Membro da banda russa Pussy Riot internada por possível envenenamento

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]ma das activistas da banda russa Pussy Riot foi hospitalizada em estado grave devido a um possível envenenamento, noticiaram órgãos de comunicação russos.

A rádio Ekho Moskvy e o portal de notícias digital Meduza relataram na quarta-feira que Pyotr Verzilov está a receber assistência desde o dia anterior.

Segundo estes órgãos, outro elemento da banda de punk, Veronika Nikulshina, os sintomas da sua companheira das Pussy Riot incluem a perda de visão e da capacidade de falar.

Nikulshina disse que Verzilov está a ser tratada na unidade de toxicologia de um hospital da capital russa, Moscovo, o que indicia um eventual envenenamento.

Verzilov, Nikulshina e duas outras ativistas estiveram detidas durante 15 dias por perturbarem a final do campeonato mundial de futebol, que decorreu na Rússia, em julho.

As jovens, vestidas com uniformes da polícia, correram para o campo, interrompendo por momentos o jogo entre as seleções da França e da Croácia.

As Pussy Riot disseram que estavam a protestar contra os abusos cometidos pelas forças policiais na Rússia.

13 Set 2018

Livro inédito de poemas de Vasco Graça Moura, quatro anos após a sua morte

[dropcap style≠’circle’]Q[/dropcap]uatro anos após a morte do poeta e ensaísta Vasco Graça Moura, a Quetzal edita um livro inédito com poemas para fados intitulado “A puxar ao sentimento: Trinta e um fadinhos de autor”.
Com a publicação deste livro, que chega amanhã, dia 14, às livrarias em Portugal, a editora pretende perpetuar a memória de “uma das grandes vozes da poesia e da literatura do nosso tempo” e, ao mesmo tempo, homenagear o fado, contribuindo para “abrir (ainda mais) as suas portas”.

“Marcados pelo seu génio melancólico e pleno de ironia”, este livro inclui fados inéditos de Vasco Graça Moura, que já havia escrito alguns fados para intérpretes como Mísia, Kátia Guerreiro ou Carminho.

Vasco Graça Moura foi um autor de vasta obra poética, ensaística e ficcional, bem como tradutor e divulgador das literaturas clássicas, como é o caso das “Rimas” de Francesco Petrarca, “A Divina Comédia”, de Dante Alighieri, “Os Sonetos de Shakespeare”, ou as “Elegias de Duíno e Os Sonetos a Orfeu”, de Rainer Maria Rilke, todos editados na Quetzal.

Vasco Graça Moura foi galardoado com o Prémio Pessoa (1995), o Prémio de Poesia do Pen Clube (1993), o Grande Prémio de Poesia da APE (1998) e o Grande Prémio de Romance e Novela APE/IPLB (2004). Em 2007, recebeu o Prémio Vergílio Ferreira e o Prémio de Poesia Max Jacob Étranger.

13 Set 2018

Moda Lisboa e Portugal Fashion unem-se para criar nova semana da moda portuguesa

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] nova semana da moda portuguesa acontece em outubro e junta, pela primeira vez, a Moda Lisboa e o Portugal Fashion na organização, deixando de haver dois eventos de moda “dessincronizados”, avançou à Lusa fonte oficial.

A nova semana da moda portuguesa surge como uma versão ‘beta’, uma espécie de estágio ainda de desenvolvimento, com o primeiro fim de semana a ser da ModaLisboa, em Lisboa, e o fim de semana seguinte do Portugal Fashion, no Porto, e “com ambas as equipas a ter um esforço coordenado”, avançou à Lusa Adelino Costa Matos, presidente da Associação Nacional dos Jovens Empresários (ANJE), entidade organizadora do Portugal Fashion.

“A perspetiva futura é que exista uma semana da moda nacional e que tem eventos no Porto e em Lisboa. E tentarmos durante a semana ter potencialmente eventos conjuntos que possam tornar isso numa semana da moda portuguesa e não dois eventos de moda, de alguma forma, dessincronizados”, acrescentou Adelino Costa Matos.

Em entrevista à Lusa, no âmbito da assinatura de um protocolo assinado hoje em Matosinhos, distrito do Porto, entre o Portugal Fashion e a ModaLisboa, o presidente da ANJE explica que o modelo vai estar em construção.

“Uma questão importante nisto tudo é unirmos esforços no aspeto de não estarmos a investir nos mesmos locais, nas mesmas datas, ou seja, tentarmos rentabilizar ao máximo o investimento que fazemos de forma coordenada”, explicou aquele responsável.

No protocolo hoje assinado entre o presidente da ANJE e a presidente da ModaLisboa, Eduarda Abbondanza, é intenção das associações coordenarem estilistas, organização dos eventos e outras atividades, com o objetivo de “criar escala”, “massa crítica” e “criar valor”, sendo que neste momento as medidas para realizar uma nova semana de moda portuguesa ainda não estão fechadas.

“Está tudo em discussão e coordenação, sendo que há uma ou duas questões mais práticas que vamos já executar na próxima edição” e que vai “servir como uma versão ‘beta’ para o futuro, para nos entendermos, nos coordenarmos e trabalharmos em conjunto e a partir daqui cada vez mais termos esforços superiores”, acrescentou.

Segundo Adelino Costa Matos, mais do que ver se corre bem, é preciso “começar a trabalhar”.

“São duas associações que estiveram de alguma forma separadas durante 20 anos e que agora têm uma intenção clara de trabalhar em conjunto e esta primeira versão será uma ótima oportunidade de trabalhar e percebermos em que áreas somos mais fortes e criar mais valor trabalhando em conjunto”, realçou.

O primeiro-ministro, António Costa, deu hoje os parabéns à ModaLisboa e ao Portugal Fashion por terem conseguido assinar um protocolo de cooperação para a promoção, nacional e internacional, da moda portuguesa após duas décadas a trabalhar de forma individual.

“Verifico com muita satisfação que hoje já não é preciso pensar, sonhar. [O protocolo de cooperação] é hoje uma realidade (…). Muitos parabéns e muito obrigado por este acordo”, declarou António Costa, durante a cerimónia de assinatura, que decorreu esta tarde na Casa da Arquitetura, em Matosinhos.

António Costa, que classificou numa primeira vez o acordo como um “casamento” para depois chamar o protocolo de “início de namoro assinado”, sublinhou que aquele documento é “muito importante para o país”, designadamente para ajudar a alavancar as exportações portuguesas até 2030, cuja meta traçada é chegar aos 50% do Produto Interno Bruto.

12 Set 2018

Pintura | Joaquim Franco apresenta “The wave and other poems” em Hong Kong

Joaquim Franco dedica grande parte da mostra “The wave and other poems” a trabalhos que têm como foco o mar e a sua importância. A exposição está patente na Galeria Nido, em Hong Kong, até dia 23 de Setembro

[dropcap style=’circle’]T[/dropcap]he Wave and other poems” é nome da exposição do artista local Joaquim Franco que está patente na Galeria Nido em Hong Kong até ao próximo dia 23 de Setembro.
A mostra divide-se em dois momentos. Um primeiro constituído pela instalação “The Wave” seguido pela exibição quadros sob o tema “Other Poems”.

A primeira parte dos trabalhos apresentados por Joaquim Franco é uma instalação, “uma grande onda”, segundo a descrição do próprio. Mas não é uma onda qualquer, é uma instalação que tem uma mensagem de alerta para o problema do plástico e da crescente poluição que afecta, nomeadamente, os oceanos. “Esta instalação é uma onda de plástico que invade a galeria e que pretende representar metaforicamente a forma como o plástico está a invadir os oceanos”, apontou o artista ao HM.

Esta preocupação com o ambiente, em especial com a poluição das águas do mar, é um assunto que diz pessoalmente respeito ao artista e que tem origem na sua infância. “Sou da Ericeira, que fica mesmo virada para o mar, e por isso tenho esta ligação profunda ao oceano”, explicou.

Por outro lado, “é importante alertar as pessoas para o que se impõe que é um menor uso do plástico e a modificação do nosso comportamento em relação e este material para irmos acabando por o deixar de usar com esta intensidade”, sublinhou.

