Joana Vicente é a directora do Festival de Cinema de Toronto

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]produtora Joana Vicente foi ontem anunciada como a nova diretora executiva do Festival Internacional de Cinema de Toronto (TIFF, na sigla em inglês). A portuguesa fica assim corresponsável pela organização a par do director artístico Cameron Bailey.

“O comité de selecção ficou profundamente impressionado com o passado de Joana Vicente como produtora, defensora de realizadores independentes e com o seu sucesso em angariação de fundos e parcerias. O seu extenso conhecimento do panorama global cinematográfico em mudança solidificou a decisão”, disse, em comunicado, o conselho de administração do festival.

Joana Vicente era, desde Dezembro de 2009, directora executiva do Independent Filmmaker Project, a mais antiga e maior organização de cineastas independentes nos Estados Unidos, como recorda o comunicado do TIFF. “Sempre olhei para o TIFF como uma proeminente plataforma internacional para o cinema mundial, com um impacto local e global”, afirmou, citada pelo festival, Joana Vicente, antes de acrescentar que a visão artística de Carmon Bailey é “inspiradora”.

A organização do TIFF salienta que Joana Vicente “é uma figura de proa da indústria cinematográfica de Nova Iorque, tendo produzido mais de 40 filmes e fundado três empresas, incluindo a primeira produtora digital dos Estados Unidos e o primeiro estúdio de distribuição e produção em alta definição do país”.

Joana Vicente foi nomeada pela Variety como uma das 60 pessoas mais influentes em Nova Iorque e já recebeu o prémio “Made in New York”, que distingue figuras que tenham contribuído de forma significativa para o crescimento das indústrias de media e entretenimento da cidade.

Joana Vicente nasceu em Macau, estudou Filosofia em Lisboa, foi assistente de Maria de Lurdes Pintassilgo no Parlamento Europeu e trabalhou nas Nações Unidas até se decidir pela produção de cinema nos Estados Unidos em parceria com o marido, o produtor Jason Kliot. Ainda antes de atravessar o Atlântico, Joana Vicente foi assistente de produção de António-Pedro Vasconcelos e Paulo Branco e teve uma breve participação como actriz num filme de Alain Tanner.

Em Nova Iorque, onde vive há quase 30 anos, fundou com Jason Kliot a Open City Films e a HDnet Films, empresas com as quais assinaram cerca de quarenta produções cinematográficas independentes para realizadores como Brian de Palma, Alex Gibney, Steven Soderbergh, Hal Hartley, Todd Solondz e Jim Jarmuch.

Joana Vicente explicava à Lusa, em 2008, que a produção que faz “é bastante criativa”, porque o envolvimento num projecto começa quase sempre no desenvolvimento do guião, a partir de uma ideia ou de um livro. “Eu gosto imenso de produção, mas a parte que me faltava era essa parte criativa. Sobretudo quando trabalho com realizadores que não têm muita experiência dá-me imenso prazer tentar dar-lhe todos os instrumentos possíveis para que consigam realizar da melhor maneira a visão deles”, disse Joana Vicente.

A nomeação do TIFF produz efeitos no dia 1 de Novembro, perto de dois meses depois do festival deste ano, que vai contar com o filme “Diamantino”, de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt, em duas secções.

30 Ago 2018

Cinema | Nicolas Cage no Festival Internacional de Cinema de Macau

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]actor Nicolas Cage foi nomeado “Embaixador de Talentos” da edição deste ano do Festival Internacional de Cinema de Macau. A notícia é avançada pelo canal de rádio da TDM, referindo-se à informação do portal Hollywood Reporter, que citava o director artístico, Mike Goodridge. Nicolas Cage deve marcar presença na cerimónia de abertura do festival, que decorre entre 8 e 14 de Dezembro, e participar numa masterclass. Já em Julho, Aaron Kwok tinha sido nomeado “Embaixador de talentos”.

30 Ago 2018

Patuá | Fundação Rui Cunha debate hoje documentação do dialecto

Mário Pinharanda Nunes, professor da Universidade de Macau, apresenta hoje, às 18h30 na Fundação Rui Cunha, a palestra “Documentar o patuá: desafios, especificidades e propósitos”. A elaboração de um projecto desta natureza depende da abertura da comunidade, aponta o académico

 

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]patuá, dialecto falado pela comunidade macaense, está em desuso, mas isso não significa que esteja afastado do interesse de investigadores. Exemplo disso é a palestra de hoje na Fundação Rui Cunha (FRC), protagonizada por Mário Pinharanda Nunes, professor do departamento de português da Universidade de Macau (UM). O evento está marcado para as 18h30.

O docente universitário vai falar sobre o tema “Documentar o patuá: desafios, especificidades e propósitos”, que se insere na chamada documentação linguística, focada em línguas que estão em vias de extinção ou mesmo extintas.

Neste caso, o docente contou ao HM que a ideia é promover um debate com os membros da comunidade macaense, para que se fazer um levantamento científico do patuá como língua e também como representação antropológica.

“Não há ainda conclusões, porque estas só poderão chegar se as comunidades macaenses decidirem em prol de um projecto de documentação”, apontou ao HM.

É preciso olhar não só para a comunidade macaense residente em Macau, onde ainda se domina algum patuá, apesar de não ser transmitido de geração em geração, mas ter em atenção também as comunidades macaenses que residem na diáspora. Mário Pinharanda Nunes explica que há diferenças na abordagem a uma futura documentação.

“Espero que haja uma reflexão junto dos macaenses em prol de um diálogo perante as características da comunidade, numa fase em que já não há a transmissão do crioulo de geração em geração. Há também as comunidades na diáspora, e cada uma tem as suas particularidades. Há uns que mantém uma proximidade à língua portuguesa, e outros que já estão mais próximos do inglês, todos esses factores são tidos em conta num projecto deste tipo.”

Além disso, “há questões de ortografia e vocabulário, ou se introduzimos ou modificamos o patuá para se tornar numa língua funcional para que possa ser comunicável no século XX”.

Na palestra, o professor da UM vai abordar a “relativa escassez de dados escritos e orais desta língua crioula, comparativamente com outras línguas de contacto, da variação e da mudança de categorias gramaticais e do léxico detectáveis nessas fontes, e da diversidade de práticas e atitudes linguísticas entre as suas diferentes comunidades de herança”, aponta um comunicado da FRC.

Estes são os “desafios colocados à documentação do patuá e, por outro lado, dos possíveis contributos que tal tarefa oferece à disciplina em questão, assim como às do estudo de línguas de contacto e de aquisição de língua”.

Português no Sri Lanka

Apesar de notar que, nos últimos 15 anos, a academia tem olhado para o patuá, inclusive como tema de análise em conferências internacionais, a verdade é que a eficiência desses estudos para a manutenção da língua depende da vontade da própria comunidade macaense.

“O trabalho da academia só pode ajudar à preservação do patuá se houver interesse da comunidade falante ou de herança do patuá. Sem a academia ele poderá manter-se na mesma, porque há muitas comunidades desta natureza, com a língua ameaçada, que optam por tratarem elas do assunto e fazerem iniciativas próprias. A academia apenas poderá ajudar com o know-how que este campo tem desenvolvido e que é uma forma de preservação também”, lembrou Mário Pinharanda Nunes.

A palestra de hoje na FRC vai também contar com a presença de Hugo Cardoso, que vai falar do tema “Documentação do Português na Sri Lanka: um caso de investigação multidisciplinar”. Neste caso, explica Mário Pinharanda Nunes, já existe documentação da presença do português, que está disponível num arquivo online da Universidade de Londres.

O projecto de investigação de Hugo Cardoso, professor da Universidade de Lisboa (UL), ainda está em curso e tem como “objecto central o português do Sri Lanka, uma língua crioula de base lexical portuguesa falada principalmente na província oriental do país pela comunidade Burgher”.

