Hoje Macau China / ÁsiaNuclear | Pequim aprova 11 reactores com investimento de 28 mil milhões de euros O Conselho de Estado (Executivo) chinês aprovou ontem cinco novos projectos nucleares com um total de onze reactores e um investimento que, segundo a imprensa chinesa, rondará os 220 mil milhões de yuan. A aprovação simultânea de 11 reactores representa um novo recorde, segundo o jornal Jiemian. Estes novos pontos de produção de electricidade situam-se nas províncias de Jiangsu, Shandong, Guangdong, Zhejiang e Guangxi. O jornal Jiemian estima o investimento em 220 mil milhões de yuan, multiplicando o custo médio por reactor em 20 mil milhões de yuan. A China demora normalmente cerca de cinco anos entre a aprovação do projecto e a sua conclusão. Seis destes reactores vão ser operados por filiais do grupo estatal China General Nuclear Power Group (CGN) e espera-se que vários deles sejam do tipo Hualong One, de terceira geração, desenvolvido pela China. A China National Nuclear Corporation (CNNC) construirá mais três centrais e a State Power Investment Corporation (SPIC) construirá as outras duas. Ambas as empresas são igualmente detidas pelo Estado. Um dos projectos operados pela CNNC, Xuwei, incluirá um reactor de quarta geração arrefecido a gás, capaz de fornecer calor e electricidade e com características de segurança mais avançadas. De acordo com a agência Bloomberg, a China tem mais reactores em construção do que qualquer outro país do mundo, depois de ter aprovado uma dúzia em cada um dos últimos dois anos, o que faz com que se preveja que venha a ser o maior produtor mundial de energia nuclear até 2030, ultrapassando a França e Estados Unidos. Actualmente, existem 56 reactores em funcionamento no país asiático, que produzem 5 por cento da procura total de electricidade, segundo dados do Governo chinês.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim prepara multa a PwC devido a escândalo contabilístico da Evergrande Os reguladores chineses estão a ultimar os pormenores de uma grande investigação à PriceWaterhouseCoopers (PwC) pelo seu papel de auditora do gigante imobiliário endividado Evergrande durante 14 anos, até 2023, informou ontem a imprensa de Hong Kong. O jornal Sing Tao Daily, que cita fontes que pediram para não ser identificadas, salientou que a China “acelerou” as investigações e que já tem a aprovação da própria PwC – uma das ‘quatro grandes’ consultoras mundiais -, excepto no que se refere à acusação de que esta conspirou com a Evergrande para inflacionar o seu volume de negócios e os seus lucros em 2019 e 2020. Embora, segundo o Sing Tao, o montante da coima esteja “praticamente decidido” – a Bloomberg disse há alguns meses que seria o equivalente a pelo menos 140 milhões de dólares e que levaria mesmo à suspensão de algumas operações na China -, a PwC está a tentar atenuar a linguagem “muito dura” utilizada pelos reguladores no projecto que estão a tratar. Em Março, o regulador de valores mobiliários da China anunciou uma multa de 4,175 mil milhões de yuan para a principal subsidiária doméstica do Grupo Evergrande, por emissão fraudulenta de obrigações e ilegalidades na divulgação de informações. O fundador do grupo, Xu Jiayin, foi também multado em 47 milhões de yuan, a coima máxima, e banido para sempre dos mercados bolsistas. Na sua investigação, os reguladores descobriram que a Evergrande inflacionou o seu volume de negócios e os seus lucros nos exercícios de 2019 e 2020, o que resultou na emissão fraudulenta de obrigações e na inclusão de informações falsas nos seus relatórios anuais. A Evergrande inflacionou o seu volume de negócios em 78 mil milhões de dólares e os seus lucros em mais de 12 mil milhões de dólares. “O risco para a reputação da PwC, não apenas na China mas numa escala mais alargada, é muito real”, afirmou Richard Murphy, professor de práticas contabilísticas na Universidade de Sheffield, no Reino Unido. Com consequências No início de 2023, a PwC anunciou que se demitiu da auditoria à Evergrande devido a discrepâncias na quantidade de informação recebida para avaliar as contas da empresa relativas ao exercício de 2021. E ainda este mês, os administradores legais da Evergrande intentaram uma acção judicial contra a empresa de consultoria, que acusam de “negligência” e “deturpação” no seu trabalho de auditoria das contas da Evergrande, especificamente em 2017 e no primeiro semestre de 2018. No rescaldo do escândalo, a PwC, uma das empresas de auditoria mais utilizadas pelos promotores chineses, perdeu mais de 40 clientes no país asiático. O último caso deste êxodo ocorreu na segunda-feira, quando o estatal Banco da China, um dos maiores bancos do país, anunciou que iria dispensar os serviços da PwC e contratar a EY como sua nova auditora.
Hoje Macau China / ÁsiaVietname | Ministro da Defesa pede mais colaboração e exercícios conjuntos A visita do Presidente vietnamita, To Lam, à China terminou ontem. Para trás, ficou a promessa de intensificar a colaboração dos dois países em exercícios militares que contribuam para assegurar a paz regional O ministro da Defesa chinês, Dong Jun, pediu ontem, em Pequim, ao homólogo vietnamita, Phan Van Giang, que “impulsione a cooperação internacional e os exercícios conjuntos” entre os dois países vizinhos. A reunião coincidiu com o fim da visita do Presidente vietnamita, To Lam, à China, a primeira deslocação oficial a um país estrangeiro desde que foi eleito este mês secretário-geral do Partido Comunista do Vietname, o cargo mais poderoso do seu país. Nesta reunião entre os ministros da Defesa, o ministro chinês sublinhou a “necessidade” de as duas forças armadas “intensificarem os seus esforços para melhorar a qualidade e a eficácia da cooperação”. “Temos de trabalhar para manter a dinâmica da cooperação em vários domínios, incluindo a formação de pessoal, exercícios conjuntos e colaboração internacional. Mas também temos de alargar as áreas de cooperação para obter resultados mais práticos”, afirmou Dong, de acordo com um comunicado do Ministério da Defesa chinês. Phan Van Giang afirmou que a parte vietnamita continuará a “reforçar a cooperação com os militares chineses em visitas mútuas e intercâmbios fronteiriços amigáveis” e a “elevar os laços bilaterais para um novo nível”. Amizade prioritária Em Agosto deste ano, a polícia dos dois países realizou um treino conjunto anti-terrorismo no sul da China e, no final do ano passado, uma delegação vietnamita participou nos exercícios chineses “Paz e Amizade 2023”, realizados na cidade de Zhanjiang, no sul do país. A reunião foi realizada na sequência dos recentes atritos entre a China e as Filipinas sobre águas disputadas no Mar do Sul da China, uma área onde Pequim e Hanói também estão em desacordo. No entanto, o líder vietnamita To Lam afirmou, durante o seu encontro com o Presidente chinês, Xi Jinping, na segunda-feira, que está “mais do que disposto a continuar a tradição de amizade” com Pequim para “aprofundar e melhorar a parceria estratégica global” entre os dois países. China e Vietname partilham uma fronteira de quase 1.300 quilómetros e fortes laços económicos, com o comércio bilateral a atingir 175,6 mil milhões de dólares, em 2022. A neutralidade diplomática do Vietname, que visa maximizar os seus próprios interesses, atingiu novos patamares, tendo recebido em menos de um ano o Presidente russo, Vladimir Putin, o Presidente norte-americano, Joe Biden, e Xi Jinping.
