Hoje Macau China / ÁsiaInvestimentos chineses viram-se para agricultura e infraestrutura digital A Fitch Solutions considera que a China vai continuar a ser o maior parceiro comercial da África subsaariana, mas a aposta será feita em projectos mais pequenos, nas áreas da agricultura e das infraestruturas digitais. “Acreditamos que o investimento da China continental na África subsaariana vai continuar significativo nos próximos anos”, escrevem os analistas desta consultora detida pelos mesmos donos da agência de notação financeira Fitch Ratings, salientando que “apesar de a China continuar a ser um parceiro fundamental para a maior parte dos países africanos, a natureza do investimento no continente vai mudar”. Numa análise ao investimento da China no continente, enviada aos investidores e a que a Lusa teve acesso, a Fitch Solutions escreve que “as recentes promessas dos líderes do G7 mostram promessas de investimento de 200 mil milhões de dólares dos Estados Unidos e 300 mil milhões de euros da União Europeia contrastam com os 709 mil milhões de dólares já em utilização ao abrigo da iniciativa chinesa da nova Rota da Seda”. Citando dados do Centro Global para o Desenvolvimento, um instituto de pesquisa norte-americano, a Fitch Solutions lembra que as instituições financeiras chinesas representaram 71,9 por cento do total de financiamento às infraestruturas da região entre 2007 e 2020, o que compara com um financiamento de 5,9 por cento dos Estados Unidos de 7,5 por cento do Japão no mesmo período. “O financiamento chinês tem sido canalizado para grandes projectos desde a construção da linha férrea entre a Tanzânia e a Zâmbia, em 1950”, lê-se no relatório, que aponta também como exemplo a construção da fábrica de carvão de Nacala, em Moçambique, no valor de 1,4 mil milhões de dólares e completada em 2018 Conselho a seguir Desde o princípio da década que os empresários chineses se têm afastado destas grandes obras, sinalizando a “crescente precaução” da China no financiamento de grandes projectos e a aposta em projectos “pequenos e bonitos” e de grande qualidade, como disse o Presidente chinês, Xi Jinping, em Novembro do ano passado. De acordo com a Fitch Solutions, uma das novas áreas prioritárias será a agricultura: “A África subsaariana, onde a agricultura, florestas e pescas representa quase 20 por cento do PIB, é um destino atractivo para o investimento da China, um país fortemente dependente de importação de alimentos e que procura aumentar a segurança alimentar através da diversificação”, lê-se no relatório. O documento dá ainda conta da aposta na infraestrutura digital, não só na própria construção dos cabos de ligação à Ásia e Europa, mas também através de investimentos no capital de empresas tecnológicas africanas.
Hoje Macau China / ÁsiaVitória de Lula traz política externa “mais alinhada” com China O analista chinês Zhou Zhiwei considera que a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva vai contribuir para “melhorar significativamente” os laços entre Brasil e China e alinhar a política externa dos dois países. Zhou Zhiwei, director do Centro de Estudos Brasileiros da Academia Chinesa de Ciências Sociais, um grupo de reflexão (‘think tank’) sob tutela do Governo chinês, previu relações políticas mais “calorosas”, depois de estas terem “arrefecido”, durante a presidência “ideologicamente” anti-China de Jair Bolsonaro. “Depois de Lula assumir o cargo, com base na sua identidade de esquerda e uma atitude amigável em relação à China no passado, as relações políticas vão melhorar muito”, afirmou. O analista destacou o “multilateralismo”, a “cooperação Sul – Sul” e a “promoção da reforma do sistema de governação internacional” como prioridades diplomáticas de Lula que convergem com os objectivos de Pequim. “Estes [objectivos] têm muito em comum com a visão externa da China”, realçou. “A cooperação China – Brasil é crucial para manter uma ordem multipolar e unir os países em desenvolvimento”. Lula venceu as eleições de domingo por pouco mais de dois milhões de votos sobre o governante de extrema-direita Jair Bolsonaro. Durante os primeiros dois mandatos de Lula, entre 2003 e 2011, a relação comercial e política entre Brasil e China intensificou-se, marcada, em particular, pela constituição do bloco de economias emergentes BRICS, que inclui ainda Rússia, Índia e África do Sul. Aliança reforçada O líder chinês, Xi Jinping, deu os parabéns a Lula pela vitória nas eleições presidenciais. A “amizade de longa data entre China e Brasil conduz à manutenção da paz e estabilidade regional e mundial e à promoção do desenvolvimento e da prosperidade comuns”, apontou Xi, numa mensagem enviada ao presidente eleito. A relação entre Pequim e Brasília arrefeceu, no entanto, durante o mandato de Bolsonaro, que assumiu o poder com a promessa de reformular a política externa brasileira, com uma reaproximação aos Estados Unidos, e pondo em causa décadas de aliança com o mundo emergente. O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros do Brasil, Ernesto Araújo, que foi entretanto substituído, adoptou mesmo uma retórica hostil face à China. O governo de Lula vai, porém, coincidir com um Congresso dominado por forças de direita. Zhou desvalorizou a importância da composição do Congresso para a política externa do Brasil, lembrando que quem tem tomada de decisão na diplomacia chinesa é o chefe de Estado e o Itaramaty, o ministério dos Negócios Estrangeiros brasileiro. “Do ponto de vista do mecanismo de tomada de decisões políticas, o Congresso tem uma influência directa limitada nas relações externas”, observou. O analista lembrou ainda que, apesar da posição ideológica assumidamente anti-China de algumas forças políticas conservadoras, “muitos grupos de direita no Brasil são os reais beneficiários da cooperação” entre os dois países. “Por exemplo, os grupos agrícolas e pecuários, representados pelos partidos de direita brasileiros, obtêm lucros significativos nas trocas económicas e comerciais China – Brasil”, realçou. Desde 2009, a China é o principal parceiro comercial do Brasil, com o comércio bilateral a passar de 9 mil milhões de dólares, em 2004, para 135 mil milhões, em 2021. Nos últimos anos, a participação da China nas exportações do Brasil superou os 30 por cento, à boleia do apetite do país asiático por matérias-primas, sobretudo soja e minério de ferro.
Hoje Macau China / ÁsiaCompras da China à Rússia mais do que duplicam Embora o comércio externo chinês tenha contraído, em Outubro, face ao enfraquecimento da procura global e ao peso das medidas de prevenção epidémica sobre o consumo doméstico, as trocas com a Rússia mais do que duplicaram, num claro aproveitamento sínico dos descontos russos As exportações chinesas caíram, no mês passado, 0,3 por cento, em relação ao período homólogo, para 298,4 mil milhões de dólares, abaixo do crescimento de 5,7 por cento registado em Setembro, segundo dados oficiais divulgados ontem pela Administração Geral das Alfândegas do país. A mesma fonte informou que as importações registaram uma queda homóloga de 0,7 por cento, para 213,4 mil milhões de dólares, em comparação com a expansão de 0,3 por cento alcançada no mês anterior. O excedente comercial da China subiu 0,9 por cento, para 85,2 mil milhões de dólares, no mês passado. As importações oriundas da Rússia, sobretudo petróleo e gás, mais do que duplicaram, aumentando 110,5 por cento, em Outubro, em relação ao ano anterior, para 10,2 mil milhões de dólares. A China pode comprar energia à Rússia sem entrar em conflito com as sanções impostas pelos Estados Unidos, Europa e Japão. Pequim está a intensificar as compras, para aproveitar os descontos russos. Isto causa fricções com Washington e países aliados, ao aumentar o fluxo de caixa de Moscovo e limitar o impacto das sanções. Os analistas esperavam já que o comércio chinês enfraquecesse, à medida que a procura global diminui, face ao aumento das taxas de juro na Europa e Estados Unidos. Medidas sem fim A nível doméstico, a procura continua a ser afectada pelas medidas de prevenção epidémica, que incluem o bloqueio, parcial ou total, de várias cidades, o que interrompe a actividade económica e confina milhões de pessoas nas suas casas durante semanas a fio. O PIB chinês aumentou 3,9 por cento, no terceiro trimestre, em relação ao ano anterior, depois de ter crescido 2,2 por cento, nos primeiros seis meses de 2022. Mas os analistas dizem que a actividade está a enfraquecer, à medida que as medidas de confinamento se tornam mais frequentes, em resposta ao aumento do número de casos em dezenas de cidades do país. “A economia voltou a desacelerar, em Outubro, devido a medidas mais rígidas de prevenção contra a covid-19, bem como à queda da procura externa”, afirmou Larry Hu, da empresa de serviços financeiros australiana Macquarie Group, num relatório. As exportações para os Estados Unidos aumentaram 35,3 por cento, em Outubro, em relação ao ano anterior, para 47 mil milhões de dólares, apesar da prolongada guerra comercial e tecnológica entre os dois países, que resultou na imposição de taxas alfandegárias punitivas por ambos os lados. As importações de bens norte-americanos aumentaram 52,4 por cento, para 12,8 mil milhões de dólares. O excedente comercial da China com os Estados Unidos, que é politicamente sensível, aumentou 29,9 por cento, para 34,2 mil milhões de dólares. As exportações para os 27 países da União Europeia aumentaram 5,5 por cento, para 44,1 mil milhões de dólares, enquanto as importações de produtos europeus encolheram 15,5 por cento, para 21,4 mil milhões de dólares. O excedente comercial da China com a UE aumentou 38,1 por cento, para 22,7 mil milhões de dólares.
