Hengqin | Recolha de opiniões sobre apoios para fixar residentes na zona

A Zona de Cooperação Aprofundada em Hengqin quer atrair mão-de-obra de Macau e está a propor a atribuição de subsídios. Um residente, permanente ou não, pode receber por mês até 12 mil renminbis durante três anos. Estas medidas estão agora num processo semelhante ao de consulta pública até terça-feira

 

Até terça-feira, 18 de Janeiro, a Direcção dos Serviços de Assuntos de Subsistência da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin está a recolher opiniões dos residentes de Macau sobre as medidas para atrair trabalhadores locais para a Ilha de Montanha. O programa aplica-se a residentes da RAEM (permanentes e não permanentes, desde que não tenham residência no Interior da China).

Os apoios dividem-se em várias categorias, entre directos ao trabalhador e às empresas.
Os subsídios de emprego são atribuídos de acordo com a formação académica do candidato. Um profissional doutorado pode receber até 12 mil renminbis por mês de subsídio, ao longo de um período de três anos. Com a mesma duração, o apoio prestado a um profissional com formação académica equivalente a mestrado pode atingir 9 mil renminbis por mês, enquanto os licenciados podem chegar aos 7 mil renminbis de subsídio. Os residentes da RAEM com formação abaixo de licenciatura podem habilitar-se a um apoio mensal até 5 mil renminbis.

Injecção de confiança

Os programas de apoio em análise destinam-se também a empresas, englobando um conjunto de medidas com vista a promover o empreendedorismo. Para terem direito aos apoios, as empresas devem operar há, pelo menos, três meses, e ser detidas maioritariamente por um empresário de Macau, ou seja, o residente da RAEM deve ser proprietário de mais de 50 por cento das acções da empresa. Este subsídio pode chegar aos 50 mil renminbis, pagos de uma só vez.

A proposta da Direcção dos Serviços de Assuntos de Subsistência da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin contempla também apoios às empresas para o recrutamento de residentes da RAEM.

Assim sendo, cada residente contratado pode valer ao patrão um subsídio de 30 mil renminbis por ano, ao longo de três anos.

Se a empresa contar nos seus quadros com mais de 30 residentes da RAEM, habilita-se a receber um bónus de 200 mil renminbis, atribuídos apenas uma vez. No total, os apoios não podem exceder 9 milhões de renminbis, 3 milhões anualmente divididos ao longo de 3 anos.

Os incentivos à deslocação de mão-de-obra não se ficam por apoios especiais da zona de cooperação aprofundada e incidem também sobre benefícios de cariz nacional. Neste âmbito, os patrões de residentes de Macau vão ter direito a apoios nas contribuições de previdência social, tais como nos apoios a serviços prestados a idosos, saúde, desemprego e seguro para acidentes de trabalho. Da mesma forma, estes benefícios não podem exceder três anos de duração.

Por sector, os trabalhadores das áreas financeiras, estatística, arquitectura, planeamento, design e medicina tradicional chinesa que estejam empregados em Hengqin têm direito a um bónus de 50 mil renminbis, atribuídos de uma só vez, que pode chegar a 100 mil renminbis se o trabalhador for especialista em duas das áreas mencionadas.

12 Jan 2022

Jogo | Fitch com perspectivas negativas para o nível de risco de operadoras

A manutenção da política de zero casos de covid-19, as incertezas sobre a nova lei do jogo, a campanha contra o sector VIP e a obrigação de entrada de capital chinês nas operadoras americanas são vistas como riscos para as concessionárias

 

A agência de notação Fitch tem uma perspectiva negativa quanto aos riscos de crédito das operadoras de jogo no território. Num relatório publicado ontem, a agência acredita que a indústria vai continuar a enfrentar dificuldades com o baixo número de visitantes, campanhas contra o sector VIP/empresas junkets e incertezas sobre a renovação das concessões.

Para a Fitch, as expectativas negativas só poderão ser invertidas quando se verificarem duas condições: a clarificação, por parte do Governo, do “ambiente regulativo” e sobre a renovação das concessões. “Mesmo que a Fitch receba explicações de curto-prazo sobre o processo de atribuição das concessões, e também da forma como vão ser implementados os novos regulamentos para o sector, a garantia da emissão das licenças de jogo às operadoras vai provavelmente ser fundamental para alterar as perspectivas negativas”, é explicado no relatório.

Contudo, o cenário de baixar as notas de risco das empresas está em cima e não é tão distante. A notas das operadoras podem ser agravadas caso a recuperação do nível de visitantes e receitas do jogo seja mais lenta do que o esperado. Segundo o documento, se as previsões para as receitas do jogo de 2023 não atingirem 90 por cento dos valores de 2019, ou seja, 262,21 mil milhões de patacas, a classificação a nota dos créditos das concessionárias vai piorar. No ano passado as receitas foram de 86,86 mil milhões de patacas.

Fechados em 2023

A agência explica as expectativas e previsões para os factores que afectam a notas de crédito das operadoras. No que diz respeito ao turismo, não é esperado um grande número de visitantes até 2023, porque não haverá mudança da política de zero casos de covid-19.

“Em termos globais, não se deve esperar um aumento significativo no número de turistas do Interior até, pelo menos, 2023, dada a política de zero casos de covid-19 e os riscos das variantes do vírus, além de eventos políticos chave”, é constatado. Os eventos políticos mencionados são os Jogos Olímpicos de Inverno, em Fevereiro, e o Congresso Nacional do Partido Comunista da China, no Outono. “Os riscos para a reputação de alterar a política de zero casos de covid-19 antes destes eventos, e de atrair a atenção dos média internacionais, são provavelmente considerados demasiado elevados”, é explicado.

Por outro lado, a Fitch reconhece que foi informada pelas operadoras que os vistos do Interior para as visitas a Macau não têm sido um problema, desde que não haja surtos de covid-19, e que os turistas têm gastado montantes elevados nas deslocações ao território. No entanto, a agência não considera as explicações suficientes para evitar adoptar uma perspectiva negativa, porque entende que existe uma volatilidade extrema e a probabilidade de surgirem novos surtos na província de Guangdong.

Fantasma das “campanhas”

No documento é ainda feita uma comparação entre as campanhas do Interior contra os sectores privados das novas tecnologias e da educação, que atingiram empresas tão famosas como a gigante Alibaba, e o sector do jogo local.

Estas campanhas tiveram consequências pesadas como a proibição de algumas empresas entrarem na bolsa, multas milionárias, implementação de limites ao número de horas para jogos electrónicos e encerramento obrigatório de todos os centros de explicações privados.

No entanto, os analistas da Fitch acham que a indústria do jogo em Macau está mais protegida. “Ao contrário de outros sectores que têm uma pressão de supervisão cada vez mais elevada, em Macau, nos últimos 20 anos, o jogo sempre foi um sector muito regulado, com barreiras e controlos”, foi defendido.

Como exemplos de controlos, são referidos os limites às mesas de jogo, participação de empresas estrangeiras nas concessionárias, condições de acesso aos casinos, assim como o limite de três concessões e três subconcessões.

Além do controlo da actividade, a Fitch vê o jogo como uma actividade com menores riscos sociais para o Interior, uma vez que só pode ser feita através de visitas de turismo e não pode ser acedida fora de Macau. Neste sentido, a agência argumenta que o jogo da RAEM apenas “chega” a dois por cento da população chinesa, ou seja, que tem um impacto social muito menor que os centros de ensino ou o alcance das grandes empresas tecnológicas.

Impacto da Guerra Comercial

Um dos aspectos igualmente mencionado e considerado para a avaliação do risco das empresas são relações entre a China e os Estados Unidos, assim como a consequência para as operadoras norte-americanas, Sands China, MGM e Wynn Macau.

A Fitch acredita que até agora “não há provas evidentes” que estas operadoras “vão ser tratadas de forma diferente pelo Governo Central”.

Para sustentar que poderá haver tratamento igual, a agência de notação refere que as concessionárias controladas por ocidentais estão ligadas a companhias com sede em Hong Kong. Por outro lado, é apontado que as operadoras empregam vários trabalhadores locais, que fizeram investimentos de milhares de milhões para promover os objectivos políticos e sociais do Governo e que, em alguns casos, estão ligadas a figuras importantes chinesas, como a MGM China e Pansy Ho, filha de Stanley Ho.

“São empresas que garantiram os empregos dos locais durante a pandemia, apesar da redução das receitas e que pagaram milhares de milhões de dólares norte-americanos em impostos ao longo dos anos”, é igualmente destacado.

No entanto, é deixado o alerta que a política de prosperidade comum de Xi Jinping mesmo obrigar as empresas norte-americanas a desfazerem-se de parte do capital, em prol de investimentos chineses. “Este seria um factor que de certeza ia afectar de forma negativa a notação financeira”, é indicado pela Fitch.

O relatório divulgado ontem foca as concessionárias Sands China, Wynn Macau, MGM, Melco e SJM, deixando de foram a Galaxy, que tradicionalmente não é alvo de análise pela Fitch.

Ano Novo Chinês | Bancos de investimento pessimistas

Além da Fitch, os bancos de investimento Jefferies e Bank of America também publicaram ontem as expectativas para o jogo durante o Ano Novo Chinês. Segundo a análise da Jefferies, os últimos surtos de covid-19 vão ter um impacto profundo nas receitas do jogo durante aquela que tradicionalmente é uma época alta para o turismo. Outra consequência negativa para os negócios nascida da multiplicação da variante ómicron é fazer com que a circulação entre Macau e Hong Kong, sem necessidade de quarentena, seja adiada.

