Hoje Macau China / ÁsiaTarifas | Diplomata chinês acusa EUA de culpar o mundo por problemas internos Um ex-diplomata chinês afirmou ontem que os Estados Unidos terão de aprender a lidar com uma China em ascensão e demonstrar o devido respeito e igualdade. No segundo dia da Cimeira da Prosperidade Global, que se realiza anualmente em Hong Kong, Wu Hailong afirmou que Washington tem utilizado uma série de estratégias de supressão e contenção para travar o desenvolvimento da China na última década. Mas Wu, que foi chefe-adjunto do Gabinete do Comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros em Hong Kong, salientou que a ascensão da China é um facto indiscutível e sublinhou que quaisquer esforços para difamar ou impedir o progresso da nação seriam em vão. Wu, actualmente presidente da Associação de Diplomacia Pública da China, afirmou que os problemas de Washington são internos, mas que o país recusa procurar soluções para curar a sua própria “doença”. “Imaginem uma pessoa que recusa a medicação mas insiste em que os outros tomem comprimidos para curar a sua doença”, afirmou, citado pela emissora de Hong Kong RTHK. “É esta a lógica da guerra tarifária recentemente lançada pelos Estados Unidos contra o mundo inteiro. “É verdade que a China tem mantido um excedente comercial com os Estados Unidos ao longo dos anos… Mas isso é uma questão de escolha do consumidor e de dinâmica do mercado, e não de manipulação deliberada por parte da China”.
Hoje Macau China / ÁsiaLíder mundial de baterias estreia-se com subida de 13,7% na bolsa de Hong Kong A maior fabricante de baterias para veículos eléctricos do mundo, a Contemporary Amperex Technology (CATL), estreou-se ontem na Bolsa de Hong Kong com uma subida de 13,7 por cento na abertura da sessão. A oferta pública inicial da CATL, já listada na bolsa da cidade vizinha de Shenzhen, deverá ser a mais elevada em Hong Kong desde 2021, superando a da fabricante de electrodomésticos Midea (cerca de 4,6 mil milhões de dólares ou 4,1 mil milhões de euros), lançada em Setembro. A agência de notícias financeiras Bloomberg destaca ainda que esta IPO (na sigla em inglês) pode tornar-se a mais substancial do mundo este ano. A CATL, sediada na cidade de Ningde, no sudeste do país, disse na semana passada que esperava arrecadar, pelo menos, 31 mil milhões de dólares de Hong Kong com a venda de, pelo menos, 117,9 milhões de acções a um preço máximo de 263 dólares de Hong Kong. O valor total poderá atingir os 41 mil milhões de dólares de Hong Kong, se todas as opções forem exercidas. A empresa disse que 90 por cento dos fundos angariados será utilizado para financiar a expansão das operações da CATL na Hungria, bem como na Alemanha, Espanha e Indonésia. A listagem atraiu investidores de relevo, como a petrolífera estatal chinesa Sinopec, o fundo soberano do Kuwait KIA e a gestora de activos norte-americana Hillhouse Investment, que se comprometeram a adquirir acções no valor de cerca de 2,6 mil milhões de dólares. A CATL tem uma quota de mercado global de 37,9 por cento, superando a também chinesa BYD (17,2 por cento) e a sul-coreana LG Energy Solution (10,8 por cento). Ouvidos de mercador Numa lista publicada em Janeiro pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos, a CATL foi designada como uma “empresa militar chinesa”. Um comité dedicado ao Partido Comunista Chinês na Câmara dos Representantes, câmara baixa do Parlamento dos Estados Unidos, destacou esta designação em cartas enviadas a dois bancos norte-americanos em Abril, instando-os a retirarem-se da listagem de uma “empresa chinesa ligada ao exército”. Mas os dois bancos em causa, o JP Morgan e o Bank of America, mantiveram a participação na oferta pública inicial da CATL. O Governo chinês classificou a lista do Departamento de Defesa dos Estados Unidos como uma perseguição, e a CATL negou estar envolvida “em actividades militares”. Na quinta-feira, a maior farmacêutica da China, Jiangsu Hengrui Pharmaceuticals, lançou também uma oferta pública inicial na bolsa de valores de Hong Kong, para atrair até 1,13 mil milhões de euros em investimento. Sete investidores institucionais, incluindo a empresa de investimento dos Estados Unidos Invesco Advisers, já se tinham comprometido a investir 533 milhões de dólares norte-americanos na oferta. A Hengrui, já cotada na bolsa de Xangai, considerada a capital financeira da China, deverá começar a ser listada em Hong Kong em 23 de Maio.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Pequim reduz taxa de juro de referência para mínimo histórico O Banco Popular da China anunciou ontem que vai reduzir a taxa de juro de referência a um ano em 0,1 pontos percentuais, para um mínimo histórico de 3 por cento. A medida tem como objectivo impulsionar o crescimento económico A taxa de juro de referência (LPR, na sigla em inglês) na China irá descer 0,1 pontos percentuais para 3 por cento, o mínimo histórico, de acordo com o anúncio de ontem do banco central chinês. O anúncio é o mais recente esforço das autoridades para impulsionar o crescimento, afectado pelas tensões comerciais com os Estados Unidos e pela crise no sector imobiliário. A decisão da instituição está em linha com as previsões dos analistas, que esperavam um corte na taxa. Na actualização mensal, o Banco Popular da China (PBC, na sigla em inglês) indicou que a LPR se manterá nesse nível pelo menos até daqui a um mês. Este indicador, estabelecido como referência para as taxas de juro em 2019, é utilizado para fixar o preço dos novos empréstimos – geralmente destinados às empresas – e dos empréstimos a taxa variável que estão a ser reembolsados. O indicador é calculado com base nas contribuições de preços de um conjunto de bancos – incluindo os pequenos credores que tendem a ter custos de financiamento mais elevados e maior exposição a crédito malparado – e tem como objectivo baixar os custos dos empréstimos e apoiar a “economia real”. A última redução tinha sido em Outubro, quando o banco central a reduziu em 25 pontos de base (ou 0,25 pontos percentuais), a partir de 3,35 por cento. Consumo interno O banco central também cortou ontem a taxa de juro a mais de cinco anos – referência para os empréstimos hipotecários – de 3,6 por cento para 3,5 por cento. A última descida, em 0,25 pontos percentuais, também tinha ocorrido em Outubro. Em 7 de Maio, o governador do PBC, Pan Gongsheng, tinha anunciado alterações na política monetária para amortecer o impacto da guerra comercial desencadeada pelos Estados Unidos. Pan revelou um corte na taxa das operações de recompra reversa (“reverse repo”) de 1,5 por cento para 1,4 por cento, bem como uma redução de 0,25 por cento na taxa de empréstimos a bancos comerciais, fixando-a em 1,5 por cento. A taxa de reservas obrigatórias foi também reduzida em 0,5 por cento, libertando cerca de um bilião de yuan em liquidez adicional. O banco central reduziu ainda as taxas de juro dos empréstimos à habitação a cinco anos, como parte de um esforço mais amplo para estimular o consumo interno. As autoridades chinesas voltaram a fixar, em Março, um objectivo de crescimento económico de cerca de 5 por cento até 2025. A China registou um crescimento anual de 5,4 por cento, impulsionado por uma aceleração temporária na produção industrial. No entanto, analistas questionam a fiabilidade dos dados e apontam para uma queda nas encomendas para exportação e no sentimento empresarial. A produção industrial na China cresceu 6,1 por cento, em termos homólogos, em Abril, menos 1,6 pontos percentuais do que no mês anterior, de acordo com dados oficiais divulgados na segunda-feira. Além disso, os preços das casas novas na China caíram pelo 23.º mês consecutivo em Abril, a um ritmo ligeiramente mais rápido do que em Março.
