Hoje Macau China / ÁsiaAbrandamento da China vai prejudicar exportações de Angola A consultora Fitch Solutions considerou ontem que o abrandamento do crescimento económico na China vai prejudicar as exportações dos países de África, nomeadamente em Angola, cujas vendas à China valem mais de 20 por cento do PIB. “O impacto da diminuição das importações chinesas vai ser sentido de forma diferente nos mercados emergentes, principalmente nos 17 países cujas exportações para a China valem mais de 4 por cento do PIB”, lê-se num relatório da Fitch Solutions, que aponta que o abrandamento chinês para 5,4 por cento este ano será particularmente sentido “nos exportadores de matérias-primas Angola, República do Congo e Mauritânia, cujas exportações para a China valem mais de 20 por cento “. De acordo com a análise desta consultora detida pelos mesmos donos da agência de notação financeira Fitch Ratings, “o abrandamento chinês para 5,4 por cento será fortemente sentido na produção económica dos mercados emergentes a nível global devido ao tamanho e à integração internacional da economia chinesa”. No relatório, enviado aos investidores e a que a Lusa teve acesso, a Fitch Solutions diz que os efeitos negativos do abrandamento chinês, cuja taxa de 5,4 Efeito borboleta é a mais baixa desde 1991, serão sentidos principalmente no Sudeste asiático, na América Latina e na África subsariana “devido à menor procura por importações e aos preços mais baixos das matérias-primas”. Na análise, a Fitch Solutions lembra que entre 2000 e 2020, os preços globais das matérias-primas caíram em todos os anos em que a taxa de crescimento das importações chinesas foi inferior a 3 por cento, mas salienta que a redução do crescimento da economia da China, de 8,1 por cento em 2021, para 5,4 por cento este ano, não será suficiente para inverter a tendência crescente do Investimento Direto Estrangeiro, mas haverá um abrandamento no crescimento. “Na reunião de 2021 da Fórum de Investimento China-África, as promessas de investimento da China em África caíram pela primeira vez, e pensamos que os fluxos de investimento no projecto da Rota da Seda vão cair, de 740 mil milhões de dólares entre 2016 e 2020, para 550 mil milhões de dólares entre 2021 e 2025”, concluem os analistas. Parceiro de luxo A China compra cerca de 70 por cento das exportações de petróleo de Angola, sendo também um dos seus principais credores. De acordo com um relatório sobre a dívida angolana, publicado esta semana pela agência de notação financeira Standard & Poor’s, Angola deve 13,6 mil milhões de dólares ao Banco de Desenvolvimento da China e 2,5 mil milhões de dólares ao Banco de Exportações e Importações da China, que juntando-se aos 3 mil milhões de dólares devidos ao Banco de Comércio e Indústria da China, representa 29 por cento do total da dívida externa de Angola, ou seja, mais de 19 mil milhões de dólares.
Hoje Macau China / ÁsiaChina-França | Xi Jinping e Emmanuel Macron querem reforço de relações Os Presidentes da China e de França conversaram via telefone esta quarta-feira e prometeram o reforço de cooperação bilateral mas também no contexto da União Europeia. Ambos os governantes demonstraram esperança na ratificação do acordo de investimentos entre a China e a UE O Presidente chinês, Xi Jinping, e seu homólogo francês, Emmanuel Macron, concordaram na quarta-feira em aprofundar a cooperação entre a China e a França e avançar nas relações entre a China e a União Europeia (UE). Segundo a agência Xinhua, ambos os governantes mantiveram uma conversa via telefone, tendo Xi Jinping destacado que a China e a UE devem manter um entendimento correcto entre ambos e persistir no respeito e diálogo mútuos, bem como na cooperação e nos benefícios recíprocos. Desta forma, Xi Jinping considerou que os dois países devem trabalhar em conjunto para construir um novo desenvolvimento das relações entre a China e a UE. A China diz-se disposta a trabalhar com a França para a obtenção de sucessos aquando da realização da reunião dos líderes China-UE e numa nova ronda de diálogo sobre assuntos estratégicos, económicos e comerciais. Xi Jinping frisou também ser importante avançar na ratificação e implementação do acordo de investimentos entre a China e a UE, a fim de criar benefícios para ambos os lados. Também Macron “expressou a sua esperança no progresso da ratificação e implementação” do mesmo acordo. Por sua vez, Macron disse que a actual situação mundial está “cheia de tensões e turbulência”, pelo que a França espera aprofundar a sua parceria estratégica com a China. O governante disse que o país está satisfeito com os avanços feitos pelos dois países, nos últimos anos, em áreas como a tecnologia, agricultura, aviação e energia nuclear. Relativamente à covid-19, Emmanuel Macron referiu que a França está disposta a colaborar com a China para enfrentar os impactos da pandemia. JO na agenda Na conversa telefónica de quarta-feira os Jogos Olímpicos (JO) de Inverno também marcaram a agenda dos dois governantes. Macron referiu que a organização desta competição em Pequim “é uma tarefa bastante exigente”, tendo em conta as circunstâncias actuais da pandemia. Já Xi Jinping adiantou que os JO se realizaram sem problemas e conforme o planeado, o que demonstra que a comunidade internacional “anseia por paz, unidade e progresso”. A França assumiu este ano a presidência rotativa da UE, o que levou Xi Jinping a afirmar que o país tem feito esforços para aumentar a solidariedade no seio dos estados-membros e a autonomia estratégica do continente europeu. Ainda em matéria de cooperação económica, Xi e Macron discutiram “a próxima etapa” da implementação de vários acordos de cooperação económica bilateral em matérias como a tecnologia agrícola, com um maior registo de empresas agro-alimentares na China. Foi também defendida, entre outras medidas, uma maior adesão dos bancos e instituições financeiras francesas ao Sistema de Pagamento Interbancário Transfronteiriço do RMB.