A ideia para a instalação partiu de um quadro produzido para uma exposição na Casa Garden, que se chamava “Oceano”, em que a presença do plástico apareceu pela primeira vez. “Mais tarde, entrei no atelier e encontrei uma série de sacos no chão. Foi quando me lembrei que este material tanto invade os oceanos como o estúdio onde trabalho, como os quadros que faço”, apontou.

Ainda dentro deste primeiro momento expositivo estão integradas duas pinturas: “O Oceano Atlântico” e o “Oceano Pacífico”, “numa onda que traz o plástico ao longo do espaço e passa por estes dois quadros”, referiu.

Homenagem a Cousteau

O segundo momento expositivo é referente “aos outros poemas” e é preenchido por vários quadros do artista. Também aqui se nota a presença do oceano, nomeadamente em três obras inspiradas em Jacques Cousteau. Um deles intitulado “O mundo do silêncio”, nome inspirado no livro homónimo do explorador francês. “Faço uma homenagem à sua vida porque foi alguém que se dedicou aos oceanos. Fez um estudo sobre a Antártida e conseguiu junto das Nações Unidas que aquela zona não fosse explorada”, revela o artista quanto às referências que recolheu para o trabalho. Um segundo quadro, “Calypso”, é o nome do barco do cientista.

A mostra patente na região vizinha tem ainda outra obra de inspiração oceânica, mas também ligada à infância do artista e que tem que ver com castelos de areia. “Aqui, a metáfora tem de ver com a ilusão que é associada a este tipo de construção”, referiu.
Para o artista, a presença de Cousteau nestas obras não foi um acaso. “Todos os sábados, quando era miúdo, havia na televisão um programa dele e o facto de o ver acabou por se tornar uma rotina tão importante para mim como a de ir à praia”, acrescentou.

As restantes obras são quadros que retratam “outros poemas como o amor ou as relações entre as pessoas.”

12 Set 2018

Primeira gravação conhecida de David Bowie valeu 45 mil euros em leilão

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] primeira gravação conhecida de David Bowie, que na altura tinha 16 anos e era vocalista da banda The Konrads, foi vendida esta terça-feira num leilão na Grã-Bretanha por cerca de 45 mil euros.

A Omega Autions, especialista em leilões relacionados com a música, disse que o leilão foi “frenético”, por uma gravação que remonta a 1963. O registo foi descoberto este ano num sótão.

A música, intitulada “I Never Dreamed”, foi gravada num estúdio em 1963, quando o grupo pediu a David Bowie, então conhecido pelo seu nome verdadeiro David Jones, que a cantasse.

Esboços promocionais feitos por David Bowie, na época um desconhecido, fotografias e documentos do grupo também foram vendidos por 19.235 euros, enquanto um poster do grupo The Konrads, também de 1963, valeu 6.737 euros, disse a casa de leilões.

David Bowie deixou a banda e apenas seis anos depois, em 1969, atingiu o sucesso com a música “Space Oddity”.

Bowie morreu em 10 de janeiro de 2016, dois dias depois de lançar o seu último álbum, “Blackstar”, por ocasião do seu 69.º aniversário.

12 Set 2018

“Extinção”, video-instalação de Salomé Lamas, tem estreia no Museu do Chiado, em Lisboa

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] nova vídeo-instalação “Extinção”, o mais recente projeto de Salomé Lamas, sobre a problemática das fronteiras na actual Rússia, vai ter estreia nacional no dia 20 de setembro, no Museu do Chiado, em Lisboa.

De acordo com o sítio ´online´ do Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado, a nova obra ficará patente até 25 de novembro e tem curadoria de Emília Tavares.

O mais recente filme de Salomé Lamas “aborda a problemática das fronteiras na atual Rússia e o latente conflito que algumas destas regiões mantêm, sob o peso da história da ex-URSS”.

A obra, de acordo com um texto do museu, acaba por tornar-se um documento sobre a construção da identidade coletiva e o confronto com a crescente vaga de nacionalismos.

O filme decorre na região da Transnistria, “um dos países mais pobres da Europa, onde, através de um mosaico de elementos ficcionais e reais, lidos por Kolya, é revelada a ´guerra surda´ que o regime autocrático de Putin tem implementado na região, sob a estratégia da ´guerra sem guerra´ e da ´ocupação sem ocupação´”.

Salomé Lamas estudou cinema em Lisboa e Praga, artes visuais em Amesterdão, e é doutoranda em arte contemporânea em Coimbra.

O seu trabalho tem sido exibido tanto em contextos artísticos como em festivais de cinema tais como Berlim, Museo Arte Reina Sofia, Museu do Chiado, DocLisboa, Cinema du Réel, Visions du Réel, MoMA, Guggenheim Bilbao, Harvard Film Archive, Jewish Museum de Nova Iorque, Fid Marseille, Viennale, Culturgest, Centro Cultural de Belém, Hong Kong Film Festival, Museu de Serralves, Tate Modern, entre outros.

Lamas recebeu diversas bolsas, tais como a Gardner Film Study Center Fellowship da Universidade de Harvard, Fundação Botin, Fundação Rockefeller – Bellagio Center, Fundação Calouste Gulbenkian, Festival Sundance e Fundação Bogliasco. Colabora com a produtora O Som e a Fúria e é representada pela Galeria Miguel Nabinho, em Lisboa.

12 Set 2018

Arte | AFA apresenta “0 – Obras de Wong Weng Io”

“O – Obras de Wong Weng Io” é a exposição da artista local que vai ser inaugurada no próximo dia 17 de Setembro nas instalações da associação Art for All (AFA)

 
[dropcap style=’circle’]W[/dropcap]ong Weng Io, também conhecida como Yoyo, questiona através dos seus trabalhos “o relacionamento e o impacto mútuo entre a existência humana, informação, tecnologia, dados pessoais, inteligência artificial e robótica”, refere a apresentação do evento. De acordo com a organização, “0 – Obras de Wong Weng Io” traz à AFA uma reflexão da vida quotidiana que pode ser comparável “à infinita futilidade de Sísifo na mitologia grega”.

Para o efeito, a artista recorre às sequências numéricas que se apresentam em repetições infinitas.

A exposição é composta por 365 obras em acrílico feitas a partir de fotografias que imitam o movimento dos dedos humanos no ecrã dos telemóveis. É nestes movimentos e na sua transposição que mostra o que mais prende as pessoas no dia-a-dia. Numa actividade constante, sem início nem fim, naquilo a que chama de “zero”.

“É o começo e é o fim. É zero e é infinito ao mesmo tempo. É como se [estes movimentos] fizessem parte de um jogo de dominó, sendo que aqui é um jogo que nunca tem um verdadeiro começo”, aponta a AFA. A exposição estará patente até 8 de Outubro.

11 Set 2018

Dia Nacional | Acrobacia chinesa marca aniversário da RPC em Macau

O 69º aniversário da República Popular da China celebra-se em Macau com um espectáculo tradicional que tem a acrobacia como ponto central. “Arco-íris sobre a Rota da Seda” vai ser apresentado a 30 de Setembro e 1 de Outubro no Fórum de Macau pela Companhia de Artes Acrobáticas de Shaanxi

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]rco-íris sobre a Rota da Seda” é o espectáculo acrobático que vai assinalar em Macau o 69º aniversário da República Popular da China, nos próximos dias 30 de Setembro e 1 de Outubro.

A iniciativa do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na R.A.E.M e do Instituto Cultural traz ao território a Companhia de Artes Acrobáticas de Shaanxi. O objectivo é “dar a conhecer as artes cénicas chinesas tradicionais”, refere o comunicado oficial.

De acordo com a organização, “o espectáculo acrobático ‘Arco-íris sobre a Rota da Seda’ irá levar o público numa viagem através do tempo em busca de culturas europeias e asiáticas”. A apresentação conta a história de uma caravana comercial chinesa que lutou por estabelecer a Rota da Seda, na sua era dourada, durante o reinado da dinastia Tang. Com a viagem dos acrobatas, é dada a conhecer a cultura “inclusiva desta dinastia no seu auge e a Rota da Seda como uma rota de comércio e amizade”, aponta a mesma fonte.