Hoje Macau China / ÁsiaTecnologia | Xiaomi investe forte em fabrico de ‘chips’ próprios O fundador da tecnológica chinesa Xiaomi, Lei jun, avançou ontem que a empresa irá investir cerca de 6.170 milhões de euros no desenvolvimento de ‘chips’ próprios na próxima década. Na mensagem divulgada ontem na sua conta oficial da rede social Weibo – equivalente chinês da X, censurada na China -, o presidente executivo (CEO) da Xiaomi adiantou que se trata de um plano de investimento “contínuo e de longo prazo”. “Estamos conscientes da dificuldade em produzir ‘chips'”, acrescentou o empresário. “Os chips são um pico que devemos escalar e uma batalha que não podemos evitar se quisermos tornar-nos uma grande empresa tecnológica”, acrescentou Lei antes de revelar que esta quinta-feira a Xiaomi vai apresentar o seu primeiro processador de design próprio, o Xring O1, bem como o seu segundo veículo elétrico, o SUV YU7. Lei referiu que o Xring O1 contará com tecnologia de 3 nanómetros (nm) de segunda geração. Embora não tenha indicado qual o produtor que os fabrica, a Bloomberg sublinha que isto descarta a principal fundição chinesa, a SMIC, uma vez que até à data não conseguiu ficar abaixo dos 7 nm devido às restrições de exportação dos EUA. Até agora, a Xiaomi tem incorporado ‘chips’ de outros fabricantes como a Qaulcomm ou MediaTek, mas parece que está a seguir os passos da Apple, que desenha os seus próprios ‘chips’ para complementar o seu ‘software’.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Alemanha destaca papel da China na paz mundial A diplomacia alemã defendeu ontem que a China tem uma responsabilidade pela paz mundial, referindo-se explicitamente à guerra na Ucrânia, numa altura em que se intensificam os esforços ocidentais para levar Moscovo a um cessar-fogo. “A guerra da Rússia na Ucrânia afecta interesses europeus fundamentais. A China tem uma responsabilidade pela paz mundial”, escreveu o Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão nas redes sociais. A mensagem foi divulgada após um telefonema entre os chefes da diplomacia da Alemanha, Johann Wadephul, e da China, Wang Yi, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP). Apesar de o primeiro contacto desde a posse do executivo de Friedrich Merz se ter centrado nas “relações germano-chinesas”, a questão ucraniana também foi discutida, disse o porta-voz governamental, Christian Wagner, numa conferência de imprensa. A mensagem que Wadephul transmitiu a Wang foi “que a guerra que a Rússia está a travar na Ucrânia afecta os interesses essenciais dos europeus e atenta contra a ordem de paz europeia”, afirmou. O novo chanceler, Friedrich Merz, afirmou no parlamento na quarta-feira estar preocupado com a “crescente proximidade entre Pequim e Moscovo”. “Vamos insistir com a China para que contribua para a resolução da guerra na Ucrânia”, afirmou na altura. A China é um parceiro comercial crucial para a Alemanha, mas há muito que é poupada pelos responsáveis alemães. Durante o mandato do anterior chanceler, Olaf Scholz, Berlim endureceu o tom face ao aumento das tensões geopolíticas e à crescente rivalidade económica entre Pequim e a União Europeia. A guerra começou em Fevereiro de 2022, quando a Rússia invadiu a Ucrânia para “desmilitarizar e desnazificar” o país vizinho, bem como impedi-lo de se tornar membro da NATO.
Hoje Macau China / ÁsiaGaza | Pequim manifesta apoio às posições da Liga Árabe sobre cessar-fogo A República Popular da China manifestou ontem apoio às principais conclusões da Liga Árabe incluindo o pedido de um cessar-fogo imediato em Gaza e a rejeição de qualquer deslocação forçada da população palestiniana. A cimeira da Liga Árabe decorreu na sexta-feira passada na capital do Iraque. Na Declaração de Bagdade os países árabes apelaram a um “desanuviamento urgente”, condenaram os ataques contra civis e manifestaram oposição à expulsão forçada dos palestinianos dos territórios onde se encontram. A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China, Mao Ning, reiterou ontem o apoio de Pequim a uma solução que integre a existência de dois Estados e o direito dos palestinianos à autonomia. Durante uma conferência de imprensa em Pequim, Mao Ning sublinhou que Gaza é uma parte inseparável do território palestiniano e que a República Popular da China apoia os “direitos legítimos” do povo palestiniano. Mao Ning acrescentou ainda que qualquer solução política deve basear-se no respeito pelo princípio da autonomia palestiniana na Faixa de Gaza após o conflito. Assim, a República Popular da China demonstra disposição em trabalhar com a comunidade internacional para aliviar a crise humanitária e construir uma paz duradoura e justa. A porta-voz recordou ainda que o Presidente chinês, Xi Jinping, enviou uma mensagem de felicitações no início da cimeira, na qual destacou as realizações da Liga Árabe e manifestou a vontade de Pequim em aprofundar a cooperação com os países árabes. Pequim vai acolher a segunda cimeira entre a República Popular da China e os Estados Árabes em 2026.