Andreia Sofia Silva China / Ásia MancheteCovid-19 | HK com mais de seis mil casos. Sete hospitais públicos acima da capacidade A quinta vaga da pandemia parece não dar tréguas em Hong Kong. Hoje a região atingiu a fasquia dos 6.116 novos casos, numa altura em que sete hospitais públicos já atingiram ou excederam a sua capacidade. Nesta fase há 20 doentes para cada profissional de saúde, quando a média habitual é de quatro para um As autoridades de Hong Kong registaram hoje 6.116 novos casos diários de covid-19, uma situação que levou a que sete hospitais públicos do território tenham atingido ou mesmo ultrapassado a sua capacidade de resposta. Segundo o jornal South China Morning Post, David Chan Kwok-shing, presidente do sindicato Hospital Authority Employees Alliance, descreveu que o rácio actual é de 20 doentes para cada profissional de saúde, quando a média normal é de quatro doentes para um. O mesmo responsável frisou que alguns profissionais médicos “nunca enfrentaram uma situação tão má”, sendo que o Corpo de Bombeiros também enfrenta uma “severa falta de recursos humanos”. Neste sentido, David Chan Kwok-shing apela ao Governo para dar resposta face à enorme falta de profissionais para dar resposta ao aumento de doentes com covid-19. Dados da Autoridade Hospitalar, citados pelo canal de rádio e televisão RTHK, revelam que esta quarta-feira um total de 4.142 pessoas foram às urgências, sendo que 17 por cento desses pacientes foram admitidos. Os 17 hospitais públicos do território têm habitualmente uma taxa de ocupação na ordem dos 95 por cento, mas ontem unidades como o Hospital Príncipe de Gales, Tin Shui Wai e Tseung Kwan O excederam a sua capacidade, com taxas de ocupação de 108, 107 e 106 por cento, respectivamente. Outras unidades de saúde também operaram com todas as vagas ocupadas. A agência Xinhua noticiou ontem que as autoridades de Guangdong vão enviar para Hong Kong epidemiologistas e equipamentos de testagem da covid-19, mediante instruções do director da Comissão Nacional de Saúde da China, Wang Hesheng. E as eleições? Carrie Lam, Chefe do Executivo de Hong Kong, garantiu esta semana que não vai decretar um confinamento geral no território, mas já há quem defenda que as eleições para este cargo, que estão marcadas para o dia 27 de Março, devem ser adiadas. É o caso de Tam Yiu-chung, único delegado de Hong Kong à Assembleia Popular Nacional, que apontou, a um programa de rádio, que outras matérias deveriam ser adiadas para que o foco político seja apenas a luta contra a pandemia. “É muito importante controlar os surtos o mais cedo possível, porque é uma questão de vida ou morte. O Presidente Xi Jinping disse que esta deveria ser a nossa prioridade. Tudo o que nos possa distrair, devemos colocar em suspenso”, disse, segundo o canal RTHK. No entanto, o conselheiro do Executivo Ronny Tong disse que é preciso olhar para o que consta na Lei Básica do território, que determina mandatos de cinco anos para o cargo do Chefe do Executivo. “Segundo a nossa lei eleitoral, podemos adiar as eleições até um máximo de 42 dias. Mas penso que temos de ser muito cuidados, porque adiar a eleição significa que estamos a restringir o período disponível para que a próxima Administração forme um novo Governo”, explicou.
Hoje Macau China / ÁsiaPandemia | LegCo de Hong Kong aprova nova ronda de apoios financeiros Os deputados do Conselho Legislativo de Hong Kong (LegCo) aprovaram esta terça-feira a sexta ronda de apoios para o Fundo Anti-Epidémico no valor de 27 mil milhões de dólares de Hong Kong. Numa nota divulgada na terça-feira à noite, citada pela Xinhua, Carrie Lam disse que os departamentos públicos do seu Governo devem implementar plenamente as medidas de apoio. Esta nova ronda de apoio inclui 48 medidas que vão beneficiar 67 mil negócios e operadores, sem esquecer cerca de 750 mil residentes mais carenciados. Algumas das propostas prevêem o pagamento de dez mil dólares de Hong Kong a quem perdeu o emprego nesta quinta vaga da pandemia ou para os que estiveram desempregados no último mês. Segundo o portal HK Free Press, a discussão no LegCo não esteve isenta de críticas, com alguns deputados a questionarem até que ponto estas propostas são suficientes para ajudar a população desempregada ou em regime de licença sem vencimento. Carrie Lam adiantou que, com o pleno apoio das autoridades de Pequim, e em cooperação com a comunidade local, o Governo vai continuar o desafio de lidar com a pandemia no território. A governante apelou a que os residentes se mantenham confiantes neste período difícil, tendo apelado novamente à vacinação.
Andreia Sofia Silva China / ÁsiaCovid-19 | Xi Jinping pede ao Governo de HK para assumir responsabilidades O Presidente chinês defende que as autoridades da região vizinha devem assumir “a principal responsabilidade” quanto à explosão de casos de covid-19 no território. Xi Jinping assume estar muito preocupado com a situação e diz que o Executivo deve fazer do combate à pandemia a sua máxima prioridade Numa altura em que os casos locais de covid-19 em Hong Kong não dão sinais de abrandar, os sinais de alerta voltam a chegar de Pequim. Segundo o canal de rádio e televisão RTHK e jornal South China Morning Post, que citam os jornais chineses Ta Kung Pai e Wen Wei Po, o Presidente Xi Jinping está muito preocupado sobre a situação da pandemia em Hong Kong e pede que o combate aos contágios seja a máxima prioridade das autoridades locais para que a normalidade regresse à região vizinha. Segundo a imprensa chinesa, o Presidente chinês frisou que “as autoridades devem mobilizar todas as forças e recursos que podem ser mobilizados, adoptar todas as medidas necessárias e proteger a vida e a saúde das pessoas de Hong Kong”. Xi Jinping terá mesmo pedido a Han Zheng, vice-primeiro-ministro e responsável pelos assuntos de Hong Kong, para falar com Carrie Lam, Chefe do Executivo de Hong Kong, para lhe transmitir “a preocupação sobre a situação pandémica na cidade e o seu cuidado para com os residentes de Hong Kong”. A ideia é que o Governo Central, juntamente com as autoridades da província de Guangdong, possam trabalhar em conjunto com Hong Kong para travar a escalada de casos. Carrie Lam agradece Numa nota difundida ontem, a Chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, disse estar determinada a recorrer ao apoio de Pequim e unir vários sectores da sociedade para travar a quinta vaga da pandemia, numa altura em que a variante Ómicron do novo coronavírus domina a maior parte dos casos. “O Governo Central sempre disponibilizou o seu maior apoio a Hong Kong. O Governo da RAEHK vai suportar a grande responsabilidade de gerir os surtos de acordo com as instruções do Presidente Xi Jinping”, lê-se no comunicado citado pelo canal RTHK. A governante adiantou que o Governo local irá “mobilizar todos os recursos e adoptar todas as medidas necessárias para garantir a saúde pública e a estabilidade social”. A ideia é trabalhar de perto com as autoridades chinesas, reforçar locais de testagem e de vacinação e criar mais locais para o isolamento de doentes ou de pessoas com contacto próximo. Uma das primeiras medidas prende-se com a abertura, ontem, de sete clínicas públicas que irão apenas tratar doentes covid-19, dada a sobrecarga que já se faz sentir nos hospitais da cidade. O deputado Peter Koon defendeu mesmo que deveria ser dada a oportunidade de tratamento de doentes na China. “Sugiro enviar os doentes de covid-19, com sintomas ligeiros, para serem tratados na China de uma forma voluntário. Os hospitais temporários podem ser construídos rapidamente em Shenzhen ou em outras zonas de Guangdong, a fim de aliviar a pressão das quarentenas em Hong Kong.”
Hoje Macau China / ÁsiaAutoridades chinesas começam a preparar reuniões anuais da APN e CCPPC O comité do secretariado-geral da Assembleia Popular Nacional (APN) reuniu esta terça-feira com os delegados para preparar a próxima sessão anual deste órgão legislativo chinês, que está agendada para 5 de Março. Segundo a agência Xinhua, Yang Zhenwu, secretário-geral do comité da APN, introduziu no encontro os pontos preliminares da agenda para esta legislatura, que contém cerca de 41 deliberações e 32 pontos a serem discutidos. O responsável pediu aos delegados para conduzir uma profunda investigação e preparação para esta sessão anual da APN, que decorre em Pequim. Foi também pedida uma revisão do trabalho feito até aqui, bem como o reforço do acompanhamento da Constituição chinesa. Foi exigida uma maior rapidez no trabalho legislativo. Recados de Li Keqiang Tendo em conta o arranque, também em Março, da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), o primeiro-ministro Li Keqiang disse, esta segunda-feira, que é necessário “reunir bom senso de todas as partes” para melhorar o trabalho governativo e adoptar medidas que fomentem a economia, incluindo os sectores industrial e de serviços. Numa reunião executiva com o Conselho de Estado, o governante adiantou que vai analisar as propostas dos delegados da APN e dos membros da CCPPC do ano passado. Em 2021, o Conselho de Estado recebeu quase nove mil sugestões da APN e um total de 5.718 propostas submetidas pelos membros da CCPPC. Os departamentos públicos adoptaram mais de 4.300 sugestões e introduziram 1.600 políticas, mas a nota da Xinhua não especifica as áreas de actuação. Na reunião foi ainda analisado o panorama económico no país, que ainda sofre com os efeitos da pandemia. Estão, por isso, a ser pensadas medidas para um maior apoio a sectores chave da economia, tal como a redução de impostos ou melhoria de serviços financeiros para empresas. Estão também a ser pensados apoios para os sectores da restauração, turismo e transportes.