O projeto ‘Documentação do Português de Sri Lanka’, desenvolvido no Centro de Linguística da UL, em colaboração com instituições do Sri Lanka e consultores de várias partes do mundo, é financiado pelo Endangered Languages Documentation Programme (SOAS, Reino Unido) e tem por objetivo constituir um corpus audiovisual que preserve informação não apenas sobre a língua, como também sobre a cultura e práticas sociais dos Burghers, explica a FRC.

30 Ago 2018

Jorge Forjaz lança “Genealogias de Moçambique” em Maputo

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] genealogista português Jorge Forjaz lançou ontem “Genealogias de Moçambique”, uma obra que reconstrói a arvore genealógica de famílias que habitaram no território moçambicano a partir do século XVIII.

“Este livro é um contributo para que tenham noção mais exata das origens e um sentimento de pertença das pessoas com sua terra”, declarou à Lusa Jorge Forjaz, à margem da cerimónia de lançamento da obra no Camões – Centro Cultural Português de Maputo.

A obra é baseada em registos paroquiais (casamentos, batismos e óbitos), além de entrevistas e documentos encontrados no Arquivo Histórico de Moçambique.

“Deu-me muito prazer fazer esta investigação”, acrescentou o autor, destacando que foram dez anos de pesquisa, com cinco viagens pelo país mas, considera, “ainda há muito mais por ser investigado”.

O historiador moçambicano António Sopa, que fez a apresentação da obra, entende que o livro ajuda a perceber as dinâmicas da sociedade que viveu em Moçambique na segunda metade do século XVIII.

“É uma obra de referência e que é fundamentalmente baseada na sociedade que viveu aqui nesse período. Temos aqui a ideia exata da sociedade colonial desde o final do século XVIII até a independência”, concluiu António Sopa.

A obra, baseada no histórico de perto de 30 mil pessoas, está dividida em dois volumes de 900 páginas cada.

Jorge Forjaz é também autor da obra “Famílias Macaenses”, uma cronologia dos apelidos ligados a esta comunidade.

30 Ago 2018

MGM Cotai | Sam Smith ao vivo em Macau nos dias 19 e 20 de Outubro

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]músico britânico Sam Smith, vencedor de prémios Grammy, vai estar em Macau nos dias 19 e 20 de Outubro para dois concertos inseridos na tour mundial “The Thrill of it All”. O concerto vai decorrer no teatro do MGM Cotai e os bilhetes estão à venda a partir de amanhã com o preço base de 688 patacas. A tour do músico inclui destinos como Singapura, Manila, Seul, Tóquio, Osaka, Xangai, Pequim e Banguecoque.

Sam Smith começou a carreira em 2012, com um enorme sucesso do single “Latch”. Dois anos depois lançou o primeiro álbum de estúdio, intitulado “In the Lonely Hour”, cuja música “Stay with me” se tornou num sucesso mundial e vendeu cerca de 14 milhões de cópias em todo o mundo.

Em 2015 Sam Smith ganhou quatro prémios Grammy e um Golden Globe e foi também distinguido em Hollywood com a música “Writing’s on the Wall”, que fez parte da banda sonora do filme 007 “Spectre”, protagonizado por Daniel Craig. Além disso, ganhou dois prémios nos Brit Awards e mais três distinções nos prémios Billboard.

Grant Bowie, CEO da MGM China, disse que a concessionária de jogo “está honrada por receber o concerto de Sam Smith pela primeira vez em Macau no novo teatro do MGM”. “Esperamos que esta seja uma nova experiência para os nossos convidados”, rematou.

29 Ago 2018

OCM | Liu Sha assume direcção artística e promete mudanças

 

Liu Sha vai assumir a direcção artística da Orquestra Chinesa de Macau. O maestro entende que é necessário os músicos mostrarem mais do que virtuosismo. É essencial que façam com que o público se sinta mais envolvido, de forma a conquistar audiências

 

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Orquestra Chinesa de Macau (OCM) precisa desenvolver a forma como está em palco. Esta é a proposta de Liu Sha, o novo maestro e director artístico da OCM, que defende uma mudança da atitude dos músicos durante os espectáculos. “É preciso desenvolver formas de expressão, é necessário que os músicos saibam como se expressar, mover, enquanto tocam”, disse o responsável ontem à margem da conferência de imprensa dedicada à sua apresentação.

Não está em causa a qualidade dos músicos que formam a OCM, que considerou, “são todos muito bons”. No entanto, “às vezes, ao vê-los em palco não fico satisfeito porque ‘a personagem’ está muito fechada e não se abre ao que está a tocar”, explicou o maestro, que confessou que esse é um aspecto que quer mudar.

Mas, os desafios no novo cargo em Macau são maiores e passam também pela necessidade de conquistar audiências para os concertos da OCM. “Parece que aqui o público, na sua maioria, aprecia música clássica”, algo que não acontece, de acordo com o maestro, com a música chinesa. Este é também o maior desafio do seu trabalho à frente da OCM.

Também aqui, e para fomentar a adesão do público, entra a nova postura que pretende que os músicos adoptem. “Penso que quanto mais os músicos expressarem a sua interpretação, mais conseguem transmitir ao público que os vê”, apontou.
Por outro lado, é necessário levar o trabalho da orquestra à comunidade e “criar mais proximidades”. Para isso, o novo director artístico sublinha a importância de ter em conta os mais novos, um aspecto que será tido em conta esta temporada. “Temos muitos concertos programados para crianças em que usamos música popular e em que os maestros falam para os mais novos para explicar o que se vai tocando”, exemplificou.

Novos repertórios

Para chegar a mais pessoas, os repertórios também vão sofrer alterações. “A escolha de temas não vai ser fácil, até porque a música chinesa é muito rica”, afirma. “Com músicos mais activos em palco e a suavidade dos sons acredito que os espectáculos se tornem lendários”, afirmou.

Para já, é necessário “perceber o que é que chega ao público, do que é que se gosta aqui e o que querem”. Este é o ponto de partida do trabalho que o maestro tem pela frente. “Já tenho uma série de peças seleccionadas que penso interessarem às pessoas de Macau e que as vão motivar a irem a mais concertos”, comentou.
Além do reportório de música chinesa, o maestro promete manter a “tradição” e continuar a integrar peças que juntem temas ocidentais com orientais, uma componente que faz da OCM “muito especial”, afirmou.

Aliás, é com esta mistura que a temporada 2018/2019 vai abrir. O concerto é já no próximo domingo às 20h no grande auditório do Centro Cultural de Macau, e tem como título “Vislumbres do Vento Nacional”. O espectáculo vai contar com a presença de convidados, como é o caso dos intérpretes de erhu, Yu Hongmei, vice-directora do Conservatório Central de Música, e Zhai Qinxi, professora assistente de guqin na mesma instituição.

A colaboração com músicos estrangeiros também vai continuar. Para Liu Sha esta é uma grande mais-valia, recordando, por exemplo, os concertos com intérpretes de fado. “Claro que quero continuar a fazer este tipo de espectáculo até porque estamos me Macau”, rematou.

Também programados para esta temporada estão seis ciclos de concertos: o “Ciclo Clássicos”, “Produções Especiais”, “Passeando no Jardim, Ouvindo Música”, “Museus Musicais”, “Herança Musical” e “Envolvimento da Comunidade com a Música”. Os bilhetes já estão à venda.

29 Ago 2018

Portugal | João Louro e Tadashi Kawamata nas exposições para a ‘rentrée’ no MAAT

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m novo projecto de João Louro e outro de Tadashi Kawamata realizado em Portugal vão marcar a ‘rentrée’ de exposições no Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia (MAAT), em Lisboa, indicou à Lusa fonte da entidade.

Até 17 de setembro, segundo a mesma fonte, vão continuar patentes no museu “Gary Hill – Linguistic Spill”, “Vida e trabalho: não como antes mas de novo”, de Susana Mendes Silva, e até 08 de outubro, de Ângela Ferreira, “Pan African Unity Mural”, e “Eco-Visionários: Arte, Arquitetura após o Antropoceno”.