O analista David Katz, da Jefferies, referiu mesmo que, tendo em conta a incerteza em torno do jogo em Macau, é “preferível” apostar em empresas viradas para o mercado dos Estados Unidos. Também o analista Shaun Kelley, do Bank of America, está preocupado com a política de zero casos: “Vemos um risco continuado do mercado ser afectado por casos de covid-19, e não vemos uma saída próxima ou fácil para a política de zero casos, adoptada pelo Governo de Macau”, referiu.

12 Jan 2022

Associação de restauração defende exigência de vacinação ou teste

A Associação da Indústria de Restauração de Macau (Macau Catering Industry Association, em inglês) defende a obrigação de os clientes estarem vacinados ou apresentarem um teste à covid-19 com um resultado negativo nos últimos sete dias. A posição foi assumida por Lei Iam Leong, em declarações ao Jornal do Cidadão, que afirmou ter ficado contente com a medida, depois de uma negociação entre o Governo e o sector, que começou há mais de seis meses.

Neste sentido, o presidente da associação deixou o apelo para que as indústrias do turismo e restauração, e também a população, coordenem os esforços e tomem medidas activas, como a utilização de máscara quando estiverem no exterior, e ainda que se vacinem o mais depressa possível.

Apesar de não ser consensual, a medida que vai ser estendida aos restaurantes está em vigor entre os trabalhadores da função pública. Lei Iam Leong explicou igualmente o apoio à medida com a fragilidade económica do território. “Macau não tem capacidade para sofrer mais nenhum impacto económico de um novo surto. Devemos fazer todos os possíveis para evitar esse impacto”, justificou.

Contudo, Lei Iam Leong alertou que o Governo tem de emitir orientações sobre a forma como os restaurantes vão poder actuar, na altura de exigirem aos clientes que mostrem os certificados.

Pedidos de apoio

Sobre o sector da restauração, o responsável afirmou que no ano passado o número de restaurantes a fechar cresceu numa proporção de 40 por cento. Porém, Lei considerou que com grandes eventos, como o Grande Prémio de Macau e o Festival de Gastronomia, o número de visitantes está a crescer, o que beneficia o sector.

Apesar de algum optimismo da Associação da Indústria de Restauração de Macau, a deputada Ella Lei pediu medidas de apoio ao sector, e fala num cenário com vários desempregados e sub-empregados, ou seja, pessoas que trabalham menos horas do que desejavam.

De acordo com as declarações da deputada ao jornal Ou Mun, o apelo do Executivo para que não haja aglomerações e para que as pessoas evitem concentrações teve impacto no sector e levou a vários cancelamentos de reservas para o Ano Novo Chinês.

11 Jan 2022

Centros de Explicações | Condenados por crimes de droga excluídos

Deputados e Governo determinam que quem cometeu crimes relacionados com droga é incompatível com a prática de actividades em centros de Explicações. A medida inclui criminosos reabilitados e é adoptada para “proteger as crianças”

 

Os condenados pelo crime de consumo de estupefacientes ficam proibidos de desempenhar funções nos centros particulares de explicações. A proposta está a ser discutida pelos deputados na especialidade e faz parte da “lei da actividade dos centros particulares de apoio pedagógico complementar do ensino não superior”.

Segundo a explicação da deputada e presidente da 1.ª Comissão Permanente, Ella Lei, para os centros obterem uma licença de funcionamento, quem desempenhar cargos de administração, coordenador dos centros, “agentes de apoio pedagógico” ou de “agentes de recepção de alunos” tem de ser considerada uma pessoa idónea.

Entre as características que o diploma define como idoneidade, consta que não pode ter havido qualquer condenação pelo consumo de estupefacientes, um crime punido com pena de prisão de três meses a um ano. E a proibição de exercer as funções mencionadas continua em vigor, mesmo depois de os prevaricadores terem sido “reabilitados nos termos legais”.

“O Governo que proteger os menores, ou seja, as crianças e por isso quer implementar medidas mais rigorosas”, explicou Ella Lei. Os deputados estão em sintonia com a proposta: “Queremos mesmo proteger as crianças. Quem tiver praticado esses crimes, não pode exercer funções no centro de explicações.”, justificou.

Dados escondidos

Após a reunião, entre os deputados e representantes dos Governo, que contou com a presença da secretária para os Assuntos Sociais e Justiça, Elsie Ao Ieong U, os legisladores não deixaram de se mostrar preocupados. Em causa, está o facto de um crime praticado por uma pessoa reabilitada poder desaparecer do registo criminal. “Alguns crimes deixam de constar no registo criminal, por isso, perguntámos ao Governo como é que se pode saber das condenações nesses casos”, explicou Ella lei.

O mesmo regime aplica-se a outros tipos de crimes como o tráfico e produção de estupefacientes. Fora do campo das drogas, quem tiver praticado crimes de violência doméstica, contra a vida, integridade física, liberdade e autodeterminação sexuais, ou qualquer delito com uma pena superior a três anos e transitada em julgado, fica igualmente excluído destas profissões.

Também ontem, os deputados discutiram com o Executivo o cargo de coordenador dos centros de explicações, ou seja, a pessoa responsável pelo pessoal e os assuntos relacionadas com o centro. De acordo com as informações trocadas entre deputados e Governo, chegou-se à conclusão que a função não tem de ser desempenhada a tempo inteiro. Por outro lado, os deputados pediram ao Governo para que equacione criar cursos de formação específica para esta posição.

11 Jan 2022

Covid-19 | Governo nega que Ho Iat Seng seja contacto próximo

O Chefe do Executivo reuniu na quarta-feira passada com o chefe do Gabinete do Conselho de Estado, horas após o dirigente do Interior ter reunido com 10 deputados de Hong Kong envolvidos na polémica festa de aniversário onde estiveram dois casos positivos de covid-19

 

Ho Iat Seng esteve num encontro com Xia Baolong, chefe do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado, mas não é considerado caso de contacto próximo, nem de contacto em segundo grau. A explicação foi avançada ontem por Elsie Ao Ieong U, secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, que revelou que as autoridades não foram alertadas pelo Interior, nem por Hong Kong, para uma possível fonte de contágio.

Em causa está o dia 5 de Janeiro, a passada quarta-feira, quando Ho e Xia estiverem reunidos no Interior. No entanto, nesse mesmo dia, o chefe do gabinete do Conselho de Estado reuniu antes com cerca de 10 deputados de Hong Kong, entre os quais Junius Ho.

A situação foi ontem endereçada por Elsie Ao Ieong U porque os deputados de Hong Kong participaram numa polémica festa de aniversário, com um caso confirmado de covid-19 na RAEHK, e um outro que viria a ser reclassificado pelas autoridades vizinhas como falso positivo, o que permitiu aos legisladores fazerem quarentena em casa, ao contrário dos empregados do restaurante.

Apesar da situação, a secretária explicou que Ho Iat Seng não é encarado como caso de contacto próximo, nem de contacto por via secundária. “Eu não participei na reunião, mas, ainda não recebemos qualquer aviso das entidades competentes do Interior ou de Hong Kong sobre a existência de contactos próximos nessa reunião”, afirmou a secretária.

Nas declarações prestadas ontem, a secretária mostrou total confiança nas informações do Interior, por considerar que os trabalhos de prevenção têm sido “muito notáveis” e garantiu que nenhum contacto próximo vai ter regime especial. “Se uma pessoa for considerada de contacto próximo, e estiver em Macau, fica directamente sujeita a observação médica. Mas, neste momento, ainda não recebemos qualquer informação que esses dirigentes sejam considerados casos de contacto próximo”, acrescentou.

Cuidados diários

Por outro lado, Elsie Ao Ieong U destacou também que os governantes da RAEM têm vários cuidados, quando regressam de encontros no Interior da China. “Em Macau temos uma medida que após a realização de uma visita ao exterior, as delegações têm de realizar um ou dois testes de ácido nucleico”, revelou. “O mesmo aconteceu comigo, até para deslocações apenas a Zhuhai, depois de regressar fiz um ou dois testes. Acho que todos os governantes têm cumprido estas instruções”, apontou.

Sobre a possibilidade de existirem futuros casos de covid-19, a secretária apelou também a que a população não adopte uma postura punitiva. “Não temos de pensar sempre em penalizar as pessoas [que não cumprem as medidas decretadas de controlo da pandemia]. Até à presente data, os residentes locais têm acompanhado e colaborado com os nossos trabalhos de prevenção”, realçou.

Ainda em relação às medidas de controlo da pandemia, a secretária justificou a realização de grandes eventos, como a parada de Ano Novo Chinês e a organização de fogo-de-artifício, com a necessidade de manter a economia a funcionar, mas apelou para que se evitem concentrações em restaurantes e banquetes de casamento.

11 Jan 2022

Covid-19 | Secretária apela a residentes para evitarem aglomerações

Apesar do menor período de incubação da variante Ómicron, o Governo recusa baixar o período de quarentena, por considerar que as outras variantes se mantêm muito activas

 

A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, apelou à população para evitar aglomerações, devido ao aumento de casos importados, que são detectados à chegada ao território ou nos hotéis de quarentena. O pedido foi feito na sexta-feira, em declarações à imprensa, à saída de uma reunião na Assembleia Legislativa.

“Solicitamos aos residentes para evitarem a aglomeração de pessoas, por exemplo, que evitem participar em festas de casamento”, afirmou a secretária, de acordo com a TDM. “Nestas circunstâncias há sempre aglomeração e os participantes têm de retirar a máscara durante bastante tempo”, justificou.

Contudo, como relatado pelos meios de comunicação chinesa, o pedido não se limitou aos casamentos, mas também aos tradicionais banquetes de Ano Novo Chinês das associações, em que as pessoas se juntam e comem em ambiente festivo.

Neste sentido, não está afastada a hipótese de novas orientações para encontros e actividades de grupo face à evolução da pandemia.

