Poesia | Livro de Francesco Navarrini apresentado esta sexta-feira na Livraria Portuguesa

Francesco Navarrini apresenta “Palavras à janela”, esta sexta, na Livraria Portuguesa. Uma compilação de poemas criados entre viagens, que são agora dados a conhecer a Macau pelo italiano que fala sete línguas e que pretende pôr os leitores a viajar pela liberdade de pensamento

[dropcap style=’circle’]”[/dropcap]Parole alla finestra” é o livro que Francesco Navarrini apresenta na Livraria Portuguesa já na próxima sexta-feira. “Uma compilação” de textos que o autor italiano, residente na RAEM, mostra agora ao público e que foi escrita entre 2003 e 2011, numa espécie de volta ao mundo e volta ao interior do poeta. O livro é um convite ao imaginário de cada do leitor.
Francesco Navarrini começou a escrever em 2001 e a participar com sucesso em concursos de poesia. Até esse ano, “fazia muitas viagens, mas eram viagens mentais”, como afirma o autor ao HM.
O mestre em Ciência Política deixou pela primeira vez o país que o viu nascer em 2001, quando foi fazer o programa de Erasmus na Lapónia. Já escrevia antes desta viagem, mas com a entrada “no deserto gelado” teve necessidade de parar. “Não era possível assimilar o mundo, as novidades e as experiências e escrever ao mesmo tempo”, refere.
A opção pela Lapónia foi simples e já reflectia o ir mais longe. Tinha a hipótese de Barcelona, mas “quanto mais longe e diferente melhor”, como assegura. “Foi uma experiência extrema e brutal e a partir daí comecei a viver mais e a escrever menos, havia tanto para viver e fazer que não conseguia perder tempo a escrever.”
A escrita voltou em 2003, altura em que estava num “outro deserto”, desta feita num parque natural na Bolívia a cinco mil metros de altura. Foram as montanhas longínquas que alteraram a sua concepção de espaço e que trouxeram de volta a necessidade de escrever. Foi ali que “encontrou as palavras para aquilo que queria dizer”.

Línguas e personalidades

Hoje em dia fala sete línguas. Apesar de ainda escrever maioritariamente em Italiano, para Francesco “uma língua não é só a tradução de uma palavra mas implica uma forma diferente de ver a realidade”. Para o autor, a mesma palavra em línguas diferentes pode alterar o conteúdo, a situação, ou mesmo a atitude de quem a escreve.
Se um dia resolveu estudar Ciência Política de modo a entender a realidade que o rodeia, a escrita apareceu como forma de a contar. A poesia, por sua vez, é a “forma mais simples de o fazer”. “Por ser directa e muito íntima é uma forma de expressão capaz de mostrar a realidade sem juízos de valor”, frisa.
“Palavras à janela” é um livro que não limita o leitor. Para Francesco Navarrini é um compromisso com a liberdade de pensar e do próprio leitor, sendo a sua escrita uma “imagem” a ser interpretada livremente por cada um, ao mesmo tempo que dá a possibilidade de “fazer a sua própria criação”.
A apresentação da obra está marcada para as 18h30 da próxima sexta-feira e o autor espera que, acima de tudo, seja um encontro interactivo com os interessados em conhecer e discutir o livro. A entrada é livre.

9 Ago 2016

Erro Médico | Lei vai a votos ainda nesta sessão legislativa

Foi assinado o parecer da Lei do Erro Médico e o diploma vai dar entrada na AL ainda nesta sessão legislativa. Depois de anos em análise, os deputados consideram a finalização do diploma “foi uma grande vitória”

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Regime Jurídico do Erro Médico viu a sua análise terminada. O diploma, que conta já com dois anos e nove meses de análises e versões, já foi finalizado pelo Governo e segue agora para ser analisado e votado pelos membros do hemiciclo, ainda nesta sessão legislativa.
Para o presidente da 3.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa, Cheang Chi Keong, a demora deveu-se à “grande complexidade” da lei, sendo que “muitos interesses que se reflectem na sociedade foram tidos em conta, bem como os devidos aspectos técnicos” do diploma. A esta panóplia de causas junta-se a mudança de Governo, registada em 2014.
Para Cheang Chi Keong, a assinatura do parecer foi “uma grande vitória”, ainda que tenha sido tardia. “Não foi fácil mas finalmente conseguimos concluir. De facto, a nossa colaboração com o Governo foi óptima. Apesar de alguns obstáculos, como a mudança de Governo, conseguimos. Era [uma proposta] para ser concluída no próximo ano, mas conseguimos antecipar o trabalho.”
Se passar no hemiciclo, a lei só entrará em vigor 180 dias após a sua publicação em Boletim Oficial, ao contrário dos 142 inicialmente previstos. Esta alteração deve-se à necessidade de mais tempo para a colocar devidamente em prática.

Opiniões divididas

O diploma sempre levantou polémica do lado dos profissionais, que o consideram mais para proteger os doentes do que os médicos. Já em 2014 a Associação de Médicos de Língua Portuguesa de Macau considerava que esta lei “não era necessária” nem iria introduzir “melhorias” na prestação dos cuidados de saúde. Num parecer enviado à AL na altura, quando presidida por Rui Furtado, a Associação criticava o diploma e antevia uma “medicina defensiva”. Dois anos e uma nova cara na presidência da Associação depois, não mudou muito o sentimento.
“Esta lei é sem dúvida discutível”, indicou ao HM, o mês passado, Jorge Sales Marques, actual presidente da Associação. “Em qualquer parte do mundo esta é uma lei discutível, em Portugal também houve discussão sobre o tema. Enfim, temos de aceitar a lei, ela existe e foi aceite pelos deputados, mas temos de saber interpretá-la muito bem”.
O alerta de Sales Marques chegava na mesma linha de pensamento de Cheung Iek Lap, deputado e médico. “A lei é fundamentalmente para proteger o doente”, ressalva o profissional. “Temos de pensar quem é que defende o médico? Qualquer pessoa pode acusar outra e os médicos, por sua vez, poderão fazer uma medicina mais defensiva devido a esta lei.”
Para Cheung Iek Lap, essa é precisamente a falha desta lei. “A proposta diz no início que é para proteger os direitos de ambas as partes, mas não encontro nada que esteja a proteger os médicos”, frisou no mês passado.
O diploma, que segue de imediato para a AL para que seja analisado antes das férias, vai implicar a compra de seguro de responsabilidade civil obrigatório que terá que ser adquirido pelos médicos e a criação de um centro de mediação, bem como a possibilidade de contratação de “peritagem de fora” para analisar eventuais casos.
Já a Comissão, segundo a rádio Macau, considera que o Governo está a “apostar os interesses dos utentes num jogo de alto risco”, devido ao facto de ter que ser o doente a provar que houve erro médico.

8 Ago 2016

Angola | Uma crise sem fim à vista, num país onde a China recebe milhões

Angola, um país onde cerca de 70% da população vive com menos de dois dólares por dia. É na venda do petróleo e nos chamados “petrodólares” que assenta a economia do segundo maior produtor do “ouro negro” em África. O preço do barril caiu, os petrodólares não entram nos cofres e a crise instala-se. Não há divisas, não há bens e a miséria continua a ser só de alguns, enquanto o povo, na sua maioria, não se apercebe do que se passa

[dropcap style=’circle’]“[/dropcap]O salário que mingou, a comida que aumentou o preço, de ano para ano…” Podiam ser apenas as palavras das músicas do angolano Paulo Fores, que ao ritmo local do semba, descreve as “coisas da terra”. Mas o tema, que era de há muito, continua mais que actual. Angola está em crise económica, social e humana.
O HM quis saber o que é viver neste momento naquela que ainda há poucos anos era uma economia promissora e que se vê agora a braços com uma crise económica agravada. Da falta de alimentos nos supermercados, à inflação que muda de hora a hora, passando pela falta de divisas para poder comprar o que vem de fora, o cenário é de preocupação pelos que por lá ganham a vida e que sentem na pele o estado das coisas. Mas, paralelamente à crise financeira, está uma outra, caracterizada por um medo geral e o não querer falar do país onde se vive.
Ao HM as respostas de “não falo” foram várias e foi no anonimato que se conseguiu ouvir o relato de um país “sem eira nem beira”, como descreveu ‘L’, um dos inquiridos que lá vive há mais de dez anos e que, “por segurança”, também prefere não se identificar.

Fonte que secou

Em 2014, 70% das receitas fiscais de Angola tiveram por base o petróleo. Um ano depois, o rácio não foi além dos 36,5%. Os números são fornecidos pela agência Lusa face à projecção do governo angolano, que tem por base a quebra continuada da cotação internacional do crude. No segundo maior exportador africano do ouro negro, é o petróleo e a recente ausência dos chamados “petrodólares” a causa de riquezas e desgraças e a culpa é da baixa do preço do barril. angola
Para quem lá vive, a descida de preços do petróleo é efectivamente uma das grandes causas, mas não é só. ‘R’, de 40 anos, um português a trabalhar neste país subsariano, afirma que o “caos” se deve ao facto de não ter sido feita “uma almofada financeira” capaz de evitar que, em momentos destes, as divisas não fossem abaixo. Por outro lado, refere, é a “má gestão aliada à corrupção que está na base do regresso dos tempo difíceis”.
Para ‘J’, também português e que trabalha na capital angolana, o petróleo não é justificação para tudo. “Há gente que se está a aproveitar desta situação de crise”, afirma. A opinião é ainda partilhada por José P., fotógrafo angolano que fala com aflição e tristeza do estado das coisas.
“O petróleo, aliado à má gestão, à má distribuição da riqueza, à corrupção e à ausência de estratégias políticas / económicas que dotassem o país de capacidade para tornear os problemas resultantes da queda dos preços nos mercados internacionais” é a razão da crise. “Uma ineficaz ou inexistente política para a tão propalada diversificação económica são, se calhar, a justificação para o estado em que nos encontramos”, diz ainda, acrescentando que “em tempo de crise há quem se aproveite e muito da situação e que com a especulação enriqueça de um dia para o outro”. É que esta, como descreve, não é uma crise de todos nem para todos.

