Sarampo | Serviços de Saúde desconhecem percentagem de clínicos vacinados nos hospitais

Os Serviços de Saúde reconhecem não dispor de informações sobre quantos médicos ou enfermeiros foram vacinados contra o sarampo. Não só no Hospital Kiang Wu, mas também no Centro Hospitalar Conde de S. Januário. Isto quando a vacina integra o programa de vacinação de Macau

 

[dropcap]O[/dropcap]ito dos 23 casos de sarampo registados desde o início do ano dizem respeito a profissionais de saúde. Os Serviços de Saúde desconhecem, porém, quantos médicos, enfermeiros ou auxiliares de enfermagem foram vacinados ou se encontram imunizados (por terem contraído a doença anteriormente). Tanto no Kiang Wu como no próprio Centro Hospitalar Conde de S. Januário (CHCSJ).

Isto mesmo reconheceu o coordenador do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças, Lam Chong, em declarações ao HM, após ter afirmado, durante o programa radiofónico “Fórum Macau”, saber apenas que aproximadamente 20 por cento dos oito profissionais de saúde infectados com sarampo não tinham sido vacinados ou não estavam imunizados (porque não contraíram a doença anteriormente). Os oito profissionais de saúde (três médicos, três enfermeiros, um auxiliar de enfermagem e um outro trabalhador – pertencem todos ao Kiang Wu.

“Nós pedimos formalmente ao Kiang Wu para verificarem a situação da imunização de todo o pessoal. Eles estão a fazê-lo e a providenciar vacinação”, indicou Lam Chong, apontando que, posteriormente, os Serviços de Saúde vão ver como os trabalhos estão a serem implementados.
Segundo informações divulgadas pelo organismo liderado por Lei Chin Ion, recentemente, o Kiang Wu vacinou cerca 250 profissionais de saúde contra o sarampo. O chefe do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças admitiu, no entanto, desconhecer quantos dos aproximadamente 2.000 funcionários do hospital privado têm as vacinas em dia. O mesmo sucede, no entanto, no caso do hospital público. “Não temos detalhes exactos, mas vamos ver depois. Neste momento, estamos a providenciar vacinação e a encorajar todos a serem vacinados”, afirmou Lam Chong, embora concordando ser “importante” saber.

À luz do programa de vacinação de Macau, a vacina é obrigatória para os bebés entre os 12 e os 18 meses. Quem ainda não perfez 18 anos também pode receber gratuitamente duas doses da vacina tríplice – (contra o sarampo, parotidite (papeira) e rubéola. Desde Setembro, quem nasceu depois de 1970 e não foi vacinado contra o sarampo após o primeiro aniversário também pode receber uma nova dose de forma gratuita. Os profissionais de saúde – como realçaram anteriormente os Serviços de Saúde – podem administrar a vacina em falta independentemente do ano de nascimento.

Os Serviços de Saúde, que qualificaram a situação no Hospital Kiang Wu como uma “infecção colectiva”, não descartando a possibilidade de ocorrência de mais casos, afastam, no entanto, a abertura de um eventual inquérito aos procedimentos adoptados na unidade privada. “Não encontramos nada de desadequado na forma como lidam com os casos. Este tipo de transmissão acontece”, explicou Lam Chong.

De facto, em Portugal, por exemplo, no ano passado, foram registados 162 casos de sarampo, mais de metade dos quais visando profissionais de saúde, devido sobretudo a um surto no Hospital Santo António (Porto). Com efeito, o caso desencadeou uma série de preocupações com a saúde pública, levando mesmo o Bastonário dos Médicos a admitir a hipótese de a vacinação passar a ser obrigatório para os profissionais que trabalhem em unidades de saúde.

Número sem precedentes

A RAEM obteve, em 2014, a acreditação da erradicação do sarampo da Organização Mundial de Saúde. No entanto, como realçou anteriormente o director dos Serviços de Saúde, o facto de Macau ser uma cidade altamente turística e de nas regiões vizinhas existirem epidemia de sarampo, faz com que seja “difícil” suster a infecção devido ao elevado grau de contágio do vírus.

Com efeito, o número de casos de sarampo detectados em menos de três meses figura já como o mais elevado desde a transferência de soberania. Os Serviços de Saúde garantem não haver, no entanto, razões para alarme. Já em Hong Kong que, por contraste, tem mais de 7,5 milhões de habitantes, foram registados 25 casos de sarampo desde o início de 2019, superando igualmente o total de ocorrências verificadas nos últimos anos.

Encomendadas 15 mil vacinas

Actualmente, Macau tem 4.000 vacinas disponíveis para adolescentes e adultos. Segundo revelou Lam Chong, foram encomendadas mais 15.000, com a primeira remessa, de pelo menos 5.000, com data de chegada prevista para “meados do próximo mês”. A vacina é gratuita para os residentes, mas os trabalhadores não residentes têm de pagar 50 patacas por cada dose, ficando isentos, porém, se exercerem funções em áreas da saúde, lares, creches, jardins de infância e escolas.

Em paralelo, à luz da lei de prevenção, controlo e tratamento de doenças transmissíveis, os não residentes infectados ou suspeitos de terem contraído doenças transmissíveis podem, tendo em conta o interesse público e a sua situação económica, ser isentos do pagamento total ou parcial de encargos relativos à prestação de cuidados de saúde pelo director dos Serviços de Saúde. Já aos turistas não são disponibilizados serviços de vacinação.

Sarampo ‘chega’ à AL

Os casos de sarampo também já ‘chegaram’ à Assembleia Legislativa, dado que só ontem pelo menos três deputados (Wong Kit Cheng, Mak Soi Kun e Angela Leong) enviaram às redacções comunicados de imprensa sobre o “preocupante” cenário daquela doença altamente contagiosa em Macau, com todos a pedirem mais medidas de prevenção e campanhas de sensibilização para a importância da vacinação.

Angela Leong, por exemplo, vai mais longe ao deixar propostas concretas ao Governo, como a introdução de incentivos, como subsídios, de modo a que os patrões levem os trabalhadores não residentes a ser vacinados.

Três novos casos

Dos 23 casos de sarampo registados desde o início do ano, três foram confirmados ontem. Segundo os Serviços de Saúde, o primeiro diz respeito a uma croupier de 47 anos, nascida na China, cujo historial vacinal se desconhece; o segundo a uma professora de um centro de inglês para crianças, de 24 anos, que foi vacinada; enquanto o terceiro a uma estudante, de 14 anos, que todos os dias regressa a Zhuhai após as aulas, também residente de Macau e igualmente vacinada.

O que é o sarampo?

Forma de transmissão: exposição por gotículas de saliva ou via aérea e também por contacto directo com secreções respiratórias e através do contacto com a boca e objectos contaminados
Período de incubação: 7 a 18 dias, podendo chegar a 21 após exposição
Período de transmissão: entre 3 dias e uma semana após o aparecimento do exantema (erupção cutânea)
Primeiros sintomas: febre alta, conjuntivite, tosse, rinorreia

Quem não precisa de ser vacinado:

Os nascidos antes de 1970;
Os que já tenham tido sarampo;
Os nascidos em ou após 1990 que tenham sido imunizados de acordo com o programa de vacinação de Macau

Os números

Ano | Casos

2019 até ontem | 23
2018 | 3
2017 | 2
2016 | 0
2015 | 0
2014 | 1
2013 | 3
2012 | 1
2011 | 1
2010 | 0
2009 | 0
2008 | 0
2007 | 0
2006 | 2
2005 | 0
2004 | 0
2003 | 3
2002 | 3
2001 | 4
2000 | 5

Fonte: Estatísticas das doenças de declaração obrigatória

27 Mar 2019

Saúde | Segundo caso de encefalite associada à gripe desde o início do ano

[dropcap]U[/dropcap]ma criança foi diagnosticada com encefalite associada à gripe, o segundo caso do tipo desde o início do ano. A menina, de 2 anos, encontra-se internada no Hospital Kiang Wu, “estável” e “desperta”, informaram ontem os Serviços de Saúde.

Os primeiros sintomas, como febre e tosse, apareceram na quinta-feira. Na manhã do dia seguinte, a menina foi levada à consulta externa do Hospital Kiang Wu, onde após ter testado positivo para o vírus influenza A, foi-lhe prescrito Tamiflu. Na mesma noite, porém, os sintomas evoluíram para convulsões e desordem da consciência e a menina voltou ao Kiang Wu, onde acabaria por ficar internada para tratamento. Os exames, que revelaram o aumento da pressão intracraniana, levaram a um novo diagnóstico: gripe com encefalite leve.

A menina não foi vacinada contra a gripe sazonal, indicaram os Serviços de Saúde, dando conta de que não foram registados casos de infecção colectiva no infantário Santa Rosa de Lima, que frequenta.

Trata-se do segundo caso de encefalite associado a gripe, depois de um menino, de 4 anos e meio, ter sido internado no início do mês no Centro Hospitalar Conde São Januário (CHCSJ), onde se mantém em estado grave.

Desde Setembro foram diagnosticados 21 casos de gripe com pneumonia ou outras complicações, incluindo um que vitimou um homem de 86 anos. Actualmente, sete pacientes continuam hospitalizados, todos com um quadro “estável”, à excepção do menino de 4 anos e meio. Em 76 por cento dos casos os pacientes não tinham sido vacinados contra a gripe, indicaram os Serviços de Saúde, renovando o apelo à vacinação.

14 Jan 2019

Hospital das Ilhas | Concurso público para o edifício principal arranca “em breve”

Depois das obras do Hospital das Ilhas terem começado pelo edifício do Instituto de Enfermagem – que vai ficar a cargo do Kiang Wu – o Governo vai lançar, “em breve”, o concurso público para a construção do edifício principal. O facto foi revelado por Raimundo do Rosário, em entrevista à TDM

 

[dropcap]O[/dropcap] concurso público para a atribuição da obra do edifício principal do Hospital das Ilhas vai ser lançado “em breve”. A promessa foi deixada pelo secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, em entrevista à TDM, que revelou ainda que o mesmo concurso vai atribuir a edificação de outros dois blocos da estrutura.

