Hoje Macau China / ÁsiaPlaneada revisão eleitoral para órgãos de gestão distritais em Hong Kong Hong Kong está a planear reformar o último grande órgão de representação política, maioritariamente composto por representantes eleitos pelo povo, disse ontem o líder da região. O Chefe do Executivo, John Lee, disse, em conferência de imprensa, que o Governo não vai permitir que os 18 órgãos administrativos distritais, actualmente existentes, se tornem uma plataforma para defender a independência de Hong Kong ou intervir na administração do território. “Haverá múltiplas formas de entrada e certos elementos da eleição serão reservados”, disse Lee. “Isto permitirá que os patriotas com a ambição de servir nas suas áreas participem através de múltiplos canais”, acrescentou, sem pormenorizar. De acordo com as actuais regras eleitorais, a maioria dos assentos do conselho é eleita diretamente pelos eleitores. Lee afirmou que uma revisão em curso ajudará a despolitizar aqueles órgãos municipais. Mudam-se os tempos A corrida para os lugares de representante distrital da cidade não é normalmente alvo de grande atenção internacional, uma vez que os conselheiros se ocupam principalmente de assuntos municipais. Mas a eleição assumiu uma importância simbólica depois de o campo pró-democracia da cidade ter obtido uma vitória esmagadora nas últimas eleições, no auge dos protestos antigovernamentais em 2019. Em 2021, Hong Kong alterou as leis eleitorais, com uma redução da capacidade de voto do público e um aumento do número de legisladores pró-Pequim que tomam decisões para a cidade. Muitos conselheiros distritais, eleitos há quatro anos, demitiram-se em 2021 depois de as autoridades terem introduzido a exigência de prestarem um juramento de fidelidade à cidade. As demissões em bloco seguiram-se a notícias na imprensa local de acordo com as quais os representantes eleitos podiam ter de reembolsar os salários, caso fossem posteriormente desqualificados do cargo. Esta possibilidade não foi confirmada, nem desmentida pelo Governo de Lee.
Hoje Macau China / ÁsiaNovo governador do Banco do Japão mantém flexibilização monetária O novo governador do Banco do Japão (BoJ) disse hoje que a instituição manterá a sua ampla estratégia de flexibilização monetária, que inclui taxas ultra baixas, porque a inflação ainda não é suficientemente forte para considerar a retirada destas medidas. “Neste momento, a tendência da inflação está abaixo dos 2%, pelo que devemos continuar a flexibilização monetária”, disse o novo governador do BoJ, Kazuo Ueda, hoje durante um discurso no parlamento japonês. Ueda tomou posse no início deste mês, e entre quinta-feira e sexta-feira presidirá à primeira reunião do conselho de política monetária do BoJ sob o seu mandato, que decidirá se o banco central prosseguirá ou não com a sua estratégia de estímulo pouco ortodoxo de uma década. O novo governador disse que, quando a inflação na terceira maior economia do mundo exceder os 2%, o BoJ “terá de normalizar a sua política de estímulos”. Embora o índice de preços no consumidor (IPC) tenha atingido 3,1% em março passado, o BoJ espera que este indicador atinja um pico nos próximos meses e abrande para menos de 2%, o objetivo fixado pelo banco central japonês, no ano fiscal em curso, de acordo com Ueda. Para que o BoJ repense a sua estratégia atual, “as previsões da tendência da inflação para os próximos seis meses, um ano ou um ano e meio deverão ser bastante fortes e próximas de 2%”, sublinhou Ueda. Questionado se o BoJ está a considerar alterar o seu plano para controlar a curva de rendimento das obrigações do Estado, Ueda disse que isto dependeria da evolução da economia, da inflação e de outros fatores. O banco central japonês mantém as suas taxas de juro de referência negativas e o objetivo para os juros das obrigações a 10 anos em torno de 0%, embora no final do ano passado tenha decidido permitir mais espaço para a curva dos juros destes ativos, que foi interpretado pelos mercados como um indicador de futuras subidas de taxas. Contudo, tanto o governador cessante, Haruhiko Kuroda, como Ueda insistiram na necessidade de manter as atuais medidas de flexibilização, dada a situação da economia japonesa, e apesar da aceleração da inflação nos últimos meses devido principalmente à subida global dos preços da energia e das matérias-primas. Ueda admitiu no seu discurso parlamentar de hoje que o BoJ “já fez muitas estimativas sobre como uma normalização (da sua política monetária) poderia afetar as suas finanças e os mercados”, embora tenha evitado dar pormenores.
Hoje Macau China / ÁsiaGuatemala | China aconselha país a desenvolver relações com Pequim A China aconselhou ontem a Guatemala a “desenvolver relações” com Pequim, defendendo que seria do “interesse fundamental” do país da América Central, no dia em que o Presidente guatemalteco, Alejandro Giammattei, chegou a Taiwan, para uma visita oficial. A porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Mao Ning, disse, em conferência de imprensa, que reconhecer o princípio ‘Uma só China’ responde às “aspirações do povo da Guatemala”, um dos 13 países com os quais Taipé mantém relações diplomáticas oficiais. “A China é a segunda fonte das importações e o quinto destino das exportações da Guatemala”, disse a porta-voz, acrescentando que aderir ao princípio ‘Uma só China’ é a “tendência dos tempos actuais” e uma “causa justa a nível internacional”. Mao alertou que as autoridades em Taipé estão a “enganar-se a si próprias e aos outros” com “actividades separatistas” que “não vão ser capazes de deter a tendência histórica da inevitável reunificação da China”. Giammattei, que foi recebido ontem em Taipé pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de Taiwan, Joseph Wu, vai reunir durante a sua viagem com a líder taiwanesa, Tsai Ing-wen, que lhe oferecerá um banquete de Estado e a Ordem de Jade Brilhante com Grande Cordão, a mais alta condecoração concedida por Taiwan, e que só pode ser usada por chefes de Estado. A visita de Giammattei à ilha ocorre apenas algumas semanas depois de Tsai ter visitado a Guatemala, durante um périplo que também incluiu Belize e duas paragens nos Estados Unidos, o que gerou uma reacção por parte da China.