Hoje Macau China / ÁsiaMaior feira de importações chinesa com produtos lusófonos A maior feira de importações chinesa arrancou no sábado em Xangai com a presença de dezenas de produtos dos países lusófonos. O Pavilhão de Produtos Alimentares e Bebidas dos Países de Língua Portuguesa na quinta Exposição Internacional de Importação da China (CIIE), com uma área de 600 metros quadrados, vai expor mais de 70 produtos lusófonos, anunciou o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM). O IPIM vai ainda montar o Pavilhão de Serviços Profissionais de Países de Língua Portuguesa, para promover serviços financeiros, logísticos, tecnológicos e de organização de convenções e exposições, indicou, em comunicado. Uma delegação com mais de 50 pessoas, incluindo representantes de 35 empresas de Macau, vai participar na CIIE, que decorre até quinta-feira. Governo de Macau e o Ministro do Comércio da China coorganizaram ontem um fórum para promover a região como plataforma de cooperação com os países lusófonos. Já fui ao Brasil Também o Brasil terá 14 empresas a expor, em stands individuais, na área da CIIE dedicada a produtos alimentares e bebidas, indicou a Agência de Promoção de Exportações e Investimentos brasileira (ApexBrasil), em comunicado. A ApexBrasil disse que vai ainda organizar, em conjunto com o consulado-geral do Brasil em Xangai, o dia do café brasileiro e uma demonstração de culinária brasileira, para promover o café e a gastronomia do país. O Brasil vai também apresentar um pavilhão de tecnologia, com 19 ‘startups’ tecnológicas brasileiras, incluindo oito seleccionadas durante a terceira edição da Semana de Inovação China-Brasil, em Agosto. Moçambique será um dos oito países a participar pela primeira vez na CIIE, juntamente com Nicarágua, Djibuti, Mauritânia, Comores, República Democrática do Congo, Iraque e Islândia, de acordo com a agência de notícias oficial chinesa Xinhua. Segundo a televisão chinesa CCTV, Timor-Leste, que nas edições anteriores teve apenas um stand na CIIE, vai ter este ano, pela primeira vez, dois espaços, com um total de 30 metros quadrados, em duas áreas da feira. O destaque da participação timorense será o café “kopi luwak”, produzido com grãos extraídos das fezes da civeta, uma espécie de felino. No mês passado, a Associação de Amizade da Província de Yunnan, no sudoeste da China, entregou um apoio de 70 mil dólares à Associação Café Timor, que reúne produtores em todo o país.
Hoje Macau China / Ásia ManchetePortuguês detido em Hong Kong por suspeitas do crime de sedição Em causa estão publicações e partilhas online realizadas através do Facebook, portais da Internet, Twitter, Instagram e Telegram, que a polícia de Hong Kong considerou promover a violência e o ódio contra as autoridades centrais e da RAEHK Um cidadão português de 40 anos está detido por suspeitas do crime de sedição, por ter publicado conteúdos ‘online’ que as autoridades de Hong Kong consideram “incitar à violência” ou “trazer ódio” ao território. A notícia foi avançada na sexta-feira pelo jornal Hong Kong Free Press. O cidadão identificado como Joseph John Wong Kin Chung é acusado pelas autoridades da RAEHK de alegadamente “publicar e tornar disponível/partilhar comentários e fotografias no Facebook, portais da Internet, Twitter, Instagram e Telegram” com intenções de sedição. Ainda de acordo com a acusação, o homem tinha alegadamente a intenção de “trazer ódio ou desprezo ou despertar descontentamento” contra as autoridades centrais e o governo de Hong Kong, e por meios não legais “incitar as pessoas à violência” e/ou “aconselhar a desobediência contra lei ou qualquer outra ordem legal”. A acusação é feita com recurso à lei colonial britânica, aplicada em Hong Kong durante vários anos, e, neste caso concreto, não está relacionada com a Lei de Segurança de Nacional, imposta pelo Governo Central à RAEHK. Relacionados com a Lei de Segurança Nacional, explicou o Hong Kong Free Press, estão os critérios utilizados pelo juiz Peter Law, para evitar que Joseph John pudesse sair em liberdade, através do pagamento de uma fiança. Como Law considerou não haver motivos suficientes para acreditar que John não voltasse a “praticar actos que ameaçam a segurança nacional”, recusou a fiança, pelo que o português vai aguardar julgamento na prisão. Em acompanhamento Face à detenção de um cidadão português, e em resposta a vários órgãos de comunicação social em Portugal, o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) português disse ter “conhecimento da detenção de um cidadão portador de passaporte português em Hong Kong”. “De momento, o MNE, através do consulado-geral de Portugal em Macau, está a diligenciar junto das autoridades de Hong Kong para apurar mais elementos sobre este caso, bem como informar em conformidade a família, da qual foi recebido contacto”, foi acrescentado pelas autoridades. Joseph John Wong Kin Chung é professor no Royal College of Music no Reino Unido e foi detido durante uma deslocação a Hong Kong. As notícias disponíveis não esclarecem se os comentários partilhados e publicados nas redes sociais foram feitos quando se encontrava no Reino Unido ou em Hong Kong. Joseph John tem o direito de pedir uma revisão da fiança a 11 de Novembro, e o caso será julgado a 26 de Janeiro do próximo ano. Esta data foi definida depois de as autoridades de Hong Kong terem pedido mais tempo para conduzir a investigação.
Hoje Macau China / ÁsiaEncontro Xi-Scholz cria ondas na Europa. Macron também queria vir a Pequim A visita do chanceler alemão a Pequim foi encarada como tendo um “significado especial, tanto para a China como para a Europa. Em causa, está a autonomia estratégica do Velho Continente. O Presidente chinês Xi Jinping encontrou-se com o chanceler alemão Olaf Scholz na sua visita oficial à China em Pequim na sexta-feira, tornando-o o primeiro líder europeu a visitar a China após o 20º Congresso Nacional do Partido Comunista da China. Os dois líderes concordaram em reforçar a cooperação e manter o diálogo, prometendo expandir ainda mais a cooperação para além das áreas tradicionais em novos sectores, tais como novas energias e digitalização e aumentar a confiança política mútua para uma relação estável China-Alemanha. A visita de Scholz – uma visita curta mas considerada pela imprensa chinesa como “frutuosa e de grande significado” – é amplamente vista como importante para “injectar uma nova dinâmica não só nos laços China-Alemanha mas também nas relações China-Europa em geral, dando o exemplo a outros países europeus para equilibrar as suas políticas em relação à China”. Esta relação, ainda segundo a imprensa chinesa, “também serve como pedra de toque para a autonomia estratégica europeia”. O Presidente francês Emmanuel Macron tinha sugerido a Olaf Scholz que fossem juntos a Pequim e enviassem um sinal de unidade da UE, relatou a Reuters. Trabalho em tempos de cólera Durante a reunião, Xi sublinhou a necessidade da China e da Alemanha, “dois países com grande influência”, trabalharem em conjunto em tempos de mudança e instabilidade e contribuírem mais para a paz e desenvolvimento mundiais. A China trabalhará com a Alemanha para uma parceria estratégica global orientada para o futuro e para novos progressos nas relações China-Alemanha e China-Europa”, disse Xi. O presidente chinês salientou que “a confiança política é fácil de destruir, mas difícil de reconstruir e que deve ser alimentada e protegida por ambas as partes”. Notando o elevado grau de estabilidade e consistência na política da China em relação à Alemanha, Xi apelou à Alemanha para seguir uma política positiva da China para benefício mútuo de ambos os países. O dia mais longo No que diz respeito às relações China-Europa, Xi disse que “a China considera sempre a Europa como um parceiro estratégico abrangente e apoia a autonomia estratégica da UE, desejando a estabilidade e prosperidade da Europa. A China sustenta que as suas relações com a Europa não são visadas, dependentes ou sujeitas a terceiros”. O encontro entre os dois líderes foi mais longo do que o previsto e isso “transmite um significado especial e os consensos alcançados sobre globalização, liberalização do comércio e um mundo multipolar também indicaram a direcção futura para as relações China-Alemanha, laços China-UE e assuntos globais”, refere a citada imprensa. A visita de Scholz incluiu uma delegação empresarial de alto nível, incluindo os fabricantes de automóveis Mercedes-Benz e Volkswagen, e o gigante químico BASF, mostrando como a cooperação empresarial China-Alemanha continua a ser estimulada pelos dois governos. Durante o encontro com Xi, Scholz disse que “a China é um parceiro comercial importante para a Alemanha e para a Europa como um todo”. Segundo o chanceler, “a Alemanha apoia firmemente a liberalização do comércio, apoia a globalização económica, e opõe-se à dissociação, está pronta para uma cooperação comercial e económica mais estreita com a China e apoia mais investimento mútuo entre empresas chinesas e alemãs”. “É necessário um mundo multipolar no qual o papel e a influência dos países emergentes possam ser levados a sério. A Alemanha opõe-se ao confronto de blocos, pelo qual os políticos devem ser considerados responsáveis. A Alemanha desempenhará o seu papel na promoção das relações Europa-China”, disse Scholz. “Os dois líderes manifestaram uma clara oposição, o que envia um sinal importante para a estabilidade mundial e o desenvolvimento sustentável”, disse Jiang Feng, um investigador da Universidade de Estudos Internacionais de Xangai. “Depois de uma consideração completa, tal como os EUA têm vindo a intensificar os esforços para criar um clima para um certo grau de politicamente correcto na Europa, a Alemanha veio com esta rejeição da dissociação, que deveria ser um consenso moldado entre as diferentes forças políticas do país”, disse Jiang Feng. Alguns funcionários ocidentais e políticos alemães têm estado “cautelosamente” a assistir à visita de Scholz, e alguns meios de comunicação social norte-americanos salientaram que Scholz está “sob pressão de Washington, que quer que a Alemanha saia da China”, disse. Interesses divididos A Ministra dos Negócios Estrangeiros alemã Annalena Baerbock afirmou na quinta-feira, durante uma reunião em curso dos ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 em Muenster, na Alemanha, que o G7 está pronto a reconhecer a China como “concorrente” e “rival”, uma vez que o Japão se prepara para assumir a presidência do grupo de nações, de acordo com relatos dos meios de comunicação social. O partido dos Verdes de Baerbock adopta geralmente uma retórica dura sobre a China e temas de direitos humanos. “Os interesses nacionais da Alemanha correm agora o risco de serem tomados como reféns por certos partidos políticos e interesses individuais, uma vez que tem sido anormal nas presidências anteriores que os departamentos de política externa falem