Relativamente às novas exposições, João Louro irá apresentar, em novembro, “Linguistic Ground Zero”, no Project Room MAAT, com curadoria de David G. Torres.

O novo projeto do artista português reflete sobre um “momento histórico de inflexão, em que a arte e a sociedade parecem coincidir em relação à necessidade de acabar com tudo”, segundo um texto da programação.

A proposta, uma reprodução de “Little Boy” – a primeira bomba atómica da história – com mensagens gravadas, reúne destruição, ‘graffiti’, referências poéticas e escritos.

A mostra remete para o século XX, período que ficou partido em duas partes pelas guerras mundiais, desde a batalha de Verdun, em 1916, a maior e mais sangrenta da Grande Guerra, ao lançamento da bomba atómica sobre a cidade de Hiroshima em agosto de 1945.

Em outubro, o artista japonês Tadashi Kawamata irá apresentar “Inundação”, na Galeria Oval, com curadoria de Pedro Gadanho e Marta Jecu, que foca questões em torno do turismo e da ecologia globais, e é o resultado de um projeto realizado em Portugal.

Uma instalação imersiva convida o visitante a observar uma paisagem marítima na sequência de uma catástrofe ecológica imaginária, em que os detritos transportados pelos oceanos engoliram a civilização.

Este artista japonês, conhecido pelos seus ambientes arquitetónicos sustentáveis de grande escala, desenvolveu este projeto ao longo de um ano de pesquisa e trabalho de campo em Portugal, que culminou numa oficina com artistas e arquitetos orientado pelo coletivo arquitetónico Os Espacialistas.

Esta peça de grande escala, encomendada pelo MAAT, integra resíduos de plástico e barcos abandonados recolhidos na costa portuguesa durante as campanhas de limpeza de praias, organizadas pela organização de voluntários Brigada do Mar.

Estes elementos “compõem uma forma escultórica que sugere os aglomerados de elementos poluentes agregados pelos movimentos perpétuos dos oceanos, bem como pelo turismo global e o extremo consumo dos recursos naturais”.

Ainda para outubro está prevista a exposição de André Príncipe, “Elephant”, na sala do Cinzeiro 8, com curadoria de João Pinharanda e Ana Anacleto.

Na sua primeira exposição individual em contexto institucional, em Lisboa, André Príncipe continua a sua exploração do meio fotográfico como mecanismo de perceção, captura e construção do real, reunindo um conjunto de obras fotográficas inéditas, e uma vídeo-instalação especificamente concebida para esta exposição.

“Trabalhando a partir de seu arquivo fotográfico, o artista seleciona e edita as imagens para criar conexões dialéticas e relações de harmonia variada em busca de um significado raramente narrativo”, indica a programação.

O Artists’ Film International regressa, a partir de outubro, na Sala das Caldeiras, com curadoria de Maria do Mar Fazenda.

Iniciado pela Whitechapel Gallery em Londres, este evento resulta de uma parceria entre várias instituições internacionais que reúnem um conjunto de filmes de artistas em torno de um tema compartilhado, este ano, a verdade.

Em novembro está prevista a apresentação da exposição “Haus Wittgenstein”, na Galeria Principal do MAAT, com curadoria de Nuno Crespo.

O foco desta exposição é a história de 90 anos da casa de Wittgenstein em Viena, um projeto iniciado em 1926 e concluído em 1928, que envolve arte, arquitetura e filosofia.

“Essa confluência ocorre não apenas porque o filósofo Wittgenstein foi seu arquiteto, mas também porque a história do projeto – de sua construção e habitação – reflete uma série de conflitos que constituem um exemplo abrangente de um processo criativo que é ao mesmo tempo artístico e arquitetónico”, descreve a programação.

28 Ago 2018

Óbito | “Mestre da comédia” Neil Simon morre aos 91 anos

 

[dropcap style=’circle’]N[/dropcap]eil Simon, um aclamado dramaturgo norte-americano, conhecido como o mais bem-sucedido da segunda metade do século XX, morreu ontem aos 91 anos, no New York Presbyterian Hospital, vítima de pneumonia. A notícia foi dada por Bill Evans, representante e amigo de longa data de Simon.
Relembrado como “mestre da comédia de Broadway” pela agência de notícias Associated Press, Neil Simon foi um homem das artes, que dominou Broadway, a zona artística mais prestigiada de Nova Iorque, com a triologia das peças “The Odd Couple” (Um Estranho Casal, que se transformou numa série televisiva), “Barefoot in the Park” (Descalços no Parque) e “Brighton Beach”.
O jornal The New York Times escreve que o nome de Neil Simon é “sinónimo de comédia da Broadway e sucesso comercial no teatro”, que contribuiu para a redefinição do humor americano popular. Foi por todos estes aspectos que um teatro na Broadway foi intitulado com o seu nome, em 1983.
Neil Simon, nascido em 4 de Julho de 1927 em Bronx, Nova Iorque, foi reconhecido como o dramaturgo mais bem-sucedido do século XX nos Estados Unidos da América e as suas obras deixaram um cunho intemporal na cultura norte-americana. Entre a longa lista de prémios que recebeu, contam-se quatro prémios Tony, dois prémios de vida, um Pulitzer em 1991, um prémio Mark Twain e outros.
Em 1966, Neil Simon pôs em cena quatro espectáculos em simultâneo na Broadway. Entre 1965 e 1980, as peças de Neil Simon foram apresentadas mais de 9.000 vezes. Escreveu guiões para o comediante Sid Caesar, junto de Woody Allen, Mel Brooks e Carl Reiner. Depois de 20 anos de casamento e da morte da primeira mulher, em 1973, Neil Simon casou-se mais quatro vezes, duas vezes consecutivas com a mesma mulher.

28 Ago 2018

Festival de Viena | João Salaviza e de Gabriel Abrantes seleccionados

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s filmes “Chuva é cantoria na aldeia dos mortos”, de João Salaviza e Renée Nader Messora, e “Diamantino”, de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt, foram seleccionados para o Festival Internacional de Cinema de Viena, que decorre em Outubro. Os dois filmes integram a lista da programação principal do festival, que se realiza entre 25 de Outubro a 8 de Novembro, parcialmente divulgada no ‘site’ da iniciativa. “Chuva é cantoria na aldeia dos mortos” foi rodado durante nove meses, em 16mm, sem equipa, na aldeia Pedra Branca, no estado de Tocantins, no Brasil. O filme venceu este mês o prémio de melhor obra de ficção do Festival de Cinema de Lima, no Peru, e, em Maio, o prémio especial do júri da secção ‘Un Certain Regard’ no Festival de Cannes, e uma distinção por melhor fotografia.
“Chuva é cantoria na aldeia dos mortos”, que foi produzido por Ricardo Alves Jr. e Thiago Macêdo Correia, da produtora Entre Filmes, sediada em Minas Gerais, em coprodução com a portuguesa Karõ Filmes e com a Material Bruto, de São Paulo, tem estreia comercial prevista para o primeiro trimestre do próximo ano em Portugal, em França e no Brasil.
“Diamantino” conta a história de Diamantino, interpretado pelo actor Carloto Cotta, uma superestrela do futebol mundial, cuja carreira cai em desgraça.

