficas, aquele filme da trilogia de Miguel Gomes foi escolhido para representar Portugal na categoria de Melhor Filme Estrangeiro nos Óscares da Academia Americana de Cinema.
O Volume 2 conta com as interpretações dos actores Joana de Verona, Teresa Madruga, Gonçalo Waddington, Crista Alfaiate, João Pedro Bénard, Xico Xapas e Luísa Cruz nos papéis principais.
Este filme integra uma trilogia baseada no conto persa As Mil e Uma Noites, no qual a rainha Xerazade entretém o rei com histórias fantásticas para preservar a própria vida. o desolado974562
“As histórias contadas são sobre um país socialmente desesperado onde predomina o descontentamento. Esse país é Portugal”, sublinha o comunicado da Academia sobre o filme.
O júri da Academia que seleccionou o filme foi composto por Paulo Trancoso (produtor), Lauro António (realizador), André Szankowski (director de fotografia), Pedro Melo (director de som) e Miguel Monteiro (actor).
A estreia da longa-metragem de Miguel Gomes As Mil e Uma Noites, Volume 2: O Desolado, está marcada em Portugal para o dia 24 de Setembro.

9 Set 2015

Festival do Bolo Lunar | Broadway celebra com “enigma da lanterna”

[dropcap style=’circle]A[/dropcap] Broadway Macau comemora o Festival do Bolo Lunar com festas semanais que incluem o jogo “enigma da lanterna”, com direito a vários prémios. É a partir de 12 de Setembro que as hostes abrem.
Todos aqueles que gastarem um mínimo de cem patacas na Broadway ficam elegíveis para participar neste passatempo. Todos os sábados, a organização vai criar workshops de construção de lanternas, com direito a concursos para três grupos: crianças até aos dez anos, jovens entre os 11 e os 18 anos de idade e, finalmente, adultos. O último desafio e oficialização dos premiados será feito no sábado de 26 deste mês.
“Não perca a oportunidade para mostrar o seu talento no Festival do Bolo Lunar e ganhar prémios até às mil patacas no concurso de lanternas”, urge a Broadway.

Artistas coloridos

Não vai faltar, como a tradição bem manda, um desfile “colorido”, a ter lugar todos os fins-de-semana de 12 a 26 deste mês, dias oficiais da celebração. O desfile vai compreender trabalhos feitos por artistas da própria Broadway e encerra com um concerto ao vivo.
“A Broadway é já famosa pelos seus vistosos perfis e esta em especial – com 800 lanternas para oferecer aos visitantes – vai ser um luminoso acrescento às festividades deste mês do Outono”, escreve a organização em comunicado. 20150904-AM4A7192
Finalmente, terá lugar no próximo dia 25 a Full Moon Party, parte do Carnaval do Meio-Outono. O evento tem início marcado para as 21h15 horas, com direito a concertos e performance de DJs pela noite fora. Os primeiros 300 visitantes a fazer o registo online para a festa e os primeiros 300 a visitar a Broadway Macau nessa noite terão direito a sorteio de prémios no valor de cinco mil patacas.

Calendarização das actividades

Enigma das Lanternas: das 18h00 às 22h00 nos dias 12, 13, 19, 20, 25 e 27 de Setembro
Workshops de decoração de lanternas DIY: das 16h00 às 19h00 horas nos dias 12, 13, 19, 20, 25 e 27 de Setembro
Desfile de Lanternas: das 21h15 às 21h30 horas nos dias 12, 19, 25 e 27 de Setembro
Full Moon Party: das 21h30 até tarde, dia 25 de Setembro