Em cima da mesa continua também a opção da obrigatoridade de tomar a vacina para frequentar restaurantes e outros espaços, ou apresentar resultado negativo de um teste de ácido nucleico realizado nos últimos sete dias. “Estamos a estudar a matéria [de exigir a vacinação], para, por exemplo, atravessar a fronteira ou entrar em restaurantes”, adiantou. “Não descartamos a possibilidade de exigir a vacinação ou de um resultado negativo do teste de ácido nucleico. Continuamos a estudar e a analisar a situação”, acrescentou.

Quarentena sem mexidas

No sentido oposto, está excluída a possibilidade de reduzir a duração das quarentenas para quem entra em Macau. O cenário chegou a ser avançado face ao menor período de incubação da variante Ómicron.

“Actualmente, em todo o mundo, não existe apenas a variante Ómicron, mas também outras variantes, que têm um período de incubação mais longo, superior a 14 dias”, respondeu Elsie Ao Ieong. “Vamos continuar a manter a medida de quarentena, e conforme o risco dos diferentes locais, vamos ajustar o período”, acrescentou.

As quarentenas são exigidas a todos os que vêm ao território com origem em qualquer outro destino que não seja o Interior (com as excepções dos territórios que enfrentam surtos), têm durações de 14 dias, 21 dias ou 28 dias, de acordo com o grau de risco do local de origem.

Por outro lado, Elsie Ao Iong também realçou que as exigências de isolamento têm uma natureza muito dinâmica, que depende da evolução da situação endémica. “Os Serviços de Saúde vão emitir novas orientações e vamos observar constantemente a situação epidémica. Estamos sempre a actualizar a lista de regiões de alto e médio risco”, referiu.

10 Jan 2022

Centro da FAOM recebeu pedidos de 700 funcionários da Suncity

A Casa dos Trabalhadores da Indústria do Jogo traça um cenário negro da situação dos ex-trabalhadores da empresa. Não conseguem receber salários devidos, ver confirmada a situação de desemprego, nem encontrar novos postos de trabalho correspondentes às suas qualificações

 

A Casa dos Trabalhadores da Indústria do Jogo, ligada à Federação das Associações do Operários de Macau (FAOM), pediu ao Executivo para prestar atenção à situação dos funcionários despedidos da Suncity. A empresa entrou em colapso em Dezembro do ano passado, depois da detenção de Alvin Chau, e o centro diz ter recebido, em conjunto com a FAOM, mais de 700 queixas e pedidos de ajuda.

Ao jornal Ou Mun, o chefe do centro, Pak Kin Pong, explicou que as 700 queixas e pedidos de auxílio partiram de pessoas que trabalhavam para a empresa e que se encontram em situações de incerteza. Segundo as explicações do responsável, os trabalhadores deixaram de receber salários, porque muitas empresas de outros sectores simplesmente fecharam, mas não foram avisados do despedimento, nem terão recebido o comprovativo dessa situação. O certificado de desemprego é um dos requisitos para receber os apoios do Governo durante três meses.

Segundo Pak Kin Pong, os queixosos encontram-se num limbo porque “não recebem salário, mas têm estatuto de empregados”.

Num primeiro momento, a Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais (DASL) ignorou as queixas recebidas pelos trabalhadores da Suncity, mostrando preocupação apenas com os trabalhadores das salas VIP, que tinham contratos com concessionárias.

Posteriormente, e depois de manifestações de desagrado, a DSAL admitiu ter recebido queixas e abriu um balcão exclusivo de atendimento para estes profissionais. No entanto, Pak afirmou que os resultados deste balcão têm sido muito limitados.

Falta de competências

De acordo com o responsável do centro de apoio, os empregos disponíveis e promovidos pela DSAL são muito diferentes das competências deste grupo de pessoas, o que tem dificultado o regresso ao mercado de trabalho. Por isso, considerou que a DSAL precisa promover mais cursos de formação, para que estas pessoas possam ser requalificadas e adquirir competências em sintonia com a procura actualmente da economia de Macau.

O chefe da Casa dos Trabalhadores da Indústria do Jogo sugeriu ainda que o Governo deve accionar mecanismos de apoio aos trabalhadores com ordenados em atraso, dentro da lei de garantia de créditos laborais, criada para apoiar a parte mais desprotegida quando se verificam incumprimentos de ordem laboral.

10 Jan 2022

AL | Leong Sun Iok quer debater subida de propinas na Universidade de Macau

O deputado dos Operários considera “inaceitável” inflaccionar as propinas depois dos rendimentos em Macau terem caído 40 por cento. Leong Sun Iok entende que o Chefe do Executivo falhou na promessa de proteger a população de aumentos penalizadores

 

O deputado Leong Sun Iok vai propor um debate na Assembleia Legislativa (AL) para discutir o aumento das propinas na Universidade de Macau (UM). Segundo o legislador ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), os aumentos vão contra as promessas anteriores de Ho Iat Seng e são contrários aos discursos do Presidente Xi Jinping.

Na proposta, Leong indica que as propinas referentes às licenciaturas na UM aumentaram mais de 50 por cento só nos últimos dois anos, ou seja, durante o período de crise pandémica. No que diz respeito ao próximo ano, o deputado indica que os mestrados vão ter aumentos superiores a 35 por cento, enquanto que o custo do doutoramento em Filosofia vai subir 70 por cento.

O legislador não compreende os aumentos e pede explicações. “Sob o impacto da epidemia, a taxa de desemprego em Macau mantém-se elevada, com mais de dez mil subempregados, e os rendimentos dos residentes diminuíram significativamente. Em 2020, o rendimento global dos residentes locais, em termos reais, caiu 40 por cento em relação ao ano anterior”, destacou Leong Sun Iok. “Compreendo que a Universidade de Macau, enquanto escola pública, deseje recorrer ao aumento das propinas para reduzir a carga sobre os fundos públicos. Contudo, se o Governo regista pressão, a dos encarregados de educação é ainda maior”, realçou. “O aumento das propinas deve ter em conta as condições económicas objectivas e a acessibilidade dos encarregados de educação e dos estudantes”, atirou.

Leong Sun Iok deixa ainda muito claro que é contra a insensibilidade social da escalada das propinas. “Não se deve aumentar, drasticamente, as propinas de uma só vez, especialmente em tempos de dificuldades sociais, nem se deve ‘agravar os encargos’ dos encarregados de educação”, afirmou. “Considero isto inaceitável”, vincou.

Promessa violada

O deputado da FAOM considera igualmente que Ho Iat Seng não cumpriu com o prometido. “No ano passado, o Chefe do Executivo afirmou, neste hemiciclo, que se poderia considerar um aumento das propinas universitárias sob o pressuposto de os estudantes locais não serem postos em causa”, recordou. “Porém, a actual abordagem ultrapassou os pré-requisitos estabelecidos pelo Chefe do Executivo para o aumento das propinas, a par da inexistência de um mecanismo perfeito de ajustamento”, frisou.

Por outro lado, Leong Sun Iok argumentou que o presidente Xi Jinping defende propinas baixas, para promover a educação. “A política de propinas baixas é também uma medida importante para promover a formação de talentos, para que os estudantes possam concentrar-se nos seus estudos sem qualquer preocupação”, considerou. “O presidente Xi Jinping salientou: ‘não importa o quão pobre seja um País, a educação não pode ser ruim, e não importa o quão difícil seja a situação de uma família, os estudantes não podem ser sacrificados’”, citou.

Leong Sun Iok pediu igualmente ao Governo que se inspire nos exemplos do passado, como nas prioridades de Edmund Ho. “No início do retorno de Macau à mãe-pátria, a economia estava num marasmo e não restava muito dinheiro no tesouro. Porém, o então Chefe do Executivo anunciou, ainda, em 2001, a redução das propinas das duas instituições de ensino superior, para aliviar os encargos dos encarregados de educação e promover a política de formação de talentos”, lembrou. A proposta deve ser votada na próxima sessão plenária da AL, cuja data ainda não está agendada.

10 Jan 2022

Governo: Restrições foram impostas para que Macau não fique como os EUA

A proibição de aterragens de voos em Macau tem como objectivo evitar um surto e impedir que a RAEM fique numa situação pandémica semelhante à vivida nos Estados Unidos, que regista novos recordes de infecções. As explicações foram avançadas por Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença, ontem, na conferência de imprensa sobre a evolução da pandemia. A responsável admitiu ainda que o período de proibição de entradas do estrangeiro pode ser alargado.

“Estamos num momento crítico a nível mundial […] antes de tomarmos a decisão considerámos a alta transmissibilidade da variante Ómicron, e a necessidade de evitar o surgimento de casos internos. Temos de trabalhar para evitar ser como os Estados Unidos e ter muitos casos”, afirmou Leong Iek Hou.

“Não queremos sobrecarregar as nossas instalações médicas, nem causar um grande impacto à vida da população e à actividade económica de Macau”, acrescentou.

Segundo a médica, a restrição vai prejudicar a vida da população, mas o que está em causa é “o interesse global” da sociedade, principalmente tendo em conta as várias infecções ligadas a voos vindo exterior.

“Em cada voo que regressa via Singapura conseguimos identificar um a três casos confirmados de covid-19. Houve pessoas que no início eram consideradas um caso de contacto próximo e, dias depois, são confirmados casos confirmados. Por isso, não excluímos a possibilidade de serem infectadas no avião”, argumentou.

As autoridades admitiram ainda a possibilidade de alargar a proibição para além de 23 de Janeiro, de acordo com uma “análise dinâmica”.

Informação inútil

Na conferência de ontem, Leong Iek Hou foi confrontado com a falta de aviso prévio sobre a possibilidade de proibir voos e ainda as recomendações de Ho Iat Seng que, no passado, sugeriu que os reencontros familiares fossem no estrangeiro e não em Macau.