Hoje Macau China / ÁsiaMar do sul | Pequim acusa barco filipino de bater de propósito contra navio chinês A guarda costeira chinesa acusou as Filipinas de terem deliberadamente colidido ontem com um dos seus navios contra uma embarcação chinesa, perto do Atol Sabina, um novo ponto de inflamação nas disputas territoriais entre os dois países. Dois navios da guarda costeira filipina entraram em águas próximas do banco de areia, ignoraram o aviso da guarda costeira chinesa e “colidiram deliberadamente” com um dos barcos chineses às 03:24, disse a guarda costeira chinesa, em comunicado. O governo filipino denunciou, porém, manobras “ilegais e agressivas” dos navios da guarda costeira chinesa, perto do atol disputado nas ilhas Spratly. As duas colisões ocorreram contra embarcações filipinas que tinham como missão entregar mantimentos ao pessoal estacionado nas ilhas Patagonian e Lawak. Uma das colisões causou um buraco de cerca de 12 centímetros de diâmetro no convés do navio filipino Cape Engaño, quando este navegava a cerca de 23 milhas náuticas a sudeste do Atol Sabina, informou o comunicado, acompanhado de fotografias dos danos. “O lado filipino é inteiramente responsável pela colisão”, disse, por sua vez, o porta-voz da guarda costeira chinesa, Gan Yu. “Advertimos a parte filipina para que ponha imediatamente termo às suas infracções e provocações, caso contrário arcará com todas as consequências daí decorrentes.” Gan acrescentou que a China tem “soberania indiscutível” sobre as ilhas Spratly, conhecidas em chinês como ilhas Nansha, incluindo o Atol Sabina e as águas adjacentes. O nome chinês para aquele atol é Xianbin. Minutos depois desta colisão e em águas próximas, outro navio chinês abalroou “duas vezes” outra embarcação filipina, identificada como BRP Bagacay, que acabou por sofrer “danos estruturais menores”.
Hoje Macau China / ÁsiaTailândia | Pena de prisão para activista por se mascarar de rainha Um tribunal de recurso da Tailândia confirmou ontem a condenação a dois anos de prisão da activista Jatuporn Sae-ung, por difamar a monarquia ao mascarar-se de rainha Suthida durante um protesto em 2020. A organização Thai Lawyers for Human Rights (TLHR), que representa a arguida, afirmou ontem na rede social X que está a solicitar a liberdade perante o pagamento de fiança, enquanto recorre da sentença para o Supremo Tribunal, última instância para reverter a decisão. A condenação é a mais recente de uma vasta campanha legal das autoridades para sufocar nos tribunais o movimento pró-democracia, que desencadeou protestos em massa em meados de 2020 e abriu um debate público sobre o papel da monarquia na sociedade actual da Tailândia, escreveu a agência de notícias EFE. A jovem desfilou por uma das principais avenidas de Banguecoque com um fato de seda cor-de-rosa e uma pequena mala dourada durante uma das manifestações. A roupa e a forma de andar da activista, acompanhada por uma comitiva que a protegia sob um guarda-chuva, são semelhantes às dos eventos de recepção da monarquia tailandesa. O código penal da Tailândia estipula penas de três a 15 anos de prisão para quem difamar, insultar ou ameaçar o rei, a rainha ou o príncipe herdeiro, embora a instituição tenha perdido popularidade entre os tailandeses nos últimos anos. A decisão judicial de ontem surge após algumas semanas de grande agitação na política do país. A 7 de Agosto, o Tribunal Constitucional ordenou a dissolução do partido reformista Move Forward, considerando a proposta avançada pelo grupo de reforma da lei que protege a família real uma “ameaça à monarquia constitucional”.
Hoje Macau China / ÁsiaChina / EUA | Moeda e branqueamento de capitais na agenda Delegações da China e dos Estados Unidos abordaram, na semana passada, em Xangai, leste da China, a política monetária dos dois países e medidas contra o branqueamento de capitais, informaram ontem as autoridades chinesas. Na quinta reunião do grupo de trabalho financeiro conjunto, delegações dos dois países tiveram reuniões “profissionais, pragmáticas, francas e construtivas”, que abordaram ainda o fluxo de dados e pagamentos transfronteiriços, a resiliência das instituições financeiras ou medidas contra o financiamento do terrorismo, informou ontem o Banco Popular da China, em comunicado. Antes da viagem, a imprensa norte-americana afirmou que a delegação dos EUA procuraria também discutir a luta contra o fentanil, mas o comunicado divulgado pela instituição chinesa não faz qualquer referência a esta questão. A reunião, que teve lugar na quinta e sexta-feira da semana passada, foi presidida, do lado chinês, pelo vice-governador do Banco Popular da China, Xuan Changneng, e, do lado norte-americano, pelo subsecretário do Tesouro para as Finanças Internacionais, Brent Neiman. Funcionários das autoridades reguladoras de ambos os países e da Reserva Federal dos EUA (Fed) também estiveram presentes na ronda de diálogo, que acolheu, pela primeira vez, instituições financeiras, para explorar possíveis oportunidades de cooperação e partilhar experiências sobre finanças sustentáveis. Dedicação mútua O banco central chinês e o Departamento do Tesouro dos EUA assinaram documentos destinados a reforçar “os canais para uma comunicação atempada e fluida” sobre gestão financeira e reduzir as incertezas “quando surgem situações de pressão financeira e riscos operacionais para as instituições financeiras”. Embora o comunicado apenas mencione que o Banco Popular da China “levantou preocupações sobre questões de interesse” com os emissários norte-americanos, o jornal oficial Global Times indicou, na semana passada, que os funcionários chineses iriam centrar-se nas “crescentes restrições económicas e comerciais” que estão a ser impostas à China e exigir que Washington “pare de politizar as questões comerciais”. As duas partes concordaram em manter a comunicação no futuro, acrescentou o comunicado, sem fornecer mais pormenores sobre quando vai ter lugar a próxima ronda de diálogo. Este grupo de trabalho foi criado em 2023, juntamente com outro dedicado a questões económicas, e é supervisionado conjuntamente pelo vice-primeiro-ministro chinês He Lifeng e pela secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, que visitou a China em Abril.