O projecto do Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas tem sete edifícios e neste momento apenas o Instituto de Enfermagem, que vai ser gerido pela Associação de Beneficência do Kiang Wu, está em curso. De acordo com as declarações de Raimundo do Rosário, o Governo vai lançar um único concurso público, “em breve”, para a construção de três infra-estruturas: o edifício principal, edifício de administração e multi-serviços e ainda o edifício de apoio logístico.

O secretário explicou também que ainda não é possível avançar com uma data para a conclusão das obras, uma vez que a segunda fase ainda nem está em fase de projecto: “O hospital tem duas fases. A primeira fase tem seis edifícios, a segunda fase tem um. A segunda fase ainda não se iniciou, nem sequer o projecto”, afirmou Raimundo do Rosário. “É impossível dar uma data para a conclusão”, admitiu.

No capítulo das obras públicas, o governante comentou as críticas que referem que os grandes projectos em Macau são da responsabilidade, quase sempre, das mesmas empresas. Raimundo do Rosário não contestou o facto, mas apontou para um mercado empresarial que não deixa grande margem de manobra. “Nós abrimos os concursos públicos e penso que nunca tivemos dez propostas. Quatro, cinco, seis ou sete… e não passa disto. E são as mesmas. Não há muitas empresas nesta área, porque Macau tem sempre um problema, que é a sua escala”, justificou.

Sobre o trabalho da tutela em matérias de obras, Raimundo do Rosário revelou que actualmente estão em curso 44 obras com um custo superior a 100 milhões de patacas e que há ainda 34 projectos para serem lançados que também ultrapassaram esse preço. Entre esses projectos poderá estar a futura central para resíduos alimentares, que também foi anunciada pelo secretário.

Balanço positivo

Na área dos transportes, o secretário da tutela frisou que o Governo não abdicou da Linha do Oeste, que vai fazer a ligação até às Portas do Cerco. Porém, a obra não vai arrancar até ao final do mandato de Chui Sai On, e do próprio Raimundo do Rosário.

“Neste mandato ficamos pela linha da Taipa, linha de Seac Pai Van, ligação a Macau e linha Este. […] Não foi decidido continuar nem deixar de continuar; apenas foi decidida uma prioridade e a prioridade foi esta”, explicou.

Por outro lado, têm havido críticas ao facto da construção do metro ter começado pela Taipa. Raimundo do Rosário negou responsabilidades nessa questão e recordou que a obra já tinha iniciado quando assumiu o cargo.

Finalmente, o secretário fez um balanço do mandato que iniciou no final de 2014, ao assumir a pasta que pertencia a Lau Si Io. “Eu não estava à espera de uma coisa fácil, mas penso que, com algumas limitações, temos conseguido, no essencial… Houve progressos em quase todas as áreas desta tutela”, disse, durante a entrevista à TDM. “Mas as pessoas, se calhar, querem mais, ou mais depressa, e, às vezes, não conseguimos”, confessou.

 

Instituto de Enfermagem concluído no próximo ano

As obras do Instituto de Enfermagem Kiang Wu, que fica no Hospital das Ilhas, vão ficar concluídas durante o próximo ano. Este facto foi realçado por Tommy Lau, presidente do Conselho de Administração do Instituto de Enfermagem Kiang Wu de Macau, durante uma visita ao Chefe do Executivo. De acordo com Lau, neste momento, estão a ser feitos trabalhos de design do interior do edifício. Chui Sai On fez questão de destacar que este bloco vai ser o primeiro a ser concluído no Hospital das Ilhas e que espera que o edifício “satisfaça as necessidades e crie boas condições para a formação dos profissionais de saúde locais”.

12 Nov 2018

Saúde | Inaugurado centro de procriação medicamente assistida

[dropcap]O[/dropcap] centro de procriação medicamente assistida do Hospital Kiang Wu foi inaugurado no passado sábado. A valência é composta por dez profissionais que, de acordo com o subdirector do hospital, Chan Tai Ip, são suficientes para esta fase, sendo esperado que o centro venha a dar resposta a cerca de mil casos por ano.

De acordo com o Jornal do Cidadão, o mesmo responsável mostrou-se satisfeito com o período experimental de funcionamento do centro que decorreu nos últimos 15 dias de Outubro, tendo recebido 40 casais. O responsável recordou que, segundo as informações de regiões vizinhas, um em cada seis casais tem problemas de fertilidade. Em Macau, Chan estima que existam cerca de setecentos casais nestas circunstâncias, por ano.

Apesar de considerar que a equipa composta por dez pessoas seja suficiente para corresponder à procura local, Chan Tai Ip admite a possibilidade de vir a contratar mais profissionais se as necessidades assim o exigirem.

O serviço de inseminação artificial no centro de procriação medicamente assistida do Hospital Kiang Wu vai custar 70 mil patacas e as expectativas de sucesso rondam os 50 por cento das intervenções, aponta o responsável à mesma fonte.

No entanto, a nova valência não permite fazer o diagnóstico genético de pré-implantação na medida em que ainda não existe um regime para o efeito. Mas, “em casos especiais o hospital vai cooperar com entidades em regiões vizinhas e vai ter em conta a possibilidade de transferência de casos para o exterior”, cita o Jornal do Cidadão.

Em declarações ao Jornal Ou Mun, a deputada Wong Kit Cheng referiu que a entrada em funcionamento do centro de procriação medicamente assistida marca um novo avanço nos serviços de saúde.

5 Nov 2018

Sun Yat-sen como médico em Macau

[dropcap]S[/dropcap]un Wen (Sun Yat-sen) nascera um ano antes de Manuel da Silva Mendes e Camilo de Almeida Pessanha. Já com o Imperador Guang Xu (1875-1908) no trono do Celeste Império, veio o Dr. Sun para Macau como médico em Setembro de 1892, onde ficou um ano, enquanto como professores do Liceu, os bacharéis formados em Direito pela Universidade de Coimbra, Camilo Pessanha chega um ano e meio depois e Manuel da Silva Mendes só em 1901. Ambos vieram ao mundo no ano de 1867, Silva Mendes a 23 de Outubro em S. Miguel das Aves, Famalicão e Camilo Pessanha em Coimbra a 7 de Setembro.

Como médico, Sun Yat-sen serviu no Hospital Kiang Wu em regime de voluntariado entre Setembro de 1892 e Setembro de 1893 e aí criou uma secção de Medicina Ocidental. A comunidade chinesa de Macau fizera a Associação do Hospital Kiang Wu com a finalidade de ajudar os chineses mais desfavorecidos e tinha projectos de abrir escolas gratuitas, socorrer os necessitados e enterrar os mortos cujas famílias eram pobres ou, sem ninguém para deles cuidar. O Hospital foi instalado em San Kiu, um dos locais mais doentios de Macau, onde os mortos mal enterrados, muitas vezes com partes do corpo a descoberto e sem sepulturas, encontravam-se espalhados pela encosta do monte. A arquitectura do Hospital Kiang Wu, semelhante à do Templo de Kun Iam Tong, tem três pavilhões centrais, servindo o da entrada para as reuniões da Associação e o terceiro, um templo com altares aos deuses, Hua Tuo, Guang Gong, Bao Gong, Liu Zu e Hong Sheng. Na casa situada no lado direito dos três pavilhões realizam-se os cuidados médicos. Conta o Hospital com um total de 60 quartos, localizados ao redor do terreno, prestando gratuitamente serviços clínicos aos doentes, servindo de asilo e casa mortuária. Assim se apresenta a Camilo Pessanha o Hospital chinês, dirigido então por uma Comissão Administrativa com quatro directores.

Macau não lhe reconhece diploma

Apoiante e amigo do Dr. Sun desde o tempo de Hong Kong, era então Francisco Hermenegildo Fernandes (1863-1923) funcionário tradutor da Justiça britânica e a sua família proprietária em Macau da tipografia N. T. Fernandes e Filhos, com sede na Rua da Casa Forte n.º 3. Encontrava-se o Dr. Sun a exercer medicina em Macau quando a 18 de Julho de 1893 Francisco Fernandes aqui fundou o Echo Macaense, semanário bilingue luso-chinês. Era Director da tipografia e do jornal e contou com Sun Yat-sen para criar a edição chinesa.
O Ching Hai Tsung Pao (JingHaiCongbao), a edição chinesa do jornal Echo Macaense, a 26 de Setembro de 1893 referia: .

“Através de Francisco Fernandes, Sun Yat-sen seria apresentado a António Joaquim Bastos, figura que de facto desbloquearia o acesso de Sun aos círculos sociais macaenses, avalizando-o na sua vida profissional e defendendo-o nos processos judiciais que lhe foram movidos por rivais e inimigos políticos em Macau. António Joaquim Bastos era, tal como Francisco Fernandes, jornalista e integrava igualmente a redacção do Echo Macaense. (…) Para além de político era também um destacado causídico do foro local. (…) Foi diversas vezes vereador e presidente do Leal Senado e provedor da Santa Casa da Misericórdia. Foi graças a esta última qualidade do seu protector macaense que Sun conseguiu estabelecer-se como médico na cidade, já que António Joaquim Bastos, como provedor da Santa Casa, não teve dificuldades em convencer a mesa directora da instituição a conceder-lhe os empréstimos necessários para montar não só consultório, mas também uma farmácia anexa”, segundo João Guedes, (Revista Macau 52, Outubro 2016) que segue, “Os bons ofícios de Bastos contribuíram também para que a Misericórdia arrendasse a Sun a casa que seria a sua residência nos anos de Macau, situada precisamente na Travessa da Misericórdia, a poucos passos da Praça do Leal Senado. No seu novo domicílio, Sun atendeu alguns dos seus primeiros pacientes, que além de serem seus vizinhos eram portugueses, como os filhos do escritor Venceslau de Morais…”

Formado em Hong Kong, Sun Yat-sen, sem diploma português de médico, segundo as leis do território não poderia exercer legalmente medicina em Macau e nem o poder e influência de António Joaquim Bastos o conseguiram ajudar. Assim, o Dr. Sun teve em 1893 de abandonar Macau e mudou-se com a sua farmácia para Cantão, mas como refere o Dr. Cantlie, «as actividades do Partido Regenerador tomaram tal vulto e ele tornou-se tão proeminente entre os seus colegas que dispunha de pouco tempo para qualquer outra actividade que não fosse a política».

