Rússia | Xi diz que assegurar boas relações é “escolha estratégica”

O Presidente chinês reafirmou a solidez da relação de amizade com o povo russo durante a visita do primeiro-ministro Mikhail Mishoustin a Pequim

 

O Presidente chinês, Xi Jinping, afirmou ontem que manter relações robustas com a Rússia é uma “escolha estratégica” e apelou ao aprofundar da cooperação bilateral, durante uma reunião com o primeiro-ministro russo, Mikhail Mishoustin, em Pequim. “Manter e desenvolver as relações entre China e Rússia é uma escolha estratégica feita por ambas as partes com base nos interesses fundamentais dos nossos dois povos”, afirmou Xi, citado pela televisão estatal CCTV.

Os dois países devem “ampliar constantemente os efeitos positivos dos seus laços políticos de alto nível” e “aprofundar a sua cooperação nos domínios da economia, comércio, energia, conectividade e outros sectores”, acrescentou.

Xi afirmou que a “China apoia o povo russo a seguir a via de desenvolvimento da sua escolha” e destacou a “forte resiliência”, “amplas perspectivas” e “solidez” da cooperação bilateral.

O líder chinês sublinhou ainda que o comércio bilateral entre China e Rússia atingiu 200 mil milhões de dólares nos primeiros 11 meses do ano, uma meta delineada pelas autoridades dos dois países.

Melhor que nunca

Em Fevereiro de 2022, pouco antes do início da invasão russa da Ucrânia, o Presidente russo, Vladimir Putin, e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, proclamaram em Pequim uma “amizade sem limites” entre as suas nações.

Desde então, Moscovo e Pequim têm afirmado que os seus laços “não ameaçam nenhum país” e que visam “promover um mundo multipolar”.

A China tem mantido uma posição ambígua no conflito. Pequim apelou ao respeito pela “integridade territorial de todos os países”, incluindo a Ucrânia, e atenção às “preocupações legítimas de todos os países” com a segurança, em referência à Rússia. As relações entre Pequim e Moscovo “nunca foram tão boas”, afirmou Mishoustin.

A visita do primeiro-ministro russo à China, a segunda em 2023, visa reforçar ainda mais a cooperação económica e “contrariar as pressões externas”, segundo especialistas citados pelo jornal oficial chinês Global Times.

Em Novembro passado, o vice-primeiro-ministro chinês, Ding Xuexiang, e o seu homólogo russo, Andrei Belousov, acordaram em Pequim aumentar a cooperação em matéria de investimento entre os dois países, bem como “reforçar a coordenação e elaborar planos a longo prazo”.

A reunião é a última de uma série de intercâmbios entre os líderes chineses e russos este ano, que incluiu duas reuniões entre Xi e Putin. A visita do primeiro-ministro russo à China, na terça e quarta-feira, ocorre dois meses depois de o Presidente russo, Vladimir Putin, se ter encontrado com Xi Jinping em Pequim. Um general chinês de alta patente foi também recebido em Moscovo em Novembro.

21 Dez 2023

Japão | Partido no poder alvo de buscas por fraude financeira

O Ministério Público fez ontem buscas em várias instalações ligadas ao partido no poder no Japão, no âmbito de uma investigação sobre um escândalo de fraude financeira que levou quatro ministros a apresentarem a demissão.

Os investigadores deslocaram-se às sedes de duas das mais importantes facções internas do Partido Liberal Democrata (LDP, na sigla em inglês), localizadas no distrito de Chiyoda, em Tóquio.

Esta busca “é extremamente lamentável. Levamos a situação muito a sério e estamos a tomar as medidas necessárias, respeitando o andamento da investigação”, disse o secretário-geral do LPD, Toshimitsu Motegi.

De acordo com a imprensa, os procuradores japoneses estão a investigar suspeitas de fraude contra dezenas de membros do partido de direita conservadora, que governa o país quase ininterruptamente desde 1955. Os meios de comunicação social japoneses têm apontado que estes membros são suspeitos de não terem declarado o equivalente a vários milhões de euros recolhidos através da venda de bilhetes para eventos de angariação de fundos, que o LDP lhes terá pago.

As buscas de ontem coincidem com a abertura formal de uma investigação do Ministério Público sobre as irregularidades. É a primeira vez em 19 anos que os procuradores abrem uma investigação contra uma fação partidária. Quatro ministros japoneses apresentaram quinta-feira a demissão, incluindo o braço direito de Kishida, o secretário-geral (com estatuto ministerial) e porta-voz do Governo, Hirokazu Matsuno, assim como cinco vice-ministros e outros funcionários.

20 Dez 2023

Seul, Washington e Tóquio partilham dados sobre mísseis norte-coreanos em tempo real

Coreia do Sul, Estados Unidos e Japão anunciaram ontem o lançamento de um sistema para partilhar informações em tempo real sobre mísseis norte-coreanos e um plano de exercícios regulares para enfrentar avanços militares de Pyongyang.

“Verificou-se a plena capacidade operacional do sistema de partilha de informações em tempo real (…) através dos resultados de uma recente inspeção preliminar e está actualmente a funcionar normalmente”, declarou em comunicado o Ministério da Defesa sul-coreano.

Os líderes dos três países, Joe Biden, Yoon Suk-yeol e Fumio Kishida, dos Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão, respetivamente, concordaram em implementar a plataforma numa cimeira trilateral em Camp David, em agosto, num novo passo para reforçar a coordenação de segurança entre Washington, Seul e Tóquio.

Os Estados Unidos já trocavam informações separadamente com os aliados na região asiática, mas até agora não existia uma ligação directa de dados entre as três nações, devido às disputas existentes entre o Japão e a Coreia do Sul sobre a colonização nipónica da península coreana entre 1910 e 1945.

Com esta iniciativa, “a cooperação trilateral será regularizada e conduzida de uma forma mais sistemática e eficiente”, defenderam as partes, que também decidiram estabelecer um plano plurianual para a realização de exercícios militares trilaterais a partir de 2024, num novo passo para reforçar a dissuasão contra os testes de armamento de Pyongyang.

O lançamento do sistema acontece um dia depois do mais recente teste de mísseis da Coreia do Norte, que lançou um projétil balístico de longo alcance, o quinto em 2023, um número recorde que sublinha o progresso do programa de armamento e a escalada militar na região.

Avisos e desafios

O regime norte-coreano afirmou ontem que o projéctil lançado era um míssil balístico intercontinental Hwasong-18 de combustível sólido e disse que o líder Kim Jong-un “observou o lançamento no terreno” para “enviar um aviso” a Washington e aliados.

Seul, Washington e Tóquio reiteraram que vão continuar a reforçar a cooperação “para responder aos desafios regionais” e garantir a segurança na região do Indo-Pacífico.

Após o fracasso das negociações para a desnuclearização com os EUA, em 2019, a Coreia do Norte aprovou um plano de modernização de armamento – que inclui a instalação de satélites militares e o teste de numerosos mísseis – além de ter rejeitado a retoma do diálogo e de ter reforçado os laços com a China e a Rússia.

Por outro lado, a Coreia do Sul, o Japão e os EUA reforçaram a cooperação em matéria de segurança, sendo que Washington aumentou o envio periódico de meios estratégicos para a península.