28 Ago 2018

Lanternas | Terceiro festival internacional inaugurado este sábado

 

Carlos Marreiros e Ana Jacinto Nunes são dois artistas portugueses que participam na terceira edição do Festival Internacional de Lanternas, a decorrer no espaço Anim’Arte Nam Van e One Central. A inauguração está marcada para este sábado

 

São esculturas enormes, cujas cores e luminosidade se destacam da restante paisagem. Este ano a terceira edição do Festival Internacional de Lanternas tem um espaço novo, além do habitual em frente ao empreendimento Macau Promenade – One Central. A edição deste ano vai igualmente tomar de assalto o espaço recreativo Anim’Arte Nam Van.
O arquitecto Carlos Marreiros e a pintora e escultora Ana Jacinto Nunes são dois nomes portugueses que acompanham os restantes artistas como o pintor de Macau Lio Man Cheong, Mei Lei, oriunda de Pequim, a arquitecta e artista britânica Farah Carolina e o artista italiano Ugo Re. No total, o público pode ver dez esculturas luminosas em exposição.
De acordo com um comunicado, o evento irá mostrar “uma instalação de arte interactiva e impressionante com vibrantes borboletas e bonitas flores”, cujo tema é “Wynn Butterfly Story”.
Esta iniciativa visa celebrar o conceito de “arte sem fronteiras”, pelo que tem também a colaboração da Associação de Reabilitação Fu Hong, que trabalha com portadores de deficiência e que tem como objectivo a inserção no mercado de trabalho.
É neste contexto que acontece a participação de Leong Ieng Wai, natural de Macau e que sofre de autismo. Este pintor assina com o nome artístico de “0.38” e, de acordo com o mesmo comunicado, criou a escultura intitulada “Landing on the 0.38 Kingdom of Happiness”.
O espaço Anim’Arte Nam Van vai também acolher esculturas luminosas criadas pela marca de design de Macau “Meet”, com o tema “Tour & Play The Lantern”.

Criar marca

Tal como nos anos anteriores, o festival estende-se pelo período de um mês, coincidindo com as festividades do Bolo Lunar e do Concurso Internacional de Fogo de Artifício de Macau.
Na primeira edição do festival, em 2016, a zona ribeirinha do lago Nam Van do casino Wynn até ao Mandarin Oriental foi enfeitada com vários coelhos de grande dimensão, incluindo um coelho gigante da autoria de Carlos Marreiros.
O ano passado o festival teve ainda obras de Alexandre Marreiros e Konstantin Bessmertny. Ao HM, Carlos Marreiros contava o objectivo era fazer deste um evento de cariz internacional, com base no já tradicional festival das lanternas do coelhinho do Albergue SCM. “Não queria que este evento fosse tradicional, mas que caminhasse para uma mostra de esculturas urbanas luminosas. É uma iniciativa local, não no sentido de ser mais uma actividade de Macau, mas de ser a actividade de Macau. Não existe no mundo um festival, ou uma exposição, que esteja relacionado com lanternas de grande porte ou instalações artísticas urbanas”, disse Marreiros

28 Ago 2018

Português entre os artistas do primeiro festival de arte urbana Pow! Wow! na Europa

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] festival de arte urbana Pow! Wow! realiza-se pela primeira vez na Europa em Setembro, em Roterdão, e tem o português Nuno Viegas entre os artistas participantes.
O festival Pow! Wow! surgiu no estado norte-americano do Havai. Ao fim de algumas edições realizou-se em Los Angeles, tendo depois chegado à Ásia, onde já aconteceu em Taiwan, em Hong Kong e no Japão.

Este ano, de acordo com informação disponibilizada no ‘site’ da iniciativa, tem “a primeira edição de sempre na Europa, em Roterdão”, nos dias 15 e 16 de setembro.

Na lista de artistas que participam no festival está o português Nuno Viegas, também conhecido como Metis, que nasceu e cresceu no Algarve, onde começou a pintar em 1999 e onde fundou o coletivo Policromia Crew.

A viver em Roterdão, na Holanda, desde 2014, foi aí que descobriu uma nova identidade artística e começou a desenvolver um trabalho em pintura fortemente influenciado pelo ‘graffiti’.

O programa do festival inclui pintura e música ao vivo, bem como uma exposição de carrinhas intervencionadas por vários artistas.

Incluída na programação está também a cerimónia dos Prémios de ‘Street Art’ do Benelux (Bélgica, Luxemburgo e Holanda).

28 Ago 2018

Galaxy | Prémio Lui Che Woo distinguiu três entidades internacionais

 

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]prémio Lui Che Woo, presidente da concessionária de jogo Galaxy Entertainment, distinguiu este ano três entidades internacionais com trabalho na educação de crianças desfavorecidas, redução dos impactos negativos de desastres naturais e condições atmosféricas adversas e para Hans-Josef Fell, nome ligado à energia sustentável. De acordo com um comunicado, os três prémios visam trazer reconhecimento aos “seus extraordinários esforços para superar grandes problemas no mundo”. Cada premiado recebe 20 milhões de dólares de Hong Kong, um certificado e um troféu.
O prémio Energia Positiva foi entregue à Pratham Education Foundation, uma organização não governamental (ONG) da Índia que visa a eliminação da iliteracia de crianças desfavorecidas.
O júri que concedeu o prémio a esta instituição considera que a ONG “contribui para a realização da literacia e ajuda directamente todos os anos um milhão de crianças a ter acesso ao ensino básico da escrita e da matemática”.
Trata-se da “maior ONG da Índia com foco na alta qualidade e baixos custos de intervenção em prol da redução das diferenças no sistema educativo”. “Através de modelos escalonáveis que dão grande ênfase a uma responsabilização orientada para os resultados, a Pratham consegue atingir um sucesso bastante influenciável no panorama educativo na Índia e não só, criando um modelo demonstrativo adaptável aos vários Governos”, aponta o mesmo comunicado.
Rukmini Banerji, presidente desta ONG, afirmou estar “surpreendido e agradecido por ganhar o prémio”. “É uma grande honra ganhar um prémio internacional que dá um grande apoio ao trabalho que a Pratham desenvolve na continuação da promoção da qualidade de educação de crianças com maiores necessidades”, frisou, citado por um comunicado.

Tempo e energia

O prémio Bem-estar Social foi entregue à Organização Meteorológica Mundial (OMM), pelo facto de promover “a redução do impacto dos desastres naturais”. Na visão dos jurados, a OMM “estabelece padrões e providencia uma estrutura para a cooperação internacional ao apoio 191 Estados-membros e territórios a implementar as políticas adoptadas, em prol de uma melhor monitorização, previsão e comunicação das condições meteorológicas a uma escala global”.
Para o júri do prémio, o “esforço permanente” da OMM “é fundamental para a redução da perda de vidas humanas devido a climas extremos ou outros incidentes naturais que têm ocorrido na última metade do século”.
Por último, o prémio Sustentabilidade foi entregue a Hans-Josef Fell, reconhecido mundialmente como a figura que mais tem promovido o uso das energias renováveis, tendo sido pioneiro nesta área desde os anos 70. Hans-Josef Fell criou a primeira comunidade de energia de produção solar em 1994, “tendo transformado o mercado da energia renovável e, de forma bem sucedida, lutou pela adopção da Lei da Energia Renovável no parlamento alemão”, um diploma que tem sido adoptado “mais de cem vezes em todo o mundo, contribuindo para mudanças nas práticas relacionadas com a energia renovável em todo o mundo”.
Os selecionados para o prémio Lui Che Woo são escolhidos apenas por convite, sendo que o período de nomeações para a edição 2019 do prémio começam em Setembro do próximo ano.

27 Ago 2018

Óbito | Dançarino e coreógrafo Lindsay Kemp morreu aos 80 anos

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]influente dançarino e coreógrafo britânico Lindsay Kemp, conhecido por ensinar cantores como David Bowie e Kate Bush ao longo da sua carreira, morreu aos 80 anos.

A realizadora Nendie Pinto-Duschinsky, que está a fazer um documentário chamado “A última dança de Lindsay Kemp” anunciou que Kemp morreu subitamente depois de um dia de ensaio “perfeito” com os seus alunos. Kemp estava a escrever as suas memórias e ia fazer uma digressão, acrescentou. “Lamento informar que Lindsay faleceu na noite passada… ele estava muito feliz e foi muito inesperado”, escreveu a realizadora na página de Facebook do filme.

A agência de notícias italiana ANSA noticiou que o bailarino e artista de mímica morreu durante a noite na sua casa de Livorno, na Toscânia. Kemp deixou o Reino Unido em 1979 para viver em Espanha e mudou-se mais tarde para Itália.