Em resposta, a médica recusou a ideia de que os residentes não foram alertados e afirmou que vigora há dois anos uma política aconselhamento contra viagens não essenciais. A coordenadora recusou a ideia da existência de restrições à liberdade de entrada e saída do território aos residentes, porque só estão “a restringir os voos”.

Leong Iek Hou insistiu também que os residentes podem regressar a Macau de outra forma, que não sejam os voos de Singapura. Segundo a médica, é possível entrar a partir do Interior e Taiwan, que disse ter voos directos. Porém, actualmente, as entradas em Taiwan estão reservadas apenas a quem tem autorização de residência. Mesmo assim, o tempo das escalas no aeroporto de Taipé seria outro motivo para a opção não ser viável para chegar a Macau vindo da Europa.

Governo pondera bolha de vacinação local

O Governo equaciona tornar a vacina um requisito obrigatório para que um residente possa frequentar restaurantes, cinemas e salas de espectáculos. A possibilidade foi admitida por Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença, ontem na conferencia de imprensa.

Em cima da mesa está também a possibilidade de as pessoas terem como alternativa, caso não seja vacinadas, fazer um teste a cada sete dias para frequentar os espaços mencionados.

“Espero que compreendam que o mais importante na vacinação é reduzir o risco de morte e de sintomas graves. Em alguns estabelecimentos, quando entramos, tiramos sempre a máscara, como restaurantes, também há outros espaços, como cinemas ou salas de concertos em que ficamos por um período longo. São situações que aumentam o risco de contágio”, justificou a médica.

A obrigatoriedade ainda não é certa, ao contrário do que acontece em Hong Kong, mas está a ser ponderada: “vamos avaliar consoante a situação epidémica”, foi garantido.

Também ontem foi encurtado o tempo para a tomada da terceira dosa da vacina contra a covid-19, que passa a ser de três meses. Neste capítulo, Leong Iek Hou apelou aos residentes para tomarem a vacina da BioNTech, uma vez que os estudos apontam que o reforço com esta vacina oferece uma protecção mais eficaz, do que se o reforço for feito com o produto da Sinopharm.

Residente vinda do Vietname é mais um caso importado

Uma residente de 21 anos acusou positivo no teste de ácido nucleico na quarta-feira, à chegada a Macau vinda do Vietname, com escala em Singapura. Como não apresenta sintomas, o caso foi classificado como importado de infecção assintomática.

A jovem tomou duas doses da vacina da Sinopharm nos passados meses de Novembro e Dezembro e no dia em que saiu do Vietname fez um teste que deu negativo. Após o resultado positivo à chegada, foi transportada para Centro Clínico de Saúde Pública de Alto de Coloane para observação médica.

7 Jan 2022

Covid-19 | Proibição de chegada de aviões pressiona comunidade portuguesa

A medida que impede a entrada em Macau de pessoas vindas do estrangeiro foi surpreendente e as justificações escassas. O HM ouviu figuras da comunidade portuguesa que viram a proibição como um sinal de que a pressão psicológica e o stress estão para ficar

 

O anúncio da proibição de aterragem em Macau de todos os voos civis que tenham origem fora da China a partir de domingo apanhou de surpresa a comunidade portuguesa. Também o facto de não ter sido inicialmente prestada qualquer justificação, como realçado pelas opiniões ouvidas pelo HM, contribui para as expectativas de continuação de um clima de forte pressão psicológica e stress crescente.

“Este tipo de medidas repentinas aumenta muito a pressão psicológica. Com a situação da covid-19, as restrições que limitam os seus movimentos, as pessoas atravessam períodos de ansiedade e ficam muito nervosas”, considerou Amélia António, presidente da Casa de Portugal, em declarações ao HM. “As medidas surgem de forma súbita, sem explicações ou fundamentos, e fazem com que não se possa tomar cautelas, por isso, é muito difícil encaixar estas políticas”, acrescentou.

Na altura em que prestou declarações ao HM, ainda não eram conhecidos os fundamentos, que só foram abordados horas mais tarde, na conferência de imprensa sobre a situação pandémica. Por isso, a responsável pela Casa de Portugal recusou fazer críticas à decisão das autoridades: “Admito que estas medidas sejam tomadas porque os Serviços de Saúde têm dados concretos… Mas, nós não conhecemos mais do que razões abstractas. Apenas nos dizem que são motivadas pela covid-19 e que servem para proteger a população”, lamentou.

Com compreensão

Por sua vez, o deputado José Pereira Coutinho, ligado à Associação de Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), defendeu que a medida é sensata, desde que aplicada de forma temporária. O legislador aceita até a hipótese de o período de proibição, que vigora até 23 de Janeiro, seja prolongado, dependendo da evolução pandémica.

“Eu apoio esta medida. A saúde pública de Macau está de rastos. É uma medida acertada, desde que seja temporária. A transmissibilidade deste vírus é extremamente elevada”, defendeu sobre a variante ómicron. “Depois de duas semanas, é necessário fazer uma avaliação e ver como está a situação. É uma medida sensata, porque vai proteger a maioria dos cidadãos de Macau”, completou.

Pereira Coutinho afirmou ainda compreender o facto de a medida ter sido tomada sem qualquer tipo de indicação prévia, por considerar que a luta contra a pandemia é imprevisível. “As coisas surgem desta forma. Foram detectados dois casos assintomáticos de ómicron, e é um sinal de que as autoridades sanitárias estão preocupadas”, vincou. “Havendo um surto não temos capacidade para enfrentá-lo, a não ser que já tivéssemos o Hospital das Ilhas a funcionar”, sustentou.

Lógica de zero casos

Para Miguel de Senna Fernandes, presidente da Associação dos Macaenses, a medida justifica-se pela política de zero casos, que tem sido implementada. “É uma medida que entronca na lógica da política de zero casos e que tem a ver com a pandemia. É a única explicação, porque caso contrário não se poderia compreendê-la”, disse Senna Fernandes.

“É inevitável considerar que a nova variante está a fazer muitos estragos, a mortalidade não é tão elevada, mas, o nível de contágios está a fazer muitos estragos em outras partes do mundo, como nos Estados Unidos ou na Europa, com novos recordes de infecções”, justificou.

O advogado defendeu ainda a política de zero casos, que considera a mais adequada face às características da RAEM. “Compreende-se a adopção desta política para Macau, porque é um território muito pequeno. Um contágio aqui seria brutal, porque não teríamos infra-estruturas para terminar com o contágio em massa”, apontou. “Também a população de Macau é muito frágil, porque se houver uma epidemia não só vai haver pânico, mas também se vai alastrar e alcançar número incalculáveis”, frisou.

O custo silencioso

Se, por um lado, as medidas são tidas como aceitáveis, por outro, não deixam de ter um preço pago pela população. O aspecto da generalidade do impacto foi realçado pelo presidente da ADM, que também constatou que a covid-19 levou muitos portugueses a deixarem o território.

“Claro que estas restrições causam grandes desconfortos, as pessoas não podem sair, há problemas psicológicos que advêm desta situação. Para a população portuguesa, estas medidas são uma causa de êxodo”, reconheceu. “Se antes era possível apanhar um avião amanhã e ir a Lisboa ver um familiar, actualmente não é possível. Isto dificulta a vida, a pandemia tornou as distâncias maiores, o que pesa muito nas escolhas das pessoas que sempre viveram em Macau”, destacou.

Segundo Miguel de Senna Fernandes, as saídas serão mais prováveis no caso em que os membros da comunidade têm familiares com idades avançadas, mesmo nos casos em que praticamente viveram sempre em Macau. “As pessoas começam a rever os planos de vida, o que é natural. Se tenho um pai ou uma mãe idosa em Portugal, e se não posso ter certezas de poder viajar com a maior brevidade possível, então começo a fazer contas à vida”, explicou. “Isto ditou a saída de muitos portugueses”, constatou.

7 Jan 2022

Estudo | Políticas anti-corrupção e efeitos da covid-19 afastam turistas

Os visitantes estão menos motivados para visitar a RAEM, e indicam como causas as poucas autorizações de saída emitidas no Interior e as políticas anti-corrupção, em especial entre funcionários públicos chineses. As conclusões constam de um estudo da Universidade Cidade de Macau

 

As políticas anti-corrupção adoptadas nos últimos anos pelo Interior da China são um dos principais factores que afastam turistas de Macau. Esta é a conclusão de um estudo elaborado por três académicos das Universidade Cidade de Macau, Martin Tang, Grace Chan e Yvonne He, publicado na Revista Internacional de Investigação em Ciências Sociais, com o título “Quais são as barreiras ao regresso dos turistas do Interior a Macau, no contexto das políticas anti-corrupção”.

O estudo foi feito com base em 47 entrevistas a turistas do Interior e apontou três factores principais que levam à diminuição da vontade de visitar Macau: a implementação de políticas anti-corrupção mais rigorosas, as restrições de circulação e exigência de resultados negativos de testes de ácido nucleico e a redução dos rendimentos causada pela crise da covid-19.

“Segundo este estudo, a maioria dos inquiridos referiu de forma repetida as políticas, em particular as acções contra a corrupção, a realização obrigatória de testes de ácido nucleico e as burocracias ligadas aos processos de entrada e saída como factores que afectam de forma negativa a vontade de viajar”, é indicado nas conclusões.

A investigação identifica um padrão de medo em entrar nas zonas de jogo da RAEM, principalmente entre os visitantes que são funcionários públicos. “As políticas anti-corrupção foram repetidamente mencionadas pelos inquiridos das instituições públicas como tendo impacto negativo”, foi explicado pelos autores. Entre os 47 entrevistados, 42 referiram este aspecto, ou seja, 89 por cento dos ouvidos.