20 Dez 2023

Tailândia | Governo quer aprovar casamento entre pessoas do mesmo sexo

A aprovação do projecto de lei, apresentado a partir de uma proposta do partido Avançar vencedor das eleições sem conseguir formar governo, pode dar um novo rumo a uma sociedade conservadora que ao mesmo tempo alberga uma das maiores comunidades mundiais LGBTI

 

O Governo tailandês anunciou ontem que vai apresentar na quinta-feira no Parlamento um projecto de lei que, se aprovado, tornará a Tailândia no terceiro território asiático a legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Num comunicado, o primeiro-ministro tailandês, Srettha Thavisin, disse que a nova lei vai permitir que os casais do mesmo sexo tenham os mesmos direitos que os casais heterossexuais e vai promover a unidade familiar com diversidade de género.

Vários grupos activistas marcaram para ontem uma marcha para apoiar a igualdade no acesso ao casamento e os direitos da comunidade LGTBI (lésbicas, gays, transexuais, bissexuais e intersexuais).

Embora a Tailândia, uma monarquia conservadora de crença maioritária budista, tenha uma das maiores e mais visíveis comunidades LGBTI da Ásia, muitos dos membros enfrentam graves dificuldades e discriminação, e os activistas argumentam que as leis do país não reflectem as mudanças e atitudes na sociedade.

Em 2022, a Câmara dos Representantes, a câmara baixa do parlamento, debateu diversos projectos de lei nesse sentido, que iam desde uniões civis para casais do mesmo sexo até à igualdade no casamento. No entanto, os deputados não aprovaram nenhuma das propostas antes da dissolução do parlamento, a propósito das eleições gerais realizadas em Maio de 2023.

Rol de aprovações

O actual projecto de lei vem de uma dessas propostas, promovida pelo partido Move Forward (Avançar) – que ganhou as eleições, mas não conseguiu formar Governo – e que tinha sido aprovada pelos deputados numa primeira votação, na generalidade.

Na Tailândia, os projectos de lei devem passar por três votações na Câmara dos Representantes, antes de passarem pelo Senado e receberem a aprovação do Tribunal Constitucional para poderem entrar em vigor, com a assinatura do rei. Caso esta lei for aprovada pelo Parlamento e receber o consentimento do monarca, a Tailândia poderá tornar-se o terceiro território da Ásia, depois de Taiwan (em 2019) e do Nepal (em Junho deste ano), a reconhecer o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

20 Dez 2023

Mar do Sul da China | Ferdinand Marcos Jr. fala de tensões com China

O Presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., afirmou ontem que os esforços diplomáticos de Manila com a China sobre as tensões no Mar do Sul da China estão a ir “pelo mau caminho”.

Em várias entrevistas a órgãos japoneses, Marcos Jr., que participou este fim de semana em Tóquio numa cimeira entre os países do Sudeste Asiático e o Japão, afirmou que as Filipinas procuram uma “mudança de paradigma” na situação, uma vez que a China ignora continuamente os “métodos tradicionais de diplomacia”.

“Até agora, recorremos aos métodos tradicionais de diplomacia (…), mas há muitos anos que o fazemos, com muito poucos progressos”, sublinhou o Presidente filipino, descrevendo os esforços diplomáticos com Pequim como indo “na direcção errada”, segundo um comunicado divulgado ontem pelo seu governo, com base nas entrevistas.

As reivindicações territoriais das Filipinas e da China sobrepõem-se no Atol de Scarborough (baixo Masinloc) e, em parte, nas ilhas Spratly, no Mar do Sul da China, que Manila designa por Mar das Filipinas Ocidental.

A tensão entre a guarda costeira filipina e os navios da marinha chinesa tem vindo a aumentar nos últimos meses, com vários incidentes de navios chineses a atacarem navios filipinos com canhões de água, segundo Manila. As Filipinas reagiram à alegada agressão convocando o embaixador chinês no país para consultas e apresentando protestos diplomáticos junto do ministério dos Negócios Estrangeiros, sem progressos claros na resolução da situação.

“Temos de fazer algo que nunca fizemos antes. Temos de apresentar um novo conceito, um novo princípio, uma nova ideia para avançarmos (…), pelo que essa mudança de paradigma é algo que temos de formular”, sublinhou Marcos Jr., sem especificar a estratégia.

20 Dez 2023

Sismo | Atribuídos 25 ME para ajudar vítimas. Pelo menos 126 mortes

O norte do país foi atingido por um terramoto de magnitude 6,2 na escala de Richter que fez pelo menos 126 mortos e mais de 700 feridos

 

O Governo da China atribuiu ontem 200 milhões de yuan para ajudar nos esforços de resgate e socorro, após o terramoto que fez pelo menos 126 mortos no nordeste do país. Desse montante, 150 milhões de yuans vão ser utilizados para ajudar a província de Gansu, enquanto os outros 50 milhões de yuans vão para a vizinha província de Qinghai, informaram o ministério da Gestão de Emergências e o ministério das Finanças.

Pelo menos 113 pessoas morreram e mais de 500 ficaram feridas no terramoto de magnitude 6,2 ocorrido na segunda-feira à noite na província de Gansu, no noroeste da China, de acordo com a última contagem de vítimas divulgada pelos órgãos oficiais.

Gansu lançou um apelo para que fossem recrutados mais 300 trabalhadores para as operações de busca e salvamento, e as autoridades de Qinghai informaram que 20 pessoas estavam desaparecidas num deslizamento de terras, segundo a imprensa estatal chinesa.

Na província de Qinghai, morreram mais 13 pessoas, elevando o número total para 126. Pelo menos 182 pessoas ficaram feridas em Qinghai e outras 536 em Gansu, detalhou a agência noticiosa oficial Xinhua.

O terramoto ocorreu às 23:59 de segunda-feira e teve o seu epicentro na fronteira entre as províncias de Gansu e Qinghai, a uma profundidade de dez quilómetros, segundo o Centro da Rede Sismológica da China. O Governo chinês e o ministério da Gestão de Emergências declararam um nível II de resposta ao incidente, que afectou particularmente a vila de Jishisan, em Gansu, e a cidade de Haidong, na vizinha Qinghai.

Li Haibing, um perito da Academia Chinesa de Ciências Geológicas, disse que o número elevado de vítimas se deveu, em parte, ao facto de ter sido pouco profundo. “Por isso, causou mais abalos e destruição, apesar de a magnitude não ter sido grande”, afirmou.

Outros factores, incluem o movimento principalmente vertical do terramoto, que provoca abalos mais violentos; a qualidade inferior dos edifícios numa zona relativamente pobre; e o facto de ter ocorrido a meio da noite, quando a maioria das pessoas estava em casa, disse Li.

A televisão estatal chinesa CCTV informou que houve interrupções no fornecimento de água e electricidade, bem como nas infra-estruturas de transportes e comunicações.

Tendas, camas dobráveis e edredões estavam a ser enviados para a região, segundo a CCTV. O Presidente chinês Xi Jinping apelou a um esforço total nos trabalhos de resgate para minimizar o número de vítimas. A temperatura mínima durante a noite na região foi entre 15 e 9 graus Celsius negativos, informou a Administração Meteorológica da China.