Hoje Macau China / ÁsiaMilhões de licenciados na China obrigam a medidas de apoio ao emprego O Governo chinês anunciou hoje medidas de apoio para os empresários que geram empregos, perante as previsões de que quase 11 milhões de estudantes universitários vão entrar este ano no mercado de trabalho, informou um jornal de Hong Kong. Os 10,76 milhões de universitários que terminam este ano os estudos constituem um número recorde na China, acrescentando uma pressão ao exigente mercado laboral do país asiático, segundo a mesma publicação. Em Dezembro, o desemprego entre os jovens chineses entre os 16 e 24 anos atingiu 14,3 por cento, valor muito superior à taxa de desemprego de 5,1 por cento para profissionais de todas as idades, segundo dados oficiais. O jornal South China Morning Post informou que quase 4,4 milhões de pequenas e médias empresas (PME) fecharam nos primeiros onze meses do ano passado, mais do triplo do número de PME que abriram durante o mesmo período, o que mostra que este tipo de empresas continua a enfrentar grande pressão, desde o início da pandemia da doença covid-19. Este tipo de empresas representa cerca de 80 por cento do emprego no sector privado do país. PME com apoios A Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, o órgão máximo de planeamento económico do país, anunciou apoios para fazer face aos problemas de emprego dos recém-licenciados. Empréstimos com juros baixos vão ser concedidos às PME que empregam recém-formados ou pessoas que se formaram nos dois anos anteriores e não encontraram emprego. As medidas anunciadas também incluem a criação de “incubadoras” governamentais para empresas emergentes (‘start-ups’) ou benefícios fiscais. O Governo vai oferecer ajuda especial a jovens empreendedores, pois “começar um novo negócio tem um efeito multiplicador na geração de empregos”, apontou a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma. “Nos últimos anos, mais licenciados participaram do empreendedorismo, mas também enfrentam dificuldades de financiamento, falta de experiências e serviços, entre outros [problemas]”, explicou o órgão. O mercado de trabalho é visto como um pilar da estabilidade social por Pequim, mas enfrenta vários desafios, face a surtos esporádicos do novo coronavírus, que continuam a pesar no consumo, uma desaceleração do mercado imobiliário ou o aumento do custo das matérias-primas.
Andreia Sofia Silva China / ÁsiaHong Kong | Secretário para a Administração isolado após contacto próximo John Lee, secretário para a Administração de Hong Kong, está isolado em casa depois da sua empregada doméstica ter testado positivo para a covid-19. Ontem a Chefe do Executivo, Carrie Lam, garantiu que não será decretado um confinamento geral na região Um dia depois de Hong Kong ter registado mais de dois mil casos diários de covid-19, o pior panorama desde o início da pandemia, foi hoje divulgada a informação de que o secretário para a Administração, John Lee, está isolado em casa depois da sua empregada doméstica ter testado positivo para a covid-19. Segundo o canal de rádio e televisão RTHK, o próprio secretário e os seus familiares realizaram testes de despistagem à covid-19, com resultados negativos. Um porta-voz declarou que serão enviadas amostras de saliva para o Departamento de Saúde de Hong Kong para testagem. Entretanto, John Lee deveria ter estado presente na sessão de hoje no Conselho Legislativo (LegCo) onde se discutiu um plano de injecção de 27 mil milhões de dólares de Hong Kong no Fundo Anti-Epidémico, mas foi substituído pelo secretário para o Comércio e Desenvolvimento Económico, Edward Yau. Hong Kong registou hoje 1619 novos casos de covid-19, tendo sido anunciada a abertura de clínicas comunitárias para o tratamento destes doentes, em zonas como Shau Kei Dan, Kennedy Town e Kowloon Bay, entre outras. Neste momento mais de quatro mil pacientes com covid-19 estão em hospitais públicos ou locais de isolamento, noticiou o canal RTHK. Sem confinamento Entretanto, Carrie Lam disse hoje, em conferência de imprensa, que as autoridades não deverão decretar um novo confinamento geral da cidade, apostando nas medidas preventivas. “Até este momento as nossas medidas para conter o aumento de contágios mantém-se legítimas e válidas”, disse, citada num comunicado oficial. “O problema que estamos a enfrentar deve-se à magnitude, velocidade e severidade da quinta vaga da pandemia em Hong Kong, o que ultrapassou as nossas capacidades. A capacidade imediata do Governo de Hong Kong, agora com o apoio do Governo Central, é reforçar a nossa capacidade [de resposta] em várias áreas neste esforço contra a pandemia. E estamos a fazer isto”, acrescentou a governante. Carrie Lam considerou que têm sido eficazes medidas como as restrições e declarações de testes aplicadas a cada distrito da cidade. “Desde a última vaga, em finais de Dezembro do ano passado, que o Governo levou a cabo 100 operações desse género. Estas operações provaram ser eficazes, em termos da identificação de um grande número de infecções”, acrescentou. A Chefe do Executivo garantiu que vai converter apartamentos de habitação pública para isolamento de pessoas, além de procurar mais quartos de hotel para este fim, reforçando a resposta das autoridades nesta matéria. Amanhã Carrie Lam deverá reunir com representantes do sector hoteleiro para encontrar um consenso. “Sabemos que temos mais de 80 mil quartos de hotel em Hong Kong mas nem todos se ajustam. Procuramos um complexo inteiro – um hotel que ocupe todo um edifício com um certo número de quartos, porque se for demasiado pequeno as operações tornam-se muito difíceis”, explicou. Entretanto, o canal RTHK noticiou também que os pais têm feito uma corrida à vacina Sinovac para que as suas crianças sejam vacinadas contra a covid-19. Os agenciamentos começaram hoje às 8h.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Reduzida quarentena para viajantes de 14 para 10 dias Taiwan vai reduzir o período de quarentena obrigatória para quem chega à ilha oriundo do exterior, dos actuais 14 dias para 10, a partir de Março, anunciou hoje o Centro de Controlo de Epidemias do território, segundo a imprensa local. Quem entrar em Taiwan, vai ter que passar 10 dias num hotel designado para quarentenas ou em casa, se morarem sozinhos. Actualmente, quem chega a Taiwan tem três opções de quarentena: estadia num hotel designado durante 14 dias, passar 10 dias num hotel e quatro em casa ou cumprir metade do período de quarentena no hotel e a outra metade em casa. Da mesma forma, as autoridades de saúde declararam que, no futuro, vão relaxar as proibições de entrada para viagens de negócios. Tal como a China continental, Taiwan continua a ser um dos poucos territórios do mundo que adopta uma política de zero casos de covid-19, com extensas restrições fronteiriças. Desde o início da pandemia, o território registou 19.666 casos de covid-19 e 852 óbitos.