com uma voz diferente da do chefe do governo”, disse Cui Hongjian, director do Departamento de Estudos Europeus do Instituto de Estudos Internacionais da China. “A Alemanha precisa de um período de tempo para se auto-ajustar. Como Chanceler, Scholz tem a última palavra e se as suas ideias obtiverem uma resposta positiva do lado chinês, então a China-Alemanha está a avançar na direcção correcta, o que irá melhorar a sua política dentro do governo”, disse Cui. Além disso, os peritos chineses acreditam que haverá um “efeito de onda” na Europa após a visita de Scholz, uma vez que uma relação estável e em desenvolvimento China-Alemanha desempenhará um papel positivo nas relações globais China-UE. Zhao Lijian, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, disse que não tinha informações disponíveis para partilhar quando questionado sobre o assunto na sexta-feira. “Agora a UE está a ponto de ajustar as suas políticas em relação à China. A que direcção se vão ajustar? Depende do quanto os efeitos da cooperação China-Alemanha possam expandir-se para outros países e acelerar a cooperação a nível China-UE”, disse Cui. Ucrânia na mesa Xi e Scholz também falaram sobre a crise da Ucrânia durante a reunião, e Xi reafirmou o apoio da China à Alemanha e à Europa para desempenharem um papel importante na facilitação das conversações de paz e na construção de uma arquitectura de segurança equilibrada, eficaz e sustentável na Europa. “Nas actuais circunstâncias, a comunidade internacional deve apoiar todos os esforços conducentes à resolução pacífica da crise da Ucrânia e apelar às partes relevantes para que se mantenham racionais e exerçam contenção, iniciem o envolvimento directo o mais rapidamente possível e criem condições para o reinício das conversações”, disse Xi. Xi disse também que a China se opõe à ameaça ou utilização de armas nucleares, e defende que as armas nucleares não podem ser utilizadas e que as guerras nucleares devem ser travadas, para evitar uma crise nuclear na Eurásia. Cooperação prática O Presidente da Câmara de Comércio da UE na China Joerg Wuttke disse que “a Câmara acredita que a Alemanha deve adoptar uma abordagem à medida e procurar aprofundar o seu envolvimento com a China onde os interesses se complementam – tal como em relação à luta contra as alterações climáticas, à promoção da normalização internacional e à manutenção do sistema comercial multilateral – ao mesmo tempo que aborda também áreas onde existem dependências críticas. “A visita de Scholz será um exemplo para outros países europeus”, disse Wang Yiwei, director do Instituto de Assuntos Internacionais da Universidade de Renmin da China. “Quanto à crise na Ucrânia, a Alemanha não é apenas importante economicamente na Europa, mas também em termos de segurança”, referiu Wang. “É importante ter cooperação prática e encontrar novas complementaridades, dado o aumento dos preços da energia e dos custos de produção. A Europa enfrentará maiores problemas se desistir de cooperar com a China”, concluiu. Pragmatismo e cooperação O primeiro-ministro chinês Li Keqiang também se encontrou com Scholz e descreveu a cooperação económica e comercial como um lastro para o desenvolvimento das relações bilaterais. “A China está disposta a reforçar a cooperação com a Alemanha em matéria de comércio e investimento, fabrico, vacinas e outros campos importantes, impulsionar a criação de um mecanismo de colaboração para lidar com as alterações climáticas e aumentar os voos directos entre os dois países para facilitar o intercâmbio de pessoas”, disse Li, de acordo com a emissora estatal chinesa CCTV. Nas últimas cinco décadas, a cooperação bilateral entre os dois países continuou a aprofundar-se, com o comércio bilateral a crescer quase 1000 vezes. Xi disse a Scholz que os dois lados deveriam tornar o conjunto de interesses comuns ainda maior. Segundo o presidente chinês, embora explorando mais potencial de cooperação em áreas tradicionais, deviam ser feitos esforços para energizar a cooperação em campos emergentes como as novas energias, inteligência artificial e digitalização. “A China é um parceiro importante para a Alemanha, uma vez que o seu desenvolvimento futuro é previsível, por mais dividida que a Alemanha esteja sobre ideologia ou reconhecimento do nosso sistema”, referiu Jiang. “Eles vêem claramente a estabilidade, continuidade e sustentabilidade do desenvolvimento da China, pois sabem que não podem livrar-se do papel da China no crescimento económico, alterações climáticas e outras questões globais”. No entanto, peritos chineses acreditam que os EUA continuarão a exercer influência sobre a Europa. Por exemplo, apontaram recentemente o dedo a uma empresa chinesa por ter assumido uma participação de controlo no terminal portuário alemão do porto de Hamburgo. “A política da Europa em relação à China será uma pedra de toque para a sua autonomia estratégica”, disse Jiang, “pois a forma de definir a sua política em relação à China, de modo a reflectir os interesses reais do continente, continua a ser um desafio”.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA rotulam China como a “maior ameaça” à defesa nacional. Pequim responde “China nunca procurará hegemonia”. A nova Estratégia de Defesa Nacional de Washington de rotular a China como a maior ameaça para os EUA mereceu uma resposta contundente da parte de Pequim. Quem ameça quem, é o que o mundo tem de avaliar à luz do que ocorre no palco internacional A China condenou a nova Estratégia de Defesa Nacional (NDS) dos EUA, afirmando que a política americana é conduzida pela “lógica da dominação”, ao mesmo tempo que insiste que Pequim nunca procurará “hegemonia” sobre outras nações. Questionado sobre a NDS de 2022 do Pentágono divulgada em finais de Outubro – que declara que a China coloca o “desafio mais consequente e sistémico” à segurança nacional dos EUA – o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Zhao Lijian, disse que o documento “joga com a concorrência dos principais países e deliberadamente deturpa as políticas externa e de defesa da China”. O documento “é conduzido ostensivamente por uma mentalidade de Guerra Fria de soma zero e pela lógica de dominação e hegemonia e diz tudo sobre as más intenções dos EUA de conter e suprimir a China sob vários pretextos falsos”, continuou o porta-voz, acrescentando que o seu país rejeitará todas as “tentativas de chantagear, conter, bloquear e exercer a pressão máxima”. Enquanto a nova NDS afirma que a China tem utilizado o seu crescente poder militar e económico para minar as alianças dos EUA na Ásia, Zhao insistiu que a política externa de Pequim visa “manter a paz mundial e promover o desenvolvimento comum” entre as nações. “Não importa o estádio de desenvolvimento a que cheguemos, nunca procuraremos a hegemonia ou o expansionismo”, disse, exortando Washington a “seguir a tendência da paz e do desenvolvimento, abandonar a mentalidade de soma zero da Guerra Fria, deixar de ver o mundo e as relações China-EUA numa perspectiva de confronto, e deixar de distorcer as intenções estratégicas da China”. A administração do Presidente dos EUA Joe Biden tem repetidamente declarado a China como o principal concorrente da América e a principal preocupação, colocando um forte enfoque no país na sua nova NDS, bem como numa Revisão da Postura Nuclear e Revisão da Defesa Anti-Mísseis. As tensões entre Washington e Pequim aumentaram significativamente desde Agosto, quando a Presidente da Câmara dos EUA Nancy Pelosi visitou Taiwan, apesar das fortes objecções de Pequim, que vê a ilha como parte do seu próprio território. Embora a viagem tenha provocado uma ronda sem precedentes de exercícios militares chineses no ar e nas águas em torno de Taiwan, as delegações ocidentais continuaram a visitar Taipé nos meses que se seguiram. A provocação de Nancy Pelosi levou a China a responder, cortando os laços militares e climáticos com Washington. Mas os EUA insistem que “a China continua a ser a principal ameaça de segurança nacional para os EUA”, mesmo quando o conflito da Ucrânia aumenta as tensões entre Washington e Moscovo, refere o Pentágono informou na sua última avaliação anual da defesa. “O mais abrangente e sério desafio à segurança nacional dos EUA é o esforço coercivo e cada vez mais agressivo da RPC (República Popular da China) para remodelar a região Indo-Pacífico e o sistema internacional de acordo com os seus interesses e preferências autoritárias”, escreve o Pentágono no seu relatório de 2022 sobre a Estratégia de Defesa Nacional (NDS). O Pentágono afirmou que Pequim procurou minar as alianças dos EUA na Ásia e alavancar o seu crescente poder económico e militar para “coagir os seus vizinhos e ameaçar os seus interesses”. Em particular, a China tem alegadamente utilizado retórica e coerção cada vez mais provocatórias contra Taiwan, ameaçando a paz e a estabilidade na região. “Isto faz parte de um padrão mais amplo de comportamento desestabilizador e coercivo da RPC que se estende através do Mar da China Oriental, do Mar do Sul da China e ao longo da Linha de Controlo Real” na fronteira sino-indiana, afirma o relatório. Entretanto, a China expandiu e modernizou quase todos os aspectos do seu Exército de Libertação do Povo, “com um enfoque na compensação das vantagens militares dos EUA”. Mesmo ao liderar os esforços ocidentais para sancionar a Rússia e fornecer à Ucrânia milhares de milhões de dólares em ajuda militar, os EUA têm vindo a aumentar as tensões sobre Taiwan, que Pequim reivindica como parte do seu território soberano. Devido aos investimentos de Pequim na modernização do seu armamento nuclear, os EUA enfrentam o desafio de dissuadir duas grandes potências que possuem capacidades nucleares avançadas e diversificadas – China e Rússia – “criando assim novas tensões na estabilidade estratégica”, disse o Pentágono. O relatório rotulava a Rússia como uma “ameaça aguda (acute threat)”, um passo abaixo do “desafio contínuo (pacing challenge)” apresentado pela China. “A invasão sem provocação, injusta e imprudente da Rússia à Ucrânia sublinha o seu comportamento irresponsável”, disse o Secretário da Defesa Lloyd Austin numa nota que acompanha a NDS. “Os esforços para responder ao ataque da Rússia à Ucrânia também realçam dramaticamente a importância de uma estratégia que aproveite o poder dos nossos valores e o nosso poder militar com o dos nossos aliados e parceiros”. Austin disse que, ao contrário da China, a Rússia não pode “desafiar” sistematicamente os EUA a longo prazo. Pequim é “o único concorrente com a intenção de reformular a ordem internacional e, cada vez mais, com o poder de o fazer”, acrescentou ele. A China já se viu anteriormente ameaçada de ser classificada como uma ameaça à segurança dos EUA. “Opomo-nos à antiquada mentalidade da Guerra Fria e à mentalidade de soma zero”, insistiu no início deste mês a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning.
