Ucrânia | Pequim pede respeito pelos direitos de dois cidadãos chineses detidos

O Governo chinês pediu ontem que “se respeitem os direitos e interesses” dos seus cidadãos, depois de as autoridades ucranianas terem informado da detenção de dois cidadãos chineses, um homem de 24 anos e o seu pai.

Os dois homens foram detidos por alegadamente tentarem transmitir à China documentação sobre os mísseis Neptuno das Forças Armadas da Ucrânia.

A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Mao Ning declarou em conferência de imprensa que as autoridades chinesas ainda estão a “verificar as informações”, sem fornecer mais detalhes.

O Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) informou que os dois cidadãos “tentaram exportar ilegalmente para a China documentação secreta” relativa aos sistemas R-360 Neptuno, um míssil de cruzeiro antinavio fabricado pela empresa de armamento ucraniana Oficina de Design Estatal de Kiev, mais conhecida como “Luch”.

O homem de 24 anos foi estudante universitário até 2023, ano em que perdeu esse estatuto devido aos seus maus resultados académicos, o que não o impediu de continuar a viver em Kiev.

O seu pai foi detido nesta quarta-feira “no âmbito de uma investigação pré-julgamento”, informou a Procuradoria. O progenitor vivia na China, mas viajava regularmente para Kiev, cidade onde chegou na segunda-feira desta semana.

11 Jul 2025

China está a construir 74 por cento de todos os projectos solares e eólicos em curso

Quase três quartos de todos os projectos de energia solar e eólica em construção no mundo estão na China, segundo um relatório ontem divulgado, que destaca a rápida expansão das fontes renováveis no país asiático.

A China está a construir 510 gigawatts (GW) de projectos solares e eólicos de grande escala, de um total de 689GW em todo o mundo, indicou a organização não-governamental norte-americana Global Energy Monitor (GEM), que monitoriza infraestruturas energéticas a nível global.

“A China está a liderar a expansão global de energias renováveis”, lê-se no relatório. O país asiático “continua a adicionar capacidade solar e eólica a um ritmo recorde”, vincou.

O crescimento das energias limpas no país é crucial para o combate às alterações climáticas, dado o papel dominante da China na produção industrial mundial. O país é responsável por cerca de um terço das emissões globais de gases com efeito de estufa.

Segundo a GEM, a China deverá adicionar pelo menos 246,5GW de energia solar e 97,7GW de eólica apenas este ano. Até final de Março, o país já contava com 1,5 terawatts de capacidade instalada de energia solar e eólica.

No primeiro trimestre de 2025, estas fontes representaram 22,5 por cento do consumo total de eletricidade, de acordo com a Administração Nacional de Energia chinesa.

Apostas fortes

Embora continue a desenvolver novas centrais a carvão – tendo iniciado a construção do maior número de unidades da última década em 2024 –, a China tem apostado fortemente nas renováveis, tanto para reforçar a segurança energética como para reduzir a dependência de combustíveis fósseis importados.

Segundo a GEM, cerca de 28GW da capacidade renovável em construção provêm da energia eólica ‘offshore’, que pode ajudar a descarbonizar centros industriais e megacidades nas regiões costeiras.

“Apesar de representar apenas uma fracção da capacidade total de energia eólica do país, a energia eólica ‘offshore’ está a ganhar força, à medida que as províncias costeiras estabelecem metas ambiciosas de descarbonização”, referiu o relatório.

A expansão da energia eléctrica também está a transformar o modelo energético do país. O aumento do uso de automóveis e comboios eléctricos significa que uma parcela crescente da energia consumida é fornecida por electricidade, levando alguns analistas a descrever a China como o primeiro ‘Estado electrificado’ do mundo.

Pequim deverá anunciar novos compromissos climáticos antes da próxima Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP30), que decorrerá em Novembro em Belém, no Brasil.

11 Jul 2025

Livre comércio | China e ASEAN preparam nova versão de acordo

O novo acordo de livre comércio entre países do Sudeste Asiático deverá estar concluído até ao final do ano

 

Os ministros dos Negócios Estrangeiros do Sudeste Asiático manifestaram ontem, em Kuala Lumpur, a intenção de reforçar a cooperação económica com a China e modernizar o acordo de livre comércio com Pequim, assinado em 2010.

O encontro bilateral entre os chefes da diplomacia dos países da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, decorreu à margem do fórum regional da ASEAN, que conta também com a presença do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio.

“Através da actualização deste acordo, a ASEAN e a China vão fortalecer a sua cooperação económica e resiliência, durante este período difícil e no futuro”, declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros da Malásia, Mohamad Hasan, antes da reunião com Wang Yi, marcada pelo contexto da guerra comercial com os Estados Unidos. A nova versão do tratado, conhecida como “versão 3.0”, deverá ser concluída até ao final do ano.

O chefe da diplomacia da Malásia, país que detém este ano a presidência rotativa da ASEAN, sublinhou ainda que o bloco regional deve “manter-se vigilante perante ameaças a um sistema comercial aberto, justo e baseado em regras”, numa alusão indireta às taxas impostas por Washington.

Fundada em 1967, a ASEAN é composta por Brunei, Camboja, Indonésia, Laos, Malásia, Filipinas, Singapura, Tailândia, Vietname e Myanmar (antiga Birmânia).

Jogo das tarifas

Ao longo do dia, os ministros deverão também reunir-se com Marco Rubio, num momento em que os Estados Unidos anunciaram novos aumentos de tarifas para vários países do Sudeste Asiático.

As novas taxas, que entram em vigor a 01 de Agosto, aumentam as tarifas sobre produtos oriundos da Malásia (de 24 por cento para 25 por cento), Filipinas (de 17 por cento para 20 por cento) e Brunei (de 24 por cento para 25 por cento). Para a Indonésia (32 por cento) e Tailândia (36 por cento), os valores mantêm-se face ao anunciado em Abril.