9 Set 2015

Nina Dipla em Macau para workshops sobre Pina Bausch

[dropcap style=’cirle’]A[/dropcap] grega Nina Dipla vai estar em Macau a partir de hoje para workshops de dança que vão até à próxima sexta-feira. Na Fundação Rui Cunha (FRC) terá lugar a aula de dança “Seguindo Pina Bausch: Como dançamos?”, às 19h00 de sexta-feira, numa sessão gratuita e aberta ao público, que conta com a participação de Candy Kuok e Stella Ho. A Stella & Artists e o Teatro Aether também integram a organização.
Nina Dipla nasceu em Salónica, na Grécia, tendo sido membro, na década de 80, da Equipa Nacional de Ginástica Rítmica da Grécia, onde aprendeu ballet clássico. Foi aos 17 anos que assinou o seu primeiro contrato de performance com o Teatro Nacional de Salónica para mais tarde seguir para a Alemanha para estudar. Aí, frequentou a Universidade de Artes Folkwang, onde conheceu Pina Bausch, aclamada bailarina de origem alemã. Após conclusão do curso, em 1993, a artista participou no seu primeiro espectáculo de Bausch, o “The Rite of Spring”.

Caminho solitário

“Os contactos frequentes com reputados bailarinos  alemães, sobretudo com Pina Bausch, de quem foi assistente em 1999, inspiraram Nina Dipla a criar o seu próprio sistema educativo e seguir o caminho de ‘solo-dança’”, explica a FRC. Dipla tem feito uma série de digressões pela Ásia e pela Europa. “Apresentou-se em vários programas de dança e assumiu a direcção de performances, tendo cooperado com muitos directores notáveis, entre os quais  o famoso Tadashi Suzuki”, continua a organização.
Pina Bausch foi uma dançarina alemã nascida nos anos 40 e que faleceu em 2009, deixando presente um legado em teoria e história da dança. Entre as sequências mais marcantes está uma das mais recentes, na qual o realizador Pedro Almodôvar se inspirou para uma das sequências do seu filme ‘Habla con ella’. Pina Bausch tem uma biografia extensa, com uma série de peças de dança originais, actualmente desenvolvidas e que ganham vida em palcos por todo o mundo.

9 Set 2015

Literatura | Médico local apresenta obra sobre cultura chinesa

[dropcap style=’circle’]S[/dropcap]hee Vá nasceu em Moçambique e é português, mas tem, desde cedo, uma relação íntima com Macau e a China. Foi nessa perspectiva que decidiu escrever a obra “Uma ponte para a China”, com lançamento marcado para as 18h30 de hoje, na Fundação Rui Cunha. A obra fala sobre a comunidade chinesa e o seu conteúdo foi beber à experiência pessoal do autor, em tempos de aprendizagem do Mandarim, em Lisboa.
“O primeiro capítulo fala sobre a aprendizagem do Mandarim, com a descrição dos caracteres e outras coisas, mas também passa pela cultura chinesa e por elementos como o nascimento, a morte e a vida para além da morte”, começa Shee Vá por explicar ao HM. Escrita em jeito de romance, a obra é conduzida por um só narrador e é de natureza ficcional, embora baseada em factos verídicos. Isto porque, segundo o médico gastrenterologista, podem ferir-se susceptibilidades ao falar de casos reais.
Pode dizer-se que este romance começou numa sala de aulas. “A obra tem uma narradora inventada por mim que vai tomando conhecimento destas coisas à medida que contacta com os outros alunos que também estão a aprender Mandarim”, continua. “A ponte faz-se através de um casal [de estudantes] em que ele é chinês e trabalha em Portugal e ela é portuguesa”, destaca Shee Vá.