Hoje Macau China / ÁsiaChanceler alemão de visita a Pequim O chanceler alemão, Olaf Scholz, realiza esta sexta-feira a primeira visita à China desde que assumiu o poder, numa altura em que Alemanha e União Europeia (UE) estão a reajustar a abordagem em relação a Pequim. A visita de Scholz vai enfrentar um escrutínio minucioso. Embora o seu governo tenha já sinalizado um afastamento da abordagem puramente comercial em relação ao país asiático, cultivado pela antecessora Angela Merkel, Scholz leva consigo uma delegação empresarial, que inclui os presidentes executivos da Volkswagen, BioNtech ou Siemens. A deslocação surge também após a polémica suscitada pelo investimento de uma empresa de gestão de portos chinesa num terminal de contentores alemão. O líder da maior economia da Europa vai reunir em Pequim com o Presidente Xi Jinping e o primeiro-ministro Li Keqiang, durante a visita de um dia. Face às altamente restritivas medidas de prevenção contra a covid-19 que vigoram na China, a delegação alemã não vai passar a noite em Pequim. Trata-se da primeira visita de um líder da UE desde o início da pandemia e ocorre logo depois de Xi obter um terceiro mandato como secretário-geral do Partido Comunista Chinês e promover aliados ao topo da hierarquia do poder na China. Um alto funcionário alemão, que informou os repórteres sob condição de anonimato, caracterizou a visita como uma “viagem de exploração”, para apurar “onde está a China, para onde vai a China e que formas de cooperação são possíveis com esta China específica, na actual situação global”. O funcionário apontou para a “responsabilidade particular” de Pequim, como aliada da Rússia, em ajudar a pôr fim à guerra na Ucrânia e pressionar Moscovo a suavizar a sua retórica nuclear. O chanceler vai também procurar “equilibrar” as relações económicas. No topo A China foi o maior parceiro comercial da Alemanha, em 2021, pelo sexto ano consecutivo. O país asiático foi a principal origem das importações alemãs e o segundo maior destino das exportações, a seguir aos Estados Unidos. O Governo de Scholz reconheceu já, no entanto, que a China é cada vez mais um concorrente e um “rival sistémico”, bem como um parceiro em questões como as alterações climáticas. A sua coligação, composta por três partidos, prometeu elaborar uma “estratégia abrangente para a China”. A ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock, disse no domingo que teme “que o erro cometido pela Alemanha nos últimos anos com a Rússia se possa repetir”, equiparando a dependência do gás russo à dependência no mercado chinês. “Devemos evitar isso”, apontou. Os comentários de Baerbock surgiram depois de o Governo alemão ter debatido se permitiria ou não que a chinesa COSCO assumisse uma participação de 35 por cento num terminal de contentores no porto de Hamburgo. Baerbock e outros governantes opuseram-se ao acordo, enquanto Scholz minimizou a sua importância. A COSCO foi autorizada a assumir uma participação abaixo dos 25 por cento. Uma participação superior permite ao investidor bloquear as decisões da empresa. O cesto e os ovos Ao contrário dos seus dois antecessores imediatos, Scholz fez do Japão, e não da China, o seu primeiro destino asiático e está a incentivar as empresas a diversificarem, mas não está a desencorajar os negócios com a China. Após uma cimeira da UE, realizada no mês passado, o líder alemão afirmou: “Ninguém está a dizer que temos que sair [da China], que não podemos mais exportar, importar ou investir [na China]”. Mas, num mundo cada vez mais multipolar, “não devemos concentrar-nos em apenas alguns países”, sublinhou. “Não colocar os ovos todos na mesma cesta é o mais sábio”. Na mesma cimeira, os líderes dos 27 países da UE discutiram a redução da sua dependência face à China no fornecimento de equipamentos de tecnologia e minerais brutos, e concordaram em exigir um melhor equilíbrio nas relações económicas, enquanto trabalham com Pequim em questões globais. Citado pelo jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, Scholz garantiu que está a viajar “como europeu” e que Berlim consultou de perto os parceiros europeus e transatlânticos antes da visita. Disse também que a “política da Alemanha em relação à China só pode ser bem-sucedida se incorporada numa política europeia”. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China Zhao Lijian disse, na terça-feira, que Pequim acredita que a visita de Scholz “vai injectar novo ímpeto” no desenvolvimento da “parceria estratégica abrangente” entre os dois países e que “contribuirá para a paz, estabilidade e crescimento mundial”.
Hoje Macau China / ÁsiaReguladores chineses instam a “não apostarem contra a China” Os reguladores chineses desvalorizaram ontem a crise imobiliária e a desaceleração do crescimento económico do país, pedindo aos investidores estrangeiros a “não apostarem contra a China”, numa cimeira financeira realizada em Hong Kong. Cerca de 200 executivos do setor financeiro estão reunidos para discutir questões relacionadas com a sustentabilidade e riscos no sistema financeiro internacional, na primeira grande conferência realizada na região autónoma da China, que deixou de impor quarentena a quem chega do exterior. O vice-presidente da Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China, Fang Xinghai, pediu aos participantes para visitarem o país asiático, entenderem o que está a acontecer, e “não apostarem” contra a China e Hong Kong. A imprensa internacional “não entende muito bem a China” e tem uma “visão de curto prazo”, descreveu Fang, provocando risos e aplausos da plateia. Fang e outras autoridades chinesas participaram na conferência através de vídeos gravados com antecedência, uma vez que as viagens de e para a China continental estão limitadas por rigorosos requisitos de quarentena. O presidente do banco central da China, Yi Gang, disse que a inflação permanece moderada, abaixo de 3%, em comparação com 8% ou mais em muitas economias ocidentais, e que o país vai manter as políticas de reforma económica. Os comentários parecem visar as preocupações que surgiram depois do 20.º Congresso do Partido Comunista Chinês, realizado no mês passado. No dia a seguir à apresentação da nova formação do Comité Permanente do Politburo do Partido Comunista, a bolsa de Valores de Hong Kong afundou 6,5%, para o nível mais baixo desde 2009. “A China tem perspectivas de alargamento do mercado a longo prazo, já que há ainda muito espaço para o processo de urbanização, e a procura dos consumidores de classe média permanece alta”, disse Yi. A economia da China cresceu a um ritmo anual de 3,9%, no último trimestre, em comparação com o ano anterior, bem abaixo da meta oficial de “cerca de 5,5%”. O sector imobiliário enfrenta uma crise de liquidez, à medida que os reguladores tentam conter o aumento da dívida para níveis insustentáveis. O vice-presidente da Comissão Reguladora de Bancos e Seguros da China, Xiao Yuanqi, procurou tranquilizar os participantes da conferência, ao apontar que o crédito à habitação representa apenas 26% dos empréstimos totais dos bancos e que 90% dos empréstimos são de “boa qualidade”. A lista de participantes inclui os presidentes executivos dos bancos de investimento Morgan Stanley, Goldman Sachs, e outros executivos importantes de instituições como o Citigroup e a Blackstone. A conferência visa destacar o papel da antiga colónia britânica como um centro financeiro atraente e competitivo. A cidade continua a ser o “único lugar do mundo onde as vantagens do sistema financeiro internacional e as vantagens únicas da China se unem num só lugar”, disse o chefe do Executivo de Hong Kong, John Lee, na abertura do evento. “Essa convergência única torna Hong Kong num elo insubstituível entre o continente e o resto do mundo, à medida que o centro de gravidade económica do mundo se desloca para o leste”, defendeu. Lee disse que o “pior está para trás”. O ex-chefe da Segurança da região afirmou que “a lei e a ordem foram restauradas” e que os distúrbios sociais foram resolvidos. Os organizadores avançaram com a conferência há muito planeada, apesar dos alertas de tempestade tropical, que levaram as autoridades a encerrar as escolas. Hong Kong ajustou também as medidas de prevenção epidémica para permitir que os participantes jantem em restaurantes específicos. A maioria dos outros viajantes está proibida de o fazer durante os três dias após a chegada. Os participantes que testarem positivo podem também sair em vôos fretados, se quiserem, em vez de ficarem isolados por pelo menos sete dias no território.
Hoje Macau China / ÁsiaReunião da Organização de Cooperação de Xangai junta primeiros-ministros Pequim apresenta novas medidas O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, presidiu na terça-feira a 21ª reunião do Conselho de Chefes do Governo dos Estados Membros da Organização de Cooperação de Xangai (OCS, em inglês), em Pequim, onde apresentou uma proposta de cinco pontos sobre a promoção da cooperação da OCS. Os primeiros-ministros do Cazaquistão, Alikhan Smailov, do Quirguistão, Akylbek Japarov, da Rússia, Mikhail Mishustin, do Tajiquistão, Kokhir Rasulzoda, do Uzbequistão, Abdulla Aripov, os ministros dos Negócios Estrangeiros da Índia e do Paquistão e representantes dos Estados observadores da OCS participaram da reunião, que foi realizada por videoconferência. Na abertura, Li Keqiang disse que “a OCS fez importantes contribuições à paz e à estabilidade da região e ao desenvolvimento e prosperidade dos países regionais”, acrescentando que, na reunião realizada em Samarcanda em Setembro passado, tinham sido alcançados “novos entendimentos comuns sobre o desenvolvimento da OCS”. “Manter a paz e o desenvolvimento continua a ser a tendência dos nossos tempos e as aspirações do nosso povo”, disse Li. “A China continuará a trabalhar com membros da família OCS para aprofundar a confiança política, a cooperação de benefício mútuo e os intercâmbios de amizade, defender o espírito de Xangai e trazer maiores benefícios aos povos de todos os países”, assinalou Li, antes de fazer as cinco propostas sobre a promoção da cooperação da OCS (ver caixa). Economia difícil “Confrontada com factores complexos e intrincados em casa e no exterior, a economia chinesa passou por pressões além da expectativa, com um declínio notável no início do segundo trimestre”, disse Li ao avaliar a situação económica da China. Contudo, “a China respondeu rapidamente e introduziu um pacote de políticas para estabilizar a economia “, disse Li, acrescentando que a China concentrou-se em ajudar as entidades do mercado a permanecer estáveis, manter o emprego e os preços estáveis. Segundo o primeiro-ministro, “através desses esforços, a economia chinesa reverteu a tendência de queda”. “Promoveremos vigorosamente o desenvolvimento económico constante, sólido e sustentável”, acrescentou. Segundo o primeiro-ministro, “a China tem mais de 160 milhões de entidades de mercado e seu povo é trabalhador e inteligente, o que serve como a maior resiliência e confiança para o desenvolvimento económico do país. A China continuará trabalhando para a entrega completa do pacote de políticas introduzido para estabilizar a economia, trabalhar para maximizar seus efeitos, manter os principais indicadores económicos dentro da faixa apropriada e buscar melhores resultados, ressaltou. “A China continuará no caminho de desenvolvimento pacífico, participará ativamente da reforma e desenvolvimento do sistema de governança global e trabalhará com todas as partes para promover a paz , a estabilidade, o desenvolvimento e a prosperidade do mundo”, afirmou. Os participantes da reunião elogiaram os importantes resultados da cooperação da OCS em diversas áreas e avaliaram a estatura da OCS como uma plataforma eficaz para a cooperação internacional e o seu papel cada vez mais importante para manter da confiança mútua entre os Estados membros, impulsionar o desenvolvimento e defender a paz e a segurança regionais. Além disso, expressaram a vontade de explorar ainda mais o potencial de cooperação, fortalecer os mecanismos de cooperação, aprimorar a cooperação em áreas como economia e comércio, investimento, inovação, protecção ambiental, agricultura, intercâmbios interpessoais e culturais, conectividade e economia digital, manter o multilateralismo e enfrentar em conjunto os desafios da segurança alimentar e energética e das mudanças climáticas, com o objectivo de melhorar o bem-estar de todos os povos e promover a estabilidade e prosperidade regionais e globais. A reunião divulgou um comunicado conjunto e adoptou uma série de documentos e resoluções de cooperação em economia e comércio, economia digital e outras áreas.