História repete-se

Os terramotos são comuns no noroeste da China, uma região montanhosa que se ergue para formar o limite oriental do planalto tibetano.

Em Setembro de 2022, pelo menos 74 pessoas morreram num terramoto de magnitude 6,8 que abalou a província de Sichuan, no sudoeste da China, provocando deslizamentos de terras e abalando edifícios na capital da província, Chengdu, onde 21 milhões de habitantes se encontravam em confinamento devido a um surto de covid-19.

O terramoto mais mortífero da China nos últimos anos foi um de magnitude 7,9, ocorrido em 2008, que matou quase 90.000 pessoas em Sichuan. O tremor devastou cidades, escolas e comunidades rurais nos arredores de Chengdu, levando a um esforço de reconstrução com materiais mais resistentes que durou anos.

Pêsames de Taiwan

A líder de Taiwan, Tsai Ing-wen, expressou ontem a sua solidariedade para com a China, após o terramoto de magnitude 6,2 que abalou o noroeste do país, na segunda-feira à noite. “As minhas sinceras condolências a todos aqueles que perderam entes queridos no recente terramoto no noroeste da China. Rezamos para que todos os afectados recebam a ajuda de que necessitam e esperamos uma rápida recuperação”, disse Tsai, através da rede social X.

Tsai acrescentou ainda que Taipé está pronta a oferecer assistência nos esforços de resgate e transmitiu a sua “preocupação e condolências” às vítimas do terramoto tendo pedido aos departamentos relevantes da ilha que mostrassem a sua vontade de ajudar através do envio de equipas de salvamento, num sinal de boa vontade.

Putin apresenta condolências

O Presidente russo, Vladimir Putin, apresentou ontem profundas condolências ao homólogo chinês, Xi Jinping, pelo terramoto que matou pelo menos 126 pessoas no noroeste da China na noite de segunda-feira, anunciou o Kremlin. “Na Rússia, partilhamos a dor daqueles que perderam entes queridos nesta catástrofe e esperamos uma rápida recuperação para todos os feridos”, disse Putin numa mensagem dirigida a Xi, segundo um comunicado do Kremlin.

20 Dez 2023

Rússia | PM Mikhail Mishustin em Pequim esta semana

O Governo chinês anunciou ontem que o primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, vai visitar a China, entre os dias 19 e 20 de Dezembro. Mishustin vai deslocar-se ao país a convite do primeiro-ministro chinês, Li Qiang, para participar na 28.ª reunião regular entre os chefes de governo dos dois países, informou uma porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

O primeiro-ministro russo deslocou-se a Pequim em Maio passado, onde foi recebido pelo Presidente chinês, Xi Jinping, que garantiu que a China está disposta a “continuar a oferecer um forte apoio mútuo à Rússia” em questões relacionadas com os respetivos “interesses fundamentais”.

Xi apelou a um “maior enriquecimento da parceria estratégica entre os dois países” e à “elevação da cooperação a novos patamares em vários domínios”. Mishustin disse que a Rússia quer trabalhar com a China para “implementar os importantes consensos alcançados pelos chefes de Estado dos dois países” e “realizar reuniões mais regulares para fazer avançar a cooperação a um nível prático”.

19 Dez 2023

Academia de Ciências | Alerta para “armadilha da tecnologia intermédia”

Um relatório da Academia de Ciências da China apela à a uma maior abertura do país para conseguir captar talentos e promover a inovação industrial através da inovação científica e tecnológica

 

A principal academia de ciências da China pediu ontem a Pequim que “abra as portas” ao investimento e talentos estrangeiros para evitar que o país fique retido na “armadilha da tecnologia intermédia”, sem conseguir ascender nas cadeias de valor.

O relatório da Academia de Ciências da China surge numa altura em que os Estados Unidos, Europa ou Japão estão a intensificar os controlos de exportação de alta tecnologia para o país, dificultando o objectivo de Pequim de tornar as empresas chinesas competitivas nos sectores de alto valor agregado.

“Os países que se desenvolvem mais tarde têm geralmente dificuldades na modernização industrial e na transição para rendimentos elevados, porque não dispõem de avanços tecnológicos próprios após a importação, imitação, absorção e rastreio de tecnologia”, observou o relatório.

A “armadilha da tecnologia intermédia” descreve um cenário em que os países em desenvolvimento beneficiam das transferências industriais devido às suas vantagens de baixo custo, mas enfrentam uma estagnação económica a longo prazo, quando as vantagens competitivas diminuem e as empresas locais não conseguem recuperar o atraso tecnológico para os países desenvolvidos.

A ideia foi apresentada pela primeira vez por Zheng Yongnian, um proeminente cientista político da Universidade Chinesa de Hong Kong e tornou-se uma preocupação para Pequim.

O Governo chinês lançou em 2015 um plano, designado “Made in China 2025”, para transformar o país numa potência tecnológica, com capacidades nos sectores de alto valor agregado, incluindo inteligência artificial, energias renováveis, robótica e automóveis eléctricos.

Seguiu-se então uma guerra comercial e tecnológica com os Estados Unidos, que bloquearam já o acesso de empresas chinesas a ‘chips’ semicondutores avançados e limitaram o investimento norte-americano no país asiático em tecnologias de ponta, como a inteligência artificial ou computação quântica.

Pede-se abertura

Numa declaração após a Conferência Central do Trabalho Económico, um encontro anual entre os líderes do país para abordar a trajectória económica, realizado na semana passada, os dirigentes chineses comprometeram-se a mobilizar vastos recursos para quebrar a estratégia do Ocidente de “contenção tecnológica”, dar prioridade à inovação para melhorar a resistência e a segurança das principais cadeias de produção e identificar futuras áreas de crescimento, incluindo voos espaciais comerciais, biotecnologia e inteligência artificial.

“É necessário promover a inovação industrial através da inovação científica e tecnológica, especialmente as tecnologias disruptivas e de ponta, para gerar novas indústrias, novos modelos e uma nova dinâmica”, lê-se no comunicado emitido pelo Comité Permanente do Politburo do Partido Comunista, a cúpula do poder na China.

De acordo com o relatório da Academia Chinesa de Ciências, “a indústria transformadora da China ainda se encontra num nível baixo na cadeia de valor global e corre o risco de ser prejudicada pelos países desenvolvidos, como os Estados Unidos, a Alemanha e o Japão, nos segmentos inferior e médio”.

Para além de um aumento das despesas para resolver os pontos de estrangulamento, como os semicondutores, a segunda maior economia do mundo precisa também de adoptar uma política mais aberta e executar reformas profundas para conseguir progressos tecnológicos, destacou o documento.

Num relatório publicado em Julho, Zheng Yongnian afirmou que a China precisa de uma política de maior abertura ou mesmo de se abrir unilateralmente ao resto do mundo, apesar de o Ocidente estar a promover uma política de “redução de riscos” no comércio com o país.

“A China precisa de abrir as suas portas para atrair talentos internacionais e, se não for capaz de atrair cientistas europeus e norte-americanos, deve pelo menos tentar atrair cientistas da Rússia, Europa de Leste, Índia e outros países em desenvolvimento”, escreveu.