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Principais rios sofreram recorde de 25 grandes inundações este ano Os principais rios da China sofreram este ano, até agora, 25 grandes inundações, o número mais elevado desde o início da recolha de dados, em 1988, segundo o Ministério dos Recursos Hídricos do país asiático. O ano de 2024 caracterizou-se por “frequentes fenómenos meteorológicos extremos”, com chuvas intensas e inundações em grande escala, tanto no norte como no sul da China, afirmaram em conferência de imprensa funcionários do ministério. O vice-ministro Wang Bao’en advertiu que “a China ainda enfrenta desafios este ano”, uma vez que a época das cheias ainda não terminou. “Este ano, registámos uma precipitação acumulada superior ao normal devido ao tufão Gaemi. O país registou uma precipitação média acumulada de 183 milímetros, mais 10 por cento do que a média anual”, afirmou. O tufão Gaemi despejou um total de 216,7 mil milhões de metros cúbicos de chuva nas regiões do sul do país, o que representa “um aumento significativo de 43 por cento” em relação aos 151,8 mil milhões de metros cúbicos despejados pelo tufão Doksuri, no ano passado. As grandes inundações registaram-se com maior frequência do que a média anual e cerca de 30 rios em todo o país ultrapassaram os níveis históricos. Foram registadas 13 grandes inundações nas bacias hidrográficas do rio Yangtsé, do rio Amarelo, do rio Huaihe e do rio das Pérolas, entre outros. “Os rios que excederam os níveis de alerta aumentaram 120 por cento em comparação com o mesmo período dos anos anteriores”, disse Wang. Consequências pesadas A frequência de catástrofes relacionadas também aumentou este ano, incluindo o rebentamento de barragens em Yueyang, na província central de Hunan, e o colapso de uma ponte rodoviária em Shangluo, na província central de Shaanxi. Também se registaram “múltiplas inundações repentinas e deslizamentos de terras” em várias localidades, realçando “a extrema complexidade e gravidade da situação para controlar as inundações”, disse Wang. O rio Wusuli, situado na província de Heilongjiang, no nordeste da China, que faz fronteira com a Rússia, também registou inundações graves nos últimos dias e persiste o risco de catástrofes secundárias provocadas por chuvas fortes. Nos últimos Verões, as catástrofes meteorológicas causaram grandes estragos no país asiático: os meses de Verão de 2023 foram marcados por inundações em Pequim que causaram a morte de mais de 30 pessoas, enquanto em 2022 várias ondas de calor extremo e secas atingiram a China central e oriental. Em Julho de 2021, chuvas de uma intensidade que não se via há décadas fizeram quase 400 mortos na província central de Henan, atribuída pelo governo chinês à “falta de preparação e de perceção dos riscos” por parte das autoridades locais.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | PM Li Qiang visita Rússia e Bielorrússia esta semana O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, vai visitar esta semana a Rússia e a Bielorrússia, anunciou ontem o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China. Durante a sua visita, que decorrerá entre hoje e sexta-feira, Li Qiang participará na 29.ª reunião entre os chefes de governo chinês e russo, detalhou Mao Ning, porta-voz da diplomacia chinesa. Este evento conjunto realiza-se desde 1996. A parceria estratégica entre os dois países aprofundou-se ainda mais desde o início da invasão russa da Ucrânia. Pequim apresenta-se como parte neutra no conflito e diz não estar a fornecer armas a nenhum dos lados. O Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, visitou a China duas vezes no ano passado, prometendo em Dezembro ser “um parceiro fiável para Pequim”. A Bielorrússia depende fortemente da Rússia em termos de apoio político e financeiro e o seu território tem sido amplamente utilizado para as manobras russas contra a Ucrânia desde a invasão russa, em Fevereiro de 2022. Em Julho, a Bielorrússia tornou-se membro da Organização de Cooperação de Xangai, um grupo em rápido crescimento que inclui a China, Índia, Rússia e os países da Ásia Central, com a ambição de actuar como contrapeso ao Ocidente.
Hoje Macau China / ÁsiaVietname | Presidente diz que China é prioridade para Hanói O Presidente do Vietname, To Lam, disse ontem ao homólogo chinês, Xi Jinping, que a relação com a China é a principal prioridade da política externa vietnamita, durante um encontro, em Pequim. “Como irmãos, observamos sempre cada passo do desenvolvimento da China e estamos satisfeitos com as conquistas que o Partido [Comunista], o governo e o povo da China alcançaram sob a sua liderança”, disse Lam, no seu discurso, antes de se encontrar com Xi. Os dois dirigentes assinaram 14 acordos de cooperação em domínios como a educação política, infraestruturas, os cuidados de saúde e a banca. A visita de três dias de Lam à China ocorre cerca de duas semanas após a sua confirmação como secretário-geral do Partido Comunista do Vietname, o cargo político mais importante do país. O responsável sucedeu a Nguyen Phu Trong, que morreu no mês passado após 13 anos como líder. China e Vietname partilham uma fronteira de quase 1.300 quilómetros e fortes laços económicos, com o comércio bilateral a atingir 175,6 mil milhões de dólares, em 2022. Lam afirmou que o Vietname apoia a reivindicação da China sobre Taiwan, conhecida como o princípio ‘Uma só China’, e que quaisquer questões relativas a Hong Kong e às regiões do Tibete e Xinjiang constituem assuntos internos da China. Espera-se que Lam mantenha a “diplomacia do bambu”, caracterizada pela flexibilidade e pela recusa em se alinhar com um bloco específico. Diplomacia activa A neutralidade diplomática do Vietname, que visa maximizar os próprios interesses, atingiu novos patamares, tendo Hanói recebido em menos de um ano o Presidente russo, Vladimir Putin, o Presidente norte-americano, Joe Biden, e Xi Jinping. Quando Xi visitou o Vietname em Dezembro passado, os dois países anunciaram que iriam construir “um futuro partilhado, com um significado estratégico”. O acordo, que a imprensa estatal chinesa descreveu como elevação dos laços, foi visto como uma concessão pelo Vietname, que tinha resistido a usar essa expressão no passado. Vladimir Putin encontrou-se com Lam no Vietname em Junho, depois de visitar a Coreia do Norte, numa rara viagem ao estrangeiro do líder russo, que tem sido ostracizado por muitos países devido à invasão da Ucrânia em 2022. Lam iniciou a sua viagem à China no domingo em Cantão, um importante centro de produção e exportação perto de Hong Kong. Também visitou locais na cidade do sul onde o antigo líder comunista do Vietname, Ho Chi Minh, passou algum tempo nas décadas de 1920 e 1930. O Vietname tem beneficiado economicamente do investimento dos fabricantes chineses, que transferiram a produção para o país do Sudeste Asiático, em parte para contornar as restrições dos EUA aos painéis solares e outras exportações oriundas da China.