Hoje Macau China / ÁsiaSudão | China condena ataques a instalações civis e à população A China condenou ontem os ataques contra instalações civis no leste do Sudão e instou todas as partes a protegerem a população, reiterando o apoio a um cessar-fogo e ao avanço do processo político. “A China opõe-se e condena os ataques contra instalações civis e contra civis”, afirmou ontem a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Mao Ning, quando questionada sobre os recentes bombardeamentos sofridos pela cidade oriental de Port Sudão. Citada pela agência espanhola de notícias, a EFE, a porta-voz acrescentou que “a China apela à protecção da infraestrutura civil e à garantia da segurança da população” e lembrou que “a China tem mantido uma postura objectiva e imparcial em relação ao conflito no Sudão”. Na conferência de imprensa, Mao Ning afirmou esperar que “seja alcançado um rápido cessar-fogo, seja aliviada a situação humanitária, avance o processo político e seja restaurada a estabilidade do país”. Desde o início da guerra, em Abril de 2023, o conflito entre o Exército sudanês e as forças paramilitares causou dezenas de milhares de mortos e deslocou mais de 12,5 milhões de pessoas, no que a ONU considera a pior crise humanitária atual.
Hoje Macau China / ÁsiaEspaço | Missão de recolha de amostras de asteroide este mês A sonda não tripulada Tianwen 2, concebida para realizar a primeira missão da China para recolher e trazer amostras de um asteroide, será lançada este mês, de acordo com a Administração Espacial Nacional chinesa. O dispositivo foi transportado no domingo para a área de preparação de lançamento no centro espacial de Xichang, na província de Sichuan, onde serão realizadas verificações funcionais antes da descolagem, informou o jornal estatal China Daily. A agência espacial chinesa disse que o lançamento vai ocorrer antes do final de Maio, sem adiantar mais detalhes. O Tianwen 2, composto por um orbitador e um módulo de reentrada, foi transportado para a instalação de Xichang no final de Fevereiro, e a equipa técnica concluiu o abastecimento e várias inspeções desde então. A missão terá como alvo o 2016 HO3, também conhecido como 469219 Kamo’oalewa, que, embora orbite em torno do Sol e não da Terra, é o asteroide mais pequeno e mais próximo do planeta que foi identificado até ao momento. O plano prevê que a sonda entre em órbita em torno do asteroide, onde permanecerá durante vários meses, após o que se aproximará o suficiente para utilizar um braço mecânico para recolher amostras da superfície. Mistérios da evolução Após esta fase, a sonda regressará à órbita da Terra e libertará o módulo de reentrada, que levará as amostras para a superfície do planeta. O asteróide 2016 HO3 foi detectado pela primeira vez em 2016 por um telescópio de observação de asteroides no Observatório de Alta Altitude de Haleakala, no Havai, Estados Unidos. Os investigadores acreditam que pode conter informações importantes sobre as primeiras fases do sistema solar, incluindo aspectos da sua composição e evolução originais. A China investiu fortemente no programa espacial e pousou com sucesso a sonda Chang’e 4 no lado oculto da Lua — a primeira vez que tal foi conseguido — e tornou-se o terceiro país — depois da antiga União Soviética e dos Estados Unidos — a chegar a Marte. Além disso, a China opera a sua própria estação espacial, Tiangong, que funcionará durante cerca de 10 anos e poderá tornar-se a única plataforma orbital em operação. A Estação Espacial Internacional — uma iniciativa liderada pelos Estados Unidos à qual a China está proibida de aceder devido aos laços militares com o seu programa espacial — deverá ser abandonada em 2030.
Hoje Macau China / ÁsiaFavorito às presidenciais sul-coreanas defende segundo mandato O principal candidato à presidência da Coreia do Sul, Lee Jae-myung, propôs uma alteração à Constituição para encurtar o mandato presidencial para quatro anos, mas acrescentando um segundo mandato, considerando-a uma medida para equilibrar o poder. A proposta, divulgada ontem por Lee na rede social Facebook, surge quando os sul-coreanos estão a duas semanas escolher nas urnas o seu Presidente para um mandato único de cinco anos, numa votação desencadeada pela destituição do antigo Presidente Yoon Suk Yeol. As últimas sondagens mostram que Lee, o candidato do Partido Democrático, da oposição, lidera a corrida às eleições agendadas para 03 de Junho com uma taxa de apoio de 51 por cento. “Vamos tornar o presidente mais responsável e descentralizar o poder”, disse Lee numa publicação no Facebook. “Uma presidência de quatro anos e dois mandatos permitiria avaliações intercalares da administração, o que aumentaria a sua responsabilidade”. Posteriormente, em resposta aos jornalistas num evento em Gwangju, Lee sublinhou que a Constituição sul-coreana não permite que uma revisão do mandato presidencial seja aplicada ao líder em funções, noticiou a Yonhap News. Outras mudanças Lee propôs igualmente uma série de medidas destinadas a conferir mais poderes ao Parlamento, tais como a limitação do direito de veto do Presidente e a exigência de aprovação parlamentar para a declaração da lei marcial. “Se as discussões progredirem suficientemente depressa, poderemos perguntar o que as pessoas querem nas eleições locais de 2026 ou nas eleições gerais de 2028, mesmo que atrasadas”, escreveu Lee no Facebook. A eleição do próximo presidente da Coreia do Sul assume-se como um passo crucial para recolocar a potência exportadora no caminho da estabilidade política, depois de o decreto de lei marcial de Yoon, em Dezembro, ter desencadeado a pior crise constitucional do país em décadas. No sábado, Yoon abandonou o Partido do Poder Popular, abrindo caminho para que os conservadores atraiam mais eleitores indecisos, quando o fracasso da lei marcial ainda projecta uma sombra densa sobre o seu candidato, Kim Moon-soo. Kim, antigo ministro do Trabalho de Yoon, foi elogiado pelos conservadores por se ter oposto à destituição de Yoon e por se ter recusado a pedir desculpa pelo decreto da lei marcial.
