Hoje Macau China / ÁsiaJuventude na China abraça frugalidade face a desemprego Uma taxa de desemprego jovem com máximos históricos e a recusa de muitos recém-licenciados de aceitar empregos abaixo das suas qualificações está a popularizar a ideia de viver com pouco dinheiro entre jovens chineses Reportagem de João Pimenta, agência Lusa Nas redes sociais, os ‘influenciadores’ mais populares do país, outrora incitadores do consumo, passaram a cultivar um estilo de vida minimalista: como preparar uma refeição por menos de 10 yuan ou sobreviver nas grandes cidades do país com salários baixos. Lajiang, de 20 anos e residente em Hangzhou, na costa leste da China, somou centenas de milhares de seguidores na rede social Xiaohongshu, após difundir dezenas de vídeos, nos quais ensina a preparar jantares com apenas 10 yuans. Num dos vídeos, com quase 400.000 visualizações, ela frita um prato composto por um filé de peixe-gato de 4 yuans, 5 yuans de camarão congelado e 2 yuans de vegetais. Noutros casos, os internautas lançam desafios como “viver com 1.600 yuan por mês” em Xangai, uma das cidades mais caras da China. Este interesse recente pela frugalidade reflecte o aumento da taxa oficial de desemprego jovem (entre os 16 e 24 anos), para um novo máximo histórico. Segundo dados divulgados pelo Gabinete Nacional de Estatística (GNE) da China, aquele indicador fixou-se em Abril passado nos 20,4 por cento, muito acima do valor de 13 por cento registado em 2019, antes da pandemia. “Tive que aprender a apreciar outras coisas na vida”, disse Alice Li, natural de Chengdu, à agência Lusa, depois de as restrições impostas na China durante o ano passado, no âmbito da estratégia ‘zero covid’, terem resultado na falência da sua empresa. Continua a guiar um Porsche descapotável, oferecido pelo pai, mas os tempos em que “procurava conforto” no consumo de marcas de luxo acabaram, indicou. Natural de Jilin, província do nordeste da China, Zhang Lifei, de 24 anos, contou à Lusa que em 2019 terminou uma licenciatura em língua inglesa e encontrou logo emprego numa das maiores firmas do país, o grupo Wanda. Agora, quase um ano após concluir mestrado, continua à procura de trabalho. “Antes, era só enviar o CV [‘curriculum vitae’] e recebia logo uma chamada”, descreveu. “Agora, ando há meses a enviar CV e não obtenho resposta”. Vários chineses na casa dos 20 anos ouvidos pela Lusa contam histórias semelhantes: após anos de ‘boom’ económico e mobilidade social ascendente, que geraram expectativas renovadas, a economia chinesa passou a crescer ao ritmo mais lento desde a década de 70. Em 2022, o ritmo de crescimento do Produto Interno Bruto chinês caiu para o segundo nível mais baixo em pelo menos quatro décadas, reflectindo o impacto da política de ‘zero covid’ e uma crise no sector imobiliário. Entretanto, a concorrência continua a aumentar: 11,58 milhões de novos licenciados vão ingressar no mercado de trabalho da China este Verão, um valor recorde e um acréscimo de 820 mil face ao ano passado. “A alta taxa de desemprego jovem da China não é transitória, mas estrutural”, apontou num relatório o economista para a China do banco Credit Suisse, David Wang. “Existe uma incompatibilidade entre as qualificações que os jovens têm e as qualificações exigidas pelos empregos existentes disponíveis”, explicou. Contrato ameaçado Para o Partido Comunista Chinês, o novo paradigma ameaça uma das suas principais fontes de legitimidade. O contrato social selado com o povo chinês é claro: o partido mantém uma autoridade indisputada e os privilégios da elite dominante e, em troca, assegura uma melhoria dos padrões de vida e estabilidade social. As altas taxas de desemprego jovem comprometem também os objectivos de Pequim de construir um modelo económico assente no consumo interno. As autoridades chinesas estão a experimentar diferentes medidas para resolver o problema, incluindo exigir que as empresas estatais contratem mais licenciados, ao mesmo tempo em que incentivam os jovens a trabalhar como operários ou a mudarem-se para o interior do país. Reportagens recentes difundidas pela imprensa estatal invocaram as lições de um personagem de um romance chinês do início do século XX que era um intelectual pobre, orgulhoso demais para assumir um trabalho manual. Muitos jovens, no entanto, recusam aquela possibilidade. “Quando era adolescente, a mensagem oficial era que tínhamos que estudar, estudar, estudar, para permitir a modernização da China”, contou Yang Zifei, de 23 anos. “Passados dez anos, dizem que afinal não era preciso, que o mercado requer baixas qualificações”. O porta-voz do GNE, Fu Linghui, prometeu “medidas concretas e específicas” para aumentar as taxas de emprego jovem, e adiantou que os números vão melhorar “gradualmente”, à medida que a economia continua a recuperar, após o país ter desmantelado a política de ‘zero casos’ de covid-19. No caso de Zhang, as poupanças que fez nos últimos anos estão a evaporar-se, consumidas pelas rendas exorbitantes e crescente custo de vida no país. Mas Alice está pior: a falência da sua empresa deixou-a com uma dívida de 500 mil yuan.
Hoje Macau China / ÁsiaRelógio de último imperador bate recorde em leilão Um relógio Patek Philippe, usado pelo último imperador da China, foi leiloado na terça-feira pelo valor recorde de 48,8 milhões de dólares de Hong Kong, na região semi-autónoma chinesa. Um coleccionador asiático, residente no território chinês, comprou a peça exclusiva por telefone, ao fim de seis minutos de intensa licitação, batendo a anterior estimativa de venda por três milhões de dólares, informou a casa de leilões Phillips. O Patek Imperial, como é conhecido, foi um presente de Aisin-Gioro Pu Yi ao intérprete russo que o acompanhou enquanto esteve detido na União Soviética, e é uma das únicas oito peças exclusivas conhecidas do Patek Philippe Reference 96 Quantieme Lune. Thomas Perazzi, director da divisão de relógios da Phillips Asia, afirmou que este foi o preço mais elevado alguma vez alcançado por um relógio de pulso de um imperador. Outros modelos comprados em leilão que pertenceram a imperadores incluem um Patek Philippe que foi propriedade do último monarca etíope, Haile Selassie, e que rendeu 2,9 milhões de dólares em 2017. Um Rolex do último imperador do Vietname, Bao Dai, foi vendido por cinco milhões de dólares. Este modelo imperial em platina, com 2,5 centímetros de diâmetro, apresenta um mostrador com algarismos árabes, ponteiros a ouro rosa e uma função que mostra a visibilidade da lua a partir da Terra num momento preciso. Parte do mecanismo interno data de 1929, embora a marca suíça não tenha comercializado o modelo até 1937. O coleccionador Pu Yi coleccionava vários relógios, sendo o mais notável o Patek Philippe Calatrava 96 Quantieme Lune, que guardou durante o tempo que esteve encarcerado na cidade russa de Khabarovsk, no leste do país, já que lhe tinha sido permitido ter um compartimento secreto na sua mala, onde alegadamente transportava ouro, joias e este Patek. Mais tarde, o objecto foi oferecido a Georgy Permyakov, especialista em mandarim que serviu de tutor e tradutor durante o período que passou na prisão, no final da ocupação japonesa da Manchúria, após a Segunda Guerra Mundial. Pu Yi ascendeu ao trono em 1908, com apenas 2 anos de idade, e menos de quatro anos depois foi forçado a abdicar quando uma revolta republicana derrubou a dinastia Qing, embora tenha continuado a residir no palácio imperial em Pequim. Mais tarde, o Japão instalou-o como imperador de Manchukuo, na região da Manchúria, no nordeste da China. Na Segunda Guerra Mundial e depois da derrota do Japão, foi capturado pelas forças soviéticas e mantido como prisioneiro de guerra. De acordo com o relato da Phillips, Pu Yi terá dado o relógio a Permyakov em 1950, pouco antes de regressar à China como prisioneiro para ser julgado por crimes de guerra. A vida do antigo soberano inspirou o filme “O Último Imperador” (1987), de Bernardo Bertolucci.