Hoje Macau China / ÁsiaGaza | Quase 20 mortos em novo ataque do exército de Israel O Exército de Israel atacou, na madrugada de ontem, o norte, centro e sul do enclave palestiniano de Gaza, num ataque que fez quase 20 mortos, incluindo crianças, anunciaram fontes palestinianas. Este ataque acontece ao mesmo tempo que o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, se dirige para a região para tentar fechar um acordo de cessar-fogo após meses de negociações contenciosas. Os EUA e os restantes mediadores, Egipto e Qatar, apontam estar perto de acordo após dois dias de negociações em Doha, com autoridades americanas e israelitas, mas o Hamas tem mostrado resistência e ontem denunciou novas exigências de Israel. Pelo menos quatro palestinos morreram no campo norte de Jabalia, criado pela ONU em 1948 para abrigar palestinianos deslocados. Aviões israelitas terão bombardeado dois apartamentos, informou a agência palestiniana Wafa, acrescentando que as equipas de resgate procuram vítimas nos escombros. Outros quatro palestinianos morreram na noite passada na cidade de Deir el Balah, no centro da Faixa de Gaza, num ataque a uma casa localizada ao sul da cidade, e uma mulher e uma menina morreram a leste de Khan Yunis, quando a casa pertencente à família Musbbeh foi bombardeada, segundo fontes palestinianas. Já a Al Jazeera informou que outras sete pessoas, incluindo três crianças, morreram num ataque de aviões de guerra israelitas contra uma torre residencial no campo de refugiados de Nuseirat (centro). De acordo com o Exército, as tropas israelitas da 98.ª Divisão continuam a operar tanto em Deir el Balah como em Khan Yunis, para eliminar lançadores de foguetes e armamento, incluindo granadas explosivas e Kalasnikovs. Além disso, em Rafah (sul), e de acordo com um comunicado militar divulgado ontem, alegaram ter eliminado cerca de 20 milicianos “acima e no subsolo”. Genocídio em curso Durante 317 dias consecutivos, e já ultrapassando as 40.000 mortes, Israel continua a sua ofensiva na Faixa de Gaza, ignorando o Tribunal Internacional de Justiça (CIJ), que ordenou que evitasse o genocídio na sua ofensiva militar em Rafah. Estima-se que estejam pelo menos 10 mil palestinianos desaparecidos e mais de 92.500 feridos. No total, quase 2,3 milhões de pessoas de toda a Faixa de Gaza foram deslocadas. As negociações de longa duração foram repetidamente paralisadas numa guerra que causou uma catástrofe humanitária. A proposta actual pede um processo de três fases no qual o Hamas libertaria todos os reféns sequestrados durante seu ataque de 07 de Outubro, que desencadeou a guerra mais mortal já travada entre israelitas e palestinianos. Em troca, Israel retiraria suas forças de Gaza e libertaria prisioneiros. Especialistas alertaram sobre a fome e o surto de doenças como a poliomielite.
Hoje Macau China / ÁsiaTailândia | Paetongtarn Shinawatra empossada como primeira-ministra A nova PM é a terceira da família Shinawatra a exercer o cargo depois do pai, o bilionário Thaksin e da tia Yingluck o terem feito já neste século Paetongtarn Shinawatra, filha do controverso bilionário e antigo primeiro-ministro tailandês Thaksin, foi ontem empossada como nova chefe de governo pelo rei Maha Vajiralongkorn, no final de mais uma crise política no país. Aos 37 anos, Paetongtarn torna-se a primeira-ministra mais jovem da história do reino, na sequência da demissão do antecessor Srettha Thavisin, no âmbito de um processo de corrupção e da dissolução do principal partido da oposição uma semana antes. É a terceira Shinawatra a ocupar o cargo de primeiro-ministro, depois do pai Thaksin (2001-2006) e da tia Yingluck (2011-2014), ambos derrubados por golpes de Estado. “Como chefe de governo, trabalharei com o parlamento de todo o coração, aberta a todas as ideias para contribuir para o desenvolvimento do país”, declarou. Paetongtarn recebeu o mandato real para formar governo numa cerimónia realizada, na sede de uma antiga estação de televisão pró-Thaksin. Thaksin Shinawatra, um bilionário de 75 anos que foi forçado ao exílio em 2008 devido a acusações de corrupção, recebeu um perdão real no sábado e estava sentado na primeira fila da cerimónia. Paetongtarn dirige um governo de coligação liderado pelo seu partido, Pheu Thai, a última encarnação do movimento político fundado pelo pai no início dos anos 2000, mas que inclui também forças pró-militares que há muito se opõem a Thaksin. Há mais de 20 anos que o reino está dividido entre uma velha guarda pró-monárquica protegida pelo exército e eleitores ávidos de mudança, mas cuja vontade expressa nas urnas não está a ser respeitada, de acordo com o campo pró-democracia. “Espero poder catalisar a energia de todas as gerações, de todas as pessoas talentosas da Tailândia – o governo, a coligação, os funcionários públicos, o sector privado e o povo”, disse Paetongtarn. Desafio aceite A nova líder é a terceira filha de Thaksin, um antigo polícia que fez fortuna no sector das telecomunicações e foi eleito duas vezes primeiro-ministro, em 2001 e 2005, antes de ser derrubado por um golpe de Estado em 2006. Cresceu em Banguecoque e estudou gestão hoteleira no Reino Unido antes de dirigir o ramo hoteleiro do império familiar até ao final de 2022. Entrou então para a política tendo em vista às legislativas do ano passado, nas quais o Pheu Thai ficou em segundo lugar, atrás do partido progressista Move Forward, que foi dissolvido a 7 de Agosto, sob acusações de lesa-majestade. Apesar de ter ficado em primeiro lugar nas legislativas, o Move Forward foi impedido de formar governo pelos senadores conservadores nomeados pela junta militar, assustados com os projectos de reforma do partido. O Pheu Thai estabeleceu então um difícil acordo de coligação com partidos pró-militares que se opunham firmemente a Thaksin e apoiantes, o que levou à ascensão de Srettha. No entanto, em menos de um ano, tornou-se o terceiro primeiro-ministro do Pheu Thai a ser expulso pelo Tribunal Constitucional por ter nomeado um ministro condenado por corrupção. Depois de ter sido eleita na sexta-feira passada por uma clara maioria de deputados para lhe suceder, Paetongtarn reconheceu a falta de experiência, mas disse estar pronta para aceitar o desafio de “melhorar a qualidade de vida e dar poder a todos os tailandeses”. “Vai ter de trabalhar arduamente. A vantagem é que é jovem e toda a gente está disposta a ajudá-la. Ela é humilde”, afirmou Thaksin, no final da cerimónia.