Acabaram os petrodólares

“Petrodólares” é a gíria usada para classificar os montantes que entram no país com a venda do barril de crude. Baixa o preço, baixam os “petrodólares”. E neste momento o país está sem divisas. “Não há dinheiro” para pagar os bens de primeira necessidade que entram em navios de contentores e aqueles que antes se acumulavam junto ao porto de Luanda são agora “cada vez menos”.
Um país que não produz e que depende em muito das importações apresenta agora as prateleiras dos supermercados cada vez mais vazias e quando há comida, já se começam a ver anúncios de racionamento. “Um litro de leite por cliente” avista-se um pouco por todo o país, “isto quando o há”, como ilustra ‘R’.
De há dois anos a esta parte muito mudou por este país africano. “O custo da comida aumentou muito e há zonas que já nem há”, como afirma ‘J’, enquanto compara o actual estado da Luanda ao que encontrou na sua chegada. “Existirem bens essenciais até existem, mas a preços que são muito elevados” num lugar onde uma laranja importada pode custar 15 dólares.
‘R’ trabalha entre a cidade de Ndalatando e a capital, Luanda. O tempo em viagem entre ambas pode ir até às cinco horas e, se em Luanda até há bens, apesar de racionados e a “preços impensáveis”, naquela cidade de província as prateleiras já começam a aparecer mais vazias e muitos dos produtos que até agora faziam parte do dia a dia dos supermercados tendem a escassear na sua maioria. E nem a preços altos, existem.
“Chega ao ponto de se racionarem as garrafas de água que cada cliente pode levar. Em Ndalatando já não existe carne também”, o que obriga a viagens à capital para que possa ser levada comida para casa.
Já ‘L’, que vive no sul do país diz que “os preços nos mercados mudam de manhã para a tarde, a oferta/variedade é cada vez menor, excepto no Shoprite (cadeia de supermercados angolanos), pois as mercadorias dessa rede vêm por terra, a partir da Namíbia”. “Mas, aproveitam-se e possuem preços pornográficos. Começa a haver racionamento de pão, leite, óleo e sal”, remata.

E o povo?

A diferença de classes é óbvia e oscila entre o petróleo e os diamantes e a farinha de mandioca. A “crise só afecta a alguns” e para R “a população angolana sempre esteve habituada à miséria porque nunca lhes foi dado mais, sentindo-se satisfeitos com a forma como vivem visto não conhecerem outras soluções”. Metaforicamente, ‘L’ afirma que “quem sempre comeu funge, funge continuará a comer”, referindo-se à base alimentar do país baseada numa mistura de água com farinha de mandioca ou de milho, que dá a ilusão de fome saciada e “barriga cheia”. E no futuro, a situação “só vai piorar”.
‘Y’, advogada filha da terra, com cerca de trinta anos, vive na capital. Na sua opinião, a população no geral “nem sequer sabe de muito do que se passa no país”, pois “é preciso mais educação e formação para que as pessoas tenham noção da miséria em que vivem”.
Já José P. baixa os braços ao falar de um povo que “vive um dia após outro, sem sonhos sem perspectivas, sem futuro” enquanto as crianças brincam nas várias lixeiras a céu aberto e que voltam a invadir a capital.
Mas há lugar para a esperança inevitável para quem ali nasceu e ‘Y’ mostra que, no fundo, ainda há uma pequena luz que poderia iluminar o futuro da terra do Kwanza, se o país passasse a investir em si próprio e a ter em conta os outros recursos de que dispõe”. Para a advogada, a solução está no “apostar na produção da agricultura e na agropecuária”, sendo que o país tem fontes de rendimento que não estão a ser usadas da melhor maneira. “Existem muitos recursos que não estão a ser explorados.”

Não há

A saúde sempre foi um sector delicado quando se fala do sector público de Angola, mas “os hospitais de Luanda estão a ficar sem capacidade de resposta devido a surtos de malária e de febre amarela”, como afirmou o Ministro da Saúde de Angola em Março passado.
“Em Luanda, o Hospital Pediátrico David Bernardino, a unidade sanitária especializada no tratamento de crianças, chegou a registar 25 mortes por dia. Faltava um pouco de tudo naquela unidade sanitária desde luvas, seringas, agulhas e diversos materiais gastáveis essenciais para salvar as dezenas de crianças que acorriam àquela unidade hospitalar”, afirma o site de notícias dedicado aos países lusófonos “voaportuguês”. Ainda assim, a situação de emergência não foi declarada.
As campanhas para a vacinação contra a febre amarela, por exemplo, inundam as rádios entre kizombas e kuduros. Mas não há vacinas. Como afirmam declarações anónimas feitas no início deste ano por uma médica que integra a equipa dos Médicos do Mundo. Residente numa província no norte do país, ‘M’ afirma que as vacinas que ali chegam são destinadas aos profissionais de saúde. “Não há mais” e as pessoas que se tentam dirigir aos centro de saúde não conseguem ser vacinadas. Com o medo da epidemia instalado já circulam no mercado paralelo “tubinhos com líquidos variados” que são vendidos à população a preços exorbitantes enquanto vacinas, sem “dó nem piedade”.
O HM entrou em contacto com o Consulado Geral da República de Angola em Macau, mas não obteve resposta até ao final da edição.

Negócio da China – Mais de meia centena de obras atribuídas a empresas chinesas

Não é estranho atravessar os arredores de Luanda e passar por quilómetros de estrada que, não fosse a alternância com os capimzais, poderia ser confundida com uma qualquer estrada na China. Numa das ligação de Luanda à cidade de Viana, os anúncios que denominam as empresas que por ali habitam e os painéis publicitários estão numa língua só expressa em caracteres. É a China que ali vive e é uma área da China para a China.
De empresas de construção, a agências de publicidade e anúncios de venda de areia ou cimento, tudo é escrito em Mandarim e o alvo são as empresas do Império do Meio, que muito tem investido no país.
De acordo com a agência Lusa, e relativamente aos dados mais recentes datados de Junho de 2016, o governo angolano adjudicou a empresas chinesas, por despachos do Presidente da República, José Eduardo dos Santos, 24 obras em várias áreas, por 1,26 milhões de dólares financiados pela Linha de Crédito da China (LCC).

Meninas a fazer farinha de mandioca (Foto de Sofia Mota)
Meninas a fazer farinha de mandioca (Foto de Sofia Mota)

A informação consta de 15 despachos presidenciais com data de 7 de Junho e mais nove de 8 de Junho, aos quais a Lusa teve acesso e que adjudicam as empreitadas a empresas chinesas, ainda que prevendo a subcontratação de algumas empresas angolanas.
Acrescem outras 30 obras para construção de linhas de transporte de electricidade para quase meio milhão de casas, redes de abastecimento de água ou reparação de estradas, em várias províncias do país, igualmente ao abrigo da LCC e adjudicadas a empresas chinesas na última semana de Maio por 1,898 milhões de dólares.
Até à data foram 54 as empreitadas adjudicadas pelo governo angolano a empresas chinesas, no âmbito da LCC e que ascendem já a mais de 3,2 mil milhões de dólares.  
Os concursos foram limitados “por prévia qualificação” das empresas, no âmbito desta linha de financiamento.
A Lusa noticiou a 21 de Janeiro que a LCC vai financiar 155 projectos em Angola com 5,2 mil milhões de dólares, a executar por empresas chinesas, estimando o governo angolano a criação de quase 365 mil empregos.
 No plano operacional da LCC, elaborado pelo governo angolano com as obras a realizar pelas empresas chinesas ao abrigo deste financiamento, o sector da energia e águas lidera, em termos dos montantes a investir, entre nove sectores, com 2,1 mil milhões dólares alocados para 34 projectos.
 O sector da construção, incluindo a reabilitação de estradas, contará com 33 projectos, mobilizando 1,6 mil milhões de dólares.
 A educação concentra o maior número de projectos, num total de 55, sobretudo a construção de escolas, num investimento global de 374 milhões de dólares. O documento é acompanhado por uma lista com 37 empresas chinesas “recomendadas para o mercado angolano”, ao abrigo da LCC.

8 Ago 2016

Bilhetes à venda para nova temporada da Orquestra Chinesa

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]reentré ainda está a um mês de distância mas já se anuncia com sons clássicos chineses. Depois da Orquestra de Macau, o Instituto Cultural coloca hoje à venda os bilhetes para a próxima temporada de espetáculos da Orquestra Chinesa de Macau, que tem início em Setembro. O concerto inaugural, “Romance do Sonho das Borboletas”, terá lugar no dia 4 de Setembro pelas 20h00 horas, no Centro Cultural de Macau (CCM).
“Romance do Sonho das Borboletas” estreia sob a batuta do maestro Pang Ka Pang e a Orquestra irá colaborar com a Orquestra Chinesa do Teatro de Danças e Cantares de Fujian, com Sophia Feinga Su, proclamada “Prodígio do Violino de Macau”, e com Sun Li, vencedor do Prémio Wenhua no 9.º Festival de Artes da China, como avança o CCM em comunicado.
Do repertório consta ainda a apresentação de várias obras de música tradicional chinesa, incluindo a história de amor “Os Amantes Borboleta”, a suite sinfónica “O Sonho da Rota Marítima da Seda”, “Um Lugar Distante” e “Largo al factorum”.
No concerto de encerramento da temporada, “Encontro com a Música Chinesa”, a Orquestra Chinesa de Macau proporcionará aos entusiastas de música um serão de música chinesa. O concerto “Alegre Harmonia”, integrado no XXX Festival Internacional de Música de Macau, reúne artistas das quatro regiões de ambos os lados do Estreito para expressar a “beleza da música tradicional chinesa”.
A temporada que se avizinha conta ainda com a participação de directores artísticos como Wang Yidong, Shi Haibin, Sun Weixi e Chen Jun, que apresentam concretos de cordas friccionadas, dedilhadas, de sopros e percussão.

8 Ago 2016

Nida | Secretário desculpa-se e director justifica-se sobre tufão

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Secretário para os Transportes e Obras Públicas apresentou ontem um pedido de desculpas aos cidadãos de Macau. Raimundo do Rosário admitiu que não existiu um bom desempenho por parte dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG), que estão sob a sua tutela, nomeadamente no que respeita à comunicação sobre o tufão Nida.
“Não fizemos um bom desempenho e por isso é realmente preciso pedirmos desculpas”, afirma Raimundo do Rosário. “A possibilidade de içar o sinal 8” e de isso não ter acontecido é o primeiro motivo que leva o membro do Governo a transmitir publicamente as suas desculpas. “A outra vertente em que achamos que não fizemos o suficiente é a comunicação”, afirma.
Os responsáveis não falam em falhas na sinalização, mas sim no que ao anúncio que previa o içar do sinal oito diz respeito, uma vez que tal não veio a acontecer. Raimundo Rosário disse ainda que o director dos SMG, Fong Soi Kun, possui autoridade suficiente para definir o sinal relativo ao tufão.
Já Fong Soi Kun, em declarações ao canal chinês da Rádio Macau e após uma reunião com Raimundo do Rosário, disse concordar que “existiu uma falha na comunicação” que gerou confusão, tendo salientado que o problema esteve na divulgação da informação. O director considera ainda que é necessário depositar mais esforços nos conteúdos informativos.
Fong Soi Kun admitiu que o retorno ao sinal 3 após anúncio de possível sinal 8 não “foi bom”, prometendo que no futuro “fará melhor”. No entanto, voltou a esclarecer que os critérios de sinalização são idênticos à vizinha Hong Kong, admitindo “melhoramentos” no futuro.
“A passagem do Nida por Macau insere-se no sinal 3”, reafirmou, ao mesmo tempo que adianta que “irá haver uma auto-avaliação do regime de sinais” em que serão tidos em conta critérios a recolher da opinião pública. Esta acção terá lugar “o mais rápido possível”, afirma.
Confrontado com o desejo já transmitido por alguns cidadãos para que Fong Soi Kun proceda à demissão, o director não revela preocupações e “não tem opinião” sobre isso. O cargo foi-lhe atribuído pelo Executivo, avança, e o responsável trabalha nos SMG há 30 anos. É esta experiência que lhe confere confiança no futuro, sendo que agora, e comparativamente à administração portuguesa, “as capacidades técnicas dos serviços que dirige estão muito melhores”.
Quanto ao orçamento do Governo para adquisição de mais equipamentos, o director refere que o seu serviço ocupa uma pequena parte do orçamento geral do Executivo e que não tenciona pedir mais para o próximo ano.