Hoje Macau China / ÁsiaXangai | Nvidia pretende abrir centro de I&D apesar da queda de vendas A norte-americana Nvidia pretende abrir um centro de Investigação e Desenvolvimento (I&D) em Xangai como parte do renovado compromisso com o mercado chinês, apesar da queda de vendas resultante das restrições de exportação impostas por Wahsington. A informação é avançada pelo diário britânico Financial Times (FT), que adianta que o novo centro tem como objectivo desenvolver soluções adaptadas às necessidades técnicas dos clientes chineses, ao mesmo tempo que assegura o cumprimento das leis norte-americanas. A Nvidia esclareceu, de acordo com o FT, que não enviará projectos de unidades de processamento gráfico (GPU) para a China nem permitirá modificações locais para evitar sanções pela transferência indevida de propriedade intelectual. O plano foi discutido em Abril entre o CEO da Nvidia, Jensen Huang, e o presidente da câmara de Xangai, Gong Zheng. O novo centro também estará envolvido em projectos globais, como verificação de design de ‘chips’, otimização de produtos existentes e áreas aplicadas como a condução autónoma. O governo local terá expressado apoio preliminar à iniciativa, que ainda precisa de ‘luz verde’ dos EUA. A pressão regulatória tem sido severa, já que o H20 — unidade de processamento gráfico (GPU) que a Nvidia começou a vender na China em 2024 e foi projectada especificamente para atender às regulamentações da era Biden — também está sujeito a controlos de Washington, apesar de ter sido criado em resposta a restrições anteriores em ‘chips’ mais avançados. Washington alerta que o uso de ‘chips’ de IA produzidos pela Huawei pode levar a consequências legais para empresas norte-americanas ou estrangeiras. Em resposta, a Nvidia ofereceu aos seus clientes chineses o chip L20 de menor potência, que não possui memória de alta velocidade.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Português condenado por subversão recorre para última instância O português Joseph John recorreu para a última instância de Hong Kong, após um tribunal intermédio ter rejeitado um pedido para reduzir a pena de cinco anos de prisão pelo crime de incitação à subversão. Segundo o portal na Internet do Tribunal de Última Instância da região chinesa, o pedido foi recebido mas ainda não foi marcada a data para a audiência do tribunal, que conta entre os seus juízes com o lusodescendente Roberto Ribeiro. O pedido de recurso foi apresentado na quinta-feira pela defesa de Joseph John, também conhecido como Wong Kin Chung, de acordo com o portal de notícias Hong Kong Free Press. Em Abril de 2024, a Justiça de Hong Kong condenou Joseph John a cinco anos de prisão pelo crime de incitação à subversão, no primeiro caso de segurança nacional a envolver um arguido com dupla nacionalidade. Mais tarde, o advogado do português, Randy Shek Shu Ming, pediu ao Tribunal de Recurso que reduzisse a pena para quatro anos e quatro meses, sublinhando que Joseph John se tinha declarado culpado. Mas em Abril passado, o Tribunal de Recurso recusou o pedido da defesa do português, concluindo que qualquer crime ligado à segurança nacional que seja classificado como “sério” implica uma pena mínima de cinco anos. Joseph John, funcionário do Royal College of Music, no Reino Unido, está detido desde o final de Outubro de 2022 e, caso a pena se mantenha inalterada, poderá sair em liberdade no final de 2027.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | China mantém esperança de se alcançar paz justa As primeiras negociações entre delegações da Rússia e da Ucrânia desde 2022 aconteceram sexta-feira na Turquia sem, no entanto, contarem com a presença de Putin ou Zelensky. Acordada, ficou a troca de prisioneiros entre ambas as partes A China disse sexta-feira esperar um acordo de paz justo e duradouro entre a Rússia e a Ucrânia, quando Moscovo e Kiev se preparavam para realizar as suas primeiras negociações directas desde 2022 em Istambul, na Turquia. Ucranianos e russos sentaram-se pela primeira à mesa das negociações desde a Primavera de 2022, mas a ausência do Presidente russo, Vladimir Putin, no encontro mitigou as esperanças sobre eventuais progressos no sentido da assinatura de um acordo de paz. Do encontro, apenas saiu um acordo para a troca de prisioneiros entre as duas nações, mil de cada um dos lados. “Esperamos que todas as partes envolvidas continuem as conversações e as negociações com vista a chegar a um acordo de paz justo, duradouro e vinculativo, aceitável para todas as partes, de forma a alcançar uma solução política para a crise ucraniana”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Lin Jean, numa conferência de imprensa. Pequim, acrescentou, espera que uma “solução política” para a “crise na Ucrânia” possa ser alcançada em breve. Papel activo A China tem afirmado repetidamente que quer desempenhar um papel construtivo para alcançar a paz e sublinhou que a Europa deve ter uma palavra a dizer nas negociações de paz. Desde o início da guerra, Pequim tem mantido uma posição ambígua sobre o conflito, apelando ao respeito pela “integridade territorial de todos os países”, incluindo a Ucrânia, e à atenção às “preocupações legítimas de todos” os estados, referindo-se à Rússia. Assim, opôs-se às sanções unilaterais contra Moscovo, embora o Ocidente tenha acusado a China de apoiar a campanha militar da Rússia, algo que sempre negou, e de fornecer a Vladimir Putin componentes essenciais para produzir armas. Os países europeus têm apelado repetidamente ao líder chinês Xi Jinping para usar a sua influência sobre o seu homólogo russo, Vladimir Putin, para travar o conflito. Entretanto, o porta-voz Lin anunciou sexta-feira que o vice-primeiro-ministro Zhang Guoqing visitará a Rússia de hoje até dia 22 de Maio para uma reunião dos presidentes do Comité Intergovernamental de Cooperação entre o Nordeste da China e o Extremo Oriente na Rússia. Comentando a visita, Lin recordou que Xi e Putin concordaram durante a última visita do líder chinês a Moscovo em “continuar a sua cooperação” e explorar formas de a promover “com maior vitalidade e vigor”.