Hoje Macau China / ÁsiaEspionagem | Risco de fuga de dados através de torres meteorológicas A China alertou ontem para o risco de fuga de dados confidenciais através de torres meteorológicas construídas por “várias empresas”, que diz estarem ligadas a agências de espionagem estrangeiras. Segundo o Ministério da Segurança Pública do país asiático, estas torres meteorológicas estão a ser erguidas em zonas sensíveis do país com o pretexto de medir dados como a velocidade, direcção, temperatura e pressão atmosférica do vento, mas têm como verdadeiro objectivo enviar informações para o estrangeiro. A televisão estatal CCTV, citada pela agência Efe, noticiou ontem vários casos em que estas empresas se “infiltraram em zonas classificadas”, incluindo um incidente recente em que um habitante de uma cidade costeira denunciou a construção ilegal de uma torre perto de uma zona sensível, suspeitando que esta estaria a recolher dados para o exterior. De acordo com um relatório a que o canal teve acesso, as autoridades, depois de investigarem e perceberem que a torre podia analisar e enviar dados, conseguiram impedir a que isso acontecesse. Paralelamente, uma torre perto de uma base científica foi desmantelada depois de se ter descoberto que não estava legalmente registada e que os seus métodos de transmissão eram “complexos, colocando sérios riscos à segurança nacional”. A localização exacta das torres e os pormenores das alegadas sanções penais não foram divulgados. Em Maio passado, o mesmo ministério alegou que ONG (organizações não governamentais) estrangeiras tinham “roubado dados” relacionados com o trabalho ambiental do país, o que, segundo o ministério, “representa riscos para a segurança nacional”.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia chinesa | Li Qiang pede trabalho sólido para atingir metas O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, enfatizou na sexta-feira um trabalho sólido para implementar medidas de reforma e cumprir as metas anuais do desenvolvimento económico e social com o ímpeto de aprofundar ainda mais a reforma de forma abrangente. Ao presidir à quinta reunião plenária do Conselho de Estado, Li salientou a necessidade de fortalecer a eficácia da reforma com a reforma estrutural económica como ponta de lança, focando em áreas-chave como promover a reforma fiscal e tributária, construir um mercado nacional unificado e avançar a nova urbanização, indica a Xinhua. Pedindo grandes esforços para melhorar a tendência de recuperação económica, Li disse que deve ser feito ainda mais para expandir a procura interna com foco no aumento do consumo. O consumo de serviços deve ser aprimorado em termos de escala e qualidade, e políticas de apoio diferenciadas devem ser desenvolvidas para atender às necessidades de diferentes grupos para potenciar totalmente o potencial de consumo, disse, citado pela agência estatal. Mais investimento Para impulsionar o investimento, o responsável afirmou que é essencial alavancar efectivamente o papel do investimento do governo e garantir a implementação de políticas de apoio ao investimento privado. O escopo, a escala e a proporção dos títulos especiais do governo local como fundos de capital devem ser aumentados. O mecanismo regular de comunicação e intercâmbio entre o governo e as empresas deve ser continuamente aprimorado, disse o Li, enfatizando que as vozes das empresas devem ser ouvidas e consideradas, e que as suas dificuldades devem ser abordadas de forma realista. Novas forças produtivas de qualidade devem ser desenvolvidas de acordo com as condições locais, e a promoção, aplicação e actualização de novas tecnologias e novos produtos devem ser apoiadas, disse ainda. Li pediu também uma adaptação activa às mudanças e uma melhor abertura, mais esforços para atrair e utilizar o investimento estrangeiro, apoio e melhoria dos meios de subsistência do povo, estabilização do emprego para os principais grupos e novas medidas para aumentar o rendimento dos residentes. O trabalho do governo deve basear-se na lei, de acordo com Li, que observou que o objectivo fundamental da aplicação da lei administrativa deve ser manter a ordem da economia de mercado socialista, de modo a criar um ambiente de negócios favorável para impulsionar o desenvolvimento inovador de todas as entidades do mercado.
Hoje Macau China / ÁsiaAgência Meteorológica do Japão levanta alerta para risco de ‘mega-terremoto’ A Agência Meteorológica do Japão (JMA) levantou ontem o alerta para risco de ‘mega-terremoto’ na costa do Pacífico da metade ocidental do país, em vigor há uma semana, quando um terremoto sacudiu o sudoeste do Japão. As autoridades japonesas decidiram, na quinta-feira passada, lançar um alerta sobre as possibilidades de um terremoto de magnitude 8 ou 9 gerado na Fossa Nankai, uma área de actividade sísmica activa submersa pelas águas do sudoeste do Japão. A JMA emitiu esse alerta na sequência de um sismo de magnitude 7,1 na escala aberta de Ritcher, no sul do país, onde 15 pessoas ficaram feridas e mais de uma dezena de casas desabaram. Este alerta baseou-se em recomendações de especialistas e em estimativas que colocam entre 70 e 80 por cento a probabilidade de ocorrer um terramoto da referida magnitude nas próximas três décadas, fenómeno que teria consequências catastróficas para o país. Segundo cálculos oficiais uma ocorrência deste género poderia causar mais de 300 mil vítimas. A agência de notícias EFE descreve que a JMA levou em consideração estatísticas que mostram um aumento da probabilidade de fortes terremotos após um terremoto de magnitude 7 ou superior numa área próxima à Fossa Nankai. Com base neste aviso, o Governo pediu a mais de 700 municípios de 29 províncias do país, desde o sudoeste de Okinawa até Tóquio, no centro, que revissem as suas medidas de preparação para uma possível catástrofe de grandes proporções. As pessoas também foram aconselhadas a actualizar os seus planos para o terramoto, incluindo a verificação da localização das instalações de evacuação mais próximas. Mas o alerta, o primeiro do género desde que este sistema foi lançado em 2017, gerou críticas de alguns especialistas que o consideraram uma medida excessiva e alarmista, devido à elevada dificuldade de prever os sismos com precisão e ao impacto económico e até psicológico que poderia ter sobre o país e a sua população. Passo atrás Ontem, este alerta foi levantado, horas depois de o ministro responsável pela gestão das catástrofes naturais ter anunciado que o Japão ia levantar o alerta de mega-sismo se não se registassem grandes alterações na actividade sísmica. “Se até às 17:00 de hoje não se observar nenhuma alteração particular na actividade sísmica ou na deformação da crosta terrestre, o Governo vai suspender o alerta especial”, declarou ontem Yoshifumi Matsumura. O governante garantiu que o Governo continuaria a responder “com sentido de urgência”. “Ao público é pedido para estar consciente de que a possibilidade de um grande sismo não foi eliminada e a verificar regularmente as medidas de preparação para terramotos, a fim de estar pronto para o grande terramoto esperado”, acrescentou o ministro.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Pequim protesta contra visita de ex-ministro da Defesa japonês A China disse ontem que apresentou uma queixa formal ao Japão, devido à visita de um antigo ministro da Defesa japonês a Taiwan, e avisou Tóquio que esta “é uma linha vermelha que não pode ser ultrapassada”. “A questão de Taiwan está no centro dos interesses fundamentais da China e afecta a base política das relações entre a China e o Japão, sendo uma linha vermelha que não pode ser ultrapassada”, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, em comunicado. A diplomacia chinesa afirmou que “só existe uma China e Taiwan é parte inseparável do seu território” e que, por conseguinte, a China “rejeita qualquer forma de interacção oficial entre os países com os quais tem relações diplomáticas e Taiwan”. A mesma nota lembrou que “o Japão colonizou Taiwan durante meio século, cometendo numerosos crimes e deixando uma marca profunda na História”. Neste contexto, a declaração exortou os políticos japoneses a “não esquecer as lições do passado e a reconhecer que existe apenas uma China, respeitando o princípio de ‘uma só China’ e os acordos políticos entre os dois países”. O antigo ministro da Defesa japonês Shigeru Ishiba, que se encontra actualmente em viagem a Taipé com um grupo de deputados japoneses, sublinhou a importância de evitar qualquer conflito no estreito de Taiwan. Numa reunião com o líder de Taiwan, William Lai, Ishiba sublinhou que a prioridade de Tóquio é assegurar que um cenário de guerra na região “nunca se concretize”. Ishiba anunciou também a intenção de se candidatar a primeiro-ministro se obtiver apoio suficiente no Partido Democrático Liberal.