Acrobacias alternativas

Ao contrário dos espectáculos acrobáticos tradicionais, “Arco-íris sobre a Rota da Seda”, não se limita à exibição de excelência de movimentos e vai mais longe: conta toda uma história em que os movimentos são acompanhados de música e dança, e em que os intervenientes envergam um guarda roupa que muda consoante o contexto. O evento que marca o Dia Nacional é apresentado em três a actos: “Chang’an Dinâmica”, “Fantasia no Campo de Neve”, “Dunhuang Hipnotizante”, “Destino Conjugal na Pérsia” e “Apaixonante Roma”.

“Arco-íris sobre a Rota da Seda” foi reconhecido com os prémios Projecto Clássico da Arte Contemporânea de Shaanxi, o Prémio para Melhor Performance no 1º Festival Internacional de Artes da Rota da Seda e no 7º Festival de Artes da Província de Shaanxi com a designação do maior Projecto Cultural Nacional de Exportação 2015-2016.
O programa terá lugar no Fórum de Macau pelas 20h dos dias 30 de Setembro e 1 de Outubro. Os bilhetes já se encontram à venda na Bilheteira Online de Macau.

11 Set 2018

Governo brasileiro cria medidas para gestão dos museus

O Governo Federal brasileiro publicou hoje duas medidas provisórias para promover uma alteração no modelo de gestão dos museus e estabelecer uma parceria com a iniciativa privada para captação de recursos.

O anúncio surge cerca de uma semana depois de um incêndio ter destruído grande parte do acervo do maior museu de História Natural e Antropologia da América Latina, o Museu Nacional do Rio de Janeiro, fundado por D. João VI de Portugal, e que era o mais antigo e um dos mais importantes museus do Brasil.

O Governo brasileiro pretende criar a ABRAM – Agência Brasileira de Museus, instituição sem fins lucrativos para gerir instituições museológicas e os seus acervos, e que vai ter sob a sua alçada a reconstrução daquele museu, devendo, para isso, constituir um fundo patrimonial para arrecadar receitas.

Contudo, o Museu Nacional continua a ser parte da estrutura da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Segundo uma nota de imprensa, a ABRAM será constituída sob a forma de serviço social autónomo, integrando entidades que não estão vinculados à administração pública, mas que são colaboradoras do Estado.

Entre as competências desta agência, está o desenvolvimento e execução de programas e ações que viabilizem a preservação, a promoção e a sustentabilidade do património museológico brasileiro, aumentando a sua capacidade de captação de recursos públicos e privados, através de parcerias com entidades nacionais e internacionais.

Acresce a execução de ações de segurança e proteção de acervos, com medidas para conservação, reforma e reconstrução de instalações existentes.

Sob a alçada da administração da ABRAM estão já instituições como o Museu da Abolição, o Museu Imperial, o Museu da Inconfidência e o Museu Nacional de Belas Artes.

Quanto a recursos financeiros, esta agência conta, além de recursos públicos, com receitas decorrentes de parcerias com entidades nacionais e internacionais, doações, legados e rendas decorrentes da prestação de serviços.

A segunda medida provisória publicada estabelece um marco regulatório para a captação de recursos privados, para apoiar instituições ligadas à educação, ciência, tecnologia, pesquisa e inovação, cultura, saúde, meio ambiente, assistência social e desporto, diz a nota.

O Museu Nacional do Rio de Janeiro foi destruído pelas chamas na noite de 02 de setembro. O edifício tinha sido residência da família real portuguesa e da família imperial brasileira.

Entre as peças do acervo estavam a coleção egípcia, que começou a ser adquirida pelo imperador Pedro I, e o mais antigo fóssil humano encontrado no país, batizado de “Luzia”, com cerca de 11.000 anos.

11 Set 2018

Armazém do Boi | Um novo espaço artístico na rua do Volong

A Associação de Arte Armazém do Boi deixou a avenida Coronel Mesquita, sem adiantar se um dia vai voltar ao espaço que está, actualmente, em obras. Para já, as exposições e futuras residências artísticas acontecem na rua do Volong, num conciso edifício com três andares

[dropcap style=’circle’]P[/dropcap]ost-Ox Warehouse Experimental Site” é o nome da exposição que revela a nova fase da Associação de Arte Armazém do Boi. Ao longo de três andares pintados de branco espalham-se várias obras de diferentes estilos, da pintura à instalação de arte e vídeo. São, na sua maioria, da autoria de artistas locais, e muitas delas remetem-nos para a contemporaneidade de Macau.

Por exemplo, Ng Fong Chao, artista que se estabeleceu no território em 1984, oriundo de Zhejiang, apresenta um trabalho que remete não só para a passagem do tufão Hato como recorda, através de fotografias antigas, outras tempestades tropicais do passado. O trabalho tem um título sugestivo: “The Prosperity Alarm”.

Com esta exposição, a Associação de Arte Armazém do Boi rompe um pouco com o passado sem trair a sua génese, no que diz respeito à promoção do trabalho artístico que se vai fazendo em Macau.

Ao HM, Noah Ng, actual presidente da associação, traça o retrato daquilo que o público poderá ver nos próximos tempos na rua do Volong, no bairro de São Lázaro.

“Este espaço é muito mais pequeno do que o anterior, mas, ainda assim, será um lugar dedicado à experimentação. Temos aqui uma grande variedade de artistas, que usam diferentes tipos de materiais e conceitos, tal como a ligação aos media, por exemplo, para seguir os seus próprios processos de experimentação.”

O ponto de partida para a selecção dos artistas foi a relação que estes apresentam com a arte contemporânea, com temáticas como os media e a sociedade actual.

“Os artistas que vemos aqui expostos têm cerca de 30 anos e são artistas emergentes”, adiantou Noah Ng. O que está em exposição “não tem a ver com a cidade mas com a forma como exploram o processo das suas próprias criações e como desenvolvem métodos de experimentação”. “Tem tudo a ver com a forma como vão além dos seus próprios limites e como mostram curiosidade relativamente a cada fase de produção das suas obras”, concluiu o presidente da associação de arte.

No último andar do edifício fica um beliche, uma cozinha em ponto pequeno e uma varanda, lugar que dará casa a artistas de todo o mundo que serão convidados a participar em residências artísticas. Os responsáveis da associação querem ir além das fronteiras com China, Hong Kong e Taiwan e explorar alguma da arte que se faz na Europa, nomeadamente em Portugal.

E a Coronel Mesquita?

O enorme espaço para exposições de que dispunha a Associação de Arte Armazém do Boi está agora em obras custeadas pelo Governo, dado o envelhecimento do espaço da Avenida Coronel Mesquita. Noah Ng garante não saber se a sua associação pode voltar ao antigo edifício onde funcionou durante anos.

“Uma vez que o nosso antigo espaço está em obras, tivemos de mudar e, até agora, ainda não nos foram dadas mais informações sobre o processo. Não sabemos como é que o Governo vai usar o espaço, não sabemos se será usado por outras associações sem fins lucrativos, ou se haverá um concurso para a apresentação de trabalhos. Não sabemos o que vai acontecer nos próximos anos, não é certo o nosso regresso à Coronel Mesquita.”
Apesar de disporem agora de um espaço bem mais reduzido, a ideia é prosseguir o mesmo objectivo e até renovar as actividades culturais que ali acontecem. A organização de residências artísticas é prova disso mesmo.

“Trabalhamos muito com voluntários e, independentemente das dificuldades que enfrentamos, tentamos sempre fazer o melhor, mesmo que a situação seja agora ligeiramente diferente. Queremos ter um espaço onde possamos continuar a promover trabalhos artísticos e que possamos continuar a ser uma plataforma para o panorama das artes em Macau. Procuramos encontrar uma forma de trabalhar com projectos que se possam ajustar a este espaço.”

Além das exposições colectivas e das residências artísticas, o Armazém do Boi quer apostar em exposições individuais. Sobre a Coronel Mesquita e a possível criação de um local ligado às indústrias culturais e criativas, Noah Ng tem dúvidas sobre a implementação, na prática, da ideia de Alexis Tam, secretário para os Assuntos Sociais e Cultura.