Washington reduziu, por outro lado, as taxas sobre importações do Camboja (de 49 por cento para 36 por cento), Laos (de 48 por cento para 40 por cento) e Myanmar (de 44 por cento para 40 por cento).

Singapura mantém a taxa base de 10 por cento, enquanto o Vietname é o único país da região que chegou a um acordo com os Estados Unidos, beneficiando de uma redução para 20 por cento face aos 46 por cento inicialmente anunciados.

11 Jul 2025

Taiwan | Pequim aplica controlos de exportação a empresas militares

A China impôs ontem controlos de exportação a oito empresas de defesa de Taiwan, numa medida que visa, segundo Pequim, proteger a segurança nacional, no dia em que arrancam as maiores manobras militares da ilha.

As restrições afectam entidades como a Aerospace Industrial Development Corporation (AIDC), fabricante do caça de combate IDF, a maior construtora naval de Taiwan, a CSBC Corporation, e o principal centro de investigação em defesa da ilha, o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Chung-Shan, entre outras companhias dos sectores aeroespacial e naval.

As novas regras, com efeito imediato, proíbem a exportação para estas empresas de “bens de uso duplo”, ou seja, com aplicações civis e militares, segundo um comunicado do Ministério do Comércio chinês. A decisão insere-se também, segundo a mesma fonte, nas obrigações internacionais de não-proliferação assumidas por Pequim.

O anúncio surge no dia de arranque dos exercícios militares Han Kuang, que simulam uma resposta a uma eventual invasão da China e que, este ano, decorrem ao longo de dez dias, envolvendo 22 mil reservistas, no maior e mais longo exercício militar alguma vez realizado pela ilha.

Apesar das sanções, as empresas visadas asseguraram que o impacto sobre as suas operações será limitado, uma vez que a maioria das cadeias de abastecimento não depende da China continental.

10 Jul 2025

UE | China rejeita interferências na relação com a Rússia

O Governo chinês rejeitou ontem as interferências nas suas relações com a Rússia, depois de a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ter apelado a Pequim para pôr fim ao seu “apoio inabalável” a Moscovo na guerra contra a Ucrânia.

“A cooperação normal entre a China e a Rússia não admite interferências de terceiros”, afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, em conferência de imprensa. Mao garantiu que os laços entre Pequim e Moscovo “não são dirigidos contra nenhuma terceira parte”.

As declarações surgem em resposta às críticas de von der Leyen, que afirmou na véspera, durante um debate no Parlamento Europeu, que “o apoio inabalável da China à Rússia está a criar uma grande instabilidade e insegurança para a Europa”.

“Podemos afirmar que, na prática, a China está a permitir a economia de guerra da Rússia – e isso não é aceitável”, disse a líder do executivo comunitário, sublinhando que a forma como Pequim continuar a interagir com a guerra de Vladimir Putin será determinante para o futuro das relações entre a União Europeia (UE) e a China.

Von der Leyen deverá visitar Pequim no final de Julho, acompanhada pelo presidente do Conselho Europeu, António Costa, para uma cimeira que assinalará os 50 anos de relações diplomáticas entre as duas partes.

10 Jul 2025

Hunan | Descoberto depósito com 490 milhões de toneladas de lítio e outros minerais

A China, o segundo país do mundo com maiores reservas identificadas de lítio, descobriu um novo depósito com cerca de 490 milhões de toneladas deste e de outros minerais, avançou ontem a imprensa estatal.

Segundo o Departamento Provincial de Recursos Naturais, o depósito foi localizado na zona mineira de Jijiaoshan, no concelho de Linwu, na província central de Hunan, e contém aproximadamente 1,31 milhões de toneladas de óxido de lítio, além de rubídio, tungsténio e estanho.

A descoberta resultou de anos de prospecção e da aplicação de novas tecnologias de exploração geológica, informou o Instituto de Medição de Recursos Minerais de Hunan, citado pela agência de notícias oficial chinesa Xinhua.

De acordo com Xu Yiming, professor no instituto, os recursos encontrados deverão apoiar o desenvolvimento da indústria de novas energias na cidade de Chenzhou, também localizada em Hunan.

Segundo dados do Ministério chinês dos Recursos Naturais, a China ultrapassou recentemente os Estados Unidos e tornou-se o segundo país do mundo com maiores reservas identificadas de lítio, atrás da Bolívia, com um aumento de 16,5 por cento em relação a 2024.

A descoberta ocorre num momento em que a China intensifica os esforços para explorar os recursos domésticos, com o objectivo de reforçar a segurança energética e o acesso a matérias-primas estratégicas, num contexto de crescente competição global por minerais como o lítio, crucial para a produção de baterias usadas em veículos eléctricos.

10 Jul 2025

Mar Vermelho | China nega ter apontado laser a avião alemão

A China recusou ontem a acusação de Berlim de que apontou um laser para um avião alemão no Mar Vermelho, considerando essas alegações “completamente incompatíveis com os factos”.

“Ambas as partes devem adoptar uma atitude pragmática, reforçar a comunicação em tempo útil e evitar mal-entendidos e erros de cálculo”, afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Mao Ning, em conferência de imprensa.

A Alemanha afirmou na terça-feira que um avião da sua Força Aérea foi alvejado a 02 de Julho por um laser chinês no Mar Vermelho. O embaixador da China em Berlim foi convocado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão.

O avião participava na operação Aspides da União Europeia, para proteger o tráfego marítimo contra os ataques dos rebeldes houthis no Iémen. O avião alemão foi alvo do laser “sem motivo nem contacto prévio” por um navio de guerra chinês durante um voo de vigilância de rotina, segundo um porta-voz do Ministério da Defesa alemão.