Hoje Macau China / Ásia MancheteDiplomacia | Novo embaixador nos EUA pede mais diálogo entre os dois países O novo embaixador chinês em Washington, Xie Feng, pediu ontem “mais diálogo” entre China e Estados Unidos e prometeu assumir a “pesada responsabilidade” de gerir os “sérios desafios” que a relação bilateral enfrenta. Xie, um diplomata de carreira com longa experiência em Washington, aterrou em Nova Iorque na terça-feira, anunciou a embaixada chinesa, em comunicado. Vai substituir Qin Gang, que foi nomeado este ano ministro dos Negócios Estrangeiros. “As relações China-EUA estão a atravessar grandes dificuldades e enfrentam desafios sérios”, disse Xie, segundo a mesma nota. “Sinto um glorioso sentido de dever e uma pesada responsabilidade. Os meus colegas e eu vamos enfrentar as dificuldades, assumir as nossas responsabilidades e cumprir a nossa missão”, acrescentou. O embaixador dos EUA na China, Nicholas Burns, afirmou, na rede social Twitter, ter oferecido um “jantar de despedida” a Xie antes da partida, num período de “difícil relação entre os Estados Unidos e a China”. “Estou ansioso para trabalhar com Xie na nova função”, acrescentou o diplomata. O Departamento de Estado norte-americano deu também as boas-vindas ao novo representante chinês no país e destacou o compromisso em manter canais de comunicação com Pequim. “Queremos trabalhar com o embaixador designado e a sua equipa”, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, em conferência de imprensa. Diplomata veterano Antes de poder iniciar oficialmente o seu trabalho, Xie deve apresentar credenciais ao Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, processo cuja data é definida pela Casa Branca. Segundo a biografia oficial, Xie, de 59 anos, é oriundo da província de Jiangsu, uma das mais prósperas do país. Desempenhou anteriormente o cargo de vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e de representante do Ministério em Hong Kong. Engenheiro de formação, Xie entrou para o corpo diplomático chinês em 1986, passando um longo período no gabinete para os assuntos norte-americanos do Ministério. Esteve colocado duas vezes em Washington, no início dos anos 2000, antes de se tornar embaixador na Indonésia.
Hoje Macau China / ÁsiaChina: Sobem pensões mais baixas e anunciada “distribuição mais justa” Pequim anunciou ontem um aumento das pensões mais baixas em até 3,8 por cento, em relação a 2022, e a implementação de um “sistema de distribuição mais justo e equilibrado”, à medida que a sociedade chinesa envelhece Um comunicado emitido em conjunto pelos ministérios dos Recursos Humanos e das Finanças explicou que vão ser adoptados incentivos para que os contribuintes do sistema de pensões “paguem mais para receber mais” e “contribuam mais tempo para obterem uma pensão mais elevada”. Os ministérios instaram as autoridades locais a “tomarem medidas práticas para reforçar a gestão das receitas e despesas do fundo de pensões”, ao mesmo tempo que fazem “ajustes financeiros antecipadamente para garantir que a pensão de base é paga integralmente e sem atrasos”. Citado pelo Global Times, o jornal oficial do Partido Comunista Chinês, o professor da Academia Chinesa de Estudos de Economia Aberta da Universidade de Economia e Negócios Internacionais, Li Changan, indicou que o aumento vai “impulsionar o nível de consumo dos idosos”. O jornal destacou que, no final de 2022, havia 280 milhões de pessoas com mais de 60 anos na China, representando 19,8 por cento da população. As autoridades estimam que até 2035 vai haver mais de 400 milhões de pessoas com mais de 60 anos, o que representará cerca de 30 por cento da população chinesa. Especialistas locais asseguram que o envelhecimento da população do país apresenta vários “desafios para a prestação de serviços públicos e a sustentabilidade da segurança social”. Geração sem frutos Em 2022, a China registou um decréscimo oficial de 850 mil habitantes, o primeiro declínio populacional em mais de meio século. O país encerrou o ano passado com 1.411,75 milhões de habitantes, tendo registado 9,56 milhões de nascimentos e 10,41 milhões de mortes, segundo dados oficiais. Desde que, em 2016, abandonou a política do filho único, que vigorou ao longo de mais de 30 anos, a China tem procurado encorajar as famílias a terem um segundo ou até terceiro filho, mas com pouco sucesso, face ao alto custo de vida, nomeadamente com a saúde e educação das crianças, e uma mudança nas atitudes culturais, que privilegiam famílias menores. No mês passado, a China foi ultrapassada pela Índia como a nação mais populosa do mundo, segundo projeções da ONU.