Receios públicos

O estudo avança também com o depoimento de um funcionário público, não identificado, que mostrou receio em ser visto perto das entradas dos casinos. “A tendência geral mostra-nos uma política anti-corrupção cada vez mais rigorosa, por isso sinto-me preocupado só por ser visto nas imediações das áreas de jogo”, é mencionado. “Pode dar-se o caso de alguém fazer queixa só por estar perto”, acrescenta o mesmo entrevistado.

Ao nível das restrições de circulação de covid-19, a realização de testes também foi indicada. Contudo, a maior parte das restrições não estará tanto em Macau, mas principalmente no Interior, relacionado com a emissão de autorizações de saída. “Nos últimos tempos, os processos de pedidos para deslocações são muito rigorosos, nem os casamentos são actualmente razão que permite sair do Interior, talvez só em caso de funerais seja possível sair”, foi explicado por outro dos entrevistados.

Quanto à redução dos rendimentos, o estudo indica que não afecta tanto os funcionários públicos, que até admitiram ter um salário mais alto, mas antes os privados. “Alguns dos trabalhadores do sector privado afirmaram que embora não tivessem desistido das férias, que abdicaram de Macau, em detrimento de destinos mais baratos”, foi justificado.

7 Jan 2022

Imprensa | Polícia impediu gravações de acidente e ameaçou detenção

Um jornalista do Ou Mun foi ameaçado por um agente do Corpo de Polícia de Segurança Pública por filmar o resultado de um acidente com uma viatura dos bombeiros. As autoridades pediram desculpa e prometem investigar o incidente

 

Um jornalista do Ou Mun foi ameaçado com a possibilidade de ser detido por recolher imagens de vídeo de um camião dos bombeiros que havia capotado perto do edifício do jornal. O caso aconteceu na terça-feira à noite, depois de uma viatura dos bombeiros se ter virado quando fazia a curva na via que faz a ligação entre a Avenida de Venceslau de Morais e a Estrada da Bela Vista.

Segundo o relato dos órgãos da comunicação social em língua chinesa, quando aconteceu o acidente os jornalistas deslocaram-se rapidamente para o local e começaram a gravar imagens.

No entanto, um dos agentes do CPSP pediu ao jornalista do jornal Ou Mun que abandonasse o local. O repórter de imagem acedeu ao pedido do agente e deslocou-se para a entrada do jornal, sempre a filmar, com o polícia a bloquear a objectiva da câmara com as mãos.

A pedido do polícia, posteriormente, o repórter identificou-se, mostrou o cartão do jornal e foi-lhe dito que tinha entrado num local proibido e que tinha de abandonar imediatamente o local, a entrada do jornal, caso contrário seria preso. O agente justificou a possível detenção com a captura de imagens ilegais, incluindo imagens que o poderiam identificar.

Embora o polícia não tenha detido o jornalista, não deixou, de acordo com o jornal Ou Mun, de apreender a câmara de filmar.

Investigação interna

As imagens do agente activamente a impedir o trabalho do jornalista do Ou Mun tornaram-se virais e o jornal apresentou queixa às autoridades. Em seguida, o CPSP tomou uma posição e, pelas 20h40, pediu desculpa pelo incidente.

De acordo com a mensagem, o agente agiu com a intenção de “manter a ordem e garantir a segurança pública” e assegurar que havia espaço livre para que as operações de socorro fossem realizadas. Contudo, o CPSP reconheceu que os procedimentos adoptados foram “inadequados”.

O CPSP frisou ainda “respeitar sempre a liberdade de imprensa” e “manter uma boa relação de cooperação com os média”, e prometeu fornecer orientações conduta aos agentes para locais de acidentes e investigar eventuais violações.

Sem feridos

O acidente que bloqueou durante mais de três horas o viaduto entre a Avenida de Venceslau de Morais e a Estrada da Bela Vista aconteceu ontem por volta das 18h30. O veículo pesado seguia em marcha de emergência, o condutor perdeu o controlo numa curva e a viatura ficou virada em cima do separador central das faixas de rodagem.

Nenhum dos cinco tripulantes sofreu ferimentos e todos conseguiram sair da viatura pelos seus meios.
O caso vai agora ser investigado pelas autoridades, que informaram que o condutor do veículo tinha mais de 10 anos de experiência, entre os quais seis a guiar este tipo de veículos pesados, ou seja, os camiões com escadas de socorro com 68 metros.

Segundo os primeiros indícios, as autoridades consideram que o veículo não estava em excesso de velocidade, contudo, o bombeiro foi suspenso das funções de condutor e colocado temporariamente noutra posição. Vai ser alvo de acompanhamento psicológico.

6 Jan 2022

Obras Públicas | Chan Pou Ha considera essencial seguir orientações do CCAC

A directora da DSSOPT desconhece se existem projectos de construção em perigo de serem afectados pelo escândalo Li Canfeng, seu antecessor detido por suspeitas de corrupção. Mas assegura que todos os trabalhos ligados a terrenos são tratados de acordo com as leis vigentes

 

Na sequência da investigação que resultou na detenção do ex-director da Direcção de Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), Li Canfeng, a actual directora, Chan Pou Ha, destacou que os casos que envolvem concessões e terrenos estão a ser lidados de acordo com as leis em vigor. As declarações da responsável foram prestadas ontem, à saída da Conselho do Planeamento Urbanístico (CPU).

“Neste momento, estamos a acompanhar todas as situações de acordo com as leis em vigor. Mas, não temos uma lista com os nomes dos projectos que podem ser afectados [pela investigação]”, respondeu Chan Pou Ha. “O que temos de fazer é seguir a legislação em vigor em todos os trabalhos que estamos a acompanhar. Por exemplo, se houver novos regulamentos, ou seja, novas leis aprovadas, temos de fazer os trabalhos de actualização destes projectos”, acrescentou.

Contudo, a directora reconheceu que a situação constitui um alerta para os funcionários públicos: “Nas nossas orientações internas damos grande importância aos relatórios do CCAC. Enquanto dirigente máximos temos de estar muito alerta”, avisou. “E temos de emitir orientações aos colegas para seguirem o relatório do CCAC”, complementou.

Balanço de uma carreira

No dia 15 de Janeiro, Chan Pou Ha vai deixar as funções de directora da DSSOPT, cargo que assumiu em Janeiro de 2020. Por agora, ainda não é conhecido o substituto. Ontem, a responsável fez um balanço da carreira nas DSSOPT.

“Não desempenhei estas funções por muito tempo, mas estive muitos anos nas Obras Públicas. Foram dois anos em que, além dos vários trabalhos relacionados com as obras públicas, houve uma grande prioridade para fazer o aperfeiçoamento e revisão das leis”, considerou.

Ao longo da carreira nas Obras Públicas, Chan acompanhou de perto o escândalo de corrupção de Ao Man Long, e agora de Li Canfeng. Contudo, escusou-se a comentar os dois casos: “Eu não vou comentar porque envolvem outras pessoas, e um dos casos está em segredo de justiça”, respondeu.

Em relação à cultura de trabalho que se vive na direcção que chefia, a responsável garantiu que esta se pauta pelo rigor profissional, não comentando se a entidade é hoje em dia mais limpa do que no passado. “Não são cargos fáceis, exigem muito profissionalismo, mas este é um aspecto que tem de ser comum a todos os funcionários”, respondeu.

As Obras Públicas voltaram a ser o epicentro de uma investigação do CCAC no mês passado, depois do caso de corrupção com o ex-secretário Ao Man Long, em 2006. Neste momento, Li Canfeng, ex-director da DSSOPT, está detido a aguardar julgamento, numa investigação que envolve terrenos para construção e a aprovação de plantas de condições urbanísticas.

Viajar na reforma

Questionada sobre o que tenciona fazer quando deixar as funções públicas, Chan Pou Ha confessou ter vontade de viajar. Porém, reconheceu que nesta altura é pouco aconselhável fazer viagens ao exterior e que os primeiros tempos de reforma vão ser dedicados à família.

6 Jan 2022

Novo caso assintomático de covid-19 vindo do Reino Unido

Macau registou mais um caso importado de infecção por covid-19 na segunda-feira que, de acordo com os critérios de classificação nacionais e locais não entra para a estatística, por ser assintomático.

O anúncio foi feito através de um comunicado emitido na madrugada de ontem, e é relativo a uma residente que viajou para Macau vinda do Reino Unido, com uma escala em Singapura.
Antes de embarcar para Macau, a residente de 27 anos, inoculada com duas doses da vacina da Pfizer-BioNtech, fez um teste de ácido nucleico com resultado negativo no dia 31 de Dezembro.

Apesar das precauções, o teste da residente foi positivo, logo à chegada da Macau. “No dia 2 de Janeiro de 2022, apanhou o voo n.º SQ305 [Singapore Airlines] do Reino Unido para Singapura (lugar n.º 42C), e no dia seguinte, viajou de avião n.º TR904 [TigerAir] de Singapura para Macau (assento n.º 27A). Logo que entrou em Macau, foi sujeita a um teste de zaragatoa nasofaríngea, cujo resultado deu positivo”, foi divulgado.

Novos controlos

Também ontem as autoridades divulgaram novas medidas da exigência de quarentena para quem tenha estado em certos locais da Província de Henan. “A partir das 11h do dia 4 de Janeiro de 2022, todos os indivíduos que tenham estado no Distrito de Guancheng Hui e no Distrito de Erqi da Cidade de Zhengzhou da Província de Henan, serão sujeitos à observação médica em local a designar”, foi divulgado.

Segundo as instruções divulgadas pelo Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, o período da quarentena é contado a partir da data da saída dos locais mencionados e implica um período de 14 dias.