Ao usar o laser, o navio chinês “correu o risco de colocar em perigo pessoas e equipamentos”, acrescentou, sem especificar a natureza do laser usado. Mao Ning indicou que os navios chineses realizam missões de escolta no Golfo de Áden e nas águas somalis, “contribuindo assim para a segurança das rotas marítimas internacionais”.

10 Jul 2025

Comércio | Preços no consumidor sobem 0,1% em Junho

O índice de preços no consumidor da China subiu 0,1 por cento em Junho, em termos homólogos, o primeiro aumento após quatro meses consecutivos de descidas, indicou ontem a agência estatística do país. O dado surpreendeu os analistas, que previam nova contração dos preços, depois de uma queda de 0,1 por cento em Maio.

Segundo Dong Lijuan, estatístico do Gabinete Nacional de Estatística, as medidas adoptadas pelo Governo para estimular a procura interna e incentivar o consumo “continuaram a surtir efeito” no mês de Junho.

A segunda maior economia mundial continua sob pressão deflacionista, devido à combinação entre a fraca procura interna e o excesso de capacidade industrial, agravada pela guerra comercial com os Estados Unidos, que tem dificultado o escoamento de inventários acumulados pelas empresas.

A deflação (queda anual nos preços no consumidor) reflecte debilidade no consumo doméstico e no investimento e é particularmente gravoso, já que uma queda no preço dos activos, por norma contraídos com recurso a crédito, gera um desequilíbrio entre o valor dos empréstimos e as garantias bancárias.

Caminho traçado

As autoridades chinesas têm reiterado que o reforço da procura interna será uma das prioridades económicas centrais para 2025.

A mesma fonte divulgou ainda o índice de preços no produtor, que mede os preços à saída da fábrica, e que acentuou a queda de 3,3 por cento em Maio para 3,6 por cento em junho, o valor mais baixo desde julho de 2023. A descida foi maior do que as previsões do mercado, que apontavam para uma contração menor.

Dong Lijuan alertou que algumas indústrias orientadas para a exportação estão “sob pressão” em termos de preços e que “a incerteza no comércio global afectou as expectativas das empresas exportadoras”.

Em Maio, Pequim e Washington acordaram um pacto temporário de 90 dias, pelo qual a China reduziria as tarifas sobre produtos norte-americanos de 125 por cento para 10 por cento, enquanto os EUA diminuiriam as suas tarifas sobre bens chineses de 145 por cento para 30 por cento.

10 Jul 2025

Mar Vermelho | Alemanha acusa China de apontar laser a avião militar

O Governo alemão acusou ontem a China de ter apontado um laser a um avião militar alemão em missão no Mar Vermelho para proteger o tráfego marítimo contra ataques huthis, adiantando ter convocado o embaixador chinês.

“O perigo para o pessoal alemão e a interrupção da missão são completamente inaceitáveis”, considerou o Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão nas redes sociais, especificando que o avião participava na missão ‘Aspides’ da União Europeia (UE) no Mar Vermelho.

A missão visa garantir a segurança marítima da EU lançada em 2024 para assegurar rotas de navegação desimpedidas no Mar Vermelho, Golfo de Áden, Mar Arábico, Golfo de Omã e Golfo Pérsico.

Berlim já convocou o embaixador chinês, Deng Hongbo, mas ainda não foram revelados pormenores sobre o conteúdo da reunião. A China não fez, até ao momento, quaisquer comentários sobre o incidente.

O jornal Bild adianta que este não é o primeiro ataque deste tipo por parte da China, referindo que os militares daquele país já utilizaram lasers contra aviões ocidentais para cegar os pilotos e interferir com os componentes electrónicos dos veículos em diversas ocasiões.

No entanto, estes “lasers ofuscantes” não são utilizados para detectar alvos para disparos subsequentes de mísseis, mas apenas para interromper o funcionamento dos aviões.

9 Jul 2025

Danas | Alerta devido ao tufão que fez dois mortos em Taiwan

Várias províncias do leste da China estavam ontem em alerta devido à chegada do tufão Danas, agora enfraquecido para tempestade tropical, que deixou pelo menos dois mortos e mais de 600 feridos em Taiwan.

De acordo com as previsões, Danas passará pelo sul de Zhejiang para depois se deslocar pelas províncias vizinhas de Fujian e Jiangxi, ao longo desta quarta-feira, reduzindo gradualmente a sua velocidade dos actuais 75 quilómetros por hora (km/h) para 35 km/h.

Além dos ventos fortes, as autoridades chinesas alertaram que algumas das zonas por onde o tufão passará poderão receber chuvas de até 350 milímetros. Isso poderá resultar, segundo a Administração Meteorológica da China, em inundações em áreas montanhosas e urbanas ou em rios pequenos e médios extravasarem os leitos.

Várias cidades da costa sudeste da China anunciaram medidas de prevenção para a chegada do Danas, com as autoridades de Fujian a suspenderem também várias rotas de ‘ferry’ que ligam o continente a várias ilhas.

Da mesma forma, em Xangai (leste), localizada a pouco mais de 300 quilómetros a norte do ponto onde se espera que Danas toque terra, o governo local alertou os cidadãos para a possibilidade de fortes rajadas de vento e chuvas repentinas.

O Danas atingiu Taiwan na madrugada de domingo com ventos de mais de 220 km/h, causando danos principalmente na parte sul da ilha e provocando mais de cinco mil incidentes de diversa gravidade em todo o território, onde cerca de 700 mil residências sentiram cortes no fornecimento de energia elétrica.

9 Jul 2025

Tianshui | Oito detidos após detecção de chumbo no sangue de 233 crianças em creche

As autoridades da cidade chinesa de Tianshui, na província noroeste de Gansu, prenderam oito pessoas no âmbito de uma investigação sobre um caso de intoxicação por chumbo, que afectou 233 crianças de uma creche privada.