Hoje Macau China / ÁsiaChina apela à calma e diz que a sua embaixada na Ucrânia está a operar normalmente A China apelou ontem a que “todas as partes envolvidas” na questão da Ucrânia atuem de forma “racional” e “evitem ações que aumentem as tensões”, garantido que a sua embaixada no país “está a operar normalmente”. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Wang Wenbin, disse em conferência de imprensa, que a China está a “acompanhar de perto a situação”, mas que a embaixada e os consulados do país asiático na Ucrânia estão a funcionar “normalmente”. Wang explicou que a embaixada chinesa na Ucrânia emitiu um aviso consular pedindo aos cidadãos chineses que estejam atentos e acompanhem a situação. As declarações contrastam com as de vários países, que pediram aos seus cidadãos que saiam da Ucrânia, depois de o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, ter observado que uma “invasão” russa “pode começar a qualquer momento”. Questionado sobre a posição da China, o porta-voz reiterou que para resolver o problema ucraniano é “necessário voltar ao ponto de partida do acordo Minsk-2, que conta com o apoio do Conselho de Segurança das Nações Unidas”. “Todas as partes devem buscar ativamente uma solução por meio do diálogo e da negociação”, acrescentou o porta-voz. No início do mês, Xi Jinping e Vladimir Putin, presidentes da China e da Rússia, respetivamente, prometeram enfrentar juntos o que consideram “ameaças à segurança”, após reunirem em Pequim. Ambos os países emitiram uma declaração conjunta na qual, sem mencionar explicitamente os Estados Unidos ou a crise na Ucrânia, denunciaram que um “pequeno número de forças da comunidade internacional continua obstinada em promover o unilateralismo e interferir nos assuntos de outros países”. O texto frisou que “China e Rússia se opõem a uma maior expansão da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte)”.
Andreia Sofia Silva China / ÁsiaCovid-19 | HK com mais de dois mil contágios, o pior dia desde o inicio da pandemia Hong Kong registou ontem um total de 2.071 novos casos de covid-19, o pior dia desde o início da pandemia, sendo que 4.500 pessoas tiveram um resultado preliminar positivo. O Governo de Carrie Lam nomeou responsáveis que vão actuar, em cinco task-forces, com as autoridades de Pequim e Guangdong A pandemia da covid-19 em Hong Kong está longe de estar controlada, depois do território vizinho ter registado ontem um total de 2.071 novos casos confirmados de covid-19 e 4.500 resultados preliminares positivos, escreveu o South China Morning Post. Este é o pior dia, desde o início da pandemia, em matéria de novos casos de infecção pelo vírus Sars-Cov-2, sendo a primeira vez que se registam mais de dois mil casos na região. As autoridades suspenderam, entretanto, as aulas presenciais até ao dia 6 de Março, prolongando por duas semanas uma medida que já se encontrava em vigor. Entretanto, este domingo, a Chefe do Executivo da região, Carrie Lam, disse esperar o apoio do Governo Central no combate à pandemia em Hong Kong e que “não serão desperdiçados esforços” nesta acção. Num comunicado, citado pela Xinhua, a governante disse que assume as principais responsabilidades nesta luta e que o Governo vai implementar a estratégia da “prevenção de importação de casos e o contágio do vírus na comunidade”, em busca de uma “dinâmica de zero casos” no território. Desta forma, é objectivo das autoridades da região vizinha em seguir as linhas orientadoras levadas a cabo por Pequim “tendo em conta a sua experiência” no combate à pandemia, incluido formas de gestão de recursos humanos. Tudo para que Hong Kong seja capaz de “uma identificação e isolamento prévios, e um tratamento precoce” dos infectados. As autoridades reuniram no sábado e destacaram membros do Governo para cinco tas-forces, que vão “coordenar-se com os representantes de ministérios ou comissões do Governo Central, bem como do Governo da província de Guangdong” a fim de tomar acções que travem a escalada de casos. Mais testes e medidas Uma das medidas que o Governo de Hong Kong pretende implementar é o reforço dos testes na comunidade e uma vigilância do sistema de esgotos, incluindo uma maior atenção sobre o percurso dos contactos de risco. Na tarde de domingo mais de quatro mil pessoas foram sujeitas a uma quarentena domiciliária ao abrigo do novo esquema “StayHomeSafe”, lançado dia 8, que visa melhor coordenar os contactos próximos ou de risco. Carrie Lam disse “compreender as ansiedades do público” tendo em conta a quinta vaga da pandemia, onde a variante Ómicron do novo coronavírus é mais dominante. A Chefe do Executivo adiantou que o enorme aumento do número de casos nos últimos dias trouxe dificuldades na gestão de isolamentos e quarentenas, tendo pedido desculpa pela falta de resposta. “Com o apoio total das autoridades do Governo Central, Hong Kong, juntamente com as províncias de Guangdong e Shenzhen, e com as task-forces, iremos garantir uma plena implementação destas medidas para travar a pandemia.” Sobre a vacinação, as autoridades planeiam aumentar os centros, recrutar mais pessoal médico para administrar vacinas em lares de idosos e reduzir a idade mínima para receber a vacina Sinovac para os três anos. Entretanto, o Conselho Legislativo (LegCo) de Hong Kong vai analisar a proposta, do Governo, para a injecção de 27 mil milhões de dólares de Hong Kong para o Fundo Anti-Pandemia, para que venham a ser implementadas várias medidas de apoio.