5 Ago 2016

Pop clássico no LMA

[dropcap style=’circle’]H[/dropcap]oje é dia Pop na Live Music Association (LMA). O espaço destinado a “noites diferentes” tem programado para o serão um misto entre Macau e a vizinha Hong Kong. A intenção é fazer uma noite Pop e na agenda está a presença dos The Test Band e dos The Champs Band.
A abrir o palco vai estar a The Test Band, composição de Macau Popular nas suas actuações em bares locais. Um sexteto que conta com Norman Tam e Ling Hoinas vozes, José Sin na bateria, José Rodriguez na guitarra, estando o baixo e as teclas a cargo de Angelo de Assis e Kai Ho. lma_lma
De Hong Kong vêm os The Champs. A banda composta por seis membros já “tocou em bares lendários durante os anos 70”, segundo apresentação da mesma na sua página do Facebook. Depois de uma paragem em 2013, a banda regressa em força este ano tendo na formação Albert ‘Big Al’ Cheung e Dorinda Ma, nas vozes, e Tony Cheung no baixo. Nas teclas está Eddy Chu, John Bucks na bateria e um novo membro na guitarra, Rocha Wong.
A banda é caracterizada pela sua versatilidade e leque alargado de repertório que passa pelo Pop, Jazz e Rock, em que são recriados temas conhecidos de todos desde os anos 60 aos anos 80.
O evento conta com entrada livre e tem início às 21h30.

5 Ago 2016

Governo estabelece novas medidas para renovação urbana

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Governo quer melhorar a gestão do Fundo de Reparação Predial. A intenção foi um dos assuntos que dominou ontem a reunião Plenária do Conselho para a Renovação Urbana.
“Neste momento é um fundo relativamente limitado às várias obras que se podem fazer nos edifícios”, explicou Raimundo do Rosário, Secretário para os Transportes e Obras Públicas.
Na reunião que decorreu à porta fechada, o Secretário fez saber aos jornalistas os assuntos essenciais abordados, tendo ainda explicado que ficaram decididas quatro situações. Uma melhor gestão do Fundo de Reparação integra outras três medidas, decididas entre portas, tendo ainda sido aprovado o regulamento interno do Conselho.
O regulamento em si não foi dado a conhecer, mas o Secretário adianta que um dos pontos de acordo e que corresponde a uma outra decisão tomada foi a criação de três grupos de trabalho, bem como a sua designação, competências, os “trabalhos concretos a realizar e os prazos de execução”. No entanto, o conteúdo deste ponto “será decidido na próxima reunião”, que deverá ter lugar a meados de Setembro onde será ainda apresentada a devida proposta no sentido de avançar com a criação.
Entre a reunião realizada ontem e a agendada para Setembro haverá uma sessão de esclarecimento organizada pelo Instituto de Habitação (IH) e pela Direcção dos Serviços da Administração e Justiça para apresentar aos membros do Conselho para Renovação Urbana as duas propostas legislativas que estiveram em análise na Assembleia. As propostas são referentes à Administração dos Edifícios e às partes Comuns dos Condomínios. Para a sessão intercalar, o IH irá realizar uma apresentação do Fundo de Reparação Predial.

4 Ago 2016

Cinema | Filme de José Drummond chega a trienal alemã

O filme de José Drummond “Kiss me, and you will see how important I am” está de viagem para Berlim. A apresentação por terras alemãs decorre amanhã, a convite da curadora Christine Nippe. O filme será parte integrante da rubrica “A sense of self”, espaço inserido na Trienal Transart de Berlim

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Trienal Transart de Berlim decorre durante o mês de Agosto e conta nesta edição também com o se faz por Macau. A representação local viaja através da obra de José Drummond, artista local, com a projecção do filme “Kiss me, and you will see how important I am”. Decorre nos Uffer Studios enquanto parte da rubrica “A sense of self”.
O filme retrata um encontro desconexo e momentâneo entre duas pessoas, como avança a apresentação no anúncio de selecção do filme. Um encontro falhado, onde há uma perda ilusória de equilíbrio e uma melancolia inerente para mostrar que a beleza também pode ser encontrada em expressões de crueldade e de dor. É do absurdo do momento do encontro e do imaginário das duas personagens que acompanham a película que se desenrola uma viagem que “prende o espectador” aos meandros de um labirinto que se pretende de amor.
O sentimento de derrota vai aparecendo e fazendo-se sentir, num crescendo lento com o desvendar de que cada um de nós é o responsável pela sua catástrofe pessoal ilustrada por um vazio “súbito” e profundo.

Quem somos?

O filme de Drummond integra a selecção da rubrica destinada à reflexão sobre os aspectos que interrogam a identidade. A questão do “quem sou eu” é um fundamento existencial que acompanha a humanidade desde sempre e, nos dias que correm, é um conceito dirigido ao ego que se pensa, se diz e se concretiza. A resposta ao “quem somos” e as formas como é percebido o meio circundante estão intimamente ligadas e é nesta interacção que o papel dos média, da fotografia, vídeo e da própria internet contêm uma função contemporânea essencial.
Na rubrica “A sense of self” serão apresentados dez trabalhos em vídeo, que ilustram os processos narrativos de diferentes formas de abordar o “eu” e a identidade. Estarão presentes trabalhos que vão de abordagens românticas ou aventureiras ao frenesim urbano.
De entre os artistas seleccionados, acompanham José Drummond nomes como Eli Cortinas, Jonathan Goldman, Kate dela RHEE, Sanja Hurem, Richard Jochum, Ahmed Mohsen Mansour, Christine Schulz, Jana Schulz e Suzan Tunca.

Prata da casa

José Drummond é um artista e curador residente em Macau. O director do VAFA (Festival Internacional de Vídeo-arte de Macau) é mestre em Práticas Criativas pelo Instituto Transart de Nova Iorque e Universidade de Plymouth do Reino Unido. Já foi por duas vezes seleccionado para o Sovereign Asian Art, tendo na edição deste ano chegado aos nomes finalistas. Representante de Portugal na
Bienal de Valência, Drummond conta com bolsas de estudo de diversas entidades, entre as quais a Fundação Oriente, o Centro Nacional de Cultura de Portugal e o Instituto Cultural. O seu trabalho tem corrido mundo e já foi exibido em Macau, Hong Kong, China, Taiwan, Coreia do Sul, Tailândia, Portugal, Espanha, França, Alemanha, Hungria e EUA.

4 Ago 2016

Cinema | “Boat People”, de duas portuguesas, seleccionado para festival em Washington

“Boat People”, um filme de Filipa Queiroz e Lina Ferreira, foi recentemente seleccionado para marcar presença num festival de cinema dedicado aos temas com impacto social em Washington. É a primeira paragem de um filme que as realizadoras querem ver “por todo o lado” e que trata, através da representação de refugiados, de temas actuais como o racismo, xenofobia e a busca por um outro lugar para chamar de casa

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]filme “Boat People”, que esteve presente na edição deste ano do Festival de Cinema e Vídeo de Macau, vê agora o nome na selecção do “Global Impact Film Fest”, em Washington. Inserido na programação de curtas-metragens, o filme que em Maio deu a conhecer a vida de quem saía de barco do Vietname para fugir de uma guerra integra, agora, as curtas de um festival dedicado à apresentação de películas sobre temas de impacto mundial.
A selecção de “Boat People” é factor de agrado para Filipa Queiroz. “O facto de ser exibido nos EUA, mais do que fazer pensar na participação do país na Guerra do Vietname – até porque nem é esse o conflito presente no filme -, é simbólico numa altura em que questões como o acolhimento de refugiados, a xenofobia e o racismo estão na ordem do dia”, diz a realizadora ao HM.

Um filme de esperança

“Boat People” não explora apenas o conflito em si. “Foca-se na ideia do que é ser refugiado e, em ultima instância, faz um paralelismo entre o que era ser refugiado naqueles tempos e hoje em dia”, esclarece Filipa Queiroz. A película nasceu de uma ideia conjunta com Lina Ferreira. As duas jornalistas residentes em Macau foram à procura de histórias que “são postas debaixo dos buracos” e esta “caiu-lhes no colo”.
O assunto que lidera a actualidade foi uma procura de quem em tempo de guerra deixava o Vietname em busca de um porto a salvo. Mais que um retrato de uma realidade, como frisou Filipa Queiroz em entrevista ao HM em Maio, foi um projecto que representa “uma mensagem de esperança, coragem e gratidão”. Hoje a realizadora, satisfeita com a selecção, reafirma: “é um exemplo feliz de uma história que normalmente é contada com a tónica na tristeza”.

Em busca de outros portos

A internacionalização de “Boat People” começou com Washington, mas o objectivo é que chegue a “todo o lado”. Canadá e Portugal seriam locais de eleição para Filipa Queiroz, até porque os protagonistas são refugiados que passaram por Macau e neste momento estão em Vancouver, o que tornaria esta numa oportunidade de “lhes prestas a devida homenagem”, como afirma a portuguesa. Por outro lado, a RAEM estava sob alçada lusa na altura da história.
Mas não é fácil ir além fronteiras. “Hoje em dia para nos candidatarmos a participar em festivais de cinema independentes temos que pagar e muitas vezes, depois de seleccionados, temos que voltar a pagar para que que o filme seja projectado”, afirma a realizadora. “O cinema independente passou de uma arte a um negócio” e se isso permite a existência de mais festivais deste género, o que representa um factor positivo, no revés da medalha por vezes “não é fácil reunir os meios necessários à devida divulgação e participação internacional”.
Por cá, uma nova projecção já está na calha. Neste momento são duas as entidades interessadas e “que até pagam um valor simbólico pela cedência do filme”, diz Filipa Queiroz, confessando alguma surpresa. Fica para já a certeza que a TDM irá transmitir a história do “Boat People”, em data a anunciar.