“É sempre uma boa ideia desenvolver um centro criativo naquela zona, mas permanece a grande questão de como é que essas ideias serão postas em prática. Sinto que deveria haver uma comissão com experiência suficiente quanto à utilização de todos os espaços e que nos explique quais as diferenças relativamente entre essa e a actual localização. Mas é difícil porque é preciso que as associações do meio sigam as instruções criadas pelo Governo para que esse plano seja posto em prática”, concluiu.

A exposição “Post-Ox Warehouse Experimental Site” está disponível para visita gratuita até ao dia 7 de Outubro.

10 Set 2018

Carrilho da Graça, autor da recuperação das Ruínas de São Paulo, homenageado no México

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] arquitecto João Luís Carrilho da Graça, autor do projecto de recuperação e musealização das Ruínas de São Paulo, nos anos 90, vai ser homenageado no encontro de arquitetura da Feira do Livro de Guadalajara, no México, que se realiza de 24 de novembro a 02 de dezembro, com Portugal como país convidado.

O anúncio foi feito na noite de sexta-feira, no México, madrugada de sábado em Portugal, num encontro com a imprensa do reitor do Centro Universitario de Arte, Arquitectura e Design (CUAAD) da Universidade de Guadalajara, Ernesto Flores Gallo.

A trajetória de 30 anos do arquiteto português, “desenvolvida em estreita relação entre a prática profissional e académica”, assim como “a pureza, a elegância, as formas e as linhas da sua obra são alguns dos motivos pelos quais João Luís Carrilho da Graça será reconhecido com a Homenagem ArpaFIL 2018”, disse Ernesto Gallo, citado pelo comunicado da organização.

Nascido em Portalegre, Carrilho da Graça, de 65 anos, Prémio Pessoa em 2008, é autor, entre outros projetos, do Terminal de Cruzeiros de Lisboa, do Pavilhão do Conhecimento – Ciência Viva, da Escola Superior de Comunicação Social, do Museu do Oriente, da musealização arqueológica da Praça Nova do Castelo de São Jorge e da Escola de Música da Escola Politécnica, na capital portuguesa.

Licenciado na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, em 1977, ano em iniciou a atividade profissional, Carrilho da Graça foi professor da Faculdade de Arquitetura da então Universidade Técnica de Lisboa, de 1977 a 1992, catedrático da Universidade Autónoma, de 2001 a 2010, e da Universidade de Évora, desde 2005, onde dirigiu o Departamento de Arquitetura.

Foi por várias vezes nomeado para o prémio europeu de arquitetura Mies van der Rohe (1990, 1992, 1994, 1996, 2009, 2011, 2013), distinguido com o Prémio Valmor pelo Pavilhão do Conhecimento dos Mares (1998) e pela Escola Superior de Música de Lisboa (2008).

Ao conjunto da sua obra foram atribuídos os prémios como o da Associação Internacional dos Críticos de Arte (AICA), em 1992, a Ordem de Mérito da República Portuguesa (1999), o título de Cavaleiro das Artes e das Letras da República Francesa (2010) e a Medalha da Academia de Arquitetura de França (2012).

O encontro ArpaFIL de arquitetura, património e arte é realizado pelo CUAAD desde 1995, no âmbito da Feira Internacional do Livro de Guadalajara (FIL Guadalajara), com o objetivo de partilhar e difundir a experiência de profissionais a jovens arquitetos e público em geral, segundo a apresentação da iniciativa.

A par da homenagem, que se realizará no dia 30 de novembro, a ArpaFIL organiza o Concurso para Jovens Arquitetos, aberto a estudantes de arquitetura, urbanismo, fotografia, artes visuais, “restauro ou afins”.

A participação portuguesa na FIL Guadalajara vai envolver mais de 40 escritores de língua portuguesa, como António Lobo Antunes, Mia Couto, Hélia Correia, Germano Almeida e Manuel Alegre, já distinguidos com o Prémio Camões.

Teolinda Gersão, Dulce Maria Cardoso, José Eduardo Agualusa, Ana Luísa Amaral, João de Melo, Lídia Jorge, Ondjaki, Gonçalo M. Tavares, Afonso Cruz e Ricardo Araújo Pereira são outros autores já anunciados.

O programa estende-se à música, à dança, ao teatro, ao cinema e às artes, com participações de criadores como Tiago Rodrigues e Paulo Ribeiro, com a montagem de exposições dedicadas a Almada Negreiros e Ana Hatherly, espetáculos de músicos como Camané, Capicua e Dead Combo, e a exibição de filmes de cineastas como Manoel de Oliveira, Fernando Lopes, Salomé Lamas, Regina Pessoa e João Salaviza.

Durante a FIL Guadalajara será também entregue o Prémio Ibero-Americano de Literatura Infantil e Juvenil, ao qual é candidata a escritora Alice Vieira.

Organizada pela Universidade de Guadalajara desde 1987, a FIL Guadalajara é a maior feira do livro da América e a segunda maior a nível mundial, depois da feira de Frankfurt, na Alemanha.

Todos os anos, soma mais de 800 mil visitantes, durante os seus nove dias, e conta com mais de duas mil editoras de 47 países, e mais de 700 escritores de diferentes línguas.

9 Set 2018

‘Rapper’ norte-americano Mac Miller morre aos 26 anos

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] ‘rapper’ norte-americano Mac Miller morreu na sexta-feira, aos 26 anos, na sua casa na Califórnia, Estados Unidos, com a polícia a apontar uma overdose como a principal causa para a morte, avança a imprensa internacional.

A notícia foi avançada pelo ‘site’ americano de entretenimento TMZ, que indicou que Mac Miller foi encontrado morto perto do meio-dia (hora local) deitado na cama, na sua casa em São Fernando, Califórnia.

De acordo com o TMZ, a polícia suspeita que uma overdose tenha estado na origem da morte.

O alerta foi dado por um amigo do ‘rapper’, que ligou para o número de emergência desde a casa de Mac Miller, reportando uma paragem cardíaca.

Nascido em 19 de janeiro de 1992, o rapper já tinha tido problemas com drogas.

Lançou no passado dia 03 de agosto o último álbum, designado “Swimming”, e iria começar no final de outubro com uma ‘tour’ pelos Estados Unidos.

9 Set 2018

CCM | Companhia de Dança da Ópera de Gotemburgo apresenta “Noético”

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Centro Cultural de Macau apresenta “Noético”, um espectáculo apresentado pela Companhia de Dança da Ópera de Gotemburgo, “um dos grupos de dança contemporânea mais arrojados da Escandinávia”, de acordo com um comunicado do Instituto Cultural. O espectáculo tem lugar no palco do Grande Auditório, no dia 18 de Novembro. Concebido pelo coreógrafo Sidi Larbi Cherkaoui, “Noético” mistura moda, design e movimentos contemporâneos, “enquadrados num cenário minimalista, cultural e sonicamente eclético”, aponta a mesma fonte. A peça explora mente, corpo e espaço, onde 20 bailarinos aparecem trajados de preto e branco, com a assinatura da marca belga “Les Hommes” e expressam “um turbilhão de emoções manuseando formas em fibra de carbono imaginadas pelo conhecido escultor e cenógrafo britânico Antony Gormley”. A música é composta por Szymon Brzóska e “evolui gradualmente para uma mescla fantástica de passagens orquestrais, percussão e solos vocais interpretados pela cantora sueca Miriam Andersén”.

7 Set 2018

Dança | Sofitel com festa dedicada aos anos 50

“Grease Lightning Swing Dance” é a festa temática de celebração dos sons do jazz dos anos 50 devidamente acompanhados pelos passos de dança que caracterizam a época. O evento realiza-se no Sofitel, no próximo dia 22 de Setembro, e promete uma divertida viagem no tempo

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]“Grease Lightning Swing Dance” é um “novo episódio de uma série de eventos que se centram na dança e na sua alegria”, começa por dizer Joana Soares, uma das organizadoras da iniciativa. O conceito é o de uma festa temática, dedicada ao som e à dança dos anos 40/50, quando o jazz e a alegria se confundiam nas pistas. O objectivo é levar aos residentes um estilo que não tem muita representação no território. “Decidimos fazer esta festa porque o swing dance é ainda relativamente novo em Macau e pensamos que é um estilo que acaba por ser do agrado de toda a gente por ser muito divertido”, acrescenta Joana Soares.