Hoje Macau China / ÁsiaEspaço | Aplicação de 3D em estudo para construir na Lua A China planeia usar o seu programa de exploração espacial para testar a viabilidade do uso de tecnologia de impressão 3D na construção de edifícios na superfície da Lua, informou ontem a imprensa local. A sonda Chang’e-8, cuja data de lançamento ainda não foi anunciada, vai ter como missão investigar o ambiente e a composição mineral da Lua, bem como verificar se a impressão 3D pode ser utilizada nestas superfícies, disse o cientista Wu Weiren, da Administração Espacial da China, citado pelo jornal oficial em língua inglesa China Daily. “Se quisermos estar presentes na Lua a longo prazo, temos que instalar estações com o uso de materiais lunares”, disse o especialista. Várias universidades chinesas, como a Tongji e a Jiatong, começaram a estudar possíveis aplicações da tecnologia de impressão 3D no satélite natural da Terra. A Chang’e-8 vai ser a terceira sonda a pousar na Luna, na próxima fase do programa de exploração lunar da China. A Chang’e-6 e a Chang’e-7 devem ser lançadas primeiro. O programa Chang’e (em homenagem a uma deusa que, segundo uma lenda chinesa, vive na Lua) começou com o lançamento de uma primeira sonda em 2007. O país asiático investiu milhares de milhões de dólares no seu programa espacial nas últimas décadas. A China enviou o seu primeiro astronauta para o espaço em 2003. No início de 2019, aterrou uma nave espacial no outro lado da Lua, uma estreia mundial. Em 2020, trouxe de volta amostras da Lua e finalizou o Beidou, o seu sistema de navegação por satélite, um concorrente do GPS norte-americano. Em 2021, a China aterrou um pequeno robô em Marte e planeia enviar humanos para a Lua até 2030.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | China diz que respeita soberania de todos os países Pequim veio a terreiro clarificar a sua posição sobre a integridade territorial das nações que fizeram parte da antiga União Soviética A China assegurou ontem que “respeita a soberania e a integridade territorial de todos os países”, após o seu embaixador em França ter questionado se os ex-Estados soviéticos têm “estatuto efectivo” perante o Direito internacional. “A posição da China é consistente e clara: a China respeita a soberania e a integridade territorial de todos os países e adere aos propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas”, disse a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros do país asiático Mao Ning, em conferência de imprensa regular. “A União Soviética era um estado federal e, como tal, estava sujeita ao Direito Internacional como um todo. Isso não nega o facto de, após a sua dissolução, cada membro ter adquirido o seu estatuto de Estado soberano”, acrescentou. Os comentários do embaixador chinês em Paris, Lu Shaye, geraram polémica nas redes sociais. Através da rede social Twitter, o Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, descreveu os comentários como “inaceitáveis” e indicou que a “UE só pode assumir que as declarações não representam a política oficial da China”. Numa entrevista ao canal de televisão LCI, Lu Shaye considerou, na sexta-feira passada, que as antigas repúblicas soviéticas, incluindo não apenas a Ucrânia, mas também, por exemplo, os países Bálticos, não são verdadeiramente independentes, ignorando as fronteiras internacionalmente reconhecidas da Europa Central e do Leste. A própria China reconhece oficialmente estes países como Estados soberanos desde 1991. “Estes países ex-União Soviética não têm um verdadeiro estatuto no Direito Internacional porque não há nenhum acordo internacional a materializar o seu estatuto de soberania”, afirmou Lu. Embaixadores convocados Entretanto, os governos da Lituânia, Letónia e Estónia convocaram ontem os embaixadores chineses nos seus países. “Os três Estados bálticos convocaram os embaixadores chineses hoje [ontem] para pedir esclarecimentos” sobre a posição da China, declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros da Lituânia, Gabrielius Landsbergis. “[Queremos] lembrá-los de que não somos países pós-soviéticos, mas países que foram ocupados ilegalmente pela União Soviética (URSS)”, declarou Landsbergis, à margem de uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE), no Luxemburgo. Para Landsbergis, no caso dos países bálticos, Pequim repete a mesma narrativa utilizada pelos russos sobre a Ucrânia. “Ouvimos isso de Moscovo e agora é replicado por outro país que é seu aliado político. [A China] questiona o conceito de independência e soberania, algo perigoso nos dias de hoje”, declarou o ministro lituano. Landsbergis apelou à solidariedade aos parceiros europeus e pediu que ajudem “da forma que puderem”, seja convocando os embaixadores chineses, rejeitando as declarações ou pedindo explicações à China.
Hoje Macau China / ÁsiaSudão | Tóquio envia mais aviões militares para retirar cidadãos Dois aviões militares japoneses partiram no sábado para o Sudão, para apoiar a retirada de cidadãos retidos no país, devido à intensificação dos confrontos entre o exército e forças paramilitares, anunciaram as autoridades nipónicas. Um avião C-2 e um avião-tanque KC-767, das Forças de Autodefesa do país, partiram esta manhã para se juntar à aeronave de transporte C-130, que deixou na sexta-feira o arquipélago em direção ao Djibuti, a cerca de 1.200 quilómetros da capital sudanesa, Cartum, informou o Ministério da Defesa do Japão. As autoridades japonesas escolheram como base da operação o Djibuti por terem aí estabelecida uma equipa militar para uma missão antipirataria, no Golfo de Aden, e também pela complexa situação na capital sudanesa e arredores, onde o espaço aéreo se mantém encerrado. Cerca de 60 cidadãos japoneses, incluindo funcionários diplomáticos, encontravam-se no Sudão na quarta-feira passada. Tóquio anunciou esta semana a operação de retirada, na sequência da intensificação dos combates e a dificuldade de acesso a bens de primeira necessidade. Pelo menos 413 pessoas morreram e 3.551 ficaram feridas no Sudão desde o início do conflito entre o exército sudanês e as Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), disse na sexta-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS). Os confrontos eclodiram a 15 de Abril devido a divergências sobre a reforma do exército e a integração das RSF no exército, parte do processo político para a democracia no Sudão após o golpe de Estado de 2021. O golpe de Estado foi realizado conjuntamente pelo chefe do exército sudanês, Abdel Fattah al-Burhan, e pelo líder do grupo paramilitar, Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido como “Hemedti”.