A investigação concluiu que os responsáveis pela creche terão autorizado o uso de substâncias impróprias para consumo humano na preparação de alimentos destinados às crianças, informou ontem a televisão estatal CCTV.

Duas pessoas, com os apelidos Zhu e Li, responsáveis pela gestão e financiamento do centro, respectivamente, estão entre os detidos. Segundo as autoridades, a cozinha do centro utilizou corantes adquiridos através da Internet, que continham chumbo e estavam rotulados com a advertência de que não eram adequados para consumo.

As autoridades informaram que as 251 crianças que frequentavam o centro foram submetidas a análises ao sangue, das quais 233 apresentavam níveis anormais de chumbo e 18 estavam dentro dos parâmetros normais. A intoxicação levou à hospitalização de 201 crianças, informou a CCTV.

Nos últimos dias, alguns pais de crianças afectadas disseram à imprensa local que os seus filhos tinham sofrido durante meses de sintomas como náuseas, diarreia, dores nas pernas ou cólicas abdominais e que, em muitos casos, pensaram que se tratava de doenças leves até que as análises ao sangue revelaram a presença de chumbo.

A creche privada, inaugurada em 2022, cobrava cerca de 6.000 yuan mensais de matrícula por cada criança.

9 Jul 2025

UE quer reequilibrar relações com Pequim e evitar ameaças à segurança e competitividade

A presidente da Comissão Europeia insistiu ontem que é necessário reequilibrar as relações com a China, pedindo a Pequim “previsibilidade e confiança” para evitar ameaças à “segurança e à competitividade”.

“Previsibilidade e confiança”, expressou Ursula von der Leyen, durante um debate sobre as relações entre a União Europeia (UE) e a China, no plenário do Parlamento Europeu (PE), em Estrasburgo, em França.

A presidente do executivo comunitário antecipou a cimeira entre o bloco político-económico e um país que em cinco décadas deixou de ser “um país de agricultura e hoje é um colosso industrial”, e “um dos maiores poderes globais”.

Na semana passada, Ursula von der Leyen encontrou-se com o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, em Bruxelas (Bélgica), cidade que alberga as principais instituições da UE, incluindo a Comissão Europeia.

“Somos duas das três maiores economias e poderes do mundo […], mas só trocamos cerca de dois mil milhões de euros por dia [com a China]. Apesar de o mercado ser enorme, o nosso acesso é limitado”, comentou.

A presidente da Comissão Europeia descreveu um país que fez “mais de 800 milhões de pessoas saírem da pobreza”, mas que no panorama geopolítico internacional apresenta “riscos reais” para a UE, que são “estratégicos e sistémicos” e que “prejudicam a segurança e a competitividade” dos 27 países do bloco comunitário.

“A China tem um sistema completamente diferente do nosso e ferramentas à sua disposição que lhe permite ‘jogar’ à margem das regras […], subsídios não só para auxiliar as suas indústrias, mas também para asfixiar a competição”, criticou Ursula von der Leyen.

Olhar em frente

Exigindo o reequilibro da balança económica entre a UE e Pequim, a “condenação inequívoca” da invasão russa da Ucrânia – que até hoje a China não fez, apesar de insistir que a soberania de todos os territórios tem de ser respeitada – e contenção em quaisquer “operações de influência”, a presidente da Comissão Europeia considerou que a relação entre os dois lados pode avançar, só tem é “de se rebalancear”.

“Há muito que podemos fazer juntos, se a China estiver pronta para trabalhar com espírito de previsibilidade e confiança”, insistiu.

9 Jul 2025

Tarifas | Secretário norte-americano prevê reunião China-EUA nas “próximas semanas”

Após reuniões em Genebra e Londres que deram sinais de aproximação entre as duas potências, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent indicou que estará para breve um novo encontro com o vice-primeiro-ministro chinês He Lifeng. Pequim, para já, não confirma nem desmente

 

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, anunciou que deverá reunir-se com o homólogo chinês “nas próximas semanas” para falar sobre questões como o comércio entre as duas maiores economias do mundo.

“Vou reunir-me com o meu homólogo chinês nas próximas semanas”, afirmou Bessent numa entrevista à emissora norte-americana CNBC na segunda-feira. “Tivemos boas reuniões em Genebra, em Londres. Ambos abordámos os assuntos com grande respeito”, acrescentou.

“Penso que há coisas que podemos fazer em conjunto, se os chineses o quiserem fazer”, disse ainda o governante norte-americano. “Vamos discutir se podemos ir além do comércio e entrar noutras áreas”, acrescentou.

Apesar de Bessent não ter identificado o homólogo pelo nome, o secretário do Tesouro manteve anteriormente negociações com o vice-primeiro-ministro chinês He Lifeng, que chefiou a delegação do país a negociações que decorreu em Londres em Junho.

O Ministério do Comércio da China não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

No início do ano, os Estados Unidos e a China anunciaram a imposição de direitos aduaneiros que ameaçaram asfixiar o comércio mundial e tiveram fortes repercussões nos mercados financeiros, que temeram que uma recessão a nível global.

Negociações em Genebra e, mais tarde, em Londres levaram a que os dois países chegassem a um acordo de tréguas, nos termos do qual Pequim concordou em facilitar a exportação de minerais de terras raras, essenciais para uma série de indústrias norte-americanas, desde a indústria de ‘chips’, a energia limpa e os transportes, em troca do levantamento de algumas das restrições impostas pelos EUA. Estes minerais têm assumido uma enorme importância nas discussões entre os dois países.

TikTok e outras histórias

Na semana passada, Bessent advertiu que os fluxos dos materiais críticos ainda não tinham regressado aos níveis registados em Abril.