Hoje Macau China / ÁsiaConsultoras pedem “clareza” após incursões da polícia a escritórios As empresas estrangeiras que operam na China dizem sentir incerteza sobre o que podem ou não fazer, após a polícia ter realizado incursões aos escritórios de consultoras, apontou ontem um grupo empresarial, pedindo “mais clareza” às autoridades. A Câmara de Comércio Britânica na China disse que uma pesquisa junto dos seus membros apurou ainda que as empresas estão “mais optimistas”, após o desmantelamento da estratégia de ‘zero casos’ de covid-19, que vigorou na China ao longo de quase três anos e implicou o encerramento quase total das fronteiras. As empresas inquiridas afirmaram que querem investir mais no país, mas que estão à espera de medidas que “restaurem a confiança e a certeza”, face à crescente tensão entre a China e os Estados Unidos e Europa e os planos oficiais de Pequim para promover a auto-suficiência económica. “Se houver mais clareza e mais certeza, acreditamos que as empresas vão comprometer-se mais com a China”, disse o presidente da Câmara de Comércio Britânica, Julian MacCormac, em conferência de imprensa. Cerca de 70 por cento das empresas “estão à espera para ver” como a situação se desenvolve antes de tomarem decisões. Empresas nervosas O governo chinês diz que as empresas estrangeiras são bem-vindas e está a tentar incentivar mais investimento. Os empresários sentem-se, no entanto, inquietos com as alterações na legislação de segurança nacional e outras regras, além dos planos oficiais para criar concorrentes chinesas, por vezes através do uso de subsídios e obstáculos que tornam desigual o acesso ao mercado pelo capital estrangeiro. No domingo, as autoridades chinesas restringiram o uso de produtos da maior fabricante norte-americana de semicondutores, a Micron Technology, em computadores que contêm informações confidenciais. As autoridades disseram que a Micron apresentou falhas de segurança, mas não deram mais detalhes ou explicações. A polícia chinesa fez também incursões aos escritórios de duas consultoras, a Bain & Co. e Capvision, e a uma empresa de diligência prévia, a Mintz Group. As autoridades não deram nenhuma explicação, afirmando apenas que as empresas são obrigadas a cumprir a lei. A Câmara de Comércio Britânica representa cerca de 650 empresas, entre as quais muitas que actuam no sector das finanças, consultoria e serviços em geral, que podem ser afectadas por restrições mais rígidas sobre que tipo de informação pode ser colectado na China e como pode ser usado e armazenado. O relatório publicado ontem incluiu 171 sugestões para os reguladores chineses, incluindo pedidos por “mais clareza” sobre as restrições nos dados da indústria automóvel e modificações ao que consideram ser um tratamento injusto dado às empresas estrangeiras nas compras governamentais. A directora de relações governamentais da câmara, Sally Xu, disse que as empresas estão preocupadas com as novas regras. “Os empresários perguntam: onde está a linha entre o que podemos e o que não podemos fazer”, apontou. A pesquisa apurou que 76 por cento das empresas inquiridas estão mais optimistas após o fim da política de ‘zero casos’ de covid-19, mas as perspectivas são obscurecidas por um ambiente de negócios imprevisível, tensões políticas e “aumento da autossuficiência”. “Esta linguagem sobre a segurança e auto-suficiência deve ser equilibrada com mensagens de ‘boas-vindas à China’, porque acho que há algum nervosismo”, disse McCormac.
Hoje Macau China / ÁsiaLíder do CNRT fala de desejo de mudança da população O presidente do CNRT, Xanana Gusmão, cujo venceu as legislativas de domingo, disse ontem que o voto traduz um cansaço e uma vontade de mudança da população, perante o que ocorreu nos últimos anos no país. “Sentimos em todo o processo, em toda a campanha, (…) que o povo está cansado. Cansado e quer mudança”, disse Xanana Gusmão em declarações aos jornalistas na primeira reação aos resultados finais provisórios. “Quer mudança em temos de reafirmar e consolidar o processo de construção do Estado. Orgulhávamo-nos de ser um país que já estava a sair da fragilidade para a resiliência. E, de repente, voltou tudo para trás”, afirmou. Xanana Gusmão falava na sede do CNRT, em Díli, na sua primeira reação pública depois da finalização da contagem dos votos pelo Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), que confirmam a sua vitória ampla nas legislativas de domingo. Sem querer confirmar se vai ser primeiro-ministro, se haverá alianças com outras forças políticas ou se haverá elementos de outros partidos no executivo – até a votação ser certificada pelo Tribunal de Recurso – Xanana Gusmão disse que o próximo Governo vai ser de “consolidação do Estado e das instituições”. Questionado sobre se a derrota da Fretilin, que registou o seu pior resultado de sempre, pode implicar o fim da actual liderança, Xanana Gusmão ironizou: “temos tantos problemas com essa gente toda aqui, que nem sequer tenho tempo para pensar naquilo fora da casa”. Com toda a tranquilidade O líder timorense deixou uma mensagem de agradecimento à maturidade e comportamento de toda a população, considerando o mais importante do voto o facto de todo o processo decorrer em tranquilidade e sem problemas entre os partidos. “Aprecio muito a consciência popular em prol da paz e estabilidade. Durante a campanha, todos, muitos jovens que começam a assumir na cabeça e no coração que a violência não tem lugar em Timor-Leste”, afirmou. “Tudo correu de forma pacífica, em calma, durante a votação e a contagem. Não houve problemas em lado nenhum. Isso é que é importante. Festa da democracia é isso, ir votar, com respeito mútuo, com respeito uns aos outros e, no fim, não há problemas”, disse. “Sim, estou contente. Poderia estar mais contente se o resultado fosse maior. Mas é suficiente em termos de que sabemos que vamos trabalhar. Contente, porque vamos responder às preocupações, ansiedades, sonhos e aspirações da população”, disse.
Hoje Macau China / ÁsiaLíder do CNRT fala de desejo de mudança da população O presidente do CNRT, Xanana Gusmão, cujo venceu as legislativas de domingo, disse ontem que o voto traduz um cansaço e uma vontade de mudança da população, perante o que ocorreu nos últimos anos no país. “Sentimos em todo o processo, em toda a campanha, (…) que o povo está cansado. Cansado e quer mudança”, disse Xanana Gusmão em declarações aos jornalistas na primeira reação aos resultados finais provisórios. “Quer mudança em temos de reafirmar e consolidar o processo de construção do Estado. Orgulhávamo-nos de ser um país que já estava a sair da fragilidade para a resiliência. E, de repente, voltou tudo para trás”, afirmou. Xanana Gusmão falava na sede do CNRT, em Díli, na sua primeira reação pública depois da finalização da contagem dos votos pelo Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), que confirmam a sua vitória ampla nas legislativas de domingo. Sem querer confirmar se vai ser primeiro-ministro, se haverá alianças com outras forças políticas ou se haverá elementos de outros partidos no executivo – até a votação ser certificada pelo Tribunal de Recurso – Xanana Gusmão disse que o próximo Governo vai ser de “consolidação do Estado e das instituições”. Questionado sobre se a derrota da Fretilin, que registou o seu pior resultado de sempre, pode implicar o fim da actual liderança, Xanana Gusmão ironizou: “temos tantos problemas com essa gente toda aqui, que nem sequer tenho tempo para pensar naquilo fora da casa”. Com toda a tranquilidade O líder timorense deixou uma mensagem de agradecimento à maturidade e comportamento de toda a população, considerando o mais importante do voto o facto de todo o processo decorrer em tranquilidade e sem problemas entre os partidos. “Aprecio muito a consciência popular em prol da paz e estabilidade. Durante a campanha, todos, muitos jovens que começam a assumir na cabeça e no coração que a violência não tem lugar em Timor-Leste”, afirmou. “Tudo correu de forma pacífica, em calma, durante a votação e a contagem. Não houve problemas em lado nenhum. Isso é que é importante. Festa da democracia é isso, ir votar, com respeito mútuo, com respeito uns aos outros e, no fim, não há problemas”, disse. “Sim, estou contente. Poderia estar mais contente se o resultado fosse maior. Mas é suficiente em termos de que sabemos que vamos trabalhar. Contente, porque vamos responder às preocupações, ansiedades, sonhos e aspirações da população”, disse.