Hoje Macau China / ÁsiaManter uma política monetária “normal”, impulsionar o apoio à economia real A China tem as condições e manterá uma política monetária “normal” para assegurar o valor estável do yuan e aumentar o apoio financeiro à economia real, de acordo com um relatório oficial sobre o trabalho financeiro do país. “É outro sinal de que a China irá enfatizar a estabilidade na sua política financeira, numa altura em que os mercados financeiros globais enfrentam uma agitação crescente sob a política monetária radical dos EUA, comentaram especialistas chineses. De acordo com um relatório apresentado pelo Conselho de Estado à 37ª Sessão do Comité Permanente da 13º Assembleia Nacional Popular, a China tem condições para manter uma “política monetária normal” durante o máximo de tempo possível e manter a estabilidade da moeda. O relatório foi entregue por Yi Gang, chefe do banco central da China. “A China vai manter o crescimento da oferta monetária e a escala do financiamento social à velocidade do crescimento económico nominal, desbloquear o mecanismo de transmissão da política monetária, e reforçar a estabilidade do crescimento do crédito para realizar os efeitos abrangentes do financiamento na expansão do investimento, estimulando o consumo e apoiando o emprego”, lê-se no relatório. “A nação continuará também a aprofundar as reformas orientadas para o mercado das taxas de juro para encorajar as instituições financeiras a reduzir as suas taxas de juro reais dos empréstimos, ao mesmo tempo que aumenta a flexibilidade da taxa de câmbio do yuan para o manter a um nível razoável e equilibrado”, refere ainda o documento. Dong Shaopeng, um investigador sénior do Instituto Chongyang de Estudos Financeiros da Universidade de Renmin da China, disse que a política monetária “normal” significa que não será nem demasiado frouxa nem demasiado apertada, o que poderia causar a deflação da moeda e não acompanhar o desenvolvimento económico do país. De acordo com Dong, o crescimento da massa monetária tem sido estável em cerca de 8% nos últimos anos, uma vez que as autoridades tomaram em consideração factores como a inflação moderada e o crescimento estável do PIB. “A economia real da China é a mais estável do mundo, o que fornece a base fundamental para a estabilidade da moeda”, disse Dong. A iniciativa da China de manter uma política monetária estável está em forte contraste com as políticas monetárias “anormais” adoptadas pelos principais bancos centrais do mundo, depois da Reserva Federal dos EUA ter subido as taxas de juro a uma velocidade acima do normal para conter a inflação, exemplo seguido pelo Banco Central Europeu. “Em comparação, a política monetária da China tem mantido continuidade e estabilidade, evitando inundações e alcançando o objectivo de estabilizar a economia. É de enorme significado estabilizar os mercados financeiros e manter estável o yuan offshore e onshore”, disse Chen Jia, um investigador independente. O yuan tem sofrido algumas flutuações nas últimas semanas, na sequência da subida das taxas de juro do Fed. O yuan offshore quebrou o nível de 7,35 por dólar recentemente, e situa-se agora em cerca de 7,26 contra o dólar americano. “Se a economia real e os fundamentos financeiros sofrerem alterações qualitativas, então é necessário que a China melhore e ajuste a sua política monetária em conformidade”, disse Chen. Os funcionários sublinharam também que a China irá aderir à política de “finanças ao serviço da economia real” e aumentar a força do apoio financeiro à economia real para manter a economia a funcionar dentro de um intervalo razoável. Isto será feito através de múltiplos métodos, tais como encorajar os credores a expandir a oferta de crédito a um ritmo razoável e direccionar mais capital para indústrias avançadas de manufactura e indústrias estratégicas emergentes. “Existem ainda problemas de financiamento para a economia real, tais como a falta de instrumentos financeiros”, notou Dong. “Os canais de financiamento emergentes nos últimos anos, tais como os empréstimos entre pares e os bancos rurais, também têm exposto muitos problemas. Assim, é importante optimizar as avaliações de crédito para as pequenas e médias empresas, para que estas possam ter acesso mais facilmente ao capital de investimento e manter baixas as taxas de crédito mal parado”, disse ele. No relatório, os funcionários sublinharam também que a China continuará a aprofundar a reforma financeira e a abertura, incluindo o apoio a empresas qualificadas para procurarem listas no estrangeiro. Chen disse que a promoção de listas no estrangeiro é importante para estabilizar o mercado financeiro global. “Numa altura em que os mercados de capitais americanos estão a atravessar uma fase de volatilidade e o conselho técnico está preso numa crise de liquidez, estabilizar as perspectivas das acções chinesas cotadas no estrangeiro é o maior esforço para estabilizar os mercados financeiros e de investimento globais”, afirmou.
Hoje Macau China / ÁsiaO Rio Amarelo vai agora ser protegido por nova legislação, que reconhece os problemas existentes A China aprovou uma lei para proteger o que chama o seu “rio mãe”, visando os problemas existentes no rio Amarelo, tais como um frágil ambiente ecológico, escassez de água, ameaça de inundações e desenvolvimento inadequado. Depois de três rondas de deliberação da legislatura chinesa, inicialmente iniciadas a 20 de Dezembro de 2021, a Lei de Protecção do Rio Amarelo foi ratificada pelo Comité Permanente do Congresso Nacional do Povo Chinês no domingo e entrará em vigor a 1 de Abril de 2023. “A lei foi feita para reforçar a protecção ecológica da bacia do Rio Amarelo e promover a calma e a inocuidade do rio, a eficiência e a utilização intensiva dos recursos hídricos, o desenvolvimento de alta qualidade bem como a sua cultura histórica”, diz a primeira disposição geral da lei. “Como a protecção ecológica e o desenvolvimento de alta qualidade do Rio Amarelo se tornou uma importante estratégia nacional desde o 18º Congresso Nacional do Partido Comunista da China em 2012, a Lei de Protecção do Rio Amarelo centra-se de perto nas principais contradições e problemas específicos e estabelece requisitos específicos para a resolução destes problemas”, disse Yuan Jie, um funcionário da Comissão de Assuntos Legislativos do Comité Permanente do NPC no domingo. “Por exemplo, para resolver os maiores problemas do Rio Amarelo, a lei exige medidas específicas sobre diferentes tipos de problemas de acordo com as áreas de bacia, tais como as margens do rio e estuário. A lei também prevê o caudal ecológico do rio, o nível da água do lago, a conservação da biodiversidade, o período de proibição da pesca, a sobre-exploração das águas subterrâneas e a restauração ecológica das minas”, disse Yuan. A lei também refere medidas anti-poluição, disse Yuan, enumerando requisitos de monitorização de substâncias químicas tóxicas, especialmente novos poluentes, bem como normas de qualidade da água e normas de descarga de poluentes da água. Guiada por um documento sobre a protecção ecológica e o desenvolvimento de alta qualidade da bacia do rio Amarelo, elaborado em Outubro de 2021, a Lei de Protecção do Rio Amarelo é a segunda legislação da China sobre bacias hidrográficas, depois de a lei de protecção do rio mais longo da China, o Yangtze, ter sido aprovada em 26 de Dezembro de 2020.