Hoje Macau China / ÁsiaChina respondeu por metade das vendas globais de veículos elétricos em 2021 Metade das vendas de veículos elétricos registadas em 2021 em todo o mundo foram realizadas na China, segundo dados divulgados hoje pela consultora Canalys. De acordo com a Canalys, foram vendidos em todo o mundo 6,5 milhões de veículos elétricos, no ano passado, um acréscimo de 109%, face a 2020. O valor corresponde a 9% do total de vendas de veículos em todo o mundo. Mais de 3,2 milhões de unidades foram vendidas na China, onde os elétricos já representam 15% das vendas, duplicando assim a percentagem face ao ano anterior. “Muitos modelos novos são lançados todos os meses em cada um dos segmentos importantes do mercado”, referiu a consultora no relatório. “Há grandes oportunidades de crescimento em 2022 e para o futuro”, descreveu. A Europa fica atrás no valor nominal das vendas (2,3 milhões de veículos), mas supera a China no percentual, com os elétricos a representarem 19% do total de carros vendidos em 2021. Nos Estados Unidos, a taxa de adoção é bem menor. No total, foram vendidas 535 mil unidades, o que representou 4% das vendas de automóveis, em 2021. A fabricante norte-americana Tesla continua a ser a marca líder, com 14% de quota de mercado, seguida do Grupo Volkswagen (12%) e das chinesas SAIC (11%) e BYD (9%). No caso da SAIC, muito do sucesso deve ser atribuído ao seu modelo ‘low-cost’ Wuling Hongguang Mini EV, que custa cerca de 3.900 euros e foi o modelo mais vendido na China, no ano passado.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | NATO é produto da Guerra Fria que ameaça segurança da Rússia, defende Pyongyang A diplomacia norte-coreana defendeu hoje os interesses da Rússia na crise da Ucrânia, acusando os Estados Unidos e a NATO, que descreveu como um produto da Guerra Fria, de representarem, uma ameaça à segurança na região. “É um facto bem conhecido que a ameaça militar dos Estados Unidos a Moscovo está a aumentar gradualmente devido à implantação de sistemas de defesa antimísseis na Europa Oriental, o fortalecimento da presença militar da NATO nas regiões fronteiriças com a Rússia e a expansão contínua da NATO para o leste após o colapso da União Soviética”, de acordo com um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros norte-coreano. Na nota, divulgada na página do ministério na Internet, Pyongyang lamenta os “persistentes rumores lançados pelos Estados Unidos sobre uma ‘invasão russa da Ucrânia’ como pretexto para “enviar milhares de tropas para a Europa Oriental” e “aumentar o grau de tensão em torno da Ucrânia”. A ação norte-americana é classificada por Pyongyang tão “surpreendente quanto selvagem”. Da mesma forma, o ministério denuncia que a NATO não passa de “um produto da Guerra Fria, impulsionada pela agressão e pelo desejo de dominar”. Pyongyang destaca que as tentativas de “pressionar Moscovo” apenas provocarão “uma reação mais forte da Rússia” que, assinala, está “pronta para lutar pela sua segurança”. O Ocidente acusa a Rússia de ter concentrado dezenas de milhares de tropas junto às fronteiras da Ucrânia para invadir novamente o país vizinho. Os Estados Unidos alertaram na sexta-feira que um ataque russo pode acontecer “a qualquer momento” e pediram aos seus cidadãos que abandonassem o país rapidamente. Desde então, dezenas de governos, incluindo o de Portugal, aconselharam os seus cidadãos a sair da Ucrânia. A Rússia nega pretender invadir a Ucrânia, mas condiciona o desanuviamento da crise a exigências que diz serem necessárias para garantir a sua segurança. Essas exigências incluem garantias juridicamente válidas de que a Ucrânia nunca fará parte da NATO e o regresso das tropas aliadas nos países vizinhos às posições anteriores a 1997. Os Estados Unidos e os seus aliados da NATO e da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) recusam tais exigências.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Tóquio pondera aligeirar veto à entrada de estrangeiros O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, disse sábado que o Governo pretende aligeirar o veto à entrada de estrangeiros no país ainda este mês, o que permitiria, de forma gradual, o acesso a estudantes e empresários. O arquipélago japonês mantém as fronteiras encerradas a viajantes estrangeiros, desde o final de Novembro do ano passado, só permitindo a passagem a cidadãos japoneses e a residentes externos. Para tentar travar a propagação da variante Ómicron, do vírus SARS-CoV-2, que provoca a covid-19, o executivo japonês optou por fechar a fronteira o que afectou principalmente estudantes estrangeiros e as viagens de negócios, uma vez que os turistas estrangeiros estão impedidos de entrar desde 2020. Agora, o Governo contempla permitir a entrada de estudantes estrangeiros e pessoas com vistos de trabalho de curta e média duração e para o qual será fixada uma quota diária de acesso ao país, segundo anunciou sábado a comunicação social japonesa. “Gostaríamos de avançar, na hora de considerar o relaxamento das restrições”, disse o primeiro-ministro Fumio Kishida que acrescentou que as autoridades japonesas “terão em conta as provas científicas acumuladas sobre a Ómicron, as alterações nas situações de contágio, dentro e fora do Japão, e as medidas fronteiriças dos outros países”. Detalhes a caminho No decorrer desta semana, são esperados os detalhes do aligeiramento das actuais medidas impostas na fronteira que estão em vigor até ao final deste mês de Fevereiro. As possíveis alterações às medidas de encerramento de fronteiras, que o Japão aplicou, chegam depois de se intensificar a pressão, sobre o executivo governamental, por parte dos empregadores de empresas estrangeiras e japonesas que estão a sofrer com a falta de trabalhadores especializados. Associações de estudantes e universidades internacionais também têm denunciado nos últimos meses a dureza da política de imigração do Japão, que deixou no ar os planos de milhares de pessoas que aspiravam estudar ou participar em programas de intercâmbio e formação no Japão. O bloqueio fronteiriço não impediu a entrada da variante Ómicron no país, que desde o início de Janeiro foi afectada pela sexta maior onde de contágios até hoje. Até ao momento, atingiu mais de 100.000 infecções diárias, apesar de nos últimos dias o número estar mais estabilizado.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA mantêm-se concentrados no Indo-Pacífico, que moldará o século, diz Anthony Blinken Os Estados Unidos mantêm-se concentrados a longo prazo na região do Indo-Pacífico, apesar das preocupações com uma eventual agressão da Rússia à Ucrânia, disse ontem na Austrália o secretário de Estado norte-americano Antony Blinken. O chefe da diplomacia norte-americana encontra-se na cidade de Melbourne, onde vai encontrar-se com os homólogos da Austrália, Índia e Japão. Os quatro países formam o bloco conhecido como Quad (Quadrilateral Security Dialogue) constituído em 2007 para contrariar a influência da República Popular da China na região. “Há outras coisas a acontecer no mundo nesta altura, como já devem saber. Temos alguns desafios na Ucrânia e com a ‘agressão’ da Rússia. Estamos a trabalhar 24 horas e sete dias por semana nesse assunto”, declarou Blinken à chegada à Austrália. “Mas todos sabemos, o Presidente (Joe Biden) sabe melhor do que qualquer outra pessoa, que muito do que vai acontecer neste século vai ser determinado pelo que acontecer aqui, na região do Indo-Pacífico”, acrescentou. A região do Indo-Pacífico é apontada como a zona de maior crescimento a nível mundial contando com dois terços do crescimento da economia global, sobretudo nos últimos cinco anos, e concentra metade da população mundial, disse ainda o secretário de Estado norte-americano. Blinken sublinhou que os assuntos que preocupam os países da região preocupam todo o mundo, referindo que questões como as alterações climáticas e a pandemia do SARS CoV-2 não podem ser resolvidas por um só Estado. “Mais do que nunca precisamos de parcerias, precisamos de novas alianças e de coligações de países dispostos em envidar esforços, recursos e capacidades para resolver estes problemas”, afirmou. “O que nos move é a partilha da visão sobre uma sociedade livre e aberta”, frisou. A visita do secretário de Estado norte-americano foi concebida para reforçar os interesses dos Estados Unidos na Ásia, assim como afirmar os interesses de Washington no recuo da influência de Pequim na região. Blinken vai também visitar as Ilhas Fiji e deve analisar a situação na Coreia do Norte com os representantes do Japão e da Coreia do Sul num encontro, mais tarde, no Havai. Para Blinken, os países parceiros estão juntos na partilha de valores referindo que “não estão contra a China”. “Isto não é estar contra alguém em particular, mas sim uma afirmação a favor de uma ordem baseada em regras”, disse Blinken, em declarações à Australian Broadcasting Corporation (ABC). Questionado pelos jornalistas sobre se Washington encara a Rússia e a China como ameaças à segurança global, Blinken respondeu que “se trata de diferentes desafios” e que a Rússia é, “neste momento, um desafio imediato”. A ministra dos Negócios Estrangeiros da Austrália, Marise Payne, que vai coordenador os trabalhos da conferência de Melbourne, disse que o encontro do Quad vai incluir assuntos como a distribuição das vacinas contra a covid-19, tecnologia, cibernética, combate à desinformação, terrorismo, segurança marítima e alterações climáticas. A Índia vai estar representada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Subrahmanyam Jaishankar, e o Japão pelo chefe da diplomacia de Tóquio, Hayashi Yoshimasa. “Como rede de democracias ‘liberais’, nós estamos comprometidos com aspetos relacionados com a cooperação e para garantirmos aos países da região do Indo-Pacífico, pequenos e grandes, capacidade para tomarem decisões estratégicas próprias de forma livre e sem coação”, disse Payne. Na quarta-feira, o porta-voz da diplomacia chinesa, Zhao Lijian, disse que a visita de Blinken a Melbourne é um esforço de Washington para fazer vingar os padrões norte-americanos. “Com uma democracia em colapso há muito tempo, os Estados Unidos estão a forçar outros países a adotar os padrões da América traçando linhas com valores e montando grupos. Isto é uma completa traição à democracia”, disse Zhao. Hoje, o ministro da Defesa da Austrália, Peter Dutton, expressou preocupações sobre a aliança entre a Rússia e a China, frisando que as ameaças de Pequim estão a intensificar-se. “Sabemos que o nosso país está a enfrentar o ambiente de segurança regional mais complexo e potencialmente catastrófico desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945)”, disse Dutton no Parlamento de Camberra.