Kemp, que actuava frequentemente com a cara pintada de branco e trajes teatrais, nasceu em 1938 e formou a sua companhia de dança nos anos 60.

É reconhecido por ter ajudado a criar a personagem de Ziggy Stardust de David Bowie e por ter ensinado a cantora Kate Bush a dançar. Coreografou e actuou nos célebres concertos em que Bowie encarnou Ziggy Stardust em Londres, em 1972, e fez curta aparições em filmes como “The Wicker Man” (O Sacrifício) e “Velvet Goldmine”.

Segundo a ANSA, Kemp dirigia um curso de dança no teatro Goldoni e trabalhou até recentemente num projecto de teatro social que esperava levar a Como (Itália), em Setembro.

27 Ago 2018

Concertos | Trio do violinista Carlos Damas actua na China

 

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]violinista Carlos Damas apresenta-se em trio, com o violoncelista Bruno Borralhinho e o pianista Artur Pizarro, em Março do próximo ano, na China, disse o músico à agência Lusa.
O convite partiu do actual embaixador de Portugal em Pequim, José Augusto Duarte, durante a digressão que Carlos Damas realizou, em Abril passado, por sete salas chinesas, disse o violinista. “O programa dos concertos incluirá o Nocturno, de Schubert para trio com piano, o trio opus 49, de Mendelssohn, e de Tchaikovsky o trio opus 50, que são as obras mais exigentes para a formação de trio”, afirmou à Lusa Carlos Damas.
O primeiro concerto, no dia 21 de Março, é em Pequim, no auditório Taihu, do Teatro Nacional, e no dia 24 o trio actua em Xangai, no Centro de Arte Oriental.
Carlos Damas, de 11 a 21 de Abril último, com o pianista espanhol Rubén Lorenzo, realizou uma digressão por sete palcos chineses. O violinista português estreou-se como solista na China em 1997, onde voltou com a Orquestra Metropolitana de Lisboa, da qual faz parte, de 29 de Dezembro de 2009 e 6 de Janeiro do ano seguinte.
Nascido em 1973, em Coimbra, onde iniciou os estudos musicais, Carlos Damas faz parte da Orquestra Metropolitana de Lisboa e, paralelamente, prossegue uma carreira como solista, com dez álbuns já editados, o mais recente, em 2016, com obras para violino de Jean Sibelius.
Os concertos do trio, constituído por Carlos Damas, Bruno Borralhinho e Artur Pizarro, fazem parte das celebrações do 40.º aniversário do restabelecimento das relações diplomáticas entre Lisboa e Pequim.

27 Ago 2018

Cinemateca Paixão | Festival “Fora de Horas” a partir de sexta-feira

 

O “Fora de Horas – Festival de Cinema Fantástico ao Fim da Noite” arranca esta sexta-feira, com a chancela da Cinemateca Paixão. O cartaz promete mostrar “oito filmes bizarros de diversas partes do mundo”, sempre à meia noite

 

[dropcap style=’circle’]C[/dropcap]inema do outro mundo, na calada a noite, atrás das Ruínas de São Paulo? Se a proposta parece tentadora, é melhor apontar na agenda o evento que começa a partir de sexta-feira, com a chancela Cinemateca Paixão. O festival “Fora de Horas – Festival de Cinema Fantástico Ao Fim da Noite” arranca no dia 31 deste mês e promete mostrar ao público “oito filmes bizarros de diversas partes do mundo”, todos os dias até 22 de Setembro.
De acordo com um comunicado da Cinemateca Paixão, este festival acontece “sob a égide do culto e do suspense”. “Desfrutar de um filme com outros à meia noite ou depois da hora normal de ir dormir mergulha-nos numa fantástica dimensão de puro divertimento”, apontam os organizadores.
O primeiro filme a ser transmitido na sala da Cinemateca Paixão intitula-se “Hereditário” e é considerado por alguma parte da crítica como “a melhor película de terror deste ano”. “Os amantes de sangue adorarão Cru, a nova obra da realizadora francesa Julia Ducournau”, acrescenta o comunicado, que fala ainda do filme “Os Rapazes Selvagens”, destinado aos “anti-tradicionalistas”, sendo uma “elegante e pouco habitual abordagem do travestismo misturado com a história de jovens sobreviventes numa ilha deserta”.
O cartaz do “Fora de Horas” inclui ainda a “comédia choque” intitulada “Female Trouble”, de John Waters, conhecido como o “Papa do Lixo”. Na visão dos organizadores deste festival de cinema fantástico, Waters consegue “transformar o chamado ‘mau gosto’ em algo de tão perversamente desfrutável”, que é impossível resistir.

Dude fora de horas

“Miami Connection”, outra das películas que figuram no cartaz do festival, é um “filme culto de acção realizado pelo mestre de taekwondo Y. K. Kim”.
Os organizadores da iniciativa destacam ainda “outra obra de culto a não perder”, com o nome “Uma História de Desgosto e Tristeza”, um “filme erótico sobre uma golfista realizado por Seijun Suzuki”.
O “Fora de Horas” apresenta ainda a comédia “O Grande Lebowski”. O filme estreou há 20 anos mas continua a ser alvo de culto por parte de uma legião de fãs que chega mesmo a organizar uma convenção de “dudes”, o carismático personagem principal, interpretado por Jeff Bridges. A organização considera a exibição deste clássico, realizado pelos irmãos Cohen, como “um outro ponto alto do festival”.
“Teremos também uma oportunidade de ouro para apreciar no grande ecrã “A Montanha Sagrada”, realizada pelo pioneiro de culto Alejandro Jodorowsky”, acrescenta o comunicado.
As sessões, sempre à meia noite, acontecem todas as sextas-feiras e sábados. Os bilhetes estão à venda desde quinta-feira, no balcão ou no website da própria Cinemateca Paixão. Cada bilhete custa 60 patacas.

27 Ago 2018

Armazém do Boi | Novas instalações abrem hoje com exposição colectiva

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]associação de arte Armazém do Boi vai inaugurar esta tarde uma exposição nas suas novas instalações na zona de São Lázaro. “Post Ox Warehouse Experimental Site” é uma exposição colectiva que reúne cinco artistas de Macau, Xangai, Hangzhou, Guangzhou e Shenzhen. A mostra inclui trabalhos de fotografia, performance, media pintura, arte conceptual e vídeo arte, revela um comunicado da organização. A cerimónia de abertura é às 18h30 Galeria 2F na Rua do Volong, nº 15. A entrada é livre e a exposição estará patente até 7 de Outubro.

22 Ago 2018

Fotografia | Exposição “Viagem Oriental” patente ao público em Outubro

 

A associação “Somos!” lançou ontem uma página de internet que cruza informação e cultura de países de língua portuguesa. Em Outubro, durante o mês da lusofonia, a “Somos!” promove uma exposição de fotografia da goesa Nalini Elvino de Sousa, que retrata os objectos típicos de Macau que decoram casas senhoriais de Goa

 