Por outro lado, o quadro das negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China está longe de ser abrangente e ainda há questões complicadas para resolver, incluindo as preocupações manifestadas pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, sobre o tráfico de fentanil, assim como os esforços para garantir um acordo para a alienação das operações nos Estados Unidos da aplicação de vídeos curtos TikTok, de capitais chineses.

Esse acordo requer a assinatura de Pequim, o que dá ao país uma fonte de influência para potencialmente extrair concessões dos EUA sobre comércio e outras questões.

Trump anunciou já que tem um potencial comprador para a TikTok – um consórcio de investidores que inclui a tecnológica Oracle Corp, a gestora de ativos Blackstone e a empresa de capital de risco Andreessen Horowitz.

9 Jul 2025

‘Power banks’| Romoss retira 500 mil baterias por risco de fogo e suspende operações

A empresa chinesa Romoss anunciou a suspensão das operações durante seis meses, após retirar quase meio milhão de baterias portáteis (‘power banks’) do mercado, devido a vários casos de incêndio e consequente debilidade financeira.

A tecnológica vai interromper a produção e colocar grande parte dos cerca de 690 trabalhadores em suspensão temporária de funções, durante a qual receberão apenas 80 por cento do salário mínimo, o equivalente a cerca de dois mil yuan mensais. Apenas um grupo reduzido de funcionários permanecerá a tempo inteiro, para gerir o processo de recolha das baterias afetadas.

Em meados de Junho, a empresa anunciou a retirada de mais de 491 mil unidades de três modelos fabricados entre Junho de 2023 e Julho de 2024, justificando a decisão com a presença de “materiais separadores defeituosos” que poderiam causar incêndios em “condições extremas”, segundo o portal de notícias Shine.

A decisão foi tomada após diversos incidentes em campus universitários de Pequim, que levaram pelo menos 20 instituições a proibir a utilização de produtos Romoss, na sequência de testes que revelaram temperaturas de carregamento até cinco vezes superiores à média do sector.

O caso que gerou maior atenção pública ocorreu em março, quando um voo da companhia aérea Hong Kong Airlines teve de ser desviado após uma bateria portátil da marca se incendiar a bordo.

7 Jul 2025

Tarifas | Pequim critica ameaças dos Estados Unidos a países alinhados com os BRICS

A China criticou ontem a utilização de taxas alfandegárias como “instrumento de coerção e pressão”, após o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter ameaçado impor um imposto adicional de 10 por cento aos países que se alinhem com os BRICS.

“A cooperação entre os países BRICS é aberta, inclusiva e não visa nenhum país em particular”, afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, em conferência de imprensa.

Mao sublinhou que a China “sempre se opôs a guerras comerciais e tarifárias”, acrescentando que a imposição “arbitrária” de tarifas “não beneficia nenhum país”. A porta-voz descreveu ainda o grupo BRICS como “uma força positiva na comunidade internacional”.

No domingo, Trump escreveu na rede social Truth Social: “Qualquer país que se alinhe com as políticas antiamericanas dos BRICS deverá pagar uma tarifa adicional de 10%. Não haverá excepções a esta política.”

O grupo BRICS, actualmente composto por onze países do chamado Sul Global e liderado por China e Rússia, realizou no domingo a sua 17.ª cimeira de chefes de Estado e de Governo no Rio de Janeiro, sob forte dispositivo de segurança e com as ausências do Presidente chinês, Xi Jinping, e do homólogo russo, Vladimir Putin, que participou por videoconferência.

7 Jul 2025

BRICS | Li Qiang apela a reforma da governação global

O Governo chinês quer que o grupo de países emergentes assuma a liderança das reformas globais face às mudanças sem precedentes em curso no cenário no cenário internacional

 

O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, defendeu ontem que os países do bloco de economias emergentes BRICS devem assumir a liderança na reforma do sistema de governação global, e apelou à resolução pacífica de conflitos.

As leis e a ordem internacionais enfrentam “sérios riscos” num cenário global marcado por “mudanças sem precedentes em mais de um século” e por uma crescente ineficácia das instituições multilaterais, afirmou Li, representante da China na 17.ª cimeira de chefes de Estado e de Governo do grupo.

Perante este contexto, o chefe do Governo chinês destacou o “valor contemporâneo” da visão de governação global proposta pelo Presidente chinês, Xi Jinping, ausente pela primeira vez de uma cimeira dos BRICS.

“Perante conflitos e divergências crescentes, é necessário reforçar o diálogo com base na igualdade e no respeito mútuo. E face a interesses comuns profundamente entrelaçados, é preciso procurar contributos conjuntos através da solidariedade”, afirmou Li.

O dirigente chinês apelou ao bloco de economias emergentes para que defenda a independência, demonstre sentido de responsabilidade e desempenhe um papel mais activo na construção de consensos internacionais, sublinhando a importância de agir “com base na moral e na justiça”.

Papel principal

Li considerou ainda que os países dos BRICS devem estar na “linha da frente da cooperação para o desenvolvimento”.

O governante chinês anunciou a criação este ano de um centro de investigação China – BRICS, que será dedicado às “novas forças produtivas de qualidade”, bem como um programa de bolsas para atrair talento em sectores como a indústria e as telecomunicações.

“É essencial que os nossos países promovam a inclusão, o intercâmbio e a aprendizagem mútua entre civilizações”, acrescentou. Li reiterou que a China está pronta para trabalhar com os restantes membros do grupo, no sentido de alcançar uma governação global mais justa, equitativa e eficiente.

Domingo, o primeiro de dois dias da cimeira, marcada pelas ausências de Xi Jinping e do Presidente russo, Vladimir Putin, terminou com uma declaração de 126 pontos, abordando temas como a guerra comercial desencadeada pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, a escalada de violência no Médio Oriente e a necessidade “urgente” de reformar as Nações Unidas, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional.