Hoje Macau China / ÁsiaSegurança nacional | LegCo vai receber proposta para legislar artigo 23 O Conselho Legislativo (LegCo) de Hong Kong deverá receber, no final deste ano, a proposta de legislação do artigo 23 da Lei Básica de Hong Kong, relativa às questões de segurança nacional, para deliberação. A informação foi divulgada esta terça-feira pelo secretário para a Segurança de Hong Kong, Chris Tang. Segundo a agência noticiosa Xinhua, o governante disse que “estão a ser feitos esforços para a promulgação a fim de legislar o artigo 23”, sendo que o processo de consulta pública também deverá arrancar “dentro do actual mandato” do Governo liderado por Carrie Lam. Num encontro com deputados do LegCo, Chris Tang referiu também que “ambas as partes procuram cumprir plenamente as suas responsabilidades constitucionais em prol da legislação, o mais cedo possível, da legislação do artigo 23 da Lei Básica de Hong Kong”. A legislação do artigo 23 diz respeito a matérias relacionadas com a segurança do Estado chinês, a implementação de medidas ligadas ao hino e bandeira nacionais e a garantia de não interferência de forças estrangeiras, bem como a proibição de órgãos políticos estrangeiros no território. O secretário para a Segurança da região vizinha reforçou a ideia de que “as dificuldades sentidas com o trabalho legislativo não serão subestimadas, uma vez que as forças estrangeiras procuram enfraquecer a segurança do país e de Hong Kong, bem como manchar o artigo 23 da Lei Básica”.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Filipinas reabrem as portas a turistas estrangeiros As Filipinas levantaram hoje a proibição de entrada a turistas estrangeiros, imposta há quase dois anos, numa altura em que a mais recente vaga da covid-19, alimentada pela variante Ómicron, está a abrandar. O país do Sudeste Asiático passa a permitir a entrada de visitantes com passaportes de 157 países com acordos de isenção de visto com as Filipinas, lista que inclui Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Portugal e São Tomé e Príncipe. Os turistas terão de estar totalmente vacinados e apresentar à partida um teste negativo à covid-19. As Filipinas revogaram também um sistema de classificação de risco que proibia a entrada de estrangeiros vindos dos países mais atingidos pela pandemia. Termina ainda um período obrigatório de quarentena imposto a todos os passageiros vindos do estrangeiro, que abrangia os cidadãos filipinos. “Começaremos o próximo capítulo a caminho da recuperação”, disse a secretária do Turismo das Filipinas, Berna Romulo-Puyat, acrescentando que a reabertura das fronteiras permitiria recuperar empregos e gerar receitas para as empresas e comunidades ligadas ao turismo. As Filipinas impuseram um dos confinamentos mais longos do mundo e das mais rígidas restrições de quarentena, para conter uma pandemia que causou a pior recessão económica desde os anos de 1940 e levou desemprego e fome a atingir níveis recordes. Mais de um milhão de filipinos perderam o emprego em negócios turísticos apenas no primeiro ano da pandemia, de acordo com estatísticas oficiais. Destinos turísticos, incluindo praias populares e empreendimentos em ilhas tropicais, pareciam cidades-fantasma no auge do confinamento, com uma erupção vulcânica e a ação tufões a exacerbar as perdas. A reabertura estava marcada para 01 de dezembro, mas foi adiada devido à variante Ómicron, considerada altamente contagiosa. O mais recente surto atingiu o pico, com mais de 39 mil infeções em um dia, em meados de janeiro, mas desde então tem diminuído. As autoridades de saúde anunciaram cerca de 3.600 novas infeções na quarta-feira, com 69 mortes e declararam “risco baixo a moderado” em todo o arquipélago, com a exceção de uma região do sul. Mais de 60 milhões dos quase 110 milhões de filipinos foram totalmente vacinados contra o coronavírus e 8,2 milhões receberam já doses de reforço numa campanha afetada pela escassez de vacinas e por receios da população.
Hoje Macau China / ÁsiaGrupo chinês quer levar água a mais de 250 mil habitações em Pemba Um grupo chinês lançou um projeto para acabar com a escassez de água potável para os mais de 250 mil habitantes de Pemba, capital da província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique. O Power Construction Corp (PowerChina) disse que o contrato prevê a construção de três reservatórios, de uma rede de distribuição de quase 185 quilómetros e a reparação de quatro reservatórios, de acordo com um comunicado divulgado na quarta-feira. O grupo estatal chinês garantiu que, depois da conclusão das obras, prevista para junho de 2023, o projeto irá reforçar o fornecimento e aumentar a pressão da água, melhorando a qualidade de vida da população de Pemba. O contrato, assinado com o Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água (FIPAG) de Moçambique, vai estar a cargo de uma subsidiária do PowerChina, a Sinohydro Bureau 11 Co Ltd. Em outubro, a Sinohydro disse que o projeto ia incluir uma torre de água com uma capacidade com 250 metros cúbicos e três reservatórios com uma capacidade de dois mil metros cúbicos cada. O Governo moçambicano tinha já indicado que o FIPAG estava a investir 40 milhões de dólares no reforço do abastecimento de água a Pemba, além do aumento da capacidade de tratamento de 15 para 35 mil metros cúbicos de água, permitindo o alargamento do abastecimento a Pemba de seis para 16 horas por dia. Em 2019, o conglomerado chinês China Energy Engineering Corporation anunciou a construção de uma barragem hidroelétrica no rio Megaruma para reforçar o abastecimento de água a Pemba. Na terça-feira, o PowerChina anunciou a assinatura de um contrato para a melhoria da distribuição de eletricidade na capital da Guiné-Bissau, incluindo a instalação de 2.100 postes de iluminação da via pública. No dia anterior, o grupo tinha avançado que vai construir, em Barueri, no estado brasileiro de São Paulo, do primeiro projeto de geração de energia a partir de resíduos sólidos da América do Sul.