[dropcap style=’circle’]V[/dropcap]iagem Oriental” é o nome da exposição de fotografia da jornalista e produtora goesa Nalini Elvino de Sousa que vai estar patente, de 9 a 18 de Outubro, no Pavilhão Chun Chon Tong do Jardim de Lou Lim Ioc.
O evento é promovido pela “Somos! – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa”, em parceria com o Núcleo de Animação Cultural de Goa, Damão e Diu.
A exposição é composta por um conjunto de 20 fotografias que também integram o livro homónimo, apresentado em 2016 na Escola Portuguesa de Macau.
O livro em questão resulta de um levantamento de peças decorativas e de colecção oriundas de Macau e que ainda hoje adornam algumas casas senhoriais em Goa. “Estes objectos ajudam a divulgar a herança dos séculos de intenso intercâmbio cultural e comercial entre as duas regiões e a exposição serve de mote a uma palestra com Nalini Elvino de Sousa”, lê-se na apresentação da iniciativa.
Tanto o livro como a exposição surgiram da participação de Nalini Elvino de Sousa numa competição e fotografia em que a autora explorou “os vestígios já ténues dos vasos de porcelana, dos potes azuis, das figurinhas chinesas, dos serviços de chá guardados nas prateleiras dos enormes armários, normalmente, com um lugar de destaque nas casas senhoriais de Goa”, refere a mesma fonte.
As fotografias captadas por Nalini Elvino Sousa são o resultado da hospitalidade dos proprietários que aceitaram abrir as portas de casa.
A par da mostra, a associação organiza uma palestra sobre as ligações entre Goa e Macau, “sobre o que uniu as duas regiões e as novas pontes que poderão ser criadas”.
A escolha de Nalini Elvino de Sousa como figura que apadrinha o início de actividades da associação não foi complicada. A jornalista goesa é uma das colaboradoras da organização e junta no seu trabalho aquilo que a “Somos!” quer transmitir: a partilha cultural entre pontos do mundo marcados pela presença e cultura portuguesas.
Também a data do evento não foi fruto do acaso. “A Nalini vem em Outubro, justamente no mês em que Macau tem vários eventos a decorrer ligados à lusofonia. Este é o nosso propósito, ser uma ligação entre os países de língua e cultura portuguesa com Macau e na China”, referiu a presidente da associação, Marta Pereira.
Ainda no âmbito da vinda de Nalini Elvino de Sousa a Macau, a “Somos!” organiza, na mesma altura um workshop de dança indiana – “Vauraddi Xetkamti”. Uma das particularidades deste estilo é o ritmo produzido por cascas de coco que marca o exotismo da coreografia. “Esta dança está intimamente ligada aos kunbis, gente que se dedica ao trabalho agrícola, sempre ao sol, cultivando as várzeas e subindo aos coqueiros”, lê-se na apresentação do evento.
A iniciativa desdobra-se em duas sessões de 60 minutos cada, para um máximo de 20 participantes por aula.

A autora

Nalini Elvino de Sousa é de origem goesa, nasceu em Lisboa e decidiu mudar-se para Goa, onde vive há 19 anos. De acordo com a organização, “os aspectos multiculturais que lhe são inerentes e o seu espírito positivo são visíveis em tudo o que faz. Dedica-se de corpo e alma a todos os projetos que estão ligados à educação e aos media”, refere.
Nalini Sousa realizou, apresentou e produziu mais de 100 documentários para a série “Contacto Goa”, transmitida na RTPi e RTP África. É, actualmente, responsável pelo programa “Hora dos Portugueses” na Índia, transmitido na RTPi e RTP1. Produz também curtas-metragens e outros documentários através da sua produtora Lotus Film & TV Production. Dirige, igualmente, a ONG Communicare Trust que ensina a comunicar em diversas línguas, incluindo a portuguesa.
A “Somos! – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa” foi criada recentemente com o objectivo de constituir um meio “que une os países de língua e cultura portuguesa à China, passando por Macau”, apontou Marta Pereira.
Não querendo levantar muito o véu, a “Somos!” tem mais actividades agendadas e, para já, avança a responsável, está na calha mais um evento dedicado à fotografia. Desta feita, trata-se de um concurso internacional aberto a participantes da Macau e de países de língua e cultura portuguesa. Ao longo dos meses de Novembro e Dezembro, quem estiver interessado em participar pode submeter os seus trabalhos para o concurso que se realiza antes do final do ano. Os trabalhos submetidos serão convertidos numa exposição que deverá ser inaugurada na primeira quinzena de Março de 2019.
Quanto ao lançamento da página de internet da “Somos!”, que aconteceu ontem, a dirigente associativa refere que “foi uma abertura ainda muito suave”. “É um trabalho muito moroso tendo em conta que trabalhamos com muitas pessoas: temos uma rede de colaboradores dos vários países de língua e cultura portuguesa e este site pretende ser a plataforma que nos une.”
“Com esta página, Angola pode não ser só conhecida como um país repressor, onde há questões políticas delicadas, mas também como um país que é muito mais do que isso. O mesmo se passa em relação a Macau que não é só o território do dinheiro, dos jogos e dos casinos. Macau tem toda uma história e uma cultura local para divulgar e é para isso que a “Somos!” existe”, rematou.

22 Ago 2018

Fado Clandestino” vai lançar disco com canções em português e francês

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] grupo “Fado Clandestino”, composto por uma cantora francesa e dois músicos portugueses, vai lançar um EP em Setembro, em França, no qual revisita o fado tradicional, com poemas franceses e portugueses e “arranjos livres de convenções”.
Lizzie, Filipe de Sousa e Nuno Estevens vão apresentar o seu primeiro ‘EP’ a 28 de Setembro, num concerto no Théâtre Comédie Nation, em Paris, dois anos depois de terem criado o projecto musical e de terem feito várias actuações em França.
O projecto chama-se “Fado Clandestino” porque há “uma reapropriação do fado tradicional” que resulta da “ida e volta” entre as culturas portuguesa e francesa, criando “um fado sem fronteiras”, disse à Lusa Lizzie Levée, que assina apenas como Lizzie.
“Aquela ideia de clandestinidade reflecte mesmo o nosso lugar no meio do Fado e do ponto de vista musical porque o que fazemos sai das convenções. Este fado não podia também ter nascido em Portugal porque tem muito a ver com a nossa realidade francesa e, portanto, é um tipo de fado que erra entre duas terras e que se quer libertar das convenções”, descreveu a cantora.
O grupo tem vários fados cantados em francês, como “Albatroz”, de Charles Baudelaire, que é cantado ao ritmo do ‘Fado Alexandrino de Joaquim Campos’ para “mostrar o que o fado traz a uma outra língua que não o português e como é que um fado fica influenciado pela língua em que é cantado”.
Em francês cantam, ainda, “Les Yeux d’Elsa”, baseado num poema de Louis Aragon, e “La Prière”, inspirado numa música do cantor Georges Brassens, mas Lizzie considera que a originalidade do grupo se exprime mais nos poemas, nos arranjos e nos pontos de vista do que no facto de cantar fados em francês.

Uma forma de expressão

“Quando tocamos o ‘Fado da Sina’, exprimimos um ponto de vista, não tocamos aquilo de forma muito tradicional. Eu acho, por exemplo, que o ‘Fado da Sina’ é um fado um pouco sádico que tem a ver com aquela maneira de querer fazer sofrer o outro. E, portanto, acho que aquela ideia tem uma coisa um pouco rock e tentámos por naqueles arranjos uma coisa que dá um pouco de medo. Agora, não fazemos rock’n roll com aquilo”, explicou.
O nome da banda é, também, o nome de um tema escrito e cantado por Lizzie – com uma ponta de sotaque francês – e musicado para o ‘Fado Margaridas’.
“Fado Clandestino é um poema que fala do exílio. Não é um poema que fala de amor, nem um poema que fala de Lisboa. É um poema que fala do exílio, portanto, já é um ponto de vista: eu, enquanto francesa, sobre a história dos portugueses e aquilo que me toca na história dos portugueses”, descreveu a cantora, sublinhando que “para cantar o fado é preciso ser lusófono” e não apenas português.
O EP, que foi editado graças à plataforma de financiamento participativo Ulule, apresenta ainda o ‘fado cravo’ “Maldição”, “cujo arranjo é ritmicamente diferente” e duas guitarradas compostas por Filipe de Sousa e Nuno Estevens, “Terra e Mar” e “Além Fado”.
Aos 33 anos, a francesa que não tem raízes portuguesas e que cresceu a ouvir Edith Piaf, Barbara e Jacques Brel, fala do fado como “uma paixão” que descobriu, por acaso, “aos 16, 17 anos” num documentário sobre Lisboa em que ouviu Mariza pela primeira vez.
“Uns meses mais tarde, ouvi Mariza a cantar ‘Oh gente da minha terra’ na televisão e fiquei tão perturbada que me apaixonei pela língua portuguesa, pela cultura e pelo fado. Quis aprender português, tenho um mestrado de português e fui fazer Erasmus em Lisboa. A minha maneira de entrar na língua portuguesa era a ouvir fado”, contou.
Em 2015, no seu primeiro disco, “Navigante”, Lizzie apresentava um universo entre a canção francesa, a música ‘folk’ norte-americana e o fado, com uma instrumentação a conjugar contrabaixo, bandolim ‘country’, um clarinete, um violino e a guitarra portuguesa de Filipe de Sousa.
Foi precisamente Filipe de Sousa, o músico que tem acompanhado várias gerações de fadistas em Paris, que a introduziu nas noites de Fado Vadio na capital francesa, onde conheceu também Nuno Estevens, outro português que trocou várias casas de fado em Lisboa por Paris. Os três criaram “Fado Clandestino” em 2016.
Depois do concerto de lançamento do EP “Fado Clandestino”, a 28 de Setembro, em Paris, o grupo vai subir aos palcos do Festival des Langues et des Cultures a 29 de Setembro, em Avon, nos arredores de Paris, e do Festival InterFado, na cidade espanhola de Lérida, a 26 de Outubro.