7 Jul 2025

Myanmar | Cerca de 4.000 birmaneses fogem para a Índia

Cerca de 4.000 pessoas refugiaram-se no nordeste da Índia nos últimos quatro dias devido aos intensos combates que estão a acontecer em Myanmar (ex-Birmânia), declararam ontem as autoridades do estado indiano de Mizoram.

“Cerca de 4.000 pessoas chegaram nos últimos quatro dias”, disse um polícia indiano, sob condição de anonimato, à agência de notícias France-Presse (AFP).

Segundo esta fonte, os combates pelo controlo da região de Chin continuam entre grupos armados rivais. Estes mesmos movimentos rebeldes birmaneses são todos oponentes da junta militar que governa Myanmar. “A situação do outro lado da fronteira permanece tensa, por isso pedimos [aos refugiados] que não regressem ao local de onde vieram”, continuou o polícia.

Estes refugiados atravessaram as densas florestas que fazem fronteira entre os dois países para fugir aos combates entre grupos armados rivais da etnia Chin, disse o ministro do Interior de Mizoram, Vanlalmawia [que usa apenas um nome], à AFP.

“Muitos destes refugiados têm familiares na Índia, por isso estão em casa. Os outros estão a ser alojados em abrigos”, acrescentou Vanlalmawia.

Antes deste fluxo, o estado de Mizoram já acolhia cerca de 30.000 refugiados de Myanmar, que está em guerra civil desde que os militares regressaram ao poder em 2021.

A Índia, que tem tentado estreitar laços com as autoridades de Myanmar para conter a influência da China na região, nunca condenou explicitamente o golpe de Estado realizado pelos militares birmaneses em Fevereiro de 2021.

7 Jul 2025

Japão | Retiradas 50 pessoas de ilhas após 1.500 sismos 15 dias

As autoridades do Japão retiraram quase 50 residentes de um arquipélago no sudoeste do país, uma região que foi afetcada por mais de 1.500 sismos no espaço de cerca de duas semanas.

Um total de 46 residentes das ilhas de Akuseki e Kodakara, no arquipélago de Tokara, apanharam um ‘ferry’ para Kagoshima no domingo, informaram as autoridades locais. Na quinta-feira, o Japão já tinha ordenado a evacuação de Akuseki, devido à vaga de sismos, alguns atingindo magnitudes de cerca de 5 na escala de Richter.

No domingo, dois sismos de magnitude 4,9 e 5,5 atingiram a ilha de Akuseki pouco depois das 14:00, avançou a Agência Meteorológica do Japão. A agência alertou que podem ocorrer sismos de magnitude 6 na área.

Apenas cerca de 20 pessoas permanecem em Akuseki e cerca de 40 em Kodakara, que decidiram não abandonar as suas casas porque, na maioria, têm animais. O número de sismos nestas ilhas ultrapassou os 1.500 desde 21 de Junho e, embora não tenha havido danos ou feridos significativos, os residentes confessaram ter medo e dificuldades em dormir.

O arquipélago de Tokara, entre as ilhas Yakushima e Amami-Oshima, fica ao longo da Fossa de Ryukyu, onde a placa do mar das Filipinas mergulha sob a placa Euro-Asiática.

Embora a área seja conhecida pela actividade sísmica, alguns especialistas observaram que a situação recente é invulgar, uma vez que os sismos na região geralmente diminuem após picos de cerca de dez dias.

7 Jul 2025

Quinze polícias filipinos detidos por desaparecimento de apostadores de lutas de galos

Quinze polícias foram detidos e estão a ser investigados pela sua alegada responsabilidade nos raptos e possíveis assassinatos de pelo menos 34 pessoas envolvidas em lutas de galos, anunciou ontem o chefe da polícia filipina.

Os desaparecidos foram acusados de fazerem batota naquelas competições – extremamente populares no país – e, segundo um testemunho, os seus corpos foram atirados para um lago de um vulcão com a cumplicidade da polícia.

As vítimas desapareceram em 2021 e 2022, quando estavam a caminho ou a regressar de arenas de luta de galos espalhadas pela principal região de Luzon, no norte das Filipinas, incluindo na área metropolitana da capital Manila.

Os desaparecimentos não resolvidos voltaram a chamar a atenção do público depois de uma testemunha-chave ter aparecido recentemente e acusado o seu antigo empregador, um magnata do jogo, de planear os assassinatos, mandando atirar os corpos para o Lago Taal, a sul de Manila, ou queimá-los noutro local.

O chefe da polícia nacional, o general Nicolas Torre III, disse, numa conferência de imprensa realizada na semana passada, que uma testemunha-chave, sob o pseudónimo ‘Totoy’, forneceu detalhes cruciais.

Segundo a testemunha, os aficcionados e trabalhadores das lutas de galos foram estrangulados e mutilados antes de serem atirados ao lago.

Os investigadores policiais corroboraram os detalhes e as provas fornecidas pela testemunha, que serão utilizados em queixas criminais a apresentar pelo Departamento de Justiça contra os suspeitos, disse.

Vida em risco

A testemunha disse às estações de TV locais que decidiu manifestar-se porque o seu ex-empregador estaria alegadamente a ameaçar matá-lo. Segundo alegou, queria ajudar a aliviar a agonia das famílias das vítimas, que exigiam justiça pelos seus familiares desaparecidos.

“Fiquei muito chocado”, admitiu Torre, adiantando que as alegações da testemunha – que está sob protecção policial – “fortaleceu a determinação de realmente resolver isto, porque o que aconteceu foi selvagem e inaceitável”.

As queixas criminais serão apresentadas contra o influente empresário, proprietário de arenas de lutas de galos e outros negócios de jogo, mas também contra outros suspeitos, referiu o secretário de Justiça, Jesus Crispin Remulla. O empresário negou as acusações.