Hoje Macau China / ÁsiaDona do primeiro modelo IA da China focado no português prepara entrada em bolsa A empresa que desenvolveu o primeiro modelo linguístico da China que usa inteligência artificial (IA) para o português está a planear listar-se em bolsa e expandir-se nos mercados lusófonos, disse o fundador à Lusa. Lin Yuchu disse que a Deeptranx, com sede em Zhuhai, tem planos para entrar na bolsa de valores de Hong Kong ou na vizinha metrópole de Shenzhen. Mais de dez empresas de Portugal e do Brasil já investiram três milhões de yuan (mais de 371 mil euros) para poderem usar o DeeCo-model, um modelo linguístico de grande dimensão especializado em conteúdos em língua portuguesa. Mas o presidente-executivo da Deeptranx sublinhou que a empresa quer ir mais longe. “No futuro, vamos aproveitar Macau como porta de entrada através da iniciativa ‘Uma Faixa, Uma Rota’ para nos expandirmos para os mercados lusófonos”, referiu Lin. Lin começou a trabalhar na tradução automática entre chinês, português e inglês em 2012, quando ainda era estudante na Universidade de Macau. Já após fundar a Deeptranx, em 2018, o empresário identificou oportunidades no mercado lusófono e criou o primeiro grande modelo de IA da China focado no português, “uma vez que os sectores de IA em chinês e inglês já estavam saturados”. “Em 2022, axtualizámos para um modelo linguístico completo e de grande dimensão após avanços nos algoritmos de IA”, acrescentou. O DeeCo-model suporta processamento de texto, imagem, áudio e vídeo, abrangendo 17 sectores, incluindo finanças, tecnologia e cultura. “É mais especializado e profissional do que outros modelos tradicionais para conteúdos locais”, sublinhou Lin, dando como exemplo “consultas sobre as leis de Macau ou a história e cultura lusófonas”. O sistema também consegue diferenciar entre o português europeu e o português brasileiro, identificando variações gramaticais, lexicais e fonéticas. É a falar A Deeptranx emprega 40 trabalhadores a tempo inteiro e 3.800 linguistas em regime ‘freelance’, especializados em variantes do português e 100 mil colaboradores de dados multilingues em todo o mundo. “Até à data, obtivemos 30 milhões de yuan [3,7 milhões de euros] em financiamento”, disse Lin. O investimento veio de empresas como as gigantes tecnológicas chinesas Tencent e Baidu e a dona da maior plataforma chinesa de literatura na Internet, China Literature Ltd, “além de pequenas e médias empresas em Zhuhai”, acrescentou o líder da Deeptranx. O interesse pela língua portuguesa na China cresceu de forma acelerada nos últimos 25 anos, alimentado pela evolução das trocas comerciais entre a China e a lusofonia, que só em 2024 ultrapassaram 225 mil milhões de dólares.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia exige vigilância das armas do Paquistão A Índia exigiu ontem que as armas nucleares do Paquistão sejam colocadas “sob vigilância” da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), dias depois do mais grave confronto entre os dois exércitos das últimas duas décadas. “O arsenal nuclear do Paquistão deve ser colocado sob a supervisão da AIEA. Quero dizer isto muito claramente”, declarou o ministro da Defesa indiano, Rajnath Singh, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP). Durante uma visita ao quartel-general das forças armadas em Srinagar, a principal cidade da Caxemira indiana, o ministro questionou se as armas nucleares estarão seguras “nas mãos de uma nação incontrolável e irresponsável”. O Paquistão não reagiu de imediato. Os dois países com armas nucleares envolveram-se na semana passada no confronto militar mais mortífero desde a guerra de 1999. Na noite de 06 para 07 de Maio, a Índia disparou mísseis contra locais no Paquistão que, segundo Nova Deli, abrigavam membros do grupo ‘jihadista’ suspeito do atentado que matou 26 pessoas em 22 de Abril na Caxemira indiana. O Paquistão, que negou qualquer responsabilidade pelo ataque, retaliou imediatamente. Durante quatro dias, os dois exércitos trocaram tiros de artilharia e ataques com mísseis e ‘drones’, alimentando sérios receios de um conflito em grande escala. Para surpresa geral, o Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou um cessar-fogo imediato no sábado, que foi imediatamente confirmado por ambas as partes. Não, obrigado O grupo de antigas personalidades conhecido como os “Anciãos” defendeu ontem em Tóquio a não-proliferação nuclear. O ex-secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, lançou o alerta para o sul da Ásia. “Existe a possibilidade de o sistema de segurança internacional ser completamente destruído se a Índia ou o Paquistão utilizarem armas nucleares”, advertiu. O ex-presidente colombiano, Juan Manuel Santos, questionou onde esteve a ONU, liderada pelo português António Guterres, durante o conflito. As tréguas têm sido respeitadas na fronteira entre os dois países, mas a retórica continua a ser muito agressiva. “A Índia não vai tolerar a chantagem nuclear”, afirmou o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, na segunda-feira à noite. A Índia negou categoricamente notícias de um ataque a uma instalação nuclear paquistanesa situada a cerca de 200 quilómetros das várias cidades recentemente atingidas por mísseis indianos. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros indiano, Randhir Jaiswal, assegurou na terça-feira que a operação militar da Índia “permaneceu convencional”. Durante toda a crise, o Paquistão repetiu que a opção nuclear nunca foi considerada. “Seria inconcebível e estúpido porque colocaria em risco 1,6 mil milhões de pessoas”, afirmou o porta-voz do exército, general Ahmed Chaudhry. Contas à morte A Índia dispõe de armas atómicas desde a década de 1990, transportadas por mísseis terra-terra de alcance intermédio. O Paquistão possui mísseis nucleares terra-terra e ar-terra de curto e médio alcance, e efectuou os primeiros testes em 1998. O exército paquistanês disse que os ataques indianos mataram 40 civis e que perdeu 13 soldados. Já Nova Deli, deu conta da morte de 16 civis e cinco soldados em território indiano. Apesar do desanuviamento no terreno, a Índia e o Paquistão são inflexíveis e afirmam que não vão baixar a guarda. “Se outro ataque terrorista tiver como alvo a Índia, responderemos com firmeza”, avisou Modi. Numa conversa telefónica com Guterres na quarta-feira, o primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, afirmou estar “preocupado com as declarações provocatórias e inflamatórias da Índia”. A Índia e o Paquistão disputam a soberania de Caxemira desde a sangrenta divisão aquando da independência em 1947. O destino do território dos Himalaias, povoado maioritariamente por muçulmanos, deu origem a várias guerras entre os dois países. Desde 1989, o lado indiano tem sido palco de uma insurreição separatista que já causou dezenas de milhares de mortos.
Hoje Macau China / ÁsiaAPEC prevê paralisação do comércio e abrandamento drástico na região A organização para a Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC, na sigla em inglês) prevê uma estagnação virtual do comércio e um abrandamento económico drástico na região em 2025 devido à escalada das tarifas, de acordo com previsões divulgadas ontem. A APEC reúne 21 economias (Austrália, Vietname, Tailândia, Japão, Estados Unidos, Canadá, México, etc.), incluindo países asiáticos que dependem do comércio e que foram duramente atingidos pela guerra aduaneira lançada por Washington. Os economistas da organização preveem que as exportações na região Ásia-Pacífico cresçam apenas 0,4 por cento em 2025, em comparação com um registo de 5,7 por cento no ano passado. As importações deverão estagnar (+0,1 por cento). Consequentemente, os países da APEC deverão registar um crescimento do produto interno bruto (PIB) de apenas 2,6 por cento em 2025, estimativa que compara com 3,3 por cento na previsão anterior da organização. Para 2026, prevê-se agora um crescimento de 2,7 por cento, muito abaixo do desempenho esperado para o resto do mundo (+3,3 por cento). Perdas gerais Embora a organização abranja um vasto leque de economias, todas estão a sofrer: a escalada das retaliações aduaneiras “está a levar a uma perda de confiança dos investidores e a um enfraquecimento da procura”, afirmou à comunicação social Carlos Kuriyama, director do departamento de políticas públicas da APEC, citado pela agência France Presse, em declarações à margem de uma reunião dos ministros do Comércio da organização, que se iniciou ontem na Coreia do Sul. Para além das tarifas de 25 por cento sobre os automóveis e o aço, a Administração norte-americana do Presidente Donald Trump anunciou, no início de Abril, sobretaxas aduaneiras “recíprocas” proibitivas, actualmente suspensas até Julho. Os direitos aduaneiros mais elevados penalizarão as cadeias de abastecimento, aumentarão os custos de produção, que serão transferidos para o consumidor final, e, por conseguinte, diminuirão a procura de bens”, explicou Kuriyama. Na opinião do economista, a incerteza é o pior risco: “É essencial garantir que as políticas sejam estáveis e, se houver mudanças, que sejam permanentes e não temporárias”, sugeriu. Pontos de partida A reunião da APEC desta semana constitui-se como uma ocasião para uma série de discussões bilaterais entre o representante comercial dos Estados Unidos, Jamieson Greer, que está na Coreia do Sul, e representantes dos parceiros dos Estados Unidos, incluindo o representante comercial chinês, Li Chenggang. Pequim e Washington selaram recentemente uma pausa parcial nas pesadas sobretaxas aduaneiras recíprocas. “Isto é positivo, mas não nos leva de volta ao ponto em que estávamos antes de Abril”, considerou Carlos Kuriyama. No seio da APEC, “muitos governos estão a tentar aplicar medidas para facilitar o comércio, com o objectivo de compensar o efeito negativo das medidas norte-americanas”, acrescentou, estimando, no entanto, que essas iniciativas terão um impacto limitado, porque “os Estados Unidos são a maior economia do mundo”.