21 Ago 2018

Homenagem | Rubye de Senna Fernandes celebrada hoje no Albergue

“Flor eterna” é o evento de homenagem a Rubye de Senna Fernandes que tem lugar esta noite no Albergue SCM. Carlos Marreiros e Miguel de Senna Fernandes querem proporcionar um serão capaz de invocar a memória de Rubye, a professora que cantava o fado

 

[dropcap style=’circle’]R[/dropcap]ubye de Senna Fernandes vai ser homenageada hoje. A iniciativa é do Albergue SCM e da Associação dos Macaenses e tem lugar às 18.30h no Albergue.
A ideia foi do arquitecto Carlos Marreiros, presidente do Albergue SCM, e do presidente da Associação dos Macaenses, Miguel de Senna Fernandes.
O objectivo é celebrar àquela que marcou a música cantada em Macau nas décadas de 50 e 60. “É uma homenagem póstuma. Em vez de se celebrar apenas uma missa, como normalmente se faz, eu e o Carlos Marreiros achamos que talvez uma sessão de conversa fosse melhor”, contou Senna Fernandes ao HM. A sessão tem como objectivo “invocar as memórias dessa senhora e fazer um serão capaz de ficar na memórias das pessoas”, acrescentou.
Rubye de Senna Fernandes nasceu em Macau no ano de 1925. Ainda pequena, aos seis anos, mudou-se para Portugal. No regresso à Ásia trouxe na bagagem a música que a marcou do outro lado do mundo. “A Rubye vinha de Portugal onde participou em muitas tertúlias onde se cantava o fado”, revelou o jurista.
De regresso a Macau, desempenhou funções como professora e directora do Jardim de Infância D. José da Costa Nunes. Para Miguel de Senna Fernandes, além de ter uma “personalidade invulgar e interessante”, Rubye marcou uma época em Macau com a música que não se dispensava de cantar. Durante os anos 50, “foi a responsável pela popularização do fado por cá”, afirma o advogado.
No entanto, não se tratava de uma fadista, considerou, mas sim “de uma intérprete incrível deste género musical”, acrescentou. Miguel de Senna Fernandes recorda a imagem da mulher, que personificava o fado à sua maneira. “Lá vinha ela com o xaile e cantava tão bem”, refere.

Cantora apaixonada

Numa altura em que a música ligeira americana reunia o gosto dos residentes, “ela deu uma outra achega em relação ao fado e as pessoas passaram a ouvir este género de uma outra maneira”. A razão para que isso tivesse acontecido é óbvia: “a forma apaixonada com que cantava e que transbordava para quem a ouvia”, justificou.
No repertório trazia sempre Amália ou Hermínia da Silva, as estrelas da altura.
Miguel de Senna Fernandes não viveu estes tempos mas recordou o que lhe foi contado, sobretudo pelo pai: “em todas as festas que aparecia havia um fado com certeza, e mesmo que não fosse o fado, pegava na sua viola e tocava música ligeira da altura”, disse. Prova disso são as muitas fotografias em que Rubye de Senna Fernandes aparecia de viola em riste e prestes entregar-se a uma canção.

21 Ago 2018

Convenção de tatuagens aconteceu este fim-de-semana no Venetian

[dropcap style=’circle’]M[/dropcap]acau assistiu, pela primeira vez, a uma convenção internacional de tatuagens. Durante três dias, no passado fim-de-semana, o Venetian foi palco de um evento que reuniu 50 tatuadores vindos de 10 países e regiões. Tailândia, Portugal, Espanha, Japão e China são apenas alguns exemplos de origens de tatuadores que vieram mostrar a sua arte em Macau. O balanço, afirma a organização, “é muito positivo”. Para o ano há mais.

20 Ago 2018

Óbito | Morreu Aretha Franklin aos 76 anos

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]cantora norte-americana Aretha Franklin, considerada a “Rainha da Soul”, morreu ontem, aos 76 anos, anunciou a sua agente. A agente Gwendolyn Quinn enviou à Associated Press (AP) uma declaração da família, na qual anuncia que Aretha Franklin morreu às 09h50 locais na sua casa em Detroit, no estado do Michigan. “A causa oficial da morte de Aretha Franklin foi um cancro avançado no pâncreas do tipo neuroendócrino, confirmado pelo seu oncologista, Philip Phillips, do Karmanos Cancer Institute”, lê-se na declaração da família, difundida pela AP. A agência noticiosa norte-americana aponta Aretha como a “indiscutível rainha da soul”, que interpretou num “estilo incomparável” clássicos como “Thing”, “I Say a Little Prayer” e sua icónica canção, “Respect”. Aretha Franklin “tornou-se um ícone cultural em todo o mundo”, afirma a AP. “Num dos momentos mais sombrios das nossas vidas, não conseguimos encontrar as palavras apropriadas para expressar a dor que sentimos no nosso coração. Perdemos a matriarca e a rocha de nossa família”, lê-se na declaração da família.

17 Ago 2018

Teatro |CCM à procura de actores para residência artística com encenador de Hong Kong

 

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Centro Cultural de Macau está a recrutar actores para integrarem uma residência artística com o prestigiado encenador de Hong Kong Fredric Mao. Em comunicado, o Instituto Cultural (IC) indica que um grupo seleccionado de actores locais vai ter oportunidade de subir ao palco para integrar uma produção profissional especialmente concebida para esta experiência criativa, sob a direcção de Mao, reconhecido tanto como actor como encenador nomeadamente pelos Prémios de Teatro de Hong Kong. As audições com Fredric Mao vão ter lugar nas instalações do CCM de 21 a 23 de Setembro, devendo o espectáculo final subir ao palco um ano depois. O projecto faz parte de uma série de residências que, ao longo dos anos, tem trazido profissionais das artes performativas do exterior para apurar as técnicas artísticas do panorama cultural de Macau, indica o IC. Os interessados podem visitar o ‘site’ do CCM para mais informações.

17 Ago 2018

Exposição | “Open Future” marca celebração dos 15 anos da Creative Macau

 

A Creative Macau vai comemorar 15 anos de existência com “Open Future”, uma exposição colectiva onde vão ser apresentadas obras em diferentes meios realizadas pelos seus associados. A mostra conta com 24 artistas locais e vai estar patente entre 28 de Agosto e 22 de Setembro

 

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m futuro em aberto e promissor, é o que a responsável pela Creative Macau, Lúcia Lemos, espera para a entidade que dirige e que celebra, por esta altura, uma data digna de ser assinalada. Esta abertura ao provir é o tema da exposição “Open Future” que assinala os 15 anos da associação que se dedica à divulgação dos artistas locais.
“Vamos fazer os 15 anos e agora a questão que se coloca é o que é que há mais para fazer?” refere Lúcia Lemos ao HM . O futuro está em aberto e não vai ser parado, garante. “Estamos abertos para fazer mais coisas novas” acrescenta, apesar de, para já, ainda não haver planos definidos e que possam ser divulgados. “Precisamos de nos reorganizar, temos projectos pensados mas ainda estão muito no mundo das ideias. Continuamos a fazer o que temos feito, que é a divulgação dos criativos locais”, comenta.
Para já, o foco está na exposição que celebra mais um aniversário da Creative Macau onde vão estar expostos o trabalho de 24 artistas locais.
Dadas as limitações de espaço cada criador pode apresentar uma obra ou duas, se foram de pequena dimensão. “Se houver pessoas que tragam dois trabalhos pequenos que possam ser contabilizados como um na ocupação de espaço também o podem fazer”, especifica.
A maioria dos artistas já expôs naquele espaço. Ainda assim em “Open Future” vão acontecer três estreias: Luna Cheong, Cai Guo Jie e Vincent Cheang.