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Chinesa Zerun obtém novo financiamento para desenvolver vacina contra todas as variantes Uma farmacêutica chinesa vai receber 7,4 milhões de euros adicionais da Coligação para a Inovação na Preparação para Epidemias (CEPI), visando avançar nos ensaios clínicos de uma vacina contra todas as variantes da covid-19. A CEPI, fundação global que financia o desenvolvimento de vacinas, indicou que vai apoiar os testes de fase um e dois, a decorrer no Mali. Este financiamento adicional elevará o total fornecido pela CEPI à Shanghai Zerun Biotechnology para 22 milhões de euros. Em julho passado, a fundação, sediada em Oslo, disse que ia trabalhar com a empresa chinesa, como parte do programa para desenvolver vacinas de próxima geração que protejam contra novas variantes da covid-19. O CEPI também está a apoiar uma vacina intranasal contra o novo coronavírus, desenvolvida pela Universidade de Hong Kong. Todas as vacinas que estão ser utilizadas são baseadas na cepa original do SARS-CoV-2, identificada no estágio inicial da pandemia. Estas vacinas também exigem doses de reforço, à medida que a imunidade diminui com o tempo. Apesar de continuarem a oferecer proteção, as variantes Delta e Ómicron reduziram a eficácia das vacinas. Para a candidata a vacina, a Zerun Bio fez alterações estruturais na proteína ‘spike’ do vírus, com um papel fundamental na infeção de células, para melhorar a capacidade de desencadear uma resposta imune contra novas variantes do coronavírus. Os primeiros resultados do estudo contra o vírus original mostraram que a vacina experimental tem um bom perfil de segurança e induziu um alto nível de resposta imune em adultos, de acordo com um comunicado do CEPI. “O soro clínico demonstrou um bom efeito de neutralização cruzada nas cepas Beta e Delta”, apontou a fundação, em comunicado. Em estudos pré-clínicos, a vacina da Zerun Bio também “demonstrou um amplo espetro de resultados de neutralização cruzada” para as variantes Alpha, Beta, Gamma, Delta e Ómicron. “A covid-19 continua a evoluir e não podemos prever qual o será o próximo desenvolvimento, por isso é vital que continuemos a investir em vacinas globalmente acessíveis e eficazes contra uma ampla gama de variantes possíveis”, apontou o diretor executivo da CEPI, Richard Hatchett. “Essas vacinas podem colocar-nos um passo à frente do vírus, por isso são fundamentais para o controlo de longo prazo da covid-19 e vitais para a segurança global da saúde”, acrescentou. A fundação disse que as vacinas experimentais que está a financiar, se bem sucedidas, seriam compradas e distribuídas pela Covax, iniciativa global para promover o acesso equitativo a vacinas contra a covid-19 que a CEPI lidera em parceria com a Organização Mundial da Saúde.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Governo Central pede para HK manter tolerância zero Numa altura em que a região vizinha registou, pela primeira vez, a ocorrência de mais de mil casos diários de covid-19, Pequim defende que as autoridades de Hong Kong não devem alterar a sua política de “tolerância zero” face à pandemia As autoridades chinesas instaram ontem Hong Kong a manter a política de tolerância zero com a covid-19, alertando que qualquer alteração para uma política de coexistência com o vírus resultaria num desastre para a região. A advertência foi feita por um alto funcionário da Comissão de Saúde da China e pelo Diário do Povo, o jornal oficial do Partido Comunista Chinês, após Hong Kong ter diagnosticado, pela primeira vez, mais de mil casos diários. “A chamada estratégia de ‘coexistir com o vírus’ não está comprovada cientificamente. Implementá-la traria uma enorme pressão sobre o sistema sanitário, já para não mencionar que atrasaria a retoma das viagens sem quarentena com o continente”, apontou o Diário do Povo, num comentário sobre a situação epidémica na cidade. A China mantém uma política de tolerância zero com a doença, agora designada, oficialmente, como “dinâmica zero casos”, e que envolve testes em massa e medidas de confinamento quando um surto é detectado. O Diário do Povo clarificou que esta estratégia não almeja “zero infecções”, mas é antes uma estratégia geral, voltada para a “descoberta precoce e acção rápida”, visando “interromper a transmissão comunitária contínua”. A estratégia “incorpora um conceito antiepidémico que prioriza pessoas e vidas e que também provou alcançar resultados máximos com custo mínimo”, referiu o jornal. Cidade com “maior risco” O especialista em controlo de doenças da Comissão de Saúde da China, Liang Wannian, disse que a estratégia ainda é aplicável a Hong Kong, apontando a cidade como sendo de “maior risco”, devido à alta densidade populacional e frequentes intercâmbios internacionais. Em entrevista a um canal chinês, Liang sugeriu que as autoridades de Hong Kong devem rastrear os contactos próximos através da análise de dados móveis e expandir o alcance dos testes em massa. “Só podemos viver com o vírus quando houver medicamentos mais eficazes (…) É ainda muito cedo para desistir”, disse. Segundo a agência Xinhua, esta terça-feira a Chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, referiu que a política de zero casos é a melhor estratégia a adoptar pelas autoridades nesta fase. A governante disse que a “dinâmica zero casos” é a melhor aproximação “aos interesses da sociedade e à protecção da saúde pública e segurança”. Carrie Lam disse também que Hong Kong tem de aderir a esta política de zero casos a fim de ganhar tempo para aumentar a taxa de vacinação no território e assegurar que os hospitais não entram em colapso com casos de covid-19. Uma pesquisa realizada, no mês passado, pelo Partido Democrata de Hong Kong, mostrou que 65 por cento dos entrevistados consideraram que a cidade deve preparar-se para viver com o vírus. Outro inquérito realizado na mesma altura, pelo Instituto Bauhinia, pró-Pequim, constatou que 68 por cento concordava que a adopção da estratégia de zero casos está de acordo com os interesses da sociedade. Desde o início da pandemia, Hong Kong registou 15.176 casos de covid-19 e 213 mortes, de acordo com as autoridades do território.