Zheng disse ainda que Pequim deve abrir os seus laboratórios experimentais industriais nacionais a mais empresas privadas. Por fim, acrescentou que a China deve também reformar o sistema empresarial de modo a que as empresas públicas e as grandes empresas privadas possam partilhar recursos para expandir as cadeias de abastecimento e industriais.

19 Dez 2023

Japão reforça laços de cooperação regional

Líderes do Sudeste Asiático e do Japão comprometeram-se este fim-de-semana a reforçar a “cooperação em matéria de segurança”, numa cimeira centrada na transição energética e na crescente afirmação da China na Ásia-Pacífico.

De acordo com um projecto de declaração conjunta, o Japão e o grupo de 10 países da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) comprometem-se a reforçar a “cooperação em matéria de segurança, incluindo no domínio marítimo”.

Sem surpresas, os líderes deverão reiterar a vontade de ver uma região da Ásia-Pacífico “livre e aberta”, baseada no respeito pelas regras internacionais para resolver pacificamente os litígios territoriais.

Aliado próximo dos Estados Unidos, o Japão está a aumentar fortemente as despesas militares e reforçou já a cooperação em matéria de defesa na região Ásia-Pacífico. Nesse sentido, os primeiros-ministros japonês, Fumio Kishida, e malaio, Anwar Ibrahim, concordaram em “elevar as relações entre o Japão e a Malásia ao nível de uma parceria estratégica global”.

“Numa altura em que o mundo enfrenta um ponto de viragem na história, o Japão atribui grande importância ao reforço da cooperação com a Malásia e o resto da ASEAN, para manter e reforçar uma ordem internacional livre e aberta baseada no Estado de direito”, sublinhou.

O Japão e as Filipinas também concordaram em iniciar negociações sobre um Acordo de Acesso Recíproco (AAR), um acordo bilateral de defesa que incluirá disposições para o destacamento de tropas no território da outra parte.

Pela estabilidade

O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês afirmou, na sexta-feira, que Pequim “considera que qualquer cooperação deve contribuir para reforçar a confiança mútua entre os países da região e promover o desenvolvimento comum”.

“Esperamos que os países em causa possam efetivamente fazer coisas que conduzam à paz e estabilidade regionais. Ao mesmo tempo, qualquer cooperação não deve ter como alvo terceiros”, afirmou a porta-voz Mao Ning, numa conferência de imprensa regular.

18 Dez 2023

Nuclear | Seul e Washington prometem estratégia conjunta para 2024

A união de esforços entre sul-coreanos e norte-americanos visa criar uma estratégia conjunta até meados de 2024 que demova a Coreia do Norte de promover ameaças nucleares

 

A Coreia do Sul e os Estados Unidos concordaram estabelecer uma estratégia nuclear conjunta até meados do próximo ano para fortalecer a estratégia de dissuasão contra a Coreia do Norte.

“Concordámos em completar as directrizes relativas ao planeamento e operação de uma estratégia nuclear até meados do próximo ano”, disse o vice-conselheiro de segurança nacional sul-coreano, Kim Tae-hyo, numa conferência de imprensa na sexta-feira, depois da segunda reunião do chamado Grupo Consultivo Nuclear (NCG) em Washington.

“Por outras palavras, concordámos em concluir as orientações gerais sobre a forma de dissuadir e responder às ameaças norte-coreanas no próximo ano”, acrescentou.

Kim explicou que estas orientações vão abranger várias questões relacionadas com a partilha de informações, a criação de mecanismos de segurança, a formulação de procedimentos de consulta em caso de crise nuclear, a gestão de crises, a redução de riscos ou o funcionamento de um canal de comunicação entre chefes de Estado e chefes de Estado em tempo real.

“Juntamente com a capacidade de dissuadir firmemente as ameaças nucleares e de mísseis da Coreia do Norte, seremos capazes de adoptar uma resposta imediata, esmagadora e decisiva no caso de um ataque nuclear norte-coreano”, afirmou o responsável sul-coreano.

Respostas a Pyogyang

Esta foi a segunda reunião do NCG, criado em Abril pelos dois países para reforçar a chamada dissuasão alargada, o mecanismo através do qual Washington se compromete a proteger Seul de um ataque de Pyongyang.

Esta segunda reunião, em que participaram cerca de 60 funcionários militares e diplomáticos dos dois países, ocorre num momento marcado pelo recente lançamento em órbita do primeiro satélite espião norte-coreano, pela crescente aproximação entre Pyongyang e Moscovo e pela possibilidade de o regime poder lançar, como sugerido por Seul, um míssil balístico intercontinental (ICBM) antes do final do ano.

No comunicado final da reunião, as duas partes reafirmaram que qualquer ataque nuclear da Coreia do Norte contra os EUA e aliados terá como consequência o “fim do regime de Kim” Jong-un, comprometendo-se também a realizar a terceira reunião do NCG no Verão, na Coreia do Sul.

18 Dez 2023

HK | MNE defende recompensas por captura de dissidentes

A China defendeu sexta-feira as polémicas recompensas oferecidas pela captura de dissidentes de Hong Kong que fugiram para o estrangeiro e que foram criticadas por governos de outros países e organizações de defesa dos Direitos Humanos. Em causa, estão recompensas de um milhão de dólares de Hong Kong por informações que levem à captura de 13 figuras da oposição acusadas de violar a Lei de Segurança Nacional da região semiautónoma.

A porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros Mao Ning declarou que a China rejeita as críticas externas, afirmando que as ordens de detenção são “necessárias e justificadas e (…) em conformidade com o Direito e as práticas internacionais”.

Sem mencionar directamente as recompensas, Mao disse que outros países também têm aspectos extraterritoriais nas suas leis de segurança nacional, acrescentando que o apoio dos governos estrangeiros às pessoas que constam da lista é apenas uma cobertura para o seu objectivo de desestabilizar Hong Kong, um centro financeiro asiático que foi agitado por protestos antigovernamentais, em 2019.

“Nós opomo-nos fortemente e deploramos os países que caluniam a lei de segurança nacional de Hong Kong e interferem no sistema judicial de (Hong Kong)”, disse Mao, em conferência de imprensa.

Um dia antes, a polícia de Hong Kong acusou outros cinco activistas estrangeiros de violarem a lei de segurança nacional imposta por Pequim e ofereceu recompensas pela sua detenção. Mao disse que os cinco “puseram em perigo a segurança nacional ao desestabilizar Hong Kong sob o pretexto da democracia e dos direitos humanos”.

18 Dez 2023

Acidente | Mais de 510 feridos no metro de Pequim devido a nevão

Um embate entre dois comboios do metro em Pequim, devido aos nevões que atingiram a capital da China, resultou em 515 feridos, incluindo 102 com fracturas, informaram sexta-feira as autoridades. O acidente ocorreu na quinta-feira à noite, numa zona montanhosa no oeste de Pequim, numa parte à superfície da linha de Changping.