Hoje Macau China / ÁsiaMNE chinês inicia visita às Filipinas para reforçar relações bilaterais As Filipinas e a China concordaram em abrir “novas linhas de comunicação” para resolver os problemas entre os dois países sobre território marítimo disputado, afirmou ontem o Presidente filipino, Ferdinand Marcos Jr. “Estamos a trabalhar nisso, aguardamos uma resposta da China e acreditamos que estes assuntos serão resolvidos em benefício mútuo”, disse o Presidente das Filipinas, em comunicado, depois de um encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Qin Gang, em Manila. Para Ferdinand Marcos Jr., “numa situação regional ‘fluida’ e turbulenta, uma relação saudável e estável” entre a China e as Filipinas não só satisfará os dois Estados como também as “aspirações partilhadas com os países da região”. O ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) chinês, Qin Gang, chegou a Manila na passada sexta-feira, para tentar reforçar as relações da China com as Filipinas. Esta visita do chefe da diplomacia chinês coincide com a realização pelas Filipinas e os Estados Unidos de grandes manobras militares, nas quais participam 18.000 efectivos e que decorrerão até 28 de Abril. O Ministério dos Negócios Estrangeiros filipino declarou, num comunicado, que os temas a abordar serão “questões de segurança regional de interesse mútuo”. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, declarou que esta visita tinha como objectivo “reforçar a confiança mútua”. O antecessor de Qin, Wang Yi, foi o primeiro MNE a visitar Ferdinand Marcos Jr., no ano passado, classificando a sua eleição, em Junho, como uma “nova página” que originaria uma “nova era de ouro nas relações bilaterais” entre a China e as Filipinas. Desde então, no entanto, Marcos aproximou-se dos Estados Unidos e em Maio reunir-se-á com o Presidente norte-americano, Joe Biden, para debater o reforço da aliança histórica entre os respectivos países. Aliado estratégico Manila e Washington acordaram recentemente a retoma de patrulhas marítimas conjuntas no mar do Sul da China e o aumento da presença das forças norte-americanas nas Filipinas. Apesar de o exército filipino ser um dos mais fracos da Ásia, a proximidade de Taiwan e suas águas circundantes fazem dele um parceiro fundamental para os Estados Unidos em caso de conflito com a China. Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros filipino, a visita de Qin surge na sequência da visita de Marcos a Pequim, em Janeiro, durante a qual foi acordada com o Presidente chinês, Xi Jinping, uma gestão “amigável” dos diferendos.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Pequim deixa aviso a quem se opõe à unificação da ilha O ministro dos Negócios Estrangeiros da China intensificou na sexta-feira as ameaças a Taiwan ao afirmar que qualquer força que vá contra as exigências de Pequim de exercer controlo sobre a ilha está a “brincar com o fogo”. Os comentários de Qin Gang ocorreram no final de um discurso que enfatizou a contribuição da China para a economia global e os interesses das nações em desenvolvimento, no qual ele elogiou repetidamente a Iniciativa de Segurança Global, promovida pelo Presidente chinês, Xi Jinping. A iniciativa visa construir uma “arquitectura global e regional de segurança equilibrada, eficaz e sustentável”, ao “abandonar as teorias de segurança geopolíticas ocidentais”. Em particular, a proposta chinesa opõe-se ao uso de sanções no cenário internacional. Trata-se de mais uma iniciativa da China para posicionar o seu sistema político de partido único, com ênfase na estabilidade social e crescimento económico, como alternativa à abordagem liberal ocidental, que define amplamente as relações internacionais. No final do discurso, proferido em Xangai, a “capital” económica da China, Qin voltou-se para a “questão de Taiwan”, usando termos mais duros do que os diplomatas chineses normalmente empregam.“A salvaguarda da soberania nacional e da integridade territorial é irrepreensível”, disse. “A questão de Taiwan está no cerne dos interesses centrais da China. Nunca recuaremos perante qualquer acto que prejudique a soberania e a segurança da China”, afirmou. “Aqueles que brincam com o fogo na questão de Taiwan vão-se queimar”, advertiu. Águas incertas Nos últimos anos, a China tem enviado caças e navios de guerra para perto de Taipé com frequência quase diária. Há duas semanas, o Exército chinês realizou quatro dias de intensos exercícios militares em torno de Taiwan, que incluíram a simulação de um bloqueio da ilha. A China disse que os exercícios foram concebidos como um “sério aviso” para os políticos pró-independência da ilha autónoma e os seus apoiantes estrangeiros. O ritmo acelerado da actividade militar e a linguagem cada vez mais belicosa suscitaram preocupações sobre um possível conflito numa das regiões economicamente mais vitais do mundo. Taiwan produz muitos dos ‘chips’ semicondutores necessários para o fabrico de produtos electrónicos e o Estreito de Taiwan, que separa a ilha da China continental, é uma das vias navegáveis mais movimentadas do mundo. Taiwan vai eleger um novo líder e parlamento em Janeiro. A China é fortemente favorável ao Partido Nacionalista (Kuomintang), actualmente na oposição. O Partido Nacionalista apoia a unificação política entre os lados, sob termos ainda a serem definidos.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | China acusa EUA de difamação e nega fornecimento de ‘drones’ a forças russas A China acusou na passada quarta-feira os Estados Unidos e um “pequeno grupo” de órgãos de comunicação ocidentais de difamação, após a publicação de informações sobre o alegado uso por forças russas na Ucrânia de ‘drones’ civis de empresas chinesas. O Ministério do Comércio chinês classificou as informações como “falsas e infundadas” e acusou os Estados Unidos da América (EUA) de serem quem “põe lenha na fogueira ao fornecer armas à Ucrânia”. Em comunicado, o ministério condenou as tentativas de “difamar as empresas chinesas” e assegurou que “vai reforçar o controlo sobre as exportações de ‘drones’ [aparelhos aéreos não tripulados]”, recordando que as “leis e regulamentos chineses” estipulam que as empresas exportadoras devem “solicitar uma licença” e “impedir que os respectivos produtos sejam utilizados em zonas de conflito”. Nas últimas semanas, a imprensa norte-americana avançou que ‘drones’ para uso civil de empresas chinesas, como a DJI, estão a ser usados por forças russas na guerra em curso na Ucrânia. O ministério chinês observou que algumas empresas que fabricam ‘drones’ “tomaram a iniciativa” e “suspenderam as suas operações em áreas de conflito”. “A China opõe-se fortemente ao uso de ‘drones’ civis para fins não pacíficos”, referiu a mesma fonte.