Espalhar conhecimento pelo mundo

A ideia principal não é a de somente cingir o gosto por “Uma Ponte para a China” a Macau, mas sim aos quatro cantos do mundo ou, pelo menos, a todas as comunidades por aí espalhadas que falam Português e que contactam com a comunidade chinesa.
“A ponte que se quer criar é com a comunidade lusa, nomeadamente o Brasil e os países africanos que estão neste momento em profundos contactos com a China”, informa. É que, de acordo com o autor, o conhecimento destas pessoas em relação ao tema é superficial, paralelo até.
“A comunidade local que cá está tem, provavelmente, algum contacto com a cultura chinesa, mas este não é muito profundo. O livro explica várias coisas, como a origem dos nomes chineses, algo que à comunidade portuguesa não diz nada”, argumenta o médico especialista. “Mesmo durante a Administração portuguesa, as pessoas tinham conhecimentos das coisas, mas de forma paralela e esta é a tal ponte para perceber como é que os chineses são, como é que gostam de ser tratados e quais são as hierarquias chinesas”, acrescentou, em conversa com o HM.
A obra é inteiramente escrita em Língua Portuguesa, mas compreende uma série de caracteres e frases em Chinês, como são provérbios. Shee Vá aterrou em Macau pela primeira vez em 1982, onde trabalhou até 85. Um interregno de seis anos em Portugal valeu-lhe a especialidade em Gastrenterologia e alguma experiência, para em 1991 voltar ao território. No entanto, o médico esteve outro par de anos fora para voltar recentemente, com a bagagem da experiência na área da Medicina e pronto para lançar um novo livro, que orgulhosamente apelida de romance.

9 Set 2015

Toastmasters | Criado grupo em Português com sessões na FRC

[dropcap style=’circle’]N[/dropcap]ão seria surpresa falar no clube Toastmasters em Macau. Novidade é falar num grupo deste tipo dedicado exclusivamente à Língua Portuguesa no território.
“A ideia surgiu para divulgar a Língua Portuguesa em Macau”, começa por contar Pamela Ieong, membro da organização do Toastmasters Português de Macau.
As 30 vagas disponíveis para pertencer ao grupo – cada grupo só poderá ter este número de membros – ainda não estão totalmente preenchidas, mas a organização pensa que em pouco tempo isso deixará de acontecer. Em caso de não existirem mais vagas, no futuro, será sempre possível iniciar-se outro grupo.
Respeitando os moldes que o Toastmasters Internacional indica, este grupo tem como principal objectivo formar líderes desenvolvendo e estimulando as capacidades das pessoas na comunicação – falar, ouvir e pensar. Presente em mais de 113 países, este novo clube organiza-se em duas sessões mensais, todas as primeiras e terceiras terças-feiras de cada mês, às 19h15 nas instalações da Fundação Rui Cunha.
No programa existem várias modalidades: discursos preparados seguindo um tema, discursos de improviso e a avaliação entre os próprios membros. Existem ainda dois manuais que servem de guia.
“Temos dois manuais, um é para comunicação, e os membros seguem as directrizes para atingirem os objectivos de cada nível”, continua Pamela Ieong. “Os membros aprendem técnicas da comunicação, tais como saber controlar o tempo quando estão a fazer um discurso e [saber] o vocabulário, os pormenores e elementos a que devem dar atenção”, explica.
Neste momento, o grupo ainda espera a oficialização e está a dar os primeiros passos. Algumas sessões contam com mais ou menos participantes, mas um grupo do Toastmasters Português criado no WeChat conta já com 30 pessoas. Existe também um grupo criado no Facebook, que poderá ser a forma de contacto com a organização pelos interessados. A quota anual é de 600 patacas e os manuais custam 250 patacas cada, sendo necessária a sua compra.