Caçada aos caçadores

Era habitual os portugueses de Macau atravessarem as Portas do Cerco e irem fazer caçadas em território do interior da China. Assim foi na madrugada de 26 de Agosto de 1893, quando o Sr. Firmino Cândido Pereira e quatro amigos seguiram para Goiaveira, povoação pouco distante da Porta do Cerco, com o fim de caçar martinhos-brancos. Sem problemas passaram a estação aduaneira e casa de guarda e levavam já uma hora de caça quando às 7 horas, na maior afluência de caça, depois de ter o Sr. Pereira descarregado sua espingarda sobre um bando de martinhos, no momento de a colher foi bruscamente assaltado por uns quinze chineses, que o desarmaram à força, tendo os outros entregado sem resistência as armas. Asseveraram algumas pessoas que os assaltantes eram meirinhos do mandarim Ngai, sub-prefeito de Chin-san (Casa Branca) e este, numa carta deu a sua versão: . O Mandarim de Chin-san mandou publicar um edital em que narrava o ocorrido e suscitava a observância do anterior edital proibitivo da caça. O Governador da província de Macau e Timor, Custódio Miguel de Borja fez um protesto perante Tsung-Li-Yamen contra o procedimento abusivo do sub-prefeito de Chin-san.

Para haver paz e harmonia, pedia-se que o governo encarregasse um funcionário português a se entender com o mandarim de Chin-san sobre a determinação dos lugares onde devia ser permitido caçar e sobre as formalidades a observar quem quisesse obter uma licença para ir à caça. Pouco tempo depois, tal ficou resolvido, continuando os caçadores de Macau a fazer as incursões em território do interior da China até 100 lis de Macau, onde não faltavam tigres e martinhos-brancos.

26 Out 2018

Saúde | Wong Kit Cheng quer revisão à carreiras de enfermeiro

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] deputada Wong Kit Cheng questionou ontem o Governo sobre o andamento dos trabalhos na revisão do regime da carreira dos enfermeiros.

Na Assembleia Legislativa a legisladora e enfermeira-assistente do Hospital Kiang Wu recordou que a revisão do estatuto é uma promessa antiga do Executivo, mas que tem ficado por cumprir.

Por outro lado, a deputada ligada à Associação Geral das Mulheres de Macau pede para um esforço do Executivo para aumentar o rácio de enfermeiros no território de quatro para cada 1000 habitantes, assim medidas para reduzir o fosso salarial entre o sector público e o privado.

1 Jun 2018

Saúde | Financiamento a particulares ascende a 313 milhões de patacas

 

O suspeito do costume. Os apoios financeiros concedidos pelo Governo a privados no sector da saúde durante o quarto trimestre de 2016 foram superiores a 313 milhões de patacas. Desta soma total, o Hospital Kiang Wu e o seu Instituto de Enfermagem ficaram com a maior fatia

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s números estão aí. O Boletim Oficial (BO) revelava ontem que, para o financiamento a instituições de saúde, saíram dos cofres dos Serviços de Saúde de Macau (SSM), no último trimestre de 2016, uma soma superior a 313,665 milhões de patacas. Deste total, o Hospital Kiang Wu ficou com 255,340 milhões, o que representa uma fatia de 81,4 por cento do bolo inteiro. O Instituto de Enfermagem Kiang Wu recebeu quase 24 milhões de patacas. Se juntarmos ambas as instituições do universo Kiang Wu, o volume de investimento público no grupo ascendeu a 279 milhões de patacas. Este valor corresponde a 89 por cento do total do financiamento concedido pelos Serviços de Saúde no último trimestre do ano passado.

Os apoios prestados não foram referentes exclusivamente a despesas referentes aos últimos três meses de 2016. Por exemplo, o subsídio protocolar para a prestação de consultas externas, serviços de urgência e vacinação do hospital privado recebeu mais de 32 milhões de patacas referentes ao ano inteiro. Mas a maior fatia de investimento foi para o subsídio protocolar relativo a internamentos no Kiang Wu, com um valor que ficou a meio milhão dos 160 milhões de patacas – mais de metade do financiamento total.

Muitos zeros

Outra das instituições em destaque no BO, e que fica no segundo lugar do pódio do financiamento, é a Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), com uma quantia de quase 14 milhões de patacas. Este valor corresponde a 4,4 por cento do investimento dos SSM em serviços de saúde privados. As maiores parcelas foram para o apoio financeiro à Clínica dos Operários, para o Centro de Recuperação e para os cuidados domiciliários. Dos 14 milhões de patacas, pouco mais de 71 mil foram alocadas ao serviço de exames do cancro cervical de mulheres na clínica da FAOM.

A medalha de bronze na corrida aos milhões do financiamento público a instituições privadas foi para a Associação de Beneficência Tung Sin Tong, com um total de 11,680 milhões de patacas. A entidade fica, assim, com 3,72 por cento do investimento dos SSM em instituições privadas durante os últimos três meses do ano passado. Do dinheiro que foi para a associação, mais de 5,75 milhões de patacas serviram para suportar o serviço de consultas externas e estomatologia de crianças no último trimestre de 2016. As obras do Centro de Acupunctura e Fisioterapia dos Idosos receberam uma quantia de 5,7 milhões de patacas.

O BO revelou ainda que a Cruz Vermelha de Macau recebeu pouco mais de um milhão de patacas referente ao apoio financeiro para o transporte de doentes, enquanto a Caritas de Macau recebeu perto de 350 mil patacas, com a maior parcela destinada à prestação de assistência médica nos asilos da instituição.

A Associação Geral das Mulheres de Macau teve um apoio de 1,633 milhões de patacas. A soma foi distribuída entre o serviço de exame do cancro cervical realizado no Centro de Protecção de Saúde da Mulher e consultas de psicologia.

Outro das instituições financiadas foi a Associação de Nova Juventude Chinesa de Macau, que recebeu um total de quase 1,80 milhões, sendo que a maioria do investimento foi para a clínica da associação.

16 Mar 2017

Saúde | Detectado caso importado de Legionella

Os Serviços de Saúde (SS) anunciaram o diagnóstico de um caso importado de infecção por Legionella, detectado num residente com 37 anos. A informação foi divulgada na quarta-feira, e é o segundo caso diagnosticado no território este ano. Antes de ser diagnosticado, o homem esteve em Zhongshan, em Guangzhou e Hong Kong. As autoridades suspeitam que a infecção tenha acontecido quando esteve fora de Macau.

“No dia 24 de Março, este homem manifestou sintomas, tais como, febre, tosse e recorreu ao tratamento médico no Hospital Kiang Wu no dia 26 de Março. Devido a insistência da doença, recorreu, de novo, ao Hospital Kiang Wu onde foi internado no dia 28 de Março”, foi indicado.

“A radiografia ao tórax relevou pneumonia no pulmão direito inferior e as análises efectuadas à urina revelaram anticorpos positivos de legionella pneumophila, permitindo o diagnóstico de Legionella. Actualmente, o paciente está submetido ao tratamento e encontra-se em estado estável”, foi acrescentado.

A doença dos legionários é uma infecção provocada pela legionella, uma bactéria que vive em ambientes aquáticos naturais, como a superfície de lagos, rios, riachos e águas termais, bem como, solo, mistura de terra para vasos e que pode proliferar rapidamente em água morna e em lugares mais húmidos.

A legionella pode ser também encontrada em sistemas aquáticos artificiais, nomeadamente, torres de arrefecimento do sistema de ar condicionado central, jacuzzis, fontes e aparelhos médicos de uso domiciliário, especialmente na presença de biofilme e sedimentos.

5 Abr 2024

Saúde | Hospital das Ilhas com espera de 70 minutos na urgência

Nem tudo são rosas no arranque do novo Hospital das Ilhas. Os Serviços de Saúde confirmaram ao HM que, na semana passada, uma ida às urgências do novo hospital implicou mais de uma hora de espera, continuando a média verificada nos primeiros dois meses do ano

 

O tempo médio de espera nas urgências do Hospital das Ilhas é de cerca de 70 minutos, de acordo com os dados disponibilizados pelos Serviços de Saúde (SS), ao HM. A média do tempo foi calculada pelos SS tendo em conta a espera na semana de 21 a 27 de Março. Nesse período, indicaram as autoridades, as urgências do hospital acolheram cerca de 1.400 pessoas, o que representa uma média de 200 pacientes por dia.

De acordo com a mesma informação, a espera de 70 minutos por consulta nas urgências está em linha com os registos relativos a Janeiro e Fevereiro deste ano.
Todavia, foi garantido pelos SS que o tempo de espera dos pacientes depende sempre do procedimento de triagem. Se os pacientes tiverem uma condição muito grave, os tratamentos são imediatos, se a condição não for considerada urgente, as pessoas sujeitam-se a uma espera mais longa.

Na resposta ao HM, foi destacado igualmente que as urgências do Hospital das Ilhas funcionam 24 horas por dia, no entanto, se os residentes chamarem uma ambulância em caso de emergência, serão transportados às urgências do Centro Hospitalar Conde de São Januário ou do Hospital Kiang Wu, num primeiro momento.

Queixas face às esperas

O Hospital das Ilhas é explorado num modelo de parceria público-privada com o Peking Union Medical College Hospital, que tem sede em Pequim. Se os residentes se deslocarem directamente para o hospital, sem serem encaminhados pelos SS, pagam os preços estabelecido para o sector privado. Só em caso de encaminhamento dos SS têm acesso aos preços praticados no sector público.

O HM contactou os SS para apurar o tempo de espera no Hospital das Ilhas, depois de terem surgido queixas online de uma pessoa que esteve duas horas à espera, por ter outros 11 pacientes à sua frente.

Além disso, num artigo publicado no jornal Exmoo, o deputado Zheng Anting revelou que, apesar das Urgências do Hospital das Ilhas terem entrado em funcionamento do ano passado, a instituição estava a enfrentar falta de pessoal para lidar com o volume de pacientes. Também no início de Fevereiro, o deputado Nick Lei criticou as esperas de quase três e meia horas nas Urgências do Hospital das Ilhas. Numa publicação online, Lei indicou que a situação real era muito diferente do que foi prometido pelo Governo, que apontavam para esperas entre 60 e 90 minutos.