Para que a festa seja completa, a organização convida os participantes a vestirem-se a rigor. “Não é difícil, basta uma vista de olhos por qualquer filme dos anos cinquenta e a panóplia de outfits é variada e sempre apropriada”, conta. O estilo pode variar entre o mais fiel aos clássicos de época, até aos mais arrojados com toques do rock´n roll que emergia na mesma altura.

Aulas incluídas

Que não se inibam os que pensam que não sabem acompanhar a música com os passos de dança mais apropriados. A organização pensou em tudo e antes da festa vai decorrer uma aula em que pelo menos os movimentos básicos são assegurados para abrilhantar a pista. “A entrada que é de 200 patacas e inclui uma aula, e só depois começa a festa” , disse Joana Soares. A ideia é que quando a música tenha início, todos tenham o mínimo conhecimento para dançarem e, “acima de tudo, se divertirem”. Para ajudar à festa, o ingresso, que custa 200 patacas, dá aos participantes o direito a bebidas grátis.

Primeiros passos

O swing dance é um género que tem ganho popularidade crescente um pouco por todo o mundo. No continente não há cidade que não tenha os seus núcleos que se reúnem religiosamente quase todos os dias, e em Hong Kong as festas acontecem, pelo menos, três vezes por semana. Em Macau, este tipo de eventos é ainda um pouco desconhecido, ou pelo menos pouco promovido. Para Joana Soares, a razão é o desconhecimento. “Penso que há muito pouca gente a dançar este género e talvez ainda ninguém tenha tido a iniciativa de promover eventos deste tipo em que as pessoas também começam a aprender a dançar”, contou ao HM.

Por outro lado, “Macau é uma cidade muito pequena e com uma grande parte da população flutuante, que vai e vem, e talvez por isso não exista muito investimento neste tipo de iniciativas para que se tornem mais permanentes”, apontou a responsável.
Para Joana Soares, a escassez de eventos sociais de dança não se limita apenas ao Swing. “Não é muito comum existirem festas temáticas e é por isso que decidimos juntarmo-nos e tentar organizar esta alternativa de divertimento”, explicou.

A iniciativa partiu de um grupo de amigos que gosta de dar uns passos dança. Joana Soares quer, desta forma, cativar o público para festas temáticas em que a dança é rainha. A ideia não é aplicada apenas ao swing dance, mas a outros estilos como a salsa.

A responsável espera que esta seja a primeira de várias festas e, apesar de ainda não existirem em Macau aulas de swing, que “através do seu ensino integrado em eventos, as pessoas se comecem a interessar mais”.

O facto de este ser um estilo com cada vez mais adeptos por todo o lado deve-se, por um lado, à simplicidade dos passos, “que não são muito complicados” e fáceis de aprender. Por outro lado, é muito divertido e fluído, por se tratar de “uma dança feliz que dá vontade de mexer para acompanhar a música”, aponta a organizadora.

7 Set 2018

Museu da Língua Portuguesa apresenta exposição itinerante em Lisboa

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]exposição itinerante “A Língua Portuguesa em Nós”, criada pelo Museu da Língua Portuguesa, no Brasil, chegará a Lisboa em Outubro, indicou à agência Lusa fonte da entidade.

De acordo com o Museu da Língua Portuguesa, a exposição “A Língua Portuguesa em Nós”, deverá ser apresentada no Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), em Belém, onde poderá ser visto parte do acervo da entidade.
Esta exposição tem percorrido países da África onde se fala português e, desde Maio, já foi exibida em Cabo Verde, Angola e Moçambique, onde se encontra desde 15 de Agosto.
Inicialmente montada no Brasil, onde se estreou na 16.ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty, a mostra faz um percurso pela presença da língua portuguesa no mundo, que representa actualmente cerca de 270 milhões de falantes nos cinco continentes. Também é focado o conctato com outros idiomas e a sua participação na formação cultural brasileira.

Língua multifacetada

Várias experiências audiovisuais integram o acervo do Museu da Língua Portuguesa: “A Praça da Língua” reproduz a experiência-símbolo do museu numa instalação imersiva com obras da criação artística em língua portuguesa, que formam um mosaico de músicas, poesias, trechos literários e depoimentos, com textos interpretados por artistas como Maria Bethânia, que declama Fernando Pessoa.

Por sua vez, a área “Música e Culinária” aborda a relação entre língua, identidades e culturas, e no espaço “Cápsula de colecta dos falares”, o visitante é convidado a gravar em vídeo o seu depoimento sobre a relação com o idioma, testemunhos que passarão a fazer parte do acervo do Museu da Língua Portuguesa.

O museu – que em dez anos de funcionamento recebeu cerca de quatro milhões de visitantes – tem vindo a organizar uma programação cultural diversa e exclusiva para cada país onde a exposição é apresentada.

A exposição “A Língua Portuguesa em Nós” é uma iniciativa do Itamaraty, em parceria com o Governo do Estado de São Paulo, a Fundação Roberto Marinho, o Museu da Língua Portuguesa e o Instituto Internacional da Língua Portuguesa, com patrocínio da EDP e apoio do Instituto Camões e do Instituto EDP.

7 Set 2018

Artes | “Bienal de Artes Visuais de Hong Kong e Macau 2018” em Pequim

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Bienal de Artes Visuais de Hong Kong e Macau foi inaugurada no dia 31 de Agosto no Museu de Arte Minsheng de Pequim, de acordo com um comunicado emitido ontem. Marcando o décimo aniversário da sua criação, a Bienal este ano é subordinada ao tema “Toque Urbano” e apresenta o desenvolvimento do panorama das artes visuais das três regiões. O espaço de exposição de Macau é dedicado ao tema “Transcendendo a Cidade”, e explora “a interacção entre as pessoas, a relação entre o homem e a cidade, as memórias e as experiências que daí advêm assim como a evolução da cidade em conjunto com o seu desenvolvimento”, refere a mesma fonte. Participam na exposição seis jovens artistas do território: Ng Man Wai, Lai Sio Kit, Wong Ka Long, Wong Weng Io, Cheong Cheng Wa e Fok Hoi Seng. Os artistas apresentaram obras de pintura, gravura, gravação vídeo e instalação. Depois de Pequim a exposição segue para o Centro Internacional de Convenções e Exposições de Dunhuang, em Gansu, de 27 de Setembro a 15 de Outubro, e o Museu de Arte de Zhejiang em Zhengzhou, de 30 de Outubro a 11 de Novembro.

6 Set 2018

Bailado| La Scala de Milão traz “Giselle” a Macau

O grande auditório do Centro Cultural de Macau apresenta, entre sexta-feira e domingo, “Giselle” pela Companhia de Ballet do Teatro La Scala de Milão. O espectáculo marca a estreia da companhia italiana em Macau para apresentar um clássico do ballet romântico

[dropcap style=’circle’]G[/dropcap]iselle” sobe ao palco do grande auditório do Centro Cultural de Macau entre a próxima sexta-feira e domingo pela mão da Companhia de Ballet do Teatro La Scala de Milão.

É a primeira vez que a companhia de renome internacional vem a Macau, o motivo é a apresentação de “Giselle”, um ballet romântico em dois actos.

A coreografia que acompanha a composição do francês Adolphe Charles Adam é uma das referências do ballet parisiense do século XIX. A primeira vez que subiu ao palco da Ópera Nacional de Paris corria o ano de 1841. Com popularidade crescente, “Giselle” passou a conquistar os palcos do mundo e foi produzida por grande parte das companhias europeias, russas e mesmo dos Estados Unidos.