Hoje Macau China / Ásia MancheteTimor-Leste/Eleições | CNRT vence legislativas com 41,62 por cento Apesar da vitória nas maiores legislativas de sempre no país, o partido de Xanana Gusmão ficou aquém da maioria absoluta parlamentar. Uma aliança com o Partido Democrático, que passou a terceira força do país com 9,32 por cento dos votos, parece a solução mais plausível para formar Governo. O Congresso Nacional para a Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), de Xanana Gusmão, venceu as eleições de domingo em Timor-Leste, ficando aquém da maioria absoluta, foi ontem anunciado. O CNRT garante uma ampla representação parlamentar, com 31 dos 65 lugares do Parlamento, mais dez dos que detém actualmente, de acordo com os resultados gerais provisórios do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) timorense. A contagem final provisória do STAE, que terá de ser verificada pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) e pelo Tribunal de Recurso – dá ao partido de Xanana Gusmão 288.101 votos (41,62 por cento), um resultado superior ao obtido pelas três forças políticas que compõem o actual Governo. O cenário mais provável é o de uma aliança entre o CNRT e o Partido Democrático (PD), o que daria às duas forças políticas uma maioria clara de 37 deputados. O PD passou de quarta a terceira força política em número de votos, invertendo uma tendência de queda no apoio ao partido que se mantinha desde as eleições de 2007, conseguindo mais um lugar, para um total de seis. Obteve 64.493 votos ou 9,32 por cento. Em segundo lugar, ficou a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), com 178.248 votos e 25,75por cento, o que representa perder quatro dos actuais 23 lugares. Governo castigado Os resultados mostram uma punição aos partidos do Governo, em particular ao Partido Libertação Popular (PLP), do primeiro-ministro timorense, Taur Matan Ruak, que perdeu metade dos oito lugares no Parlamento, passando de terceira para quinta força política. Taur Matan Ruak é um dos maiores derrotados da votação de domingo, com os eleitores a fugirem da força política que se estreou como a terceira mais votada em 2017, ficando-se agora pelos 40.696 votos (5,88 por cento). Também a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), de Mari Alkatiri, foi penalizada, com o partido que viabilizou o executivo desde 2020 a registar a pior percentagem de apoio sempre, com uma queda de cerca de mais de oito pontos percentuais face ao voto que obteve nas antecipadas de 2018. Finalmente, o Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO) conseguiu subir para 7,52por cento e mantém assim os actuais cinco lugares no Parlamento. Os resultados indiciam uma fuga dos votos para os maiores partidos, com o total de boletins em partidos que ficaram abaixo da barreira de elegibilidade (4 por cento dos votos válidos) a representar menos de 10 por cento dos votos totais. Esse valor é mais baixo do que em 2017, quando chegou aos 14por cento e em 2012, quando garantiu mais de 23,13por cento. O Parlamento fica agora com apenas cinco bancadas partidárias, contra oito antes das eleições de domingo. Apenas duas das restantes 12 forças políticas concorrentes ficaram próximo da barreira de 4 por cento dos votos válidos: o estreante Partido Os Verdes de Timor (PVT) e o Partido Unidade e Desenvolvimento Democrático (PUDD), que tinha um lugar no Parlamento.
Hoje Macau China / ÁsiaComboios | Inaugurado pagamento por biometria da palma das mãos A China inaugurou ontem um sistema de pagamento mediante biometria da palma das mãos num sistema ferroviário, inédito a nível mundial, na linha do Aeroporto de Daxing, em Pequim. Os passageiros podem agora “entrar facilmente na estação e apanhar o comboio” de alta velocidade sem precisarem de bilhetes ou utilizar cartões de pagamento ou carteiras digitais, segundo a imprensa oficial. Esta iniciativa representa “um avanço significativo no transporte ferroviário, ao simplificar o processo de entrada e melhorar a experiência de viagem”, acrescentaram os órgãos oficiais. Os viajantes podem passar a palma das mãos sobre o dispositivo de reconhecimento biométrico para entrar na estação, eliminando a necessidade de utilizar bilhetes ou outras formas de pagamento. Como cada pessoa tem um padrão único de veias na palma da mão, esta tecnologia de identificação biométrica é uma das mais precisas do mundo. A Comissão Municipal de Transportes de Pequim instalou dispositivos de registo e leitura das palmas da mão na área de bilheteira e alterou as máquinas de acesso para permitir este método de pagamento inovador. A China é líder mundial no mercado de pagamentos biométricos, recorrendo ao uso de tecnologias como reconhecimento facial, reconhecimento de íris, análise de batimentos cardíacos e mapeamento de veias. Empresas como a Ant Group, que detém o serviço de pagamentos electrónicos Alipay, e a Tencent, proprietária da carteira digital WeChat Pay, têm impulsionado a adopção dessas tecnologias, tanto em estabelecimentos físicos quanto em plataformas digitais, levando praticamente ao desaparecimento do dinheiro físico no país.
Hoje Macau China / ÁsiaCabo Verde | China doa 1.042 toneladas de arroz ao arquipélago africano Pequim tenta atenuar as dificuldades de muitas famílias cabo-verdianas que lutam por ter pelo menos uma refeição diária na mesa face à escalada dos preços decorrente da situação internacional e da quebra do turismo. Cabo Verde vai distribuir gratuitamente por instituições sociais e de saúde 1.042 toneladas de arroz doadas pela China, que chegam este mês, para mitigar os efeitos da escalada de preços, segundo resolução aprovada em Conselho de Ministros. “Tendo em conta a situação vivida por muitas famílias, as ajudas alimentares supramencionadas devem ser distribuídas gratuitamente às organizações públicas e da sociedade civil de cariz social, lares de idosos, hospitais e centros de saúde do país”, lê-se na mesma resolução que “determina a distribuição gratuita” desse donativo. “Cabo Verde continua a enfrentar os efeitos da guerra na Ucrânia e da crise inflacionária, impactando de forma negativa o sistema agroalimentar, mormente, os preços dos produtos alimentares de primeira necessidade (PAPN). Graças às medidas de reforço da resiliência do sistema alimentar implementadas pelo Governo e com apoio dos parceiros de desenvolvimento, a situação da insegurança alimentar não se agravou”, refere-se ainda na resolução. Acrescenta-se que os dados da última análise do Quadro Harmonizado, de Março de 2023, “demonstraram que devido à conjuntura caraterizada por aumento dos preços dos produtos alimentares e aumento do custo de vida, 17 por cento das pessoas estão na fase 2 (subpressão), 8 por cento na fase de crise alimentar (fase 3) e 1 por cento estão em emergência alimentar (fase 4)”. “Considerando a imprevisibilidade dos factores que vêm condicionando o acesso económico aos alimentos por parte das famílias, o Governo continuou a implementar medidas de mitigação e a mobilizar apoios dos parceiros internacionais. Neste contexto, o Governo, no âmbito dos Acordos de Cooperação, recebeu do Governo da República Popular da China uma ajuda alimentar de mil e quarenta e duas toneladas de arroz, para o reforço do abastecimento de PAPN, com chegada prevista para o final do mês de Maio do corrente ano”, lê-se ainda. Em recuperação Do donativo total, 302 toneladas de arroz serão entregues em lares de idosos, 340 toneladas a hospitais e centros de saúde, e 400 a organizações da sociedade civil e instituições de cariz social. A distribuição desta ajuda alimentar será assegurada pela Direcção Geral de Inclusão Social, em articulação com o Secretariado Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, “mediante critérios e procedimentos aprovados pelo ministro da Família, Inclusão e Desenvolvimento Social”. Cabo Verde recupera de uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística – sector que garante 25 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) do arquipélago – desde Março de 2020, devido à pandemia de covid-19. Em 2020, registou uma recessão económica histórica, equivalente a 14,8 por cento do PIB, seguindo-se um crescimento de 7 por cento em 2021 e 17,7 por cento em 2022, impulsionado pela retoma da procura turística.