2 Abr 2024

Fundação Macau | Apoios diminuem 168 milhões em 2023

Quase 32 milhões de patacas foram enviados para o Interior para pagar a construção dos edifícios da Escola Secundária da Aldeia de Heshi, na província de Jiangxi. Os maiores apoios tiveram como destino a construção de escolas, compra de material para o Hospital Kiang Wu e o funcionamento das associações

 

No ano passado a Fundação Macau gastou menos 167,4 milhões de patacas em apoios financeiros, de acordo com os dados publicados no portal da instituição.

Segundo o somatório dos apoios distribuídos ao longo de 2023, a Fundação Macau atribuiu 476,1 milhões de patacas.

O montante foi o resultado de 67,2 milhões de patacas distribuídos no primeiro trimestre, 275,7 milhões no segundo trimestre, 133,9 milhões no terceiro trimestre e 99,6 milhões no último trimestre.

Em comparação com 2022, o último ano totalmente afectado pela pandemia, registou-se uma redução de 26 por cento nos apoios distribuídos.

Segundo os dados oficiais, em 2022 a Fundação Macau tinha distribuído 643,8 milhões de patacas em apoios financeiros. Para este número contribuíram os 73,9 milhões de patacas distribuídos no primeiro trimestre, 252,5 milhões de patacas no segundo, 97,1 milhões de patacas no terceiro e 220,3 milhões de patacas no quarto trimestre.

Os apoios da Fundação Macau não ficaram todos na RAEM, alguns dos mais elevados foram mesmo enviados para o Interior. A instituição está a financiar a construção dos edifícios da Escola Secundária da Aldeia de Heshi, do Distrito de Xiushui, na província de Jiangxi, e enviou para lá 31,4 milhões de patacas. O primeiro pagamento foi feito no segundo trimestre do ano passado, no valor de 17,8 milhões de patacas e o segundo no quarto trimestre, com mais 13,6 milhões de patacas.

Outro dos apoios mais significativos distribuídos pela Fundação Macau no ano passado, teve como destino a Associação de Apoio à Escola Pui Tou de Macau, que está a construir uma escola de ensino infantil na Taipa. A associação recebeu dois apoios, de 19,1 milhões de patacas e 38,3 milhões de patacas, num total de 57,4 milhões de patacas.

Também a Associação Comercial de Macau recebeu 5,5 milhões de patacas, para fazer face às despesas com o projecto de Ampliação da Escola da Ilha Verde.

 

Apoios ao hospital

Em relação à compra de material médico, o maior apoio individual foi distribuído à Associação de Beneficência do Kiang Wu, no valor de 24,9 milhões de patacas para equipamento hospitalar adquirido pelo Hospital Kiang Wu, em 2022.

A mesma instituição, nesse trimestre, recebeu mais 1,2 milhões de patacas referente à aquisição de 2018, de equipamentos médicos igualmente para o Hospital Kiang Wu.

Na lista dos apoios distribuídos constam ainda o pagamento de despesas de funcionamento de várias associações locais e também da Escola Portuguesa de Macau.

A associação tradicional a receber mais dinheiro foi a União Geral dos Moradores de Macau, com apoios no valor de 39,9 milhões de patacas, em 17 subsídios diferentes.

Por sua vez, a Associação Geral das Mulheres de Macau recebeu 30,2 milhões de patacas em 10 apoios diferentes, enquanto a Federação das Associações dos Operários de Macau que ao longo do ano, em cerca de nove apoios, recebeu 19,3 milhões de patacas.

A nível das associações de matriz portuguesa, a Casa de Portugal recebeu cinco apoios, no valor aproximado de 6,9 milhões de patacas. Por sua vez, a Escola Portuguesa de Macau recebeu 5,3 milhões de patacas.

Ao longo do ano passado houve ainda uma associação a quem foi cancelado o financiamento, a Associação Geral de Ópera Chinesa e Arte Musical de Macau, por ter realizado uma actividade subsidiada que se afastou muito do que tinha sido apresentado â Fundação Macau, aquando do pedido de apoio financeiro. Segundo o portal da FM, a consequência limitou-se ao cancelamento do apoio, não havendo indicações sobre outros aspectos, nomeadamente criminais.

21 Fev 2024

Tosse convulsa | Detectado primeiro caso do ano

Foi registado, no hospital Kiang Wu, esta quarta-feira, o primeiro caso de tosse convulsa do ano. Segundo um comunicado dos Serviços de Saúde de Macau (SSM), trata-se de uma bebé de sete meses que começou a apresentar sintomas de doença no dia 22 de Dezembro, nomeadamente tosse, maioritariamente no período nocturno, sem febre nem corrimento nasal, tendo sido atendida no Kiang Wu nos dias 26 e 28 de Dezembro, sem melhoria dos sintomas.

No dia 1 deste mês os sintomas pioraram e a bebé começou a manifestar estridor, ou seja, um som ofegante durante a inalação, resultante de uma obstrução parcial da garganta (faringe), caixa de voz (laringe) ou traqueia, tendo sido internada.

No Kiang Wu foram então realizadas análises que detectaram a presença de uma bactéria que origina a tosse convulsa. A bebé está ainda internada, sendo que o seu estado clínico é considerado estável. A menina recebeu três doses da vacina DTPa, contra a difteria, tétano e tosse convulsa, não tendo viajado ou estado em nenhuma creche. Os SSM explicam que “o pai que coabita com ela manifestou sintomas de tosse”, sendo que, “até ao momento, nenhum outro membro da família com quem coabita se sentiu indisposto”.

5 Jan 2024

Medalhas | Li Yi recebe a maior distinção atribuída em 2023

Num ano em que não foi atribuída qualquer Medalha do Lótus de Ouro, a mais alta condecoração da RAEM, a atleta de Wushu é a única agraciada com Medalha de Lótus. Entre os distinguidos estão ainda a Hovione, Felizbina Carmelita Gomes e uma equipa de investigação do CCAC

 

A atleta Li Yi vai receber a única medalha atribuída por Ho Iat Seng relativa a este ano. A lista de individualidades e entidades agraciadas com medalhas e títulos honoríficos foi revelada ontem, num rol onde também consta a empresa Hovione e a directora do Jardim de Infância D. José da Costa Nunes, Felizbina Carmelita Gomes.

Li Yi é a atleta de Wushu e conquistou este ano a primeira medalha de ouro para Macau em Jogos Asiáticos. O feito foi alcançado na vertente Chang Quan. Apesar de ter ganho o ouro, a distinção que vai receber em Janeiro do próximo ano é a Medalha de Honra Lótus de Prata, ainda assim a única medalha desta categoria a ser atribuída em 2023.

Esta não é a primeira vez que Li é distinguida, nos anos de 2012 e 2014 recebeu o Título Honorífico de Valor na RAEM. Além disso, em 2018 havia sido agraciada com a Medalha de Mérito Desportivo da RAEM.

Por sua vez, a Hovione Farmaciência, multinacional fundada em 1959, com sede em Portugal, é distinguida com a Medalha de Mérito Industrial e Comercial. Segundo a apresentação da empresa pelo Governo, a Hovione criou, em 1984, “a primeira fábrica de uma empresa estrangeira em Macau”.

O título é justificado com o aproveitamento das “oportunidades proporcionadas pelo desenvolvimento da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin” e o contributo para a “diversificação económica”.

Da educação

Quanto à actual directora do Jardim de Infância D. José da Costa Nunes, Felizbina Carmelita Gomes, vai receber a Medalha de Mérito Educativo, que é justificada com as funções de docente de “língua portuguesa, no ensino primário luso-chinês, desde 1982”.

“Durante os mais de quarenta anos de serviço dedicado à educação de Macau, destacou-se pela sua pro-actividade no desenvolvimento dos currículos e do ensino da língua portuguesa nas escolas oficiais, na promoção do ambiente favorável para a aprendizagem da cultura portuguesa”, foi justificado, em nota oficial. A mesma informação destaca a “implementação plena do programa de ensino bilingue chinês-português através do desenvolvimento de currículos fora do modelo pedagógico tradicional”. “Ao longo destes anos, tem prestado contributos significativos para a educação, o que merece o reconhecimento do pessoal da escola, encarregados de educação e alunos”, foi acrescentado.

A “mexer” na justiça

Quando correm nos tribunais alguns dos casos mais polémicos dos últimos anos, como acontece com o que envolveu os ex-directores das Obras Públicas, Li Canfeng e Jaime Carion, o ou caso contra Kong Chi, procurador-adjunto do Ministério Público (MP), o Governo decidiu distinguir uma das equipas de investigação do Comissariado Contra a Corrupção com uma medalha de valor.

Os agraciados são o “Grupo Especial de Investigação (Grupo L)” e a distinção foi justificada com o facto de a equipa ter resolvido “com sucesso casos de grande repercussão que envolveram funcionários de alto nível”. Os casos em particular não foram especificados.

“O Grupo Especial de Investigação (Grupo L) da Direcção dos Serviços contra a Corrupção desempenhou um papel importante na salvaguarda da equidade e da justiça social, e na luta contra a corrupção e o crime, contribuindo de forma notável para a construção de uma sociedade íntegra”, foi acrescentado.

Lista de Distinções

Medalha de Honra Lótus de Prata

Li Yi

Medalhas de Mérito

Mérito Profissional

Associação de Divulgação da Lei Básica de Macau

Laboratório de Referência do Estado para a Ciência Lunar e Planetária (Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau)

Grupo de trabalho interdepartamental da Conta Única de Macau

Mérito Industrial e Comercial

Fábrica de Anodino Óleo Herbario Medicinal Chinesa Cheong Kun (Macau) Limitada

Hovione Farmaciência S.A.

Sociedade de Cimentos de Macau, S.A.R.L.

Mérito Turístico

Pastelaria e Prendas Chui Heong Lda.