8 Set 2015

CRED-DM | Curso de Português Jurídico em quarta edição

[dropcap style=’circle’]C[/dropcap]omeçou em 2011 e tem sido um sucesso. A formação de Português Jurídico, da organização do CRED-DM – Centro de Reflexão, Estudo e Difusão do Direito de Macau da Fundação Rui Cunha, é totalmente dirigida a alunos ou formandos chineses que dominem o Português e arranca agora para a quarta edição.
“O que se pretende é transmitir-lhes conceitos e princípios básicos do Direito de Macau, desmistificando uma série de figuras jurídicas que no Direito Português têm significados diferentes que, ao fazer-se a tradução para Inglês, vão ter a uma só figura jurídica”, explica Filipa Guadalupe, coordenadora da formação. Filipa Guadalupe
O curso começa já no próximo dia 15 de Setembro e conta com 30 vagas, sendo que mais de metade já está ocupada. Recorrendo a uma parte muito prática, a jurista, juntamente com o advogado Óscar Madureira, vai uma vez mais “desmistificar de uma forma simples o Direito, usando uma técnica muito visual, com muitas imagens e exemplos práticos”.
Da experiência de anos anteriores, a coordenadora explica que este é um curso para todos, mas é muito procurado por tradutores, juristas da Função Pública, advogados estagiários e estudantes de mestrado.
“É um curso muito prático, com muitas interacção entre coordenadores e alunos”, afirma, adiantando que o curso que agora começa estará dividido em duas partes. “Nesta primeira parte, até final de Novembro, serão dados conceitos de Direito Civil e Processo Civil e as noções básicas da Lei Básica e da organização administrativa e judiciária”, enumera. Em Janeiro, começará a segunda parte da formação que se irá debruçar sobre o Direito Penal e Processo Penal e Direito Comercial.
As inscrições podem ser feitas junto do CRED-DM, sendo que o curso tem a duração de 18 horas, acontecendo às segundas e quartas-feiras, e é gratuito.

8 Set 2015

Cinema | Realizador português aclamado em Veneza

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]jovem realizador português João Salaviza continua a marcar pontos junto da crítica internacional, com o novo filme – “Montanha” – a valer-lhe calorosas críticas na cidade italiana dos canais e do amor, Veneza. A seguir ao Festival de Cannes, a Semana da Crítica do Festival de Veneza é, para o Diário de Notícias, o evento de Cinema mais completo e interessante. Foi aí mesmo que o talento de Salaviza voltou a ter atenções redobradas, depois do lançamento, em 2009 e 2012, de “Arena” e “Rafa”. O novo filme do cineasta é também a sua primeira longa-metragem e a estreia teve lugar ontem, no referido festival italiano. A obra deve chegar às salas de cinema portuguesas a 12 de Novembro. joão salaviza
A nova longa-metragem de João Salaviza foi rodada entre prédios do bairro dos Olivais, ruas alfacinhas sem nomes definidos e uma adolescência em fim de vida. Embora uma pesquisa rápida pela internet não permita encontrar um trailer de qualidade desta obra, a história enternece qualquer coração, mais que não seja pela reflexão de temas como o amor, a traição e a dor própria de todo o ser humano que simplesmente deixa de ser criança. Com recurso a uma câmara de 33mm que se passeia por entre ruas e becos lisboetas, “Montanha” é protagonizado por David Mourato, referido pelo DN como um dos próximos “grandes actores” portugueses. De 14 anos, conta a história de um rapaz de nome homónimo e as relações que mantém com uma mãe ausente e um avô adoentado. Para lá disso, está um triângulo amoroso com o seu melhor amigo, Rafa – protagonista da curta “Rafa”, do mesmo autor – e Paulinha, que coincidência ou não, é vizinha de David. “David está naquela última etapa da adolescência. E dispara para todos os lados, ninguém o controla”, escreve o DN.

O que é de todos os dias

Para quem já viu a obra, o cineasta parece estar mais preocupado com a descrição quotidiana do que é crescer do que com a premissa clássica do cinema de que toda a história obriga a um princípio, meio e fim.
“Há mil e uma ideias de cinema que dão planos milagrosos, quase na ordem do transe – ninguém filma concertos daquela maneira, ninguém filma a tensão sexual daquela maneira”, destaca o diário português DN.
Numa entrevista de Janeiro passado, Salaviza conta que não há grandes referências a elementos digitais da presente era, mas sim de tempos antigos, explica. Um dos exemplos é a cena, já tornada pública, em que o trio de amigos está no sofá à conversa e com a televisão ligada: de acordo com o realizador, esta não transmite qualquer programa específico, mas sim uma mistura de sons pensada à priori. A origem da inspiração é muitas vezes desconhecida, caso esse que aqui se verifica. No entanto, há em “Montanha” uma subtil referência – ainda que inconsciente – a “Fúria de Viver”, filme de 1955 protagonizado por James Dean, lenda do cinema norte-americano. “[A personagem principal] não é inspirada no James Dean, mas há semelhanças físicas, é um tipo bonito a quem corre tudo mal, um tipo que, mais do que interagir com o mundo, deambula por ele, pelos seus tempos e lugares”, responde Salaviza.