Os carris escorregadios provocaram a travagem automática do comboio que seguia à frente. Um comboio que seguia atrás estava numa secção descendente, derrapou e não conseguiu travar a tempo, informou a autoridade municipal dos transportes, em comunicado.

O pessoal médico, a polícia e as autoridades dos transportes acorreram ao local e todos os passageiros foram retirados por volta das 23 horas, segundo a mesma nota. Vinte e cinco passageiros estavam sob observação e 67 permaneciam hospitalizados na manhã de sexta-feira, de acordo com as autoridades.

A neve, invulgarmente forte, que começou a cair na quarta-feira levou à suspensão de algumas operações ferroviárias e ao encerramento de escolas. Os alertas continuam a vigorar para estradas com gelo, frio extremo e queda de neve adicional. Não foram registadas mortes devido às tempestades de Inverno que atingiram uma vasta faixa do norte da China.

18 Dez 2023

Lançado veículo experimental reutilizável para testar tecnologia

A China lançou com sucesso um veículo espacial reutilizável, que vai permanecer em órbita “durante algum tempo” antes de regressar a um local designado na Terra, noticiou sexta-feira a imprensa estatal.

A nave espacial foi lançada em órbita, na quinta-feira, por um foguetão Longa Marcha-2F a partir do centro de lançamento de satélites de Jiuquan, no oeste da China, de acordo com a agência de notícias oficial chinesa Xinhua.

O veículo, que difere da nave tripulada Shenzhou e dos veículos de carga Tianzhou, que só podem ser utilizados uma vez, “vai efectuar a verificação da tecnologia reutilizável e experiências científicas espaciais, a fim de fornecer apoio tecnológico para o uso pacífico do espaço”, indicou a agência.

A China tem vindo a desenvolver veículos espaciais reutilizáveis há vários anos, com o objectivo de reduzir os custos de lançamento e aumentar a frequência das missões espaciais. Em Maio passado, um veículo espacial experimental reutilizável regressou à China após 276 dias em órbita.

O sucesso desse teste marcou “um avanço importante na investigação da tecnologia de veículos espaciais reutilizáveis” e proporcionou “uma forma mais conveniente e económica de ir ao espaço e regressar”.

Em competição

Inicialmente previsto para descolar à mesma hora, o veículo espacial reutilizável Boeing X-37B, dos Estados Unidos, continua estacionado no topo de um foguetão Falcon Heavy da SpaceX, no Centro Espacial Kennedy, na Florida, após adiamentos atribuídos a más condições meteorológicas e a problemas no local de lançamento.

A missão, conhecida como USSF-52, é a sétima missão do avião norte-americano em órbita desde 2010 e a segunda viagem com um foguetão SpaceX.

A Força Espacial norte-americana planeia realizar uma vasta gama de testes, incluindo a operação em novos regimes orbitais, a experimentação de futuras tecnologias de sensibilização para o domínio espacial e a investigação do efeito da radiação nos materiais.

O Chefe de Operações Espaciais, General B. Chance Saltzman, disse que o futuro do X-37B podia ser mais brilhante do que nunca graças à competição da China com o Pentágono.

O país asiático completou anteriormente um teste de aterragem vertical de foguetões numa plataforma em alto mar, lançando as bases para a recuperação de lançadores e a sua subsequente reutilização. Outras empresas, como a norte-americana SpaceX, desenvolveram peças recuperáveis nos últimos anos.

Na última década, Pequim investiu fortemente no programa espacial e alcançou marcos importantes, como a aterragem bem-sucedida de uma sonda no lado mais distante da lua, em Janeiro de 2019, um feito que nenhum país tinha conseguido até à data, e a construção de uma estação espacial.

18 Dez 2023

China/EUA | Xi afirma que laços comerciais têm “perspectivas promissoras”

O líder chinês, a propósito do 50.º aniversário do Conselho Empresarial EUA-China, salientou o potencial de cooperação das duas nações que pode abrir horizontes promissores e trazer benefícios globais

 

O Presidente chinês afirmou sexta-feira que China e Estados Unidos têm “enorme potencial e perspectivas promissoras” para reforçar a cooperação económica e comercial, numa altura em que os dois países procuram melhorar as relações.

“A China vai promover um desenvolvimento de alto nível e abrir-se ao mundo exterior com um ambiente empresarial internacional, legal e orientado para o mercado. Isto vai trazer mais oportunidades para as empresas de todo o mundo, incluindo as empresas americanas”, afirmou Xi Jiping, numa carta de felicitações por ocasião do 50.º aniversário da criação do Conselho Empresarial EUA-China.

Os dois países têm um “enorme potencial”, “um amplo espaço de cooperação” e “perspectivas promissoras” para reforçar os laços económicos e comerciais, salientou. De acordo com Xi, estes laços “são uma parte importante da relação” e trouxeram “muitos benefícios” para ambos os lados.

O líder chinês avançou ainda que “chegou a um importante consenso” com o homólogo dos EUA, Joe Biden, durante a reunião que tiveram em Novembro passado, à margem da cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), em São Francisco.

“Tivemos uma troca de pontos de vista aprofundada sobre questões importantes relacionadas com o desenvolvimento das relações entre China e EUA. Chegámos a um importante consenso. A China está disposta a trabalhar com os EUA segundo os princípios do respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação”, afirmou o Presidente chinês.

“Espero que este Conselho continue a construir pontes para intercâmbios amigáveis entre os nossos países”, acrescentou Xi sobre o órgão sediado em Washington, que foi criado pelos Estados Unidos, em 1973, para lidar com a China, antes do estabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países.

Reparar estragos

China e Estados Unidos estão a tentar emendar uma relação que se deteriorou, nos últimos anos, abalada por uma prolongada guerra comercial e tecnológica e diferendos sobre Taiwan, mar do Sul da China ou Direitos Humanos.

Os dois lados continuam a divergir em muitas questões: por exemplo, no domingo, os Estados Unidos pediram a China para que parasse com o comportamento “perigoso e desestabilizador” no mar do Sul da China, após uma altercação entre navios chineses e filipinos em águas disputadas, que Washington descreveu como “manobras imprudentes” de Pequim.

Já a China, instou sexta-feira os Estados Unidos a serem “coerentes” e “respeitadores” nas relações económicas e comerciais com Pequim e a não imporem sanções contra empresas chinesas enquanto “dizem querer cooperar” com o país asiático.

A porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, Mao Ning, disse em conferência de imprensa que a China “sempre acreditou que o desenvolvimento de relações económicas e comerciais saudáveis e estáveis com os Estados Unidos beneficia ambos os países e o mundo”.

A porta-voz reagiu assim às recentes declarações da secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, que afirmou que o papel excessivo das empresas estatais na China “limita o crescimento” e que o “controlo excessivo” por parte do aparelho de segurança “impede o investimento”.

Mao acrescentou que a China está disposta a seguir os princípios do respeito mútuo e da coexistência pacífica e a promover o desenvolvimento saudável e estável das relações económicas e comerciais bilaterais entre Pequim e Washington.