Mérito Educativo

Centro de Investigação do Serviço da Educação de Tecnologia Aplicada em Tradução Automática e Inteligência Artificial da Universidade Politécnica de Macau

Song Yonghua

Felizbina Carmelita Gomes

Mérito Cultural

Lao Fu Ip

Mérito Altruístico

Instituto de Enfermagem Kiang Wu de Macau

Medalha de Mérito Desportivo

Equipa masculina de karaté kata participante nos Jogos Asiáticos

Kuok Kin Hang

Cai Feilong

Medalhas de Serviços Distintos

Medalha de Valor

Grupo Especial de Investigação (Grupo L) da Direcção dos Serviços contra a Corrupção do Comissariado contra a Corrupção

Medalha de Serviços Comunitários

Complexo de Serviços de Apoio ao Cidadão Sénior Pou Tai

Leong Iok Han

Ip Chi Leng

Títulos Honoríficos

Título Honorífico de Valor

Equipa da Escola Secundária Pui Ching que concorreu com «Um analisador de daltonismo baseado no princípio de mistura de cores»

Equipa da Escola Hou Kong que concorreu com «Uma pomada que cicatriza rapidamente uma ferida – o segredo escondido entre o solo e as flores»

Lao Lok Iao

Huang Junhua

U Choi Hong

Song Chi Kuan

Wong Chan Wai

Lin Yuxiang

20 Dez 2023

SIDA | Aconselhados testes a quem tem comportamento de “alto risco”

Os Serviços de Saúde lançaram ontem um “jogo”, em formato de questionário, em que os “vencedores” se habilitam a ganhar um kit de auto-teste de VIH. A iniciativa faz parte de uma série de actividades para assinalar o Dia Mundial de Luta Contra a SIDA

 

No próximo 1 de Dezembro é assinalado o Dia Mundial de Luta Contra a SIDA. Para marcar a data, os Serviços de Saúde (SS) lançaram um inquérito on-line, que designaram como “Jogo de perguntas e respostas com prémios ‘Faça o 1.º teste de VIH’”, em que os “vencedores” são premiados com um kit de auto-teste de VIH (fluido oral ou sangue). O “jogo” está disponível desde ontem, até 5 de Dezembro.

No comunicado em que é divulgado o lançamento do inquérito com respostas múltiplas, os Serviços de referem que pessoas que não tenham comportamentos de risco “devem fazer pelo menos um teste na vida”.

Já para as pessoas com “comportamentos persistentes de alto risco”, é recomendado um teste periodicamente, pelo menos uma vez por ano. Os SS incluem nesta categoria homens que praticam sexo com homens, quem tem relações sexuais sem protecção ou tem múltiplos parceiros sexuais, trabalhadores do sexo e seus clientes, parceiros sexuais infectados e consumidores de drogas injectáveis.

Números encorajadores

A Comissão de Luta Contra a SIDA realizou recentemente a sua reunião anual de trabalho, presidida pelo director dos SS. Alvis Lo louvou a eficácia do tratamento, assim como a diminuição significativa de novos casos de infecção e do número de mortes devido à SIDA. “Controlar a quantidade de vírus dentro do corpo dos infectados até um nível não detectável, através de medicamentos anti-VIH, pode prevenir a transmissão do vírus, melhorar a saúde e prolongar a vida das pessoas infectadas”, adiantou o director dos SS.

Além disso, o responsável sublinhou que, nos últimos três anos, o número de novos casos pela infecção de SIDA em Macau tem diminuído, tendência que pode ser invertida com a “retoma da circulação de pessoas entre Macau e as regiões estrangeiras e vizinhas, fazendo com que o risco de transmissão da SIDA também aumente”.

Nos primeiros nove meses deste ano, foram registados 17 casos de residentes locais que foram declarados infectados com VIH, 15 homens e duas mulheres. O Governo detalha que dos 17 casos, 12 foram infectados por contacto homossexual ou bissexual, quatro por contacto heterossexual e um caso foi suspeito de infecção por transfusão de sangue no exterior.

Secretária deixa presidência de Comissão da Luta Contra Sida

A partir de amanhã, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura deixa de presidir à Comissão da Luta Contra Sida. A alteração à comissão foi revelada ontem, através de um despacho publicado no Boletim Oficial, assinado pelo Chefe do Executivo.

O lugar de presidente passa assim para o director dos Serviços de Saúde (SS), que actualmente desempenhava as funções por ausência ou impedimento da secretária. Com as alterações, quando o director dos SS estiver impedido ou ausente passa a ser substituído pelo director do Centro Hospitalar Conde de S. Januário.

Além de representantes de serviços públicos e universidades, a comissão é composta por membros de associações locais, como Cáritas, Associação de Beneficência do Hospital Kiang Wu, Moradores, Operários, Mulheres, entre outras. Esta é a quarta vez que a constituição da comissão é alterada, depois de ter sido criada em 2005 com o objectivo de planear e promover o “trabalho de prevenção e controlo da SIDA, através dos serviços públicos e associações e organizações nas diversas áreas, com vista a impedir a transmissão da doença”.

Desde a sua criação que a vida da comissão tem sido prolongada de três em três anos, o que se voltou agora a repetir. De acordo com o despacho publicado ontem, a comissão é prolongada por mais três anos, a partir de amanhã.

21 Nov 2023

Saúde | Primeiro caso de varíolas dos macacos no território

O infectado tem 29 anos, fez um teste de ácido nucleico do vírus Monkeypox que acusou positivo e está isolado. As autoridades estão no terreno à procura dos parceiros sexuais no território que também poderão ter sido expostos ao vírus

 

Os Serviços de Saúde anunciaram ontem o primeiro caso de varíola dos macacos no território. O infectado é um homem de 29 anos, e as autoridades indicaram que “teve relações sexuais de alto risco em Macau”, pelo que está em curso uma busca pelos outros parceiros sexuais.

Segundo a informação oficial, o homem começou a apresentar sintomas a 16 de Setembro, quando teve febre. Cerca de três dias depois, a 19 de Setembro”, desenvolveu mais sintomas como linfadenopatia, erupções cutâneas e bolhas no corpo. Face aos sinais, o homem deslocou-se ao Hospital Kiang Wu nos dias 17, 18 e 20 de Setembro, onde nunca ninguém suspeitou de nada.

Contudo, como os tratamentos recomendados não produziram melhorias, o indivíduo acabou por deslocar-se ao Serviço de Urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário, na segunda-feira. No hospital público, as autoridades indicam que o homem fez um “teste de ácido nucleico do vírus Monkeypox através de uma zaragatoa” que teve resultado positivo. “Actualmente, o estado clínico é considerado estável e [o homem] encontra-se internado para tratamento em isolamento”, foi explicado.

As autoridades revelaram ainda que o homem tem comportamentos de risco na RAEM, pelo que está a ser feita uma investigação ao seu historial, para contactar possíveis infectados. “De acordo com as informações da investigação epidemiológica, durante o período de incubação, o doente teve relações sexuais de alto risco em Macau”, foi revelado. “Também esteve em Hong Kong e Zhuhai, tendo alegado que não teve relações sexuais de alto risco nesses locais, após o aparecimento de sintomas. Outras situações do doente ainda estão a ser investigadas, incluindo o rastreio de pessoas de contacto próximo e da fonte de disseminação”, foi acrescentado.

Vacinas gratuitas

A varíola dos macacos é uma infecção zoonótica vírica, ou seja que se transmite directamente dos animais para os seres humanos, e é provocada por um vírus do género Orthopoxvirus, que costuma estar presente em roedores, da família do vírus da varíola comum.

A doença tem como sintomas mais comuns arrepios de frio, dores musculares e nas costas, cansaço excessivo, lesões cutâneas, pruriginosas e por vezes dolorosas.

O tratamento foca normalmente o alívio dos sintomas, que costumam desaparecer após algumas semanas, porque o vírus tende a ser eliminado pelo próprio sistema imunitário dentro de quatro semanas.

Desde 14 de Setembro que os Serviços de Saúde disponibilizam uma vacina gratuita contra a varíola dos macacos, para os “residentes de alto risco de Macau avaliados pelo médico”.

As autoridades de Macau aconselharam ainda os residentes a evitarem comportamentos sexuais de alto risco como “actos sexuais arbitrários ou com parceiros sexuais múltiplos, e evitar o contacto com indivíduos/animais suspeitos de estarem infectados”.

27 Set 2023

CPSP | Omitida passagem de sinal vermelho por viatura policial

A confissão do Corpo de Polícia de Segurança Pública só chegou depois de ter começado a circular nas redes sociais um vídeo que revelava a viatura da polícia a passar um sinal vermelho e a bater numa moto

 

Foto: All About Macau

Na segunda-feira, uma carrinha do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) ignorou um semáforo vermelho e atingiu de seguida uma moto. No entanto, quando o CPSP fez a divulgação do acidente, através da rede de mensagens para a comunicação social, omitiu que a viatura responsável pelo sinistro lhe pertencia.

O caso adensa a polémica dos últimos dias com o CPSP a ser acusado de omitir em alguns casos informação sobre acidentes, mesmo aqueles de grande dimensão, sem que se haja um critério estabelecido.

Foi o que aconteceu na semana passada, quando um veículo privado passou dois sinais vermelhos a grande velocidade e bateu em duas viaturas, antes de se despistar à frente do Hotel Lisboa. O episódio levou a Associação dos Jornalistas de Macau a emitir um comunicado a criticar a postura das autoridades, devido à escassez da informação. Também nesta situação, a informação apenas foi detalhada, após surgir um vídeo com as imagens do sucedido.

Apesar das críticas da semana passada, a comunicação do CPSP volta a estar novamente no centro de mais uma polémica. Na segunda-feira, o acidente na Travessa do Dr. Lourenço Pereira Marques com a viatura da corporação foi inicialmente relatado como a colisão entre “uma viatura privada” e uma mota. A mensagem do CPSP, citada pelo jornal All About Macau, recebida às 9h55, acrescentava ainda que a informação “estava por confirmar” e que uma pessoa tinha sido transportada para o hospital.

Apanhados na rede

Com as imagens a surgirem através das redes sociais, onde era possível ver que a “viatura privada” se tratava afinal de uma carrinha do CPSP, surgiu um novo comunicado.

Pelas 23h13, a CPSP reconhecia a existência de um vídeo online e explicava que o condutor da viatura da polícia tinha passado o sinal vermelho, uma vez que o seu campo de visão para o semáforo “tinha sido bloqueado por um autocarro”.