Hoje Macau China / ÁsiaLenovo | Lucro líquido cresceu 38% entre Abril e Junho A empresa tecnológica chinesa Lenovo, o maior fabricante de computadores do mundo, registou um lucro líquido de 243 milhões de dólares no seu primeiro trimestre fiscal, uma subida homóloga de 38 por cento. No comunicado enviado ontem à Bolsa de Valores de Hong Kong, onde está cotada, a empresa também informou ter registado um acréscimo de 20 por cento no volume de negócios, para 15,447 mil milhões de dólares, superando as previsões dos analistas que apontavam para um valor de cerca de 14,16 mil milhões de dólares. O comunicado referiu que o desempenho da Lenovo no trimestre se deveu ao facto de ter aproveitado “oportunidades sem precedentes” naquilo a que chama inteligência artificial (IA) híbrida, bem como ao seu “sucesso contínuo na transformação orientada para os serviços”. De acordo com os dados divulgados, a Lenovo vendeu 14,7 milhões de computadores entre Abril e Junho, um aumento de 3,7 por cento, em relação ao ano anterior. Isto deu-lhe uma quota de mercado líder de 22,7 por cento a nível mundial, contra 22,5 por cento há um ano. O volume de negócios proveniente de outras actividades que não os computadores pessoais atingiu um nível recorde, com 47 por cento do total. Olhando para o futuro, a empresa continua a apontar a IA como uma grande aposta, afirmando que a sua integração nos computadores vai impulsionar o mercado e resultar numa “recuperação a longo prazo para além dos níveis pré-pandémicos”. A empresa voltou a citar projecções de que, até 2027, quase 60 por cento dos computadores vendidos incorporarão capacidades de IA.
Hoje Macau China / ÁsiaChina / Brasil | Xi diz que países pensam da “mesma maneira” O Presidente chinês, Xi Jinping, afirmou ontem que China e Brasil são “bons amigos que pensam da mesma maneira”, numa mensagem enviada ao homólogo brasileiro, Lula da Silva, por ocasião do 50.º aniversário das relações diplomáticas. Citado pela agência noticiosa oficial Xinhua, Xi disse que China e Brasil são “ambos importantes países em desenvolvimento e mercados emergentes fundamentais”, bem como “bons amigos que pensam da mesma maneira” e devem tomar o aniversário “como um novo ponto de partida” para reforçar os laços. Na sua mensagem de felicitações, Lula referiu que as relações entre Brasil e China “são cada vez mais importantes para a construção de uma ordem multipolar, bem como uma governação global mais justa e eficaz”. “As relações entre Brasil e China desempenham um papel importante no apoio à estabilidade e à previsibilidade dos dois países e do mundo”, afirmou Lula, também citado pela agência noticiosa Xinhua. De acordo com dados oficiais, a China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2008, e os dois países têm mantido relações estreitas impulsionadas pelo bloco de economias emergentes BRICS – fundado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – que desde 2009 defende uma maior representação dos países em desenvolvimento nas organizações internacionais. O mercado chinês foi o destino de 30 por cento das exportações brasileiras em 2023, quando as vendas para o país asiático totalizaram 104 mil milhões de dólares, constituídas maioritariamente por produtos alimentares e matérias-primas. A China mantém investimentos no Brasil de cerca de 40 mil milhões de dólares.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Li Hui aborda guerra com o Cardeal Matteo Zuppi O diplomata chinês conversou por telefone com o representante do Vaticano em busca de soluções de paz para o conflito na Ucrânia O representante especial do Governo chinês para os assuntos euro-asiáticos, Li Hui, agradeceu ontem o “empenho contínuo” do Vaticano em apaziguar o conflito na Ucrânia, durante uma conversa por telefone com o Cardeal Matteo Zuppi. Durante a chamada, Li expressou apreço pelo “empenho contínuo do Vaticano na mediação da crise e na prestação de assistência humanitária”, de acordo com um comunicado emitido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. Como enviado do Papa Francisco para a guerra na Ucrânia, Zuppi elogiou, em nome do pontífice, os “esforços incessantes” do Governo chinês na promoção da “paz e do diálogo” e de uma “solução política” para o conflito, segundo a mesma nota. As duas partes também trocaram “pontos de vista sobre a situação actual” da guerra e sobre o processo de negociações de paz, lê-se no comunicado. Li e Zuppi encontraram-se em Pequim em Setembro do ano passado, apesar de o Vaticano e a China não manterem relações diplomáticas desde 1951 e de o país asiático ter uma igreja “patriótica” oficial e uma igreja clandestina fiel a Roma. A visita do cardeal a Pequim marcou um avanço no processo de aproximação entre as duas partes. Por todo o mundo Li Hui visitou recentemente a Indonésia, África do Sul e Brasil para “trocar impressões com membros importantes do ‘sul global’ sobre a actual situação” na Ucrânia. O diplomata visitou também a Ucrânia, Polónia, França, Alemanha e Rússia em Maio passado para, segundo Pequim, “comunicar com todas as partes sobre uma solução política” para a guerra. Li encontrou-se entāo com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a quem avisou que “todas as partes têm de criar condições para acabar com a guerra” e “iniciar conversações de paz”. Desde o início do conflito, a China tem mantido uma posição ambígua, durante a qual tem apelado ao respeito pela “integridade territorial de todos os países”, incluindo a Ucrânia, e à atenção às “preocupações legítimas de todos os países”, referindo-se à Rússia, com a qual tem continuado a aprofundar as suas trocas comerciais.