Actualmente, está em vigor a obrigatoriedade de cumprimento de isolamento para que tenham estado em certas zonas de 11 províncias ou regiões autónomas do Interior, entre as quais Yunan, Pequim, Zhejian, Guangdong, Henan e Mongólia Interior.

5 Jan 2022

Crime | Rouba carro em Sai Van e é preso na posse de pistola falsa

Um homem do Interior do China roubou um carro estacionado na zona do Lago Sai Van. No momento da detenção, as autoridades detectaram que o sujeito tinha uma pistola falsa e dois bilhetes de identidade chineses

 

Um homem de 44 anos foi detido, depois de ter roubado um carro no Lago de Sai Van, por estar na posse de uma arma de fogo proibida. O caso aconteceu na segunda-feira e foi divulgado ontem pela Polícia Judiciária.

De acordo com os detalhes avançados pelas autoridades, na segunda-feira de manhã um residente local apresentou queixa, depois da sua viatura, que estava estacionada junto ao Lago de Sai Van ter sido roubada de um lugar de estacionamento com parquímetro. Além de terem sido subtraídas 10 patacas do interior do veículo, o homem queixou-se de um prejuízo de 13 mil patacas porque o suspeito partiu um vidro para entrar na viatura.

Com a investigação a decorrer, pelas 16h do mesmo dia, a PJ identificou o suspeito do roubo. Na altura da detenção, o homem tinha consigo dois cartões de identidade diferentes do Interior e ferramentas que, segundo as autoridades, podiam ser utilizadas para partir janelas de viaturas. Junto ao detido estava ainda um saco com dois pares de luvas, mais ferramentas, um casaco preto e uma pistola falsa, que tinha cinco balas, também falsas.

Recusou cooperar

A existências de uma arma e balas falsas alertou as autoridades que questionaram o suspeito sobre a forma como tinha obtido o material. Contudo, este recusou cooperar com a investigação. A PJ prometeu ontem continuar a investigar o caso.

O que se sabe, para já, é o trajecto do indivíduo no território. Segundo as autoridades, o homem entrou na RAEM no dia 31 de Dezembro, visitou a Torre de Macau e ficou pela zona do Lago de Sai Van. A PJ acredita que o percurso foi feito com a intenção de roubar veículos naquela zona, o que terá sido concretizado na segunda-feira, pelas 5 da manhã. Segundo as imagens de CCTV, foi por essa altura que o homem foi visto junto a um carro e que, 15 minutos depois, deixou o lugar.

O caso foi reencaminhado para o Ministério Público e o homem está acusado da prática de cinco crimes entre os quais de furto qualificado (pena de prisão até 5 anos), posse de arma proibidas e substâncias explosivas (até 8 anos de prisão), falsificação de documento (1 a 5 anos de prisão) e uso de documento de identificação alheio (até 3 anos de prisão).

5 Jan 2022

Economia | Académico defende que recuperação depende do sector do jogo

A aposta na diversificação da economia é um dos principais objectivos do Governo, mas o académico Kwan Fung alerta que os efeitos das mudanças estruturais no tecido económico de Macau só vão ser sentidos a longo prazo. Por agora, acredita que o Governo vai aprovar mais apoios dirigidos às classes desfavorecidas

 

Apesar dos esforços do Governo para diversificar a economia, os efeitos positivos não vão ser sentidos a curto prazo, por isso, o jogo vai continuar a ser o principal motor da economia este ano. O alerta foi deixado por Kwan Fung, académico da Universidade de Macau formado em Economia, em declarações ao jornal do Cidadão.

Em 2021, as receitas do jogo cresceram 43 por cento, face a 2020, para os 86,86 mil milhões de patacas, mas Kwan Fung indicou que o valor não deixa de ser reduzido face às expectativas. Segundo o académico, o crescimento relativo de 43 por cento não pode ser encarado como muito positivo, porque o montante de 2020 tinha sido muito baixo, e que qualquer subida iria sempre apresentar uma percentagem aparentemente grande.

Por outro lado, para dar ênfase ao reduzido crescimento face às expectativas, Kwan apontou que o montante de 86,86 mil milhões de patacas está muito longe dos anos de 2019 e 2018, quando as receitas brutas tinham sido de 292,455 mil milhões de patacas e 302,846 mil milhões, respectivamente.

No mesmo sentido, o académico recordou as estimativas mais conservadoras dos departamentos de Economia e Centro de Estudos de Macau da Universidade de Macau, que tinham considerado que no ano passado as receitas brutas do jogo iriam ultrapassar 90 mil milhões de patacas.

Turismo e pandemia

Sobre a recuperação da economia, o académico indicou que vai depender dos efeitos da pandemia e restrições fronteiriças, do número de turistas e de jogadores. Contudo, não deixou de notar que a redução acentuada do sector dos grandes apostadores pode influenciar o ritmo da recuperação, uma vez que este segmento era responsável por uma parte considerável das receitas dos casinos.

Quanto ao futuro, Kwan Fung afirmou acreditar que o Governo vai trabalhar empenhadamente para atingir a diversificação a longo prazo. Enquanto tal não é possível, considera que Ho Iat Seng vai apostar em algumas medidas sociais a pensar nos grupos mais desfavorecidos, mesmo que tal implique que o orçamento da RAEM continue a registar défices e a recorrer às reservas acumuladas ao longo dos anos.

O académico destacou igualmente que a economia vai continuar a ser influenciada pela aposta da política de zero casos de covid-19, e que as alterações a essas políticas serão sempre feitas passo-a-passo.

Joey Lao aponta ao sudeste

Joey Lao, presidente da Associação Económica de Macau e ex-deputado, considera que o futuro do turismo da RAEM passa por atrair mais turistas do sudeste asiático. As declarações foram prestadas ao Jornal do Cidadão, e a medida é vista como uma aposta de longo prazo, uma vez que a entrada de turistas não-chineses em Macau é proibida. Por outro lado, Lao considerou que a economia da RAEM é demasiado dependente de factores externos e que o Governo pouco mais pode fazer nesta altura do que garantir a estabilidade e harmonia social.

5 Jan 2022

Farmácia | Medicina Tradicional Chinesa é prioridade das autoridades

Choi Peng Cheong tomou ontem posse como presidente do Instituto para a Supervisão e Administração Farmacêutica e traçou como meta o aumento da comercialização de medicamentos tradicionais chineses na Grande Baía

 

Apostar no desenvolvimento dos produtos farmacêuticos ligados à Medicina Tradicional Chinesa (MTC), garantir a sua segurança e comercializá-los na Grande Baía. Foram estas as metas traçadas ontem por Choi Peng Cheong, após a tomada de posse como presidente do Instituto para a Supervisão e Administração Farmacêutica (ISAF).

“A prioridade passa por executar a Lei da Medicina Tradicional Chinesa, que entrou em vigor este ano. É um regime novo e vamos fazer todos os esforços para desenvolvê-la”, afirmou Choi. “Vamos aperfeiçoar outros diplomas legais, para poder garantir a saúde dos cidadãos e a gestão do ciclo dos medicamentos, para que a indústria se possa desenvolver de forma saudável”, acrescentou.

Segundo o presidente do ISAF, o desenvolvimento desejado passa não só por garantir a qualidade e segurança, mas também entrar na Grande Baía, para comercializar produtos. Contudo, mostrou-se irredutível na vertente da segurança e qualidade. “Só com bons produtos podemos ter desenvolvimento e reconhecimento da população. Só assim se consegue abrir o mercado ao exterior”, vincou.

Neste momento, existe apenas um produto farmacêutico aprovado pelas autoridades de Macau e classificado como MTC a ser comercializado na Grande Baía, todavia, Choi acredita que o número deve aumentar nos próximos tempos. “Actualmente temos um produto que já consegue ser comercializado na Grande Baía. Outros medicamentos estão em processo de apreciação”, divulgou. “Creio que com o tempo vamos ter mais medicamentos vendidos na Grande Baía”, afirmou.

Na cerimónia esteve também presente a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, que abandonou o recinto sem prestar declarações.

Sem novidades

Além da MTC, o presidente do ISAF sublinhou que as competências passam por fazer supervisão de todos os produtos, incluindo produtos naturais e da medicina ocidental.

“A nossa supervisão é virada para os serviços de medicamentos. Todos os produtos têm de cumprir a lei, e claro vamos supervisionar a qualidade”, prometeu.

Choi Peng Cheong foi igualmente questionado sobre a possível mudança de políticas na RAEM, para permitir uma maior entrada de alguns medicamentos ocidentais, utilizados para problemas de tensão ou de coração. Contudo, o presidente fugiu da pergunta sobre mudanças para facilitar o licenciamento, com a seguinte resposta: “todos os medicamentos têm de ser licenciados pelas autoridades competentes, antes de ser comercializados.”

5 Jan 2022

Crime | Ex-aluno detido após incendiar entrada da Escola Xin Hua

O incendiário de 21 anos tem problemas mentais e foi o único ferido do incidente que obrigou à retirada 630 alunos e professores da Escola Xin Hua. O ataque tornou-se viral com vários vídeos a circular nas redes sociais no último dia de 2021

 

Um jovem de 21 anos foi detido após ter incendiado a entrada da Escola Xin Hua, no Bairro Iao Hon. O ataque aconteceu no dia 31 de Dezembro, por volta das 16h, e as imagens captadas por vários transeuntes rapidamente se tornaram virais nas redes sociais. Além do jovem, que ficou com queimaduras de segundo grau nas mãos, braços e pernas, não houve outros feridos.

Com uma lata na mão e usando um capacete, o jovem, aproximou-se da entrada da escola e derramou um líquido inflamável na porta do estabelecimento de ensino e ajoelhou-se para incendiar o local. Assim que as chamas começaram a crescer, envolveram muito rapidamente toda a entrada e alastram-se às mãos e pernas do incendiário, que entra em pânico e começou a correr para apagar o fogo do seu corpo.