Hoje Macau China / ÁsiaRússia | Xi Jinping refere “amplas perspectivas” na amizade entre os dois países O presidente chinês, Xi Jinping, afirmou ontem que a amizade entre a China e a Rússia tem “amplas perspectivas” e assinalou que ainda há “grandes conquistas a serem alcançadas” pelos dois países. Numa mensagem enviada à Associação de Amizade China-Rússia, para marcar o 65.º aniversário desde o estabelecimento das relações diplomáticas, Xi disse que a organização fez “contribuições importantes para promover o entendimento mútuo e a confiança entre os dois povos”. “A amizade entre China e Rússia tem amplas perspectivas e ainda há grandes conquistas a serem alcançadas”, escreveu Xi, segundo a imprensa local. “A associação tem sempre aderido ao princípio da amizade na gestão das relações com a China, e tem feito contribuições importantes para melhorar a compreensão mútua, a amizade e a confiança entre as pessoas dos dois países, bem como para consolidar o apoio público às relações bilaterais amigáveis”, referiu o presidente. “A parceria estratégica abrangente China-Rússia de coordenação para uma nova era tem mantido o impulso do desenvolvimento de alto nível, com um aprofundamento constante dos intercâmbios e cooperação em vários campos e da amizade entre as pessoas dos dois países”, escreveu Xi, acrescentando que “a causa da amizade entre pessoas China-Rússia desfruta de perspectivas amplas e grande potencial para o desenvolvimento futuro”. O presidente chinês disse esperar que “a associação leve adiante suas boas tradições e tenha um papel maior na promoção de laços interpessoais entre os dois países”. O presidente russo, Vladimir Putin, também enviou parabéns à associação no sábado. Semanas antes de a Rússia invadir a Ucrânia, em 4 de Fevereiro, Xi Jinping recebeu o homólogo russo, Vladimir Putin. Os dois líderes anunciaram então uma parceria “sem limites”. A China recusou condenar a Rússia pela invasão da Ucrânia e criticou a imposição de sanções contra Moscovo. Pequim considerou a parceria com o país vizinho fundamental para contrapor à ordem liderada pelos Estados Unidos. Na última Assembleia Geral da ONU, Pequim não criticou a mobilização ou a convocação de referendos para anexação de territórios ucranianos pela Rússia. Durante uma reunião no Uzbequistão, em Setembro, Putin enalteceu o facto de Pequim ter mantido “uma posição equilibrada” sobre o conflito na Ucrânia, embora admitindo “questões e preocupações” por parte da China. Xi também pediu a Putin “uma liderança conjunta, num mundo em mudança, que defenda os interesses dos países em desenvolvimento”. Em Novembro, a ilha indonésia de Bali vai sediar a cimeira do G20 (Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Rússia, Reino Unido, África do Sul, Turquia e União Europeia), que contará com a presença de Putin e Xi, anunciou em Agosto o presidente indonésio, Joko Widodo
Hoje Macau China / ÁsiaXi Jinping visita Yan’an e salienta “espírito fundador” do Partido Xi Jinping, secretário-geral do Comité Central do Partido Comunista da China (PCC), enfatizou a promoção do grande espírito fundador do Partido e do espírito de Yan’an, uma antiga base revolucionária na Província de Shaanxi, no noroeste da China, e a luta em unidade para cumprir as metas e tarefas estabelecidas pelo 20º Congresso Nacional. Xi estava acompanhado por Li Qiang, Zhao Leji, Wang Huning, Cai Qi, Ding Xuexiang e Li Xi, membros do Comité Permanente do Politburo, na sua visita ao local histórico na semana passada. A primeira paragem de Xi e dos outros líderes foi no local do Sétimo Congresso Nacional do PCC. O congresso realizado em 1945 tem um significado de marco na história do PCC, porque “foi aí que o Partido se tornou mais maduro no sentido político, ideológico e de organização”, disse Xi. “Politicamente, todo o Partido foi unido sob a bandeira de Mao Zedong e, ideologicamente, o papel orientador do Pensamento de Mao Zedong para todo o Partido foi estabelecido e o Pensamento de Mao Zedong foi incorporado no Estatuto do Partido”, disse Xi. Depois visitaram as antigas residências de Mao Zedong e de outros revolucionários dessa geração. Comparando os locais revolucionários em Yan’an a “um livro que vale a pena ler para sempre”, Xi disse que “serviram como testemunhas da gloriosa jornada do Partido na liderança da revolução chinesa e na exploração de maneiras de adaptar o marxismo ao contexto chinês e às necessidades dos tempos durante o período de Yan’na”. Uma guia fez uma introdução sobre como a conhecida canção revolucionária “O Oriente é Vermelho” foi escrita e se tornou popular. “Tais canções exaltando o Partido e o Presidente Mao foram todas criadas espontaneamente pelo povo, o que mostrou claramente que o povo escolheu Mao Zedong e ele gozou do seu apoio”, disse Xi. De 1935 a 1948, a região de fronteira Shaanxi-Gansu-Ningxia, da qual Yan’an era o centro, foi a sede do Comité Central do PCC e serviu como o centro de orientação política na Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa, e de rectaguarda geral da luta do povo chinês pela libertação. Num discurso proferido após visitar a exposição, Xi elogiou Yan’an como um local sagrado da revolução chinesa e o berço da Nova China e referiu que foi em Yan’an que o Comité Central do Partido e os revolucionários veteranos, incluindo Mao Zedong, lideraram a causa revolucionária da China de um ponto baixo para uma ascensão, atingiram um ponto de viragem histórico e transformaram as perspectivas do país. Xi disse que viveu e trabalhou em Yan’an por sete anos, e que seu pai também lá trabalhou. “O espírito de Yan’an destaca a firme crença na orientação política correcta, os princípios orientadores de libertar a mente e procurar a verdade nos factos, o propósito fundamental de servir o povo de todo o coração e o espírito empreendedor de autossuficiência e trabalho duro”, disse Xi. “O espírito, as gloriosas tradições e a boa conduta desenvolvidos e promovidos durante o período de Yan’an são bens preciosos do Partido e devem ser transmitidos de geração em geração”, enfatizou Xi. Xi ainda pediu a todos os membros do Partido que promovam “o espírito e reforcem a capacidade de luta, superem resolutamente as várias dificuldades e desafios no caminho de avanço, e empreguem esse indomável espírito para abrir novos horizontes para a causa do Partido e do país”.
Hoje Macau China / ÁsiaSemana de grandes eventos mostra que a cidade está ‘aberta para negócios’ O lançamento de vários eventos de grande escala esta semana, incluindo duas conferências financeiras globais, mostrará que Hong Kong está “aberta aos negócios” e oferece vantagens claras, disse Secretário das Finanças da cidade. A Cimeira de Investimento dos Líderes Financeiros Globais decorrerá de terça-feira a quinta-feira, enquanto a Semana FinTech de Hong Kong, com a duração de cinco dias, terá início hoje, segunda-feira. Os eventos serão seguidos pelo Hong Kong Sevens de três dias, que têm início na sexta-feira. “Penso que estas séries de eventos em que participarão locais e pessoas do estrangeiro mostrarão em primeiro lugar a importante mensagem de que Hong Kong está aberta para negócios e que as nossas vantagens são óbvias”, disse o Secretário das Finanças Christopher Hui Ching-yu no domingo. “Queremos aproveitar esta oportunidade para mostrar aos investidores ou empresários locais e estrangeiros quais são as vantagens de Hong Kong”. Hui revelou também que a Semana FinTech de Hong Kong, apoiada pelo governo, atrairia mais de 12.000 espectadores, de uma estimativa anterior de cerca de 20.000, e mais de 300 organizações participantes. Os Serviços Financeiros e o Gabinete do Tesouro e InvestHK, o braço de promoção de investimentos do governo, que co-organizou o evento, tinham dito anteriormente que esperavam que mais de 3 milhões de pessoas se juntassem à conferência remotamente de mais de 80 economias. Entretanto, a cimeira de investimento, organizada pela Autoridade Monetária de Hong Kong (HKMA), reunirá cerca de 200 líderes financeiros globais de mais de 100 grandes instituições, incluindo bancos, empresas de títulos, e empresas de capital privado e de capital de risco, incuindo mais de 40 presidentes de grupos mundiais ou chefes executivos, e “a sua presença foi um voto de confiança para Hong Kong”, disse o chefe executivo da HKMA Eddie Yue Wai-man. Entre eles estão o presidente da Black Rock Rob Kapito, o chefe executivo do HSBC Noel Quinn, o presidente do JPMorgan Chase Daniel Pinto, o presidente da Morgan Stanley James Gorman, o CEO da Goldman Sachs David Solomon e o chefe executivo da Standard Chartered Bill Winters. As autoridades esperam que os eventos mostrem a posição da cidade como porta de entrada para a China e oportunidades na área da Grande Baía, e permitam aos líderes financeiros estabelecer redes e explorar oportunidades de investimento. Os banqueiros e executivos financeiros estrangeiros presentes nos eventos não estarão sujeitos a restrições pandémicas que se aplicam a outros visitantes, uma vez que lhes será permitido comer e misturar-se livremente em restaurantes designados. Sob o actual regime “0+3” de Hong Kong, todos os visitantes são submetidos a vigilância médica durante três dias, durante os quais não podem ir a restaurantes e bares, e devem realizar regularmente testes Covid-19. O professor associado de economia Terence Chong Tai-leung, da Universidade Chinesa, disse que os participantes das reuniões provavelmente se concentrariam apenas na condução de negócios, atraindo oportunidades de investimento e trabalho em rede. “Se Hong Kong quer atrair investidores e visitantes, precisa realmente de resolver a raiz do problema – basta retirar o mandato da máscara e todas as restrições remanescentes da Covid-19 para que saibam que Hong Kong está a voltar ao normal como os outros”, disse. Thomas Shik, economista chefe e chefe da investigação económica no Hang Seng Bank, disse que “este é um exercício de marketing para sinalizar ao mundo que o mercado financeiro de Hong Kong tem permanecido vibrante e robusto”.