Hoje Macau China / ÁsiaMediador americano em Beirute para tentar conter escalada com Israel O mediador norte-americano Amos Hochstein iniciou ontem em Beirute uma série de reuniões com as autoridades libanesas para tentar conter o clima de tensão entre o movimento xiita Hezbollah e Israel. Hochstein chegou à residência do presidente do parlamento libanês, Nabih Berri, também líder da formação xiita Amal, um dos principais aliados do Hezbollah, para participar na primeira reunião oficial do dia, após a qual deverá fazer declarações à imprensa. Os receios de um conflito aberto no Líbano voltaram a aumentar há duas semanas, depois de ataques atribuídos a Israel terem matado o comandante máximo do Hezbollah, Fuad Shukr, em Beirute, e o líder político do movimento islamita palestiniano Hamas Ismail Haniyeh em Teerão. O conselheiro norte-americano, que mediou o acordo histórico que permitiu ao Líbano e a Israel demarcarem as suas fronteiras marítimas em 2022, deslocou-se várias vezes à capital libanesa desde o início do fogo cruzado entre o Hezbollah e o Estado judaico, em Outubro passado. A última destas deslocações, em meados de Junho, coincidiu também com a intensificação dos confrontos na fronteira entre as forças israelitas e o Hezbollah, poucos dias depois de um atentado bombista ter matado um alto comandante xiita no sul do Líbano. Nessa viagem, Hochstein afirmou que “um cessar-fogo em Gaza ou uma solução diplomática alternativa poderia também pôr fim ao conflito na Linha Azul”. A chamada Linha Azul é a linha de demarcação estabelecida pela ONU entre Israel e o Líbano em Junho de 2000. Dois em um Israel e o Hezbollah estão envolvidos num intenso fogo cruzado transfronteiriço desde 8 de Outubro de 2023, um dia depois do início da guerra em Gaza, nos piores confrontos entre as duas partes desde 2006. O Hezbollah integra o chamado “Eixo da Resistência”, uma coligação liderada pelo Irão de que fazem parte também, entre outros, o grupo extremista palestiniano Hamas e os rebeldes Huthis do Iémen. A visita de ontem do mediador norte-americano ocorre na véspera de uma reunião prevista para Doha ou para o Cairo, na qual os Estados Unidos da América, o Qatar e o Egipto pretendem forçar um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, o que poderia também travar a frente libanesa. O Hamas já afirmou que não vai participar nas negociações de cessar-fogo, exigindo um “compromisso claro” do Governo de Israel, que terá acrescentado novas exigências para um acordo de tréguas.
Hoje Macau China / ÁsiaTribunal Constitucional da Tailândia destitui primeiro-ministro por violar ética O Tribunal Constitucional da Tailândia destituiu ontem o primeiro-ministro, Srettha Thavisin, acusado de violar as regras éticas previstas na Constituição ao nomear um ministro que foi condenado a uma pena de prisão em 2008. Os juízes decidiram, por cinco votos a favor e quatro contra, “pôr termo” ao cargo de Srettha, declarou o juiz Punya Udchachon, ao ler a deliberação, segundo a agência francesa AFP. Strettha disse que respeitava a decisão do Tribunal Constitucional, apesar de não ser a que esperava. “Respeito a decisão. Repito que, durante quase um ano neste cargo, fiz o meu melhor para governar o país com honestidade”, declarou aos jornalistas ao chegar à sede do Governo em Banguecoque. “Não me resta qualquer autoridade. A autoridade está agora com o primeiro-ministro interino”, acrescentou, citado pelo jornal tailandês Bangkok Post. O tribunal considerou Strettha culpado por ter nomeado no final de Abril como ministro das Finanças Pichit Chuenban, que foi condenado em 2008 a seis meses de prisão por um crime de tentativa de suborno de funcionários judiciais. A queixa foi apresentada ao tribunal por um grupo de 40 antigos senadores eleitos pela extinta junta militar (2014-2019). Outras quedas A decisão surge uma semana depois de o mesmo tribunal ter dissolvido o Move Forward, o partido vencedor das eleições de 2023, que foi impedido de governar pelo Senado, segundo a agência espanhola EFE. Strettha Thavisin, 62 anos, chegou ao poder há quase um ano, depois de liderar uma coligação do partido Phue Thai, o segundo mais votado, com vários partidos, incluindo dois ligados à antiga junta militar. A destituição de Srettha faz cair todo o gabinete e a Câmara dos Representantes terá de escolher um novo líder, para o que não tem, em princípio, qualquer prazo, o que poderá paralisar o país do Sudeste Asiático. Os ministros manter-se-ão em funções, com o vice-primeiro-ministro Phumtham Wechayachai a desempenhar as funções de primeiro-ministro interino, segundo o Bangkok Post. O afastamento do primeiro-ministro e a dissolução, na semana passada, do Move Forward suscitaram críticas generalizadas por aquilo que é visto como uma judicialização da política. O Move Forward reapareceu na passada sexta-feira com um novo nome, Partido Popular, e continua a ser a principal força da oposição, segundo a EFE. A segunda maior economia do Sudeste Asiático, habituada a crises cíclicas, tem uma longa história de instabilidade e de intervenção no sistema político por parte dos militares ou do poder judicial. Caracteriza-se também por profundas divisões entre o bloco militar/monarquia e o movimento progressista, de acordo com a AFP.
Hoje Macau China / ÁsiaImobiliário | Moody’s volta a descer nota da Vanke A agência de ‘rating’ Moody’s desceu a classificação da dívida da Vanke, o segundo maior promotor imobiliário da China, para “B1”, numa nova despromoção, depois de ter sido desclassificada para o estatuto de “lixo”, em Março. A Moody’s afirmou que a descida da classificação reflecte o agravamento das perspectivas da Vanke nos próximos seis a 12 meses, face à fraqueza das vendas e à pressão sobre as margens, de acordo com um comunicado. A agência disse acreditar que as vendas do promotor vão cair cerca de 30 por cento em termos homólogos, este ano. Até agora, a previsão era de 25 por cento, mas o valor caiu 35 por cento, nos primeiros sete meses do ano, para cerca de 147 mil milhões de yuan. A isto junta-se uma nova queda de 20 por cento, até 2025, acrescentou o relatório, ao considerar que o controlo dos investimentos para proteger a liquidez vai implicar uma diminuição das vendas, com os descontos que teria de oferecer como estímulo a afectar também as margens de lucro. As obrigações da Vanke passam assim de “Ba3” (“têm elementos especulativos e estão sujeitas a um risco de crédito significativo”) para o escalão de “B” (“são especulativas e estão sujeitas a risco de crédito elevado”). Embora o vice-presidente da Moody’s, Kaven Tsang, assinale “riscos financeiros devido às necessidades substanciais de refinanciamento da Vanke”, reconheceu igualmente a “capacidade demonstrada para obter financiamento garantido a longo prazo junto dos bancos chineses”, o que “alivia parcialmente os riscos”. A agência considerou que o plano de redução da dívida da Vanke será insuficiente se não for acompanhado de uma venda de activos que seria marcada pela incerteza da crise do mercado imobiliário chinês.