3 Ago 2016

Nida | “Ventos de baixa intensidade” levaram a sinal mais baixo, dizem SMG

* com Angela Ka e Cláudia Tang

O impacto que os SMG pensaram que o tufão Nida iria ter em Macau fez os serviços alertar para a possibilidade de se içar o sinal 8. Um alerta que, afinal, estava errado, como admitiu o Governo. É que, para o território, bastou o sinal 3, garantiu ontem Fong Soi Kun, assegurando que os dados foram “científicos”. Polícia e bombeiros não tiveram mãos a medir

[dropcap style=’circle’]D[/dropcap]urante mais de 24 horas o tufão Nida fez o tempo mudar em Macau, mas nem a chuva intensa, os ventos fortes e a quase impossibilidade de atravessar pontes e estradas, como muitos testemunhos demonstraram, levou a que os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) içassem o sinal 8 de alerta de tufão, como aconteceu em Hong Kong e na China. A justificação dada pelos serviços é de que em Hong Kong os ventos “eram de intensidade significativamente mais forte” e Zhuhai, onde também foi içado o sinal 8, “tem parâmetros de classificação diferentes” dos de Macau, o que leva Fong Soi Kun a dizer que “não se deve comparar com a China”. tufão nida
O director dos SMG convocou ontem uma conferência, depois da manifesta contestação popular face à ausência de sinal elevado no território. Fong Soi Kun até admitiu erros na sinalização do tufão, mas não relativamente ao sinal 8: as imagens de satélite pouco nítidas e um erro na localização do tufão foram justificações dadas pelo director para o facto dos SMG terem indicado que o sinal 8 poderia ser elevado. Algo que, para Fong Soi Kun, afinal não era preciso. “Quando vimos as imagens com nitidez resolvemos não aumentar o sinal.”
Os ventos não ultrapassaram, segundo os SMG, intensidade entre os 40 km/h e os “60 e poucos km/hora”, tendo havido rajadas que andaram à volta de 90km/h. “O sinal 3 compreende intensidade que vai até aos 110 km por hora”, avisou Fong Soi Kun. Medidas que, segundo o responsável, não apresentam “qualquer perigo para a circulação na RAEM”.

Casos “isolados”

Confrontado com as imagens que circularam na internet de pessoas em apuros a conduzir motociclos na ponte da Amizade, Fong Soi Kun afirma que o sistema de classificação de perigosidade só “reflecte de um modo geral o que vai acontecer no território e alguns pontos são mais perigosos que outros”. Compete às pessoas, frisou, gerirem a sua própria segurança.
Também o HM questionou um condutor sobre por que decidiu conduzir a sua mota se o sinal 3 estava içado. A resposta foi simples: “quando saí de casa, na minha zona, não se notava o perigo que era e tinha mesmo de chegar ao trabalho cedo. A minha namorada avisou-me que era impossível apanhar autocarros e foi por isso”, referiu Jony Leong ao HM, acrescentando que tentou apanhar táxi mas que estes estavam a cobrar tarifas mais altas.
Diversos vídeos entretanto postos a circular nas redes sociais mostram condutores de motociclos a ser empurrados com a força do vento, na ponte. Quase não aguentam as motas, alguns deles mesmo caindo ao chão.
Foram também muitos os cidadãos que ligaram ao programa Macau Talk do canal chinês da Rádio Macau, a queixar-se por ter de ir trabalhar com o tempo como estava de manhã: ou porque os autocarros estavam cheios, ou porque os guarda-chuvas não aguentavam, ou porque os próprios veículos em que seguiam ficaram em risco na travessia da ponte.
“Os motociclistas não conseguiam atravessar a ponte. O vento soprava e eles iam caindo ao chão”, contou um ouvinte do programa.
A contestação popular foi sentida em força, com algumas pessoas a contactar não só os SMG, como a imprensa e as associações civis.
“Fiquei surpreendido com o facto de não terem içado o sinal. Surpreendido não é bem a palavra, porque esta não é a primeira vez que Macau não iça o sinal superior de tufão mesmo que Hong Kong o faça. Mas estava de facto muito vento, mais do que noutros casos em que o sinal estava mais alto”, refere António Silva ao HM.
O residente indica que esteve “mais de meia hora” à espera do autocarro com a esposa, ontem de manhã, e o cenário não era favorável. “Os guarda-chuvas não sobreviveram, como de costume, e havia montes de caixotes do lixo, tabuletas, árvores e [sinais] das obras a voar e pelo meio da rua, mesmo em frente ao Jockey Club.”

Científico

No programa Fórum Macau houve também quem considerasse que não se pode decidir o sinal de acordo com o “sentimento pessoal” e que se deve acreditar na análise dos aparelhos profissionais. Fong Soi Kun também pediu o mesmo.
O responsável sublinhou ontem que a decisão de não içar o sinal 8 foi baseada “na ciência, nos dados e no conhecimento [dos SMG], sem ser de forma nenhuma influenciada pelo jogo”. 13686760_1130590526999808_7496862080255834209_n
Desde ontem à tarde que o Nida se começou a afastar de Macau. As autoridades não chegaram a elevar o alerta, mantendo hasteado o sinal 3 desde o final da tarde de segunda-feira. Durante a madrugada e manhã não foram realizados voos no aeroporto, tendo sido cancelados ou adiados para a tarde de ontem, tendo acontecido o mesmo com as ligações marítimas entre Macau, continente e RAEHK, que foram interrompidas pelas 20h00 de segunda-feira, levando a que pessoas ficassem a dormir nos terminais.
O tufão tocou terra às 03h35 de ontem na Península de Dapeng, na cidade de Shenzhen, em Guangdong. Mais de 220 voos a partir dos aeroportos das cidades chinesas de Guangzhou, Shenzhen e Zhuhai foram cancelados antes da chegada do tufão, segundo o portal de notícias Sohu.
Cerca de dois mil trabalhadores envolvidos na construção da ponte que vai ligar Hong Kong, Macau e Zhuhai foram retirados, segundo a Xinhua. Na zona do Delta do Rio das Pérolas, o tufão é tido como “o pior desde 1983”.

Novo Macau e deputadas pedem explicações

A Associação Novo Macau exigiu ontem, numa carta entregue aos SMG, explicações para os residentes. A Associação diz que recebeu várias queixas e pede esclarecimentos sobre a forma como funciona o sistema de alerta de tufão. Também duas deputadas escreveram ontem ao Governo.
Para a Associação, os SMG só forneceram as últimas velocidades do vento que se fez sentir sem ter sido apresentado um gráfico ou informações adicionais sobres possíveis mudanças. O grupo quer, por isso, saber quais os critérios para içar o sinal de tufão e como é que é determinada “a velocidade dos ventos”. A Novo Macau diz mesmo que o sistema, baseado no de Hong Kong mas sem ter sofrido a revisão que o da região vizinha sofreu em 2005, talvez precise de ser revisto.
A carta solicita ainda que os SMG respondam a um cidadão que terá entrado em contacto com os serviços e que lhe foi dito por “um funcionário dos SMG que os serviços estavam prontos para içar o sinal 8, mas que, lamentavelmente, não recebeu indicações no mesmo sentido dos seus superiores hierárquicos”.
Melinda Chan pede também explicações e exige que seja dada aos residentes uma listagem detalhada dos critérios e fundamentos científicos que estão na base da classificação de sinal 3.
Já Angela Leong refere que já não é a primeira vez que os SMG fazem “uma previsão do tempo que não estava em conformidade com a situação exacta”. A deputada considera que os residentes não têm confiança nos aparelhos dos SMG, que custam “milhões” ao Governo, e diz que o organismo necessita de fazer uma auto-avaliação para perceber se está a tomar as decisões correctas.

Hong Kong parado

Hong Kong continuou parada depois de as autoridades terem içado um alerta de nível 8 que fechou escolas e serviços públicos e cancelou as ligações marítimas e aéreas, na segunda-feira. As ruas de Hong Kong estavam ontem de manhã desertas, com alunos e funcionários públicos em casa, a Bolsa de Valores encerrou o dia todo e muitos autocarros e comboios operaram, mas com serviços limitados. O sinal oito foi içado pouco depois das 16h00 de segunda-feira e foi alterado para o número três ontem, depois das 13h00. Ventos de 151 quilómetros por hora foram registados durante a noite, com as autoridades a alertarem para a possibilidade de inundações ou derrocadas. Mais de 150 voos foram cancelados na noite de segunda-feira e cerca de 200 voos levantaram ontem, num aeroporto que costuma operar mais de mil. Em toda a cidade, mais de 200 pessoas procuraram refúgio nos abrigos do Governo. Mas alguns dos fãs mais dedicados do jogo Pokemon Go equiparam-se com impermeáveis para continuar a caçar monstros durante a tempestade.

Quatro ilegais salvos do mar

Os Serviços de Alfândega salvaram ontem quatro imigrantes ilegais do mar. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, os quatro foram resgatados pelo barco de patrulha da Alfândega na noite do tufão. Às 21h00, os barcos dos SA encontraram um barco que estava a afundar-se devido ao Nida. Os três homens e a mulher que seguiam no barco já tinham caído ao mar e, depois do resgate, os SA descobriram que os quatro eram imigrantes ilegais do interior da China. Um deles é de Henan e será a segunda vez que tenta entrar ilegalmente em Macau. O caso já está a ser seguido pelo Ministério Público.

Quando o telefone toca – Residente portuguesa queixa-se ao HM

“Escolhi o vosso jornal como porta-voz da minha indignação e de outras pessoas que conheço por esta noite terem içado o sinal 3. Primeiro porque o tufão foi realmente forte. Já estou há muitos anos em Macau e sei identificar perfeitamente. Lá em casa dormimos mal e falei com outras pessoas que me disseram o mesmo. [Depois as pessoas tiveram de se] deslocar para o trabalho com condições terríveis, atendendo nomeadamente ao facto de neste momento existirem imensas obras a decorrer, pelo que podia ter havido objectos e pedras a obstruir ou mesmo a cair. (…) Houve pessoas que tiveram que utilizar motociclos na ponte e sei de um caso específico que a pessoa teve que parar várias vezes devido às rajadas.
Há imensas coisas que podem ser postas em causa por não ter sido içado o sinal 8. (…) Já houve ainda um caso em que houve um sinal 10 em Hong Kong e nós que estávamos muito mais perto não tivemos o mesmo sinal. Já na altura disseram que isto tem a ver com a força dos casinos.
Agora a questão que eu coloco é: é menos importante a segurança das pessoas? Os interesses dos casinos são mais importantes? Não está em causa o ir ou não ir trabalhar mas sim as condições em que as pessoas o fizeram. (…) Nós sabemos quais são as razões. Com um sinal 8 os acessos são fechados e os pagamentos são maiores e há muita gente a dizer isto.
Outro factor a ter em conta é o facto de agora a escolas estarem fechadas e por isso não havia crianças para transportar e então pronto, fica o sinal 3. Foi uma grande irresponsabilidade por parte dos serviços competentes. Tiveram muita sorte por não ter havido alguma caso grave de acidentes.”