18 Dez 2023

Filipinas | Deportados 180 chineses por alegado tráfico de seres humanos

As Filipinas deportaram ontem 180 cidadãos chineses detidos durante uma rusga a um presumível negócio de tráfico sexual e de burla online em Manila, disseram as autoridades. Cidadãos chineses, coreanos, vietnamitas e filipinos encontravam-se entre as cerca de 600 pessoas encontradas num edifício de Manila durante a operação realizada em outubro.

Brinquedos sexuais, um salão de massagens, salas de karaoke e um restaurante foram descobertos no edifício explorado por uma empresa licenciada como firma de jogos online, indicaram as autoridades. Várias mulheres “foram resgatadas” durante a rusga, acrescentou a polícia.

Os chineses deportados não tinham autorização de trabalho e estavam “envolvidos em fraudes online”, disse o subsecretário da Comissão Presidencial de Combate ao Crime Organizado, Gilberto Cruz. Outros estrangeiros detidos durante a rusga serão deportados nas próximas semanas, acrescentou.

A senadora filipina Risa Hontiveros já tinha alertado para a existência de “centros de atendimento fraudulentos” a operar nas Filipinas e que empregam estrangeiros vítimas de tráfico de seres humanos no país. A comunidade internacional está preocupada com o ressurgimento de fraudes na Internet na região da Ásia-Pacífico, que dependem de vítimas de tráfico, forçadas em particular a promover falsos investimentos em criptomoeda.

No relatório deste ano sobre tráfico de seres humanos, o Departamento de Estado dos EUA concluiu que as Filipinas “não investigaram nem processaram vigorosamente os crimes de tráfico de mão de obra”, ocorridos no país. “A corrupção e a cumplicidade oficial nos crimes de tráfico continuam a ser preocupações significativas”, de acordo com o documento.

15 Dez 2023

Hong Kong anuncia primeiro tratamento para reduzir cancro do fígado

Investigadores de Hong Kong afirmaram ser os primeiros no mundo a permitir a um paciente com cancro do fígado avançado prolongar anos de vida, graças a um tratamento que reduz o tumor até um estado adequado para transplante.

 

A Faculdade de Medicina Li Ka Shing, da Universidade de Hong Kong, anunciou, na quarta-feira, que especialistas tinham curado um doente de 65 anos com cancro do fígado em fase 4, utilizando um tratamento para “reduzir e remover” que desenvolveram, noticiou o jornal local em língua inglesa South China Morning Post.

“Actualmente, não existe nenhum outro método eficaz para reduzir o cancro em fase 4 de uma pessoa, este seria o primeiro”, declarou Albert Chan Chi-yan, um dos líderes da equipa de investigação. Albert Chan disse estar “honrado por oferecer novas esperanças e possibilidades de tratamento deste tipo de cancro”.

Em Novembro passado, foram dados a Wong Lok-wing seis meses de vida devido a um tumor de 18,2 centímetros de diâmetro que se espalhou pela veia porta, que drena o sangue do intestino, do pâncreas, do baço e da vesícula biliar para o fígado.

Para reverter o tumor para estádio 1, os investigadores utilizaram uma combinação de radioterapia corporal estereotáxica – tratamento específico do tumor – e imunoterapia. Wong recebeu uma parte do fígado doada pelo filho durante uma intervenção cirúrgica de 12 horas, em Agosto passado, e, desde então, tem-se mantido de boa saúde, disseram os médicos.

Contra as probabilidades

Os especialistas asseguraram que, dos doentes com cancro do fígado, menos de um terço estava apto para se submeter a uma cirurgia ou a um transplante de fígado, as únicas opções disponíveis. Os outros tinham cerca de 30 por cento de hipóteses de sobreviver mais cinco anos, indicaram.

Cerca de 100 pacientes parecem ter concordado com o tratamento, com 40 por cento a apresentarem necrose completa das células tumorais após o tratamento, enquanto mais de 10 por cento estavam aptos para outros procedimentos, como o transplante hepático.

A equipa está a trabalhar na simplificação do tratamento e pediu subsídios governamentais para os medicamentos usados para encorajar mais doentes a experimentar. Para Albert Chan, esta terapia é especialmente útil para os doentes idosos e para os que não podem ser submetidos a operações de alto risco. Em 2022, 1.412 pessoas morreram de cancro do fígado em Hong Kong, que conta 7,4 milhões de habitantes.

15 Dez 2023

Demissão de ministros em escândalo de fraude financeira no Japão

Quatro ministros japoneses apresentaram ontem a demissão, depois de o primeiro-ministro, Fumio Kishida, ter anunciado que pretendia enfrentar um escândalo de fraude financeira no seio do partido que lidera, noticiaram ‘media’ locais.

“Apresentei a minha demissão ao primeiro-ministro”, declarou na manhã de ontem o braço direito de Kishida, o secretário-geral (com estatuto ministerial) e porta-voz do Governo, Hirokazu Matsuno, referindo-se às suspeitas de que é alvo.

O ministro da Economia, Comércio e Indústria, Yasutoshi Nishimura, o ministro da Administração Interna, Junji Suzuki, e o ministro da Agricultura, Ichiro Miyashita, também apresentaram a demissão, juntamente com cinco vice-ministros e outros funcionários, anunciou Matsuno.

“A desconfiança do público está centrada em mim em relação aos fundos políticos, o que está a levar à desconfiança em relação ao Governo. Como está a decorrer uma investigação, achei que devia esclarecer as coisas”, justificou Yasutoshi Nishimura aos jornalistas.

De acordo com a imprensa, os procuradores japoneses estão a investigar suspeitas de fraude contra dezenas de membros do Partido Liberal Democrata (LDP, direita conservadora), que governa o país quase ininterruptamente desde 1955.

Os meios de comunicação social japoneses têm apontado que estes membros são suspeitos de não terem declarado o equivalente a vários milhões de euros recolhidos através da venda de bilhetes para eventos de angariação de fundos, que o LDP lhes terá pago.

Os investigadores estão sobretudo interessados nos membros da maior facção interna do partido, liderada pelo antigo primeiro-ministro Shinzo Abe, assassinado no ano passado. Estes terão recebido cerca de 500 milhões de ienes (3,2 milhões de euros) durante um período de cinco anos, até 2022.

Limpeza geral

Kishida, que considerou “extremamente lamentável que a situação tenha dado origem à desconfiança do público”, prometeu “tornar-se numa bola de fogo para restaurar a confiança no Governo”, anunciando que ia “fazer rapidamente nomeações”. O primeiro-ministro japonês prepara-se para substituir não só os três ministros demissionários, mas também o secretário-geral e porta-voz do Governo, Hirokazu Matsuno, notou a imprensa.

No total, nove ministros e vice-ministros serão afectados pela remodelação. Todos os ministros a substituir pertencem à “facção Abe”, embora se diga que o escândalo também afecte membros do lado de Kishida, acrescentou a comunicação social nipónica.

15 Dez 2023

Banco Mundial | Previsão de crescimento chinês revista em baixa para 5,2%

O Banco Mundial (BM) previu ontem que a economia chinesa vai terminar o ano com um crescimento de 5,2 por cento, um ajustamento em baixa da anterior previsão, feita em Junho, que apontava para 5,6 por cento. Para o próximo ano, a instituição ajustou em alta a previsão, feita em Outubro, de crescimento do produto interno bruto (PIB) de 4,4 por cento para 4,5 por cento.