Hoje Macau China / ÁsiaMNE | Brasil e quatro países latino-americanos isentos de visto de entrada A China afirmou ontem que, a partir de 01 de Junho, cidadãos do Brasil, Argentina, Chile, Peru e Uruguai podem entrar na China sem visto para estadias até 30 dias. O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, confirmou ontem os pormenores da medida, anunciada pelo Presidente, Xi Jinping, durante a recente cimeira ministerial China-Comunidade dos Estados Latino-Americanos e das Caraíbas (CELAC). De acordo com Lin, a política estará em vigor até 31 de Maio de 2026 e permitirá aos titulares de passaportes comuns viajar para a China para fins de turismo, negócios, visitas familiares, intercâmbios culturais ou trânsito. O objectivo é “facilitar ainda mais os intercâmbios entre as pessoas e promover uma cooperação amigável”. Lin garantiu que a China “continuará a expandir a sua política de abertura” e deu as boas-vindas a mais cidadãos latino-americanos para “visitar, explorar e experimentar a vitalidade e a diversidade” do país. A iniciativa faz parte de uma série de medidas que Pequim tem tomado desde 2023 para reavivar o turismo e os laços internacionais após o prolongado encerramento das fronteiras devido à pandemia de covid-19. A China já tinha alargado o período de isenção de vistos para países como Portugal e Espanha de 15 para 30 dias e assinou acordos de isenção recíproca com 20 outros Estados. A China é actualmente o principal parceiro comercial de países como o Brasil, o Chile e o Peru, tendo aumentado a sua presença na América Latina através de projectos de infraestruturas e de comércio ligados à sua iniciativa Novas Rotas da Seda.
Hoje Macau China / ÁsiaCooperação | Militares chineses dispostos a expandir ligações com a Rússia A China indicou ontem que quer expandir a cooperação pragmática com os militares russos, após a recente visita do Presidente Xi Jinping a Moscovo para as comemorações do 80.º aniversário da vitória na Segunda Guerra Mundial na semana passada. “Os militares chineses estão dispostos a trabalhar com o lado russo para aumentar ainda mais a confiança mútua estratégica, intensificar a comunicação estratégica e expandir a cooperação prática”, disse o porta-voz do Ministério da Defesa chinês, Jiang Bin, em comunicado, sem se referir diretamente à guerra na Ucrânia. A China e o seu vizinho russo reforçaram a cooperação económica, política e militar na última década. Esta tendência acelerou ainda mais após a invasão do território ucraniano por Moscovo, em 2022. Xi Jinping assistiu às comemorações do 80.º aniversário da vitória na Segunda Guerra Mundial na Praça Vermelha de Moscovo, na semana passada. Questionado sobre a visita de Xi a Moscovo, o Ministério da Defesa chinês disse ontem, em comunicado, que as relações militares bilaterais estão a um alto nível nos últimos anos. A China tem afirmado ser uma parte neutra no conflito russo-ucraniano e tem oferecido os seus serviços como mediadora, apesar de regularmente acusada pelo Ocidente de prestar a Moscovo um apoio económico e político crucial para executar a sua operação militar.
Hoje Macau China / ÁsiaHK / Bolsa | Maior farmacêutica chinesa lança oferta pública A Jiangsu Hengrui Pharmaceuticals quer alcançar investimentos de mais de mil milhões de euros destinados a financiar acções de investigação e desenvolvimento na área da farmácia A maior farmacêutica da China, Jiangsu Hengrui Pharmaceuticals, lançou ontem uma oferta pública inicial na bolsa de valores de Hong Kong, para atrair até 1,13 mil milhões de euros em investimento. Num comunicado enviado à bolsa da região semiautónoma chinesa, a Hengrui disse que pretende vender 224,5 milhões de acções, por um valor que pode atingir 9,89 mil milhões de dólares de Hong Kong. O documento explica que a maioria deste dinheiro iria para projectos de investigação e desenvolvimento e à construção de novas unidades de produção e investigação farmcêutica tanto na China como no estrangeiro. A Hengrui, com sede na província de Jiangsu (leste), foi criada em 1970 como uma empresa estatal de fabrico de medicamentos génericos. Após ser privatizada, na década de 90, o grupo passou a dedicar-se ao desenvolvimento de novos medicamentos. Sete investidores institucionais, incluindo o fundo soberano de Singapura GIC e a empresa de investimento dos Estados Unidos Invesco Advisers, já se tinham comprometido a investir 533 milhões de dólares norte-americanos na oferta. A Hengrui, que já está cotada na bolsa de valores de Xangai, considerada a capital financeira da China, deverá começar a ser listada na bolsa de Hong Kong em 23 de Maio. Soma e segue A oferta pública inicial da Hengrui surge dois dias depois da maior fabricante de baterias para veículos eléctricos do mundo, Contemporary Amperex Technology (CATL), ter feito o mesmo. A CATL, já listada na bolsa da vizinha cidade de Shenzhen, pretende arrecadar pelo menos 31 mil milhões de dólares de Hong Kong na sua estreia na bolsa de Hong Kong, que está prevista para 20 de Maio. A empresa disse que 90 por cento dos fundos angariados serão utilizados para financiar a expansão das operações da CATL na Hungria, bem como na Alemanha, Espanha e Indonésia.