Remulla disse que iria pedir ao Japão que ajudasse a fornecer tecnologia para auxiliar na busca de vestígios dos restos mortais das vítimas, que ainda possam ser recuperados do fundo do Lago Taal, apesar de já terem passado cerca de quatro anos.

Passatempo cruel

Embora proibida nos Estados Unidos e noutros países ocidentais, em grande parte devido às preocupações com a crueldade contra os animais, a luta de galos tem sido um passatempo popular e um desporto de apostas em muitas partes do sudeste Asiático, incluindo nas Filipinas, mas também na América Latina e em algumas partes da Europa.

As arenas de luta de galos encontram-se em destaque em cidades rurais remotas e grandes cidades das Filipinas e atraem um grande número de aficcionados para uma indústria que se tornou uma parte vibrante da cultura local e um negócio que gera milhões em receitas estatais e proporciona milhares de empregos.

O jogo envolve colocar dois galos — com arpões afiados ou lâminas de aço presas às patas — numa batalha, muitas vezes até à morte, no meio do rugido da multidão.

Os aficcionados e trabalhadores desaparecidos das lutas de galos foram acusados de fazer batota ao tomarem medidas discretas para enfraquecer um galo ou diminuir as suas hipóteses de vitória, incluindo magoá-lo ligeiramente e depois apostar no outro galo.

7 Jul 2025

Dalai-lama | Índia mantém-se à margem de sucessão

O Governo indiano assegurou sexta-feira que irá manter-se à margem da escolha do sucessor do Dalai-lama, contrastando com a China que rejeita o processo e considera o líder espiritual tibetano um separatista da região anexada.

Num comunicado sobre o plano de sucessão do Dalai-lama, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do governo de Narendra Modi afirma que não tomará “qualquer posição” em questões de fé.

“O Governo da Índia não toma qualquer posição ou pronunciamento sobre questões relacionadas com crenças e práticas de fé e religião”, disse o porta-voz do Ministério, Randhir Jaiswal, em resposta a perguntas dos meios de comunicação social sobre o recente anúncio do líder espiritual tibetano.

O país “sempre defendeu a liberdade religiosa para todos na Índia e continuará a fazê-lo”, sublinhou. Na quinta-feira, o ministro indiano dos Assuntos das Minorias, Kiren Rijiju, afirmou aos meios de comunicação locais que a decisão caberia exclusivamente ao líder budista.

“Todos aqueles que seguem o Dalai-lama acreditam que a reencarnação deve ser decidida de acordo com as convenções estabelecidas e os desejos do próprio Dalai-lama. Mais ninguém tem o direito de decidir, excepto ele e as convenções vigentes”, afirmou Rijiju.

A China reiterou na quarta-feira que o sucessor do Dalai-lama deverá ser “aprovado pelo Governo central”.

“A reencarnação de figuras budistas de grande relevo, como o Dalai-lama e o Panchen Lama, deve ser determinada por sorteio através da Urna Dourada e posteriormente aprovada pelo Governo central”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Mao Ning.

7 Jul 2025

Japão pronto para todos os cenários em matéria de tarifas

O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, afirmou este domingo que o país está pronto a “manter-se firme” e está preparado para todos os cenários tarifários possíveis, que possam resultar das negociações comerciais com os Estados Unidos.

Em declarações no programa “Sunday News, The Prime” do canal japonês de televisão Fuji TV, o governante sublinhou a determinação de Tóquio na negociação da aplicação de direitos aduaneiros nulos – tarifa zero – no sector da indústria automóvel. Shigeru Ishiba recordou ainda que o Japão é o maior investidor directo estrangeiro nos Estados Unidos e o maior criador de emprego na maior economia do mundo.

O principal negociador comercial do Japão, Ryosei Akazawa, anunciou este sábado que manteve duas reuniões telefónicas com o secretário de Estado do Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, para discutir os direitos aduaneiros, numa altura em que se aproxima o prazo de 09 de Julho para imposição do aumento das taxas por Washington.

Akazawa e Lutnick falaram durante 45 minutos na quinta-feira e durante cerca de uma hora no sábado, reafirmaram as respectivas posições sobre os direitos aduaneiros dos Estados Unidos e “procederam a uma troca de pontos de vista aprofundada”, de acordo com um comunicado do secretariado do Governo japonês. As partes continuarão a coordenar-se, acrescenta no comunicado.

Cartas escritas

Os telefonemas decorreram numa altura em que uma taxa geral de 10 por cento sobre as vendas do Japão para os Estados Unidos deverá voltar a 24 por cento em 09 de Julho, caso o acordo tarifário não seja fechado.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou na sexta-feira que assinou 12 cartas, que serão enviadas já esta segunda-feira, para informar os parceiros comerciais das novas taxas alfandegárias dos Estados Unidos sobre as respectivas exportações para os EUA, que começarão a ser aplicadas no próximo dia 01 de Agosto. Trump não especificou quais os países que receberão as cartas.

Para além das tarifas mais amplas, tal como acontece com outros países, o Japão também está sujeito a uma taxa de 25 por cento sobre a importação de automóveis e componentes automóvel pelos EUA e a uma tarifa de 50 por cento sobre o aço e o alumínio.

7 Jul 2025

Brasil | Petrobras procura investimento chinês

A Presidente do Conselho de Administração da Petrobras, Magda Chambriard, anunciou que petrolífera brasileira está à procura de investimento chinês para ajudar a melhorar o seu transporte marítimo e infraestruturas.

Um memorando de entendimento assinado este sábado junta no mesmo desígnio as empresas chinesas Cosco, Offshore Oil Engineering Co, China State Shipbuilding Co e a China International Marine Containers Ltd., assim como as empresas brasileiras EBR, Rio Grande, Mauá, Enseada e Atlântico Sul.

A estatal Petróleo Brasileiro SA e sua subsidiária de logística Transpetro servirão como âncoras para potenciais parcerias tecnológicas e comerciais.