Hoje Macau China / ÁsiaChina apresenta queixa ao Japão por “ataques” a Pequim durante cimeira do G7 O Governo chinês apresentou, no domingo, um protesto ao embaixador do Japão em Pequim, Tarumi Hideo, pelas “difamações e ataques” realizados contra a China, durante a recente reunião do G7, na cidade japonesa de Hiroxima. Numa nota de protesto contra as “especulações” sobre a China, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Sun Weidong, disse que o grupo das sete democracias mais desenvolvidas “está fixado numa mentalidade de confrontação e num pensamento da Guerra Fria” e que as suas acções “são contrárias à tendência histórica, aos factos objectivos e à moral internacional”. O Japão, na qualidade de anfitrião, “interferiu nos assuntos internos da China”, adoptando um comportamento que Sun definiu como “contrário aos princípios básicos do direito internacional”, lê-se no comunicado, divulgado no portal do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China. Contra interferências A declaração conjunta do G7, que reúne França, Alemanha, Itália, Reino Unido, Japão, Estados Unidos e Canadá, enviou várias mensagens à China. O texto destacou a necessidade de manter relações construtivas em matéria económica com o país asiático e pediu a Pequim para usar a influência junto da Rússia para pôr fim à guerra na Ucrânia. O documento apelou ainda a Pequim para que abdique de reivindicações territoriais “injustificadas” e resolva pacificamente a questão de Taiwan. Reiterando que Taiwan é parte do território chinês, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros chinês afirmou que a resolução da “questão de Taiwan é uma questão que cabe aos próprios chineses decidirem” e que Pequim “não vai permitir que forças externas interfiram” nas questões de Xinjiang, Hong Kong ou Tibete. Sun afirmou ainda que são os Estados Unidos “quem mais põe em perigo as regras da ordem internacional e perturba o funcionamento da economia mundial”. “O período em que os países ocidentais interferiam nos assuntos internos de outros países e manipulavam os assuntos mundiais acabou”, disse o diplomata, que exortou o grupo a “parar de provocar divisão e confronto”. O diplomata pediu a Tóquio que “corrija a sua percepção da China”, “entenda a autonomia estratégica” de Pequim e “promova realmente o desenvolvimento estável das relações entre os dois países de maneira construtiva”.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA | Biden pondera levantar sanções contra ministro da Defesa chinês O desanuviamento das relações entre os Estados Unidos e a China está mais perto de ser uma realidade após o anúncio de Joe Biden na cimeira do G7. O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, revelou domingo, no âmbito da cimeira do G7, em Hiroxima, no Japão, que está a considerar levantar as sanções impostas ao ministro da Defesa da China, o general Li Shangfu. “Está em discussão”, disse Joe Biden, após ser questionado numa conferência de imprensa sobre se admite levantar as sanções. Nomeado ministro da Defesa da China no passado mês de Março, Li Shangfu foi sancionado em 2018 pelos Estados Unidos por ser acusado de comprar armamento à empresa estatal russa Rosoboronexport. O secretário de Defesa dos Estados Unidos da América (EUA), Lloyd Austin, solicitou uma reunião com Li, mas Pequim rejeitou o encontro, considerando que as sanções são um obstáculo para que essas conversas ocorram entre os ministros da Defesa dos dois países. Na mesma conferência de imprensa, realizada em Hiroxima, no final da cimeira do G7, Biden expressou confiança de que as relações entre Washington e Pequim “experimentarão um degelo muito em breve”. E tudo o balão levou As relações entre as duas potências voltaram a um ponto de tensão depois de o Governo de Biden ter derrubado um suposto balão “espião” chinês que sobrevoou os Estados Unidos no final de Janeiro e caiu sobre as águas do Atlântico a 4 de Fevereiro. Biden referiu-se ontem a esse incidente e disse que “tudo mudou” nas relações entre Washington e Pequim desde que “aquele balão idiota que carregava equipamento de espionagem equivalente a dois vagões de carga sobrevoou os Estados Unidos”. O incidente fez com que o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, cancelasse uma viagem que tinha previsto fazer nessa altura para a China, mas Washington expressou o desejo de retomar a visita num futuro próximo. Num sinal de reaproximação, o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, viajou a Viena para se encontrar com o chefe da diplomacia da China, Wang Yi. China e Estados Unidos viveram uma época de grandes tensões durante o Governo de Donald Trump (2017-2021), quando ambas as nações se envolveram numa guerra comercial com imposição mútua de tarifas. No entanto, houve uma reaproximação quando Biden e o Presidente da China, Xi Jinping, se encontraram em Novembro de 2022 à margem do G20, em Bali, na Indonésia. Ambos concordaram em melhorar os seus canais de diálogo para evitar que a competição entre China e Estados Unidos leve a um conflito aberto, mas as relações voltaram a complicar-se com o incidente do balão.
Hoje Macau China / ÁsiaMar do Sul | Lançada investigação sobre antigos naufrágios Foi lançada no sábado uma investigação arqueológica sobre dois antigos naufrágios descobertos no Mar do Sul da China, abrindo um novo capítulo na arqueologia do mar profundo da China, de acordo com uma conferência de imprensa realizada no domingo em Sanya, Província de Hainan. Durante a pesquisa arqueológica sobre o primeiro naufrágio, localizado perto do talude continental noroeste do Mar do Sul da China, os investigadores estabeleceram com sucesso uma fundação permanente de mapeamento subaquático no canto sudoeste do local do naufrágio. A busca e a investigação preliminar, bem como o registo de imagens, foram realizados, de acordo com a Administração Nacional do Património Cultural (NCHA, na sigla em inglês), informa a agência Xinhua. Em Outubro de 2022, dois antigos naufrágios foram descobertos a uma profundidade subaquática de cerca de 1.500 metros perto da costa continental noroeste do Mar do Sul da China. Um deles consiste principalmente em relíquias de porcelana, estima-se que contenha mais de 100 mil peças que remontam ao reinado do imperador Zhengde da dinastia Ming (1506-1521). O outro naufrágio contém principalmente um grande número de troncos de madeira. Através de um estudo preliminar, foi determinado que o navio em questão estava carregado de carga e tinha navegado do exterior para a China antiga. Remonta ao reinado do imperador Hongzhi da dinastia Ming (1488-1505). Com a aprovação da NCHA, esforços conjuntos entre institutos de pesquisa e um museu local serão feitos para realizar novas investigações arqueológicas envolvendo os dois naufrágios em três fases durante cerca de um ano.