Números:

32 objectos que caíram (inclui janelas, publicidade, etc)
26 árvores caídas
7 acidentes rodoviários
4 vítimas de acidentes que deram entrada nos hospitais
3 inundações
1 painel de ferro deitado abaixo pelo vento
1 incêndio

3 Ago 2016

Saúde | MTC ganha adeptos mas ainda é “preciso mais”

Medicinas tradicionais de todo o mundo ganham terreno nos países ocidentais e a Medicina Tradicional Chinesa não é excepção. Mas o trabalho ainda tem que ser muito e transformar Macau numa plataforma de transmissão de conhecimentos é algo importante mas ainda longínquo, diz um profissional da área

[dropcap style=’circle’]”[/dropcap]Medicinas tradicionais e ocidentais podem e devem ajudar-se mutuamente.” É esta a opinião do deputado e médico Chan Iek Lap. As declarações são feitas ao HM depois de Macau ter recebido mais um colóquio sobre cooperação no domínio da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) nos Países de Língua Portuguesa. O médico e deputado considera que a promoção da MTC nestes países é viável, mas alerta que há uma necessidade efectiva de partilha de informação com os países do Ocidente.
Os resultados já conseguidos com a MTC são efectivos, mesmo no tratamento de doenças crónicas, e a investigação científica na área é prova disso. Por outro lado, e se Portugal pensa neste momento na inclusão da MTC na medicina comum, Macau enquanto plataforma é uma circunstância que Chan Iek Lap vê como “muito positiva”, mas que não chega. “É necessário investir muito mais esforços” nesse sentido, refere ao HM. “Se calhar ainda é difícil para outros países [ocidentais] aceitarem o convívio com a MTC.”

Portas entreabertas

Já há muitos países do Ocidente a mostrar cada vez mais abertura às técnicas da MTC, com a abertura de cada vez mais clínicas especializadas no tratamento de doenças através de técnicas deste tipo de medicina nos mais diversos cantos do mundo, dos quais se destacam o Canadá ou a França.
Mas a forma como a própria MTC passa a existir é algo também a ter em atenção, adverte Chan Iek Lap. Isto, porque esta medicina já conta com uma história com cerca de cinco mil anos.
“Vem do conhecimento popular que foi transmitido de geração em geração. É necessário ainda o constante aperfeiçoamento desse conhecimento de modo a dar cada vez mais contributos válidos para o aumento do conhecimento e da promoção da MTC.”
A medicina tradicional da China que tem vindo a ganhar adeptos e terreno no meio ocidental é uma área interpretativa desta própria medicina, que parte dos sinais dados pelo doente.
“Após observar a situação de saúde interna do doente este é encaminhado para o melhor tratamento”, explica Chan Iek Lap. “Na medicina ocidental são necessários equipamentos muito complexos, enquanto que para nós os instrumentos aos quase recorremos são mais simples e viáveis”, afirma, dando o exemplo da acupunctura que, como precisa de agulhas, a faz ser também mais viável em determinados contextos, passando a ser um instrumento a ter em conta seja onde for.
O médico destaca ainda o crescimento do número de especialistas de origem africana que têm, cada vez mais, vindo para a China realizar os seus estudos.

À procura da plataforma

Entre 18 e 31 de Julho, em Macau, teve lugar o colóquio sobre cooperação neste domínio. O evento, que contou com a presença de pessoas de renome na área da saúde, teve como objectivo principal a disponibilização de uma plataforma aos participantes dos diferentes países para aprendizagem e intercâmbio, como afirma a organização, o Fórum Macau, em comunicado de imprensa.
O colóquio serviu “para melhorar o conhecimento dos Países de Língua Portuguesa sobre o desenvolvimento da cooperação entre a China continental e Macau” no que respeita à medicina tradicional chinesa, sendo que é destacado o posicionamento da RAEM enquanto plataforma privilegiada entre os PLP e a China continental, até pela construção do futuro Parque Científico e Industrial de MTC na Ilha da Montanha.
No âmbito de uma visita a este mesmo parque, liderada por Wu Zhen, vice-director da Administração de Alimentação e Drogas da China, foi dado a conhecer o interesse de 46 pequenas e médias empresas em ingressar no parque, estando de momento a ser processados os trabalhos de entrada.

2 Ago 2016

UM | Curso de Verão de Português atrai 400 alunos

Cada vez mais são os jovens interessados em frequentar os cursos de Verão de Língua Portuguesa da Universidade de Macau. A edição deste ano trouxe 390 alunos de todo o lado e o programa, pelas suas características, tende a continuar e a crescer, 30 anos depois de ter sido criado

[dropcap styçe=’circle’]O[/dropcap]s cursos de Verão dedicados à Língua Portuguesa existem na Universidade de Macau (UM) há 30 anos. Foram “um dos filhos mais velhos da instituição”, como afirma Ana Nunes, coordenadora da iniciativa, e este ano juntam cerca de 400 alunos vindos de todo o mundo.
“É um curso de sucesso”, expressa a coordenadora com orgulho e um sorriso. Na sua maioria, os participantes são jovens vindos da China continental, mas não só. Contam-se ainda com “muitas pessoas” da Coreia do Sul e há quem venha de Timor, Hong Kong, Austrália, Estados Unidos, Tailândia e mesmo Áustria para passar cerca de três semanas das férias estivais em Macau a consolidar os conhecimentos de Português e ir um pouco mais além na língua de Camões, que traz consigo uma carga cultural indissociável.

Além da língua

Apesar de ser um curso de Língua Portuguesa, parece ser o que a língua traz associado que mais atrai os participantes. A curiosidade pela cultura lusa aparenta ganhar pontos e constituir um factor de peso na decisão de frequentar os cursos da UM.
“Para mim é importante conhecer a cultura portuguesa”, diz ao HM Rui, um jovem chinês de 20 anos e que vem de Pequim. Já vai no terceiro ano de presença neste curso e considera que “Macau é o laço entre a China e o mundo lusófono e aqui há ainda uma mistura interessante de culturas”, sendo esta formação de Verão uma forma de aceder a essas culturas.
Já Ana vem da Universidade de Xi’An e já conhecia Macau, mas é a primeira vez que frequenta o curso. Depois de três vindas à RAEM, e considerando que por cá “o ar é bom para aprender Português”, a jovem resolveu aperfeiçoar a língua este Verão. Mas não só. “É [também] uma possibilidade de encontro com pessoas de outros lados do mundo, um lugar mais internacional e mais aberto”, frisa, acrescentando que como a Língua Portuguesa é oficial, Macau é o “melhor sítio para estudar Português”.

Coordenadora do programa
Coordenadora do programa

As características deixadas pelos portugueses são também notadas pelos jovens estudantes.
“A arquitectura e outros traços que encontramos em Macau são símbolos históricos que nós devemos conhecer e respeitar e que nos ajudam a entender o que dizemos e aprendemos”, frisa Ana.

Amigos lusitanos

“Durante a minha presença neste curso não só aperfeiçoei a língua, como aprendi coisas que não sabia relativamente à cultura portuguesa”, afirma com entusiasmo estampado no rosto Amado de Jesus dos Santos. O jovem de Timor sente que este curso vai além da língua e que inclui conhecimentos fundamentais para quem a estuda. “Aprendi ainda um pouco da História, o que ajuda a entender a língua e a cultura”, afirma ao HM.
O curso que junta gente com várias formas de expressão une os participantes numa língua só, factor também muito apreciado por Amado. “O convívio com outros colegas de curso em que a única forma de comunicar é o Português”, visto ser a língua comum para comunicar com os colegas chineses, é também uma mais valia que o curso acaba por proporcionar.
“Temos que falar Português uns com os outros para nos entendermos”, remata o jovem, que vê nesta única forma de comunicação uma das grandes vantagens que leva desta experiência.
Macau foi uma surpresa em que “tudo é completamente diferente”, mas é através da Língua Portuguesa que se reúnem pessoas de vários países para se concentrarem, aprenderem e aprofundarem em conjunto. É também um espaço e partilha de ideias e tudo em Língua Portuguesa.

Professores que encantam

A escolha de Macau não foi ao acaso. Fala-se em Pequim, Xi’An e Xangai neste curso e, para os alunos chineses, nada como estar num local onde o Português integre os idiomas oficiais para promover os seus conhecimentos linguísticos. Por outro lado, e dada a sua particularidade multicultural tanto nos estudantes como nos professores, o curso da UM parece atrair os participantes à repetição.
“Aqui os professores ensinam de uma maneira diferente que nos permite compreender outras coisas e ter muitas traduções para a mesma expressão”, afirma Rui, que diz que o curso tem uma vertente prática muito boa.
“Em Pequim raramente temos oportunidade de fazer interpretação simultânea e aqui temos aulas em que o fazemos, o que é muito bom principalmente para um estudante que aprende a língua por três anos”, afirma, antes de deixar o HM e ir a correr para a aula de Português avançado. Rui já está pela terceira vez a passar o Verão na UM.
Os professores são também referidos pela qualidade e dedicação por Sammy, jovem estudante que vem de Xangai e fala um Português perfeito.
“É uma boa oportunidade para aprofundar conhecimentos com o convívio com os professores nativos. [Os professores] vão além do estudo de textos. Ensinam-nos a contextualizar os conteúdos, a ver para além deles e a saber interpretar de outra forma”, afirma a aluna com um sorriso. “Contexto cultural, político e social são temas que passam pelo curso e que nos ajudam muito porque na China as aulas de Português são dadas em Chinês e não desenvolvemos tanto a língua.”
Mas a chegada até aqui é também uma oportunidade de entrar em contacto com outras realidades que não se vivem no continente. A possibilidade de debate acerca do mundo contemporâneo em liberdade e no ambiente de aula é uma novidade para Afonso, que vem também de Xi’An.
“Aqui temos Youtube”, afirma em tom de brincadeira, ao mesmo tempo que diz que “os professores são sábios e com muitos conhecimentos acerca de aspectos diferentes”, conferindo a esta experiência pedagógica um factor “muito produtivo”.
“Discutimos sobre tópicos da sociedade contemporânea como por exemplo a eutanásia, censura ou regimes autoritários”, diz. Coisa que não se passa no continente. Para Afonso, a possibilidade de se expressar é “muito positiva”.
As visitas agendadas pela UM para dar a conhecer Macau aos estudantes estivais também são uma mais valia. “Dá a oportunidade de ver coisas de outros lados”, afirma Afonso, e concretamente de Portugal e “assim compreendemos melhor a língua que estamos a aprender”.

Mas porquê?