Hoje Macau China / ÁsiaRCA | Chineses foram assassinados por grupo rebelde A investigação sobre a morte de nove chineses numa mina de ouro na República Centro-Africana (RCA), há um mês, confirmou que aqueles foram “assassinados” pelo principal grupo rebelde, que negou o ataque, anunciou na quarta-feira o Governo. A 19 de Março, os nove cidadãos chineses foram mortos e Bangui acusou imediatamente a Coligação dos Patriotas pela Mudança (CPC) pelo ataque à mina, que negou imediatamente a responsabilidade sobre aquele acto e acusou o grupo paramilitar russo Wagner. “Os autores do assassinato (…) são sem dúvida elementos do CPC”, disse ontem o ministro da Justiça da República Centro-Africana, Arnaud Djoubaye Abazène, citando o relatório final da investigação, sem, no entanto, revelar o seu conteúdo. Nesta região de Bambari, como noutras deste vasto país da África Central, entre os mais pobres do mundo, a extracção de ouro e diamantes tem sido concessionada, principalmente desde 2018, a empresas russas próximas ou ligadas ao grupo russo Wagner, segundo as Nações Unidas e organizações não-governamentais, mas também a algumas empresas chinesas. Centenas de mercenários da Wagner juntaram-se a centenas de outros já presentes desde 2018 no país, quando o Presidente Faustin Archange Touadéra, ameaçado pela rebelião do CPC, que avançava para Bangui, apelou a Moscovo para apoiar o seu exército mal treinado. O chefe de Estado e o povo da República Centro-Africana agradecem aos “aliados russos, que conseguiram neutralizar alguns dos perpetradores [dos assassinatos], apreenderam provas e encaminharam os restos destes criminosos”, continuou o ministro.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Bispo quer reforçar laços com a diocese de Pequim Stephen Chow foi a Pequim para dar um novo impulso às relações entre as dioceses das duas cidades. Celebrou missa com o seu homólogo da capital chinesa O bispo católico de Hong Kong, Stephen Chow, expressou ontem, numa viagem histórica a Pequim, o desejo de que as dioceses das duas cidades reforcem o intercâmbio e cooperação, avançou a imprensa local, numa altura de renovadas tensões entre China e Vaticano. Chow fez as observações durante uma missa que também contou com a presença do seu homólogo em Pequim, de acordo com a emissora pública de Hong Kong RTHK. O bispo disse aos jornalistas que foi encorajado a visitar outras dioceses. “Espero que esta não seja a última [visita]”, afirmou. A viagem de cinco dias é a primeira visita de um bispo de Hong Kong a Pequim em quase três décadas e ocorre duas semanas depois de o Vatican News, o portal de notícias da Santa Sé, ter noticiado que a China nomeou unilateralmente um novo bispo para Xangai, quebrando de facto com o acordo entre os dois Estados. O documento assinado entre a China e o Vaticano, em 2018, pôs fim a mais de 70 anos de antagonismo. O Acordo Preliminar, que foi renovado em Outubro passado, prevê a nomeação de bispos com aprovação de ambos os lados, que romperam os laços diplomáticos em 1951, depois de Pio XII excomungar os bispos designados pelo Governo chinês. Os católicos chineses dividiram-se então entre duas igrejas: a Associação Católica Patriótica Chinesa, aprovada por Pequim, e a clandestina, que continuou fiel ao Vaticano. O Partido Comunista da China controla de perto a religião organizada, que vê como potencial ameaça ao seu monopólio de poder. As pessoas estão autorizadas a celebrar a sua fé em instituições que obedecem às regras do Partido. As tensões renovaram-se em Novembro passado, após a nomeação de um bispo auxiliar na província de Jiangxi, que o Vaticano não reconhece como diocese. Em paz Citado por outra emissora da região semiautónoma da China, a i-Cable News, Chow disse que a sua viagem abrangeu sobretudo intercâmbios entre dioceses, excluindo as questões que dividem China e o Vaticano. Após a missa de quinta-feira, alguns fiéis em Pequim disseram à imprensa local que gostariam de ver mais intercâmbios entre as duas dioceses. Chow, que foi nomeado pelo Papa Francisco como bispo de Hong Kong em 2021, começou a sua viagem na segunda-feira e participou numa sessão de oração numa igreja naquela noite. Na quarta-feira, o bispo visitou o túmulo de Matteo Ricci, um dos primeiros jesuítas a viver na China, que morreu em Pequim em 1610, informou a RTHK. A visita foi realizada a convite do seu homólogo de Pequim.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Descoberta nova espécie de alforreca com 24 olhos Uma equipa liderada pela Universidade Baptista de Hong Kong (HKBU) descobriu uma nova espécie de alforreca de 24 olhos na reserva natural de Mai Po, no noroeste da ilha, foi ontem anunciado. Esta nova espécie, embora comum em águas tropicais e subtropicais, foi agora registada pela primeira vez nas águas costeiras da região, disse a HKBU, numa declaração. Os cientistas nomearam a nova descoberta Tripedalia maipoensis para reflectir o tipo (família Tripedaliidae) e a localidade onde foi encontrada durante três Verões consecutivos, entre 2020 e 2022, na reserva natural, localizada na margem oriental do estuário do rio das Pérolas. Criatura de corpo transparente, incolor, tem três tentáculos de até 10 centímetros de comprimento em cada um dos quatro ângulos, indicou a universidade. Nomeada pelo corpo em forma de cubo, a alforreca de caixa (ou cientificamente conhecida como a classe Cubozoa) pertence a um subgrupo que inclui alguns dos animais marinhos mais venenosos conhecidos em águas tropicais. A alforreca move-se através de uma estrutura de tipo pedal plana na base de cada tentáculo, que se assemelha a um remo de barco, sendo muito rápida, devido à produção de impulsos fortes. Como outras alforrecas de caixa, a Tripedalia Maipoensis tem 24 olhos. Estes estão divididos igualmente em quatro grupos, cada um deles localizado dentro de uma depressão sensorial. Os investigadores disseram acreditar que dois destes grupos têm lentes que lhes permitem formar imagens, enquanto os outros quatro só conseguem perceber a luz. O projecto foi liderado pelo professor no Departamento de Biologia da HKBU Qiu Jianwen, com colaboradores do Fundo Mundial para a Natureza-Hong Kong (WWF-Hong Kong), Ocean Park Hong Kong e a Universidade de Manchester.
Hoje Macau China / ÁsiaApple | Grupo que monta produtos reduz salários O grupo taiwanês Foxconn, que monta vários produtos da norte-americana Apple, cortou os salários que paga aos trabalhadores na China para 19 yuan por hora, noticiou ontem o jornal South China Morning Post. Três agentes de recrutamento citados pelo jornal estão agora a oferecer entre 19 e 20 yuans a quem se candidatar para trabalhar nas linhas de montagem do iPhone na China. O valor representa uma diminuição em relação ao salário oferecido há um ano, que era de cerca de 24 yuans por hora, informou o jornal. A actividade da Foxconn na China foi prejudicada em 2022 pela política de ‘zero covid’, que foi, entretanto, desmantelada. A estratégia envolveu um bloqueio de 56 dias na fábrica da empresa na cidade de Zhengzhou, centro da China, o que suscitou a fuga de milhares de trabalhadores e culminou em confrontos entre trabalhadores recém-contratados com a polícia. Os operários acusaram a Foxconn de falhar nos pagamentos de bónus prometidos aquando da contratação. Citando fontes da empresa com sede no estado norte-americano da Califórnia, a agência de notícias Bloomberg informou, recentemente, que a Apple “está a explorar maneiras de reduzir a sua dependência da China, face ao aumento das tensões entre Washington e Pequim”.