Hoje Macau China / ÁsiaG7 | Pequim expressa “forte insatisfação” com países do grupo Pequim acusa o G7 de continuar a distorcer factos e a atacar a China, tendo apresentado um protesto formal ao Japão que acolhe a cimeira dos sete países mais industrailizados O Governo chinês expressou no sábado “forte insatisfação” para com os sete países mais industrializados (G7) que, reunidos no Japão, emitiram um comunicado com críticas à China e à conduta do país em matérias como os direitos humanos. “O G7 persiste em manipular questões relacionadas com a China, desacreditando e atacando a China”, disse um porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China. Citado pela agência de notícias francesa AFP, o mesmo responsável expressou a “firme oposição” de Pequim às posições do grupo de países do G7. “A China expressa sua forte insatisfação e firme oposição e apresentou um protesto formal ao Japão, país anfitrião da cimeira, bem como a outras partes relevantes”, acrescentou. Sobre Taiwan, o ministério criticou os países do G7 por apenas apontarem o dedo a Pequim e por não mostrarem oposição clara ao movimento de independência taiwanês. “O G7 diz que pretende avançar para um mundo pacífico, estável e próspero. Mas, na realidade, impede a paz mundial, prejudica a estabilidade regional e inibe o desenvolvimento de outros países”, afirmou a porta-voz chinês, segundo o qual “esta abordagem não tem qualquer credibilidade internacional”. A embaixada da China em Londres, num comunicado publicado na rede social chinesa WeChat, também já tinha reagido às posições do G7, acusando o grupo de semear a discórdia contra Pequim. “Alguns membros do G7 ignoram os princípios da economia de mercado e da concorrência leal, e reprimem injustificadamente as empresas chinesas. A China está fortemente insatisfeita e opõe-se firmemente a isso”, disse a embaixada, citada pela agência espanhola EFE. Reunião em Hiroxima Reunidos entre sexta-feira e domingo na cidade japonesa de Hiroxima, os membros do G7 defenderam no sábado a necessidade de reduzir a “dependência excessiva” da China e divulgaram uma declaração sobre a questão de Taiwan. Os líderes do bloco que junta Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, mais a União Europeia (UE), também criticaram o uso da “coerção económica” como arma política, numa alusão à China. Os signatários destacam “a importância da paz e estabilidade no estreito de Taiwan” e dizem estar “gravemente preocupados” com a situação no Mar da China Meridional, acusando indirectamente a China de “coerção”. Sobre a guerra na Ucrânia, o G7 também desafia Pequim, parceiro económico e diplomático próximo de Moscovo, que até agora manteve uma posição de neutralidade, a “pressionar a Rússia para que ponha fim à agressão”.
Hoje Macau China / ÁsiaNaufrágio | Tripulação de 39 pescadores desaparecida Um barco de pesca chinês a operar no Oceano Índico afundou e todos os 39 tripulantes a bordo estão desaparecidos, avançou ontem a imprensa estatal. A cadeia televisiva CCTV noticiou que o naufrágio aconteceu por volta das 03:00 de terça-feira. A tripulação era constituída por chineses, indonésios e filipinos, segundo a mesma fonte. O Presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, ordenaram que os diplomatas chineses no exterior, assim como os ministérios da Agricultura e dos Transporte, apoiem os trabalhos de busca e resgate. A CCTV não identificou o local exacto do naufrágio, mas apenas que ocorreu no centro do vasto Oceano Índico, que se estende do sul da Ásia e da Península Arábica até ao leste da África e ao oeste da Austrália. O Centro de Comando da Guarda Costeira das Filipinas disse ontem que está a monitorar a situação e a coordenar com a embaixada da China em Manila e as equipas de busca e resgate que estão a operar perto do último local conhecido da embarcação. O barco Lupenglaiyuanyu Número 8 estava baseado na província costeira oriental de Shandong e era operado pela empresa Penglaiyingyu, de acordo com a imprensa chinesa. Também foi identificado pelos números de casco 18 e 028. Acredita-se que a China opere a maior frota pesqueira do mundo. Muitas embarcações permanecem no mar durante meses ou mesmo anos seguidos, apoiados por agências estatais de segurança marítima chinesas e uma extensa rede de embarcações de apoio. Não há informações sobre a causa do naufrágio.
Hoje Macau China / ÁsiaApple | Ex-funcionário chinês acusado de roubar tecnologia A justiça dos Estados Unidos acusou ontem um antigo funcionário da Apple de roubar tecnologia para veículos autónomos desenvolvida pelo grupo tecnológico, para vender a uma empresa chinesa. O Departamento de Justiça anunciou o indiciamento de Wang Weibao, de 35 anos, por roubo e tentativa de roubo de segredos comerciais, parte de um esquema para aceder e usurpar tecnologia da Apple utilizada em sistemas de veículos autónomos. De acordo com o documento judicial, Wang trabalhou como engenheiro informático na empresa, que tem sede na Califórnia, entre 2016 e 2018. Durante esse período, teve acesso a bancos de dados acessíveis apenas a 2.700 funcionários em toda a empresa, que tem mais de 130.000 trabalhadores. Os investigadores reviram o histórico de acessos de Wang nos arquivos da Apple um dia depois de ter deixado a empresa e descobriram que ele acedeu a “grande quantidade” de informação confidencial nos “dias anteriores à sua saída”. “Infelizmente, vai sempre haver quem engana o sistema, roubando e lucrando com o fruto do trabalho dos outros. A acusação de Wang é apenas um exemplo”, disse o procurador Ismail Ramsey, num comunicado emitido pelo Departamento de Justiça. Se for considerado culpado, Wang pode ser punido com pena máxima de 10 anos de prisão e uma multa de até 250.000 dólares, por cada acusação de roubo ou tentativa de roubo, lê-se na mesma nota.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Treinador e 11 futebolistas detidos por corrupção O treinador e 11 futebolistas de uma equipa da primeira divisão de futebol de Hong Kong estão entre os 23 detidos num caso de corrupção por manipulação de resultados, disse na terça-feira o órgão anticorrupção do território. “Esta operação é a mais importante realizada nos últimos anos pela Comissão Independente Contra a Corrupção (ICAC) no combate à manipulação de resultados. É também a que resultou no maior número de detenções”, especificou a chefe de investigação do ICAC, Kate Cheuk. Cerca de 100 agentes da polícia estiveram implicados na operação em que os suspeitos são acusados de corrupção, manipulação de resultados e de participar também em apostas ilegais. O nome do clube em causa não foi divulgado, contudo a imprensa local sugere que o visado seja o histórico Happy Valley, com vários títulos de campeão em mais de 70 anos de existência. Os corruptores pagariam a cada atleta cerca de 1.200 euros por jogo. “A questão não era se eles jogavam bem, mas se eram bons a fingir [o seu desempenho] ou se podiam ajudar a manipular os resultados”, disse Cheuk. A responsável recordou que os resultados improváveis são mais bem recompensados nas apostas, que alguns visados também faziam, através de testas-de-ferro. Os valores envolvidos na manipulação não foram revelados, até porque a investigação continua em curso.