Segundo a informação oficial, do acidente resultou num ferido que foi transportado para o Hospital Kiang Wu, tendo os dois condutores apresentado resultados negativos no teste de álcool e de consumo de estupefacientes.

Além desta informação, a mensagem das 23h13, citada pela publicação em língua chinesa, apontou que o caso foi lidado de acordo com a lei do trânsito e que o agente, que estava de serviço durante o sinistro, está a ser alvo de um processo disciplinar.

Após o caso ter sido noticiado pelo jornal All About Macau, o CPSP emitiu ontem mais um comunicado em que promete “melhorar o mecanismo de comunicação” com os órgãos de comunicação social e a população. As “falhas” nos últimos dias foram ainda explicadas “com a intenção de comunicar com a maior rapidez possível”, o que segundo o CPSP faz com que alguma informação não esteja confirmada, quando é transmitida. O CPSP disse ainda haver “deficiências e espaço para melhorar” no mecanismo de comunicação.

5 Set 2023

SMG | Realçado impacto de alterações climáticas em super tufões

No rescaldo da passagem do tufão Saola, as autoridades realçaram o aumento de tempestades graves nos últimos anos. Porém, o tufão Saola acabou por enfraquecer mais depressa que o previsto, com as zonas baixas da cidade a serem poupadas a inundações. O Observatório de Hong Kong pondera emitir hoje sinal 1 devido ao tufão Haikui

Apesar do alerta máximo e de ter atingido o sinal 10, o tufão Saola passou por Macau sem causar grandes estragos. Segundo os dados avançados pelo Centro de Operações de Protecção Civil (COPC), as autoridades foram chamadas para acorrer a “188 incidentes, 118 casos sobre tratamentos de objectos com risco de queda e 55 casos sobre objectos desabados”. Os “Serviços de Saúde e o Hospital Kiang Wu receberam seis feridos, entre os quais um com ferimento de grau grave (fractura), um de grau médio (prendeu o dedo) e quatro de grau ligeiro”, COPC.

Devido à expectativa de inundações, a polícia apelou à evacuação de 9.064 residências e 3.111 residentes das zonas baixas, transportando 10 pessoas com necessidade especiais aos centros de acolhimento de emergência.

Foram também acolhidos nos 17 centros de acolhimento de emergência e nos quatro pontos de permanência para evacuação de emergência 247 pessoas. Destas, 106 eram residentes de Macau, 71 turistas do Interior da China, quatro turistas de Hong Kong e 66 turistas de outros países.

Ao início da tarde de sexta-feira, o Chefe do Executivo declarava o estado de prevenção imediata. Os casinos, escolas e parques de estacionamento encerraram temporariamente e foram cancelados mais de 200 voos no aeroporto internacional.

As fronteiras também foram encerradas e o serviço de transportes públicos foi suspenso, assim como a circulação rodoviária nas pontes, levando à paralisação do território com as autoridades a aconselhar os residentes a não saírem de casa.

Marés baixas

Apesar de o Porto Interior ter registado inundações ligeiras logo na manhã de sexta-feira, ainda antes da chegada da chuva e dos ventos, o pior cenário acabou por não se verificar. Ainda assim, a Direcção dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) emitiu o segundo alerta mais elevado para inundações (vermelho), estimando que o nível da água acima do pavimento atingisse valores entre 1,5 e 2,5 metros. Quanto aos ventos, os SMG previram que podia exceder 118 quilómetros por hora.

De acordo com as informações dos diversos modelos, os SMG estimaram que o “Saola iria trazer a Macau e até à zona do Estuário do Rio das Pérolas um ‘Storm Surge’ mais significativo”. Porém, “dado que Saola enfraqueceu mais rápido do que o previsto, a velocidade de deslocação aumentou, o aumento da água resultante do “Storm Surge” reduziu mais do que o previsto, o pico de inundações ficou desfasado”, apontaram os serviços meteorológicos, acrescentando que a situação das inundações “não correspondeu à previsão”.

Monte dos vendavais

Os SMG explicaram que qualquer ligeira alteração na trajectória, poderia trazer “um impacto diferente para Macau”, uma vez que o Saola era um tufão forte, com uma estrutura firme e circulação relativamente pequena.

Segundos os dados dos serviços meteorológicos, a rajada mais forte foi sentida em Ká-Hó (superior a 147 quilómetros por hora), local que também registou a maior velocidade de vento (103,3 quilómetros por hora).

Além dos dados numéricos, os SMG teceram considerações sobre as causas que têm levado ao elevado número de grandes tempestades. “As alterações climáticas levam a condições meteorológicas extremamente severas mais frequentes. Após a passagem do tufão “Hato” em 2017, do tufão “Mangkhut” em 2018 e do tufão “Higos” em 2020, o sinal n.º 10 de tempestade tropical de “Saola” foi emitido pela quarta vez em sete anos. Em comparação com o sinal n.º 10 emitido o mesmo número de vezes entre 1968 e 2016 (49 anos no total). Nos últimos anos, registou-se um aumento significativo da frequência de emissão”, apontam os SMG.

Ao largo

Entretanto, a tempestade tropical “Haikui” levou as autoridades meteorológicas de Macau e Hong Kong a emitir comunicados. Os SMG previam ontem que a tempestade iria atravessar Taiwan e entrar no Mar do Sul da China nos próximos dias”. Ainda com a trajectória e desenvolvimento do “Haikui” incertos após entrar no Mar do Sul da China, a estimativa preliminar dos SMG ponta a direcção a Fujian ou à área costeira a leste de Guangdong como possíveis “destinos” para a chegada a terra.

Para já, uma coisa parece certa, durante os próximos quatro dias, “o tempo na região será muito quente, durante o dia”. O Observatório de Hong Kong adiantou ontem a possibilidade de emitir hoje de manhã o sinal 1 de tempestade.

Sem tempo

Na sexta-feira, Pereira Coutinho revelou ter recebido “muitas queixas de trabalhadores da função pública” devido à “falta de racionalidade de alguns serviços de autorizar a saída dos seus trabalhadores em tempo útil para poderem chegar às suas casas e em segurança”.

O deputado afirmou que com a emissão do sinal 8 às 14h de sexta-feira, muitos trabalhadores ficaram numa situação complicada para conseguirem voltar a casa, porque “os transportes públicos nomeadamente os autocarros e táxis deixaram de funcionar”.

Para evitar situações semelhantes no futuro, Pereira Coutinho sugeriu que perante tempestades, a Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública deve emitir “antecipadamente instruções gerais para todos os serviços públicos”, uniformizando de vez decisões arbitrárias como se verificou com o pessoal de atendimento na Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego.

IC | Edifícios patrimoniais em bom estado depois de tufão

O Instituto Cultural (IC) realizou ontem uma inspecção a vários locais protegidos como património arquitectónico, para aferir o estado dos edifícios e “relíquias culturais” depois da passagem do tufão Saola pelo território, afirmou ontem o organismo em comunicado. Na sequência da inspecção, feita ao abrigo do mecanismo de resposta a emergências do património cultural, o IC concluiu que o estado geral dos bens imóveis classificados de Macau está basicamente intacto, e que o vento e a chuva dos últimos dias não provocaram grande impacto nos mesmos.

Apesar disso, o IC deu conta de que alguns edifícios manifestaram danos ligeiros no telhado e foram afectados pela queda de ramos de árvores.

O IC dispõe um mecanismo de resposta a emergências para desastres naturais e crises, e realiza anualmente trabalhos de prevenção e resposta antes da época de tufões e chuva, incluindo a convocação das reuniões de trabalho sobre resposta a crises e desastres naturais.

Ao mesmo tempo, para os templos e as igrejas situados em zonas baixas, o IC disponibiliza bombas de drenagem, montagem de comportas contra inundações e poda de árvores que precisem de manutenção.

4 Set 2023

Transportes | Sabedoria Colectiva denuncia sobrelotação

Com o aumento dos turistas e o início do ano novo lectivo a aproximar-se, o Centro da Política da Sabedoria Colectiva apela ao Executivo para aumentar a capacidade da rede de autocarros públicos

 

O regresso dos turistas e o facto dos autocarros estarem cada vez mais cheios levou o Centro da Política da Sabedoria Colectiva a pedir ao Governo que tome medidas para resolver a situação. A tomada de posição surgiu por parte de Choi Seng Hong, vice-presidente do centro que tem ligações à Associação de Moradores de Macau.

Segundo Choi, o problema surgiu porque no Verão chegaram muitos turistas ao território sem que haja capacidade suficiente nos autocarros para responder ao aumento repentino. Esta nova realidade, indica o dirigente associativo, faz com que vários percursos estejam sempre sobrelotados, como acontece com os autocarros número 30, 34, 26A, 51, 51A, assim como outros que viajam entre Macau e as Ilhas, onde as horas de ponta são particularmente complicadas.

Com o ano lectivo a começar em Setembro, Choi Seng Hong apelou ao Governo para tomar várias medidas interdepartamentais e garantir que os residentes vão poder levar os filhos às escolas em “condições aceitáveis”.

“Com um grande número de pessoas a utilizarem os transportes públicos, muitas vezes é difícil conseguir entrar nos autocarros, e quando se entra as viaturas têm muita gente, o que faz com que a viagem seja sempre uma experiência desagradável”, indica Choi Seng Hong. “Espera-se que as autoridades façam uma avaliação sobre o número de turistas, com base nos dados recolhidos, e que aumentem a frequência da partida de autocarros. Podem também criar mais autocarros expresso e guias para os passageiros, nas principais paragens”, acrescentou.

Noites difíceis

Com base nas queixas recebidas de moradores, Choi Seng Hong indica que ao contrário do que poderia ser expectável, a situação dos autocarros não deixa de ser caótica à noite.

Segundo o dirigente, como Macau é uma cidade com muitos trabalhadores por turnos existe uma grande procura pelos meios de transporte, mesmo em horas em que não seria expectável.

Também neste aspecto, Choi apela ao Governo para recorrer aos vários dados com recurso às novas tecnologias para conseguir reagir rapidamente às mudanças, melhorar o serviço e autorizar a partida de novos autocarros, quando as linhas estão congestionadas, de forma mais agilizada.