8 Set 2015

Casa Garden | World Press Photo 2015 acontece em Outubro

Este ano, as problemáticas contemporâneas estão no centro do World Press Photo, o maior concurso de fotojornalismo do mundo. A 58.ª edição conta com transsexualidade, relações amorosas e trabalho fabril no pódio. A mostra vai estar em Macau entre 10 de Outubro e 1 de Novembro na Casa Garden

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Casa Garden é novamente palco da exposição itinerante do World Press Photo 2015, mostra de fotografia a nível mundial. O vencedor desta 58.ª edição é o dinamarquês Mads Nissen, um jornalista do jornal diário Politiken, representado pela Panos Pictures.
A exposição, organizada pela Fundação Oriente, acontece entre 10 de Outubro e 1 de Novembro. Este “concurso anual de fotografia jornalística” conta com o apoio da Casa de Portugal. Este ano, participaram na competição quase 5700 fotógrafos profissionais de 131 países, incluindo Austrália, Bangladesh, Dinamarca, China, Bélgica, Eritreia, França, Irlanda, Polónia, EUA, Reino Unido, Turquia e Suécia. world press photo
A fotografia vencedora mostra Jon e Alex, um casal homossexual, num momento íntimo em São Petersburgo, na Rússia. “As minorias sexuais enfrentam discriminações de ordem social e legal, assédio e mesmo ataques violentos de ódio por parte de grupos conservadores nacionais e religiosos”, explica a Fundação em comunicado. A fotografia seleccionada está integrada num projecto pessoal de Nissen, destinado à Scanpix. O dinamarquês ganhou ainda o primeiro lugar no prémio Contemporary Issues.
As películas premiadas são apresentadas em exposições numa centena de cidades por mais de 45 países. As pessoas têm ainda direito a fazer download de uma aplicação móvel gratuita, através da qual é possível aceder às fotografias em nove línguas, conhecer a história de cada uma delas, ter acesso a testemunho dos fotógrafos e outros trabalhos dos autores.

Mundo contemporâneo

As três obras principais inserem-se na temática da presente edição – “Problemáticas Contemporâneas”. Na exposição são assim abordados conceitos relacionados com a orientação sexual ou a fuga de países em guerra.
O segundo prémio foi atribuído ao fotógrafo chinês Ronghui Chen, por ter captado um trabalhador fabril em Yiwu, munido de um chapéu de Pai Natal. A cor encarnada do adereço funciona como acessório à própria fotografia, que coloca o jovem trabalhador numa luz também ela vermelha, junto ao material que utiliza.
O terceiro galardão foi parar às mãos do italiano Fulvio Bugani, fotógrafo há mais de 15 anos e com uma série de trabalhos feitos em associação com organizações não governamentais e de ajuda aos desfavorecidos, incluindo a Amnistia Internacional. A fotografia que valeu o prémio a Bugani faz parte de uma série que versa sobre a problemática da transsexualidade na Indonésia, onde este grupo é apelidado de “waria”, nome que aglutina “homem” e “mulher” na mesma frase. A película em questão não tem cor e mostra várias mulheres originárias daquele país à porta da Pesantren Waria Al Fatah, uma escola inteiramente dedicada aos transsexuais, em Java.