“Gostaríamos que os chineses fossem parceiros em estaleiros aqui”, disse Chambriard num evento com executivos brasileiros e chineses realizado no Rio de Janeiro. “Esperamos a injecção de capital chinês”.

Para além da construção de cinco plataformas flutuantes de produção, armazenamento e descarga, que será contratada até 2030, a Petrobras e a Transpetro pretendem encomendar 52 novas embarcações até 2026.

O Governo federal brasileiro quer que parte do programa de renovação da frota, no valor de 29 mil milhões de reais (4,54 mil milhões de euros), seja investida nos estaleiros locais, indo ao encontro dos planos do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva para impulsionar a indústria transformadora.

A indústria de construção naval do Brasil tem enfrentado dificuldades desde a eclosão em 2014 do escândalo de corrupção conhecido como Lava-Jato, que envolveu a Petrobras. No ano passado, a empresa petrolífera retomou as encomendas aos estaleiros navais brasileiros, interrompidas desde 2016.

7 Jul 2025

Cooperação | Cabo Verde quer “mais e melhor” investimento chinês

O ministro cabo-verdiano Paulo Rocha afirmou que o país quer dar seguimento às boas relações entre os dois países que já se faz sentir sobretudo ao nível das PME e fazer crescer o nível das parcerias

 

O ministro da Administração Interna de Cabo Verde disse sexta-feira à Lusa que Cabo Verde quer atrair investimento da China, que descreveu como “um dos principais parceiros” no desenvolvimento do país desde a independência.

“Nós, neste momento, já temos uma comunidade chinesa em Cabo Verde, essencialmente de pequenos e médios empresários”, afirmou Paulo Rocha em entrevista à Lusa. O ministro disse que o próximo alvo é “atrair mais e melhor investimento [chinês] em diferentes sectores”, para diversificar a economia de Cabo Verde, muito dependente do turismo.

O mar é uma prioridade e o Governo “procura parcerias” para implementar a Zona Económica Especial Marítima de São Vicente, cujo estudo foi feito com o apoio da China, recordou Rocha, durante uma passagem por Macau.

Também em Macau, em Março, o presidente da agência cabo-verdiana para o investimento externo, José Almada Dias, desafiou a empresa estatal chinesa Shaanxi Construction a aproveitar os 20 mil hectares que o país colocou ao serviço do turismo.

Paulo Rocha disse que seria “perfeitamente realista” a Cabo Verde querer atrair turistas da China e de outros países asiáticos, sublinhando a presença forte de visitantes chineses na Europa e “ainda mais longe”.

“Continuamos a fomentar investimentos neste domínio, crescem o número de hotéis em construção, o número de resorts, particularmente nas duas ilhas mais turísticas, do Sal e da Boavista”, disse o ministro.

Rocha defendeu que a China é, “, sem dúvida, um parceiro confiável” de Cabo Verde e que tem sido “essencial no processo de desenvolvimento em diferentes setores” ao longo dos 50 anos de independência.

Obras e mais obras

Cabo Verde beneficiou de múltiplos perdões de dívida por parte da China – nomeadamente cerca de 1,18 milhões de euros em 2007 e mais 1,39 milhões de euros em 2016. Nas últimas décadas, a China consolidou a sua presença em Cabo Verde através de investimentos em obras públicas, incluindo o Estádio Nacional e a nova sede da Assembleia Nacional.

“Já nos próximos meses, iremos inaugurar uma importante maternidade na ilha de São Vicente, feita com o apoio do Governo da China, estruturante” para toda a região do Barlavento”, defendeu o ministro.

A cooperação estende-se à área da educação, com mais de uma dezena de bolsas atribuídas anualmente pelo Governo chinês. Desde 2010, centenas de estudantes cabo-verdianos frequentaram instituições de ensino superior na China.

Alguns acabaram por ficar por terras chinesas, incluindo em Macau, e tornaram-se “verdadeiros diplomatas do (…) país, além daquilo que é a diplomacia oficial”, elogiou Rocha. A diáspora cabo-verdiana é uma enorme reserva “em termos de capital humano” e que “contribui muito mais do que com as remessas, [ao] investir no sector produtivo do país”, acrescentou o ministro.

7 Jul 2025

Tarifas | Pequim avalia pacto EUA-Vietname e promete proteger os seus interesses

O Ministério do Comércio da China manifestou ontem “firme oposição a qualquer acordo comercial alcançado à custa dos interesses da China”, reagindo ao pacto anunciado entre os Estados Unidos e o Vietname, e admitiu adoptar contramedidas.

“O que Washington designa como ‘tarifas recíprocas’ sobre os seus parceiros comerciais é uma prática unilateral de intimidação, à qual a China sempre se opôs”, afirmou o porta-voz da tutela, He Yongqian, em conferência de imprensa.

Segundo o responsável, Pequim “tomou nota da situação e está a avaliá-la”, sublinhando que a China encoraja as partes a resolverem as divergências económicas e comerciais “com base na igualdade e através do diálogo”, mas rejeita firmemente acordos que prejudiquem os seus interesses.

“Se tal situação se confirmar, a China adoptará resolutamente contramedidas e protegerá os seus legítimos direitos e interesses”, assegurou He.

Na quarta-feira, o Presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou nas redes sociais um acordo tarifário com o Vietname que reduz para 20 por cento as taxas alfandegárias impostas em Abril às importações provenientes daquele país do Sudeste Asiático, mas eleva para 40 por cento os encargos sobre mercadorias reexportadas por Hanói e originárias de terceiros países.

Washington acusa o Vietname de funcionar como plataforma de transbordo para exportações chinesas, após a transferência de diversas fábricas da China para o país vizinho, na sequência das tarifas impostas por Trump durante o seu primeiro mandato (2017-2021).

3 Jul 2025