Quando extinguiu as chamas nas pernas e mãos, o homem tirou a roupa, ficando apenas de cuecas, e assim permaneceu até ser detido quando as autoridades chegaram ao local. O jovem não ofereceu resistência à detenção, nem quis prestar declarações.

Apesar de o incidente não ter provocado feridos, as chamas fizeram disparar os alarmes da escola. Por isso, e seguindo os protocolos de segurança, foram retiradas do edifício 630 pessoas, entre alunos e professores.

Nas operações de combate às chamas estiveram envolvidos seis veículos de emergência e 29 bombeiros. Também a polícia enviou cerca de 20 agentes ao local, que trataram da detenção e acompanharam o jovem ao Hospital Conde São Januário, onde recebeu tratamento.

Ex-aluno com problemas

Ao portal All About Macau, uma testemunha no local relatou que momentos antes do fogo, o incendiário tinha tentado entrar na escola. Porém, foi impedido pelos seguranças do estabelecimento. Mais tarde, a direcção da escola confirmou que o jovem é um ex-aluno, residente local que abandonou o estabelecimento sem ter concluído os estudos.

Foi igualmente indicado que o indivíduo tem um historial de problemas psiquiátricos. Por isso, Ho, director da escola Xin Hua, sublinhou a necessidade de reforçar o acompanhamento de alunos com problemas mentais, principalmente na zona em que se situa a escola, que o director categorizou como uma área desfavorecida em termos sócio-económicos.

Em relação aos estragos, o director escolar deu conta de danos na estrutura de madeira na entrada, e revelou a possibilidade de reforçar o contingente de segurança na escola.

Escola Pui Ching reforçou segurança

Na sequência do caso de fogo posto na Escola Xin Hua, a Escola Pui Ching reforçou a segurança. O anúncio foi feito pelo vice-reitor da escola, Kuok Keng Man, em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, depois do ataque de 31 de Dezembro.

De acordo com Kuok, apesar do acidente ser encarado como caso isolado, serve para alertar a sociedade para perigos que podem surgir e para a necessidade de vigilância constante. A situação foi igualmente encarada na Pui Ching como um alerta para a necessidade de controlar de forma rigorosa as pessoas que entram e saem do espaço de ensino.

Contudo, o vice-reitor da Escola Pui Chin vê o caso igualmente como uma consequência de crise pandémica, cujos efeitos se fazem sentir há mais de dois anos. Segundo Kuok, há situações em que os estudantes são seriamente afectados a nível emocional pelo impacto da pandemia.

Por esse motivo, a instituição de ensino diz ter contratado profissionais para darem formação aos professores, que assim podem detectar sinais e actuar junto dos alunos o mais cedo possível, de forma a fornecer o apoio necessário.

4 Jan 2022

Elevadores | Nova lei pode inflacionar preços em 10%

Fung Tak Cheung, presidente da Associação dos Engenheiros Electrotécnicos e Mecânicos de Macau, considera que a nova Lei dos Elevadores vai fazer com que o preço da manutenção e testes de segurança dos equipamentos suba, pelo menos, 10 por cento. As declarações foram prestadas ao canal chinês da TDM, uma vez que o diploma se encontra a ser discutido na generalidade da Assembleia Legislativa.

Segundo o dirigente associativo um dos motivos que irá fazer os preços disparar prende-se com a falta de mão-de-obra no sector, com conhecimento especializado na inspecção de elevadores. Actualmente, existem cerca de 9 mil elevadores em Macau, mas apenas 170 engenheiros capacitados para fazer os testes necessários.

No entanto, Fung declarou estar igualmente preocupado com a proposta de lei que exige certificação ISO às empresas que vão realizar os testes exigidos. A certificação ISO corresponde a um padrão internacional, que para ser atingido exige determinado tipo de materiais e formação profissional. Contudo, o presidente da associação alertou que para a exigência legal avançar é necessário tomar medidas, uma vez que actualmente apenas uma empresa no território cumpre os requisitos da certificação necessária.

Apesar da adversidade, Fung considerou que é positivo adoptar um sistema que tem uma entidade independente responsável pela supervisão das empresas do sector.

4 Jan 2022

Jogo | Receitas subiram 43,7% em 2021 para 86,86 mil milhões

As receitas brutas dos casinos de Macau ficaram mais de 40 mil milhões de patacas abaixo das estimativas iniciais do Governo. Para 2022, a meta é 130 mil milhões, se não surgirem surtos

 

No ano passado, as receitas brutas do jogo subiram 43,7 por cento em comparação com 2020, para 86,86 mil milhões de patacas. Os dados sobre a principal indústria do território foram publicados no primeiro dia do ano novo, pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ).

Os números mostram que em relação a 2020 as receitas aumentaram cerca de 26,42 mil milhões de patacas, uma vez que nesse ano o valor total foi de 60,44 mil milhões de patacas.

Porém, o montante das receitas dos casinos ainda está muito longe do último ano pré-covid-19 (2019), quando as receitas tinham sido de 292,46 mil milhões de patacas, ou seja, mais 205,60 mil milhões de patacas do que em 2021.

Com o fechar do ano, confirma-se igualmente que as estimativas do Governo para 2021, que eram de 130 mil milhões de patacas, saíram frustradas. A diferença entre a estimativa inicial, corrigida na segunda metade do ano, e a realidade foi de 42 mil milhões de patacas. Anteriormente, o Executivo explicou a diferença com a existência de surtos no território, principalmente na altura do Verão, que levaram à imposição de várias restrições na passagem das fronteiras.

Em relação ao último mês do ano passado, de acordo com a DICJ, as receitas foram de 7,96 mil milhões de patacas, um crescimento de 244 milhões de patacas (1,8 por cento) face ao período homólogo.

Meta de 130 milhões

Em relação ao ano que agora começa, o Executivo mantém a estimativa de 130 mil milhões de patacas em receitas brutas, que acredita alcançável se não ocorrerem novos surtos de covid-19 no território.

Contudo, o analista David Katz, do banco de investimento Jefferies, emitiu um relatório cauteloso para este ano, não só devido à pandemia, mas também à situação do segmento dos grandes apostadores. “Acreditamos que vai persistir a incerteza face à atribuição das concessões do jogo, mas também em relação à procura, face ao declínio do sector VIP”, escreveu Katz.

Por sua vez, Davis Fong, ex-deputado, considerou que é possível chegar à meta dos 130 mil milhões de patacas. Em declarações ao jornal Ou Mun, citado pela agência Macau News Agency, o académico especializado na área do jogo afirmou que as receitas devem ficar situadas algures entre 100 mil milhões e 130 mil milhões de patacas, num contexto em que o segmento VIP vai ter um papel cada vez mais reduzido.

4 Jan 2022

Ano Novo | Ho Iat Seng jura lealdade ao Presidente Xi Jinping

O Chefe do Executivo anteviu mais um ano marcado por “complexidade e dificuldade”, relacionou o desenvolvimento económico com a política actual contra a pandemia e elogiou os resultados económicos de 2021

 

Um Governo totalmente comprometido com os discursos do Presidente Xi Jinping, mesmo quando navega “no meio da corrente” e enfrenta “ondas agitadas”. Foi esta a mensagem do Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, para o novo ano, divulgada do último dia de 2021.

“No novo ano de 2022, o Governo da RAEM irá prosseguir aprofundadamente o espírito dos importantes discursos e instruções do Presidente Xi Jinping”, prometeu Ho Iat Seng.

Sobre o conteúdo dos discursos, Ho elencou, em primeiro lugar, a implementação do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’, a defesa da soberania, a segurança e os interesses do desenvolvimento do País, e a implementação do princípio ‘Macau governado por patriotas’, que definiu como fundamental.

Por outro lado, no próximo ano, a abertura das fronteiras poderá voltar a estar longe do horizonte, porque entre as prioridades mencionadas por Ho continua a aposta na política de “zero casos” e a ligação entre a ausência de infecções e o desenvolvimento económico: “Assegurar a prevenção e o controlo da epidemia é a premissa do desenvolvimento estável da economia e da sociedade de Macau. Devemos continuar empenhados numa prevenção rigorosa e escrupulosa da epidemia, sem nunca baixar a guarda”, sublinhou Ho Iat Seng.

Depois de discorrer sobre os objectivos nacionais, o Chefe do Executivo sublinhou o compromisso com a recuperação, bem-estar da população, promoção da diversificação, cooperação e desenvolvimento da RAEM enquanto prioridades.

Nesta caminhada, para o líder do Governo, os bons resultados só podem ser alcançados com união. “O novo ano continuará a ser caracterizado pela complexidade e dificuldade das tarefas e desafios. Navegamos no meio da corrente e enfrentamos ondas agitadas”, indicou. “Perante os obstáculos, devemos esforçar-nos por ultrapassá-los e ir mais longe. Devemos reforçar a nossa autoconfiança, avançar unidos para vencer as adversidades e criar juntos um novo cenário para o desenvolvimento de Macau”, apelou.

Sempre a ganhar

Em jeito de balanço do ano que chegou ao fim, Ho Iat Seng elogio o progresso económico. “Foi um ano de grandes provações devido à volatilidade da epidemia, mas fomos capazes de vencer os momentos mais difíceis”, considerou, para depois destacar, entre as vitórias, a “melhoria gradual no desenvolvimento geral da economia em prol da harmonia e estabilidade social”.

Numa altura em que 68 por cento da população está inoculada com duas ou mais doses da vacina contra a covid-19, o Chefe do Executivo destacou igualmente o esforço conjunto. “Os residentes, em comunhão de esforços, colaboraram activamente com o Governo para a contenção da propagação da epidemia num curto espaço de tempo”, afirmou. “Graças à contribuição de todos os que aqui trabalham e vivem, Macau é, neste momento, uma cidade turística, segura e apropriada para visitar”, rematou.