Hoje Macau China / ÁsiaArmas | Pequim proíbe empresas de negociar com fabricantes dos EUA A Lockheed Martin e a Raytheon Technologies são os mais recentes alvos das sanções chinesas contra fabricantes de armas norte-americanos. Pequim quer evitar que produtos chineses sejam utilizados nos seus negócios militares A China revelou ontem novos detalhes das sanções anunciadas anteriormente contra dois fabricantes de armas dos EUA, incluindo a proibição de empresas chinesas realizarem negócios com a Lockheed Martin e a Raytheon Technologies. Em Fevereiro, Pequim tinha imposto sanções comerciais e de investimento às fabricantes de equipamento de defesa norte-americanas Lockheed Martin e Raytheon Technologies, pela venda de armamento a Taiwan, intensificando os esforços para isolar o território. O Ministério do Comércio da China referiu ontem, em comunicado, que as sanções incluem a proibição de exportações e importações pelas duas empresas de e para a China, “para evitar que produtos chineses sejam utilizados nos seus negócios militares”. A mesma fonte, citada pela agência Associated Press (AP) acrescentou que devem ser “fortalecidas as diligências necessárias do sistema de conformidade para verificar as informações das transações”. As empresas chinesas também não devem conduzir negócios com as duas empresas conscientemente, quer na importação, exportação ou transporte de produtos. Não ficou claro o impacto imediato que as sanções podem ter, mas as restrições às importações e exportações podem prejudicar as duas empresas. Os Estados Unidos proíbem a maior parte das vendas de tecnologia relacionada com armas para a China, mas alguns fornecedores militares também têm negócios civis no sector aeroespacial e em outros mercados. Exclusão de partes Em Setembro, a Raytheon Missiles and Defense recebeu um contrato de 412 milhões de dólares para actualizar o radar militar taiwanês, como parte de um pacote de 1.100 milhões de dólares de vendas de armas dos EUA para a ilha. Taiwan compra a maioria das suas armas aos EUA, que é o seu maior aliado não oficial. Nos últimos anos, a China tem enviado com frequência caças e navios de guerra em direcção à ilha, cercando-a em diferentes momentos numa campanha de pressão militar e intimidação. As sanções de Pequim também proíbem os executivos seniores de ambas as empresas de viajar para a China ou trabalhar lá. Pequim anunciou, em 2019, a criação da lista de “entidades não confiáveis”, em resposta às restrições impostas pelos EUA contra o grupo de telecomunicações Huawei.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia | Pelo menos 27 mortos por consumo de álcool adulterado Pelo menos 27 pessoas morreram devido ao consumo de álcool adulterado no estado indiano de Bihar (leste), onde vigora a proibição total de venda de bebidas alcoólicas desde 2016, anunciaram ontem as autoridades. A polícia indiana registou 27 mortes no distrito de Champaran Leste, nove casos estão sob avaliação e pelo menos 20 pessoas estão internadas em estado grave. As forças de segurança detiveram 174 pessoas no decorrer das investigações e foram tomadas medidas disciplinares contra vários indivíduos. As autoridades apreenderam mais de 1.700 litros de bebidas alcoólicas caseiras e 2.200 litros de produtos químicos utilizados no fabrico das bebidas, cujo consumo continua a ser frequente apesar da proibição em vigor. Centenas de pessoas morrem todos os anos na Índia por consumirem álcool adulterado, mais barato do que o álcool produzido comercialmente, mas que pode muitas vezes levar a envenenamento. Dos estimados cinco mil milhões de litros de álcool consumidos anualmente no país, cerca de 40 por cento são produzidos ilegalmente, de acordo com a Associação Internacional do Vinho e das Bebidas Espirituosas da Índia. As bebidas alcoólicas ilegais são frequentemente adulteradas com metanol para aumentar o teor alcoólico. Se ingerido, o metanol pode causar cegueira, danos hepáticos e morte.
Hoje Macau China / ÁsiaSalão Automóvel | Apresentados 70 modelos eléctricos em Xangai Os fabricantes automóveis apresentaram 70 modelos eléctricos no Salão Automóvel de Xangai, entre os quais a Volkswagen, que revelou um veículo com autonomia de 700 quilómetros, quando o sector atravessa transformações profundas, com a emergência de concorrentes chineses. A Auto Shanghai 2023, a maior exposição de automóveis do mundo, que se realiza em Xangai, a “capital” económica da China, reflecte a intensa competição no mercado de veículos elétricos, que atravessa um período de rápido crescimento na China, depois de o Partido Comunista Chinês ter investido milhares de milhões de dólares em subsídios e na construção de infraestruturas. No ano passado, foram vendidos na China quase seis milhões de carros eléctricos – mais do que em todos os outros países do mundo juntos. Marcas como a General Motors, BMW e Nissan e as rivais chinesas BYD e NIO revelaram dezenas de novos veículos eléctricos no Centro de Exposições de Xangai. As marcas realçaram a crescente rapidez no carregamento das baterias, o aperfeiçoamento nos sistemas de navegação e entretenimento via satélite e a possibilidade futura de tecnologia de condução autónoma. As fabricantes mundiais dependem da China para impulsionar o crescimento das vendas, num período de fraca procura nos mercados norte-americano e europeu. Isto exige, no entanto, que invistam no desenvolvimento de novos modelos, para sobreviverem num mercado cada vez mais competitivo. A dimensão do mercado chinês propiciou a ascensão de marcas locais de veículos eléctricos, incluindo a BYD, NIO ou Xpeng, que ameaçam agora o ‘status quo’ de uma indústria dominada há décadas pelas constructoras alemãs, japonesas e norte-americanas. A China está a “desempenhar um papel de liderança na transformação eléctrica e digital da indústria”, disse o chefe executivo da norte-americana Ford Motor, Jim Farley, numa mensagem em vídeo exibida durante o evento.