Hoje Macau China / ÁsiaAcções da chinesa Wuxi Biologics afundam após inclusão na lista negra dos EUA A empresa chinesa Wuxi Biologics suspendeu na segunda-feira a negociação das suas acções na Bolsa de Valores de Hong Kong, após ter sido incluída pelas autoridades dos Estados Unidos na lista negra do Departamento de Comércio. As acções da empresa, que fornece soluções tecnológicas para farmacêuticas, caíram 22,77%, até as negociações terem sido temporariamente suspensas. Em comunicado, a Wuxi Biologics indicou que vai fazer um anúncio, previsivelmente relacionado com a sua inclusão na referida lista negra. O Departamento de Comércio inclui nesta lista empresas estrangeiras para as quais não pode verificar a “legitimidade e confiabilidade” do uso que fazem de produtos importados a partir dos Estados Unidos. A medida não significa que os exportadores não possam fazer negócios com a Wuxi Biologics, mas significa que devem passar por processos adicionais antes de fazê-lo. O Governo de Joe Biden manteve a postura da administração anterior, liderada por Donald Trump, no sentido de tornar mais difícil para a China garantir tecnologias de ponta, ao restringir o comércio e o investimento. Washington acrescentou esta semana outras 32 organizações chinesas, com o objetivo de “ajudar os exportadores norte-americanos a realizar os processos relevantes e avaliar o risco das transações”, segundo a Casa Branca. A inclusão na lista que restringe o acesso a produtos norte-americanos visa também “enviar uma mensagem ao governo da República Popular da China sobre a importância da sua cooperação na clarificação sobre o uso final” de produtos importados dos Estados Unidos. A Wuxi disse em comunicado que a sua inclusão na lista não afeta significativamente os seus negócios. “A WuXi Biologics está a importar alguns componentes para biorreatores e filtros de fibra oca que estão sujeitos a restrições na exportação dos EUA, mas receberam aprovação [dos EUA] nos últimos 10 anos”, disse a empresa, em comunicado, na segunda-feira. Analistas consideram que o impacto das proibições pode ser minimizado pela substituição de componentes norte-americanos. John Yung, analista do Citigroup em Hong Kong, disse que a Wuxi é “mais propensa a procurar alternativas na União Europeia ou na China”, em vez de lidar com atrasos no fornecimento de componentes oriundas dos EUA.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Cientistas chineses dizem ter projectado um novo teste ultrarrápido Cientistas chineses desenvolveram um novo teste para o coronavírus SARS-CoV-2 que é tão confiável como um teste PCR de laboratório e dá resultado em minutos, de acordo com um artigo publicado numa revista científica. Atualmente, os testes PCR são o padrão máximo mundial para triagem da infeção, mas os resultados demoram várias horas a sair. Pesquisadores da Universidade de Fudan, na cidade chinesa de Xangai, dizem, no entanto, terem desenvolvido uma alternativa. Num artigo publicado na revista Nature Biomedical Engineering, a equipa disse ter desenvolvido um sensor que usa microeletrónica para analisar amostras de DNA coletadas por uma zaragatoa. O sensor, ligado a uma máquina portátil, permite obter um resultado em “menos de quatro minutos”, asseguram os seus projetistas. Este terminal tem “alta sensibilidade” e pode ser facilmente levado para qualquer lugar. Para testar o dispositivo, foram retiradas amostras de 33 pessoas infetadas com o coronavírus. Os testes de PCR foram realizados em paralelo, para poder comparar os dois métodos. De acordo com o artigo, todos os resultados obtidos pelos dois dispositivos foram idênticos. Os testes realizados com o novo dispositivo envolveram um total de 54 amostras, incluindo pessoas com febre, mas que não tiveram covid-19, pacientes com gripe e voluntários saudáveis. Os pesquisadores da Universidade Fudan disseram que, uma vez aperfeiçoados, os seus dispositivos podem ser usados em várias situações, incluindo aeroportos, hospitais e até em casa. Além de serem lentos, os testes de PCR requerem infraestrutura e laboratórios que são escassos em muitos países em desenvolvimento, o que constitui um obstáculo à deteção do vírus. Autotestes rápidos também existem, mas são considerados menos confiáveis. A China é um dos maiores produtores mundiais de testes de PCR. Em dezembro, exportou um valor total de 1,4 mil milhões de euros, um aumento de 144%, face ao mês anterior, segundo as alfândegas chinesas.
Hoje Macau China / ÁsiaChina reitera apoio à reivindicação da Argentina sobre as Ilhas Malvinas A China reiterou o seu “firme apoio” à reivindicação da Argentina sobre as Ilhas Malvinas/Falkland e insistiu que Londres deve sentar-se para discutir o assunto com Buenos Aires. Em comunicado, o porta-voz da Embaixada da China no Reino Unido reagiu assim às palavras da ministra dos Negócios Estrangeiros britânica, Liz Truss, que defendeu na terça-feira aquelas ilhas como “parte da família britânica”. “A China deve respeitar a soberania das Falkland (como os britânicos chamam às ilhas)”, escreveu Truss, na sua conta oficial na rede social Twitter. O porta-voz chinês enfatizou que a posição do seu país nas Malvinas é “consistente” e implica “firme apoio à reivindicação legítima da Argentina de completa soberania” sobre as ilhas. “A China sempre defendeu que as disputas territoriais entre países sejam resolvidas por meio de negociações pacíficas, de acordo com os princípios da Carta das Nações Unidas”, lê-se na mesma nota. Pequim “espera” que o Reino Unido responda afirmativamente ao pedido da Argentina de abrir negociações o mais rápido possível para encontrar uma “solução pacífica, justa e duradoura de acordo com as resoluções da ONU”. A Argentina reivindica as ilhas desde 1833, mas o Reino Unido recusa-se a entrar em negociações sobre a sua soberania, conforme solicitado por Buenos Aires. Os dois países travaram uma guerra, em 1982, um conflito que começou com a ocupação das ilhas pela junta militar argentina, em 02 de abril, daquele ano e terminou com a rendição argentina em 14 de junho. Durante a guerra morreram 649 militares argentinos, 255 britânicos e três civis habitantes das ilhas.
Hoje Macau China / ÁsiaChefe da diplomacia dos EUA inicia périplo na região de Ásia-Pacífico O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, partiu ontem para a região da Ásia-Pacífico, périplo que pretende consolidar as parcerias locais perante a estratégia expansionista da China e que surge em plena intensificação da crise ucraniana. Blinken passará três dias na cidade australiana de Melbourne, onde vai participar numa reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros do grupo Quad, uma aliança dos Estados Unidos da América (EUA) com a Austrália, Índia e Japão, que Washington pretende que seja um baluarte contra o desejo de controlo regional por parte da China. Em Melbourne, o chefe da diplomacia norte-americana vai reunir com altos funcionários australianos, incluindo o primeiro-ministro, Scott Morrison, com quem deve tentar fortalecer a aliança militar trilateral “AUKUS” (Austrália, Reino Unido, EUA), anunciada em setembro para combater a influência da China. Ao abrigo desta aliança, a Austrália adquiriu, no ano passado, submarinos de propulsão nuclear aos Estados Unidos, rompendo um contrato de compra de submarinos tradicionais à França, o que provocou um incidente diplomático. Após a partida da Austrália, programada para sábado, Blinken fará uma escala nas ilhas Fiji para se encontrar com vários líderes das ilhas do Pacífico. “A principal mensagem que o secretário de Estado transmitirá é que as nossas parcerias cumprem as promessas estabelecidas”, disse Daniel Kritenbrink, secretário de Estado adjunto para o Pacífico e Ásia Oriental. “O Quad é uma componente-chave, económica e de segurança, da política externa dos EUA na região do Indo-Pacífico”, explicou Kritenbrink. Criado em 2007, o grupo Quad foi revitalizado em 2017, quando a Austrália se envolveu de forma mais assertiva para combater as intenções expansionistas do Governo de Pequim, acusado de intimidação militar no Mar do Sul da China. As Forças Armadas da Austrália participaram em manobras conjuntas da aliança, em 2020, um ano em que tropas chinesas e indianas entraram em confronto por várias vezes, numa área de fronteira disputada. A reunião de Melbourne também servirá para discutir estratégias no combate à pandemia de covid-19 e os problemas das alterações climáticas, preparando a agenda para uma reunião de chefes de Estado do Quad, marcada para meados deste ano. Esta viagem de Blinken acontece numa altura em que os receios ocidentais sobre uma potencial invasão russa da vizinha Ucrânia continuam bem presentes. Também acontece poucos dias depois do Presidente russo, Vladimir Putin, ter recebido o apoio do chefe de Estado chinês, Xi Jinping, nas críticas contra a expansão da NATO a leste. Num encontro na capital chinesa, que decorreu por ocasião da abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno, os dois líderes deram sinais de uma frente comum, com Pequim a apoiar Moscovo no seu confronto com a NATO em torno da Ucrânia e Putin a devolver o apoio de Xi Jinping no que diz respeito a Taiwan, ilha que a China considera parte do seu território e que já chegou a ameaçar a reunificação pela força.