“A possibilidade de uma recuperação lenta do sector imobiliário e a persistência de uma procura externa débil persistem. Para apoiar o crescimento, espera-se que o Governo mantenha uma orientação fiscal e monetária moderadamente expansionista em 2024”, disse o BM, sediado em Washington.

O BM citou “constrangimentos estruturais” ao crescimento, como os “elevados níveis de dívida”, o “envelhecimento da população” e o “menor crescimento da produtividade do que no passado”.

A instituição identificou também “riscos importantes”, incluindo “um abrandamento do setor imobiliário que pode ir além das expectativas iniciais”, “o aumento das tensões geoeconómicas” e “as alterações climáticas e a frequência crescente de fenómenos meteorológicos extremos”.

A directora do BM para a China, Mongólia e Coreia, Mara Warwick, afirmou que “a flexibilização da política macroeconómica tem apoiado a recuperação a curto prazo”, acrescentando que “seria importante realizar reformas estruturais complementares para aumentar a confiança e relançar a dinâmica de crescimento, como a melhoria do quadro de resolução da dívida da China e o reforço do ambiente propício para as empresas privadas”.

Entre Julho e Setembro, a segunda maior economia do mundo cresceu 4,9 por cento em comparação com o mesmo período de 2022, ainda marcado pelas consequências da estratégia ‘zero covid’, de medidas rigorosas contra a covid-19, entretanto desmantelada.

15 Dez 2023

Detido antigo vice-presidente do Banco de Desenvolvimento da China

A Procuradoria-Geral da China ordenou ontem a detenção de Zhou Qingyu, antigo vice-presidente Banco de Desenvolvimento da China, instituição do Estado chinês que é um dos principais financiadores dos países em desenvolvimento. Zhou foi acusado de aceitar subornos.

A detenção surge no final de uma investigação da Comissão Nacional de Supervisão, órgão máximo anticorrupção da China, sobre suspeitas de “violações graves” da lei, informou a agência de notícias oficial chinesa Xinhua. Ainda não foi divulgada qualquer informação sobre as datas do julgamento do antigo director financeiro.

Zhou, que ocupou o cargo entre 2016 e Julho de 2022, apenas dois meses antes de completar 60 anos, está também a ser investigado desde Maio pela Comissão Central de Inspeção e Disciplina, o poderoso órgão anticorrupção do Partido Comunista da China (PCC).

Em Novembro passado, aquele órgão acusou o banqueiro, nascido em 1962 na província central de Henan, de, entre outras coisas, “coleccionar e ler em privado livros e publicações sobre questões políticas sérias”, “aceitar banquetes”, “aderir a clubes privados” e “interferir de forma flagrante no recrutamento de funcionários de instituições financeiras”.

Em Fevereiro passado, o PCC comprometeu-se a intensificar a campanha contra a má conduta financeira, poucos dias depois de o desaparecimento do conhecido banqueiro Bao Fan, que mais tarde anunciou estar a “cooperar numa investigação”, de acordo com o banco de investimento de que é fundador, o China Renaissance.

A campanha no sector financeiro resultou na acusação de vários funcionários de organismos reguladores e de altos dirigentes de empresas.

15 Dez 2023

Aeronaves de passageiros em exposição em Hong Kong

O fabricante chinês COMAC apresentou ontem em Hong Kong os seus aviões de passageiros C919 e ARJ21, dando ao público uma visão de perto dos modelos que almejam competir com a Airbus, Boeing ou Embraer. A cerimónia de boas-vindas aos C919 e ARJ21, outro jacto fabricado pela estatal Commercial Aircraft Corp of China, teve lugar no aeroporto internacional de Hong Kong, um dia depois de ambos terem voado para fora da China continental pela primeira vez.

O líder de Hong Kong, John Lee, afirmou que o sucesso da China no desenvolvimento do jacto de passageiros de grandes dimensões indica a sua “posição de liderança na indústria de fabrico de transportes”. John Lee acrescentou ainda que a visita dos dois aviões a Hong Kong demonstra a importância que a China atribui ao sector da aviação da região semiautónoma.

Mais de 1.000 encomendas foram já feitas para o C919, disse Lee. O Departamento de Aviação Civil de Hong Kong participou da certificação da aeronave e do treino de pilotos. O C919 pretende concorrer com os modelos de corredor único Airbus A320 Neo e Boeing 737 MAX. Mas, embora tenha concebido muitas das peças do C919, alguns componentes-chave continuam a ser fornecidos pelo Ocidente, incluindo o motor.

Futuro promissor

No sábado, o C919 deverá sobrevoar o cénico porto de Victoria, dando às pessoas que se encontram à beira-mar um vislumbre do novo avião, se o tempo o permitir. Ambos os aviões vão estar em exposição no aeroporto internacional de Hong Kong até domingo e podem ser visitados por funcionários do governo, representantes da indústria aeronáutica ou grupos de estudantes.

A indústria aeroespacial é vista como um passo importante no caminho traçado pelos líderes chineses para tornar a China competitiva nos sectores de alto valor agregado e numa potência inovadora.

Pequim está também focado em outros sectores estrategicamente importantes, como ‘chips’ semicondutores, computadores, energias renováveis e a inteligência artificial. A China deve tornar-se num dos maiores mercados de aeronaves do mundo nas próximas duas décadas.

15 Dez 2023

Zona norte da China prepara-se para vaga de frio

Regiões do norte da China, incluindo Pequim, estão a preparar-se para uma vaga de frio que deve ser acompanhada por mais quedas de neve fortes e temperaturas negativas extremas, de acordo com os meteorologistas. As autoridades da capital chinesa emitiram alerta laranja para a queda de neve, o segundo mais elevado no sistema de alerta de quatro níveis do país asiático para o mau tempo, sendo o vermelho o mais grave, seguido do laranja, amarelo e azul.

Para a queda de neve, que começou na quarta-feira e se prevê que continue até sexta-feira, são esperadas acumulações de neve de até 20 centímetros, informou ontem a agência noticiosa oficial Xinhua.

A queda e acumulação de neve começou a causar perturbações na cidade, onde escolas e jardins-de-infância foram encerrados. Também os transportes públicos foram afectados. A queda de neve pode ainda causar problemas nos serviços de electricidade, com os especialistas a avisarem as empresas de energia para tomarem medidas para evitar cortes. Para além da capital, a vaga de frio vai afectar outras zonas do país.

A pique

O governo central emitiu ontem um alerta laranja para a maioria das regiões do país devido às baixas temperaturas, o que significa que se espera uma descida média entre 8 e 12 graus Celsius. Nalgumas províncias e regiões, como a Mongólia Interior, Shaanxi, Jilin e Liaoning, as descidas poderão ser superiores a 20 graus Celsius.

As autoridades apelaram aos governos locais para que tomassem medidas de proteção, tais como o fornecimento de roupas quentes e alimentos às pessoas vulneráveis. O Governo pediu também ao público que se agasalhe bem, evite deslocações desnecessárias e se mantenha afastado das estradas e passeios gelados.