“Giselle” conta, numa primeira acepção, a história de uma camponesa que acaba por morrer depois de descobrir que “o seu amado estava comprometido com outra mulher”. Esta é a história do primeiro acto da coreografia. “É também o acto que traz o lado real da produção, um lado com luz e ligado ao quotidiano”, referiu ontem o director da Companhia de Ballet Teatro La Scala , Frédéric Olvieri em conferência de imprensa. Mas o espectáculo “desenrola-se entre a luz e a escuridão”, acrescentou. A camponesa morre a junta-se a um grupo de fadas que vivem numa floresta. É aqui que acontece “o grande acto de amor e de perdão”, apontou o director da companhia. “Giselle” salva o amado das garras de espíritos vingativos numa acção que acontece antes do nascer do sol.

Este segundo acto, vai ser apresentado na penumbra, no mundo do fantástico. É também o momento em que as qualidades dos bailarinos se podem constatar, considerou Olivieri.

“É no segundo acto que a companhia mostra a sua excelência enquanto grupo”, sublinhou.

Para o director, a abertura deste acto é, talvez o momento mais “bonito, com a visão que apresenta do grupo em palco”, apontou.

A composição, de autoria do francês Adolphe Charles Adam, vai ser interpretada pela Orquestra de Macau sob a batuta do maestro David Coleman.

Paralelamente ao espectáculo, o CCM organiza um workshop para “desvendar alguns segredos e técnicas básicas do Ballet do Teatro alla Scala”, refere a organização. A actividade vai ser orientada por profissionais da companhia italiana e dá “aos participantes uma oportunidade de descobrir e ensaiar os passos de dança que mais tarde vão poder ver em palco”, acrescenta a mesma fonte.

Rumo à china

Depois de Macau, a companhia segue para Xi´an, Tianjin e Xangai onde vai apresentar “Giselle” e também “D. Quixote”.

Já com experiência na China, Olivieri nota diferenças nas performances dos bailarinos do continente e do ocidente que advêm das próprias culturas, apontou. Contudo, na óptica do director, os profissionais do continente são “fantásticos quer no que respeita à técnica como à forma de se expressarem artisticamente”. Para o responsável do Ballet do La Scala, “na China há bailarinos fantásticos, o que significa que a formação é de muito boa qualidade, tanto no ballet clássico como contemporâneo”, sublinhou.

6 Set 2018

Museu da Língua Portuguesa apresenta exposição itinerante em Lisboa

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] exposição itinerante “A Língua Portuguesa em Nós”, criada pelo Museu da Língua Portuguesa, no Brasil, chegará a Lisboa em Outubro, indicou à agência Lusa fonte da entidade, que será visitada pelo ministro português da Cultura.

O ministro Luís Filipe Castro Mendes faz uma visita oficial àquele museu, em São Paulo, onde deverá visitar as obras de reconstrução do edifício, destruído parcialmente por um incêndio em 2015, à semelhança do que aconteceu no domingo, no Museu Nacional, no Rio de Janeiro.

O ministro terá uma reunião de trabalho com representantes do museu, na qual serão faladas questões relativas à cooperação estabelecida com o Instituto Camões, uma parceria que consiste em criar e adotar conteúdos relacionados com a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) para o museu.

De acordo com o Museu da Língua Portuguesa, a exposição “A Língua Portuguesa em Nós”, deverá ser apresentada no Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), localizado em Belém, onde poderá ser visto parte do acervo da entidade.

Esta exposição tem vindo a percorrer países da África onde se fala português e, desde maio, já foi exibida em Cabo Verde, Angola e Moçambique, onde se encontra desde 15 de agosto.

Inicialmente montada no Brasil, onde se estreou na 16.ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty, a mostra faz um percurso pela presença da língua portuguesa no mundo, que representa atualmente cerca de 270 milhões de falantes nos cinco continentes.

Também é focado o contato com outros idiomas e a sua participação na formação cultural brasileira.

Várias experiências audiovisuais integram o acervo do Museu da Língua Portuguesa: “A Praça da Língua” reproduz a experiência-símbolo do museu numa instalação imersiva com obras da criação artística em língua portuguesa, que formam um mosaico de músicas, poesias, trechos literários e depoimentos, com textos interpretados por artistas como Maria Bethânia, que declama Fernando Pessoa.

Por sua vez, a área “Música e Culinária” aborda a relação entre língua, identidades e culturas, e no espaço “Cápsula de coleta dos falares”, o visitante é convidado a gravar em vídeo o seu depoimento sobre a relação com o idioma, testemunhos que passarão a fazer parte do acervo do Museu da Língua Portuguesa.

O museu – que em dez anos de funcionamento recebeu cerca de quatro milhões de visitantes – tem vindo a organizar uma programação cultural diversa e exclusiva para cada país onde a exposição é apresentada.

A exposição “A Língua Portuguesa em Nós” é uma iniciativa do Itamaraty, em parceria com o Governo do Estado de São Paulo, a Fundação Roberto Marinho, o Museu da Língua Portuguesa e o Instituto Internacional da Língua Portuguesa, com patrocínio da EDP e apoio do Instituto Camões e do Instituto EDP.

De acordo com o museu – inaugurado em 2006, e um dos mais visitados do Brasil – as obras de reconstrução terminam no segundo semestre de 2019.

A entidade tem como missão “valorizar a diversidade da língua portuguesa, celebrá-la como elemento fundamental e fundador da cultura e aproximá-la dos falantes do idioma em todo o mundo”.

Já foram concluídas as etapas de restauro das fachadas e esquadrias, e de conservação e reconstrução da cobertura do edifício, e atualmente está em curso a licitação para as obras de interiores, que têm previsão de início em setembro, seguindo-se a instalação da museografia.

A reconstrução do Museu da Língua Portuguesa integrou melhorias de infraestrutura e segurança, especialmente contra incêndios.

Entre as novas medidas, está um sistema de chuveiros automáticos para reforçar o aparato de segurança contra incêndio, sistema que possui sensores do aumento da temperatura ambiente e acionam a abertura dos bicos para combate contra o fogo, ainda em estágio inicial.

O Museu da Língua Portuguesa é uma iniciativa do Governo do Estado de São Paulo, através da Secretaria de Estado da Cultura, concebido e realizado em parceria com a Fundação Roberto Marinho.

Tem como maior patrocinador a EDP e ainda o Grupo Globo, Grupo Itaú e Sabesp e apoio do Governo Federal, por meio da Lei Federal de Incentivo à cultura. O IDBrasil é a organização social responsável pela gestão do museu.

5 Set 2018

Museu Nacional do Rio de Janeiro não tinha seguro nem brigada contra incêndios

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Museu Nacional do Rio de Janeiro, que ardeu no domingo, não tinha seguro sobre o património e não tinha uma brigada disponível para combater possíveis incêndios, disse vice-diretora do museu brasileiro.

Cristiane Serejo admitiu que os responsáveis do museu descartaram a contratação de uma seguradora e a criação de um grupo de funcionários autorizados a combater incêndios por falta de verbas.

O Governo já anunciou a libertação de fundos de emergência para iniciar a reconstrução imediata de um novo edifício e uma campanha com o objetivo de angariar fundos privados.

“Temos recebido várias ofertas de doações, até mesmo algumas instituições estrangeiras. Vamos fazer uma campanha e vamos ser capazes de levantar o Museu Nacional com novas coleções”, disse a vice-diretora do museu.

Na segunda-feira, centenas os estudantes e investigadores ligados ao museu, a maioria dos quais vestidos de negro, concentraram-se em frente aos escombros ainda fumegantes do edifício, para “abraçar” o antigo palácio imperial do século XIX, em protesto contra o Presidente brasileiro e cortes na Cultura.

Os portões que dão acesso ao recinto do museu chegaram a estar fechados a cadeado pelas autoridades, mas a força dos protestos levou a que a população conseguisse entrar.

Considerado o maior museu de História Natural da América Latina, o Museu Nacional, que assinalou em junho o seu bicentenário, albergava cerca de 20 milhões de peças de valor incalculável e uma biblioteca com mais de 530 mil títulos.