Por último, Choi Seng Hong apelou ao Executivo para acelerar os trabalhos da construção da Linha Leste do Metro, que vai fazer a ligação entre as Portas do Cerco e as Ilhas. Segundo o vice-presidente do centro, o metro é uma boa solução para fazer com que haja menos procura pelos autocarros.

Carreiras ajustadas

A Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) resolveu ajustar alguns percursos de autocarro, aditando ou eliminando paragens, a fim de dar resposta ao elevado número de passageiros e assegurar a fluidez das deslocações. Assim, serão ajustados diversos horários na carreira 101X, “tendo em conta o fluxo de passageiros”, sobretudo nas horas de ponta e feriados, bem como a frequência da carreira 102X em todos os horários.

“A fim de facilitar as deslocações e correspondência entre carreiras” o autocarro 35 fará escala nas paragens “Jardim do Lago”, “Instituto de Enfermagem Kiang Wu Macau” e “Rua da Patinagem / Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Oriental”. Enquanto isso, o autocarro 51 fará escala nas paragens “Estrada Flor de Lótus / Avenida da Nave Desportiva” e “Estrada Flor de Lótus / Rotunda Flor de Lótus 1”. A partir de sábado, e desde a primeira partida da manhã, serão ainda ajustadas as carreiras N5, 26, 36, 51A, AP1 e AP1X, bem como a carreira especial 73, sendo aditadas paragens e canceladas outras.

Como exemplo, o autocarro 73 deixa de parar no “Edifício dos Serviços de Migração / Pac On”, enquanto a carreira 51X fará uma paragem na “Estrada do Pac On / Novos Aterros”. A DSAT vai ainda ajustar a carreira H3, que fará paragens junto à Pousada Marina Infante e Avenida M. Flor de Lótus / Galaxy1, a fim de “fazer face ao aumento do fluxo de passageiros na zona e facilitar as deslocações dos cidadãos”.

Quanto ao autocarro M5, e “para aumentar a eficiência da carreira”, também será alterado o seu percurso, passando este autocarro pela Rua Cidade do Porto para regressar à Alameda Dr. Carlos D ‘Assumpção sem alterar as paragens de escala.

25 Ago 2023

Saúde | Zheng Anting quer sincronia médica entre Macau e Hengqin

O deputado ligado à comunidade de Jiangmen espera que hospitais e clínicas possam marcar consultas transfronteiriças, para satisfazer as necessidades de residentes que circulam diariamente entre as duas zonas. Além disso, critica a inconveniência de repetir exames médicos dos dois lados da fronteira

 

O deputado Zheng Anting apelou às autoridades para que tomem medidas para implementar o reconhecimento mútuo dos processos médicos entre instituições de saúde de Macau e de Hengqin. Numa opinião partilhada no jornal Exmoo, o representante da comunidade de Jiangmen considera que ainda há muito para fazer no campo da saúde de forma a tornar mais fácil a vida dos residentes que se deslocam entre Macau e a Zona de Cooperação Aprofundada todos os dias.

Um dos aspectos em que considera ser necessário melhorar é o reconhecimento mútuo dos processos médicos. Segundo as explicações do legislador, actualmente os residentes têm de repetir no Interior os exames médicos feitos em Macau, e vice-versa, porque as instituições não reconhecem os resultados.

A repetição dos exames é considerada excessiva e redundante, não só devido à necessidade de pagar duas vezes pelo mesmo exame, a maior parte das vezes com resultados iguais, mas também pelo tempo perdido antes do tratamento.
Para responder ao problema, Zheng Anting propõe o reconhecimento entre instituições, assim como a possibilidade de os processos clínicos serem transferidos entre Macau e o Interior, para as instituições terem acesso ao historial clínico dos pacientes.

O deputado de Jiangmen recordou mesmo que o Programa Piloto eHR (Electronic Health Record), que permite a partilha dos processos entre o Centro Hospitalar Conde de São Januário e o Hospital Kiang Wu, foi lançado há oito anos, mas que desde então não teve mais desenvolvimentos.

Marcação de consultas

Por outro lado, o deputado defendeu a criação de um mecanismo que permita a marcação de consultas em Macau, a partir das instituições médicas de Guangdong e vice-versa.

Segundo o legislador, se fosse possível realizar marcações transfronteiriças de consultas, os serviços seriam muito mais convenientes para os residentes que vivem entre as duas regiões. Para implementar este sistema, o deputado defendeu a criação de um programa piloto na Zona de Cooperação Aprofundada em Hengqin.

Zheng Anting espera assim que o Governo acelere a articulação do sistema e dos serviços de saúde entre a Ilha da Montanha e Macau, destacando que é o assunto mais importante para os residentes locais e também um factor para medir as metas do desenvolvimento da Grande Baía.

26 Jul 2023

Dia da Criança | Arraiais, prendas e visitas ao Museu do Exército animam mais novos

A partir de domingo, até ao final de Junho, Macau vai-se desdobrar em actividades para assinalar o Dia da Criança. Passeios em família, oferta de prendas a crianças hospitalizadas, jogos sobre direitos das crianças e visitas ao Museu do Exército do Quartel Militar da Taipa, para aprofundar o sentimento patriótico de alunos do ensino primário, são algumas das actividades programadas

 

Durante mais de um mês, o Governo, com a colaboração de algumas associações tradicionais, vai organizar uma panóplia de actividades para celebrar o Dia da Criança, que se assinala a 1 de Junho.

O cartaz de celebrações arranca já no próximo domingo, 21 de Maio, com o Concurso de Passeio na Comunidade, organizado pela Federação das Associações dos Operários de Macau para animar a pequenada, incentivar a interacção entre pais e filhos e “construir em conjunto uma relação positiva e saudável entre familiares e um estado físico e mental saudável”, anunciou ontem o Instituto de Acção Social (IAS). O passeio tem início nas Ruínas de São Paulo, às 13h30 e termina às 18h no Centro de Actividades Juvenis da Federação das Associações dos Operários de Macau.

Como não poderia deixar de ser, uma das actividades em destaque que promete alimentar a imaginação das crianças é a visita ao Museu do Exército do Quartel Militar da Taipa da Guarnição do Exército de Libertação do Povo Chinês estacionado em Macau.

A visita, marcada para o dia 27 de Maio, irá levar cerca de 300 estudantes do ensino primário a assistir a uma apresentação feita por militares com o intuito de “aprofundar o conhecimento dos estudantes sobre o Exército de Libertação do Povo Chinês estacionado em Macau e o sentimento patriótico”.

Jogos e prendas

Grande parte das actividades programadas para celebrar o Dia da Criança são de cariz pedagógico. Uma das principais é a exposição itinerante de placards que explicam os direitos das crianças, nomeadamente os consagrados em convenções internacionais, e a evolução dos mesmos. A mostra irá percorrer várias escolas de Macau, assim como centros da FAOM.

No dia 1 de Junho serão distribuídas prendas a 199 crianças internadas no Centro Hospitalar Conde de São Januário e no Hospital Kiang Wu, “como forma de lhes transmitir as saudações festivas e votos de felicidades apresentados pelo Governo da RAEM e pelos diversos sectores da sociedade”. As prendas são patrocinadas pela Comissão Organizadora do Dia Mundial das Crianças (que reúne um leque variado de instituições públicas, órgãos do Governo e associações tradicionais) e pela Obra das Mães.

O Governo acrescenta ainda que a Federação das Associações dos Operários de Macau, a União Geral das Associações dos Moradores de Macau, a Cáritas de Macau e a Associação Geral das Mulheres de Macau, vão realizar vários arraiais, sem que sejam especificadas as actividades que vão acontecer.

Ao longo do mês de Junho será ainda organizado o sorteio de jogos online sobre a Convenção sobre os Direitos da Criança.

18 Mai 2023

Covid-19 | Reincidência de infecções em apenas 1% dos casos

Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde de Macau (SSM), disse aos media chineses que os casos de pessoas infectadas por covid-19 uma segunda vez representam apenas um por cento da totalidade dos casos registados nos últimos dias.

O responsável adiantou ainda que o tipo XBB da variante Ómicron, mais facilmente contagioso, é o mais comum nos casos diagnosticados, mas não deverá verificar-se um aumento de casos graves. Alvis Lo garantiu que existem no mercado medicamentos disponíveis para aliviar os sintomas da covid e que os kits de apoio distribuídos pelo Governo no último surto estão ainda dentro do prazo de validade.

Entretanto, na sexta-feira e sábado, foram registados nove casos de internamento por covid. Na sexta-feira, foram detectados sete casos, dois no Centro Hospitalar Conde de São Januário e cinco no hospital Kiang Wu. No sábado, os dois casos registados ficaram internados apenas no hospital público. Os dados foram revelados pelo centro de coordenação de contingência do novo tipo de coronavírus.

15 Mai 2023

Covid-19 | Secretários da Segurança, Justiça e Assuntos Sociais infectados

Wong Sio Chak, André Cheong e Elsie Ao Ieong U estão infectados com covid-19. A notícia avançada ontem pelo centro de coordenação de contingência esclarece que dois dos secretários foram infectados durante viagens, apresentando sintomas ligeiros e condição clínica estável

 

O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus anunciou ontem que o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, o secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, e a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U estão infectados com covid-19. As autoridades acrescentam que esta foi a primeira vez que os governantes em questão contraíram a doença, dois deles durante visitas ao exterior, sem especificar exactamente quais. “Actualmente, os três membros do Governo apresentam sintomas ligeiros e encontram-se em estado estável, não necessitando de internamento hospitalar”, completam as autoridades de saúde.

O centro de coordenação de contingência referiu ainda que “o número de infecções do novo tipo de coronavírus tem aumentado nos últimos dias”, e apelou aos residentes para reforçarem as medidas de protecção pessoal e reduzir os riscos de infecção.

Apesar de as autoridades de saúde não especificarem quais dos casos positivos entre os altos cargos do Executivo foram importados, é de salientar que a secretária para ao Assuntos Sociais e Cultura esteve na segunda-feira em Haikou, na província de Hainão, onde assinou uma série de acordos com o Ministério da Cultura e Turismo chinês e outras entidades nacionais.