8 Set 2015

Documentário | Jornalista português retrata origens da “Última Religião”

Hugo Pinto, jornalista português radicado em Macau, esteve no Brasil para documentar a doutrina de Auguste Comte, que trabalha o conhecimento como uma religião

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]jornalista português Hugo Pinto retratou em documentário as origens, o culto e a minoria seguidora da “Última Religião” – a da Humanidade –, com marca em símbolos nacionais do Brasil onde figura, aliás, um último reduto. O documentário de estreia do jornalista radicado em Macau, de 35 anos, versa sobre Religião da Humanidade, sem Deus e dos Homens, concebida pelo filósofo francês Auguste Comte, no século XIX, que tem o único “templo” de portas abertas na cidade brasileira de Porto Alegre.
“O tema congrega quase todas as minhas áreas de interesse: a Filosofia, a Religião, a Ciência e a História. Depois, sempre me fascinou o interesse que Auguste Comte tinha em criar uma ciência da organização da sociedade e a forma como pensou todos os seus elementos estruturantes”, explicou Hugo Pinto à agência Lusa. hugo pinto
O documentário foi filmado no Brasil, onde Hugo Pinto esteve aproximadamente um mês para conhecer a influência de uma religião, em cujos princípios Hugo Pinto vê actualidade: “Há ideias que fazem sentido, que se mantêm muito oportunas, como o altruísmo, um termo que o próprio cunhou”.
A doutrina positivista de Comte influenciou inclusive a própria História do Brasil, onde tem hoje o último bastião. “Estiveram na Proclamação da República e até desenharam a bandeira nacional, no entanto, poucos conhecem a importância histórica dos positivistas”, ignorando, por exemplo, que “a ‘Ordem e Progresso’ é um lema do positivismo”.
“A doutrina, em voga na ala militar, cujo movimento levou à proclamação da República, teve em Miguel Lemos e em Raimundo Teixeira Mendes, dois intelectuais que foram estudar para Paris, então centro do mundo, os grandes promotores das ideias positivistas”, importadas, portanto, pelas elites para um Brasil carente de reformas e ávido de mudança.
“Quando regressaram, primeiro criaram o apostolado positivista, mais tarde, a igreja positivista do Brasil, e esse foi o grande centro difusor. Imprimiram centenas de panfletos, explicando as ideias e abordando diversos temas, como a importância da laicidade, do respeito pelas populações indígenas, (…), das leis trabalhistas. Todas estas são conquistas que reclamam como grandes legados deixados pelos positivistas”, observa.

Impressões e fascínios

Um dos aspectos que surpreendeu o jornalista de Macau foi o facto de ideais como a laicidade terem penetrado num país maioritariamente católico que tem, aliás, o Cristo Redentor como um dos principais símbolos. “Foi outro dos motivos pelos quais esta história me fascinou, porque é, de facto, um terreno imensamente fértil para as religiões, até para a da Humanidade”.
Comte “acreditava que o mundo só poderia ser explicado pela ciência e que a Fé seria substituída pela Razão”, rejeitava um Deus sobrenatural, mas reconhecia na religião “um papel importante de união em torno de uma ideia comum e uma ordem moral contra a anarquia do egoísmo”.

[quote_box_left]“O tema congrega quase todas as minhas áreas de interesse: a Filosofia, a Religião, a Ciência e a História”[/quote_box_left]

Contudo, ressalva Hugo Pinto, o filósofo francês imaginou que pelo mundo fora seriam erigidos Templos da Humanidade, mas isso só aconteceu no Brasil e em duas cidades: Rio de Janeiro e Porto Alegre. Hoje, apenas os pilares de um se encontram de pé, frequentado por poucas dezenas de “fiéis”.
“A Última Religião” dá a conhecer “as ideias e as pessoas que, hoje, ainda defendem e acreditam num mundo mais dominado pelo conhecimento e pelo altruísmo como formas de combater dois dos maiores problemas à escala global: o fundamentalismo religioso e os horizontes fechados do capitalismo”, disse.
Hugo Pinto prepara-se agora para lançar a produção independente, que contou com a realizadora portuguesa Luísa Sequeira, no circuito dos festivais, sem esconder a natural preferência por salas do Brasil, Europa e Ásia.
Questionado se acabou por se render à doutrina, o jornalista responde: “Comte diz que todos somos positivistas, mas em graus diferentes”.

7 Set 2015