Entre as peças inestimáveis transformadas em cinzas está uma coleção egípcia, uma outra de arte e de artefactos greco-romanos, coleções de paleontologia – que incluíam o esqueleto de um dinossauro encontrado na região de Minas Gerais – bem como o mais antigo fóssil humano descoberto no Brasil, “Luzia”.

Um dos únicos vestígios preservados foi o enorme meteorito com mais de cinco toneladas, que continua em frente à entrada do espaço.

Mergulhado numa dívida pública abissal e em sucessivos escândalos de corrupção, o Brasil, que sai timidamente de uma recessão histórica, efetuou nos últimos meses muitos cortes orçamentais nas áreas da Investigação, Cultura e Ciência.

O ministro da Cultura brasileiro, Sérgio Sá Leitão, reconheceu que “a tragédia poderia ter sido evitada”.

Há três meses, por ocasião do bicentenário, o Museu Nacional obteve um financiamento de 21,7 milhões de reais (cerca de 4,51 milhões de euros) do Banco Nacional de Desenvolvimento para o restauro do edifício.

5 Set 2018

Pamela Chan, directora da Taipa Village Culture Association : “Um lugar romântico”

A Taipa Village Culture Association é uma entidade dedicada à promoção da Taipa Velha como destino a conhecer, não só para turistas como para residentes. Nos próximos dias 22 e 23 de Setembro, a associação promove um festival dedicado ao Japão onde não vai faltar música, artesanato e costumes nipónicos

[dropcap]A[/dropcap]A Taipa Village Cultural Association está a organizar um festival dedicado à cultura japonesa. Porquê?
Tanto eu como o meu sócio somos fãs da cultura japonesa. Foi essa a principal razão que nos levou a organizar este evento. Trata-se de uma cultura muito rica. Não é a primeira vez que existe uma iniciativa do género. Em 2005, Macau chegou a ter um festival idêntico mas centrado essencialmente na música. Achámos que deveríamos trazer o Japão de volta. Este evento pretende oferecer mais do a música japonesa. Queremos integrar outros elementos que caracterizam aquele país. A Taipa está cheia, por exemplo, de ofertas gastronómicas relacionadas com a cozinha macaense e portuguesa, até porque Macau está muito ligado a estas duas culturas. Nós concordamos, mas achamos que é bom promover outras culturas também. O objectivo é ter lugar para uma verdadeira diversidade cultural e trazer novos elementos à vila da Taipa. Por outro lado, a cultura Japonesa também é muito popular por cá, tanto em Macau, como na região vizinha de Hong Kong e mesmo junto das pessoas do continente. Para este evento queremos trazer elementos ligados à música, à gastronomia, e mesmo à moda e ao artesanato. Também pensamos que está na altura de promover mais laços culturais entre o território e o Japão. Através da interacção com referências culturais japoneses podemos tentar a sua inserção dentro das culturas macaenses e portuguesas.

O que mais gosta na cultura japonesa?
Da comida, até porque há muitos restaurantes japoneses em Macau, o que facilita este contacto gastronómico.

Que actividades destaca no cartaz do festival?
Vai haver muita música e muita gastronomia, mas também workshops relacionados com artesano. Vamos ter artes marciais, costumes ligados aos rituais religiosos, vamos ter quimonos e ensinar as técnicas para os vestir. Vamos ensinar ainda várias técnicas tradicionais de produção de objectos decorativos e acessórios de moda. Vai haver também um workshop de caligrafia para o qual convidámos professores para ensinar a arte de escrever em japonês.

FOTO: Sofia Mota

Esta é uma forma de diversificar a oferta turística do território?
Tentamos promover sempre a arte e a cultura. Este ano, por exemplo, é o ano da gastronomia e nós queremos não só promover eventos ligados a este tema dentro da nossa programação, mas tentamos ainda fazer actividades culturais paralelas que possam trazer mais pessoas à vila da Taipa. Fazemos eventos especiais tanto para os locais como para os turistas. Ao ter um conjunto de eventos a decorrer aqui na Taipa conseguimos atrair as pessoas cá, mas também conseguimos promover estadias de mais tempo aqui na Taipa. Não queremos que as pessoas venham à vila só para jantar e fazer compras. Queremos que elas possam ter mais opções e que fiquem por mais tempo.
Temos, por exemplo, actividades de pintura facial e outro tipo de eventos mais orientados para a família e mesmo para as crianças. Com eles, além dos turistas também queremos proporcionar mais lazer à população local. Temos rotas gastronómicas que passam por vários restaurantes para dar a provar uma variedade maior de produtos. Como associação, o nosso foco está mais direcionado para actividades artísticas e culturais. Neste momento, estamos também com projectos em que queremos envolver os estudantes do ensino secundário.

Porquê esta aposta nos mais novos?
O objectivo é ensinar às futuras gerações mais sobre a história da Taipa e de Macau. Já estamos a trabalhar com uma escola sino-portuguesa para estudar melhor o mercado e ver se funciona, mas acreditamos que sim, que funciona. A ideia é ajudar os estudantes a conhecer e, ao mesmo tempo, inspirar para o conhecimento da Taipa através de actividades que promovam o divertimento, como concursos, etc. A ideia é também convidar a comunidade a disfrutar da nossa terra. A próxima geração é muito importante. Tentamos educar as nossas crianças acerca da particularidade de Macau com a sua mistura entre a cultura portuguesa e a chinesa. Isto é uma coisa que temos que transmitir e reforçar.

Para si, o que tem a vila da Taipa de especial?
É uma vila muito única e cheia de história. Está perto de tudo e temos bons acessos. É muito diversificada e tudo de uma forma muito concentrada. É também um bom lugar para todos, para famílias, para crianças, para jovens e para casais, porque é um lugar romântico.

5 Set 2018

Governo português lamenta incêndio em Museu Nacional no Rio de Janeiro como “perda irreparável”

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] ministro português da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, lamentou o incêndio que atingiu o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, classificando-o como “uma perda irreparável”.

“Estamos consternadíssimos. Nós sentimos também essa perda porque era um acervo importantíssimo da história natural do país, da sociedade brasileira e também da história política, sendo este o palácio onde o rei de Portugal se veio instalar quando levou a corte para o Brasil. É um monumento muito importante para a história dos dois países”, constatou o ministro à chegada ao Real Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro, onde iria abrir o 9.º colóquio do polo de pesquisas luso-brasileiras.

A instituição, destruída pelo fogo, foi criada há 200 anos por João VI, de Portugal, e era o mais antigo e um dos mais importantes museus do Brasil.

“Portugal perde sempre. Perderam-se móveis de D. João VI, os diários da imperatriz Leopoldina. É património de origem portuguesa, mas é património cultural do Brasil”, referiu Luís Filipe Castro Mendes.

De acordo com um comunicado publicado ´online´ pela direção do museu, não há vítimas a registar no incêndio.

“É uma grande perda para o povo brasileiro, para os pesquisadores que trabalhavam naquele museu e nós sentimos uma profunda solidariedade com os brasileiros”, finalizou o responsável pela pasta da Cultura.

O ministro da Cultura participou hoje no 9.º Colóquio do Polo de Pesquisas Luso-Brasileiras, que acontece sob o tema “Relações luso-brasileiras: imagens e imaginários”.

Na agenda do ministro segue-se uma visita ao Museu Histórico Nacional, também no Rio de Janeiro, onde se fará a apresentação do projeto “O Retrato do Rei D. João VI”.

O diretor do Museu Nacional no Rio de Janeiro, Alexander Kellner, afirmou hoje que ainda não foi possível avaliar a totalidade dos danos no acervo provocados pelo incêndio, mas apelou à mobilização da sociedade para a recuperação.

O acervo do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, no Brasil, que foi consumido por um incêndio na noite de domingo e ao longo da madrugada de hoje, tinha um dos maiores históricos e científicos do país, com cerca de 20 milhões de peças.

Entre os milhões de peças que retratavam os 200 anos de história brasileira estavam igualmente um diário da imperatriz Leopoldina e um trono do Reino de Daomé, dado em 1811 ao príncipe regente João VI.