João Luz China / ÁsiaDeclarado luto nacional após mortes do Halloween em Seul Mais de 150 pessoas morreram esmagadas na sequência da debandada de uma multidão que celebrava o Halloween em Seul. Várias dezenas de milhares de pessoas acorreram ao centro de Seul para a primeira Noite das Bruxas desde o início da pandemia. Foi ontem decretado um período de luto nacional O pesadelo tornou-se realidade. Pelo menos 151 pessoas morreram e cerca de 150 ficaram feridas na noite de sábado numa debandada no centro de Seul, segundo um balanço feito pelos bombeiros à agência de notícias AFP. As autoridades sul-coreanas tinham referido 140 mortos e 150 feridos num anterior balanço. No centro de Seul dezenas de milhares de pessoas, muitas fantasiadas, estavam a celebrar o Halloween pela primeira vez desde a pandemia de covid-19 e muitas foram esmagadas até à morte quando uma grande multidão avançou por uma rua estreita. O distrito de Itaewon, perto de uma antiga base militar dos Estados Unidos e conhecido pela sua atmosfera cosmopolita, bares e todos os tipos de locais de festa num labirinto de becos estreitos, transformou-se num local com corpos alinhados no pavimento tapados com cobertores ou outras mortalhas improvisadas, massagens cardíacas realizadas na rua por transeuntes a pedido de bombeiros sobrecarregados, e pessoas disfarçadas ou em traje formal a correr em pânico. O acidente, um dos piores da história recente da Coreia do Sul, aconteceu perto do Hotel Hamilton, numa avenida principal rodeada por vielas íngremes e inclinadas. Os meios de comunicação locais disseram que cerca de 100.000 pessoas afluíram às ruas de Itaewon para as festividades de Halloween, que foram as maiores desde o início da pandemia de covid-19. Razões da tragédia As autoridades receberam as primeiras chamadas de emergência de pessoas “enterradas” em multidões às 22h24 de Seul (21h24 em Macau). Quando a notícia foi dada, a agência noticiosa da Coreia do Sul, Yonhap, relatou que algumas pessoas sofreram “paragem cardíaca”, com outras a relatar “dificuldade em respirar”. Contudo, as autoridades não confirmaram a existência de fugas de gás ou incêndios no local. As equipas de resposta a emergências enviaram para o local mais de 1.700 agentes, incluindo 517 bombeiros, 1.100 agentes policiais, e cerca de 70 funcionários do governo. Vídeos partilhados nas redes sociais mostraram as autoridades a selar uma zona onde a multidão ficou comprimida, deixando vários feridos deitados no chão à espera de ajuda médica. Outros mostraram pessoas trajadas a rigor para celebrar o Halloween deitadas na rua e em macas, enquanto lhes eram dados os primeiros socorros ou a serem transportados para ambulâncias. O Presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol convocou uma reunião de emergência nas primeiras horas de ontem, e mais tarde visitou o local para receber um balanco dos trabalhos e do volume de vítimas pela equipa de resposta a emergências. Em declarações aos média, o governante expressou consternação perante a situação dramática vivida horas antes. “Uma tragédia que nunca deveria ter acontecido ocorreu no centro de Seul na noite de Halloween. As minhas orações vão para aqueles que perderam a vida num acidente inesperado, e para os feridos que recuperem rapidamente”, declarou Yoon Suk Yeol, citado pela CNN. “Os ministérios relevantes, incluindo o Ministério do Interior e Segurança, vão realizar inspecções de emergência a eventos de Halloween, mas também a outros festivais locais para gerir minuciosamente os eventos para que decorram de forma ordenada e segura”, afirmou o Presidente sul-coreano. Relatos de horror Vários órgãos de comunicação social sul-coreanos e internacionais reproduziram ontem relatos impressionantes de testemunhas que conseguiram a custo escapar à sufocante multidão num beco inclinado de Itaewon. No fundo do beco, os corpos foram-se amontoando. “As pessoas continuavam a empurrar quem estava mais abaixo ao longo do beco. Ouvi muitos gritos, enquanto as pessoas caíam como peças de dominó. Pensei que ia ser esmagado até à morte, à medida que a multidão continuava a apertar sem se aperceber que muitas pessoas já estavam caídas no chão”, indicou uma testemunha à agência Yonhap. “Um número enorme de pessoas estava a ser empurrado de um lado para o outro e eu fui apanhado pela massa de gente e também não estava a conseguir libertar-me. Senti que estava prestes a acontecer uma tragédia”, contou Jeon Ga-eul à agência AFP sobre o início do acidente. Um dos sobreviventes culpou os donos de bares e discotecas pelo elevado número de vítimas mortais, acusando-os de impedirem as pessoas de entrar nos estabelecimentos enquanto tentavam escapar. “Parece-me que o número de mortes foi mais severo, à medida que as pessoas tentavam escapar para o interior de lojas e eram impedidas de entrar por já estarem encerradas ao público”, afirmou o sobrevivente que não se identificou à agência noticiosa sul-coreana. Tratar as feridas De imediato foi anunciado que o Governo irá criar um sistema de apoio multidisciplinar para ajudar os feridos e familiares dos mortos. Nesse sentido, o Primeiro-Ministro Han Duck-soo esclareceu ontem que o seu Executivo irá criar um fundo para ajudar as famílias e os feridos, que irá incluir uma equipa a apoio funerário, assim como profissionais para providenciar apoio físico e psicológico a feridos. Para assegurar que não falta pessoal de apoio, o Governo de Seul indicou estar a “consultar activamente representantes diplomáticos. Ontem à tarde, as autoridades contavam entre os mortos, pelo menos, vítimas de 19 nacionalidades diferentes, incluindo Irão, Noruega, China, Uzbequistão, Tailândia, entre outros. “O nosso país tem uma vasta história de superação de desastres, com os todos os seus cidadãos a responder em uníssono. Peço sinceramente a todos os cidadãos que se juntem para que possamos superar a mágoa e erguermo-nos de novo”, afirmou o Primeiro-Ministro. O governo metropolitano de Seul afirmou ontem que será erguido hoje um altar em memória às vítimas no Seoul Plaza. Luto e mensagens do mundo O Presidente sul-coreano anunciou o início de um período de luto nacional, que irá durar até à meia-noite do dia 5 do próximo sábado, e prometeu uma “investigação aprofundada” para apurar as causas. Yoon Suk-yeol declarou o luto nacional “até que o acidente esteja sob controlo” e prometeu dar “como prioridade máxima” a investigação ao caso, num discurso dirigido à nação. Vários líderes mundiais enviaram mensagens de condolências e de solidariedade às autoridades sul-coreanas, como o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que disse que os Estados Unidos estão “ao lado” da Coreia do Sul, enviando “os melhores votos de rápida recuperação a todos os que ficaram feridos”. O Presidente francês, Emmanuel Macron, também se mostrou solidário para com o povo de Seul e de todo o país. “A França está ao vosso lado”, acrescentou o chefe de Estado na rede social Twitter. O Governo venezuelano foi outro dos que se solidarizou com os familiares das vítimas e com o povo da Coreia do Sul e num comunicado fez votos de rápida recuperação dos feridos. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, enviou também ao chefe de Estado sul-coreano, Yoon Suk Yeol, uma mensagem de condolências e solidariedade pela tragédia ocorrida nos festejos do Halloween. “Ao tomar conhecimento da terrível tragédia ocorrida em Seul, o Presidente da República apresentou as suas sentidas condolências e uma palavra de reconforto e solidariedade às famílias das vítimas, em mensagem enviada ao Presidente da Coreia”, lê-se numa nota publicada na página oficial da Presidência da República. Com Agências
Hoje Macau China / ÁsiaCentros | Rejeitada existência de “esquadras ilegais” no estrangeiro A China rejeitou acusações, feitas por uma organização não-governamental (ONG), de que terá criado meia centena de “centros de serviço policial” em vários países para controlar dissidentes, incluindo em Portugal. Numa conferência de imprensa regular, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, defendeu na quarta-feira que as estruturas “são, na verdade, centros de serviços para chineses no estrangeiro”. Os centros servem para apoiar “um elevado número de cidadãos chineses” que não conseguem regressar à China devido à pandemia de covid-19, por exemplo, na renovação de cartas de condução chinesas, disse Wang. O porta-voz acrescentou que as autoridades chinesas estão “totalmente comprometidas com o combate aos crimes transnacionais de acordo com a lei, observando de forma rigorosa a lei internacional e respeitando plenamente a soberania judicial de outros países”. Wang tinha sido questionado sobre uma investigação, anunciada horas antes pelo Governo dos Países Baixos, sobre a alegada criação de duas esquadras de polícia ilegais chinesas em Amesterdão e em Roterdão. De acordo com notícias dos média neerlandeses, as duas alegadas “esquadras chinesas” afirmam oferecer assistência diplomática a cidadãos da China, mas não foram registadas no Governo dos Países Baixos. Cada um por si Num relatório divulgado em Setembro, a ONG Safeguard Defenders acusou Pequim de manter meia centena de “centros de serviço policial” em vários países. Três dessas “esquadras ilegais” funcionarão em Portugal, segundo a ONG, com sede em Madrid. Já a Comissão Europeia, através das porta-voz para os Assuntos Internos, Anitta Hipper, disse ontem que cabe aos Estados-membros investigar a existência de alegadas esquadras chinesas na União Europeia (UE), nomeadamente em Portugal, vincando que, embora não tenha sido informada, pode mobilizar apoio para os países, se necessário. Falando na conferência de imprensa diária da Comissão, em Bruxelas, a responsável ressalvou que esta “é uma questão de soberania nacional”, pelo que “cabe aos Estados-membros investigar estas alegações”.
Hoje Macau China / ÁsiaTecnologia | Instituto brasileiro e universidade de Taiwan estudam 6G A Universidade Nacional Yang Ming Chiao Tuang (NYCU), de Taiwan, anunciou a assinatura de um acordo com o Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel) do Brasil para desenvolver tecnologia móvel de sexta geração (6G). Num comunicado divulgado na terça-feira, a NYCU revelou que o acordo pretende apostar no desenvolvimento de tecnologia em ‘open source’, ou código aberto, que qualquer pessoa poderia usar e modificar. A cooperação com o Inatel vai envolver um grupo de cerca de 20 investigadores da NYCU, que irá também analisar o possível impacto do 6G em questões éticas e no desenvolvimento da sociedade. As redes 6G vão ser “importantes” para suportar novos tipos de comunicação, nomeadamente pelo tacto ou por holograma, Internet para a indústria 5.0, a Internet dos objectos e comunicações entre veículos autónomos, disse em 2021 Manuel Ricardo, coordenador do cluster de redes de sistemas inteligentes do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência. A 12 de Outubro, a fabricante de telecomunicações finlandesa Nokia anunciou que irá liderar a segunda fase do projecto europeu Hexa-X, lançado em 2020 para impulsionar a liderança europeia no desenvolvimento do 6G. Esta nova fase, denominada Heza-X-II e financiada novamente pela Comissão Europeia, tem como objectivo a criação de uma plataforma pré-padronizada que sirva de base para o futuro ‘standard’ da tecnologia 6G. O NYCU sublinha que o acordo com o Inatel, sediado em Santa Rita do Sapucaí, no sul do estado de Minas Gerais, é fruto de uma iniciativa do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Pequim diz que reunificação está mais perto do que nunca A China “está mais perto do que nunca” de alcançar a “reunificação total” com Taiwan, afirmaram ontem as autoridades chinesas, dias após o líder Xi Jinping ter obtido um terceiro mandato de cinco anos. “Estamos mais perto do que nunca na nossa História e mais confiantes e capazes de que vamos alcançar o rejuvenescimento nacional e a reunificação completa da pátria”, enfatizou o porta-voz do Escritório para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado chinês, Ma Xiaoguang, em Pequim, em resposta a perguntas sobre as palavras de Xi sobre Taiwan, na abertura do 20.º Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC). “As rodas da História estão a mover-se em direcção à reunificação da China”, disse Xi, que garantiu que a reunificação “vai ser concretizada”. O PCC elegeu, este fim de semana, a nova composição do Comité Central e do Comité Permanente do Politburo, mantendo Xi como secretário-geral da organização. O actual líder da China emergiu durante a sua primeira década no poder como um dos líderes mais fortes na História moderna da China, quase comparável a Mao Zedong, o fundador da República Popular, que liderou o país entre 1949 e 1976.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Xangai lança vacina tomada por via respiratória A nova inoculação está a ser administrada gratuitamente e pretende convencer os mais reticentes em serem vacinados, além de actuar também como dose de reforço A cidade chinesa de Xangai começou ontem a administrar uma vacina inalável contra a covid-19, no que parece ser a primeira inoculação deste género no mundo. A vacina, que é inalada pela boca, está a ser oferecida gratuitamente como dose de reforço para pessoas previamente vacinadas, de acordo com um anúncio publicado ontem por uma conta oficial do município nas redes sociais. Esta inoculação visa persuadir quem está reticente em ser vacinado e a expandir a vacinação em países pobres, já que é mais fácil de administrar. A vacinação contra a covid-19 não é obrigatória na China, mas o país pretende aumentar o rácio da população que recebeu doses de reforço, antes de relaxar as medidas de prevenção epidémica. O país mantém uma estratégia de tolerância zero à doença. Depressa e bem Um vídeo difundido pela imprensa estatal chinesa mostra pessoas num centro de saúde comunitário a colocar a ponta de um recipiente translúcido na boca. O texto que acompanha as imagens indica que, após inalar lentamente, a pessoa deve prender a respiração por cinco segundos. No total, o procedimento demora 20 segundos a ser concluído. “Foi como beber um copo de chá com leite”, disse um morador de Xangai no vídeo. Uma vacina tomada pela via respiratória também pode afastar o vírus antes que ele atinja o resto do sistema respiratório, embora isso dependa em parte do tamanho das gotículas, disse um especialista citado pela imprensa local. Gotículas maiores treinariam defesas em partes da boca e da garganta, enquanto as menores penetrariam mais no corpo, descreveu. Os reguladores chineses aprovaram a vacina para uso como dose de reforço em Setembro. A inoculação foi desenvolvida pela farmacêutica chinesa Cansino Biologics Inc., como uma versão em aerossol da vacina de dose única da mesma empresa, que usa um vírus relativamente inofensivo. A Cansino disse que a vacina inalada completou testes clínicos na China, Hungria, Paquistão, Malásia, Argentina e México. Reguladores na Índia aprovaram uma vacina nasal, outra abordagem sem agulha, mas que ainda não está a ser usada. A vacina, desenvolvida nos Estados Unidos e licenciada para a fabricante indiana de vacinas Bharat Biotech, é esguichada no nariz. Cerca de uma dúzia de vacinas nasais estão a ser testadas globalmente, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.