O impacto da vaga de frio na China ainda não foi avaliado, mas os especialistas esperam que o tempo provoque perturbações nas viagens e na energia, bem como danos no sector agrícola. As autoridades estão a acompanhar de perto a situação e também intensificaram os serviços de limpeza de estradas e pavimentos para facilitar o tráfego.

15 Dez 2023

UE | China critica relatório de Bruxelas cheio de “preconceitos e mentiras”

As autoridades chinesas teceram duras críticas ao relatório de Bruxelas, após a última Cimeira China – UE realizada na semana passada. Pequim exorta o Parlamento Europeu as escutar as vozes daqueles que vêem a China como um parceiro importante e apelaram ao reforço do diálogo entre os dois lados

 

A Missão da China na União Europeia (UE) criticou ontem um relatório de Bruxelas sobre a relação com Pequim que considerou estar repleto de “preconceitos e mentiras” e instou as autoridades europeias a acabar com “observações irresponsáveis”.

O relatório difundido pelo Parlamento Europeu “infringe gravemente” a soberania da China, “interfere nos assuntos internos” chineses e “viola” as normas básicas que regem as relações internacionais e os compromissos políticos da UE, disse um porta-voz da Missão da China em Bruxelas, em comunicado.

Em causa, está um relatório difundido pelo Parlamento Europeu sobre as relações UE – China na quarta-feira. No documento, o Parlamento Europeu reconheceu o papel da China como parceiro, mas também destacou que Pequim é um concorrente e rival sistémico da UE.

“A China está a reforçar o seu papel e a sua influência sobre as instituições internacionais, com a intenção e os meios económicos, tecnológicos e militares para remodelar a ordem internacional baseada em regras”, lê-se.

O Parlamento Europeu recomendou que a UE “reduza riscos no comércio com a China para garantir a autonomia estratégica aberta da Europa”. A UE deve também fazer mais para limitar o controlo por empresas chinesas sobre infra-estruturas críticas no continente, recomendou.

“O relatório exagera muito as diferenças ideológicas e de valores entre a China e a UE, destacando os dois lados como rivais institucionais e até alega falsamente que a China tomou a iniciativa de mudar a natureza das relações China – UE para rivais institucionais”, disse o porta-voz.

A missão chinesa acusou o relatório de fazer “observações falsas” sobre a política económica, social e externa da China e difamar a situação dos Direitos Humanos na China “com base em preconceitos e mentiras”. A Missão da China considerou que as referências no documento a questões relacionadas com Taiwan, Xinjiang, Tibete, Hong Kong e Macau “violam gravemente” a soberania da China e constituem “interferências nos assuntos internos” do país asiático.

Opiniões misturadas

O relatório foi publicado após a realização da 24.ª Cimeira China – UE, na semana passada, em Pequim. O porta-voz salientou ainda que, durante a sessão plenária do Parlamento Europeu, alguns membros afirmaram que a China é um parceiro importante da UE e apelaram a Bruxelas para que reforce o diálogo e faça uma gestão correcta das diferenças.

“Estas vozes objectivas e racionais não devem ser abafadas por ruídos baseados em preconceitos ideológicos e desinformação”, disse o porta-voz.

“Exortamos o Parlamento Europeu a encarar o desenvolvimento e o progresso da China de uma forma abrangente e objectiva, a respeitar o Direito internacional e as normas básicas que regem as relações internacionais, a deixar de interferir nos assuntos internos da China, a deixar de fazer comentários irresponsáveis e a fazer mais para contribuir para o desenvolvimento das relações China-UE”, disse o porta-voz.

15 Dez 2023

Deputada tailandesa condenada por criticar monarquia

Um tribunal de Banguecoque condenou ontem uma deputada do partido da oposição Move Forward a seis anos de prisão por ter criticado, nas redes sociais, a monarquia. Rukchanok Srinork, que terá de abandonar o lugar no parlamento, encontra-se no processo de pedir a saída em liberdade sob pagamento de caução, informou a organização Advogados Tailandeses pelos Direitos Humanos (Thai Lawyers for Human Rights, TLHR).

A deputada, membro da plataforma progressista que venceu contra todas as probabilidades as eleições de Maio, mas que não conseguiu obter apoio suficiente para governar, foi considerada culpada de publicar duas mensagens nas redes sociais em 2020 que criticavam a família real tailandesa.

Nas mensagens na rede social X (antigo Twitter), a mulher criticou o monopólio de um laboratório ligado à monarquia no fabrico da vacina contra a covid-19 da Astrazeneca, além de ter reenviado fotografias de uma manifestação, com mensagens alegadamente antimonárquicas, referiu a TLHR.

O crime de lesa-majestade é punível com penas de três a 15 anos de prisão para quem difamar, insultar ou ameaçar o rei, a rainha ou o príncipe herdeiro, numa das leis mais draconianas do mundo neste domínio.

A TLHR denunciou o aumento dos casos de lesa-majestade na Tailândia desde Novembro de 2020, quando o Governo retomou a aplicação desta lei para sufocar nos tribunais o movimento pró-democracia liderado por estudantes universitários. Este movimento, no qual Rukchanok participou activamente, organizou protestos em massa em meados de 2020 e conseguiu lançar o debate público sobre o papel da monarquia, que tem vindo a perder adeptos entre os tailandeses nos últimos anos.

Voto jovem

Nas eleições de 14 de Maio, o Move Forward, com 14,4 milhões de votos, conquistou a preferência dos jovens manifestantes, nomeadamente devido à promessa de alterar a lei de lesa-majestade para reduzir as penas e permitir que apenas as instituições ligadas à família real apresentem queixas.

Pelo menos 259 pessoas, incluindo menores, foram acusadas de lesa-majestade desde Novembro de 2020, de acordo com a TLHR, enquanto 1.890, incluindo 284 menores, foram acusadas de crimes relacionados com os protestos ou expressão política.

14 Dez 2023

COP28 | “Países desenvolvidos devem assumir liderança” na transição energética

A China afirmou ontem que os países desenvolvidos devem “assumir a liderança” na transição energética global e “fornecer sem demora” apoio financeiro e técnico para a transição nos países em desenvolvimento, na conclusão da COP28, no Dubai.

“Os países desenvolvidos têm uma responsabilidade histórica e indiscutível no que respeita às alterações climáticas: devem assumir a liderança na meta do 1,5°C” e “alcançar a neutralidade carbónica o mais rapidamente possível”, afirmou Zhao Yingmin, vice-ministro chinês do Ambiente.

A China é o maior emissor mundial de gases com efeito de estufa. Quase dois terços da energia consumida no país assentam na queima do carvão. No entanto, o país é também o maior investidor do mundo em energias renováveis. Em 2022, o país asiático acrescentou tanta capacidade instalada de energia eólica e solar quanto todos os outros países do mundo combinados.

O Presidente chinês, Xi Jinping, delineou, em 2020, os compromissos chineses para o clima: neutralidade carbónica “antes de 2060” e atingir o pico das emissões “antes de 2030”. Os países reunidos na cimeira do clima aprovaram ontem “por consenso” uma decisão que apela a uma “transição” no sentido de abandonar os combustíveis fósseis, anunciou o presidente da COP28, no Dubai.

14 Dez 2023