Hoje Macau China / ÁsiaG7 acusado de calúnia pela China após declaração conjunta A China acusou ontem os chefes da diplomacia dos países do G7, que estão reunidos no Japão, de calúnia e difamação, após uma declaração crítica das políticas de Pequim. “A reunião entre os ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 ignorou a posição da China e factos objectivos”, disse Wang Wenbin, porta-voz da diplomacia chinesa, em conferência de imprensa. Os ministros dos países membros do G7 “interferiram nos assuntos internos da China, caluniaram e difamaram a China”, acusou Wang, expressando o “forte desagrado” de Pequim. Wang Wenbin foi questionado sobre o comunicado final dos chefes da diplomacia do grupo dos sete países desenvolvidos (França, Japão, Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Itália, Reino Unido). No texto, são referidas as preocupações face à política de Pequim em relação a Taiwan, Mar do Sul da China, Xinjiang e Tibete. O G7 alertou Pequim para as suas reivindicações territoriais no Mar do Sul da China, afirmando que estas “não têm base legal”. Os chefes da diplomacia do G7 manifestaram ainda oposição às “actividades de militarização” de Pequim naquelas águas. “Nas entrelinhas, esta declaração está repleta de arrogância, preconceito e intenção maliciosa de se opor à China e conter o seu desenvolvimento”, apontou Wang. O porta-voz disse que a China apresentou protestos formais ao Japão, anfitrião da reunião do G7. Paz estreita O G7 também considerou “essencial” a manutenção da paz no Estreito de Taiwan, onde Pequim lançou amplos exercícios militares, após um encontro entre a líder de Taiwan, Tsai Ing-wen, e o presidente da Câmara dos Representantes do Congresso dos Estados Unidos, Kevin McCarthy, no início de Abril. “Para realmente manter a paz no Estreito de Taiwan, devemos opor-nos claramente e interromper qualquer iniciativa para alcançar a independência de Taiwan”, disse Wang Wenbin, em resposta ao G7. Sobre o Mar do Sul da China, o porta-voz disse que a situação actual é “geralmente estável” e pediu ao G7 que não “semeie discórdia entre os países da região” com as suas declarações. No documento, estão também reflectidas as “preocupações” do G7 relativamente à “expansão contínua e acelerada do arsenal nuclear da China”, apelando para a “estabilidade para uma maior transparência” sobre as armas atómicas.
Hoje Macau China / ÁsiaMédio Oriente | China preparada para mediar acordo de paz entre israelitas e palestinianos O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Qin Gang, referiu esta segunda-feira, em conversas separadas com os homólogos israelita e palestiniano, que a China está preparada para mediar um acordo de paz no Médio Oriente. As conversas telefónicas com os ministros dos Negócios Estrangeiros de Israel, Eli Cohen, e do Palestina, Riyad Al-Maliki, citadas pela agência de notícias estatal Xinhua, ocorrem num momento em que a China tem feito um avanço diplomático no Médio Oriente, que causa embaraço aos Estados Unidos. Qin encorajou o seu homólogo israelita a “tomar medidas que permitam a retoma das negociações”, enfatizando que a China está “pronta para desempenhar o papel de mediador”. O chefe da diplomacia chinesa referiu ao seu homólogo palestiniano que a China é a favor da retoma das negociações o mais rápido possível, ainda segundo a agência estatal. O ministro chinês lembrou aos seus dois homólogos que a China apoia uma solução baseada no princípio de dois estados, enquanto o processo de paz israelo-palestiniano está parado desde 2014. ‘Chapéus” há muitos As autoridades norte-americanas têm procurado minimizar o papel da China, argumentando que Pequim ainda está longe de superar os norte-americanos no Oriente Médio, que permanece em grande parte sob a protecção do ‘chapéu’ de segurança de Washington, noticiou a agência France-Presse (AFP). No entanto, este avanço diplomático da China desafia Washington, suspeito de abrir mão gradualmente do seu lugar como actor-chave na região, para se concentrar melhor a curto prazo na guerra da Rússia contra a Ucrânia e, a longo prazo, na China e na Ásia-Pacífico. Eli Cohen divulgou também esta segunda-feira, em comunicado, que pediu ao homólogo chinês, durante a conversa telefónica, que este usasse a sua influência sobre o Irão para “impedi-lo de obter capacidades” nucleares. “Conversamos sobre o perigo do programa nuclear do Irão, perigo compartilhado por muitos países da região, inclusive países que mantêm relações diplomáticas com o Irão. A comunidade internacional deve agir imediatamente para impedir que o regime do aiatolá em Teerão obtenha capacidade nuclear”, salientou o ministro. Esta é a primeira conversa entre os dois ministros e ambos concordaram em continuar o diálogo bilateral, informou o ministério israelita. Os dois também abordaram a próxima visita em Junho à China do Presidente palestiniano Mahmoud Abbas, para se encontrar com o Presidente chinês Xi Jinping. Ano sangrento A Palestina vive o início de ano mais sangrento desde 2000, no quadro de um agravamento da violência entre israelitas e palestinianos que, desde o início de 2023, registou a morte de 96 palestinianos e árabes israelitas em incidentes violentos com Israel e também 19 pessoas do lado israelita, vítimas de atentados. Israel conquistou Jerusalém Oriental durante a Guerra dos Seis Dias, em Junho de 1967, juntamente com a Cisjordânia e a Faixa de Gaza. Posteriormente, anexou Jerusalém Oriental, uma decisão nunca reconhecida pela comunidade internacional. Os palestinianos pretendem recuperar a Cisjordânia ocupada e Gaza e reivindicam Jerusalém Oriental como capital do Estado da Palestina.
Hoje Macau China / ÁsiaVeículos eléctricos | Xpeng quer reduzir custos em 25% A Xpeng, uma das maiores fabricantes de veículos eléctricos da China, anunciou ontem um plano para cortar os seus custos de produção em 25 por cento, até 2024, visando alcançar um saldo de caixa positivo no ano seguinte. “A capacidade de desenvolver produtos atractivos a preços acessíveis tornou-se mais importante [no sector]”, disse o presidente da empresa, Brian Gu, citado pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post. O plano ilustra a acirrada competição entre as fabricantes de veículos eléctricos do país asiático, que estão a travar uma guerra de preços, após o governo chinês ter removido a atribuição de subsídios, oferecidos desde 2009 para este tipo de veículo. A Xpeng baixou já os seus preços em 13 por cento em Janeiro, também apoiada pela queda nos preços do carbonato de lítio, o mineral utilizado no fabrico de baterias que pode representar 40 por cento do custo de um carro eléctrico. O preço do lítio caiu 60 por cento no espaço de um ano. “Os fabricantes de eléctricos inteligentes precisam de ter cautela com a lucratividade daqui para a frente porque a concorrência vai aumentar com o lançamento de novos modelos”, explicou Gao Shen, analista do sector, citado pelo SCMP. “As principais empresas emergentes do sector também vão ter que ser cuidadosas para se prepararem para a turbulência no sector eléctrico nos próximos anos”, acrescentou.