Testes e máscaras

As autoridades de saúde anunciaram que na segunda-feira foram submetidos a internamento em instalações de isolamento e tratamento dos Serviços de Saúde mais sete pessoas na sequência de infecções de covid-19. Sem adiantar o estado clínico dos pacientes, foi referido que um doente ficou internado no Centro Hospitalar Conde de São Januário e seis no Hospital Kiang Wu, “não havendo registo de nenhum caso mortal”.

Seguindo a lógica de reforço da protecção, começa amanhã mais uma ronda de fornecimento de reagentes para os autotestes rápidos de antigénio que estarão à venda até ao dia 25 de Maio.

Como vem sendo normal, cada pessoa pode comprar dez testes rápidos de antigénio pelo preço de 40 patacas. Os testes vão estar à venda em 55 farmácias convencionais dos Serviços de Saúde, cinco postos da Associação Geral das Mulheres de Macau e cinco postos da Federação das Associações dos Operários de Macau.

11 Mai 2023

Covid-19 | Novos casos provocam 15 internamentos em três dias

Entre sexta-feira e domingo, 15 pessoas foram submetidas a internamento hospitalar na sequência de infecções por covid-19, numa altura em que se estima que os novos casos diários ultrapassem os 20. As autoridades garantem que vão continuar a monitorizar a evolução das infecções, apesar de a OMS ter declarado o fim da pandemia

 

No espaço de três dias, foram sujeitos a internamento hospitalar 15 pessoas em resultado de infecções por covid-19. Segundo avançou ontem o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, no domingo foram internados nas instalações de isolamento e tratamento dos Serviços de Saúde sete doentes, seis dos quais foram admitidos no Hospital Kiang Wu e o outro foi internado no Centro Hospitalar Conde de São Januário.

No sábado, as autoridades contabilizaram cinco internamentos, enquanto que na sexta-feira foram internadas três pessoas infectadas com covid-19, revelando uma tendência ascendente dos casos que obrigam a hospitalização. O centro de coordenação e contingência salienta, porém, que não foram registadas mortes resultantes de infecções por covid-19.

O aumento do número de infecções já havia sido mencionado várias vezes por responsáveis governamentais da área da saúde, através do alerta para um eventual surto pandémico este mês.

Em declarações proferidas no fim-de-semana, o director do Centro Hospitalar Conde de São Januário, e subdirector dos Serviços de Saúde, Kuok Cheong U afirmou que o número de novos casos diários de covid-19 no território deve ultrapassar as duas dezenas.

Em declarações citadas pelo jornal Ou Mun, o responsável salientou que o ressurgimento das infecções, passados cinco meses na vaga de Dezembro que infectou quase toda a população de Macau, é um fenómeno imunológico normal.

Ciclo da vida

Kuok Cheong U realçou que os Serviços de Saúde vão continuar a acompanhar de perto a propagação da nova estirpe da covid-19, assim como os casos de gripe, monitorizando aspectos como o tempo de espera dos doentes no serviço de urgências e, se necessário, destacar pessoal e material adicional para fazer face a situações de emergência.

Recorde-se que na sexta-feira o director-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o fim da emergência global para a covid-19 a nível global, aceitando a recomendação do comité de emergência.

“No último ano, o comité de emergência e a OMS têm analisado os dados com cuidado, considerando quando seria o tempo certo para baixar o nível de alarme. Ontem [quinta-feira], o comité de emergência reuniu-se pela 15.ª vez e recomendou-me que declarasse o fim da emergência global. Eu aceitei esse conselho”, afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus em conferência de imprensa.

Segundo afirmou, o levantamento da emergência de saúde pública global (PHEIC, na sigla em inglês), o nível mais alto de alerta que pode ser decretado pela organização, “não quer dizer que a covid-19 terminou como uma ameaça de saúde”. “Na última semana, a covid-19 reclamou vidas a cada três minutos e estas são apenas as mortes que sabemos. Actualmente, milhares de pessoas em todo o mundo estão a lutar pela vida nos cuidados intensivos e outros milhões continuam a viver com os efeitos debilitantes da condição pós-covid-19”, alertou o director-geral da OMS.

De acordo com Tedros Adhanom Ghebreyesus, o coronavírus SARS-CoV-2 “está para ficar” e continua a evoluir, o que faz com que permaneça o risco do surgimento de novas variantes eventualmente causadoras de surtos e mortes. Com Lusa

8 Mai 2023

Saúde | Três pessoas em estado crítico com gripe A e covid-19

Os Serviços de Saúde foram notificados na sexta-feira de duas pessoas em estado crítico na sequência de infecções de covid-19 e gripe A.

O caso grave do novo tipo de coronavírus foi detectado num homem de 41 anos de idade, visitante do Interior da China. O paciente começou a sentir sintomas como febre, tosse e dificuldades respiratórias no dia 22 de Abril e recorreu às urgências do Hospital Kiang Wu, onde foi diagnosticado com covid-19 e recusou internamento hospitalar. Cinco dias depois, os sintomas agravaram-se, forçando o paciente a recorrer de novo ao Serviço de Urgência do Hospital Kiang Wu. Posteriormente foi transferido para a Unidade de Cuidados Intensivos do Centro Hospitalar Conde de São Januário CHCSJ, onde foi diagnosticado com infecção pulmonar. Na noite de sexta-feira, o doente encontrava-se em estado crítico, necessitando de apoio do ventilador respiratório. As autoridades indicaram não conhecer o historial de infecção e vacinação do paciente.

O outro caso grave diz respeito a uma residente de Macau, com 64 anos de idade e historial clínico de doença crónica, que estava na sexta-feira em estado grave nos Cuidados Intensivos do CHCSJ na sequência de infecção por gripe A.

Com um quadro clínico dominado por infecção pulmonar e insuficiência respiratória, a paciente encontrava-se em estado crítico, necessitando de apoio de ventilador respiratório.

Os Serviços de Saúde não actualizaram a situação dos pacientes mencionados. Porém, acrescentaram que a menina de 8 anos que estava em estado grave devido a infecção de gripe A continua em estado crítico na Unidade de Cuidados Intensivos do Serviço de Pediatria do CHCSJ.

A criança tem um quadro clínico muito grave, com complicações por pneumonia, encefalopatia necrosante aguda e hemorragia cerebral.

2 Mai 2023

Complexo das Ilhas | Novo hospital com três níveis de taxas moderadoras

O pagamento de tratamentos no Complexo Hospitalar de Saúde das Ilhas será dividido em três níveis. Os utentes residentes terão de ser encaminhados pelos Serviços de Saúde para terem acesso às taxas mais baixas. O Governo não deu detalhes sobre condições para não-residentes

 

O futuro Complexo Hospitalar de Saúde das Ilhas – Centro Médico de Macau do “Peking Union Medical College Hospital” terá três níveis de taxas moderadoras para o acesso aos cuidados de saúde.

Segundo o deputado Vong Hin Fai, presidente da comissão que ontem reuniu mais uma vez para discutir o diploma que irá regular a gestão do novo complexo, estes três níveis baseiam-se no decreto-lei em vigor desde 1986, que “Regulamenta o acesso da população do território de Macau aos cuidados de saúde”.

O diploma estipula a gratuitidade de cuidados médicos para residentes que sejam funcionários públicos, professores, idosos com mais de 65 anos ou crianças com menos de dez anos, entre outros. Este grupo de pessoas fará parte do “primeiro nível” de taxas do novo hospital, seguindo-se um “segundo nível” composto pelos residentes que não são abrangidos por estas categorias e que, conforme o decreto-lei, têm de pagar 70 por cento dos tratamentos.

No entanto, Vong Hin Fai ressalvou que os residentes têm sempre de ser encaminhados pelos Serviços de Saúde (SS) para serem atendidos no Centro Médico mediante este regime de taxas. Caso optem por serem tratados no novo hospital, apesar de terem BIR, já entram no “terceiro nível” de taxas, em regime aberto, pagando um “valor razoável” que será definido pelo próprio Centro Médico consoante o mercado, adiantou o deputado.

Na prática, funcionará o mesmo modelo de taxas moderadoras que já funciona entre o sector público e privado com entidades como o Hospital Kiang Wu ou a unidade de saúde da Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau (MUST). Não foi discutido, entre Governo e deputados, o caso concreto dos turistas, que pagam os tratamentos médicos a dobrar, nem dos trabalhadores não-residentes, que pagam os custos de tratamento na totalidade, sem apoios.

O Centro Médico de Macau do “Peking Union Medical College” terá ainda serviço de urgência, “não existindo diferenças entre o público e privado”. “Os utentes vão lá e serão recebidos. Caso haja internamento, as taxas serão cobradas tendo em conta o valor definido para as taxas”, frisou Vong Hin Fai.

Neste contexto, o presidente da comissão permanente adiantou que o Governo disse que o decreto-lei “está em vigor há cerca de 40 anos e que será revisto”, embora a revisão não aconteça ao mesmo tempo da análise do regime jurídico relativo ao novo hospital.

Plano para 20 anos

Nas respostas escritas enviadas aos deputados, o Governo explicou que já existem três acordos assinados entre as autoridades e o “Peking Union Medical College Hospital”. O acordo assinado com esta entidade é de dez anos, com a possibilidade de renovação automática por mais dez.

“Há uma cláusula sobre isso no acordo assinado e não temos mais detalhes. Como a Comissão Nacional de Saúde [entidade com a qual o Governo de Macau assinou o acordo] é uma entidade estatal, achamos que o acordo pode ir até aos 20 anos”, disse Vong Hin Fai.

Outro ponto analisado pelos deputados foi o pagamento das taxas relativas ao uso da marca do “Peking Union Medical College” e gestão, suportadas pela RAEM. “Quais serão as despesas? Isso carece de colaboração de ambas as partes. No futuro serão negociadas as despesas sobre a utilização da marca e gestão.”

Quanto à formação de profissionais de saúde, Governo garante que 100 enfermeiros locais estão a concluir a sua formação. Além disso, o Centro Médico terá pessoal de gestão destacado pelo “Peking Union Medical College”, enquanto os restantes serão contratados localmente.

14 Abr 2023