4 Jan 2022

Ho Chio Meng | Repetição do julgamento do caso conexo arranca no próximo mês

O caso conexo ao processo que condenou Ho Chio Meng regressa à barra dos tribunais. Enquanto a primeira instância vai reavaliar factos relacionados com participação económica em negócio, na última instância avançam recursos relativos à condenação por associação criminosa

 

A repetição do julgamento do caso conexo ao de Ho Chio Meng, ex-procurador da RAEM, vai arrancar na tarde de 26 de Janeiro. Em causa, segundo o HM apurou, estão os factos que em 2017 foram julgados como participação económica em negócio e que o Ministério Público (MP) defende que devem ser considerados burla.

A repetição acontece depois de ter sido aceite um recurso do MP pelo Tribunal de Segunda Instância, em Julho deste ano, e anula as absolvições de António Lai Kin Ian, ex-chefe do gabinete de Ho Chio Meng, Chan Ka Fai, ex-acessor do MP, e Alex Lam Hou Un, funcionário das empresas que o TUI considerou serem lideradas por Ho Chio Meng.

A decisão afecta igualmente os empresários Wong Kuok Wai e Mak Im Tai, que estão a cumprir pena no Estabelecimento Prisional de Coloane. Na primeira instância, Wong foi condenado a pena de 14 anos de prisão pela prática de 1.147 crimes, entre os quais participação em associação criminosa, participação económica em negócio e branqueamento de capitais agravado. Mak foi condenado com uma pena de prisão de 12 anos de prisão por 1.147 crimes, semelhantes aos de Wong. As penas podem agora ser agravadas.

A repetição do julgamento pode igualmente ter impactos para Ho Chio Shun, irmão de Ho Chio Meng, que tinha sido condenado a 13 anos de prisão, e Lei Kuan Pun, condenado a 12 anos de prisão.

Parte do processo no TUI

Julgado pela primeira vez em Agosto de 2017, o caso conexo ao de Ho Chio Meng vai continuar a arrastar-se durante mais uns anos nos tribunais, e em diferentes instâncias.

No dia 17 de Dezembro, o Tribunal de Última Instância (TUI) aceitou um outro recurso do MP, para que a parte dos factos do julgamento original, que não vai ser repetida, suba imediatamente ao TUI.

Na prática, a decisão significa que enquanto a tipificação dos crimes de burla ou participação económica será novamente discutida na primeira instância, na última instância, os juízes do TUI vão avaliar as condenações de associação criminosa.

Caso conexo à parte, o primeiro Procurador da RAEM foi condenado, sem direito a recurso, em Julho de 2017. Ho Chio Meng foi considerado culpado da prática de 1.092 crimes, e sentenciado a cumprir 21 anos de prisão. O TUI deu como provado que o ex-Procurador aproveitou o cargo para formar uma associação criminosa e lucrar com vários contratos públicos, atribuídos a empresas fictícias.

31 Dez 2021

Crime | Desmantelada quadrilha que roubava clientes VIP nos casinos

Ajudavam jogadores VIP a ganhar dinheiro, com sucesso, mas entre ganhos, amena cavaqueira e gritos de incentivo aproveitavam para tirar das fichas em cima da mesa uma “comissão”. A PJ acredita que o grupo terá furtado cerca de 700 mil dólares de Hong Kong

 

A Polícia Judiciária (PJ) anunciou ontem a detenção de três pessoas, dois homens e uma mulher, ligadas a uma quadrilha que se dedicava a roubar jogadores VIP nos casinos. Só no mês de Outubro o grupo criminoso deverá ter roubado cerca de 700 mil dólares de Hong Kong.

Segundo o modus operandi relevado pelas autoridades, o cabecilha do grupo abordava jogadores VIP nos casinos do Cotai e dizia-lhes que era capaz de garantir ganhos, pedindo para que jogassem juntos. Estes concordavam, permitiam que o homem os ajudasse, e nos dois casos reportados à PJ até acabaram a ganhar dinheiro.

No entanto, enquanto o cabecilha jogava, aproveitava também para distrair os jogadores VIP, com palavras de incentivo e outros truques. As distrações eram aproveitadas por outros membros da quadrilha, que se sentavam ao lado do jogador VIP, e, nos momentos de distração, iam tirando fichas que estavam em cima da mesa, uma, duas, ou três de cada vez.

Após os roubos, os membros iam à casa-de-banho, onde aproveitavam para passar as fichas a outro membro da quadrilha, que, por sua vez, arrumava o montante e mais tarde fazia a troca por dinheiro.

Sempre a somar

O primeiro caso foi relatado a 12 de Outubro, depois da vítima ter decidido recorrer aos truques do “super jogador”, a 6 de Outubro. Nesse dia, um jogador de uma sala VIP aceitou jogar cerca de 200 mil dólares de Hong Kong, com o grupo criminoso.

No final da sessão, o jogador VIP saiu do casino a ganhar 550 mil dólares de Hong Kong. Contudo, dias depois, apresentou queixa às autoridades após descobrir que faltava parte do dinheiro. A primeira vítima confessou ainda às autoridades que entre tantas fichas não conseguiu contar logo todo o dinheiro, razão pela qual só apresentou queixa mais tarde.

No segundo caso, ocorrido a 17 de Outubro, quando as autoridades estavam a fazer a investigação, o mesmo grupo convenceu uma outra vítima a jogar 360 mil dólares de Hong Kong, com o mesmo procedimento. Com recurso ao sistema de CCTV do casino, as autoridades viram membros do grupo a roubar fichas do jogador em 18 ocasiões. Neste caso, o jogador terá ganho cerca de 190 mil dólares de Hong Kong.

Tendo em conta o dinheiro roubado e o facto de um dos membros ter trocado só numa ocasião 400 mil dólares de Hong Kong em fichas, a Polícia Judiciária acredita que o grupo foi responsável por roubos que terão chegado a 700 mil dólares de Hong Kong.

TNR envolvida

As vítimas detidas são todas do Interior da China, entre as quais consta um casal. A PJ acredita que o marido, de 35 anos, é o cabecilha e indiciou-o pela criação de associação criminosa e furto qualificado, que envolvem molduras penais que podem chegar aos 15 anos de prisão e 10 anos, respectivamente. O homem foi detido nas Portas do Cerco no final de Novembro, e enquanto permaneceu em Macau ficou hospedado num hotel do ZAPE, que estava em nome da esposa, um trabalhadora não-residente.

A mulher tem 36 anos, foi detida num restaurante na Taipa, onde trabalhava, e está indiciada pela prática de associação criminosa e furto qualificado.

Na operação das Portas do Cerco foi igualmente detido um outro homem, de 39 anos, que também ficou hospedado no hotel no ZAPE.

Além dos membros detidos e levados ontem para o Ministério Público, as autoridades acreditam que mais dois ou três membros estão a monte. Com os detidos foram apenas apreendidos 13 mil dólares de Hong Kong. A polícia ainda está a tentar encontrar o dinheiro roubado.

31 Dez 2021

Covid-19 | Três testes em cinco dias para viajantes de locais de risco máximo

A medida aplica-se a países como Brasil, Estados Unidos e Moçambique, mas deixa Portugal de fora. Macau confirmou ontem o segundo caso importado de infecção com a variante ómicron

A partir de 6 de Janeiro, quem viajar para Macau vindo de locais classificados como de risco máximo de infecção por covid-19 tem de apresentar três testes com resultado negativo feitos nos últimos cinco dias. A medida foi anunciada ontem na conferência de imprensa dos Serviços de Saúde e não abrange, por agora, Portugal.

A imposição aplica-se a países como Brasil, Estados Unidos, Moçambique, Índia, Camboja, Indonésia, Filipinas, entre outros. Além da apresentação de três testes com resultado negativo feitos nos últimos cinco dias, um dos quais nas últimas 24 horas antes da viagem, as pessoas têm depois de cumprir quarentena de 28 dias. A exigência do período de isolamento não sofreu alterações.

“Antes tinham de apresentar três resultados negativos nos últimos sete dias. Agora são necessários três resultados negativos em cinco dias”, anunciou Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Vigilância da Doença. As alterações não são encaradas como agravamentos das medidas de prevenção da pandemia. Aliás, a responsável acrescentou que chegou a ser proibido viajar para Macau partindo de alguns dos países incluídos na medida.

Leong Iek Hou foi questionada sobre o facto de a medida só entrar em vigor a 6 de Janeiro, o que justificou com o tempo necessário para os afectados se prepararem. “Temos de dar tempo às pessoas para marcarem os testes”, completou.

Segundo caso de ómicron

Ontem foi também confirmado um novo caso de covid-19 em Macau, que fez subir o total, desde o início da pandemia, para 79 infecções, o segundo da variante ómicron. Uma vez que o território deixou de contabilizar os casos assintomáticos como casos, seguindo o padrão do Interior, este caso já tinha sido comunicado anteriormente, mas não entrava nas estatísticas.

De acordo com Leong Iek Hou, o caso refere-se a um homem que entrou em Macau a 26 de Dezembro. “No dia 26 estava assintomático, mas teve sintomas hoje [ontem], por isso é um caso confirmado. Depois da sequência genética, foi confirmado que é uma infecção com a variante ómicron”, disse Leong. “Actualmente, o paciente não tem febre nem problemas de maior no tracto respiratório”, acrescentou.

Também ontem foi anunciado que o Hotel Lisboeta deixa de ser utilizado para quarentenas, por pedido dos proprietários. Ontem 708 pessoas estavam em isolamentos em hotéis da RAEM.

31 Dez 2021