Hoje Macau China / ÁsiaSudão | Embaixada chinesa pede aos seus cidadãos “alta vigilância” A embaixada chinesa em Cartum pediu ontem aos cidadãos e às empresas chinesas no Sudão que permaneçam “altamente vigilantes” e evitem sair à rua, à medida que a violência na capital sudanesa entra no terceiro dia. Os confrontos entre as forças militares rivais sudanesas deixaram cerca de uma centena pessoas mortas e mais de 1.000 feridos, incluindo dezenas de civis, segundo o mais recente balanço das autoridades. Não há relatos de cidadãos chineses mortos ou feridos. “A embaixada lembra urgentemente aos cidadãos chineses e às instituições chinesas no Sudão para permanecerem altamente vigilantes, evitarem sair à rua e reforçarem as precauções de segurança”, lê-se no comunicado. “[Os cidadãos] devem permanecer longe de janelas ou espaços ao nível da rua, para evitar serem feridos acidentalmente por balas perdidas”, acrescentou. O ministério dos Negócios Estrangeiros da China instou as facções rivais a cessarem os combates. “A China apela às duas partes em conflito no Sudão para que cessem o fogo o mais rapidamente possível, a fim de evitar uma escalada adicional da situação”, disse um porta-voz do ministério, no domingo. “A China espera que todas as partes no Sudão fortaleçam o diálogo e promovam em conjunto o processo de transição política”, acrescentou. Boas parcerias A China tem uma forte presença económica no Sudão, apesar da contínua turbulência política no país islâmico, desde que se dividiu em dois, em 2011, após a formação do Sudão do Sul, ao fim de décadas de guerra civil. Mais de 130 empresas chinesas investem e operam no Sudão, que também abriga uma grande força de trabalho chinesa. A China é também o maior parceiro comercial do Sudão, com um volume de comércio total de 2,6 mil milhões de dólares, em 2021. As empresas chinesas no Sudão estão envolvidas na construção de infra-estruturas, tendo uma participação de mercado de mais de 50 por cento em contratos de obras. De acordo com o Ministério do Comércio da China, foram assinados 40 novos contratos por empresas chinesas no Sudão em 2020, e o número de trabalhadores chineses no país ascendeu a 1.330, no final do mesmo ano. O Comité dos Médicos Sudaneses afirmou, na sua última avaliação, que os combates entre o exército e as Forças de Apoio Rápido (RFS, na sigla em inglês, língua oficial a par do arábico) deixaram até agora 97 civis mortos e 942 feridos, a maioria dos quais na capital sudanesa. Apelou de novo a “uma paragem imediata desta guerra” e garantia de “uma passagem segura” para transportar os feridos e encurralados. As principais organizações da sociedade civil e partidos políticos do Sudão apelaram em uníssono, durante o fim de semana, não só ao fim dos combates, mas também ao fim da “militarização” que dominou o “espaço público” no país durante décadas e, em particular, desde o derrube, há quatro anos, do ditador Omar Hassan al-Bashir. O país africano foi governado, antes do início dos combates, por uma junta liderada pelo general Abdelfatá al Burhan, cujo “número dois” era o líder militar das RFS, Mohamed Hamdan Dagalo. Os desacordos entre os dois sobre a integração paramilitar num futuro exército unificado – um acordo anterior à formação de um novo governo de unidade liderado por civis – acabaram por degenerar neste conflito, que começou no sábado.
Hoje Macau China / ÁsiaLula quer G20 político para negociar a paz O Presidente brasileiro propôs ontem uma mediação conjunta com China e Emirados Árabes Unidos (EAU) na guerra entre a Rússia e a Ucrânia, uma questão que disse ter discutido em Pequim e em Abu Dhabi. Luiz Inacio Lula da Silva, que concluiu ontem uma visita aos EAU depois de ter estado na China, também reafirmou as acusações aos Estados Unidos da América (EUA) e à União Europeia (UE) de prolongarem a guerra. A guerra foi provocada por “decisões tomadas por dois países”, Rússia e Ucrânia, disse Lula da Silva na conferência de imprensa em Abu Dhabi que encerrou a visita aos EAU, citado pela agência francesa AFP. Lula da Silva disse esperar que China, EAU e outros países se juntem num “G20 político” para tentar pôr fim à guerra desencadeada pela invasão russa da Ucrânia em 24 de Fevereiro de 2022. “O Presidente Putin não está a tomar qualquer iniciativa para parar a guerra; [o Presidente Volodymyr] Zelensky da Ucrânia não está a tomar qualquer iniciativa para parar a guerra”, disse o líder brasileiro, através de um tradutor oficial. “A Europa e os EUA continuam a contribuir para a continuação da guerra. Portanto, têm de se sentar à volta da mesa e dizer: ‘basta’”, afirmou. Na China, o Presidente brasileiro tinha acusado Washington de “encorajar a guerra” na Ucrânia. Lula da Silva disse ter sugerido aos presidentes dos EAU, Mohammed bin Zayed Al-Nahyane, e da China, Xi Jinping, a criação de um grupo de países que teriam a missão de mediar. “O G20 [foi] formado para salvar a economia [mundial], que estava em crise”, disse. “Agora, é importante criar outro tipo de G20 para pôr fim a esta guerra e estabelecer a paz. Esta é a minha intenção e penso que vamos ser bem-sucedidos”, afirmou. Lula da Silva disse ainda que já tinha discutido a iniciativa com o Presidente dos EUA, Joe Biden, o chanceler alemão, Olaf Scholz, o Presidente francês, Emmanuel Macron, e os líderes dos países sul-americanos. Regresso ao mundo O Presidente do Brasil chegou aos EAU no sábado, após uma visita de dois dias à China, durante a qual assinou acordos no valor de 10 mil milhões de dólares. Lula da Silva, que voltou ao poder em Janeiro após dois mandatos entre 2003 e 2010, disse em Pequim que o Brasil estava de volta ao palco internacional e esperava mediar a guerra da Rússia contra a Ucrânia. Ao contrário de outros países, a China e o Brasil nunca impuseram sanções financeiras à Rússia e estão ambos a tentar posicionar-se como mediadores. Os EAU também tomaram uma posição neutra no conflito, atraindo um grande número de empresários russos que fogem do impacto das sanções ocidentais, particularmente no Dubai, um importante centro financeiro.