Hoje Macau China / ÁsiaChina espera que relação com o Reino Unido progrida com Rishi Sunak A China espera que as suas relações com o Reino Unido progridam quando Rishi Sunak for nomeado primeiro-ministro, disse hoje o ministério dos Negócios Estrangeiros do país. “A posição da China nas relações sino-britânicas sempre foi inequívoca. O desenvolvimento e proteção das relações dependem dos dois países”, disse o porta-voz da diplomacia chinesa Wang Wenbin, em conferência de imprensa. Wang disse ter esperança de que as relações bilaterais entre Londres e Pequim “progridam no caminho certo”, com base no “respeito e benefício mútuos”. Sunak foi eleito como novo líder do Partido Conservador Britânico e foi indigitado pelo Rei para ser o próximo primeiro-ministro do Reino Unido. O monarca encarregou o líder conservador de formar um novo governo. As relações entre o Reino Unido e a China deterioraram-se nos últimos anos, com o governo de Londres a denunciar a campanha lançada por Pequim contra ativistas pró-democracia em Hong Kong. Londres impôs também sanções contra autoridades chinesas devido a violações dos Direitos Humanos na região de Xinjiang. Em julho de 2020, o governo do primeiro-ministro Boris Johnson proibiu a compra de equipamentos da Huawei, a gigante chinesa de telecomunicações, para as infra-estruturas do país, por motivos de segurança nacional. O Governo chinês alertou, em agosto, que é “irresponsável que certos políticos britânicos exagerem a ‘ameaça da China’ ou culpem a China por todos os males”, apontando que “não é assim que vão resolver os problemas do Reino Unido”.
Hoje Macau China / ÁsiaCâmbio | Yuan recua face ao dólar para valor mais baixo desde 2007 A moeda chinesa, o yuan, caiu ontem para o nível mais baixo em relação ao dólar norte-americano desde 2007, depois de o líder chinês, Xi Jinping, obter um terceiro mandato e elevar aliados a posições chave. Um dólar valia ontem 7,3060 yuans no encerramento do mercado na China – o nível mais baixo desde o final de 2007 e uma queda de cerca de 16 por cento, em relação ao pico atingido em Março passado. A taxa de câmbio no mercado internacional (‘offshore’) situou-se em 7,3345 yuan. A moeda chinesa não é inteiramente convertível. O banco central chinês estabelece diariamente uma taxa de paridade para o valor do yuan em relação ao dólar norte-americano. A moeda chinesa pode oscilar até 2 por cento face a essa taxa de referência. A taxa de câmbio oficial estabelecida pelo Banco Popular da China passou de 7,1230, na segunda-feira, para 7,1668 na terça-feira. A depreciação do yuan surge um dia depois de a Bolsa de Valores de Hong Kong ter afundado 6,3 por cento, para o nível mais baixo desde 2009. Analistas consideram que a nova formação do Comité Permanente do Politburo do Partido Comunista Chinês aumentou o risco para as acções das empresas chinesas, face à ausência de reformistas económicos orientados para o mercado. Na abertura do congresso, o líder chinês pediu “melhor regulação dos mecanismos de acumulação de riqueza” e a “prevenção da expansão desordenada do capital”, sinalizando crescente escrutínio sobre o capital privado.
Hoje Macau China / ÁsiaEmpresa chinesa enviou duas composições para o Metro do Porto As composições, que partiram de Tianjin, são as primeiras a ser exportadas para a União Europeia A fabricante estatal chinesa China Railway Rolling Stock Corp (CRRC) Tangshan enviou para Portugal as duas primeiras composições encomendadas pela Metro do Porto, anunciou a Administração Geral das Alfândegas chinesa. As composições foram colocadas num barco que partiu do porto de Tianjin, no norte da China, revelou a Administração Geral, num comunicado divulgado na segunda-feira, que sublinhou que estas são as primeiras carruagens chinesas exportadas para a União Europeia. As primeiras composições, cujo fabrico terminou em Julho, foram enviadas para um período de testes na cidade de Tangshan, na província de Hebei, também no norte da China, disse na altura a CRRC Tangshan. Zhou Junnian, presidente da CRRC Tangshan, disse num comunicado que, devido ao “impacto adverso trazido pela covid-19”, a produção da primeira composição só arrancou “em Novembro de 2021”, sendo concluída “após mais de oito meses de esforços”. A empresa chinesa tinha recebido em Outubro de 2020 autorização para iniciar o fabrico de 18 composições, após a Metro do Porto ter obtido um visto prévio do Tribunal de Contas (TdC). Na altura, fonte oficial da Metro do Porto disse à Lusa acreditar que a CRRC Tangshan poderia entregar pelo menos “uma ou duas unidades” até ao final de 2021, com as restantes composições entregues até 2023, ao ritmo de um por mês. Segundo a fabricante chinesa, cada uma das composições terá 72 carruagens, uma capacidade máxima de 346 passageiros e velocidade máxima de 80 quilómetros por hora. Cortar caminho O contrato assinado em Janeiro de 2020, no valor de 49,57 milhões de euros, inclui serviços de manutenção durante cinco anos, avançou o Ministério do Comércio chinês. As composições irão servir as novas linhas Rosa, no Porto, entre São Bento e a Casa da Música, e o prolongamento da linha Amarela, entre Santo Ovídio e Vila d’Este, em Vila Nova de Gaia, ambas já em construção. Estas novas linhas vão acrescentar seis quilómetros e sete estações à rede, representando um investimento global na ordem dos 300 milhões de euros. Actualmente, a frota da Metro do Porto é constituída por 102 veículos: 72 do tipo Eurotram e 30 do tipo Tram-train. Com o investimento em 18 veículos da CRRC Tangshan, a frota do Metro do Porto passará a contar com 120 unidades. O Metro do Porto opera em sete concelhos da Área Metropolitana do Porto com uma rede de seis linhas, 67 quilómetros e 82 estações.
Hoje Macau China / ÁsiaMinistro japonês demite-se devido a ligações com seita Moon O ministro japonês da Revitalização Económica, Daishiro Yamagiwa, demitiu-se após críticas às suas ligações com a Igreja da Unificação, também conhecida como “seita Moon”. A sua demissão pretende travar o desgaste que o Executivo liderado pelo primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, está a sofrer devido as ligações de numerosos membros do partido no poder com esta controversa organização religiosa. Yamagiwa, que fazia parte do gabinete de Kishida desde a sua nomeação há um ano, comunicou hoje a sua demissão ao primeiro-ministro, que aceitou a sua decisão, explicou o político em declarações aos meios de comunicação. “Concluímos que era melhor tomar esta decisão agora. Queria ter certeza que o meu problema não teria consequências para o Governo”, disse Yamagiwa sobre o momento da sua renúncia, no final da comissão parlamentar de orçamento. O ministro japonês recebeu numerosas críticas da oposição desde que foi divulgado que havia participado em eventos da Igreja da Unificação e participado em reuniões com o seu líder. Yamagiwa não informou, inicialmente, que havia participado em tais eventos e reuniões, quando o seu partido está a realizar uma investigação interna sobre o assunto. O ministro japonês admitiu ter participado nesses atos, embora tenha afirmado que “não fez nada de ilegal”, sublinhando ainda que as poucas informações divulgadas publicamente aconteceram devido “ao facto de não haver registos suficientes” sobre esses eventos. O governante Partido Liberal Democrático (PLD) ordenou aos seus membros em agosto passado que tornassem públicos os seus laços com a seita, no auge do escrutínio das práticas desta organização após o assassínio do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe. Abe foi atacado num ato eleitoral em 08 de julho por um homem que culpava a seita Moon pelos problemas financeiros da sua família e decidiu atacar Abe por considerar que o antigo primeiro-ministro havia apoiado essa organização religiosa. Shinzo Abe morreu no mesmo dia, na cidade de Nara, após ter sido baleado com uma arma de fogo artesanal. As investigações internas do PLD revelaram que cerca da metade dos parlamentares da formação tinha alguma ligação com o grupo ou organizações filiadas, o que confirmou as críticas ao partido e aprofundou o desgaste da imagem do Executivo Kishida, que passa pelo pior momento de apoio popular. Nesse contexto, Kishida também promoveu outra investigação para tentar determinar se as práticas da Igreja da Unificação estão de acordo com os regulamentos das organizações religiosas. Fundado em 1954 na Coreia do Sul por Sun Myung Moon, conhecido como reverendo Moon, esse grupo é conhecido pelos seus casamentos em massa. A seita gera grande polémica no Japão pelas chamadas “vendas espirituais”, em que alegadamente os membros da igreja são coagidos a comprar objetos a preços exorbitantes, prática que gerou vários processos judiciais no país.