Hoje Macau China / Ásia“Dragão de Ouro” | China e Camboja iniciam os maiores exercícios militares conjuntos da sua história A China e o Camboja iniciaram ontem as maiores manobras militares conjuntas de sempre entre os dois países, envolvendo equipamento militar chinês de última geração, incluindo artilharia, navios de guerra e cães de combate robotizados. Cerca de 900 soldados chineses e mais de 1.300 soldados cambojanos participam nos exercícios, que se prolongarão até 28 de Maio, segundo um comunicado das Forças Armadas Reais do Khmer (RCAF, cambojanas). Segundo o comunicado, será apresentado equipamento militar chinês de última geração, incluindo veículos blindados, helicópteros, navios de guerra, drones de reconhecimento e cães de combate robotizados. O objectivo é “desenvolver laços mais estreitos e a cooperação” entre os dois exércitos. “Os exercícios são maiores do que no ano passado em termos de pessoal e equipamento”, disse à AFP o porta-voz da RCAF, Thong Solimo, acrescentando que um navio de guerra chinês, o Chanbai Shan, atracou na base naval cambojana de Ream na segunda-feira com o equipamento. A base de Ream, no sudoeste do Camboja, foi renovada pela China e inaugurada a 02 de Abril pelo primeiro-ministro cambojano Hun Manet e uma delegação militar chinesa. “A China quer mostrar os seus músculos” e enviar a mensagem de que “é uma superpotência”, através destes exercícios, apelidados de “Dragão de Ouro”, argumentou Ou Virak, um perito político cambojano, citado pela agência de notícias francesa. Para além desta demonstração de força, a China deve também “dar confiança aos seus parceiros, dizendo-lhes que a China está a crescer, a desenvolver-se e a tornar-se mais forte, tanto em termos de dimensão como de progresso tecnológico e de poder militar”, acrescentou Ou Virak. O Camboja também deverá receber dois navios de guerra da China. Os primeiros exercícios militares conjuntos, denominados “Golden Dragon”, tiveram lugar em 2016 e, no início de 2017, o Camboja pôs fim ao “Angkor Sentinel”, um exercício conjunto semelhante que tinha sido organizado nos sete anos anteriores com as forças norte-americanas.
Hoje Macau China / ÁsiaFaixa e Rota | Colômbia confirma adesão à iniciativa chinesa Na capital chinesa para participar no fórum China-CELAC (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), o Presidente colombiano, Gustavo Petro, assinou um memorando de adesão à iniciativa de comércio internacional Faixa e Rota A China e a Colômbia assinaram ontem em Pequim um plano de cooperação para que o país latino-americano se junte à iniciativa chinesa Faixa e Rota, confirmou a Presidência colombiana através da rede social X. O memorando, assinado em Pequim pelos líderes dos dois países, Xi Jinping e Gustavo Petro, junta a Colômbia a uma iniciativa com a qual o gigante asiático pretende gerar uma rede de comércio internacional e alargar a sua influência a nível mundial através da construção de infraestruturas, e à qual já aderiram mais de vinte países da América Latina e das Caraíbas. “No âmbito deste encontro, a Colômbia assinou um importante acordo de cooperação económica para a adesão do nosso país à [iniciativa] Faixa e Rota”, salienta a Presidência colombiana. Xi e Petro reuniram-se ontem para reforçar os laços bilaterais através da assinatura de novos acordos, incluindo este, entre todos o mais emblemático. Antes de viajar para a China, Petro revelou que na sua anterior viagem ao país asiático, em Outubro de 2023, tinha a intenção de assinar este memorando, mas que na altura não foi possível devido a um alegado erro do seu anterior ministro dos Negócios Estrangeiros, Álvaro Leyva. “Isto é o que vou fazer agora, um acordo de intenções; os futuros governos verão se a intenção se torna realidade, e deve tornar-se realidade”, disse há dias o Presidente colombiano. Petro já esteve com Xi na terça-feira na abertura do fórum China-CELAC (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) na capital chinesa, onde apelou a um diálogo entre civilizações “livre de autoritarismo e imperialismo”. A balança comercial entre a Colômbia e a China é particularmente desfavorável ao país latino-americano, cujo défice anual é de cerca de 14 mil milhões de dólares. Em 2024, a Colômbia exportou 2,38 mil milhões de dólares de mercadorias para a China e importou 15,9 mil milhões de dólares de produtos chineses. Além disso, entre 1994 e 2023, a China investiu 813,3 milhões de dólares na Colômbia – ainda assim um valor muito inferior ao de países como os Estados Unidos e a Espanha -, concentrado em setores como as infraestruturas, exploração mineira, energia e transportes. Outros laços Para além do comércio, a Colômbia está a tentar reforçar a cooperação tecnológica com a China. Na terça-feira, Petro visitou a sede da ‘gigante’ de telecomunicações Huawei em Pequim, onde, de acordo com o ministro colombiano de Tecnologia da Informação e Comunicações, Julián Molina, foram discutidas eventuais iniciativas de cooperação nos domínios da inteligência artificial, infraestrutura de dados e conectividade. O interesse do governo de Petro em fortalecer os laços comerciais com a China durante a visita tem causado controvérsia interna, devido ao receio de eventuais repercussões negativas na relação com os Estados Unidos, o maior parceiro comercial da Colômbia.