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Enviado mostra esforços da China para tornar-se potência internacional, dizem analistas O diplomata chinês Li Hui continua no seu périplo europeu, que inclui visitas a Kiev e Moscovo, além de Berlim e Paris, com vista a alcançar uma rota para a paz A chegada de um enviado chinês a Kiev esta semana sintetiza os esforços de Pequim para afirmar a sua liderança nos assuntos internacionais, visando contrariar a ordem estabelecida por Washington, que considera hostil aos seus interesses, apontam analistas. O enviado chinês Li Hui está em Kiev desde terça-feira e deverá também visitar a França, a Alemanha e a Rússia, com vista a “uma resolução política da crise ucraniana”, segundo Pequim. Li, o representante especial para os assuntos euro-asiáticos encarregado de discutir a resolução da guerra russa contra a Ucrânia, deverá ainda visitar Varsóvia na sexta-feira para discutir a situação na Ucrânia, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros polaco. Desde Março passado, o Presidente chinês, Xi Jinping, recebeu em Pequim os líderes do Brasil, Espanha, Singapura, Malásia, França e União Europeia, enquanto altos funcionários chineses viajaram para a Europa, Ásia Central ou sudeste asiático. Durante o mesmo período, Irão e a Arábia Saudita anunciaram, em Pequim, um acordo para restabelecerem as relações diplomáticas. A China expressou ainda a disponibilidade para mediar as negociações para um acordo de paz entre Israel e Palestina. Na Ucrânia, Pequim diz querer negociar um acordo político que ponha fim à guerra, que dura há 15 meses. “A China está a entrar no oceano”, disse metaforicamente o coronel reformado chinês Zhou Bo, numa entrevista à revista Time. “Não há como voltar atrás”, apontou. Este esforço surge numa altura em que o país está a emergir de três anos de isolamento, imposto pela estratégia ‘zero covid’, para um ambiente externo mais hostil, à medida que os Estados Unidos solidificaram as suas alianças de segurança na região da Ásia Pacífico e Europa. “É óbvio: A China quer contrariar a pressão de Washington para isolar o país”, escreveu Tianyi Wu, especialista da Universidade de Oxford nas relações entre China e Estados Unidos. Em causa, estão também considerações económicas, à medida que fricções geopolíticas motivaram os principais parceiros comerciais da China a procurar alternativas para reduzir as vulnerabilidades nas cadeias de fornecimento. Wu frisou, no entanto, uma visão mais ampla por detrás dos esforços da diplomacia chinesa: promover uma ordem mundial multipolar, que afrouxe o domínio norte-americano estabelecido após a II Guerra Mundial. Caminho seguro Nos últimos anos, Pequim avançou com fóruns e organizações multilaterais próprias, incluindo a Iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, o Banco Asiático de Investimento em Infraestruturas ou a Iniciativa de Segurança Global, que visa construir uma “arquitectura global e regional de segurança equilibrada, eficaz e sustentável”, ao “abandonar as teorias de segurança geopolíticas ocidentais”. A China vai “promover uma nova forma de relações internacionais”, proclamou Xi Jinping. “Ao avançar no seu processo de modernização, a China não vai trilhar o caminho antigo da colonização e pilhagem, nem o caminho sinuoso escolhido por alguns países para alcançar a hegemonia”, assegurou o líder chinês, no mês passado, na apresentação de mais uma iniciativa, designada Civilização Global. O líder chinês advertiu ainda outros países para se “absterem de impor os seus próprios valores ou modelos aos outros”, numa referência à ordem democrática liberal liderada por Washington.
Hoje Macau China / ÁsiaPCP | Paulo Raimundo de visita à China a convite do PCC Uma delegação do PCP dirigida pelo secretário-geral Paulo Raimundo iniciou segunda-feira uma visita à China a convite do Partido Comunista Chinês no âmbito “das relações de amizade” entre os dois partidos. Em nota enviada às redações, os comunistas informam que a delegação deslocar-se-á até às cidades chinesas de Xangai, Hefei e Pequim. Questionado pela Agência Lusa sobre a duração e o propósito da visita, o partido informou apenas que a mesma decorrerá durante esta semana, não adiantando uma data de regresso e acrescentou que ocorre no “quadro de intercâmbio de informação recíproca e melhor conhecimento da realidade da República Popular da China”. Os comunistas comunicaram também que, durante esta ida, “decorrerão conversações a diverso nível com dirigentes” do Partido Comunista da China e que darão informações adicionais sobre a viagem no final da visita.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan aprova adopção de crianças por casais do mesmo sexo O parlamento de Taiwan aprovou ontem uma emenda legislativa que permite aos casais do mesmo sexo adoptarem conjuntamente crianças, uma decisão saudada como “mais um grande passo em frente” para a comunidade LGBTQ+. Taiwan está na vanguarda dos direitos LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgénero) na Ásia com a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo em 2019, uma novidade nesta parte do mundo, segundo a agência francesa AFP. Mas os casais do mesmo sexo ainda enfrentavam restrições, incluindo a incapacidade de adoptar crianças não biológicas ou de um cônjuge ser o pai legal da criança adotada pelo parceiro. A alteração foi aprovada na véspera do quarto aniversário da lei sobre o casamento para todos. A emenda legislativa “não só garante a protecção dos direitos das crianças, como também vai ao encontro dos seus melhores interesses”, afirmou a deputada Fan Yun, uma das proponentes da alteração, envolta numa bandeira arco-íris. “No futuro, os cônjuges e os pais, independentemente do seu género e orientação sexual, poderão usufruir de uma protecção jurídica total”, acrescentou. Outras conquistas A alteração surge depois de, no ano passado, um tribunal de família da cidade de Kaohsiung, no sul da ilha, ter decidido a favor da adopção de um filho não biológico do marido por um homossexual casado, a primeira decisão deste tipo. “Após quatro anos de trabalho árduo, o parlamento aprovou finalmente o projecto de lei sobre a adopção por casais do mesmo sexo sem laços de sangue”, afirmou a Aliança de Taiwan para a Promoção dos Direitos da União Civil. A Aliança também se congratulou com o recente reconhecimento de Taiwan, em Janeiro, do casamento transnacional entre pessoas do mesmo sexo. Anteriormente, os estrangeiros não estavam autorizados a casar com os parceiros taiwaneses oriundos de territórios que proíbem o casamento entre pessoas do mesmo sexo, que é o que acontece na maior parte da Ásia. Desde que o casamento entre pessoas do mesmo sexo foi legalizado em 2019, pelo menos sete mil casais do mesmo sexo casaram-se em Taiwan, de acordo com dados do Ministério do Interior actualizados pela última vez em 2021. A Aliança disse ontem que continuará a pressionar por direitos mais abrangentes para casais do mesmo sexo. Na sequência da aprovação da emenda da lei, o Ministério da Saúde afirmou ontem que vai começar a permitir a adopção por casais do mesmo sexo “com base nos procedimentos normais actuais”, segundo a agência de notícias de Taiwan CNA.