Hoje Macau China / ÁsiaPresidente Xi Jinping apela à conservação da água O Presidente chinês Xi Jinping incentivou os voluntários ambientais a promoverem a conservação da água e a contribuírem para a modernização da harmonia entre a humanidade e a natureza. Antes do segundo Dia Nacional da Ecologia da China, que se assinala hoje, Xi, também secretário-geral do Comité Central do Partido Comunista da China e presidente da Comissão Militar Central, fez as observações numa carta de resposta aos voluntários do reservatório de Danjiangkou, na cidade de Shiyan, Província de Hubei, no centro da China, indica o Diário do Povo. Danjiangkou é a fonte de água para a rota intermediária do Projecto de Transposição de Água Sul-Norte da China. Xi deu instruções importantes quando a primeira fase da rota começou a fornecer água em 2014. Na última década, mais esforços foram canalizados para a protecção da qualidade da água do reservatório, com a participação activa de funcionários e residentes, incluindo voluntários ambientais. Recentemente, os voluntários escreveram a Xi para destacar os seus serviços e expressar a sua firme determinação em proteger a qualidade da água no reservatório. Na carta de resposta, Xi elogiou o esforço dos voluntários, afirmando que a ampla participação pública ajudou a tornar “a água na área do reservatório mais clara, as montanhas mais verdes e o ambiente mais bonito”. Haja harmonia Observando que o projecto de desvio de água tem uma importância estratégica e é crucial para o desenvolvimento a longo prazo e para o bem-estar da população, Xi pediu esforços persistentes para proteger o ambiente ecológico das fontes de água. Xi incentivou os voluntários a motivar mais pessoas a conservarem conscientemente os recursos hídricos e a trabalharem juntos para construir uma China bonita, de modo a aumentar a contribuição para a modernização da harmonia entre a humanidade e a natureza, acrescenta o Diário do Povo. Na carta de resposta, Xi também estendeu também as suas sinceras saudações aos trabalhadores e voluntários da protecção ambiental de todo o país.
Hoje Macau China / ÁsiaTencent | Lucro do grupo subiu 72% no primeiro semestre O grupo tecnológico chinês Tencent registou um lucro líquido de 89,519 mil milhões de yuan no primeiro semestre de 2024, um aumento de 72 por cento, em termos homólogos. Na declaração de rendimentos enviada ontem à Bolsa de Valores de Hong Kong, onde está cotada, a empresa indicou que o seu volume de negócios aumentou 7 por cento, em relação ao mesmo período do ano anterior, para 320,618 mil milhões de yuan. No segundo trimestre do ano, o lucro líquido da empresa aumentou 82 por cento em termos homólogos, enquanto as receitas subiram 8 por cento. A empresa afirmou que os resultados obtidos entre Abril e Junho “demonstram os pontos fortes” daquilo a que chama a sua estratégia de “plataforma mais conteúdo”, destacando o regresso ao crescimento do segmento dos videojogos na China e a aceleração do crescimento dos títulos internacionais. Aquilo a que a Tencent chama “serviços de valor acrescentado” (jogos de vídeo e redes sociais), a sua principal fonte de receitas com 49 por cento do total, aumentou o seu volume de negócios em 6 por cento, em termos homólogos, no segundo trimestre. Esta evolução supera a recuperação da segunda maior actividade, o segmento das ‘fintech’ (tecnologia financeira) e dos serviços às empresas (+4 por cento), mas a divisão que regista o crescimento mais rápido é a da publicidade ‘online’, que aumentou 19 por cento, impulsionada pelos anúncios nos serviços de vídeo, e representa agora a mesma percentagem das receitas totais do grupo. O abrandamento do negócio das ‘fintech’ deve-se, segundo a empresa, ao menor volume de negócios proveniente dos pagamentos comerciais, devido à moderação do consumo na China, e à diminuição das receitas provenientes de empréstimos, em resultado de medidas de controlo mais rigorosas para o sector. Números astronómicos A popular rede social WeChat – o equivalente chinês do WhatsApp – fechou o mês de Junho com cerca de 1.371 milhões de utilizadores activos mensais, um número que representa um aumento de 3 por cento, em relação ao mesmo período de 2023. No comunicado, a maior empresa por capitalização bolsista na Bolsa de Valores de Hong Kong afirma ter recomprado um total de 52,3 mil milhões de dólares de Hong Kong em acções no primeiro semestre do ano. As acções da empresa subiram um pouco mais de 26 por cento até agora este ano. Para o futuro, a Tencent prevê investimentos concentrados nas suas plataformas e em tecnologias como a inteligência artificial para “criar um novo valor comercial e responder melhor às necessidades dos utilizadores”. Numa breve mensagem incluída na declaração de rendimentos, o fundador e presidente da Tencent, Pony Ma, celebrou o “sucesso contínuo” da empresa tecnológica e comprometeu-se a continuar a “criar valor para os accionistas e para a sociedade, promovendo activamente a inovação, respondendo às necessidades da comunidade e contribuindo para um futuro sustentável para todos”.
Hoje Macau China / ÁsiaTóquio | Avião de carga 747 faz aterragem de emergência Um avião de carga Boeing 747 com destino a Los Angeles regressou ontem ao Aeroporto Internacional de Narita, um dos dois aeroportos de Tóquio, para uma aterragem de emergência, levando ao encerramento temporário de uma das pistas. O voo 7106 da companhia norte-americana Atlas Air voltou ao aeroporto à 01:10, depois de ter sido detectada uma avaria no sistema hidráulico. O avião Boeing 747 tinha um pneu furado e uma roda partida e, devido ao acidente, a pista A do aeroporto foi encerrada durante cerca de sete horas, noticiou a agência japonesa Kyodo. Nenhum dos sete tripulantes do avião de carga ficou ferido, indicou o gabinete do aeroporto do Ministério dos Transportes. Este acidente ocorreu horas depois de um outro, registado no mesmo aeroporto na segunda-feira, em que um Boeing 787 da Singapore Airlines apresentou problemas técnicos na aterragem, provocando o encerramento da pista B do aeroporto durante cerca de 50 minutos. Nenhum dos 276 passageiros ficou ferido. Os bombeiros detetaram fumo branco proveniente do motor esquerdo do avião comercial, depois da aterragem e o Ministério do Território, Infraestruturas, Transportes e Turismo do Japão disse terem sido encontrados restos de pneus na pista onde pousou.