O Ministério brasileiro da Cultura também emitiu um comunicado lamentando “profundamente” o incêndio que dizimou o acervo e as instalações do Museu Nacional, ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro, e considerou que “as causas e responsabilidades devem ser rigorosamente apuradas”.

“O Ministério da Cultura vinha apoiando, desde 2017, a direção do Museu Nacional na elaboração de projetos e na busca por recursos para financiar o plano de revitalização e requalificação”, indicando que um total de 21,7 milhões de reais [cerca de 4,6 milhões de euros] foi conseguido junto ao Banco Nacional do Desenvolvimento, que financiaria grande parte do projeto.

4 Set 2018

IIM | Livro que homenageia Carlos Coelho lançado dia 12

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Instituto Internacional de Macau (IIM) lança no próximo dia 12 deste mês o livro “Úi di Galánti”, em homenagem ao macaense Carlos Coelho, falecido em Janeiro deste ano. O livro, que conta com o apoio da Fundação Macau, contém textos em patuá do próprio Carlos Manuel Coelho, que era conhecido no seio da comunidade pela alcunha “Néu-Néu”. De acordo com um comunicado do IIM, “considerando a precariedade do patuá e a escassez de (bons) escritos nesse idioma nativo de Macau, o IIM recolheu os melhores textos para um apropriado registo do doce linguajar do crioulo português de Macau”. Além disso, a sessão de apresentação do livro constitui também “uma homenagem póstuma a Carlos Coelho, figura singular entre a comunidade macaense”. “A maioria dos textos foram extraídos de publicações da conta de Carlos Coelho no Facebook que a família do extinto graciosamente cedeu para reprodução. Igualmente, o Partido dos Comes e Bebes de Portugal foi também pronto a autorizar a transcrição de vários artigos do ‘Néu-Néu’ que tinham sido publicados na sua revista”, explica o comunicado. A sessão de lançamento acontece no jardim de infância D. José da Costa Nunes às 18h.

4 Set 2018

Incêndio no Museu Nacional do Rio de Janeiro destruiu 20 milhões de peças

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]acervo do Museu Nacional do Rio de Janeiro, que foi consumido por um incêndio na noite de domingo, tinha um dos maiores acervos histórico e científico do país, com cerca de 20 milhões de peças. A instituição, criada há 200 anos, foi fundada por D. João VI, rei de Portugal, e era o mais antigo e um dos mais importantes museus do Brasil.

Entre as peças do acervo estavam a colecção egípcia, que começou a ser adquirida pelo imperador D.Pedro I, e o mais antigo fóssil humano encontrado no Brasil, baptizado de “Luzia”, com cerca de 11.000 anos.

O Museu Nacional do Rio de Janeiro era o maior museu de História Natural e Antropologia da América Latina e o edifício tinha sido residência da família Real e Imperial brasileira. Entre os milhões de peças que retratavam os 200 anos de história brasileira estavam igualmente um diário da Imperatriz Leopoldina e um trono do Reino de Daomé, dado em 1811 ao príncipe regente D. João VI.

Nas colecções de Etnologia estavam expostos objectos que mostravam a riqueza da cultura indígena, cultura afro-brasileira, culturas do Pacífico. Segundo a edição brasileira do El País, o acervo tinha ainda o maior e mais importante acervo indígena e uma das bibliotecas de antropologia mais ricas do Brasil.

A instituição, ligada à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), era alvo de cortes orçamentários há pelo menos três anos. Os alunos do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da universidade chegaram mesmo a criar ‘memes’ (imagens ou vídeos que se espalham de forma viral) em que mostravam fósseis à espera de verba, ironizando os cortes.

Em 2015, o museu chegou a ficar fechado por dez dias após uma greve de funcionários da limpeza, que reclamavam salários atrasados. Nas redes sociais, investigadores, alunos e professores brasileiros partilham depoimentos, lamentando o ocorrido e atribuindo a tragédia aos cortes orçamentais dos últimos anos.

O vice-director do Museu Nacional considerou o incêndio uma “catástrofe insuportável”. “O arquivo de 200 anos virou pó. (…) São 200 anos de memória, ciência, cultura e educação, tudo transformado em fumo por falta de suporte e consciência da classe política brasileira”, afirmou o responsável, sublinhando: “O meu sentimento é de imensa raiva por tudo o que lutamos e que foi perdido na vala comum”.

Segundo disse, no aniversário de 200 anos da instituição nenhum ministro de Estado aceitou participar da comemoração: “É uma pequena mostra do descaso”, sublinhou. O responsável adiantou ainda que a instituição estava prestes a fechar uma negociação com o Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES) que incluía um projecto de prevenção de incêndios.

Antes destas declarações, o Ministério da Educação brasileiro já tinha lamentado as consequências do incêndio no Museu Nacional, sublinhando que serão feitos todos os esforços para auxiliar a Universidade Federal do Rio de Janeiro, que geria o museu, a recuperar o património histórico. O presidente do Brasil, Michel Temer, reagiu, em comunicado, considerando a perda “incalculável”.

4 Set 2018

IC | Obra de Wu Li lembrada com exposição no Museu de Arte de Macau

“Para além da paisagem: exposição comemorativa do 300º aniversário da morte de Wu Li” é o nome da iniciativa do Instituto Cultural para recordar a carreira e o trabalho multifacetado do homem que também foi artista, poeta e missionário jesuíta, falecido em 1718

[dropcap style=’circle’]N[/dropcap]a sexta-feira abre ao público, no Museu de Arte de Macau (MAM), a mais recente iniciativa do Instituto Cultural (IC) para recorda a obra deixada por Wu Li, que chegou a Macau em 1680 e produziu obras na área da poesia e pintura, além de ter sido missionário jesuíta.

A exposição, intitulada “Para além da paisagem: exposição comemorativa do 300º aniversário da morte de Wu Li”, apresenta um total de 84 obras de caligrafia e pintura “de períodos diferentes de Wu Li”, bem como de “alguns dos seus mentores e amigos”, aponta um comunicado do IC.

Esta é “a primeira exposição a solo de grande escala de Wu Li e quase metade das peças são apresentadas publicamente pela primeira vez, sendo uma mostra panorâmica das realizações culturais e artísticas de Wu Li”. O objectivo da iniciativa, de acordo com o IC, é fazer com que o público “e os visitantes possam apreciar um belo conjunto de algumas das melhores pinturas da dinastia Qing e experienciar o encanto da fascinante cultura chinesa”.

O trabalho desenvolvido por Wu Li foi também recordado num documentário produzido por James Jacinto e Silvie Lai em 2015, com o nome “As crónicas de Wu Li no Colégio de São Paulo”, que recriou o ambiente vivido em Macau no século XVII e que teve o monumento Ruínas de São Paulo como pano de fundo.

Da China para Macau

Nascido em 1632 e natural de Changshu, na província de Jiangsu, Wu Li ganhou à nascença o nome Qili e “nome de estilo Yushan”. “Devido à existência de um poço muito profundo (mo jing) de Yan Zi onde Wu Li vivia, Wu Li ganhou o epíteto de ‘Mo Jing Dao Ren’ (Taoista do Poço Profundo)”, explica o IC.

Durante o período Kangxi, Wu Li veio a Macau com Philippus Couplet, um jesuíta belga, e residiu no Colégio de S. Paulo onde estudou latim e teologia, e depois regressou a Jiangsu. Em 1682, ingressou na ordem dos jesuítas como frade. Foi ordenado padre em Nanjing em 1688 e começou a pregar na zona de Xangai, onde faleceu.

O comunicado do IC aponta que a criação de Wu Li se manifestou em várias facetas, como poesia, prosa, música além de outras formas de arte. Além disso, “as suas obras combinavam os pontos fortes das várias escolas e subordinavam-se sobretudo a temas da natureza, sendo particularmente conhecido pelas suas obras em pintura de paisagem”.

Wu Li foi também “um dos ‘Seis Mestres de Qing’, juntamente com Wang Shimin, Wang Jian, Wang Yuanqi, Wang Hui e Yun Shouping, tendo uma influência profunda na história da arte chinesa e no desenvolvimento do Catolicismo na China”.

4 Set 2018