Hoje Macau China / ÁsiaGNE | Produção industrial cresceu 5,6 por cento em Abril A produção industrial da China subiu 5,6 por cento em Abril, em termos homólogos, segundo dados oficiais ontem divulgados, sinalizando o acelerar do ritmo de crescimento deste indicador, após ter aumentado 3,9 por cento em Março. O aumento em Abril ficou, porém, abaixo da previsão dos analistas, que esperavam um avanço de cerca de 10 por cento, em relação ao mesmo período de 2022. As fortes taxas de crescimento devem-se ao efeito base de comparação, já que, no ano passado, a China impôs rigorosos bloqueios em várias cidades, no âmbito da política de ‘zero casos’ de covid-19, que paralisou a actividade económica. Entre os três grandes sectores em que o Gabinete Nacional de Estatísticas da China (GNE) divide a produção industrial, a mineração manteve-se estável, a indústria transformadora avançou 6,5 por cento e a produção e fornecimento de electricidade, aquecimento, gás e água subiu 4,8 por cento. A instituição divulgou também ontem outros dados estatísticos, como as vendas a retalho, um indicador fundamental para medir o estado do consumo. As vendas aumentaram 18,4 por cento, em termos homólogos, um valor superior aos 10,6 por cento alcançados em Março, mas que se mantém ligeiramente abaixo do esperado pelos analistas, que esperavam um crescimento na casa dos 20 por cento. A taxa oficial de desemprego nas zonas urbanas situou-se em 5,2 por cento no final de abril, 0,1 por cento abaixo do registado no mês anterior e dentro do limite máximo que as autoridades impuseram para este ano, de 5,5 por cento. O investimento em activos fixos aumentou 4,7 por cento, nos primeiros quatro meses do ano, depois de ter registado um aumento de 5,1 por cento entre Janeiro e Março. Neste indicador, o aumento dos gastos com infraestruturas (+8,5 por cento) e na indústria transformadora (+8,3 por cento) contrastou com a queda do investimento em sectores como a mineração (-2,2 por cento).
Hoje Macau China / ÁsiaLGBT | Centro em Pequim encerrado por motivos de “força maior” A organização Centro LGBT de Pequim anunciou ontem que vai encerrar as suas operações por motivos de “força maior”, sem avançar mais detalhes. O grupo, que se define como uma “organização pública de assistência social” que “presta serviços comunitários, apoio psicológico e educação em diversidade do género”, deu conta do encerramento numa nota publicada na sua conta oficial na rede social Wechat. O Centro LGBT de Pequim desenvolveu ainda pesquisas e estudos sobre a comunidade LGBT chinesa, em colaboração com académicos. Utilizadores da rede social Weibo, semelhante ao Twitter, que está bloqueado no país asiático, agradeceram o trabalho da organização e lamentaram a paralisação das suas operações: “Não vejo futuro”, reagiu um internauta. Nos últimos anos, a China, que legalizou a homossexualidade em 1997, aumentou a pressão sobre os grupos LGBT. Em 2020, a entidade que organizava a Marcha do Orgulho LGBT em Xangai anunciou o seu encerramento, após 11 anos de existência. Em 2021, a rede social Wechat removeu contas de estudantes chineses que defendiam os direitos da comunidade LGBT, sem dar explicações. No mesmo ano, a Administração Nacional de Rádio e Televisão da China (NRTA) promulgou uma série de directrizes destinadas a banir actores e convidados com “estética efeminada”.
Hoje Macau China / ÁsiaAngola | China mantém financiamento e trocas comerciais aumentam O embaixador chinês em Angola disse segunda-feira que a China está disponível para continuar a financiar infraestruturas e a investir no país africano, destacando igualmente o aumento homólogo de 25 por cento nas trocas comerciais entre os dois países. Gong Tao que foi recebido em audiência pelo Presidente angolano, João Lourenço, abordou com o chefe de Estado as relações bilaterais entre os dois países, sublinhando que estão “num bom período do seu desenvolvimento”, no ano em que se comemora o 40.º aniversário das relações China-Angola. O diplomata falou também sobre as infraestruturas com investimento chinês actualmente em curso em Angola, como o novo aeroporto internacional de Luanda, o aproveitamento hidroeléctrico de Caculo-Cabaça e o novo porto de Caio, em Cabinda, que “estão em boa execução”, garantindo a vontade da parte chinesa em assegurar financiamento e que as obras se realizam no prazo previsto. “São infraestruturas estratégicas para Angola e a China tem todo o apoio a dar à parte angolana, sabemos a importância destes projectos, vamos continuar com o financiamento destas obras”, declarou. Gong Tao salientou também a importância da diversificação económica a que o Governo angolano quer dar prioridade e adiantou que a China vai analisar e estudar o plano nacional de desenvolvimento do próximo quinquénio, que deverá ser apresentado em breve. O embaixador chinês afirmou que as duas partes deverão avaliar novas possibilidades de cooperação na área de financiamento, investimento e formação de quadros na segunda edição da comissão orientadora da cooperação China-Angola. “As nossas relações já deram frutos no passado e assim vai continuar a ser”, frisou. Bons parceiros Gong Tao notou igualmente que o crescimento das trocas comerciais atingiu no ano passado 27 mil milhões de dólares, um aumento homólogo de 25 por cento. Angola é o segundo maior parceiro comercial da China em toda a África, logo depois da África do Sul e a China continua a ser o maior parceiro de Angola desde a última década, continuou o embaixador, acrescentando que há interesse em diversificar os produtos comercializados. “Queremos potencializar a capacidade angolana de fazer mais exportações para a China, que tem um grande mercado e há cada vez um número maior de chineses da classe média que oferece grandes potencialidades para todos no mundo”, destacou. Por isso, está a ser negociado um novo acordo aduaneiro em que a China vai oferece tarifa zero a 98 por cento dos bens angolanos exportados para o país asiático, estando também a ser negociados acordos na área das pescas e da agricultura, sector em que “Angola tem um grande futuro”, segundo Gong Tao. Gong Tao sublinhou ainda que os dois países vão continuar a manter contactos de alto nível para consolidar ainda mais as relações políticas e impulsionar a cooperação de comércio e investimento, bem como ajudar a promover paz e estabilidade nos assuntos internacionais e regionais. “China e Angola têm objectivos comuns e sempre fizeram esforços para ajudar os parceiros internacionais a uma resolução pacífica dos conflitos”, completou.
Hoje Macau China / ÁsiaTurquia | Presidenciais a caminho da segunda volta O presidente da Comissão Eleitoral da Turquia, Ahmet Yener, disse ontem em Ancara que já foram contados 99,4 por cento dos votos nacionais e 84 por cento dos votos no estrangeiro, sendo que Erdogan tinha 49,4 por cento dos votos, e Kemal Kilicdaroglu, 45 por cento dos votos. Ainda não se trata da divulgação do número definitivo, mas as eleições presidenciais turcas encaminham-se para uma segunda volta, com o Presidente Recep Tayyip Erdogan, que governa o país há 20 anos, a liderar sobre o principal adversário, mas a ficar aquém dos votos necessários para uma vitória absoluta. O terceiro candidato, o nacionalista Sinan Ogan, obteve 5,2 por cento dos votos, até ontem. Erdogan, 69 anos, disse aos apoiantes durante a madrugada que ainda podia ganhar, mas que respeitaria a decisão caso venha a realizar-se uma segunda volta no próximo dia 28 de Maio. Kilicdaroglu, 74 anos, mostrou-se esperançado numa vitória na segunda volta. “Vamos ganhar com certeza a segunda volta e trazer a democracia”, disse Kilicdaroglu. Até ao momento, os resultados das eleições mostram que o Partido da Justiça e do Desenvolvimento, no poder, pode vir a manter a maioria no Parlamento de 600 lugares. A Assembleia perdeu grande parte do poder legislativo depois de um referendo em 2017, promovido por Erdogan e que alterou o sistema de governação do país para uma presidência reforçada.