A origem das motivações para o estudo da Língua Portuguesa é diversa e varia conforme os estudantes. Entre alunos de origem chinesa e um timorense que optaram por aprender o domínio do idioma de Pessoa, a poesia ficou mais para traz, mas não foi esquecida. Mas, e à semelhança da realidade, são as perspectivas de emprego e “ganhar muito dinheiro” que movem as ambições dos futuros homens e mulheres que ali estão.
Rui vê no exercer da profissão de intérprete um descanso económico e, para isso, tenciona no final da licenciatura ir para Portugal tirar o grau de mestrado. Já Ana considera que “é uma língua muito procurada na China” e pretende ser colega de profissão de Rui, por “se poder ganhar muito dinheiro”. Afonso quer utilizar a língua que escolheu por ser umas das mais faladas no mundo, para vir a ser empresário de ligação comercial entre a China e os países de expressão portuguesa.
Mas há quem tenha outros sonhos. O poder desfazer barreiras linguísticas capazes de aproximar culturas é o sonho de Sammy. A aluna quer ser professora de modo a poder fazer parte da “aproximação entre culturas”, afirma com convicção a jovem de 20 anos.
Dar azo à boa tradição lusa de grandes escritores está no horizonte de Amado. O jovem timorense sonha em ser tradutor e escritor, por serem profissões com uma “função socialmente importante”.
Lola, que ainda dá os primeiros passos na língua, escolheu o Português pela sua beleza e origem histórica e espera poder ter portas abertas para ir para a Europa. É de lá quem vêm os filmes e livros que mais gosta e não descura o objectivo de poder vir a trabalhar nos média e, quem sabe, em Portugal.

Futuro que não passa ao lado

A aprendizagem do Português é vista com bons olhos não só pelos que frequentam o curso, mas por quem os orienta. É uma possibilidade de futuro promissor, como afirma Ana Nunes.
“Se um aluno, neste momento, souber falar Inglês, Português e Chinês terá muitas portas abertas no mundo actual e eles têm noção disso.”
Sabendo Português, o leque de saídas profissionais também se pode alargar visto proporcionar uma oportunidade de escolha. “Podem ficar na China ou escolher com facilidade outro destino.”

De vento em popa

O curso vai bem e de boa saúde e “é para manter”, afirma com satisfação Ana Nunes. Faz este ano 30 anos e nasceu após cinco anos da abertura da UM. Não é uma formação estática e todos os anos é alvo de aperfeiçoamento, sendo que há condições para aumentar o número de alunos, visto as instalações da UM o permitirem e apesar do trabalho que implica, como refere a coordenadora.
Quanto aos custos que implica para os alunos, “os preços são pensados tendo em conta que estamos a falar de jovens estudantes”, sendo que o valor de cerca de 5700 patacas para os alunos estrangeiros inclui “tudo”: alojamento, alimentação, material didáctico e ainda despesas relacionadas com visitas de estudo na RAEM.
Os alunos locais têm benesses, com o pagamento da propina a ficar a cargo da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude. Neste momento, 390 alunos frequentam o curso.

2 Ago 2016

Lei Eleitoral já foi entregue ao hemiciclo

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Conselho Executivo já aprovou as mudanças propostas pelo Executivo à Lei Eleitoral para a Assembleia Legislativa (AL). O anúncio foi feito na sexta-feira, um dia depois de ter sido apresentado o conteúdo do relatório da consulta pública, e o diploma revisto está já no hemiciclo, ainda que a sua entrada não tenha sido oficialmente autorizada até ao fecho desta edição.
Das principais alterações ao diploma constam a definição clara do conceito de propaganda eleitoral, a nomeação dos membros da Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL) no ano anterior ao acto eleitoral, a proibição de um deputado se candidatar a lugares no estrangeiro, o reforço das penalizações por corrupção e estabelecimento de um novo regime de responsabilidade penal para pessoas colectivas.
Os requisitos de candidatura passam ainda a exigir um depósito de 25 mil patacas não reembolsáveis e um deputado eleito que renuncie ao mandato é impossibilitado de se candidatar na eleição suplementar.
O Governo já tinha anunciado na semana passada que o diploma iria ser entregue à AL com carácter de urgência, dado a existência de eleições em 2017. Leong Heng Teng, porta-voz do Conselho Executivo, assegurou na sexta-feira que foi dada “muita atenção ao trabalho de consulta e que o Conselho Executivo, com certeza, não discutiu só num instantinho o conteúdo desta proposta”.
A questão da impossibilidade dos candidatos que renunciam se voltarem a submeter a eleições foi interrogada por vários jornalistas no sentido de esclarecer se esta medida não irá contra a Lei Básica, mas o director dos Serviços de Administração e Função Pública, Eddie Kou, disse apenas que esta mudança tem como objectivo “assegurar a justiça das eleições credibilidade dos deputados”, adiantando que a ideia surgiu do resultado da consulta pública.
Para Leong Heng Teng, o assunto é claro e “não contraria a Lei Básica”. O porta-voz do Conselho Executivo adianta ainda que a proposta ainda será discutida em AL, onde podem ser debatidos estes e outros aspectos menos consensuais.
 

1 Ago 2016

Exposição de Franquia | Países de Língua Portuguesa cada vez mais destacados

O passado fim-de-semana foi de mais uma edição da Exposição de Franquia de Macau. De entre cada vez mais participantes, do evento sai destacada a crescente presença de Países de Língua Portuguesa e uma cada vez maior participação de Portugal que vê em Macau o lugar privilegiado para entrar no mercado asiático

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Exposição de Franquia de Macau (MFE na sigla inglesa) teve lugar no passado fim-de-semana no Venetian. O evento serviu para empresários vindos um pouco de todo o lado terem oportunidade de dar a conhecer a sua área de negócio e estabelecer eventuais parcerias e Macau enquanto plataforma privilegiada de abertura ao mercado chinês e asiático foi, sem dúvida, factor aliciante para os participantes. Portugal não é excepção, nem os países da língua de Camões, que são cada vez mais a participar e com mais produtos e sectores.

Mercado desejado

A busca por uma oportunidade nos mercados do Oriente e um piscar de olho a “negócios da China” é o que motiva a vinda de muitos dos participantes portugueses, como o HM apurou.
A WJ Events está representada no evento por Luís Martinez. O jovem empresário, que faz parte da Associação de Jovens Empresários Portugal China (AJEPC), já tem experiência no mercado asiático. Martinez esteve na MFE para “visitar e ver se estabelece parcerias com empresas que estejam cá, não só a nível de Macau, mas também China, Japão e mesmo Brasil”.
A empresa que representa está associada ao turismo e já conta com diversas participações em eventos do género na Ásia. “Já tenho alguns clientes chineses que conheci na sua maioria em Macau e já fizemos algumas actividades em conjunto”, afirma.
No entanto, o mercado não é fácil. Muito diferente, “exige que se esteja sempre a batalhar”. As maiores dificuldades estão associadas à barreira cultural, sendo que exige muito tempo e um bom conhecimento dos hábitos da casa. As expectativas é que desta feira resultem “mais parcerias para pôr Portugal enquanto destino turístico de relevo. Na China ainda não é conhecido como deveria ser”.

Alimentos de qualidade

Pedro Rodrigues dos Santos, Representante da AJEPS , a associação responsável pela vinda de algumas das representações portuguesas, diz ao HM que o objectivo da Associação é claro e visa ser uma rede de networking entre Portugal e a China. feira
“É a segunda vez que a AJEPS está na Feira de Franquia e já tem muito trabalho feito e uma actividade muito dispersa, para além desta Feira.”
Para Pedro Rodrigues dos Santos, o sector alimentar é “uma área de grande força por parte da indústria lusa e o mercado chinês é um mercado ávido por produtos de qualidade”, sendo que “Portugal marca pontos enquanto produtor na área”.
A industria de comércio electrónico também está em força e está neste momento a identificar “parceiros no mercado chinês com os quais trabalhar”.
“A AJEPS é o braço armado local que permite a expansão. Para fazer negócios com a China temos que ter a noção que as coisas não acontecem de um dia para o outro, mas sabemos que é um mercado com um enorme potencial de consumo”, explica, acrescentando que conta também com uma grande procura de produtos.
“É este mercado gigante que concretiza um factor muito apelativo para qualquer empresa. É preciso entrar na cultura chinesa”, afirma Pedro Rodrigues dos Santos.
E é isso que a AJEPS procura fazer: explicar a China a Portugal e vice-versa. “Macau é claramente a plataforma de excelência e começo para o ingresso no mercado chinês”, remata.

Cosmética a dar o passo

Não é a primeira vez que Maria Cristina Matos está no evento. No ano passado veio como oradora e este ano a directora da Associação Portuguesa de Franchising está cá com empresas associadas.
“Trouxemos agora marcas portuguesas de forma a garantir uma expressão no evento. Viemos com quatro marcas”, afirma. Há sempre uma ligação afectiva muito grande a Macau e é uma forma de entrarmos no mercado asiático.”
Maria Cristina Matos considera que os conceitos trazidos de fora são bem recebidos por cá. Para a directora, o sector em força presente é a área da estética. “A ideia é entrar no mercado asiático que tem Macau como porta de entrada”, refere salientando que para além da China, outros países, como o Japão, também estão na mira.

Contornar convulsões

O Director da Associação de Franchising do Brasil, Gustavo Orlandini Schifino, vê com satisfação a representação das quatro marcas brasileiras representadas no evento. As áreas representadas são o sector alimentar, de calçado e moda.
“A Ásia é uma parte do mundo em grande desenvolvimento e o Brasil é um país com facilidade em entrar em diferentes culturas e de se adaptar a elas”, afirma. “Esta Feira representa uma boa oportunidade de expansão de negócios.”
O Brasil está em profunda mudança e é necessário novos negócios para ultrapassar a fase difícil porque estar a passar, remata ainda.

Em estreia

Este ano Timor-Leste e Moçambique são as grandes estreias da Exposição. João Baptista dos Santos, representante da Trade Invest Timor Leste, falou ao HM das esperanças que tem na maior divulgação do que se faz no seu país. É a primeira vez nesta exposição, mas o responsável tem experiência em eventos idênticos realizados na RAEM. Das experiências anteriores e que motivaram agora esta estreia, está a expectativa de conseguir “muito lentamente” dar a conhecer áreas de negócio do seu país.
“Ainda nos falta muito para conseguir promover os nossos produtos, mas pelo menos as pessoas vão vendo o que se passa e conhecendo outros empresários e, quem sabe, poderemos sair daqui com algumas parcerias efectuadas”, afirma ao HM. “Não somos ricos em dinheiro, mas somos ricos em coisas que podemos mostrar”, diz João dos Santos em tom de esperança.

Lugar especial

Tony Hoi representa a Perfeição, Ldt.. A empresa de marketing pretende também ser uma plataforma entre a China e os Países de Língua Portuguesa. “Facilitamos a promoção de entidades [desses países] no continente”, esclarece Tony Hoi. Macau é um sítio especial pelo uso da Língua Portuguesa , o que facilita a posição de plataforma privilegiada. A empresa que está em Macau tem ainda escritórios em Lisboa e Pequim e pretende poder dar uma mãozinha no conhecimento do que se faz em cada um destes cantos do mundo.
Já a Associação de Comércio Integrado com a América Latina e os Países de Língua Portuguesa parece ter voltado às origens dos negócios. Ao HM, um representante da Associação explicou que “aqui não se comercializa com dinheiro”. Os produtos são de troca.
“A China dá as suas cerâmicas enquanto que o Brasil, país com quem a Associação tem uma mais forte ligação retribui com pedras semipreciosas”, o que é, para a Associação, uma fórmula de sucesso no que respeita à plataforma que representa entre os países com quem colabora. A partir da entidade os produtos continuam o seu caminho para o comércio de retalho.