Liberdade geral

As categorias são livres e a exposição vai ter de tudo, até porque, “não fazia sentido limitar a abrangência dos trabalhos criativos numa altura como é a comemoração de um aniversário”, aponta Lúcia Lemos.
Vão estar patentes trabalhos de fotografia, pintura, gravura, instalação etc. “O objectivo foi apelar à participação de todos sem qualquer impedimento, nem nas técnicas, nem nas categorias”, sublinha a responsável.
Lúcia Lemos explica que “a ideia é cada um dos participantes poder submeter o trabalho que entender, dentro da sua área de conforto ou pode mesmo experimentar outra abordagem e aproveitar este evento para apresentar novas experiências”. Para a também artista, esta abertura é especialmente útil para aqueles artistas que desenvolvem trabalhos profissionalmente em determinada área e aproveitam esta ocasião para “se atreverem a tentar coisas novas”. O resultado é a apresentação de um conjunto de trabalhos “interessantes e que trazem algumas surpresas”, referiu.
O painel de criativos que vão participar na “Open Future” integra a própria Lúcia Lemos com a apresentação de uma gravura, Alexandre Marreiros, Francisco Ricarte, António Mil-Homens, Gordon Zheng, Luna Cheong, Arlinda Frota, Kay Zhang, m.chow, Benjamin Hodges, Lai Sio Kit, Mavin Zin, Cai Guo Jie, Lampo Leong, Noah Ng, Cristina Vinhas, Laura Che, Ricardo Meireles, Duarte Esmeriz, Li Li, Tong Chong, Fernando Simões, Lo Yuen Yi, e Vincent Cheang.

Balanço excelente

Dos 15 anos de trabalho da Creative, Lúcia Lemos faz um balanço muito positivo, e mesmo “excelente”. “Temos conseguido fazer aquilo a que nos propusemos e encorajado os criativos que estão em início de carreira”, diz.
Ao mesmo tempo, a entidade tem promovido a partilha de conhecimento com a realização de formações artísticas, tanto técnicas como teóricas que são conduzidas por profissionais de renome. “Não se tratam de formações iniciais, mas sim de acções que exigem um conhecimento mais avançado. Tudo para contribuir para o crescimento dos criativos locais”, aponta Lúcia Lemos.
O leque de acção da Creative também se tem vindo a alargar. Além dos trabalhos expositivos a associação tem dirigido o seu foco ao cinema, especialmente de animação, refere Lúcia Lemos.
A Creative Macau conta com cerca de 500 membros neste momento e continua a receber inscrições. “Todos os anos recebemos pessoas novas, não são às centenas nem às dezenas, mas todos os anos temos novos membros”, remata a satisfeita.

17 Ago 2018

Teatro | Comuna de Pedra estreia em Setembro “The World and I” 

“The World and I” é a performance que conta com a participação de pessoas com necessidades especiais. O projecto com a chancela da companhia Comuna de Pedra marca o início de uma nova componente de educação artística. Jenny Mok acredita que este é o primeiro passo de um longo caminho em que a arte ajuda pessoas com deficiências a desenvolver competências

 

[dropcap style≠’circle’]“T[/dropcap]he World and I” é a última produção da companhia de teatro Comuna de Pedra que vai estar em cena nos próximos dias 8 e 9 de Setembro. A encenação do grupo dirigido por Jenny Mok resulta do trabalho do projecto artístico comunitário em que a companhia participa.

“The World and I” traz ao público o mundo das pessoas portadoras de deficiência, desde a sua concepção. “A performance nasceu de um trabalho conjunto entre oito actores com necessidades especiais e a equipa da Comuna de Pedra. Ao contrário das peças tradicionais, não pedíamos para fazer determinada coisa, dizer um texto ou fazer um gesto, pensávamos em conjunto as histórias que queríamos contar e a forma como o fazer. O produto final tem a suma das contribuições de todos”, esclarece ao HM Jenny Mok, directora da companhia.

O resultado é um conjunto de histórias sobre o mundo de quem as protagoniza, contadas e interpretadas artisticamente. “São a forma como estas pessoas constroem o seu mundo, como o veem e as suas experiências. Tentámos encontrar uma forma poética e teatral para as expressar”, aponta a responsável.

Fim maior

O projecto insere-se numa ambição maior por parte de Mok e da Comuna de Pedra: a introdução da educação artística nos programas de desenvolvimento das pessoas com necessidades especiais. A intervenção junto desta população não é nova para Jenny Mok. “Tenho trabalhado muito com pessoas com necessidades especiais que na sua maioria são estudantes do ensino secundário. Já o faço há cerca de oito anos”, refere.

Além da apresentação cultural, a Comuna de Pedra tem trilhado caminho em termos de educação artística para os mais novos. “Há três anos decidimos que iríamos desenvolver a componente artística do trabalho junto de deficientes,” revela.

Para concretizar a ideia juntaram-se a uma ONG local que há mais de 20 anos intervém nesta área da acção social. A organização, inicialmente criada por pais de crianças com necessidades especiais, tem vindo a desenvolver-se e autonomizar-se, conta a coreógrafa. Actualmente, esta ONG é responsável por cinco instituições de apoio social no território, cada uma dirigida a uma deficiência específica.

Quando se deu o primeiro encontro entre Jenny Mok e os responsáveis pela ONG, a instituição mostrou interesse em desenvolver uma componente ligada às artes. A razão, aponta Mok, é a escassez de ofertas neste sector que integrem pessoas com algum tipo de deficiência ou que as tenham como público alvo.

“Parece que a formação dirigida a pessoas com necessidades especiais tem de ter um objectivo funcional na sociedade, e a arte não é considerada desta forma”, lamenta a directora da Comuna de Pedra. “Daí o investimento em educação artística para este tipo de população ser muito reduzido”, acrescenta.

Para Jenny Mok, “a arte pode efectivamente ajudar nos processos terapêuticos das pessoas com deficiências”. Actividades de expressão artística, como o teatro, podem desenvolver competências sociais e ajudar na promoção da expressão oral e física.

Obstáculos ultrapassados

Apesar das resistências, Jenny Mok não desistiu do projecto. “Acreditamos que é uma área muito importante e que deve ser uma das opções disponíveis para este tipo de população”, aponta. Prova disso foi o caminho que levou ao projecto “The World and I”. Os participantes estiveram muito envolvidos num processo que, por vezes, é lento. Segundo Mok, “este tipo de actividade e de inter-acção não é uma coisa a que estejam habituados”, explica. “Não estão habituados a ensaiar, a criar ou  a expressar-se artisticamente”, diz.

Por outro lado, é também um trabalho que exige disciplina o que muitas vezes é mais difícil de encaixar quando se trata com pessoas com determinado tipo de deficiência. Mas, ao mesmo tempo, é um processo “maravilhoso”, aponta a responsável. “Para já, temos oito participantes, mas queremos ter muitos mais. Este foi um projecto com recursos muito limitados mas queremos alargar a todos os que possam estar interessados”, aponta.

De acordo com a directora da companhia este é apenas o início de um longo caminho que pretende desenvolver. O objectivo é que o projecto se estenda e venha a ser permanente.

16 Ago 2018