Hoje Macau China / ÁsiaFentanil | China pede aos EUA que parem de culpar Pequim pela epidemia A China pediu ontem aos Estados Unidos da América que parem de culpar os chineses pela epidemia de fentanil no país e criticou as sobretaxas alfandegárias “irracionais” impostas por Washington. “Se os Estados Unidos querem sinceramente cooperar com a China, devem parar de difamar e culpar a China e envolver-se num diálogo baseado na igualdade, respeito e benefício mútuo”, disse o porta-voz do Ministério ddos Negócios Estrangeiros da China, Lin Jian, em conferência de imprensa. Os EUA têm responsabilizado a China por ser o país de fabrico da maior parte dos produtos químicos precursores de fentanil que entram nos Estados Unidos. O fentanil é um poderoso opioide sintético que se tornou um problema de saúde pública nos Estados Unidos nos últimos anos, sendo responsável por dezenas de milhares de mortes anualmente. Na segunda-feira, o alto representante dos Estados Unidos para o Comércio, Jamieson Greer, revelou que a crise do fentanil tinha sido abordada pela primeira vez nas conversações comerciais entre os Estados Unidos e a China. Os contactos entre os dois países decorreram desde o fim de semana, em Genebra. A questão do fentanil tem sido um dos principais pontos do confronto tarifário entre as duas potências, com Washington a pedir a Pequim para reprimir a produção e exportação ilegal dos produtos químicos que permitem o fabrico da substância. Questionado ontem sobre as sobre as perspectivas de diálogo sobre o assunto, Lin Jian disse que a China foi proactiva, mas não foi responsável pela crise. “Os Estados Unidos ignoraram a boa vontade da China e impuseram tarifas irracionais sobre o fentanil. Isso prejudica seriamente o diálogo e a cooperação entre China e EUA no combate às drogas e prejudica gravemente os interesses da China”, afirmou.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim põe fim à proibição das companhias chinesas receberem aviões da Boeing A China levantou uma proibição que impedia há um mês as companhias aéreas chinesas de receberem aviões da Boeing, após as negociações comerciais com os Estados Unidos, que reduziram temporariamente os direitos aduaneiros de cada uma das partes. As autoridades de Pequim começaram a informar as transportadoras domésticas e as agências governamentais esta semana que as entregas de aviões fabricados nos Estados Unidos podem ser retomadas, segundo fontes chinesas em declarações à agência Bloomberg sob condição de anonimato, porque a informação é confidencial. Foi dada liberdade às companhias aéreas para organizarem as entregas nos seus próprios prazos e condições, acrescentou uma das fontes. A retoma das entregas à China constitui-se como um impulso imediato para a Boeing. O descongelamento ocorre no momento em que as duas maiores economias do mundo acordaram numa trégua tarifária, com os Estados Unidos a reduzirem para 30 por cento, durante 90 dias, as suas taxas combinadas de 145 por cento sobre a maioria das importações chinesas. A China concordou em reduzir os seus direitos aduaneiros de 125 por cento sobre os produtos americanos para 10 por cento e em eliminar outras contramedidas tomadas contra os Estados Unidos desde 02 de Abril. Até quando? Ainda assim, o restabelecimento das entregas de aviões poderá ser de curta duração, caso a guerra tarifária não venha a ser resolvida durante os três meses de suspensão. Nesse cenário, o gigante aeronáutico norte-americano sediado em Arlington, Virgínia, poderá ver o preço das suas aeronaves aumentar em comparação com os seus dois principais concorrentes, a europeia Airbus e a Commercial Aircraft Corporation of China (COMAC), que procura ganhar terreno no mercado doméstico com o apoio estatal. A Boeing foi poupada às tarifas durante o último episódio da guerra comercial, durante a primeira presidência de Trump (2017-2021), mas as suas vendas ao ‘gigante’ asiático têm vindo a cair desde 2019. Em 2022, a expectativa era que 25 por cento das entregas internacionais da Boeing fossem para a China, mas em 2023 o número desceu para 9 por cento. Por outro lado, os especialistas acreditam que, se a guerra comercial não for estancada, a disputa fará com que as empresas norte-americanas de todos os sectores vejam preços mais elevados por peças e matérias-primas que compram à China, o que significa que enfrentarão o duplo desafio de ter de realocar parte da respectiva produção e perder competitividade no mercado chinês.
Hoje Macau China / ÁsiaCELAC | Xi promete 8,3 mil milhões à América Latina e Caraíbas O líder chinês, Xi Jinping, prometeu ontem conceder empréstimos no valor de 66 mil milhões de yuan (8,3 mil milhões de euros) à América Latina e às Caraíbas, numa cimeira com líderes dessas regiões. “Para apoiar o desenvolvimento dos países da América Latina e das Caraíbas, a China fornecerá um crédito de 66 mil milhões de yuan”, disse Xi, na abertura do fórum China-CELAC (Comunidade de Estados Latino-Americanos e das Caraíbas). Em Pequim, o dirigente elogiou as relações de longa data do país com os países-membros da CELAC, num momento de “confronto entre blocos”. “Embora a China, a América Latina e as Caraíbas estejam distantes, os dois lados têm uma longa história de trocas amigáveis”, disse Xi. “Só através da unidade e da cooperação é que os países podem salvaguardar a paz e a estabilidade mundiais e promover o desenvolvimento e a prosperidade em todo o mundo”, disse o líder chinês, denunciando “a intimidação e a hegemonia”, numa referência aos Estados Unidos. Xi prometeu apoio aos países da América Latina e das Caraíbas para que “rejeitem a interferência externa” e “sigam um caminho de desenvolvimento alinhado com as suas condições nacionais”. “A China apoia as nações regionais na defesa da sua soberania e independência nacional”, acrescentou. Na segunda-feira, a China e dos Estados Unidos anunciaram um acordo, com a validade de 90 dias, com efeitos a partir de 14 de Maio, ao abrigo do qual reduzirão os direitos aduaneiros mútuos em 115 por cento. Sem vitórias Nas primeiras declarações públicas após este acordo, Xi Jinping declarou que “as práticas intimidatórias e autoritárias só levam ao isolamento” e que “não há vencedores numa guerra comercial”. Após a abertura do fórum, Xi Jinping deverá reunir-se com o homólogo brasileiro Lula da Silva, com quem também assinará acordos para ampliar a cooperação bilateral. Além de serem membros do G20, Brasil e China, juntamente com Rússia, Índia e África do Sul, são fundadores do bloco BRICS. O Brasil ocupará a presidência anual do BRICS em 2025 e será o anfitrião da sua próxima cimeira, pelo que se espera que Xi Jinping visite o Brasil nos próximos meses.
Hoje Macau China / ÁsiaNissan | Cortes de mais 10 mil empregos em todo o mundo A construtura automóvel Nissan vai suprimir mais de 10 mil postos de trabalho em todo o mundo, além dos nove mil já anunciados em Novembro, noticiaram ontem vários órgãos de comunicação social japoneses. De acordo com a televisão NHK, os cerca de 19 mil trabalhadores que serão dispensados equivalem a cerca de 15 por cento da força de trabalho da empresa japonesa. O grupo automóvel escusou-se a confirmar esta informação, que foi divulgada também pelo diário económico Nikkei. A Nissan, na qual o grupo francês Renault detém uma participação de 35 por cento, deverá publicar na terça-feira os resultados relativos ao ano fiscal de 2024-2025 terminado em Março. A Nissan deverá anunciar um prejuízo anual recorde, num contexto de reestruturação da empresa e após a aplicação de mais tarifas pelos Estados Unidos. No final de Abril, o grupo automóvel já tinha previsto perdas líquidas entre 700 a 750 mil milhões de ienes (entre 4,32 a 4,62 mil milhões de euros) no ano fiscal de 2024-2025, cerca de nove vezes mais do que previa em Fevereiro. O prejuízo explica-se, nomeadamente, “pelos custos associados ao plano de relançamento em curso”, indicou o construtor automóvel, no final de Abril. Perante a persistência do abrandamento das vendas nos seus principais mercados – o americano e o chinês – a Nissan anunciou no início de Novembro que pretendia suprimir 9.000 postos de trabalho em todo o mundo e reduzir em 20 por cento a sua capacidade de produção.