A MFE

A MFE pretende representar uma plataforma de intercâmbio e cooperação, bem como disponibilizar às pequenas e médias empresas oportunidades de transformação e aperfeiçoamento. Criada em 2009, a “MFE tem registado, ao longo dos anos, melhorias, e a sua dimensão tem, igualmente, vindo a crescer”.
A informação é dada na cerimónia de abertura por Jakson Chang, presidente do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM).
O lema da actual edição foi “Expansão contínua de marcas – Novas oportunidades de negócio” . O evento contou com cerca de 160 expositores que representaram mais de 180 marcas oriundas de países como a China, Países de Língua Portuguesa, países do Sudeste asiático, Taiwan, Hong Kong e Macau.
A edição contou ainda com a realização do “Fórum sobres as oportunidades de negócios em franquia de marcas internacionais”, para o qual foram convidados especialistas oriundos do Brasil, Portugal, Japão, China continental e Macau de modo a estabelecer um momento de partilha de conhecimentos e experiências acerca do franchising na era digital. O fórum dos compradores Vip foi também presença no programa de modo a facilitar o contacto entre representantes de fundos de capital de risco e as empresas expositoras. Na cerimónia de assinatura de protocolos realizada no dia de abertura da MFE foram assinados 18 protocolos essencialmente entre a China continental e as RAE de Macau de Hong Kong.

Produtos de Guangdong e Macau para todos os gostos

Ocorreu, pela primeira vez paralelamente à MEF, a Feira de Produtos de Marca da Província de Guangdong e Macau no Venetian.
A abertura esteve a cargo de Lionel Leong, Secretário para a Economia e Finanças, que enalteceu o crescimento visível do evento ano após ano. A Feira que existe desde 2009 tem “insistido nas estratégias de desenvolvimento em termos de especialização, branding e internacionalização”, afirma o Secretário. Para Lionel Leong as relações entre Guandong e Macau são cada vez mais importantes e as duas regiões têm “aprofundado e expandido a cooperação bilateral, sustentada pela complementaridade mútua e benefício mútuo”. Foi ainda com agrado que o Secretário assinalou o crescimento do número de expositores para 357, comparativamente aos 259 da edição de 2009, e um total de visitantes de cerca de 870 mil pessoas desde 2009.
He Zhongyou, vice-governador da província de Cantão refere números. “No ano passado, verificou-se um aumento de 3,2% no comércio bilateral de importação e exportação apesar de se registar uma queda no comércio exterior da nossa província e a economia de Macau se encontrar numa fase de ajustamento.”

1 Ago 2016

Autocarros de 18 metros vão exigir obras nas estradas

[dropcap style=’circle’]O[dropcap]s percursos dos autocarros 8 e 12, que passam pela Ilha Verde e pelo Jai Alai e pela Praça da Serenidade e o Terminal Marítimo de Macau, vão passar a ser feitos nos novos transportes articulados, que chegam aos 18 metros de comprimento. A informação foi dada ontem à imprensa após uma reunião do Conselho Consultivo do Trânsito, onde se ficou a saber que, para os autocarros poderem passar, vão ter de ser feitas mais obras nas estradas.
Kou Kun Pang, membro do Grupo Especializado em Planeamento de Políticas e Gestão das Obras, afirma que “há uma grande necessidade de transporte e os passageiros são muitos” nestas linhas, pelo que o modelo de autocarros passa a ser de “grande porte”. Com esta alteração, “será necessário um ajustamento das vias para que os autocarros possam passar”.
As obras nas ruas são visíveis a todos e foram um dos assuntos em discussão na reunião, nomeadamente face à sua morosidade. A justificação que saiu do encontro atribui a demora ao facto das mesmas envolverem muitos serviços diferentes. “É preciso alterar cabos que estão enterrados, por exemplo”, afirma Kou Kun Pang.
Em números, as obras previstas para este ano são 485. Setenta e sete já se encontram concluídas e 99 estão ainda em andamento, sendo que, até Setembro “haverá mais algumas terminadas”. Segundo Kou Kun Pang as obras que estão a ser realizadas são de carácter “urgente”.

Novas carreiras

Também ontem foi anunciado que a zona habitacional de Seac Pai Van, mais concretamente o Vale das Borboletas, vai passar a ter um terminal de autocarros para corresponder às necessidades da população.
Outra medida referida é a criação de uma linha idêntica à AP1 com o nome de AP1X. Kou Kun Pang argumenta que “é uma linha que está cheia, pelo que há necessidade de mobilização de uma nova”, de modo a que se possa proceder ao transporte de mais passageiros. O AP1 vai das Portas do Cerco ao Aeroporto de Macau, sendo que a nova carreira fará o mesmo percurso.

Mais radares na ponte

As autoridades vão ainda instalar mais quatro detectores de excesso de velocidade na Ponte Sai Vai. Actualmente, a ponte está munida de dois, mas até 1 de Agosto o tabuleiro estará com os restantes em funcionamento. A medida é tida como preventiva.

29 Jul 2016

Carminho, Charlie Chaplin e Puccini nas “Bodas de Pérola” do FIMM

[dropcap style=’circle’]E[/dropcap]ste ano é assinalada a 30.ª edição do Festival Internacional de Música de Macau. Umas Bodas de Pérola que nasceram em 1977. De “pequenino” o evento foi crescendo e a presente edição conta com um mês de Outubro cheio de vozes e instrumentos de todo o mundo, master classes e um fórum. Tudo para que aquele que é um dos mais antigos festivais asiáticos continue a crescer.
De Portugal destaca-se a presença de Carminho pela primeira vez no território. Mas há ainda um Fórum Internacional e um festival extra.

Conversas que não são da treta

O Fórum é uma iniciativa que pretende não só assinalar a efeméride, como ainda ser uma alavanca para o seu crescimento, afirma Iong Chi Kin, chefe do Departamento de Desenvolvimento das Artes do Espectáculo do Instituto Cultural (IC), organizador do evento.
A iniciativa conta com a realização de uma série de palestras profissionais experientes do mundo da música e da organização de espectáculos. Martin Engstroem, director executivo do Festival Verbier na Suiça, Jay Forster, co-fundador e director artístico do Clockenflap de Hong Kong, e Zhang Jie, directora da Escola de Música de Universidade de Xangai são só alguns dos nomes confirmados.
O Fórum é aberto ao público em geral e pretende “fazer um balanço e recolher ideias” para que o evento possa continuar a crescer, afirma o chefe do departamento. Desta iniciativa sairá um livro que resumirá os conteúdos abordados de modo a que no futuro possa ser uma referência.
No Festival extra vão ter lugar Master Classes. A organização destaca a participação do pianista português Adriano Jordão, o percussionista Colin Currie, o mestre de huqin Xu Ke e a “rainha da pipa”, Zhong Hongyan.
As conversas pré-espectáculo também estão em agenda, bem como visitas aos bastidores. Em jeito de aquecimento, e ainda durante todo o evento, começam em Setembro as sessões de cinema integradas no FIMM e que são acompanhadas de partilha e discussão com Leong I On e Chan Ka Keong.

Puccini e Chaplin

É a ópera que abre o pano da trigésima edição do FIMM. “Turandot” em três actos é uma produção da Orquestra de Macau com o Coro Nacional da Coreia e Coro Juvenil de Macau, que se aliou ao encenador italiano Giancarlo del Monaco e ao cenógrafo e figurinista William Orlandi para apresentar a peça de Puccini.
O final do evento também conta com inspiração de Charlie Chaplin e o evento de encerramento é um espectáculo que acompanha com música “in loco”, a cargo da Orquestra de Macau, os filmes “Luzes da Cidade” e “A quimera de ouro”. A dar o tempo estará o maestro norte americano Timothy Brock e o espectáculo tem lugar no Parque Dr. Carlos de Assunção.
A fadista Carminho vem partilhar o seu fado ao FIMM, além de nomes como Ray Hargrove e Valery Gergiev.
Ung Vai Meng, presidente do IC e autor do logótipo que distingue o evento, afirma que o tema desta edição é os “Gloriosos 30 – As sino rapsódias”. Um evento que pretende assinalar as três décadas com especial “dedicação às características culturais da China”.
O orçamento para o Festival deste ano não sofre alterações mantendo-se nas 38 milhões de patacas.
No total são cerca de 20 espectáculos que vão de 1 a 30 de Outubro. Os bilhetes estarão à venda a partir de 7 de Agosto.

29 Jul 2016

DST volta a lançar inquérito sobre residências familiares

A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) vai iniciar um novo estudo sobre o alojamento em residências de família. A segunda ronda começa hoje e segue até 29 de Agosto. Durante este período serão realizados inquéritos para recolha de opiniões, com o objectivo de conhecer de perto a opinião actual do público sobre a implementação do alojamento em residências de família.
Em 2014, a DST realizou um estudo sobre a viabilidade deste tipo de alojamentos, tendo sido recolhidos 2243 inquéritos que indicavam que mais de 60% dos entrevistados concordaram com o conceito, chamando no entanto à atenção para a necessidade de cumprir certas condições. Das condições assinaladas, os entrevistados destacaram o planeamento geral e a fiscalização efectiva por parte do Governo.
Para a DST, contudo, a percentagem dos entrevistados que concordaram com a implementação do alojamento em residências de família “não foi muito alta” e a maioria preocupa-se com o impacto na segurança pública, na higiene, no trânsito e no preço da habitação. O tema, diz a DST, não atingiu consenso.
Agora, o Governo decidiu realizar novo inquérito. A pesquisa de opinião vai fazer-se simultaneamente através de inquéritos on-line e de rua. Os interessados podem aceder à página da DST para o preenchimento do questionário disponível.

28 Jul 2016

CCM | Elvis Costello chega a Macau em Setembro

Dispensa apresentações e vai estar finalmente em Macau: Elvis Costello, dono de uma voz inconfundível e compositor de canções que marcam a cena musical das últimas décadas, vai subir ao palco do CCM em Setembro

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]palco do grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) vai receber um convidado especial em Setembro. É Elvis Costello, que vai ocupar o espaço com a sua voz, humor e as canções que fizeram história na carreira de um artista cuja vida é em palco. As interpretações que vão deambular entre a voz, o piano e a guitarra vão, com certeza, evocar a memórias das últimas décadas, num concerto marcado para dia 9 de Setembro às 20h00.
Elvis Costello é o nome artístico de Declan Patrick Aloysius Macmanus. Nascido em Londres em 1954, começou a dar um ar da sua graça na cena musical ainda nos anos 70. Passou ainda pelo punk rock da década de 80, quando conseguiu afirmação da sua voz única.