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | China garante que não venderá armas a nenhuma das partes A China não vai vender armas para nenhum dos lados em conflito na Ucrânia, garantiu sábado o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, em resposta às preocupações ocidentais de que Pequim pode fornecer assistência militar a Moscovo. Qin Gang tornou-se o responsável chinês de mais alto escalão a fazer uma declaração tão explicita sobre a venda de armas à Rússia, noticiou a agência Associated Press (AP). O chefe da diplomacia chinesa acrescentou que a China também irá regular a exportação de artigos com uso duplo: civil e militar. “Em relação à exportação de itens militares, a China adopta uma atitude prudente e responsável”, frisou Qin, durante uma conferência de imprensa ao lado da homóloga alemã, Annalena Baerbock. “A China não fornecerá armas às partes relevantes do conflito e administrará e controlará as exportações de itens de uso duplo de acordo com as leis e regulamentos”, assegurou. O ministro chinês também reiterou a disponibilidade da China em ajudar a encontrar uma solução pacífica para o conflito. A Casa Branca saudou sábado as garantias feitas por Qin de que a China não fornecerá armas à Rússia, mas expressou uma certa apreensão. “Como dissemos sempre, não acreditamos que seja do interesse da China seguir nessa direcção. Continuaremos a monitorizar de perto”, destacou a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Adrienne Watson, em comunicado. A diplomata alemã, também se referiu sábado ao papel da China como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, referindo que tinha uma responsabilidade especial para ajudar a acabar com o conflito. “Devo dizer abertamente que me pergunto por que razão a posição chinesa não incluiu até agora um pedido ao agressor russo para parar a guerra”, disse Annalena Baerbock. A chefe da diplomacia alemã sublinhou que “nenhum outro país tem mais influência na Rússia do que a China”.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Pequim contesta sanções impostas pelos EUA contra mais empresas chinesas A China contestou no passado sábado as sanções dos EUA contra mais empresas chinesas pelas supostas tentativas de escaparem ao controlo norte-americano das exportações para a Rússia, considerando-as uma medida ilegal que ameaça as cadeias de abastecimento globais. O Departamento de Comércio dos EUA colocou na quarta-feira mais cinco empresas com sede na China continental e em Hong Kong na sua lista de entidades sancionadas, impedindo-as de negociar com qualquer empresa norte-americana sem que previamente recebam uma licença especial muito difícil de obter. Washington tem reforçado a aplicação de sanções contra empresas estrangeiras que considera estarem a apoiar a Rússia na sua guerra contra a Ucrânia, forçando-as a escolher entre negociar com Moscovo ou com os EUA. Um total de 28 entidades de países como Malta, Turquia e Singapura foi agora acrescentado à lista. Num comunicado divulgado no sábado, o Ministério do Comércio da China afirma que esta acção dos EUA “não tem base na lei internacional e não é autorizada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas”. “É uma sanção unilateral típica e uma forma de ‘jurisdição de braço longo’ que prejudica seriamente os direitos e os interesses legítimos das empresas e afecta a segurança e a estabilidade da cadeia de abastecimento global. A China opõe-se firmemente a isso”, refere. Os EUA, acrescenta, “devem corrigir imediatamente estas irregularidades e interromper sua repressão irracional sobre as empresas chinesas”. O ministério refere que China “protegerá resolutamente os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas”.
Hoje Macau China / ÁsiaEnergia | País converte “berço” do petróleo em ‘hub’ de renováveis Reportagem de João Pimenta, da agência Lusa No remoto oeste chinês, berço da exploração de petróleo e carvão, estão a ser construídos alguns dos maiores parques eólicos e fotovoltaicos do mundo, ilustrando os esforços da China para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis. Em Gansu, uma província empobrecida e esparsamente povoada, a energia eléctrica gerada a partir de fontes renováveis ascende já a 40 por cento da produção total, explicou Ding Kun, vice-director da Divisão de Desenvolvimento da filial local da State Grid, a estatal chinesa que em Portugal detém 25 por cento da REN – Redes Energéticas Nacionais. Trata-se de um valor superior à média do país, que se fixou em 31,9 por cento, no ano passado, segundo dados publicados pelo grupo de reflexão (‘think tank’) Ember. A China é o maior emissor de gases poluentes do mundo, devido à sua dependência do carvão, mas é também líder global em energias renováveis. Em 2022, o país asiático acrescentou tanta capacidade instalada de energia eólica e solar quanto todos os outros países do mundo combinados. Em Gansu, onde vastas planícies são interrompidas por vales profundos e cadeias montanhosas com picos nevados, estão alguns dos maiores parques eólicos e solares do planeta, visando aproveitar a abundância de vento, sol e água da região. A capacidade de exploração técnica de energia eólica e solar da província ascende a 5,6 mil milhões de quilowatts e 95 mil milhões de quilowatts, respectivamente, explicou Ding Kun. Era do renovável No norte da região, na borda oriental do deserto de Gobi, que se estende por mais de 1.600 quilómetros quadrados, está o parque de Jiuquan – o maior da China e um dos maiores do mundo, com capacidade instalada de mais de 20 gigawatts. A cerca de 200 quilómetros, a outrora próspera cidade de Yumen, o “berço da indústria petrolífera chinesa” que entrou em decadência, nos últimos 20 anos, à medida que os poços de crude se esgotaram, está a construir um dos maiores parques de energia solar do país. Um sinal escrito em inglês e chinês continua a identificar Yumen como “Terra Sagrada do Petróleo”. No centro da cidade, ergue-se uma estátua de Wang Jinxi, o “Homem de Aço” que liderava uma equipa encarregue da perfuração de campos petrolíferos, e que se tornou numa figura exaltada pelo regime, nos anos 1960, como parte das campanhas para inspirar os operários. Ele “trabalhava tão afincadamente que, por vezes, se esquecia de comer”, contava a propaganda maoista. Mas, numa planície desértica nas redondezas da cidade, estão agora a ser instalados anéis gigantes de painéis solares. No centro de cada círculo há uma torre, projectada para receber a luz do sol reflectida e concentrá-la num feixe, gerando calor suficiente para operar uma usina termoelétrica – uma técnica designada Energia Solar de Concentração. Aproveitando as capacidades tecnológicas da State Grid para transmissão de energia a longa distância, a energia produzida em Gansu viaja cerca de 1.500 quilómetros até à província de Hunan, fornecendo assim o sudeste chinês, a região mais industrializada do país. Gansu ambiciona ser um ‘hub’ na produção e distribuição de energia ‘verde’ para o resto da China, devido à sua localização central no noroeste do país. A província faz fronteira com Shaanxi, Qinghai, Ningxia e Xinjiang, regiões administrativas cujas redes de distribuição eléctrica não estão directamente conectadas entre si. “As redes dessas regiões estão conectadas a Gansu e conectadas entre si através de Gansu”, resumiu Ding.