Para além de “ela”

Amplamente conhecido pela interpretação de “She”, que integra a banda sonora do filme “Notting Hill”, Elvis Costello alcançou o estrelato duas décadas antes, impulsionado pelos movimentos punk e new wave, como relembra o CCM.
A sua inquietação criativa cedo o aproximou de um amplo espectro de êxitos pop e complexos arranjos orquestrais e o impulso eclético levou-o a parcerias com gigantes musicais, de onde se destacam nomes como Paul McCartney, Tony Bennett, o lendário trompetista Chet Baker ou ainda o não menos icónico Johnny Cash. Inspirado por uma miríade de diferentes géneros musicais, Costello continuou a alargar horizontes, tendo pisado os terrenos da música clássica e do jazz através de colaborações com o Quarteto Brodsky, a Orquestra Mingus ou a mezzo soprano sueca Anne Sofie von Otter.
Depois de ter recebido prémios de prestígio, dos Grammy aos BAFTA, em 2004 foi nomeado pela revista Rolling Stone como um dos cem maiores artistas de todos os tempos.

Para dar e vender

Da sua carreira contam mais de 30 álbuns e sete colectâneas. Todos os álbuns de estúdio de Costello até 1996 (com excepção de “The Juliet Letters’’) foram relançados de 2001 a 2005 pela Rhino Records, sob a supervisão do próprio Costello. Em cada um deles consta um disco adicional em forma de bónus com lado B, temas ao vivo, versões alternativas ou ainda as demos por detrás das composições. O som foi remasterizado e o músico escreveu a apresentação de cada um dos discos, em que inclui reflexões próprias e mesmo anedotas ou piadas da época.
Se há dois dias circularam rumores acerca da sua morte que logo foram esclarecidos, esta é oportunidade para ver, em Macau, o espectáculo de um músico intemporal, que pisa pela primeira vez o palco do CCM, depois de muitos convites anteriores. Os bilhetes já se encontram à venda e custam entre as 180 e as 580 patacas.

28 Jul 2016

Associação quer Yat Yuen com habitação pública

A construção de habitação pública e consulta para transformação do Centro de Actividades Turísticas em Museu do Grande Prémio são os motivos que levaram à entrega de uma petição pela Associação Aliança da Juventude.
A entidade associativa, depois de ter sondado as opiniões de jovens locais, refere que os mais novos apoiam a futura construção de habitação pública e parques de estacionamento no espaço da Yat Yuen. “O que mais preocupa os jovens é o problema da habitação. Caso o campo da Yat Yuen possa servir para a habitação pública, será essa a opção mais adequada. Para o Governo, também será uma boa política”, afirma a Associação em nome dos jovens.
A Aliança da Juventude frisou ainda os 300 milhões de patacas destinados à renovação do Museu do Grande Prémio. Para a Associação este montante é “ridículo”. “O Governo nunca revelou o conteúdo da obra de reconstrução e o projecto vai ser um poço sem fundo”, argumenta, ao mesmo tempo que considera que o projecto está a “ser feito às escondidas”. Para pôr termo a dúvidas ficou a sugestão de que o Governo proceda a uma consulta pública para que se chegue a um consenso social.

28 Jul 2016

Respeito aos pais é dever, diz TUI

Filhos que não respeitam os pais não podem exigir pensão de alimentos. Esta é a base de uma decisão do Tribunal de Última Instância, num caso que se prende com dois filhos maiores de idade que processaram os pais por estes não os estarem a apoiar com pensão de alimentos e pagamento de propinas. Os jovens vivem no Canadá e os pais, de origem chinesa, argumentaram que deixaram de dar a referida pensão devido à falta de respeito por parte dos filhos. O caso andou de tribunal em tribunal e chegou ao TUI que afirmou que, na sociedade de Macau – onde a maioria da população é chinesa -, o respeito dos filhos para com os pais também é um valor ético essencial. “É difícil de aceitar que os filhos maiores que não cumpram devidamente o dever de respeito para com os seus pais possam ainda exigir que estes lhes prestem alimentos, continuando a sustentá-los”, lê-se no acórdão. Para o TUI, se os filhos maiores violarem gravemente o dever de respeito para com os pais, estes ficam desobrigados de continuar a suportá-los.

28 Jul 2016

DST abre concurso para Festival da Luz

A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) fez saber de uma nova abertura de concurso público para a adjudicação do serviço de organização do “Festival de Luz de Macau 2016”. O preço do serviço é de 20 milhões de patacas, igual ao do ano passado. Na edição passada do evento a DST concedeu a uma empresa de publicidade a organização de duas sessões do Festival da Luz. No entanto, o resultado do concurso público para a adjudicação do serviço nunca foi publicado, o que causou celeuma. A DST justificou, na altura, que não precisava de publicar o resultado em Boletim Oficial.

28 Jul 2016

Suede apresentam novo álbum em Hong Kong

Os britânicos Suede estão de volta aos palcos e apresentam em Hong Kong a sua mais recente produção, “Night Thouhts”. A banda britânica que oscila entre o estrelato, o fracasso, a intermitência e a ressurreição apresenta agora o álbum que assume, segundo o jornal Público, “a ideia de segunda vida”. O espectáculo na região vizinha acontece a 16 de Agosto, quando os Suede vão estar no Asia Worls Expo.
A banda forma-se em 1989, com Brett Andreson na voz, Bernard Butler na guitarra, Mat Osman no baixo e, na bateria, Simon Gilbert. Os músicos gravam o primeiro álbum homónimo em 1993. No ano seguinte é produzido “Dog Man Star”. A banda sofre baixas mas, em 96 com a entrada de Tichard Oakes e Neil Codling, os Suede atingem o seu maior sucesso comercial com o “Coming Up!”. O álbum alcançou o número um no Reino Unido e teve sucesso um pouco por todo o mundo. O disco “A New Morning” de 2002 foi um fracasso e após o lançamento da compilação “Singles”, no ano seguinte, a banda deu-se por terminada.
Mas nos anos 1990, os então jovens Suede pegarem no legado de Bowie e dos Smiths e assinaram lugar na britpop. A banda reaparece, então, em 2010 para uma série de concertos. Em 2013 sai o novo álbum “Bloodsports” e este ano nasceu “Night Thoughts”. Os bilhetes já se encontram à venda e os preços vão de 580 a 780 dólares de Hong Kong.

28 Jul 2016

Tribunal | Chefe do Executivo perde recurso

Foi ontem negado um recurso ao Chefe do Executivo, Chui Sai On, pelo Tribunal de Última Instância. Na base da decisão está um processo administrativo considerado sem fundamento e que esteve na origem da recusa de um pedido de residência temporária

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Tribunal de Última Instância (TUI) negou ontem um recurso ao líder do Governo, considerando que um acto administrativo que recusava um pedido de residência pecava por falta de fundamentação. A decisão foi tomada tendo por base a necessidade de especificação de factos que deveriam estar – mas que não constavam – no conteúdo do acto administrativo que recusava o pedido de residência temporária.
O pedido de residência foi feito por um homem, sob o argumento de investimento na área da restauração. Chui Sai On rejeitou o pedido por considerar que este não se adequava às necessidades de Macau. O homem, inconformado com a recusa, avançou com um processo contencioso para o Tribunal de Segunda Instância (TSI). Na base deste recurso, estavam os argumentos de que o processo administrativo que lhe havia negado o pedido de residência tinha por base uma ideia vaga e não justificada de que o seu projecto de investimento não correspondia em valor e interesse às necessidades da RAEM.
O TSI considerou que o acto administrativo que justificava a recusa de residência, de facto, não tinha fundamento, tendo dado seguimento ao recurso do requerente. Perante a decisão do tribunal, foi a vez do Chefe do Executivo recorrer para o TUI que negou o recurso e voltou a frisar que o acto administrativo carecia de fundamento.
“[Entendemos] que a leitura do despacho administrativo impugnado resulta do facto da Administração ter indeferido o pedido de autorização de residência temporária tendo em consideração o valor e espécie do investimento do interessado e as necessidades da RAEM. [Mas]. não foram indicados o valor nem espécie do investimento, nem mencionadas as necessidades da RAEM”, refere o acórdão do TUI.
Para o tribunal, o despacho devia conter os elementos em causa, que servem como fundamentação factual da decisão. Para o TUI é insuficiente a fundamentação do acto administrativo em causa, o que equivale à falta de fundamentação, e o recurso do líder do Governo acabou rejeitado.

27 Jul 2016

Armazém do Boi | Verão com actividades para a família

Criar um espaço artístico para dar voz às obras dos mais pequenos é o objectivo da segunda edição da “Children’s Artland”. Um espaço para mostrar as obras dos mais pequenos, que envolve actividades para toda a família e onde o destaque vai para o teatro de sombras

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]rte é de todos e para todos. Não tem idade, cultura ou limite e a “Children’s Artland” quer ser disso exemplo. A iniciativa promovida pelo Armazém do Boi já conta com a segunda edição e pretende envolver miúdos e graúdos no processo de criação. Para o efeito, o espaço acolhe a exposição conjunta “Jolly”, que apresenta obras realizadas por crianças locais.
O Armazém do Boi propõe-se apresentar todo o tipo de obras dos petizes e as técnicas e a escolha de materiais não têm restrições. Para a iniciativa, a organização colaborou com diversas instituições, de modo a recolher trabalhos com o intuito de “mostrar um mundo caleidoscópico de cores, imaginação e inspiração”, informa um comunicado de apresentação do evento. C2015

Viagem ao teatro

Mas a presente edição traz surpresas na manga. Estão a ser preparadas, paralelamente à exposição, uma série de actividades que vão da exploração do teatro de sombras à participação em barracas de artesanato.
Para o teatro de sombras, os mais pequenos são convidados a construir as marionetas, bem como a criar e produzir os seus adereços. A actividade pretende proporcionar às crianças uma experiência o mais imersa possível neste tipo de teatro tão característico do Oriente.
Para pais e filhos, estão ainda na calha visitas guiadas pelos bastidores das sombras, numa experiência que dá a conhecer as histórias por detrás das cenas. A organização salienta ainda o contributo do trabalho que tem desenvolvido com a Associação “Design for Change”, do qual resultaram as actividades com o teatro de sombras e que “acrescentam uma nova dimensão ao projecto”, afirma o Armazém do Boi.
Esta é uma iniciativa que pretende dar largas à imaginação “ilimitada” dos mais pequenos, ao mesmo tempo que quer despertar a curiosidade e a motivação para colocar em prática as ideias imaginadas.
E, para um Verão completo, há ainda direito a um mercadinho em que todos podem participar. Estão presentes barracas que vendem artesanato e criações locais ao mesmo tempo que, paralelemente, decorrem oficinas para a família, sem esquecer a disponibilização de um parque infantil e a realização de pequenos espectáculos ao vivo.
A cerimónia de abertura tem lugar no próximo sábado pelas 14h00 e conta com entrada livre. A iniciativa irá decorrer até 11 de Setembro, tendo actividades específicas agendadas para 30 de Julho, 6 de Agosto e 10 e 11 de Setembro.

27 Jul 2016